12 congresso de terapia intensiva pediátrica

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Segurança na Terapêutica Medicamentosa em UTI Neonatal e Pediátrica

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 Segurança com a terapêutica medicamentosa em UTI neonatal e

pediátrica 

Farm. Me. Sandra Brassica

São Paulo – Feocomercio14 de junho de 2012

“Não há nada na natureza que não seja venenoso. A diferença entre o remédio e o

veneno está na dose.”

Paracelso, 1493- 1541

O que já sabemos

O que devemos saber

•Não existe fármaco ideal.

•Incidentes com medicamentos têm causa multifatorial.

•Informatização e automação são ferramentas úteis na garantia da segurança, no entanto, não substituem capacidade e julgamento profissional, atualização e processos eficazes.

•Profissionais de saúde devem conhecer todos os riscos envolvidos nas suas atividades.

•Comunicação entre os membros da equipe multiprofissional é vital.

•Incidentes com medicamentos devem ser relatados à autoridade sanitária.

•Segurança é uma meta que se conquista por meio de ações e compromisso.

Apenas ¼ dos medicamentos disponíveis possuem indicações específicas para crianças

Poucas informações (farmacocinética, eficácia e segurança), frequente uso “off-label” de medicamentos

Maior suscetibilidade a ocorrência de eventos adversos a medicamentos

ECC em pediatria

1) necessidade de um diálogo cuidadoso entre o investigador, a criança e seus responsáveis;

2) dificuldade de inclusão de sujeitos de pesquisa;

3) complexidade da estratificação entre as categorias: neonato, lactente, criança e adolescente;

4) necessidade de realocação no decorrer do estudo;

5) limitação de retorno financeiro para a indústria;

6) custo das tarifas adicionais para a aprovação de novas indicações;

7) complexidade da realização dos ensaios.

Fármaco Micromedex (FDA -

Drug Summary

Information)

BNF for children

2007

Anvisa (Bulário Eletrônico e CBM

2004/2005)

Fabricante

aminofilina Licenciado para uso

pediátrico.

Não Inclui neonatos.

Licenciada para

uso pediátrico.

Inclui neonatos.

A Apresentação para uso

parenteral não consta do Bulário

eletrônico da ANVISA. CBM: USO

ADULTO E PEDIÁTRICO.

USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. Não

menciona recém-nascidos,

lactentes e crianças.

Minoton® - Ariston.

cefotaxima Licenciado para uso

pediátrico. Inclui

neonatos.

Licenciada para

uso pediátrico.

Inclui neonatos.

Bulário eletrônico da ANVISA e

CBM: USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. "Contra-indicado

em crianças com idade abaixo de

30 meses."

USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. Inclui recém-

nascidos. Cetazima® -

Novafarma.

dobutamina Não licenciado para

uso em crianças.

Não

licencenciado

para uso em

crianças.

Bulário eletrônico da ANVISA e

CBM: USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. Não menciona

neonatos.

USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. "Não

menciona neonatos".

Dobutanil® - Novafarma.

Dificuldade de informação

• elixir de sulfanilamida em dietilenoglicol (1937) => morte de 107

crianças;

• sulfonamida (1956) => aumento da mortalidade neonatal associada

ao Kernicterus em recém-nascidos prematuros;

• cloranfenicol (1959) => colapso cardiovascular ;

• propofol (1992) => acidose lática, rabdomiólise e colapso

circulatório. (RACHMANINA; VAN DEN ANKER, 2006)

Incidentes

Medidas

UTIs Fatores de alto grau de complexidade x RISCOS

Erros acontecem e sempre estiveram presentes na história do homem e de sua civilização. Os motivos que viabilizam as manifestações dos erros são explicados pela existência de

“lacunas” promovidas pela fragilidade das condições humanas, pela passividade de falhas nos engenhos industriais e pela

vulnerabilidade de sistemas gerenciais.

Sendo o erro um fato incontestável, há o consenso da sociedade científica de que o enfoque para seu enfrentamento e superação deve permear medidas preventivas planejadas e sistematizadas.

(Cuidado e Saúde Maringá, v. 3, n. 2, p. 153-160, mai/ago. 2004)

•escolha do medicamento;•estabelecimento da dose e freqüencia;•determinação da via de administração.

•identificação e separação do medicamento;•procedimentos farmacotécnicos;•identificação do paciente.

•identificação do medicamento;•preparo na unidade;•identificação incorreta da via.

Consequências Idade Tipo Descrição Consequência

1 ddv Dose Morfina 15 mg ao invés de ,15 mg

Morte

1 ddv Dose Prescrito Digoxina 32,0 mcg; administrado 320 mcg ao

invés de 32 mcg

Morte

1 mês Velocidade de infusão Dobutamina Morte

17 meses

Dose e via Benzilpenicilina dose 100 vezes maior adminstrada via

cateter espinal

Morte

Cousins et al, 2002.

Estratégias

•Sensibilização e envolvimento de todo os profissionais;

•Incentivo aos relatos espontâneos de ocorrência;

•Alteração de posturas;

•Revisão contínua das ocorrências e de processos;

•Utilização de tecnologia e boas práticas;

•Atenção especial aos medicamentos de alto risco;

•Desenvolvimento e implantação de mecanismos de checagem de

procedimentos.

Tecnologia

1) Eletrólitos (KCl, MgSO4, NaCl 20%)

2) Inotrópicos (digoxina, milrinona)

3) Insulina (EV e subcutânea)

4) Antiarrítimicos (lidocaína, amiodarona)

5) Anticoagulantes e trombolíticos (heparinas, alteplase)

6) Soluções de glicose concentradas

7) Narcóticos

8) Agonistas e antagonistas adrenérgicos (epinefrina, norepinefrina, propranolol, metoprolol)

9) Bloqueadores neuromusculares

10) Outros: vasopressina, aminofilina, nitroprussiato de sódio etc.

Medicamentos conhecidos como de “alto risco” ou “alto grau de alerta” são aqueles que podem ocasionar injúria que pode ser permanente, ou

até mesmo morte, se utilizados por engano.

São muito comuns nas UTIs

Evitar manter medicamentos com variadas concentrações nestas

unidades

Exemplos:

Atropina 0,25 mg/ mL e 0,50 mg/ mLMidazolam 1 mg/mL, 3 mg/mL e 5 mg/ mLMorfina 0,2 mg/ mL, 1 mg/mL e 10 mg/mL

Evitar manter em proximidade soluções com apresentações

semelhantes

Outros fatores...

Lembrar também:

Medicamentos X nutrientes

Medicamentos X exames laboratoriais

Interações

Fármaco Características

cálcio Lavar a sonda após a dministração

cefalexina Algumas formulações causam obstrução (viscosidade)

claritromicina Calibre < 9Fr (grânulos/ viscosidade)

Diâmetro das sondas usadas em neonatologia

Gástricas: <1,5Kg = 4 Fr; >1,5 kg= 6 Fr

Enterais: 6 Fr

Acessos venososOsmolaridade > 900 mOsmol => acessos centrais

• Volume;

• Osmolaridade;

• cátions divalentes, heparina;

• Temperatura e luz ambiente.

NPPCompatibilidad

e

+Estabilidade

Dar ênfase ao nome do paciente, ao nome genérico do medicamento e à dose em

todos os rótulos.

Os guias farmacoterapêuticos devem listar todos os medicamentos pelo nome

genérico.

Utilize “tall-man letters” (vinBLAStina and vinCRIStina) para auxiliar a distinção de

medicamentos com nomes semelhantes.

Somente inclua o sal caso múltiplos sais estejam à disposição (penicilina G

potássica e penicilina G sódica).

Não use abreviaturas, casas decimais desnecessárias ou omita zeros necessários.

HCTZ => hidroclorotiazida; 3TC => lamivudina; MTX => metrotexato

U => unidades

g => mcg ou migrogramas

1,0 => 1

,2 => 0,2

Segurança na prescrição, dispensação e registro

Não rasurar. Escrever “alterado” ou “modificado” e prescrever novamente.

Embora a comunicação verbal seja mais fácil e rápida, documentar sempre e de

modo legível, no prontuário do paciente, qualquer informação relevante, mesmo

que tal informação já seja de conhecimento da equipe.

Ao documentar, sempre datar , assinar e identificar-se pelo nome e número de

registro profissional.

Para medicamentos de alto risco ou que apresentam qualquer particularidade

para a prescrição e manuseio, utilizar sinalizadores próximos à prescrição

especificando os cuidados necessários.

Documentar intercorrências, bem como as ações corretivas empregadas.

Segurança na prescrição e registro

Confirmação ou

Intervenção Farmacêutic

a

Seleção da forma farmacêuticaSeleção do método de fracionamento

Ordem de manipulação ou fracionamento

Ausência de problemas

Possibilidade ou Presença de problemas

Aceita Não aceita

Avaliação da prescrição

Médico

Prescrição

Farmacêutico

Chefe da Clínica,Diretor do

Departamento e/ou

Superintendência

Paciente

Setor de dispensação

Experiências do HU-USP

Intervenções propostas

Intervenções propostas

Exemplos

Exemplos

Exemplos

Instrumento para uso seguro de fenobarbital em

unidades neonatais

Questões para reflexão

• Medicamentos seguros e eficazes para a população pediátrica: Utopia?

• Especialidades farmacêuticas seguras e custo efetivas para a população pediátrica. Custos? Mercado? Meio ambiente? Impacto no cuidado?

• Equipamentos e materiais mais seguros. Custos? Mercado? Impacto no cuidado?

• Processos em nossas instituições. Estamos cientes de suas limitações?

• Ocorrências. Estamos aprendendo com elas?

•Legislação sanitária. Temos questionado ou contribuído para mudanças?

• Judicialização da medicina – necessidade de compensar as pessoas por seus danos, “restituí-lo” x culpa, “responsabilidade pela restituição”. Como instituições e profissionais tem reagido?

Obrigada!sbrassica@gmail.com

(11) 3091-9465

“pedras no meio do caminho nem sempre são obstáculos e sim oportunidades para apreciar a paisagem”

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