1 religiões afro-brasileiras. 2 fontes livros – gaarder, pp. 292-302 – neuza itioka, os deuses...

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Religiões afro-brasileiras

2

Fontes Livros

– Gaarder, pp. 292-302– Neuza Itioka, Os deuses da umbanda– Edison Carneiro, Candomblés da

Bahia– Volney Berkenbrock, A experiência

dos orixás

Fontes Sites

– As religiões afro-brasileiras e seus seguidores, Reginaldo Prandi

http://www.fflch.usp.br/sociologia/prandi/seguidor.doc

– Wikipédia http://pt.wikipedia.org

– Candomblé sem mistérios http://www4.sul.com.br/orixa/

– Diferenças entre candomblé e umbanda

http://www.sobresites.com/candomble/artigo2.htm

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Introdução: o menor ou um dos maiores? Nos censos, tradicionalmente, as

religiões afro-brasileiras são um ramo que não apresenta um número expressivo de seguidores

No entanto, tais dados se referem à religião declarada pelo(a) pesquisado(a)...

5

Religiões declaradas nos sensos do Brasil em 1980, 1991 e 2000

Não estão incluídas as respostas que incluem religião não determinada ou não declarada (Fonte: IBGE)

100100Total

7,31,6Sem religião

1,81,3Outras

0,30,6Afro-brasileiros

1,40,7Espíritas

15,46,6Evangélicos

73,789,2Católicos

2000Religião

100

4,8

1,4

0,4

1,1

9,0

83,3

1980 1991

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Perseguição e discriminação Desde a vinda dos escravos, as

RAB são vistas com desprezo e preconceito

A organização a expressão das RAB foi proibida e perseguida pela Inquisição até 1820, punindo seus praticantes por “crimes contra a fé”

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Perseguição e discriminação (2) Durante o Império, passam a

desfrutar de uma relativa liberdade religiosa

No entanto, eram consideradas como uma diversão, e não como um culto

Enquadramentos circunstanciais como prática de curandeirismo

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Formação

As RAB passam a realmente tomar forma ao final do século XIX

Reginaldo Prandi nos diz o seguinte:

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As religiões afro-brasileiras mais antigas foram formadas no século XIX, quando o catolicismo era a única religião tolerada no País e a fonte básica de legitimidade social. Para se viver no Brasil, mesmo sendo escravo, e principalmente depois, sendo negro livre, era indispensável antes de mais nada ser católico. Por isso, os negros que recriaram no Brasil as religiões africanas dos orixás, voduns e inquices se diziam católicos e se comportavam como tais. Além dos rituais de seu ancestrais, freqüentavam também os ritos católicos. Continuaram sendo e se dizendo católicos, mesmo com o advento da República, quando o catolicismo perdeu a condição de religião oficial.

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Formação (2)

Uma época importante para as RAB foi o final da escravidão, que coincidiu com o aumento da urbanização. Segundo Pierucci:

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Quando, nas últimas décadas do século XIX, os africanos trazidos em levas para o Brasil foram assentados nas cidades, eles puderam viver em maior contato uns com os outros, num processo de interação e liberdade de movimentos que antes não conheciam. A fixação urbana dos escravos forneceu as condições favoráveis à sobrevivência de algumas tradições religiosas africanas, com o aparecimento de cultos organizados

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o surgimento das religiões brasileiras (Timóteo Carriker)

1550s 1930s hoje

1. Tráfego negreiro

Cultos afro-brasileiros

Kardecismo

Protestantismo

Umbanda

Catolicismo romano

1850s 1880s

2. Supressão do trabalho servil

3. Industrialização/urbanização

Pentecostalismo

Cultos afro-brasileiros

Catolicismo ibérico

1820s

1860s

1850s

1920s

Cultos indígenas

Catolicismo ibérico:

•Dominação moura (8 séculos)

•Judeus = “novos cristão”

•Padroado real

•Bantus•Muçulmis ou malês•Nagôs (jeje-iorubano)

Três situações de crise

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RAB como animistas

As RAB são consideradas como pertencentes ao ramo animista das religiões

O animismo é a crença de que o mundo está povoado por espíritos e divindades

Para Neuza Itioka:

É a realidade que se expressa no mundo sobrenatural onde os deuses e espíritos não transcendentes vivem e convivem com os homens no seu dia-a-dia. Este sistema de crença inclui a plena aceitação dos deuses e espíritos fazerem dos rios, dos lagos, dos montes, dos morros e das casas a sua morada, além de tomarem posse de um vasto ou pequeno território. Este sistema inclui dentro de si elementos como aparições, mortos, espíritos bons, maus e amorais.

Carcterísticas do animismo em geral Ainda segundo Itioka, são quatro

elementos principais:– Fenomenológico – transe,

adivinhação e cura– Manipulativo – busca de benefícios

pessoais, sem nenhum aspecto relacional com a divindade

– Ritualístico – ritos definidos para determinados e específicos fins

– Múltipla manifestação de espíritos que se apresentam através dos médiuns, bruxos e feiticeiros

Religião ou religiões?

Existem diferentes religiões afro-brasileiras que se formam em diferentes estados brasileiros– Candomblé – Bahia– Xangô – Pernambuco e Alagoas– Tambor de mina – Maranhão e Pará– Batuque – Rio Grande do Sul– Macumba e depois Umbanda, Rio de

Janeiro

Religião ou religiões (2) É importante perceber, no

entanto, que existe uma raiz religiosa comum. Vários são os pontos de semelhança entre elas.

Edison Carneiro (pp. 22-28) e outros autores destacam os seguintes:

a. Monoteístmo

Olorún (“Senhor ou Dono do Céu”), ou variações (como Obatalá), criou o céu e a terra e nunca mais interferiu diretamente em sua criação

(ler Berkenbrock, 185-6) Os orixás é que são responsáveis

por isso Oxalá, seu filho, gerou a

humanidade

b. Divindades inferiores Todas as demais divindades

encontram-se em posição nitidamente inferior, como delegados, ministros ou agentes do deus supremo

Muitas dessas divindades assumem nomes e identificações diversos, dependendo do lugar, da orientação do culto, da popularidade deste ou daquele santo católico ou da existência de tradições semelhantes

c. Possessão pela divindade A divindade se apossa do fiel,

servindo-se dele como intrumento para a sua comunicação com os mortais

É importante diferenciar do espiritismo: não é um morto que se apossa, mas uma divindade

Essa é a principal característica dos cultos das RAB

d. Caráter pessoal da divindade Cada pessoa teria uma divindade

protetora – embora receba um nome genérico como Ogun, é o “Ogun de Fulano”

O privilégio de servir como instrumento da divindade, no entanto, está reservado apenas a alguns que precisam iniciar-se para recebê-la

e. O oráculo e o mensageiro São seres intermediários entre as

divindades e os seres humanos Ifá, o oráculo, traz aos sh as palavras

das divindades – no Brasil, os búzios Exú, o mensageiro, leva os desejos dos

sh às divindades – ele é responsável por receber os “despachos” e dono das encruzilhadas

Ler Carneiro, p. 27

f. O terreiro ou centro

É o palco central das atividades litúrgicas Não é, contudo, apenas um local onde se

celebra uma liturgia: são uma pequena reconstrução da África (mítica) no Brasil – e o culto se baseia no fato de que eles se tornam, mesmo “África”

É um ponto de encontro entre duas realidades: o universo físico e concreto (Aiye) e o sobrenatural (Orum)

Composto por dois “espaços”: o “urbano” e o “mato” (ler Berkenbrock, p. 193)

Diferenças entre candomblé e umbanda Algumas respostas na perspectiva do

candomblé:– O primeiro é mais antigo – veio junto

com os escravos – enquanto que a segunda nasce no Brasil, da mistura com o kardecismo e com o próprio cristianismo

– A segunda é essencialmente um culto aos mortos, com invocação de espíritos; a segunda

– Segundo Jurema de Oxum:

A mistura é tão grande, e a imaginação de cada um vai tão longe, que foram criando falanges e mais falanges que não se entende mais nada, nem os próprios umbandistas sabem dar certas explicações. A umbanda começou com os caboclos (espíritos de índios brasileiros) e pretos velhos (espíritos dos escravos), depois foram aparecendo novas entidades como ciganos, indianos, já tem gente incorporando Cleópatra, Messalina, Afrodite, Lampião, etc... dá prá acreditar? :-)

Diferenças entre candomblé e umbanda (2) Sobre as influências recebidas pela

umbanda, Berkenbrock (p. 151-2) afirma:

A umbanda acolhe em si uma série de grupos com um espectro religioso muito variado, desde grupos muito próximos ao Candomblé, até grupos próximos ao espiritismo e – especialmente nos últimos tempos – grupos com influência oriental ou esotérica

Diferenças entre candomblé e umbanda (3) No primeiro, leitura das palavras

divinas exclusivamente através de búzios; no segundo, também através de incorporações

Diferenças de culto: ler Berkenbrock, 197s e 158

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