biografia, obras e capítulo, 13, 14, 15, e 16 de o mundo de sofia (jostein gaarder)
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O Mundo de Sofia...capítulo 13, 14, 15 e 16.TRANSCRIPT
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO – Professor Alberto
Daniela da Silva Holtz
Denise Ribeiro
Pricila de Azevedo Santos
O Mundo de Sofia
Capítulo 13, 14, 15, e 16
FACULDADE ALFA
06 de novembro de 2009
Nome do autor/escritor – data de nascimento e local.
Jostein Gaarder nasceu na cidade de Oslo, Noruega em 1952, filho de um casal de
professores.
É autor de romances, contos e histórias infantis.
Cursou o ensino primário na cidade de Ingierasen, enquanto que a formação secundária
realizou na Escola da Catedral de Oslo. Na Universidade de Oslo Gaarder estudou línguas
escandinavas e teologia. Antes de lançar sua carreira de escritor dava aulas de filosofia na
Escola Secundária Pública Fana, na cidade de Bergen.
O seu trabalho mais conhecido é O Mundo de Sofia, publicado em 1991, o qual relata um
romance acerca da [[história da filosofia], cujo enredo gira em torno de uma menina. Este
livro foi traduzido para 53 línguas e com isso passou a ter grande renome internacional,
fazendo-o, a partir de 1993, a se dedicar integralmente à produção literária.
Citação de Jostein Gaarder
O ensino da filosofia não precisa ser complexo, intricado. Tem a ver com curiosidade, a
mania de fazer perguntas, algo que perdemos na cultura ocidental quando envelhecemos.
Impressões das obras, características das obras.
O escritor consegue tirar qualquer má impressão que as pessoas comuns tenham dos
sentimentos, pensamentos, idéias ali contidos. Graças, talvez, a estarem em contato com um
personagem supostamente irreal, transportando o leitor a um mundo próprio onde ele não se
sente o único a ter pensamentos controversos, moralmente inaceitáveis e infantis.
A curiosidade infantil em relação ao mundo é citada em suas obras. Parece-me que o
reflexo propiciado pela junção do mundo em si sempre foi motivo de indagações infantis.
Mais à frente, uma dúvida recorrente a toda humanidade: a vida após a morte. Nada mais
cômodo que desenvolver os dois temas juntos, como complementos metafóricos.
Influências do autor por outros.
Como o autor estudou Teologia, no sentido literal, que é o estudo sobre Deus. Sofreu
influências de seus pensadores: Platão, mais tarde, Aristóteles que empregou o termo em
numerosas ocasiões, com dois significados:
Teologia como o ramo fundamental da ciência filosófica, também chamada filosofia
primeira ou ciência dos primeiros princípios, mais tarde chamada de Metafísica por
seus seguidores;
Teologia como denominação do pensamento mitológico imediadamente anterior
à Filosofia, com uma conotação pejorativa, e sobretudo utilizado para referir-se aos
pensadores antigos não-filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).
Santo Agostinho que tomou o conceito de teologia natural como única teologia verdadeira
dentre as três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Dentre outros
pensadores que o ajudará na compreensão de Deus.
Características tipológicas e textuais.
Podemos considerar as obras de Jostein Gaarden como não original, mas reformista de
mitos, usuária de lendas, aproveitadora de indagações. Mesmo assim, o enredo desenvolve-
se de forma poética, expressiva, bonita e infantil. Embora não se trate de obras
especificamente infanto-juvenil, a maioria dos assuntos abordados é a infância.
Não-criativo, mas empolgante. O adulto que lê os livros não sente vergonha de
determinados desejos profundos que nutre desde a infância. Mas certamente teria receio de
expô-los. A catarse é o elemento chave para a história suceder.
Suas obras discorre acerca de questões relativas à crenças, como a vida após a morte, o
sagrado, os conceitos de divindade, conceito de homem, mundo, cerimoniais, oração,
sacrifícios, ética, entre tantas outras características indissociáveis.
Influências do autor e contribuições de suas obras para o mundo
Jostein Gaarder, escritor de O Mundo de Sofia e de outros best-sellers que apresentam
assuntos de forma didática, escreve apelando principalmente a dúvidas espirituais já
discutidas e sempre reformuladas, com uma diferença: a morte não é temida, evitada ou
vista de forma melancólica. É, sim, apresentada como mais um passo que voa após passar
pela vida.
Jostein Gaarden em uma entrevista para a Folha de São Paulo diz que a literatura e a
segunda melhor maneira de transmitir conhecimento e que a melhor é a conversa, o diálogo
com os jovens ou entre professor e aluno. Sempre, desde a antiga filosofia grega, o diálogo
entre as pessoas vivas foi a melhor maneira de lidar com a filosofia.
Suas obras
Pássaro Raro
O Pássaro Raro é um livro escrito no ano de1986. Originalmente chamado de Diagnosen og
andre noveller, ou em tradução livre: "O Diagnóstico e outras histórias".
O livro traz dez histórias que possuem uma única semelhança: pessoas que se dão conta
da verdade, que param para pensar no mundo, na sua própria existência, de forma profunda,
em dado momento da vida. Entre cada história existe um pequeno texto, escrito de forma
poética, que antecipa e prepara o leitor para o texto, e que pode sempre servir para longas
pausas filosóficas. São obras de ficção científica, romances e dramas, entre outros estilos.
O Castelo do Príncipe Sapo (Froskeslottet, em norueguês) é um livro de Jostein
Gaarder publicado pela primeira vez em 1988.
O Dia do Curinga (O Mistério do jogo das Paciências em Portugal). O livro foi lançado
em 1990.
O dia do Curinga é a história de muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem
única e ainda mais fantástica - e que só pode ser feita por um grande aventureiro: o leitor.
O ponto de partida deste livro é a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai.
O Mundo de Sofia é um romance publicado em 1991. O livro foi escrito originalmente em
norueguês, mas já foi traduzido para mais de 55 línguas, teve sua primeira edição
em português em 1995, que atualmente se encontra em sua 69ª reimpressão. Somente
na Alemanha foram vendidos 3 milhões de cópias.
O livro funciona tanto como novela, como um guia básico de filosofia. Também tem temas
conservacionistas e a favor da ONU. Em 1999, foi adaptada para um filme norueguês;
entretanto, não foi largamente publicado fora da Noruega. Esse filme também foi
apresentado como uma minissérie na Austrália, se não em outros lugares. Também foi
adaptado para jogo de PC pela Learn Technologies em 1998. Recentemente, em 2008 essa
versão cinematográfica do livro foi lançado no Brasil oficialmente em DVD.
Mistério de Natal é um livro lançado em 1992 .
O livro narra uma história envolvente e cativante que começa no primeiro dia do mês de
dezembro. Trata-se de uma viagem pelo tempo e pela história conduzindo rumo ao
nascimento de Jesus Cristo, onde cada dia se lê um novo capítulo, tendo no total 24 dias.
Através do Espelho o livro foi publicado em 1993, retrata a vida, ou melhor, a morte de
Cecília Skotbu, uma menina que vive intensamente. Em fase terminal, mas isso não é
motivo para parar de viver, tudo que ela aprende ela anota num caderninho. E junto com o
anjo Ariel ela vai descobrir coisas sobre a criação, o céu e o universo e contar para ele
como é ser um ser humano, até sua hora chegar.
Vita Brevis é o título de um livro de ficção, que trata de um suposto Codex Floriae, que
teria sido comprado pelo autor em um sebo de Buenos Aires. Consistiria de uma coleção de
cartas da mãe do filho de Santo Agostinho, revelando suas discordâncias e insatisfações por
ter sido deixada pelo ascetismo do santo. O suposto Codex Floriae não tem sua
autenticidade provada, já que o livro é classificado pelas livrarias e pela própria editora
como livro de ficção.
Foi editado em 1996.
O Vendedor de Histórias é um vôo de imaginação. Jostein Gaarder convida mais uma vez
a enxergar o mundo com um olhar extraordinário e a refletir sobre o poder da memória e da
fantasia sobre o dia-a-dia do leitor e do homem comum.
Foi publicado em 2001.
A Rapariga das Laranjas foi escrito em 2003.
Este livro fala sobre um rapaz de 15 anos, chamado Georg Røed que vive com a sua mãe
Veronika, com o seu padrasto Jørgen e com a sua meia-irmã de apenas 1 ano e meio,
Miriam. Este recebe uma carta escrita pelo seu pai, Jan Olav, escrita poucos dias antes da
sua morte há 11 anos atrás.
No final da carta o pai deixa uma pergunta filosófica para o seu filho responder. O que
preferiria ele: uma passagem breve pela Terra cheia de felicidade, mesmo sabendo que um
dia iria morrer ou recusaria a oferta logo à partida?
O pai tenta através desta carta falar com o filho, que não irá ver crescer e estar presente
para lhe ensinar e dar conselhos acerca da vida.
Capítulo 13 – O Mundo de Sofia
OS CARTÕES-POSTAIS
Passados alguns dias sem que Sofia nada recebesse do seu professor de filosofia e como ela
estaria livre a partir da quinta-feira devido a um feriado, aceitou o convite de sua amiga
Jorunn para acampar e escolheu, intencionalmente, um lugar próximo à cabana do major,
pois ela pretendia ir lá novamente.
Chegando ao local, armaram a barraca e depois de organizarem tudo, fizeram um lanche.
Sofia perguntou se Jorunn já tinha ouvido falar da cabana e convenceu a amiga a ir até lá.
Depois de uma caminhada, avistaram o lago e a casa que parecia estar abandonada.
Utilizaram o barco para irem para o outro lado e, desta vez, Sofia teve todo o cuidado de
puxá-lo.
Quando entraram na casa estava muito escuro, mas Sofia tinha trazido fósforo e acendeu
uma vela que lá havia. Então, chamou Jorunn para ver o espelho e lhe disse que era um
espelho mágico. Nesse momento, Jorunn descobriu alguma coisa no chão da sala. Eram
cartões-postais. Todos vinham do Líbano e estavam endereçados a Hilde Knag. Sofia teve
um certo receio, pois seu nome poderia estar mencionado nos cartões (Jorunn não sabia
sobre o filósofo nem sobre outros cartões que Sofia recebera ) mas começou a lê-los com a
amiga. Eles falavam do aniversário de quinze anos de Hilde e sobre um misterioso presente
que ela receberia. No entanto, no último cartão estavam mencionados os nomes de Sofia e
Jorunn. Elas ficaram assustadas. Além disso, ainda havia um detalhe: era dezesseis de maio
de mil novecentos e noventa e o cartão indicava a mesma data. Como aquilo era possível?
Sofia disse que tinha algo a ver com o espelho mágico e Jorunn achou absurdo, mas não
havia outra explicação. Ela ainda mostrou à amiga os dois quadros na parede -- Berkeley e
Bjerkely. A vela já estava quase no fim. Jorunn queria ir embora e Sofia a seguiu mas, antes
disso, resolveu levar o espelho consigo. As duas voltaram para o acampamento caladas.
Na manhã seguinte, após tomarem café, conversaram sobre os cartões-postais e
caminharam de volta para casa. No outro dia, pela manhã, Sofia foi até seu esconderijo e
encontrou outro envelope amarelo. Imediatamente começou a ler.
Capítulo 14 – O Mundo de Sofia
DOIS CÍRCULOS CULTURAIS
A denominação indo-europeus é dada a todos os países e culturas nos quais são faladas as
línguas indo-européias . Os indo-europeus primitivos viveram há mais ou menos quatro mil
anos nas proximidades dos mares Negro e Cáspio. De lá, espalharam-se por diversos
lugares: Irã, Índia, Grécia, Itália, Espanha, Inglaterra, França, Escandinávia, Leste Europeu
e Rússia, formando o círculo cultural indo-europeu. Dentre outras coisas, pode-se dizer que
sua cultura era marcada pelo politeísmo, a visão era o principal sentido para eles e
acreditavam que a história era cíclica. As duas grandes religiões orientais – hinduísmo e
budismo – são de origem indo-européia. O mesmo vale para a filosofia grega. Nessas
religiões, enfatiza-se a presença de Deus em tudo (panteísmo). Outro ponto importante é a
crença de que o homem pode chegar a uma unidade com Deus por meio do conhecimento
religioso. No Oriente, a passividade e a vida reclusa são vistas como ideais religiosos e em
muitas culturas indo-européias acredita-se na metempsicose ou transmigração da alma.
Os semitas pertencem a um círculo cultural completamente diferente, com uma língua
completamente diferente também. Eles são originários da península da arábia e também se
expandiram para extensas e diferentes partes do mundo. As três religiões ocidentais –
judaísmo, o cristianismo e o islamismo – têm base semita. De modo geral, o que se pode
dizer dos semitas é que eram monoteístas, possuíam uma visão linear da história, a audição
desempenhava papel preponderante e proibiam a representação pictórica. Quanto à história,
é interessante saber que, para eles, ela começou com a criação do mundo por Deus e Este
tinha o poder de intervir em seu curso. Em relação às imagens, ainda são proibidas no
judaísmo e no islamismo, mas no cristianismo são permitidas devido à influência do mundo
greco-romano.
Agora vamos examinar o pano de fundo judeu do cristianismo. A história é a seguinte:
houve a criação do mundo e a rebelação do homem contra Deus (Adão e Eva) e a partir de
então, a morte passou a existir na Terra. A desobediência do homem a Deus atravessa toda
a história contada na Bíblia. No Gênesis há a menção do pacto feito entre Deus e Abraão e
seus descendentes que exigia a obediência rigorosa aos mandamentos de Deus. Esse pacto
foi mais tarde renovado com a entrega das Tábuas da Lei a Moisés no monte Sinai. Naquela
época, os israelitas viviam havia muito tempo como escravos no Egito, mas foram
libertados e levados de volta a Israel onde se formou dois reinos – Israel (ao Norte) e Judá
(ao Sul) – que foram assolados por guerras, e por todos os séculos que se seguiram até o
nascimento de Jesus Cristo, os judeus continuaram sob dominação estrangeira. O povo
judeu não entendia o motivo de tanta desgraça e atribuía isso ao castigo de Deus sobre
Israel devido à sua desobediência. Então começaram a surgir profecias sobre o Juízo Final e
também sobre a vinda de um "príncipe da paz" que iria restaurar o antigo reino de Davi e
assegurar ao povo um futuro feliz. Esse messias viria para restituir a Israel a sua grandeza e
fundar um "Reino de Deus".
No contexto de toda essa efervescência nasceu Jesus Cristo. Naquela época, o povo
imaginava o messias como um líder político, militar e religioso. Outros, duzentos anos
antes do nascimento de Jesus, diziam que o messias seria o libertador de todo o mundo.
Mas Jesus apareceu com pregações diferentes das que vigoravam e admitia publicamente
não ser um comandante militar ou político. E mais, dizia que o Reino de Deus era o amor
ao próximo e aos inimigos. Ele não considerava indigno conversar com prostitutas,
funcionários corruptos e inimigos políticos do povo e achava que estes seriam vistos por
Deus como pessoas justas bastando para isso que se voltassem para Ele e Lhe pedisse
perdão. Jesus acreditava que nós mesmos não podíamos nos redimir de nossos pecados e
que nenhuma pessoa era reta aos olhos de Deus. Ele foi um ser humano extraordinário.
Soube usar de forma genial a língua de seu tempo e deu a conceitos antigos um sentido
novo, extremamente ampliado. Tudo isto acrescentado a sua mensagem radical de redenção
dos homens ameaçava tantos interesses e posições de poder que ele acabou sendo
crucificado. Para o cristianismo, Jesus foi o único homem justo que viveu e o único que
sofreu e morreu por todos os homens.
Alguns dias depois da crucificação e enterro de Jesus, começaram a surgir boatos sobre sua
ressurreição. Pode-se dizer que a Igreja cristã começou naquela manhã de Páscoa. Paulo
disse: "Pois se Cristo não ressuscitou, então todo nosso sermão é vão; é vã toda a vossa
crença". A partir de então todas as pessoas podiam ter esperança na "ressurreição da carne".
Os primeiros cristãos começaram a espalhar a "boa-nova" da redenção pela fé em Cristo.
Poucos anos depois da morte de Jesus, o fariseu Paulo se converteu ao cristianismo e suas
viagens missionárias pelo mundo greco-romano transformaram o cristianismo numa
religião universal. Quando esteve em Atenas, ele fez um discurso do Areópago que falava
do Deus que os atenienses desconheciam e isso provocou um choque entre a filosofia grega
e a doutrina da redenção cristã. Apesar de tudo, Paulo encontrou nessa cultura um sólido
apoio, ao chamar atenção para o fato de que a busca por Deus estava dentro de todos os
homens. Em Atos dos Apóstolos está escrito que depois de seu discurso, foi vítima de
zombaria por parte de algumas pessoas, quando estas o ouviram dizer que Cristo havia
ressuscitado dos mortos. Mas também houve os que se interessaram pelo assunto. Depois,
Paulo prosseguiu em sua tarefa missionária e passadas algumas décadas da morte de Cristo
já existiam comunidades cristãs em todas as cidades gregas e romanas mais importantes.
Paulo não foi importante para o cristianismo apenas por suas pregações missionárias.
Dentro das comunidades cristãs, sua influência era muito grande pois as pessoas também
queriam uma orientação espiritual. Pelo fato de o cristianismo não ser a única religião nova
daquela época, a Igreja precisava definir claramente a doutrina cristã, a fim de estabelecer
seus limites em relação às demais religiões e evitar uma cisão interna. Surgiram assim as
primeiras profissões de fé, os primeiros credos que resumiam os princípios ou os dogmas
cristãos mais importantes como o que dizia que Jesus havia sido Deus e homem ao mesmo
tempo e de forma plena e que realmente tinha padecido na cruz.
Capítulo 15 – O Mundo de Sofia
A IDADE MÉDIA
Sofia recebeu um telefonema de Alberto dizendo que de agora em diante não haveria mais
cartas. Ele marcou um encontro para lhe falar sobre a Idade Média. Disse que o pai de
Hilde já estava fechando o cerco e que precisavam batalhar juntos. Sofia não entendeu
nada. Eles se encontraram numa igreja antiga construída na época medieval. Era de
madrugada. Quando Sofia chegou lá ficou a espera de seu professor. Passados alguns
instantes ele entrou vestido de monge e começou a falar sobre a Idade Média. Dentre outras
coisas disse que na Idade Média se formou uma unidade cultural cristã sólida. Havia uma
contradição entre Deus e razão. Essa problemática foi tratada por dois importantes filósofos
desta época: Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. O primeiro dividiu o mundo entre
bem e mal, mesclou sua concepção filosófica com a de Platão e a do cristianismo
("cristianizou Platão"); achava que o mal era a ausência de Deus e que a "boa vontade era
obra de Deus". O segundo foi o filósofo quem "cristianizou Aristóteles". Atribui-se-lhe o
mérito de ter conseguido fazer uma síntese da fé e do conhecimento. Achava que existiam
dois caminhos para se chegar a Deus: a revelação cristã e a razão e os sentidos. Acreditava
que Deus havia se revelado ao homem através da Bíblia e da razão.
Capítulo 16 – O Mundo de Sofia
O RENASCIMENTO
Na noite seguinte Sofia teve um sonho com Hilde. Ao acordar, achou uma corrente de ouro
com uma cruz. No seu verso estavam grafadas três letras: HMK, as iniciais de Hilde. No
outro dia, Domingo, Sofia viu Hermes no jardim de sua casa e foi até ele que a conduziu
para um casarão onde encontrou um cartão destinado a Hilde com a data antecipada. Lá,
encontrou também Alberto. Então ele lhe deu explicações sobre o Renascimento.
Entende-se por Renascimento um período de apogeu cultural que fez nascer de novo a arte
e a cultura da Antigüidade. Neste período, o homem voltou a ocupar o centro de todas as
coisas (antropocentrismo) ao contrário do que ocorria na Idade Média (teocentrismo). Por
isso fala-se do humanismo do renascimento. A Igreja aos poucos foi perdendo seu poder e
monopólio no que se refere à transmissão do conhecimento. A moda naquela época era
tornar o ser humano algo grandioso e valioso. O humanismo do renascimento foi muito
marcado pelo individualismo. A nova visão do homem centrava-se no interesse pela
anatomia e nas representações dos nus humanos. O homem, a partir desta concepção, não
existia apenas para servir a Deus, mas a ele próprio. Vale ressaltar que no Renascimento
desenvolveu-se um novo método científico – o princípio vigente era o da investigação da
natureza mediante a observação e a experimentação – método empírico.
FONTE: Jostein Gaarder. O Mundo de Sofia, cia das letras. São Paulo.1997
Wikipedia. Enciclopédia livre
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