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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC HUGO PAES BEZERRA RAFAELLA SURUAGY LIMA MARINHO ALTERAÇÕES ANATÔMICAS PRIMÁRIAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS: revisão de literatura MACEIÓ-ALAGOAS 2018/1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

HUGO PAES BEZERRA RAFAELLA SURUAGY LIMA MARINHO

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS PRIMÁRIAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS: revisão

de literatura

MACEIÓ-ALAGOAS

2018/1

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HUGO PAES BEZERRA RAFAELLA SURUAGY LIMA MARINHO

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS PRIMÁRIAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS: revisão

de literatura

Trabalho de conclusão de curso apresentado como

requisito final para conclusão do Curso de Medicina

Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a

orientação do professora Dra. Maria Evódia de Sousa.

MACEIO-ALAGOAS

2018/1

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HUGO PAES BEZERRA RAFAELLA SURUAGY LIMA MARINHO

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS PRIMÁRIAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS: revisão

de literatura

Trabalho de conclusão de curso apresentado como

requisito final para conclusão do curso de Medicina

Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a

orientação do professora Dra. Maria Evódia de Sousa.

APROVADO EM: 30/05/18

Prof. Dra. Maria Evódia de Sousa

BANCA EXAMINADORA

Profa. Maria Luzenita Wagner Mallmann

Prof. Dr. Edson de Figueiredo Galdencio Barbosa

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ALTERAÇÕES ANATÔMICAS PRIMÁRIAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS: revisão de literatura

ANATOMICAL CHANGES IN THE RESPIRATORY TRACT IN BRACHYPHALIC DOGS: literature review

Hugo Paes Bezerra Graduando do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac

[email protected] Rafaella Suruagy Lima Marinho

Graduanda do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac [email protected]

Maria Evódia de Sousa Dra. em Ciência Veterinária e Profa. do curso de Medicina Veterinária

[email protected]

RESUMO A maioria dos cães braquicefálicos sofre com afecções respiratórias devido a sua conformação anatômica alterada, principalmente as modificações relacionadas ao crânio. Essas alterações obstruem as vias aéreas e causam a síndrome respiratória obstrutiva dos braquicéfalos. Tal síndrome se caracteriza por uma falta de ar crônica e subsequentes dificuldades no exercício, propensão para o sobreaquecimento, ruído respiratório aumentado e anormal, baixos níveis de oxigénio no sangue e, consequentemente, colapso. Essas afecções são desencadeadas principalmente pela exposição do animal a situação de estresse, calor excessivo e abundância de esforço físico. O diagnóstico fundamenta-se nos sinais clínicos, grupo racial, exame físico e radiográfico das vias aéreas. Objetivou-se com este trabalho fazer uma revisão atualizada sobre as alterações anatômicas primárias das vias aéreas em cães braquicefálicos. A metodologia baseou-se na obtenção de dados no acervo da biblioteca setorial do Centro Universitário Cesmac em Marechal Deodoro e na biblioteca da Universidade Federal, além de artigos, periódicos nacionais e dissertações via internet. Evidencia-se a relevância do saber anatômico e das anormalidades, para obter um aparato clínico e cirúrgico correto, diante da abundância e crescimento dessas patologias respiratórias em braquicefálicos tão presente no cotidiano de atendimentos.

PALAVRAS-CHAVE: Braquicefálico. Anatomia. Síndrome. Respiratório. Cão.

ABSTRACT Most brachycephalic dogs suffer from respiratory affections due to their altered anatomical conformation, especially skull-related modifications. These changes obstruct the airways and cause the brachycephalic obstructive respiratory syndrome. Such a syndrome is characterized by a chronic lack of air and subsequent difficulties in the exercise, prone to the overheating, increased and abnormal breathing noise, low levels of oxygen in the blood and, consequently, collapse. These conditions are triggered mainly by the animal's exposure to stress, excessive heat and plenty of physical exertion. The diagnosis is based on clinical signs, racial group, physical and radiographic examination of the airways. The objective of this work was to make an updated review of the primary anatomical alterations of the airways in brachycephalic dogs. The methodology was based on the acquisition of data in the collection of the sectoral library of the Centro Universitário Cesmac in Marechal Deodoro and in the library of the Federal University, in addition to articles, national periodicals and dissertations via the internet. The relevance of anatomical knowledge and abnormalities is evidenced in order to obtain a correct clinical and surgical apparatus, in view of the abundance and growth of these respiratory pathologies in brachycephalic patients, so present in the daily care.

KEYWORDS: Brachiocephalic. Anatomy. Syndrome. Respiratory. Dog.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 METODOLOGIA ...................................................................................................... 5 3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 6 3.1 Sistema respiratório ............................................................................................ 6 3.2 Alterações anatômicas do sistema respiratório em cães braquicefálicos..... 7 3.2.1 Estenose de narinas ........................................................................................... 8 3.2.2 Palato mole prolongado...................................................................................... 9 3.2.3 Hipoplasia de traqueia ...................................................................................... 10 3.3 Síndrome respiratória braquiocefálica ............................................................ 11 3.4 Tratamento da síndrome respiratória braquicefálica ..................................... 11 3.4.1 Tratamento clínico ............................................................................................ 12 3.4.2 Tratamento cirúrgico......................................................................................... 12 3.4.2.1 Rinoplastia ..................................................................................................... 12 3.4.2.2 Estafilectomia ................................................................................................ 13 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 15 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16

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1 INTRODUÇÃO

O cão doméstico é considerado a espécie de maior variação morfológica entre os

mamíferos (FLYNN; GALIANO, 1982). Em relação ao crânio, o cão apresenta três

tipos de conformações: mesaticefálico, braquicefálico e dolicocefálico com diferenças

na forma, tamanho e estrutura, os quais possuem comprimento intermediário, curto e

longo, respectivamente (STOCKARD, 1941).

Os caninos de raças braquicefálicas, por sua vez, estão em ascensão no Brasil.

Raças como pug, buldogue francês e buldogue inglês tiveram um grande crescimento

no número de registros junto a Confederação Brasileira de Cinofilia-CBKC. Destaca-

se a raça Buldogue Francês que, em 2007, foram registrados 1559 exemplares,

ocupando a 13º posição das raças mais registradas no país (CBKC, 2007), e em 2016,

22524 exemplares, o que fez assumir a liderança do ranking de registros (CBKC,

2016).

Os cães pertencentes a essa classe são caracterizados por múltiplas

anormalidades anatômicas, destacando-se a forma craniana anormal, com

pronunciada desarmonia estrutural. Devido a essa desarmonia, ocorrem alterações

anatômicas e fisiológicas, como alterações oftálmicas, dermatológicas, vertebrais,

disfunções gastrointestinais, cardiovasculares e, principalmente, no aparelho

respiratório superior, resultando na diminuição do fluxo de ar inalado, caracterizando

a síndrome braquicefálica (NELSON; COUTO, 2001).

A observação do aumento da incidência dessas alterações anatômicas na rotina

clínica e cirúrgica, com o crescimento da criação de raças braquicefálicas, mostra a

importância do conhecimento dessa anormalidade para a correta intervenção clínica

e cirúrgica. Objetivou-se com este trabalho fazer uma revisão atualizada sobre as

alterações anatômicas primárias das vias respiratórias em cães braquicefálicos.

2 METODOLOGIA

O embasamento teórico para construção desta revisão literária foi obtido por meio

de pesquisas realizadas no acervo da biblioteca setorial do Centro Universitário

Cesmac, campus em Marechal Deodoro. Foram também incluídos artigos indexados

em periódicos nacionais e dissertação, obtidos por meio de pesquisa via internet, em

portais como Science direct, Google acadêmico e Scielo, sendo utilizados os

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seguintes descritores: Cães, Braquicefálico e Anatomia, sem delimitação do tempo de

publicação.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Sistema respiratório

O sistema respiratório tem como função realizar as trocas gasosas entre o

organismo dos animais e o meio ambiente, que irá liberar o dióxido de carbono e

manter o oxigênio essencial para o metabolismo celular (CUNNINGHAM; KLEIN,

2013). As vias aéreas são as responsáveis pela condução desse ar para as unidades

fisiológicas de trocas gasosas (REECE, 2006).

O aparelho respiratório compõe-se de uma parte condutora, que compreende

o nariz, a cavidade nasal, parte da faringe, a laringe, a traqueia, os pulmões, os

brônquios e os bronquíolos (KONIG, 2004).

A entrada do fluxo de ar se inicia pelo nariz, que está incorporado nos ossos da

face, fundindo-se com os contornos gerais do focinho. O ar entra no trato respiratório

através das narinas, que são duas aberturas no nariz. Logo após, o ar flui pelas

cavidades nasais, revestidas por mucosa e divididas pelo septo nasal, nas quais o ar

é aquecido, filtrado e umidificado (DYCE, 2010).

Em sequência o ar passa pela faringe, órgão que tem a dupla função de

encaminhar o alimento para o tubo digestório e o ar para o respiratório. Segue pela

laringe, órgão tubular que liga a parte caudal da faringe com a traqueia, direcionando

o ar para essa última (DYCE, 2010).

A traqueia, por sua vez, é um tubo flexível e cartilaginoso, que se estende da

laringe, através da cavidade mediastinal cranial até o mediastino médio, dividindo-a

em parte cervical e torácica. Ela faz a condução do ar entre a laringe e os bronquíolos

nos pulmões. Esse órgão termina por bifurcar-se em dois brônquios, sendo um direito

e um esquerdo, que penetram nos pulmões ramificando-se (GETTY, 1986).

Os pulmões são os órgãos responsáveis pela oxigenação do sangue, e dele

removidos os produtos gasosos do metabolismo tecidual, como o dióxido de carbono.

São órgãos elásticos, porém, contém quantidade considerável de ar. Eles se localizam

na cavidade torácica e estão invaginados em um saco pleural, livre para se

movimentar e inserido só pela sua raiz e ligamento pulmonar (GETTY, 1986). Nos

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pulmões encontram-se os bronquíolos, ramificações dos brônquios, que adentram

nesse órgão (KONIG, 2004).

Ao chegar aos pulmões, tem-se outra parte do aparelho respiratório, que se

chama porção respiratória. Nela encontramos os bronquíolos respiratórios, os ductos

alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos pulmonares, estruturas estas

responsáveis pelas trocas gasosas entre o ar e o sangue (KONIG, 2004).

Figura 1- Sistema respiratório de cão. 1-Coana, 2- Faringe, 3- Laringe, 4- Traqueia, 5-Pulmão, 6-Coração, 7-Diafragma, 8- Esófago, 9- Terminação da Traqueia (a). Fonte: Heritance.

3.2 Alterações anatômicas do sistema respiratório em cães braquicefálicos

Os cães de raça são selecionados para atingir características estéticas ditadas

por padrões raciais, porém, os distúrbios relacionados com a sua conformação são

diversificados (SUMMERS et al., 2010). Ressaltam-se as consequências genéticas de

consanguinidade e do apuramento da característica desejada, que afeta a saúde, o

temperamento, o bem-estar e a funcionalidade. Isso é resultado de características

anatômicas exageradas que causam prejuízo diretamente a redução da qualidade de

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vida e o aumento da prevalência de determinadas doenças hereditárias (MCGREEVY,

1999).

A criação seletiva de cães de raça acarretou na ascensão dos braquicefálicos, o

que causou a redução da estrutura óssea de um órgão para menos de um terço do

seu tamanho normal, o que gera consequências importantes na fisiopatologia animal

(SUMMERS et al., 2010).

Nas raças braquicefálicas as alterações anatômicas estão presentes

principalmente, no crânio. Essas raças possuem um crânio curto, sendo maior na

largura quando comparado ao comprimento (HOFMANN-APOLLO, 2009). As

alterações do crânio não só diminuíram as dimensões das cavidades nasais, como

também provoca um decréscimo patológico da cavidade oral (HARVEY, 1982a).

As alterações anatômicas do crânio dos cães braquicefálicos se iniciam no

desenvolvimento pós-natal, quando ocorre a condrodisplasia do seu eixo longitudinal

(eixo occipito-frontal), sem alteração no desenvolvimento de tecidos moles. Segue-se,

então, o desenvolvimento de anormalidades primárias envolvendo o sistema

respiratório superior, unicamente ou combinadas, como a estenose de narinas, palato

mole alongado e hipoplasia traqueal (MEOLA, 2013).

3.2.1 Estenose de narinas

Nas narinas dos braquicéfalos, em sua maioria, as cartilagens nasais

dorsolaterais das asas laterais das narinas são muito proeminentes e encontram-se

adjacentes ao septo nasal. Por esse motivo, não existe uma abertura nasal ampla e

as suas dimensões parecem limitar a mobilidade, dificultando assim a sua abdução, o

que leva à obstrução tanto na entrada como na saída do ar. Já em cães saudáveis, a

asa nasal é bastante móvel e permite, durante a inspiração, que esta estrutura seja

retraída favorecendo o fluxo de ar pelo nariz (NICKEL et al., 1995).

A insuficiência respiratória causada pelas narinas estenóticas gera pressão

negativa pelo aumento da força na inspiração, contrário à resistência (KOCH et al.,

2003). Com essa pressão negativa os tecidos moles são evertidos para dentro do

lúmen e tornam-se hiperplásicos (KEATS, 2012a).

O diagnóstico dessa alteração anatômica pode ser feito de acordo com os

sinais clínicos do paciente, com base nas raças acometidas e principalmente na

observação da aparência das narinas externas por meio do exame físico (DAVIDSON

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et al., 2004; FOSSUM; DUPREY, 2005). Uma particularidade típica e facilmente

observável das narinas estenóticas é o estreitamento do orifício nasal que fica

reduzido a uma pequena fenda, visível do exterior (OECHTERING, 2010).

Figura 1- Bulldogue francês com estenose nasal (a); Rottweiler com narinas normais (b). Fonte: Fitzpatrick Referrals e Wikipedia.

3.2.2 Palato mole prolongado

O palato mole é restrito por uma mucosa respiratória na superfície dorsal e na

superfície ventral por uma mucosa oral. A região ventral é feita de glândulas salivares,

aglomeradas. O músculo palatino está disposto no sentido longitudinal, que é

responsável pelo encurtamento do palato (DYCE et al., 2004).

A transição entre o palato duro e o palato mole localiza-se caudal ao último

molar em raças não braquicéfalas e é ainda mais caudal em braquicéfalos. A ponta

do palato mole estende-se até a ponta da epiglote, no entanto, em braquicéfalos o

palato mole pode estender-se para além deste ponto (KOCH et al., 2003).

Em cães braquicefálicos, o palato mole pode ser prolongado, o que faz com

que o tecido se estenda além da borda da epiglote e provoque a obstrução da rima

glótica, prejudicando a respiração e por conta da vibração do tecido pela passagem

do ar, geraria um edema na faringe (VADILLO, 2007).

Este prolongamento pode ser constatado em animais jovens, contudo, é

avaliado como um problema pouco diagnosticado na prática (HENDRICKS et al.,

1987). O prolongamento do palato mole é encontrado em 62% dos cães braquicéfalos

e, esta observação, contribui quer para o aumento da resistência à passagem do ar,

quer para o aumento do ruído inspiratório (FASANELLA et al., 2010).

a) b)

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O diagnóstico da doença é baseado em sinais clínicos apresentados pelo

paciente, pela predisposição da raça e histórico clínico de obstrução das vias aéreas

(OROZCO; GÓMEZ, 2003). Os principais exames feitos para melhor diagnosticar,

como a endoscopia ou laringoscopia, mostrarão o prolongamento do palato mole,

eversão dos sáculos laríngeos, hipoplasia de traqueia, prolapso de laringe e traqueia

(OECHTERING, 2010).

Figura 2- Palato mole alongado em cão. Fonte: Fitzpatrick Referrals.

3.2.3 Hipoplasia de traqueia

A hipoplasia de traqueia é determinada por um intenso estreitamento do

diâmetro da traqueia, onde os anéis cartilagíneos são pequenos e rígidos. Com isso,

há um aumento do esforço respiratório, durante a passagem de ar na respiração

(COYNE; FINGLAND, 1992).

Essa afecção é de origem genética e normalmente é diagnosticada em animais

braquicefálicos jovens, a qual faz parte da Síndrome Respiratória do Braquicéfalico

(HARVEY; FINK, 1982). Os cães mais afetados são os das raças bulldog e boston

terrier e do sexo masculino (COYNE; FINGLAND, 1992).

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O diagnóstico é realizado por meio de um raio-X latero-lateral, no tórax, a

distância entre a superfície ventral da primeira vertebra torácica (T1) e a superfície

dorsal do manúbrio no seu ponto mais estreito (KNELLER, 2002).

Não há tratamento cirúrgico para essa afecção. É importante que haja uma melhoria

nos sinais clínicos. Evitar excesso de peso, aumento de exercícios, manter o ambiente

fresco contribuem para abrandamento dos sinais clínicos (RIECKS et al., 2007).

3.3 Síndrome respiratória braquiocefálica

A síndrome respiratória braquicefálica é caracterizada por uma desordem

obstrutiva do trato respiratório superior que acomete animais de focinho curto (LIU et

al., 2015). As raças caninas consideradas braquicéfalas incluem-se o bulldog inglês,

bulldogue francês, o pug, o boston terrier, o pequinês, o shihtzu e o boxer (MEOLA,

2013). Os cães se tornaram braquiocefálicos em consequência da criação seletiva

intensiva. Com isso, o tamanho do focinho tem sido reduzido de tal forma que

prejudicou gravemente o seu funcionamento (OECHTERING, 2010).

Esses animais apresentam alterações anato-patológicas primárias, como a

estenose das narinas, o palato mole alongado e a hipoplasia traqueal, que durante a

inspiração obstruem o fluxo de ar e aumentam a resistência respiratória, podendo

levar a alterações secundárias, como inflamação local com edema, eversão dos

sáculos laríngeos e colapso de laringe e/ou de traqueia (WETZEL; MOSES, 2010).

Essas anormalidades exigem um esforço exagerado para inspirar, causando

uma sintomatologia característica como: respiração ruidosa, dispneia, intolerância ao

exercício, intolerância ao calor, ronco noturno, desmaios, tosse e sinais

gastrointestinais como vômitos, regurgitações e sialorréia (MEOLA, 2013). A síndrome

pode ser apresentada em diferentes graus de acometimento, com sinais clínicos que

variam de acordo com as alterações anatômicas presentes (DOCAL; CAMACHO,

2008).

3.4 Tratamento da síndrome respiratória braquicefálica

3.4.1 Tratamento clínico

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O tratamento clínico da síndrome braquicefálica é considerado paliativo,

utilizado apenas para retirar o animal do quadro crítico de crise respiratória. O

tratamento clínico é realizado com o intuito de minimizar a agressão das vias aéreas

superiores e diminuir a inflamação e edema, causados pelo esforço respiratório. É

recomendado o uso de oxigenioterapia, ambiente fresco, uso de anti-inflamatórios,

controle de peso (SENN, 2011).

A terapia clínica a ser utilizada deve diminuir os fatores que alteram os

parâmetros fisiológicos como exercícios, excitação e superaquecimento, além de

aumentar a passagem de ar através das vias aéreas superiores. A terapia emergencial

pode ser necessária para aliviar a obstrução, mas isso não elimina o problema.

Portanto, a correção cirúrgica dos defeitos anatômicos é o tratamento de escolha

(FOSSUM; DUPREY, 2005; CAMACHO, 2006; DOCAL; CAMACHO, 2008).

3.4.2 Tratamento cirúrgico

Para pacientes com esta síndrome, o tratamento é feito cirurgicamente, tendo

como finalidade desobstruir as vias aéreas superiores, por meio da correção cirúrgica

das anormalidades anatômicas existentes (RIECKS et al., 2007). Animais jovens, com

menos de 2 anos, possuem a idade ideal para a realização da cirurgia pois, haverá

maior as chances de sucesso a serem alcançadas (OROZCO; GÓMEZ, 2003).

O tratamento cirúrgico de eleição deve ser iniciado cranialmente. Logo, a

estenose das narinas é o primeiro procedimento a ser realizado. A correção cirúrgica

dos sinais clínicos primários deverá prevenir mudanças secundárias, como protrusão

do tecido mole da nasofaringe ou colapso da laringe e traqueia (DANIEL et al., 2003).

3.4.2.1 Rinoplastia

Várias técnicas cirúrgicas estão descritas para a correção da estenose das

narinas. Todas pretendem aumentar o tamanho da narina, removendo uma cunha

vertical da asa da narina e da dobra alar (MONNET, 2003) ou uma cunha de tecido e

pele da porção caudolateral do nariz (ARON; CROWE, 1985).

A depender do grau das alterações, o tratamento cirúrgico será feito com o

alargamento das narinas externas por resecção, seja vertical, horizontal ou lateral

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destas estruturas, tanto com bisturi ou laser (MONNET, 1993; FOSSUM; DUPREY,

2005). A região das narinas é bastante vascularizada, tornando a cirurgia cruenta

(MONNET, 1993; NELSON; COUTO, 2001). A correção das narinas estenosadas

pode evitar o surgimento de novas alterações respiratórias e promover um declívio da

sintomatologia clínica (NELSON; COUTO, 2001).

Figura 3- Estenose nasal (a), pós cirúrgico de rinoplastia em cão (b). Fonte: Fitzpatrick Referrals.

3.4.2.2 Estafilectomia

O objetivo da estafilectomia é encurtar o palato mole, geralmente ao nível do

bordo caudal da cripta tonsilar. Para esse efeito já foram descritas várias técnicas,

entre elas: a dissecção com o bisturi, com ou sem pinças hemostáticas (MONNET,

2003); a utilização do electrocautério (HARVEY, 1982b); e o uso do laser CO2

(CLARK; SINIBALDI, 1994).

Independentemente da técnica escolhida, é importante minimizar o trauma dos

tecidos, que pode resultar em hemorragia, tumefação da faringe e obstrução da

passagem do ar. A remoção de excesso de palato aumenta o risco de refluxo

nasofaríngeo de comida durante as refeições e a remoção de menos palato que o

aconselhado, pode ter um resultado pouco vantajoso (BRIGHT; WHEATON, 1983).

As complicações associadas à ressecção convencional do palato mole são

comuns e vão desde tosse e engasgos durante alguns dias após a cirurgia,

regurgitação de saliva ensanguentada, a edema tão grave que pode causar obstrução

das vias aéreas superiores, necessitando de traqueostomia emergencial. Por este

motivo, no período pré-operatório é comum a administração de corticosteroides

(HOLT, 1998).

a) b)

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Figura 4- Palato mole prolongado em cão (a), pós cirúrgico de stafilectomia (b). Fonte: Fitzpatrick Referrals.

a) b)

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As raças braquicefálicas foram mal selecionadas para obter algumas

características estéticas especificas que causaram deformidades, prejudicando a

saúde e bem-estar do animal.

As alterações primárias da síndrome respiratória que acomete os cães

braquicefálicos exigem do médico veterinário prévio conhecimento a respeito de suas

etiologias, aspectos clínicos, métodos diagnósticos e principais protocolos de

atendimento a serem empregados.

Em geral, o prognóstico é favorável, desde que o diagnóstico seja estabelecido

precocemente e o tratamento cirúrgico seja instituído de forma adequada, evitando

assim possíveis complicações, as quais podem levar o paciente a morte.

Mostra-se a importância do conhecimento anatômico e dessas anormalidades

para uma intervenção precisa e que garanta um melhor prognóstico, tendo em vista

que essas alterações primárias ocorrem de forma recorrente e crescente na rotina

clínica.

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REFERÊNCIAS

ARON, D. N.; CROWE, D. T. Upper airway obstruction: General principles and selected conditions in the dog and cat. Veterinary Clinics of North America Small Animal Practice, Washington, v. 15, n. 5, p. 891-917, 1985.

BRIGHT, R. M.; WHEATON, L. G. A modified surgical technique for elongated soft palate in dogs. Journal of the American Animal Hospital Associaton, Bucharest, v. 9, n. 1, p. 288-292, 1983.

CAMACHO, A. P. Síndrome das vias aéreas braquicefálicas. In: 6º CONGRESSO PAULISTA DE CLÍNICOS VETERINÁRIOS DE PEQUENOS ANIMAIS, 20 a 22 de setembro, 2006, São Paulo, SP, Anais... São Paulo, 2006.

CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia). Registro genealógicos por raça. Relatório anual e atividades cinófilas (report). Rio de Janeiro, p. 08-09, 2007.

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