alentejo searavocabular 12 comeres
TRANSCRIPT
ALENTEJO – uma SEARA VOCABULAR – 12
“COMERES do ALENTEJO” de várias obras e autores, a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves
e ‘ALENTEJANANDO – ESTÓRIAS E SABORES’
de Joaquim Pulga
12 COMERES
Ver tb. em: http://www.joraga.net/cantodofalare/index.htm
José Rabaça Gaspar – 2013 03
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
2 Aníbal Falcato Alves – notas –
ANÍBAL FALCATO ALVES (1921-1994). Fotografia do cineasta Manuel Costa e Silva (1938-1999).
http://dotempodaoutrasenhora.blogspot.pt/2013/01/anibal-falcato-alves.html "Os Comeres dos Ganhões" e "Cozinha dos Ganhões"…
«O empenhado labor de Aníbal Falcato Alves na divulgação dos saberes e sabores da gastronomia alentejana teve expressão editorial na
"Cozinha dos Ganhões" e em "Os Comeres dos Ganhões", que obtiveram
o renovado favor do público. Nesta presente edição, uma iniciativa conjunta da Campo das Letras e da Câmara Municipal de Estremoz,
procurou-se conjugar matéria de um e outro livro, mantendo, lado a lado, os dados de natureza social e a confecção de receitas culinárias,
num volume que, condensando o essencial das matérias já publicadas,
tivesse uma dimensão mais apelativa ao seu manuseamento. (…) A palavra "ganhão" deriva do árabe "al-gannam" e chegou até nós através do castelhano "gañan" com o
significado de pastor…» - António Simões (do Prefácio) Ver tb. http://estounasesta.blogs.sapo.pt/tag/cozinha+dos+ganh%C3%B5es
Prosseguindo na divulgação do livro "COZINHA DOS GANHÕES" - Doze Receitas da Cozinha Alentejana, …
Antes, porém, leiam o testemunho de Ana Isabel Nabais de 47 anos, 3ªclasse, casada, trabalhadora rural, de Montes Juntos, Alandroal.
Contava ela: - "Quando comecei a ser ajudante dos ganadeiros, comia sopa de cebola. Chamava-lhe a
gente, sopa de apitos. Aquilo era só água, sal e sopas de pão. A sopa de cebola era feita com uma pinga de azeite, uma folha de louro e depois deitavam-lhe um cântaro de água para dentro e pronto. Não levava
mais nada a não sero pão migado dentro de grandes alguidares. Deitavam-lhe o caldo por cima e era aquilo que a gente comia.
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
3
GLOSSÁRIO -
TERMO origem provável
CITAÇÃO / INFORMAÇÃO / Significado OBRA PÁG.
Termo
expressão
origem citação / informação
significado
obra pag
A de comer Contratado com a comida fornecida pelo patrão AFAlves
Abegão Aquele que, nas casas de lavoura, manda nos
trabalhadores; o que distribui o trabalho; o que constrói e repara os carros; carpinteiro de obra
grossa; o que inspecciona os ganhões e os gados
AFAlves
Acabamento Dia em que se acabam os trabalhos no campo,
principalmente a apanha da azeitona. Nesse dia, alguns patrões ofereciam vinho e um ensopado
de borrego. Os trabalhadores desfilavam
cantando pelas ruas da cidade, precedidos de um pendão todo bordado e decorado com fitas de
seda, espelhinhos e estampas
AFAlves
Acefa Corruptela de ceifa AFAlves
Água
encaramelada
Água congelada AFAlves
Água ruça Água proveniente da decantação do azeite, que AFAlves
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
4 os lagares lançam nos esgotos.
Amentolia Corruptela de almotolia. AFAlves
Arrojões Peça feita de dois toros de madeira, bastante pesados, para ser arrastada por bois, mulas ou
tractores para alisar a terra
AFAlves
Asada Vasilha com duas asas. Umas vezes feitas de
chapa, outras feitas de barro. As de chapa para transporte de comida. As de barro para guardar
diversos produtos: queijos, mel, azeite, enchidos,
etc.
AFAlves
Atabefe Soro que escorre dos cinchos quando se fazem os queijos. Emprega-se para alimentar porcos.
Depois de fervido, faz o requeijão
AFAlves
Aterrar fornos Cobrir com terra a lenha preparada para os
fornos de carvão. AFAlves
Azeitonas
sapateiras
Azeitonas velhas, temperadas no ano anterior. Ficam moles e com mau sabor. O cheiro da água,
com as azeitonas já fermentadas, assemelha-se
ao da água onde os sapateiros têm a sola de molho.
AFAlves
Bácoro O porco AFAlves
Badana Ovelha velha. Carne dura. AFAlves
Balseiro Que se cria nas balsas. Coisa de má qualidade.
Marmelos balseiros. Os que se criam nas balsas que servem de divisão às propriedades.
AFAlves
Banhos Alguidares de barro, nos quais se comem as
sopas. Há desde o banho individual até ao de AFAlves
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
5
tamanho para seis ou sete pessoas.
Barranhão o mesmo que banho. AFAlves
Boa vida Andar de boa vida: andar sem nada para fazer. Estar desempregado.
AFAlves
Boletas Corruptela de bolotas. AFAlves
Cães Dívidas. AFAlves
Cangalhas Armação de madeira que se coloca sobre o lombo
dos animais para transporte de cargas. AFAlves
Capacho Corruptela de gaspacho? AFAlves
Carne cheia Enchidos. AFAlves
Carne do
açougue
Carne do talho. Carnes frescas. AFAlves
Carne do
alguidar
Carne que está dentro dos alguidares, já cortada
e temperada para fazer os enchidos. AFAlves
Carne
esfoladia
Carne do talho. Carne de animais que se esfolam. AFAlves
Cavalitas Às cavalitas, aos ombros. AFAlves
Chouriço
mouro
Chouriço com sangue. Com a mesma carne das morcelas, mas enchidos em tripas mais grossas.
AFAlves
Conduto O que se come com pão ou como acompanhamento: queijo, azeitonas, carnes,
toucinho, manteiga, etc.
AFAlves
Convite Presente, oferta. “A minha mãe manda fazer
muitas visitas e entregar este convite.” AFAlves
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
6 Cozinha da ganharia
Cozinha onde se fazem as refeições para os trabalhadores. Cozinha onde os trabalhadores
comem.
AFAlves
Desmanchação O acto de desmanchar o porco. AFAlves
Encimar Chegar ao fim dum trabalho. Ao fim dum
contrato. Acabar. AFAlves
Enraiar Meter os raios nas rodas dos carros. AFAlves
Enregar Começar um trabalho. Iniciar. AFAlves
Famelgas Corruptela de melgas. Mosquitos. AFAlves
Família Gente, pessoal. Há aqui muita família. Há aqui muita gente.
AFAlves
Faneco Pão pequeno, redondo, em forma de hemisfério
que era fabricado nas casas de lavoura para os
trabalhadores da casa.
AFAlves
Frisnada As primeiras carnes que se fritam no dia da matança do porco. Petisco para obsequiar as
pessoas que ajudaram na matança
AFAlves
Ganadeiro O responsável pelos da herdade. AFAlves
Ganhão O que trabalha com as juntas de bois. Aquele que
executa qualquer trabalho. AFAlves
Garganta do
arado
Vara onde os animais são engatados. AFAlves
gaspacho Vinagrada… espécie de salada com vários
legumes e… enchidos, mais ou menos ricos… AFAlves
Grade Peça de madeira provida de bicos de ferro que, arrastada por animais, vai destorroar os
AFAlves
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
7
alqueives.
Gral Almofariz de madeira. AFAlves
Lavada O gaspacho do trabalhador rural… pobre… AFAlves
Lume de chão Lume na lareira. AFAlves
Maça Centro das rodas dos carros, onde se inserem os
raios. AFAlves
Manajeiro Aquele que vigia e dirige os trabalhos nos
campos. Capataz. AFAlves
Manchinha Ou machinha. Corruptela de "mão cheinha". AFAlves
Manteeiro Aquele que vai entregar a comida aos
trabalhadores que trabalham longe do monte. AFAlves
Maquilão O homem que distribui a farinha feita nas azenhas que trabalham à maquia (à
percentagem).
AFAlves
Marrocate O mesmo que faneco. AFAlves
Menreis Corrupptela de milreis. AFAlves
Mestres Os que ocupam os postos de trabalho mais destacados ou especializados.
AFAlves
Migos Carne migada e temperada para os enchidos. O
mesmo que carne do alguidar. AFAlves
Moiral O responsável por gados. Moiral dos porcos;
moiral das ovelhas; moiral das parelhas, etc. AFAlves
Monte Casa de assento da lavoura. Casa no campo.
Residência no campo. AFAlves
Moural O mesmo que moiral. AFAlves
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
8 Não dar nariz Mostrar maus modos. Não olhar de frente. AFAlves
Pão A seara; os molhos que vão para a eira; o trigo. AFAlves
Pão seco Pão sem qualquer conduto. AFAlves
Pensão Um emprego. Um trabalho. AFAlves
Pingo Gordura resultante de fritura. AFAlves
Piorno Arbusto selvagem de sabor muito amargo. AFAlves
Porteiro Pregoeiro. AFAlves
Rabisco A azeitona que, depois da apanha, fica
abandonada nos olivais. Restos que ao
proprietário já não interessam.
AFAlves
Rodados As rodas dos carros. AFAlves
Solada Chão coberto de azeitonas debaixo das oliveiras. AFAlves
Soldada Soldo, salário. AFAlves
Sopa bacorinha
O mesmo que sopa de bácoro ou sopa bacoreira. Sopa feita com todos os temperos da sopa de
cação. Só que não tem cação. Assim chamada porque a cor branca que apresenta, faz lembrar a
comida dada aos porcos.
AFAlves
Surrasca O que vai distribuir a comida aos trabalhadores. AFAlves
Tigela de fogo Tigela de barro, geralmente vidrada por dentro,
que, sobre uma trempe, vai ao lume para
cozinhar.
AFAlves
Trato A comida. “A fazer-lhe este trato: a dar-lhe esta comida.”
AFAlves
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
9
Visitas Cumprimentos: “A minha mãe manda fazer muitas visitas e oferecer este convite.” Fazer
cumprimentos e oferecer este presente.
AFAlves
RECEITAS nesta obra:
Açorda AFAlves 23
Cachola AFAlves 27
Cozido
Alentejano
AFAlves 31
Cozido de grão
com cardinhos
AFAlves 34
Cozido de feijão AFAlves 35
Cozido de couve AFAlves 36
Cozido de
repolho
AFAlves 37
Ensopado AFAlves 41
Gaspacho AFAlves 45
Base ou
gaspacho pobre
AFAlves 49
Alternativos
para o gaspacho
AFAlves 49
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
10 rico
Migas de
batata
AFAlves 51
Migas de batata
com tomate
AFAlves 54
Migas com
carne de porco
AFAlves 57
Migas com
sardinhas
AFAlves 59
Migas gatas AFAlves 60
Migas Variantes AFAlves 62
Miolos AFAlves 65
Miolos de espargos
AFAlves 68
Miolos de tomate
AFAlves 69
Molhaca AFAlves 71
Sopa de batata AFAlves 77
sopa de batata
de carne
Variantes para a
AFAlves 79
Sopa de feijão AFAlves 81
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
11
com batatas
Sopas de
feijão - Outras
AFAlves 85
Sopa de cação AFAlves 89
Sopa de
espargos
AFAlves 93
Sopa de
ervilhas
AFAlves 95
Sopa de
beldroegas
AFAlves 99
Sopa de
cebola
AFAlves 103
Sopa de rama
verde de
cebola
AFAlves 105
Sopa de favas AFAlves 111
Sopa da
panela
AFAlves 115
Sopa da panela,
pobre
AFAlves 117
Sopa de pés
de porco
AFAlves 119
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
12 Petiscos da minha aldeia Salada de
bacalhau assado
AFAlves 125
Bife à cabreiro AFAlves 126
Bife pobre à cabreiro
AFAlves 126
Tiborna AFAlves 126
Tiborna à
Lagareiro
AFAlves 127
Bacalhau assado
com laranja
AFAlves 127
Sardinhas
assadas no forno
AFAlves 128
‘OS COMERES DOS GANHÕES - memórias de outros sabores’, A F Alves, Campo das Letras, Porto,1994.
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
13
Joaquim Pulga - notas http://www.minhaterra.pt/IMG/pdf/jornalpl46.pdf
Terras de Pão «Condutava-se o pão conforme as posses. Ao pobre alegrava-o a azeitona e a falca de toucinho da salgadeira, a outros sorriam a linguiça e o paio e o queijo de ovelha ou de cabra.» Joaquim Pulga, In “Alentejanando – Estórias e Sabores
A nossa região, marcada fortemente por tradições seculares, conta com uma presença fun-damental no seu desenho agrícola, na sua mesa e nos seus rituais sociais: o pão. Começa por ser trigo passando depois pela moagem, amassadura e cozedura, em fornos de padeiro ou comu-nitários, para finalmente ser o pão nosso de cada dia, na mesa do mais pobre ao mais rico. «Os romanos deixaram no Alentejo um forte testemunho de uma cultura marcadamente influ-enciada pelo pão. O seu cozimento começou por ser feito em cinzas, depois em brasas, cam-pânulas e finalmente no forno.» (Alfredo Saramago in “Para uma história da alimentação no Alentejo”). De manhã à noite o pão está presente a todas as horas do dia. Acompanha com café o ama-nhecer, vai na mochila da escola para comer ao recreio, serve para a bucha a meio da manhã, é
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
14 imprescindível na mesa do almoço, mata-o-bicho no balcão da taberna, cai bem no jantar e aconchega a ceia com umas sopinhas de leite. O pão marca pois uma presença importante nos hábitos alimentares alentejanos, não sendo apenas um simples acompanhamento da refeição, como acontece em outras regiões, mas cons-tituindo um ingrediente fundamental na maior parte dos pratos, nomeadamente das açordas, migas, ensopados, gaspachos, sopas de tomate e mesmo de alguns doces como o manjar, as fa-tias douradas e o pudim de pão. Em tempos que já lá vão, para alguns estratos sociais menos favorecidos um simples naco de pão acompanhado de azeitonas, toucinho ou linguiça era muitas vezes a própria refeição. Quando falamos da identidade da região falamos sem dúvida também dos seus produtos e marcas de qualidade e nesse contexto não podemos esquecer o pão. A Terras Dentro desde sempre trabalhou esta temática, no sentido de promover e valorizar o que a terra e as suas gentes têm de melhor. Ao abrigo do programa LEADER e outros, tem sido possível divulgar a tradição, preservando o que ela tem de bom em prol de um desenvolvimento integrado e sustentável. Assim, o pão é um dos produtos a defender e nunca fica esquecido nas inúmeras ac-tividades que organizamos e que toquem de alguma forma a temática dos produtos, sejam elas formações, workshops, colóquios, mostras, feiras, entre outras.
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
15
Na vertente transnacional podemos dizer que temos corrido o mundo com os nossos produtos tradicionais, entre eles o pão. As diferentes formas de o confeccionar e de o consumir são uma temática sempre actual e de interesse reconhecido além-fronteiras. Uma das muitas formas de acarinhar este símbolo da identidade regional é a Festa do Nosso Pão que a Terras Dentro organiza desde 2000 integrada na Feira Anual de Cuba. Esta homenagem tem pretendido ser por um lado fiel às tradições mas por outro o mais contextualizada possível com a realidade actual. As padarias locais são convidadas a participar, resultando numa mostra e venda de pão e seus derivados, amassado e cozido das mais variadas formas. Alguns com o pre-ceito antigo, outros mais modernos, com fermento ou levedura, em forno de lenha ou industrial, pão de quilo e de meio quilo, com cabeça ou sem cabeça, tudo é possível apreciar na Festa do Nosso Pão. Para os mais curiosos é também possível meter a mão na massa participando nas inúmeras actividades paralelas que decorrem nesta Festa, desde o aprender a amassar, a tender, a pôr e tirar o pão do forno, a conhecer os processos da ceifa, os rituais da cozedura em fornos comunitários e a importância do pão nos hábitos de convivialidade. As exposições de pintura, fotografia e bibliografia, os workshops para adultos e crianças e as de-monstrações ao vivo misturam-se com o cheirinho a pão acabado de cozer e fazem da Festa do Nosso Pão um cantinho único com sabor a Alentejo. O pão é alimento, é sinónimo de terra e de trabalho, é símbolo religioso, é arte e até é ditado popular: “o pão que o diabo amassou”, “como pão para a boca”, “casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”.
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
16 Para a Terras Dentro, o pão tem sido e continuará a ser um tema agregador de cultura, identidade, tradição e actualidade. Elsa Branco - Terras Dentro
GLOSSÁRIO Alentejo – comeres
in ‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves e
‘Alentejanando – Estórias e Sabores’, de Joaquim Pulga
TERMO origem provável
CITAÇÃO / INFORMAÇÃO / Significado OBRA PÁG.
a de comer Contratado com a comida fornecida pelo patrão AFAlves
abegão feitor; carpinteiro de carros. «Aquele que, nas casas de lavoura, manda nos
trabalhadores; o que distribui o trabalho; o que constrói e repara os carros; carpinteiro de obra
grossa; o que inspecciona os ganhões e os
gados.»
AFAlves
acabamento «Dia em que se acabam os trabalhos no campo, principalmente a apanha da azeitona. Nesse dia,
alguns patrões ofereciam vinho e um ensopado
de borrego. Os trabalhadores desfilavam cantando pelas ruas da cidade, precedidos de um
AFAlves
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
17
pendão todo bordado e decorado com fitas de seda, espelhinhos e estampas.»
acefa Corruptela
de ceifa
AFAlves
acelga planta usada na cozinha… JPulga
água encaramelada
Água congelada AFAlves
água ruça Água proveniente da decantação do azeite, que
os lagares lançam nos esgotos.
AFAlves
amentolia almotolia Corruptela de almotolia
AFAlves
arrojões Peça feita de dois toros de madeira, bastante pesados, para ser arrastada por bois, mulas ou
tractores para alisar a terra
AFAlves
asada asado azado
Vasilha com duas asas. Umas vezes feitas de chapa, outras feitas de barro. As de chapa para
transporte de comida. As de barro para guardar
diversos produtos: queijos, mel, azeite, enchidos, etc.
AFAlves
atabefe Soro que escorre dos cinchos quando se fazem
os queijos. Emprega-se para alimentar porcos.
Depois de fervido, faz o requeijão.
AFAlves
aterrar fornos Cobrir com terra a lenha preparada para os fornos de carvão.
AFAlves
azeitonas sapateiras
Azeitonas velhas, temperadas no ano anterior.
Ficam moles e com mau sabor. O cheiro da
água, com as azeitonas já fermentadas,
AFAlves
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
18 assemelha-se ao da água onde os sapateiros têm a sola de molho.
bácoro O porco AFAlves
badana Ovelha velha. Carne dura. AFAlves
balseiro Que se cria nas balsas. Coisa de má qualidade.
Marmelos balseiros. Os que se criam nas balsas
que servem de divisão às propriedades. … pessoa vigarista… oportunista…
AFAlves
banhos Alguidares de barro, nos quais se comem as
sopas. Há desde o banho individual até ao de tamanho para seis ou sete pessoas.
AFAlves
barranhão barranhoa
Alguidares de barro, nos quais se comem as sopas. Há desde o banho individual até ao de
tamanho para seis ou sete pessoas. (o mesmo que banho).
AFAlves
beldroegas Planta usada na cozinha… JPulga
besuntar o pão
barrar o pão (com manteiga…)
boa vida Andar de boa vida: andar sem nada para fazer. Estar desempregado.
AFAlves
boleta bolêta
Corruptela
de bolotas
bolota da azinheira ou chaparro, para distinguir
de (a)lândea a bolota do sobreiro.
AFAlves
cães Dívidas AFAlves
cangalhas Armação de madeira que se coloca sobre o
lombo dos animais para transporte de cargas.
AFAlves
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
19
capacho Corruptela de gaspacho? AFAlves
cardinhos Planta usada na cozinha… JPulga
carne cheia Enchidos AFAlves
carne do açougue
Carne do talho. Carnes frescas. AFAlves
carne do alguidar
Carne que está dentro dos alguidares, já cortada e temperada para fazer os enchidos.
AFAlves
carne esfoladia
Carne do talho. Carne de animais que se
esfolam.
AFAlves
cavalitas Às cavalitas, aos ombros. AFAlves
chouriço mouro
Chouriço com sangue. Com a mesma carne das
morcelas, mas enchidos em tripas mais grossas.
AFAlves
conduto O que se come com pão ou como
acompanhamento: queijo, azeitonas, carnes, toucinho, manteiga, etc.
AFAlves
convite Presente, oferta. “A minha mãe manda fazer
muitas visitas e entregar este convite.”
AFAlves
cozinha da ganharia
Cozinha onde se fazem as refeições para os
trabalhadores. Cozinha onde os trabalhadores comem.
AFAlves
desmanchação
O acto de desmanchar o porco. AFAlves
encimar Chegar ao fim dum trabalho. Ao fim dum
contrato. Acabar.
AFAlves
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
20 enraiar Meter os raios nas rodas dos carros. AFAlves
enrascado atrapalhado
enregar rego acertar… endireitar…
enregar Começar
Começar um trabalho. Iniciar.
Lobato
AFAlves
famelgas Corruptela de melgas. Mosquitos. AFAlves
familha família Delgado
família Gente, pessoal. Há aqui muita família. Há aqui
muita gente.
AFAlves
fanchona vaidosa – “A Anica vem toda fanchona!” Delgado
faneca fanega
medida de 60 litros de trigo (Barrancos) Delgado
faneco Pão pequeno, redondo, em forma de hemisfério que era fabricado nas casas de lavoura para os
trabalhadores da casa.
AFAlves
frisnada As primeiras carnes que se fritam no dia da
matança do porco. Petisco para obsequiar as pessoas que ajudaram na matança.
AFAlves
ganadeiro O responsável pelos gados da herdade. AFAlves
ganhão ganhão-mestre ganhões
“… são concertados dia de S. Maria…” os pastores no dia de S. Pedro…
O que trabalha com as juntas de bois. Aquele que executa qualquer trabalho.
«Numa lavoura existiam duas espécies de
AFAlves
HermaniMa
tos*
154
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
21
ganhões: os de pensão e os rasos. Os primeiros ajustados ao ano, pelo S. Mateus e os segundos
por temporada de faina agrícola, ganhando estes menos que aqueles»
garganta do arado
Vara onde os animais são engatados. AFAlves
grade Peça de madeira provida de bicos de ferro que,
arrastada por animais, vai destorroar os alqueives.
AFAlves
labaça As labaças, chamadas na linguagem popular
como "linguas de boi", são conhecidas como
plantas medicinais desde a antiguidade, tradicionalmente são usadas para aliviar as
picadas da urtiga-comum, demonstrando assim o seu potencial refrescante e curativo das
folhas. Contudo, é a sua raiz aprumada que
mais se usa nas preparações herbáticas. Existem vários tipos de labaças mas as mais
comuns e que se vendem com mais frequência nas ervanárias são as crespas.
JPulga
lume de chão Lume na lareira. AFAlves
maça Centro das rodas dos carros, onde se inserem os
raios.
AFAlves
manajeiro Aquele que vigia e dirige os trabalhos nos campos. Capataz.
AFAlves
manchinha Ou machinha. Corruptela de "mão cheinha". AFAlves
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
22 manteeiro Aquele que vai entregar a comida aos
trabalhadores que trabalham longe do monte. AFAlves
maquilão O homem que distribui a farinha feita nas
azenhas que trabalham à maquia (à percentagem).
AFAlves
marrocate O mesmo que faneco. Pão pequeno, redondo, em forma de hemisfério
que era fabricado nas casas de lavoura para os trabalhadores da casa.
AFAlves
menreis Corrupptela de milreis. AFAlves
mestres Os que ocupam os postos de trabalho mais
destacados ou especializados.
AFAlves
migos Carne migada e temperada para os enchidos. O mesmo que carne do alguidar.
AFAlves
moiral môral
O responsável por gados. Moiral dos porcos;
moiral das ovelhas; moiral das parelhas, etc.
MFlorencio AFAlves
110
monte lat. monte-
elevação de terreno. Al.. Montado, Casal de herdade.
Casa de assento da lavoura. Casa no campo.
Residência no campo.
AFAlves
moural O mesmo que moiral. AFAlves
não dar nariz Mostrar maus modos. Não olhar de frente. AFAlves
pão seara de trigo… molhos… A seara; os molhos que vão para a eira; o trigo.
AFAlves
pão seco Pão sem qualquer conduto. AFAlves
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
23
pensão Um emprego. Um trabalho. AFAlves
pingo Gordura resultante de fritura. AFAlves
piorno Arbusto selvagem de sabor muito amargo. AFAlves
porteiro Pregoeiro. AFAlves
rabisco rabo os restos da fruta depois da apanha… “Andar ò rabisco das uvas… figos…
A azeitona que, depois da apanha, fica abandonada nos olivais. Restos que ao
proprietário já não interessam.
AFAlves
rodados As rodas dos carros. AFAlves
solada Chão coberto de azeitonas debaixo das oliveiras. AFAlves
soldada Pagamento ao pastor
Soldo, salário.
AFAlves
sopa bacoreira
O mesmo que sopa de bácoro ou sopa
bacoreira. Sopa feita com todos os temperos da sopa de cação. Só que não tem cação. Assim
chamada porque a cor branca que apresenta, faz lembrar a comida dada aos porcos.
AFAlves
sopa bacorinha
O mesmo que sopa de bácoro ou sopa bacoreira. Sopa feita com todos os temperos
da sopa de cação. Só que não tem cação. Assim chamada porque a cor branca que apresenta,
faz lembrar a comida dada aos porcos.
AFAlves
sopa de bácoro
O mesmo que sopa de bácoro ou sopa
bacoreira. Sopa feita com todos os temperos da sopa de cação. Só que não tem cação. Assim
AFAlves
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
24 chamada porque a cor branca que apresenta, faz lembrar a comida dada aos porcos.
surrasca O que vai distribuir a comida aos trabalhadores. AFAlves
tigela de fogo Tigela de barro, geralmente vidrada por dentro, que, sobre uma trempe, vai ao lume para
cozinhar.
AFAlves
trato A comida. “A fazer-lhe este trato: a dar-lhe esta
comida.”
AFAlves
túberas planta usada na cozinha JPulga
visitas Cumprimentos: “A minha mãe manda fazer
muitas visitas e oferecer este convite.” Fazer
cumprimentos e oferecer este presente.
AFAlves
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
25
ALGUMA BIBLIOGRAFIA MAIS, sobre COMERES, SABORES… COZINHA ALENTEJANA:
À Mesa com Fialho D'almeida-um Tratado De
Maria Antónia Goes
À Mesa com Fialho D'almeida-um Tratado De Maria Antónia Goes http://www.livrarialeitura.pt/livro/a-mesa-com-fialho-dalmeida-um-tratado-de-maria-antonia-goes/
«A notoriedade deste polémico escritor de grande talento, ficou marcada pela sua contundente ironia, pelo sentido profundo da sua responsabilidade social dando voz aos excluídos - analfabetos, crianças enjeitadas, aos pobres - tomou posição com grande acutilância sobre a política e o poder. Alentejano de quatro-costados amava a sua terra, escutava o seu cante como uma monotonia repassada de tristeza, vagarosa e fúnebre e não se esquivou às delícias de uma Lisboa boémia. Médico como outros escritores seus contemporâneos - Brito Camacho, Júlio Dantas etc. - é célebre a carta que dirige a este último em que saborosa e literariamente descreve com maestria o seu arroz de perdizes. Maria Antónia Goes confirma a experiência dos seus livros anteriores, procedendo ao levantamento e transcrição dos principais textos em que Fialho d’Almeida se refere à gastronomia e selecciona a receita de época do prato referenciado. Este livro é pois como que o registo do património dos sabores, desse séc. XIX tão recente.» http://www.wook.pt/ficha/a-mesa-com-fialho-de-almeida/a/id/14669292
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
26 À Mesa com Fialho de Almeida
À Mesa com Fialho de Almeida Gastronomia - Cozinha Tradicional http://www.portugal.gastronomias.com/ A propósito de cozinha tradicional, Fialho d’Almeida, num famoso texto do 3º volume de “Os Gatos”, pronuncia-se sobre o que é o prato nacional: “Uma composição culinária, característica, inconfundível. Transmite-se por tradição: os estrangeiros não sabem confeccioná-lo, mesmo naturalizados: tendo chegado até nós por processos lentos, e contraprovas de biliões de experimentadores, sucessivamente interessados em o fixar de forma irrepreensível, resulta ser ele sempre uma coisa eminentemente sápida e sadia. Isto o distingue dos pratos “compostos”, quero dizer daquelas mixórdias de comestíveis e temperos, doseados a poder de balança, exclusivamente científicas, nada intuitivas e meramente inventadas. O prato nacional é como o romanceiro nacional, um produto do génio colectivo: ninguém o inventou e inventaram-no todos: vem-se ao mundo ido por ele, e quando se deixa a pátria, antes de pai e mãe, é a primeira coisa que se lembra. Em Portugal não há província, distrito, terra, que não registe entre os monumentos locais, a especialidade de um petisco raro, sábio, fino, verdadeira sinfonia de sabores sempre sublime. In "À Mesa com Fialho de Almeida"
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
27
ALENTEJANANDO – Estórias e Sabores
Joaquim Pulga
http://casadosul.blogspot.com/2008/10/alentejanando.html «Cruzando os sabores com história, Joaquim Pulga revela os seus gostos e experiências gastronómicas e consegue, literalmente, dar-nos uma imagem da cozinha tradicional alentejana. Um trabalho, ou melhor, uma devoção pelos aromas, sabores e saberes do Alentejo (...)» - Paula Matos dos Santos, Pessoas e Lugares http://casadosul.blogspot.com/2008/10/alentejanando.html «Acelgas, labaças, beldroegas, cardinhos, túberas... Acham estranhos estes nomes? Pois pertencem a uma espécie muito simples, a dos vegetais e são usados frequentemente no meu Alentejo. Neste livro divertido que a minha amiga M me ofereceu, entre prosas agradáveis sobre paisagens, gentes e costumes alentejanos, vêm muitas referências aos mesmos, muitas vezes envolvidos em deliciosas receitas.» Colocado por Custódia http://azul-cobalto-ccc.blogspot.com/2010/06/alentejanando.html
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
28 Alentejo Sweet Alentejo
José Carlos Rodrigues
Alentejo Sweet Alentejo, de José Carlos Rodrigues
http://www.livrarialeitura.pt/livro/alentejo-sweet-alentejo-jose-carlos-rodrigues/ «A doçaria alentejana é rica em sabores gulosos, possuindo as
suas particularidades no uso que faz de alguns frutos da região, como sejam a amêndoa, o pinhão ou o figo, e pela utilização de alguns condimentos peculiares que marcam o paladar alentejano. Siga as indicações destas receitas e deleite-se com
estes mimos do Alentejo. Gulosamente.» http://www.wook.pt/ficha/docaria-alentejana-alentejo-sweet-alentejo/a/id/3126325
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
29
AROMAS E SABORES Nádia Torres – (coordenado por)
AROMAS E SABORES - Nádia Torres - coordenado por «O correio do Natal de 1997, trouxe-lhe um livro que trazia dedicatória: “Mais uma vez o Alentejo. Já que o gosto é a síntese de todos os sentidos.” Ao folhear o livro, lembra-se de ter dito de si para si: também o gosto de partilhar solidões… “Aromas e Sabores”, foi um trabalho coordenado por Nádia Torres e que contou, para o texto e ilustrações, com a participação de alunos, professores e funcionários da Escola C+S de Mértola. Mais não é que um passeio sobre as comidas de Mértola. Aqui apraz-lhe citar Alexandre Pinheiro Torres: “Porque o Alentejo é o único sítio de Portugal onde se sabe tudo o que importa saber.” Profusamente ilustrado, “Aromas e Sabores” prova, se necessário fosse, que a comida alentejana não é feita só de pão e coentros. Na apresentação do livro Manuela Barros Ferreira escreve: “Palavras não matam fome, nem que digam mil comidas. No entanto, as palavras são, para os poetas, pão do espírito, sementes lançadas ao vento, fermentos de mudança. Podem ser doces como mel, amargas como fel, picantes como pimenta.» http://diasquevoam.blogspot.pt/2009_11_22_diasquevoam_archive.html
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
30 Comeres Alentejanos
por Mathilde Guimarães
Comeres Alentejanos por Mathilde Guimarães «“Comeres Alentejanos” de Mathilde Guimarães que não seja de que se trata de uma das raras obras-primas da literatura culinária nacional. Pela abrangência dos conhecimentos, a honestidade e clareza das receitas e o amor pela tradição gastronómica alentejana que se lê em cada página. Para não falar nos curtos textos que ligam ou apresentam os vários capítulos. Deliciosamente evocativos de coisas que foram, amenamente proustianos mas sem qualquer pretensão. Segundo o ditado, o estômago seria o melhor caminho para o coração. Este livro, dedicado aos prazeres do primeiro, é no coração que nos fica."» http://tralhasvelhariasantiguidades.blogspot.pt/2011/04/comeres-alentejanos.html
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
31
Cozinha Alentejana Margarida Pinto
Cozinha Alentejana, Margarida Pinto
http://www.livrarialeitura.pt/livro/cozinha-alentejana-margarida-pinto/ « Este livro passa em revista a cozinha tradicional alentejana,
endereçando um convite para saborear 30 pratos típicos desta região e para conhecer de perto o modo peculiar de entender a sua gastronomia, através de interessantes referências históricas e culturais. Tudo acompanhado por sugestivas fotografias a cores.»
http://www.wook.pt/ficha/cozinha-alentejana/a/id/223839
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
32 Cozinha Regional do Baixo
Alentejo de Manuel Camacho Lúcio
Cozinha Regional do Baixo Alentejo, de Manuel Camacho Lúcio Edição/reimpressão: 1998 - Páginas: 152 Editor: Editorial Presença - ISBN: 9789722314961 «Esta recolha de receitas do Baixo Alentejo é um trabalho de cuidada elaboração, que o autor realizou com base na sua experiência, na tradição e, em alguns casos, desenvolvendo até pesquisas. Este livro de receitas teve em consideração todos os factores que as determinam, como a sazonalidade, o clima, a pobreza do solo, factores esses que levaram o Alentejano a aprender a usar com verdadeiro requinte os produtos que a terra lhe oferece. Aqui encontramos desde a tradicional açorda, caldos, migas, a pratos de carne, com especial destaque para o porco, sem esquecer as aves, o peixe, a caça, o borrego - o delicioso ensopado de borrego! -, até à preparação dos enchidos e à doçaria, tão variada e tentadora.» http://www.presenca.pt/livro/culinaria-e-vinhos/culinaria/cozinha-regional-do-baixo-alentejo/
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
33
COZINHA TRADICIONAL DO ALENTEJO
Maria Antónia Goes
Cozinha Tradicional do Alentejo - a Memória dos Temperos - Maria Antónia Goes http://www.livrarialeitura.pt/livro/cozinha-tradicional-do-alentejo-a-memoria-dos-temperos-maria-antonia-goes/
No Diário do Alentejo: - Maria Antónia Goes - 69 anos, natural de Alvito
«Tem no prelo sete livros sobre cozinha e gastronomia. E nenhum deles é a História da Gastronomia em Portugal, esse sonho tão antigo, tão ousado e tão trabalhoso de alcançar. Maria Antónia Goes, nascida e crescida em Alvito, é das mais importantes divulgadoras dos comeres alentejanos. E não apenas. Na sua bibliografia contam-se mais de duas dezenas de títulos. Entre eles os incontornáveis A Cozinha Tradicional do Alentejo – a memória dos temperos ou À mesa com Fialho d’Almeida – um tratado de cozinha alentejana. Em vésperas de Natal, na sua editora de sempre, a Colares/Feitoria dos Livros, acaba de dar à estampa dois novos manuais de bem-comer: A Cozinha da Caça e Doces e Bolos do Alentejo. De fazer crescer água na boca.» http://da.ambaal.pt/noticias/?id=2522
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
34 de SOL a SOL
O Alentejo dos nossos avós
Colectivo do 9º Ano da Escola secundária D. João II, Setúbal
de SOL a SOL - O Alentejo dos nossos avós - Colectivo do 9º Ano da Escola secundária D. João II, Setúbal «Este trabalho que vos apresentamos foi recolhido por uma equipa de 150 estudantes do 9ºo ano, que entrevistaram 70 mulheres e homens que nasceram ou viveram no Alentejo entre 1920 e 1974 e que “emigraram” para Setúbal, onde residem, alguns deles em bairros à volta da nossa escola, outros ainda em terras alentejanas.» …
«… Baseado nos testemunhos de dezenas de mulheres e homens com
mais de 50 anos, que viveram no Alentejo no período 1950-1974, muitas vezes avós dos próprios alunos, o livro apresenta-nos um fresco do quotidiano e da vida nos campos do Alentejo, fruto de uma pesquisa dos grupos de trabalho e das turmas que utilizaram as técnicas da história oral, da antropologia, sociologia, ecologia... Temas como a saúde, alimentação, sexualidade, escola, discriminações de género, situação de grupos minoritários são tratados, por entre inúmeros outros mais tradicionais….» Jaime Pinho, Regina Bronze http://www.esec-d-joao-ii.rcts.pt/arquivo/livro_alentejo.htm
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
35
DOÇARIA ALENTEJANA José Carlos Rodrigues
Prefácio de Mário Zambujal
DOÇARIA ALENTEJANA, de José Carlos Rodrigues, Prefácio de Mário Zambujal «A doçaria alentejana é rica em sabores gulosos, possuindo as suas particularidades no uso que faz de alguns frutos da região, como sejam a amêndoa, o pinhão ou o figo, e pela utilização de alguns condimentos peculiares que marcam o paladar alentejano. Siga as indicações destas rceitas e deleite-se com estes mimos do Alentejo. Gulosamente.» http://www.leyaonline.com/catalogo/detalhes_produto.php?id=6966
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
36 FIALHO - Gastronomia
Alentejana Alberto Franco
FIALHO - Gastronomia Alentejana
«A história do Fialho, que agora é contada em letra de forma para tes-temunho dos vindouros, é uma bela lição de coragem e um caso exemplar de visão estratégica. Uma história construída por um homem simples e uma mulher dedicada, que souberam interpretar para além da espuma dos dias o sentido do futuro. Mas é também um admirável caso de afectos: o afecto que uniu Pais e Filhos num projecto comum. Projecto que sobreviveu aos fundadores e se projectou em novos espaços de um universo cada vez mais vasto - mercê da harmonia invulgar que uniu três irmãos que ao projecto inicial acrescentaram o seu contributo e criaram um património que os transcende.» http://www.wook.pt/ficha/fialho-gastronomia-alentejana-alentejo-cuisine/a/id/2990785
Fialho - Gastronomia Alentejana / Alentejo Cuisine - de Alberto
Franco Edição/reimpressão: 2009
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
37
GASTRONOMIA E VINHOS DO ALENTEJO
Alfredo Saramago, Joaquim Madeira, Clara Roque Vale,
Manuel Fialho
GASTRONOMIA E VINHOS DO ALENTEJO, Alfredo Saramago, Joaquim Madeira, Clara Roque Vale, Manuel Fialho http://www.sitiodolivro.pt/pt/livro/gastronomia-e-vinhos-do-alentejo/9789723705812/ «Alfredo Saramago nasceu em Arronches, em 1938. Formado na área das ciências sociais e humanas, estudou em França e Inglaterra, onde se doutorou em Antropologia e trabalhou como investigador. Editou vários livros de gastronomia e de história e tradição gastronómicas. Nesses livros, utilizou com rigor as fontes escritas, mas também aquelas provenientes da tradição oral e da sabedoria popular. Trata-se de um autor indispensável para quem gosta de boa gastronomia e uma fonte inestimável para a história e antropologia das tradições gastronómicas portuguesas. Faleceu em 25 de Maio de 2008.» http://www.sitiodolivro.pt/pt/autor/alfredo-saramago/30236/
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
38 MARVÃO
À mesa com a tradição Adelaide Martins, Emília Mena,
Teresa Simão
MARVÃO à mesa com a tradição, Adelaide Martins, Emília Mena, Teresa Simão «Escrever e descrever os sabores que ainda se conservam por estas serras [de Marvão e arredores] é tarefa obrigatória porque urgente se torna. A massificação das comidas rápidas chega hoje a todos os recantos, por isso urge que se guardem estes saberes de sabores fazer antes que seja tarde. [Jorge de Oliveira] O livro Marvão à Mesa com a Tradição irá contribuir com as suas páginas para a preservação e divulgação do Património Histórico e Cultural do concelho de Marvão. [Manuel Fialho – Confraria Gastronómica do Alentejo]» http://www.edi-colibri.pt/Detalhes.aspx?ItemID=1656
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
39
DOÇARIA CONVENTUAL DO ALENTEJO
Alfredo Saramago Edição/reimpressão: 2000
Páginas 240 Editor: Colares Editora
DOÇARIA CONVENTUAL DO ALENTEJO, de Alfredo Saramago, Edição/reimpressão: 2000. Páginas 240, Editor: Colares Editora «Nesta brilhante obra prima da gastronomia nacional, Alfredo Saramago alem de pesquisar as receitas de uma das melhores doçarias mundias que é a doçaria coventual do alentejo procurou tambem a sua origem temporal , ou seja quando as monjas e monges dos conventos alentejanos criaram os doces que cujas deliciosas receitas se espalharam pela patria lusitana deixando os portuguesinhos de agua na boca. Alfredo Saramago fez simplesmente um livro mais do que gostoso por que so o acto de uma pessoa olhar para as ilustrações das receitas se fica com a boca cheia de agua, so lamento a fraca divulgação de tal tesouro literario que alem de nos ensinar aqueles doces e docinhos que todos gostam em especial no alentejo nos mostra com grande promenor a sua origem historica. Simplesmente brilhante.» http://pt.livra.com/item/docaria-conventual-do-alentejo-as-receitas-e-o-seu-enquadr/8753025/
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
40
trabalho realizado
por @ JORAGA
Vale de Milhaços, Corroios, Seixal
2013
JORAGA
JORAGA
Alentejo – seara vocabular 12 – comeres do Alentejo de vários autores e obras – a partir de
‘Os Comeres dos Ganhões’, de Aníbal Falcato Alves ‘ALENTEJANANDO’ de Joaquim Pulga
41
contributo para uma imensa SEARA VOCABULAR – JRG 2013
42
12 – COMERES - Alentejo
Corroios - www.joraga.net - 2013