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1 Além do Microcrédito: Seguro, Poupança e as Microfinanças Nordestinas

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Além do Microcrédito: Seguro,

Poupança e as Microfinanças Nordestinas

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“Além do Microcrédito: Microsseguros, Poupança e as Microfinanças Nordestinas” / Coordenação Marcelo Côrtes Neri. - Rio de Janeiro: FGV, CPS, 2012.

79 pags.

1. Microsseguros. 2. Acesso a mercado 3. Proteção Social 4. Mercado de Seguros 5. Baixa Renda I. Neri, M.C.; II. Fundação Getulio Vargas, Centro de Políticas Sociais.

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Índice

1. Visão Geral

2. Marco Conceitual do Seguro e da Poupança

3. Definições de Microsseguros e de Microfinanças

4. Demanda de Microfinanças de Clientes do Agroamigo

5. Mercado de Microsseguros e os Microempresários Urbanos

Nordestinos

6. O Mercado de Microsseguros e Previdência Complementar no

Nordeste

7. Quais são os principais determinantes da demanda por

Microsseguro?

Bibliografia

Anexo

4

5

“Além do Microcrédito:

Seguro, Poupança e as Microfinanças Nordestinas”

1. Visão Geral

O campo das microfinanças é formado por elementos de crédito, poupança e

seguro. Poupança é um objeto de estudo mais tradicional podendo ser conceitualmente

expressa como um crédito negativo, ou vice-versa. Ao mesmo tempo em situações onde

o mercado segurador não está minimamente desenvolvido a poupança, e mesmo o

crédito, são substitutos imperfeitos do seguro.

Nossa ignorância sobre poupança impressiona pela sua centralidade ao

desenvolvimento do país e para o bem estar dos brasileiros. A taxa de poupança

doméstica brasileira é metade da chinesa e um quarto da taxa familiar deles. Seria a

acumulação de poupança tema de sociedades ricas? A literatura de desenvolvimento

nega. O jovem agricultor indiano que poupa frente às intempéries climáticas, ou sofre as

conseqüências de não faze-la, é figurinha fácil nos estudos internacionais. Mas e o

agricultor nordestino que já foi personagem de Vidas Secas, sabemos pouco sobre ele.

A literatura até recentemente dava ênfase a questão do microcrédito do que aos

microsseguros. Isto começa a mudar. Face a crise do microcrédito indiana e a luz de

experimentos empíricos aleatórios com destaque as avaliações do Poverty Lab do MIT.

Alguns prevem que o papel do microsseguro nos nos próximos 20 anos será similar ao

desempenhado àquele desempenhado pelo microcrédito nos últimas décadas, processo

este que culmina com o Prêmio Nobel da Paz concedido ao Grameen Bank a seu

fundador.

O objetivo deste texto é ir além do microcrédito endereçado nas outras partes

deste projeto e estudar hábitos de poupança, seguro e outros comportamentos

financeiros das famílias conferindo especial atenção ao caso nordestino e a população

de baixa renda com vistas a subsidiar decisões no âmbito dos programas de

Microfinanças do Banco do Nordeste. Fornecemos inicialmente um marco teórico sobre

o comportamento das famílias e suas relações a partir de algumas das principais

contribuições encontradas na literatura internacional. Utilizamos depois um amplo

painel a partir de análises pontuais relativas bases de dados diversas como as do

programa uma amostra do programa Agroamigo onde conseguimos investigar o papel

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de outras decisões financeiras dos clientes do microcrédito. Utilizamos dados da ECINF

para traçar um perfil do acesso aos diversos tipos de seguros e razões para sua não uso

entre os microempresários do setor urbano nordestino. Finalmente, posteriormente

ampliamos o foco para analisar a demanda por microseguros e Previdencia

Complementar, como modalidade de poupança de longo prazo. da população rural e

urbana nordestina vis a vis a de outras regiões do país.

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2. Marco Conceitual do Seguro e da Poupança

A. Visão Geral

A provisão de seguros contra incertezas está presente em várias dimensões da

vida das pessoas, tais como as provisões relacionadas a doenças, desemprego, acidentes,

roubo, morte entre outras. Falamos dos seguros comprados no mercado privado e do

chamado seguro social, incluindo mecanismos de proteção oferecidos pelo Estado e

pelas redes de relações na sociedade.

No caso dos seguros públicos é interessante diferenciar os contributivos dos não

contributivos. Os primeiros guardam uma maior proximidade com aqueles oferecidos

pelo setor privado, pois envolvem um pagamento periódico que dá direito a um prêmio

no caso da ocorrência de um evento adverso. Uma diferença para o sistema privado de

seguro é que via de regra não há equilíbrio atuarial nos contratos implícitos individuais

dos seguros públicos contributivos, ou mesmo a provisão de incentivos para isso, como

cláusulas vinculadas à performance do segurado (experience rated insurance). Podemos

exemplificar aqui, as cláusulas de seguro de acidentes de trabalho e a licença

maternidade do INSS. Nas demais formas não contributivas de seguros públicos, para

citar como exemplos principais como o Sistema Único de Saúde (SUS), o Bolsa-

Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e mesmo o seguro-desemprego

não há previsão de troca de pagamento mesmo tênue pelo benefício auferido.

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Além dos seguros privados e dos públicos, contributivos ou não, há mecanismos

de solidariedade na sociedade que integrariam o seguro social atuando como

importantes redutores de risco das pessoas. Neste aspecto, a célula básica de partilha e

diversificação de riscos é a família, complementada por relações de amizade e de ajuda

por não familiares. Mal comparando, estas relações de solidariedade na sociedade

estariam para o seguro público não contributivo, assim como o seguro público

contributivo está para o seguro privado1. Os vários tipos de seguro social estão

exemplificados em maior detalhe no esquema abaixo.

O centro deste trabalho é a análise da demanda de seguros privados pela

população de baixa renda com vistas ao desenvolvimento da indústria nascente de

microsseguros no país. O efeito do microsseguro é o de melhorar a habilidade dos

indivíduos de baixa renda em lidar com as freqüentes flutuações de suas rendas e outros

riscos. Por sua vez, o papel do microsseguro na suavização dos padrões de vida

assumidos depende de quanto são desenvolvidos os diversos segmentos do mercado

financeiro (ativos, créditos e seguros) e o seguro social que permitem amortecer 1 A seção de motivos de seguro relativiza a noção da família como um seguro não contributivo.

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choques adversos. A avaliação do efeito do microsseguro sobre o bem estar, e a própria

demanda pelos diversos tipos de microsseguros requer uma análise da dinâmica do

processo de renda individual e uma avaliação das instituições complementares e

substitutas que condicionam seu comportamento financeiro. Nestes aspectos o risco de

entrada na pobreza baseada em renda do trabalho era de cerca de 15% a cada mês

segundo Barros et all. (1992). Neri (2000) estima a probabilidade de entrada na pobreza

no período pós-estabilização e estima taxas de entrada na pobreza de 8,2% entre dois

meses consecutivos e de 9% entre dois meses 12 meses à parte. Por outro lado, o Brasil

dispõe de um sistema financeiro razoavelmente desenvolvido mas ainda pouco voltado

para a baixa renda, em particular no ramo de seguros. Finalmente, há uma oferta de

seguro social por parte do Estado brasileiro relativamente bem desenvolvida vis a vis

outros países de nível de renda similar. Estas redes de proteção públicas estão em

constante expansão e mutação. Como resultado, a distribuição de renda do país tem

mudado de forma acelerada nos últimos nove anos com incorporação de cerca de 49

milhões de pessoas as classes ABC, uma Espanha. Isso exige uma indústria de

microsseguros privada bem sintonizada com as novas oportunidades de negócio de

pessoas em mobilidade ascendente necessitadas de proteção para manter seus padrões

de vida recém conquistados e para descer na escala de renda com a oferta de seguros até

onde ela nunca foi antes. Esta sobreposição de efeitos e mudanças em direções

contrárias exige um trabalho empírico que norteie as empresas que almejam explorar o

mercado de seguros no Nordeste do Brasil.

Um primeiro desafio assumido é estimar relações de complementariedade e de

substituição entre os vários tipos de seguro públicos, familiares e aqueles adquiridos nos

mercados privados. Faremos uma análise cruzada de componentes dos diferentes

modalidades de seguro sobre a demanda de seguro privado. Isto é, veremos até que

ponto a presença de outros dispositivos privados, públicos e familiares redutores de

risco afetam o comportamento privado de aquisição de seguros. Por exemplo, em que

medida a contribuição para a previdência pública, o recebimento de benefícios do

Bolsa-Família, ou a presença de outros tipos de seguros privados afetam a demanda de

seguros privados específicos como saúde, vida, veículo, imóvel, outros e previdência

complementar. Outro desafio é incorporar os efeitos de diferentes tipos de risco na

demanda por estes seguros como aqueles associados ao desemprego, idade, violência

etc. No que tange as relações familiares trabalharemos com os conceitos de despesas de

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seguros em bases familiares per capita e individuais como cenários extremos da

operação, ou não, de mecanismos de diversificação de riscos dentro dos domicílios. Ao

longo da pesquisa estudaremos em detalhe as relações entre demanda de seguros e renda

visando entender as potencialidades do microsseguros vis a vis a mudanças na

distribuição de renda e na oferta de produtos mais ajustados à baixa renda.

Buscamos traduzir diferentes fontes de risco através dos efeitos observáveis

sobre a renda do trabalho captadas a partir de dados longitudinais que acompanham as

mesmas pessoas e famílias ao longo do tempo. Mais uma vez a comparação destes entre

os níveis de análise do indivíduo e familiar permitirá nos aproximar dos efeitos da

família como célula básica de diversificação de riscos laborais. A integração de

diferentes modalidades de seguros privados será feita através da discriminação das

diferentes despesas monetárias de seguro observadas na Pesquisa de Orçamentos

Familiares (POF). Buscamos caracterizar a demanda de microsseguros usando a

demanda por seguros em geral por toda a população para efeito de comparação.

O trabalho está composto de seções centrais fora esta introdução, a conclusão e o

sumário executivo. Na seção dois fazemos uma breve retrospectiva da literatura

econômica sobre motivações financeiras dos indivíduos e suas famílias a guisa de uma

referencial conceitual para interpretar a demanda de diferentes tipos de seguros e de

poupança pela população de baixa renda. Este sumário inclui efeitos de risco de renda

de curto prazo, de trajetórias de longo prazo associados ao ciclo de vida e heranças, das

interações entre indivisibilidade de bens e restrições de crédito, restrições de

sobrevivência e atitudes em relação a riscos. Na seção três apresentamos uma breve

descrição dos microdados de despesas privadas de seguros usadas neste trabalho,

quantificando inicialmente a partir delas os diferentes segmentos mercado de seguros

como um todo. Na seção quatro discutimos os conceitos de microsseguros à luz da

literatura de microfinanças, analisamos a demanda de seguros ao longo da distribuição

de renda brasileira e propomos a definição prática utilizada. Na cinco, mensuramos o

mercado de microsseguros.

B. Os Motivos do Consumidor: Teoria

O objetivo desta seção é fazer à luz da literatura econômica uma breve descrição

conceitual das motivações por traz do comportamento de demanda por diferentes tipos

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de seguro pelos indivíduos. A decisão de quanto consumir e quanto se auto-segurar

através de poupança, ou quanto adquirir seguros é a decisão de se gastar dinheiro agora

em oposição a retê-lo para financiar consumo futuro, seja para alguma razão específica,

ou para fazer frente a alguma contingência futura. Desta forma, a base apropriada para

análise de todos os bens e serviços reais e financeiros vistos de forma conjunta é a teoria

da escolha intertemporal, que analisa os dilemas (trade-offs) entre o futuro e o presente

num contexto de incertezas. A versão mais simples possível desta abordagem é a

chamada Robinson Crusoé encontrada nos livros textos de microeconomia, onde o

consumidor, morando sozinho sem mercados e com certezas em um mundo com apenas

dois períodos, escolhe quanto gastar amanhã. Discutimos extensões deste aparato

intertemporal básico para modelar a decisão individual de compra de diferentes tipos de

seguro ao longo do ciclo de vida.

i. Desemprego, Risco de Renda e o Motivo Precaucional

A demanda por seguros se dá devido às incertezas, que afetam o bem estar das

pessoas. Dado que o seguro fornece recursos que estarão disponíveis no futuro em caso

de ocorrência de choques adversos a decisão de demandar seguro, ou auto-seguro

através de poupança, está também relacionada com a natureza e extensão da incerteza.

No caso da demanda por motivos precaucionais modelamos os efeitos do risco de renda

do trabalho das pessoas na que são influenciadas por eventos desde desemprego,

inflação, acidentes, doenças entre outras.

Além da incerteza a forma da função utilidade é importante para estabelecer a

necessidade de se proteger de choques adversos de renda. Tecnicamente, a convexidade

da função utilidade marginal é condição necessária para o motivo precaucional. A idéia

é que em tempos ruins, quando o nível de consumo é baixo, as conseqüências são muito

piores do que em tempos bons, quando o nível de consumo é alto. Portanto, a

desutilidade na margem de perdas em consumo próximo aos níveis de subsistência é

maior do que a utilidade marginal de ganhos em caso de surpresas positivas. Os

indivíduos desistirão de alto consumo, quando for possível, a fim de se preparar para

possíveis eventualidades demandando, se possível, seguros no mercado, ou auto-seguro

através de poupança. Neste sentido estes instrumentos financeiros não deveriam ser

tratados como serviços de luxo.

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Restrição de Sobrevivência

Existe um nível mínimo de consume abaixo do qual a possibilidade de sobrevivência dos indivíduos fica prejudicada A especificação abaixo nos permite introduzir esse fato nos modelos de consumo, ao introduzir a inovação de um bliss level of consumption, que ocorre quando a utilidade marginal do consumo tende a infinito. Essa restrição de sobrevivência pode inibir indivíduos de acumularem capital com altas taxas de retorno. No fundo este ponto magnífica como um caso extremo a importância dos efeitos precaucionais discutidos.

( ) ( )minln CCCU t

t−=

( ) ( )min

CCCU

tt −

=

Quanto mais incerta for a renda futura maior é a demanda por seguro ou auto-

seguro e menor é o consumo presente de outros bens e serviços. Esse motivo

precaucional é fortalecido pela existência de restrição a crédito. A possibilidade de

tomar empréstimos em tempos ruins é uma alternativa que transmite segurança.

Contudo se essa alternativa não pode ser utilizada, provisão de seguro ou poupança deve

ser feita para tais eventualidades. Sem acesso a contratos de crédito, consumidores

devem prover recursos com essa finalidade, através da acumulação adicional de ativos

ou de apólices de seguro.

Box: O Motivo Precaucional Um caso do motivo precaucional que pode ser solucionado explicitamente é o de

coeficiente de aversão ao risco absoluta constante (CARA). Suponha que o consumidor maximize:

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max Et [∑ (-1/α) exp (-αCt)/0 ] sujeito a At+1 = (At + Yt - Ct ) e Yt = Y t-1 + e t e t ~ N(0,σ )

O consumidor tem aversão a risco absoluto constante, com coeficiente α e vive por T períodos. A taxa subjetiva descontada e igual a taxa de juros sem risco, e elas são ambas iguais a zero. Renda do trabalho segue um caminho aleatório com inovações normalmente distribuídas. A suposição importante é de aversão absoluta ao risco constante. Onde o consumo ótimo satisfaz a seguinte equação de Euler (equação de primeira ordem). Ct+1 = Ct + (ασ)/2 + et (1) A poupança seria igual a:

St = - [1/(T-t)]At + (α (T - t -1) σ) /4 (2) A primeira equação mostra os efeito de incerteza na renda na inclinação

do caminho do consumo (Equação de Euler). Incerteza na renda mais alta e maior prudência levam a uma inclinação mais íngreme, da trajetória do consumo ao longo do tempo. A equação (2) dá o nível de poupança como função da riqueza, renda e incerteza. No caso de “equivalência de certezas” a solução seria dada apenas pelo primeiro termo. Prudência é refletida no segundo termo: quanto maior a incerteza, maior o nível da poupança, para dados níveis de renda e de riqueza.

A equação de Euler (a equação 1) mostra os efeitos de incerteza da renda na inclinação do caminho do consumo. Incerteza na renda mais alta e maior prudência levam a uma inclinação mais íngreme da trajetória do consumo ao longo do tempo. No caso de “equivalência de certezas” a solução seria dada apenas pelo primeiro termo. Prudência é refletida no segundo termo: quanto maior a incerteza, maior o nível da poupança, para dados níveis de renda e de riqueza2. A equação de Euler acima difere dos modelos tradicionais pelo termo adicional as2/2. Esse termo representa uma depressão dos níveis de consumo presente em benefício de consumo futuro. Esse componente precaucionário perde importância à medida que nos movemos na direção do fim do horizonte de vida dos indivíduos. Isto é, à medida que a incerteza vai sendo resolvida, a necessidade de demanda precaucionária por seguros ou por poupança se reduz e o consume tende a aumentar com o passar do tempo. Intuitivamente, incerteza acerca da renda tornam os indivíduos mais cautelosos, fazendo-os reduzir ou adiar consumo presente para o futuro.

Renda Permanente Poupança Precaucional

2 Note-se que o argumento está uma derivada acima do efeito de aversão a risco que afeta a composição do estoque de riqueza. Prudência afeta a decisão de consumo e, para isso, está relacionada à curvatura da utilidade marginal, ou seja, a terceira derivada da função utilidade. além da suavização do consumo ao longo do ciclo da vida.

tempo

Ct Ct

tempo

14

De acordo com o gráfico acima, de acordo com a teoria da renda permanente tradicional buscam suavizar seu perfil temporal de consumo. Com a introdução de incerteza junto com comportamento precaucionário (U”’(Ct)>0), os agentes inclinam seu perfil de consumo na direção do futuro.

A abrupta redução da instabilidade de renda provocando segundo o motivo

precaucional uma redução da demanda por proteção poupança precaucional (auto-

seguro financeiro). O argumento pode ser aplicado ao fornecimento de outros seguros

sociais pelo Estado. Por exemplo, a Constituição de 1988, universalizou o acesso a

Saúde através do SUS ou ainda deu estabilidade no emprego ao funcionalismo público

diminuindo a demanda por seguros específicos como saúde e prestamista,

respectivamente.

Um efeito colateral da adoção de programas dociais é provocar um boom de

consumo inicial ilustrado no gráfico abaixo quando transitamos de uma trajetósria de

alta incerteza para uma de baixa incerteza. Outra é reduzir o crescimento do consumo

para períodos posteriores.

Trajetória do Consumo

Alta incerteza de Renda

“boom” Baixa Incerteza de Renda

tempo

ii. Seguro e Ciclo de Vida e os Motivos da Herança

Muito do debate corrente sobre comportamento financeiro em países

desenvolvidos está centrado na importância relativa dos motivos precaucionais (fruto da

incerteza percebida de renda e da prudência das pessoas), ciclo da vida (isto é, financiar

o consumo durante a velhice sem trabalho e com problemas de saúde) e herança (isto é,

poupar para financiar o consumo dos descendentes).

Indivíduos deixam herança, por pelo menos três razões:

15

1. Altruísmo. Há uma preocupação com as próximas gerações, então poupa-se

para suavizar o nível de consumo entre gerações.

2. Controle. O doador deixa bens para compensar seus herdeiros pelos serviços

fornecidos por eles durante a vida do doador.

3. Acidente. Como a maioria dos indivíduos não sabem quando vão morrer, não

conseguem elaborar um planejamento exato dos recursos que necessitarão até o

último dia de suas vidas. Mantêm sempre com eles uma certa quantia que lhes

permite viver mais do que realmente vivem, deixando, portanto uma certa

quantia quando morrem.

Uma importante fonte de incerteza é a aquela relacionada ao momento da morte

do indivíduo. Quanto maior for a expectativa de vida menor será o consumo que será

realizado depois da aposentadoria para um dado nível de recursos. Sendo assim, quanto

poupar para a aposentadoria depende também do grau de incerteza sobre a data de morte

das pessoas. No caso de altruísmo as pessoas querem demandar seguro de vida para

garantir o padrão de vida do respectivo cônjuge e dos descendentes. No que tange a

incerteza de data da morte isto se aplica mais a provisão de anuidades ou na prática

sistema de pensões e previdência públicas e privadas.

iii. Previdência Complementar e Ciclo da Vida

Poupar para a aposentadoria advém do desejo individual de manter um padrão

estável de consumo ao longo do ciclo da vida. Em função disso, os indivíduos abrem

mão de uma parcela de consumo durante a vida ativa para poder estabilizar o padrão de

consumo na velhice, quando ocorre uma queda no rendimento do trabalho função da

aposentadoria ou aumento de despesas função dos maiores riscos de saúde na terceira

idade. Há portanto, uma acumulação até a data da aposentadoria, a partir daí o estoque

financeiro começa a ser utilizado para complementar os recebimentos a título de

aposentadoria. A versão mais simples do modelo do ciclo da vida é aquela na qual

consumo é constante ao longo da vida, não existe incerteza, a taxa de juros é nula, e a

única mudança na renda que ocorre é quando o consumidor se aposenta. Após a entrada

na idade ativa por volta dos 20 anos o indivíduo começa a acumular ativos até a

aposentadoria para fazer frente as necessidades de consumo posteriores.

16

8

ativos

renda consumo

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Idade Economicamente Ativa

Fonte: Modigliani 1986

Um caminho complementar é olhar para fatores que condicionam preferências,

necessidades e a própria renda do trabalho ao longo do ciclo da vida. Choques de saúde

mais freqüentes na terceira idade são uma possibilidade de efeitos precaucionais e

explicam a maior demanda por seguros na fase mais adiantada do ciclo da vida.

Tamanho de família é outra possibilidade. Os gastos de consumo vão juntos tender a

atingir o pico no meio ou depois da meia-idade em volta do mesmo tempo que a renda

da família atinge o pico3. Quando existem mais pessoas na família, a utilidade na

margem do gasto adicional vai ser alto, então o consumo doméstico ao longo do ciclo

da vida teria a mesma forma da estrutura do domicílio ao longo do ciclo de vida,

aumentando inicialmente com a idade média do chefe do domicílio e decrescendo

depois. Neste contexto o baixo consumo dos idosos pode ser atribuído ao fato da

utilidade marginal dos gastos serem baixos em idades mais avançadas, veja por

exemplo, Börsch-Supan e Stahl (1991).

Claro que o motivo precaucional, restrições a crédito (restrições por liquidez), ou

os efeitos de defasagem de hábitos podem atuar no sentido de reter o consumo corrente,

então pessoas jovens com rendas que seguirão um formato esperado de U-invertido

podem não ter como tomar empréstimos.

iv. Imóveis e Automóveis, Indivisibilidades e Restrições de Crédito

3 Modelos precaucionais e formação de hábito iriam da mesma forma reconciliando a teoria com a

evidência, desde que ambos tendam a baixar o consumo cedo na vida, quando a renda também é baixa. Taxas de juros teriam uma regra similar.

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Indivíduos restritos por liquidez são aqueles cujo desejo de consumo está além

das disponibilidades de caixa do indivíduo dadas pela renda e ativos líquidos. Quando a

disponibilidade líquida é inferior ao seu desejo de consumo, é por que algum tipo de

restrição de crédito impede o financiamento de seu consumo corrente. Nesse caso, o

indivíduo consome toda a sua renda, ficando preso a uma solução de canto4.

Intuitivamente se esperaria que indivíduos restritos por liquidez não poupassem

ou demandassem seguro, já que são vistos como o excedente de renda em relação ao

consumo. Contudo, alguns dos motivos apresentados para demandar seguro e poupar

podem ser reforçados pela existência de restrição de crédito operantes. Indivíduos

restritos ao crédito seriam induzidos a acumular ativos financeiros como um colchão

(buffer-stock) contra incertezas ou a comprar seguros.

Em geral, nos testes empíricos a restrição por liquidez é avaliada pelo montante

de ativos que os indivíduos dispõem. Segundo Runkle (1991) pessoas com poucos

ativos líquidos teriam dificuldades em tomar empréstimos e portanto estariam restritas

por liquidez. Contudo, autores como Deaton (1992) acreditam que a inabilidade de

tomar empréstimo não implica inabilidade em poupar, podendo existir boas razões para

que consumidores restritos por liquidez acumulem ativos financeiros. Restrições por

liquidez poderiam induzir a uma maior acumulação de ativos.

A acumulação para aquisição de bens indivisíveis, representados principalmente

por imóveis e automóveis, resulta do fato que os fluxos de renda mensal tomados

individualmente não são suficientes para compra de bens indivisíveis e de alto valor

unitário. Essa situação é induzida pela inexistência de mercados de crédito perfeitos,

indutores de restrições por liquidez.

Seguro de bens específicos seria, portanto resultado da interação de dois fatores:

indivisibilidade dos bens e imperfeições no mercado de crédito. Os indivíduos que se

apresentam numa situação de autarquia, sem crédito, no caso de um choque adverso têm

que acumular recursos por conta própria, durante alguns períodos até que possam obter

o bem indivisível abrindo mão de seus serviços5. Similarmente, pessoas que querem

4 Issler et all. (1998) estimou em 80% a parcela da renda afluindo para pessoas restritas por liquidez no Brasil contra 50% do caso americano encontrado na literatura. Se os indivíduos restritos forem os mais pobres, 95% dos consumidores brasileiros estariam restritos no mercado de crédito.

5 A Itália e o Japão são exemplos citados de economias com altas taxas de poupança devido ao

racionamento de crédito.

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recomeçar um novo negócio, freqüentemente são frustradas pela falta de acesso ao

mercado de capitais, sendo forçadas a acumulação antecipada de riqueza financeira.

v. Sumário dos Motivos e a Demanda de Microsseguro e Poupança

Segundo a vasta literatura sobre comportamentos financeiros das famílias, a

demanda pelo binômio poupança/seguro seria induzida por alguns fatores principais

além da suavização do consumo ao longo do tempo. Alguns destes fatores geram no

campo da literatura da poupança (ou auto-seguro) motivos específicos, mas que no

campo do entendimento da demanda de seguro pode dar origem a apólices com

características específicas, a saber: a) motivos precaucionais, em uma situação de

incerteza de renda ou despesa com relação ao futuro aí temos seguro saúde, seguro-

desemprego, seguro prestamista. b) seguro relacionado bens indivisíveis e de alto valor

unitário como automóveis, imóveis e ativos produtivos ligados a negócios num contexto

de restrição de crédito; c) a própria previdência complementar atua como importante

proteção contra redução de renda do trabalho e choques de saúde na saúde financeira

dos idosos; d) herança, ou seja, caso em que se poupa para financiar o consumo do

cônjuge e descendentes frente o risco de morte justificaria a aquisição de apólice de

seguro de vida. Todos estes motivos são de alguma forma magnificados em indivíduos

de baixa renda. Sem falar que as baixas rendas no Brasil tendem a apresentar mais

volatilidade da renda laboral seja Neri et all (1999). No entanto, indivíduos de baixa

renda estão mais restritos no mercado de seguro, seja pela falta de conhecimento deles

dos serviços oferecidos pela seguradoras, pelo desconhecimento das seguradoras sobre

clientes informais pela dificuldade de observação e cadastro, sem falar nos baixos

valores envolvidos o que dificulta a diluição de custos fixos cadastrais oferta dos

mesmos. Todos estes elementos sustentam o caso para o desenvolvimento da indústria

nascente de microsseguros e com a poupança no país.

vi. O paradoxo da poupança

“quanto mais positivo com as conquistas do Brasil e do Nordeste, mais pessimista

com a já baixa poupança familiar.”

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Mistérios são frutos da falta de conhecimento. Nossa ignorância sobre poupança

impressiona pela sua centralidade ao desenvolvimento do país e para o bem estar dos

brasileiros. A taxa de poupança doméstica brasileira é metade da chinesa e um quarto da

taxa familiar deles.

Nosso parco conhecimento sobre poupança é restrito a área macro, destaque aos estudos

de João Issler e Samuel Pessoa. Trabalhos microeconométricos, mesmo tabelinhas

descritivas são raros aqui, contrastando com a riqueza de estudos sobre pobreza.

Estudos nacionais baseados em microdados são raridade no país. A ONU escolheu o

Brasil como sede do International Poverty Center, seu think tank global no tema.

Por que estudamos pouco os hábitos financeiros familiares. Seria falta de dados? O

Brasil recordista mundial de inflação teve sempre forte demanda por pesquisas de

orçamento familiares (POF). POFs permitem incorporar efeitos-substituição de

aumentos de preço, gerando índices de inflação mais precisos e baixos. O governo

deveria ter financiado mais POFs, nem que fosse só para pagar menos correção

monetária na dívida pública. Pelo menos hoje, dispomos de POFs nacionais que

permitem não só estimar os determinantes de poupança, como medir melhor indicadores

de pobreza e de desigualdade.

Seria a acumulação de poupança tema de sociedades ricas? A literatura de

desenvolvimento nega. O jovem agricultor indiano que poupa frente às intempéries

climáticas, ou sofre as conseqüências de não faze-la, é figurinha fácil nos estudos

internacionais. A anedota do campo é que há mais estudos sobre poupadores rurais

indianos do que entrevistados em pesquisas domiciliares sobre o tema. Mas e o

agricultor nordestino que já foi personagem de Vidas Secas, sabemos pouco sobre ele.

Um objetivo deste texto é estudar hábitos de poupança vis a vis outros comportamentos

financeiros das famílias conferindo especial atenção ao caso nordestino.

A baixa taxa de poupança familiar inibe o financiamento do investimento requerido para

sustentar altas taxas de crescimento. O Brasil encontra-se num círculo virtuoso onde

democracia, equidade e crescimento se retroalimentam. Agora a minha positividade é

inversamente proporcional com a perspectiva de taxa de poupança das famílias

brasileiras e nordestinas. Nossa taxa condicionada as suas causas centrais é ainda

menor. Senão vejamos:

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Desigualdade em queda inibe a poupança. Famílias mais pobres, em particular naquelas

onde os filhos estudaram mais tendem a consumir uma parte maior de sua renda. Na

década passada a renda da metade mais pobre cresceu 588% mais que a dos 10% mais

ricos. A desigualdade de renda brasileira continua caindo pelo efeito combinado de

melhoria na distribuição de educação e de programas sociais.

Poupança precaucional é desincentivada pela crescente estabilidade macroeconômica

e pela ampliação do estado de bem estar. Para além de melhora das rendas correntes,

elas provocam redução dos riscos de renda das famílias. A conquista do investiment

grade e os novos programas sociais sob a égide do Brasil Sem Miséria implicam menor

motivação a poupar. Se redistribuir é preciso, Bolsa Família com incentivos à poupança,

tipo fundos de pensão, também é preciso. Ou alternativamente, a oferta destes

instrumentos por outros agentes financeiros com ênfase nos estatais.

Envelhecimento diminui a poupança. Na teoria do Ciclo de Vida do Nobel Franco

Modigliani, idosos despoupam, em particular sob nossas regras constitucionais. Na

transição demográfica em curso, a população idosa cresce três vezes mais rápido que a

total. O aumento de renda dos idosos anunciado pelo gatilho do salário mínimo em

janeiro de 2012 , acaba de disparar reajuste de 14% a despeito dos seus possíveis

méritos inibindo a poupança.

Juros mais baixos, em particular na captação, desestimulam a poupança. As sucessivas

quedas da Selic e a pressão sobre os spreads bancários configuram outro viés de baixa

poupança.

Crédito é despoupança. Apesar da razão crédito/PIB ter dobrado nos últimos oito anos,

é ainda baixa para padrões internacionais. A diminuição das restrições de crédito como

no consignado são exemplares.

Fatia do trabalho e formalização maiores desestimulam a poupança, dadas garantias

do aviso prévio, FGTS e seguro desemprego. Esta formalização relativa ao total da

população tem evoluído mais no Nordeste conforme o gráfico abaixo demonstra.

21

Emprego Formal como % da População

Variação 2003 a 2010

Fonte: Centro de Políticas Sociais – CPS/FGV a partir da RAIS/MTE

Minha Casa, Minha Vida sem incentivos a acumulação prévia também. Países quase

sem crédito imobiliário, como Japão e Itália, apresentam taxas de poupança financeiras

mais altas, voltadas a compra prospectiva de imóveis. Por outro lado, imóveis

(pequenos negócios) sintetizam bem o hábito construído ao longo de décadas de

instabilidade inflacionária de alocar o binômio poupança/investimento em ativos reais

imobiliário ou empresarial.

Otimistas por natureza, como na fábula da cigarra e da formiga, poupam menos. Em

quatro pesquisas do CPS/FGV, somos tetra campeões mundiais de felicidade futura.

Não há sinal de queda do brasileiro, profissão esperança (Neri 2011).

Na área rural que é importante para o caso em mãos do Agroamigo, a felicidade

futura do Brasil para 2011 era 8,6 o terceiro colocado, atrás de Colômbia (com um

índice igual a 9) e Jamaica. O pódio lanterninha é formado pelo africano Zimbabwe e,

curiosamente, Paraguai (3,76) e Equador (3,71). Ou seja, países da América do Sul

ocupam os extremos do ranking de felicidade futura rural. Infelizmente, estas

informações não estão disponíveis para dentro do Brasil apenas entre países conforme o

mapa a seguir:

V a r i a ç ã o % 2 0 1 0 - 2 0 0 30 . 3 4 8 - 0 . 4 8 50 . 4 8 5 - 0 . 6 2 30 . 6 2 3 - 0 . 7 60 . 7 6 - 0 . 90 . 9 - 1 . 8 4

22

Mapa de Felicidade Futura - – Áreas Rurais

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados GALLUP

Paradoxalmente, quanto mais otimista ficamos com as conquistas brasileiras em

desigualdade, incertezas, informalidade, trabalho, longevidade, juros e spreads, crédito e

habitação; mais pessimistas também ficamos com as perspectivas da poupança das

famílias brasileiras. Em tempos de nova classe média e de mexida na caderneta, é

preciso inovar nas políticas pró-poupança em particular as pró-pobres.

F e l i c i d a d e F u t u r a0 - 22 - 44 - 66 - 88 - 1 0N o D a t a

23

3. Definições de Microsseguros e de Microfinanças

As últimas décadas presenciaram o advento de tecnologias que possibilitaram o

acesso a crédito a milhões de indivíduos excluídos do setor financeiro tradicional, no

que ficou conhecido como microcrédito. O termo “microcrédito” encontra diferentes

definições. Para Gulli (1998), consiste em serviços financeiros de pequena escala, isto é,

que envolvam valores baixos, enquanto Schreiner (2001) não define o termo pelo valor

emprestado, mas como o crédito concedido a pessoas de baixa renda. O microsseguro

crédito se encaixa no campo das microfinanças e envolve o fornecimento de seguros a

clientes não atendidos pelo setor financeiro tradicional. Já microfinanças referem-se a

uma gama de serviços financeiros diversos, que incluem microcrédito, micropoupanças,

crédito imobiliário, remessas de imigrantes e microsseguros, para citar apenas os

principais. Outros exemplos de programas no campo das microfinanças seriam a

abertura de postos bancários no comércio tradicional (por exemplo, padarias e

mercearias), o que foi recentemente liberado pelo Banco Central.

As instituições de microfinanças fornecem serviços financeiros a clientes que

foram excluídos do setor bancário formal, buscando servir pessoas que as instituições

bancárias tradicionais não consideram valer a pena atender. Pode-se entender famílias

ou atividades econômicas independentes que envolvam um volume reduzido de

recursos, o que compreende desde um vendedor ambulante até uma lojinha com poucos

empregados. Apesar de pequenas, essas atividades podem ser consideradas empresas na

medida em que envolvem agentes que assumem riscos com seus próprios ativos. Esses

microempreendimentos, por sua natureza tipicamente informal e muitas vezes familiar,

freqüentemente não possuem documentação legal, propriedades, nem tampouco salários

regularizados, que consistem nas garantias exigidas pelas instituições bancárias

tradicionais. A chave do sucesso das microfinanças, portanto, é desenvolver produtos e

tecnologias que permitam prover serviços financeiros a esses clientes de forma

sustentável. Isso se tornou possível com o desenvolvimento de tecnologias de sistemas e

métodos de gerenciamento de risco que permitem a concessão de seguros a esses

indivíduos com sérias restrições de ativos, sem documentação formal de renda e sem

histórico de crédito. Criaram-se, assim, canais viáveis de distribuição de seguro,

conseguindo-se reduzir os custos de transação dos pequenos empréstimos e superar os

altos custos fixos unitários associados a apólices muito pequenas, o que sempre foi um

entrave para o acesso dos pobres a mecanismos de seguro.

24

Resumindo, as microfinanças têm por objetivo aumentar a capilaridade do

sistema financeiro nos seus diversos segmentos, dando ênfase especial ao crédito, e

também à poupança e ao seguro, e podem ser percebidas como uma provisão de

serviços financeiros para negócios e famílias tradicionalmente mantidas à margem do

sistema financeiro.

Assimetria de informações e restrição de seguro

A relação entre seguradoras e segurados é marcada pela assimetria de

informações. Há dois principais problemas descritos na literatura: seleção adversa e

risco moral. A primeira envolve o desconhecimento do credor com relação ao tipo do

tomador, isto é, o emprestador não sabe quão propenso ao risco o tomador é quão

honesto, quão responsável etc. Já o risco moral envolve falta de informação do

emprestador sobre o tipo de ação que o tomador pode vir a tomar, nesse caso específico,

o que o tomador fará com o empréstimo, que tipo de investimento escolherá.

A existência de assimetrias na avaliação de contratos entre credores e devedores

proporciona uma quantia menor de crédito disponível do que a demandada. Grande

parte do problema se deve ao fato de o devedor tipicamente dispor de conhecimentos e

tecnologia não compartilhados pelo emprestador, caso contrário o emprestador seria

também o empreendedor.

Uma estratégia muito usada, que explora as interações repetidas entre

seguradores e segurados, é criar a seguinte regra de interação: o banco fornece prêmios

de seguros de crescentes ao longo do tempo (step insurance), condicionado ao não

pagamento dos períodos anteriores, e não renova o seguro se ocorrer um caso mais

extremo. Além disso, o fato de se começar a relação com prêmios maiores permite ao

segurador testar os tomadores antes de diminuir o valor do prêmios, e separar os maus

segurados antes da redução das tarifas cobradas (expansão).

Um dos segredos do sucesso do microsseguros é a lealdade dos clientes,

conseguida pela confiança das instituições na sua clientela e pelos bons serviços

fornecidos a ela. É necessário conhecer bem os clientes e buscar produtos que

satisfaçam suas necessidades. Um traço relevante de diversos programas de

microsseguros, tomada emprestada do microcrédito, que os diferenciam do

fornecimento de seguro tradicional, seria o contato direto e pessoal entre o funcionário

25

da instituição seguradora e seus clientes. Um razoável número de funcionários que

acompanham toda a trajetória do empréstimo, desde o desembolso até o pagamento, e

que muitas vezes são remunerados de acordo com seu desempenho, o que faz com que

os diversos incentivos aplicados aos vários atores envolvidos estejam alinhados com o

sucesso da iniciativa.

Outro ponto é o aproveitamento de economias de escala e de escopo nas

operações de políticas públicas destinadas a um grande número de pessoas. Por

exemplo, o cadastro da população de baixa renda elaborado para permitir seu acesso a

programas sociais pode ser aproveitado por instituições creditícias, que se beneficiam

desse custo já ressarcido. Complementarmente, a análise comparativa dessas

informações, feita em conjunto pelos programas, proporciona economias de escopo. O

aumento da quantidade de informações incorporadas às decisões relativas a contratos de

crédito pode também magnificar as percepções de outros gestores públicos.

Outra possibilidade relacionada com a combinação do microsseguros com outras

políticas públicas é a idéia de consignar a renda advinda de programas de pensões

públicas e transferência de renda condicional, como o Bolsa-Família. Essa proposta

busca conciliar ao mesmo tempo instrumentos de políticas públicas e do mercado

privado para promover uma proteção contra a pobreza e a inclusão social de longo

prazo.

É preciso atentar para o custo de monitoramento do segurado. Quando se trata de

pequenos seguros, esses gastos podem se tornar tão significativos que não justifiquem a

oferta de seguro. Uma solução é transferir o custo de monitoramento para um terceiro,

um agente de crédito. Ou seja, pessoas próximas do grupo-alvo de se O setor bancário

formal aproveita as informações obtidas pelo agente de seguro local,6 distinguindo os

tipos de segurados potenciais e fornecendo tarifas e coberturas mais adequadas. É

preciso atentar para o custo de monitoramento do seguro. Quando se trata de pequenas

apólices, esses gastos podem se tornar tão significativos que não justifiquem a oferta de

serviços pelo segurador.

6 Pode ser pensado como uma seguradora que terceiriza o departamento de monitoramento e prestação de serviços. No caso, o monitor delegado local é o agente de seguro.

26

Atores Fundamentais do Microsseguros

Grupo

Solidário

Outra solução complementar é conseguir novos sócios dispostos a dividir

despesas e riscos. O efeito básico de uma ação desse tipo é, conforme Diamond (1984),

o efeito diversificação: o aumento da quantidade de projetos diminui o risco.

Diminuindo-se este, diminuirá o custo de monitoramento. Cada uma das partes deve se

sentir empenhada no sucesso da missão.

Por outro lado, com o desenvolvimento de novas metodologias gerenciais,

tecnologias de informação e comunicação e cadastros governamentais, os programas de

microsseguros têm que estar sempre se reinventando, o que lhes permitirá não só

enfrentar uma concorrência maior e inevitável em ações exitosas, como levar o seguro

até onde este nunca chegou antes.

Agente de Seguro

Seguradora Segurado

Segurado

Segurado

27

4. Demanda de Microfinanças de Clientes do Agroamigo

As duas bases de dados operacionais do programa Agroamigo disponíveis para

análise foram divididas de acordo com o questionário aplicado. A primeira, mais antiga,

contém informações sobre o universo de 65 mil clientes, englobando receitas e lucros

em dois momentos distintos, o que nos permitiu ver qual o comportamento dessas

variáveis segundo diferentes atributos socioeconômicos. A segunda base de dados, mais

recente, conta com mais variáveis além das aplicadas no questionário antigo, apesar do

menor número de clientes: constam informações de “apenas” 7.867 clientes. Daremos

prosseguimento à análise de dados do programas utilizando a ótica de bancarização

através desta base menor. Perde-se em quantidade de pessoas, mas se ganha em

conteúdo informacional, pois podemos olhar para infraestrutura, acesso a mercados,

recebimento de Bolsa Família, bancarização e acesso a instrumentos financeiros, entre

outros

Bancarização: Um dos principais objetivos das microfinanças é incluir pessoas de

baixa renda no sistema financeiro e alavancá-las. Em geral, essas pessoas não

conseguem acesso ao crédito por não possuírem colateral para dar como garantia. O

AgroAmigo, que visa atender pessoas de baixíssima renda, alcançando os mais pobres

dos pobres, tem como grande parte dos seus clientes pessoas pouco bancarizadas. Ou

seja, pessoas que não tem acesso aos mecanismos financeiros de mercado.

Como pode ser visto na tabela abaixo, 90,56% das pessoas não possuem uma

conta corrente, isto é, acesso a um banco comercial. E quase a totalidade não possui

cartão de crédito, o que era de se esperar, visto que o crédito ainda é limitado para estes

clientes. O líder em níveis de bancarização é a poupança, com quase 15% dos clientes.

Ainda é um nível muito baixo, tendo muito espaço para crescer. A falta de informação

e de conhecimento é um dos grandes problemas das pessoas mais pobres, sendo que

muitas desconhecem estes mecanismos que podem ser benéficos para elas. A educação

financeira, como já foi apontado pelo criador do Grameen Bank, é fundamental na

difusão do microcrédito.

Determinantes: O nosso primeiro caso de análise dos determinantes da demanda por

instrumentos financeiros é a base amostral nova de clientes do Agroamigo usada para a

28

avaliar os impactos do microcrédito na área rural nordestina. Esta base possui um amplo

espectro de informações sobre instrumentos financeiros indo desde conta corrente,

poupança e cartão de crédito. Função desta riqueza de informações usamos um

procedimento sequencial de escolha de variáveis (stepwise) mais relevantes no uso

destes instrumentos. O aspecto comum é que a espacialização captada por Unidade da

Federação se revela como a principal variável determinante nos três instrumentos

analisados. Cabe lembrar que estamos comparando com as mesmas características

observáveis captadas em cada modelo de regressão. Logo há tratamentos de pessoas

iguais em lugares diferentes o que sugere a existência de bolsões de demanda reprimida

por instrumentos financeiros. Por outro lado há que se considerar elementos de oferta

como custos financeiros e dificuldades operacionais. De toda forma, esta informação

controlada abre espaço para o Banco do Nordeste procurar homogeneizar a oferta destes

instrumentos na área rural destes diferentes estados. Cabe notar que não há um padrão

espacial comum da demanda reprimida pelos diferentes instrumentos financeiros entre

estados nordestinos.

Apresentamos mais abaixo a lista ordenada das variáveis que entraram no

modelo de uso dos diferentes instrumentos financeiros e a seguir tabela que coloca lado

a lado os principais elementos comuns dos modelos estimados ao final do processo.

Toda esta informação é apresentada em maior detalhe no apêndice encontrado no final

do texto..

29

Modelo Sequencial de Seleção de Determinantes do Uso de Microfinanças

CONTA CORRENTE CARTÃO DE CRÉDITO POUPANÇAVariável Variável Variável

1 Unidade da Federação* 1 Unidade da Federação* 1 Unidade da Federação*

2POSSUI_BENEFICIO_INSS 2

TEC_EMPREGA_ROTACAO_CULTURAS 2 INFRA_ESTRADA

3 CARTAO_CREDITO 3 meses 3 meses

4 meses 4 CONTA_CORRENTE 4 ELETRO_GELADEIRA

5TEC_EMPREGA_MECANIZACAO

5PERIODICIDADE_PARCELAS

5 CARTAO_CREDITO

6Condicao Uso Posse Terra 6 Internet 6 PSF

7TEC_EMPREGA_MINERALIZACAO 7 INFRA_ESTRADA 7 Internet

8CONHECEU_PROG_ASSOC_COOPER 8

TEC_EMPREGA_VERMIFUGACAO 8

CONHECEU_PROG_ASSIST_TECNICA

9 ELETRO_GELADEIRA 9 SEXO 9 Condicao Uso Posse Terra

10 INFRA_ESTRADA 10 POUPANCA

11 PSF 11 Dedicacao Atividade

12NENHUMA_TECNOLOGIA 12 MIGRANTE_RETORNO

13 Internet 13 Acesso Assintencia Tecnica

14TEC_EMPREGA_IRRIGACAO

15 BOLSA_FAMILIA

16 Estado Civil

*Superintendencia

PassoPasso Passo

Passo Pr > Chi Passo Pr > Chi Passo Pr > Chi

Superintendência AL 1 0.396 0.9002 1 36.387 <.0001 1 2.451 0.4693Superintendência BA 1 0.206 <.0001 1 8.173 0.0178 1 6.766 <.0001Superintendência CE 1 0.331 0.2614 1 2.677 0.2426 1 1.498 0.0049Superintendência MA 1 0.33 0.352 1 10.776 0.0073 1 1.143 <.0001Superintendência MG 1 0.611 <.0001 1 0.767 0.0066 1 2.669 0.0359Superintendência PB 1 0.244 0.0009 1 11.525 0.0005 1 1.279 <.0001Superintendência PE 1 0.277 0.0325 1 4.667 0.9841 1 2.67 0.0719Superintendência PI 1 0.243 0.0099 1 3.813 0.6012 1 5.243 <.0001Superintendência RN 1 0.8 <.0001 1 3.861 0.6236 1 1.794 0.1734Possui Benefício INSS Sim 2 1.765 <.0001 --- --- --- --- --- ---Carão de Crédito Sim 3 3.078 <.0001 --- --- --- 5 1.867 0.0022Conta Corrente Sim --- --- --- 4 2.48 <.0001 --- --- ---Internet Sim 12 1.997 0.0216 6 3.756 0.0025 7 2.141 0.0053Bolsa-Família sim 15 0.826 0.0304 10 1.884 0.0022 --- --- ---

Modelo Logístico - Bancarização (Conta Corrente) (Car tão de Crédito) (Poupança)

ParameterRazão de Chances

Razão de Chances

Razão de Chances

30

Indo além da variáveis espaciais supracitadas, a existência de internet impacta

positivamente a presença dos três instrumentos financeiros pela facilidade de diminuir

custos financeiros além de simbolizar uma maior acesso a recursos e a infraestrutura

pública (energia e serviços de provisão de tecnologia de informação e comunicação).

O terceiro elemento que chama a atenção é a existência de complementaridade e

não substutabilidade entre os três instrumentos financeiros em questão pois os

coeficientes são positivos (ou as razões de chances são maiores que um). Ou seja, quem

tem mais um instrumento tende a ter mais os demais instrumentos.

Já o recebimento de programas sociais como Bolsa Família e benefícios do INSS

possui impactos diferenciados sobre o uso de conta corrente caindo entre os recebedores

do primeiro e aumentando para os do segundo o que pode refletir o menor nível de

renda dos beneficiários do Bolsa Familia e um estágio mais avançado no ciclo de vida

dos aposentados e pensionistas do INSS. Quando olhamos modelos similares a este de

acesso a estes programas observamos que eles são substitutos entre si e que

características ligadas a idade como a existencia de filhos que estudam no domicilio

tendem a aumentar a chance de ser beneficiário do Bolsa Familia e a diminuir no caso

do INSS.

Os benefícios do INSS parecem atrair contas correntes para bancos mas não

cartão de crédito talvez pela nova possibilidade de aposentados e pensionistas contrair

crédito aberta pelo advento do consignado. Já os instrumentos de caderneta de Poupança

e Cartão de Crédito não são influenciados pela existência pelo recebimento de nenhuma

destas transferências.

5. Mercado de Microsseguros e os Microempresários Urbanos Nordestinos

Tratamos inicialmente de medir a oferta e demanda efetiva por microsseguros a

partir dos microdados da pesquisa da Economia Informal Urbana de 2003

(ECINF/IBGE), apresentando uma série de estatísticas descritivas sobre diversos

segmentos da população brasileira.

Descrição da ECINF

A pesquisa Economia Informal Urbana – ECINF - visa a captar o papel e a

dimensão do setor informal na economia brasileira. Procura-se identificar os

31

proprietários de negócios informais: trabalhadores por conta própria e pequenos

empregadores, nos domicílios em que moram e, através deles, investigar as

características de funcionamento das unidades produtivas.

A pesquisa Economia Informal Urbana foi concebida com a finalidade de

produzir informações para o estudo e planejamento do desenvolvimento

socioeconômico do país. Seus principais objetivos são:

• identificar as atividades econômicas desenvolvidas em unidades produtivas, que

deixam de ser captadas ou são, apenas, parcialmente pelas fontes estatísticas

disponíveis;

• dimensionar o peso real destas atividades em termos da geração de oportunidades de

trabalho e rendimento;

• ampliar a base de informações necessárias para o Sistema de Contas Nacionais; e

• subsidiar os estudos sobre condições de trabalho e remuneração, em particular

aqueles relacionados às situações de pobreza urbana no País.

Microsseguros e Microempresários Urbanos Nordestinos

Segundo a literatura empírica, a pobreza, além de limitar o acesso ao mercado de

crédito, também limita o acesso ao mercado de seguro por várias razões relacionadas a

problemas de assimetria de informação. Primeiro, para que exista oferta de segura

contra algum risco futuro, é preciso que o incidente em relação ao qual está sendo

contratado o seguro seja verificável. Segundo, a probabilidade de ocorrência de vários

incidentes é influenciada pelas ações do segurado, chamado na literatura de “moral

hazard” ou “risco moral”. Para que os incidentes sejam verificáveis e a possibilidade de

moral hazard seja minimizada, é preciso incorrer em custos de monitoramento e

verificação de informações. Isto em geral implica que a concessão de seguro aos pobres

é pouco lucrativa ou mesmo inviável financeiramente, o que torna raros os mecanismos

de seguro formal para os pobres. Nesse âmbito, surge o mercado de microsseguros para

suprir a ausência da oferta de seguros formais para os pobres. Procuraremos analisar os

principais motivos para a falta do acesso ao seguro e a distribuição da taxa de acesso ao

32

mercado de seguros de acordo com características sócio-demográficas, espaciais e

características especiais do microempreendimento. O universo da ECINF, como foi

explicado acima, é formado pelos microempresários urbanos do país. Na nossa análise

de microsseguros, focaremos no universo dos microempresários urbanos que compõem

o grupo de clientes potenciais do programa CrediAmigo, isto é, os

microempreendedores nordestinos.

Panorama de Microseguro dos Pequenos Produtores O Panorama construído a partir de ECINF (Economia Informal Urbana) é um banco de

dados interativo que permite avaliar o acesso a diferentes itens de seguro e os motivos apresentados por aqueles que não têm, a partir do cruzamento simples das variáveis. i. avaliamos o acesso a diferentes modalidades de seguro, tais como: Seguro de vida; Previdência privada; Imóvel / Instalação do negócio; Saúde / Dental; Residência; Outros. ii. entre os que não possuem seguro, avaliamos os motivos apresentados, que se dividem em Não achava necessário; Achava caro; Os produtos não eram adequados; Desconhecia a oferta desses produtos; Outros motivos. O panorama permite avaliar tais informações para cada um dos Estados nordestinos.

http://www.cps.fgv.br/cps/bd/crag/ecinf/index.htm

Motivos do Não Uso

A base de dados da ECINF nos permite analisar os motivos para não ter acesso

ao seguro, no caso, especificamente o acesso dos microempresários ao microsseguro.

Ao analisar os dados da pesquisa, percebemos que o principal motivo para a falta de

acesso ao seguro é o alto custo do mesmo, seguido pela falta de necessidade. No

universo dos potenciais clientes do CrediAmigo que não possuíam seguros, 48% deles

não possuíam pois achavam caro. Além do custo, a falta de necessidade ou de interesse

também é bastante significativa, com 28% dos microempresários nordestinos alegando

esse motivo para a falta de seguros.

33

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Ao abrirmos a análise pelas Unidades da Federação do Nordeste, temos que

Pernambuco é o estado que mais sofre com o alto custo dos seguros (59%), seguido

pelo Piauí (54%) e Alagoas (53%). Ceará, por sua vez, é o estado líder no quesito falta

de necessidade e interesse, com 36% dos microempresários locais alegando esse o

principal motivo para a falta de posse do seguro. Cabe ressaltar que o Maranhão se

destaca pela falta de conhecimento da oferta desses produtos (23% dos

microempresários alegaram esse motivo contra 8% na média do Nordeste), fato que

pode estar ligado ao maior afastamento geográfico desse estado em relação aos outros

da região.

Motivos para não ter Acesso a Seguro ::: Taxa

Estado

Categoria

Não possui -

Não achava

necessário

Não possui

- Achava

caro

Não possui -

Os produtos não eram adequados

Não possui - Desconhecia

a oferta desses

produtos

Não possui - Outros motivos

Maranhão 27% 37% 1% 23% 12%

Piauí 24% 54% 0% 7% 15%

28%

48%

1%8%

15%

Não possui - Não

achava necessário

Não possui - Achava

caro

Não possui - Os

produtos não eram

adequados

Não possui -

Desconhecia a

oferta desses

produtos

Não possui - Outros

motivos

Motivos para não ter Acesso a Seguro -Microempresários do Nordeste Urbano

34

Ceará 36% 42% 1% 5% 15%

Rio Grande do Norte 28% 53% 1% 5% 14%

Paraíba 26% 53% 0% 5% 16%

Pernambuco 27% 59% 1% 4% 9%

Alagoas 24% 53% 1% 4% 17%

Sergipe 30% 50% 2% 7% 11%

Bahia 25% 46% 1% 9% 19%

Taxa de Acesso

A taxa média de acesso a seguros no universo dos microempresários urbanos

nordestinos é 12%, isto é, a população que dispõe ao menos de um tipo de seguro

privado apontado no questionário da pesquisa, quer seja seguro-saúde/dental, seguro de

vida, seguro de imóvel/instalação do negócio, previdência privada ou outros tipos de

seguro.

Abrindo por Unidade da Federação, as maiores taxas de acesso se encontram no

estado da Bahia (14,93%), seguido por Pernambuco (14,18%) e Ceará (13,02%).

Portanto, percebemos que esses estados, principalmente Bahia e Pernambuco, estão

acima da média da região. Em compensação, as menores taxas, que estão no Maranhão

(6,61%), Piauí (9,39%) e Paraíba (9,91%), encontram-se bem abaixo da média do

Nordeste, mostrando uma forte desigualdade de acesso ao mercado de microsseguros

dentro da região.

Acesso a Seguro ::: Taxa

Estado

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Nordeste 87,67 12,33

Maranhão 93,39 6,61

Piauí 90,61 9,39

Ceará 86,98 13,02

35

Rio Grande do Norte 87,5 12,5

Paraíba 90,09 9,91

Pernambuco 85,82 14,18

Alagoas 88,84 11,16

Sergipe 88,57 11,43

Bahia 85,07 14,93 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Uma pergunta derivada abordada é qual a taxa de acesso para os diferentes tipos de

seguros utilizados apontada no gráfico abaixo:

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

O seguro-saúde/dental é o mais difundido, cobrindo 36,61% dos

microempresários urbanos nordestinos segurados, seguido do seguro de vida (28,44%),

outros seguros (15,57%) e previdência privada (13,47%).

Faturamento Médio

A base de dados da ECINF nos permite cruzar dados de fluxos e estoques

financeiros com dados de acesso e motivos do não uso de microsseguros. Em relação ao

faturamento médio, temos uma enorme discrepância do faturamento entre os

microempresários que não possuem seguros e aqueles que possuem algum tipo de

28.44%

13.47%

2.81%

36.61%

3.09%

15.57%

Seguro de vida Previdência

privada

Imóvel /

Instalação do

negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Taxa de Acesso a Seguros por Tipo -Microempresários Nordeste Urbano

36

seguro. Enquanto o faturamento médio daqueles que não possuem seguros é R$959,54,

o valor para aqueles que possuem algum tipo de seguro é de R$3247,60 no Nordeste

Urbano. Isso representa uma diferença de 238,45% favorável àqueles que possuem

algum tipo de microsseguro. Os maiores faturamentos médio são para aqueles que

possuem seguro de imóvel/instalação do negócio (R$6532,04), seguido de seguro para a

residência (R$5960,22) e previdência privada (R$5278,69).

Por outro lado, dentre aqueles que possuem algum tipo de seguro, os menores

faturamentos médio são relacionados ao seguro de saúde/dental. Não é por coincidência

que as maiores taxas de acesso também estão relacionadas a esse tipo de seguro.

Acesso a Seguro ::: Faturamento Médio

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Seguro de vida

Previdência privada

Imóvel / Instalação

do negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Nordeste Urbano 959,54 3247,60 3955,03 5278,69 6532,04 2812,92 5960,22 3596,85 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Abrindo a região por Unidades da Federação, dentre aqueles que não possuem

seguro os maiores faturamentos estão no estado do Maranhão, talvez por esse estado

apresentar o menor percentual de microempresários que possuem algum tipo de seguro.

Dentre os microempresários que possuem algum tipo de seguro, os maiores

faturamentos estão no estado de Pernambuco.

Acesso a Seguro ::: Faturamento Médio

Estado

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Seguro de vida

Previdência privada

Imóvel / Instalação

do negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Maranhão 1134,29 3498,85 3990,49 3083,9 10620,94 2759,01 7233,78 3213,05

37

Piauí 1113,35 3770,47 4327,34 4861,53 9796,21 2638,47 9606,92 5347,41

Ceará 954,32 2810,84 4454,83 5834,74 6148,22 2141,53 4054,5 2403,84 Rio Grande do

Norte 1078,81 2984,8 3043,85 4188,95 8267,32 3070,68 4753,38 3132,82

Paraíba 983,92 3502,95 3160,96 5048,57 14606,35 3388,86 11529,99 4504,28

Pernambuco 1039,14 4013,79 3996,57 9101,56 4493,41 3813,16 6088,43 4904,51

Alagoas 903,35 2679,69 4427,37 4047,71 2168,75 2361,35 4881,42 3384,98

Sergipe 854,85 3423,92 3948,04 3278,51 4120,25 2924,89 2104,42 4921,48

Bahia 799,1 2899,45 3846,83 4526,06 4294,41 2530,72 5210,28 3002,79 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Custo Médio Assim como em relação ao faturamento, o custo médio daqueles que não

possuem seguros é bem menor do que o custo dos microempresários que possuem

algum tipo de seguro, como já era de se esperar. Os maiores custos médio do Nordeste

Urbano estão relacionados ao seguro de imóvel/instalação do negócio e os menores são

relativos ao seguro saúde/dental, seguindo na mesma direção do faturamento médio.

Acesso a Seguro ::: Custo Médio

Categoria

Não

possui

seguro

Possui

algum

tipo de

seguro

Seguro

de vida

Previdência

privada

Imóvel /

Instalação

do

negócio

Saúde /

Dental Residência Outros

Nordeste

Urbano 694,04 2336,05 2824,59 3827,01 4842,21 1865,61 4178,89 2233,45

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Estendendo a análise para os estados da região, os maiores custos daqueles que

não possuem seguro estão no estado do Piauí e os maiores custos de quem possui pelo

menos algum tipo de seguro são dos microempresários da Paraíba.

Acesso a Seguro ::: Custo Médio

Estado

38

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Seguro de vida

Previdência privada

Imóvel / Instalação

do negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Maranhão 829,3 2369,68 2727,16 1849,9 8781,72 1684,13 5096,85 1988,52

Piauí 1242,96 2691,76 3166,27 3277,72 6773,93 1439,16 5949,02 2127,59

Ceará 656,68 2157,75 3318,15 4096,64 6263,84 1107,86 2460,58 1965,16

Rio Grande do Norte 706,01 2061,1 1968,97 2661,77 4362,39 1925,69 2488,72 2615,27

Paraíba 705,72 3402,7 3625,14 3512,32 13474,23 3879,93 11390,63 3495,05

Pernambuco 697,03 2783,93 2357,84 7241,81 3105,91 2292,53 3740,93 2613,62

Alagoas 606,52 1758,75 2906,86 2871,33 972,35 1600,12 3386,72 2162,76

Sergipe 520,5 2082,78 2589,17 2353,49 2728,68 1873,82 659,01 2148,05

Bahia 573,1 2015,87 2781,22 3326,43 1914,02 1732,57 3792,98 1902,48 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Lucro Médio O lucro médio de um microempresário nordestino urbano que possui algum tipo

de seguro é aproximadamente 234% maior em relação a outro que não possui nenhum

seguro. Os maiores lucros são daqueles que possuem seguros de residência e de

imóvel/instalação do negócio. Assim como nas análises anteriores, os menores lucros

dentre os microempresários segurados estão entre aqueles que possuem seguro de

saúde/dental, o seguro mais difundido na região.

Acesso a Seguro ::: Lucro Médio

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Seguro de vida

Previdência privada

Imóvel / Instalação

do negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Nordeste Urbano 273,15 911,55 1163,49 1451,68 1708,02 982,28 1781,33 1363,40

39

Na análise espacial, os maiores lucros entre aqueles que não possuem seguros

estão no estado do Rio Grande do Norte e os maiores lucros entre os microempresários

segurados encontram-se em Sergipe.

Acesso a Seguro ::: Lucro Médio

Estado

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Seguro de vida

Previdência privada

Imóvel / Instalação

do negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Maranhão 304,98 1129,17 1263,33 1234 1839,22 1074,89 2136,94 1224,52

Piauí 0 1078,71 1161,07 1583,81 3022,28 1199,31 3657,89 3219,82

Ceará 297,64 653,09 1136,68 1738,09 0 1033,67 1593,91 438,68

Rio Grande do Norte 372,8 923,7 1074,88 1527,18 3904,93 1144,99 2264,66 517,55

Paraíba 278,2 100,25 0 1536,24 1132,12 0 139,36 1009,24

Pernambuco 342,11 1229,86 1638,72 1859,75 1387,51 1520,62 2347,5 2290,88

Alagoas 296,82 920,95 1520,51 1176,38 1196,39 761,23 1494,7 1222,22

Sergipe 334,35 1341,13 1358,87 925,02 1391,56 1051,06 1445,41 2773,43

Bahia 226 883,58 1065,61 1199,63 2380,39 798,15 1417,29 1100,31

Nordeste 273,15 911,55 1163,49 1451,68 1708,02 982,28 1781,33 1363,40 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Estoque

O estoque de um microempresário que possui algum tipo de seguro é 405%

maior do que o estoque de um empreendedor sem seguro, o que nos mostra a enorme

discrepância entre a pessoa ser segurada ou não. Os pobres em sua maioria são

excluídos do mercado de seguros, o que acaba perpetuando a situação deles, já que

possuem menores rendas e essas rendas são mais voláteis.

40

Acesso a Seguro ::: Estoque

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Seguro de vida

Previdência privada

Imóvel / Instalação

do negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Nordeste Urbano 202,83 1024,62 936,64 1671,75 606,37 926,43 2819,48 1820,15

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

Os maiores estoques entre os não segurados estão no Rio Grande do Norte, e os

maiores estoques entre os segurados encontram-se na Paraíba.

Acesso a Seguro ::: Estoque

Estado

Categoria

Não possui seguro

Possui algum tipo de seguro

Seguro de vida

Previdência privada

Imóvel / Instalação

do negócio

Saúde / Dental Residência Outros

Maranhão 314,89 899,04 837,3 1139,25 319,85 789,73 3294,2 1526,8

Piauí 74,16 339,4 444,43 898,66 560,2 282,9 233,64 1758,1

Ceará 168,71 652,51 934,5 689,01 1142,52 825,75 3421,14 948,03

Rio Grande do Norte 328,45 705,55 1537,43 2895,33 0 1058,29 296,76 844,94

Paraíba 181,67 1549,26 1091,59 591,86 2210,78 2586,77 2551,2 0

Pernambuco 312,53 812,11 589,41 1674,59 876,57 1125,64 862,06 895,66

Alagoas 262,25 1537,65 4425,17 233,55 0 192,61 23195,89 2983,28

Sergipe 133,88 892,37 1762,79 1591,59 0 496,79 0 1231,35

Bahia 110 1410,97 255,57 2981,83 194,81 819,71 593,02 3543,74 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da ECINF/IBGE

41

6. O Mercado de Microsseguros e Previdência Complementar no Nordeste

Tratamos inicialmente de medir a demanda efetiva de microsseguros, através dos

microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), apresentando uma

série de estatísticas descritivas sobre diversos segmentos da população nordestina.

i. O Mercado de Seguros

O objetivo principal da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) é a

atualização da cesta básica de consumo e obtenção de novas estruturas de ponderação

para os índices de preços. Esses dados podem ser utilizados também para traçar perfis

de consumo das famílias pesquisadas e atender a diversos interesses relacionados às

áreas de estudos de empresas privadas e de planejamento de políticas públicas. A

interação das análises das dimensões públicas e privadas é uma vantagem comparativa

da POF. O objetivo do uso da POF no presente estudo é traçar as características e o

perfil de despesas individual e familiar dos diferentes produtos de seguro (incluindo

acesso, total de gasto).

Trabalhamos com despesas de seguros familiares per capita e individuais a fim

de analisar hipóteses extremas de partilha de riscos entre membros de uma mesma

família. Centramos a análise nas despesas para pessoas acima de 15 anos de idade que

responderam as perguntas do questionário de despesas. A taxa média de acesso a

seguros na população em questão é 9,16%. Isto é, a população que dispõe ao menos de

um tipo de seguro privado apontados no questionário da pesquisa, qual sejam seguro-

saúde, seguro de vida, seguro de veículo, previdência privada e outros tipos de seguro.

Uma pergunta derivada abordada é qual a taxa de acesso para os diferentes tipos de

seguros utilizados apontada no gráfico abaixo:

42

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

O seguro-saúde é o mais difundido cobrindo 6.99% da população com mais de

15 anos de idade, seguido do seguro de vida 1,68%, seguro de veículo 0,93%,

previdência privada 0,2% sendo o portfólio completado por outros seguros 1,58%.

Alternativamente, se a métrica for o valor de despesa ao nível geral de preços de

dezembro de 2008, por pessoa, cada nordestino acima de 15 anos gasta em média R$

12,68 mês em seguro, sendo R$ 9,86 em mensalidades de plano de saúde, R$ 1,08 em

seguro de veículo, R$ 0,83 em seguro de vida, R$ 0,26 em previdência privada e R$

0,65 em outros seguros. Ou seja, 78% das despesas desses seguros são alocadas em

planos de saúde.

O objetivo é fornecer uma ideia de como muda a demanda de seguros para

diferentes faixas de renda. Por exemplo, se fixarmos o foco nos pobres identificados

pela linha de pobreza da FGV que corresponde pela metodologia da mesma instituição à

chamada classe E, a taxa de acesso é de 0,96% (1,44%) e a despesa média mensal de

seguros corresponde a R$ 0,3 (R$ 0,55) mensais. Se considerarmos as classes C, D e E

tomadas conjuntamente como público-alvo do microsseguro a taxa de acesso e a

despesa média seriam 6,48% e R$ 5,28, respectivamente (10,77% e R$ 8,55 em níveis

nacionais). Estas são as cifras mais fundamentais deste exercício a serem guardadas. No

limite entre as classes A e B estes respectivos números corresponderiam a 46,59% e R$

115,87.

6.99

0.93

1.68

0.2

1.58

Plano / Seguro-

Saúde

Seguro de

Veículo

Seguro de Vida Previdência

Privada Aberta

ou Fechada

Outros

Taxa de ACESSO a Seguros por Tipo - NordestePopulação Total (acima de 15 anos)

43

Os gráficos abaixo apresentam a taxa de acesso a seguros usando diferentes

faixas acumuladas de renda: A classe CDE que é central neste estudo apresenta uma

taxa de acesso 10,78% e uma despesa média mensal de R$ 8,56 por pessoa. Gostaria de

realçar a proximidade em relação às estatísticas da faixa de renda per capita até 3

salários mínimos com taxa de acesso de 11,08% e despesa média mensal de R$ 8,89 por

pessoa. A proximidade do tamanho da população entre os dois critérios respectivamente

explica as proximidade das taxas de acesso.

O outro ponto a ser realçado é que apesar da classe CDE contemplar quase 85%

da população há uma diferença substantiva da taxa de acesso frente a população total de

55,75% (16,79% contra 10,78%) e de despesa média por pessoa de 169,5% (R$ 23,96

contra R$ 8,89). No caso da despesa média os diferenciais de acesso se somam aos

diferenciais de despesas de quem tem a despesa de seguro positiva. Isto reflete o fato da

classe AB ter um nível de demanda bem maior que as demais classes com taxa de

acesso de 3 e despesas médias de R$ 99,29.

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

9.16

6.48

Total Classes CDE

Taxa de ACESSO a Seguros - NordestePopulação acima de 15 anos

44

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

9.16

3.08

5.22

6.57

Total RFPC <= 1 SM RFPC <= 2 SM RFPC <= 3 SM

Taxa de ACESSO a Seguros - NordestePopulação acima de 15 anos

12.68

5.28

Total Classes CDE

Despesa MÉDIA com Seguros - NordestePopulação acima de 15 anos

45

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

Em geral, um primeiro passo na análise empírica é simplesmente cruzar a

variável de interesse, no caso o acesso ou a despesa de seguros, com outras como por

exemplo renda, a fim de se captar a correlação bruta das variáveis. Na pesquisa

disponibilizamos um amplo banco de dados interativo que permite realizar estas

tabulações para cada Estado Nordestino.

12.68

1.29

3.32

5.37

Total RFPC <= 1 SM RFPC <= 2 SM RFPC <= 3 SM

Despesa MÉDIA com Seguros - NordestePopulação acima de 15 anos

12.68

0.3 0.9512.61

115.87

Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

Despesa MÉDIA com Seguros - NordestePopulação acima de 15 anos

46

Panorama de Acesso a Microsseguro O Panorama construído a partir de POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) é

um banco de dados interativo que permite avaliar o acesso e a despesa média com diferentes itens de seguro a partir do cruzamento simples das variáveis.

Apresentamos estas informações em níveis individual e coletivo (familiar): i. quando a despesa com determinado seguro foi computada em cadernetas individuais do questionário, apresentamos no quesito de despesa familiar a soma das despesas de todas as pessoas do domicílio, imputando a média familiar para aqueles que não responderam ao questionário de despesa por motivo de ausência. ii. no caso oposto, quando a despesa é coletiva por natureza, nas despesas individuais rateamos igualmente o valor per capita para cada um dos membros do domicílio. Com as despesas expressas em termos mensais, além das taxa de acesso e da média dos gastos, o panorama permite avaliar tais informações para cada um dos Estados e Capitais nordestinas.

http://www.cps.fgv.br/cps/bd/crag/seg.despesas/index2.htm

47

7. Quais são os principais determinantes da demanda por Microsseguro?

Quais são os determinantes da Demanda Setorial de Microsseguros?

Apresentamos a seguir uma análise do portfólio de seguros individuais por

diferentes classes econômicas. No caso dos planos de saúde, o mais difundido de todos,

as taxas variam de 0,36% na classe E a 39,79 na AB. Em seguida encontramos seguro

de veículos (variando de 0% a 10,83%) e vida (0,21% a 9,85%). Previdência privada e

outros tipos de seguros são ainda menos presentes, até mesmo nos de mais alta renda (as

taxas de acesso são, respectivamente 2,16% e 4,35% na classe AB). Na tabela abaixo

observamos a distribuição de pessoas com acesso a seguros por classes de renda.

% da População com despesa de Seguro por Classe Econômica

Indivíduos acima de 15 anos

Nordeste

Classe

Seguros

(total)

Plano /

Seguro-

Saúde

Seguro

de

Veículo

Seguro

de Vida

Previdência

Privada Aberta

ou Fechada Outros

Despesa

com

Saúde

Despesa com

Saúde (Sem

plano)

Classe E 0.96 0.36 0 0.21 0 0.46 4.74 0.0447

Classe D 3.02 1.59 0.07 0.49 0.01 1.09 9.9 0.0862

Classe C 13.47 10.36 0.49 2.25 0.14 2.31 24.82 0.1764

Classe AB 46.59 39.79 10.83 9.85 2.16 4.35 55.95 0.3041

Brasil

Seguros Plano /

Seguro-

Saúde

Seguro

de

Veículo

Seguro

de Vida

Previdência

Privada Aberta

ou Fechada

Outros Despesa

com

Saúde

Despesa

com Saúde

(Sem plano)

Classe E 1,45 0,76 0,05 0,29 0,01 0,44 5,92 0,053

Classe D 4,19 2,64 0,09 1,01 0,13 0,74 11,87 0,0992

Classe C 15,69 12,07 1,15 3,74 0,2 1,56 26,49 0,1785

Classe AB 46,17 36,65 13,84 12,88 1,91 2,43 52,72 0,3015

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

48

ii. Equações de Despesa de Seguros e Microsseguros

A primeira parte da análise multivariada esteve relacionada aos possíveis

determinantes do acesso a seguros pela população da baixa renda, passamos agora a

análise análoga aplicada aos determinantes da extensão do gasto em seguros. Antes a

variável de acesso era discreta do tipo teve ou não teve despesa de seguro. A análise do

tamanho da despesa é de natureza contínua complementando a anterior, aprofundando

os determinantes da demanda entre aqueles que tiveram acesso e utilizaram estes

instrumentos financeiros. Isto é, a amostra aqui analisada se restringe àqueles que

apresentaram uma despesa positiva7.

Em economia do trabalho existem poucos testes empíricos mais utilizados do

que as chamadas equações de salários, popularizadas por Mincer. Esta popularidade se

dá pela qualidade do ajuste estatístico, simplicidade de aplicação e interpretação dos

resultados, onde os coeficientes estimados são interpretados como retornos de cada

variável, vide Box abaixo. Um procedimento análogo foi aqui aplicado às despesa de

seguros, em vez dos salários, e utilizando-se dados sócio-demográficos e econômicos

possivelmente relacionados a demanda de seguros como variáveis explicativas. Nesse

sentido, este exercício pode ser denominado de equações de despesas de seguros que

quando aplicada as classes de renda mais baixas pode ser denominada de equação de

despesas de microsseguro.

7 O ideal seria utilizar um modelo double-hurdle onde os resultados desta equação ideal seria utilizar um modelo double-hurdle onde lo discreto para eliminar os efeitos de trucagem dos valores na análise. De forma que focalizamos a análise multivariada nos modelos discretos de acesso a seguros.

49

Equação Minceriana

A equação minceriana de salários serve de base a uma vasta literatura empírica de economia do trabalho. O modelo salarial de Jacob Mincer (1974) é o arcabouço utilizado para estimar retornos da educação, entre outras variáveis determinantes do salário. Mincer concebeu uma equação para rendimentos que seria dependente de fatores explicativos associados à escolaridade e à experiência, além de possivelmente outros atributos, como sexo, por exemplo.

Essa equação é a base da economia do trabalho em particular no que tange aos

efeitos da educação. Sua estimação já motivou centenas de estudos, que tentam incorporar diferentes custos educacionais, como impostos, mensalidades, custos de oportunidades, material didático, assim como a incerteza e a expectativa dos agentes presentes nas decisões, o progresso tecnológico, não-linearidades na escolaridade etc. Identificando os custos da educação e os rendimentos do trabalho, viabilizou o cálculo da taxa interna de retorno da educação, que é a taxa de desconto que equaliza o custo e o ganho esperado de se investir em educação -- a taxa de retorno da educação, que deve ser comparada com a taxa de juros de mercado para determinar a quantidade ótima de investimento em capital humano. A equação de Mincer também é usada para analisar a relação entre crescimento e nível de escolaridade de uma sociedade, além dos determinantes da desigualdade.

O modelo econométrico de regressão típico decorrente da equação minceriana é:

ln w = β0 + β1 educ + β2 exp + β3 exp² + γ′ x + є onde w é o salário recebido pelo indivíduo; educ é a sua escolaridade, geralmente medida por anos de estudo; exp é sua experiência, geralmente aproximada pelo idade do indivíduo; x é um vetor de características observáveis do indivíduo, como raça, gênero, região; e є é um erro estocástico.

Este é um modelo de regressão no formato log-nível, isto é, a variável dependente -- o salário -- está em formato logaritmo e a variável independente mais relevante -- a escolaridade -- está em nível. Portanto, o coeficiente β1 mede quanto um ano a mais de escolaridade causa de variação proporcional no salário do indivíduo. Por exemplo, se β1 é estimado em 0,18, isso quer dizer que cada ano a mais de estudo está relacionado, em média, com um aumento de salário de 18%. Matematicamente, tem-se que:

Derivando, encontramos que ( ∂ ln w / ∂ educ ) = β1

Por outro lado, pela regra da cadeia, tem-se que:

(∂ ln w / ∂ educ) = (∂ w / ∂ educ) (1 / w) = (∂ w / ∂ educ) / w)

Logo, β1 = (∂ w / ∂ educ) / w, correspondendo, portanto, à variação percentual do salário

decorrente de cada acréscimo unitário de ano de estudo.

50

Renda Domiciliar Per Capita versus Renda Individual Nacional: A Família é o que Importa

Realizamos exercícios nacionais de seleção com um número maior de variáveis sócio-econômicas8. No quesito renda, incluímos além da classe econômica, também a renda domiciliar per capita e a renda individual de cada membro da família para fazer uma “corrida de cavalos” entre estas variáveis para ver qual teria mais poder explicativo. Tal como nos modelos já analisados, apesar de incluirmos aproximações contínuas de renda individual e per capita em todos os modelos de demanda de seguro lato senso a classe econômica baseada em renda domiciliar per capita aparece como a variável mais importante. Conforme podemos ver na tabela a renda domiciliar per capita é um importante instrumento na determinação do acesso a seguros, sendo ainda mais importante no caso do microsseguro onde ocupa as primeiras posições. Por outro lado, a renda individual não entra em nenhum dos modelos estimados. Isto apesar de todas as despesas com exceção de imóveis serrem reportadas a nível individual e não familiar. Ou seja, os seguros são perguntados a nível de cada pessoa no domicílio, mas o que importa na demanda é a renda do domicílio e não do indivíduo. Os coeficientes estimados para a renda per capita podem ser analisados na tabela abaixo. O mesmo tipo de efeito se dá no caso do microsseguros, leia-se demanda por seguro truncada nas classes CDE só que neste caso a renda per capita contínua figura como as mais importantes. Em suma, a demanda pelos diversos tipos de seguro e microsseguro são altamente relacionadas a renda. A renda que importa para a demanda privada de seguros é a do domicílio e não a do indivíduo.

Modelo Logistico de Acesso Individual a Seguros - Brasil Resumo dos Coeficientes Estimados (Renda Domiciliar Per Capita)

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

8 Sexo; cor/raça; posição na família; faixa etária; anos de estudo; classe econômica; região - área domiciliar; atraso na prestação de bens/serviços; uf; religião; dificuldades de renda; freqüência escolar; problemas com violência; tem cartão de crédito; contribui para previdência; posição na ocupação; tem automóvel; tem despesa com automóveis; despesa com imóvel a vista; despesa com imóvel financiado; capital, renda domiciliar per capita e renda individual.

Standard Wald

Error Chi-Square

Total 0.000158 0.000016 97.3553 <.0001 12

Classe CDE 0.00203 0.000095 453.0867 <.0001 1

Total 0.000075 0.000013 32.1008 <.0001 13Classe CDE 0.00186 0.000108 294.0179 <.0001 1

Total 0.000053 0.000014 14.3128 0.0002 11Classe CDE 0.00244 0.000327 55.5289 <.0001 3

Total 0.000106 0.000014 55.8004 <.0001 9Classe CDE 0.00196 0.000168 135.185 <.0001 2

Total 0.000058 0.000021 7.9023 0.0049 1Classe CDE 0.00262 0.000546 23.0742 <.0001 1

ORDEM ENTRADA MODELOEstimate Pr > ChiSq

Despesa Total com Seguro

Seguro Saúde

Seguro Veículo

Seguro de Vida

Previdência Privada

51

Modelo Logistico de Acesso Per Capita a Seguro de Imóveis

Resumo dos Coeficientes Estimados (Renda Domiciliar Per Capita)

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

Standard Wald

Error Chi-Square

Total 0.00011 0.000016 49.4328 <.0001 1

Classe CDE 0.00278 0.000286 94.5198 <.0001 2

Estimate Pr > ChiSq

ORDEM ENTRADA MODELO

Seguro de Imóvel

52

53

8. Detalhamento da Demanda de Microsseguros

Na análise bivariada tradicional, ilustrada na seção, tomamos as correlações

brutas do seguro com cada variável econômica, ou sócio-demográfica tomada

isoladamente. Nela quantificamos o tamanho de cada segmento de mercado do seguro e

do microsseguro sem levar em conta a interação existente entre as variáveis. Por

exemplo, o fato de que maior renda e maior escolaridade estão positivamente associadas

entre si, e também possivelmente associadas a uma maior demanda por seguros nos

impede de estabelecer exatamente o que está determinando a demanda por um tipo

específico de seguro, renda, escolaridade ou ambas. Daí a importância de se usar

modelos multivariados onde esta interdependência entre as variáveis é levada em conta

como na seção anterior.

Exploramos duas formas de levar em conta a interdependência das variáveis. Na

primeira adotamos um procedimento estatístico onde um conjunto de variáveis iniciais

as que entram no modelo são selecionadas pelo seu respectivo poder explicativo. Isto

permite explorar um maior espectro dos determinantes da demanda por seguro a partir

da riqueza de informações propiciadas pela POF sem impor restrições de seleção a

priori. O próprio dado nos informa o que é ou não relevante em termos de poder

explicativo. Uma segunda estratégia mais associada à ótica econômica é impor a priori

as variáveis usadas no modelo estimado, sendo algumas variáveis possivelmente não

significativas. No caso, selecionamos as variáveis da POF de forma a permitir se

trabalhar conjuntamente com a PNAD. A vantagem deste procedimento é gerar um

modelo uniforme para cada tipo de seguro, além de direcionar a seleção de variáveis

para a disponível em outras bases de microdados, conforme ilustrado no Box abaixo:

54

Simulador de Acesso e de Despesas com Seguros no Nordeste

Ferramenta utilizada para simular as probabilidades de acesso e valores médios dos gastos individuais, nos estados nordestinos, com os diferentes tipos de seguros. Selecione as suas características no formulário abaixo e clique em Simular.

Os gráficos apresentados mostram, na ordem: a) as probabilidades de ter despesas com cada um dos itens (utilizando como

base de calculo a população que respondeu ao questionários de despesas individuais) b) os valores médios gastos

Exemplo:

Uma das barras representa o Cenário Atual, com o resultado segundo as características selecionadas; e a outra o Cenário Anterior que apresenta a simulação anterior.

link http://www.cps.fgv.br/cps/bd/CRAG/POF_sim/index.htm

55

Causalidade, Altruísmo Familiar e Seguro Saúde no Brasil: Estimador de Diferenças em Diferenças

Utilizamos em NERI et al (2008) exercícios multivariados com estimadores de diferença em diferença a fim de estudar os impactos da renda na melhora de saúde dos idosos brasileiros. O ponto central do artigo é usar as crescentes transferências de renda para idosos de baixa renda como laboratório para identificar os efeitos da renda sobre saúde, separando dos efeitos operantes na direção contrária. A base de dados foram os suplementos saúde das PNADs 1998 e 2003 que ocorreram durante a expansão de programas como Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural não contributiva. Além de identificarmos efeitos causais de renda sobre saúde percebida pelas pessoas, testamos os ganhos na percepção de saúde de diferentes pessoas no interior do domicílio frente a ganhos individuais dos idosos de baixa renda. Os resultados encontrados demonstram que há também uma melhora na percepção de saúde do pobre não idoso vivendo com indivíduos elegíveis às transferências de renda oficiais (os idosos pobres), sugerindo assim a existência de algum altruísmo dentro das famílias com transferências de renda intra-domiciliares.

Optamos aqui por aplicar a mesma metodologia para medir os impactos da renda e a redistribuição no bojo das famílias no que tange o acesso a seguro saúde. Os resultados encontrados revelam novamente o que os idosos elegíveis a programas de transferência de renda apresentam melhora diferenciada no acesso a serviços de saúde nos cinco anos em questão o que é consistente com a idéia que mais renda gera mais acesso a plano de saúde (e não necessariamente só o contrário quem tem acesso a melhores serviços seria mais produtivo e conseguiria gerar mais renda). O ganho de chance de acesso a seguro saúde entre 1998 e 2003 é relativamente 37,8% maior no grupo beneficiário de transferências de renda neste grupo em relação ao grupo de controle s demais. Em segundo lugar, corroborando a existência de algum altruísmo familiar, mas inferior ao do primeiro grupo de tratamento houve ganho de 27,4% na chance de acesso a seguro saúde entre não idosos, mas que residem com algum idoso elegível a programas de transferência de renda.

Regressão Logística: Acesso a Seguro Saúde

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados do Suplemento PNAD/IBGE

Parâmetro CategoriaEstimativ

aErro

Padrão

Qui-Quadrad

o sig

Razão condicion

al

nelegivl1*2003 E Idoso e RFPC abaixo da linha CPS 0.3206 0.1285 6.23 ** 1.37796

nelegivl1*1998 E Idoso e RFPC abaixo da linha CPS 0 0 . 1

nelegivl1*2003 Não é idoso, mas reside com idoso elegível 0.2421 0.114 4.51 ** 1.2739

nelegivl1*1998 Não é idoso, mas reside com idoso elegível 0 0 . 1

nelegivl1*2003 Outro caso 0.2103 0.023 83.71 ** 1.23411

nelegivl1*1998 Outro caso 0 0 . 1

nelegivl1*2003 Não é idoso e não reside com idoso elegível 0 0 . 1

nelegivl1*1998 Não é idoso e não reside com idoso elegível 0 0 . 1

56

Análise Espacial Multivariada

Região mostra-se uma importante variável na determinação controlada do acesso

a seguros. Em geral as chances aumentam na medida em que caminhamos da área rural

em direção às capitais brasileiras. A relação é ainda maior quando analisamos seguros

saúde e previdência, com chances 2 vezes maiores nas capitais. Como exceção, o seguro

de vida, possui as chances na capital são 79% da encontrada na área rural.

Avaliamos agora o acesso numa perspectiva estadual. Apresentamos inicialmente

mapas bivariados das taxas de acesso a seguro e a microsseguros, usando escalas de cor

equivalentes para facilitar a comparação. Nestes, podemos notar que se destacam os

Estados do Sul e do Sudeste. Bahia, Pernambuco e Ceará são os únicos que apresentam

taxas acima de 10%.

T a x a - T o t a l - S e g u r o sA t é 5 %5 % a 8 %8 % a 1 0 %1 0 % a 1 6 %M a i s d e 1 6 %

T a x a - C l a s s e s C , D e E - S e g u r o sA t é 5 %5 % a 8 %8 % a 1 0 %1 0 % a 1 6 %M a i s d e 1 6 %

57

Em seguida, na análise controlada, conforme podemos ver, o estado de São

Paulo apresenta em todos os itens as maiores chances de acesso. Mas chamamos

atenção ao ponto de que se focarmos a análise nos menores níveis, montamos um mapa

da demanda reprimida por seguros (microsseguros). Melhor explicando: ao

compararmos pessoas com atributos observáveis exatamente iguais em São Paulo e

Maranhão, a primeira possui 4,5 vezes mais chance de ter acesso a seguro do que a

segunda. Dado que possuem as mesmas características o indivíduo que reside no

Maranhão pode ser considerado um caso potencial de acesso.

Razão Condicional de Acesso a Seguro por Unidade da Federação

A seguir os coeficientes estaduais que foram estimados para os diferentes tipos de

seguro individuais. Encaramos o Estado do Maranhão como a principal localidade

nordestinas, ou seja, as que possuem o menor acesso controlado (e assim, maiores

demandas por seguro saúde, seguro de vida e seguro veículo). Previdência não apresenta

coeficiente estatisticamente significante em relação aos estados e Alagoas é o que

apresenta menor acesso a outros tipos seguros.

58

Modelo Logístico - Tem Despesa Razão de Chances Condicionais

Categoria TOTAL SAUDE VIDA VEÍCULO PREVIDÊNCIA OUTROS

AL ** 0.3944 ** 0.5402 ** 0.2389 ** 0.3080 0.6100 ** 0.3998 BA ** 0.7230 ** 0.7786 ** 0.5030 ** 0.6600 1.4700 ** 2.0278 CE ** 0.5411 ** 0.5494 ** 0.4188 ** 0.5220 0.5800 ** 1.8162 MA ** 0.2248 ** 0.2932 ** 0.1717 ** 0.0820 0.2800 ** 0.5528 PB ** 0.3129 ** 0.3775 ** 0.2315 ** 0.2290 0.8400 0.8450 PE ** 0.5899 ** 0.7870 ** 0.3628 ** 0.3840 0.6500 0.6468 PI ** 0.4744 ** 0.5876 ** 0.3166 ** 0.2390 0.6600 1.1399 RN ** 0.4092 ** 0.5563 ** 0.2541 ** 0.2910 0.9000 ** 0.4470 SE ** 0.4183 ** 0.4470 ** 0.2795 ** 0.2920 0.5500 1.2460 ZSP 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

Modelo Logístico - Tem Despesa (Classe CDE) Razão de Chances Condicionais

Categoria TOTAL SAUDE VIDA VEÍCULO PREVIDÊNCIA OUTROS

AL ** 0.3301 ** 0.4295 ** 0.1187 ** 0.0170 ** 0.0900 ** 0.3718 BA ** 0.6352 ** 0.6097 ** 0.3524 ** 0.3727 0.4800 ** 1.8406 CE ** 0.5197 ** 0.4828 ** 0.3451 ** 0.2538 0.1300 ** 1.8501 MA ** 0.2130 ** 0.2538 ** 0.1543 ** 0.0834 0.1300 ** 0.5272 PB ** 0.2824 ** 0.3165 ** 0.1600 ** 0.0443 ** 0.1000 0.8349 PE ** 0.5518 ** 0.6811 ** 0.3029 ** 0.1307 0.5100 0.6612 PI ** 0.4317 ** 0.4751 ** 0.1819 ** 0.1606 0.3400 1.1042 RN ** 0.3624 ** 0.4493 ** 0.1613 ** 0.1246 0.3000 ** 0.4587 TO ** 0.2668 ** 0.2558 ** 0.1728 ** 0.0571 0.5400 0.7343 ZSP 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 1.0000 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

Capitais

No ranking das capitais nordestinas por acesso aos serviços de seguridade e

previdência privada está Salvador, com 22,5% de segurados na população total. Em

seguida aparecem Natal (20,7%) e Recife (20%). Em último lugar no ranking aparece

São Luiz (11,3%).

Na perspectiva de microsseguros, isto é, abrangendo apenas a população das

classes CDE, novamente, Salvador (15,1%) e São Luiz (7,61%) apresentam as maiores

e menores taxas respectivamente.

59

Ranking do acesso a serviços de seguridade e

previdência privada - Capitais

População Total % Classes CDE %

1 Salvador - BA 22,5 1 Salvador - BA 15,1

2 Natal - RN 20,7 2 Recife - PE 12,9

3 Recife - PE 20 3 Natal - RN 12,9

4 Fortaleza - CE 16,8 4 Fortaleza - CE 11,8

5 João Pessoa - PB 16,3 5 João Pessoa - PB 10,2

6 Maceió - AL 16,1 6 Teresina - PI 10,2

7 Teresina - PI 14,6 7 Maceió - AL 10

8 Aracaju - SE 12,1 8 Aracaju - SE 8,92

9 São Luís - MA 11,3 9 São Luís - MA 7,61

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da POF/IBGE

60

61

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64

65

Anexo 1: Modelos de Escolha Sequencial de Variáveis Modelos Logísticos Binomiais

CONTA CORRENTE

Summary of Stepwise Selection

Step

Effect

DF Number

In Score

Chi-Square Wald

Chi-Square Pr > ChiSq Entered Removed

1 Superintend 9 1 160.0139 <.0001

2 INSS 1 2 48.4296 <.0001

3 BANCARIZACAO_CARTAO_ 1 3 34.0792 <.0001

4 meses 9 4 47.6169 <.0001

5 TEC_EMPREGA_MECANIZA 1 5 23.8911 <.0001

6 CONDICAO 5 6 32.1844 <.0001

7 TEC_EMPREGA_MINERALI 1 7 15.7367 <.0001

8 CONHECEU_PROG_ASSOC_ 1 8 14.6597 0.0001

9 ELETRO_GELADEIRA 1 9 11.8968 0.0006

10 INFRA_ESTRADA 4 10 17.7622 0.0014

11 PSFn 1 11 7.6582 0.0057

12 NENHUMA_TECNOLOGIAn 1 12 7.3850 0.0066

13 INFRA_INTERNET 1 13 6.1903 0.0128

14 TEC_EMPREGA_IRRIGACA 1 14 6.2208 0.0126

15 BF 1 15 5.3680 0.0205

16 CIVIL 5 16 11.4174 0.0437

Step Variable Label

1 Superintendencia

2 POSSUI_BENEFICIO_INSS

3 BANCARIZACAO_CARTAO_CREDITO

4 meses

5 TEC_EMPREGA_MECANIZACAO

6 Condicao Uso Posse Terra

7 TEC_EMPREGA_MINERALIZACAO

8 CONHECEU_PROG_ASSOC_COOPER

9 ELETRO_GELADEIRA

10 INFRA_ESTRADA

11 PSF

12 NENHUMA_TECNOLOGIA

66

Step Variable Label

13 INFRA_ENERGIA

14 TEC_EMPREGA_IRRIGACAO

15 BOLSA_FAMILIA

16 Estado Civil

Type 3 Analysis of Effects

Effect DF Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

CIVIL 5 11.2286 0.0470

Superintend 9 151.1624 <.0001

CONDICAO 5 32.1801 <.0001

INFRA_ESTRADA 4 18.1362 0.0012

INFRA_INTERNET 1 5.2789 0.0216

ELETRO_GELADEIRA 1 9.2948 0.0023

BANCARIZACAO_CARTAO_ 1 25.0979 <.0001

BF 1 4.6856 0.0304

PSFn 1 9.1902 0.0024

CONHECEU_PROG_ASSOC_ 1 14.3372 0.0002

TEC_EMPREGA_MECANIZA 1 30.1185 <.0001

TEC_EMPREGA_IRRIGACA 1 6.6188 0.0101

TEC_EMPREGA_MINERALI 1 27.6827 <.0001

NENHUMA_TECNOLOGIAn 1 8.9243 0.0028

INSS 1 31.0204 <.0001

meses 9 60.1980 <.0001

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

Intercept 1 -0.6944 0.2713 6.5495 0.0105

CIVIL Casado(a) 1 -0.0923 0.1001 0.8501 0.3565

CIVIL IGNORADO 1 -0.0762 0.2932 0.0675 0.7950

CIVIL Separado/Divorciado(a) 1 0.1377 0.2798 0.2421 0.6227

CIVIL Solteiro(a) 1 -0.1772 0.1153 2.3629 0.1243

CIVIL União Estável 1 -0.2880 0.1331 4.6825 0.0305

Superintend AL 1 0.0287 0.2289 0.0157 0.9002

Superintend BA 1 -0.6240 0.1291 23.3484 <.0001

Superintend CE 1 -0.1517 0.1351 1.2613 0.2614

Superintend MA 1 -0.1547 0.1662 0.8663 0.3520

67

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

Superintend MG 1 0.4616 0.1121 16.9563 <.0001

Superintend PB 1 -0.4578 0.1379 11.0137 0.0009

Superintend PE 1 -0.3283 0.1535 4.5713 0.0325

Superintend PI 1 -0.4586 0.1777 6.6559 0.0099

Superintend RN 1 0.7306 0.1392 27.5623 <.0001

CONDICAO Arrendatário/Comodatário 1 -0.0600 0.1268 0.2242 0.6358

CONDICAO IGNORADO 1 -0.4854 0.2643 3.3734 0.0663

CONDICAO Meeiro 1 0.9548 0.2150 19.7216 <.0001

CONDICAO Parceiro 1 -0.4464 0.1373 10.5739 0.0011

CONDICAO Posseiro 1 0.1960 0.1437 1.8595 0.1727

INFRA_ESTRADA Asfaltada 1 0.3489 0.1076 10.5082 0.0012

INFRA_ESTRADA Cascalho 1 -0.0838 0.0870 0.9261 0.3359

INFRA_ESTRADA IGNORADO 1 -0.2381 0.1919 1.5385 0.2148

INFRA_ESTRADA NAO Possui 1 -0.2027 0.1784 1.2898 0.2561

INFRA_INTERNET Sim 1 0.3458 0.1505 5.2789 0.0216

ELETRO_GELADEIRA Sim 1 0.2316 0.0759 9.2948 0.0023

BANCARIZACAO_CARTAO_ Sim 1 0.5622 0.1122 25.0979 <.0001

BF SIM 1 -0.0956 0.0442 4.6856 0.0304

PSFn Sim 1 -0.1465 0.0483 9.1902 0.0024

CONHECEU_PROG_ASSOC_ Sim 1 -0.2445 0.0646 14.3372 0.0002

TEC_EMPREGA_MECANIZA Sim 1 0.3951 0.0720 30.1185 <.0001

TEC_EMPREGA_IRRIGACA Sim 1 0.3028 0.1177 6.6188 0.0101

TEC_EMPREGA_MINERALI Sim 1 0.3471 0.0660 27.6827 <.0001

NENHUMA_TECNOLOGIAn Sim 1 0.1734 0.0580 8.9243 0.0028

INSS Sim 1 0.2841 0.0510 31.0204 <.0001

meses Abr/12 1 0.3526 0.1347 6.8480 0.0089

meses Fev/12 1 -0.6132 0.1626 14.2245 0.0002

meses Jan/12 1 -0.1012 0.1346 0.5655 0.4520

meses Jun/12 1 -0.4550 0.4041 1.2678 0.2602

meses Mai/12 1 0.7069 0.1354 27.2496 <.0001

meses Mar/12 1 -0.0102 0.1460 0.0049 0.9444

meses Nov/11 1 -0.2333 0.1688 1.9094 0.1670

meses Out/11 1 0.0407 0.1390 0.0858 0.7695

meses Set/11 1 0.6838 0.4956 1.9033 0.1677

68

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

CIVIL Casado(a) vs Viúvo(a) 0.555 0.360 0.856

CIVIL IGNORADO vs Viúvo(a) 0.564 0.256 1.244

CIVIL Separado/Divorciado(a) vs Viúvo(a) 0.699 0.326 1.498

CIVIL Solteiro(a) vs Viúvo(a) 0.510 0.323 0.807

CIVIL União Estável vs Viúvo(a) 0.457 0.281 0.742

Superintend AL vs SE 0.396 0.224 0.701

Superintend BA vs SE 0.206 0.141 0.301

Superintend CE vs SE 0.331 0.220 0.499

Superintend MA vs SE 0.330 0.204 0.533

Superintend MG vs SE 0.611 0.410 0.911

Superintend PB vs SE 0.244 0.162 0.368

Superintend PE vs SE 0.277 0.180 0.427

Superintend PI vs SE 0.243 0.148 0.401

Superintend RN vs SE 0.800 0.520 1.230

CONDICAO Arrendatário/Comodatário vs zProprietário 1.104 0.853 1.428

CONDICAO IGNORADO vs zProprietário 0.721 0.389 1.338

CONDICAO Meeiro vs zProprietário 3.046 1.860 4.988

CONDICAO Parceiro vs zProprietário 0.750 0.560 1.006

CONDICAO Posseiro vs zProprietário 1.426 1.048 1.940

INFRA_ESTRADA Asfaltada vs Sem Pavimentação 1.189 0.927 1.526

INFRA_ESTRADA Cascalho vs Sem Pavimentação 0.772 0.641 0.929

INFRA_ESTRADA IGNORADO vs Sem Pavimentação 0.661 0.412 1.060

INFRA_ESTRADA NAO Possui vs Sem Pavimentação 0.685 0.442 1.061

INFRA_INTERNET Sim vs zNão 1.997 1.107 3.602

ELETRO_GELADEIRA Sim vs zNão 1.589 1.180 2.140

BANCARIZACAO_CARTAO_ Sim vs zNão 3.078 1.983 4.779

BF SIM vs ZNAO 0.826 0.695 0.982

PSFn Sim vs zNão 0.746 0.617 0.902

CONHECEU_PROG_ASSOC_ Sim vs zNão 0.613 0.476 0.790

TEC_EMPREGA_MECANIZA Sim vs zNão 2.204 1.662 2.922

TEC_EMPREGA_IRRIGACA Sim vs zNão 1.832 1.155 2.906

TEC_EMPREGA_MINERALI Sim vs zNão 2.002 1.546 2.593

NENHUMA_TECNOLOGIAn Sim vs zNão 1.414 1.127 1.776

INSS Sim vs zNão 1.765 1.445 2.156

meses Abr/12 vs zDez/11 2.062 1.337 3.180

meses Fev/12 vs zDez/11 0.785 0.484 1.273

69

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

meses Jan/12 vs zDez/11 1.310 0.880 1.950

meses Jun/12 vs zDez/11 0.919 0.358 2.365

meses Mai/12 vs zDez/11 2.939 1.892 4.565

meses Mar/12 vs zDez/11 1.435 0.937 2.197

meses Nov/11 vs zDez/11 1.148 0.743 1.774

meses Out/11 vs zDez/11 1.510 0.984 2.315

meses Set/11 vs zDez/11 2.872 0.925 8.919

Association of Predicted Probabilities and Observed Responses

Percent Concordant 70.2 Somers' D 0.412

Percent Discordant 29.0 Gamma 0.416

Percent Tied 0.9 Tau-a 0.071

Pairs 5292389 c 0.706

CARTÃO DE CRÉDITO

Summary of Stepwise Selection

Step

Effect

DF Number

In Score

Chi-Square Wald

Chi-Square Pr > ChiSq Entered Removed

1 Superintend 9 1 89.8470 <.0001

2 TEC_EMPREGA_ROTACAO_ 1 2 37.7385 <.0001

3 meses 9 3 64.7636 <.0001

4 BANCARIZACAO_CONTA_C 1 4 27.7843 <.0001

5 PERIODICIDADE_PARCEL 6 5 33.7255 <.0001

6 INFRA_INTERNET 1 6 13.3390 0.0003

7 INFRA_ESTRADA 4 7 19.9340 0.0005

8 TEC_EMPREGA_VERMIFUG 1 8 10.5859 0.0011

9 SEX 1 9 10.3481 0.0013

10 BANCARIZACAO_POUPANC 1 10 9.6719 0.0019

11 Dedicacao 2 11 8.3407 0.0154

12 MIGRANTE_RETORNOn 1 12 4.6413 0.0312

13 ACESSO 1 13 4.3240 0.0376

Summary of Stepwise Selection

Step Variable Label

70

Summary of Stepwise Selection

Step Variable Label

1 Superintendencia

2 TEC_EMPREGA_ROTACAO_CULTURAS

3 meses

4 BANCARIZACAO_CONTA_CORRENTE

5 PERIODICIDADE_PARCELAS

6 INFRA_ENERGIA

7 INFRA_ESTRADA

8 TEC_EMPREGA_VERMIFUGACAO

9 SEXO

10 BANCARIZACAO_POUPANCA

11 Dedicacao Atividade

12 MIGRANTE_RETORNO

13 Acesso Assintencia Tecnica

Type 3 Analysis of Effects

Effect DF Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

SEX 1 9.0613 0.0026

ACESSO 1 4.2664 0.0389

Superintend 9 59.6566 <.0001

Dedicacao 2 7.9592 0.0187

INFRA_ESTRADA 4 19.6101 0.0006

INFRA_INTERNET 1 9.1657 0.0025

BANCARIZACAO_CONTA_C 1 15.8108 <.0001

BANCARIZACAO_POUPANC 1 9.4025 0.0022

MIGRANTE_RETORNOn 1 4.7237 0.0297

PERIODICIDADE_PARCEL 6 28.8812 <.0001

TEC_EMPREGA_ROTACAO_ 1 37.2262 <.0001

TEC_EMPREGA_VERMIFUG 1 8.1588 0.0043

meses 9 39.2294 <.0001

71

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

Intercept 1 -4.1477 55.8358 0.0055 0.9408

SEX HOMEM 1 -0.2788 0.0926 9.0613 0.0026

ACESSO Sim 1 0.2671 0.1293 4.2664 0.0389

Superintend AL 1 2.0476 0.3186 41.3111 <.0001

Superintend BA 1 0.5542 0.2338 5.6194 0.0178

Superintend CE 1 -0.5618 0.4808 1.3657 0.2426

Superintend MA 1 0.8307 0.3096 7.1972 0.0073

Superintend MG 1 -1.8118 0.6674 7.3703 0.0066

Superintend PB 1 0.8979 0.2588 12.0411 0.0005

Superintend PE 1 -0.00616 0.3086 0.0004 0.9841

Superintend PI 1 -0.2083 0.3984 0.2733 0.6012

Superintend RN 1 -0.1956 0.3986 0.2409 0.6236

Dedicacao Atividade Pric. na renda Familiar 1 0.0628 0.1583 0.1571 0.6918

Dedicacao IGNORADO 1 -0.4843 0.2284 4.4947 0.0340

INFRA_ESTRADA Asfaltada 1 0.7541 0.2084 13.0988 0.0003

INFRA_ESTRADA Cascalho 1 0.1120 0.2072 0.2924 0.5887

INFRA_ESTRADA IGNORADO 1 -0.1339 0.4298 0.0970 0.7554

INFRA_ESTRADA NAO Possui 1 -0.5176 0.4375 1.3999 0.2367

INFRA_INTERNET Sim 1 0.6617 0.2186 9.1657 0.0025

BANCARIZACAO_CONTA_C Sim 1 0.4541 0.1142 15.8108 <.0001

BANCARIZACAO_POUPANC Sim 1 0.3167 0.1033 9.4025 0.0022

MIGRANTE_RETORNOn Sim 1 0.3161 0.1454 4.7237 0.0297

PERIODICIDADE_PARCEL Bimestral 1 2.0010 55.1241 0.0013 0.9710

PERIODICIDADE_PARCEL IGNORADO 1 1.5949 55.1206 0.0008 0.9769

PERIODICIDADE_PARCEL Quadrimestral 1 -8.8950 330.7 0.0007 0.9785

PERIODICIDADE_PARCEL Semestral 1 1.5639 55.1197 0.0008 0.9774

PERIODICIDADE_PARCEL Trimestral 1 1.7966 55.1215 0.0011 0.9740

PERIODICIDADE_PARCEL zAnual 1 0.4530 55.1198 0.0001 0.9934

TEC_EMPREGA_ROTACAO_ Sim 1 0.9987 0.1637 37.2262 <.0001

TEC_EMPREGA_VERMIFUG Sim 1 0.2975 0.1042 8.1588 0.0043

meses Abr/12 1 1.0627 8.9135 0.0142 0.9051

meses Fev/12 1 1.2197 8.9121 0.0187 0.8911

meses Jan/12 1 0.3166 8.9164 0.0013 0.9717

meses Jun/12 1 0.6668 8.9348 0.0056 0.9405

meses Mai/12 1 0.7656 8.9146 0.0074 0.9316

meses Mar/12 1 0.1121 8.9151 0.0002 0.9900

72

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

meses Nov/11 1 0.7400 8.9156 0.0069 0.9338

meses Out/11 1 1.4897 8.9110 0.0279 0.8672

meses Set/11 1 -8.5100 80.1735 0.0113 0.9155

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

SEX HOMEM vs zMULHER 0.573 0.398 0.823

ACESSO Sim vs zNão 1.706 1.028 2.833

Superintend AL vs SE 36.387 7.614 173.899

Superintend BA vs SE 8.173 1.831 36.480

Superintend CE vs SE 2.677 0.461 15.551

Superintend MA vs SE 10.776 2.192 52.966

Superintend MG vs SE 0.767 0.100 5.901

Superintend PB vs SE 11.525 2.588 51.330

Superintend PE vs SE 4.667 0.972 22.410

Superintend PI vs SE 3.813 0.712 20.413

Superintend RN vs SE 3.861 0.726 20.539

Dedicacao Atividade Pric. na renda Familiar vs zAtividade Complementar na renda Familiar

0.699 0.466 1.047

Dedicacao IGNORADO vs zAtividade Complementar na renda Familiar

0.404 0.203 0.806

INFRA_ESTRADA Asfaltada vs Sem Pavimentação 2.635 1.668 4.164

INFRA_ESTRADA Cascalho vs Sem Pavimentação 1.386 0.877 2.191

INFRA_ESTRADA IGNORADO vs Sem Pavimentação 1.084 0.376 3.129

INFRA_ESTRADA NAO Possui vs Sem Pavimentação 0.739 0.251 2.177

INFRA_INTERNET Sim vs zNão 3.756 1.595 8.848

BANCARIZACAO_CONTA_C Sim vs zNão 2.480 1.585 3.880

BANCARIZACAO_POUPANC Sim vs zNão 1.884 1.257 2.825

MIGRANTE_RETORNOn Sim vs zNão 1.882 1.064 3.328

PERIODICIDADE_PARCEL Bimestral vs Única 1.674 0.294 9.529

PERIODICIDADE_PARCEL IGNORADO vs Única 1.115 0.408 3.052

PERIODICIDADE_PARCEL Quadrimestral vs Única <0.001 <0.001 >999.999

PERIODICIDADE_PARCEL Semestral vs Única 1.081 0.548 2.132

PERIODICIDADE_PARCEL Trimestral vs Única 1.365 0.395 4.709

PERIODICIDADE_PARCEL zAnual vs Única 0.356 0.176 0.718

TEC_EMPREGA_ROTACAO_ Sim vs zNão 7.369 3.879 13.998

73

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

TEC_EMPREGA_VERMIFUG Sim vs zNão 1.813 1.205 2.727

meses Abr/12 vs zDez/11 0.342 0.150 0.777

meses Fev/12 vs zDez/11 0.400 0.186 0.859

meses Jan/12 vs zDez/11 0.162 0.065 0.405

meses Jun/12 vs zDez/11 0.230 0.047 1.114

meses Mai/12 vs zDez/11 0.254 0.105 0.616

meses Mar/12 vs zDez/11 0.132 0.059 0.297

meses Nov/11 vs zDez/11 0.247 0.105 0.586

meses Out/11 vs zDez/11 0.524 0.260 1.055

meses Set/11 vs zDez/11 <0.001 <0.001 >999.999

Association of Predicted Probabilities and Observed Responses

Percent Concordant 83.9 Somers' D 0.700

Percent Discordant 13.9 Gamma 0.716

Percent Tied 2.2 Tau-a 0.026

Pairs 1134693 c 0.850

POUPANÇA

Summary of Stepwise Selection

Step

Effect

DF Number

In Score

Chi-Square Wald

Chi-Square Pr > ChiSq Entered Removed

1 Superintend 9 1 379.4637 <.0001

2 INFRA_ESTRADA 4 2 72.4475 <.0001

3 meses 9 3 87.1344 <.0001

4 ELETRO_GELADEIRA 1 4 36.7115 <.0001

5 BANCARIZACAO_CARTAO_ 1 5 11.5602 0.0007

6 PSFn 1 6 10.1374 0.0015

7 INFRA_INTERNET 1 7 8.0160 0.0046

8 CONHECEU_PROG_ASSIST 1 8 7.7833 0.0053

9 CONDICAO 5 9 15.9025 0.0071

Summary of Stepwise Selection

Step Variable Label

1 Superintendencia

2 INFRA_ESTRADA

74

Summary of Stepwise Selection

Step Variable Label

3 meses

4 ELETRO_GELADEIRA

5 BANCARIZACAO_CARTAO_CREDITO

6 PSF

7 INFRA_ENERGIA

8 CONHECEU_PROG_ASSIST_TECNICA

9 Condicao Uso Posse Terra

Type 3 Analysis of Effects

Effect DF Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

Superintend 9 281.3914 <.0001

CONDICAO 5 15.6889 0.0078

INFRA_ESTRADA 4 55.0877 <.0001

INFRA_INTERNET 1 7.7615 0.0053

ELETRO_GELADEIRA 1 34.2229 <.0001

BANCARIZACAO_CARTAO_ 1 9.3567 0.0022

PSFn 1 10.0997 0.0015

CONHECEU_PROG_ASSIST 1 8.9176 0.0028

meses 9 75.7994 <.0001

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

Intercept 1 -1.5610 0.1983 61.9805 <.0001

Superintend AL 1 0.1166 0.1612 0.5235 0.4693

Superintend BA 1 1.1321 0.0830 186.2313 <.0001

Superintend CE 1 -0.3757 0.1335 7.9246 0.0049

Superintend MA 1 -0.6464 0.1639 15.5529 <.0001

Superintend MG 1 0.2020 0.0963 4.4019 0.0359

Superintend PB 1 -0.5336 0.1239 18.5545 <.0001

Superintend PE 1 0.2025 0.1125 3.2390 0.0719

Superintend PI 1 0.8772 0.1160 57.1621 <.0001

Superintend RN 1 -0.1951 0.1433 1.8535 0.1734

CONDICAO Arrendatário/Comodatário 1 -0.1914 0.1027 3.4747 0.0623

CONDICAO IGNORADO 1 -0.4015 0.2027 3.9244 0.0476

75

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

CONDICAO Meeiro 1 0.5352 0.2100 6.4942 0.0108

CONDICAO Parceiro 1 0.00619 0.1133 0.0030 0.9564

CONDICAO Posseiro 1 0.1708 0.1114 2.3488 0.1254

INFRA_ESTRADA Asfaltada 1 0.5849 0.0949 37.9558 <.0001

INFRA_ESTRADA Cascalho 1 0.3325 0.0757 19.2759 <.0001

INFRA_ESTRADA IGNORADO 1 -0.5787 0.1795 10.3920 0.0013

INFRA_ESTRADA NAO Possui 1 -0.3472 0.1653 4.4108 0.0357

INFRA_INTERNET Sim 1 0.3807 0.1367 7.7615 0.0053

ELETRO_GELADEIRA Sim 1 0.3596 0.0615 34.2229 <.0001

BANCARIZACAO_CARTAO_ Sim 1 0.3123 0.1021 9.3567 0.0022

PSFn Sim 1 0.1232 0.0388 10.0997 0.0015

CONHECEU_PROG_ASSIST Sim 1 0.1494 0.0500 8.9176 0.0028

meses Abr/12 1 0.1859 0.1104 2.8352 0.0922

meses Fev/12 1 0.1396 0.1063 1.7235 0.1892

meses Jan/12 1 -0.1325 0.1098 1.4566 0.2275

meses Jun/12 1 0.3985 0.1691 5.5552 0.0184

meses Mai/12 1 -0.0736 0.1112 0.4380 0.5081

meses Mar/12 1 -0.2732 0.1308 4.3605 0.0368

meses Nov/11 1 -0.8143 0.1381 34.7744 <.0001

meses Out/11 1 0.4568 0.1077 17.9762 <.0001

meses Set/11 1 0.1652 0.4646 0.1265 0.7221

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

Superintend AL vs SE 2.451 1.446 4.152

Superintend BA vs SE 6.766 4.374 10.465

Superintend CE vs SE 1.498 0.905 2.479

Superintend MA vs SE 1.143 0.658 1.983

Superintend MG vs SE 2.669 1.669 4.268

Superintend PB vs SE 1.279 0.791 2.067

Superintend PE vs SE 2.670 1.690 4.219

Superintend PI vs SE 5.243 3.217 8.546

Superintend RN vs SE 1.794 1.072 3.004

CONDICAO Arrendatário/Comodatário vs zProprietário 0.930 0.757 1.143

CONDICAO IGNORADO vs zProprietário 0.754 0.471 1.207

76

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

CONDICAO Meeiro vs zProprietário 1.924 1.180 3.136

CONDICAO Parceiro vs zProprietário 1.134 0.894 1.438

CONDICAO Posseiro vs zProprietário 1.336 1.058 1.688

INFRA_ESTRADA Asfaltada vs Sem Pavimentação 1.780 1.436 2.206

INFRA_ESTRADA Cascalho vs Sem Pavimentação 1.383 1.186 1.612

INFRA_ESTRADA IGNORADO vs Sem Pavimentação 0.556 0.357 0.865

INFRA_ESTRADA NAO Possui vs Sem Pavimentação 0.701 0.468 1.049

INFRA_INTERNET Sim vs zNão 2.141 1.253 3.659

ELETRO_GELADEIRA Sim vs zNão 2.053 1.613 2.612

BANCARIZACAO_CARTAO_ Sim vs zNão 1.867 1.252 2.787

PSFn Sim vs zNão 1.279 1.099 1.489

CONHECEU_PROG_ASSIST Sim vs zNão 1.348 1.108 1.640

meses Abr/12 vs zDez/11 1.269 0.907 1.776

meses Fev/12 vs zDez/11 1.212 0.868 1.691

meses Jan/12 vs zDez/11 0.923 0.675 1.262

meses Jun/12 vs zDez/11 1.570 1.014 2.431

meses Mai/12 vs zDez/11 0.979 0.698 1.373

meses Mar/12 vs zDez/11 0.802 0.564 1.140

meses Nov/11 vs zDez/11 0.467 0.326 0.668

meses Out/11 vs zDez/11 1.664 1.202 2.304

meses Set/11 vs zDez/11 1.243 0.436 3.542

Association of Predicted Probabilities and Observed Responses

Percent Concordant 71.0 Somers' D 0.428

Percent Discordant 28.2 Gamma 0.431

Percent Tied 0.9 Tau-a 0.107

Pairs 7762313 c 0.714

77

RECEBE BOLSA FAMILIA

Summary of Stepwise Selection

Step

Effect

DF Number

In Score

Chi-Square Wald

Chi-Square Pr > ChiSq Entered Removed

1 FILHOS_ESTUDAM 1 1 1039.7592 <.0001

2 CIVIL 5 2 207.2428 <.0001

3 INSS 1 3 129.6472 <.0001

4 Superintend 9 4 101.1863 <.0001

5 SEX 1 5 64.3920 <.0001

6 meses 9 6 38.2744 <.0001

7 ACESSO 1 7 15.3322 <.0001

8 Organizacao 1 8 16.3612 <.0001

9 Dedicacao 2 9 12.0830 0.0024

10 PERIODICIDADE_PARCEL 6 10 18.6305 0.0048

11 BANCARIZACAO_CONTA_C 1 11 7.0566 0.0079

12 TEC_EMPREGA_MECANIZA 1 12 6.7623 0.0093

13 INFRA_INTERNET 1 13 5.2303 0.0222

14 CONHECEU_PROG_ASSIST 1 14 4.7998 0.0285

15 TEC_EMPREGA_IRRIGACA 1 15 4.2059 0.0403

16 BANCARIZACAO_POUPANC 1 16 3.9303 0.0474

Summary of Stepwise Selection

Step Variable Label

1 FILHOS_ESTUDAM

2 Estado Civil

3 POSSUI_BENEFICIO_INSS

4 Superintendencia

5 SEXO

6 meses

7 Acesso Assintencia Tecnica

8 Pertence Organizacao Social

9 Dedicacao Atividade

10 PERIODICIDADE_PARCELAS

11 BANCARIZACAO_CONTA_CORRENTE

12 TEC_EMPREGA_MECANIZACAO

78

Summary of Stepwise Selection

Step Variable Label

13 INFRA_ENERGIA

14 CONHECEU_PROG_ASSIST_TECNICA

15 TEC_EMPREGA_IRRIGACAO

16 BANCARIZACAO_POUPANCA

Type 3 Analysis of Effects

Effect DF Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

SEX 1 63.3505 <.0001

ACESSO 1 12.3078 0.0005

CIVIL 5 176.9038 <.0001

Superintend 9 110.6924 <.0001

Organizacao 1 16.0277 <.0001

Dedicacao 2 10.9039 0.0043

FILHOS_ESTUDAM 1 696.9964 <.0001

INFRA_INTERNET 1 4.5401 0.0331

BANCARIZACAO_CONTA_C 1 7.9350 0.0048

BANCARIZACAO_POUPANC 1 3.9269 0.0475

CONHECEU_PROG_ASSIST 1 5.1810 0.0228

PERIODICIDADE_PARCEL 6 17.5517 0.0075

TEC_EMPREGA_MECANIZA 1 4.7424 0.0294

TEC_EMPREGA_IRRIGACA 1 4.3139 0.0378

INSS 1 140.4025 <.0001

meses 9 47.0389 <.0001

79

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

Intercept 1 -0.0259 0.2272 0.0130 0.9091

SEX HOMEM 1 -0.2272 0.0285 63.3505 <.0001

ACESSO Sim 1 -0.1417 0.0404 12.3078 0.0005

CIVIL Casado(a) 1 0.3875 0.0733 27.9249 <.0001

CIVIL IGNORADO 1 0.1668 0.2017 0.6841 0.4082

CIVIL Separado/Divorciado(a) 1 0.0936 0.2082 0.2022 0.6529

CIVIL Solteiro(a) 1 -0.3976 0.0794 25.0812 <.0001

CIVIL União Estável 1 0.4438 0.0930 22.7586 <.0001

Superintend AL 1 0.3847 0.1367 7.9149 0.0049

Superintend BA 1 -0.1609 0.0785 4.1996 0.0404

Superintend CE 1 -0.0275 0.1049 0.0688 0.7931

Superintend MA 1 -0.3058 0.1072 8.1342 0.0043

Superintend MG 1 -0.7100 0.0784 82.0608 <.0001

Superintend PB 1 0.2103 0.0909 5.3477 0.0207

Superintend PE 1 0.1111 0.0897 1.5338 0.2155

Superintend PI 1 0.1642 0.1041 2.4882 0.1147

Superintend RN 1 0.2071 0.1081 3.6701 0.0554

Organizacao Sim 1 0.1186 0.0296 16.0277 <.0001

Dedicacao Atividade Pric. na renda Familiar 1 -0.0626 0.0430 2.1154 0.1458

Dedicacao IGNORADO 1 0.1797 0.0570 9.9458 0.0016

FILHOS_ESTUDAM Sim 1 0.7712 0.0292 696.9964 <.0001

INFRA_INTERNET Sim 1 -0.2837 0.1331 4.5401 0.0331

BANCARIZACAO_CONTA_C Sim 1 -0.1318 0.0468 7.9350 0.0048

BANCARIZACAO_POUPANC Sim 1 -0.0788 0.0398 3.9269 0.0475

CONHECEU_PROG_ASSIST Sim 1 -0.0999 0.0439 5.1810 0.0228

PERIODICIDADE_PARCEL Bimestral 1 -0.8164 0.4453 3.3610 0.0668

PERIODICIDADE_PARCEL IGNORADO 1 0.3929 0.1768 4.9385 0.0263

PERIODICIDADE_PARCEL Quadrimestral 1 -1.0832 0.6005 3.2532 0.0713

PERIODICIDADE_PARCEL Semestral 1 0.5455 0.1389 15.4144 <.0001

PERIODICIDADE_PARCEL Trimestral 1 0.0777 0.2201 0.1247 0.7240

PERIODICIDADE_PARCEL zAnual 1 0.4151 0.1339 9.6105 0.0019

TEC_EMPREGA_MECANIZA Sim 1 0.1105 0.0507 4.7424 0.0294

TEC_EMPREGA_IRRIGACA Sim 1 0.1960 0.0944 4.3139 0.0378

80

Analysis of Maximum Likelihood Estimates

Parameter DF Estimate Standard

Error Wald

Chi-Square Pr > ChiSq

INSS Sim 1 -0.4382 0.0370 140.4025 <.0001

meses Abr/12 1 0.2126 0.1031 4.2502 0.0392

meses Fev/12 1 -0.4139 0.1021 16.4331 <.0001

meses Jan/12 1 -0.1894 0.0981 3.7295 0.0535

meses Jun/12 1 0.0598 0.1976 0.0915 0.7623

meses Mai/12 1 -0.0312 0.1041 0.0901 0.7640

meses Mar/12 1 0.0905 0.1080 0.7012 0.4024

meses Nov/11 1 0.1628 0.1143 2.0312 0.1541

meses Out/11 1 -0.3119 0.1022 9.3163 0.0023

meses Set/11 1 0.5604 0.5217 1.1540 0.2827

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

SEX HOMEM vs zMULHER 0.635 0.568 0.710

ACESSO Sim vs zNão 0.753 0.643 0.882

CIVIL Casado(a) vs Viúvo(a) 2.949 2.051 4.241

CIVIL IGNORADO vs Viúvo(a) 2.365 1.325 4.224

CIVIL Separado/Divorciado(a) vs Viúvo(a) 2.198 1.216 3.975

CIVIL Solteiro(a) vs Viúvo(a) 1.345 0.925 1.956

CIVIL União Estável vs Viúvo(a) 3.120 2.111 4.612

Superintend AL vs SE 1.294 0.871 1.924

Superintend BA vs SE 0.750 0.552 1.019

Superintend CE vs SE 0.857 0.602 1.220

Superintend MA vs SE 0.649 0.451 0.933

Superintend MG vs SE 0.433 0.311 0.604

Superintend PB vs SE 1.087 0.783 1.509

Superintend PE vs SE 0.984 0.714 1.356

Superintend PI vs SE 1.038 0.725 1.486

Superintend RN vs SE 1.084 0.753 1.560

Organizacao Sim vs zNão 1.268 1.129 1.424

Dedicacao Atividade Pric. na renda Familiar vs zAtividade Complementar na renda Familiar

1.056 0.934 1.194

81

Odds Ratio Estimates

Effect Point

Estimate 95% Wald

Confidence Limits

Dedicacao IGNORADO vs zAtividade Complementar na renda Familiar

1.346 1.128 1.605

FILHOS_ESTUDAM Sim vs zNão 4.676 4.170 5.244

INFRA_INTERNET Sim vs zNão 0.567 0.336 0.956

BANCARIZACAO_CONTA_C Sim vs zNão 0.768 0.640 0.923

BANCARIZACAO_POUPANC Sim vs zNão 0.854 0.731 0.998

CONHECEU_PROG_ASSIST Sim vs zNão 0.819 0.690 0.973

PERIODICIDADE_PARCEL Bimestral vs Única 0.277 0.101 0.761

PERIODICIDADE_PARCEL IGNORADO vs Única 0.927 0.647 1.330

PERIODICIDADE_PARCEL Quadrimestral vs Única 0.212 0.053 0.841

PERIODICIDADE_PARCEL Semestral vs Única 1.080 0.839 1.390

PERIODICIDADE_PARCEL Trimestral vs Única 0.677 0.421 1.087

PERIODICIDADE_PARCEL zAnual vs Única 0.948 0.747 1.204

TEC_EMPREGA_MECANIZA Sim vs zNão 1.247 1.022 1.522

TEC_EMPREGA_IRRIGACA Sim vs zNão 1.480 1.022 2.143

INSS Sim vs zNão 0.416 0.360 0.481

meses Abr/12 vs zDez/11 1.422 1.075 1.882

meses Fev/12 vs zDez/11 0.760 0.572 1.011

meses Jan/12 vs zDez/11 0.952 0.737 1.228

meses Jun/12 vs zDez/11 1.221 0.769 1.938

meses Mai/12 vs zDez/11 1.115 0.838 1.482

meses Mar/12 vs zDez/11 1.259 0.959 1.652

meses Nov/11 vs zDez/11 1.353 1.024 1.789

meses Out/11 vs zDez/11 0.842 0.638 1.111

meses Set/11 vs zDez/11 2.014 0.634 6.401

Association of Predicted Probabilities and Observed Responses

Percent Concordant 77.7 Somers' D 0.557

Percent Discordant 22.0 Gamma 0.559

Percent Tied 0.2 Tau-a 0.234

Pairs 12975248 c 0.779

82

Anexo 2: O Questionário de Seguros da POF

QUESTIONARIO REFERENCIA BLOCO

SEGURO SAÚDE

INDIVIDUAL 90 DIAS 42 1401 PLANO/SEGURO-SAUDE

INDIVIDUAL 91 DIAS 42 1402 FUNDO DE PARTICIPACAO EM PLANO/SEGURO-SAUDE

INDIVIDUAL 92 DIAS 42 1403 POUPANCA COMPLEMENTAR DE PLANO/SEGURO-SAUDE

INDIVIDUAL 93 DIAS 42 1404 COMPLEMENTACAO DE PLANO/SEGURO-SAUDE

INDIVIDUAL 94 DIAS 42 1405 PLANO / SEGURO-SAUDE

OUTROS

INDIVIDUAL 90 DIAS 44 6201 SEGURO DE CARTAO DE CREDITO

INDIVIDUAL 12 MESES 48 1101 JUROS E SEGURO DE EMPRESTIMO

INDIVIDUAL 12 MESES 48 2901 SEGURO DE BENS MOVEIS (EXCETO DE VEICULOS)

PREVIDENCIA

INDIVIDUAL 12 MESES 48 601 PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA OU FECHADA

INDIVIDUAL 12 MESES 48 602 JOIA (TAXA DE INGRESSO) DE PREVIDENCIA PRIVADA

INDIVIDUAL 12 MESES 48 603 TAXA DE INGRESSO (JOIA) DE PREVIDENCIA PRIVADA

INDIVIDUAL 12 MESES 48 604 PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E FECHADA

VIDA

INDIVIDUAL 12 MESES 48 701 SEGURO DE ACIDENTES PESSOAIS

INDIVIDUAL 12 MESES 48 801 SEGURO DE VIDA

VEICULOS

83

INDIVIDUAL 12 MESES 50 601 SEGURO VOLUNTARIO DE VEICULO

INDIVIDUAL 12 MESES 50 602 SEGURO TOTAL DE VEICULO

INDIVIDUAL 12 MESES 50 603 SEGURO PARCIAL DE VEICULO

INDIVIDUAL 12 MESES 50 604 SEGURO VOLUNTARIO

OUTROS

INDIVIDUAL 12 MESES 54 601 PREMIO RESTITUIDO E INDENIZACAO PAGOS POR SEGURADORA

INDIVIDUAL

INDIVIDUAL 12 MESES 54 4101 SEGURO-HABITACAO (RESTITUICAO)

RENDIMENTO 12 MESES 54 4102 TAXA DE CONSERVACAO DE IMOVEL (RESTITUICAO)

RENDIMENTO 12 MESES 54 4103 RESTITUICAO DE SEGURO-HABITACAO

RENDIMENTO 12 MESES 54 4104 RESTITUICAO DE TAXA DE CONSERVACAO DE IMOVEL

RENDIMENTO 12 MESES 54 4105 DEVOLUCAO DE SEGURO-HABITACAO

RENDIMENTO 12 MESES 54 4106 DEVOLUCAO DE TAXA DE CONSERVACAO DE IMOVEL

RENDIMENTO 12 MESES 54 4107 DEVOLUCAO DE TAXA DE ESGOTO (CIA DE SANEAMENTO ESTADUAL)

84

Despesas Médias de Seguro por Unidade da Federação

Despesas Médias de Microsseguro por Unidade da Federação

M é d i a - T o t a l - S e g u r o sA t é R $ 6 , 0 0D e R $ 6 , 0 0 a R $ 9 , 0 0D e R $ 9 , 0 0 a R $ 1 3 , 0 0D e R $ 1 3 , 0 0 a R $ 2 0 , 0 0M a i s d e R $ 2 0 , 0 0

M é d i a - C , D e E - S e g u r o sA t é R $ 6 , 0 0D e R $ 6 , 0 0 a R $ 9 , 0 0D e R $ 9 , 0 0 a R $ 1 3 , 0 0D e R $ 1 3 , 0 0 a R $ 2 0 , 0 0M a i s d e R $ 2 0 , 0 0