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  • 8/14/2019 Aldomon - Unidade Prata

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    UNIDADE PRATA

    Copyright Aldomon SVCA 1996.

    Parte 1

    COMUNICAO INTERDIMENSIONAL

    - Alderan, estamos entrando no setor do planeta Metalha!- Sion, todas as equipes a seus postos! Preparem-se para acionar a abertura do portal

    interdimensional!- Crodon! Sintonizar portal na dcima terceira dimenso fsica!

    Eu estava olhando para a tela interdimensional onde, de repente, apareceu a imagem do planetaMetalha. Senti uma profunda saudade dos amigos que ali deixei mas, ao mesmo tempo, estava feliz

    por poder reencontr-los. O planeta continuava belo como sempre, em sua cor dourada, tendo suavolta uma suave aura brilhante. Diante da nave comeou a se formar um tnel espiralado e foiiniciada a travessia do portal. Toda a Unidade j estava habituada s passagens dimensionais.

    Entretanto, esta era especial pois, desde que partimos de Metalha em misso, passaram-sequinhentos anos-Terra. No centro de controle da nave, assisti concluso da travessia dimensionalatravs da tela visual. Perguntei a Sion que distncia nos separava de Metalha e imediatamenteobtive a resposta: estvamos perto da atmosfera e era necessrio que eu tomasse algumas

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    providncias para o pouso. Chamei telepaticamente os lderes de equipe, os quais chegaram aocentro de controle em alguns instantes. Eram eles: Miria, Sion, Solron, Calia, Crodon, Poderon,Uria, Rairon e Leon. Recebi os relatrios correspondentes a suas equipes e informei a todos que taisdados seriam analisados para, posteriormente, serem apresentados ao Conselho Planetrio que porsua vez, iria avaliar a capacidade de cada componente da Unidade para uma nova misso. Pedi aSolron que acionasse o comunicador atravs do qual faramos contato com Metalha.

    - Afirmativo, Alderan. Canais abertos.

    - Planeta Metalha, quem fala Alderan, do Cruzador Interdimensional Triton. Peo permissopara pouso.- Cruzador Triton, permisso concedida para pouso na base Talha-1.

    Comecei a lembrar o quanto foi dura e difcil a misso mas, felizmente, estava prestes a pousar noplaneta com o qual criei tantos laos de afinidade. A colossal nave prateada aproximava-se dasuperfcie de Metalha. Contemplei, atravs do monitor visual, uma deslumbrante paisagem queenchia de alegria os meus olhos cor de prata. Meu desejo era sobrevoar as cidades, os camposenfeitados com lagos de esplendorosa beleza, as montanhas de cristais dourados cujo brilho intensofazia com que Metalha parecesse um sol. Tal vontade teria que esperar pois, neste caso, se fazianecessria uma nave menor que o Cruzador. Foi iniciada a aproximao com a base, localizada noalto de um imenso plator, s margens de um mar sereno. De repente, o comunicador sinalizou. Era

    uma transmisso da base, prontamente atendida :- Cruzador Triton, aqui base Talha-1. Rampa dez liberada para pouso.

    Solicitei a Crodon que desligasse o campo eletromagntico e acionasse o sistema de pouso. Agigantesca nave aterrisou com a suavidade de uma pluma. Fiquei muito feliz por estarmos em terrafirme. Aps tanto tempo no espao sideral, ansivamos por desfrutar as belezas de Metalha.Telepaticamente comuniquei Unidade para que todos se reunissem no ptio de conferncia danave para onde, em seguida, teleportei-me. Assim que cheguei, encontrei parte da unidade e, tologo constatei a presena de todos, comecei minha explanao:

    - Aps quinhentos anos como defensores das fronteiras dimensionais nos universos maisdensos, cada um aqui presente sabe o que enfrentamos no cumprimento desta misso, da qualsamos vitoriosos sem nenhuma baixa. Sinto-me honrado em trabalhar com todos vocs,tamanha a unio e os impressionantes resultados obtidos em todas as reas. Foi como sefizssemos parte uns dos outros.

    Um representante do Conselho Planetrio, atravs do comunicador, avisou-nos que o Embaixadorde Metalha estava aguardando a Unidade no salo do Conselho. Alertei a todos que iramosapresentar ao Embaixador os resultados da misso. Aps alguns instantes, adentrvamos o salo,cuja forte caracterstica era a belssima e arrojada arquitetura. O cho dourado como ouro polidorefletia em si o brilho reluzente das armaduras espelhadas de prata, trao marcante e inconfudvelda Unidade. Entramos pela larga porta em fila nica. A estatura mdia dos integrantes era de,aproximadamente, trs metros. O impacto das botas metlicas dos cento e dez componentes

    produzia um conjunto de sons estridentes, formando uma orquestra cujo som ecoava pelo amplo

    salo. As paredes e o teto eram dourados, esculturas geomtricas posicionavam-se em locais dedestaque. Um pouco abaixo do teto havia diversos sis. Alguns dourados, outros prateados. Unspairavam no ar, enquanto outros transitavam. Fomos em direo ao fundo do salo, onde ramosesperados. L chegando, ficamos dispostos em dez filas paralelas. Dentre os sis dourados queestavam flutuando, um desceu ao cho e comeou a tomar outra forma. medida em que seu brilhointenso se apagava, um corpo humanide foi aparecendo. Era dourado muito claro, quase branco.Tinha cerca de trs metros de altura e o corpo envolvido por uma espessa aura luminosa. A cabeaera um pouco grande em relao ao corpo. Olhos grandes e prateados. No possua boca, nariz,orelhas ou cabelo. Aproximei-me dele, dizendo:

    - Comandante-Embaixador Ashtar, Unidade Prata se apresentando.Naquele exato momento, todos os capacetes das armaduras desmaterializaram-se, colocando

    mostra as faces de todos. Ashtar, em passos lentos, percorreu cada fileira, examinando com seupoder mental cada um dos membros da Unidade. Concluda a vistoria, voltou-se para mim, dizendo:- Pelo que pude notar, Alderan, a Unidade Prata est em perfeita forma. No houve nenhuma

    avaria sria.

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    - Alderan! Quando voc partiu em misso, eu era recm-formada em engenharia ciberntica eeletrnica espacial. Sa da faculdade com um projeto: desenvolver novos equipamentos que

    pudessem ser teis aos defensores dimensionais. Munida de minhas credenciais, procurei ocomandante Ashtar e coloquei-o a par do referido projeto que, de imediato, foi aceito. Ashtardeixou a cargo de Raman providenciar as instalaes e o material necessrio execuo domeu trabalho. Fui informada por Raman que seu laboratrio estava desativado e que vochavia sado em misso. Meu pedido para a utilizao destas instalaes foi aprovado pelo

    prprio Raman e, assim, o projeto foi iniciado.Terminado o relato de Drilha, pude expressar-me:- Estou muito satisfeito em saber que o laboratrio ficou em suas mos. Preciso sair com Raman

    agora, mas depois quero propor algo a voc.Silencioso e pensativo, sa em companhia de Raman que, mais adiante, questionou-me:

    - Voc est ciente dos planos da Federao Inter-Galctica, Alderan?- Sim. Durante a misso, percorremos as bases especiais de vrias galxias.- Tambm foi informado da grande transio dos universos? - perguntou.- Afirmativo. Este foi o motivo pelo qual retornamos da misso.

    Conversamos durante um longo tempo e Raman explicou-me que o Conselho de Metalha enviaria afrota de cruzadores do Comando Ashtar para o sistema solar da Terra. Despedi-me de Raman,

    agradecendo-lhe as informaes prestadas. Olhando o firmamento dourado, pude contemplar abeleza de naves grandes e pequenas que cruzavam o cu, deixando rastros de luz no que parecia umoceano de estrelas faiscantes. Ondas de energias revitalizadoras caam da atmosfera. Avistei um

    brilho prateado que, ao se aproximar, pude identificar como a nave que estava aguardando. A navealcanou o cho com a leveza de um pequeno pssaro. Lembrei-me, com toda nitidez, do tempo edo esforo necessrios para que minha equipe de cientistas, em laboratrios, pudesse projetar ummodelo de nave que tornou-se uma obra-prima da engenharia geomtrica. Os inmeros e complexosclculos no foram em vo, pois sabamos o quanto este veculo, por sua eficincia, nos era til.Caminhei at a frente da nave, onde ficava uma das muitas portas, camufladas estrategicamente aolongo dos seus cinqenta metros de comprimento. A lataria era totalmente blindada, emboraalgumas partes pudessem ficar transparentes, de acordo com a vontade do piloto. A porta dianteirafoi aberta. Nos controles, estava Miria, que alegremente perguntou-me:

    - Voc quer uma carona?Embarquei sem hesitar, falando descontrado:

    - J faz um bom tempo que no piloto esta nave!Ela possua sensores de leitura mental. Isso fazia com que o controle da nave fosse feito portelepatia. Observava o mostrador do painel enquanto a nave decolava em direo a uma parte poucohabitada do planeta, onde havia uma paisagem exuberante. Notei a felicidade de Miria por tervoltado Metalha, lugar que nos era muito querido, alm de ser o planeta em que nascemos.Ficamos conversando sobre assuntos simples, tais como as belezas naturais das reas quesobrevovamos. Recordamos nosso nascimento em Metalha, h cinco mil anos, logo aps termos

    chegado com o corpo astral do planeta Icron, local de nossa vida fsica anterior. Miria tambmlembrou que, ao chegarmos a Metalha, entramos em contato com o Conselho Planetrio, para queeste possibilitasse a materializao de nossos corpos. Em Metalha, o nascimento dos seres feitoatravs de materializao ectoplasmtica, tornando desnecessria a presena de progenitores. Osrecm-nascidos possuem conscincia de adulto, juntamente com a memria de vidas anteriores. Otempo mdio de vida para os corpos nascidos em Metalha equivale a dez ou onze mil anosterrestres. Os corpos so ectoplasmticos de cor dourada ou prateada, dividindo-se em vrios tonsque mudam de cor conforme o nvel de evoluo espiritual. Cada corpo oriundo de Metalha tem,entre outras capacidades, a de tomar a forma e a composio molecular que desejar. Taistransformaes so empregadas apenas quando h real necessidade. A forma de comunicaoutilizada a telepatia e os olhos enxergam por meio de clarividncia, o que viabiliza o acesso

    simultneo a vrias dimenses e localidades. Os meios de locomoo corporal so a flutuaomagntica e a teleportao. A alimentao feita por absoro corporal de energia csmica. Emfuno do avano tecnolgico, a populao prefere fazer uso de aparelhos, para que no haja umexcessivo desgaste das energias corporais. Comentei:

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    - Realmente, Miria. Em comparao a outros planetas, nossa evoluo aconteceu de formamuito rpida com o corpo de Metalha. Alm disso, contamos com o fato de podermos nosdesligar momentaneamente deste corpo e assumir outro, em outro planeta.

    Samos da nave deslizando suavemente e percorremos as vastas plancies douradas. As floresexalavam um aroma inebriante. Vovamos de mos dadas, em uma comunho de sentimentos quefortificava nossas energias. Como uma msica, o som da voz de Miria soou em minha mente:

    - Alderan! Veja aquele vale atrs das colinas flamejantes! Existe um lago onde costumava

    banhar-me, antes de nossa partida para fora do planeta. Vamos at l? - Respondi que sim.Alamos vo rumo s colinas. Ao avistar o vale, contemplei um vasto espao lquido. O lagomostrava uma beleza imensa. Soltamos as mos e voamos to prximos ao lago que, tocandosuavemente a gua com a ponta dos dedos, produzimos um rastro de fascas douradas e prateadas.Miria mergulhou em suas guas brilhantes e eu a segui. O comunicador sinalizou. Era Sion,informando que Ashtar conclura a anlise dos relatrios da misso e estava nos aguardando em suanave, para discutirmos os resultados. Estando fora da gua, chamamos a nave pelo controleautomtico e, em poucos segundos, ela pairou acima de nossas cabeas. As portas se abriram comnossa presena, e Miria assumiu os controles. Velozmente, a nave atravessou o firmamento e samosda atmosfera. Avistamos, ao longe, a brilhante nave-me, comandada por Ashtar. Era to grandeque no podia aproximar-se muito do planeta, a fim de no perturbar o equilbrio gravitacional.

    Informei-lhes sobre nossa aproximao:- Alderan falando. Peo permisso para pouso.- Afirmativo. Concedida permisso para pouso na rampa nmero 1.500, setor noroeste.

    Miria ajustou as coordenadas ao computador de bordo e, aps alguns instantes, estvamospousando. Samos da nave e trocamos nossos trajes , sendo que iramos a uma conferncia formalcom os comandantes que integram o Comando Ashtar. Eu sabia que os lderes da Unidade tambmtinham sido comunicados. Percorremos um longo corredor, num veculo utilizado para transporteinterno. De fato a nave-me poderia ser comparada, em suas propores, a um planeta. Enfimchegamos ao local da reunio, onde poltronas estavam organizadas em forma de meia-lua. Ao notarque os lderes de equipes da Unidade Prata estavam aglomerados em determinadas poltronas, fui emdireo a eles. Aps cumpriment-los, sentei-me. Ashtar estava no palanque e parecia aguardar achegada de outras unidades. Olhei ao meu redor e notei a presena de vrios comandantes de nave,cuja maioria eu conhecia. Assim que se completou o Comando, foi iniciada a explanao de Ashtar:

    - Como foi informado ao governo de Metalha, ocorrer em breve a transio dos universosdimensionais. Em funo deste avano dimensional, as leis da natureza sero alteradas.

    Detendo a ateno de todos, continuou:- Estas modificaes impossibilitam a permanncia de determinados seres em seus planetas,

    pois no suportaro as vibraes eletromagnticas advindas da sutilizao dimensional.- Para evitar que seus corpos astrais mais densos sejam expostos a tais radiaes, provocando

    terrveis traumas psico-mentais (o que atrasaria muito o ritmo de suas evolues),precisaremos efetuar as transmigraes planetrias. Desta forma, poder ser mantida a

    harmonia na evoluo dos seres.Olhando fixamente para Ashtar e inebriado com suas palavras, meditei profundamente sobre aimportncia dos acontecimentos narrados por ele. Durante toda a exposio dos fatos vindouros,meu pensamento girava em torno de qual seria a tarefa da Unidade nas transmigraes. Terminada a

    palestra, nossa unidade foi convidada pelo Conselho Planetrio a formular, com eles, os planos deao da Unidade Prata. A reunio seria feita em um salo que ficava prximo do auditrio em queestvamos. Andamos por um largo corredor cujo piso, paredes e teto eram de cor cinza-chumbo.Em uma das laterais surgiu uma porta, que fechou-se automaticamente ao passarmos por ela.Sentamo-nos em poltronas brancas, organizadas em forma de crculo. Ashtar, que j estava nosaguardando, disse:

    - O Conselho analisou os relatrios da Unidade. Todos ficamos satisfeitos com os resultados.

    Temos funes para sua Unidade na grande misso, Alderan. Porm ser necessria uma sriede modificaes e a primeira delas aumentar o nmero de integrantes da Unidade.Transbordei de felicidade ao receber aquele convite. Notei que Miria, assim como os lderes deequipe, demonstravam seu contentamento. Escutamos as diretrizes passadas por Ashtar e membros

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    do Conselho. A reunio havia acabado. Sion parecia bastante animado com o planejamento da nossanova misso. Seguimos para a rampa de decolagem, onde duas naves do Cruzador estavam nossaespera. Entramos na atmosfera de Metalha e fomos em direo ao espaoporto, onde estava oCruzador. Fizemos a aproximao e foi aberta uma das rampas de pouso. Descemos da nave efomos direto para a ponte de controle. L chegando, liguei o comunicador:

    - Drilha, aqui Alderan. Peo que venha ao Cruzador, pois temos assuntos importantes a tratar.Mais tarde, avistei no monitor uma pequena nave. Reconheci nela a insgnea do Centro Tecnolgico

    Planetrio. Drilha chegou ponte de controle. Aproximei-me dela, dizendo que se tratava de umconvite. Expliquei que teramos uma nova misso e, em funo da envergadura da tarefa, era precisoaumentar o nmero de integrantes da Unidade. Drilha aceitou o convite. Tnhamos um prazo de dezanos para estarmos com a Unidade Prata pronta para partir em misso, mas bem antes dissoconseguimos completar os cinco mil integrantes. O dia da partida finalmente havia chegado. Eraenorme o meu contentamento em ver a concluso do treinamento das novas equipes da unidade.O cu de Metalha mostrava um enxame de cruzadores e algumas estaes orbitais. Recebi as ordensde Ashtar para partirmos rumo Terra. Entretanto, precisaramos passar pelo planeta Icron, emOrion. L, os membros da tripulao que possuam o corpo de Metalha teriam de trocartemporariamente de corpo, para poderem entrar no setor do planeta Terra. Eu tambm fazia partedeste grupo. O Cruzador decolou da base Talha-1, cruzando um cu cheio de naves e entrando no

    espao sideral. Na passagem pelo planeta Icron e, aps a troca de corpos fsicos, passamos para adcima dimenso fsica. Constatamos que algumas de nossas habilidades corporais haviam sido

    bloqueadas. Aps algum tempo no espao, entramos no sistema solar da Terra. Paramos em Jpiter,a fim de conferenciarmos com o Conselho Solar a respeito de nossa participao na misso Terra.Chegamos ao planeta Terra no incio do Sculo XVII. Seria necessrio que parte da Unidadeingressasse na terceira dimenso fsica. No prprio Cruzador encontravam-se as cmaras deanimao suspensa, onde nossos corpos ficariam guardados. Estando l, abri a tampa de cristal edeitei-me, fechando-a. Escutei uma pequena exploso e desmaiei, ofuscado por uma luz forte.Quando acordei, percebi que acabara de nascer em um corpo da Terra, no ano de 1971. Chorei emum corpo de beb. As pessoas ali presentes sequer desconfiavam que naquele choro havia uma certatristeza, por me encontrar naquele corpo primitivo e cheio de limitaes. Minha nova vida na Terraseria dura e cheia de sacrifcios mas, acima de tudo, eu tinha uma misso a cumprir, custasse o quecustasse. A maior parte da misso seria realizada durante minhas sadas para fora do corpo, e a outra

    parte no plano fsico. Antes que eu nascesse, recebi informaes de que seres negativos tentariamprovocar a morte de meu corpo fsico, mas a Unidade estaria fazendo a minha segurana. Mesmoassim eu no tinha garantia total de vida, pois o plano fsico, na terceira dimenso da Terra, aindaestava sendo controlado pelas trevas. De incio, meu corpo fsico apresentou uma forteincompatibilidade com a vibrao de meu corpo astral. Isto levou a um princpio de rejeio que, seno fosse revertido, provocaria minha morte. Durante dias e noites eu no parava de chorar erecusava-me terminantemente a sorver o leite materno, o que provocava preocupao em meus pais.Era uma tortura ficar dentro de um corpo apertado, que me sufocava sem piedade, como se fosse

    feito de concreto e no obedecesse ao meu comando. Os dias foram passando e eu entrava em umestado crtico, o qual necessitava urgente de uma soluo, pois minha vida corria perigo. Oscientistas da Unidade apresentaram uma alternativa: era preciso provocar a queda vibracional docorpo energtico, para que este ficasse mais denso e entrasse em sintonia com a densidade do corpofsico. Entretanto, tal densificao provocaria um atraso do despertar da memria imortal. Sendo anica soluo encontrada, comecei a ser submetido a sesses de densificao vibracional, nas vezesem que saa do corpo fsico atravs do sono. A densificao limitava ainda mais a minhaconscincia, afastando-me dias, meses, e at anos do despertar da conscincia imortal. O processoestava dando certo, mas ainda no tinha sido suficiente para fazer a sintonia total com o corpofsico. Era preciso fazer algo mais. Certo dia, um dos cientistas da equipe encarregada do projetoandava por uma fazenda vizinha da que eu morava. Trajava um macaco de cor prateada. Ele passou

    por um curral cheio de cabras e ficou encostado na cerca de madeira escura, envelhecida pelotempo, observando um trabalhador rural que ordenhava uma cabra. Tanto o ordenhador quanto osanimais ali presentes no percebiam a presena do cientista extraterrestre, pois este se encontravaem outra dimenso, tornando-o invisvel a olhos comuns. O cientista aproximou-se do balde que

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    estava recebendo o leite. Olhou atentamente aquele lquido branco, espumando a cada jato extradodo animal pelas mos habilidosas do ordenhador. Sua curiosidade fez com que apanhasse um

    pequeno aparelho que estava preso a seu cinto. Este aparelho continha uma tela de imagenscoloridas. Apontou-o, ento, para o leite e examinou a densidade do cdigo gentico. Registrada afreqncia dimensional, o cientista chegou seguinte concluso: bastava que eu ingerisse aqueleleite para entrar na freqncia do corpo fsico e assim, o problema estaria resolvido. Os cientistasastrais encarregados de cuidar do meu corpo inspiraram meus pais para que estes me alimentassem

    com leite de cabra, o que veio acontecer no dia seguinte. Eu tinha quase um ano de idade emboraminha conscincia estivesse entorpecida (como a de qualquer ser humano daquela idade),vasculhava, algumas vezes, na profundidade do meu ser, a fronteira do inconsciente e de l traziareminiscncias de um passado distante. Pensava comigo mesmo: "Que mundo estranho este emque estou?". Passaram-se os anos e eu no morava mais na fazenda. Minha famlia mudava-se tantode residncia que se tornou difcil guardar as lembranas dos lugares em que morei. Mais uma vez,fixamos nova moradia, em um bairro da cidade de Goinia. Eu completara onze anos. Estava naescola, mas os estudos no iam bem, devido aos ataques que vinha sofrendo por falanges de seresdas sombras. A Unidade Prata protegia-me constantemente, mas sua ao direta era dificultada pelofato de eu estar no plano fsico e eles no plano astral. Neste ponto, as trevas levavam vantagem, poistinham o controle do mundo fsico da Terra e atuavam diretamente atravs de seus adeptos no plano

    fsico. Fui atacado de diversas maneiras mas, geralmente, dava-se por meio de acidentes, doenas ouataques fora do corpo. Nas proximidades da minha nova moradia havia um campo todo cercado dearame. Alguns dias aps chegarmos de mudana, comecei a ter sonhos, e nestes sonhos eu ia at ocampo e via vrias naves pousando. Delas saam seres de outros mundos. Aos dezesseis anos,mudanas estranhas comearam a acontecer com minha conscincia. Tais mudanas faziam comque eu entrasse em outras realidades existenciais at que, um certo dia, ocorreu algo que mudouminha vida. J ao cair da tarde, algo comeou a acontecer. Experimentava uma sensao diferenteem minha cabea. Era um pulsar, que comeou lentamente e depois foi acelerando o ritmo. As

    batidas eram de baixo para cima, dando a impresso de que algo iria sair pelo topo da minha cabea.Aps alguns minutos, fui envolvido por uma sonolncia irresistvel. Pensei em deitar e dormir um

    pouco. Entrei no quarto e tranquei a porta. Abri a janela para aumentar a ventilao, pois o calor eraenorme. Tirei a camisa, colocando-a em cima do meu rosto, a fim de proteger-me da luminosidade.Passaram-se alguns instantes e a sonolncia acabou. Os meus pensamentos fluam com umafacilidade incomum e produziam um som que ecoava em minha cabea. O ecoar transformou-se emum barulho to alto que parecia uma turbina de avio. Assustei-me e pensei em levantar, mas noconsegui. Meu corpo estava totalmente entorpecido. Entrei em pnico e gritei por socorro, masminha boca tambm no se movia, apesar de ter escutado o som da minha voz, que parecia vir dosmeus pensamentos. Quando notei que meus gritos no chamavam a ateno de ningum, calei-me e

    pensei: "Ser que morri? Mas isto no possvel, minha sade est tima!". Juntei todas as minhasforas e, num s golpe, levantei-me. Fui surpreendido por um fenmeno que at ento desconhecia.Havia sado do corpo fsico e estava flutuando logo acima dele. Maravilhado e ao mesmo tempo

    confuso com o que estava acontecendo, pensei: "Como pode ser? Estou fora do corpo e, to leve,que at posso voar!". Procurei me concentrar para descer e pisar o cho. J de p ao lado do corpo,que dormia na cama, andei pelo quarto, tentando compreender o que se passava comigo. Notei quemeu raciocnio estava bem mais rpido e minha auto-anlise mais crtica. Refleti: "Isso no pode serum sonho, muito real. Sei quem sou, onde estou e o que fao". Olhei detalhadamente o meu quartoe notei que as paredes, como tambm os objetos, continuavam idnticos aos do plano fsico. Umasbita curiosidade me fez querer saber como seria o contato com algum, estando eu fora do corpo.Fui ao encontro da porta, pensando se conseguiria abri-la com um simples esforo. Levei minhamo direita em direo maaneta, mas a surpresa veio quando pude observar minha mo passandoatravs dela. Ento pensei comigo mesmo: "Que fantstico! Posso passar atravs dos objetosfsicos!" Comecei a passar atravs da porta, experimentando uma sensao agradabilssima de

    sutilizao e leveza. Saindo do quarto, fui em direo sala-de-estar, procura de algum. Escuteivozes vindas da cozinha e fui at l. Vi meus avs e pensei: "Eles no vo acreditar no que estacontecendo comigo!" Minha av estava de p perto do fogo, preparando o jantar. Conversava

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    descontraidamente com meu av, que se encontrava sentado em uma cadeira. Chegando perto dela,disse:

    - Est acontecendo uma coisa muito estranha comigo. Fui dividido em dois. Existe uma outracpia de mim, dormindo l no quarto.

    Outra surpresa: Nenhum dos dois parecia notar a minha presena. Fiquei um pouco angustiado evoltei para o meu quarto onde, novamente, avistei meu corpo fsico deitado na cama, inerte comouma rocha. Calculei que, se eu deitasse em cima do corpo, talvez conseguisse acordar. Aps

    deitar-me, passaram alguns segundos e senti novamente o entorpecimento que havia me paralisado.Esforcei-me para vencer tal estgio e, finalmente, consegui acordar, todo coberto de suor.Pensativo e fascinado com a experincia, levantei da cama. Logo pensei em contar para algum,mas depois de avaliar melhor, cheguei concluso de que nenhum conhecido meu acreditarianaquela histria.

    Parte 2

    BASE TALHA 1 EM METALHA

    A tarde havia acabado e as primeiras estrelas brilhavam no firmamento. Eu esperava ansioso pelahora de dormir, na expectativa de que voltasse a sair do corpo. Chegada a hora, deitei-me e espereique algo acontecesse. Em poucos minutos comecei a sentir coisas estranhas. No incio tive asensao de estar deitado na areia da praia, enquanto ondas de um lquido energtico banhavamminhas pernas at envolverem todo o meu corpo. Surgiu um som dentro da minha cabea. Pareciauma orquestra de cigarras cantando. O som foi ficando cada vez mais alto e o ritmo acelerou aindamais. Meu corpo comeou a vibrar at que flutuei para fora do corpo. Repetindo a experincia dever meu corpo deitado logo abaixo de mim, pensei: "A vida esconde tantos mistrios que s o tempoe acontecimentos fantsticos podem revelar." Jamais, em minha curta vida, sequer imaginei queexistissem outros mundos ou universos diferentes daquele em que eu vivia. No entanto, encontrava-me diante de um mundo desconhecido, pronto a ser desbravado. Passei a noite inteira traando

    planos, a fim de estudar o mundo que acabara de descobrir. O dia estava surgindo nos primeirosraios do nascer do sol e aproximava-se a hora de voltar para o corpo. Sentado no sof, pensavacomo era interessante o fato de que os objetos fsicos pudessem ser atravessados. Entretanto, sedesejasse, faria com que eles se tornassem impenetrveis, caso contrrio eu no poderia estarsentado neste sof, ou at mesmo afundaria cho adentro. Eram realmente muitas coisas a aprendernesse novo mundo. De repente, o inesperado: acordei. Levantei rapidamente da cama, recapitulei ascoisas ocorridas quando estava fora do corpo. Sabia que minha vida mudaria muito se tudo issocontinuasse a acontecer. No trabalho, durante todo o dia, fiquei tentando entender o porqu daquilo

    estar acontecendo comigo, mas no encontrava nenhuma resposta. Novamente chegara a hora dedormir. Fui visitado pelo entorpecimento, que arrebatou-me para fora do corpo. Uma maravilhosasensao de liberdade e leveza tomou conta de mim. Queria, desta vez, sair de casa e ver como seriao mundo l fora. Fiquei prximo parede, preparando-me para atravess-la. Devagar, fui enfiandominha cabea na parede. Vi o reboco, o tijolo, outra vez o reboco, at que avistei a paisagem fora dacasa, e atravessei totalmente a parede. L fora estava muito escuro, num breu quase total. Istochamou-me a ateno. Pensei: "No sei como, mas consigo sentir que corro perigo aqui. Apesardesta escurido terrvel, tenho que continuar a excurso." Fui at o porto e fiquei a observar osseres que andavam pela rua. Notei que a maioria deles tinha parte do corpo com forma de animal.Estando na rua, fui inesperadamente abraado por uma mulher muito bonita, que estava totalmentedespida. Quando dei por mim, estava todo amarrado, como se estivesse num casulo de cordas. A

    mulher ficou na minha frente e comeou a transfigurar-se, tomando uma forma animalesca.De repente, estava cercado por seres trevosos, que sugaram minhas energias vitais, machucando-memuito. Entrei em pnico e, aps me debater no cho, consegui soltar as cordas que me prendiam.Instantaneamente voltei ao corpo fsico. Acordei com medo e muito assustado. Apesar de ainda ser

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    noite, no quis voltar a dormir. Fiquei sentado, ou at mesmo andando, com receio de pegar no sonoe sair do corpo outra vez. O sol estava nascendo e o meu semblante denunciava a noite perturbadaque eu havia passado. Durante o dia tive vrias sensaes estranhas. Fiquei, de certa forma,traumatizado com o ocorrido. A prxima noite estava por vir. O medo tomou conta de mim.Pensei: "No posso dormir, seno uma surra me espera l fora do corpo." Com muita dificuldade,fiquei acordado a noite inteira. Aps uma noite e meia sem dormir, via-me inseguro se conseguiria

    passar outras tantas horas sem cair no sono. Sem que fosse do meu desejo, fui envolvido pelo

    entorpecimento que veio ejetar-me para fora do corpo. Ao sair, fui recepcionado pelos mesmos seresque outrora me machucaram. Durante vrios dias, bastava que eu sasse do corpo para ser agredido eenergeticamente sugado por entidades negativas. Fui ficando doente e anmico, at que um dia,farto de tanto ser atacado, resolvi mudar a situao. Primeiramente, comecei a observar todos osmeus pensamentos, sentimentos, atos e palavras. Estudei cada ao minha, chegando, enfim, a umaconcluso. O motivo pelo qual eu estava sempre sendo atacado era o desequilbrio interior. Serianecessrio que eu comeasse um trabalho radical de educao das minhas emoes e dos instintosanimalizados para, com isso, poder sair do corpo sem ser molestado. Durante os dias que seseguiram, passei a realizar tal trabalho. Percebi que no bastava apenas reprimir minhas emoes.Precisava educ-las, substituindo comportamentos destrutivos por positivos. Em dois meses haviaconseguido, com meu novo comportamento, a libertao dos ataques trevosos. A partir da, sempre

    que saa do corpo fsico, ia para dimenses mais sutis. Contudo, ainda no sabia o que fazer comesta minha capacidade. Certo dia conversava com um amigo e, distrado, disse a ele que conseguiasair do corpo e ir aonde quisesse. Aps algumas gargalhadas, ele olhou-me e disse:xxxxxxxxxxxxxx

    - Voc est vendo muita televiso!Com a expresso sria e ar solene, fixando-me em seus olhos, disse:

    - Voc que meu amigo e me conhece, no acredita em mim. Imagine o que diro aqueles queno me conhecem! - Diro que voc est com um parafuso a menos na cabea! - retrucou.

    Desafiando-o, perguntei:- E se eu der uma prova do que falo, voc acreditaria em mim?

    Ele concordou, mas quis saber como eu provaria que realmente saa do corpo.- Posso hoje, durante a noite, visitar a sua casa e observar tudo que voc fizer, para depois

    confirmarmos.Com a aprovao dele, combinamos a hora exata para a "visita". Quando chegou a noite, eu sa docorpo minutos antes do horrio marcado. Fui casa do meu amigo e, chegando l, percebi que eleno estava. Fiquei em seu quarto, esperando que ele chegasse. Ouvi barulhos de passos e a porta seabriu. Era o prprio, entrando no quarto e fazendo palhaadas:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

    - Aldomon-Fantasma! Voc est a? D-me um sinal! - falou com zombaria.Pensei comigo mesmo: "Se eu pudesse, te daria um susto inesquecvel!" Fixando uma folha de

    papel parede com fita adesiva, ele escreveu algumas palavras e disse:- Aldomon, se amanh voc falar as palavras que esto escritas aqui, eu acreditarei que voc, de

    fato, sai do corpo.

    No dia seguinte, eu o encontrei. As primeiras palavras que pronunciei foram as escritas por elenaquele papel. Meu amigo ficou chocado e prometeu ajudar-me a descobrir coisas sobre sadas docorpo. O tempo passou e senti uma misteriosa vontade de mudar para Braslia, o que veio acontecerem alguns dias. J em Braslia, atravs de uma apostila que me foi fornecida por um amigo, pudeconhecer melhor a cincia que estuda a sada do corpo. Li atentamente seu contedo, at encontrar a

    parte em que constava o nome do representante da instituio que publicara a apostila. Durantealgum tempo, mantive inmeros contatos com o professor, o qual me ensinou o que fazer com asada do corpo (tambm chamada de projeo astral). Certa noite, aps deixar meu corpo fsico,escutei um barulho incomum que parecia vir do cu. Luzes douradas entravam pela janela e meofuscavam a viso. No senti medo em saber de onde vinham as luzes e o barulho pois, no meuntimo, tinha a sensao de j ter vivido muitos encontros, com aquilo que parecia ser uma nave

    espacial. Tal sensao passava-me imperturbvel segurana. Um crculo dourado comeou a brilharno teto da casa, at que por ele desceu um raio cilndrico de energia dourada. De dentro destecilindro, saram dois seres vestidos em macaces prateados. Suas cabeas estavam cobertas porcapuzes da mesma cor, os quais tinham visores escuros na altura dos olhos. Ambos retiraram seus

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    capuzes. Eram uma mulher e um homem, que transpareciam uma altssima evoluo. Seus traoseram perfeitos. Cabelos dourados como ouro e olhos de um azul celeste resplandecente. A mulherveio at mim e falou:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

    - Aldomon, j chegou o tempo de despertar a memria de sua conscincia adormecida.Perguntei:

    - Quem so vocs? Eu no estou entendendo o que querem dizer.Ento veio a explicao:

    - Fazemos parte de um comando extraterrestre, do qual voc tambm faz parte. Mas,infelizmente, ao nascer em um corpo da Terra, voc ficou temporariamente com amnsiainterdimensional.

    Continuei ouvindo atentamente:- Seu despertar exatamente recobrar parte da memria que possua antes de nascer aqui neste

    planeta. Voc tem uma misso a cumprir no plano fsico e, para isso, sua preparao comeaagora. A cada noite em que voc se projetar, ser submetido a um tratamento intensivo.xxxx

    Indaguei a respeito do treinamento, e me disseram que seria de tantas maneiras, que eu ainda noconseguiria compreender suas explicaes. A mulher tirou do bolso de seu macaco um pequenoaparelho, parecido com um relgio de pulso sendo que, no lugar dos ponteiros, havia apenas um

    boto. Ela explicou-me que aquele aparelho estava ligado a uma nave, que enviaria energia quando

    ele fosse acionado. Pediu que eu estendesse o brao para adapt-lo ao meu pulso. Intuitivamente,senti que poderia confiar neles. Era como se j os conhecesse h bastante tempo. Aps colocar oaparelho, eles se despediram e desapareceram junto com o raio de energia dourada. Voltei para ocorpo fsico. Ainda era madrugada e, antes que voltasse a pegar no sono, pensei por alguns instantesno aparelho que acabara de receber. O treinamento fora do corpo tornava-se a cada dia maisintenso, atravs de vrios instrutores astrais. Em uma noite aprendia defesa e ataque energtico; nanoite seguinte aprendia a fazer mudanas dimensionais. As semanas foram passando, at quecomecei, efetivamente, a trabalhar fora do fsico. Em uma das minhas projees astrais, andava poruma rua da quinta dimenso quando, sem que eu esperasse, escutei uma voz metlica ao meuouvido:

    - Aldomon, precisamos de voc. Aperte o boto do aparelho que est em seu pulso para que osistema de combate seja acionado.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

    Segui as instrues recebidas, e vi minhas mos comeando a brilhar. Um reflexo fez com que,automaticamente, eu colocasse as mos em volta da cabea. Ao fazer este movimento, dois raioseltricos saram das minhas mos, entraram por minha cabea e desceram por todo o corpo. Baixeios braos, sentindo que meu corpo estava ficando rgido como se fosse feito de ao. Em seguida,comecei a girar e tudo escureceu. Quando dei por mim, estava em uma sala com pouqussimaluminosidade. As paredes pareciam ser feitas de algum tipo de metal cinza-escuro. Rapidamente, a

    parede foi quebrada por uma criatura que tinha a forma descomunal. Calculei uns trs metros dealtura por dois de largura. Sua aparncia era monstruosa e eu sabia que ele queria me pegar. Antesque ele percebesse, agi rpido como um relmpago, pegando um dos braos da criatura e

    arremessando-a para longe. Pensei: "Nossa! Como a energia do aparelho me fez ficar forte! Aqueleser parecia leve como isopor!" Sa correndo da sala passando pelo buraco que fora feito na parede.Subitamente, percebi o que estava acontecendo, atravs de informaes que vinham do meuinconsciente astral, e indicavam que eu me encontrava dentro de uma base negativa e que deveriaaprisionar todos os que fizessem parte daquela organizao. Percorri um longo corredor, at queavistei perto da parede, minha direita, gigantescos tubos de ensaio. Tinham de trs a quatro metrosde altura e dois a trs metros de largura. Alguns continham criaturas ainda em formao, as quaisestavam sendo geradas em laboratrio. Surgiram, repentinamente, soldados com forma humana,vindos de portas espalhadas ao longo do corredor. Trajavam uniformes de cor cinza-escuro, feitosde um tecido parecido com o brim. Feixes de raios vermelhos cruzaram o corredor tentando meatingir. Notei que os soldados seguravam bastes de onde os raios saam. Um deles acertou-me com

    um raio, porm nada senti. Assim sendo, corri em sua direo e derrubei-o com um golpe. Tomeiseu basto e segui velozmente pelo corredor. Usando o basto, atirei nos soldados que encontravapela frente. Chegando a um local que parecia ser a portaria do prdio, deparei-me com quatro portasfeitas de material transparente que, por sinal, era muito resistente. Fui cercado por muitos soldados

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    e, novamente, houve luta corporal. Entretanto, a minha fora era tanta que podia arremessar osoponentes a muitos metros de distncia. Aps vencer todos que estavam nas proximidades da

    portaria, fui correndo rumo porta, com a inteno de derrub-la. Ao receber o impacto do meucorpo, a enorme porta tombou ao cho, com um barulho trovejante. Apressado, passei por cima delae dirigi-me cerca de arame que havia em volta do prdio. Estrondosos tiros de metralhadorasforam disparados aproximadamente a duzentos metros alm da cerca. Aproximando-me, pudeidentificar um outro exrcito tentando entrar na base, todavia estavam sendo impedidos pela

    segurana da base, cujo esquema envolvia tambm um campo-de-fora eletromagntico instalado nacerca. Ocorreu-me que poderia pular ou derrubar a cerca. Preferi derrub-la, mas para tal, precisavaconcentrar-me a fim de aumentar o campo eletromagntico da minha aura. Toquei a cerca com asmos e dei uma descarga de energia psico-eltrica. Com isso, o campo eletromagntico foidesativado e pude derrubar parte da cerca. Pude observar dezenas de soldados, vestidos emmacaces de cor azul-celeste, atirando no prdio com metralhadoras. No tive receio algum, poissabia que eles estavam do meu lado. Foram, ento, atravessando a cerca derrubada. O comandantedo peloto azul veio at mim e falou:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

    - Graas a Deus atenderam nosso pedido de socorro e enviaram voc aqui! A coisa estavarealmente feia, pois h dias estamos tentando entrar nesta base cientfica das trevas.

    Expliquei:

    - Meu nome Aldomon. Estava andando perto da minha casa, quando algumas coisasaconteceram e, de repente, vim parar aqui. Nem mesmo sei onde estou, apesar de saber quevocs tambm fazem parte do Exrcito da Luz.

    - Voc est na Amrica Central, ajudando-nos a destruir uma organizao muito perigosa. Jfaz alguns anos que vrios integrantes desta organizao trabalham no desenvolvimento decriaturas muito fortes que, geralmente, so utilizadas por comandos mafiosos paraamedrontar e controlar os habitantes de certas regies de vrios pases, chegando at mesmoao ponto de controlar habitantes do plano fsico.

    Enquanto fiquei conversando com o comandante azul, seus soldados levavam os prisioneiros para osveculos. Ao mesmo tempo, outros soldados preparavam explosivos para destruir o prdio da basenegativa. De repente, um estrondo. O prdio virou poeira depois da exploso. Notei que tambmhavia algumas mulheres entre os soldados do peloto azul. Uma delas, que parecia ser a maisexperiente, veio em minha direo. Percebi um certo ar de curiosidade em seu rosto. Ao aproximar-se, perguntou:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

    - De onde voc vem?- "Do Brasil. Voc conhece?" - respondi atencioso.- Sim, j estive por l algumas vezes. Voc fez um belo trabalho aqui. Onde aprendeu a lutar

    daquele jeito?Um pouco confuso, disse:

    - No sei. Estou vivendo no mundo fsico, mas ainda no recobrei a memria das vidasanteriores. Vez ou outra acontece de eu fazer coisas que no sei onde ou quando aprendi.

    Mistrios como este s vezes me deixam bastante confuso.Ela sorriu e perguntou:- Qual o seu nome?- Aldomon. E o seu?- Simone.- Muito prazer em conhec-la. Aparea no Brasil qualquer dia destes para conversarmos

    mais! - falei, bem-humorado.Uma nave triangular pairou no cu logo acima de mim. Despedi-me do comandante azul e deSimone para, em seguida, teleportar-me para a nave. J estando sentado na poltrona do controle,notei que estava sozinho. A nave havia chegado ali atravs do piloto automtico. Refleti: "Eu nosei pilotar nave! O que vou fazer agora?" Instantaneamente, uma voz apareceu dentro da minha

    cabea, orientando-me:- Eleve seu padro vibracional para que eu possa entrar em sintonia com voc.Perguntei quem estava falando comigo, quando a voz interior me explicou que era a conscincia domeu corpo mais sutil. Obedeci s instrues e elevei meu padro vibracional. Subitamente, minha

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    prtica sobre a existncia de vrias realidades. Tive minha meditao interrompida por uma vozfeminina desconhecida, pronunciando meu nome. Olhei ao meu redor e deparei-me com uma belamulher, de cabelos curtssimos cor-de-prata polida, que refletiam o brilho das estrelas. Trajava umvestido amarelo-ouro e, em seus olhos vermelhos como dois rubis brilhava um poder misterioso.

    - Quem voc? E como me conhece, j que chamou-me pelo nome? - perguntei.Sua voz trovejante ecoou no cu, com autoridade:

    - Eu o conheo de um passado distante, cujas lembranas voc no tem. Meu nome no

    importa, pois sou conhecida por vrios nomes, que dependem do lugar e do tempo em queapareo.Tive total confiana nela, mesmo sem lembrar de onde a conhecia. Sua presena causava umaagradvel sensao. Fui tomado por uma irresistvel curiosidade:

    - O que voc quer comigo?Amavelmente, ela respondeu:

    - Eu vim para despertar sua energia Kundalini, para que voc tenha o poder. Bastantesurpreso, quis saber que poder era aquele a que se referia.

    - O poder advindo da iluminao csmica. - esclareceu.Apesar da minha ignorncia em relao aos assuntos espirituais, estava sedento de informaes.Indaguei:

    - O que iluminao csmica?- Voc saber o que significa quando acontecer. Partirei agora, mas voltarei a procur-lo.

    Mudarei a sua vida, e voc jamais ser o mesmo.A mulher transformou-se em uma agitada labareda cor de rubi, e dissipou-se no ar, desaparecendo

    por completo. Estava, de certa maneira, feliz com as promessas de mudana de vida que ouviradaquela misteriosa mulher. Entretanto, fiquei pensativo e um pouco receoso, pois no fazia idiaalguma do que seria a iluminao csmica. Trs dias se seguiram e eu encontrava-me projetado,andando s margens de um lago sereno, cercado por uma das florestas de pinheiros do Canad. Anoite era de lua cheia. Absorto com a paisagem, divagava envolvido pelo espetculo da criaorealizado pelos elementais da natureza. No cu, as fadas brilhantes bailavam sobre as guasespelhadas do lago, que refletiam em si a luz do luar. Escutava um coro de vozes estridentes, cuja

    beleza e encanto podiam hipnotizar. Eram as ondinas, sentadas sobre as pedras s margens do lago.Suas formas eram semelhantes s de pequenas sereias. Elas presenteavam o ambiente com suaslindas melodias. Diante dos meus olhos surgiu uma labareda. Pensei: "Deve ser a mulher daKundalini!" Eu estava certo. Ela aparecia como outrora, falando com autoridade e energia:

    - Aldomon! Hoje sua Kundalini ser ativada!Fiquei calado, observando-a atentamente. Ela levantou seu brao direito e apareceu em sua mo um

    punhal luminoso. Um raio energtico saiu do punhal em minha direo, envolvendo meu corpo porcompleto e fazendo com que ele vibrasse. De sbito, fui lanado par fora do meu primeiro corpoastral, o qual ficou de p, imvel como uma esttua. Pela primeira vez tive conscincia de que no

    possua apenas um corpo astral. Meu poder mental era bem mais ampliado estando eu no segundo

    corpo astral. A mulher de olhos vermelhos aproximou-se e entregou-me o punhal. Segurei comfirmeza e curioso, examinei-o em seus mnimos detalhes. Seu cabo era do mais puro ouro,trabalhado em alto-relevo. Sua lmina era de prata polida. Ao contempl-la, admirando a perfeiode seu acabamento, pude notar uma gravura de um homem em baixo-relevo. A fisionomia destehomem assemelhava-se de uma esttua antiga do deus grego Apolo. Contudo, havia uma diferenamarcante: o homem do desenho tinha uma serpente naja enrolada em seu corpo. Perguntei mulherqual era o significado daquele smbolo, e ela explicou-me que aquele era o punhal da serpente defogo, smbolo do domnio da energia Kundalini que, quando despertada, sobe enrolando-se pelocorpo, tal uma labareda serpentina. Inexplicavelmente, veio minha cabea o que deveria fazer comaquele punhal. Segurei-o em minha mo direita e aproximei-o do meu primeiro corpo e, com umgolpe preciso, enfiei o punhal na base da coluna vertebral. Com o fio de sua lmina, percorri toda a

    coluna vertebral, de baixo para cima, parando brevemente no topo da cabea. Em seguida, craveitoda sua lmina no crnio. O cabo do punhal comeou a brilhar cada vez mais, transformando-seem um magnfico sol dourado, cuja luz clareou todo o ambiente margem do lago, onde estvamos.Aps alguns instantes, o punhal voltou ao seu estado anterior. Descravei a lmina do topo da

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    cabea, fazendo com ela um trajeto at a ponta do nariz. Concluda a operao, devolvi o punhal mulher, que j havia se transformado em labareda. Pouco antes de desaparecer, ela disse quevoltaria a me encontrar para continuar o desenvolvimento.

    Parte 3

    O DESENVOLVIMENTO DA KUNDALINI

    Os raios do sol brindavam o alvorecer de mais um dia. Eu, em minha cama, novamente abria osolhos para o mundo fsico. Espreguicei-me, assumindo o controle do corpo. Sentia-me to diferente,era como se algo tivesse alterado profundamente a minha conscincia. Vasculhando a memria,lembrei-me dos encontros que tivera com a mulher de fogo. As recordaes vieram to fortes evivas que sua voz parecia ainda ecoar em minha conscincia, dizendo-me: "Eu mudarei sua vida e

    voc jamais ser o mesmo". S ento pude compreender o motivo de tanta estranheza em relao amim mesmo. O dia que se iniciava era um marco em minha vida. Antes mesmo que eu pudesselevantar da cama, fui envolvido por uma luz extremamente forte que ofuscou-me totalmente.Pensei: "Se fosse em outros tempos, eu ficaria tomado de pavor. Mas agora, no. Tornei-me outra

    pessoa." A luz diminuiu de intensidade, possibilitando aos meus olhos identificar sua origem. Eraum sol, uma espcie de miniatura daquele que ilumina o planeta Terra. Ele comeou a se comunicarcomigo, atravs de telepatia, chamando-me pelo nome. Sem que eu precisasse pronunciar uma

    palavra sequer, perguntei:- Quem voc?

    A resposta veio, em uma voz que transmitia infinita sabedoria e serenidade:- Eu sou a essncia da sua vida. Sem mim voc no existe, mas eu existo sem voc. Sua

    natureza efmera e mutvel, que vive, transforma-se e deixa de existir, enquanto a minha eterna e infinita, que em tudo se manifesta, alimentando e sentindo todas as vidas que

    pulsam na Criao. Voc existe para mim, pois sou seu Eu Superior.Fiquei profundamente surpreso e um tanto abalado com a revelao.

    - Por que s agora me procura, se j faz algum tempo que vivo neste corpo, sofrendo terrveislimitaes conscienciais, sem contar as outras? - indaguei.

    Ele ento falou-me com ternura:- Eu sempre estive com voc, falando por meio de sua conscincia. Apesar de voc sempre me

    escutar, raramente me dava ouvidos. Na maioria das vezes, era sufocado e silenciado, masagora voc me atende, e comigo quer aprender sobre as coisas da vida. Estarei com voc at

    que sejamos um.Inesperadamente, o sol entrou por minha cabea e desapareceu. Entretanto, deixou sua presena emminha conscincia e em meu corao. Deste dia em diante, jamais me senti s, pois dentro de mimescutava a voz sem som, que incansavelmente me ensinava as leis da criao. Pude ter acesso arespostas que jamais imaginara existirem. O contato contnuo com meu Eu Superior fizera em mimuma radical mudana, como se dia aps dia eu nascesse de novo, tornando-me totalmente diferentedo que eu era. Fui motivo de choque e espanto para as pessoas que conviviam comigo que, em

    pouco tempo perceberam que eu me tornara um estranho, no apenas a eles, mas tambm para omundo em que viviam. De uma hora para outra, senti-me um estrangeiro que, subitamente, apareceem uma terra desconhecida e percebe que a maioria de seus habitantes parecem viver imersos nainconscincia de si mesmos. Por muitas vezes, em minhas meditaes, fui presenteado com a voz

    complacente do Eu Superior, atuando em minha conscincia e sintonizando-a com as realidadesexistenciais cada vez mais sutis. O contato com realidades mais evoludas tornava minhaconscincia cada vez mais ampliada. Uma semana havia passado desde o primeiro contato com o Eu

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    planeta. Por diversas semanas conversei durante longas horas com meu Eu Superior, o qual sededicou em me ensinar coisas a respeito de um tipo de amor, composto por uma gama desentimentos que, unidos, formavam a manifestao do Cristo Interior. Fiquei um pouco confuso noincio porque, desde criana, sempre que ouvia falar em Cristo, referiam-se a Jesus. Jamais passara

    por minha cabea, at ento, que qualquer ser humano poderia ter dentro de si o Cristo, apenas pelofato de desenvolver o amor incondicional e a justia cosmica. Todas as minhas noites eram repletasde ao, pois em cada uma delas o perodo de sada do corpo intensificava-se mais e mais, em

    funo do aumento do tempo de transmisso da memria extrafsica para o corpo fsico.O contato com outras realidades mudava cada vez mais a minha vida. Com a capacidade de sair docorpo quando eu quisesse, tornei-me um viajante interdimensional. Aps adquirir o domnio datransio dimensional, fui convocado pelo Comando Ashtar. Naquela poca, eu ainda no tinhaconscincia da minha real identidade. Em funo disto, fiquei um tanto quanto surpreso com aconvocao, a qual se deu em uma noite em que as estrelas brilhavam fortemente, mostrando agalxia toda sua glria. Eu tinha acabado de me projetar e, de p sobre o telhado da minha casa, fitei

    por alguns momentos o cu, buscando entre as estrelas um brilho diferente. Eis que surge nofirmamento o brilho da nave que eu estava a esperar. Como uma guia, ela pairou logo acima demim. Imediatamente fui banhado por uma luz cilndrica, peculiar s aparies de naves espaciais.Teleportaram-me para o centro do controle. L chegando, fui calorosamente recebido por uma

    pequena equipe, trajando armaduras eletrnicas de cor prata-espelhada. Sem demora, a navelevantou vo em direo ao espao sideral. Assim que samos da atmosfera, avistei uma imensanave-me. Nossa velocidade era to alta que, quando percebi, j havamos entrado em seu interior. procura do Comandante Ashtar, entrei em uma ampla sala onde j se encontrava outra equipe.Ashtar veio at mim, dizendo:

    - Aldomon, creio que voc j esteja preparado para trabalhar diretamente conosco na MissoTerra.

    - O que a Misso Terra? - perguntei interessado - Como bem sabe, ainda no consigo melembrar totalmente da memria imortal.

    Ele ento explicou-me com pacincia:- Misso Terra a transmigrao em massa de todos os seres e criaturas trevosas que habitam

    este planeta. A Terra possui um governo negativo, dirigido por uma falange de seres quepossuem a forma de drages. Tais seres constituem a Falange dos Drages. Uma das missesdo meu Comando retirar todos estes seres do planeta Terra, levando-os para outros

    planetas que sejam compatveis com suas evolues. A partir de agora, voc ir reassumirsua Unidade.

    Ashtar pediu-me que o acompanhasse. Caminhou em direo a uma porta, que se abriu com suaaproximao. Todos que estavam na sala nos seguiram. Tive a sensao de que apenas eu no sabiado que se tratava. Pensei: "Ser uma festa surpresa?" De certa maneira estava certo pois, aoatravessar a porta, fui presenteado com uma viso que fez meu corao bater como nunca. Diante demim encontrei um ptio lotado de integrantes da Unidade Prata. Ao v-los senti algo to forte dentro

    de mim, que escutei um estalo interior e, num piscar de olhos, lembrei-me de vrias vidas anteriores,inclusive a que tive em Metalha. Os primeiros que se aproximaram foram Crodon, Sion e Drilha.Notei que Miria estava ausente. Com eles, subi no palanque onde ramos esperados e depois deenchugar as lagrimas de felicidade comecei a falar:

    - Como todos sabem, estou vivendo em um corpo da Terra, o que faz com que terrveislimitaes me sejam impostas. Porm, ao projetar-me para fora do corpo fsico, possoampliar minha conscincia e trabalhar com a Unidade. Entretanto, em algumascircunstncias, eu que precisarei de ajuda.

    Minha explanao foi bastante rpida. Retornei ao corpo bastante pensativo mas, novamente, fuienvolvido pelo sono. As batalhas contra as trevas intensificaram-se cada vez mais. Raras eram asnoites em que as naves astrais do Cruzador no sobrevoavam cidades das regies astrais mais

    densas. Os exrcitos das sombras tambm possuam naves, contudo eram extremamente obsoletas.Suas tentativas de resistncia blica sempre eram em vo, pois eram derrotados pelas Unidades doComando. As Unidades rastreavam todos os quadrantes e setores do planeta. Uma de nossasatividades mais comuns era capturar e prender os comandantes negativos. Por muitas vezes eu,

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    como policial secreto, lancei mo de disfarces para infiltrar-me no exrcito inimigo. Certa noite,recebi uma comunicao de um integrante da Unidade informando que precisavam de mimimediatamente no plano astral, pois eu deveria participar de uma misso de emergncia. Concluda acomunicao, fui depressa para o meu quarto e deitei-me na cama. Energizei meu corpo,

    provocando um estado vibracional que projetou-me para fora do fsico. Ao aparecer no plano astral,fui recebido por dois soldados da Unidade Prata. Expandi minha conscincia, adquirindo o nvelmental de um extraterrestre. Esse tipo de alterao consciencial provocava em mim uma dualidade

    bastante distinta: Uma parte de mim mantinha o nvel mental do corpo fsico, enquanto outra era deum nvel mental extraterrestre. Partimos em uma nave, destinados a pousar numa rplica astral doCruzador Triton, o qual se encontrava estacionado um pouco acima da Lua. Entrando no Cruzador,dirigi-me ao Centro de Planejamento Estratgico, onde encontrei diversas equipes da Unidade que

    participariam da ao. Eram mais de quinhentos seres (homens e mulheres), oriundos de vriosplanetas. Todos estavam sentados em poltronas, localizadas em uma arquibancada em forma demeia-lua, perante um gigantesco telo visual. Tambm havia, diante de cada poltrona, uma pequenatela com imagens coloridas. Um pouco abaixo do telo, havia um painel composto por dezenas detelas visuais de diversos tamanhos e cores. Dez poltronas ficavam de frente para a arquibancada,

    junto ao painel. Sentei-me em uma delas e, telepaticamente, comecei a comunicar-me com osdemais:

    - A misso desta noite consiste em atacar a base avanada da Falange dos Drages, localizadano Quadrante-66 do Golfo Prsico, no Oriente Mdio. Teremos que destru-la por completoe fechar aquela passagem que ligada ao abismo, onde mora o governador negativo do

    planeta Terra. Deveremos capturar os comandantes da base e lev-los julgamento noConselho Planetrio. Traaremos, agora, a estratgia da ao.

    No telo apareceu a imagem da base-alvo e comeamos a elaborar o plano. Primeiramente,analisamos qual era a sua fonte de energia. Identificamos trs formas de alimentao utilizadas poreles. A principal dava-se por meio de cabos condutores subterrneos, vindos de uma usina de foralocalizada no abismo. As outras duas formas eram empregadas apenas em casos de emergncia, pormeio de geradores e baterias. Identificados todos os aspectos defensivos da base, o plano foiconcludo. Partimos do Cruzador a bordo de uma frota de naves de combate. Em poucos instantesestvamos sobrevoando o Oriente Mdio, cujo cu ficou tomado por nossas naves. Eu estava

    pilotando um caa. A base inimiga , ao identificar nossa presena em seu espao areo, ativou seusistema de defesa. O combate foi iniciado. Nossa tecnologia era to superior que, em poucosminutos, vencemos e capturamos todos eles. Utilizando os canhes de raios das naves,desintegramos por completo a base. Em seu lugar, restou apenas um imenso buraco escuro, o qualdeveramos soterrar. Disparamos alguns msseis no interior da abertura e, aps a exploso, ela foifechada. Concluda a misso, regressamos ao Cruzador. Eu estava conversando descontraidamentecom algumas pessoas quando, de repente, acordei no corpo fsico. Sonolento, abri os olhos e vi queainda era noite. Mudei o corpo de posio e voltei a dormir. Em poucos meses tornava-se cada vezmais intensa a minha participao direta nos combates pois, gradualmente, dedicava-me a atividades

    de maior relevncia. No plano fsico, minha vida estava tomada de profundas transformaes.Quando no estava na oficina, mergulhava em interminveis meditaes. Com o passar do tempo,comecei a sentir uma irresistvel vontade de comunicar aos outros as informaes que recebia domeu Eu Superior, ou atravs de minhas projees astrais. Tal vontade tornou-se uma necessidade.Certo dia, estava eu na casa de um amigo, cujos cabelos eram grisalhos atestavam sua experinciade vrios anos de trabalho no meio espiritualista. Entre uma conversa e outra, perguntei a ele se

    poderia reunir, de vez em quando, algumas pessoas em sua casa. Ele fitou-me com o olhar srio,pensou por alguns instantes e depois falou com alegria:

    - Concordo, desde que eu faa a escolha das pessoas que viro.Apesar de ter adquirido as lembranas de minhas vidas passadas e a conscincia de qual era minha

    participao na Misso Terra, considerava um mistrio o motivo maior pelo qual eu havia nascido

    no plano fsico. Por mais que eu buscasse vrias fontes de informaes, este mistrio permaneciaindecifrvel. Pensei ser desnecessria minha vinda para o mundo fsico, pois minha participaojunto ao Comando Ashtar acontecia apenas nas dimenses astrais. Numa tarde de vero, inicieimeus primeiros encontros de divulgao. Recebi um pequeno grupo de pessoas, todos jovens e

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    ciberntico. Levantei-me da mesa um pouco zonzo e cambaleante mas, em poucos segundos, estavaem pleno equilbrio. A sala em que eu estava era de um branco brilhante. Olhando para as vrias

    paredes, avistei em uma delas um amplo espelho. Fui em direo a ele com passos firmes e fortes,na inteno de observar a aparncia do meu corpo. Na imagem refletida, pude ver que a pele do meucorpo havia sido transformada em um complexo circuito eletrnico, o que me dava o aspecto de umcomponente eletrnico acinzentado. Fiquei maravilhado com o que vi. Sa da sala de cirurgia comdestino cmara de treinamento virtual de combate simulado. O treinamento no simulador virtual

    seria de fundamental importncia para que eu aprendesse a manusear os implantes. Eu ainda nofazia idia de como utilizar todos os poderes que obtive ao adquirir os implantes cibernticos. Euteria acesso a uma infinidade de aparelhos eletrnicos da mais alta tecnologia mas, no entanto, notinha total conscincia de at que ponto meu corpo da Terra suportaria as altas cargas de energiaeltrica. Um pouco antes de entrar na cmara de simulao, acionei no implante uma armadura

    blica. J no interior do simulador, pude perceber que este assemelhava-se a uma esfera oca, vistado lado de dentro. A esfera prateada foi acionada, dando incio ao combate virtual. Ilusoriamente,fui transportado para uma regio rochosa, de cu avermelhado e com pouqussima luminosidade. A

    primeira coisa que fiz foi ligar a viso multi-freqencial, que possibilitava enxergar em qualquernvel de escurido, ou at mesmo coisas invisveis naquela dimenso. Do lado de fora do simulador,foram enviadas diretrizes de ao, as quais foram recebidas por mim atravs do comunicador do

    capacete. Minha misso era descobrir uma base negativa que estava camuflada entre as montanhas,para que pudesse resgatar um grupo de pessoas que haviam sido raptadas. A fim de conhecer opotencial da armadura, fiz aparecer uma lista de recursos em um pequeno grfico, na parte internado visor espelhado do capacete. Diante dos meus olhos passaram-se centenas de mecanismos que

    praticamente tornavam a armadura invencvel em determinados aspectos. Aps memorizar todas assuas capacidades, elaborei um plano para efetuar a ao. H algum tempo, eu havia estudado osistema no qual funcionava o simulador, e sabia que o programa bsico de funcionamento eraefetuado por meio da recriao ilusria da exata realidade de certas regies, juntamente com osseres que nelas habitam, trazendo com singular veracidade seus potenciais, como tambm suaslimitaes. Liguei a invisibilidade de alta freqncia, o que impossibilitaria que os seres inimigosdetectassem minha presena. Com um salto, comecei a voar por sobre as montanhas e, l do alto,

    pude ver com maior amplitude diversos aspectos daquele estranho mundo. Notei que em partealguma da superfcie existia qualquer forma de vida. Avistei um imensa cordilheira, onde meussensores registraram altos nveis de energia. Pensei: "Sem dvida, a base deve estar ali."Disparando alguns msseis que saam de um compartimento em minhas costas, atingi cincomontanhas que se abriram, e de onde saram caas de combate. Eles no conseguiram notar minha

    presena. No quis perder a chance de testar a armadura prateada em uma luta area. Sobrevoei asaeronaves, que pareciam confusas procurando o inimigo invisvel. Dei incio a um alvoroo, aodesligar a invisibilidade. Uns dez caas partiram em minha direo, iluminando o cu com suasrajadas de lasers vermelhos fluorescentes. Contudo, antes que fosse atingido por qualquer raio, osistema de defesa automtico da armadura fez aparecer um escudo eletromagntico, que fazia com

    que qualquer projtil que o atingisse, voltasse ao local de onde foi disparado. Algumas aeronavesforam atingidas por seus prprios raios, espatifando-se no solo. Diminu parcialmente o escudo,apenas o suficiente para que eu pudesse atirar contra os caas que restaram. Materializei um canholaser e, com preciso, abati o inimigo. Em seguida, parti para entrar na base por uma das montanhas.Depois de ter lutado contra a segurana interna, resgatei os refns e os levei para o ponto de partida.O simulador de combate foi desligado, fazendo com que eu retornasse realidade, no Cruzador. Ostcnicos ficaram satisfeitos com o funcionamento do implante. Regressei ao fsico. Grande parte damanh havia passado enquanto eu dormia. Pensei: "Valeu a pena ficar fora do corpo at agora!".Conferindo em meu relgio de pulso, vi que eram nove horas da manh. Durante uma semana, fizum intenso treinamento no simulador virtual, at estar totalmente apto a enfrentar combates reaisusando a armadura do implante. No mundo fsico, havia chegado o dia de encontrar-me com aquele

    pequeno grupo de jovens. Tema principal: sadas do corpo. Todos os participantes da reunioestavam confortavelmente sentados e pareciam sedentos de aprendizado. Comentavam entre si oque tinham achado do nosso ltimo encontro. Bastante animado, iniciei minha explanao,respeitosamente inquirindo a todos:

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    - Algum aqui j saiu consciente do corpo fsico?Dentre as nove pessoas presentes, apenas duas afirmaram terem experimentado a sada astral, e umadelas era Cntia, o que no me surpreendeu. A outra pessoa era um jovem amigo, chamado Carlos.Pedi a Cntia que nos contasse alguma de suas experincias fora do corpo. Aps alguns segundos -tempo em que parecia escolher uma lembrana que fosse conveniente expor em pblico - sua vozalegre (um tanto relutante no incio) presenteou os ouvidos aguados dos participantes com umavariedade de aventuras interdimensionais e algumas interplanetrias. Uma de suas viagens despertou

    em mim um especial interesse. Certa noite, ela j havia deitado espera da chegada do sono quando,de repente, percebeu que encontrava-se fora de sua cama, do lado de fora da casa, olhandofixamente para o cu, esperando que algo surgisse no firmamento e viesse ao seu encontro.Aconteceu, ento, o esperado: diante de seus olhos esverdeados apareceu uma pequena frota deespaonaves prateadas. Cntia foi teleportada para o interior de uma delas, onde seres extraterrestresmexeram em sua cabea, dando a impresso de que haviam implantado alguma coisa. Isto no lhe

    provocou medo, pois confiava totalmente naqueles seres, que pareciam conhecidos de um passadodistante. Cntia teve uma estranha sensao ao acordar em seu quarto. Pensou: "Ter sido umsonho? Nossa! Parecia to real que ainda posso sentir que mexeram em minha cabea! Talvez euencontre a resposta para este mistrio qualquer dia destes, entre um sonho e outro." Pressenti queCntia no recordara o encontro que tivemos no mundo astral. Analisando o nvel de suas sadas

    interdimensionais, pude constatar que elas aconteciam apenas eventualmente, cerca de uma porsemana. Eram, em sua maioria, semi-conscientes. No entanto, ela irradiava um imenso potenciallatente, que parecia querer aflorar e dar-lhe o domnio sobre a sada consciente do corpo. CasoCntia fosse submetida a um treinamento extrasensorial de alto nvel, teria grandes possibilidades dedominar suas habilidades psquicas. Minha intuio dizia que ela ainda no estava preparada para taldesenvolvimento, em funo de sua aparente imaturidade. O prximo a relatar suas sadas foi otranqilo Carlos que, alegremente contou-nos uma de suas histrias. H quase um ano, Carlosestava deitado quando foi paulatinamente envolvido por um irresistvel entorpecimento, que o fezflutuar para fora do seu corpo. Ele teve uma agradabilssima sensao de liberdade, o queinevitavelmente fez com que ele se emocionasse muito. Rapidamente perdeu a conscincia, atacordar no dia seguinte guardando as lembranas do acontecido. Senti que o potencial de Carlos eramenor que o de Cntia, embora ele tambm pudesse ser aperfeioado. Os outros participantes

    pareciam bastante entusiasmados com aquilo que escutaram de seus colegas. Ficaram esperanososde que, em breve, tambm fariam suas viagens astrais. A conversa ficava cada vez mais animada. Oambiente fervilhava de perguntas, arremessadas em minha direo. Felizmente, a inspirao deu o arde sua graa, possibilitando-me saciar a curiosidade de todos, naturalmente dentro dos meus limites.Isso era suficiente para produzir injees de nimo e interesse. Contudo, tais atributos no seriamsuficientes para fazer com que sinceros jovens iniciantes se tornassem viajantes astrais. No caminho sua meta, apenas entusiasmo, nimo e interesse cairiam por terra ao se depararem com o peso dasdificuldades impostas pelas intrincadas armadilhas existentes. Um viajante astral enfrenta, entreoutras coisas, a necessidade de aprender a conviver, em equilbrio, com uma enorme variedade de

    realidades que h em cada mundo dimensional. Em funo disso, qualquer descuido nocomportamento que possa acarretar a perda da sobriedade consciencial poder gerar uma tremendaconfuso existencial, pois o viajante no conseguir distinguir plenamente a realidade do mundo emque se encontra. Isso poder lev-lo a vrios nveis de alienamento mental. esta a primeiraarmadilha dos mundos astrais. Para livrar-se dela, o viajante ter que se manter o mais sbrio

    possvel, mantendo sempre a conscincia do lugar em que est. Nossa reunio havia chegado ao fim.Despedimo-nos uns dos outros na expectativa de um novo encontro, o qual ainda no havia sidomarcado, porque preferimos deixar acontecer de forma espontnea. O meu trabalho de divulgaotornava-se cada vez mais intenso. Os encontros que outrora eram realizados com intervalos de duassemanas, passaram a ser quase que dirios, alcanando uma grande variedade de platias. Minhavida foi ficando super ativa, o que inevitavelmente me levou a sair da casa de meus pais, em busca

    de uma maior liberdade e flexibilidade de horrios. Sentia que o Cosmo conspirava a meu favorpois, sem dificuldade, encontrei um amigo que emprestou-me um lugar para morar. Era uma salaonde, alm de morar, poderia acomodar confortavelmente vinte pessoas para eventuais palestras.Em pouco tempo, recebi cerca de quinze pessoas para a primeira palestra. Seus semblantes

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    mostravam um profundo interesse pelos assuntos apresentados. A segunda palestra deixou-meimpressionado: o nmero de participantes havia simplesmente dobrado! Trinta pessoas espremeram-se no pequeno espao, algumas delas espalhadas pelo cho. O desconforto da minha platia deixou-me incomodado. Eu teria de encontrar um local maior para as palestras. Novamente tive a ajuda dasinteligncias superiores, pois um dos participantes dos encontros conseguiu um auditrio de umaescola pblica. Todavia, at que este local nos fosse entregue, mais uma palestra ainda seriaministrada na pequena sala onde eu residia. Sendo que nenhum deles queria ir embora sem escutar

    as informaes ali passadas, a nica soluo encontrada foi espalhar o excedente de pessoas nocorredor do prdio. Naquela noite agitada, falei a todos acerca dos contatos extraterrestres, os quaisestavam ao alcance daqueles que se dispusessem a tal relao interplanetria. Expliquei-lhes que omaior nmero de contatos ocorriam fora do corpo fsico, pois ainda no havia chegado o tempo decontatos fsicos em massa com a populao da Terra. Tambm foi falado a respeito da transio

    planetria, em que alguns habitantes do mundo fsico so substitudos por outros no mundo astral.Assim que perdem seus corpos fsicos - por meio da morte - eles so levados para outros planetas.Com isso, nascer um novo planeta Terra, com novos parmetros de civilizao que atingiro todasas manifestaes dos seres humanos. Notei que, desta vez, nem todas as pessoas presentestransmitiam boas intenes. Dentre as cinqenta, havia trs que pareciam estar ali apenas com o

    propsito de tumultuar a reunio. Intrometiam-se desrespeitosamente nas minhas falas, tentando

    desvirtuar o significado das informaes que estavam sendo passadas. No foi preciso memanifestar pois, de sbito, vrias pessoas se levantaram em minha defesa. Fiquei encantado com aelevada educao com a qual uma delas se dirigiu queles que estavam me tripudiando. Esta todistinta pessoa transmitia respeito e dignidade em seu semblante irrefutvel. Com autoridade eenergia nas palavras, disse:

    - Peo a vocs trs, que esto atrapalhando este jovem em sua explanao, que no seesqueam de que viemos aqui para ouvi-lo, e no a vocs. Se no puderem ficar em silncio,faam a gentileza de se retirar.

    Aps estas palavras de ordem, um silncio um tanto fnebre tomou conta do ambiente, at que foidissipado quando retomei a exposio de idias. Finalizei a palestra daquela noite com acomplementao das informaes sobre a transmigrao planetria. Meu desenvolvimento interiorindicava que, a qualquer momento, uma srie de faculdades psquicas seriam despertadas por minhaidentidade extraterrestre. Existiam duas dentre as habilidades extrasensoriais sobre as quais eurealmente desejava adquirir o controle: clarividncia e clariaudincia. Meu pensamento era que, seeu as controlasse plenamente, poderia manter um contato permanente com os diversos mundos. Vezou outra eu conseguia controlar a abertura da viso clarividente. Era possvel enxergar distncia,

    podendo ver qualquer pessoa, mesmo que fosse em outro pas ou planeta. Tambm podia vasculharas imagens das coisas que se passaram. No entanto, no conseguia ver claramente acontecimentosfuturos, pois algo bloqueava as vises. Entre todas as possibilidades oferecidas pela viso especial, aque muito me encantava era a de enxergar os mundos astrais. Mas eu ainda deveria esperar por umtempo indeterminado para adquirir o controle da clarividncia. As viagens para os mundos astrais

    tornavam-se cada vez mais fascinantes. A cada noite eu aprendia tantas coisas que, mesmo quequisesse, no conseguiria guard-las s para mim, sendo que tornava-se essencial em minha vida adivulgao da existncia de outros mundos. Eu precisava falar sobre os vrios nveis de conscinciaadvindos dos contatos com outras realidades. Acreditava que, da mesma forma com que eutransformara a minha vida, tambm poderia ajudar outras pessoas a compreenderem um pouco daevoluo na essncia da vida, oferecendo a eles instrumentos para conhecerem os mundos daimortalidade. Apesar de trabalhar com afinco na divulgao atravs de palestras, continuei ainda a

    busca da minha misso no plano fsico. Contudo, todos os meus esforos para encontrar a granderesposta do porqu de estar aqui quase se tornavam uma obsesso. No mundo astral, sempre

    perguntava a integrantes da Unidade Prata se sabiam o motivo da minha vinda para o mundo fsico.No entanto, a resposta era sempre a mesma: "Voc ainda tem que esperar algum tempo para que lhe

    seja revelado este mistrio. Pelo visto, precisar de mais pacincia." Sabendo que a descoberta damisso no dependia da minha vontade, permaneci por algum tempo cultivando a mais completatolerncia. Tornei-me um pregador de conhecimentos dos outros mundos, falando abertamente emminhas palestras, realizadas geralmente em universidades ou escolas. De palestra em palestra, fui

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    conhecendo uma srie de pessoas, com as quais vivenciei variadas experincias. Sempre que medeparava com o pblico dos auditrios, meus olhos vasculhavam a multido em busca de pessoasque trouxessem um sinal em seus semblantes. Procurava aqueles que tinham a marca daimortalidade. Percebi esta singular peculiaridade de vrias formas. Certa noite em que o auditrioestava repleto de pessoas atentas ao tema abordado, fitei os presentes, como de costume. Examineisuas naturezas, buscando a origem espiritual de cada um. Avistei, ao longe, nas ltimas poltronas daarquibancada, um menino. No tive qualquer dvida: ele trazia em si a marca da imortalidade, que

    mostrava-se bastante sutil, quase totalmente camuflada por seu corpo de adolescente. Sua estaturaaparentava uns quatorze ou quinze anos de idade. A expresso da face mudava vertiginosamente -ora parecia uma criana, ora apresentava um forte aspecto de pessoa madura e envelhecida comsculos ou milnios de experincia nas coisas da vida. Olhava-o com especial respeito quando, derepente, um pensamento vindo das profundezas de minha alma produziu em mim uma enormesensao de j conhec-lo. Pensei: "Ser ele um integrante da Unidade? Talvez acontea comoCntia, que mais tarde descobri ser Miria". A apresentao daquela noite chegou ao fim e,gradualmente, as pessoas iam embora para seus lares. Algumas aproximavam-se, a fim de esclarecerdvidas ou ento elogiar a palestra. O auditrio estava quase vazio. Duas senhoras alegres esorridentes faziam-me algumas perguntas, as quais respondi de imediato. O prximo a me dirigir a

    palavra foi o referido menino. Ele parecia um pouco inibido e, timidamente, algumas poucas

    palavras saram de sua boca:- Oi! Gostei muito de sua palestra! Voc no imagina o quanto me identifiquei com as coisas

    que foram ditas, principalmente a respeito de sada do corpo, e tambm contatosextraterrestres!

    - O que voc acha de aprender um pouco mais sobre estes assuntos que te agradam? -perguntei.

    Ele ento respondeu com muito nimo:- Podemos comear assim que voc quiser!

    Pensei por alguns instantes e falei:- Amanh est bem para mim, de preferncia na parte da tarde. - Enfiei a mo no bolso e

    retirei um pequeno pedao de papel com meu endereo.Combinamos o horrio e, antes que nos despedssemos, ele disse que se chamava Rafael. No diaseguinte, a tarde havia chegado e aproximava-se a hora do encontro com Rafael. Selecionavacuidadosamente os assuntos sobre os quais falaria com ele, para que no corresse o risco de revelar

    precipitadamente certas coisas a seu respeito, o que poderia ser desastroso para seu desenvolvimentono campo da imortalidade. Rafael comparava-se a uma guia em formao ainda dentro do ovo, espera do dia em que seria chocado por si mesmo, saindo do ovo para crescer e aprender a voar.Meu pressentimento era de que seu vo seria to alto e veloz que, at mesmo entre as outras guias,

    poucas se equiparariam a ele. Entretanto, no presente momento, Rafael ainda deveria aprender a sairdo ovo e, no tocante a isto, eu pouco poderia fazer. Mesmo no intuito de ajudar, eu no deveriaforar a casca do ovo, pois na verdade isso representaria a causa de sua runa. Confabulei comigo

    mesmo, buscando as solues mais sbias para que pudesse interagir com aquela guia em forma demenino. Escutei algum batendo. J fazia idia de quem era e abri a porta rapidamente. Rafael,sorridente, cumprimentou-me. Sentamo-nos e comeamos a conversar. De incio, pedi a ele quecontasse por que se interessava pelos assuntos expostos por mim na noite anterior. Rafael meditou

    por poucos momentos e, com expresso sria, falou:- J faz algum tempo, talvez um ano, que comecei a passar por experincias incomuns. Eu saa

    do meu corpo para um outro mundo no-fsico e, por meio dessas sadas, iniciei contatoscom seres de outros planetas. Esses contatos, em uma fase posterior, aconteceram mesmosem que eu estivesse dormindo.

    Perguntei, curioso:- Ento voc os viu aqui no plano fsico?

    Rafael respondeu, elucidativo:- No, eles ficam naquele plano que voc chama de astral. Eu os vejo com uma viso no-fsica, pois mesmo de olhos fechados eu continuo enxergando. A princpio, isso foi motivo

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    de muita alegria para mim, porque eu parecia conhec-los. Mas, de algum tempo para c,apareceram outros, dos quais eu no gosto.

    - Voc sabe quem so esses outros e o motivo pelo qual voc se sente mal com suaproximidade? - perguntei.

    - Sim, eles tambm so de fora da Terra, no entanto so maus e querem me pegar. Por vriasvezes j tentaram, e sempre acontece quando eu saio do corpo. Ainda bem que sou ajudado

    pelos extraterrestres bons.

    Fiquei maravilhado com a semelhana das coisas que aconteciam tanto comigo quanto com ele.Suas narraes vinham confirmar minhas intuies e pressentimentos. Rafael realmente era umestrangeiro recm-chegado de outros planetas. Restava-me saber a que Unidade ou Comando ele

    pertencia.- Voc sabe quem voc e de onde voc vem? - indaguei.Ele respondeu com segurana:- Sei

    que no sou daqui, da Terra. Porm, no consigo lembrar quem eu sou ou de onde vim, oque muitas vezes motivo de tristeza e melancolia no meu dia-a-dia. Fiquei sabendo quealgum estava dando palestras sobre sada do corpo e contatos interplanetrios. Interessei-mede imediato, principalmente na esperana de encontrar uma srie de respostas que pudessemme ajudar a decifrar os mistrios que envolvem a minha vida h bastante tempo. E foi porisso que procurei voc. Ser que pode me ajudar?

    Muito alegre, respondi:- Farei o que estiver ao meu alcance. A primeira recomendao que lhe fao que tenha

    pacincia, sem tornar-se ocioso. Procure desenvolver um ritmo de descobertas que no otirem da realidade que est vivendo. Este ser o primeiro passo para o auto-descobrimento.

    No pense que eu lhe darei prontas as respostas acerca do seu passado. Caber a vocmesmo descobri-las e, neste caso, o tempo o seu melhor amigo, pois ele conspira com avida para que ela coloque importantes acontecimentos no caminho da sua existncia.

    Por alguns instantes ele ficou calado. Seu rosto ensimesmado denunciava a profunda meditao emque submergira sua alma. Respeitei este silncio solene, at que sua voz resignada veio tona:

    - A cada dia que passa, percebo que minha vida vai se transformando, conduzindo-me mais emais para o meu destino. Por muitas vezes, senti que algo queria nascer dentro de mim, masat agora nada acontecia. Isso faz com que eu me sinta to impotente como se estivesse

    preso em uma camisa de fora. Realmente, preciso aprender a ter pacincia, seno possoacabar enlouquecendo de tanta ansiedade.

    Dei um sorriso e falei:- No se preocupe, meu caro Rafael! Tambm j passei por situaes parecidas com a que

    voc est vivendo e posso lhe assegurar que, mesmo quando as respostas forem encontradas,ainda no ficar totalmente satisfeito, pois surgir um novo mistrio para voc decifrar. Porisso to importante saber esperar por aquilo que est acima da nossa vontade.

    Ele deu um profundo suspiro, dizendo:- Vejo que voc sabe o que se passa comigo. Como consegue?

    - No difcil, pois est escrito em sua alma. Basta ler! - respondi.- Voc pode me ensinar a ler o que est escrito na alma?- No uma coisa to simples, e muito menos possvel de ser ensinada por algum que no

    seja a prpria pessoa.Rafael ficou intrigado, a expresso do seu rosto ficou confusa e, sem que eu pretendesse, li seus

    pensamentos. Ele estava questionando como poderia um analfabeto aprender a ler consigo mesmo.Achava a idia absurda. Assim que ele formulou o pensamento, falei de repente:

    - No, no absurdo. Explicarei mais claramente: os seres humanos, como todos os outros detoda a Criao, possui uma essncia imortal, que podemos chamar de Eu Superior. Aqueleque entra em contato com seu prprio Eu Superior, aprender, com ele, a ler almas.

    Rafael, naquele dia, no compreendeu a profundidade das explicaes. O que o deixou bastante

    impressionado foi o fato de eu ter lido seu pensamento. Para mim, isso no representou umadecepo, pois no se espera que um pssaro possa voar estando dentro do ovo. Nosso encontronaquele tarde chuvosa de inverno servira para reforar em mim a certeza de que tinha acontecidouma vinda em massa de seres interplanetrios, de mundos mais evoludos, nascendo em corpos da

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    Terra. Durante a noite, foi possvel descobrir a verdadeira identidade de Rafael. Projetando-me parafora do corpo fsico, segui, sem dificuldade, o rastro de sua vibrao individual. Para encontr-lo,

    preferi teleportar-me para o local em que ele estava.Surgi dentro de uma nave espacial, cuja corpredominante era azul celeste. Encontrei Rafael, que mostrava-se aos meus olhos com um corpo deoutro planeta. Aproximei-me dele, cumprimentando-o. Perguntei a ele qual era sua posio de aocom os extraterrestres. Telepaticamente, ele respondeu:

    - Aqui meu nome Monadron. Sou comandante de uma equipe ttica da Unidade Azul do

    Comando Ashtar. Tambm estamos atuando na Misso Terra.Meu comunicador tocou. Atendi rapidamente e fui informado por Sion que eu estava sendoaguardado no Cruzador para a misso daquela noite. Despedi-me de Rafael. Os fogos de artifcioiluminavam o cu anunciando o limiar de um ano novo. Ignorando a data festiva, dormia em meuquarto, quando subitamente fui acordado pelo barulho de um foguete que parecia ter estourado emminha janela. Levantei-me para verificar. Era uma aglomerao de pessoas soltando fogoscomemorativos. Fiquei acordado at que, finalmente, o foguetrio acabou. Deitei-me novamente.Suavemente, comecei a sair do corpo, flutuando uns dois palmos de onde estava. Permaneci poralguns segundos deleitando-me com o prazer da leveza libertadora do meu corpo mais sutil. Do tetodo quarto desceu um raio branco de energia. Ao ser envolvido por ele, perdi a conscincia. Quandodei por mim, abri meus olhos e vi que me encontrava em uma paisagem estranha que, de imediato,

    no reconheci como meu pas natal. O sol se punha, produzindo no firmamento um douradocrepuscular. De p no topo de um pequeno morro, podia avistar ao longe um declive enfeitado comuma rarefeita plantao de oliveiras. Suas folhas balanavam ao serem tocadas por uma suave brisaque dava vida quele lugar distante. De onde estava, avistei a certa distncia trs torres formandoum amplo tringulo. Pensei comigo mesmo: "O que estou fazendo aqui?" Uma voz surgiu em minhacabea. Logo percebi que era Sion, comunicando-se do Cruzador. Suas primeiras palavras foram:"Acione a armadura do implante". Segui imediatamente sua instruo. Minha identidade continuavasendo a de Aldomon, com leves e repentinas influncias dos poderes que tinha quando me chamavaAlderan. Desta forma, ou seja, j que estava com o nvel consciencial de Aldomon, o comando daUnidade Prata automaticamente foi transferido para meu primeiro imediato: Sion. Na situao emque me encontrava naquele momento, precisava receber diretrizes de ao enviadas do Cruzador.Logo aps ativar a armadura, pude ouvir em meu capacete os planos do que eu estava fazendo ali.Parte da informao veio por via auditiva e o restante por fluxo mental - uma espcie detransferncia de dados em blocos de memria que levam em si enorme quantidade de informaes.Eu havia sido transportado no tempo. Viajara quase dois mil anos para o passado, e estava em umacidadezinha prxima a Jerusalm. Minha misso ali era escutar um sacerdote que teria um relevante

    papel junto disseminao do Cristianismo recm-nascido. No entanto, ele ainda pertencia a umconselho sacerdotal de um importante templo de Jerusalm, formado por devotos da religio deMoiss. Restrita aos parmetros antigos de Moiss, esta casta sacerdotal combatia violentamente asidias revolucionrias e inovadoras do pregador Jesus, a quem muitos chamavam de enviado deDeus. A tarefa que eu deveria realizar junto ao sacerdote escolhido era a de proteg-lo de uma

    falange de seres sombrios enquanto participasse, fora do seu corpo fsico, de um debate no mundoastral, ao qual Jesus iria comparecer. Parti rumo cidadela onde era localizada a sinagoga dosacerdote. Para no chamar a ateno dos habitantes astrais daquele tempo, vesti um manto por cimada armadura e retirei o capacete podendo, assim, transitar discretamente pela cidade. Na penumbrado cair da noite, pude avistar o prdio da sinagoga, que ficava em uma ruela tortuosa, prximo aalgo que se assemelhava a uma praa. Aproximei-me da fachada esbranquiada daquela amplaconstruo e, contornando-a, fui em direo aos fundos, onde sabia ser a casa do sacerdote. Aoadentr-la atravs da parede, tive diante dos meus olhos um ambiente rstico, porm um tantosuntuoso. Ao vasculhar a casa, encontrei a quem procurava. Ele estava sentado ao centro de uma

    pesada mesa, de vultuosa madeira avermelhada. Tratava-se de um homem de perfil srio erespeitvel, revirando as pginas de um massudo livro, de papel bastante envelhecido pelo tempo.

    Franzindo a testa, procurava algo por entre as pginas manuscritas, com seu olhar atento ecompenetrado. Porm, pela sua angstia, parecia no encontrar aquilo que buscava toinsistentemente naquelas folhas amareladas. Sobre a mesa, uma taa e um jarro de metal polidodividiam o espao com as lamparinas de chamas esvoaantes. Aquele homem robusto, com cerca de

  • 8/14/2019 Aldomon - Unidade Prata

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    cinqenta anos de idade, possua um ar de autoridade adquirida ao longo dos anos. Talvez eu tenhatido esta impresso pelo aspecto singular de sua aparncia. Tomava alguns goles de vinho e, detempos em tempos, voltava a encher a taa com o contedo do jarro metlico. O sacerdote nonotava minha presena, sendo que ele se encontrava no mundo fsico e eu no astral. O tempo daminha tarefa estava se esvaindo. Eu precisava tir-lo do seu corpo o mais rpido possvel, entretantoele no mostrava quaisquer sinas de sono naquele momento. Tive, ento, uma idia: entrei emcontato com o Cruzador e pedi que me enviassem um sonfero. Instantaneamente