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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCÊNCIA E APRENDIZAGEM/ PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL. APROVADA NOTA: 9,0 A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR ADRIANA REGINA FERREIRA GONÇALVES [email protected] Orientador: PROF. DR. ILSO FERNANDES DO CARMO ALTA FLORESTA/2015

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCÊNCIA E APRENDIZAGEM/ PSICOPEDAGOGIA

E EDUCAÇÃO INFANTIL.

APROVADA

NOTA: 9,0

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

ADRIANA REGINA FERREIRA GONÇALVES

[email protected]

Orientador: PROF. DR. ILSO FERNANDES DO CARMO

ALTA FLORESTA/2015

AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCÊNCIA E APRENDIZAGEM/ PSICOPEDAGOGIA

E EDUCAÇÃO INFANTIL.

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

ADRIANA REGINA FERREIRA GONÇALVES

Orientador: PROF. DR. ILSO FERNANDES DO

“Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Neurociência e Aprendizagem/Psicopedagogia e Educação Infantil.”

ALTA FLORESTA/2015

AGRADECIMENTOS

A Deus que por seu amor é capaz de nos dar força e sabedoria.

A todos os professores do curso que foram tão importantes na minha vida

acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.

A minha família que compreendeu a importância dessa formação, e me

apoiou nos momentos mais difíceis.

RESUMO

Este trabalho se propõe a pesquisar sobre a importância do psicopedagogo

na instituição escolar, sua identidade e áreas de atuação profissional. Objetiva-se a

reflexão sobre o esboço histórico da psicopedagogia e sua atual perspectiva. Para a

metodologia de trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica que apresenta sobre a

visão de vários autores as contribuições que a Psicopedagogia trouxe para as

discussões sobre a aprendizagem. Também se considerou a análise da construção

da identidade do psicopedagogo nas questões vinculadas a sua ação profissional.

Como resultado obtido destaca-se a importância da regulamentação da profissão

diante da atuação psicopedagógica, bem como a necessidade de estudos mais

aprofundados sobre o tema.

Palavras-chave: Psicopedagogia. Aprendizagem. Dificuldades.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................05

CAPITULO 1 A história da Psicopedagogia...............................................................07

1.1 A Psicopedagogia no Brasil.....................................................................08

CAPITULO 2 Relação entre Sociedade e Educação.................................................12

2.1 A importância da família na escola..........................................................14

2.2 Escola e as dificuldades de aprendizagem.............................................18

CAPITULO 3 O Papel do Psicopedagogo nas Instituições Escolares.......................22

3.1 A importância do Lúdico no atendimento Psicopedagógico....................26

3.2 O Psicopedagogo e a Inclusão................................................................30

CONCLUSÃO............................................................................................................34

REFERÊNCIAS .........................................................................................................35

INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia é uma ciência que estuda o processo de aprendizagem

humana, tanto o aspecto psicológico como cognitivo. Sendo assim a Psicopedagogia

surgiu no Brasil no final da década de 70, com o principal objetivo, saber por que

muitos não aprendiam. O Psicopedagogo por sua vez, tem a função de observar e

analisar criteriosamente, e a escola através de um processo investigativo, as causas

que podem estar impedindo a aprendizagem dos alunos, traçando intervenções

significativas no âmbito escolar. Assim o verdadeiro trabalho do Psicopedagogo no

contexto escolar, é ressaltar um trabalho preventivo diante das dificuldades dos

alunos. Diante desses problemas, este profissional aos poucos está ganhando seu

espaço nas instituições de ensino, como um profissional qualificado. O projeto surgiu

da necessidade de relatar a importância do Psicopedagogo dentro da escola tem

justamente o objetivo fazer uma abordagem sobre a atuação e importância deste

profissional indispensável no âmbito escolar, no qual contribui significantemente

para o processo de ensino-aprendizagem.

Pretende-se levantar algumas questões sobre o que é um psicopedagogo

como ele se vê profissionalmente; sua relação no atendimento das crianças ou

adolescentes com déficit de aprendizagem; quais os maiores obstáculos

encontrados na atuação e como é o contato com os profissionais de outras áreas

como educação e a saúde. Com o desenvolvimento da Psicopedagogia, antigos

conceitos que delimitavam o campo de atuação do Psicopedagogo precisaram ser

revistos. Nesse sentido, espera-se com este estudo mostrar de forma abrangente e

fundamentada à importância deste profissional numa Instituição, como uma

alternativa de apoio a empregados e empregadores. Ainda, poder fomentar

interações interpessoais, estimular novas posturas educativas, orientar Instrutores a

lidar com dificuldades de aprendizagem em sala de aula, realizar diagnóstico a fim

de verificar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o

processo ensino-aprendizagem.

A Psicopedagogia é uma ciência nova, e como tudo que se inicia , há

necessidade de muito estudo e pesquisa, inclusive para alicerçar o campo teórico;

Como é uma área nova, ainda há muita confusão entre ela e as outras ciências

como, por exemplo, a Psicologia

Como objetivos deseja-se analisar a importância do Psicopedagogo

Institucional, identificar soluções que a intervenção Psicopedagógica pode trazer

para o ambiente escolar, proceder à análise sobre a importância do Psicopedagogo

na instituição escolar, discorrer sobre a figura do Psicopedagogo frente ao fracasso

escolar; e entender sobre a formação do Psicopedagogo.

A metodologia baseia-se em fontes bibliográficas oriundas de diversos

autores que abordam o tema em questão. O projeto em foco fez emergir a

verdadeira essência da aprendizagem – fato que suscitou a reflexão sobre a

importância da sensibilidade no contexto escolar para a promoção de uma educação

mais justa e significativa.

Este trabalho está dividido em 3 capítulos: O primeiro trata sobre a História

da Psicopedagogia desde o século XIX até os dias atuais, tanto na Europa, EUA

quanto no Brasil e também falo rapidamente da importância do psicopedagogo e

para esses assuntos trago BOSSA (2007).

O segundo capitulo aborda a relação como sociedade e Educação têm

caminhado junto e ver quais os fatores sociais que intervêm nos processos

educativos e como se integram nestes postulados com as estratégias analíticas.

Tendo como base o pensamento de DURKHEIM (1973), que destaca sempre o

aspecto coercitivo da sociedade frente ao indivíduo. Também no segundo capítulo é

abordada a Importância da família na escola visão de TIBA (2002), e segundo PARO

(2007), as dificuldades de aprendizagem como ocorrem e o que a escola pode fazer

para minimizar interferências de fatores que determinam e provocam o insucesso

da escola, da família e fracasso do aluno.

No capitulo 3 veremos a importância do Psicopedagogo na Instituição

Escolar sobre o olhar de BOSSA (2000) e GONÇALVES(2002). Os benefícios que o

lúdico pode trazer para o trabalho psicopedagógico com PIAGET (1976),

VYGOTSKY (1989). E o psicopedagogo atuante atende ao fato de possibilitar ao

indivíduo seu desenvolvimento potencial atribuindo-lhe autoria do seu processo

educacional, constituindo-se cidadão e,conseqüentemente, sua inclusão social com

BEAUCLAIR (2007).

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CAPITULO 1

1. A HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA

Sua origem deu-se na Europa no séc. XIX onde foram verificados os

problemas de aprendizagem. Neste século tínhamos o avanço do capitalismo

industrial e com ele os ideais burgueses de igualdade e fraternidade, o que ficava

mais distante a possibilidade de uma sociedade fraterna e igual para todos. Surge

também a necessidade de justificar as desigualdades das sociedades de classes

que seja por meio dos avanços científicos e 12 concepções teóricas. Ao longo do

séc. XIX surgem teorias relacionadas à ciência e a teoria evolucionista de Charles

Darwin que enquadra o homem dentro do esquema da evolução biológica, abolindo

as linhas divisórias das ciências naturais, humanas e sociais. (BOSSA, 2007).

Na França surgiu Janine Mery, psicopedagoga que apresentou em seus

trabalhos algumas considerações e idéias sobre o termo Psicopedagogia e adotou

este termo para caracterizar uma ação terapêutica, onde apresentavam dificuldades

de aprendizagem. E também o francês George Mauco, que foi o fundador do

primeiro centro médico-psicopedagógico na França e que se percebeu as primeiras

tentativas de articulação entre medicina, psicologia, psicanálise e pedagogia para a

solução dos problemas de comportamento e de aprendizagem. (BOSSA, 2007).

Meados do séc. XIX, JANINE (1985), começou a apontar diferentes

sensoriais, debilidade mental e outros problemas associados com a aprendizagem a

partir dela surgiram educadores como Pestalozzi, Pereire, Itard e Seguin que

começaram a se dedicar às crianças que apresentavam problemas de aprendizado.

Jean Itard realizou estudos sobre percepção e retardo mental. Pestalozzi inspirado

por Rousseau fundou na Suíça um Centro de educação onde abrigava crianças

pobres. Seu método era intuitivo e natural, estimulava a percepção. Pereire se

preocupou com a educação dos sentidos, em especial a visão e o tato. Seguin

fundou na França a primeira escola de reeducação, denominou o método fisiológico

de educação em 1837, fundou uma escola para crianças com deficiência mental.

Suas técnicas de treinamento dos sentidos e dos músculos são usadas até hoje.

Esses educadores foram os pioneiros no tratamento dos problemas de

aprendizagem, porém eles se preocupavam mais com as deficiências sensoriais e

com a debilidade mental do que com a desadaptação infantil. Aos poucos foram

surgindo educadores voltados para crianças com deficiência e que se aprimoravam

e buscavam formas para tratamento deles. Finalmente no ano de 1948, o termo

Psicopedagogia passa a ser definido com o objetivo de atender crianças e

adolescentes desadaptados, embora inteligentes, tinham dificuldades. (BOSSA,

2007).

Vejamos qual é a definição do objeto de estudo da Psicopedagogia segundo

os autores:

O objetivo do tratamento psicopedagógico é o desaparecimento do sintoma e a possibilidade do sujeito aprender normalmente em condições melhores enfatizando a relação que ele possa ter com a aprendizagem, ou seja, que o sujeito seja o agente da sua própria aprendizagem e que se aproprie do conhecimento. (PÁIN, apud BOSSA, 2007, p.21).

E SCOZ (1994), define:

a psicopedagogia como uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades e que em uma ação profissional, deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e sistematizando-os. (p.22).

Esses diversos sentidos relacionados à Psicopedagogia é processo que

está sendo estruturado, cuja identidade se encontra em maturação. Como afirma

MACEDO apud BOSSA (2007), “a Psicopedagogia é uma (nova) área de atuação

profissional que busca uma identidade que requer uma formação de nível

interdisciplinar.” (p.34).

1.1A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL

Foi a Argentina a maior influenciadora da Psicopedagogia brasileira,

notadamente a partir dos anos 60, momento em que vários países latinos contavam

com governos ditatoriais e vivenciavam a lógica do medo e do silêncio em seus

territórios. Por essa razão, a Psicopedagogia chegou até nós de forma clandestina,

por intermédio de seus exilados políticos. (ANDRADE, 2004). Sob tais influências,

igualmente ao que ocorria naquele país, a Psicopedagogia brasileira também se

construiu sob um enfoque médico-pedagógico e com uma natureza mais prática do

que acadêmica.

Anteriormente, o Brasil, segundo MASINI (1993), já tinha contado com uma

iniciativa de trabalho psicopedagógico de cunho mais preventivo, especialmente

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voltada para a relação professor-aluno. Essa experiência ocorreu com a criação do

Serviço de Orientação Psicopedagógica (SOPP) da Escola Guatemala, na

Guanabara (escola experimental do INEP - Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/ MEC), participando um profissional da

Pedagogia e outro da Psicologia. Entretanto, a despeito dessa experiência, a

literatura revela que a finalidade que predominou na história antiga da

Psicopedagogia brasileira foi a de atuar nos problemas referentes às disfunções

neurológicas ou, mais precisamente, naquilo que foi denominado na época de

“Disfunção Cerebral Mínima” (DCM).

Porém, somente em 1979, após quase vinte anos da efetiva prática

psicopedagógica no Brasil, surgiu o primeiro curso de especialização em

Psicopedagogia do país, inicialmente chamado de Curso de Reeducação

Psicopedagógica. Ele foi criado no Instituto Sedes Sapientiae (SP) e não era

legalmente reconhecido já que a referida Instituição preferiu abrir mão da validação

acadêmica de seus certificados em troca de poder exercer a prática da liberdade de

pensamento e de expressão multidisciplinar, formando profissionais comprometidos

com os direitos da pessoa humana. (ANDRADE, 2004).

A PUCRS, segundo BOSSA (2007), realizou cursos de especialização

relacionados a curso de reeducação e linguagem em 1979/80 e curso de

psicoeducação em 1982/83. Ela mantém desde 1972 a área de concentração e

aconselhamento Psicopedagógico dentro do curso de pós-graduação em Educação.

Uma de suas primeiras ações em termos nacionais foi a promoção do “I Congresso

Brasileiro de Psicopedagogia” conjuntamente ao “III Encontro de Psicopedagogos”,

cuja finalidade era exatamente a de reforçar a importância da integração de

conhecimentos para se compreender o processo de aprendizagem como um todo –

o que já havia tentado enquanto Associação paulista. Após esse encontro, vários

outros eventos foram promovidos pela ABPp. Além de sua atuação na promoção de

encontros, congressos, seminários etc., a ABPp passou a agir na orientação dos

psicopedagogos do país. Com esse objetivo, o Conselho Nacional da ABPp

aprovou, em 2000, um documento (“Diretrizes Básicas da Formação de

Psicopedagogos no Brasil e Eixos Temáticos para Cursos de Formação em

Psicopedagogia”) em que constavam sugestões de diretrizes para a consolidação e

identidade da formação do psicopedagogo nacional.

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Dentre outras coisas, segundo BOSSA (1994), o Conselho orientava que os

cursos de Psicopedagogia fossem oferecidos preferencialmente em nível de pós-

graduação e contemplassem as áreas institucionais e clínica, por meio de uma carga

horária mínima de 600 horas (75% de aulas teóricas e 25% de estágios

supervisionados). Segundo o documento, os coordenadores dos cursos precisariam

ter formação em Psicopedagogia e grande par te do corpo docente (70%) deveria

ser constituída por psicopedagogos com experiência prática e de pesquisa na área.

Para valorizar o profissional da Psicopedagogia, segundo BOSSA (1994), foi

criado em 95/96 e reformulado na gestão 2011/2013, o Código de Ética do

Psicopedagogo, com o propósito de orientar quanto aos princípios, valores e normas

e também restabelecendo diretrizes para uma boa conduta perante o profissional e

respaldando o mesmo quanto a seus direitos.

Segundo BOSSA (2007), o Conselho sugeria ainda que os candidatos ao

curso fossem necessariamente habilitados em nível superior e selecionados por

meio de análise de currículo, de entrevista individual ou coletiva, de carta de

intenções/exposição de motivos e de sua experiência docente. O aluno participante

do curso deveria realizar um estágio supervisionado (clínico e institucional), bem

como a elaboração de um trabalho de conclusão que articulasse teoria e prática.

BOSSA (2007), enfatiza que os estados de SP e RS foram, os grandes

pioneiros em formação de profissionais em psicopedagogia, formando cursos em

nível de escolarização e mestrado em Educação, como a PUC-SP, por exemplo,

inclusive na UFRGS no RS, vem sendo desenvolvido desde 1984 o curso de

especialização em aconselhamento psicopedagógico no programa de pós-

graduação na FACED. Somente na década de 90, os cursos de especialização em

Lato Sensu, multiplicaram, surgindo cursos por mais estados brasileiros.

De acordo com BOSSA (2007), a Psicopedagogia, enquanto área implica o

exercício de uma profissão (que ainda não está registrada legalmente), ou seja, uma

forma específica de atuação. Ela surge como compromisso de contribuir para a

compreensão do processo de aprendizagem e identificação dos fatores facilitadores

e comprometedores do processo. A grande necessidade de uma ação efetiva fica

evidenciada no interesse que tem havido pela Psicopedagogia no país. Há treze

anos existe a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), órgão responsável

pela organização de eventos de dimensão nacional, através de publicações com

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temas que retratam as preocupações e tendências na área. As temáticas dos

encontros e congressos refletem a trajetória da atuação psicopedagógica dos

primórdios até os dias de hoje. A Associação visa como principal objetivo, tornar

conhecido o campo de atuação de um psicopedagogo. Conforme SCOZ, apud

BOSSA (2007), “a Psicopedagogia no Brasil é a área que estuda e lida com o

processo de aprendizagem e suas dificuldades.” (p.56). E numa ação profissional

deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.

A Psicopedagogia, é o campo de conhecimento que se constrói a partir de

saberes e práticas da psicologia e da pedagogia, embora também receba influências

da psicanálise, lingüística, semiótica, neuropsicológia, psicofisiológia, medicina e até

filosofia. A Psicopedagogia é a área do conhecimento que objetiva integrar

conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas no intuito de levar a

uma ampla compreensão sobre os variados processos de aprendizagem do ser

humano e entender as dificuldades envolvidas nesse processo.

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CAPITULO 2

2. RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE E A EDUCAÇÃO

Partindo do pressuposto de que a educação é uma tarefa de vários núcleos

sociais, (família, comunidade e grupos de comunicação), a escola ainda permanece

como a maior e mais organizado ponto de sistematização e transmissão de

conhecimentos intelectuais e culturais. Dessa forma, o ensino e sistematizado

conforme a classe social e o seguimento escolar (público ou privado).

A relação entre educação, escola e sociedade, segundo QUEIROZ (2000),

passa por transformações constantes influenciadas pelos modelos culturais

dominantes. O homem adquire várias formas de compreender e transformar a

realidade e a sociedade em que vive através da aquisição do conhecimento, do

domínio da ciência e do desenvolvimento tecnológico, tornando-se então, apto a

exercer sua cidadania e expor opiniões.

A sociedade moderna, através do processo de urbanização, impõe aos

cidadãos a escolarização. Tal afirmativa se dá em função de a estrutura social estar

pautada na linguagem escrita. Para um cidadão viver em sociedade, necessita

constantemente de conhecimento mínimo de leitura, mesmo para atividades

elementares do cotidiano, como, por exemplo, fazer compras em um supermercado

ou utilizar algum transporte coletivo. Podemos afirmar que uma pessoa que opta

pela não escolarização opta, também, pela exclusão e marginalidade, quando

consideramos os patamares e exigências crescentes da vida social. O indivíduo

social necessita da leitura para se locomover, comprar, vender, trabalhar e até

mesmo se descontrair. (QUEIROZ, 2000).

A educação, para os clássicos como DURKHEIM (1973), expressa uma

doutrina pedagógica, que se apoia na concepção do homem e sociedade. O

processo educacional emerge através da família, igreja, escola e comunidade.

Fundamentalmente, Durkheim parte do ponto de vista que o homem é egoísta, que

necessita ser preparado para sua vida na sociedade.

Este processo é realizado pela família e também pelas escolas e

universidades: A ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda não

estão maduras para a vida social tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança

determinados números de estados físicos, intelectuais e morais que dele reclamam,

por um lado, a sociedade política em seu conjunto, e por outro, o meio especifico ao

qual está destinado. (DURKHEIM, 1973, p. 44).

Para DURKHEIM (1973), o objeto da sociologia é o fato social, e a educação

é considerada como o fato social, isto é, se impõe, coercitivamente, como uma

norma jurídica ou como uma lei. Desta maneira a ação educativa permitirá uma

maior integração do indivíduo e também permitirá uma forte identificação com o

sistema social. Para ele, a sociedade é uma determinante, e exige que o indivíduo

se adapte totalmente aos seus objetivos. A educação é o principal instrumento

dessa adaptação. É a educação que transforma a criança, desprovida de um senso

social, em uma peça ativa da sociedade. O trabalho dos adultos sobre as "falhas" da

criança contribui para a incorporação dos princípios da sociedade da qual essa

criança faz parte. Desta maneira, podemos entender pelo prisma de Durkheim, que

a história tem um papel fundamental, ou melhor, a história nos mostra como foram

educados os indivíduos para a vida social. Por isso, Durkheim pressupõe ser

indispensável à observação histórica para termos uma noção preliminar da

educação e suas aplicações.

Conforme DURKHEIM (1973), todo o trabalho do educador, respaldado pela

coordenação das diretrizes morais pelo Estado, será voltado para mostrar através

dessa moral irredutível como deve ser o comportamento de um verdadeiro cidadão.

Esta pedagogia é urgente e atende a necessidades vitais de formação das crianças,

não pode esperar para se desenvolver com a pesquisa científica e retomadas

críticas. A educação, para Durkheim, é um processo em que, é fundamental destruir

na criança aquilo que é inadequado para o convívio social, através da disciplina, do

enquadramento e da autonomia, que aliás é, este último, um conceito pouco definido

por ele, mas que podemos entender como uma síntese do trabalho dos dois

primeiros fatores tornando o ser individual totalmente solícito às regras que são

propostas a ele, ou seja, depois de um processo de extinção de seu egoísmo, o

indivíduo passa a aceitar a moral que lhe foi impetrada e passa ele mesmo a

assumir sua determinação em seguir essa moral. Torna-se autônomo em sua própria

designação, sem precisar mais de nenhuma coordenação ou controle. Por isso

talvez Durkheim não se estenda na definição da autonomia, ela é alcançada em um

13

momento que o indivíduo já foi trabalhado pela disciplina e pelo enquadramento,

sendo seu fruto mais tranqüilizador. É como se ela surgisse já no ser social instituído

e finalizado, isto é , é mais um objetivo do que uma ferramenta.

É necessário, então, segundo DURKHEIM (1973), que o espaço esteja

vazio, pela ação do educador, para que este mesmo educador possa incutir na

criança todos os preceitos de um Outro, que é a expectativa da sociedade civilizada,

pois a criança não sabe amar o convívio social pela suas limitações, e assim a

educação permite, amorosamente, a inserção deste novo homem, desta alteridade,

depois de corretamente educado e moralizado. O aluno se transforma num pólo

receptivo que irá receber, ou melhor, encarnar uma transferência de todas as

normas morais. A educação é um ato de moralização, a serviço dos interesses que a

sociedade exige, enquanto realidade de vida, e enquanto estruturas formais da

razão, e não da religião. Durkheim nega a moral religiosa que se apresentava como

parâmetro de conduta até o início da modernidade, e esclarece que a moral laica é

que pode revelar a qualidade exata da formação do novo homem, mesmo porque a

religião fora criada pela sociedade. É esse Outro encarnado que, com sua moral

social, irá controlar, no processo pedagógico, que o ser individual se submeta ao

interesse da coletividade em que está inserido, e passe a trabalhar para a

manutenção dessa moral.

2.1 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA

Os educadores e a escola exercem um importante papel na formação do

indivíduo, complementando o aprendizado adquirido na primeira instituição com a

qual a criança tem contato desde o dia que nasceu que é a família. Este é

responsável por toda estrutura emocional do indivíduo que o afetará diretamente seu

desempenho no processo ensino- aprendizagem, mas não fica somente a encargo

da família uma vez que a escola tem grande participação neste desenvolvimento

emocional tendo em vista que na maioria das vezes o professor é um grande ídolo

das crianças, e se esse relacionamento não for bom pode causar grandes prejuízos

emocionais nos alunos.

Segundo COUTINHO (2002), a busca de uma harmonia entre família e

escola, deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a

14

formação de um indivíduo autônomo. A participação da família é uma necessidade

contemporânea, almejada por todos que fazem parte do contexto escolar,

independente de ser ensino fundamental ou educação infantil. Lidar com famílias

hoje, é lidar com a diversidade. Famílias intactas, famílias em processos de

separação e muitas outras. Pode-se observar que existe, sem dúvida, uma alteração

radical no modelo tradicional de família, em que o homem era o único provedor,

ficando evidente a mudança do papel da mulher na família. Família e escola são

pontos de apoio e sustentação ao ser humano, é marcos de referência existencial.

Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os

resultados na formação do sujeito. A participação dos pais na educação formal dos

filhos deve ser constante e consciente.

COUTINHO (2002), cita que Vida familiar e vida escolar, são simultâneas e

complementares e é importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem

experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu cotidiano. Uma

criança que vive num ambiente familiar harmonioso, com pais compreensivos,

certamente desenvolverá atitudes positivas em relação a ela e aos outros que estão

ao seu redor. Mas se isso não ocorre, existe uma grande probabilidade dela se

tornar uma criança sem personalidade e insegura, o que poderá afetar a sua vida

social. Com um olhar atento, pode-se perceber quando uma criança está sendo

pressionada ou passando por algum problema familiar.

O que acontece atualmente, é a inversão dos papéis: a família espera da

escola uma educação exemplar, uma educação completa, uma formação como

acontecia na Era Medieval, quando os pais entregavam os filhos a outra família para

educá-los ou contratavam um mestre para que acompanhasse a criança a todo o

momento ensinando-lhe tudo o que fosse necessário para viver em sociedade,

principalmente bons modos e etiquetas sociais.

Segundo TIBA (2002), muitos pais culpam a escola pelo mau

comportamento em casa, dando a entender que quem educa é a escola. Na

realidade, essa idéia é errônea e não deve prevalecer, pois cabe aos pais a

formação do caráter, da auto-estima e da personalidade da criança. Entende-se que

se cada um cumprir seu papel, um completa o outro, não serão necessárias

cobranças e não haverá uma sobrecarga nem da família e nem da escola. Não

apenas as duas entidades precisam definir-se, mas também é preciso deixar bem

15

claro para a criança a função de cada um para que ela possa buscar de forma

correta a ajuda para seus conflitos.

TIBA (2002), entende que se a união entre família e instituição de ensino for

firmada desde o início da vida escolar da criança, todos irão ganhar. O mesmo

ressalta ainda que, se a criança estiver bem, vai melhorar, e se precisar de ajuda

para resolver seus problemas, receberá tanto da escola quanto dos pais para

solucioná-los. Concordando com as concepções de TIBA (2002), PAROLIN (2003)

coloca família e escola como "instituições parceiras". Segundo ela, ambas carregam

a função de socialização, porém, esta tarefa seria diferentemente conduzida em

cada uma, e complementares perante a sociedade como um todo. Pois é essencial a

fusão da emoção, sentimentos e intuição advinda do “mundo subjetivo” que se

adquire na família, à razão, conhecimento e informação do mundo objetivo passado

pela escola em busca da sabedoria.

Referindo-se aos fatores que prejudicam o rendimento escolar dos alunos,

PARO (2007), destaca a falta de condições favoráveis para o estudo, principalmente

nas classes menos favorecidas. O mesmo relata ainda que nessas camadas sociais

possam ser evidenciadas situações bastante diversas, desde extrema precariedade

até realidades na qual a família oferece boas condições de trabalho. No entanto, na

atual situação das famílias menos favorecidas, é bastante possível que os casos em

que há ausência de situações adequadas aos estudos predominem amplamente.

Diante disso PARO ainda afirma que “a precariedade dos recursos e dos espaços

para o estudo no interior dos lares não deixa de ser uma realidade que dificulta o

trabalho estudantil das crianças e jovens.” (2007, p. 48). Percebe-se, então, que

famílias menos favorecidas financeiramente possuem uma dificuldade muito maior

em poder proporcionar aos filhos condições favoráveis de estudo.

Outro fator apontado por PARO (2007), como prejudicial à integração família

e escola é a comunicação ineficiente. Em relação a isso, ele afirma que a

comunicação eficiente entre a família e a escola está muito distante da realidade

atual, e que os valores importantes no que diz respeito ao ensino ficam prejudicados

nesse tipo de relação. De acordo com o mesmo autor, a falta de iniciativa dos

educadores contribui de maneira significativa para este quadro. Para ele, os

docentes deixam a desejar nas atitudes, além de haver escassez de trabalho em

conjunto com a família dos alunos.

16

PARO (2007), relata que os docentes não têm iniciativa de trabalho junto à

família do aluno, e que esta também é carente de habilidade e incentivo para que os

filhos tenham bons hábitos escolares. Entende-se que a precariedade de condições

das classes menos favorecidas economicamente influencia de maneira negativa no

processo educacional, e que isso aliado à falta de interesse do educador em

ressocializar o aluno e de trazer a família para dentro da escola, ajuda a

potencializar ainda mais os problemas que assolam o sistema educacional brasileiro.

A consciência de que a fase decisiva é a que antecede a escola obrigatória

tem levado um número crescente de estudiosos a propor que a criança seja

atendida mais cedo, com única solução para compensar as desvantagens que

atingem as crianças mais pobres, dando-lhes melhores chances de sucesso quando

mais tarde entrarem na escola, sempre levando-se em conta a necessidade de

promover a integração da família na escola, como forma de promover ainda mais o

desenvolvimento da criança:

Não só os pais contam com a escola, mas esta, igualmente, conta com eles. Por isso, a instituição escolar precisa conversar com eles, dar orientações, promover palestras, saber o que está acontecendo com acriança em casa, como ela está vivendo ou reagindo aos muitos e inevitáveis problemas existentes em qualquer família (doença, separação, mudança, de emprego, modos de organização da casa, problemas financeiros, relacionamento entre o casal, nascimento de outros filhos). (ALTHUOM, ESSLE e STOEBER, 2000. p. 12)

A família, desconhecendo as necessidades da criança e a maneira

apropriada de lidar com esses aspectos, muitas vezes, necessita de orientações que

lhe dê suporte e lhe possibilite ajudar seu filho. Fatores como motivação, formas de

comunicação, estresses existentes no lar, influenciam o desempenho da criança no

processo de aprendizagem, e os psicopedagogos, muitas vezes, sentem-se

limitados quanto às orientações a serem dadas pela falta de conhecimento

aprofundado sobre os diversos aspectos familiares que podem contribuir para um

resultado mais desejável.

O trabalho dos pais integrado à escola torna-se essencial para que ambos falem a mesma linguagem, auxiliando na aprendizagem do educando. É importante que os pais participem constantemente das atividades proporcionadas pela escola, incentivando seus filhos para o mesmo, pois esta união de esforços enriquecerá todo o processo de ensino aprendizagem. (BOLLMAN et al, 2001, p. 65).

É ponto pacífico a necessidade de se buscar formas de articulação entre a

família e a escola. É fácil falar sobre ela, mas difícil construí-la. Essa articulação é de

17

responsabilidade da escola e se resume no respeito mútuo, em possibilidade para a

família expor sua opinião, trocar pontos de vista ouvir os professores sem o receio

de serem avaliados ou criticados. A escola precisa ter consciência do seu papel na

construção dessa parceria no sentido de considerar a necessidade da família

vivenciar reflexões que lhes possibilitem a reconstrução da autoestima, a fim de que

se sintam primeiramente compreendidos e não acusados, recepcionados e não

rejeitados pelos segmentos que fazem parte da instituição.

2.2 ESCOLA E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Na atualidade pode-se apontar, sem medo de errar, que as Dificuldades de

Aprendizagem (DAs) têm sido um assunto muito estudado devido ao número de

crianças encaminhadas para atendimentos especializados e ao índice de reprovação

e evasão do Ensino Fundamental. Isto solicita várias informações que partem desde

a questão política até a escolha de estratégias educacionais nos centros de

Educação Infantil (CMEIs), passando também pela saúde pública, que necessita de

maiores condições para realizar a sua missão e também pela discussão sobre a

realidade da sociedade brasileira neste momento histórico.

É importante que alunos com DA sejam devidamente diagnosticados e

tenham um acompanhamento adequado as suas necessidades. Para isso,

OLIVEIRA (2001), os professores e a equipe pedagógica devem estar atentos ao:

ritmo, grau de dificuldade na realização de atividades acadêmicas e às etapas do

desenvolvimento cognitivo, afetivo no qual as crianças estejam, para a partir destas

identificações elaborar estratégias que possam atender adequadamente o processo

de aprendizagem.

CORREIA (2005), apud CORREIA (2007), acrescenta ainda o termo

Dificuldades de Aprendizagem Específicas (DAE) que são aquelas que dizem

respeito à forma como o indivíduo vai processar a informação – como a recebe, a

integra, a retém e a exprime –, onde é levado em conta o conjunto de suas

realizações e suas capacidades.

As DAEs, segundo CORREIA (2005), apud CORREIA (2007), podem

manifestar-se nas áreas da leitura, da fala, da escrita, da matemática e/ou da

resolução de problemas, envolvendo déficits que indicam problemas de memória,

18

perceptivos,motores, de linguagem, de pensamento e/ou meta cognitivos.

Estas dificuldades, que não resultam de privações sensoriais, problemas

motores, deficiência mental, déficit de atenção, perturbações emocionais ou sociais,

sendo que existe a possibilidade de estes ocorrerem ao mesmo tempo, podendo

ainda, mudar a maneira como o indivíduo interage com o meio.

Quando nos remetemos às dificuldades, transtornos, distúrbios, problemas

de aprendizagem, alguns aspectos, CORREIA (2005), apud CORREIA (2007), têm

que ser levados em conta, como: a constituição do sujeito (física, psicológica,

necessidades especiais, afecções cerebrais – lesões herdadas ou adquiridas por

distúrbios metabólicos, aberrações cromossômicas, etc.); o desejo do sujeito

(motivação pessoal, familiar ou social e idade); a família do aprendiz (estrutura e

dinâmica familiar, nível de autonomia na família, nível sociocultural, relação com a

escola, funções e papéis assumidos na configuração familiar); a escola (estrutura,

organização material, de conteúdo e pessoal).

Conforme STEFANINI e CRUZ (2006), alguns estudos assinalam que

crianças com dificuldades de aprendizagem, aparentam baixa capacidade de

adaptação em casa e na escola, encontrando dificuldade de adequar-se à realidade

que a cerca, o que interfere no seu desenvolvimento emocional e cognitivo. Desse

modo, o trabalho de apoio de um psicopedagogo ajuda na superação das

dificuldades do processo ensino aprendizagem. Um dos problemas educacionais

que mais tem tido destaque nos debates nas últimas décadas, está relacionado às

dificuldades de aprendizagem. Cabe à escola cumprir um currículo e um cronograma

de formação e aqueles que não se enquadram no perfil ou não acompanham

acabam sofrendo dificuldades e sendo rotulados. Todavia, ao se rotular um aluno a

escola acaba ficando alheia a realidade do sujeito e não percebendo que sua

“indisciplina” pode ser uma resposta a alguma dificuldade seja pessoal, ou

educacional.

Sabe-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem,

geralmente, possuem uma baixa auto-estima em função de seus fracassos e que

esses sentimentos podem estar vinculados aos comportamentos de desinteresse

por determinadas atividades, tempo de atenção diminuído, falta de concentração e

outros.

19

A alegação da falta de interesse do aluno como justificativa para o mau desempenho escolar precisa ser combatida de forma radical porque ela implica a própria renúncia da escola a uma de suas funções mais essenciais. Os equívocos a esse respeito geralmente advêm da atitude errônea de considerar a "aula" como o produto do trabalho escolar. (PARO, 2000, p. 13)

Conforme FERREIRA; PACHECO (2010), é necessário, uma maior

sensibilidade em meio aos profissionais envolvidos na educação e também entre os

familiares de crianças com DA, para compreender e aceitar o jeito de ser de cada

criança, sem exigir um desempenho comparativo entre elas. Lamentavelmente a

sociedade e até mesmo instituições de ensino têm estabelecido modelos que muitas

crianças não conseguem atingir, por ignorarem o fato de que existem ritmos

diferenciados na aprendizagem. O insucesso da criança na escola, porém, se deve a

um conjunto de fatores que não são considerados pela maioria das pesquisas – e

mesmo pela maioria das instituições de ensino. Alguns termos científicos

escorregam de sua área de origem para um uso popular, o que contribui para que

ocorra um aumento indevido do uso de determinados rótulos. O que acaba

acontecendo é uma má interpretação da postura do aluno na escola, como lentidão

ao realizar uma tarefa, cópia sem compreensão, ou mesmo o esquecimento do que

acabou de aprender. aponta-se que o aluno tem dislexia ou hiperatividade mas

muita vezes esses casos não se confirmam quando mesmo passa por um

profissional capacitado.

Um indivíduo com dificuldades de aprendizagem, conforme KIRK (2000),

não apresenta necessariamente baixo ou alto QI: significa apenas que ele está

trabalhando abaixo da sua capacidade devido a um fator com dificuldade, em áreas

como, por exemplo, o processamento visual ou auditivo. As dificuldades de

aprendizagem normalmente são identificadas na fase de alfabetização. As

dificuldades podem vir de fatores orgânicos ou mesmo emocionais e é importante

que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo,

percebendo se estão associados à preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação,

desordem, dentre outros, considerados fatores que também desmotivam o

aprendizado.

As dificuldades de aprendizagem mais conhecidas são: Dislexia, Disgrafia,

Discalculia, Dislalia, Disortografia. Nós professores, jamais podemos conseguir que

todos os alunos aprendam as mesmas coisas, da mesma forma e dentro do mesmo

20

espaço de tempo. Esses alunos com dificuldades na escola, quase sempre falam de

um jeito diferente, não enxergam como todo mundo, outros, ainda, aprende em ritmo

mais lento. Eles são intrinsecamente diferentes e de maneiras diferentes reagem ás

experiências de aprendizagem. Quando essas diferenciações se manifestam dentro

de determinados limites, os professores, em geral,pouco se preocupam com elas,

pois os alunos, compensando as áreas em que são mais deficientes com aquelas

em que são superiores, vão apresentando um rendimento relativamente equilibrado,

que permite ao professor trabalhar com certa tranqüilidade, fazendo-o mesmo supor,

freqüentemente, que o processo de ensino coletivo e uniforme que em geral adota,

seja satisfatório e eficiente. (BARTOLOMEU, SISTO e MARIN RUEDA, 2006).

21

CAPITULO 3

3. O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES

A Psicopedagogia é um campo de conhecimento da Educação que estuda o

amplo e complexo processo de aprendizagem. O Psicopedagogo, segundo

NASCIMENTO (2012), é um profissional que por meio do diagnóstico identifica o

processo e as dificuldades de aprendizagem na tentativa de preveni-las ou saná-las.

A Psicopedagogia que surgiu na Europa através da junção de ciências como

a Psicologia e a Medicina e, de acordo com SCOZ (1992), tinha como objetivo

reabilitar crianças com baixo desempenho, hoje vem atuar como uma forma

interdisciplinar, buscando desenvolver seu próprio campo de conhecimento e

atuando sobre as dificuldades de aprendizagens e distúrbios que podem e devem

ser prevenidos e remediados. Podemos encontrá-las em diversas instituições, tais

como: escolas, hospitais e empresas. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que

favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição.

Propõe e auxilia no desenvolvimento de projetos favoráveis às mudanças

educacionais, visando evitar processos que conduzam as dificuldades da construção

do conhecimento.

Segundo FERNANDEZ (2008), há algumas décadas profissionais de

diferentes áreas começam a se preocupar com a questão do fracasso escolar e da

aprendizagem, entretanto, são os altos índices desse fracasso que nos fazem

buscar novas alternativas para combater essa situação que não é só escolar,

familiar, mas também social.A Psicopedagogia e sua prática começam a se

estruturar no Brasil por volta de 1960 com a divulgação da abordagem

psiconeurológica. Na década de 1980, pesquisas começam a desvendar alguns

mecanismos escolares de produção do fracasso, estudos sobre o desenvolvimento

cognitivo e deficiências das crianças pobres tendo como aporte teórico a

Epistemologia Genética de Jean Piaget.

A Psicopedagogia, segundo BEUCLAIR (2004), é uma área que estuda e

lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes.

Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com

essas dificuldades, o numero de crianças com problemas seria bem menor. Ao

psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem,

buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades,

encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros

profissionais - psicólogos, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam diagnóstico

especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o

desenvolvimento da potencializarão humana no processo de aquisição do saber

[...] A Psicopedagogia além de dominar a patologia e a etiologia dos problemas de aprendizagem, aprofundou conhecimentos que lhe possibilitam uma contribuição efetiva não só relacionada aos problemas de aprendizagem, mas, também, na melhoria da qualidade do ensino oferecido nas escolas. [...]. Dessa forma contribui para a percepção global do fato educativo e para a compreensão satisfatória dos objetivos da educação e da finalidade da escola, possibilitando, assim, uma ação transformadora. (SCOZ, 2002, p. 34).

Aprendizagem não se restringe apenas a aprender a ler escrever. Porém

muitos alunos não conseguem ler e escrever na idade/série que se supõe que deva

dar a aprendizagem. Nisto são frequentes as queixas de alguns professores de que,

a maioria de seus alunos, está com problemas relacionados ao grafismo e à leitura e

que não conseguem assimilar o conteúdo programático.

. O Psicopedagogo Institucional, de acordo com NASCIMENTO (2012),

exerce suas atividades em organizações como a escola e tem como objeto de

trabalho auxiliar a aprendizagem dos alunos que fracassam e/ou propor estratégias

de prevenção ao fracasso escolar. O trabalho deste profissional está voltado para

uma ação coletiva com toda a equipe pedagógica que abrange a direção,

professores, pais, alunos e demais funcionários da escola, os processos didáticos,

as interações e avaliação escolar, para buscar compreender como acontece a

relação ensino-aprendizagem no espaço educativo. Logo, a Psicopedagogia, precisa

estar livre de qualquer interferência externa para poder realizar o seu trabalho de

forma clara, sem conceitos pré-estabelecidos, poder olhar sem a influência de outros

olhares que muitas vezes querem e desejam esconder algo de si mesmo e dos

outros procurando muitas vezes se isentar de suas responsabilidades. WEIS (1999,

p.27), reforça que:

Todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família e, na maioria das vezes, da escola. No caso, trata-se do

23

não aprender, do aprender com dificuldade ou lentamente, do não revelar o que aprendeu, do fugir de situações de possíveis aprendizagens.

Com o aumento significativo do fracasso escolar por diversos motivos como:

socioculturais, conflitos familiares, sistemas pedagógicos, deficiência intelectual e

inibição intelectual, as escolas e as famílias, segundo JOSE & COELHO (1999), têm

buscado na Psicopedagogia a resolução para problemas de alunos com dificuldades

de aprendizagem nas diferentes áreas do desenvolvimento. A aprendizagem vai

ocorrendo, na estimulação do ambiente sobre o indivíduo maturo, onde, diante de

uma situação/problema, se expressa uma mudança de comportamento, recebendo

interferência de vários fatores – intelectual, psicomotor, físico, social e emocional.

Enquanto transforma a realidade a sua volta, ele constrói a si mesmo, tecendo sua

rede de saberes, a partir da qual irá interagir com o meio social, determinando suas

ações, suas reações, enfim suas práticas sociais.

Pensar em educação nos tempos atuais nos leva a refletir sobre questões

que envolvem a instituição educativa como um agente ativo e transformador do

processo de ensino aprendizagem e ao mesmo tempo como um espaço que precisa

estar aberto à diversidade cultural, social e econômica da sua comunidade. Sabe-se

que a cada dia a tarefa de educar torna-se mais complexa e desta maneira, de

acordo com, a área da Psicopedagogia tem surgido como um campo de interesse e

de inúmeras discussões pelos profissionais envolvidos com a educação. A área da

Psicopedagogia, vem crescendo e ganhando destaque no campo educacional

devido as suas inúmeras contribuições para a melhoria da aprendizagem, da prática

pedagógica, das relações afetivo-emocionais, da organização do espaço escolar, na

prevenção de dificuldades de aprendizagem, bem como no diagnóstico e

intervenção dessas dificuldades de aprendizagem. (FINK, FERRARI e CANAN,

2008).

Ainda são poucas as pesquisas sobre a importância da Psicopedagogia

como metodologia primordial para o desenvolvimento do trabalho das escolas, no

combate aos problemas de aprendizagem dos alunos. Mas quando educadores

escolares fazem reflexão sobre sua prática de ensino, é possível analisar o porquê

do aluno não conseguir aprender e conseguem detectar fatores que estão

interferindo, negativamente, no processo de aprendizagem e que provocam o

insucesso do aluno, da escola e da família do aluno.

24

Busca-se um culpado pela não aprendizagem do aluno, mas ficar à procura

faz com que deixemos de lado a complexidade que envolve as dificuldades sendo

que determinados fatores influenciam, tais como o sujeito, a família, classe social,

poder aquisitivo, político etc. PORTO (2011), cita a celebre pirâmide educacional

brasileira: repetência, evasão e baixa qualidade do ensino. Sendo atribuídos a elas

vários culpados, como o governo, a sociedade, a criança, a família, a escola, os

professores. Há uma maior preocupação em achar um culpado do que resolver tais

problemas.

O psicopedagogo, segundo BOSSA (1994),pode desempenhar uma prática

docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da

própria escola. Cabe também ao profissional detectar possíveis perturbações no

processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade

educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações

metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar

processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma

individual quanto em grupo.

Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características

que requerem atenção educacional diferenciada. Neste sentido, um trabalho

psicopedagógico, DEMBO, apud FERMINO et al (2001, p.57), pode contribuir muito,

auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do

ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do

conhecimento, redefinindo-as e sintetizando e sintetizando-as numa ação educativa.

De acordo com GONÇALVES (2002, p.42),

as relações com o conhecimento, a vinculação com a aprendizagem, as significações contidas no ato de aprender, são estudados pela Psicopedagogia a fim de que possa contribuir para a análise e reformulação de práticas educativas e para a ressignificação de atitudes subjetivas.

Segundo BOSSA (2000), a presença de um psicopedagogo no contexto

escolar é essencial, ou seja, ele tem muito que fazer na escola. A sua intervenção

inclui: Orientar os pais; Auxiliar os educadores e conseqüentemente à toda

comunidade aprendente;Buscar instituições parceiras (envolvimento com toda a

sociedade);Colaborar no desenvolvimento de projetos (Oficinas psicopedagógicas);

Acompanhar a implementação e implantação de nova proposta metodológica de

ensino;Promover encontros socializadores entre corpo docente, discente,

25

coordenadores,corpo administrativo e de apoio e dirigentes.

O papel da Psicopedagogia na formação de educadores que atuam

diretamente com o aluno, segundo SENA, CONCEIÇÃO e VIEIRA (2004), é

primordial no contexto escolar e consiste em prepará-los para lidar com as

dificuldades de aprendizagem com muita segurança. A didática com um olhar

psicopedagógico inserida na sala de aula pode contribuir para uma aprendizagem

realmente significativa. Quando o educando se percebe como um personagem

protagonista neste processo de aprendizagem, o desejo de aprender é muito maior..

A didática com um olhar psicopedagógico, nos faz refletir também sobre a inter-

relação professor-aluno. O educador também faz parte de um processo de

participação, integração, entrega e superação. O ato de planejar, assim assumido,

deixará de ser um simples estruturar de meios e recursos, para tornar-se o momento

de decidir sobre a construção de um futuro e principalmente, de quebrar

paradigmas. O desafio está lançado: A profissão precisa ser regulamentada e

conseqüentemente, tenhamos Psicopedagogos qualificados nas unidades escolares

de todo o país.

3.1 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO

O jogo tem sido utilizado por psicopedagogos tanto no âmbito educacional e

clínico como meio de conhecer a realidade do sujeito. Através dos jogos, segundo

BRENELLI (1996), o psicopedagogo pode observar o modo como o paciente

manifesta sua criatividade, orientando o diagnóstico e a intervenção das dificuldades

de aprendizagem. O jogo, é um recurso que infere na estruturação cognitiva e um

favorecedor para a construção de raciocínios no processo de intervenção junto a

crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, onde o enfoque é a análise

dos procedimentos, resolução de situações-problema, o registro de jogadas que

possibilitam a utilização de diferentes sistemas simbólicos, permitindo a reflexão de

como os mesmos se estruturam. É de suma importância aproveitar alguns

momentos da hora do jogo e transformá-los em situações problemas, do qual a

criança deverá solucioná-los, de maneira que envolva a análise de suas ações. Em

muitos casos, essas atitudes colaboram para a melhora do desempenho do

paciente. Será por intermédio dessas ações que a criança vai gradativamente

26

percebendo que algumas de suas atitudes são inadequadas, de forma que irá

construir outros esquemas de ação, superiores aos adotados anteriormente.

Quando falamos de jogo, referimos a um recurso que permite o

desenvolvimento à passagem de níveis superiores. Este instrumento, segundo

ARAUJO (2011), permite tornar os erros observáveis, e a criança tem a

oportunidade de exercitar o reconhecimento dos erros e tentar evitar aquele grupo

de ações que levam a uma jogada negativa ou até mesmo à derrota. No contexto do

jogo, é permitido oportunizar a criança que perde, um suporte do qual a mesma se

sentirá desafiada a jogar novamente, aproveitando as boas jogadas e eliminando

aquelas que a afastaram da vitória.O papel do adulto é fundamental quando aplicado

o jogo, independente de onde ele aconteça, na sala de aula ou na clínica, pois este

é um investigados do modo de pensar da criança, para ajudá-la a compreender os

conteúdos escolares e a superar suas dificuldades.

Justifica-se o lúdico como instrumento de aprendizagem na atuação do

psicopedagogo, segundo VYGOTSKY (1989), tornando-se freqüente, trazendo um

trabalho consciente, observando o avanço de cada caso, tendo a importância de se

compreender a dificuldade, procurando desenvolver diariamente atividades com o

lúdico, para o diagnóstico da dificuldade de aprendizagem. O olhar do

psicopedagogo deverá ser individual a cada criança, onde, na sessão diagnóstica

partindo da queixa recebida seja pelo professor, pais ou instituição, onde após o

levantamento de hipóteses e analise das atividades realizadas chegará a um

diagnostico, ou seja, a dificuldade do sujeito, correspondendo à faixa etária de idade,

realiza o trabalho tendo a finalidade desejada.

O processo de aprendizagem, bem como suas dificuldades, segundo

CARVALHO (2007), deixa de focalizar somente o aluno e o professor isoladamente

e passa a ser visto como um processo de interações entre ambas as partes com

inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo

professor e psicopedagogo.Partindo desse pressuposto, é possível constatar que

uma das formas de trabalho psicopedagógico é fazendo uso do lúdico, quer seja no

diagnóstico, quer seja no tratamento. No diagnóstico, a atividade lúdica é um rico

instrumento de investigação clínica, pois permite ao sujeito expressar-se livre e

prazerosamente.O lúdico, deixou de dar sentido apenas ao brincar, completando a

vida dos seres humanos, destacando que a atividade lúdica abrange a ação final e

27

os momentos vivenciados pelo sujeito naturalmente. Há muito tempo vem-se

discutindo as questões dos jogos e das brincadeiras, principalmente quais efeitos

positivos podem afetar na vida da criança. O despertar da leitura e escrita é uma

ação natural do sujeito, onde o educador é o mediador, tendo por meio de atividades

lúdicas apoio à metodologia de alcance da fala e escrita.

Criança, jogo e brincadeira estão intrinsecamente interligados, no entanto,

segundo CARVALHO (1997), o nosso sistema escolar não percebe essa interligação

e cerceia a criança das suas necessidades de movimento, expressão e de

construção de seu conhecimento a partir do seu próprio corpo. Apesar de estar

inserida neste meio, a escola precisa perceber a criança como um ser em constante

desenvolvimento.

Na Educação Infantil e nas primeiras séries do Ensino Fundamental é

fundamental que os profissionais envolvidos no processo educativo possibilitem

atividades recreativas em locais propícios para que as crianças possam brincar,

contribuindo para a qualidade de ensino ministrada. Ao brincar, segundo WAJSKOP

(1999), a criança desenvolve o pensamento lógico matemático, verbaliza suas ações

através da emoção de viver e a representação de sua brincadeira. O brincar é

experimentar, é ensaiar para a vida real, a criança constrói o seu próprio

conhecimento.

O sistema de ensino do Brasil funciona de forma precária pela falta de

profissionais, formação deficiente dos professores e estruturas inadequadas das

escolas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece parâmetros e

diretrizes para a melhoria e qualidade do ensino. O Referencial para Formação de

Professores, afirma que precisamos redimensionar o papel profissional do professor

no contexto das tarefas atualmente colocadas pela realidade à educação escolar

(BRASIL, 1999, p.49). Será que os educadores estão preparados para

estabelecerem uma relação direta nas mudanças e inovações para a prática

educativa? Faz-se necessário que a Psicopedagogia repense uma nova ação

pedagógica, a fim de obter um resultado positivo, favorável ao sistema de ensino.

Na perspectiva Piagetiana, o conhecimento é construído ativamente pelo

sujeito a partir de estímulos ambientais. Ele ressalta que estruturas cognitivas

(esquemas) são desenvolvidas numa seqüência invariante dos estágios de

desenvolvimento. A criança elabora o conhecimento de forma espontânea de

28

acordo com a maturação (interno) e estímulos externos. Nesta visão, o professor é

o mediador do conhecimento, é a partir da teoria de Piaget que surge a proposta

construtivista no sistema de ensino, onde o brincar é mencionado ou indicado como

suporte da aprendizagem nas escola públicas. Piaget ressalta a importância do

brincar como fator necessário nos estágios do desenvolvimento de uma criança:

O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET,1976, p.160).

Segundo VYGOTSKY (1989), a aprendizagem inicia-se a partir das relações

sociais, enfatizam os processos sócio-culturais do indivíduo, a construção coletiva

do saber e do quanto ela é impregnada de afeto, onde a criança aprende por um

processo que não separa o conhecimento do sentimento. A aprendizagem é

dinâmica e sem papéis estabelecidos. O professor irá também medir o

conhecimento, enfatizando sempre a realidade da criança (cultura) e o trabalho de

grupo é muito valorizado na escola, onde a brincadeira ocupa um lugar importante

para o desenvolvimento da aprendizagem.

O estudo da aprendizagem, sua natureza, suas características e fatores que

nela influenciam constitui, portanto, um dos problemas mais importantes para a

Psicopedagogia na orientação de métodos mais eficazes para a aprendizagem nas

escolas, abordando aspectos como apoio didático até a formulação de currículos e

propostas pedagógicas. O aprender pode se tornar prazeroso para a criança à

medida que está se sinta estimulada através de atividades educativas,

proporcionando elemento lúdico na sala de aula.

Quando brinca, segundo FRIEDMANN (1998), a criança está lidando com

sua realidade interior e sua tradução livre da realidade exterior. A brincadeira

representa um fator de grande importância na socialização da criança, pois é

brincando que o ser humano se torna apto a viver numa ordem social e num mundo

culturalmente simbólico. É brincando que a criança utiliza concentração durante

grande quantidade de tempo, desenvolve iniciativa, imaginação e interesse. É o

mais completo dos processos educativos, pois influencia o intelecto, o emocional e a

estrutura corporal da criança.

29

A partir da vivência com o lúdico, segundo ALMEIDA (1987, p.195), as

crianças podem recriar sua visão de mundo e o seu modo de agir. Os jogos podem

ser empregados no trabalho da ansiedade, pois, esse sentimento compromete a

capacidade de atenção, de concentração, as relações interpessoais, a auto-estima,

e, conseqüentemente, a aprendizagem. Através dos jogos competitivos e com a

aplicação das regras, os limites podem ser revistos e as crianças desenvolvem

conceitos de respeito e regras, tudo isso de uma maneira prazerosa. O lúdico

proporciona à criança experiências novas, na medida em que esta erra, acerta,

reconhecendo-se como capaz; desenvolvendo sua organização espacial e

ampliando seu raciocínio lógico na medida em que exige estratégias de

planejamento e estimula a criatividade. É desta forma que a criança constrói um

espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e o externo. Neste

espaço transicional, dá-se a aprendizagem.

O material a ser utilizado em tais atividades deve ser muito bem selecionado

de acordo com os objetivos específicos do trabalho, da idade das crianças, do tempo

disponível e, é importante estar atento para que esse material funcione como um

atrativo pelo seu possível uso (colorir, escrever, modelar, construir, pregar, colar,

prender, juntar), tendo em vista a construção do conhecimento e do saber por parte

da criança. Fica, portanto, evidenciado a essencialidade do lúdico no trabalho

psicopedagógico, tanto no aspecto clínico quanto no institucional. No próprio

diagnóstico, de acordo com BARBOSA (2001), este pode ser encarado como uma

possibilidade de compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivo-

sociais. As intervenções psicopedagógicas ajudam no diagnóstico que é um

processo contínuo de identificação, encaminhamento, atendimento e

acompanhamento.

3.2 O PSICOPEDAGOGO E A INCLUSÃO

O Psicopedagogo, de acordo com BESCHIMOL (2007), é o profissional que

mediador da relação obstacularizada que se estabelece entre o sujeito e o objeto do

conhecimento. O atendimento psicopedagógico se estabelece através de um fazer

que acontece entre o sujeito e o psicopedagogo em uma triangulação, visando o

resgate do vínculo entre o sujeito e a aprendizagem.

30

Existem, muitas linhas de intervenções psicopedagógicas, algumas com

foco mais educacional e outras com foco mais psicológicos a intervenção pode se

dar por meio clínico e institucional. O psicopedagogo seja clínico ou institucional tem

sempre o propósito de possibilitar ao indivíduo seu desenvolvimento potencial

formando o seu processo educacional, constituindo-se cidadão e conseqüentemente

promovendo a inclusão social. (BESCHIMOL, 2007)

A atuação do psicopedagogo na área da educação especial, de acordo com

CARVALHO (2005), torna-se mais desafiadora ao registrar potencialidades e os

limites do individuo e da equipe, no mesmo contexto

A atuação psicopedagógica, poderá ser concebida no ambiente escolar

inclusivo, com alternativas metodológicas e procedimentos didáticos que viabilizará

a inclusão e, sobretudo a educação de crianças com necessidades educacionais

especiais, através de atendimentos multidisciplinares, incluindo o trabalho

psicopedagógico. Ao realizar o trabalho multidisciplinarmente, as intervenções

psicopedagógicas que são realizadas com crianças com necessidades educacionais

especiais, não constituem em uma série de testes que acontecem apenas uma vez,

mas são baseadas nos estudos das respostas que a mesma apresentou durante um

período determinado, incitando posteriormente em análises com propósitos de

oportunidades significativas para intervenções futuras, com perspectivas de

mudanças no seu contexto familiar e escolar.

No processo de objetividade e subjetividade, elos entre o lidar consigo mesmo e com os outros se constituem como problemática a ser vivenciada. O sujeito humano deve interagir com os objetivos e com as regras do meio, mas deve também interagir com suas limitações, possibilidades e impossibilidades e carências enquanto ser vivente. Se educar é buscar o bem-estar do humano em todo este contexto, o espaço/tempo educativo deve priorizar construções de processos harmônicos com as condições da vida humana, e interação com a natureza do próprio homem e do planeta. A escola do sujeito em processo de interação permanente deve-se voltar à compreensão de que todo conhecimento é, na verdade, 'saber do outro' (BEAUCLAIR, 2007, p. 22).

O psicopedagogo em consonância com os profissionais, escola e pais, de

acordo com BEYER (2006), terá oportunidade de modificar a percepção destes em

relação à criança com necessidades educacionais especiais, possibilitando-os

reverem suas atitudes e a maneira de se relacionarem com vários organismos que

fazem parte da sociedade. A inclusão é compreendida como um processo, em face

de certos valores e princípios. A parceria estabelecida entre psicopedagogo,

31

profissionais e pais implica em um respeito mútuo, baseando-se na troca de

experiências salutares diante desta criança, através do compartilhamento de

informações e, até mesmo de sentimentos.

Se o sujeito tem dificuldades para articular o "eu" e o "outro", segundo

FONSECA (1995), está sem autonomia para a aprendizagem, apresenta uma

discrepância entre o corpo (que pode estar desenvolvido), o pensamento e a

emoção. O sujeito tem dificuldade de interação, sente-se ameaçado quando está no

meio do grupo. Precisa da intervenção do psicopedagogo. O estudante que se sente

excluído necessita ser visto com suas possibilidades, necessita de uma equipe

estruturada para ajudá-lo no desenvolvimento das questões cognitivas e também

sócio-afetivas. Para que a inclusão seja efetuada, precisamos de um fio condutor

integrativo para articular o sujeito e o grupo. Não só trabalhar a diversidade em sala

de aula, mas em toda a escola. É necessário também, maturidade profissional de

todo o grupo na busca de um trabalho efetivo, com capacidade de desenvolver

recursos próprios para lidar com a frustração das possibilidades de insucessos.

Todos os funcionários da escola devem conhecer como o aluno aprende,

suficientemente bem, para atendê-los nas diversas situações do cotidiano escolar.

É de fundamental importância, segundo SILVA (2001), a adequação

psicopedagógica às necessidades do seu público alvo, partindo do pressuposto que

o psicopedagogo é a ponte que apoiará as crianças em suas angústias e os

professores em seus sentimentos de impotência face às novas experiências que

estará vivenciando. É o psicopedagogo que intervirá quando a criança se deparar

com suas limitações e se sentir frustrada com o não poder fazer isso ou aquilo, ou

apenas o não conseguir executar imediatamente determinada tarefa, e trará à luz

caminhos que os educadores deverão percorrer para ajudar, auxiliar e apoiar essa

criança em seu desenvolvimento. O processo inclusivo proporciona uma verdadeira

relação do ensino-aprendizagem- superação. Uma relação complementar e

dependente, que se percorre circularmente a cada instante, a cada movimento, a

cada descoberta, a cada nova maneira de ensinar e de aprender, e o psicopedagogo

é peça chave no sucesso dessa empreitada.

Não se trata de colocar na escola comum parcelas da educação especial, e

sim, segundo CONSTANTINO (2013), de oferecer igualdade de oportunidade para

que a "criança especial" tenha possibilidades reais de construir seu próprio

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conhecimento, como agente que participa do mundo que a cerca: familiar,

comunitário e empresarial. Aquele que possui inteligências múltiplas.

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CONCLUSÃO

A Psicopedagogia contribui com o trabalho de minimizar alguns problemas

de aprendizagem, tanto dos alunos que tem Dificuldades de Aprendizagem (DA),

como também, daqueles que, na visão da escola, são considerados “normais” para

aprender, ou seja, bastam dominar a leitura, a escrita e situações matemáticas.

Quando as ações pedagógicas não são organizadas, resultam em desarmonia e

podem causar no aluno, situações problemas que requererão encaminhamentos de

intervenção específica com profissionais da área.

Defender a necessidade da existência de psicopedagogos dentro das

escolas, para auxiliar no trabalho do pedagogo, é fazer opção por uma intervenção

que reeduque a prática pedagógica dos professores, para acontecer a melhoria da

aprendizagem. É contar com o sucesso do aluno, da escola e da família do aluno.

Para tanto, a escola precisa, recorrer aos psicopedagogos para juntos estruturarem

ações, estratégias e intervenções psicopedagógicas que contribuam como solução

para diminuir os problemas de aprendizagem, pois o aluno, é sujeito de

transformação e de aquisição de aprendizagens.

Considerando a relevância da pesquisa, propõe-se fazer com que os

professores, diretores e coordenadores educacionais repensem o papel da escola

frente às dificuldades de aprendizagem da criança, resgatando, juntamente com a

Psicopedagogia, uma visão mais globalizada do processo de aprendizagem e dos

problemas decorrentes desse processo.

Essa monografia foi fundamental para prosseguir nas pesquisas nas

descobertas de vários problemas que ocorrem na educação, ampliando minhas

concepções a cerca do Tema. descobri vários tópicos, os problemas presentes, a

busca para obter maior conhecimento sobre o assunto, os desafios encontrados que

são muitos conhecemos alguns, onde foi analisado algumas possibilidades de fazê-

los de forma prazerosa, amplo para obter melhores resultados e trabalhar em prol da

aprendizagem significativa é um desafio docente, nesse sentido chegamos ao final

de mais uma etapa de estudos.

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