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Ainda que o empresário tenha um patrimônio, o elemento mais importante deste é o estabelecimento empresarial. Ressalto que o estabelecimento empresarial compõe o patrimônio do empresário

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Page 1: Ainda que o empresário tenha um patrimônio, o elemento mais importante deste é o estabelecimento empresarial. Ressalto que o estabelecimento empresarial

Ainda que o empresário tenha um patrimônio, o elemento mais

importante deste é o estabelecimento empresarial.

Ressalto que o estabelecimento empresarial compõe o patrimônio

do empresário

Page 2: Ainda que o empresário tenha um patrimônio, o elemento mais importante deste é o estabelecimento empresarial. Ressalto que o estabelecimento empresarial

Como compreender o estabelecimento empresarial ?

Como um complexo de bens direcionados, pelo empresário, ao exercício da empresa (atividade econômica). Neste sentido o art. 1142 do Código Civil:

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

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Não confundir PATRIMÔNIO COM ESTABELECIMENTO.

Os bens que pertencem ao empresário mas não estão envolvidos com a atividade econômica compõem o patrimônio.

Os bens envolvidos com a exploração da empresa, integram o estabelecimento.

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Compõe o estabelecimento bens corpóreos e incorpóreos

Como corpóreos pode-se apontar : mercadorias; utensílios; máquinas; imóveis; automóveis ....

Como incorpóreos : nome empresarial; título de estabelecimento ( nome fantasia); marca; patente; ponto empresarial; aviamento; direitos autorais; domínio de internete ...

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O estabelecimento empresarial pode ser objeto de dois contratos básicos : alienação ( compra e venda) e arrendamento.

O contrato de Alienação de estabelecimento denomina-se TRESPASSE.

O contrato de Arrendamento visa alugar o estabelecimento para outro empresário ( arrendatário) que explorará a atividade econômica sob sua conta e risco, retribuindo o arrendador, com valores fixos ou percentuais sobre o faturamento.

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Não confundir com a Sucessão Empresarial !! Relevante definir a responsabilidade pelo passivo no

contexto do contrato de compra e venda de estabelecimento.

Classifica-se o passivo em três categorias : Ordinário; Trabalhista e Fiscal. O regime legal atribui ao adquirente a responsabilidade pelo

passivo contabilizado, seja anterior, ou, posterior ao negócio, conforme previsão do art. 1146 do Código Civil.

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

Dívidas não contabilizadas ficam sob a responsabilidade do alienante.

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Regime do Passivo Trabalhista, nos termos da CLT Consolidação das Leis do Trabalho )

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará

os contratos de trabalho dos respectivos   empregados.   Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em

caso de falência, concordata ou dissolução da empresa.

Sendo o adquirente do Estabelecimento integrante de um grupo empresarial, qualquer dos empresários que o integram serão responsáveis pelas verbas trabalhistas devidas aos empregados por ocasião da venda do estabelecimento.

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

        § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

        § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

       

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Regime do Passivo Fiscal:, nos termos do Código Tributário Nacional - CTN -

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:

        I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;         II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro

de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

        § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

        I – em processo de falência; (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)         II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Inciso

incluído pela Lcp nº 118, de 2005)         § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Parágrafo

incluído pela Lcp nº 118, de 2005)         I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo

devedor falido ou em recuperação judicial;(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)         II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do

devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

        III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

        § 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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Observar a necessidade de notificação dos credores antes da concretização do negócio, sob o risco do requerimento de falência , de acordo com a Lei 11.101/05 :

Seção IV Do Procedimento para a Decretação da Falência         Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:         I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação

líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;

        II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;

        III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:

        a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;

        b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;

        c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

        d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

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Deve-se acrescentar que a alienação de estabelecimento que tenha a pretensão de prejudicar credores será entendida como fraudulenta, acarretando a responsabilidade criminal do administrador da sociedade empresária ou do empresário individual.

LEI 11.101/05 Lei de Falência e Recuperação

CAPÍTULO VII DISPOSIÇÕES PENAIS Seção I Dos Crimes em Espécie Fraude a Credores         Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a

falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem.

        Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

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A alienação do estabelecimento pode ser utilizada na recuperação judicial como medida destinada a resolver a crise financeira do empresário. Assim prevê a Lei Falimentar

Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:

        I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;

        II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;

        III – alteração do controle societário;         IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou

modificação de seus órgãos administrativos;         V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de

administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar;

        VI – aumento de capital social;         VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade

constituída pelos próprios empregados;         VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada,

mediante acordo ou convenção coletiva;  

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Lei de Falência e Recuperação de Empresas. Do Administrador Judicial e do Comitê de

Credores         Art. 21. O administrador judicial será

profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

        Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.

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Da Classificação dos Créditos         Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:         I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e

cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;

        II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;         III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de

constituição, excetuadas as multas tributárias;         IV – créditos com privilégio especial, a saber:         V – créditos com privilégio geral, a saber:         VI – créditos quirografários, a saber:         a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;         b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens

vinculados ao seu pagamento;         c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que

excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;         VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis

penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;         VIII – créditos subordinados, a saber:         a) os assim previstos em lei ou em contrato;         b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.

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Transformação : Operação que consiste na mudança do tipo societário;

Incorporação: operação que envolve no mínimo duas sociedades empresárias, onde uma delas, a incorporadora, passa a titularizar todo o ativo e passivo da incorporada, sendo esta extinta.

O passivo compreende também o trabalhista , fiscal e previdenciário.

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Fusão : Consiste na Constituição de uma Pessoa Jurídica mediante a transferência de ativo e passivo de outras Pessoas Jurídicas que deixam de existir. Não é a modalidade preferencial de reorganização.

Cisão : Através desta operação, uma Pessoa Jurídica destina uma fração de seu ativo, com ou sem passivo, para a constituição de uma nova pessoa jurídica. Desta operação, poderá resultar a formação de um grupo empresarial.