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ANO 1 POR TUDO E POR TODOS EDITOR: Josê Luís d& Pina - LORIGA Loriga - Novembro de 1949 .. it , ........ D!RECTOR E PROPRIETARIO: ' Dr. Celas leitão Bastos R. Morquês da Fronte ira, 84·1. 0 - Lisboa i f N. 0 9 A BEM DE LO RIGA E DA - REGlAO REDACTOR: Enq. Emílio Leitão Paulo LORIGA ADMINlSTRADOR: Armando Lsi!ão - LORIGA COM?. E IMPRESSO: .União Grálica• - R. Santa Mc:rl a, (8-Lisboa ... '*: L. .. ... . ainda ão tem uma fonte nem estrada VISTA PARCIA L DA ALDE IA Conheceis a Barriosa? - É uma alde ia de cor morena, carminada pela rocha terrosa do s férteis terrenos que a circu nd am e lhe dão o nome. Sumida nas pregas dos contrafortes .ocidentais da Serra da Estrela, reclina-se esta povoação sobre a pla- nura de um pequeno cerro, qual «serrana bela» que olha o enamorado com semblante simultâneamente risonho e melancólico. Recebe-lhe as lágrimas do quotidiano carpir das suas desditas e infortúnios o pedregoso e torcicolado Rio Alvoco, que na Ponte das Três Entradas se mis- tura com o Rio Alva. Barriosa é povoação muito antiga, a julgar pelas escavações que lhe ficam junto e que «a tradição» como feitas pelos Mo\lros. Não falta mesmo entre os seus habitantes, em quem podem ser pbs:rvados ca; racteres rácicos dos antigos povos, a lenda mgénua de que numa pequena gruta ali existente vive cn6nta- da milénios uma apaixonada serva do Alcorão. O cásario, em si. é triste - como tristes sio todas alde.ias desta parte da Beira - porqúe o xisto das suas construções cobertas de ardósea lascada lhe o aspecto cinzento, próximo da cor do luto. Mas os montes que a rodeiam, e lhe ficam perto, deslumbram-nos os olhos com o nutizado das suas cores, ppr · entre as quais - ali e 'além - se desta- cam .as alvinitentes uma capelinha onde, no d ia propno, todo o povo vai em religiosa romagem de louvor e de prece agradecida. A sua gente é rude e apática, mas as almas são francas e os corações hospiroleiros. Na lareira domés- tica, com a pilheira np topo e a mesa suspensa en· costada à parede lateral, sempre lu.gar para quem chega ou vai passando. No ;içafate existe um pedaço de pão para mitigar a fome ao pedinte infeliz e can- sado e, nos pipos arcados, de castanho, só tarde se esgota o «bom roxo ii , que generosamente ref:esca os l;ibi os dos sequiosos de corpo e devotos àe Sao Mar- ti" ho. As mulheres tratam da vida da casa: cozinham, la- vam, remendam e ajud am os varões nalguns misteres agrícolas. Os homens, quando não procuram meios mais fu. Voráveis de vida longe da sua terra natal, entregam• -se exclusivamente aos rudes trabalhos do campo, re- volvendo as leiras humosas espreguiçadas pelas en- costas escorregadias ou adormecidas no fundo dos va- les abruptos, por entre os meandros da água sussur- ran te , fazendo-as desentranhar em milho, batatas e s.i.borosos legumes. A mocidade é folgazã ;.proveita as tardes dos do- mingos e dias santos para se divertir em bailaricos po· pul nres e folclóricos. Isso não impede qu e, ao toque das <e Ave-Maria s)) , todos se descubram respeitosamen- te e ciciem as orações. findo o que cada um recolhe a spas casas. Gente crente q-.1 e mu it os :mos ergueu uma pequenina capela onde antigamente se celebra• Vôl d iàriamente o Santo Sacrifício da Missa. Hoj e. po- rém, para cumprir este Mandamento e assistir a ou- tros actos do culto d ivino, ou para enterrar os seus Mor los, a . população de Barriosa vê-se forçada a p;iJ, milhar perto de uma dezena de quilómetros (ida e volta) através de ci.minhos escorregadios no inverno e excessivamente poeirentos na época das secas. Por isso , duas das aspirações deste povo são: a edificação de um te mplo suficientemente amplo para albergar umas centenas de pessoas, e a construção de um ce- !Jl itério onde possa dar sepultura aos seus entes q ueridos. · o!< * Pela povoação de Barriosa passava antigamente uma das antigas estradas que ligavam a Covilhã com 0 Centro do Pa ís e pela qual viajavam brasonados fi. dalgos, montados em fogosos corcé is, e de sfilavam caravanas de almocreves com os seus machos carrega- dos dos mais variados produtos. · Uns e outros ali tinham a sua hospedaria. . Em nossos dias, a utilização da viação acelerada de svi ou o curso dos transportes e facilitou os meios de comunicação, e Barriosa perdeu muito da sua in1- portância económica e viu uma das molas reais do seu futuro desenvolvimento. . O seu p_ovo, a não descansou enquanto não consegum a de uma escola. e levantamento do respectivo edif1c10 escolar. Tudo ts• to, porém. se deve à in iciativa particular. · poucos anos - e contra o representado pela Junta de Freguesia - e aumenta - dos os serviços de Correio locais. O seu posto passou à receber e expedir encomendas e valores declarados e foi antecipada de um dia a recepç:ão, ali de qualq uer correspondência. Tem já,"também, a promessa de ins• talação de um posto público. Podemos até informar de que só as disposições do decreto vieram atrasar a sua montagem. Esperamos. todavm. que num futuro próximo a Administração Geral dos Co rreios possa encontrar uma solução conciliatória dos seus legítimos interesses e da justiça que é devida às populações pobres e abandonadas, como esta. Não tem Barriosa, ainda, uma fonte! A gente des• t1 terra é obrigada a beber a água que corre num re- go conspurcado por vários detritos, quando não me smo de utilizar a linfa op.-ilina que corre na ribei- ra. certo que a Junta d:i Freguesia procura, mais de um ano, captar uma nascente de água potável que satisfaça às necessidades da população. Não o conse- guiu ainda. Compete à· «Técnicrn averiguar d;is ra• zões do insucç_sso e m;:i rc."\r outras soluções mais ade· quadas, sem prejuízo da lavpura, de si tão pobr e e sobrecarregada. Mais. Barriosa espera e confia que o Estado e a Câmara Municipal lhe proporcionem e concedam Oll• tros melhoramentos. São eles: - A conclusão da estrada n. 0 230; a Construção uma ponte que ligue os caminhos para a sede do concelho e para esta vila, e seguro acesso aos moí- nhos e lagar de azeite; reparação das calçadas da po- voação e da estrada carreteir.t para Vide; e bertura de outros caminhos para as povoações circunvizinhas. Quando chegará ;i hora destas re.tlizações? Que responda quem de direito possa fazê-lo. Prof. Doutor Egas Moniz Ao ser-lhe atrib11ído o Prémio Nobel de Medi- cimt, o Prof. Egas lvfoniz. encheu de jâbilo todos os port11g11eses e colocou nos píncaros da glória o 110111e de Portugal. O "ome do il11sLre português, muito tempo que tinha passad o - respeitosame11te - as frontei- ras. Os seus trabalh os muito qi1e se tornarain conhecidos e altamente apreciadcs pelas f1-iai_s desta- cadas entidades cientificas mimdiais. O Prémio Nobel é a conseq11ê11cia lógica da justiça. O facto - nunca sendo demais enaltecê-lo - não tiecessitd de comentá rios exte"sos, pois factos, mere- cidos e justos têm ju lg amento s11mário. . «A NEVE » - ct1jo director fet parte do último curso do Iltutre Professor sente-se feli t. em felicitar. o eminente sábio e sente-se honrada em lhe dit.er q11e na honra e na alegria de Portugal vai a honra e a , alegria . de Loriga..

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Page 1: ainda n·ão tem uma fontegentesdeloriga.wdfiles.com/local--files/jornal-a-neve... · 2014-03-23 · Os homens, quando não procuram meios mais fu. Voráveis de vida longe da sua

ANO 1

POR TUDO

E POR

TODOS

EDITOR: Josê Luís d& Pina - LORIGA

Loriga - Novembro de 1949

.. ·.\·~l~f ~;t~jjf it

, ........ ,,~)~1~~11~. D!RECTOR E PROPRIETARIO:' Dr. Celas leitão Bastos

R. Morquês da Fronteira, 84·1.0 - Lisboa i f

N.0 9

A BEM DE

LORIGA E DA -REGlAO

REDACTOR: Enq. Emílio Leitão Paulo LORIGA

ADMINlSTRADOR: Armando Lsi!ão - LORIGA COM?. E IMPRESSO: . União Grálica• - R. Santa Mc:rla, (8-Lisboa

?~:.:--._~~:., ... '*: í~. -~,.-

L. .. ... .

ainda n·ão tem uma fonte

nem estrada VISTA PARCIA L DA ALDE I A

Conheceis a Barriosa? - É uma aldeia de cor morena, carminada pela

rocha terrosa dos férteis terrenos que a circundam e lhe dão o nome.

Sumida nas pregas dos contrafortes .ocidentais da Serra da Estrela, reclina-se esta povoação sobre a pla­nura de um pequeno cerro, qual «serrana bela» que olha o enamorado com semblante simultâneamente risonho e melancólico.

Recebe-lhe as lágrimas do quotidiano carpir das suas desdi tas e infortúnios o pedregoso e torcicolado Rio Alvoco, que na Ponte das Três Entradas se mis­tura com o Rio Alva.

Barriosa é povoação muito antiga, a julgar pelas escavações que lhe ficam junto e que «a tradição» dá como feitas pelos Mo\lros. Não falta mesmo entre os seus habitantes, em quem podem ser pbs:rvados ca; racteres rácicos dos antigos povos, a lenda mgénua de que numa pequena gruta ali existente vive cn6nta­da há milénios uma apaixonada serva do Alcorão.

O cásario, em si. é triste - como tristes sio todas a~ alde.ias desta parte da Beira - porqúe o xisto das suas construções cobertas de ardósea lascada lhe dá o aspecto cinzento, próximo da cor do luto.

Mas os montes que a rodeiam, e lhe ficam perto, deslumbram-nos os olhos com o nutizado das suas cores, ppr· entre as quais - ali e 'além - se desta­cam .as ~re?es alvinitentes d~ uma capelinha onde, no d ia propno, todo o povo vai em religiosa romagem de louvor e de prece agradecida.

A sua gente é rude e apática, mas as almas são francas e os corações hospiroleiros. Na lareira domés­tica, com a pilheira np topo e a mesa suspensa en· costada à parede lateral, há sempre lu.gar para quem chega ou vai passando. No ;içafate existe um pedaço de pão para mitigar a fome ao pedinte infeliz e can­sado e, nos pipos arcados, de castanho, só tarde se esgota o «bom roxoii , que generosamente ref:esca os l;ibios dos sequiosos de corpo e devotos àe Sao Mar-ti"ho.

As mulheres tratam da vida da casa: cozinham, la­vam, remendam e ajudam os varões nalguns misteres agrícolas.

Os homens, quando não procuram meios mais fu. Voráveis de vida longe da sua terra natal, entregam• -se exclusivamente aos rudes trabalhos do campo, re­volvendo as leiras humosas espreguiçadas pelas en­costas escorregadias ou adormecidas no fundo dos va-

les abruptos, por entre os meandros da água sussur­rante, fazendo-as desentranhar em milho, batatas e s.i.borosos legumes.

A mocidade é folgazã ;.proveita as tardes dos do­mingos e dias santos para se divertir em bailaricos po· pulnres e folclóricos. Isso não impede que, ao toque das <eAve-Marias)) , todos se descubram respeitosamen­te e ciciem as orações. findo o que cada um recolhe a spas casas. Gente crente q-.1e há muitos :mos ergueu uma pequenina capela onde antigamente se celebra• Vôl d iàriamente o Santo Sacrifício da Missa. Hoje. po­rém, para cumprir este Mandamento e assistir a ou­tros actos do culto d ivino, ou para enterrar os seus Mor los, a . população de Barriosa vê-se forçada a p;iJ, milhar perto de uma dezena de quilómetros (ida e volta) através de ci.minhos escorregadios no inverno e excessivamente poeirentos na época das secas. Por isso, duas das aspirações deste povo são: a edificação de um templo suficientemente amplo para albergar umas centenas de pessoas, e a construção de um ce­!Jlitério onde possa dar sepultura aos seus entes que• ridos. ·

• o!< * Pela povoação de Barriosa passava antigamente

uma das antigas estradas que ligavam a Covilhã com

0 Centro do País e pela qual viajavam brasonados fi. dalgos, montados em fogosos corcéis, e desfilavam caravanas de almocreves com os seus machos carrega-dos dos mais variados produtos. ·

Uns e outros ali tinham a sua hospedaria. . Em nossos dias, a utilização da viação acelerada

desviou o curso dos transportes e facilitou os meios de comunicação, e Barriosa perdeu muito da sua in1-portância económica e viu fa~tar-lhe uma das molas reais do seu futuro desenvolvimento. .

O seu p_ovo, aman~o a in~tr~ção, não descansou enquanto não consegum a cn~~ª? de uma escola. e levantamento do respectivo edif1c10 escolar. Tudo ts• to, porém. se deve à iniciativa particular. ·

Há poucos anos - e contra o representado pela Junta de Freguesia - fo~am ~elhorados e aumenta­dos os serviços de Correio locais. O seu posto passou à receber e expedir encomendas e valores declarados e foi antecipada de um dia a recepç:ão, ali de qualquer correspondência. Tem já,"também, a promessa de ins• talação de um posto telefónic~ público. Podemos até informar de que só as disposições do decreto 37.2~ vieram atrasar a sua montagem. Esperamos. todavm.

que num futuro próximo a Administração Geral dos Correios possa encontrar uma solução conciliatória dos seus legítimos interesses e da justiça que é devida às populações pobres e abandonadas, como esta.

Não tem Barriosa, ainda, uma fonte! A gente des• t1 terra é obrigada a beber a água que corre num re­go conspurcado por vários detritos, quando não t~m mesmo de utilizar a linfa op.-ilina que corre na ribei­ra. ~ certo que a Junta d:i Freguesia procura, há mais de um ano, captar uma nascente de água potável que satisfaça às necessidades da população. Não o conse­guiu ainda. Compete à· «Técnicrn averiguar d;is ra• zões do insucç_sso e m;:irc."\r outras soluções mais ade· quadas, sem prejuízo da lavpura, já de si tão pobre e sobrecarregada.

Mais. Barriosa espera e confia que o Estado e a Câmara Municipal lhe proporcionem e concedam Oll•

tros melhoramentos. São eles: - A conclusão da estrada n.0 230; a Construção

d~ uma ponte que ligue os caminhos para a sede do concelho e para esta vila, e dê seguro acesso aos moí­nhos e lagar de azeite; reparação das calçadas da po­voação e da estrada carreteir.t para Vide; e bertura de outros caminhos para as povoações circunvizinhas.

Quando chegará ;i hora destas re.tlizações? Que responda quem de direito possa fazê-lo.

Prof. Doutor Egas Moniz Ao ser-lhe atrib11ído o Prémio Nobel de Medi­

cimt, o Prof. Egas lvfoniz. encheu de jâbilo todos os port11g11eses e colocou nos píncaros da glória o 110111e

de Portugal. O "ome do il11sLre português, já há muito tempo

que tinha passado - respeitosame11te - as frontei­ras. Os seus trabalhos há já muito qi1e se tornarain conhecidos e altamente apreciadcs pelas f1-iai_s desta­cadas entidades cientificas mimdiais. O Prémio Nobel é a conseq11ê11cia lógica da justiça.

O facto - nunca sendo demais enaltecê-lo - não tiecessitd de comentários exte"sos, pois factos, mere­cidos e justos têm julgamento s11mário. .

«A NEVE» - ct1jo director fet parte do último curso do Iltutre Professor sente-se felit. em felicitar. o eminente sábio e sente-se honrada em lhe dit.er q11e na honra e na alegria de Portugal vai a honra e a

, alegria . de Loriga..

Page 2: ainda n·ão tem uma fontegentesdeloriga.wdfiles.com/local--files/jornal-a-neve... · 2014-03-23 · Os homens, quando não procuram meios mais fu. Voráveis de vida longe da sua

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EL BAPnZADOS - Na Igreja Paroquial for.am bap~iza·

elas os -seguintes crianças: Aàclino. filho de José Pmto Abranches e de Aurora Anhmcs de Moura; Maria de Lour· des, filha de Joaquim Gouveia Gri1o e de ·Isaura Pinto de Moura: Carlos Augusto, filho de ·Joaquim das Santos e de Moura; Carlos Augusto, filho de Joaquim Gomes Aparkio e de Jülia d~ Silva Ferre.ir•; Álvaro, filho de Joaquim dos Santos e de Laurinda Marques M·:ininho; José. filho de Carlos de ·Brito Lourenço e oe · MariJ dos Anjos Mendes de jesus: Fernando, filho de Mário Marques ·Pereira ~ de Mar ia da Ascenção Máxima Marques: ·M:iria da Conce1çào. füha de António Gouveia Figueiredo e de Am51ia de Jesus Mendes: ·Amónio, filho de António Mour.a Ambrósio e de Mui;i T eresa Pereira; José, .filho de João •Dinis Pereira e. de Adélia de 1e.sus Pinheiro; Maria Amélia. !ilha de Francisco -Pinto de Jesus e de Maria dos Anjos Pinto de Je.sus; Maria Jsabel. filha de José dos Santos Moura e de Mari.11 do Cirmo Mendes de Pina: Jo.sé Mário. filho de •Mário Gomes de AI· meida e de M:tri;i da :Purificação Natividade. Pereira; Maria de Lourdes, filha de Abílio Luís Ram;ilho e de Mari11 do 'P'llroclnio de •Srito Miguel: António Ga·briel, fi lho de An· . tónio Nloura ·Pina e de Laura Lopes Lourenço e Carlos, .filho de José "Francisco e de Maria .da Asce.nção de Jesus.

A NEVE

vo L IA • No q 11adro de agrcg.ados dos professores do Magis:ério

Pri.-nário ingressaram as Ex.""" P rofessoras. Senhor aos D. Maria S<tra de ·Almeida SimÕe·s e o_ Maria Gomes Leal L. .Paulo, que fie.iram ·presiando serviço IlrJS escolas de Loriga, em serviço de desdobramento.

Às nóveis professoras. as nossas fclidtaçõcs e sinceros vo;os de vida escolar ,plena dos melhores êxitos.

NOTICIAS 1DIV.ERSAS - No passado mês de Outu· bro, no Salão Parcquial, realizaram-se duas récitas, levadas .1 efeito pela juventude Opcrá~ia Católica ·Feminina.

Causou entre a assistência a melhor impressão a ma• neira como dccorren1m ambas as sessões.

Está de par~béns esta simpática organização, q µe fins altruist.-is se .propõe, na elevação material e moral dn~ su~s companhci=as de r. rab.llho.

• Com classifiC.1ção honrosa. concluiu o curso comercial no ·Porto, o jovem estudante António de P ina Leal.

As nossas fo liciiações ~ veios de êxitos .furnros no de· cui:-so dos novos cst11dos que vai seguir .

• As nossas ·felicitações. ' CASAMEiNTOS: - - Na Igreja Paroquial celebrou-se o

õ.uamenio do sr . Hilário de J~sus e Filomena Mendes. de ~csus.

A Oircc~ão do Grnpo Desportivo Loriguense, n:i ansr~ · de embrenhar .._que.la colectivi6;.de na prática salutar do desporto, procedeu à aquisi~ão dum terreno para a cons• trução ·dum campo de jogos.

Aos noivo-s as nossas felicitações. ô&ITOS: - .faleceram ne.sta localidade fernõtndo Gon•

çalvc.s Ferreira, filho de. iosé Gomes Ferreira e de Maria do Carmo Gonç3lves; 1osé ·Mendes de .Bri:o, filho de Carlos de Brito Lourenço e de M.1ria dos Anjos Mendes de Jesus; ·Luci.~no de Jcs\IS -Ferreira, filho .de !Ed,..rdo de fesus Fer­reir.1 e An161üo Dinis de .Moura, filho d e José Moura Galvão Jtinior e de Maria do Carmo D inis de Mour;i.

Que não esmoreçam no seu justi ficado entusiasmo, são os nossos votos.

JUVENTUDE OPERÁRIA CATóLICA

• No dia de Cristo Rei realizou-se no Salão paro·

•• • • - Encontrõl•Se doente o nosso estimado amigo sr. João

Mendes Cabral, a quem desejamos r:ípido res1abelecimen10.

• quial desta freguesia uma Sessão Solene presidida pe­lo Rev. Pároco Arcipreste António Roque Prata que deu posse aos novos dirigentes das diferentes Secções · da Organização das Juventudes Católicas.

CENTRO DE ·ASSISTiBNClA SOCIAL - A Comissão Admin1st r.ltiva do Centro de Assistência Social cominu3 empenhada nos seus trabaihos, procedendo as necessárias de~ marches para que em Janeiro .próximo comecemos a dcs• frutar os salutares efeitos, que 'estn importan;e obra ·pro· porcionara aos ntcessiudos àa nossa terra.

NOMEAÇÕES - No quadro geral dos .professores do Magi.iério ·Prim:lrio ingressaram <1S Ex_m~• ll>rofessoras Se­nhor;is D. llídia Nunes de .Pinia e D. Filomena Nunes de P ina, que foram nomeadas respectivanicntc .p;1ra as escolas de Vasco Esteves e Carvalhal da Louça.

Usaram da palavra alguns jovens operários. pondo nela tanto calor e convicção que deixaram bem patcn­t~ a· todos, os elevados propósitos de que estão anima­dos e o sentimento nobre que os orienta num mundo turvado de dúvidas e embebido de ideias subversivas e demolidoras.

E consolador verificar já os resulr,1dos práticos du­ma ideia nobre que vem conq11istando o mundo para glória de Deus e exaltação dos homens.

-----"'-------.--.,_ .......... ,----~---.... --·r--~ ....... ":""--.:'-~

tOlééio DR. SIMÕES PEREIRA \

l l l ' l

SEIA

E urso fierat dos Liceus • Estão abertas as matrículas.

Dá inlormaçües : DR. 1ose NUNES PEREIRA - Telet. S9 e 47-SEIA Resultados obtidos pelos alunos propostos a exame no

corrente ano: 2.º ANO DO LICEU

1 - Ed ite da Silva Neves - S. Romão 2 - Fernando Mota Veiga - Seia . .. 3 - Horácio Miranda - Seia .. . . . . . . . . ., 4 - João Luís Frade Sousa Comes- Lisboa ... 5 - Maria Emília Frias de Oliveira Martins - Seia 6 - Maria Fernanda Gonça lves dos Santos - Seia 7 - Maria · Marques da Çruz - Sabuguei ro ... 8 - Sisnando Conceição Oliveira da Silva- S.

Romão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . · · · ·. · · · · · ·· · ·

1·-António · da Mota Veiga Casal Simões de Pina - Sandomi 1 .. • .. • .. : • • • • .. • .. • ••

2 -António Pedro ~aptista Ribeiro da Silva -S. Roma~º . . . . . . . . . . . . . . ..

3 - Isabel Maria Mendes Saraiva - Seia . . . . . . 4 -João Melo Dias Mota Veiga - Seia ·-·· ... · ... 5 - Jorge Cardoso Marques d.os Santos - Seia 6 - Maria Lucinaa Costa Ferreira - Folhadosa · 7 -. - Manuel dos Reis Fonseca - S. Romão

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8 - Jorge da Costa Santos - Quintela . . . . . . 9-:- Maria Zelia Sena Mendes Liz - Seia . .. 10 ))

N. B. - Não ficou reprovado nenhum a exame.

dos alunos propostos

~

NOVEMBRO - 1949

gieôtaõ A insídia e a intriga são os vocábulos reinantes

no mundo da ignomínia. O insiador e o intriguista, seres atávicos daquele

mundo indesejável, espalham sob prazenteiro disfar~ ce. a desarmonia e a desagregação dos povos, apr~· sentando a face da amizade para gerar o ódio, inst• nuando a concilia para estigmatizar a discórdia •. no

'o.boleiro da confusão em que se comprazem. Instalam-se nos loc.1is de reunião, nos clubes, nos

c.ifés e mesmo no seio das famílias. jogando corn a idolatria e com a tr.:iição.

Cobardes por índole. não atacam de frente. Pre' ferem a surdina, o ataque pelas costas, mais "pôr pa}avras que por armas, mas também por palavras que provocam armas. E gerado o combate, tr.:imada

· a infâmia, afastam-se da )iça para saborear, com vc; lírpia selvática, a 'agonia em que se debatem dois amigos queridos ou as f~mílias que o seu báál0

infecto separou. . A guerra surda, o escândalo. o corte de refaçõeS•

é o corolário da sua perfídia. Armam-se então. corn propó~itos conciliantes e inocentes, em arautos de' fe~ores do apaziguamento. Mas, por doença con' gémta, de . cada palavra brota. ao invés. o e.stigtna de novos rumores e novas querei~.

Esta fauna miserável, que rasteja jmpunementc no agregado social, insinuando e persuadindo para convencer melhor, alimenta-se, por singular para' doxo, de boa-fé e da nobreza de alma das suas ví' timas. Por isso, um empreendimento, uma inicia' ti'!a; uma realização de interesse público, tem setll' pre o ferrete d.estes caluniadores.

Há que repelir e denunciar este conluio de a' balas, lan~and?·Os na larn_a do se,u opróprio-

Seres mfenores na Sociedade, e que por isso meS' mo a incomodam, temos que combater, não propria· mente eles .- simples doentes mentais - mas o mal ql!e provocam.

O ·seu atavismo não chega porém para nos vell' :::er porque :::onhecemos os seus pro:cssos. Cresce' ram e pulularam no nosso meio e. porque ain9'3· existem. continuemos a lutar para que a acção ven~ a indiferença. o progresso o retrocesso e a harmO' nia a discórdia.

As realizações a que . Loriga está assistindo, Centro de Assistência, Esgotos, Bairro Oper:ário. O jornal - O jornal que segue sem tergiversar 0 seu caminho honrado - vem demonstrar-nos que deve' mos continuar à.lena e a trabalhar sem descan~º para que não se multipliquem esses <>ermes da Íll' sídia e da intriga que durante tantos "'anos entrava' ram o progresso "da nossa terra.

· ICEBERG

Belém do Pará No extremo norte do Brasil imenso, ergue-se, co•

mo Padrão eterno da singular bravura, denodo e co­ragem da raca Lus.i, a Cidade de Santa Maria de Bdém do Pari.

Centro · progressivo e próspero, situado na ro~r' gém direita e quase na foz do colossal «Amazonas>)• possui um ótimo porto fluvial onde podem ancorar navios de grande tonelagem.

Belém é sem dúvida uma, cidade do futuro pela sua previlegiada situação ~eográfica numa .das regi~es mais ricas do mundo. Existem no seu sub-solo alern do petróleo que recentes pesquizas confirmaram. otv ro, diamantes, estanho e outros minérios. A sua floi? de madeiras preciosas e o seu solo fertilíssimo. fart6

desta região futuramente. o celeiro do Mundo. A s~ · importância aumenta d ia · a dia, sendo já hoje pãotO obrigatório de carreiras internacionais de navegaçí0

aérea. ~A -Cidade possui belos jardins e bem delineada5

avenidas quase todas arborizadas de copadas mal1' gueiras a formar extensos túneis de verdura que ll

tornam encantadora. Possui um belíssimo teatro _.. Teatro de Paz - e bons hotéis. Embora não haja t~' rismo organizado já é muito visitada por estrangel' ros, atraídos pela sua magestosa flora e interessaot( ~~ .

Foi aqui o ponto de partida para as incursõ~,.ª imensa floresta · Amazónica, que. punhados d.e hero!S portugueses, como Pedro· Teixeira. conquistaratn e desbravaram, num gigantesco esforÇo de coloniz.adO,' res. espalhando pelo vastíssimo território vilas ~ ~­dades que constituem páginas vivas da nossa histór~· a falar de Portugal: Bragança. Soure. Salvaterra. Sall'

. · (Continua na póç. $<!qllb:tte)

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NOVEMBRO - 1949 A NEVE 3

..

. . .

..

Belém do Pará Ç Continuação da pág. 2)

taré.m, Chaves, Óbidos, Alenquer, Portel e Monte­. -Alegre.

. . . · t· . •

/

. · . ! ( .· ·.· ! • l· . ! ..

i- .

• QUE O LEITE, sendo o mais completo alimento de que o ho­mem pode dispôr, dada a sua composição, toma-se um ALI­MENTO BARATO, ,sendo em valor a~imentar um litro de leite aproximadamente igual a:

400 gramas de carne de vaca; 10 ovos:

6oci gramas de· carne de galinha; Jooo gramas de linguado;

1500 ·gÍamas de bacalhau.

• QUE SE· CONCLUIU de numerosas experiências tetia;s. em vá­rios· países em crianças e rapazes em idade escolar, destinadas a comprovarem o valor 1riutritivo do leite, desempenhar este p'n:cioso. alimento não só, um importante papel rui d c!fesa contra certãs doenças mas também, o de contrabalançar regimes alimen­tares deficientes e ainda o de aumentar o valor nutritivo _dos alimentos com que se associa, dadas as suas vailiosas substâncias de composição.

• QUE i! ·BAIXA. em relação à grande maioria dos paÍ'Ses, a· ca­.pitação do leite entre nós, tornando-se absolutamente ~ecessário. por importante e vantajoSíssimo alimento qu~ para a espécie

.:hu=a .. representa, um aumento da sua produção e consumo. . . CONSU1MO !DE LEITE-' ,POR CABEÇA E :POR DIA:

.PORTUGAL ........ . 0,85 (litros) 0,85 (litros) o.S n

·LISBOA ... o,o68 '(Jitro.s) DINAMARCA ........ . SUECIA ... .... .. SUfÇA .......... .. !NORUEGA ..... . A1LE·MANHA ... .' .. . ' CANADA ... .... .. E. U. AM~RICA .. . HOLANDA ... : .. ÁUSTRiA .'.~ - ..... . FRANÇA .... .... . INGLATERRA ITÁLIA .... . .

PORTUGAL ....... . . .

o,8 · 1>

o.~ » . 0;67 ))"

. . .

o,fu » 0.57 .>J. o,53 )) 0,36 )) 0-32 ))

0'31 >Y

o,I »

... .. .

•LISBOA o.o68. (litros)

IPORTO 0,04 )) .

Como re vê embora não actualizados estes dados estatíisticos, . . . fica-se com uma ideia do muito que há a fazer em !face do muito po~co que, neste campo; se há realizacki.

t.

. ;

te qu.e.\e.\ cle,.a,i1 ·Terra Natal l

por OLGA

Não quero mais amar-te, Não quero amar-te mais;, E qua'! já 46~a.--te Por te querer demais .. . Mai' nesta pr~ie louca . Que reza a minha boca,· Esta fuga tradut. . Que sou qual mariposa Qi1e se prende14 à luz Como o aróma à rosa ...

Somente agora chegaram às minhas mãos alguns ·exemplares do já tão falado jornaJ · c<A NEVE», e confesso que ao'Contemplá-lo e ao mergulhar na s!Ja leitura, senti grande ·C!rgulho, pois. como Joriguen­se que sou, amo a minha terra, esse torrão longín­quo que é Loriga, esse rinci~ tão lindo emoldurado pelas penhas hermíneas! E como eu, todos os lori­gúen$es residentes aqui em Belém d? Pará, vibra· ram de entusiasmo ao ter conhecimento da existên­cia da «A NEVBl>, e com razão, pois ela é, e Sljrá sempre, ~efensora do bem ~ progresso de «Loriga e . da Região». . ·. .

No local onde primitivamente foi fundada a ci­dade existem ainda a Sé Catedral e uma fortaleza construídàs _por portugueses.

Entre a Avenida Portuga), onde existe um obe­lisco à memória de Caldeira Castelo Branco, fundador d;i cidade, a Travessa Marquez de Pombal há uma doca para pequenas embarcações denominada c<Ver-o, -Peso» que constitui sem dúvida um dos asp&tos mais curiosos da cidade.. Aqui aportam diàrjamente um sem número de canôas que com as suas velas mul­ticores dão ao )ocal um colorido festivo.

Pertencendo em grande parte a comerciantes por, tugueses, espalhados pelos diversos municípios, do interio~ do Estado, vêem-se-Jhe pintados nos cascos em h;fras .garridas os nomes mais interessantes:

«Nossa Senhora de Fátima», · Rio Tejo. Salazar. Deus-te-Guie, Sarmento de Beires, Boa Viagem etc.

Aqui existe uma numerosa colónia de portugueses entregues aos ·mais diversos misteres. Trabálhadores honestos e de iniciativa decidida, aqui se dedicam e aqui ficam presos por interesses materiais e por laços familiares, amando esta terra hospitaleira, sem contu­do esquecerem a aldeia distante que lhes serviu de berço. E assim se _lhes perguntardes se têm saudades da terra natal. como muito bem disse Albino Forjaz - uSe Vós não responderem, é porque choram ,,.

Entre essa cõlón.ia contam-se centenas de lori­guenses que possuem uma ·associação denominada ((Centro Loriguense, onde à noite, depois do árduo trabalho cotidiano, vão retemperar o espírito, recor• dar coisas da terra, falar dos tempos da meninice e das travessuras que os cabelos brancos não conseguem· fazer olvidar: As partidas da escola, os banhos no Po­ço dae Courelas, as brincadeiras na Fonte do Mouro~ etc., são motivos duma mocidade bem distante mas não raras vezes, bem recordados.

Todos os anos, a colónia loriguense do Par:Í, acompanha espiritualmente, as grandes festas da Vi-la - Nossa Senhora da Guia - mandando rezar uma missa com sermão, promovendo à noite, na Sede do ' Centro. um sarau, onde as famílias se reunem.

J. e ..

, «Ã NEVE» em Lisboa Nn Maternidade Alfredo da Cost~. deu à luz um in­

dividuo do sexo m.,.sculino, a nossa conterrânea Gracinda dos Santos Ga nhão.

Sinceras áelicitaçõ~. - Estiveram entre nós os nossos con1urâneos Abílio

Luís Doane ~ina .com a sua digníssima e.s.posa, e António Ca_rdoso de Moura, a quc.m apresentwlios os nossos cum­primentos.

- Reina e.m Lisbo.i, na colónia loriguense, ambiente de grande compreensão e expect21iva quanto às obras em êurso na nossa ~erra. IA :iiegri:i. dos nossos conterrSneos, afasr.idos da ·sua lerra na luta .pela Vida, mas sempre uni­dos a Ela .p.elo e.oração é legftima e compreensível.

.- :Pa~uu .para ~naus acompanhado de sua esposa, o nosso -bom amigo e conterrâneo Erm1io Mendes dos Re.is que após _36 anos de :)lCrmanêncin naquela cidadí:, sentind~ a nostalgia d~ ~ua tcru cá :veio ip.usar alauns meses. V o­tos de boa -viagem e breve regruso .

: E se hoje te:'.·dei~ar ' · ·• " · · Dit.eiulo-te ~entiras... . · Fingindo não té '"afnár... .

, Que saudades me ·atiras .. De ti, do nosso amor, · · Dos beijos, o calor E como hei-de esqueêer Tua alma iinpaciente Se te vou desprender

Louvo a 'iniciativa e a abnegação dos seus fun­dadores, que não mediram sacrifíci!)s, e de corpo e

' alma se entregaram a tão ár4ua urefa. Esse punha­do de rapazes, jovens empreendedores. merecem to• do o apoio e colaboraHO de todos os bons Joriguen~ .. ses, no seu af.anoso trabalho_ pelo engrandecimento da terra que nos servi\1 de berço.

Saí de Loriga muito criança, porém nunca es­queci minha terra natal, e é com grande prazer que

·recebo notícias · como esta: «surgiu um JornaJ em Loriga>>. Sim, porque a boa imprensa é a porta aber;

•Na ~entra~ .E~~rica do Sabugueiro, o pessoal da Em~ rpr~s.a Jt:fidr<>-<Ele~nca d,, Serra da Estrela, iprestoo uma si­gn1f1cat1va homenage~ ao Administrador e principal fun­dador da<Juel~ organismo, Sr. António Marques da SilVll,. em que se fizeram t~r~ntar Sua Ex.ª o Sr. Presidente. da R~blica, o Governo e o Sr. Ministro da Economia,. e à .q.ual. se associ_ar.am os · Srs. PresidentC.S i:!as Câmaras.

·M umc1patS" da Covilhã e de Seia e "outr;.s individualidades de destaque.

Usaram da palavra os rcpresen1antC5 da autorid~de e chefes de serviços da !Empresa, .salientando os benefícios qul. da -grandé ·obra de utilização dias águas da Serra da Estrela, .concr>bida e iniciada apelo homenageado, resulta rpa• ra o .País, e .pondo e mevidência o espírito de iniciativa, 'Yontaâe ·persistente e capacidade empreendedor.a do Sr. Marques da Silva, a quem <p0r :fim .prestam também a .sua.

Da minha· mão t.remente ... .. . .. •"' '

Não tenho confiança No teu amor fugai.,

. E nem ,quero ter esperan,fá . .

. Porq14e me rouba a paz. ·(Pf'efiro lioje esqüecer-te, -Do qt1e amanhã peyder-te ... ) · Não quero mais amar~te, Não quero amar-te mais E que-ro já deixar-te ·. Por te querer demais .. .

:.ti par.a o · progresso, é '.fonte de ensino e cultura, é caminho para a civiliz:aÇão. , ... . Na . qualidade de loriguetise e de fun_cionário do

Consuládo de Portugal .·no Pará, envio os meus sin; · ce~os parabéns aos arrojados fundad~res da .ccA NE­

VE», e desejo ver coroados -<,le pleno êxito todos os seus esforços, no sentld~ de elevar Loriga a um mais alto grau de progressp e pr~speridade, através das . colunas do digno jorna! «A NEVE». ·

LúCJA ALVES BRITO

homerugem. • Por último o Sr. Marques da Silva agradeceu a hom.;,

nagem, não se -e.squecendo dos seu.s prestimo.so~ colabom­dore.s, muitos dos quais estavam ali presentes, termin'Uldo a Festa com muitos 'Vivas ao homenageado e a todos que com ele têm contnl>uido ~~Ta a prosperidade da Nação. .

VISADO PELA COMISSÃO DE CENSURA

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NOVEMBRO 1949 A NEVE s

Problemas demográficos ln~~~i!~~c!~ . !""ºº~~~~~~~ de esperan~, co:neçou a escalar-se a montanha, na pesqui~ de pedras. barroc.is e silvados. Os poden­gos agitam-se, farejam com sofreguidão, latem e em correrias loucas, saltam ravinas, desaparecem por en­tre tojos é Llrguciras e voltam com o mesmo entu­siasmo. circundando uns, cm movimento incessante, uma enorme pedra, enquanto outros. cscarvando desesperadamente, pretendem alui-la até que apa­reça o tesoiro que sob eh se esconde. Os caçadores correm batendo pesadamente o chão com as botifor­ras brochadas. Dão uma olhadela à cov<1 e mordem o beiço ... f inútil. O coelho que passa:a a noite. comendo, em volt.1 da cova, recolhera-se, a tempo. na sua fortaleza . Lá dentro devia sentir o alvoroço de fora. o perigo de aparecer e a segurança instin­t1 va.

Por JOAQUIM LEITÃO

Vamos tratar, -embora resumidamente, o estudo da popLtlação de Loriga, olh;indo sobretudo à nata• lidade. mortalidade e nupci;ildade, fazendo ~obre ca­da um dos pontos as considerações que julgar opor­tunas.

CIFRA DA 1POPVLAÇÃO - O primeiro aspec­to a considerar é o da ·sua cifra ou ·grandeza. Esta depende da fecund idade e da mortalidade, dois fac­tores diversos -que exercem uma função -desigual.

•Nos a•nos anteriores a partir do último censo. os .números registados para Loriga !foram os seguintes:

:t.548 2.560 2.622

1940 ... ... ........ . 1941 . .. .. . .. . 1942 .. . 1943 ... :i..702

2.;64 2.814 2.866

1944 .. . 1945 .. . 1946 .. .

2.94 1 3.010

1947 .. . 19.18 ...

... ... .. .

Vemos pois que o aumento de 80 habitantes en­tre 1942-1943, .foi o maior verificado enquanto que entre 1940-1941 ·se registou o menor, 12.

NUPCIALIDAIOE - A nupcialidade exprime o número de casamentos em cada ano cm relação ao número de habitantes. Em 1Portugal ·há 6,04 casa­mentos por mil ha'bitantes ao passo que em ·f:ranç.1, há 7,07. Vejamos o que se passa em Loriga:

1940 .. . 194 r .. . 194:t .. . 1943 ..... . 1944 ..... . 1945 . .... . 1946 .. . 1947 ... 1948 .. . ...

. "

4,8 por mil habi1an1,s 4.7

13.7 10.3 . 6,1) 6.i

11.5 6,1 8.3

Média ... ... 8.o~

o, nú1m:ros são elucidativos. Os seus efeitos en­cqntrá-los-emos mais adiante ...

NA T ALIDA!DE -· Apreciemos os números e .fa, remos depois os comentários:

N.odo-vivos Nado-mortos Taxa de NataHdade 1940 90 3 35 por mil hab. 194' t08 r 42 1941 110 6 42 1943 1944 1945 1946 1917 1948

124 ' ~ 45 Ir7 3 44 115 ! 41 I.IO 3 38 122 2 '11 108 3 36 ..

Em 1940 a taxa de natalidade foi : 26,5 em ·Portugal 27,8 em irália 16 na Alemanha 21,7 em ·Inglaterra

Média ... 40,4

e menos de 20 cm treze países da Europa. Em 1948 ela atingiu 29,04 .no nosso distrito.

A lei geral da actualidade é sem dí1vida o decrés­cimo da natalidade. Observa-se em tod~s os países qu'C ela ·tende a diminuir <:om o desenvoh,·imento do bem estar. da }nspiração e das jdeias democráticas. Loriga. contraria essa regra. Os números f alam por si, e nós ~ó temos a chamar a atenção dos nossos leitores para o quadro acima:

Como explicar esta elevada taxa de natalidade? P-ela elevada mortalidade in'fan til? Pelo facto de Lo­riga ser um meio essencialmente operário? Talvez

. q ue vários .factores contribuam para el;i, desde a na­tureza do meio à apavorante mortalidade.

:MQRT ALl·DA'DE - A , mortalidade é sempre um resultado que depende em especia·l dos f;i{;tores económcos e sociais. Excepcionalmente uma epide­mia ou uma guerra pode provoê.ar uma queda sen-10ível no total da população, por uma mortalidade excessiva.

'.Ela é função de muitas variáveis algumas das quais são evitáveis. ~ o que se. observa nos países ~e alta cultura, onde as questões de higiene públi­ca e da Assistência são tratadas convenientemente. Quanto m~ior é o grau de civ.ilização - illO ~entido kto da palavra ~quanto maior é a Assistência So-

eia!. quant.o mais consistente é a d iscip\ir.;i em ~odas as camadas sociais, menor é a mortalidade.

f regra geral que cm Portugal nas regiões _mon­tanhosas - onde a Assistência se -pode considerar nula - a mortalidade é e no rme chegando nessas re­giões a sua taxa a ser dupla da normalmente en­con trada em certos núcleos popubcionais.

Loriga in·fo]iztnentc serve de justificação a est;i anomalia.

Analisemos os números:

194º 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948

J ó bitos gerais

50 96 48 44 55 65 58 47 39

11 Mort. infontil

23 4) 23

25 33

lJ

Taxa 1 T:ixa .II 19 10

-~ :.1 .lo

18 9.5 16 i·í 20 10

23 14 20 8.7 14 8.6 13 8,9

NOTA: As Taxa 1 e Taxa 11 exprimem respec-tivamente a tax;i de mortalidade gera-! e in:fantil.

·Em Portugai, em r940 a taxa l era de 15,6 1Na Guarda (distrito) em 1946, ÍoL de 13,8 Tal como numa empresa bem organizada a ava­

liação periódica elo seu patrímónio é tarefa indis­·pensável a uma adminstração consciente. também para uma ·política demogr~fíca racional se torna im­presciJ1díve.l um balanço perióàico da sua si~aç.ão.

À prmeira vista em Loriga, onde o 53Jdo fisioló­g ico (diferença entre nascimentos e óbitos) se tem apresentad_o sempre positivo, não parece ser de :re­-:ear uma situação dcficitára do ponto de vista de­mográ·fico.

Se este número -resultar dum número de óbitos e de nascimentos tais que estes sejam · insuficientes para recomplcrar as cla.;ses cm idade de· reprodu­ção que ·se vão re.duzíndo por morte e cnvclhcci­mcnto é evidente que a população de Loriga atin­girá uma posição deficitária num curto espaço de tempo. Não estou por enquanto em condições, por carência de dados m;iis elucidativos do que os qt1e

. possuo, de fazer qualquer afirmação a respeito do ofuturo da nossa terra, so'b o ponto de vista demográ-fi co. Aparentemente apresenta-se muito carregado podendo no entanto os números dissipar as minhas conjectura.s. Oport1Jnamente abordaremos o assunto.

·Passemos agora ao estudo das: CAUSAS :DA .MORT A'LIDAIDE JNFANTIL

~M :l.:ORIGA - Não posso porque tam·bém não é minha intenção proceder a uma análise severa dé todas as <alisas que influem na mortalidade infantii da .nossa terra. Seria um qu;idro triste da ind~ferença com que .temos olhado os problemas que mais gra­ve.mente nos a'fectam.

Trataremos apenas das doenças para que mais de perto poderemos encontrar solução relativamente sa­ti~fatóri;i. Má confonn11ção congénita - pela boa ali­mentação da mãe; enterite - · pelo md:horamenro da higiene ~ condição técnica da alimentação da crian­ca; V11riola - pela propaganda da vacinação. ' V itimadas por má conf or111ação congénita .perece­ram nestes últimos 10 ano.; '15,85~{, das nossas crian­~s enqua'llto que pela enterite .foram vitimadas 27457'0 e pela varíola 3,26% .

Levando ainda cm linha de conta a nado morta­lid~de que· já pelo critério legal, já pelas relações ·be~ evidentes com as doenças congénitas, pode al­terar as percentagens acima referidas que passarão

d º ' d •. a ser e: 31.42 10 para as oenças congenitas; 25,37% para a enterite e 3i~ pa~ a var~o/a. '

Salientemos que num estudo rfe1to sobre as cau­sas de morte da população portuguesa encontramos

., ' O/ .para ;is doenç.1s congenitas 10,3 ;o·

(Continuaremos)

1 M p R E N s A

Gazeta de C~ntanhede IPasso·u mais um :miversário, este ·nosso colega

de impr-e.nsa a quem desejamos longa vida e muitas .prosperidades.

, Pertence. a um povo fraco, no dizer de Pascal, si: não estou em erro, mas faz a , sua moradia na penha. Não tem cimentos armados. mas o seu tecto é de rocha capaz de desafiar o mesmo tempo. Com qualidades de s.1pador distinto, o coelho atinge o.s profundezas da terra, faz bastas galerias, pondo, às vezes, em perigo cidades, como aconteceu, na anti­guidade. com Tarragona. Não tem elementos de corrupção e todavia retoiça ao sol e diverte-se nas noites de luar. Não tem bomba atómio, nem d iscos voadores, mas tem os seus castelos de ameias natu· rais e sem covardia tam bém luta valentemente com companheiros adversários e pouco elegantes, a pon­to del hes rasgar as orelhas e mazelar o corpo.

Avança-se pela serra acima. Um coelho! grita um companheiro. Movimento de caçadores e po­dengos, latidos e co:rerias. Todos disparam, mas o bicho ladino. furtando-se por entre matos e pedras, desaparece incólume.

Foram três tiros ineficazes e por Lsso três mara­vilhosas reticências. Intensifica-se a procura, aumcn­t'l a ansiedade. o movimento e o interesse. Tudo inútil. Era um bicho cheio de sorte.

O coelho é cada vez mais raro entre nós apesar de o nosso clima o favorecer e ele ser portentosa­mente prolífero. Na antiguidade era abundantíssimo. Os Fenícios, quando conheceram a nossa terra, nada os impressionou mais do que a abundância de coe­lhos e por isso chamaram à Península: terra de coelhos. L ittman faz derivar ;i palavra Hispania que aparece, pela primeira vez, nas fontes roman;is, refe­rentes à segunda guerra Púnica e ainda em Catão que combateu na Península. do fenício: I-shephan­-im, costa, ou ilha de coelhos e Bochart suspeita que seja fenícia, mas deriva-a do hebreu; sõphãn, coelho. Como quer que seja é absolutamente certo que no tempo dos romanos, sem falar noutros tem­pos, eram muiro ;ibundantcs os coelhos na Penín­sula e Adriano, escritor e orador dos melhores da sua época, imperador remano e de origem penin­sular. mandou cunhar moedas com a efígie do coe­lho, como símbolo da terra. C:itulo fala da «Cuni­culosa Çcltiberia». Deus nos livre que hoje se pudes­se dizer a mesma coisa. Ai da agricultura 1 Mas, enfim, era de esperar que o coelho, a peça cinegé­tica dos humildes, não rareasse tanto.

Apesar de tudo o nosso dia de caça. foi um dia alegre. ruidoso, desportivo com surpresas e emoção.

Cabe~o de S. Bento, 27 de O utubro de 1949.

à hora do crepúsculo,

P. da E.

AOS NOSSOS ASSINANTES

- Pede-se o especial favor a todos os nos­sos assinantes que ainda não liquidaram a sua assinatura , o favor de nos remeterem as im­portáncias referentes às mesmas, segundo a seguinte 'tabela :

Continente - Anual - 20$00 Semestral - l 0$00

Ultramar - Anual - 25$00 Estrangeiro - Anual - 30$00

As remessas podem ser fe itas em vale de correio para Armando Reis Leitão - Loriga, a f im de evitar despesas onerosas e escusadas. Desde já agradecemos a solicitude dos nossos presados leitores .

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6

POR TUOO

E POR

TOO OS

A NEVE

A BEM DE

LmUGA E DA

REGIÃO

LORIGA A CAMIHO DO PROGRESSO Três obras que

Centro de Assistência

No passado dia 2 de Outubro de~oc~m-se a iJ...o, riga com alguns vereadores .s~a -Excele~aa o Senh~r Presidente da Câmara Municipal de Seia, Dr. Anto­nio Melo -que veio conferir a posse. à Co".1-issão A~­ministrativa do Cntro de Ass1stênc1a Social, const1• luída pelos srs. !Dr. Carlos Leitão Bastos, Rev. A:c_i­prestc António Roque Abrantes Prata, Eng. Em1ito Leitão .Paulo e :José Luís de 'Pina.

À ses.são solene na siile da Junta de Freguesia de Loriga, assistiram muitas .pessoas de destaque, de Seia e Loriga, sendo grande a massa popular que num gesto de simpatia, assás compreemsivel, acor­reu a saudar a ilustre enticLlde municipal.

;Depois dos membros da Comissão terem presta­do o juramiento solene, o Ex."'º Secretário da Câ­mara procedeu à leitura do auto de posse, que :foi seguidamente assinado pela Comissão e t('.stemunha­do poi· alguns dos assistentes.

·Entrou no uso da palavra o Ex.m• Presidente da Junta, sr. Manuel -Gomes Leitão que saudou cor­dealmente o !Presidente do Município, congratulan­do-se pela primeira visita oficial de S. Ex.", pondo em relevo o elevado significado de que se revestia a Assi,stência S<icial em .Loriga.

Seguidamente o Rev. Arcipreste António Roque A·brantes Prata num impreviso cheio de entusiasmo disse:

.-Por motivo de justiça e gratidão desejo proferir duu brev$e .palavras. Primeiro como sacerdote saudo em S. Ex.• o Sr. Dr. Melo o cristão <:onvic:o e c.'tólico praticante, alma sincera, es.pírito sedento de vcrd.;de, a quem o Se­nhor na sua infinita ·bondade, iluminou um dia com os da­rões fulgentes da f'é iDivina, e, iporque S . . Ex.• é u:n ho­mem bom e um coração rccto, a sua vontade abraçou todas ;is consequências que 2 ad<>.siio integral à Fé impõe, numa atitude alta de dignid3de, num acto de desassombro elo­quente, exemplo e ca minho :para ~ontos.

Dc,pois como pároco de Loriga, quero ser ~ão só o re· presentante de Ocus junto do povo e do ·Povo iunro de Deu!>. mas também ne5ta hora, o fiel interprete dos scn· timtntos dos meus paroquianos 'JXlr:i com S. Ex.Q, teste• munhando-Jhe numa confissãe> :públic;i e espontânea a mais viva gratidão d;i. alma 1popubr.

. . . . . . .. . . . - . . . . . . . . . -. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. A ·p:i róquia é das maiores de todo o distrito, com um

movimento demográfico superior na maior par.te dos casos ao da..~ ·freguesias mais pe>pulares da Beira, mas t :imbém r. infeli?.mcntc, so&endo co:n amarga tristeza e choran• do desditos;imente a espantosa '.:nortialid;i.de infantil, que vitima anu;ilmeme um<1 média de 30 crianças, em idade in-ferior a 4 a.nos... ·

.Por último como cidadão e municipe, saudo em V. Ex.~. homem de bem, coração aberto e porta fr;inqu eada a todos os que precisam, onde todos os necessitados vão ba.:er, n;i certez.a de que .receberão generoso e gr.atuito aco­lhllllento, pois que n~o exercendÔ tanto como uma profis­são a sua clínica,. ma, sobretudo como uma nobre missão. ~ tal ponto que, ferindo embora u ~ua modéstia, publica­mente se .pode afirmar o que de todos é conhecido. mas que é ·iusto dizer-se: O DOUTOR MELO NÃO TEM OU NÃO USA ALGJBEIRA ... (Aplausos).

Or.:i, uma vez sentado na C<U:leira do .poder, dirigindo superiotmen1e os interesses do Concelho, S. Ex.Q é infafi. "'tlmente -na .vida .pública o mesmo c3rácter recto, orien­undo .sempre o:< .seus passos pelos sólidos 1prindpios ~~ f'e que vive, .proc1m1ndo sempre ôesin.tcressadamente servir " Bom Comum, independente de clientei.1s ou partidos, com l!ma visão d.ua dos :problem;i,s. que .procur;i rtsolver com inteira justiça e prudente critério. (Apl4usos). . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . . . . . . . . . . . . . ..

E a termitiar, acrescentou: Quero agora formular dois votos: Que a Assistência seja SemJ)re orientada pelos princí­.pios. cristãos, .pois. como se .provou à cface da H istória e da Rizão. .n~ oPOde existir Caridade ou Assistência Verda­deira sem a base fundamental e indispensável da Doutrina de Cristo; que apÓs a aberiura do Centro, surja. também como nuessáro complemento um ~trón:uo, uma aeche. um ji;.rdim infantii, confiando umbé.m ao coracão de S. Ex.ª o interesse .pelJ. criação da Casa do Povo em Loriga, .para que, est:ibcieccndo-.se comparação entre o operário e o agri­cultor, se não .possa afirmar que o Estado tem filhos e enteados ...

Jurei há :pouco, defender os princípios fun_da:nentais da ordem soái.1 e .política e.nabelécida na Constttutção - . os cPUros •Princípios d:\ primeira bora, que desejo ver realiza• dos até às ~uas últimas consequências - e não as intupo- . -lações e corrupções criminosamente introduzidas pela má fé de tantos hi.pócritas, que se servem .. . mas nã-o" Servem ...

..., sao

. , Ja factos três

O 'Dr. Carlos ·Leitão Bastos faz, relativo ;io acto, algumas considerações oportunas, em que destaca­mos especialmente:

M.:irca cst:i ccrimón:a um passo decisivo no iprogresso de Lorig~. . ... ••. . . . ·· r ••. •.. •. . .. . .•. , .. .. . .. . . . . .•. • .. • . . ••• •..

Loriga se.me-se honrada e feliz cm si;r V. Ex.•, a vir cimentar a primeira obra ,social do nosso jornal - cimen­ta-a um homem de carácter e de pal2vra. ( Aplausos). . .. . .. . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . - . . . . . . . . . ... . . . . . . . ..

QuAntO · à orgânica e funcionamento do Centro, conti­nuaremos. por ora, fiéis à nossa divisa «Falar pouco, .pro• ·curando realizar muit·o• .

O Sr. ·Eng. ·Emílio Leitão Paulo, faz algumas considera~ões sob o aspecto social dizendo entre ou­tras co:sas:

O pre>blcma da Assistência está absolutamente inte• grado na ética do Estado e dispensar-lhe toda a nossa boa-vontade e todo o nosso carinho é consol idar os princí­pios doutrinários que fundamentam a estru:ura duma ver· dadei"" revoluçlo social.

Não estamos est ranhos ios -problemas suscitados pelo descalabro material e moral dum mundo quase c:n ruínas.

·Não é desinteressadamente que ;icompanhamos a .tre· menda crise soci;.:iJ cm que o mundo se d ebate e nã·o d es­conhecemos os ·porfiados esforços que homens de boa von• ·cade envidam. ·j)Ara repor o mundo dum plano mais edifi­cante e mais ·humano.

o munco vive 3. hora que <pa!.sa de5oricntaáo .por jdéias antngónicas que se degladiam nas suas 'hases e negam .na sua essência, trazendo oo espíritos, lnesmo os mais esda­recidos, presos a desenganos, desconfiança s e incertezas.

... '.Nã~· p~d~~o~- ·~~i~i; ;;,diÊ~r~~~e .. ~o .. dc;.;,~~~~~~. d~~~ sociedade que aspir.> à Redenção. A ~o.ss:t Q-p:ltia .e olha­da com sat isfação ;pelos .nosso& adver~ar1os, que veem em oos seus fa:is co!abo:adores, qu:mdo lholados c,m torre. d_c marlim nos 'VOt:tmos ao comodismo mais grosseiro e cnm1-noso. (Aplausos). ·

Sem dúvida que hoje, mais do q~e nun°".' · ca~e~emos duma .profonda fé de ex:Ítlação, patriótica e. n_ac1onahsta •pa.• ·ra opormos à sua luta a nossa luta; mas seria uma clamar no deserto, se não fortalecessemos a.s n~ssas palavras de convicção sinéera com atitudes ., reahzaç~, ciue scrvin?o à elevação e dignifica.ção du:n povo, conrri bu1sse ~mbem pa~a nos impor ao ·resp~ito da.quele.s que, em antros se­cretos 6e riem da nossa ingenuidade.

O .problema é de . ~ssência cristã e só co'!' o reflexo da luz divina dos Evangelho.> ·poderemos olha•lo de freme com .a vontade ., .a inteligência galvanizada ·pelo exemplo sublime da obediência, da lut:i e do Amor• A l~ta ttavad2 invadiu 0 campo religioso e será _à s~mbra bendita da Crut que 0 mundo se remira e emanctpara da tutela sacrílega da ruína e do .deses.pero. . . .. . . . . . ' . . . . . . . . . !. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ._ . . . . .. . . . . . . . . . . ..

A Assitê.ncia . em Loriga é uma necessidade e ·passa a ser um focto. Queira a V• -Ex." que ela tome o maie>r in· c~emen!o e sir>va a ·todos que dela precisam.

Es.pe~nçadós e confiantes, a guardamos pois.

Em nome da Academia Universitária 1fa]ou o es­tudante de Ciências Económicas e Financeiras Joa­quim .Jorge Leitão, que cheio ele enttl'siasmo tece um hino de louvor à Obra que, diz, ·pelos éfeitos que dela se colherão marca a tremenda necessidade de se olhar por Ela com todo o· carinho e abnegação.

O Senhor [)r. •Nunes Pereira que .foi ;á ·Presi­dente do Município e nos <leu a honra da sua visita, .pronunciou tamhém algumas palavras em que deixou bem !frisada a quota-parte do seu esforço para que esta ,realização tão altruista tivesse o fim que legiti-. . mamente merecia.

'Por fim S. Ex ... o Sr. ·Dr. António Melo, vi.slvel­mente comovido agradece reconhecido todas as ma­nifestações que justamente lhe foram prestadas, co­mo testemunho sincero da nobreza e rectidão do seu caracter, isento de preconceitos e alheio a enredos, 3obrigando apenas os superiores interesses do Con­celho que sàbiamente di'rige.

·Felictia a nova geração de Loriga que se propõe tão nolbremente enveredar pelo camimho recto da paz e do .progresso.

Finda a cerimónia dirigiram-se ao ediifício onde está · instalado o Posto de Assistência que conta já com o material indispensável incluindo um aparelho de radioscopia.

NOVEMBRO - 1949

• Esta-ndo para breve o funcionamento do Centro

de Assistência Social seria ingratidão nossa não pres­tar pública ·homenagem aos homens que duma J]\<l'

neira decisiva contribuíram para tão grande be~ fício de que 'Passaremos a orgulhar-nos, rai o pai','-' que lhe está reservado •no futuro da r.ossa Terra.

Estando a proceder ao estudo da mortalidade in• fan til <ficamos deveras consternados ao constatar o número astronómcio de crianças que definham e morrem, vítimas inocentes da isenção perniciosa du­ma Assistência Social Jnfantil e Maternal.

Para o bstar a esta !falta imperdoável no nossC meio !!A N,EVE » compilando e coordenando todos os elementos propõe-se acabar com esta intolerável situação, envidando os seus melhores esforços para que depr~a se chegue a uma conclusão rápida e d~intiiva.

O ·benemérito e mosso saudoso amigo senhor~­nucl Gomes 'Leitão, indu·strial e trabalhador incansa' vel, a <Juem a indústria local deve muito do seu progress~ •não esquecendo a admiração e o respeito de que a pobreza é credora, deixou à sua morte utna casa que destinou a fins de assistência.

Os seus ·herdcíros, interpretes conscientes. ~a ideia nobre de seu chorado ·Pai, vendo a orienta?º dada à A.ssistência em Loriga, prontificaram-se a aceder à ~espectiva escrjtura de doação. .

Também o nosso amigo e grande longuense 5:' nhor },IJanuel Augusto ·Moura num gesto do ~a.is assinalado altruismo quis dotar est.1 obra com a 1m' · portante verba de 30 mil escudos.

À sua louvável generosidade fica Loriga deve~­do os. altos 'benefícios dum aparelho de radiosco~ que está já instalado no edifício do Posto para serv.ll' os pobres e necessitados da Terra.

Saneamento

Está de parabéns .a Junia de Freguesia, ao dar incio às obras que marcarão o :pritneiro .p.isso da solução do proble• ma capital do saneamento.

Vemos assim sa:isfeitos os anseios daqueles que vêm 03

higiene dos <povos um masco milenário do se.u 8~3u de ci• >Vilização. '

Que a Junta de Freguesia prossiga nos tr.abalhos que

se ·propõe realizar são os votos sinceros que lhe desejamos·

Como 1Para a consecução d:u obras em cuuo se tor· .nou necessário o levantamento das c;ilçadas na rua ;>rinÓ• ~I. lcmbramo-nos apelar para o superior crité~io da Cã• mara !Municipal de Seia. pedindo a justa comp.:inicipa90 para unia ·nova 'J)avimentação daquela via, atendendo as ;precárias c~ndições de. primitividade cm que se encontra• v;i aq uela artéria.

Problema de habitação

·Prosseguem os trabaihos de edificação de casas no Bair· ro Económico. aguardando a ~ua imensificaçio paro que, o m:;is h~eve possível, ·vejamos :ealizadas as justas aspiraçõeS de muitos que, me~cê ôas circunstâncias. tem : suport.ado a vida nos m:ii< miseráveis antros de promiscuidade.

...__ ..... -----------"--------· ASSEMBLEIA NACIONAL

Realizaram-se no passado dia 1 3 eleições para de, putados, fiando o nosso districto representado peloS senhores:

Dr. Joaquim Dinis da Fonseca - Subsecretário de Estado das Finanças

Dr. José Soares da Fonseca - Advogado

Dr. José Cabral - Advogado

Eng. Simões Crespo - Professor do Instituto Su· per'ior Técnico.

Aos nossos ilustres deputados sinceras felicitaçõeS

e votos pela ~ua inteira dedic:ação na defesa dos Su•

periores interêsses do d istrito que nobremente repte' sentam.