agu brasil 59

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Saiba como funciona • As conciliações são uma oportuni- dade de encontrar soluções pacíficas para os litígios judiciais e, ao mesmo tempo, estimular a reabilitação dos dependentes químicos. • Todos os processos submetidos à conciliação são previamente sele- cionados pela Justiça após avalia- ção especializada de um assistente social, que também fica responsável por indicar unidades de saúde públi- ca em que o segurado poderá obter o auxílio médico e psicológico ade- quado. Proteja o meio ambiente, acesse a versão digital: issuu.com/agubrasil 20/06/2016 – Nº 59 Reabilitação de dependentes químicos BRASIL O uso de drogas é um assunto delicado, que exige paciência e cuidado daqueles que estão ao redor de um dependente. Este é um problema presente em qual- quer faixa etária, como mostra o Relatório Mundial sobre Dro- gas das Organizações da Na- ções Unidas (ONU), publicado em 2015, que indica que cerca de 5% da população mundial, entre 15 e 64 anos, são usuárias de substâncias ilícitas, o que corresponde a aproximadamen- te 246 milhões de pessoas. Atenta a esse grave proble- ma social, a Advocacia-Geral da União, por meio da Procurado- ria-Regional Federal da 4ª Re- gião (PRF4) aderiu, em maio de 2016, ao projeto “Justiça Inclu- siva” da Justiça Federal em Por- to Alegre, que incentiva depen- dentes químicos a procurarem tratamento e a se reabilitarem para a vida social e o trabalho. Nesse projeto, a PRF4 atua em casos de usuários de drogas que entram na justiça contra o Ins- tituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para conseguir a concessão ou a manutenção de benefícios de incapacidade, como o auxílio-doença. O papel da procuradoria é propor um acordo, em que oferece a concessão ou o rees- tabelecimento do benefício por um ano, além do pagamento parcelado de eventuais valores retroativos cobrados na justi- ça. Em compensação, o bene- ficiado tem a responsabilidade de comprovar que permaneceu em tratamento durante o perí- odo. A AGU verificou que os segurados recebiam os benefí- cios previdenciários, mas, sem tratamento, tendiam a eternizar a necessidade de amparo pre- videnciário, com o pagamento durante anos de auxílio-doença. Para o procurador-regio- nal federal da 4ª Região, Sérgio Augusto Montardo, a iniciativa da PRF4 tem muito a oferecer para os beneficiados. “O poder público não acena apenas com o benefício financeiro, mas também, através de ações con- juntas, reinsere essas pessoas na sociedade”, explica. Montardo defende, ainda, que “a consequência aos depen- dentes consiste na reaproxima- ção da condição de cidadania. Mais que o amparo financei- ro, há a necessidade de apoio social, ajuda médica para que consigam viver à sombra do ví- cio, sentindo-se capacitados a trabalhar e a envolver-se emo- cionalmente em sociedade”, completa o procurador. O objetivo da PRF4 é ex- pandir o projeto para toda a 4ª Região (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Por en- quanto, a Justiça Inclusiva res- tringe-se apenas à Porto Alegre e Canoas, e conta com a atuação de dois procuradores e de uma servidora de modo eventual. A iniciativa é um grande avanço na vida de dependen- tes químicos. Para a assistente social Juliana Paiva, o projeto possibilita o acesso dessas pes- soas ao acompanhamento mé- dico e psicossocial. Porém, é muito importante salientar que a pessoa que faz uso ou é de- pendente químico tem que de- sejar o tratamento, ou seja, pre- cisa compreender a importância disso para sua vida, não pode ser uma imposição. Há nove anos na profissão, Paiva conta que o encaminha- mento dessas pessoas para a rede médica assistencial é de total importância. “Sabemos o quão restrito é a rede de aten- dimento para a dependência química, onde a maior parte dos serviços tem sido ofertada por comunidades terapêuticas. Nes- te sentido, é importante que seja reforçada a rede de atendimento para que seja possível encami- nhar de fato essas pessoas aos serviços, sob pena de inviabili- zar a proposta por falta de va- gas, por exemplo”, explica. Foto: rio.rj.gov.br SAÚDE O que você acha da iniciativa da AGU? “Acho justo que o Estado acompa- nhe o tratamento do beneficiá- rio, para que ele possa superar a dependência das drogas, e, por conse- guinte, também superar a dependência econômica do Estado, conquistando sua autonomia plena como cidadão. Achei uma iniciati- va necessária” José Alexandre Advogado da União – CJU/SC “Excelente iniciativa da PRF4 em aderir esse projeto pio- neiro da Justiça Federal, batizado de Justiça Inclusi- va, porém é de fun- damental importância que a pessoa que enfrenta essa situação de depen- dência química realmente queira se reabilitar para ter novamente uma vida nor- mal, voltar ao mercado de trabalho. Acho também que o papel da equipe (médi- cos, psicólogos, assisten- tes sociais, etc.) que irão fazer o acompanhamento do beneficiário será funda- mental para o sucesso des- se projeto” Francinete da Silva Agente Administrativo – PU/PA Informativo semanal da Advocacia-Geral da União Projeto estimula tratamento e retorno à vida social

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O Informativo AGU Brasil é uma publicação digital semanal voltada para o público interno

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Page 1: AGU BRASIL 59

Saiba como funciona

• As conciliações são uma oportuni-dade de encontrar soluções pacífi cas para os litígios judiciais e, ao mesmo tempo, estimular a reabilitação dos dependentes químicos.

• Todos os processos submetidos à conciliação são previamente sele-cionados pela Justiça após avalia-ção especializada de um assistente social, que também fi ca responsável

por indicar unidades de saúde públi-ca em que o segurado poderá obter o auxílio médico e psicológico ade-quado.

Proteja o meio ambiente, acesse a versão digital: issuu.com/agubrasil

20/06/2016 – Nº 59

Reabilitação de dependentes químicos

BRASIL

O uso de drogas é um assunto delicado, que exige paciência e cuidado daqueles que estão ao redor de um dependente. Este é um problema presente em qual-quer faixa etária, como mostra o Relatório Mundial sobre Dro-gas das Organizações da Na-ções Unidas (ONU), publicado em 2015, que indica que cerca de 5% da população mundial, entre 15 e 64 anos, são usuárias de substâncias ilícitas, o que corresponde a aproximadamen-te 246 milhões de pessoas.

Atenta a esse grave proble-ma social, a Advocacia-Geral da União, por meio da Procurado-ria-Regional Federal da 4ª Re-gião (PRF4) aderiu, em maio de 2016, ao projeto “Justiça Inclu-siva” da Justiça Federal em Por-to Alegre, que incentiva depen-dentes químicos a procurarem

tratamento e a se reabilitarem para a vida social e o trabalho. Nesse projeto, a PRF4 atua em casos de usuários de drogas que entram na justiça contra o Ins-tituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para conseguir a concessão ou a manutenção de benefícios de incapacidade, como o auxílio-doença.

O papel da procuradoria é propor um acordo, em que oferece a concessão ou o rees-tabelecimento do benefício por um ano, além do pagamento parcelado de eventuais valores retroativos cobrados na justi-ça. Em compensação, o bene-fi ciado tem a responsabilidade de comprovar que permaneceu em tratamento durante o perí-odo. A AGU verifi cou que os segurados recebiam os benefí-cios previdenciários, mas, sem tratamento, tendiam a eternizar a necessidade de amparo pre-videnciário, com o pagamento durante anos de auxílio-doença.

Para o procurador-regio-nal federal da 4ª Região, Sérgio

Augusto Montardo, a iniciativa da PRF4 tem muito a oferecer para os benefi ciados. “O poder público não acena apenas com o benefício fi nanceiro, mas também, através de ações con-juntas, reinsere essas pessoas na sociedade”, explica.

Montardo defende, ainda, que “a consequência aos depen-dentes consiste na reaproxima-ção da condição de cidadania. Mais que o amparo fi nancei-ro, há a necessidade de apoio social, ajuda médica para que consigam viver à sombra do ví-cio, sentindo-se capacitados a trabalhar e a envolver-se emo-cionalmente em sociedade”, completa o procurador.

O objetivo da PRF4 é ex-pandir o projeto para toda a 4ª Região (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Por en-quanto, a Justiça Inclusiva res-tringe-se apenas à Porto Alegre e Canoas, e conta com a atuação de dois procuradores e de uma servidora de modo eventual.

A iniciativa é um grande

avanço na vida de dependen-tes químicos. Para a assistente social Juliana Paiva, o projeto possibilita o acesso dessas pes-soas ao acompanhamento mé-dico e psicossocial. Porém, é muito importante salientar que a pessoa que faz uso ou é de-pendente químico tem que de-sejar o tratamento, ou seja, pre-cisa compreender a importância disso para sua vida, não pode ser uma imposição.

Há nove anos na profi ssão, Paiva conta que o encaminha-mento dessas pessoas para a rede médica assistencial é de total importância. “Sabemos o quão restrito é a rede de aten-dimento para a dependência química, onde a maior parte dos serviços tem sido ofertada por comunidades terapêuticas. Nes-te sentido, é importante que seja reforçada a rede de atendimento para que seja possível encami-nhar de fato essas pessoas aos serviços, sob pena de inviabili-zar a proposta por falta de va-gas, por exemplo”, explica.

Foto: rio.rj.gov.br

SAÚDE

O que você acha da iniciativa da AGU?

“Acho justo que o Estado acompa-nhe o tratamento do benefi ciá-rio, para que ele

possa superar a dependência das

drogas, e, por conse-guinte, também superar a dependência econômica do Estado, conquistando sua autonomia plena como cidadão. Achei uma iniciati-va necessária” José AlexandreAdvogado da União – CJU/SC

“Excelente iniciativa da PRF4 em aderir esse projeto pio-neiro da Justiça Federal, batizado

de Justiça Inclusi-va, porém é de fun-

damental importância que a pessoa que enfrenta essa situação de depen-dência química realmente queira se reabilitar para ter novamente uma vida nor-mal, voltar ao mercado de trabalho. Acho também que o papel da equipe (médi-cos, psicólogos, assisten-tes sociais, etc.) que irão fazer o acompanhamento do benefi ciário será funda-mental para o sucesso des-se projeto” Francinete da SilvaAgente Administrativo – PU/PA

Informativo semanal da Advocacia-Geral da União

“Acho justo que o Estado acompa-nhe o tratamento

possa superar a dependência das

drogas, e, por conse-

“Excelente iniciativa da PRF4 em aderir

de Justiça Inclusi-va, porém é de fun-

damental importância

Projeto estimula tratamento e retornoà vida social

Page 2: AGU BRASIL 59

O novo corregedor-geral da AGU, André Luiz Mendon-ça, apresentou sua equipe aos servidores da Correge-doria na última sexta-feira. O evento no auditório da Escola da AGU, na Sede II, contou também com a pre-sença do advogado-geral da União substituto, Luís Car-los Júnior.

Durante a apresentação, foi ressaltada a importância do órgão atender ao interes-se público e estabelecer uma relação de confi ança com os cidadãos. “A Corregedoria--Geral não só é instrumento de preservação da confi ança que a sociedade brasileira tem na nossa instituição, mas deve ser também um modelo de gestão dentro da AGU”, explicou André Mendonça.

O novo corregedor-geral também disse que o lema da sua gestão será servir de mo-delo para toda a instituição. Ressaltou ainda que gosta de

trabalhar com metas e resul-tados, e que espera que os servidores deem sempre o seu melhor no desempenho de suas atividades.

Ao apresentar sua nova equipe, André Mendonça explicou a reestruturação or-ganizacional que já está sen-do implementada e anunciou os nomes dos novos correge-dores-auxiliares: Elmar Luis Kichel, Cristiane de Castro Gusmão, André de Sousa Vérri, Francisco de Assis Oliveira Duarte e Edimar Fernandes de Oliveira, todos membros da AGU.

“A escolha da equipe representa a memória da instituição”, segundo André Mendonça. “São pessoas ex-perientes na área correicio-nal, que aliam competência, credibilidade e integridade”.

Já o advogado-geral da União substituto Luís Car-los Júnior ressaltou a ideia de que a função da Correge-doria-Geral não é de vigiar e punir, mas de auxiliar os servidores a não cometerem equívocos e combater o pa-trimonialismo na adminis-tração. Ele lembrou ainda a importância do órgão dentro

da estrutura da AGU e disse que a equipe de André Men-donça terá todo o apoio do advogado-geral Fábio Medi-na Osório.

“Eu vim aqui hoje sob delegação do advogado-ge-ral da União para demons-trar que essa gestão tem um comprometimento com a éti-ca e com a transparência”, esclareceu Luís Carlos Jú-nior. Durante sua exposição, o advogado-geral da União substituto reforçou também que o compromisso da nova gestão da AGU é fortalecer a instituição e seus membros.

As metas institucionais a se-rem alcançadas coletivamente pelos servidores da AGU no próximo ciclo de avaliação de desempenho já estão defi -nidas. Uma portaria editada na última segunda-feira deta-lhou os indicadores a serem alcançados entre 1º de julho de 2016 e 30 de julho de 2017, assim como a forma de cálcu-lo e o método de verifi cação.

Essa medição é essen-cial para o cálculo das grati-fi cações de desempenho de Atividades de Cargos Espe-cífi cos (GDace) e de Ativida-des de Apoio Administrativo (GDAA), que serão recebidas

por 1.499 colaboradores da AGU. É que 80% do valor dessa gratifi cação é resultado do cumprimento dessas metas institucionais. Os outros 20% são ligados ao desempenho individual de cada servidor da instituição.

A Coordenação-Geral de Projetos Estratégicos do De-partamento de Gestão Estraté-gica (DGE) explica que todo ano são estabelecidos objeti-vos factíveis que estimulem o trabalho e o alcance dos ob-jetivos da AGU, sempre pro-

curando avançar em relação ao ciclo anterior. Também é importante lembrar que um índice de 80% de sucesso nas metas instrucionais garante a totalidade do valor da parte das gratifi cações referente à avaliação coletiva.

20/06/2016 – Nº 59

[email protected](61) 2026-8524

Chefi a: Josie Jeronimo

Coordenação: Flávio Gusmão

Edição: Uyara Kamayurá

Redação: Leonardo Werneck Letícia Helen

Projeto gráfi co: Renato Menezes

Diagramação: Alex Próspero e Roberto Ferreira

Assessoria de Comunicação

Social

Informativo AGUBRASIL

ADMINISTRAÇÃO

CGAU apresentanova equipe

Envie sua sugestão!Sua sugestão de pauta pode ser selecionada para publicação na próxima edição do AGU Brasil! [email protected]

Experiência daAGU é levada ao STJ

SUSTENTABILIDADE

Ciclo de avaliaçãode desempenho

GADE

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Foto: Deborah Mendes

Em entrevista, o novo direto do DGE, Eduardo Lang, explica que a ava-

liação de desempenho institucional é funda-mental para aferir o desempenho da instituição como um todo no alcance dos seus objetivos

e metas globais eestratégicas.

Qual é a importância das metas escolhidas?As metas em si consistem em objetivos diretamente relacionados às ativida-des da Advocacia-Geral da União, mensuráveis e observáveis em um pe-ríodo anual. Elas são de-fi nidas com o intuito de elevar a instituição a um novo patamar de qualida-de, por meio do esforço e da dedicação.

Como essas metas fo-ram escolhidas?As metas são fi xadas anualmente pelo Advoga-do-Geral, após ouvir os órgãos centrais da institui-ção, utilizando como pa-râmetros indicadores que visam aferir a qualidade dos serviços relacionados à atividade fi nalística da AGU, observados os índi-ces alcançados nos exer-cícios anteriores.

Que resultado será considerado um suces-so pelo DGE no fi naldo ciclo?A expectativa do DGE é de que as metas institu-cionais sejam sempre in-tegralmente alcançadas.

Você já conhece as me-tas institucionais que devem ser alcançadas pelos servidores? Con-fi ra na versão digital.

André Mendonça e AGU substituto falam sobre a nova gestão

A Advocacia-Geral da União (AGU) esteve pre-sente no 3º Seminário Planejamento Estratégi-co Sustentável Do Poder Judiciário, que aconteceu no Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos dias 15 e 16 de junho. A advoga-da da União Teresa Villac, membro do Núcleo Espe-cializado Sustentabilida-de, Licitações e Contratos (Neslic) da Consultoria--Geral da União (CGU), apresentou uma palestra sobre a experiência da instituição com licitações sustentáveis.

Villac discorreu sobre a realidade da adminis-tração pública brasileira, ainda presa à cultura pa-trimonialista e ao exces-so de burocracia; sobre o desafi o de superar a falta de conscientização, pla-nejamento estratégico e comunicação interna nos governos; e compartilhou as experiências da AGU na tentativa de implemen-tar a sustentabilidade.

“O desenvolvimen-to sustentável é de uma magnitude tal que tam-bém deve ser considerado na compra de papel, de copos, ou na reforma de um edifício. Não apenas em uma perspectiva ma-cro, de implementação de uma política pública, mas pontualmente em cada um dos objetos contratuais”, disse a representante da AGU em sua palestra.

O programa de licita-ções sustentáveis da AGU é um processo sistêmico que procura não tratar os procedimentos licitatórios de forma isolada, mas englobar todas as quatro fases das contrações pú-blicas de serviços, obras e aquisições: planejamen-to, elaboração de editais, execução contratual, e destinação adequada de resíduos.

Defi nições das metas