agroecológico março 2012

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Ano 4 | Edição nº 18 | Março de 2012 www.sinter-mg.org.br Bio Dicas: Urina de Vaca 02 Intoxicação por Carambola em quatro pacientes pág. 03 DESTAQUE OUTRAS NOTÍCIAS Carambolas Fotografia da internet Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Ruraldo Estado de Minas Gerais

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Page 1: Agroecológico Março 2012

Ano 4 | Edição nº 18 | Março de 2012

www.sinter-mg.org.br

Bio Dicas: Urina de Vaca02

Intoxicação por Carambola em quatro pacientes pág. 03

DESTAQUE

OUTRAS NOTÍCIAS

CarambolasFotografia da internet

Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Ruraldo Estado de Minas Gerais

Page 2: Agroecológico Março 2012

Neste número do Agroecológico trouxemos o resumo de um artigo sobre a intoxicação por carambola. Uma fruta saborosa que podemos consumir: in natura, suco ou doce, mas que pode ser fatal para alguns indivíduos.

Tomamos está decisão para servir como um alerta, pois mesmo acred-itando que estamos consumindo uma alimentação considerada saudável, o nosso corpo poderá produzir reações adversas. Temos que aprender a con-hecer os limites e reações do nosso organismo, através dos “sinais” os quais nos são transmitidos por ele. É necessário, também, obtermos con-hecimento sobre os alimentos que ingerimos. Não é fácil, mas é impor-tante!

Você também encontrará uma receita para utilização da urina de vaca como biofertilizante e tratamento alternativo para certas culturas. O que anterior-mente era desperdiçado poderá se tornar um grande aliado, melhorando a produção, baixando custos, diminu-indo ou deixando de utilizar “defen-sivos” na cultura a ser trabalhada.

Foi muito boa a participação nas as-sembléias. A união sempre nos forta-lece.

Antônio DominguesDiretor de Comunicação do Sinter-MG

Urina de Vaca

Ação: Adubação foliar, controle de pragas e doenças.

Componentes Médios:nitrogênio, potássio, fósforo total, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, man-ganês, cobre, zinco, boro, sódio, e ph, 7,6.

Como Fazer:Colete a urina de vaca e deixe por 8 a 10 dias em recipiente fechado (para transformação da uréia em amônia). Em recipiente fechado a urina conserva suas propriedades até 12 meses.

Uso:Frutíferas: 5 % de urina (10 litros de água + 500 ml de urina). Hortaliças: 0,5 % para folhosas e 1 % nas demais.Café: 5 % em 2 a 4 pulverizações/ano após a colheita, quando também se pode regar o tronco com 2 litros/planta da mistura a 5 %. Para o controle do Bicho Mineiro, pulverizar nas infestações com a diluição de 15 % (3 litros / 20 litros); pode também ser utilizado para mudas, através da rega de 3 litros em 97 litros de água, e/ou pulverizando 500 ml litro em 20 litros de água.

Para outras culturas, da família das Solanáceas - tomate, pimentão, jiló, berinjela, batata inglesa e pimentas - utilizar apenas um copo comum para 20 litros de água.

Tratamento de sementes, manivas de mandioca e toletes de cana: imersão dos mesmos antes do plantio, durante um minuto na urina pura - concen-tração de 100%.

Urina de vaca enriquecida:Dissolver 100 g de farinha de trigo em 1 litro de água. Dissolver 50 g de sabão neutro em 1 litro de água quente o sabão na água. Em seguida adicionar em 18 litros de água essas duas caldas previamente coadas e finalmente adicionar 200 ml de urina de vaca. Pulverizar molhando bem toda as folhas da lavoura nas horas mais frescas do dia

Editorial

DIRETORIA COLEGIADA DO SINTER-MGDiretor Geral | Carlos Augusto de Carvalho Diretor Secretário | Ronaldo Vieira de Aquino Diretor de Administração e Finanças | Darci Roberti Diretor de Comunicação e Cultura | Antônio Domingues de Souza Diretor De Assuntos Jurídicos | Pascoal Pereira de Almeida Diretor de Formação Política e Sindical | Lúcio Passos Ferreira Diretor de Assuntos de Agricultura Familiar e Reforma Agrária | Leni Alves de Souza Diretor De Assuntos Dos Aposentados | Elizabete Soares de Andrade

DIRETORES DE BASE Norte | Maria de Lourdes V. Leopoldo Centro | Afrânio Otávio Nogueira Triângulo | Walter Lúcio de Brito Leste | Adilson Lopes Barros Zona Da Mata | Margareth do Carmo C. Guimarães Sul | André Martins FerreiraAlto Paranaíba e Noroeste | Paulo César Thompson

REpRESENTANTES DAS SEçõES SINDICAISJanaúba | Raimundo Mendes de Souza Júnior Januária | Renato Alves Lopes Montes Claros | Onias Guedes Batista Salinas | José dos Reis Francisco da Rocha Barbacena | Tadeu César Gomes de Azevedo Belo Horizonte | Silmara Aparecida C. Campos Curvelo | Marcelino Teixeira da Silva Divinópolis | Júlio César Maia Uberaba | Oeder Pedro Ferreira Uberlândia | Carlos Miguel Rodrigues Couto Patos De Minas | Dener Henrique de Castro Unaí | Dalila Moreira da Cunha Almenara | Ronilson Martins Nascimento Capelinha | Vilivaldo Alves da Rocha Governador Valadares | Maurílio Andrade Dornelas Teófilo Otoni | Luiz Mário Leite Júnior Cataguases | Janya Aparecida de Paula Costa

Manhuaçu | Célio Alexandre de O. Barros Juiz de Fora | Deyler Nelson Maia Souto Viçosa | Luciano Saraiva Gonçalves de Souza Alfenas | Sávio dos Reis Dutra Lavras | Júlio César Silva Pouso Alegre | Sérgio Bras Regina

CONSELhO FISCAL Ilka Alves Santana | Francisco Paiva de Rezende | Marlene da Conceição A. Pereira | Noé de Oliveira Fernandes Filho | Reinaldo Bortone

CONExãO SINTERCoordenação | Antônio Domingues Participação | Diretoria Sinter-MG | André Henriques Edição | Mauro Morais Diagramação | Somanyideas Projeto Gráfico | Somanyideas Jornalista Responsável | Dante Xavier MG-13.092 Circulação | Online

Para sugestões, comentários e críticas sobre o Conexão [email protected]

Bio Dicas

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Edição nº 18 | Março de 2012 | Ano 4 02

Page 3: Agroecológico Março 2012

Edição nº 18 | Março de 2012 | Ano 4 03

Miguel Moysés Neto, Maria Estela Papini Nardin, Osvaldo Merege Vieira-Neto, Maria Terezinha I. Vannucchi, Edmundo Octavio Raspanti.

Apresentado na forma de resumo no IX Encon-tro Paulista de Nefrologia e Enfermagem em Ne-frologia realizado de 10 a 13 de Setembro de 2003 em Ribeirão Preto, SP. RESUMO

A fruta carambola (Averrhoa carambola) per-tence à família das oxalidaceae. Acredita-se que tenha se originado no Sri-Lanka e nas ilhas Molucas, mas vem sendo cultivada no sudeste da Ásia e Malásia por vários séculos e aclimatada em vários países tropi-cais como o Brasil. A fruta mede de 6 a 13 centímetros de comprimento, com 5 ou 6 pro-eminências lon-gitudinais. Fatias cortadas transver-salmente possuem a forma de estre-la, que lhe dá o nome na literatura inglesa de “star fruit”. Quando ingerida por pessoas com insuficiência renal crônica, está relacionada ao aparecimento de sintomas neurológicos.

Relatamos 4 casos de pacientes com insufici-ência renal crônica não dialítica que ingeriram carambola. Os dados foram obtidos pelo exa-me clínico desses pacientes e também de seus prontuários. O sintoma mais comum encontrado nos 4 pacientes foi o soluço incoercível. Outros sintomas também foram verificados, como vômi-tos, agitação psicomotora, distúrbios da consci-ência e convulsão tônico-clônica generalizada.

No caso 1, o quadro clínico foi mais grave, a paciente apresentou convulsões no início e re-cobrou a consciência somente após ser subme-tida a 80 horas de hemodiálise. Essa paciente permaneceu em hemodiálise crônica porque era portador de insuficiência renal crônica ter-minal. Nos 3 casos restantes, o quadro clínico foi mais brando e os pacientes melhoraram da sintomatologia sem a necessidade de tratamen-to dialítico. Nos 4 casos observados, o tempo do aparecimento dos sintomas após a inges-tão da fruta variou de 2 a 12h, e a quantidade de fruta ingerida variou de meia a 6 unidades.

É importante ressaltar que dois pacientes (2 e 3) apresentaram piora da função renal, tran-sitória, com volta aos níveis basais, prova-velmente pela perda importante de volume provocado pelos vômi-tos em um paciente, e vômitos e diarréia em outro. Além desses 4 pacientes, há na lite-ratura, até a presen-te data, a descrição de mais 14 casos de

pacientes com insuficiência renal crônica em tratamento conservador que desenvolveram sintomas neurológicos após a ingestão de ca-rambola, com 4 deles evoluindo para óbito. Pa-cientes renais crônicos que ingerem carambola podem apresentar sintomas de intoxicação neu-rológica e dentre eles os mais comuns são os soluços, vômitos e confusão mental. Os soluços se iniciam em tempo variável após a ingestão da fruta, em média de 2 a 3 horas. A quantida-de de fruta ingerida que provoca os sintomas pode variar de pequenos pedaços até ingestões maiores em um determinado tempo equivalente a 500ml de suco. De acordo com a literatura,

Intoxicação por Carambola em quatro pacientes renais crônicos pré-dialíticos

“Pacientes renais crônicos que

ingerem carambola podem apre-

sentar sintomas de intoxicação

neurológica e dentre eles os mais

comuns são os soluços, vômitos e

confusão mental.”

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Edição nº 18 | Março de 2012 | Ano 4 04os sintomas da intoxicação podem ser leves (soluços, vômitos, insônia), moderados (agita-ção psicomotora, adormecimento, parestesias e perda de força muscular nos membros, con-fusão mental leve) ou graves (confusão men-tal grave progredindo para coma, convulsões evoluindo para status epilepticus, instabilidade hemodinâmica progredindo para hipotensão e choque). Neto e cols. mostraram que os sinto-mas e sinais observados mais freqüentemente em 32 pacientes com insuficiência renal crô-

nica que ingeriram carambola foram: soluços em 93,7% dos casos, seguidos de vômitos em 68,7%, distúrbios da consciência, agitação psi-comotora, perda da força motora nos membros e confusão mental em 65,6%, diminuição da força muscular, paresias, parestesias, insônia em 40,6% e convulsões em 21,8%, sintomas também descritos em relatos com maior núme-ro de pacientes. Os casos mais graves podem ser difíceis de diagnosticar, pois os pacientes são internados com quadros clínicos que lem-bram acidente vascular cerebral ou “distúr-bios metabólicos” provocados pela uremia.

O mecanismo de ação da toxina da carambo-la foi estudado em sinaptosomas e verificou--se que essa toxina é uma substância de baixo

peso molecular, solúvel em água e termoes-tável, cuja estrutura está sob corrente investi-gação. Sua ação se deve a uma perturbação predominantemente do sistema GABAérgi-co, através da alteração da ligação do GABA a seus receptores. As variações dos sintomas diferem entre os pacientes e podem ser expli-cada pelas respostas biológicas individuais, idade, quantidade da ingestão e da neuro-toxina em cada fruta, filtração glomerular residual etc.

CONCLUSÃO

Em conclusão, pacientes com insuficiência renal, mesmo em tratamento conservador, devem ser alertados para não ingerir caram-bola. Esse papel de advertência deve ser as-sumido pelos médicos e principalmente pe-los nutricionistas, mas também por todos os envolvidos no tratamento e seguimento de pacientes portadores de insuficiência renal.

Fonte:J Bras Nefrol Volume XXVI - nº 4 - Dezembro de 2004, pág 228 – 232.