agroecologia - mais feiras, melhores negócios - caderno v

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Nº 05 MAIS FEIRAS, MELHORES NEGÓCIOS AGROECOLOGIA Cadernos da Agricultura Familiar 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar Camponesa e Indígena

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A Agroecologia, abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da natureza, em que se trabalha a fertilidade e o cultivo do solo sem o uso de fertilizantes químicos e de agrotóxicos, é uma alternativa boa para cuidar do Cerrado porque gera renda para as famílias de agricultores e agricultoras familiares e, ao mesmo tempo, contribui para preservar a biodiversidade e proteger o Meio Ambiente.

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AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 1

Nº 05

MAIS FEIRAS, MELHORES NEGÓCIOSAGROECOLOGIA

Cadernosda Agricultura Familiar

2014Ano Internacionalda Agricultura FamiliarCamponesa e Indígena

Page 2: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

2 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

ORAÇÃO DO MILHOCORA CORALINA – POETISA GOIANA

Senhor, nada valho.

Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.

Meu grão, perdido por acaso,nasce e cresce na terra descuidada.

Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor, mesmo planta de acaso, solitária,dou espigas e devolvo em muitos grãoso grão perdido inicial, salvo por milagre,que a terra fecundou.

Sou a planta primária da lavoura.

Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo e de mim não se faz o pão alvo universal.

O Justo não me consagrou Pão de Vida, nem lugar me foi dado nos altares.

Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.

Sou de origem obscura e de ascendência pobre, alimento de rústicos e animais do jugo.

Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques, coroados de rosas e de espigas, quando os hebreus iam em longas caravanas buscar na terra do Egito o trigo dos faraós, quando Rute respigava cantando nas searas de Booz e Jesus abençoava os trigais maduros,eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.

Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.

Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.

Sou a farinha econômica do proletário.

Sou a polenta do imigrante e amiga dos que começam a vida em terra estranha.

Alimento de porcos e do triste mu de carga.

O que me planta não levanta comércio, nem avantaja dinheiro.

Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.

Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.

Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.

Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.

Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor, que me fi zestes necessário e humilde.

Sou o milho.

2 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

de Booz e Jesus abençoava os trigais maduros,eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.

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AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 3

O Cerrado brasileiro, a savana mais rica do mundo em biodiversidade, ocupa quase um quarto (mais de 20%) do território nacional. Distribuído por 2.036.448 quilômetros quadrados, o bioma reúne mais de 15 mil espécies de plantas e mais de 1,5 mil espécies de animais.

Os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo, e ainda o Distrito Federal, são áreas de incidência contínua de Cerrado no Brasil. Também existem enclaves de Cerrado no Amapá, em Roraima e no Amazonas.

Do Cerrado surgem abundantes nascentes para as três grandes bacias hidrográficas brasileiras – Amazônica, do São Francisco e do Prata. Essa fartura de águas contribui para que o Cerrado guarde mais de 30% da biodiversidade brasileira. Um patrimônio que, infelizmente, encontra-se ameaçado pela ocupação de uma agricultura devastadora, centrada nas monoculturas e no uso dos agrotóxicos.

A Agroecologia, abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da natureza, em que se trabalha a fertilidade e o cultivo do solo sem o uso de fertilizantes químicos e de agrotóxicos, é uma alternativa boa para cuidar do Cerrado, porque gera renda para as famílias de agricultores e agricultoras familiares e, ao mesmo tempo, contribui para preservar a biodiversidade e proteger o Meio Ambiente.

Nesta cartilha, você encontra informações essenciais para fazer da Agroecologia uma prática sustentável em seu pedaço de chão. São ideias simples, práticas, eficientes e criativas para você explorar, aplicar e multiplicar e, assim, contribuir para o manejo agroecológico de nossas riquezas naturais, para uma alimentação mais saudável na mesa brasileira e para uma melhor qualidade de vida no Brasil e no mundo inteiro.

Bom Proveito!

BOAS-VINDAS

Sou alma do Cerrado, pé no chão, do Triângulo, do chapadão...

Pão de queijo com café, fogão de lenha...Luciano Spagnol

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4 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

A jaguatirica (Felis pardalis ou Leopardus pardalis), mamífero quadrúpede da família Felidae e da ordem Carnívora, é o terceiro maior felino da América, ficando atrás somente da onça pintada e do puma. Quando adulta, alcança 1,35 m (incluindo o rabo) de comprimento e 50 cm de altura. Seu peso oscila entre 11 e 16 kg e sua expectativa de vida é de até 20 anos. Sua pelagem é espessa, curta e macia. No Brasil, a jaguatirica é encontrada no Pantanal, na Mata Atlântica, no Cerrado e na Amazônia.

Fonte: www.infoescola.com/mamiferos/jaguatirica

Estudos demonstram que no Cerrado existem 11 mil espécies de plantas nativas catalogadas, 220 espécies de plantas de uso medicinal comprovado e 400 espécies de plantas utilizadas na recuperação de solos degradados.

No Cerrado encontram-se 200 espécies de mamíferos conhecidas, 800 espécies de aves, 180 espécies de répteis, 150 espécies de anfíbios e 1.200 espécies de peixes. O Cerrado serve de refúgio para 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.

Cerca de 137 espécies de animais do Cerrado encontram-se ameaçadas de extinção. A anta, a capivara, o cachorro-do-mato-vinagre, o gato-maracajá, a jaguatirica, o lobo-guará, a onça-pintada, a suçuarana e o tamanduá-bandeira são alguns dos animais do Cerrado em risco de extinção.

CERRADOBiodiversidade em Números

Foto: Wikimedia | Autor: Ana Cotta

Page 5: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 5

A Organização das Nações Unidas (ONU) defi ne Desenvolvimento Sustentável como o modelo de desenvolvimento capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta de atender as gerações futuras.

Segundo a ONU, o Desenvolvimento Sustentável, base e essência da Agroecologia, baseia-se em nove princípios:

1. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos.

2. Melhorar a qualidade de vida humana.

3. Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra.

4. Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis.

5. Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra.

6. Modifi car atitudes e práticas pessoais.

7. Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio ambiente.

8. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação.

9. Constituir uma aliança global.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Page 6: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

6 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

Foto: projetobarraginhas.blogspot.com.br

SUMÁRIO

08

09

10

14

12

15

18

22

2613

34

16

20

FEIRAS ORGÂNICAS, PRA QUÊ?

COMEÇAR POR ONDE?

DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

RÓTULO PARA PRODUTOS ORGÂNICOS

CALENDÁRIO DA PRODUÇÃO

RÓTULO PARA PRODUTOS DE ORIGEM ORGÂNICA NÃO CERTIFICADA

ORGANIZAÇÃO COLETIVA DA FEIRA

FINANCIAMENTO E SUSTENTABILIDADE DA FEIRA

FEIRAS ORGÂNICAS DE BRASÍLIASOLO DO CERRADO

BIBLIOGRAFIA

PARA CONHECER MELHOR O/A CONSUMIDOR/A

CHECKLIST DA ORGANIZAÇÃO DA FEIRA

Page 7: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 7

EXPEDIENTEAgroecologia – Mais Feiras, Melhores NegóciosCadernos da Agricultura Familiar - 05

Pesquisa: Aldimar Nunes Vieira, Kárita Karilla Gontijo, Nathália Santiago, Zezé WeissRedação e Beneficiamento de Textos: Nathália Santiago, Zezé WeissEdição: Zezé WeissRevisão: Lucia ResendeProjeto Gráfico: Anderson Blaine

Maio/2014Tiragem: 5.000 exemplares

Esta cartilha, chamada Agroecologia – Mais Feiras, Melhores Negócios –, é inspirada na cartilha Agroecologia – Plante esta Ideia –, coordenada pela Fundação Adenauer para o Projeto de Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado – Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar no Nordeste –, produzida sob a coordenação da jornalista Maristela Crispim.

Muitos dos dados daquele texto foram copiados e adaptados às necessidades dos projetos da Rede Terra e do Instituto Itiquira para o Cerrado e para as pessoas do Campo. As duas instituições manifestam seu reconhecimento e agradecem à equipe de produção, à Fundação Adenauer, pela realização, à União Europeia, pelo apoio à cartilha do Nordeste, e às parcerias em Brasília, pela realização dos Cadernos do Cerrado.

Todos os direitos para a utilização desta Cartilha-Caderno são livres. Qualquer parte poderá ser utilizada ou reproduzida, desde que seu uso seja exclusivamente sem fins lucrativos e que sejam reconhecidos os créditos.

AGRADECIMENTO

www.redeterra.org.br www.xapuri.infowww.institutoitiquira.org.br

Produção:Realização:

Page 8: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

8 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

Foto: www.mariadograo.com.br

Estima-se que haja no Brasil quase 1,5 milhão de hectares em produção orgânica, sem contar a produção extrativista orgânica na região Norte do Brasil. Embora não haja estatísticas a respeito, estima-se que os/as pequenos/as e médios/as produtores/as geram mais de 95% da produção orgânica brasileira.

As feiras agroecológicas ou feiras orgânicas são espaços de promoção e vendas, essencialmente para os/as pequenos/a e médios/as produtores/as que utilizam, em todos seus processos de produção, técnicas que visam a entrega de um alimento mais saudável para o consumo humano.

Os produtos vendidos nas feiras orgânicas têm como característica principal a ausência de agrotóxicos, fertilizantes químicos, hormônios, ou de qualquer outro tipo de veneno que possa causar algum dano à saúde dos consumidores ou das consumidoras.

Mais saborosos, os alimentos orgânicos são produzidos dentro dos princípios agroecológicos de respeito ao Meio Ambiente, de proteção e cuidado com a contaminação do solo, com a água e a vegetação. São alimentos que trazem consigo o selo da valorização da mão de obra, do respeito aos tratos culturais locais e do fortalecimento da responsabilidade social.

FEIRAS ORGÂNICAS, PRA QUÊ?

Page 9: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 9

Foto: projetobarraginhas.blogspot.com.br

As feiras orgânicas servem para promover e vender os produtos da agroecologia. São, portanto, espaços para aumentar a renda das famílias agricultoras, que podem optar por somente participar de feiras, ou por organizar feiras.

Para saber se a economia da propriedade é viável e se há necessidade de participar de feiras, é preciso somar todos os custos, somar todas as rendas, e calcular a diferença. O que sobrar é a renda. A participação será viável quando, feitas todas as contas, houver como resultado uma renda.

Para organizar uma boa feira, o primeiro passo é fazer um diagnóstico:

• dos produtos a serem expostos e comercializados;

• das pessoas interessadas em participar da feira;

• das demandas do mercado local.

O diagnóstico deve ser feito preferencialmente de modo participativo. Nele, cada família precisa fazer o balanço do que terá para vender e de quando os produtos estarão disponíveis. É importante também estimar os custos da produção, da comercialização e, especialmente, da participação na feira.

Com o diagnóstico participativo feito, fica fácil para a comunidade, associação, cooperativa, ou qualquer outra organização, definir o local, o tamanho e a infraestrutura necessários para o evento.

Também, a partir do diagnóstico participativo, é possível prever o potencial de crescimento da feira.

COMEÇAR POR ONDE?

Page 10: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

10 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

Foto: www.es.gov.br

As seguintes questões básicas devem fazer parte do Diagnóstico Participativo:

RECURSOS DISPONÍVEIS

Água Fonte, qualidade e quantidade da água.

Animais Quantidade da produção, tempo de criação.

Cultivos Área plantada, espécies plantadas, tempo de plantio e de colheita.

Infraestrutura Sistema de armazenamento, irrigação, transporte.

Terra Tamanho da propriedade, tamanho da área cultivada, qualidade do solo.

LEVANTAMENTO DE CUSTOS

Consumo Quais e quantos alimentos são consumidos pela família, quais são consumidos pelos animais, quais são os mais comprados para a família e para os animais.

Custos Quais são os custos da produção com insumos, mão de obra, transporte, comercialização.

Mão de obra Horas trabalhadas na produção, trabalho realizado por quem, quanto de mão de obra familiar, quanto de mão de obra contratada.

Renda Quais produtos são vendidos, onde, a que preço. Qual a diferença entre os custos da produção e o preço de venda. Qual o lucro.

Vendas O que sobra para ser vendido.

DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

Page 11: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 11

Foto: projetobarraginhas.blogspot.com.br

CRITÉRIOS DE PRODUÇÃO

Antes de organizar uma feira agroecológica, é necessário averiguar se os produtores e as produtoras cumprem com os princípios da produção orgânica e da agroecologia.

PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO ORGÂNICA

Evitar queimadas.

Não usar sementes transgênicas, híbridas ou tratadas com agrotóxicos.

Aplicar somente defensivos naturais.

Usar adubação orgânica, sem o uso de fertilizantes químicos.

PRINCÍPIOS DA AGROECOLOGIA

Manejo Ecológico• Cobertura do solo e adubação verde• Sementes crioulas• Biodiversidade• Integração de cultivos• Rotação de culturas• Manejo ecológico de pragas e doenças

Relações Econômicas• Segurança alimentar da família pelo autoconsumo dos alimentos

produzidos na propriedade familiar e pelo uso integral dos alimentos.

• Sustentabilidade econômica, com a maioria dos insumos produzidos na propriedade.

• Divisão justa da renda entre todas as pessoas que produzem na família, incluindo quem trabalha na comercialização.

• Preço justo.• Solidariedade entre os membros da família e da comunidade.

Organização Social• Participação em associações, cooperativas ou outras formas de

organização comunitária.• Engajamento na comunidade e participação na formulação e

implementação de políticas públicas.• Envolvimento em redes, conselhos e fóruns.

Page 12: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

12 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

O clima no Brasil é considerado propício para o cultivo de alimentos orgânicos, porque é possível produzir o ano todo. Mesmo assim, cada unidade de produção precisa ter na parede (ou na internet) um calendário sazonal com as principais datas de:

• preparo da terra

• plantio, tratos com o cultivo

• colheita

• manejo pós-colheita

O modelo abaixo serve apenas de exemplo sobre como montar um calendário. Cada família pode desenvolver seu próprio modelo.

Com o calendário montado, o produtor ou a produtora terá uma ideia clara do ciclo da produção, da colheita e do potencial de comercialização em sua propriedade.

Encontre o modelo de calendário completo, desenvolvido pela Embrapa-RO, para usar como exemplo no endereço na internet: http://issuu.com/emater-ro/docs/calendarioemater2010

CALENDÁRIO DA PRODUÇÃO

2010CALENDÁRIO AGRÍCOLA

ACEROLA

CITRUS

GUARANÁ

PUPUNHA

OVINOSCAPRINOS

ARROZ

COCO

MANDIOCA

URUCUM

BANANA

CUPUAÇU

MARACUJÁ MILHO

APICULTURA

CAFÉ ROBUSTA

FEIJÃO

PIMENTADO REINO

BOVINOS

PlantioAdubação

Tratos CulturaisColheita

PlantioControle de

Pragas e DoençasTratos Culturais

PlantioControle de

Ervas Daninhas

PlantioAdubação

Colheita de Frutos ePalmito / Desbaste

Vermifugação

Tratos CulturaisColheita

AdubaçãoPlantio

Tratos CulturaisControle de Pragas

Tratos Culturais

AdubaçãoPlantio

Tratos Culturais

PlantioControle da BrocaMal-do-PanamáSigatoka Negra

Sigatoka Amarela

AdubaçãoTratos Culturais

Controle daVassoura-de-Bruxa

ColheitaTratos Culturais

Poda de ConduçãoControle de Verrugose,Fusariose e Antracnose

Dobra

Revisãodas Colmeias e

Redução doAlvado

Controle daMosca-do-Chifre

e Carrapatos

PlantioDesbrotaCapina

Controle da Brocae Ferrugem

Adubação FoliarAdubação de

Cobertura

Preparoda Área

PlantioAdubação

Tratos Culturais

ACEROLA

CITRUS

GUARANÁ

PUPUNHA

OVINOSCAPRINOS

ARROZ

COCO

MANDIOCA

URUCUM

BANANA

CUPUAÇU

MARACUJÁ MILHO

APICULTURA

CAFÉ ROBUSTA

FEIJÃO

PIMENTADO REINO

BOVINOS

PlantioAdubação

Tratos CulturaisColheita

Controle dePragas e Doenças

Tratos CulturaisAdubação de

Cobertura

Controle deErvas Daninhas

AdubaçãoPlantio

Colheita de Frutos ePalmito / Desbaste

Corte e Limpeza dos Cascos

Vermifugação

Colheita

AdubaçãoTratos Culturais

Colheita

Controle dePragas e Doenças

AdubaçãoPlantio

Tratos Culturais

Tratos CulturaisControle da BrocaMal-do-PanamáSigatoka Negra

Sigatoka Amarela

ColheitaTratos Culturais

Controle daVassoura-de-Bruxa

ColheitaPoda de ConduçãoControle de Pragas

e DoençasTratos Culturais

DobraColheita

Revisão das Colmeiase Redução do AlvadoCaptura de Enxames

Tirar Redutor do Alvado

Controle daMosca-do-Chifre

e Carrapatos

DesbrotaCapina

Adubação deCobertura

Controle da Brocae Ferrugem

Preparo da ÁreaAquisição de

SementesSemeadura

PlantioAdubação

ACEROLA

CITRUS

GUARANÁ

PUPUNHA

OVINOSCAPRINOS

ARROZ

COCO

MANDIOCA

URUCUM

BANANA

CUPUAÇU

MARACUJÁ MILHO

APICULTURA

CAFÉ ROBUSTA

FEIJÃO

PIMENTADO REINO

BOVINOS

AdubaçãoTratos Culturais

ColheitaPoda de

Condução

TratosCulturais

Controle de ErvasDaninhasAdubação

Instalação de ViveiroSemeadura

Formação de MudasColheita de Palmito/

Desbaste

Vermifugação

Colheita

Tratos CulturaisColheita

Controle dePragas e Doenças

Tratos Culturais

Controle daBroca

ColheitaTratos Culturais

ColheitaPoda de Condução

Adubação deCobertura

Tratos Culturais

Colheita

Captura de EnxamesOferecer Melgueiracom Cera Alveolada

VacinaçãoContra Brucelose

Vermifugação

Adubação de Produção

Adubação deCoberturaDesbrotaCapina

Controle daFerrugem

SemeaduraTratos Culturais

Controle de Pragase Doenças

1 - Confraternização Universal4 - Aniversário de Rondônia

16 - Carnaval17 - Cinzas

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AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 13

CUIDADOS NO TRANSPORTE

O transporte é um elemento extremamente importante no fornecimento dos produtos orgânicos para o mercado consumidor e, especialmente, para as feiras, porque é a ligação chave na cadeia da oferta e da demanda.

O transporte interliga todas as atividades na cadeia alimentar, que vão desde a produção primária de alimentos, a colheita, o manuseio dos produtos e a distribuição nos pontos de venda, ou a jornada até as feiras.

O transporte exige cuidados especiais para que os produtos cheguem perfeitos às feiras:

• Planejar para que os produtos sejam transportados pelo mínimo de tempo possível;

• Escolher embalagens resistentes como caixas de madeira e caixotes de plástico. Nunca utilizar embalagens de agrotóxicos;

• Quando for o caso, levar, no transporte, forros limpos para as bancadas das feiras;

• Levar também tamboretes ou banquetas para as pessoas que atenderão na feira.

As pessoas que vão às feiras orgânicas buscam produtos limpos, bonitos, saudáveis e de excelente qualidade. As pessoas da família merecem o mesmo tipo de produto para o seu consumo. Nos dois casos, o importante é produzir bons produtos para vender melhor ou para cuidar melhor da saúde da família.

Comprar alimentos naturais, em vez de produtos industrializados, e/ou fazer o reaproveitamento das partes dos alimentos normalmente desprezadas faz parte de uma cultura por uma alimentação mais saudável. Quando os alimentos são de boa qualidade, o reaproveitamento é maior e o desperdício menor.

Para oferecer bons produtos, que vendem melhor, alguns cuidados devem ser tomados:

COLHEITA • Evitar desperdícios.• Evitar danos aos produtos.• Cuidar da higienização – mãos limpas, unhas cortadas e higienizadas,

ferramentas limpas.• Não fumar durante a colheita.• Colher os produtos somente no dia anterior à feira, de preferência na

madrugada, para que estejam frescos na hora da venda.

PÓS-COLHEITA • Colocar os produtos em recipientes limpos; usar embalagens reutilizáveis e sustentáveis (nunca vasilhames químicos).

• Lavar os produtos em água corrente.• Descartar os produtos que não estejam com a qualidade esperada.• Organizar os produtos de forma atraente para o mercado.

Os produtos orgânicos contam com selos que garantem a não utilização de substâncias químicas. Além disso, por conta de serem, quase sempre, oriundos da agricultura familiar, há menos emissão de gás carbônico no transporte, já que esses alimentos vêm de regiões próximas à cidade.

SOLO DO CERRADO

Page 14: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

14 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

O rótulo dos alimentos orgânicos tem como base as regulamentações do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da ANVISA e do Código de Proteção e Defesa do Consumidor.

Esses rótulos são importantes para identifi car os produtos e para atrair a confi ança das pessoas compradoras. Os rótulos dos produtos orgânicos devem registrar, no mínimo:

• Nome de fantasia;

• Razão social;

• CNPJ ou CPF;

• Endereço.

Os rótulos dos produtos benefi ciados (como as verduras cortadas em pedacinhos, os barus torrados, as geleias, o mel) devem conter, também, na frente da embalagem:

• o nome do produto;

• os ingredientes;

• o peso;

• o local e a data de fabricação;

• a data de validade.

O rótulo deve indicar também se o produto é classifi cado como orgânico, ou contendo ingredientes orgânicos, conforme o caso.

RÓTULO PARA PRODUTOS ORGÂNICOS

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AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 15

Para alguns produtos que contenham ingredientes orgânicos ou de origem orgânica não certificada, a legislação prevê alguns cálculos, excluindo a água e o sal acondicionados:

• Produtos com 95% ou mais de ingredientes orgânicos certificados devem conter no rótulo a especificação: “produto orgânico com ingredientes não orgânicos”, com a especificação dos ingredientes não orgânicos.

• Produtos com 70% a 94% de ingredientes orgânicos devem ser identificados no rótulo da seguinte forma: “produto com ingredientes orgânicos”.

• Produtos com menos de 70% de ingredientes orgânicos certificados não poderão ser identificados como orgânicos.

Os produtos vendidos diretamente para o/a consumidor/a final são considerados produtos não certificados. Nesse caso, a identificação dos produtos como orgânicos é de exclusiva responsabilidade do/a produtor/a. Nesse caso, o rótulo pode informar: “Produto orgânico, para a venda direta por produtores/as familiares organizados/as, não sujeito à certificação, de acordo com a Lei No 10.831, de 23 de dezembro de 2003”.

RÓTULO PARA PRODUTOS DE ORIGEM ORGÂNICA NÃO CERTIFICADA

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Page 16: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

16 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

Os alimentos orgânicos são mais do que um produto sem agrotóxicos. Os produtos orgânicos são o resultado de uma produção agrícola que maneja o solo para equilibrá-lo, para que os alimentos surgidos da terra sejam cada vez mais saborosos e mais saudáveis.

Os alimentos orgânicos vêm crescendo no Brasil de forma rápida, devido ao fato de que boa parte dos/as brasileiros/as aprovam a ideia de terem em suas mesas um alimento saudável que, em seu processo de produção, não prejudique o Meio Ambiente.

Conhecer os/as clientes potenciais faz parte do planejamento para a venda em feiras. Uma boa forma de obter essa informação é fazer uma pesquisa entre as pessoas que frequentam os pequenos mercados e as feiras livres próximas à propriedade.

ANTES DA FEIRA MONTADA

Antes da feira montada, é importante saber se os/as potenciais compradores/as da feira têm consciência do mal que os agrotóxicos fazem para a saúde, da importância da agricultura familiar para a economia local, e também, se as pessoas estão dispostas a pagar um pouco mais por alimentos saudáveis e quanto a mais pagariam. Essas respostas, tão importantes, podem ser feitas em uma pesquisa simples, anotando os comentários em um caderno ou em um computador.

O momento da pesquisa é também um bom momento para informar as pessoas sobre o surgimento da nova feira. Assim, quando a feira estiver pronta, muita gente já vai saber dela, e comprar nela. Essa pequena ação de comunicação e marketing indireto vai ajudar a feira nascer com condições mínimas de sustentabilidade.

A pesquisa será importante para montar a feira e continuará sendo importante para o seu sucesso. Ao planejar o espaço físico, é bom reservar uma barraca, ou mesmo um cantinho de uma barraca, para continuar colhendo informações sobre a demanda e a satisfação das pessoas que frequentam e compram os produtos da feira.

PARA CONHECER MELHOR O/A CONSUMIDOR/A

Page 17: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 17

Foto: andriollicosta.com.br

DEPOIS DA FEIRA MONTADA

Depois da feira montada, algumas perguntas importantes são sobre o conhecimento ou não das pessoas sobre a diferença entre produtos orgânicos e não orgânicos, sobre se o/a cliente está satisfeito/a, que sugestões têm para a feira ficar cada vez melhor, se os produtos atendem à demanda ou se falta algum produto que faria a feira mais atraente, e ainda, se os preços são justos.

Uma boa prática é tirar uma meia horinha a cada feira só para conversar com os/as clientes. Essas conversas costumam fazer o/a cliente se sentir parte da vida da feira e querer voltar sempre.

Outra boa prática é se reunir com os/as demais feirantes para compartilhar os resultados das pesquisas e das conversas e planejar coletivamente o que fazer com a informação obtida.

Page 18: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

18 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

Uma feira organizada coletivamente torna-se um empreendimento solidário. Mesmo sendo um empreendimento coletivo e solidário, a feira exige uma gestão profissional, com regras claras para o seu funcionamento e com uma avaliação constante da sua viabilidade econômica.

O sucesso do projeto de autogestão da feira dependerá do grupo que a organiza. Um grupo diverso, com a inclusão de jovens e mulheres tem mais chances de prosperar, principalmente porque as pessoas jovens em geral trazem mais entusiasmo e ideias novas para o processo.

O grupo pode e deve contar com o apoio de técnicos e técnicas, especialmente no planejamento, mas a coordenação política precisa ser dos e das feirantes; A coordenação deve ser:

• Formada por um grupo pequeno, mas de preferência com um mínimo de três pessoas, com capacidade de liderança para fazer a feira acontecer;

• Assumida por um período definido, com a distribuição das tarefas por rodízio, para que todos/as tenham oportunidade de aprender a administrar ou organizar as várias atividades da feira;

• Focada no alcance de bons resultados para cada feirante;

• Comprometida com a transparência, para gerar credibilidade e sustentabilidade para a feira;

• Organizada para realizar reuniões periódicas de coordenação e assembleias de feirantes de acordo com o que o grupo decidir;

• Capaz de organizar um regimento interno e de captar apoios para fortalecer a infraestrutura da feira.

ORGANIZAÇÃO COLETIVA DA FEIRA

SOBRE O REGIMENTO INTERNO

O regimento interno deve:

• Conter todas as regras de organização interna;

• Incluir a criação de um fundo de contingência para cobrir as despesas não previstas;

• Definir as estratégias e métodos de comercialização;

• Cuidar das questões de logística, como a ocupação física do espaço, a

limpeza e montagem e desmontagem das barracas, por exemplo;

• Deliberar sobre o local, o dia da semana, e as questões gerais de montagem e manutenção da feira;

• Registrar em ata as deliberações do grupo para não perder a memória e para fazer cumprir o que for de decisão da maioria.

Page 19: Agroecologia - Mais Feiras, Melhores Negócios - Caderno V

AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 19

Foto: aliancabrasileira.wordpress.com

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20 AGROECOLOGIAMais Feiras, Melhores Negócios

O quadro abaixo faz um resumo das ações e atividades que precisam ser checadas para a organização de uma feira.

O QUÊ? COMO? POR QUEM?Conversas sobre organização da feira

Grupos de pessoas interessadas em criar a feira começam a trocar ideias entre si e a pesquisar sobre o assunto.

Potenciais feirantes

Reunião de Organização Encontro de pessoas interessadas na feira para discutir temas diversos como agricultura familiar, agroecologia e comercialização.

Grupo de lideranças marcam o local e convocam a reunião.

Primeiras Tarefas Durante a reunião de organização são discutidas e definidas as primeiras tarefas do grupo, incluindo:

• Diagnóstico • Levantamento de clientes e

demanda• Análise da viabilidade

econômica• Definição da Coordenação• Divulgação

Lideranças e pessoas voluntárias, inclusive mulheres e jovens.

Coordenação Realização de nova reunião para criar a feira, escolher a comissão coordenadora e cuidar da logística:

• Inscrição de Feirantes• Local, dia e horário• Logística de transporte,

montagem e desmontagem, limpeza

• Regimento Interno• Fundo Rotativo

Comissão de organização, ou Coordenação.

Parcerias Busca de apoios para viabilizar a feira:

• Prefeitura (fundamental)• Órgãos de assistência técnica

rural• Sindicatos, ONGS, Movimentos

Sociais• Cooperativas de Crédito• Escolas Municipais

Coordenação e lideranças

CHECKLIST DA ORGANIZAÇÃO DA FEIRA

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Fotos: Sebrae

AGRICULTURA ORGÂNICA BRASILEIRA.UM INVESTIMENTO QUE FAZ

BEM À SAÚDE E AOS NEGÓCIOS.

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Enquanto não houver recursos para pagar os custos de montagem, a feira será só um sonho. Para que esse sonho se torne realidade é importante captar recursos e articular apoios. Os principais passos a serem dados são:

• Orçamento: Realizar um orçamento detalhado para tudo o que precisa ser feito, incluindo os custos iniciais de planejamento e divulgação.

• Identificação de Doações em Bens e Serviços: Depois do orçamento feito, é importante identificar prováveis doações em bens (como tamboretes, barracas, placas) e serviços (como assistência técnica para o planejamento, anúncios na rádio, aplicação de questionários de pesquisa).

• Captação das doações em Bens e Serviços: Identificar o que pode ser conseguido como doação em Bens e Serviços na comunidade, destacar um grupo de futuros/as feirantes para visitar os/as potenciais doadores/as e conseguir as doações.

• Identificação de Possíveis Doadores/as de Recursos Financeiros: Levantar as possíveis fontes de doações financeiras, incluindo o poder público federal, estadual e municipal, o empresariado local e os/as próprios/as feirantes. Lembrar que doações financeiras exigem muito preparo tanto para a captação quanto para a prestação de contas.

• Estabelecimento da Taxa de Contribuição do/a Feirante: Os custos básicos de manutenção da feira deverão ser pagos pelos/as próprios feirantes, mediante contribuições mensais.

• Estabelecimento de parceria com a Prefeitura Municipal: O estabelecimento de uma parceria com a Prefeitura Municipal é estratégico para a concessão do local da feira e para o apoio na logística e na infraestrutura.

FUNDO DE CONTINGÊNCIA

Experiências bem sucedidas mostram a importância da criação, desde o primeiro dia da feira, de um fundo solidário rotativo, também chamado de fundo de contingência.

Esse fundo é formado por uma contribuição fixa de cada feirante após a realização de cada feira. O fundo pode ser composto também por uma taxa

FINANCIAMENTO E SUSTENTABILIDADE DA FEIRA

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de adesão cobrada de novos/as feirantes, por recursos obtidos com bingos e rifas, ou por outras doações diversas.

O Fundo Rotativo serve para a manutenção básica da feira, como o conserto das barracas ou a compra de novas barracas; a divulgação; a compra de equipamentos; os gastos com a ornamentação e limpeza; o pagamento de apresentações culturais para animar a feira e gastos similares.

Os recursos do Fundo Rotativo devem ser depositados em uma conta específica, e o seu uso deve ser especificado no Regimento Interno da Feira. As decisões sobre o uso dos recursos devem ser definidas em reuniões de feirantes e no Regimento Interno e serem registradas em atas.

DEFINIÇÃO DE PREÇOS

As feiras orgânicas e agroecológicas são organizadas dentro dos princípios da economia solidária, que incluem preços justos tanto para o/a produtor/a quanto para o/a consumidor/a.

Em geral, os preços são estabelecidos em reuniões mensais ou trimestrais de feirantes, considerando os custos da produção, do transporte, da manutenção do espaço, da divulgação, e também os preços gerais do mercado local.

O grupo de feirantes deve chegar a um acordo para que todos/as cobrem os mesmos preços para os mesmos produtos, de forma a não gerar competição e disputa entre feirantes.

Os/as consumidores/as de produtos orgânicos aceitam pagar um percentual a mais pelos produtos saudáveis das feiras agroecológicas. Essa preferência deve ser sempre elogiada e reconhecida como uma ação de cidadania. Esse percentual deve ser considerado na hora de definição dos preços. Outros elementos a serem observados para a definição de preços são:

• Custo da matéria prima

• Custo da mão-de-obra

• Despesas com energia

• Despesas com Administração

• Depreciação de equipamentos

• Despesas com embalagens

O preço do produto deve ser maior do que as despesas realizadas para a sua produção e comercialização, incluindo as despesas com impostos. Caso as despesas se tornem maiores do que o preço de venda, os/as feirantes têm duas alternativas: aumentar o preço ou parar de comercializar o produto.

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LOCAL E INFRAESTRUTURA

As feiras podem ser realizadas em locais variados, mas o ideal é conseguir um bom lugar onde possam ser organizadas regularmente, seja todo dia, seja uma vez por semana, uma vez por mês ou em datas especiais.

O local certo é fundamental para o sucesso com o apoio da comunidade. Ao verificar os locais disponíveis, é importante avaliar:

• O fluxo de pedestres;

• O poder aquisitivo das pessoas que passam pelo local;

• Os horários de maior circulação de potenciais compradores/as;

• O interesse pelos produtos a serem comercializados;

• O espaço disponível para as barracas;

• O local reservado para o estacionamento de carroças, automóveis e caminhões;

• As redes de água e eletricidade;

• As atividades culturais eventualmente já desenvolvidas no local.

Foto: Valter Campanato/ABr

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Foto: Valter Campanato/ABr

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Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), em Brasília existem 18 feiras orgânicas:

FEIRA DA ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTURA ECOLÓGICA (AGE) I

Onde: 112 Sul

Quando: quartas-feiras e sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DA AGE II

(também conhecida como Feira Messiânica)

Onde: 315/316 Norte e 709 Sul, ao lado da Igreja Messiânica

Quando: quartas-feiras e sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DA AGE III

Onde: Sudoeste, EQSW 303/304

Quando: quartas-feiras e sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DA AGE IV

Onde: 402 Norte

Quando: sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRAS ORGÂNICAS DE BRASÍLIA

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Feira da AGE II | Foto: Marcello Casal Jr/ABr

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FEIRA DA AGE V

Onde: Sindicato Rural do Distrito Federal – 909/709 Sul

Quando: quartas-feiras e sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DO APOGEU

Onde: 306 Norte

Quando: sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

MERCADO ORGÂNICO

Onde: Ceasa – trecho 10 lote 05, em frente ao Cruzeiro Novo

Quando: segundas-feiras, quintas-feiras e sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA

Onde: Setor Terminal Norte – final da Asa Norte, em frente à sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF)

Quando: quintas-feiras, das 12 h às 18 h

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

MOA INTERNACIONAL

Onde: Sudoeste, Ponto de Distribuição CSW 01, Lote 04, Edifício Portal Master – Bloco A, Loja 1

Quando: terças e sexta-feiras, das 12 h às 18 h

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

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Supermercado Orgânico, no Ceasa Distrito Federal | Foto: Marcello Casal Jr/ABr

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FEIRA DO JARDIM BOTÂNICO

Onde: em frente à Escola de Administração Fazendária (ESAF)

Quando: sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DO ASSENTAMENTO COLÔNIA

Onde: Ministério do Meio Ambiente – Bloco B da Esplanada dos Ministérios

Quando: quintas-feiras, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DO ASSENTAMENTO COLÔNIA

Onde: Incra – Setor Bancário Norte, Edifício Palácio do Desenvolvimento – térreo

Quando: terças-feiras, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DO ASSENTAMENTO COLÔNIA

Onde: Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília (UnB) – Minhocão – Asa Norte

Quando: terças-feiras, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DO ASSENTAMENTO COLÔNIA

Onde: SCLN 505 – W2

Quando: terças-feiras, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

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Jardim Colônia II, Brazlândia - DF | Foto: claudineipimentel.blogspot.com.br

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FEIRA ORGÂNICA 1

Onde: SHIS QL 6/8, Lago Sul, atrás da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (WWF)

Quando: quartas-feiras, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA ORGÂNICA 2

Onde: 703/4 Sul

Quando: sábados, pela manhã

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DE PRODUTOS ORGÂNICOS 603/604 SUL

Onde: Av. L2 Sul, Qd. 603/604, no estacionamento da Escola Superior do Ministério Público da União e da Procuradoria da República no DF

Quando: quartas-feiras, das 9 h às 14 h

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

FEIRA DO GRUPO AGROFLORESTA

Onde: Final da Asa Norte, em frente à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater – DF), Plano Piloto

Quando: quintas-feiras, das 12 h às 18 h

O que tem: frutas, verduras, hortaliças e cereais

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Feira 306 Sul em 1990 | Foto: www.agebrasilia.com.br

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Agroecologia – Plante esta Ideia. Agricultura Familiar – Agroecologia e Mercado. Caderno 01. Fundação Konrad Adenauer, 2008.

Revista do IDEC – edição 162 – fevereiro 2012

• www.aia2014.gov.br

• www.infoescola.com/mamiferos/jaguatirica/

• yournaperville.com/category/featured/

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• www.oeco.org.br/urbanoide/27991-dicas-de-como-ter-uma-alimentacao-mais-sustentavel

• nutricionista-tatianemelo.blogspot.com.br/2011/04/transportar-alimentos-com-seguranca.html

• www.organicsnet.com.br/2010/11/rotulagem-do-alimento-organico/

• www.ebah.com.br/content/ABAAABqbwAF/alimentos-organicos-no-brasil-no-mundo

• www.organicsnet.com.br/2012/08/alimentos-organicos-com-precos-cada-vez-mais-competitivos/

BIBLIOGRAFIA

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AGROECOLOGIACadernos da Agricultura Familiar 35

Gruta da Jabuticabeira, Distrito do Bezerra, Formosa - GO | Foto: Anderson Blaine

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