agroecologia - aula 01

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Prof. Dr. Corlett, F.M.F Fundamentos de Agroecologia MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO IFSUL-RIO-GRANDENSE CAMPUS PELOTAS - VISCONDE DA GRAÇA

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Page 1: Agroecologia - Aula 01

Prof. Dr. Corlett, F.M.FFundamentos de Agroecologia

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOIFSUL-RIO-GRANDENSE

CAMPUS PELOTAS - VISCONDE DA GRAÇA

Page 2: Agroecologia - Aula 01

INTRODUÇÃO

• O movimento em torno de formas não-convencionais de agricultura é relativamente antigo e remonta ao início da agricultura convencional ou industrial;

• No Brasil, esse movimento contava com diferentes manifestações de críticas e proposições e ficou conhecido como agricultura alternativa (AA);

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OBJETIVOS

GERAL:

Estudar as características de diferentes abordagens de agricultura convencional e não - convencional;

ESPECÍFICOS:

Caracterização da agricultura industrial (Al) ou agricultura convencional;

Caracterizar a evolução de agricultura alternativa até a Agoecologia.

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Formas não-convencionais de agricultura é relativamente antigo e remonta ao início da agricultura convencional ou industrial;

Os primeiros movimentos datam do início do século 20, época em que o paradigma convencional começava sua disseminação mais intensa no mundo dos países desenvolvidos, ou seja, na Europa Ocidental e na América do Norte;

No Brasil, o movimento apenas tomou impulso mais decisivo - com conseqüências políticas e institucionais - na década de 1970.

A agricultura convencional é descrita como o conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século 19, conhecida como a 2ª revolução agrícola, que teve como suporte o lançamento dos fertilizantes químicos por Liebig.

Este sistema expandiu-se após as grandes guerras, com o emprego de sementes manipuladas geneticamente para o aumento da produtividade, associado ao emprego de agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes) e da maquinaria agrícola.

A agricultura convencional é descrita como o conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século 19, conhecida como a 2ª revolução agrícola, que teve como suporte o lançamento dos fertilizantes químicos por Liebig.

Este sistema expandiu-se após as grandes guerras, com o emprego de sementes manipuladas geneticamente para o aumento da produtividade, associado ao emprego de agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes) e da maquinaria agrícola. O agricultor é dependente por

tecnologias/recursos/capital do setor industrial, que devido seu fluxo unidirecional leva à degradação do ambiente e á descapitalização, criando uma situação insustentável à longo prazo.

O agricultor é dependente por tecnologias/recursos/capital do setor industrial, que devido seu fluxo unidirecional leva à degradação do ambiente e á descapitalização, criando uma situação insustentável à longo prazo.

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Histórico de Agricultura Alternativa (AA)

No Brasil, esse movimento contava com diferentes manifestações de críticas e proposições e ficou conhecido como agricultura alternativa (AA).

Era coordenado pela Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Faeab) e pela Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab):

Tendo organizado quatro grandes encontros nacionais conhecidos como:

Encontros Brasileiros de Agricultura Alternativa (EBAAs) respectivamente:

Curitiba, 1981; Rio de Janeiro 1984; Cuiabá, 1987; Porto Alegre, 1989.

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Histórico de (AA)

Segundo Paschoal (1995), a denominação AA foi inicialmente adotada na Holanda, em 1977, no chamado Relatório Holandês, documento produzido pelo Ministério da Agricultura e Pesca e que apresentava diversos modelos de agricultura não-convencional sob a denominação genérica de AA;

Em 1989, o National Research Council (NRC), dos Estados Unidos da América, publicou um documento chamado de Alternative Agriculture, no qual um comitê realizou estudos sobre o papel dos métodos alternativos, na moderna produção agrícola daquele país.

Segundo Paschoal (1995), a denominação AA foi inicialmente adotada na Holanda, em 1977, no chamado Relatório Holandês, documento produzido pelo Ministério da Agricultura e Pesca e que apresentava diversos modelos de agricultura não-convencional sob a denominação genérica de AA;

Em 1989, o National Research Council (NRC), dos Estados Unidos da América, publicou um documento chamado de Alternative Agriculture, no qual um comitê realizou estudos sobre o papel dos métodos alternativos, na moderna produção agrícola daquele país.

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Agricultura Alternativa (AA)

Além da influência desse amplo movimento brasileiro e das contribuições do parágrafo anterior, a adoção do nome agricultura alternativa (AA) teve também como referência a importante obra de Schumacher (1973), que tratava de tecnologias adaptadas às condições econômicas, sociais e culturais, chamadas de tecnologias apropriadas ou alternativas.

Esse amplo marco conceitual foi inicialmente adotado, sabendo-se de suas limitações.

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Agricultura Alternativa (AA)

Jesus (1987), afirmava que o nome AA era adotado na falta de outra denominação mais específica e precisa, já que não significava um modelo ou conjunto de técnicas, mas um conjunto de movimentos alternativos.

É muito impreciso, pois qualquer técnica ou processo alternativo ao modelo convencional, mesmo que demandadores de insumos, ou causadores de impactos sociais e econômicos negativos, eram considerados como parte do contexto alternativo.

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Características de diferentes abordagens de agricultura não-convencional

Existem diversas denominações para formas de agricultura não-convencional.

Algumas surgiram mais recentemente, enquanto outras são mais antigas, datando da década de 1920.

Entretanto, antes de qualquer comentário sobre as diferentes linhas de agricultura não-convencionais, traçamos o perfil da agricultura industrial:

Pois como afirmou Jesus (1985):

“As diferentes formas de agricultura alternativa surgiram como uma resposta ao modelo de agricultura industrial”.

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Caracterização da agricultura industrial (AI) ou agricultura convencional

Pode-se afirmar, que do ponto de vista tecnológico, a agricultura industrial representa um modelo que se baseia em três pilares fundamentais, como mostra a Fig. 1:

Fig.1. Os três pilares tecnológicos fundamentais, embora não os únicos da agricultura industrial (AI).

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Pilar da Agroquímica

Produz os insumos que permitiram o controle das restrições ambientais, tanto no tocante à fertilidade dos solos, quanto no controle das chamadas pragas, doenças e ervas invasoras;

Isso permitiu ao modelo, um seguro controle e dominação da natureza, permitindo praticar a agricultura de monocultura intensiva e extensiva, que seria impossível, sem esse aparato industrial.

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Pilar da Motomecanização

Permitiu a liberação de mão-de-obra para as indústrias e as cidades, barateando os custos de produção assim como a possibilidade de cultivar áreas cada vez maiores, ampliando as monoculturas.

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Pilar da Manipulação Genética

Propiciou os trabalhos na direção de plantas (e animais) de alta resposta aos insumos químicos, contribuindo, também, para o aumento da uniformidade genética, da diminuição da biodiversidade e da ampliação das monoculturas, o que leva a um ciclo de doenças, pragas e maior necessidade de agrotóxicos e fertilizantes.

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Atualmente, esse último pilar constitui a área mais importante que recebe investimentos dos grupos transnacionais do agribusiness;

Alguns consideram a engenharia genética um novo paradigma agrícola;

A engenharia genética é apenas o aprofundamento do paradigma atual, já que quase 90% das pesquisas realizadas nessa área visam obter plantas resistentes ao uso de herbicidas, permitindo o uso mais intensivo desses produtos;

Por sua vez, as gestões dos países ricos (especialmente dos Estados Unidos da América), exigindo que os países do Terceiro Mundo, ricos em biodiversidade, instituam legislação específica sobre a propriedade intelectual e de patentes sobre plantas e microrganismos, abre campo para maior controle e domínio desses interesses sobre a agricultura mundial.

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A agricultura industrial ou moderna não cumpriu seu objetivo de melhorar a vida da população rural, marginalizando contingentes enormes dessa população, que vivem o drama do êxodo e da vida marginal nos grandes centros urbanos, com as conseqüências em termos de qualidade de vida e de deterioração ambiental;

Essa é a razão pela qual um novo paradigma é necessário e é por isso que ele se fortalece, como a agricultura moderna não pôde nem pode resolver os complexos problemas rurais e urbanos, necessita- se de uma agricultura pós-moderna ou pós-industrial.

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