institutodeimpressao.org€¦ · agradecimentos pode parecer fácil, mas agradecer não é algo...

244
FLEXOGRAFIA

Upload: others

Post on 11-Oct-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

FLEXOGRAFIA

Page 2: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 3: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Bloco Comunicação Ltda.

São Paulo, Março de 2007

1ª edição

FLEXOGRAFIAMANUAL PRÁTICO

E U D E S S C A R P E T A

Page 4: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Agradecimentos

Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam contribuindo para esse documento. Porém, quero destacar os seguintes:

Em primeiro lugar agradeço a Deus sobre todas as coisas que orienta e permite que as coisas aconteçam. Muito obrigado.

Agradeço à minha família, cujo esteio é muito importante para que as coisas andem e finalmente cheguem ao final com sucesso.

Agradeço ao amigo Wilson Paduan que me auxiliou no capítulo sobre impressão, pré-impressão e tintas entre outras informações.

Agradeço ao amigo José Carlos de Freitas, que foi grande incentivador e cotizador para que as coisas acontecessem.

Agradeço ao Lopez, Paulo Sergio, Daniela, Vlamir, Dutra e Letícia, que ajudaram a preparar ima-gens e desenhos para o livro em seu tempo livre.

Agradeço ao pessoal da Bloco de Comunicação (Marcos, Wilson e Carlos) em quem depositei confiança para a edição deste livro, pois sempre admirei o trabalho sério que fazem na revista EmbalagemMarca.

Agradeço aos mestres Lorenzo Baer, Bruno Cialone, Sergio Vay e Bruno Mortara, cuja convivên-cia me é sempre enriquecedora.

Agradeço às empresas que acreditaram no projeto e que, espero, ganhem também por aposta-rem em algo inédito na língua portuguesa.

Agradeço aos dirigentes da Zaraplast, que permitiram essa contribuição sobre flexografia ao mercado. Isso mostra o diferencial de uma empresa que, por meio da qualidade de seus produtos, passou à vanguarda da flexografia em seu segmento no Brasil. Nunca pouparam esforços para implementar ações de melhoria como a aplicação das normas ISO e NBR de flexografia, além de acreditarem em meu trabalho. São meus mestres.

Agradeço à Abflexo e à Abiea, que viabilizaram a divulgação e que apoiaram o projeto inédito no Brasil. Agradeço à ABTG e à Abigraf por também confiarem em meu trabalho junto à ISO/TC 130 Comitê Internacional de normalização para a indústria gráfica mundial. Sou grato ao SENAI-SP que tanto contribuiu para o meu crescimento como profissional e, acima de tudo, como pessoa.

Agradeço aos meus companheiros de trabalho que pontuaram com excelentes contribuições e a todos aqueles que, no decorrer de muitos anos, me ajudaram e tiveram paciência comigo.

Agradeço a minha esposa Miriam que é uma das maiores incentivadoras e que me motiva a mos-trar-lhe um trabalho bem feito. Agradeço sua paciência e agradeço por ser simplesmente “minha”.

A todos meu MUITO OBRIGADO!

Page 5: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Dedicatória

Dedico este livro à minha mãe. Sabe, dedicar uma obra à mãe certamente parece lugar-comum. Mas não é. Minha mãe é um exemplo de dedicação e trabalho. Durante muito tempo, trabalhou duro junto com meu pai e minha irmã para que eu estudasse e cursasse o Senai de Artes Gráficas. E não foram apenas os dois anos de aprendizagem industrial, mas também os quatros anos que se seguiram de escola técnica no mesmo Senai Theobaldo de Nigris. Eram tempos difíceis, em que levávamos arroz com feijão e ovo (às vezes frito, às vezes omelete ou outra criação pra disfarçar) boa parte da semana.

Nascida no interior de São Paulo, logo mudou-se com sua família para o interior do Paraná, onde seu pai comprou um pedaço de terra. Época muito difícil. Com o tempo conheceu meu pai e se casou. Depois de eu e minha irmã nascermos no norte do Paraná, vieram para São Paulo tentar a vida, como se diz. Mais épocas difíceis. Mas nunca desistiram e com o tempo conseguiram criar-nos com educação e preceitos éticos e morais que, penso eu, sejam o maior legado de todos.

Hoje tenho minha mãe como exemplo, inspiração de persistência e determinação. Acredito real-mente que os pais são a base para o que os filhos serão no futuro. Pois no meu caso foi isso que aconteceu. Obrigado pai. Obrigado mãe.

Page 6: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Prefácio

O Professor Eudes Scarpeta entendeu que o desenvolvimento técnico sustentável da flexografia no Brasil dar-se-á somente com a superação de seu maior paradigma: “Investimento em capital humano”, através do estudo, pesquisa e difusão dessas informações valiosas aos profissionais do setor. O Mercado da Flexografia bem-informado e a cada dia mais promissor, agradece.

O Profissional Eudes Scarpeta continua contribuindo na consolidação deste ideal de crescimento, liderando o projeto de normalização setorial junto à ISO (Comitê para Normalização da Flexografia, onde atua como Líder de Projeto Internacional), elevando à condição de “Empreendedor, Inovador e Pioneiro” o nosso país, o Mercado e todos nós, profissionais oriundos do meio. O Brasil, na berlinda da normalização, agradece.

O Autor Eudes Scarpeta lança seu segundo livro técnico para a indústria gráfica e convertedora. Depois de uma visão abrangente, clara o objetiva sobre redução de setup (e custos) para offset, rotogra-vura e flexografia (Como diminuir o setup na impressão - Editora Scortecci - 2005), ele compila tudo o que aprendeu, vivenciou e praticou nos seus trabalhados em flexografia, uma obra bastante útil e necessária ao nosso segmento. Os leitores, ansiosos, agradecem.

O Amigo Eudes Scarpeta me estende o gentil convite de prefaciar este livro, de compartilhar seu conhecimento, sua sabedoria e mais do que tudo isso, me honrar com a sua amizade. O admirador Aislan Baer, com sinceridade e votos de sucesso, agradece.

Page 7: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 1 – Introdução .......................................................... 13

Como surgiu a flexografia ........................................................ 14

Características da flexografia ................................................... 14

Chapa flexível, mas resistente .................................................. 15

Tinta líquida e de secagem rápida ........................................... 15

Sistema de entintagem ............................................................ 15

Impressoras para todas as necessidades ................................. 16

As variáveis a serem controladas na flexografia ....................... 18

Características do processo flexo ............................................. 19

Como identificar um impresso em flexografia .......................... 19

Características das impressoras .............................................. 20

Capítulo 2 – O design e a produção gráfica .................. 23

Que cuidados o designer da embalagem deve ter? .................. 28

A cor que eu vejo na tela do computador é a mesma que eu vou obter na impressão? ........................... 28

É possível aproximar a cor que vejo no monitor e o resultado impresso? ......................................... 28

Que tipos de textos são mais apropriados para flexografia? ..... 29

O corpo do texto afeta a impressão? ........................................ 29

Que cuidados se deve ter com textos negativos? ..................... 29

Qual a diferença entre fontes PostScript e TrueType? ............... 30

Por que as fontes PostScript são melhores em Macintosh que em PC? ....................................... 30

Imagem e ilustração não são a mesma coisa? ......................... 31

O que é resolução da imagem? Qual devo usar para imprimir em flexografia? .......................................... 31

Qual o melhor tipo de “formato” de imagem? .......................... 32

O que são ilustrações em vetor e bitmap? ............................... 33

Qual a melhor? ........................................................................ 34

O que é color trap e para que serve? ....................................... 34

O que é um arquivo em PDF/X? ............................................... 35

O que é o PDF/X-1a? ............................................................... 35

Quais são os itens de um checklist básico para orientar o trabalho do designer? ........................... 38

Capítulo 3 – Pré-impressão de flexografia .................... 41

O que é pré-impressão? .......................................................... 42

Quais os equipamentos utilizados? .......................................... 42

Quais os softwares utilizados na pré-impressão? ..................... 43

Como a imagem é preparada para ser impressa? .................... 43

O que é retícula? ..................................................................... 43

O que é quadricromia? ............................................................. 44

Os pontos de retícula possuem formatos diferentes? ............... 44

Qual o melhor tipo de ponto para flexografia? .......................... 44

O que é ângulo de retícula? ..................................................... 46

Quais os melhores ângulos para flexografia? ........................... 46

O que é “Moiré”? ..................................................................... 47

Existe alguma retícula que não provoque o “Moiré”? ............... 47

O que é lineatura? ................................................................... 48

Em que influi a lineatura na reprodução da imagem? .............. 49

Qual a melhor lineatura para flexografia? ................................. 49

Que dizer da porcentagem de pontos? ..................................... 49

O que é “contraste de imagem”? ............................................. 50

O que é “ganho de pontos”? .................................................... 49

Por que ocorre o ganho de pontos? ......................................... 51

Como se calcula o ganho de pontos? ....................................... 52

O ganho de pontos é igual para cada máquina? ...................... 54

Como se corrige o ganho de pontos? ....................................... 55

Como são feitas as medidas para correção de ganho de pontos? ................................................. 55

O ganho de pontos é igual nas áreas claras, médias e escuras da imagem? ..................................... 55

De que forma se dá a correção do ganho de pontos? .............. 55

O que é um densitômetro? ....................................................... 55

Por que ocorre a distorção ou aumento da imagem na flexografia? ........................................ 56

A distorção é igual para todos os clichês? ............................... 56

Quais elementos importantes de um finger print para flexografia? .............................................. 56

Capítulo 4 – Clichês para impressão flexo ..................... 63

O que são clichês? ................................................................... 64

De que são feitos? ................................................................... 64

Como escolher o tipo de fotopolímero e quais fatores são importantes? ............................................. 64

Que métodos de gravação e cópia existem? ............................ 65

Qual a altura correta do grafismo em relação ao piso? ............ 66

Como se faz e para que serve a exposição principal no sistema convencional? .......................................... 66

Como determinar a melhor exposição de verso e principal? .... 66

Para que serve a lavagem (gravação) da chapa e que cuidados se deve ter? ..................................... 68

Que cuidados com os clichês se deve ter na gravação química? ................................................ 68

Para que serve e por que são necessários a secagem e a estabilização do clichê? ................................... 68

O que acontece se não se esperar o tempo de estabilização e já se utilizar o clichê para imprimir? ................ 69

Como funciona o sistema de gravação a laser? ....................... 71

Resumo dos principais tipos de cópia e gravação .................... 72

Quais os controles que se deve fazer ao receber um clichê gravado? ................................................ 73

Índice

Page 8: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Qual o melhor método para limpar o clichê durante a impressão? ................................................. 73

Como se deve limpar o clichê após a impressão? .................... 73

Qual o melhor método para armazenamento do clichê? ........... 73

Existem controles a serem feitos nos clichês de um modo geral? ............................................... 74

Qual a tendência dos sistemas de gravação de chapas no mercado mundial? .............................. 74

Capítulo 5 – Montagem declichê e provas de impressão .............................................. 77

Quais os métodos de montagem de clichês ............................. 77

Qual é o melhor sistema de colagem utilizado hoje em dia? .... 79

O que é dupla-face? ................................................................ 80

Quais os tipos de dupla-face? .................................................. 81

O tipo de dupla-face influencia no resultado da impressão? .... 81

Densidade é o mesmo que compressibilidade? ........................ 81

Qual a principal característica que uma fita dupla-face deve ter? ........................................... 82

Qual é, então, o melhor tipo de dupla-face? ............................. 82

O que são “sleeves” ou camisas? ............................................ 82

Quais são os tipos de camisas mais comuns no mercado? ...... 83

Quais as vantagens e as desvantagens das camisas? ............. 83

Quais os cuidados na escolha das camisas? ............................ 84

O que são provas de flexografia? ............................................. 85

Quais os tipos de provas mais comuns e qual a melhor? ......... 86

O que é “print” e Cromalin® ..................................................... 86

O que é o catálogo Pantone®? ................................................. 86

O que é perfil ICC? ................................................................... 87

Capítulo 6 – Principais suportes para impressão ....... 91

Quais os principais suportes que podem ser impressos na flexografia? ....................................... 91

Quais as boas qualidades que os suportes devem possuir? ..... 92

Quais as principais aplicações do papel nos segmentos que a flexografia atende? ................................ 92

O que são plásticos? ................................................................ 92

O que são “filmes técnicos”? ................................................... 92

O que são co-extrusados? ....................................................... 93

O que são laminados? ............................................................. 93

O que são metalizados? ........................................................... 93

Por que utilizamos laminados e metalizados? .......................... 94

Quais as propriedades do alumínio e por que é tão útil em embalagens? .......................................... 95

Por que o poliéster é tão utilizado hoje em dia? ....................... 95

Quais as qualidades do polipropileno? ..................................... 96

O que é extrusão de materiais plásticos? ................................. 97

O que é tratamento corona? .................................................... 98

O que é a tensão superficial? ................................................... 99

O que pode afetar o tratamento corona? ................................ 101

Por que o tratamento corona tende a reduzir ao longo do tempo? ....................................... 101

O tratamento pode variar em função da tinta? ....................... 102

Resumo dos diferentes produtos e estruturas utilizadas ......... 103

Capítulo 7 – Tintas para impressão ................................ 109

Do que são feitas as tintas de flexografia? ............................. 109

O que são resinas? ................................................................ 109

Quais as resinas utilizadas na flexografia? ............................. 110

Qual a função das resinas nas tintas ...................................... 110

O que são vernizes? ............................................................... 111

O que são solventes? ............................................................. 111

Que tipos de solventes são utilizados nas tintas flexo? .......... 112

Propriedades físicas dos principais solventes gráficos ........... 113

Qual o método correto para utilização dos solventes nas tintas? ....................................... 114

Quais os controles feitos nos solventes? ................................ 114

O que são e qual a função de pigmentos e corantes? ............ 114

Como se classificam os pigmentos e quais as suas origens? ... 115

Resistência à luz .................................................................... 117

O que é moagem? ................................................................. 117

O que são aditivos e quais os principais utilizados nas tintas flexo? ..................................... 119

O que é viscosidade? Como controlá-la? ............................... 119

O que é rendimento da tinta? ................................................. 120

Quais os principais controles a serem feitos nos filmes de tinta impressos? ..................................... 120

O que é tixotropia? ................................................................. 121

Qual seria uma formulação média para tintas de flexografia? ........................................... 122

Tintas à base de água e seu uso em flexografia .................... 122

É possível aplicarmos tintas base água na flexografia de banda larga para substratos plásticos? ............ 122

Que dificuldades podem surgir e quais cuidados os operadores devem ter com tintas base água? ................... 123

Podemos utilizar tintas à base de água para laminação? ....... 123

Como fazer para acertar a cor? .............................................. 124

Quais são os três princípios da cor? ...................................... 125

De que forma a densitometria pode ajudar no controle da cor? ............................................ 126

Capítulo 8 – Cilindros anilox ............................................... 129

Qual a função básica do anilox? ............................................. 130

Quais os tipos de anilox mais comuns? ................................. 130

Quais os principais tipos de laser para gravação de anilox e quais as diferenças entre eles? ............................ 131

Quais os itens de controle? .................................................... 132

Por que a lineatura do anilox deve ser alta? ........................... 132

O que é BCM? ........................................................................ 132

O BCM é mais importante do que a lineatura do anilox? ........ 133

Page 9: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Qual o ângulo da retícula do anilox? ...................................... 133

Por que se escolheu esse ângulo? ......................................... 133

Em que o volume de tinta influencia a impressão? ................ 134

Qual o cálculo para converter BCM/pol² em cm³/m²? ............. 134

Como escolher o anilox? ........................................................ 134

Que outros fatores devem-se levar em conta na escolha do anilox correto? ....................................... 135

Lineaturas e volumes recomendados para cada processo ..... 136

Quando utilizar rolo de borracha pelo sistema doctor roll? ..... 137

Há algum princípio básico na escolha do anilox? ................... 137

Quais os métodos de limpeza do cilindro anilox? ................... 138

Como se deve armazenar os cilindros anilox? ........................ 138

E que dizer do armazenamento das camisas anilox? ............. 139

As camisas anilox são tão boas quanto os cilindros anilox? ... 139

O anilox sleeve pode ser recondicionado? .............................. 140

Que tipo de anilox é mais recomendado para grandes chapados? .................................. 140

Como se afere o anilox? ........................................................ 141

Quais são os métodos para aferição? .................................... 141

Dicas e cuidados com camisas anilox .................................... 142

Capítulo 9 – Impressão de flexo – Banda larga ........ 145

Sistemas de entintagem ........................................................ 145

Sistema construtivo ............................................................... 146

A máquina impressora ........................................................... 147

Sistema de entrada (alimentação) e saída .............................. 147

Eixos e tubetes ...................................................................... 148

Troca de bobinas .................................................................... 149

Alinhadores ............................................................................ 150

Controle de tensão manual ou semi-automático .................... 152

Controle de tensão automático ............................................... 152

Roletes ................................................................................... 153

O grupo impressor ................................................................. 155

Sistema sem-engrenagens (gearless) .................................... 158

Cuidados com o sistema de entintagem ................................ 161

Cilindro entintador (doctor roll) ............................................... 162

As racles (facas) utilizadas na flexografia ............................... 163

O certo e o errado sobre as racles e sistemas de entintagem ............................................ 165

Capítulo 10 – Impressão flexo – Banda estreita e média ......................................................... 171

A máquina impressora ........................................................... 172

Sistema de entrada (alimentação) .......................................... 172

Grupo impressor .................................................................... 173

Sistema de entintagem .......................................................... 174

Impressoras com troca do grupo impressor ........................... 174

Secagem entre-cores, estufas e exaustão .............................. 175

Secagem ultra-violeta ............................................................ 175

Sistemas de cura U.V. ............................................................ 177

Electron beam ........................................................................ 180

Sistemas E.B. aplicados a impressoras flexo .......................... 182

Meio-corte dos rótulos ........................................................... 183

Capítulo 11 – Impressão flexo – Corrugados ............. 187

Algumas definições básicas na área de corrugados ............... 188

Tipos de papelão ondulado .................................................... 188

Terminologia .......................................................................... 189

Tipos de ondas ...................................................................... 189

Controle da qualidade do papelão ondulado ........................... 190

Desenvolvimento de embalagens e estruturas ....................... 190

A impressão ........................................................................... 191

Sistema de entrada (alimentação) .......................................... 192

Grupo impressor .................................................................... 193

Sistema de saída ................................................................... 196

Capítulo 12 – Problemas comuns na impressão e soluções práticas ................................... 201

Falhas de impressão .............................................................. 203

Variação de registro ............................................................... 204

Tinta U.V. não cura (seca) ....................................................... 205

Cor lavada em relação ao padrão ........................................... 205

Falha na sobreposição de tintas (trapping da tinta) ................ 206

Variação da cor durante a impressão (color shifting) .............. 207

Variação do passo da fotocélula ............................................. 208

Decalque ................................................................................ 208

Manchas ou borrões no impresso .......................................... 209

Blocagem (blocking) .............................................................. 210

A tinta arranca as fibras do papel .......................................... 211

Moiré no impresso ................................................................. 212

Riscos no impresso ................................................................ 213

Entupimento da retícula ......................................................... 214

Ganho de ponto excessivo ..................................................... 215

Marcas de engrenagem ......................................................... 216

Fotografia (fantasma) ............................................................. 217

Chapado sem cobertura ou furando ....................................... 218

Mudança de contraste durante a produção ............................ 219

Pontos de retícula falham (missing dots) ................................ 220

A tinta perde (ou muda) a cor depois de impressa ................. 221

Variação de COF .................................................................... 222

Impressão sem brilho (fosca) – Blushing ................................ 223

Código de barras não lê ......................................................... 224

Glossário e termos técnicos em flexografia ................. 225

Page 10: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 11: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 1 – Introdução – 11

Page 12: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Como Surgiu a Flexografia• Apresentação das Principais Características da Flexografia• Resumo das Propriedades das Chapas para Impressão• As tintas para Flexografia• Importância do Sistema de Entintagem• Diferentes tipos de Equipamentos para Diferentes Serviços• Variáveis a Serem Controladas no Processo

Page 13: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 1 – Introdução – 13

fle xo gra fia evo luiu muito nos úl ti mos anos. Mais e mais pro fis sio nais de ou tras áreas têm mu da do para fle xo. A qua-lidade de im pres são me lho rou e o cus to de fa bri ca ção não au men tou pro por cio nal men te, tor nan do as sim a fle xo gra fia for te con cor ren te da ro to gra vu ra em cer tos cam pos, es pe cial-

men te no se g men to de embalagens fle xí veis.Ao pas so que há este subs tan cial de sen vol vi men to, ma te rial in for ma ti vo e cla-ro não está dis po ní vel no mer ca do. As sim, este li vro pro cu ra au xi liar aque les que es tão en tran do no mer ca do e não co nhe cem bem o que é fle xo gra fia. Ao mesmo tempo, será útil também para aque les que já pos suem ex pe riên cia, mas ca re cem de base teó ri ca.“Fle xo gra fia - Manual Prático” visa ajudar téc ni cos, ven de do res, de sig ners, ge ren tes, im pres so res, téc ni cos de pré-im pres são, cli che ris tas, pro fis sio nais da área de con tro le de qualidade e todos os en vol vi dos com esse pro ces so de trans for ma ção que é a fle xo gra fia a compreender esse excelente processo.Este Ma nual deve es tar na sala de im pres são, no la bo ra tó rio, na sala de ven-das, en fim, em todo lu gar que seja de fá cil aces so. A re co men da ção que se faz é que em pre sá rios, di re to res, ge ren tes e res pon sá veis por em pre sas em ge ral dis po ni bi li zem tantos exemplares quan to pos sí vel, a fim de qualificar seus profissionais e melhorar o desempenho da empresa.O Li vro é di vi di do em par tes, de modo a fa ci li tar a lo ca li za ção do as sun to de se ja do e o rá pi do aces so às cau sas e às so lu ções dos pro ble mas em fle xo-gra fia. As sim, o lei tor per ce be rá ser muito prá ti ca a for ma como foi es cri to e, prin ci pal men te, sua lin gua gem, de fá cil en ten di men to por ope ra do res e todos que o uti li za rem no seu dia-a-dia. Além dis so, há di cas de cui da dos que se deve ter no desempenho das funções ligadas ao processo de impressão, e um ape lo para a pos tu ra pro fis sio nal de quem lida di re ta men te na exe cu ção do pe di do.

1•Introdução

Page 14: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Intr

odu

ção

14 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Como surgiu a flexografia

De mo rou muito de pois da des co ber ta da vul ca ni za ção da bor ra cha em 1839 pelo nor te-ame ri ca no Char les Good year para a fle xo gra fia vir à exis tên cia. Por vol ta da dé ca da de 30 do sé cu lo 20 – isto é, qua se um sé cu lo de pois – a vul ca ni za ção já es ta va bem apri mo ra da, e a idéia de subs ti tuir os ti pos mó veis de chum bo, es ta nho e an ti mô nio por ti pos de bor ra cha vul ca ni za da foi uma fe liz con se qüên cia.A pri mei ra em pre sa a fa zer uso des te re cur so foi a Moss type Cor po ra tion, que de sen vol veu as cha pas. O prin cí pio de im pres são con sis tia na en tin ta-gem do cli chê de bor ra cha com uma tin ta à base de ani li na. O sis te ma de im pres são pas sou en tão a ser co nhe ci do como “Pro ces so Ani li na” ou “Im pres-são Ani li na”, pois não ti nha ou tro nome ain da. Em 1938, a em pre sa In ter na tio-nal Prin ting Ink Cor po ra tion, nos Es ta dos Uni dos, apri mo rou o re cur so para en tin ta gem do cli chê. Pas sa ram a usar um ci lin dro gra va do com inú me ras cé lu las que re ti nham a tin ta e a trans fe riam com uma do sa gem mais con tro-la da. Este ci lin dro gra va do no co bre e re co ber to com cro mo foi cha ma do de Ani lox e é ain da hoje vas ta men te usa do nas im pres so ras fle xo grá fi casNa dé ca da de 1930 a FDA (Food and Drug Ad mi nis tra tion), ór gão do go ver-no ame ri ca no que con tro la ali men tos e re mé dios, de cla rou a ani li na tó xi ca. Des te modo o nome “Im pres são Ani li na” pas sou a ser con si de ra do como algo ruim, si nô ni mo de ve ne no. Na dé ca da seguinte as grá fi cas americanas lí de res de ci di ram mu dar o nome des te pro ces so de im pres são, para que seus pro du tos pu des sem ser mais bem re ce bi dos pe las in dús trias ali men tí cias da épo ca. É in te res san te que já se usa vam mui tos outros ti pos de tin tas para a im pres são, mas o es tig ma da ani li na per sis tia. As grá fi cas abri ram a opor tu ni-da de para su ges tões e re ce be ram cer ca de duas mil, vin das de to das par tes dos Es ta dos Uni dos. Em 21 de ou tu bro de 1952 foi anun cia da a es co lha: “Pro-ces so Fle xo grá fi co” ou “Fle xo gra fia”.

Ca rac te rís ti cas da Fle xo gra fia

A fle xo gra fia pos sui a fa ci li da de de im pri mir so bre di ver sos ti pos de subs tra tos e de va riar o for ma to. Pode-se im pri mir des de eti que tas e sa co las plás ti cas até cai xas de pa pe lão on du la do. A oti mi za ção é maior, pois, di fe ren te men te de outros pro ces sos, como off set, a fle xo gra fia não pos sui in ter rup ção no pe rí me-tro do cli chê co la do. As sim, pode-se apro vei tar melhor o subs tra to.

Charles Goodyear, o descobridor da vulcanização da borracha, processo que viabilizou o desenvolvimento da flexografia

Diversidade de substratos e variedade de formatos são características do processo de impressão flexográfica

Page 15: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Introdu

ção

Capítulo 1 – Introdução – 15

Cha pa fle xí vel, mas re sis ten te

A cha pa para im pres são pode va riar tan to na es pes su ra quan to na du re za. Ou tra pro prie da de da cha pa é o tipo de ma te rial uti li za do, que pode ser fo to po lí me ro, bor ra cha na tu ral ou mis ta, cada qual com uma fi na li da de es pe cí fi ca. Nor-mal men te, para uma maior qualidade, o fo to po lí me ro traz me lho res re sul ta dos. A du re za pode va riar de 25 a 40 graus Sho re “A”, a unidade de medida de dureza de borrachas (quanto maior o valor, maior a dureza) para im pres são de cai xas de pa pe lão on du la do, pois a “ma ciez” do clichê se amol da melhor à su per fí cie ir re gu lar do ma te rial. Para im pres são em subs tra tos com su per fí cies re gu la res e para se ob ter melhor de fi ni ção de im pres são, uti li-za-se du re za entre 55 e 60 graus Sho re “A”. As cha pas são co la das em ci lin dros ou camisas apro pria dos cha ma dos de “por ta-cli chês”. Os mé to dos para fi xa ção das cha pas po dem va riar, mas o mais uti li za do é a colagem com du pla-face, uma fita es pu ma da com ade si vo em am bos os la dos.

Tinta líquida e de secagem rápida

A tinta de flexografia é normalmente líquida e de secagem rápida, permitin-do boa velocidade de impressão. As tintas podem ser à base de solventes como álcool, mistura de solventes e água ou mesmo de cura ultra-violeta. O emprego de cada tipo de tinta decorre do tipo de serviço, do substrato, do equipamento, do uso final do produto. São vários os controles feitos na tinta e estes são considerados no Capítulo 7.

Sistema de entintagem

O item mais importante do sistema de entintagem na flexografia é o cilindro anilox. Suas células gravadas dosam a tinta a ser depositada na superfície do clichê. Se houver pouca tinta a cor impressa poderá ser distorcida. Se houver excesso, acumulará tinta entre um ponto e outro causando manchas na ima-gem impressa.É importante ter sempre em mente que o controle da dosagem de tinta é fun-damental na flexografia. A tecnologia moderna permite muita variedade no tipo e na profundidade de células, que são escolhidas em função do serviço a ser realizado.

As chapas podem variar na composição, na espessura e na dureza

O excesso de tinta pode gerar defeitos na impressão, como se observa na imagem da direita

Os cilindros anilox são a parte mais importante do sistema de entintagem em flexografia

STUDIO AG

Page 16: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Intr

odu

ção

16 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Impressoras paratodas as necessidades

Os equipamentos para impressão podem ser organizados em três grandes categorias, conforme o tipo de material a ser impresso: 1) Etiquetas e rótulos (banda estreita e banda média),2) Embalagens em geral (banda larga) e3) Corrugados (Papelão Ondulado). Os equipamentos para impressão de etiquetas e rótulos são relativamente pequenos e requerem apenas um operador. São diversos os tipos de etique-tas: de supermercado, para roupas, rótulos etc.

Impressora típica de banda estreita

Rótulos auto-adesivos são amplamente impressos em flexografia

FOTO

: N

ILP

ETE

R

Page 17: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Introdu

ção

Capítulo 1 – Introdução – 17

As embalagens são um grande grupo: sacolas de supermercado, sacolas de papel, papel de presente, sacos de padaria, papel de embrulho, embalagens de biscoitos, sorvetes, farinhas, laminados, longa vida, pet food etc.

Impressora Flexopower para banda larga

O grupo de corrugados – isto é, as caixas de papelão ondulado – é mais rústico que os dois anteriores. Para imprimi-las, normalmente se utiliza tinta à base de água e impressão em duas ou mais cores. O equipamento é alimen-tado com placas de papelão, diferentemente dos dois processos anteriores, cujo substrato sempre entra na forma de bobina.

Grande parte das caixas de papelão ondulado são impressas em flexo

Impressora Martin para corrugados

Embalagens flexíveis são um grande mercado de impressão em banda larga

Page 18: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Intr

odu

ção

18 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

As variáveis a serem controladas na flexografia

Muitas são as variáveis que interferem nos resultados da impressão em fle-xografia. A chapa, a tinta, o anilox, a máquina, o substrato e a própria mão-de-obra, para se citar apenas os principais. Naturalmente os outros proces-sos de impressão também possuem variáveis semelhantes, mas na flexografia estes são agravados por causa das características do processo.Por ser em alto relevo e feito de borracha flexível, o clichê obriga a um contro-le cuidadoso por parte dos profissionais em flexografia. No ato da impressão o clichê entra em contato direto com o substrato e tende a deformar-se. Além disso, ao ser colado no cilindro porta-clichê, a imagem gravada na chapa de fotopolímero se deforma. Tudo isso aumenta o ganho de pontos, causando um aumento da tonalidade na imagem impressa. Por ser a tinta líquida, sua dosagem deve ser feita com o mínimo necessário, visto que ela pode escorrer ou entupir a imagem gravada no clichê. Além disso, deve-se controlar a viscosidade, velocidade de secagem e tonalidade. O cilindro anilox é fator muito importante relacionado com a tinta, visto ser o principal agente de entintagem.As folgas mecânicas, imprecisões, erros de projeto e tantos outros fatores transformam o próprio equipamento de impressão em outra grande variável. Cada impressora é única, com suas qualidades e seus defeitos. Na flexografia, grande parte da qualidade do impresso depende da sensibi-lidade, da experiência e dos cuidados do impressor. Dele dependerá a entin-tagem do clichê, bem como a pressão e o encosto micrométrico do clichê no substrato. O impressor também decidirá que tipo de anilox usar, o balancea-mento dos solventes na tinta, o padrão de cor, qual o melhor dupla-face etc. Portanto, não é exagero afirmar que o investimento em treinamento técnico especializado é um dos melhores que a empresa faz.

O clichê no momento da impressão tende a deformar

Variáveisflexo

Clichê

Tinta

Dupla-face

Operador

ImpressoraMeios

Material

Meio ambiente

STU

DIO

AG

Page 19: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Introdu

ção

Capítulo 1 – Introdução – 19

Características do processo flexo

A evo lu ção da Fle xo gra fia sig ni fi cou nos úl ti mos anos uma qualidade qua se igual (em alguns ca sos) à da ro to gra vu ra. No en tan to a me lho ria da qualida-de também co brou seu tri bu to. Os cli chês tor na ram-se mais ca ros, sur gi ram no vos ti pos de du pla-fa ces, má qui nas mais so fis ti ca das, tin tas mais pig men ta-das e com qualidade melhor, ani lox com gra va ção a la ser, con tro les au to má ti-cos de vis co si da de e tan tas ou tras me lho rias. Então, o que faz da flexografia um processo competitivo? Vamos ver as principais características.

Re su mo das Ca rac te rís ti cas do Pro ces so• Cli chê fle xí vel com gra va ção em alto re le vo.

• Tin ta lí qui da de se ca gem rá pi da por eva po ra ção dos sol ven tes ou por cura UV.

• O cli chê de fo to po lí me ro pode du rar per to de 1 mi lhão de có pias boas.

• Im pri me so bre qual quer tipo de su por te fle xí vel (papéis diversos, alumínio e vários tipos de plásticos) e também pa pe lão on du la do.

• Mer ca do da Fle xo gra fia: Em ba la gens flexíveis em ge ral com filmes técnicos e laminados, sa co las, ró tu los e eti que tas, embalagens de pa pe lão on du la do etc.).

Como iden ti fi car um im pres so em fle xo gra fia

A fle xo gra fia dis pu ta o mesmo mer ca do de atua ção da ro to gra vu ra e por esta ra zão alguns con fun dem os dois pro ces sos. Mas a fle xo gra fia pos sui um in con fun dí vel squash (borrões nas bordas de traços e textos) ca rac te rís ti co do pro ces so.

• Ob ser ve as bor das de tra ços fi nos e tex tos, se ti ver o squash, é fle xo gra fia (ver exemplo abaixo).

O squash é uma das características que marcam a impressão flexo

Page 20: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Intr

odu

ção

20 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

• A maio ria das cai xas de pa pe lão on du la do é fei ta em fle xo gra fia. A ex ce ção é fei ta às cai xas cuja “capa” que re ves te as on das do pa pe lão é im pres sa em off set para uma melhor definição de imagem (ex: cai xas de ele tro do més ti cos).• Gran de par te dos ró tu los en con tra dos hoje são fei tos em fle xo gra fia (in clu si-ve as pe que nas eti que tas de pre ços usa das em su per mer ca dos).

Ca rac te rís ti cas das im pres so ras

As má qui nas im pres so ras pos suem con fi gu ra ções di fe ren tes em fun ção do tipo de ser vi ço a ser rea li za do e da lar gu ra do su por te a ser im pres so. As sim uma clas si fi ca ção mais ge né ri ca é:1. Ban da Lar ga: embalagens de snacks, sa co las pro mo cio nais, bis coi tos, sa cos de ar roz/fei jão, ra ção ani mal (pet food);2. Ban da Es trei ta e Média: Ró tu los auto-ade si vos, eti que tas;3. Cor ru ga do: Cai xas de pa pe lão on du la do.

As sim te mos:

1. Sis te ma sa té li te ou tambor central: Pos sui um ci lin dro contra-pres-são (também cha ma do de tam bor cen tral ) que é co mum a todos os gru pos im pres so res . É mais usa do em ban da lar ga. Pos sui a van ta gem de dei xar o su por te a ser im pres so to tal men te pre-so du ran te a im pres são de to das as co res. Isso fa ci li ta o re gis tro das co res e di mi nui a di la ta ção do su por te. Essa es tru tu ra é in di ca da para im pres são de plás ti cos, es pe-cial men te po lie ti le no e po li pro pi le no.

Page 21: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Introdu

ção

Capítulo 1 – Introdução – 21

2. Sis te ma con ven cio nal ou Stack: Nes te caso há um cilindro contra-pres são para cada gru po im pres sor . Há ca sos em que é uti li za do em li nha com a ex tru são para im pri mir sa co las de su per mer ca do. Não é re co men da do para su por-tes que po dem es ti car de mais, tais como polietilenos, pois o material é muito tensionado e as cores podem sair de regis-tro. Equipamento indicado para papel.

3. Sis te ma Mo du lar: É se me lhan te ao an te rior, no sentido de que cada gru po im pres sor pos sui também um cilindro contra-pres são . A dife-rença está no posicionamento desses grupos. Enquanto no sistema stack eles ficam um sobre o outro, nas máquinas modulares os grupos vêm em seqüência. No Brasil é muito usual na in dús-tria de ban da es trei ta que faz ró tu los e eti que tas auto-ade si vas.

Page 22: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 23: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 23

Page 24: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Como funciona a produção gráfica• Quais os cuidados que o designer deve ter ao criar uma arte para flexografia• Qual a diferença entre fontes True Type e PostScrip• Qual a diferença entre imagens em Bitmap e Vetor• Resolução de imagem• Cuidados com trap• Importante informações sobre PDF

Page 25: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 25

or produção gráfica entende-se o processo de criação de um produto (uma revista, uma embalagem, um folheto, um anún-cio impresso). Esse processo passa por várias etapas antes de finalmente chegar às mãos do consumidor final. Em geral são agências especializadas que criam as peças para

reprodução gráfica. Isso quer dizer as artes a serem impressas. As gráficas já possuem os projetos prontos de embalagens padronizados bastando apenas adaptar ao processo de envasamento (no caso de embalagens) do cliente. Às vezes a própria indústria de transformação (indústrias gráficas e de embala-gens) propõe melhorias e/ou inovações nos produtos (estruturas de embala-gens) do cliente. O processo de criação começa na agência que idealiza, dentro de especifi-cações do cliente, opções de design para que o departamento de marketing escolha. A partir de então passa por uma série de departamentos dentro da empresa para que o projeto seja bem-sucedido (produção, departamento legal, Desenvolvimento, etc). Daí passa-se à finalização das artes. As artes prontas são enviadas à gráfica e convertedores de embalagens. Esses adaptam a arte às características do processo de impressão e fazem uma “prova” (impressão digital, normalmente em ink jet e em papel offset normal ou fotográfico) e devolvem para o cliente conferir dizeres, dimensões etc. Se estiver tudo ok, a gráfica ou convertedor solicitará um visto de aprovação nessa “prova”. Note que, embora a “prova” possa ser colorida, o objetivo não é fazer a aprovação de cores, pois as cores que sairão na impressora são diferentes das impres-soras ink jet tradicionais. Além disso, a prova digital normalmente não é feita com os pontos de retícula utilizados na impressão e isso por si só já fará muita diferença no resultado final. Isso, aliás, precisa ficar bem claro ao cliente.

2•O design e a produção gráfica

Page 26: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

26 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Des

ign

Dessa forma, o projeto de um produto envolverá Marketing, Produção, Qualidade Assegurada, Desenvolvimento, o Consumidor, Fornecedores, Supply Chain e Distribuição. Há ainda a preocupação com o impacto do produto (especialmente no caso das embalagens plásticas) com o meio-ambiente.

Marketing: faz e/ou orienta a criação do design do produto gráfico em conjunto com o estúdio. Gerencia em parceria com o desenvolvi-mento, os prazos de produção em conformidade com os prazos de lançamento do produto.

Desenvolvimento: Estuda e desenvolve junto com o convertedor (gráfica) uma embalagem, por exemplo, compatível com o produto. Verifica o custo/benefício do processo de impressão, tipo de material e dificuldades de reprodução do que o marketing e a agência criaram.

Produção: Avaliação do protótipo do produto em linha de produ-ção. É importante que uma embalagem, por exemplo, tenha um bom desempenho nas máquinas de envase. Em outras palavras, deve-se antecipar problemas.

Consumidor: É claro que nenhum projeto poderá ser bem-sucedido se não incluir o consumidor. Aquele que, por adquirir o produto, dará sua aprovação. Assim, o departamento de marketing junto com o estúdio testará o gosto do consumidor final. Além disso, estão envolvidos aspectos legais como o Código de Defesa do Consumidor.

Design e Projeto Gráfico

Consumidor

Marketing

Meio Ambiente

Desenvolvimento

Supply Chain

Distribuição

Produção

Safety Clearance

Fornecedor

Page 27: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 27

Design

Fornecedores: As gráficas ou convertedores de embalagens precisam ser desenvolvidos, quer dizer, testados e até mesmo auditados muitas vezes. No caso de embalagens alimentícias e farmacêuticas, por exemplo, o rigoroso critério com BPF (Boas Práticas de Fabricação) e HACCP (Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle) precisarão ser os pontos fortes do fornecedor. Também deve ser verificada a “capabilidade” do processo, ou seja, se os forne-cedores têm condição técnica e espaço para produzir o volume necessário ou se poderão de um momento para o outro suportar pedidos extras de última hora. É claro que tudo isso envolve também a negociação de preços.

Safety Clearence: ou produto limpo e seguro. Ainda é comum muitas empre-sas utilizarem, sem saber, insumos com risco de intoxicação. Um exemplo são as tintas que podem conter pigmentos inorgânicos com metais pesados como o chumbo e que podem ser empregados desde uma revista infantil até uma embalagem alimentícia. O mesmo risco pode acontecer com outras matérias primas. Para assegurar que a embalagem é “limpa e segura” deve-se solicitar amostra para análise dos insumos ou pelo menos um laudo do fornecedor assegurando que não se utilizam produtos tóxicos no processo.

Supply Chain (Cadeia de Abastecimento): é o processo integrado que per-mite a obtenção de recursos (insumos) básicos, e os transforma agregando valores para que possa ser entregue em forma de produtos ou de serviços a clientes que estão dispostos a pagar por este valor agregado. O supply chain também pode providenciar a escolha dos fornecedores.

• Logística: providenciará a melhor forma de distribuição dos produtos: como entregar (paletes, pacotes, caixas etc). Também providenciará os melhores meios de transporte e armazenamento.

• Departamento Legal: Nenhuma embalagem ou produto poderá chegar ao consumidor final com textos, imagens ou gráficos abusivos, com linguagem enganadora ou que violem os Direitos do Consumidor, ou ainda omitindo informações importantes. É onde entra o Departamento Legal que, à luz das leis, códigos etc, dará aval ao projeto.

Page 28: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

28 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Des

ign

Que cuidados o designer da embalagem deve ter?

Muitas são as precauções que os criadores de design de embalagens devem ter. Como vimos, cada processo possui suas características que devem ser res-peitadas. A flexografia, por exemplo, possui características ímpares, e um pouco de conhecimento facilitará a criação de artes próprias para reprodução.Vamos considerar os principais cuidados que a flexografia requer. São eles: cor, textos e imagens/ilustrações.

A cor que eu vejo na tela do computador é exatamente a mesma que eu vou obter na impressão?

Não. O que você vê é a cor formada por RGB (red, green e blue), ou seja, o monitor se utiliza de luz colorida para formar todas as cores que você vê, processo chamado de síntese aditiva. Na impressão o que formará a cor serão tintas com pigmentos que refletirão a luz (síntese subtrativa).

LUZ AZUL VIOLETA

LUZ VERMELHA

LUZ VERDE

MAGENTA

AMARELO CIANO

BRANCO

Síntese aditiva: como as cores são

formadas no monitor

AMARELO

CIANO

Síntese subtrativa: como as cores são

formadas na impressão

MAGENTAVERMELHO

PRETO

AZULVIOLETAVERDE

É possível aproximar a cor que vejo no monitor e o resultado impresso?

É possível sim. Porém, será necessário a calibração entre a impressora para provas digitais (tipo ink jet, por exemplo) e a impressão. Normalmente isso é feito dentro da empresa convertedora ou gráfica. Os estúdios, devido à distân-cia e também por trabalhar com diversos convertedores, não possuem essa calibração. Hoje em dia há um grande movimento do WYSIWYG que é a abre-viação da expressão em inglês What You See Is What You Get, que pode ser traduzido para “O que você vê é o que você tem”, no sentido de que a imagem que se vê na tela do computador já está com a aparência do trabalho final.

Page 29: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 29

Design

TABELA DE TEXTOS PARA FLEXOGRAFIACARACTERÍSTICAS EVITAR INDICADOS

Fonte SERIFAS e CursivasItálicos

LAPIDÁRIAS (sem serifas)

Textos negativosCorpo 12 Corpo 10

Corpo 8 Corpo 6

Corpo 12 Corpo 10 Corpo 8 Corpo 6

Textos positivosCorpo 12 Corpo 10

Corpo 8 Corpo 6

Corpo 12 Corpo 10 Corpo 8 Corpo 6

TEXTOS

Fonte Conjunto das letras do alfabeto, números e sinais desenhados de modo característico. Corpo Tamanho do texto, normalmente dado em pontos (pts).Ponto Unidade de medida da letra. Um ponto equivale a 0,325 mm. Itálico Inclinação que se dá a vários tipos de fontes.Serifa Traços que fazem o acabamento de uma letra.

NSerifa

Que tipos de textos são mais apropriados para flexografia?

Quase todas as embalagens possuem textos, mas às vezes, não se tomam cui-dados simples para garantir a legibilidade das informações. Não é qualquer tipo, caractere ou fonte que pode ser usado sem atenção especial. Tipos com serifas (Garamond, Bodoni, Times) e fontes cursivas (Brush Script, Mistral, Park Avenue, Zapf Chancery) não são recomendáveis para flexo. Em geral, estes tipos pos-suem um grau de dificuldade na impressão por acumular tinta mais facilmente e também por falhar, quando se trata de cursivas. As fontes recomendáveis são as lapidárias ou sem serifas como a Arial, por exemplo.

O corpo do texto afeta a impressão?

Textos com corpo muito pequeno são difíceis de reproduzir, porém em muitas embalagens, e especialmente em rótulos e etiquetas, o seu uso é inevitável. Se não der para evitar textos com corpo menores que 8 pontos, então não tenha dúvidas, utilize fontes lapidárias (sem serifas e não cursivas). O itálico também deve ser evitado, pois tende a afinar as linhas do texto.

Que cuidados se deve ter com textos negativos?

São basicamente dois: evitar fontes serifadas ou cursivas e tamanhos pequenos. Abaixo de corpo 8, por exemplo, haverá problemas. Textos com corpos peque-nos e com serifas tendem a entupir na impressão e a perder legibilidade.

Page 30: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

30 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Des

ign

Qual a diferença entre fontes PostScript e TrueType?

PostScript é uma tecnologia que realmente fez a evolução da escrita em todos os produtos gráficos. Sem a PostScript, os desenhos feitos em computadores não iriam muito longe. Antes dessas fontes os designers não tinham controle sobre o que sairia como fontes no resultado final para impressão. Por outro lado a vantagem das fontes TrueType é que são baratas e por isso são populares. Além disso, são fáceis de manejar e gerenciar. Porém, podem causar muita dor de cabeça ao Bureau ou gráfica.PostScript foi desenvolvida pela Adobe (empresa de software que publica o Photoshop, um dos mais conhecidos e utilizados softwares gráficos). PostScript difere de outros códigos para textos porque trata os itens de uma página (textos, imagens e gráficos) como um objeto geométrico. Quando imprime em uma impressora PostScript, são enviados para o sistema em forma de coman-do de textos. Estes textos contêm informações exatamente como estão na página (arte). O texto é recebido, entendido e traduzido por um interpretador PostScript na sua impressora. Por causa dessa simplicidade de comandos de textos e consistência do inter-pretador de PostScript, qualquer impressora imprimirá sempre do mesmo jeito a informação. Enviando sempre a mesma informação Postscript para cinqüenta impressoras, você obterá sempre o mesmo resultado de impressão. A infor-mação PostScript é importante principalmente quando se dará saída em filmes (fotolitos) em uma imagesetter ou CTP (Computer to Plate). Quando se utilizam fontes TrueType os resultados podem ser inexatos e inconsistentes (falta do texto, espaço entre as letras, repaginação, troca de letras ou fontes).

Por que as fontes PostScript são melhores em Macintosh que em PC?

Os interpretadores PostScript são comuns em impressoras laser em ambiente Macintosh, mas são menos comuns em PCs com ambiente Windows®. É evi-dente que isso tem melhorado nos últimos anos e muito se faz hoje com um PC, mas ainda há problemas. A razão é que o PC não foi criado como uma máquina gráfica como o Macintosh, mas sim como equipamento matemático. No entanto, se você já operou um Mac sabe muito bem a diferença entre os dois. A manipulação de imagens gráficas fica muito mais simples nesses equi-pamentos. Ao contrário das fontes TrueType, as de PostScript permitem um desenho con-sistente de todo o layout sempre. O que você vê na tela do computador é o que você verá impresso não importando qual a impressora digital, imagesetter ou CTP. Até mesmo algumas empresas gráficas não aceitam artes com fontes TrueType por que terão muitas vezes que refazer o arquivo enviado pelo cliente para “dar saída” na separação de cores.

PostScript trata os itens de uma página como um objeto geométrico

Em cima, exemplo de texto em PostScript.

Em baixo, em True Type.

Page 31: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 31

Design

Muitos não compreendem por que uma imagem ou ilustração que na tela do seu computador parece perfeita, mas quando é utilizada em uma arte para impressão, fica “pobre”, ou, como se diz, fica sem resolução. O problema não está no processo de impressão. Como vimos, o que se vê no monitor não é necessariamente o que se obterá no produto impresso, não importando muito qual o processo utilizado (digital, offset, rotogravura ou flexografia).

Imagem e ilustração não são a mesma coisa?

No jargão gráfico normalmente as imagens se referem a fotografias. Já as ilus-trações são desenhos feitos em softwares especializados, como Corel Draw e Illustrator ou algum desenho feito à mão e escaneado.

O que é resolução de imagem? Qual devo usar para imprimir em flexografia?

O design gráfico não necessita mais resolução do que a capaci-dade de resolução da impressora ou do processo de impressão. Note que muitas vezes vemos imagens, fotos em sites na inter-net que parecem perfeitas e quando tentamos reproduzir em impressora ink jet, por exemplo, ficam sem definição.

IMAGENS E ILUSTRAÇÕES

Exemplo de imagem fotográfica

Exemplo de ilustração

Page 32: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

32 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Des

ign

Isso acontece porque a resolução do monitor é baixa quando comparada à resolução da impressora. Isso significa que se uma imagem que está sendo impressa em uma impressora laser de 600 dpi também será necessário uma resolução de imagem de 600dpi para uma reprodução 100%. Uma imagesetter, por exemplo, pode ter uma resolução muito maior chegando a 2.400 dpi. É claro que dependendo da configuração, ela pode descartar imagens acima de 1.200 dpi. Isso significa que imagens com essa resolução são impressas tão bem quan-to uma imagem de 3.600 dpi. Sabendo disso, não é necessário guardar imagens com resoluções tão altas se forem para impressão. Apenas ocuparão espaço precioso em seu computador ou rede além do fato que quanto mais “pesada” a imagem mais difícil de manusear em programas de edição de imagens.

Imagens em bitmap mostrando o resultado de diferentes resoluções

72 dpi 150 dpi 300 dpi

Qual é o melhor tipo de “formato” de imagem?

Quase todas as imagens digitais que são utilizadas no computador estão no formato RGB (red, green e blue) diferentes das que serão impressas na flexo-grafia que são cyan, magenta, amarelo e preto ou CMYK (cyan, magenta, yellow e black. O preto é representado pelo “K” para não confundir com o azul caso fosse utilizada a letra “B”).Alguns tipos de imagens, como as em JPG usam um tipo de compressão que afeta a qualidade da imagem. Durante a edição ou tratamento da imagem, cada subseqüente exportação de um JPG (mantendo-se o esse formato) irá degradando a qualidade.Quando preparamos imagens para impressão em flexografia ou outros pro-cessos de impressão o ideal é salvar a imagem como CMYK e extensão TIFF. Esse formato que é a abreviação em inglês de Tagged Image File Format é amplamente usado pelos profissionais gráficos e designers, pois o TIFF pode ser comprimido, alterado e exportado sem alterar a qualidade de imagem e pode ainda guardar informações de cores.

Page 33: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 33

Design

O que são ilustrações em vetor e bitmap?

O designer gráfico terá duas opções para trabalhar sua criação como arquivo digital: Vetor ou Bitmap. Na tela do computador elas parecem idênticas, mas, em uma inspeção mais acurada perceberemos muitas diferenças entre elas.

Vetor

As artes em Vetor são preparadas em programas de ilustração como o Adobe Illustrator ou Freehand, que são baseados em código PostScrip. O design gráfico “plota” pontos na sua pranche-ta digital marcando pontos. Daí ele conecta esses pontos fazendo linhas retas ou curvas. As formas são então preenchidas com cores, gradientes (para fazer degradês) ou mesmo outros padrões. Se o designer utilizar softwares como o Illustrator ou Freehand, então provavel-mente a figura que criou será uma imagem em Vetor. A grande coisa sobre as imagens em vetor é que podem facilmente ser editadas por clicar nos pontos e movê-los criando outros contornos. Não importando se a imagem é grande ou pequena ou se você reduzirá ou ampliará, a imagem sairá perfeita, sem distorções. No entanto, como as imagens em vetor utilizam código PostScript pode ocorrer que essas imagens não saiam perfeitas em impressoras digitais que não possuem o código.

Bitmap

As artes em Bitmap escaneadas ou criadas em programas de edição de imagens como o Photoshop são outra opção diferente das ima-gens em vetor. Uma imagem de 72 dots-per-inch (dpi) pode parecer bonita no monitor, mas não é boa sufi-ciente para a impressão gráfica. Uma foto com resolução de 300 dpi é o que se indica para imprimir em tamanho natural ou 100%. Porém se aumentar em 300% todos os pixels da imagem também aparecerão, deixando-a com visual desagradável e com baixa resolução.

Quando se amplia uma imagem em bitmap os

pixels aparecem

Um objeto vetorial pode ser ampliado sem

perda de qualidade

Page 34: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

34 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Des

ign

Qual a melhor?

O ideal é que o designer gráfico procure criar imagens em vetor sempre que possível, pois são mais fáceis de manipular. No entanto se for uma fotografia, então não haverá escolha, pois essas imagens são sempre bitmaps. Mas não tem problema se você sempre procurar trabalhar com o máximo de resolução para garantir a perfeita reprodutibilidade da imagem impressa nos diferentes sistemas de impressão.

O que é color trap e para que serve?

Depois dos filmes produzidos, as cores impressas precisam ser alinhadas (registradas) com precisão. Se as cores não estão alinhadas corretamente na página, espaços em branco podem aparecer entre as cores que estão jun-tas. Este problema é chamado de “fora de registro” e pode deixar o visual da impressão muito ruim. Isso acontece porque, dependendo do tipo de impres-sora, ou mesmo do tipo de processo de impressão, vários fatores (máquina, cilindros, camisas, material, entre outros) podem fazer com que as cores não se encaixem. Assim, para prevenir possíveis variações o operador experiente utilizará um recurso chamado de color trap.Por exemplo, o círculo cyan está registrado com o magenta de fundo. Daí separam-se os filmes/clichês em dois: um para o cyan e outro para o magenta. Porém, se não houver um recurso de trapping, qualquer variação mostrará o desencaixe.

Original Filme/clichê do cian

Filme/clichê do magenta

Note na figura que, sem o trap, quando aparece a variação, cria-se uma área branca, e onde se aplicou o recurso de trap não há o círculo, embora haja a mesma variação. É claro que são necessários cuidados para utilizar o recurso, especialmente levando em consideração as cores.

Variação sem trap

Variação com trap

Page 35: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 35

Design

Outra forma de se evitar (ou esconder a possível variação de registro) é quan-do em embalagens há mais de duas cores. Daí deve-se engrossar as linhas de contorno que esconderão o problema, caso ocorra na impressão (veja figura abaixo).

O que e um arquivo em PDF/X?

PDF/X é um subconjunto de especificações que é a sigla do inglês “Portable Document Format” (PDF) foi desenvolvido pelo comitê técnico de artes gráficas (Committee for Graphic Arts Technologies Standards - CGATS) e está sendo padronizado como norma internacional ISO pelo ISO/TC 130. O formato é baseado no PDF da empresa Adobe (a mesma que criou o Photoshop) e serve para envio/troca de documentos digitais com anotações ou não, de trabalhos prontos para a impressão inclusive com informações de cores, texto etc.

O que é o PDF/X-1a?

PDF/X-1a restringe o conteúdo em um original no formato PDF que não sirva diretamente à finalidade da saída de alta qualidade da produção da cópia para impressão, tal como anotações, ações de Java, e multimídia inseridos.O PDF/X-1a elimina também os erros mais comuns na preparação e envio digital das artes. De acordo com um estudo da GATF (Graphic Arts Technology Foundation) conduzido em janeiro 2002, os erros mais comuns em arquivos PDF eram os seguintes:• Fontes de textos não incluídas.• Erros de cores.• Perda de imagens.• Características de overprint e trapping.Já quando se prepara um documento em PDF/X-1a o arquivo garantirá que esses erros não aconteçam porque ao imprimir em PDF o software (Acrobat Distiller®) tem como padrão confirmar que:• Todas as fontes e imagens devem estar incluídas.• Todos os elementos são codificados como CMYK.• O arquivo também deve indicar os trappings.• Outros itens importantes.

Linhas grossas ajudam a esconder o “fora de registro”

Page 36: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Des

ign

Artedigitalizada

Foto da câmera digital

Artegerada no

computador

PROVASRetoque e correção de cores

Necessidadesdo cliente

OK?

Corrigir OK?

Corrigir

Lay-out do projeto

Conceito do projeto

OK?

Cria a prova final e a

printer que será aprovada

pelo cliente

Informações para a

separação de cores e demais

informações

Montagem do trabalho PROVAS OK

?

Melhoria do projeto

NÃOSIM

SIM

NÃO

SIM

PROVAS

NÃO

Retoque e correção de cores

Artedigitalizada

Foto da câmera digital

Artegerada no

computador

NÃO

36 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

DESIGN PRÉ-IMPRESSÃO

WORKFLOW FLEXOGRAFIA

Page 37: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Design

Fazer os filmes e

clichês ou deixar os arquivos digitais prontos

Montar os clichês

Prova de clichês

montadosOK?

Ajustes de impressão

OK?

Imprimir o serviço completo

Aprovaçãodo cliente

NÃO

SIM

Correção da imagem

OK?

PROVAS

Preparação das tintas

NÃO

SIM

Corrigir o problema

SIM SIM

NÃO

Capítulo 2 – O Design e a Produção Gráfica – 37

PRÉ-IMPRESSÃO IMPRESSÃO

WORKFLOW FLEXOGRAFIA

Page 38: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

38 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Des

ign

Quais são os itens de um checklist básico para orientar o trabalho do designer?

Para evitar erros de projeto, o profissional de design pode seguir um checklist com diversas informações importantes. Preparei um com itens que devem ser lembrados. Alguns são considerados em capítulos específicos do livro. Outros você mesmo poderá colocar conforme as características do seu trabalho. Conforme vimos também, se você utilizar o PDF/X-1a terá seu trabalho facili-tado, pois ele conferirá todos os itens que são necessários para a reprodução gráfica de alta qualidade.

GERAL Imprimir seu documento (arte) em sua própria impressora e olhar de longe se o resultado do layout é o que você está esperando. Se não for, voltar e refazer de forma que atinja o resultado que você quer e, principalmente, que seja legível.

Salvar seu documento para futuras edições. Salvar em estágios diferentes e, claro, na versão final.

Ler o texto e corrigir possíveis erros.

Marque este item se você tiver tomado todos os cuidados solici-tados pelo seu cliente quando lhe encomendou esse trabalho.

Você considerou o tipo de material em que será impresso o seu trabalho (papel, plástico, alumínio)?

Tem certeza de que tudo o que usou no trabalho é apropriado para impressão em flexografia?

LAYOUT Conferiu todas as medidas da embalagem incluindo o passo da foto-célula e os critérios para inserção de código de barras? Lembre-se: quando a impressão é em flexografia, o posicionamento do código de barras possui menor distorção no sentido longitudinal da impressão.

Os elementos que serão “san-grados” quer dizer, cortados na borda da arte atravessam 5mm além da marca de corte?

Nenhum elemento importante do projeto termina dentro de 5mm da borda da corte?

CORES Todas as cores foram criadas ou convertidas como CMYK?

Todas as cores juntas (CMYK) no total somam no máximo 270%.

FONTES Todas as fontes estão presentes no documento?

As fontes são legíveis e foram evitadas cursivas e serifadas?

IMAGENS Todos os arquivos de imagens estão presentes.

Todas as imagens foram salvas como TIFF? Nenhuma imagem foi salva como GIF ou JPEG para não permitir a degradação da cor ou resolução através da compressão?

Nenhuma imagem ou ilustra-ção possui linhas finas menores que 0,25 pontos que são de difícil reprodução em flexografia?

As imagens fotográficas foram salvas com pelo menos 300 dpi (dots per inch) no tamanho original?

Ilustrações a traço (tipo bico de pena) foram escaneadas com reso-lução entre 800 e 1200 ppi (pixels per inch).

Meios tons (imagens reticula-das) que foram escaneadas foram devidamente feitas de tal forma que não causem “moiré” no resultado final de impressão.CHECKLIST

Page 39: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 39

Page 40: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• O que é a pré-impressão• Por que é importante • Quais equipamentos e softwares mais utilizados• Como escolher retículas, pontos, ângulos e lineatura para flexografia• Ganho de pontos e como controlar• Densitometria e distorção de clichês

Page 41: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 41

a reprodução gráfica é fundamental o uso de retículas. Toda imagem que possui variação tonal (observe a imagem abaixo) necessitará ser decomposta em pequenos pontos que chama-mos de retícula. Esses pontos variam em freqüência ou tama-nho, produzindo com isso uma imagem de graduação tonal.

3•Pré-impressão de flexografia

Page 42: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

42 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

O que é pré-impressão?

Costuma-se designar pré-impressão (prepress) todas as operações que são necessárias para a preparação da imagem, gravação dos clichês e verificação da qualidade do mesmo por meio de provas digitais ou analógicas. A pré-impressão serve para preparar todo o processo que envolve a confecção da imagem, filmes, provas digitais ou analógicas e clichês. No entanto, é mais comum que a pré-impressão seja entendida como sendo apenas a área que possui os computadores, scanners, imagesetter etc.

Quais os equipamentos utilizados?

Uma configuração típica de pré-impressão possui computadores (normalmen-te a preferência é pela linha Macintosh), Scanner, imagesetter e uma processa-dora de filmes.

Imagesetter Avantra 44

Scanner Epson Perfection 4990 Photo

Computador Apple Macitonsh G5

Page 43: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 43

Pré-impressão

Quais os softwares utilizados na pré-impressão?

São quatro os principais softwares para editoração eletrônica: 1) Editores de Textos (Microsoft Word, Word Perfect, Word pro), 2) Tratamento de ima-gens (Photoshop, PhotoPaint, etc), 3) Ilustrações (Corel Draw, Illustrator) e 4) Paginação (Art Pro, In Design, etc). Na prática os editores de textos são pre-teridos pelos softwares de paginação e o software da Esko-Graphics. Outro software utilizado especificamente para a flexografia é o FlexoCal que corrige os possíveis ganhos de pontos antes da gravação do clichê. Há, no entanto, sofwares especializados para a área de embalagens que facilitam a montagem do layout, corrigem ganho de pontos e preparam a imagem para dar saída, quer dizer, para cópia digital ou simplesmente para fazer os fotolitos.

Softwares especialistas para correção de imagem em flexografia

Softwares especialistas para correção de imagem em flexografia

Como a imagem é preparada para ser impressa?

Toda imagem necessita de uma prévia preparação de cores. No caso da ima-gem fotográfica é necessário reticulá-la, ou seja, decompô-la em milhões de elementos que chamamos de pontos de retícula. No caso de traços e linhas isso não é necessário.

O que é retícula?

São os milhões de elementos que compõem a imagem. A retícula é necessária para que possamos visualizar uma imagem fotográfica na impressão. São os pontos da retícula maiores e menores que dão a ilusão de áreas claras e escu-ras de uma imagem. Em áreas claras os pontos são menores. Em áreas escuras os pontos são maiores.Pontos de meio-tom (como também são chamadas as retículas) são normal-mente quantificados pela porcentagem da área que cobrem. Isto é necessário para permitir o depósito de diferentes quantidades de tinta que reproduzem as variações tonais da imagem original.

Software da Esko-Graphics

Imagens fotográficas possuem variações de tons

Page 44: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

44 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

O olho humano, a certa distância, tem uma ilusão de variação de tonalidade, pois não pode perceber os milhões de elementos (pontos) que compões a retí-cula. Faça o seguinte teste com a figura abaixo: primeiro olhe de perto e depois a coloque a uns três metros de distância. Notou que à distância a imagem suaviza? Na realidade o olho humano tende a agrupar os pequenos pontos da retícula dando a ilusão de uma fotografia.

O que é quadricromia?

Uma imagem fotográfica colorida é decomposta em quatro cores básicas: Amarelo, magenta, cyan e preto. Daí o termo quadricromia. Quando se usam duas cores: bicromia; três cores: tricromia e assim por diante. Acima de quatro cores usa-se normalmente o termo policromia.

Os pontos de retícula possuem formatos diferentes?

Sim. Os pontos mais comuns em produtos impressos em geral são as retículas geométrica e estocástica e de ponto quadrado, redondo e elíptico.

Qual o melhor tipo de ponto para flexografia?

O melhor tipo de ponto para a flexografia é o redondo. A vantagem é que nas áreas de 50 % de imagem não há o encontro dos pontos e isso facilita a impres-são não permitindo o entupimento da retícula pela tinta. O mesmo não ocorre com pontos quadrados e elípticos cujos vértices se encontram prematuramente facilitando assim o entupimento da retícula.

Page 45: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 45

Pré-impressão

TIPODE

PONTOILUSTRAÇÃO COMENTÁRIOS

Po

nto

Qua

dra

do

Constituída por pontos exata-mente quadrados. Esta forma de ponto oferece uma boa combinação de rendimento tonal e definição de deta-lhes, tendo a porcentagem do ponto facilmente determinada. Contudo, devido à união simul-tânea dos quatro vértices do ponto há um maior entupimen-to da retícula no clichê flexo. Deve-se evitar esse tipo de ponto na flexo.

Po

nto

Elíp

tico

Ponto de difícil reprodução visto que as elipses (cantos dos pontos) no sentido se tocam em baixas porcenta-gens. Isso cria um acúmulo de tinta entre os pontos que torna a impressão propensa a bor-rões e entupimento na impres-são. Não é recomendado para flexografia.

Po

nto

Red

ond

o

Esta retícula compensa par-cialmente o acúmulo direcio-nal da tinta e o conseqüente aumento dos tons. Não ofere-ce riqueza de detalhes, mas é o ponto que melhor se adapta à flexografia, pois ameniza o problema de acúmulo de tinta entre os pontos de retícula durante a impressão.

Po

nto

geo

mét

rico

ou

de

linha

s

Composto de linhas que aumentam ou diminuem a lar-gura. Em áreas claras, linhas mais finas. Em áreas mais escuras, linhas mais grossas. Utilizado por algumas empre-sas, este ponto dificulta a aná-lise visual da imagem e facilita o entupimento da retícula do clichê. Não é recomendado para flexografia.

Page 46: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

46 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

O que é ângulo de retícula?

Em processo que envolva duas ou mais cores sobrepostas de retículas é neces-sário que estas mantenham uma distância de pelo menos 30º uma da outra. Observe na imagem abaixo como cada cor se comporta. Caso não se respeite o ângulo, ocorrerá o “moiré” (lê-se moarê).

Quais os melhores ângulos para flexografia?

Diferente de outros processos de impressão, a flexografia utiliza ângulos pró-prios pesquisados para obter o melhor resultado de impressão. Assim uma típica seleção para flexografia é:

Ângulos recomendados à flexografiaCyan – 7,5º / Preto – 37,5º / Magenta – 67,5º / Amarelo – 82,5º

Angulação padrão do processo flexográfico Angulação padrão do processo offset

Y = 82,5ºM = 67,5º

K = 37,5º

C = 7,5º

Y = 90º K = 75º

M = 45º

C = 15º

82,5º

7,5º

37,5º

67,5º

Page 47: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 47

Pré-impressão

O que é “Moiré”?

O “moiré” é um efeito xadrez que ocorre na imagem quando os ângulos da retícula estão em menos de 30º. A única exceção é o amarelo que permite uma inclinação de 15º (por ser uma cor clara, o moiré não é perceptível).

Existe alguma retícula que não provoque o “Moiré”?

Existe sim. Chama-se retícula “estocástica” ou “FM Screen” (retícula de freqüên-cia modulada). Nesse caso o que varia na imagem não é o tamanho do ponto, mas sim a freqüência (quantidade) dos pontos. Em áreas escuras há maior concentração, em áreas claras menor concentração. O problema de seu uso na flexografia é que facilita o entupimento da retícula na impressão. Uma alter-nativa é o uso de retícula híbrida, quer dizer, em áreas de 3% à 10% utiliza-se estocástica. Acima disso, retícula convencional.

Imagem sem moiré Imagem com moiré

Retículaconvencional

Retículaestocástica

Page 48: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

48 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

O que é lineatura?

Pode-se definir lineatura como: “a quantidade de linhas de pontos existente em um centímetro ou polegada linear”. Existem retículas de diversas lineaturas e sua escolha dependerá do tipo de suporte a ser impresso (papel, papelão, plásticos, alumínio etc), e das caracte-rísticas de reprodução do processo em que serão confeccionados os clichês.

Veja abaixo exemplos de utilização de lineaturas:1 cm

80 l/cm: Apresenta riqueza de detalhes finos para trabalhos de reprodução artística em papel brilhante e liso. Aplicado aos processos de impressão offset e rotogravura.

60 l/cm: Apresenta também resultados bons nos detalhes e pode ser empregado em papel mais poroso. Para offset e roto.

48 a 52 l/cm: Alguns trabalhos em flexografia já são realizados nesta lineatura. Porém, exige bom controle do processo.

36 l/cm: Muito utilizado em flexografia, pois não entope a retícula com facilidade. Por outro lado perde muito nos detalhes da imagem.

25 l/cm: também é utilizado na flexografia para serviços grosseiros que não requerem qualidade.

Page 49: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 49

Pré-impressão

Em que influi a lineatura na reprodução da imagem?

A lineatura é diretamente responsável pela definição da imagem. Lineaturas mais altas resultam em maior definição; lineaturas mais baixas têm menor defi-nição. No entanto é preciso ter cautela visto que na flexografia lineaturas mais altas podem significar maior entupimento e dificuldades de impressão.

Dica Importante na escolha da lineatura: É possível fazer bons trabalhos de quadricromia com lineaturas mais baixas. A vantagem, nesse caso é o ganho de velocidade na impressão e poucas paradas de máquina para limpeza do clichê durante a operação.

0% 5% 10% 20% 30% 40%

50% 60% 70% 80% 90% 100%

Qual a melhor lineatura para flexografia?

Isso depende do segmento, tipo de serviço, máquina, anilox e outros fatores. No entanto, há um parâmetro médio utilizado no mercado brasileiro, conforme segue: Papelão ondulado: 25 a 34 linhas/cm = lineaturas mais baixas para máquinas com menos recursos e lineaturas mais altas para máquinas mais sofisticadas. Banda Larga (Embalagens flexíveis): 36 a 42 linhas/cm. Banda Estreita (Etiquetas e rótulos): 46 a 60 linhas/cm.

Geralmente utilizam-se lineaturas mais altas para impressão com tinta U.V. É evidente que esses parâmetros podem variar bastante conforme os recursos de máquinas, tintas, clichês etc.

Que dizer da porcentagem de pontos?

Porcentagem de pontos é a quantidade de área impressa em relação às áreas não impressas de uma imagem. A porcentagem varia entre 1% a 99% onde 100% é considerado um fundo chapado.

Page 50: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

50 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

O que é “contraste de imagem”?

O conceito de contraste é interessante, pois nem todos os profissionais da área se acostumaram a enxergar a imagem com variações tonais diferentes entre as áreas claras, médias e escuras de uma fotografia.Em linguagem simples podemos dizer que contraste é a diferença entre as áreas claras, médias e escuras de uma imagem.

TIPO IMAGEM COMENTÁRIOS

Bai

xo C

ont

rast

e

O baixo contraste se caracteriza pelo “achatamento” da imagem, quer dizer, as áreas claras (míni-mas) subiram e as áreas escuras (máximas) baixaram. Esse proble-ma é comum nas imagens flexo. Geralmente no momento do retoque no arquivo digital, o operador tende a subir as mínimas, pois essas áreas são difíceis de gravar.

Co

ntra

ste

norm

al

No contraste ideal, as áreas claras, intermediárias e escuras estão equi-libradas permitindo a boa visualiza-ção da imagem com suas nuances depois de impressa. Naturalmente algumas imagens já são criadas com deficiências de contraste. Nesses casos é necessário observar o que o cliente final deseja.

Alt

o C

ont

rast

e

Quando o contraste é alto, as áreas de máxima ficam muito altas e as áreas de mínima (claras) ficam muito baixa. Acontece então o que na flexo chamamos de “furar” a imagem, quer dizer, não há pontos para imprimir. O resultado depois de impresso é desagradável à vista. Já nas áreas escuras os pontos se “juntam” e chapam. Em ambos os casos se per-dem os detalhes da imagem.

Page 51: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 51

Pré-impressão

O que é “ganho de pontos”?

O ganho de pontos pode ser entendido como aumento físico, em nível geométrico ou óptico, de cada um dos pontos de retícula correspondente a uma imagem.Dentre os vários processos de impressão, a flexografia é, simultaneamente, o que mais cresce e um dos que mais evoluíram tecnologicamente.Entretanto, apesar de toda a evolução tecnológica, dos grandes processos de impressão, é aquele que mais apresenta restrições técnicas, exigindo grande nível de conhecimento em todas as fases do processo para obtenção de uma boa qualidade de impressão.O primeiro passo para a obtenção de uma boa qualidade de impressão é o entendimento da chamada Curva de Reprodução.Como todos os processos de impressão, a flexografia possui uma curva carac-terística de reprodução, que em termos mais amplos, relaciona a porcentagem de ponto de uma área do original (geralmente na mídia eletrônica) com o resultado final impresso.

Por que ocorre o ganho de pontos?

A flexografia é um dos processos de impressão cujo ganho de pontos é mais acentuado. Alguns fatores colaboram para esse ganho excessivo: cópia do clichê, fotopolímero muito macio contra uma superfície de contra-impres-são dura, tinta líquida, ajuste de impressão que depende em grande parte da habilidade do operador, excesso de pressão, escorregamento do ponto por erro no diâmetro primitivo, rejeição da tinta pelo substrato ou por outra tinta (especialmente em tintas UV).A partir do entendimento das deformações sofridas pela imagem durante as várias fases do processo de impressão, é possível estabelecer mecanismos de compensação, que mesmo não sendo capazes de levar a imagem impressa a ser reproduzida de maneira idêntica aos originais, compensam grandemente as deformações.

Princípio do ganho de ponto clichê x impresso:

O ganho de ponto acima demonstrado é, em essência, o último dos vários ganhos possíveis.

Page 52: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

52 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

Como se calcula o ganho de pontos?

Avaliando-se os pontos do clichê e do impresso acima temos:

Clichê:% de ponto= ?Ø do ponto= 130 μLineatura= 54 l/cm

Por definição, a % de ponto é:

Área do ponto/área do módulo

Módulo: Total de μ² do ponto de 100% e,

Durante o processo de impressão, a tinta na superfície do ponto é comprimida contra a superfície do substrato apoiado no tambor central ou contra-pressão.Uma vez que o substrato, especialmente os filmes plásticos, não é capaz de absorver a tinta, a compressão desta entre duas superfícies não absorventes gera uma fuga da tinta para a periferia do ponto.Este fenômeno conhecido por “squash” resulta em uma forma característica de ponto impresso, demonstrado na figura abaixo.

Abaixo é apresentado um diagrama representativo do ganho de ponto e, em seguida, a análise matemática do ganho de ponto, com exemplificação para maior entendimento.É recomendável para as empresas de flexografia disporem de lentes de aumen-to com escala de leitura capaz de medir os pontos, uma vez que a análise geométrica do ponto demonstra uma série de defeitos.

Exemplo de ponto característico da impressão flexográfica

O círculo preto na figura ao lado representa o

real diâmetro de ponto no clichê e os círculos magenta, o resultado

efetivamente impresso

Ponto no clichê Ponto impresso

Impresso:% de ponto= ?Ø do ponto= 160 μLineatura= 54 l/c

Page 53: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 53

Pré-impressão

Módulo = (1cm/lineatura (l/cm))²Como 1 cm = 10.000μ;Módulo = (10000/LPc)² = Xμ²

Assim sendo, para o ponto do clichê temos:

Módulo (M) = (10000/54)²M = 34294 μ²

Área do ponto no clichê (área de um circulo)(Ap) = πr²Ap = 3,14159 x (130/2)²AP = 13273μ²

Portanto, a porcentagem de ponto para o clichê será:

%pc = Ap/M;%pc = 13273 μ²/34294μ²%pc = 38,7%

O mesmo módulo vale para o ponto impresso, visto que o módulo está atre-lado a lineatura.

A área do ponto sofreu um acréscimo devido ao ganho, assim sendo, a nova área do ponto será:

Ap = 3,14159 x (160/2)2AP = 20106μ²

% ponto impresso (%pi) = 20106μ²/34294μ²%pi = 58,6%Ganho de ponto:

O ganho de ponto de impressão (GPI) será:

GPI =( (%pi - %pc)/%pc)* 100:GPI = ((58,6-38,7)/38,7)*100GPI = 51,42%

Portanto o ganho de ponto de uma área de média baixa (39% de ponto) foi de aproximadamente 50%, o que pode ser considerado muito elevado para a flexografia atual, onde se esperaria em um bom processo convencional ou Olec (cópia com luz puntiforme) no máximo 30% de ganho e no laser praticamente nenhum ganho.

Abaixo segue uma tabela demonstrativa de diversos diâmetros de ponto e sua porcentagem correspondente em algumas lineaturas usuais:

Page 54: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

54 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

Como se nota, nas lineaturas menores temos uma faixa ampla de diâmetro de ponto para trabalhar, o que já é muito mais restrito nas maiores lineaturas.

O ganho de pontos é igual para cada máquina?

Não. Conforme vimos, cada parte do processo flexo faz com que varie o ganho de pontos. Assim, é necessário fazer uma avaliação personalizada por máquina.

COMPARATIVO DE DIÂMETRO DE PONTO PARA DIVERSAS LINEATURAS

%

Ø 34 38 42 46 50 54

30 0,8 1,0 1,2 1,5 1,8 2,1

40 1,5 1,8 2,2 2,7 3,1 3,7

50 2,3 2,8 3,5 4,2 4,9 5,7

60 3,3 4,1 5,0 6,0 7,1 8,2

70 4,4 5,6 6,8 8,1 9,6 11,2

80 5,8 7,3 8,9 10,6 12,6 14,7

90 7,4 9,2 11,2 13,5 15,9 18,6

100 9,1 11,3 13,9 16,6 19,6 22,9

110 11,0 13,7 16,8 20,1 23,8 27,7

120 13,1 16,3 20,0 23,9 28,3 33,0

130 15,3 19,2 23,4 28,1 33,2 38,7

140 17,8 22,2 27,2 32,6 38,5 44,9

150 20,4 25,5 31,2 37,4 44,2 51,5

160 23,2 29,0 35,5 42,5 50,3 58,6

170 26,2 32,8 40,0 48,0 56,7 66,2

180 29,4 36,7 44,9 53,8 63,6 74,2

190 32,8 40,9 50,0 60,0 70,9 82,7

200 36,3 45,4 55,4 66,5 78,5 91,6

210 40,0 50,0 61,1 73,3 86,6 101,0

220 43,9 54,9 67,1 80,4 95,0 110,8

230 48,0 60,0 73,3 87,9 103,9 121,2

240 52,3 65,3 79,8 95,7 113,1 131,9

250 56,7 70,9 86,6 103,9 122,7 143,1

260 61,4 76,7 93,7 112,3 132,7 154,8

270 66,2 82,7 101,0 121,2 143,1 167,0

280 71,2 88,9 108,6 130,3 153,9 179,6

290 76,4 95,4 116,5 139,8 165,1 192,6

300 81,7 102,1 124,7 149,6 176,7 206,1

Page 55: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 55

Pré-impressão

Como se corrige o ganho de pontos?

A primeira coisa que se faz é levantar a curva de reprodução. Isso é feito por se imprimir um “Finger Print” que é uma coletânea de imagens, retículas, textos, traços e meios para fazer análises densitométricas do impresso (ver nas páginas 58 e 59). Além disso, pode-se também fazer uso de um cilindro de banda (veja capítulo sobre Anilox).

Como são feitas as medidas para correção de ganho de pontos?

O ganho de ponto pode ser medido pela utilização de um densitômetro e o impresso com os respectivos campos de análise contidos no Finger Print ou em uma tira de controle. O ganho de ponto é medido nas áreas sólidas de impressão e nas áreas reticuladas, onde o densitômetro faz uma relação entre a luz inciden-te e a luz refletida sobre a impressão. O resultado obtido é em porcentagem.

O ganho de pontos é igual nas áreas claras, médias e escuras da imagem?

Não. Conforme o exemplo matemático citado anteriormente, em geral o ganho de pontos é menor nas áreas claras e escuras. As áreas médias são as que possuem maior ganho de pontos. Isso se dá por que os pontos nessas áreas tendem a acumular mais tinta.

De que forma se dá a correção do ganho de pontos?

Os densitômetros atuais possuem programas internos que efetuam auto-maticamente os cálculos de ganho de ponto. A medição é feita em “steps” apropriados (5%, 10%, 25%, 50% e 75%). Daí então se utiliza esse dado para corrigir ou compensar a curva de reprodução antes de imprimir, no software de preparação da imagem.

O que é um densitômetro?

São instrumentos que medem a luz transmitida ou refletida. Um densitômetro de reflexão é utilizado como instrumento de controle para verificar a uniformi-dade e consistência das cores de impressão. O densitômetro de transmissão é utilizado para analisar a densidade do fotolito. Densitômetro de Reflexão

Ganho de ponto no filme/clichê (%)

Ganh

o de

pon

to n

o im

pres

so (%

)

Curva de reprodução

Page 56: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

56 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

Por que ocorre a distorção ou aumento da imagem na flexografia?

Normalmente a cópia do clichê é feita em máquinas planas. Porém quando o clichê pronto é colado no cilindro porta clichês ele sofre uma distorção natural do fotopolímero. Dessa forma, um círculo perfeito, se não for corrigida a dis-torção, será impresso oval. A distorção é sempre no sentido longitudinal, não havendo necessidade de distorcer ou corrigir lateralmente a imagem.

Quando uma chapa de fototopolí-mero descansa em uma superfície reta, a parte de cima do clichê e sua base são do mesmo tamanho (x=y). Porém, quando o clichê é colado na camisa/cilindro, a super-fície estica pois a distância do cen-tro até a base e a área de impres-são são diferentes (yd>xd).

A distorção é igual para todos os clichês?

Não. Clichês com espessuras menores distorcem menos. Clichês mais espessos distorcem mais. Este, inclusive é um fator a ser levado em conta no momento da compra de uma impressora.

Quais os elementos importantes de um finger print para flexografia?

O Finger Print (literalmente impressão digital) possui diversos elementos gráficos que podem indicar por meio de análises densitométricas a curva de reprodução de cada impressora. Para cada sistema de impressão (Banda larga, estreita e corrugados) possui um tipo diferente. Porém, um elemento que nor-malmente falta é o uso de chapados e retículas em um mesmo Finger Print. Isso é importante para aqueles casos em que se utiliza retícula e chapados combi-nados. Veja os detalhes num exemplo de Finger Print nas páginas seguintes.

xd

yd

x

y

Page 57: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 57

Pré-impressão

1) No fechamento do arquivo para enviar à clicheria, ao usar um pro-

grama de ilustração como o Corel Draw e Illustrator, deixá-los em duas

versões: a primeira com os textos convertidos em curvas e a segunda

no padrão normal. Além disso, o ideal é enviar junto com o arquivo

todas as fontes usadas na arte.

2) Trap: é a sobreposição de contornos de imagens em cores ou não.

Neste caso o recomendável é utilizar programas de ilustração vetorial

que facilitam a geração de arquivos Post Script ou PDF.

3) Degradês: editá-los com 256 steps para que não apresentem pas-

sagens duras na geração do fotolito e, conseqüentemente, clichê e

impressão.

4) Sistema RGB: este é o padrão para monitores e não deve ser

adotado como padrão de cores. Tudo deve ser gerado em sistema de

cores de impressão, ou seja, CMYK (Cyan, Magenta, Amarelo e Preto).

5) Enviar uma prova digital (o mais comum é ink jet) para conferência

de detalhes que podem se perder na abertura do arquivo.

6) Textos muito pequenos e linhas finas podem apresentar problemas

de repetição ou na confecção do clichê, principalmente se o clichê

possui espessuras de 2,84 ou maiores. O ideal é fazer um teste antes

na máquina impressora para ver a capabilidade do processo.

7) Ao utilizar o In Design junto com o Corel Draw ou

PhotoShop em plataforma PC, não adotar o Copy e Paste

(Copiar e Colar) para levar uma figura de um programa para

o outro pois embora possa ser visível no monitor que a imagem

está perfeita, ainda assim podem ocorrer problemas na con-

fecção do fotolito. Salve a imagem em um arquivo e depois a

importe para o software que você deseja.

AO ENVIAR UMA ARTE OU ARQUIVO

PARA UM BUREAU OU CLICHERIA

Fonte: Cliart

Page 58: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

58 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Pré-

impr

essã

o

Page 59: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 3 – Pré-impressão – 59

Pré-impressão

Page 60: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 61: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 4 – Clichês – 61

Page 62: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Características dos clichês para flexografia• Quais os principais métodos de gravação de clichês• Cuidados com os clichês durante o processo de gravação• Gravação à laser de polímeros• Cuidados com o manuseio

Page 63: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 4 – Clichês – 63

clichê de flexografia possui as áreas de impressão em alto relevo, quer dizer, a imagem destaca-se acima das áreas de não-impressão. Vários são os cuidados relacionados ao cli-chê. Abordaremos os principais cuidados relacionados ao de fotopolímeros, que, no Brasil, é largamente usado nos vários

segmentos de flexografia.

4•Clichês para impressão flexo

A: Espessura Total da ChapaB: Altura do PisoC: Altura do relevo

AC

B

Page 64: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

64 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Clic

hês

O que são clichês?

São formas (matrizes) de impressão que reproduzirão sempre a mesma ima-gem. No entanto, com o decorrer da tiragem há um desgaste e isso pode alterar a imagem.

Clichês feitos no sistema

convencional utilizam fotolitos

De que são feitos?

No passado recente usou-se muito a borracha natural, borracha sintética e a mista. No ramo de papelão ondulado ainda se utilizam mantas de borrachas entalhadas para serviços de traços e letras grossas. Mas o tipo de clichê mais utilizado hoje em dia é o fotopolímero. Os fotopolímeros são monômeros compostos de metacrilatos, fotoiniciadores e outras substâncias químicas que estão depositados sobre uma base de poliéster. Assim, ele possui alta estabili-dade dimensional e uniformidade de espessura.

Como escolher o tipo de fotopolímero e quais fatores são importantes?

A escolha do fotopolímero levará em conta o tipo de trabalho a ser executado, máquina, etc. São três os fatores para a escolha:

1) Espessura do fotopolímero: Existem vários tipos de espessuras e o que determinará seu uso será o tipo de impressora, quer dizer, o diâmetro pri-mitivo das engrenagens projetadas na fabricação da máquina. As espessu-ras mais comuns são: 0.76mm; 1.14mm; 1.70mm; 2.84mm; 3.18mm; 3.9mm e 5.00mm. A espessura influencia diretamente no ganho de pontos e na

Page 65: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 4 – Clichês – 65

Clichês

deformação da imagem. Quanto maior a espessura maior a deformação. Dê preferência para clichês com 0.76mm de espessura na compra da impres-sora visto que facilitam o controle da curva de reprodução da imagem. O inconveniente é que requerem muito cuidado durante a gravação, pois as escovas gravadoras podem facilmente remover pontos de retícula.

2) Dureza: Os clichês podem variar entre 25º a 85º Shore “A” (normalmente as chapas mais finas possuem durezas mais altas e as mais espessas durezas menores). Clichês muito macios podem deformar a imagem no momento da impressão. Os clichês mais duros tendem a não transferir perfeitamente a tinta de impressão.

3) Resistência do polímero: Normalmente a tinta determina o tipo de resis-tência que o clichê deverá ter. Tintas com cura ultravioleta (U.V.) necessitam de fotopolímeros com resistência específica. O ozônio (O3) liberado pelo tratamento corona também deve ser levado em consideração se o uso for perto dessas fontes.

Que métodos de gravação e cópia existem?

Gravação convencional com fotolito: ainda é o processo mais utilizado. Um filme negativo é colocado na superfície do fotopolímero depois que o mesmo recebeu uma exposição com luz ultravioleta pelo verso para definir o “piso”, isto é, a base de não-impressão do clichê. Dá-se então a exposição principal no mesmo equipamento com o fotolito. As áreas de imagem que estão transparentes no filme negativo (fotolito) permitem a passagem de luz que polimeriza os monômeros do fotopolímero. Posteriormente o clichê será “lavado” com produtos químicos que removerão as áreas que não receberam luz. As que receberam luz foram endurecidas e não serão removidas. Depois o clichê vai para uma estufa de secagem com uma temperatura de 60º, onde permanecerá por cerca de 1 hora. No entan-to ainda é necessário um tempo de descanso que poderá variar de fabricante para fabricante de fotopolímero. Por fim é dada uma exposição com luz especial (chamada de germicida) que eliminará a pegajosidade característica do clichê e o deixará pronto para a impressão. Outra opção é a utilização de luz puntiforme para a cópia, visto que a precisão é muito maior.

Durômetro verificaa dureza da chapa

Equipamento de cópia convencional

Page 66: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

66 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Clic

hês

Qual a altura correta do grafismo em relação ao piso?

Isso depende da espessura e também do tipo de serviço que normalmente a empresa executa. Apesar disso, a tabela abaixo traz valores interessantes que podem servir de referência:

Espessura da Chapa

Linhas finas e pontos isolados na chapa

Lineatura da imagem e porcentagem mínima

33 l/cm ou 85 lpi 3%

48 l/cm ou 120 lpi 3%

60 l/cm ou 150 lpi 3%

1,14 0,7 0,6 0,6 0,5

1,70 0,8 0,7 0,7 0,6

2,84 1,2 1,0 0,8 0,7

3,94 1,8 1,2 - -

FON

TE:

AS

AH

I

Como se faz e para que serve a exposição principal no sistema convencional?

A cópia com filme negativo “mate” (fosco no lado da camada do filme) é feita em equipamentos apropriados que emitem luz rica em ultravioleta. Nas áreas transparentes do filme (grafismo, imagem) a luz passará e endurecerá o foto-polímero. Nas áreas escuras a luz não passará e o fotopolímero ficara “solúvel” ao solvente de lavagem.

LUZ ULTRA VIOLETA

FILME NEGATIVO

FOTOPOLÍMERO

Como determinar a melhor exposição de verso e principal?

O melhor modo é fazer uma série de testes de exposição. O ideal é utilizar um test form como o exemplo a seguir. Note também os tempos e quais devem ser os resultados. Cada fabricante de fotopolímero pode ajudar com um test form específico.

Esquema da cópia do fotopolímero

Page 67: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 4 – Clichês – 67

Clichês

TEST FORM DO PROCESSO DE CONFECÇÃO DE CLICHÊS DE FOTOPOLÍMERO CONVENCIONAL

ESPESSURA DA CHAPA

O QUE OBSERVAR NA CHAPA

1,14 a 1,70 2,84 a 5,0

Verifique perda de pontos ou pontos mal formados;utilize uma lente ou conta-fios.

Meios tonsÁreas míni-mas: 1%–5%Lineatura:100–175 lpiTipo de ponto: Round (redondo)Ângulo da retícula: 45º

Meios tonsÁreas mínimas: 2%–10%Lineatura:45–120 lpiTipo de ponto: Round (redondo)Ângulo da retícula: 45º

Linhas finas:Positivas: 0.04–1.5 mmNegativas: 0.04–1.5 mm

Linhas finas:Positivas:0.08–1.5 mmNegativas:0.08–1.5 mm

Veja se não há linhas tortas.Confira também linhas negativas para ver se não estão entupidas ou rasas demais.

Pontos Isolados:0.04–0.2 mmFontes: Lapidárias e Serifadas: 2–8 pt

Pontos Isolados:0.06–0.3 mmFontes: Lapidárias e Serifadas: 4–8 pt

Com uma lente verifique o formato do ponto e se a base está bem formada para poder sustentar o ponto.

Exposição insuficiente

Exposição correta

Exposição insuficiente

Exposição correta

Exposição insuficiente

Exposição correta

Page 68: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

68 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Clic

hês

Para que serve a lavagem (gravação) da chapa e que cuidados se deve ter?

A gravação com solvente apropriado removerá as áreas que não receberam luz na exposição principal. Além dos cuidados descritos acima (como verificar pontos perdidos, linhas, pontos isolados), após a lavagem deve-se observar se há manchas, restos de materiais não removidos, efeito “casca de laranja” (espé-cie de vitrificação do fotopolímero) ou deformação de alguma espécie.

Que cuidados com os clichês se deve ter na gravação química?

No caso da gravação química que é a mais comum, os cuidados vão desde o manuseio da chapa (corte, transporte e armazenamento) até a conferência da substância química para gravação. Quando se usa percloroetileno, por exem-plo, a medida é feita com um areômetro e deve estar por volta de 42ºbé.Além disso, um bom controle do equipamento de gravação também é neces-sário. A pressão das escovas interfere diretamente no resultado final. Isso sem se mencionar no desgaste da mesma.

Para que serve e por que são necessários a secagem e a estabilização do clichê?

Logo após a lavagem com o solvente, a chapa aumenta muito de tamanho, pois ela absorve muito solvente. Portanto, é necessário que se coloque a chapa em uma estufa com ar aquecido para forçar a saída do solvente que ficou retido na chapa, com o objetivo de fazê-la voltar à espessura original. Normalmente o clichê fica por um determinado tempo a uma temperatura de aproximadamente 60ºC por um tempo determinado, que depende do equipa-mento e principalmente da espessura da chapa: espessuras menores, tempo menor. Espessuras maiores, tempo maior. O objetivo da estabilização é permitir que as moléculas do fotopolímero se acomodem e com isso se consiga maior tempo de vida útil do clichê na impres-são. Normalmente, 8 horas são suficientes para esse procedimento. A estabili-zação também serve para a chapa adquirir 100% de sua espessura original.

Esquema de utilização do areômetro / densímetro

Page 69: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 4 – Clichês – 69

Clichês

O que acontece se não se esperar o tempo de estabilização e já se utilizar o clichê para imprimir?

Muitas vezes é necessário fazer um clichê às pressas para repor algum que se estragou na impressora ou por outra razão qualquer. É possível utilizar o clichê, porém, provavelmente haverá dificuldades no acerto visto que o clichê pode ainda estar inchado pelo fato de o tempo não ter sido suficiente para a saída de todo solvente. Outra importante perda é que o clichê durará muito menos na impressão, uma vez que ele ainda está “aberto” e sujeito à penetra-ção do solvente flexo que faz com que ele perca suas propriedades.

Solvente: Percloetileno e n-Butanol

2,84

mm

3,05mm (+7%) Comparada com a espessura original

Como pode ser observado no gráfico ao lado, até a primeira hora depois que o clichê sai da lavagem ele aumenta de espessura e, conforme as horas vão passando, ele volta ao tamanho normal.

2,89mm (+2%): Depois de 1 hora de secagem

(2,84mm: Após 8 horas de estabilização)

2,86mm (+1%): Após 2 horas de secagem

Cópia com luz puntiforme: O processo é exatamente igual ao sistema convencional descrito acima. A diferença está no equipamento de cópia. Nesse caso utiliza-se uma copiadora com um tipo especial de luz cha-mada “puntiforme”. O principal equipamento é a copiadora da empresa americana OLEC, cuja grande distinção é uma luz halogênica que produz um endurecimento (polimerização) profundo do fotopolímero permitindo assim uma cópia de pontos bem pequenos com pouco ganho de pontos.

Equipamento da OLEC que permite cópia com luz puntiforme

Microfotografia mostrando ponto

da retícula com cópia convencional

Microfotografia mostrando ponto da retícula com cópia

de luz puntiforme. Baixo ganho de pontos

Page 70: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

70 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Clic

hês

Gravação com cópia a laser: Neste processo, existe uma película negra (que substitui o fotolito negativo) na superfície da placa que será vaporizada pelo laser. Dá-se, então, mais uma cópia com luz ultravioleta e grava-se a chapa normalmente com produtos químicos. A vantagem deste processo é a eliminação do filme, pois a imagem é digitalizada e é transferida para a placa diretamente.

Micro-fotografia do clichê em áreas e 1% de retícula

– excelente definição

Equipamento para cópia digital de fotopolímeros da Esko-Graphics

Gravação rápida (térmica): Lançado pela Du Pont com o nome de Cyrel Fast®, este processo baseia-se na remoção das áreas não endurecidas pela luz (não-impressão) por meio de uma espécie de “toalha aquecida” que é embobi-nada após o processo. A grande vantagem é a rapidez.

Equipamento Cyrel Fast®

Gravação de polímero com laser: embora já exista há alguns anos a gra-vação em borracha para flexografia, o processo de gravar um polímero só desenvolveu a partir da DRUPA 2000 (Feira de Artes Gráficas que ocorre de 4 em 4 anos na Alemanha) com a adaptação de equipamentos de gravação a laser já existentes no mercado. Nesse caso, o laser grava diretamente um polímero removendo as áreas de não-imagem. Após a gravação o clichê está pronto para a impressão sem necessitar de quaisquer outros processamentos ou esperas visto que não foi processado com solvente.

Page 71: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 4 – Clichês – 71

Clichês

Como funciona o sistema de gravação a laser?

Os sistema mais modernos baseiam-se no conceito in-the-round. Um cilindro de aço onde é colocada a chapa de polímero (note que não é mais fotopolí-mero pois não é necessário mais a polimerização por meio luz nessa etapa), irá girar a uma velocidade de 18m/s (cerca de 2400 rpm), enquanto a unidade de gravação se desloca na extensão do cilindro removendo, por meio de feixes de laser, toda a área de contra-grafismo (que não será impressa). O laser nesse caso é o CO2 que permite alta precisão. A chapa ou sleeve absorve a luz que é convertida em calor, resultando numa decomposição termal. Um software irá regular o tipo e tamanho dos pontos bem como ângulo (podem ser especifi-cados até 10 µm (0.01 mm) e 0.01 graus respectivamente).

Equipamento de gravação a laser modelo Morpheus da Stork

Detalhe da gravação a laser – Equipamento Agrios da StorkA figura ilustra como os três feixes de

laser podem “delinear” o ponto gravado

Page 72: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

72 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Clic

hês

RESUMO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE CÓPIA E GRAVAÇÃO

SIS

TE

MA

Convencional Cópia DigitalCópia

com luz Puntiforme

Cyrel Fast Gravação à laser

PIA Fotolito negativo

com luz U.V.Digital

com laserFotolito e luz Puntiforme

Fotolito negativo

com luz U.V.

Não tem cópia

GR

AVA

ÇÃ

O

Produto Químico ou Água

Produto Químico

Produto Químico

Manta aquecida que

remove as áreas que não receberam luz

Laser remove as áreas de contra-

grafismo

CA

RA

CT

ER

ÍST

ICA

S

Menor custo do mercado

Maior ganho de pontos

Precisão nas áreas mínimas

Custo ainda é alto

Precisão nas áreas de

mínimas e menor custo em relação à cópia laser

Equipamento requer muitos

controles

Não é necessário

esperar estabilização

Um único fornecedor de

insumos (manta e polímeros)

Eliminação das etapas de cópia e gravação química

Custo ainda é alto

Platô

Tamanho da base

α

Primeiro nível

Meio corte

Relevo

Configuração do desenho do ponto com gravação à laser

Page 73: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 4 – Clichês – 73

Clichês

Quais os controles que se deve fazer ao receber um clichê gravado?

Verificar se está pegajoso (isso indica que não houve um acabamento adequado). Ver se há um brilho excessivo (clichês com superfície muito lisa tendem a

repelir a tinta especialmente à base d’água). Observar os flancos (inclinação lateral das imagens também chamada de

ombros) se estão a aproximadamente 30º. Analisar a altura do grafismo e contra-grafismo (piso). Observar se existem linhas finas tortas. Certificar-se de que não tem pontos em áreas de mínima densidade faltando. Analisar o aspecto geral do clichê: furos, efeito “casca de laranja”, rachadu-

ras, amassados, riscos, etc.

Qual o melhor método para limpar o clichê durante a impressão?

De preferência um que não deixa fiapos, que não arranque pontos ou risque o clichê. Assim, podem-se utilizar escovas bem macias, com pouco solvente para não descolar o clichê. Estopas, algodão ou panos industriais felpudos estão descartados. Em algumas empresas o uso de bolas feitas de meia-calça feminina também tem dado bom resultado. Atenção: nunca limpe o clichê com a máquina em movimento. Certifique-se que ela esteja travada.

Como se deve limpar o clichê após a impressão?

O primeiro item importante é o uso do solvente que foi utilizado na própria tinta de impressão. A limpeza feita logo após o clichê ter saído da impressão é mais fácil de executar. Deve-se evitar deixar de molho em banheira de um dia para outro, pois vários solventes podem atacar o clichê. Utilizar preferencial-mente escovas de pelo animal bem macias.

Qual o melhor método para armazenamento do clichê?

Os fabricantes de fotopolímeros dão as seguintes sugestões: Só guardar clichês muito bem limpos. Os clichês poderão ficar na posição vertical ou plana, desde que não sofram

excesso de peso ou tensão. Armazenar em local fresco e arejado, protegido da ação do ozônio, prove-

Clichê limpo e bem controla-do é um dos segredos da boa qualidade de impressão

Page 74: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

74 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Clic

hês

niente de relâmpagos, luz solar, faiscamento de motores elétricos, luz de arco voltaico, tratamento Corona e eliminadores estáticos. Caso seja inevi-tável, aplicar etil-glicol para proteger.

O ideal é ficar sob uma temperatura que de preferência não exceda os 25º C. Se montados em cilindros, após a aplicação de silicone, envolvê-los em

papel ou em envelopes do tipo Kraft. Se desmontados, envolvê-los em papel, e nunca em plástico, visto que a

impermeabilidade do plástico não permitirá a saída dos solventes retidos pelo clichê durante a impressão.

Existem controles a serem feitos nos clichês de um modo geral?

Existem sim. A verificação da espessura da chapa, quer dizer sua uniformidade é recomendável. Se a chapa possuir diferenças de espessuras, haverá compli-cações no momento de impressão especialmente no acerto, causando uma impressão falha.

Controle da espessura e uniformidade é fundamental para uma boa impressão

Qual a tendência dos sistemas de gravação de chapas no mercado mundial?

A eliminação do fotolito já é uma realidade com a digitalização dos processos. Isso elimina custos de produção e melhora a qualidade. Mas o melhor mesmo é a gravação com laser, cujo desenvolvimento melhorou a qualidade e a veloci-dade e reduziu o preço. Assim, a tendência é que sistemas de gravação a laser predominem em clichês de polímeros nos próximos anos.

Page 75: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão – 75

Page 76: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Quais os métodos de montagem mais comuns• Cuidados na montagem de clichês• Características dos dupla-faces• Camisas para montagem• O que são provas de flexografia• Catálogo Pantone

Page 77: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão – 77

or montagem em flexografia entende-se a disposição de cli-chês fixados e colocados sobre a superfície do cilindro porta-clichês. A montagem é uma etapa importante do processo flexográfico, pois dela depende o registro perfeito das cores. A execução de provas de impressão também ajudará a evitar

desperdício de tempo no setup de máquina.

Quais os métodos de montagem de clichês?

São quatro os métodos de montagem de clichês:a) Montagem manualb) Máquina de montagem ópticac) Sistema de registro por pinosd) Sistema de montagem com vídeo por micro-pontos (microdots)

a) Montagem manualA montagem manual é a mais simples e a mais imprecisa de todas, visto que depende do cuidado e da experiência do montador. A importância da boa montagem pode ser resumida no fato de que, se a colagem não for precisa no registro ou se houver bolhas entre o clichê, a dupla-face e o cilindro, tem-se que parar a máquina para corrigir. Em muitos casos há a necessidade de se remover o cilindro porta-clichê com perda de tempo precioso. Além disso, quando a colagem envolve vários clichês, a probabilidade de erro é maior.

5•Montagem de clichê e provas de impressão

Page 78: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

78 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Mon

tage

m

b) Máquinas de montagem ópticaO operador deste tipo de máquina deve ser especializado. Com a ajuda de um espelho de reflexão com um fator de ampliação de 1:1 ele posiciona uma ima-gem sobre outra usando como referência o espelho. A precisão da montagem depende em grande parte da perícia e concentração do operador para montar jogos completos de clichês com plena sincronização e, em muitos casos, jogos de oito cilindros. Tem a vantagem de permitir uma prova impressa para verifi-cação do registro.

c) Montagem por pinosNeste sistema a precisão é maior, visto que o clichê é furado em determinadas posições e fixado no cilindro em um equipamento por meio de réguas. Embora o princípio seja simples, requer cuidados e não garante uma precisão absoluta. Também os furos feitos no clichê são uma janela de entrada para o solvente da tinta de impressão, podendo causar o desprendimento do clichê da dupla-face durante a impressão.

d) Sistema de montagem por micro-pontosPermite uma absoluta precisão e normalmente estes equipamentos possibili-tam fazer uma prova impressa com tinta pastosa para a verificação do registro de cores. Naturalmente a prova neste equipamento é única e exclusivamente para verificar o registro.

Montagem para corrugado

Page 79: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão – 79

Mon

tagem

Qual é o melhor sistema de colagem utilizado hoje em dia?

O sistema de micro-pontos (micro-dots) é o que permite maior precisão. O equipamento possui câmeras de vídeo para a visualização dos micro-pontos gravados nos clichês (cerca de 0,25 mm de diâmetro) que se movimentam por meio de motores. As vídeo-câmeras aumentam os pontos cerca de 30 vezes para equipamentos que possuem dois vídeos e 140 vezes para modelos com 8 câmeras. Como o sistema de vídeo é travado na posição do primeiro clichê, o registro de cores é preciso, bastando acertar os próximos pontos dos clichês pelo primeiro. Uma das vantagens, além da precisão do registro, é que não é necessário cortar o micro-ponto antes de imprimir, facilitando a reutilização do clichê nas próximas vezes em que voltará para a impressora. Os pontos podem ser colocados em zonas de impressão onde ficarão dobras, cortes, colas, etc. Equipamentos mais modernos, como o mostrado acima, trazem programas de computador que podem ser armazenados para facilitar mon-tagens complexas.

Montadora Viper Gearless computadorizada. Grava cerca de 10.000 trabalhos na memória

Page 80: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

80 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Mon

tage

m

Vantagens do método: Pode-se montar múltiplos clichês na extensão do cilindro porta-clichês

diminuindo os custos. Rapidez na montagem. Precisão no registro. Não é necessário remover o ponto após acertar o registro.

O que é a dupla-face?

As duplas-faces são fitas que podem ser de papel, tecido, PVC, poliéster, poliu-retano, poliestireno, polímero e outros materiais que possuem adesivo em ambos os lados. O objetivo é fixar o clichê na superfície do porta-clichês.

Equipamento Heaford de montagem por micro-pontos – banda estreita

Esquema da estrutura da dupla-face

Adesivo acrílico (lado aberto)

Espuma de PE (células fechadas) 0,30mm

Adesivo de laminação

Filme estabilizador com logo do fabricante

Adesivo acrílico (lado coberto)

Liner de PP Rugoso

Page 81: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão – 81

Mon

tagem

Quais os tipos de dupla-face?

Basicamente pode-se classificar as duplas-faces da seguinte forma:

Rígidas (papel, tecido, PVC, poliéster). Alta, média e baixa densidade (espuma de polietileno). Reutilizáveis (polímero). Camisas acolchoadas.

O tipo de dupla-face influencia no resultado de impressão?

A dupla-face influencia diretamente o resultado final de impressão. A espessu-ra, a maciez e o tipo devem ser utilizados corretamente em função do serviço que será executado.

A tabela acima mostra o resultado de impressão de áreas chapadas com os vários tipos de dupla-face. Quanto menor a compressibilidade, menor a variação de densidade de impressão.

Tipo de compressibilidade

100 m/min

200 m/min

300 m/min

400 m/min

Desvio% De desvio

Macia 1,23 1,10 1,05 1,02 0,21 -18,7

Média Maciez 1,33 1,23 1,20 1,15 0,18 -13,5

Média Dureza 1,48 1,45 1,42 1,38 0,10 -6,8

Firme 1,52 1,50 1,48 1,47 0,05 -3,3

Densidade é o mesmo que compressibilidade?

Densidade não é o mesmo que compressibilidade. Densidade = peso/massa e Compressibilidade = pressão. Assim, deve-se entender que as fitas são classi-ficadas como abaixo:

Baixa densidade/alta compressibilidade: Bom para processos de impres-são com linhas muito finas e impressões de retículas delicadas.

Média densidade/média compressibilidade: Bom para meio-tons, linhas e impressão mista e para algumas impressões sólidas.

Alta densidade/baixa compressibilidade: Bom para a maioria dos trabalhos com traços, algumas impressões mistas, para impressões de sólidos rever-sos (negativos) e chapados.

FON

TE:

LOH

MA

NN

Chapado impresso com Dupla face macio

Impressão de chapadocom dupla face rígido

Page 82: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

82 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Mon

tage

m

Qual a principal característica que uma fita dupla-face deve ter?

Além da densidade/compressibilidade da fita espumada, também é relevante a sua capacidade de recuperação, ou seja, quão efetiva é a volta da fita à posição inicial após a pressão de impressão, em especial para grandes tiragens. A estru-tura da espuma deve manter sua capacidade de recuperação após milhares de metros rodados, garantindo assim a repetibilidade da imagem impressa, sem ter que fazer ajustes freqüentes da pressão de impressão durante a operação.

As microfotografias mostram as células da dupla-face. À esquerda as células bem definidas que ajudarão o impressor no acerto e na repetibilidade. À direita células desuniformes.

Qual é, então, o melhor tipo de dupla-face?

Isso depende. No caso de retículas finas, é necessário dupla-face compressí-vel de baixa densidade. Já para traços grossos e chapados o recomendável são duplas-faces mais rígidas. Porém se a dupla-face for utilizada sobre uma superfície macia, como no caso das camisas (sleeves), então uma dupla-face de tecido pode cumprir bem a função.

O que são “sleeves” ou camisas?

São “tubos” onde serão montados os clichês a serem impressos. O uso de camisas se disseminou nos últimos anos devido ao apelo de o setup (troca de serviço) poder ser feito mais rápido e por causa da leveza do material. A camisa é colocada no eixo do porta-clichês, que é ligado ao ar comprimido que expan-de a camisa. Quando o ar é desligado a camisa se fixa no porta-clichê.

FOTO

: TE

SA

Page 83: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão – 83

Mon

tagem

Quais são os tipos de camisas mais comuns no mercado?

Basicamente são dois: as camisas compressíveis e as rígidas, mas as rígidas prevalecem. No caso das camisas compressíveis, normalmente, pode-se utilizar uma dupla-face rígida de papel ou outro material como o tecido. Isso barateia o gasto com dupla-face. Já nas camisas rígidas são necessárias duplas-faces compressíveis que ajudarão na qualidade de impressão.

Quais as vantagens e asdesvantagens das camisas?

Algumas das vantagens são a leveza e troca rápida do serviço. A principal des-vantagem é que as camisas requerem muitos cuidados. Riscos e batidas com-prometem seriamente o resultado da impressão. Além disso, algumas podem ser muito sensíveis aos solventes utilizados na tinta de impressão e, com o tempo, podem perder suas propriedades e ficar irregulares.

Esquema de uma típica camisa (sleeve) para montagem de clichês

Clichês montados em camisas facilitam o setup na impressão

Embora o mandril (cilindro onde é colocada a camisa) seja o mesmo, a espessura das paredes das camisas é

diferente para se ajustar aos diferentes formatos exigidos

Exemplo de camisa alcochoada

ConstruçãoMarcas para montagem

Camada anti-desgaste

Camada intermediária

Fibra de vidroInserto metálico para registro

DI

DE

C

Page 84: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

84 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Mon

tage

m

Quais os cuidados na escolha das camisas?

Talvez o maior problema na escolha da camisa seja a diversidade de modelos e a compressividade. As camisas compressíveis estão mais sujeitas a cortes, ris-cos e deformações. Embora haja uma economia no custo da dupla-face, pois pode-se utilizar dupla-face de tecido sem compressão, a empresa que optar por esse modelo deverá ter cuidado redobrado no manuseio e armazenamen-to, pois quaisquer estragos inutilizarão a camisa. As camisas rígidas de fibra de carbono costumam dar bons resultados e tendem a durar mais.

1 Limpar a superfície do cilindro porta-cli-chês ou da camisa e o clichê com solu-ção apropriada (sugestão: 90% de álcool isopropílico + 10% de acetato) eliminando as imperfeições no cilindro (camisa) com lixa suave e limpando completamente resíduos de tinta seca, óleo, graxa, fitas adesivas etc.

2 No caso das camisas, procurar usar a mesma pressão de ar utilizada pela máquina, ou ainda a menor pressão pos-sível, para evitar eventuais variações no diâmetro externo das mesmas.

3 Ao aplicar a fita dupla-face, primeiro desenrole o rolo em uma mesa de traba-lho e, sobre uma superfície plana, corte o tamanho da fita proporcional ao tamanho do clichê. Enrole a fita cortada em um tamanho utilizável. Evite segurar o rolo inteiro e apertar muito enquanto manuse-ar a fita, pois isso pode causar dificulda-des no processo e criar tensão excessiva na espuma.

4 Aplicar a fita dupla-face com um movi-mento amplo de ponta a ponta. O rolinho (ou uma espátula de plástico), ajuda na

maior pressão e obtém-se uma melhor adesão da fita. Evitar movimentos em “zigue-zague”, visto que podem provocar bolhas.

5 No início, fixar o clichê sobre uma área pequena da fita dupla-face. Deve-se evi-tar um contato prematuro do clichê com a fita, usando como protetor para isso o próprio liner.

6 Quando finalizar o posicionamento do clichê, pressionar o mesmo contra a fita dupla-face com um rolinho, para aumen-tar a união (adesão) e evitar o surgimento de bolhas.

7 Sempre deixar uma margem de aproxi-madamente 1,5cm de fita dupla-face ao redor da área do clichê, para fixar melhor as bordas do mesmo e evitar que ocorra o levantamento das laterais.

8 Nunca deixar coincidir as bordas da fita dupla-face com as bordas do clichê.

9 Ao limpar o clichê durante a impressão, evitar o contato do solvente com a fita adesiva que margeia o clichê. Este cuida-do evita o levantamento prematuro da fita dupla-face em relação ao cilindro.

DICAS PARA MONTAGEM DE CLICHÊS EM CAMISAS OU PORTA-CLICHÊS

Page 85: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão – 85

Mon

tagem

O que são provas de flexografia?

As provas de flexografia são ajudas para poupar tempo e insumos antes da gravação final. Essa operação é realizada em uma máquina de provas que simula a impressão flexo, na qual há os mesmos elementos da impressora: anilox, porta-clichês, tinta flexo, etc. Porém, a máquina de provas não reproduz com precisão as características da impressora. Portanto, velocidade, viscosida-de, desgaste de engrenagens, pressão de impressão, pressão de entintagem e outras muitas variáveis podem fazer com que a prova fique bem diferente do resultado impresso.

Dica: Tente reproduzir na máquina de provas as condições da impressora como mesma tinta, mesma lineatura e BCM de anilox disponíveis, mesma marca de dupla-face, etc. Pode-se inclusive controlar os valores densitométricos das cromias na prova para posterior comparação com o impresso.

Equipamento de provas da Heaford sleeve gearless. Economia de tempo na aprovação do serviço

Page 86: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

86 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Mon

tage

m

Quais os tipos de provas mais comuns e qual a melhor?

As provas chamadas “print” ou Cromalim® são comumente utilizadas como comparativos (e às vezes até mesmo como padrões!) com o impresso. Porém, a verdadeira prova flexo é feita em equipamento apropriado com anilox, tinta flexo, porta-clichês e substrato (plástico, papel e alumínio).

Impressora Ink Jet Epson

O que é “print” e Cromalin®?

A print (nome genérico que se dá às provas digitais) ou o Cromalin® não são provas de flexografia, e podem ser classificadas como provas digitais. Isso sig-nifica que não conseguem reproduzir os resultados obtidos em uma impres-são de verdade em impressora e não devem ser utilizadas como “padrão” para a flexografia.

O que é o catálogo Pantone®?

O catálogo Pantone® é uma coletânea de 1.000 cores partindo-se de apenas 16 bases ou cores básicas. O catálogo Pantone® se tornou popular entre as agências de propaganda que passaram a poder especificar uma cor para a indústria convertedora. A versão com 1.000 cores é a mais popular, porém, há outras opções inclusive digitais para uso direto no computador em apoio a um software.

Page 87: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 5 – Montagem de clichê e provas de impressão – 87

Mon

tagem

O que é perfil ICC?

ICC significa International Color Consortium – Consórcio Internacional de Cores, e trata-se de um grupo de fabricantes líderes de produtos de imagem digital (inclui Adobe, Agfa, Apple, Fuji, Microsoft e outros). O ICC tem desen-volvido especificações para descrever como os dispositivos criam cor, e essa informação está incorporada na estrutura de um perfil ICC.Um perfil ICC é um arquivo que descreve as capacidades e limitações dos dispositivos que geram cor. Ele pode ser usado em conjunto com a tecnolo-gia ColorSync da Apple e aplicações como por exemplo o Adobe Photoshop para corrigir imagens de cores, igualar cores tão próximo quanto possível do scanner ao monitor e à impressora, provas e também simular a aparência de imagens de máquinas impressoras.

O catálogo de cores Pantone é o mais utilizado hoje em dia

Logotipo do ICC

Page 88: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 89: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 89

Page 90: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Quais os principais tipos de substratos usados na flexografia• Tipos e características dos plásticos• Co-extrusados• Alumínio e suas propriedades• Papéis diversos e aplicações• Laminação

Page 91: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 91

que faz da flexografia um processo de impressão muito ver-sátil é a variedade de suportes que se pode imprimir. Além da possibilidade da impressão em monocamadas, quer dizer, um único material, há também a proliferação de materiais combi-nados. Esses materiais combinados possibilitam maior resis-

tência e qualidades de “barreira” ou proteção maior ao produto. A versatilidade dos plásticos transformam-nos em “campeão de uso” na indústria de embala-gens flexíveis. Sendo fáceis de moldar, alguns possuem excelente estabilidade dimensional, resistência ao rasgo e estouro, excelentes barreiras contra óleos, água, etc. Os materiais plásticos também são muito utilizados em rótulos para diferentes produtos como alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. A facilidade de uso dos auto-adesivos em máquinas rotuladeiras (que aplicam o rótulo), favoreceu a flexografia. Processos como offset, por exemplo, não imprimem rótulos em bobinas que são utilizadas pelas máquinas aplicado-ras automáticas. Empresas tradicionais do mercado de rótulos em offset têm migrado para flexografia. Um importante segmento é o de papéis. Estes são muito utilizados em rótulos, sacolas e caixas de papelão ondulado. Com o foco de muitas empresas na questão ambiental, o papel ganha cada vez mais força como embalagem.

Quais os principais suportes que podem ser impressos na flexografia?

Os principais materiais utilizados são:

6•Principais suportes para impressão

Page 92: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

92 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Supo

rtes

Plásticos: Polipropileno (PP), polietileno (PE), poliéster (PET), ionômeros (Surlyn), etileno vinil acetato (EVA), cloreto de polivinilideno (PVDC), cloreto de polivinil (PVC), nylon (poliamida).Papéis: Monolúcido, couché, corrugado, offset, kraft.O Alumínio (Al) também tem sua utilização, em estruturas laminadas ou sozinho.

Quais as boas qualidades que os suportes devem possuir?

Depende da utilização final, mas para a impressão qualidades como estabili-dade dimensional, boa resistência a temperaturas, planicidade (uniformidade), impermeabilidade, brilho e transparência facilitam o processo. No caso dos papéis a superfície pouco rugosa e a cor são importantes, pois podem influir na aparência do impresso.

Quais as principais aplicações do papel nos segmentos que a flexografia atende?

Hoje há uma ampla gama de papéis e usos para os diversos segmentos que a flexografia atende. O uso em caixas de papelão é o que vem à lembrança primei-ro, porém o papel é também muito utilizado em estruturas laminadas, sacolas e sacos ecologicamente corretos e principalmente em rótulos auto-adesivos.”

O que são plásticos?

Plásticos: São materiais macromoleculares, principalmente de origem orgânica (carbono), os quais são preparados pela modificação de produtos naturais ou por síntese de compostos de baixo peso molecular. De forma geral, podem ser moldados por processamento sob condições favoráveis de pressão e temperatura. São também chamados de polímeros.

Polímeros: do grego poly + meros = muitas partes, compostos quími-cos, obtidos a partir da união de um número de unidades elementares ou monômeros (uma só parte), os quais se repetem sucessivamente.

O que são “filmes técnicos”?

Convencionou-se usar essa expressão para materiais plásticos impressos em uma única camada e com boa soldabilidade como o polietileno e polipropileno.

Embalagem monocamda

em Polietileno

Os papéis são utilizados também em rótulos

auto-adesivos

Page 93: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 93

Suportes

Podem ser utilizados para o empacotamento automático de cereais em geral, adubos, papéis higiênicos, massas alimentícias, biscoitos, produtos têxteis e alimentos em geral. Os filmes monocamadas são muito utilizados também em rótulos.

O que são co-extrusados?

Co-extrusão é a união pelo processo de extrusão de vários materiais plásticos em até 13 camadas. O objetivo é fazer estruturas com alta resistência às gorduras, ao oxi-gênio, à água, à luz e a outras substâncias que venham a causar a deterioração rápida do produto. Geralmente, os co-extrusados são utilizados para laticínios e embutidos como salsichas, presuntos, aves, mortadelas, charques entre outros.

O que são laminados?

São materiais plásticos, papéis e/ou alumínio que são unidos por meio de adesivos. O objetivo é o mesmo da co-extrusão, isto é, criar estruturas capazes de resistir a diversas substâncias que afetam o produto. Os lamina-dos formam hoje um dos grandes nichos de mercado para as embalagens alimentícias em geral.

O que são metalizados?

São materiais plásticos (polietileno, polipropileno e poliéster) em cuja superfície é aplicada uma fina camada de alumínio. O processo ocorre em um equipamento apropriado e a vácuo.

Page 94: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

94 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Supo

rtes

FILME OTR* 23ºC - 0% UR

(25μ) (cm³/m²x24h)

EVOH 0,08-1,9

NYLON 6 18,6-39

PET 31-93

BOPP 1550-2500

PP 2300-3100

PEAD 2300-3100

PS 4350-6200

PEBD 7000-8500

PET METALIZADO 0,16-0,17

BOPP METALIZADO 19-160

Materiais metalizados e/ou laminados aumentam

a proteção e deixam a embalagem mais atraente

Por que utilizamos laminados e metalizados?

Algumas pessoas relacionam o uso de laminados e metalizados apenas a resistências mecânicas e eventualmente efeito visual. Contudo, os laminados (e os laminados metalizados principalmente) desempenham um efeito dramático na proteção dos alimentos.Algumas das principais propriedades dos alimentos estão relacionados ao impedimento do contato deste com determinados agentes, dentre os quais destacamos o oxigênio, com dois efeitos dramáticos:

a) Oxidação de óleos essenciais.b) Proliferação bacteriana.

Conforme pode ser observado na tabela abaixo, as propriedades dos filmes plásticos são muito diversas, e o uso da metalização também aumenta mui-tíssimo a barreira contra oxigênio (OTR – Oxygen Transmission Rate). Como referência, uma taxa de permeabilidade ao oxigênio menor que 15 cm³/m²/dia é considerada alta barreira. Se for inferior a 8 cm³/m²/dia é altíssima barreira.Outras barreiras são também importantes para determinados produtos, como a barreira a vapor de água (WVTR – Water Vapor Transmission Rate) para biscoitos e outros produtos que a água pode retirar a crocância e precipitar a degradação.A metalização também aumenta a barreira à umidade, colaborando com a preservação dos produtos embalados.Abaixo a tabela da barreira a oxigênio dos principais filmes utilizados na indús-tria de embalagens.

* Quanto menor a taxa de permeabilidade,

maior a barreira

Page 95: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 95

Suportes

Quais as propriedades do alumínio e por que é tão útil em embalagens?

O alumínio possui duas propriedades importantes para as embalagens: proteção e apresentação. Outra vantagem na sua utilização é o baixo peso específico.O material, além de não ser tóxico, é completamente invulnerável a odores, gases e vapores. Além disso, a folha de alumínio pode ser pintada, impressa ou lavra-da, realçando assim a beleza das embalagens, característica muito desejada pelo pessoal de marketing na elaboração de uma nova embalagem.Propriedades de proteção da folha do alumínio: não alimenta microorganis-mos; não é tóxico e é seguro para ser usado em contato com a maioria dos alimentos, remédios e cosméticos; não possui gosto nem odor próprio; não é volátil, não resseca, nem enruga; tem boa estabilidade; é impermeável à maioria dos tipos de gorduras e óleos, tanto em baixa como em altas temperaturas; é resistente à luz, e por isso pode ser utilizado para embalar produtos que não podem perder seu aroma e/ou que podem se tornar rançosos ou descorados pela exposição à luz; é bom condutor de calor, e por isso permite seu aqueci-mento e resfriamento rápidos.A folha de alumínio, em seu estado puro ou temperado, pode ser facilmente moldada, dobrada e prensada. Esta propriedade é muito importante para o reempacotamento e a reutilização.A folha de alumínio densa, dura ou temperada, apresenta maior resistência à tração, maior rendimento, mas menor alongamento. Sua alta condutibilidade térmica se torna ideal para produtos que devem ser embalados quentes e sub-seqüentemente esfriados ou congelados.A flexibilidade da folha de alumínio permite sua utilização em envoltórios exter-nos, forração de recipientes, moldagens ou fabricação de pouches e sacos. Torna-se, no entanto, necessário aplicar adesivos ou laminação com polietileno, por exemplo, a fim de obter uma boa selagem. A maioria dos pouches ou sacos são fabricados com folhas de alumínio coladas em outro material.Uma das características principais da folha de alumínio é sua impermeabilidade a umidade, gases e odores.Encontra-se no supermercado grande variedade de aplicações do alumínio em embalagens: cigarros e tabacos, chocolates, balas, confeitos, queijos, manteiga, margarina e gordura, biscoitos, sopas, extratos de carne, embalagens semi-rígi-das, comprimidos e medicinais, rótulos e etiquetas adesivas.

Por que o poliéster é tão utilizado hoje em dia?

O poliéster é muito utilizado nas embalagens pelas seguintes características básicas: bom brilho e transparência; ausência de gosto e odor; baixa umidade; alta resistência à tração; alta resistência ao impacto; boa barreira a umidade e a gases; resistência a gorduras, óleos e açúcares. A principal desvantagem do

O alumínio possui excelentes propriedades de barreira

Page 96: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

96 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Supo

rtes

poliéster é que o material não permite soldagem a quente.Outra desvantagem é o fato de o poliéster possuir baixa umidade permitindo assim o acúmulo de cargas eletrostáticas quando este desliza pela máquina. A estática pode provocar faíscas que podem gerar incêndio durante o processo de impressão. Assim, é necessário que as impressoras tenham bons dispositi-vos de eliminação de estática.No entanto, há muitas vantagens do poliéster no processo de impressão que são a excelente estabilidade dimensional, facilitando o registro das cores, e alta resistência ao calor (cerca de 220º C) propiciando uma boa secagem do filme impresso e viabilizando altas velocidades de produção.A aplicação do poliéster está mais ligada à formação de embalagens especiais, devido ao seu custo alto e às suas propriedades boas como barreira ao vapor d’água, ao oxigênio e a fragrâncias, que é superior à dos filmes de polietileno e BOPP, principalmente se o poliéster for metalizado. Os principais usos do poliéster são: embalagens de produtos congelados; embalagens de alimentos desidratados; embalagens para cozimento do pro-duto; embalagens que necessitem de barreira contra a vazão de essências como os sabonetes; embalagens que necessitem de barreira a umidade, gases e que mantenham o aroma do produto.

Quais as qualidades do polipropileno?

O polipropileno mono-orientado (PP) é utilizado em balas (PPT - polipropileno de torção) e em laminações para conferir propriedades de brilho, transparência e barreiras. O polipropileno bi-orientado sofre uma orientação das moléculas nos sentidos longitudinal e transversal, conferindo excelentes características de brilho e transparência; alta resistência à tração; alta resistência ao impacto; boa barreira a umidade e a gases; resistência a gorduras, óleos e açúcares. Sua utilização é ampla em embalagens flexíveis, em embalagens que exigem gran-de transparência para verificação do produto, em embalagens que necessitam

de barreira a oxigênio, como produtos fritos, bolos, doces, massas e biscoitos e embalagens a vácuo, como as de café, e também em embalagens de líquidos ou comestíveis que após serem embalados necessitem de esterilização ou cozimento em autoclaves. Isto se deve ao fato de o material suportar temperaturas de até 120º C e apresen-tar uma boa barreira aos gases e ao vapor d’água.

Quanto a printabilidade o BOPP possui boas qualidades, pois resiste bem a tensões e ao calor (menos que o poliéster, entretan-to). Assim como o polietileno, o polipropi-leno necessita de tratamento superficial. No tratamento é utilizado o sistema Corona (ver na página 98). Os métodos e soluções químicas para verificação são os mesmos do polietileno.

Processo de fabricação de filmes de BOPP

Page 97: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 97

Suportes

O que é extrusão de materiais plásticos?

Extrusão é a conversão de resinas plásticas de grânulos para filme plástico. O equipamento que faz esta transformação pode variar dependendo do tipo de resina. No entanto, o processo segue o mesmo princípio: a resina entra sólida, é derretida e transformada em filme para impressão. Um dos métodos mais comuns de fabricar o filme plástico é o Blow, ou extrusão Balão. O processo envole a extrusão de plásticos através de um anel circular que, por meio de ar, forma um balão expandido. O pro-cesso Blow pode ser usado para fazer materiais co-extrusados e multicamadas para altas barreiras. O plástico em forma de grânulos é derretido no “canhão” da extrusora e é empurrado para um anel de ar onde é formado o balão. Depois o balão é puxado por rolos colocados no alto da máquina num longo percurso que ajuda a resfriá-lo. O filme tubular, então, em forma plana, é cortado e aberto em dois e embobinado. Normalmente é assim que os materiais como polietileno de baixa, média e alta densidades são feitos. Porém, no caso de co-extrusão, podem ser agregadas camadas de Nylon, EVA (acetato de vinil etileno) e outros materiais.

Detalhe do anel de ar do fabricante Macchi

Rolos tracionadores

Balão

Saída dabobina

Alimentação

Filtro e anel de ar

Ar

RotaçãoRosca sem fim

Extrusora

Page 98: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

98 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Supo

rtes

O que é tratamento corona?

Podemos definir tratamento corona como sendo a modificação química e eletrônica da superfície dos materiais plásticos na adesão e molhabilidade (propriedade de espalhamento de um líquido na superfície).É muito importante notar que a propriedade de molhabilidade gerada pelo aumento da tensão superficial do filme desempenha um papel tão importante quanto a adesão em si, pois além de ser um dos princípios básicos da adesão, resulta em boa qualidade de impressão, permitindo uma distribuição uniforme da tinta na superfície do substrato plástico, com bom fechamento dos chapa-dos e uma impressão uniforme dos pontos.O tratamento corona promove três diferentes fenômenos na superfície dos materiais plásticos:

1) A descarga elétrica dos tratadores coronas provoca, simultaneamente, a ionização do ar e a formação de ozônio. Nessa atmosfera extremamente oxidante, a estrutura do material plástico, seja ele polietileno, polipropileno, poliéster ou qualquer outro, é oxidada, gerando grupos químicos muito mais polares que a cadeia original. Dentre os grupos formados destacam-se o C=O, C-O e C-OH, todos muito mais energéticos, possuindo relevantes níveis de forças de polarização de Keeson, contra as predominantes forças de dispersão de London, no caso das poliolefinas principalmente.

2) Outro fenômeno que explica a melhor printabilidade instantaneamente após o tratamento corona é que alguns dos radicais formados, como C=O apresentam alta reatividade, podendo reagir com a própria estrutura do polímero tratado, que agora, convém lembrar, apresenta maior presença de grupos reativos, ou mesmo com elementos da tinta, como aditivos (titana-tos) ou com as resinas. Caso a impressão se dê muito brevemente após o tratamento, é de se supor que haja uma maior disponibilidade de grupos reativos para provocar ligações cruzadas com a tinta, causando uma excep-cional adesão. Após algum tempo, sem contato com a tinta, é maior a pos-

sibilidade de tais grupos reagirem com o próprio substrato.

3) Finalmente, mas não menos importante, o tratamento aumenta a rugosidade do filme, o que reper-cute em um efeito positivo: mais superfície implica em um somatório maior de energia por área macros-cópica.

Detalhe do tratador corona

Page 99: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 99

Suportes

Conseqüentemente, após todos esses fenômenos terem ocorrido, temos sig-nificativa mudança nas características superficiais que permitem bom nível de adesão e molhabilidade.

A figura acima demonstra claramente o efeito do tratamento corona sobre uma gota de um líquido qualquer, no caso uma gota de tinta.O filme sem tratamento apresenta um ângulo de contato superior a 90º, enquanto o filme com tratamento correto apresentará ângulo de contato inferior a 90º. Quanto menor o ângulo, melhor a molhabilidade e maior a tendência de adesão.Como abordado, não podemos dizer que o fato de uma tinta molhar o subs-trato seja condição suficiente para garantir a adesão, pois esta é fruto também de outras propriedades, como compatibilidade química (microscopicamente falando – compatibilidade eletrônica) e garantirmos uma mínima formação de tinta na superfície do plástico.Geralmente, o tratamento é feito durante o processo de extrusão pouco antes de o filme ser embobinado. No entanto, pode ser feito também na máquina impressora antes de o material entrar no grupo impressor. O nível de tratamen-to é medido em dynes/cm. A faixa de trabalho para impressão pode variar em função do material, porém esses valores ficam entre 38 e 44 dinas/cm. Um cilin-dro metálico revestido com uma borracha isolante por onde passa o substrato plástico funciona como um eletrodo que fica girando. Acima desse cilindro e do plástico há um barramento que é um outro eletrodo fixo. Esse eletrodo fornece a descarga elétrica na superfície do cilindro e, conseqüentemente, do plástico que passa por ali, recebendo assim o tratamento superficial.

O que é a tensão superficial?

Muitos se perguntam por que, se a tensão é superficial, ou seja, refere-se a uma superfície ou área, ela é expressa em força/comprimento linear.De fato a energia da superfície é proporcional a sua área. Assim sendo, um mesmo material, como o ferro por exemplo, se apresentar por cm² de área, uma área microscópica maior ou menor, poderemos ter impacto na adesão ou mesmo molhabilidade.Em outras palavras, um cm² macroscopicamente falando, poderá apresentar áreas hipoteticamente variando do próprio 1 cm² para uma superfície teori-camente perfeitamente lisa a muitos e muitos metros quadrados no caso de extrema rugosidade.Mas respondendo diretamente a pergunta sobre por que a unidade de tensão superficial é expressa em comprimento linear e não área superficial, como era

Tinta

Filme não tratado

Ângulo de contato

Tinta

Filmetratado

Ângulo de contato

Page 100: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

100 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Supo

rtes

de se esperar, reportamo-nos ao teste de tensão superficial. Para a determi-nação da tensão superficial de um líquido é utilizado um aparelho específico denominado tensiômetro (figura abaixo)

Um recipiente contendo o líquido a ser analisado é colocado no aparelho de modo a permitir que um fino anel de platina iridizada, completamente isenta de impurezas, toque suavemente a superfície do líquido.Este anel, conectado ao tensiômetro por um fino fio, é tracionado de modo extremamente lento e suave, até o ponto em que a energia superficial do líqui-do que retém o anel em sua superfície é superada pela força aplicada ao anel.Neste momento, rompe-se a ligação do anel com o líquido e o aparelho regis-tra o nível de força em que o rompimento ocorreu.Dividindo-se então esta força pelo comprimento do anel aberto, temos a ten-são superficial do líquido.

Esquema de funcionamento do tensiômetro

Page 101: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 101

Suportes

Como a tensão superficial de um líquido a uma dada temperatura é proprie-dade intrínseca deste líquido, a partir da determinação dessa tensão passamos a usar este líquido para mensurar a energia superficial de sólidos, como os filmes de impressão.Este é o caso do uso de misturas entre formamida e etil celosolve utilizadas na determinação do tratamento em indústrias de embalagens, pois uma vez que se saiba a tensão individual de cada líquido, é possível determinar a tensão da mistura e aplicar esta última para determinar a tensão dos filmes.Ao lado, um detalhe do líquido ainda preso ao anel de platina, mesmo este já estando consideravelmente afastado da superfície do líquido.

O que pode afetar o tratamento corona?

Além dos ajustes do equipamento, os aditivos que são colocados na resina durante a extrusão ou na obtenção da mesma podem requerer maior energia para atingir o nível de tensão superficial necessário. Os ajustes que podem afetar o tratamento são: distância entre os eletrodos e o filme plástico; velo-cidade de passagem do filme; voltagem da freqüência aplicada; e temperatura do filme.

Por que o tratamento coronatende a reduzir ao longo do tempo?

Como foi explanado há pouco, o tratamento corona se configura como uma alteração permanente na superfície dos filmes tratados. Portanto, seria prati-camente impossível desoxidar esta superfície, visto que o oxigênio forma uma ligação química com energia superior à ligação carbono – carbono (C-C) ante-rior à oxidação.De fato, esta alteração superficial não é perdida. Contudo, vários componentes adicionados ou presentes desde a polimerização dos materiais plásticos vão gradual e inexoravelmente migrando de todas as profundidades da camada do filme para as superfícies interna e externa.

Dentre estes elementos, destacam-se:1. Moléculas menores do próprio polímero que, durante o processo de poli-

merização, não polimerizaram em grau necessário para a sua imobilização no filme.

2. Aditivos como os de fluxo, de deslizamento, antioxidantes e outros.

Todas essas moléculas, menores e mais fluidas que a massa de polímero que define o filme, atingem a superfície e recobrem, até mesmo pela atratividade do oxigênio da área oxidada, toda a superfície do filme.

Detalhe do prato do tensiômetro

Page 102: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

102 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Supo

rtes

Após um determinado grau de cobertura, a adesão encontra-se terminalmente comprometida, sem contar a redução drástica da tensão superficial que gera uma péssima printabilidade (ou como é comum se dizer na indústria de emba-lagem, um péssimo fechamento). Pode-se dizer mesmo que se passe a imprimir sobre uma capa de materiais exudados de dentro do filme.Tal fenômeno é tanto mais veloz quanto maior for a temperatura, o que explica a perda mais acentuada de tratamento no verão ou em regiões muito quentes, uma vez que a movimentação e a mobilidade molecular é tanto maior quanto mais elevada é a temperatura.

O tratamento pode variar em função da tinta?

Pode sim. Se a tinta for à base de água o tratamento deve ser maior, visto que a tensão superficial de uma tinta à base de água está por volta de 45 dinas/cm e a água pura tem tensão superficial de 72 dinas/cm.

Co-extrusora Macchi

Page 103: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 103

Suportes

RESUMO DOS DIFERENTES PRODUTOS E ESTRUTURAS UTILIZADAS

PRODUTO ILUSTRAÇÃO ESTRUTURAS MAIS COMUNS COMENTÁRIOCA

FÉS PET METALIZADO/ADESIVO/PE

BOPP METALIZADO/ADESIVO/PE PET/ADESIVO/ALUMINIO/ADESIVO/PE PET/PE/ALUMINIO/ADESIVO/PE

O café possui sensibilidade ao oxigênio, à luz e à umidade. Assim, o uso de alumínio em folhas ou metalizado no filme garante a integridade do produto.

CHOC

OLAT

ES PPT BOPP PEROLIZADO/COLD SEAL BOPP PEROLIZADO BOPP/ADESIVO/BOPP PEROLIZADO BOPP/ADESIVO/PE ALUMÍNIO/ADESIVO/PAPEL/PARAFINA

Os chocolates são especialmente sensíveis ao calor. O BOPP perolizado ajuda a ter uma embalagem leve e funcional e ao mesmo tempo protetora.

SNAC

KS

BOPP/ADESIVO/BOPP METAL

Para manter a “crocância” do alimento, a estrutura precisa protegê-lo da luz e também. É também injetado um gás inerte no envase para evitar a oxidação.

LEIT

E EM

E DE

SIDR

ATAD

OS

PET/ADESIVO/PE PET/METALIZAÇÃO/ADESIVO/PE

Como o produto é desidratado, o uso do poliéster é fundamental para a proteção.

SACH

ÊS

PET/ADESIVO/AL/PP PET/ADESIVO/AL/PE PET/METAL./ADESIVO/PE PET/PE/AL/ADESIVO/PP PET/ADESIVO/PE PET/ADESIVO/PP

Os produtos usados em sachês como maionese e catchup são facilmente degradáveis quando expostos ao oxigênio. O uso de poliéster e/ou alumínio garante a integridade dos molhos.

Page 104: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

104 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Supo

rtes

PRODUTO ILUSTRAÇÃO ESTRUTURAS MAIS COMUNS COMENTÁRIO

BISC

OITO

S TI

PO W

AFER

BOPP/ADESIVO/BOPP PEROLIZADO BOPP/ADESIVO/BOPP METAL PET/METAL/ADESIVO

Ninguém quer comer um wafer murcho. Assim, a característica de “crocância” é assegurada com o Poliéster metalizado. No passado era utilizado o alumínio puro laminado.

SALG

ADIN

HOS

PET/ADESIVO/PET METAL./ADESIVO/PE BOPP/ADESIVO/PEPET/ADESIVO/ALUM/PE

Além de não permitir que as intempéries externas alcancem o produto, a estrutura também deve evitar que gorduras e óleos migrem para fora.

MAS

SAS

PET ADESIVO/PE PP/ADESIVO/PEPP/ADESIVO/PP

As massas em geral não requerem estruturas complexas.

BALA

S BOPP PEROLIZADO/COLD SEAL PAPEL/PE/ALUMÍNIO/PE PET/ADESIVO/ALUMINIO/PE PET/ADESIVO/PE

Há uma variedade de estruturas para balas e goma de mascar. Podem conter papel + alumínio ou simplesmente, em alguns casos, um BOPP perolizado.

PICO

LÉS BOPP PEROLIZADO/ADESIVO/PE

BOPP/ADESIVO/BOPP/METALIZADO PET/ADESIVO/PAPEL/PE PAPEL PE BOPP PEROLIZADO COM COLD SEAL

As estruturas de papel + PE foram diminuindo com o tempo, ao passo que o BOPP perolado ou metalizado melhoraram as qualidades de proteção e especialmente de solda a frio (cold seal).

Page 105: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 6 – Principais suportes de impressão – 105

Suportes

PRODUTO ILUSTRAÇÃO ESTRUTURAS MAIS COMUNS COMENTÁRIO

FARM

ACÊU

TICO

S

PET/PE/ALUMÍNIO/PE

O alumínio é muito comum em estruturas destinadas ao produtos farmacêuticos.

FARM

ACÊU

TICO

SBL

ISTE

R

ALUMÍNIO/PE ALUMÍNIO/VERNIZ TERMO-SELANTE

O alumínio também é muito empregado nas estruturas para blisters de remédios em comprimidos.

SABO

NETE

S

BOPP PEROLIZADO PAPEL COUCHÉ/PARAFINA PET/ADESIVO/PAPEL/PARAFINA

No passado, o papel com parafina era amplamente utilizado. Hoje, porém, o BOPP perolizado ganhou muita força pela praticidade, apelo visual e maquinabilidade.

PET

FOOD

RAÇÃ

O AN

IMAL

PET/ADESIVO/PE LEITOSO PET/ADESIVO/BOPP/ADESIVO/PE PE/ADESIVO/PEPET/ADESIVO/ALUM/ADESIVO/PE

As estruturas para PET food podem variar. Porém, em geral precisam garantir que agentes externos não contaminem o produto, pois cães e gatos são muito sensíveis a quaisquer variações no odor do produto.

COND

IMEN

TOS

PET/PE/PP CAST

Os condimentos em geral possuem agentes químicos muito fortes e requerem uma estrutura forte e um adesivo resistente para evitar a delaminação.

Page 106: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 107: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 107

Page 108: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver: - Qual a composição básica das tintas de flexografia- O que são pigmentos, resinas, vernizes - Características dos solventes utilizados nas tintas- O que é e como controlar a viscosidade das tintas- Testes e cuidados - Quais são os princípios da cor

Page 109: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 109

m bom conhecimento sobre tintas está diretamente relaciona-do a uma boa impressão, e ajuda o impressor a usá-las com poucos problemas. Além da qualidade da cor, do brilho e do custo, outros fatores devem ser considerados: a relação da tinta com o solvente, sua utilização em embalagens, compati-

bilidade com o clichê e com o suporte em que será aplicada.

Do que são feitas as tintas de flexografia?

As tintas para flexografia são compostas basicamente de pigmentos, resinas e solventes. Podemos incluir ainda aditivos que são incorporados à formulação de acordo com as necessidades, ou, quando se quer dar alguma característica especial. Por exemplo, podem ser adicionadas ceras à composição da tinta para proporcionar maior deslizamento, evitando assim riscos no impresso na passagem das máquinas envasadoras.

O que são resinas?

Resinas são polímeros de médio a alto peso molecular, geralmente apresentan-do estrutura de considerável complexidade e amorfa. Na grande maioria dos casos, sua composição é inteiramente orgânica. Quanto às suas propriedades físicas, apresentam-se como sólidos ou líquidos viscosos e não voláteis, sem

7•Tintas para impressão

Page 110: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

110 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

um ponto de fusão (melt point) preciso, devido principalmente à dificuldade de obtenção de uma estrutura química de alto grau de pureza, no caso das resinas naturais, e da distribuição do peso molecular relativamente ampla, no caso das resinas sintéticas.

Quais as resinas utilizadas na flexografia?

A resina mais comum é a de nitrocelulose (NC). Possui boa compatibilidade com os pigmentos e solventes, baixo odor residual, alta resistência ao calor, é econômica e tem grande compatibilidade com outras resinas. Também são usadas resinas maleica e fumárica em tintas base álcool ou em combinação com resinas de poliamida e nitrocelulose para papel, alumínio e plásticos. As resinas acrílicas estão sendo mais utilizadas nos últimos anos em com-binação principalmente com nitrocelulose devido às suas características de adesão. As resinas de nitrocelulose apresentam baixa retenção de solventes, princi-palmente por sua alta temperatura de transição vítrea e ponto de fusão. No entanto, esta característica, associada geralmente a resinas duras, exige a adição de plastificantes ao sistema.Até recentemente, os plastificantes eram de natureza externa, ou seja, eram compostos por elementos, geralmente líquidos, que tendiam a migrar gradu-almente para fora do filme de tinta formado.Com o desenvolvimento dos plastificantes internos, especialmente as resinas poliuretânicas de baixo peso molecular, praticamente foi extinto o uso de plastificantes externos.

Dentre as vantagens que estes aportaram aos sistemas de tinta, podemos citar:

1) Produto não migrante, o que reduz a possibilidade de contaminação do produto embalado;

2) colaboração no aumento de sólidos do sistema, com vantagens na incor-poração de pigmento;

3) conseqüente aumento do brilho;4) aumento de adesão;5) compatibilidade com os adesivos de laminação.

Qual a função das resinas nas tintas?

Fixar os pigmentos no suporte. Isso se dá depois que o solvente evapora e a resina se solidifica.

Page 111: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 111

Tintas

O que são vernizes?

Verniz é a mistura de uma ou mais resinas com um ou mais solventes. Os vernizes possuem como função transportar o pigmento até o substrato. Após a evaporação do solvente forma-se um filme estável que fixa o pigmento ou corante ao suporte e proporciona ao impresso as propriedades necessárias de coloração e brilho.

O que são solventes?

São substâncias líquidas de características físicas e químicas bastante definidas que apresentam capacidade para diluir o sistema de resinas escolhido.

Podem ainda se subdividir em:

1) Solvente verdadeiro: aquele que efetivamente e sozinho dilui a resina ou o sistema de resinas. São representantes típicos deste grupo os ésteres e Cetonas, com preferência para os primeiros por serem menos compatíveis com água.

2) Co-solvente: não apresentam poder solvente para resultar em um sistema líquido como os solventes verdadeiros, porém modificam as propriedades dos primeiros de modo a melhorar a performance do sistema. O grupo mais comum de co-solventes são os éteres de glicóis, principalmente os éteres do propileno glicol como o Dowanol PM e Dowanol DPM.

3) Diluentes: não possuem propriedade solvente em relação às resinas do sistema e são usualmente utilizados para reduzir o custo da formulação. Os maiores representantes deste grupo são os álcoois e, no caso do Brasil, especialmente o etanol.

Quais são as principais propriedades que os solventes para flexografia devem ter?

Dissolver totalmente a resina. Para cada tipo de resina existem solventes específicos;

ser facilmente removidos pela evaporação ou absorção do substrato para que a película de tinta seque logo após a impressão;

ajudar na adesão do filme de tinta sobre o substrato; não deixar odor no filme impresso; não atacar o clichê de impressão; reagir o mínimo possível com outros componentes da tinta; estar dentro das especificações legais de segurança e preservação do meio-

ambiente; ser compatíveis com o suporte a ser impresso.

Page 112: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

112 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

Que tipos de solventes são utilizados nas tintas flexo?

Alguns dos tipos de solventes utilizados na flexografia são: álcool etílico, álcool isopropílico, acetato de etila, etil glicol e água. Normalmente esses solventes não são utilizados sozinhos na tinta. A mistura desses solventes acrescenta propriedades específicas de solvência, tempo de secagem e viscosidade. Geralmente se dá o nome de thinner ao composto de dois ou mais solventes misturados.A composição de propriedades, principalmente em termos de solvência e velo-cidade de evaporação, está entre os principais fatores da melhoria de qualidade e da estabilidade do processo produtivo, devendo os formuladores prestar especial atenção àquelas duas propriedades. Genericamente, recomenda-se ajustar as tintas de impressão, especialmente para alta qualidade de impressão para:Pontos (> 30 linhas/cm): 4,5 a 6 minutos – Extensor Bird 40Traços: entre 2,5 a 5,0 minutos – Extensor Bird 40

O extensor Bird 40 micras é utilizado para controlar a velocidade de secagem da tinta

Page 113: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 113

Tintas

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS PRINCIPAIS SOLVENTES GRÁFICOS

SOLVENTEPE

SO M

OLEC

ULAR

TAXA

DE

EVAP

ORAÇ

ÃO(A

CETA

TO D

E BU

TILA

=10

0)

VISC

OSID

ADE

DE S

OLUÇ

ÃODE

NC

1/2”

E 2

5º (c

P)

RESI

STÊN

CIA

AO B

LUSH

ING

A 25

ºC (%

UR)

SOLUBILIDADE(% massa) 20º C

VISC

OSID

ADE

- 20

ºC (c

P)

DENS

IDAD

E -

(20/

20ºC

)

PONT

O DE

EBU

LIÇÃ

OA

760m

mHg

(ºC)

TENS

ÃO S

UPER

FICI

AL d

ina/

cm (O

C)

PRES

SÃO

DE V

APOR

mm

/Hg

(ºC)

SOLV

ENTE

EM

ÁGU

A

ÁGUA

NO

SOLV

ENTE

CETONASACETONA 58,08 520 12 20 COMP. COMP. 0,33 0,79 56,2 23,38

(22)184,5 (20)

DIACETONA ÁLCOOL 116,2 12 295 76 COMP. COMP. 3,2 0,94 168 24,6

(20)1,23 (20)

ISOFORONA 138,2 2,5 220 97 1,2 4,3 2,6 0,923 215 32,2 (20)

0,43 (25)

METIL ETIL CETONA 72,1 340 20 45 27 12,5 0,4 0,805 79,6 24,5

(25) 91 (25)

METIL ISOBUIL CETONA 100,2 155 38 78 1,7 1,9 0,59 0,8 115,9 23,6

(20)15,7 (20)

ÁLCOOISn-BUTANOL 74,12 46 INSOL. – 7,9 20,1 3 0,809 118 24,52

(20) 5,5 (20)

ETANOL 46,07 150 INSOL. – COMP. COMP. 1,2 0,79 78,3 22,39 (20) 40 (19)

ISOBUTANOL 74,12 62 INSOL. – 9,5 16,9 4 0,806 108 23 (20) 10 (22)

ISOPROPANOL 60,11 135 INSOL. – COMP. COMP. 2,41 0,785 82,5 21,32 (20) 44 (25)

METANOL 32,04 181 25 – COMP. COMP. 0,58 0,791 64,5 22,5 (20)

100 (21)

ÉSTERESACETATO

DE BUTILA 116,2 100 49 83 0,7 1,6 0,73 0,883 127 14,5 (25) 15 (25)

ACETATO DE ETILA 88,12 430 36 39 8,7 3,3 0,45 0,901 77 23,9

(20)100 (27)

HIDROCARBONETOSTOLUENO 92,13 190 INSOL. – 0,06 0,05 0,6 0,87 111 28,52

(20)36,7 (30)

XILENO 106,2 60 INSOL. – 0,04 0,05 0,8 0,87 140 29,48 (20)

6,72 (21)

ÁLCOOISBUTILGLICOL 118,2 6,8 220 96 COMP. COMP. 6,4 0,901 171 27,4

(25)0,76 (20)

ETILGLICOL 90,12 39 143 59 COMP. COMP. 2,1 0,931 135 28,2 (25)

5,29 (25)

Page 114: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

114 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

Qual o método correto para utilização dos solventes nas tintas?

No processo flexo a evaporação não deve ocorrer tão rapidamente, para que a tinta não seque nas células do anilox; e nem muito lentamente, para que não ocorra a blocagem. A solvência é o fator mais importante, contudo não pode ser o único parâmetro na escolha de um solvente. A formulação de uma tinta ou verniz exige que exista um balanceamento entre os solventes usados, possibilitando uma melhor secagem.

Os solventes leves evaporam rapidamente, retirando, em curto espaço de tempo, muito calor do meio, especificamente do substrato. Devido a isso ocorre um resfriamento brusco da superfície, ocasionando condensação do vapor d’água, que provoca a precipitação da resina, causando um fenô-meno chamado de névoa ou blushing. Não devem ser usados sozinhos.

Já os solventes médios têm uma velocidade de secagem ideal, propor-cionando filmes brilhantes, duros e isentos de solventes retidos. São os solventes intermediários na secagem, estabilizando a velocidade de eva-poração ao longo da secagem.

Os solventes pesados são requeridos nas formulações pelas ótimas pro-priedades que conferem aos filmes, especificamente por permitirem uma acomodação às moléculas da resina, pela manutenção do filme aberto pelo maior espaço de tempo possível, evitando a precipitação do agente filmógeno. Esses fatores permitem maior brilho e resistência do filme for-mado. Os solventes pesados retardam a secagem, e o seu uso deve ser limitado, pois podem causar filmes moles e pegajosos e uma retenção acentuada de solvente.

Quais os controles feitos nos solventes?

A densidade, cor aparente, porcentagem de água contida (análise de Karl-Fisher) e cromatografia para identificação de composição, são alguns dos testes que devem ser feitos nos solventes.

O que são e qual a função de pigmentos e corantes?

O pigmento é um sólido insolúvel, geralmente na forma cristalina, encontran-do-se finamente disperso no verniz. Essa dispersão é obtida por moagem em moinhos especiais (de rolos, esferas, etc).

Page 115: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 115

Tintas

O pigmento é responsável pela tonalidade e intensidade da cor, sendo que sua correta incorporação ou não pela resina afeta consideravelmente o brilho. Do pigmento dependem ainda muitas outras propriedades fundamentais das tintas (podendo inclusive restringir sua aplicação), como a resistência à luz, a ácidos, e álcalis, o que restringe a aplicação de alguns pigmentos nas embala-gem de sabões, detergentes etc.Os corantes são produtos químicos que possuem a propriedade de se solubi-lizar até o nível molecular no veículo escolhido. Possuem alto poder tintorial, mas seu uso nas tintas é restrito, pois, com exceção dos complexos metálicos, não possuem boas resistências em praticamente todas as propriedades rele-vantes, como resistência à luz, ao sangramento e a álcalis e ácidos.Outro ponto forte para reduzir drasticamente o uso dos corantes é a associa-ção entre o sangramento, definido como a capacidade de solventes, óleos ou outras substâncias líquidas dissolverem e extraírem o corante mesmo após o filme formado, com as características quími-cas ou tóxicas ou relativamente tóxicas de muitos tipos de corantes.Isso tem restringido cada vez mais a aplicação de corantes em embalagens de produtos alimentícios e de brinquedos, por exemplo.Com o aumento do nível de exigência dos consumidores e dos institutos de análise e proteção ao consumo, será cada vez mais restrito o uso de determinados tipos químicos, não somente os corantes, mas também muitos tipos de pigmento, como alguns inorgânicos derivados de cromo, chumbo e outros metais pesados.

Como se classificam os pigmentos e quais as suas origens?

Os pigmentos podem ser de origem natural ou sintética, sendo também classi-ficados pela estrutura química em pigmentos orgânicos ou inorgânicos. A intensidade, a opacidade, a resistência às intempéries ou agentes químicos variam conforme o tipo de pigmento, especialmente os de origem orgânica.De modo geral, por questões de consistência, disponibilidade e mesmo preço, usam-se majoritariamente pigmentos sintéticos, tanto orgânicos como inorgâ-nicos, de modo a se padronizar ao máximo a qualidade e repetibilidade dos resultados da fabricação de tintas, gerando os resultados mais previsíveis na impressão, base de toda a padronização do processo gráfico.

Page 116: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

116 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

O pigmento ideal é aquele que, em menor quantidade, consegue tingir o verniz na intensidade desejada. Normalmente o pigmento corresponde de 8% a 30% da formulação total da tinta. O pigmento deve ser o menos abrasivo possível, evitando assim danos à racle e ao anilox. Uma característica importante para o pigmento na tinta para flexografia é a transparência. Para uma boa sobreposição a tinta dever ser transparente, evi-tando assim que uma cor interfira na cor impressa anteriormente, à exceção do amarelo que, por ser a primeira cor a ser impressa, não precisa ser totalmente transparente. Os pigmentos são classificados da seguinte forma quanto à cor:

Pigmento preto: são geralmente obtidos por meio de combustão incompleta de substância líquida ou gasosa, sendo que os originários da queima de gás apresentam maior profundidade e força (contudo, são os de maior complexi-dade para se trabalhar).Os negros de fumo são classificados quanto à origem (gás ou óleo) e quanto à absorção de óleo, que indica a quantidade de superfície presente em 1g de produto e é diretamente relacionada à força do pigmento.Os pigmentos negros apresentam áreas superficiais que geralmente variam entre 30m²/g e 500m²/g.

Pigmento branco: Os pigmentos brancos devem possuir alta cobertura e alta alvura de modo a cobrir a superfície na qual são aplicados, refletindo a luz. Os pigmentos mais comumente aplicados são de dióxido de titânio e sulfeto de zinco e sulfato de bário. A mistura dos dois últimos é conhecida comercial-mente por litopônio.

Classificação de pigmentos

Pigmentos inorgânicos

Pigmentos orgânicos

Naturais

Sintéticos

Naturais

Sintéticos

CaolinCarbonatosÓxidos de ferro

Carbonatos precipitadosDióxido de titânioSulfato de bárioSulfeto de zinco

PúrpuraÍndigoBrasilina (corante do pau-brasil)Etc.

Amarelos (benzedines, hansa, etc)Vermelhos (rubis, carmins, fanais, etc)Azuis (ftalocianinas, etc)Verdes (ftalocianinas)Etc.

Page 117: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 117

Tintas

Pigmento colorido: são responsáveis pelo poder tintorial transferido pela tinta, possuindo diversas e variadas propriedades de acordo com a composi-ção química.

Dentre as principais propriedades destacam-se:1- Resistência à luz;2- Resistência a álcalis;3- Resistência a ácidos;4- Resistência ao sangramento;5- Resistência Térmica, outros. Em termos de consumo, os principais pigmentos gráficos são:

TABELA DE RESISTÊNCIA À LUZ(EXPOSIÇÃO DIRETA À LUZ DO SOL)

RESISTÊNCIA EQUIVALÊNCIA

1 2 dias

2 4 dias

3 10 dias

4 20 dias

5 40 dias

6 3,5 meses

7 1 ano

8 1,5 a 2 anos

1- Amarelo 12, 13 e 14 (benzedine);2- vermelho rubi 57.1 (bona);3- azul 15, 15.3 e 15.4 (ftalocianinas de cobre).

O que é moagem?

O processo de preparação de tintas consiste em incorporar o pigmento ao veículo de modo a obter o máximo de poder tintorial possível sem afetarmos outras propriedades como a viscosidade.Novamente a flexografia, dada a sua característica de forma em alto relevo,

Resistência à luz

Como normalmente os impressos em flexo são expostos em prateleiras e, con-sequentemente, à luz, é importante conhecer a resistência de cada pigmento e a aplicação do mesmo. A tabela abaixo ajudará na escolha.

Page 118: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

118 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

é o setor que mais se beneficia de uma tinta de alto poder tintorial, pois isto reduz a camada de tinta necessária à obtenção da cor e, conseqüentemente reduzem-se o ganho de ponto, o squash, a perda de legibilidade dos textos e códigos de barra, os entupimentos freqüentes e outros defeitos característicos de altas camadas de tinta.No entanto, não é tão simples a obtenção de tintas de alto poder tintorial, pois isto implica em escolher pigmentos com maior força e também aumentar suas concentrações nas tintas.Aumentar as concentrações de pigmentos acaba impactando em aumento da tixotropia (ver na página 121), dada a alta energia superficial dos pigmentos (força Zeta). Necessita-se então de agentes dispersantes de alta performance e seleção criteriosa de pigmentos, resinas e mesmo solventes.Quanto mais moemos, ou seja, diminuímos o tamanho das partículas de pig-mento, maior área superficial é gerada e maior tixotropia pode surgir.

A escala do grindômetro varia de 8 a 0 hegman, ou o correspondente a 0 e 100 micra, exatamente nesta proporção (assim, 4 hegman equivalem a 50 micra, 6 hegman a 25 micra e assim por diante).

Acima a visualização em microscópio do efeito do processo de moagem sobre o tamanho das par-tículas (sílica neste exemplo). Partículas menores, maior espalhamento.

Os processos de moagem se modernizaram. No passado recente tínhamos o Processo chips + esferas de vidro onde era possível obter partículas grosseiras de até 30 micra. Com a utilização de esferas de óxido de zircônio (Processo novo) pode-se garantir particular médias menores que 5 micra (veja microfotografias).Como os pigmentos são sólidos, devem ser moídos até atingir um grau muito pequeno de partículas. A moagem como é chamado o ato de moer deve estar acima de 7 hegmans no grindômetro. Os pigmentos são moídos em moinhos especiais de esferas.

Medida da moagem do pigmento em grindômetro

Novo processo com esferas de óxido de zircônio permite moagem até 5 micras

Processo Chips + esferas de vidro (antigo) que fornecia moagem até 30 micras

Page 119: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 119

Tintas

O que são aditivos e quais os principais utilizados nas tintas flexo?

Os aditivos são substâncias sólidas ou líquidas adicionadas à tinta em baixas concentrações que complementam as características que os outros compo-nentes da tinta não conseguem conferir sozinhos. Os principais são: • Plastificantes, cuja principal função é manter o filme de tinta impresso flexível e elástico. Além disso, os plastificantes podem, em alguns casos, conferir pro-priedades de brilho e adesão. • As ceras são um outro grupo utilizado nas tintas para reduzir o blocking, promover deslizamento e repelência à água. São aplicados em uma proporção que pode variar de 1% a 3%. O excesso de ceras pode reduzir o brilho e causar problemas de aderência ao filme impresso. • O silicone aparece com propriedades de deslizante e sua aplicação varia entre 0,1% e 1,0%. Acima de 1% o filme impresso sofrerá pequenos furos (pin holing), entre outros problemas. • Os promotores de adesão, geralmente os titanatos, são muito comuns nos processos de impressão, melhorando não somente a adesão, como provocan-do uma reação de aumento do peso molecular das resinas hidroxiladas como a nitrocelulose, e aumentando também a resistência térmica da tinta. • Há ainda anti-espumantes, aglutinantes, e outros aditivos com funções específicas.

O que é viscosidade? Como controlá-la?

Em linguagem simplificada, pode-se dizer que a viscosidade de uma tinta representa a resistência que ela oferece ao ser manipulada. É o estado de uma substância fluida ou semi-fluida que, em razão do atrito interno das suas diferentes camadas entre si, apresenta uma maior ou menor dificuldade de escoamento. A avaliação da viscosidade se faz determinando o tempo de escoamento da tinta através do orifício padrão do viscosímetro (copo de medida de visco-sidade com volume padrão de 100ml). Os segundos são a unidade internacional de medida de viscosi-dade para tintas de flexografia. Nesse sistema de impressão, os tipos de viscosímetro utilizados para medir a viscosidade de uma tinta são o Ford4 (no Brasil é mais utilizado em laboratório) e o Zahn 2 (utilizado na sala de impressão). Exemplo de

viscosímetro

Page 120: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

120 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

O que é rendimento da tinta?

Rendimento é a quantidade máxima de impressões que se pode obter com uma certa quantidade de tinta. Mantendo-se o mínimo de qualidade exigido, deve-se medi-lo obedecendo às mesmas condições: substrato, máquina e arte a ser impressa. Para uma eficiente avaliação do rendimento da tinta, devemos considerar sua força, sua taxa de diluição e o volume de célula necessário para atingir a força padrão mínima exigida para o recebimento. Sem essas três informações, estaremos fazendo uma avaliação errada.

O Controle de tempo de secagem e viscosidade é fundamental para bom

funcionamento das tintas.

Quais os principais controles a serem feitos nos filmes de tinta impressos?

A adesão é particularmente importante em materiais não-porosos. A adesão é verificada com uma fita adesiva aplicada sobre a superfície e removida com rapidez. Se todo o filme de tinta ou parte dele sair na fita adesiva então há problema de adesão. A resistência ao atrito também é um controle mais visual, embora existam equipamentos para isso. A resistência ao atrito é importante visto que a emba-lagem ou produto impresso sofrerá atrito durante o transporte, armazenamen-to e manuseio. Se a resistência do filme de tinta não for boa, a aparência do impresso será de que o produto ou a embalagem é velha. Mais um controle visual é o brilho. Mesmo com equipamentos que podem medir o brilho (goniophotômetro) a avaliação é feita empiricamente. O deslizamento, como é chamado o Coeficiente de Fricção (COF), é a propriedade de deslizar que o filme de tinta deve possuir principalmente no envasamento. Se essa propriedade for deficiente, então o material impresso pode enroscar na máquina de fechamento e envasamento da embalagem. Resistências aos produtos constituem testes importantes. Por exemplo, o filme de tinta impresso deve resistir a gorduras, ácidos, álcalis, óleos etc.

Page 121: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 121

Tintas

Normalmente esses testes de resistência aos produtos são feitos com metodologia específica, mas todos implicam em colocar o filme de tinta em contato com o produto por um período de tempo, após o qual são feitas avaliações visuais. Outro teste muito relevante em embalagens alimentícias e de pet food é o de odor residual, cuja medição é feita em um equipamento chamado de cromatógrafo, que serve para medir a quantidade de certos solventes que eventualmente não foram totalmente removidos no processo de secagem da tinta. Esses solventes (geralmente os pesados como o etil glicol e dowanol) podem contaminar o produto embalado. Finalmente a avaliação da cor pode ser feita com o espectrofo-tômetro que mede os desvios da cor. Em muitas empresas ainda se faz a avaliação da cor visualmente.

O aparelho IGT pode ser utilizado para testes de aplicação de tintas em laboratório

O que é tixotropia?

Pode-se dizer que tixotropia é uma falsa viscosidade. Devido a forças de atra-ção intermoleculares, ainda que fracas, formam-se aglomerados em torno de um núcleo mais energético como os pigmentos. Isto se dá quando o sistema não está submetido a forças externas como a de uma agitação, pois uma vez que este aglomerado formado é muito frágil, qualquer força ligeiramente maior é capaz de desfazê-lo, e o sistema reassume a sua viscosidade característica.Por isso, é muito importante que a viscosidade seja medida com a tinta em agitação, para que não tenhamos um resultado falso de viscosidade. Ao adi-cionarmos solvente numa tinta onde tivermos um falso valor de viscosidade, causado pelo estado tixotrópico, teremos uma queda brusca de viscosidade no momento do acerto.

A figura acima representa o fenômeno da tixotropia. Quando em repouso, estabelece-se um arranjo molecular característico que provoca um travamento do sistema. Contudo, assim que uma energia atua sobre o sistema, o arranjo é quebrado e o sistema passa a fluir mais facilmente.

Page 122: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

122 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

Qual seria uma formulação média para tintas de flexografia?

As composições variam grandemente dependendo da escolha do substrato, das condições de impressão e do uso final. O gráfico abaixo ilustra uma típi-ca tinta flexo (Pigmentos: 4%-20%; Resinas: 10%-30%; Solventes: 40%-60%; Aditivos: 1%-10%).

Pigmento

Resina

Solvente

Aditivos

Tintas à base de água e seu uso em flexografia:

As tintas à base de água são muito comuns na impressão de papéis, cartões e papelão ondulado, mas são mais relacionadas a tintas de qualidade inferior, de baixo poder tintorial.No entanto, as tintas à base de água, ao contrário do que se possa pensar, conseguem gerar tintas de altíssimo poder tintorial quando comparadas às tintas à base de solvente. Isto é o que verificamos no caso das impressões de rótulos e etiquetas adesivas, inclusive em substratos plásticos.Esta possibilidade está relacionada à característica das resinas utilizadas. Geralmente na forma de emulsões acrílicas, podem ser produzidas em altíssi-mos teores de sólidos e em viscosidades relativamente baixas e com a vanta-gem de possuírem excelente capacidade de incorporação de pigmentos.

É possível aplicarmos tintas base água na flexografia de banda larga para substratos plásticos?

A resposta é sim. Contudo, esta aplicação está condicionada a alguns cuidados e necessidades de adaptação de anilox, processos e eventualmente máquinas.Um dos primeiros pontos a se considerar é que as tintas base água tem um caráter predominantemente alcalino, e conseqüentemente todas as partes e peças, incluindo o tambor central, estufas, recipientes para tintas e todas as demais partes que entrarão em contato com a tinta ou com seus vapores, deverão ser resistentes à oxidação.No caso de impressão de materiais plásticos, é recomendado o uso de tintas

Page 123: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 123

Tintas

à base de emulsão acrílica, seja pela sua adesão, seja pela resistência a água após secar completamente.

Que dificuldades podem surgir e quais cuidados que os operadores devem ter com tintas base água?

Há um problema recorrente: as tintas à base de água permanecem ressolú-veis em água apenas por um determinado (e relativamente curto) período de tempo.Apesar de podermos ajustar este tempo com o uso de alguns aditivos ou uso conjunto de resinas tipo álcali solúveis, a capacidade de ampliarmos este tempo chamado de aberto é restrita e até mesmo perigosa, pois pode resultar em extrema dificuldade de secagem da tinta.Assim é muito importante que os operadores mantenham a bateção automá-tica dos anilox permanentemente ligada e redobrem o cuidado com a limpeza dos anilox imediatamente após cada parada de máquina, mesmo por falta de energia elétrica, por exemplo.Outra necessidade é a de se reduzir o volume dos cilindros anilox, pois uma vez que as tintas à base de água são mais fortes, mas tem maior dificuldade de secagem, deve-se trabalhar com camadas reduzidas de tinta.Isto se converte em vantagem no caso da flexografia, pois quanto menor a quantidade de tinta no processo de impressão, melhor.No caso de impressão de cromias em banda estreita com tintas à base de água de alta qualidade e alto poder tintorial, podemos utilizar anilox até de 400 linhas/cm e entre 2 e 3 bcm, com excelente resultado de força e qualidade de impressão.Algumas empresas construtoras de máquinas na Europa e Estados Unidos estão desenvolvendo projetos específicos para impressoras para tinta a base de água, com secagem amplificada para permitir boas velocidades de impressão.

Podemos utilizar tintas à base de água para laminação?

Outro ponto importante na aplicação de tintas à base de água é que estas, geralmente são baseadas em resinas de Tg (temperatura de transição vítrea) baixa. Como se trata de resinas de baixa força de coesão, devem resultar em camadas muito finas ao final da impressão, para permitir que se atinjam forças adequadas de laminação.No entanto as tintas à base de água são muito compatíveis com os adesivos de laminação e com vernizes UV, não apresentando efeito sobre outras pro-priedades do filme como COF, por exemplo, o que é relativamente comum aos sistemas base solvente.

Page 124: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

124 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

Como fazer para acertar a cor?

Um dos grandes desafios durante a troca de serviços é o acerto da cor. Um método prático que dá bons resultados é o uso de amostras físicas. Depois que o colorista ou impressor acertou a cor, colhe-se uma amostra em um recipiente, anota-se o que foi acrescentado à tinta e o recipiente é arquivado. Quando essa mesma cor voltar em impressão, prepara-se uma nova quanti-dade de tinta nova e fazem-se comparativos com a amostra que foi utilizada anteriormente. O comparativo pode ser feito da seguinte forma: puxada com extensor, hand proof, raspinha (puxada com um pedaço de lâmina) e impresso com clichê em mini impressora de laboratório com o RK para flexo. Para o sucesso desse processo é importante manter durante a impressão as variáveis (anilox, velocidade de impressão, viscosidade e outros) sob controle e de pre-ferência idênticos ao que foi impresso na vez anterior.

Puxada com extensor de 10 micras

O hand proof aplica uma camada fina e uniforme de tinta em laboratório

Page 125: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 7 – Tintas para impressão – 125

Tintas

Quais são os três princípios da cor?

Os três princípios da cor são: tom, saturação e luminosidade. A observação desses princípios ajuda o colorista ou impressor na comparação e acerto de cor. Tom é a própria cor, em outras palavras, ou é amarelo, ou é azul, ou é verde, ou vermelho, ou magenta e assim por diante. É o primeiro critério para avaliação da cor. O segundo é a saturação, que é a propriedade da cor ser forte ou fraca. Em outras palavras é a intensidade da cor. O último critério é a luminosidade ou a propriedade da cor ser clara ou escura.Vários sistemas para parametrizar o que chamamos de cor já foram desen-volvidos, contudo os mais aceitos são os estabelecidos pela CIE (Commission Internationale de l’Eclairage) ou Comissão Internacional de Iluminação, onde são baseados todos os aparelhos de avaliação de cor utilizados pelas indús-trias em geral (tintas, gráfica, automobilística, etc).

L=25 L=50 L=75

Acima, a visualização das mesmas coordenadas cromáticas a* e b* sob lumi-nosidades diferentes (25, 50 e 75).

Outro sistema, o HSV retratado abaixo, também dá uma demonstração clara das propriedades citadas, onde as variáveis são H=Hue (Tom), S=Saturation (Saturação) e V=Value (que equivale à Luminosidade).

Todos os sistemas se baseiam em conceitos tridimensionais para o espaço da cor, de forma a representar a maneira como o ser humano a enxerga e procu-rando, assim, definir valores matemáticos que permitam operar algebricamente com essa importante variável do processo.

Page 126: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

126 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Tin

tas

De que forma a densitometria pode ajudar no controle da cor?

A medição da densidade das cores impressas é um excelente meio para con-trole da cor durante o processo de impressão. Segue abaixo a tabela de den-sidades das cromias.

DENSIDADE DE TINTAS SÓLIDAS – Banda Larga

AMARELO MAGENTA CYAN PRETO

Papel 1.00 1.25 1.25 1.50

Plásticos 1.00 1.20 1.25 1.40

DENSIDADE DE TINTAS SÓLIDAS – Banda Estreita e Média

AMARELO MAGENTA CYAN PRETO

Papel 1.00 1.25 1.35 1.50

Plásticos 1.00 1.20 1.25 1.40

Page 127: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 127

Page 128: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Características do anilox• Tipos de gravação a laser• Quais os melhores ângulos• Por que a lineatura é importante• Controle do volume de tinta (BCM)• Como escolher o anilox• Aferição e limpeza• Cuidados com o manuseio e armazenagem

Page 129: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 129

Hoje em dia o melhor cilindro anilox (ou entintador) possui revestimento cerâmico e é gravado a laser. Existem cilindros gravados mecanicamente (por recartilhagem) e revestidos com cerâmica, o que foi um grande avanço em relação aos antigos cilindros gravados quimicamente. O formato das

células mais usado é o hexagonal, embora o equipamento de gravação possa variar conforme a programação. Sobre o nome anilox, a história conta que a denominação se deve ao fato de a flexografia ser chamda, no início, de pro-cesso anilina. Então, foi atribuído o nome anilox ao cilindro que transportava essa anilina até o clichê.

8•Cilindros anilox

Os anilox mais indicados para flexografia são os

revestidos com cerâmicas e gravados a laser

Page 130: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

130 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cili

ndr

os a

nil

ox

Qual a função básica do anilox?

Transferir e dosar a quantidade de tinta para a superfície do clichê. A transferên-cia precisa ser uniforme e com muita precisão em toda a extensão do cilindro para que também toda a extensão do clichê seja entintada de modo uniforme e uma parte não fique mais forte ou fraca em relação às outras partes.

Quais os tipos de anilox mais comuns?

Os anilox mais comuns são os seguintes: Anilox com revestimento cerâmico e gravação a laser; gravação mecânica (recartilhagem) e gravação química. No entanto, o mais usado hoje na flexografia é o anilox com revestimento cerâmico e gravado a laser. Os cilindros gravados quimicamente eram feitos de ferro revestido galvanicamente com cobre. Daí eram gravados, copiados e gravados com FeCl³ (Percloreto de Ferro) no mesmo método da gravação de rotogravura. Depois de gravados, eles eram cromados também pelo pro-cesso galvânico para dar resistência ao cobre, que não suportaria o trabalho de transferência. A principal desvantagem é a baixa lineatura que o processo permitia gravar. No processo de recartilhagem dava-se o mesmo, quer dizer, a aplicação da recartilha era feita no cobre; o cilindro era cromado posterior-mente. Da mesma forma, não permitia lineaturas superiores a 120 linhas/cm com qualidade razoável.A gravação com laser trouxe, assim, um grande avanço para a flexografia, e não é exagero dizer que foi a principal revolução em qualidade do processo flexo. Para se gravar a laser é necessário revestir a superfície do cilindro/camisa com um metal e recobrir essa superfície com um plasma de óxido de cromo. Daí, em cima dessa superfície de cor grafite se dá a sublimação e conseqüen-temente o desenho das células. É interessante que a superfície da cerâmica é extremamente dura, com uma micro-dureza de 1150 à 1300 graus Vickers. Para

se ter uma idéia comparativa, o cromo chamado duro apli-cado na superfície do cilindro de rotogravura possui dureza entre 850 a 950 graus Vickers. Sendo assim, a única forma de gravação é realmente o laser.

Cabeçote para gravação a laser da Praxair.

Page 131: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 131

Cilindros an

ilox

Quais os principais tipos de laser para gravação de anilox e quais as diferenças entre eles?

O laser tem tido enorme impacto em inúmeros processos industriais. E não é diferente no processo de impressão flexo e na confecção de acessórios como o anilox. Como foi visto no capítulo sobre clichês, o laser ajuda na precisão e rapidez de obtenção dos polímeros, e no aumento da qualidade do impresso. Um dos tipos de laser mais utilizados é o de CO2 (dióxido de carbono). Trata-se de um gás usado em combinação com outros dois gases (hélio e nitrogênio) para produzir a energia para gravação.O laser de CO2 foi muito usado nas últimas duas décadas na gravação de ani-lox com revestimento cerâmico. O laser é usado para gerar pulsos de energia para sublimar a camada de cerâmica, gerando, assim, os alvéolos.Outro tipo bem diferente de laser é o YAG, sigla em inglês para Yttrium Aluminum Garnet. Ele não usa gases e sim um tipo especial de cristal cerâmi-co. Ao passo que, para gravação de polímero ou borracha, o CO2 é uma boa opção, no caso do anilox o YAG possui um diferencial interessante devido ao tipo de pulso que ele gera, mais regular, o que permite uma definição melhor entre as paredes do anilox.

Gráfico mostrando o perfil do pulso do laser CO²

Gráfico mostrando o perfil do pulso laser YAG

Micro fotografia do resultado da gravação com CO². Acima e abaixo

Gráfico mostrando o perfil de pulsodo laser YAG. Acima e abaixo

Page 132: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

132 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cili

ndr

os a

nil

ox

Quais os itens de controle?

Os cilindros anilox podem variar quanto a: 1) lineatura, 2) ângulo da retícula e 3) capacidade volumétrica (BCM). A escolha do tipo de anilox está diretamente relacionada com o tipo de trabalho a ser executado. Para isso é necessário conhecer os três fatores acima.

Por que a lineatura do anilox deve ser alta?

A escolha da lineatura está relacionada, principalmente, com a lineatura utili-zada na confecção da imagem reticulada no clichê. O ideal é que seja de, pelo menos, 4 a 5 vezes maior que a lineatura da imagem. Isso é necessário para evitar o efeito moiré. Porém outro fator muito importante é que nessa propor-ção de 5 para 1 o pequeno ponto do anilox será entintado mais uniforme-mente, melhorando assim a definição da imagem. Note na figura abaixo como o pequeno ponto nas áreas claras da imagem é “inundado” com tinta caso a lineatura do anilox não seja maior que a do clichê.

Porta-clichês

Ponto dealtas luzes

Célula com volume maior que os pontos

Cilindro Anilox

Quantidade ideal

Resultado da entintagem

O que é BCM?

O volume é medido em BCM (bilhões de micras cúbicas por polegada quadra-da) e está diretamente relacionado à quantidade de tinta depositada no clichê. O critério para escolha do volume é: volumes mais baixos para retículas e textos pequenos e volumes maiores para áreas de traços grossos e chapados. No entanto, há uma falsa idéia de que, para se obter um chapado com boa cobertura, é necessário um anilox com capacidade volumétrica máxima. Na prática, pode-se conseguir uma boa cobertura com uma tinta bem equilibrada e concentrada e BCM não muito alto. Volumes altos tendem a entupir a retícula no clichê.

Page 133: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 133

Cilindros an

ilox

O BCM é mais importante que a lineatura do anilox?

O BCM é muitas vezes desconsiderado na escolha do anilox. Normalmente o impressor faz a escolha em função da lineatura. Assim, quando se quer diminuir o volume de tinta troca-se o anilox por outro de lineatura maior e vice-versa. No entanto, dentro de uma mesma lineatura é possível ter BCM diferentes, o que pode causar confusão e erros. Vamos supor que o impressor esteja trabalhando com um anilox de 180 l/cm e BCM de 3.30 e decida trocar por outro de 200 l/cm que “carregue” menos tinta. Se, ao trocar, ele simples-mente segue a lineatura e esquece de verificar também o BCM, que pode estar com volume de 3.50, ele estaria aumentando a “carga” de tinta, piorando o problema. Veja na tabela da página 136 uma sugestão de tabela aplicada em máquinas de flexo 8 cores. Note também as possibilidades de variação de BCM dentro da mesma lineatura.

Qual o ângulo da retícula do anilox?

Embora o equipamento de gravação a laser possa fazer ângulos variados, convencionou-se utilizar na flexografia apenas o ângulo de 60º. Esse ângu-lo é comprovadamente o melhor para liberar a tinta que está dentro dele e também é a posição que menos favorece o moiré que poderia ocorrer com a retícula do clichê.

Ângulo com 30º Ângulo com 45º Ângulo com 60º

Por que se escolheu esse ângulo?

Este ângulo foi escolhido porque é o melhor para transferência de tinta para os pontos do clichê. Note, nas imagens acima, alguns tipos de ângulos possíveis (observe também o for-mato hexagonal das células a 60º).

Page 134: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

134 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cili

ndr

os a

nil

ox

Exemplo de cilindro de banda

Em que o volume de tinta influencia a impressão?

Influencia diretamente na força ou na intensidade da cor. Um volume maior carrega mais pigmento de uma cor, e conseqüentemente dá mais força a ela. Além disso, há problemas relacionados ao entupimento de retículas finas, textos e linhas vazadas. Assim, a regra deve ser sempre lembrada: quanto menos tinta estiver envolvida no momento de impressão entre anilox/clichê/substrato, melhor.

Qual o cálculo para converterBCM/pol² em cm³/m²?

Para converter BCM/polegada para unidades métricas usa-se a seguinte equi-valência: 1.0 BCM/Pol² = 1.549 cm³/m².

Como escolher o anilox?

Pode-se escolher o anilox por meio de testes com um cilindro de banda que é um cilindro gravado com faixas (ou bandas) com lineaturas e BCM difrentes (6 a 8 faixas) e o uso de um finger print. O finger print contém linhas finas e grossas, textos positivos e negativos com tamanhos e fontes diferentes, áreas sólidas, código de barras, linhas concêntricas para verificação da pressão de impressão, combinações de retículas, lineaturas e porcentagem de pontos diversas, escala de gris, marcas de registro, entre outros itens. Veja abaixo um exemplo de cilindro de banda.

Page 135: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 135

Cilindros an

ilox

Que outros fatores devem-se levar em conta na escolha do anilox correto?

Substratos – Os porosos, como os papéis, necessitarão de um volume de tinta maior. Papéis revestidos como os couchés, cuja superfície é menos absorvente, demandarão volume menor.Tintas – Deve-se ficar atento às tintas a base d’água com alto teor de sólidos, que são mais bem transferidas com volumes reduzidos e alta lineatura.Equipamento de impressão – Este deverá permitir a instalação do anilox e a verificação periódica, para que se analise se não apresentam folgas mecânicas em mancais e engrenagens do sistema de entintagem.

EXEMPLO DE INVENTÁRIO PARA 8 CORES

Tipo de trabalho

Lineatura (linhas/cm)

BCM (Bilhões de Micra Cúbicas/polegada

quadrada)

Data da Avaliação

Quem Avaliou

Observações(aspecto, BCM atual, riscos, batidas, etc)

Quadricromia e retículas finas

400 1.10 – 1.40

300 1.50 – 2.10

270 1.80 – 2.60

230 2.10 – 3.00

Textos pequenos

e linhas finas

200 2.60 – 3.50

180 2.90 – 4.00

Chapados e traços grossos

140 3.60 – 5.00

100 4.60 – 6.70

80 5.50 – 8.10

É importante manter um registro atualizado do inventário de anilox para não ter surpresas ao colocá-lo em máquina e descobrir que há um sério problema com o mesmo

PREE

NCHA

AQU

I COM

OS

DADO

S

DO IN

VENT

ÁRIO

DE

SUA

EMPR

ESA

Page 136: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

136 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cili

ndr

os a

nil

ox

LINEATURAS E VOLUMES RECOMENDADOS PARA CADA PROCESSO

PROCESSO IMAGENSDO CLICHÊ

LINEATURA DO ANILOX VOLUME DO ANILOX

LPI(linhas por polegada)

LPCM(linhas por centímetro)

BCM/pol² cm³/m²Em

bala

gem

Fle

xíve

l (B

anda

Lar

ga)

150 – 175 lpi (60 – 70 lpcm) cromias 800 – 900 315 – 355 1.4 – 2.0 2.2 – 3.1

120 – 133 lpi (48 – 52 lpcm) cromias 650 – 750 255 – 295 1.8 – 2.5 2.8 – 3.9

85 – 110 lpi (33 – 42 lpcm) cromias 500 – 600 195 – 235 2.2 – 2.9 3.4 – 4.5

Retículas com textos 360 – 440 140 – 175 3.2 – 4.2 5.0 – 6.5

Linhas finas e textos 300 – 360 120 – 140 4.2 – 5.5 6.5 – 8.5

Linhas e chapados 250 – 330 100 – 130 6.0 – 7.0 9.3 – 10.9

Chapados 200 – 300 80 – 120 7.3 – 8.0 11.3 – 12.4

Grandes áreas chapadas como branco e verniz

180 – 220 70 – 90 9.9 – 10.0 15.3 – 15.5

Rótu

los

e Et

ique

tas

Auto

-des

ivas

(B

anda

est

reita

e m

édia

)

150 – 175 lpi (60 – 70 lpcm) cromias 800 – 900 315 – 375 1.4 – 2.0 2.2 – 3.1

120 – 133 lpi (48 – 52 lpcm) cromias 600 – 800 235 – 315 1.5 – 2.0 2.3 – 3.1

85 – 110 lpi (33 – 42 lpcm) cromias 500 – 600 195 – 235 2.0 – 3.0 3.1 – 4.7

Retículas com textos 500 – 600 195 – 235 2.5 – 3.5 3.9 – 5.4

Linhas finas e textos 360 – 440 140 – 175 3.5 – 4.5 5.4 – 7.0

Linhas e chapados 300 – 400 120 – 160 4.5 – 7.5 7.0 – 11.6

Chapados 300 – 360 120 – 140 5.0 – 6.5 7.8 – 10.1

Grandes áreas chapadas com branco e verniz

200 – 250 80 – 100 7.2 – 8.7 11.2 – 13.5

Impr

essã

o Di

reta

em

Cor

ruga

dos

110 – 120 lpi(42 - 48 lpcm)

Cromias440-550 175 – 220 2.0 – 3.5 3.1 – 5.4

85 lpi (33 lpcm)cromias 360-440 140 – 175 3.0 – 3.5 4.7 – 5.4

Traços com siste-ma doctor roll 250 – 330 100 – 130 5.5 – 6.0 8.5 – 9.3

Traços com siste-ma doctor blade 250 – 300 100 – 120 6.5 – 7.8 10.1 – 12.1

Áreas chapadas com sistema doc-

tor roll200 – 250 80 – 100 6.5 – 7.8 10.1 – 12.1

Áreas chapadas com sistema doc-

tor blade200 – 250 80 – 100 8.0 – 9.0 12.4 – 14.0

Verniz ou Branco chapado 200 – 250 80 – 100 7.8 – 12.0 12.1 – 18.6

Font

e: F

IRS

T -

FTA

Page 137: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 137

Cilindros an

ilox

Volume alto do Anilox Volume ideal do Anilox

Quando utilizar rolo de borracha pelo sistema doctor roll?

O doctor roll, ou sistema de entintagem com rolo de borracha, ainda é bas-tante utilizado em alguns tipos de equipamentos. Assim, é possível encontrar informações úteis para a combinação de anilox, rolo de borracha e o tipo de clichê/imagem.

Lineatura do Anilox Dureza do rolo tomado (pescador) Tipo de imagem

60 à 85 l/cm 65º Chapados

100 à 120 l/cm 70º Traços e Textos

120 à 140 l/cm 75º Retículas até 28 linhas/cm

160 l/cm 80º Retículas até 36 linhas/cm

Há algum princípio básico na escolha do anilox?

Sim. O princípio envolvido é: quanto menos tinta estiver envolvida no processo de impressão, melhor. Como a tinta é líquida, ela costuma entupir a retícula do clichê. Há um engano de muitos técnicos em achar que o volume de tinta é necessário para se obter uma cor forte, quando, na prática, basta uma tinta com concentração pigmentar maior para se obter a tonalidade desejada para o impresso. Afinal, o que dá a cor é o pigmento, e não a quantidade de tinta. Menos tinta significa rápida secagem e redução no custo com a tinta. Pode significar também aumento de velocidade de máquina porque a transferência de tinta dificulta o acúmulo de tinta sobre o clichê.

Quando o volume do anilox é alto, o excesso de tinta gera entupimento da retícula e de letras

Page 138: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

138 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cili

ndr

os a

nil

ox

Quais os métodos de limpeza do cilindro anilox?

Devido à sua característica, com o uso as células do anilox entope e diminui o volume de tinta a ser transferido para o clichê. Tintas à base de água tendem a ser as piores para o anilox, pois a resina tende a secar dentro dos alvéolos, e dificilmente pode ser removida com o solvente da tinta. Recomenda-se não parar o sistema de entintagem durante a produção, limpando-o imediatamente no final do trabalho.

Micro fotografia mostrando o entupimento por tinta seca dentro das células do aniloxMicro fotografia mostrando o entupimento

Por tudo isso, é necessário fazer uma limpeza freqüente e cabal dos alvéolos do anilox. Há vários meios para isso. Os processos químicos são mais baratos e possuem razoável qualidade. O processo a laser é mais caro, porém mais eficaz. Veja abaixo quais são os métodos mais comuns:

Lavagem química Ultra-som Jateamento com esferas de polietileno Laser

Como se deve armazenar os cilindros anilox?

O anilox é um acessório caro e delicado. Portanto, seu armazenamento deve ser feito em local protegido de qualquer tipo de agressão. O ideal é que fique em prateleiras, gavetas ou estantes com suportes para encaixá-lo. Além disso, é necessário envolvê-lo em feltro ou outro material macio e que ofereça alguma proteção contra eventuais pequenas batidas. No caso de se colocá-lo preso

Page 139: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 139

Cilindros an

ilox

apenas pelo eixo, certifique-se de que o apoio esteja o mais próximo do corpo do cilindro para evitar que o peso do meio envergue o cilindro com o tempo. É claro que essa recomendação é para cilindros anilox para banda larga. Os de banda estreita, como são pequenos, não carecem dessa preocupação.

E que dizer do armazenamento das camisas anilox?

Todos os cuidados acima são igualmente necessários. Pode-se armazená-las em pé, mas longe do chão e com barras para não deixá-las cair. Outra forma de armazenar as camisas anilox é colocá-las na parede em barras apropriadas.

As camisas anilox são tão boas quanto os cilindros anilox?

Cada tipo possui características próprias. As camisas anilox evoluíram e hoje são bastante estáveis. No passado recente, o maior problema era a excentrici-dade das mesmas, pois os ajustes nos mandris precisavam ser perfeitos para não vibrar. Vários meios foram tentados e hoje há certamente um resultado muito bom. Um dos principais fatores que se precisa entender sobre camisas anilox é TIR, que é a sigla em inglês para Total Indicated Run-out, ou algo como Indicador Total de Batimentos. O TIR, em termos simples, é uma medida de comparação da excentricidade da área gravada de um anilox em relação ao centro absoluto

Todo cuidado com anilox ainda é pouco. Ao passo que a camada cerâmica possui alta resistência ao atrito (embora isso na impeça o desgaste natural), ela possui baixa resistência ao impacto. Pense no piso cerâmico onde as pessoas passam e que resiste a riscos. Se alguém deixar cair um objeto pontiagudo e contundente, imediatamente se fará um furo na camada cerâmica do piso

Page 140: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

140 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cili

ndr

os a

nil

ox

do eixo do sleeve ou do mandril onde ele é afixado quando está em rotação. O TIR é uma importante tolerância dimensional de cilindros anilox, mas mais importante ainda é no anilox sleeve. Esse controle é feito pelo fabricante da camisa e da empresa gravadora do anilox.

BATIMENTOS NO ANILOX ACEITÁVEIS

Largura < 25 cm (ou 65”) +/- 0.0005” polegadas 0,013 mm

Largura > 25 cm (ou 65”) +/- 0,001 polegadas 0,025 mm

O anilox sleeve podeser recondicionado?

O fator mais importante a considerar é a espessura do metal ou alumínio que é a base para a aplicação da cerâmica. Assim como em rolos anilox, a camada antiga de cerâmica precisa ser totalmente removida. Ao fazer isso, certamente uma parte do metal também será removido. Então, dependendo da quantida-de desse metal que foi aplicada, é possível recondicionar. Mas há limites, pois o metal ficará mais frágil a cada recondicionamento e poderá enfraquecer a estrutura e até mesmo causar vibrações. Normalmente o máximo que se reco-menda para retirada da espessura no recondicionamento é de 0,010 polegadas (ou 0,25mm) no diâmetro do sleeve.

Que tipo de anilox é mais recomendado para grandes chapados?

Lembre-se: o importante é que o “fechamento” da tinta seja bom e isso não quer dizer que grande quantidade de tinta resolverá seu problema, como já mencionamos anteriormente. Assim, há opções recentes de anilox como aque-les com características de retícula geométrica. O objetivo é justamente facilitar esse “fechamento” do impresso.

Células com fissuras e desgastadas

Este formato diferenciado neste tipo de gravação da Praxair, observado nas figuras acima, ajuda o “fechamento” do chapado e facilita a “raspagem” da faca na entintagem. Neste exemplo, uma retícula de 700 linhas/cm e com 3.8BCM significa economia de tinta em chapados

Page 141: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 8 – Cilindros anilox – 141

Cilindros an

ilox

Como se afere o anilox?

O volume de tinta é reduzido devido ao entupimento dos alvéolos do anilox. Isso é comum, embora ruim. Com o passar dos meses, deve-se fazer avaliações periódicas das condições do volume. Normalmente essa verificação pode ser feita pela empresa que grava anilox ou pelo próprio usuário.

Quais são os métodos para aferição?

Pode-se medir com o microscópio eletrônico, sistema manual, e outros méto-dos, como o Wyco, Urmi, Ravol, Volugraph e Capatch. Sistemas com ultra-som são os mais precisos, porém os equipamentos são muito caros.

Uma análise com microscópio é fundamental para garantir a qualidade de gravação

A avaliação do volume do Anilox pode ser feita com aplicação de um líquido, com o auxílio de uma seringa, na superfície do cilindro e espalhando-se com uma pequena lâmina raspadora. Depois se decalca a mancha em um papel e mede-se a área da mancha. Por fim se calcula o volume total que o anilox suportou.

Ao lado, o método Capatch, que é barato, prático e tem razoável precisão

Page 142: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

142 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cili

ndr

os a

nil

ox

DICAS E CUIDADOS COM CAMISAS ANILOX

Um dos benefícios dos anilox sleeves é, sem dúvida, o peso. Eles são leves e fáceis de manu-sear. Isso pode ser um problema, pois eles podem também cair facilmente ou ser batidos nesse manuseio. Esteja certo de não colocar o anilox sobre mesas sujas ou com objetos, ou ainda deixar cair objetos na superfície ou apoiar objetos sobre o mesmo. Um pequeno buraco invisível a olho nu pode ser o início de um grave problema de rachadura na superfície cerâmica.

Às vezes o anilox sleeve não quer sair facilmente (talvez em função de ter entrado um pouco de tinta entre o sleeve e o mandril, colando-os) e o operador da máquina força a saída ou até mesmo bate com um martelo de borracha para que saia do mandril. É claro que isso pode causar danos irreparáveis ao anilox, especialmente se o operador ferir o canto do anilox descascando-o. Se estiver difícil de sair, tenha paciência e peça ajuda de pessoal especializado.

Na limpeza do sleeve não se recomenda o uso de tanques ultra-sônicos, soluções de soda cáustica ou qualquer outro método em que a camisa seja submersa. Isso pode alterar o diâme-tro interno da camisa, e devemos lembrar também que há metais na estrutura da camisa que podem ser afetados pelos produtos químicos empregados, podendo causar a delaminação da cerâmica.

Tenha um inventário completo e preciso de todos os anilox na fábrica. Isso significa nume-rá-los e medi-los periodicamente (volume). Faça observações quanto a riscos ou danos na superfície do mesmo.

Bombas com filtro de tinta ruim ou inexistente e facas de baixa qualidade que soltam peda-ços de metal também podem causar riscos na superfície do anilox. Assim, certifique-se de que se faça limpeza cabal do sistema de entintagem, bem como que se usem facas com aço que não soltem limalhas no processo de raspagem. Esses pedaços de metal incrustam-se na faca e ficam marcando o mesmo lugar, causando riscos que inutilizariam o anilox. Uma ajuda são os filtros com elementos magnéticos que seguram metais e não permitem que eles retornem ao sistema doctor blade, prevenindo, assim, estragos.

A montagem incorreta das câmaras doctor blade pode contribuir para que o anilox receba uma raspagem irregular, desgastando assim também de forma irregular, o mesmo. O modo cor-reto de montagem das facas pode ser visto no capítulo 9.

Embora o anilox seja um acessório importante para o processo de impressão flexo, ele também é considerado um bem consumível. Não durará para sempre e muitas vezes pode se tornar obsoleto com novos avanços dos métodos de gravação ou obtenção da camisa para os revestimentos. Mas cuidado: ao ser considerado um bem consumível alguns podem achar (ou se conformar em achar) que, se estragar, compra-se outro. Porém, o custo de um anilox é muito alto e muitas vezes leva-se tempo para se obter um do fabricante. O mau uso e o manuseio descuidado pode inviabilizar o processo flexo pelo custo!

142 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Page 143: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 143

Page 144: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Características dos equipamentos para impressão banda larga• Sistema de desbobinamento e controle de tensão• Elementos de apoio (roletes, eixos, calandras, alinhadores)• Controladores de tensão• Sistema engrenagens e gearless• Camisas anilox e porta-clichês• Entintagem e controle da viscosidade• Secagem entre cores e secagem final

Page 145: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 145

ste e os próximos capítulos sobre impressão flexo não estão em forma de perguntas e respostas. Preferi abordar de forma explicativa e deixar os problemas relacionados à impressão num capítulo apropriado. Há neste capítulo informações para banda larga mas que também são princípios para os sistemas

banda estreita/média e corrugados. São informações que não coloquei naque-les capítulos para não ser repetitivo.O sistema de impressão flexográfico é bastante versátil em todos os sentidos, podendo apresentar diversas configurações de máquinas e assessórios. Dentre as mais importantes variantes do processo flexográfico, destacam-se os siste-mas de entintagem e o aspecto construtivo do equipamento.

Sistemas de entintagem

Doctor roll: Um cilindro de borracha imerso na tinta (pescador) a transfere, por contato, para outro cilindro chamado entintador, que poderá ser tanto outro cilindro revestido de borracha quanto um cilindro anilox.O clichê é colado num cilindro porta-clichês e é então entintado pelo cilindro entintador, transferindo a tinta, ainda úmida, para o substrato (suporte a ser impresso).Este sistema, considerado antigo para os padrões atuais, ainda é uti-lizado para impressão de papelão ondulado e em máquinas de con-cepção mais antiga para impressos de papel (cadernos) e impressos simples. Porém, a grande maioria das impressoras modernas só utiliza o sistema doctor blade ou sistema encapsulado.

9•Impressão de flexo - Banda larga

Substrato

Cilindro Porta-clichês

Cilindro Entintador

(Anilox)

Cilindro Contra-Pressão

Clichê

Cilindro Tomador ou

Pescador

Tinteiro Tinteiro

Sistema de entintagem doctor roll

Page 146: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

146 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

Doctor blade: O sistema conhecido como doctor blade consiste em uma câmara fechada por duas lâminas metálicas que removem completamente a tinta da superfície do cilindro anilox, deixando-a exclusivamente no interior das células gravadas.O surgimento desse sistema representou uma grande evolução para a flexo-grafia, uma vez que parte do ganho de ponto observado no processo flexográ-fico deriva da entintagem lateral dos pontos, originada pelo excesso de tinta na superfície dos cilindros de entintagem.

Dica Importante: É fundamental que se observe a superfície dos cilindros anilox durante o processo de entintagem. Esta deve estar sem brilho, caracterizando a correta raspagem da superfície.

Substrato

Cilindro Porta-clichês

Cilindro Entintador

(Anilox)

Entintagem(Encapsulado)

Cilindro Contra-Pressão

Clichê

Sistema de entintagem doctor blade

Sistema construtivo

Partindo-se do conceito básico de entintagem e impressão que caracteriza a flexografia, conforme visto anteriormente, os diversos grupos impressores que constituírem a máquina impressora podem ser dispostos em diversas formas, geralmente em função do tipo de trabalho e/ou substrato a ser impresso.Por se tratar de um dos sistemas mais simples de construção dentre os vários processos industriais de impressão, as possibilidades de arranjo dos grupos impressores flexográficos são inúmeras, sendo inclusive muito utilizados como unidades aplicadoras de vernizes em conjunto com outros processos de impressão.

Exemplo de equipamento de banda larga típico

Page 147: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 147

Ban

da larga

A MÁQUINA IMPRESSORA

Essencialmente as máquinas de flexografia possuem os seguintes elementos, que serão analisados um a um:

Sistema de entrada e saída do substrato Grupos impressores (entintagem, porta-clichês) Sistema de secagem e exaustão (entre-cores e final)

Sistema de entrada (alimentação) e saída

As máquinas de flexografia são alimentadas com substratos em forma de bobinas. A exceção são as máquinas de impressão de caixas de papelão ondu-lado, alimentadas com folhas.Para uma boa impressão, é necessário que se tenha um bom controle na entra-da de máquina, uma vez que o substrato deve ser mantido esticado em toda a extensão da impressora.Os componentes de entrada são os seguintes (trataremos aqui apenas das máquinas alimentadas a bobina):a) Eixos e tubetesb) Troca de Bobinac) Alinhadoresd) Controle da Tensãoe) Roletes

Page 148: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

148 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

a) Eixos e tubetes

Os eixos são objetos onde as bobinas são colocadas e presas. Podem ser de dois tipos: não-expansíveis e expansíveis. Os não-expansíveis são de configu-ração simples, compostos por uma barra de ferro (A) onde a bobina é colocada e fixada por duas cunhas (B) com parafusos. Os mais comuns são os eixos com cunhas que fixam a bobina através da pressão nas laterais do tubo. Este sistema não suporta grandes tensões do material e pode danificar lateralmente a bobina.

Os eixos expansíveis são compostos de réguas ou dispositivos que, por ação mecânica ou pneumática, fixam a bobina. Os eixos de expansão mecânica são acionados por um disco com rosca na ponta do eixo que, ao ser apertado, empur-ra as réguas para cima, travando a bobina. Este tipo de eixo é pouco utilizado.

Eixo expansivo pneumático - Possui garras ao longo de sua extensão que se expandem pressionadas por ar comprimido, fixando a bobina. O tipo mais comum de eixos expansíveis é o acionado por ar comprimido (pneumático), composto por câmaras que se expandem quando injetado ar comprimido, empurrando pequenas réguas que travam a bobina no eixo. Tem sido muito empregado pela sua rapidez e eficiência na troca de bobinas. Possui a desvan-tagem de, com manuseio inadequado, poder furar a câmara interna, requeren-do assim manutenção. Não é um eixo barato, porém facilita muito o processo produtivo pela rapidez e por não prejudicar o tubete.

Eixo com cones expansíveis - É constituído de uma barra de aço com cones passantes expansíveis que são interligados por mangueira.

Castanhas cônicas - Prendem a bobina somente por pressão lateral.

Castanhas expansíveis - Travam no tubo e prendem a bobina por expansão.

A

B

Page 149: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 149

Ban

da larga

TubetesOs tubetes (também conhecidos como buchas, tarugos e espulas) são ele-mentos importantes, visto que o substrato será enrolado nele. Os tubetes podem ser de papelão, PVC ou metal (alumínio ou aço) e sua espessura e diâmetro podem variar em função do eixo ou do tipo de substrato utilizados. Substratos plásticos tendem a exercer forte tensão sobre o tubete e por isso deve-se ter cuidados especiais na escolha dos mesmos. Recomenda-se PVC ou papelão com espessura suficiente para agüentar a pressão da tensão do material embobinado. Se a tensão for excessiva e o tubete não agüentar, o eixo não sairá e será necessário forçar a saída do eixo, podendo causar estragos no mesmo.Deve-se levar em consideração que, quando ocorrem acidentes, como a queda da bobina, o tubete não pode amassar, o que geraria muitas perdas e dificuldade para utilizar a bobina, visto que o eixo muitas vezes não entra mais. Para bobinas de alumínio recomenda-se tubetes de alumínio capazes de suportar a tensão.

b) Troca de bobinas

Quando a bobina que está sendo impressa chega ao fim, realiza-se a troca da mesma. Os métodos para a troca são três: manual, semi-automático e automático.Troca manual: Necessariamente a máquina é parada ao fim da bobina e é colocada outra. O método é totalmente manual. A fita de substrato é emenda-da a outra com o auxílio, normalmente, de uma fita adesiva. É recomendável colocar uma fita em toda a extensão da emenda para evitar a quebra na pas-sagem pela máquina.Troca semi-automática: Neste caso não é interrompida a impressão (apenas a velocidade é diminuída). Há, no entanto, a necessidade da intervenção do operador na troca, cortando a fita com um estilete depois que a emenda é colada. Não há dispositivos que indiquem quando fazer a troca ou se a bobina está no fim. É desaconselhável esse procedimento, pois pode facilmente causar acidentes graves.Troca automática: Neste terceiro método a máquina não pára e pode-se manter a velocidade normal de produção. Há dispositivos do tipo foto-células e/ou sensores ultrassônicos que automaticamente preparam a máquina para a troca, identificando o momento exato programado pelo operador. A interven-ção humana é mínima, e se limita ao preparo da próxima bobina pelo opera-dor. A preparação da bobina é feita passando-se cola em áreas reservadas da bobina e fazendo-se cortes na ponta da folha da bobina que será a próxima. Com a forte concorrência e clientes exigindo maior qualidade e custos baixos, qualquer parada de máquina gera perdas (tinta, material, tempo, energia etc). Por isso, as máquinas modernas saem de fábrica com estes dispositivos incor-porados à impressora e não como itens opcionais.

Desbobinador com troca automática

Rebobinador com troca automática

Page 150: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

150 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

c) Alinhadores

Os alinhadores são dispositivos capazes de manter o substrato alinhado na máquina para que a impressão ocorra sempre na mesma posição na fita e a bobina seja enrolada sem variações na sua lateral. O tipo mais comum de alinhador é o sistema pneumático. De funcionamento simples, baseia-se no princípio de saída e recepção de ar comprimido que cir-cula por canos. O esquema abaixo esclarece o princípio.

Este tipo de alinhador faz a leitura na fita e corrige na bobina. Normalmente utilizada em impressoras pequenas ou cortadeiras e rebobinadeiras

Este tipo de alinhador faz a leitura na fita e corrige na fita mesmo. É o mais utilizado, podendo ter dois na máquina: um antes do material entrar na impres-são e outro já depois de impresso, antes de embobinar no final da impressora

d) Controle de Tensão

Tensão é o esforço ocasionado por uma força que opera em qualquer sentido: longitudinal ou transversal.Quando medimos o elongamento de um material em função da tensão que existe sobre ele, obtemos a curva abaixo:

Tens

ão

Elongamento

Zona Elástica

Ruptura

Zona Plástica

Page 151: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 151

Ban

da larga

Esta curva é conhecida por Lei de Hook e divide-se em duas zonas bem dis-tintas: zona elástica e zona plástica. Na primeira, o elongamento ∆l varia pro-porcionalmente à tensão aplicada, ou seja, se dobrarmos a tensão aplicada o elongamento será duas vezes maior, e se a tensão cair a zero o elongamento desaparecerá totalmente. Na zona plástica, ao contrário, esta proporcionalida-de não é mais respeitada. Observamos que há uma deformação permanente do material, que continua até a ruptura do mesmo, caso a tensão seja muito grande.Este efeito está presente nas máquinas de impressão flexográfica, visto que na entrada da máquina há cilindros de tração que submetem o material a uma certa tensão por meio de um balancim ou outro sistema de controle de tensão.Em momento algum durante a produção a tensão da fita na impressão deve fazer com que o substrato entre no domínio plástico, sob pena de este defor-mar-se permanentemente junto com o que já foi impresso.Ao ser impressa a fita, o controle de esticamento começa na entrada da impressora. A idéia é que a força exercida para este esticamento seja a mínima necessária. Para que isto ocorra existem mecanismos de controle. Conforme a bobina diminui de diâmetro, a tensão aumenta, obrigando a uma diminuição da força aplicada sobre a bobina.Os materiais variam no tipo, na espessura e na largura utilizadas para a impressão. Portanto, as tensões aplicadas são as mais variadas, mas o fator importante é a constância da força aplicada.Esta tensão deve permanecer constante no decorrer de toda a operação de impressão, tanto no desbobinamento quanto no embobinamento. A tensão de um filme é a força aplicada em toda sua extensão transversal.

A tensão de um filme é a força aplicada em toda sua extensão transversal

É como se uma barra rígida colocada no sentido transversal do filme exercesse uma força (veja a figura acima). Em outras palavras, a força aplicada deve ser constante em todos os pontos da fita. Isto equivale a dizer que:

F = Constante

Para que se possa aplicar a força (F), é necessário “frear” a bobina, isto é, aplicar no eixo da bobina um momento de força (F) causada pelo raio (R) da bobina. Conforme o raio diminui o Momento de força (Mf) aplicada aumenta. Em outras palavras, o Momento de força ou frenagem é uma razão direta do raio.

Força

Page 152: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

152 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

Se o raio diminuir de metade do seu valor inicial, Mf também deve diminuir da metade de seu valor inicial, de tal modo que a razão Mf:R permaneça cons-tante.

Controle de tensão manual ou semi-automático

O eixo porta-bobinas possui uma engrenagem em uma das extremidades e é apoiado em uma engrenagem ligada a um motor de corrente contínua, que permite um desbobinamento maior ou menor conforme o ajuste do operador da máquina. Este sistema oferece a desvantagem de precisar sempre da aten-ção do operador. À medida em que a impressão ocorre, a tensão aumenta e, portanto, é necessário um alívio da tensão. Como não há controle constante do desbobinamento, a tensão de esticamento varia constantemente, podendo causar problemas no tamanho da fita impressa. Nesse caso, o controle é feito por lonas de freio ou outro sistema simples de frenagem.

Controle de tensão automático

Para manter o esticamento o mais constante possível, muitos equipamentos de impressão utilizam um balancim ou uma célula de carga. Os equipamentos de controle automático podem ser de tipos os mais varia-dos: freios eletromagnéticos com sensores indutivos, freios pneumáticos com válvulas do tipo “relieving”, freios-motores com sensores resistivos, bailarinos de atuação vertical ou horizontal, com um ou dois roletes, ou mesmo vários. Todos, porém, com raras exceções, obedecem ao mesmo princípio. Possuem um dispositivo para “apalpar” a fita a ser impressa, e são constituídos geral-mente por um ou mais roletes com liberdade de movimento (este conjunto também é chamado de balancim), um sensor que transmite a informação do conjunto de rolete a um dispositivo que coordenará o freio.

Na figura ao lado temos um rolete “P” (pois atuam pesos sobre ele) que chamaremos “bailarino”, com posição máxima superior em 1 e posição máxima inferior em 2. O sensor “s” transmite uma informação ao dispositivo de controle que atua no freio “F”. Quando o diâmetro da bobina diminui, supondo-se que o freio “F” não muda, ocorre um deslocamento do rolete “r” em direção à posição 1, pois o subs-trato continua a ser tracionado pela máquina. Este deslocamento será “lido” pelo sensor, que transmi-tirá a informação ao dispositivo de controle. Este “ordena” ao freio diminuir, de modo que a tensão permaneça constante.

Freio (F)

Page 153: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 153

Ban

da larga

Inversamente, se o freio for insuficiente, ou em outras palavras, se o peso P colocado no rolete vence o momento de força aplicado na bobina, o rolete se deslocará para a posição 2. Deste modo o dispositivo de controle, detectado pelo sensor, “ordena” ao freio que aumente a força.

A célula de carga trabalha com o princípio de esforço aplicado. A fita passa por um cilindro não engrenado que, à mínima variação de tensão, envia infor-mações elétricas que são prontamente entendidas por uma central, corrigindo a força aplicada no desbobinamento.

Esquema da célula de carga

Roletes

Os roletes são os elementos que conduzem o substrato através da máquina. Têm função importante, visto que sem eles não é possível o transporte do material. Além do transporte do material, esses rolos ajudam de outras formas, como no alinhamento do material, alguns evitam rugas etc.Os tipos de roletes normalmente usados pelas impressoras de flexografia são: roletes controladores de paralelismo, condutores, estriados, bananas, resfria-dores e tracionadores. Estudaremos alguns destes.

Roletes condutores: São os que possuem a função específica de conduzir o suporte sem provocar nenhuma alteração em sua trajetória.

Para exercerem esta função, necessitam possuir algumas características, tais como:

Devem ter um giro livre, sem oferecer qualquer resistência ao substrato, o que é conseguido por intermédio de rolamentos que são colocados nas pontas de eixo ou nas laterais da mesa;

Precisam estar nivelados com a máquina;

Devem estar balanceados;

Necessitam possuir uma superfície que não risque e nem danifique o substrato ou camadas que venham a ser depositadas sobre este.

Para possuir estas características, os cilindros normalmente são confecciona-dos em aço, sendo compostos por uma mesa (tubo) de alumínio ou aço galva-

Page 154: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

154 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

nizado com níquel ou cromo, ou então revestidas de borracha. Cabe salientar que em muitas impressoras encontramos cilindros com mesa de aço, o que não é muito recomendável devido à fácil oxidação.

Compensadores de tensão: São fixados em uma base móvel que se movi-menta para evitar folgas no substrato.

Cilindros compensadores de paralelismo: Possuem um eixo fixo e um móvel. São utilizados para controlar o paralelismo na puxada do substrato, a fim de compensar a diferença de tensão do substrato entre um lado e outro. Também podem promover pequenas torções no substrato, a fim de elimi-nar rugas e facilitar o encaixe. Normalmente são encontrados na entrada da máquina e antes do grupo impressor. Às vezes também no final da máquina.

Cilindros tracionadores (puxadores): Consistem em um conjunto com um cilindro rígido, tracionado, que trabalha com um cilindro de borracha pressio-nando o substrato sobre sua superfície. Este conjunto é encontrado na entrada e na saída da impressora, e seu objetivo é manter o material preso para facilitar o controle de tensão.

A

B

C

A - CondutoresB - Cilindro de borracha puxadosC - Cilindro metálico puxador

Page 155: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 155

Ban

da larga

Cilindros eliminadores de rugas: São cilindros com sulcos (estrias) com desenho que favorecem o esticamento do material durante o processo de impressão e embobinagem. Têm a finalidade de eliminar rugas do substrato e promover o esticamento lateral.

Controladores de temperatura ou calandras: São cilindros que possuem circulação de água gelada ou vapor em seu interior. São utilizados para pro-mover a redução ou a elevação da temperatura do substrato.

Outros roletes: Há outros cilindros que podem ser utilizados na máquina, conforme a necessidade. Podem ser revestidos com cortiça ou Teflon, material que não permite aderência, e são usados para aplicação de cold seal. Os rolos “bananas” também podem ser utilizados para “abrir” o substrato, e são assim chamados por serem curvos. Pelo movimento irregular destes roletes, o subs-trato é forçado a “abrir”, ajudando a eliminar as rugas no material.

O grupo impressor

O grupo impressor é onde a imagem é formada, e é composto de:

a) Cilindro contra-pressãob) Porta-clichêsc) Sistema de entintagem

Cilindro contra-pressão e tambor central: A qualidade de impressão muito dependerá do cilindro contra pressão. Conforme foi visto anteriormente, o cilindro contra-pressão serve de apoio para o subs-trato que está sendo impresso.

O material fica o tempo todo preso durante a

impressão de todas as cores

Page 156: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

156 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

Conforme já considerado anteriormente, há dois tipos de contra-pressão: os do sistema convencional (ou stack), onde cada conjunto ou grupo impressor possui o seu, e o sistema satélite, onde um único cilindro é capaz de servir de apoio para a impressão, e é chamado de tambor central.A precisão destes cilindros é fundamental. Devem ter paralelismo, planicidade e estar isentos de quaisquer irregularidades (o ideal são variações de batimen-tos entre 0,001 a 0,0015mm). Estes atributos são mais fáceis de encontrar nos cilindros do sistema stack, pois são de diâmetros pequenos, que facilitam a precisão. No entanto, o tambor central também deve ter essas condições e para isso requer mais cuidados na sua confecção. Importante também é a engrenagem utilizada nesses cilindros, no caso de máquinas que utilizam engrenagens para tracionar todo sistema de impres-são. Devem ser precisas e resistentes, pois em muitas máquinas movimentarão todo o restante do grupo impressor: porta-clichês, anilox etc.

Cuidados com o cilindro contra-pressão: Mantê-lo sempre limpo, com engrenagens lubrificadas, evitar que oxide, não lixá-lo ou usar instrumentos cortantes sobre sua superfície. Periodicamente, ou se tiver dúvidas quanto à exatidão do mesmo, convém fazer tes-tes com relógio comparador, não devendo ser aceitos batimentos acima de 0,01mm, embora o ideal seja entre 0,001 a 0,0015mm.

Sistema de engrenagens: Pode-se dizer que a qualidade de impressão muito dependerá da precisão, conservação e uso correto do conjunto de engrena-gens do contra-pressão/porta-clichês/entintador (veja sobre diâmetro primiti-vo na seqüência).As engrenagens mais comuns usadas nos equipamento de impressão em fle-xografia são as de dentes helicoidais, preferíveis às de dentes retos, por ofere-cerem maior precisão, visto que mantêm durante todo o tempo de movimento o contato entre os dentes das engrenagens.

As engrenagens de dentes helicoidais são as mais utilizadas em máquinas modernas, dada a sua capacidade de transferir grandes torques com suavidade

Page 157: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 157

Ban

da larga

Uma das características mais importantes para a qualidade de impressão é a precisão mecânica do equipamento flexográfico, que, se aliada à robustez, que significa, em última análise, a capacidade de manter esta precisão pelo maior tempo de uso possível, representará um equipamento com boa qualidade e estabilidade de produção.O controle mais elementar que deve ser executado em cilindros é a verificação de seu diâmetro primitivo, juntamente com a avaliação contínua de eventuais deformidades dos cilindros e desgastes em engrenagens.

Diâmetro primitivo: é o engrenamento perfeito dos dentes da engrenagem. Não pode passar do ponto de encontro dos dentes da engrenagem e nem pode ficar aquém. Quando as engrenagens do porta-clichês e do contra-pres-são se encontram, no espaço que sobra entre a periferia dos dois deve caber exatamente o filme, o clichê e o dupla-face. O diâmetro primitivo é determi-nado pelo fabricante de máquina e é em função dele que se faz a escolha da espessura de clichês que serão utilizados. Para se alterar o valor do mesmo é necessário refazer as engrenagens e os portas-clichês. A 3M colocou no mer-cado um tipo de dupla-face que faz a compensação exata dessa diferença no porta-clichês, permitindo, por exemplo, que se use um clichê com espessura 1,14mm em um cilindro que seria para um clichê com espessura de 2,84mm. De qualquer forma isso é apenas um paliativo, pois o ideal é fazer a troca das engrenagens e cilindros, caso o custo/benefício justifique o investimento alto.Se estiverem ocorrendo problemas de printabilidade como, por exemplo, o ilustrado abaixo, recomenda-se uma verificação do estado dos cilindros utili-zados na impressão. Infelizmente são necessárias várias leituras em diferentes pontos de um mesmo cilindro, e recomenda-se a leitura de todos os cilindros de um mesmo jogo, para evitar suposições que possam impedir a detecção mais rápida e eficiente do problema.

Microfotografia do mesmo clichê colado fora do diâmetro primitivo. Quer seja abaixo, quer seja acima, o resultado será pontos alongados

Microfotografia de um impresso em flexografia com o clichê + dupla-face no

correto diâmetro primitivo

Ao comparar as duas microfotografias nota-se que na primeira os pontos estão redondos e na segun-da estão ovalados (alongados), o que é causado pela velocidade periférica diferente do porta-clichê

A avaliação é feita pela comparação dos valores encontrados com o valor teó-rico. Para cálculo teórico temos:

Øf = (Z x M/cosα) - (2 x EC + 2 x DF) + (Pi), onde

Page 158: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

158 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

Diâmetro do cilindro de ferro = ØfNúmero de dentes da engrenagem = ZÂngulo de hélice = αMódulo da engrenagem = MMódulo circunferencial = M/cosα Espessura do clichê = ECEspessura da dupla Face = DFPressão de Impressão = Pi – geralmente de 0,1mm a 0,2 mm no diâmetro.

Exemplo: Qual o diâmetro no ferro (ou camisa) de um cilindro cuja engrena-gem possui 130 dentes, módulo 1,5 e ângulo de hélice de 20º e que trabalha com clichê de 1,14 e dupla face de 0,38.

Øf = (130 x 1,5/0,93969262) – ( 2 x 1,14 + 2 x 0,38) + 0,2Øf = 207,5146656328 – 3,04 + 0,2 Øf = 204,6746656328 ou 204,675

O que equivale a um repeat de 653,184 mm, antes da pressão de impressão ser aplicada.

Sistema sem engrenagens (gearless)

Os grandes fabricantes de impressoras já se adaptaram à realidade do sistema gearless (sem engrenagem). Nesse sistema, não há mais engrenagens para fazer a tração, e sim motores sincronizados em cada cilindro do grupo impressor. Há inúmeras vantagens nesse sistema, como o fato de que não ocor-rem mais as “marcas de engrenagem”, um defeito típico dos processos tradicionais, e de que os passos não são mais presos ao número de dentes da engrenagem.

Detalhe do encosto do anilox, porta-clichês e tambor central no sistema “gearless”

Visão geral da lateral de uma máquina com sistema “gearless”

Page 159: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 159

Ban

da larga

Cilindros e camisas porta-clichês: Os porta-clichês são cilindros onde serão fixados os clichês.

Pouca importância já foi dada a estes cilindros. Hoje, porém, sabe-se que a pre-cisão e cuidados na preservação dos mesmos é crucial para amenizar o ganho de pontos, marcas de engrenagem e outros tantos problemas. Lamentavelmente, muitos operadores têm pouco ou nenhum cuidado com este cilindro.

Há dois tipos, basicamente, de porta-clichês:

Cilindros porta-clichês

Camisas (sleeve) porta-clichês

O cilindro porta-clichês é um tubo de ferro ou aço que tem os eixos fixados por flanges. Os tubos são torneados interna e externamente, balanceados e podem conter um revestimento na parte externa para evitar a oxidação.

Tanto nas camisas quanto nos cilindros comuns, devem-se tomar alguns cuidados básicos:

Jamais riscar, ou bater com objeto contundente na superfície do cilindro.

Se o cilindro cair, faça testes para verificar o balanceamento e o paralelismo, pois invariavelmente, devido ao peso, os eixos entortam. Batimentos acima de 0,01 mm não são aceitáveis.

Lixar o cilindro também não é recomendável. Algumas pessoas utilizam lixa d’água para remover oxidação, mas o melhor é preveni-la mantendo-se os cilindros sempre limpos, secos e sem riscos, e longe de áreas que tenham gases ácidos.

Ao armazená-los na horizontal, evite colocar o apoio nas pontas dos eixos. Coloque-os mais próximos do corpo do cilindro quanto for possível.

As camisas devem ser guardadas em locais apropriados, como em suportes onde não sofram nenhuma queda.

As camisas requerem um cuidado especial no que se refere à sua superfície, pois quedas e cortes farão com que percam suas características.

Verifique periodicamente as condições dos rolamentos e buchas.

As chavetas das engrenagens não podem estar quebradas ou mal posicionadas.

Manter as engrenagens lubrificadas.

Equipamentos modernos utilizam camisas porta-clichês e camisas anilox

Page 160: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

160 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

Sistema de entintagem: As primeiras impressoras flexográficas trabalhavam somente com a banheira de entintagem, e eram utilizadas em grande escala as tintas à base de corantes (anilinas), onde a circulação não era tão importante. Com o incremento na utilização das tintas pigmentadas vieram os tinteiros e a circulação da tinta para evitar a decantação e auxiliar na homogenização durante o processo de impressão.A fim de diminuir o volume de tinta em circulação surgiram as banheiras inter-nas e os tinteiros redondos com fundo abaulado, o que, além de diminuir o volume de tinta em circulação, evita o acúmulo de resíduos nos cantos, facili-tando tanto a mistura dos componentes da tinta como a limpeza no final da impressão. Mas é interessante que na flexografia é muito comum se utilizar a própria lata de tinta como reservatório. É um recurso interessante, que pode ajudar a poupar tempo no setup, pois basta fechar a lata, pesar e devolver para que o departamento de tintas analise e recupere, se for o caso.Para a eliminação das partículas incorporadas à tinta durante a impressão, foram introduzidos os filtros de tela (metálicos ou têxteis), e para retenção das impurezas metálicas provenientes do desgaste da faca vieram os filtros magnéticos, que retêm os minúsculos pedaços de aço liberados pela faca que raspa o anilox.

O sistema de entintagem é composto dos seguintes elementos:

Sistema de circulação da tinta

Cilindro entintador (anilox)

Tinteiros ou encapsulados

Bombas de circulação da tinta: Os sistemas de circulação têm papel impor-tante no processo de impressão. Por sistema de circulação entende-se: uma bomba, filtros, mangueiras de circulação da tinta, controladores de viscosidade, pH e, em alguns casos, controladores de temperatura. As bombas de circulação podem ser de dois tipos. As peristálticas de dia-fragmas, e as de rotor. As primeiras funcionam como “sugadoras” de tinta. A segunda, mais usada, possui um motor elétrico que centrifuga a tinta envian-do-a para a câmara doctor-blade ou tinteiro.Os filtros são necessários para impedir que partículas sólidas cheguem até a câmara e, conseqüentemente, à racle e ao anilox, o que geraria estragos. As mangueiras são condutores de borracha sintética ou outro material plástico resistente aos solventes da tinta.

Viscosímetros automáticos: O viscosímetro é incorporado ao sistema de circulação, visto que é ele quem controlará eletronicamente a viscosidade da tinta. A grande vantagem é que ele mantém a cor constante durante o proces-so de impressão, liberando os operadores para outras funções que irão ficar medindo a viscosidade manualmente. O acessório mais recente incorporado

Page 161: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 161

Ban

da larga

ao sistema de circulação da tinta é o controlador de pH, mais empregado em tintas à base d’água.

Esquema de funcionamento de um viscosímetro eletrônico (Norcross). Neste caso o sistema utiliza um pistão que sobe e desce regularmente. Na descida o pistão encontra certa resistência da tinta (viscosidade) que é interpretada por um sistema computadorizado. Daí, conforme o programado, o sistema libera solvente ou não para corrigir a tinta. O painel colorido indica o status de cada tinta

Equipamentos modernos já permitem o controle da densidade da tinta, e não somente da viscosidade. A vantagem é que, mesmo que haja variação na temperatura da tinta (que altera o valor de viscosidade), mantém-se a concen-tração da tinta. O método dá-se pelo controle da temperatura da tinta dentro do reservatório.

Cuidados com o sistema de entintagem

De nada adiantam todos os cuidados existentes na fabricação da tinta no tocante a moagem, filtragem etc, se na hora da montagem do conjunto de entintagem não forem tomados alguns cuidados básicos:

A limpeza dos componentes deve estar perfeita, sem vestígio de tinta seca ou líquida utilizada anteriormente. Isso inclui não somente as bombas, os reservatórios e as mangueiras, mas também o próprio viscosímetro eletrônico, que necessita de limpeza cabal.

A limpeza das mangueiras e da bomba de circulação apresenta um eleva-do grau de dificuldade. No caso de não se ter mangueiras descartáveis, reco-menda-se a circulação de solvente no sistema após o recolhimento da tinta, a fim de facilitar o trabalho do setor de lavagem. Outra alternativa é manter mangueiras reservas limpas para a troca.

SENSOR

CilindroAr

SuporteSensor

MicroSwitch

Válvula Ar 24vd c

Pistão

CopoMedição

Entradasolvente1,5bar

Entradaar

2,5bar

Válvula de Solvente.Esta válvula controlaa adição automática

do solvente paracontrole da viscosidade

Tela de toque

Page 162: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

162 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

O mesmo procedimento deve ser tomado com os reservatórios de tinta. Ao acabar a tinta dos reservatórios de alimentação, deve se aplicar solvente dentro destes para facilitar a limpeza posterior. O mesmo solvente pode ser aproveitado para diluir a tinta da cor correspondente.

Muitas vezes os componentes recebem uma limpeza impecável, porém sofrem a deposição de poeira enquanto esperam para a montagem na máqui-na impressora. Na colocação do conjunto na impressora deve ser feita uma inspeção e, se necessário, a retirada do pó. Um outro método que pode ser empregado é a cobertura do conjunto no período até sua utilização. Lembre-se: um pequeno grão de areia pode riscar e estragar o anilox.

Quanto às bombas de circulação elétrica, recomenda-se a verificação da rotação do eixo central, que muitas vezes trava em função do acúmulo de resí-duos de tinta seca, o que pode provocar a queima do motor no acionamento e até mesmo provocar um princípio de incêndio.

Antes da colocação da tinta também é importante verificar as conexões das mangueiras, serviço que, se for mal executado, pode provocar um banho de tinta no grupo impressor.

Cilindro entintador (doctor roll)

Com a evolução do processo de impressão em flexografia, puxada pelos fotopolímeros, a lineatura usada também aumentou. No entanto o cilindro entintador, com milhões (ou até mesmo bilhões) de células gravadas, chamado de anilox, possuía uma lineatura baixa em relação aos clichês e, conseqüente-mente, acabava entintando muito os pontos da retícula que ficam em torno de 0,02mm a 0,7mm de diâmetro.

Usava-se então outro cilindro, chamado de pescador, que era um cilindro revestido de borracha. Este conjunto, pescador e anilox, foi chamado de “doctor roll” (que quer dizer: rolo dosador), e era revestido de borracha. Normalmente o descrevemos simplesmente como entintador.A grande quantidade de tinta depositada no clichê causava um acúmulo de tinta entre os pontos da retícula do clichê, gerando mudanças na tonalidade e outros problemas.

Page 163: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 163

Ban

da larga

Esta dosagem não era perfeita, visto que com o aumento da velocidade de impressão aumentava também a “força hidrodinâmica” da tinta. Esta força é chamada assim devido à força que a tinta exerce entre o anilox e o cilindro tomador. A tinta, então, abre passagem por entre os dois cilindros. A flexão permite a passagem de mais tinta no centro dos cilindros do que nas late-rais, principalmente em máquinas com larguras acima de 1 metro. Para resolver este problema começou-se a utilizar uma lâmina de aço paralela ao eixo do cilindro que raspava o excesso de tinta da superfície do cilindro anilox. Logo depois foi criado o sistema encapsulado, também chamado de doctor blade (lâmina dosadora), que permitiu melhor controle da tinta, que fica menos exposta ao ar, diminuindo, assim, a evaporação do solvente e exercendo uma raspagem por igual em toda a superfície do anilox. O sistema então passou a ser encapsulado, isto é, em uma câmera fechada em que a tinta circula e depois volta para reservatório. Isto permite uma economia entre 20% a 35% no con-sumo de solvente. Com este incremento, a qualidade da impressão melhorou e a flexografia pôde atingir parte do mercado da rotogravura que antes não alcançava.

As racles (facas) utilizadas na flexografia

No princípio do processo doctor blade, utilizava-se uma lâmina adaptada da rotogravura. Hoje, no entanto, já existem lâminas apropriadas para a flexogra-fia. As lâminas podem ser de aço, plástico e especiais, como as de aço reves-tidas com cerâmica.

No desenho está a posição da lâmina no conjunto encapsuladoRégua

Lâmina autoafiante

Fixação por parafusos

Vedação

Saída de papel

Porta-clichê

Entintador

Tomador

Tinteiro

Entrada de papel

Contra-pressão

Page 164: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

164 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

Lâminas de plástico e especiais: possuem a vantagem de não sofrer a cor-rosão e não serem agressivas ao anilox. Porém, não possuem uma limpeza tão eficaz quanto as lâminas de aço. Sua espessura pode variar entre 0,51mm e 3,18mm, sendo portanto mais espessas que as de aço (ver a seguir). Seu uso é interessante nos equipamentos de impressão de corrugados que utilizam tinta base água e não possuem anilox com lineatura muito elevada, o que favorece a raspagem. As lâminas podem ser também especiais com tratamentos espe-cíficos. Por exemplo, podem-se encontrar lâminas de aço com revestimento anti-corrosão ou ainda com tratamentos para grande duração.

Lâminas de aço: são fabricadas em aço especial com dureza de cerca de 600 HV. A espessura pode variar entre 0,15mm e 0,25 mm. As lâminas de aço podem ser encontradas em dois tipos: convencional e auto-afiante. O aço car-bono utilizado é o mais comum e não oferece muita resistência à corrosão, o que pode ser um problema quando se utiliza tinta à base de água. O aço pode ser preparado para agüentar também pigmentos muito abrasivos.

Bons resultados são obtidos com lâminas auto-afiantes de aço, visto que essas mantêm o fio de raspagem mais tempo que as convencionais, que logo pre-cisarão de afiação e mudarão o ângulo de contato. O ângulo de contato deve estar entre 30º e 35º. Além disso, deve-se usar um contra-faca para melhorar a eficiência da raspagem.

Observe que ambos os rebaixos das lâminas estão para dentro e esta é a posição correta. Esse detalhe pode significar a eficiência da raspagem e menor desgaste da lâmina

Lâmina convencional

Lâmina auto-afiante

Page 165: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 165

Ban

da larga

Sistema de secagem e exaustão: Embora a impressão flexográfica utilize tinta líquida e de secagem rápida, é necessário um sistema de auxílio para seca-gem, exaustão e resfriamento nos equipamentos de impressão. A “blocagem”, o decalque e o odor residual são apenas alguns dos problemas relacionados à falta de uma secagem eficiente.

O CERTO E O ERRADO SOBRE AS RACLES E SISTEMAS DE ENTINTAGEM

ERRADO CERTO

Encapsulado torto em relação ao anilox Posicionado corretamente

A lâmina de baixo não está encostando no anilox

Ângulo correto da faca em relação ao anilox

O detalhe mostra a faca encostada com excesso de pressão Pressão correta

Sem o contra-faca Uso correto do contra-faca

30 - 35º

Área decontato

6 mm

Back-up Blade

Área decontato

Page 166: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

166 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da l

arga

São considerados os seguintes itens importantes na secagem:

a) Secagem entre-cores: Esta secagem se faz necessária uma vez que a tinta impressa que receberá a próxima deverá estar totalmente seca. Se não estiver, ela poderá ser arrancada, causando diversos problemas. Este dispositivo pos-sui regulagem da temperatura.

b) Estufas de secagem: Também conhecidas como túneis de secagem. Devem ser extensas o suficiente para permitir total evaporação dos solventes da tinta impressa antes do embobinamento. As estufas possuem ventoinhas e resistências elétricas para aquecer o ar que será lançado sobre o material em percurso dentro do túnel. O sistema pode variar de fabricante para fabricante. No entanto, se o sistema de secagem não for eficiente, limitará até mesmo a velocidade de máquina.

c) Sistema de exaustão: O ar quente lançado sobre a tinta impressa removerá os solventes da mesma. Este ar quente deverá ser removido totalmente para que não sature o ar ao redor do grupo impressor e não permita a total seca-gem da tinta. O sistema de exaustão trabalha com motores que aspirarão o ar saturado e o enviarão para fora do ambiente de trabalho. A exaustão deverá estar presente inclusive no sistema de entre-cores.

d) Sistema de resfriamento do substrato: Após passar por sistemas que jogam ar quente na superfície do substrato, este, por estar aquecido, pode perder suas características, ter problemas de registro, encolher e até mesmo perder o brilho. É necessário que resfrie para que não seja embobinado quente. Além disso, é a tinta que deve ser “aquecida” para que libere os solventes, e não o substrato. Por isso é que máquinas modernas têm um sistema de refrigera-ção por água que circula ou dentro do contra-pressão (tambor central) ou em um outro cilindro (também chamado de calandra de água fria) colocado após a estufa, para não permitir que o material seja embobinado quente.

e) Secagem ultra-violeta: Nos países europeus e nos Estados Unidos, há um clamor sempre mais presente para o uso de substâncias não poluidoras. Nesses países, o vapor de álcool, por exemplo, é considerado poluidor. As tintas de “cura” por radiação ultra-violeta ou feixe de elétrons (electron beam) estão sendo aprimoradas, e em alguns segmentos já estão sendo usadas como substitutas das tintas tradicionais para flexografia à base de solventes. As tintas para secagem ultra-violeta não possuem solventes para serem evaporados.

Page 167: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 9 – Banda larga – 167

Ban

da larga

O sistema para secagem desse tipo de tinta possui lâmpadas com emissão de luz ultra-violeta de alta intensidade. Esse meio de secagem é ainda muito caro quando comparado às tintas convencionais à base de solvente ou água. Além do apelo ecológico, outro ponto forte do sistema ultra-violeta é a alta qualidade de impressão gerada. Especialistas europeus acreditam que o Brasil demorará em utilizar semelhante equipamento em larga escala para banda larga. Mas esse sistema já é muito utilizado em máquinas de impressão de rótulos. Veja mais informações no capítulo 7, sobre tintas, e no capítulo 10, sobre banda estreita e média.

Para entender o sistema de secagem flexo:A= Suprimento de ar; B= Exaustão do ar - 1) Secagem final ou verso do substrato; 2) Secagem final ou verso do substrato; 3) Válvula de suprimento de ar; 4) Válvula de recirculação do ar; 5)Ventoinha; 6) Câmera de aquecimento elétrico; 7) Válvula principal para suprimento de ar entre-cores ou final; 8) Válvula principal para regulagem do ar da exaustão; 9) Ventoinha de exaustão de ar; 10) Detalhe do sistema entre cores, onde o duto A lança ar e B remove o ar saturado.

Page 168: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 169: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 169

Page 170: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Características dos equipamentos para impressão• Os diversos componentes da máquina impressora• Propriedades dos sistemas de secagem com tinta U.V.• Diferenças entre U.V. e sistema solvente• Sistema Electron Beam (E.B.)

Page 171: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 171

onforme mencionei no capítulo anterior, não serei repetitivo e vou me fixar nas informações mais específicas sobre ban-das estreita e média. Assim, sugiro ler o capítulo anterior, onde se encontram muitas sugestões e dicas úteis válidas para quaisquer processos de impressão flexo. Neste capítu-

lo, dou foco grande no sistema U.V. e falarei muito também sobre o sistema de secagem E.B. (Electron Beam), porque acredito que esse tem sido o dife-rencial da banda estreita.

10•Impressão flexo -Banda estreita e média

A escolha do tipo do sistema a ser empregado dependerá em grande parte do tipo de serviço a ser realizado. O número de grupos impressores pode variar de 4 a 10 unidades. A vantagem de equipamentos com mais grupos impressores é que se podem separar as retículas e traços finos de chapados e/ou traços grossos. Além disso, uma uni-dade muitas vezes é utilizada para a impressão de um fundo branco e outra para verniz sobre impressão.Surgiram também no mercado, mais recentemente, máquinas híbridas para etiquetas. Esses equipamentos serão um desafio para o impressor, pois utili-zam os processos de offset, flexo, roto, serigrafia e hot stamping em linha, quer dizer, em uma mesma máquina.

Equipamento Gallus

Page 172: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

172 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da E

stre

ita

A máquina impressora

Essencialmente as máquinas de flexografia banda estreita possuem os mesmos elementos básicos das máquinas de banda larga: sistema de entrada (alimen-tação); saída em meio-corte (facas) e embobinamento; grupos impressores; sistema de entintagem; sistema de secagem e exaustão.

Equipamento de impressão

Aquaflex

Sistema de entrada (alimentação)

As máquinas de banda estreita são alimentadas com substratos em bobinas. Requer-se bom controle na entrada de máquina, uma vez que o substrato deve ser mantido esticado em toda a extensão da impressora. Na entrada também fica o “eliminador de resíduos”, cuja função é eliminar, em bobinas de papel, o pó, que pode ficar na superfície a ser impressa e causar pequenas falhas de impressão.

O controle de tensão é feito no início por meio de freios e sensores que man-terão o material esticado durante todo o processo de impressão. Também na entrada fica o alinhador, cuja principal função é manter o material alinhado, visto que a tendência da fita a ser impressa é deslizar na máquina impressora.

Esquema do sistema de entrada

Saída do material

Gruposimpressores

Entrada do material

Sistema de secagem U.V.

Page 173: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 173

Ban

da estreita

Grupo impressor

Grupo impressor é onde a imagem é formada. Para que a impressão fique com registro em todas as cores, o transporte é feito com o auxílio de roletes. Porém, o suporte fica sem apoio entre um grupo e outro e isso pode acarretar proble-mas de registro se o material não estiver bem esticado ou se o equipamento estiver com desgastes nos eixos e mancais de roletes, ou fora de paralelismo.

Esquema do grupo impressor

As impressoras atuais começam a abandonar as engrenagens, não havendo mais engrenagens para fazer a tração, e sim motores sincronizados em cada cilindro do grupo impressor. As grandes vantagens são que não ocorrem mais as “marcas de engrenagem”, um defeito típico dos processos tradicionais, e que se facilita a escolha entre diferentes espessuras de clichês. A função da engrena-gem é feita por “servo motor” em cada item que necessita de movimento. Todos são sincronizados para formar a imagem registrada e precisão na impressão.

Detalhe do porta-clichês e o acerto feito pelo operador

Page 174: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

174 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da E

stre

ita

Sistema de entintagem

O sistema de entintagem é composto dos seguintes elementos: sistema de circu-lação da tinta, controle de pH e viscosidade e cilindro entintador (anilox), tintei-ros ou doctor blades. Porém, viscosímetros eletrônicos só são encontrados em máquinas modernas, pois em geral são recursos que, embora ajudem muito, não são essenciais na maioria dos equipamentos modulares para banda estreita.

Equipamento versátil e que facilita a troca do

anilox junto com a faca

A troca rápida é importante para

o sistema flexo

Impressoras com troca do grupo impressor

Para diminuir o tempo de setup, algumas máquinas possuem o recurso de se trocar todo o grupo impressor na mudança de serviço. São facilmente cam-biáveis, não sendo necessário fazer a limpeza de anilox, tinteiros, facas etc. Há também secagem entre-cores; estufas de secagem; sistema de exaustão e secagem ultra-violeta.

Page 175: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 175

Ban

da estreita

Espectro Eletromagnético

Secagem entre-cores, estufas e exaustão

Algumas impressoras possuem sistemas de secagem ultra-violeta, que são colocados entre-cores. Já nas impressoras com tinta à base de água ou sol-vente, há um sistema de secagem a ar quente com uma exaustão. A função da exaustão é eliminar o ar saturado que é removido no ato da secagem. Caso a exaustão não seja eficiente, a tinta terá dificuldade para secar até chegar à próxima cor. Este dispositivo possui regulagem da temperatura. Como em geral as impressoras para bandas estreita e média são do sistema modular, não há espaço para estufas de secagem generosas como há nos equipamentos de configuração satélite. Assim, esse é um forte motivo para que o sistema entre cores seja muito eficaz.

Secagem ultra-violeta

Como vimos anteriormente, as tintas para secagem ultra-violeta não possuem solventes para serem evaporados; em seu lugar são usados monômeros rea-tivos que polimerizam juntamente com os oligômeros (resinas) e geram uma tinta seca praticamente equivalente a 100% da camada úmida inicialmente aplicada.A radiação U.V. é caracterizada por comprimentos de onda inferior a 400nm (nanômetros), sendo conseqüentemente mais energéticas que as de compri-mento de onda maiores, como a luz visível (400nm a 700nm) e o infravermelho (acima de 700nm).As lâmpadas U.V., no entanto, emitem basicamente todo o espectro abaixo, sendo que aproximadamente 1/3 da emissão situa-se efetivamente na região do U.V., e os demais 2/3 nos comprimentos entre a luz visível e o infravermelho.

Page 176: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

176 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da E

stre

ita

Portanto, há uma forte irradiação de calor via infravermelho e mesmo calor de condução pela temperatura da própria lâmpada (superior a 600ºC), o que obriga a termos determinados cuidados com substratos excessivamente sen-síveis ao calor.O assim chamado gerenciamento de calor no U.V. é muito importante, espe-cialmente na impressão de mangas tipo “shrink”, muito comuns para banda estreita.O esquema abaixo ilustra as principais diferenças entre os sistemas U.V. e E.B. e o sistema Solvente.

No caso específico da flexografia, podemos considerar o uso de OPV (Over Print Varnish – Verniz sobre impressão) em linha com a impressão em etique-tas de papel auto-adesivo como praticamente uma regra, com grandes vanta-gens no aspecto de proteção e brilho.Como as máquinas flexográficas de banda estreita tornaram-se extremamente versáteis nos últimos anos, podemos considerar cada máquina como uma unidade autônoma de produção, onde temos a entrada de matérias-primas e a saída do produto acabado.Associando-se a esta versatilidade o alto valor agregado do produto e a prati-cidade dos sistemas UV, temos um quadro bastante favorável ao crescimento do U.V. no segmento de rótulos e etiquetas.Além da facilidade do trabalho com U.V. em flexografia, o que evita secagem da tinta sobre os anilox e incrustações ao longo de toda a área entintada, somam-se às vantagens o excelente acabamento e a definição gráfica das tintas U.V.O problema residual, neste caso, é mais relacionado à velocidade de cura, que nas máquinas mais modernas atingem cerca de 150m/min, o que de modo geral é baixo para estes equipamentos.O uso de grande quantidade monômera, associado à necessidade da viscosi-dade relativamente baixa e à velocidade alta de impressão, gera a necessidade de aplicação de quantidades expressivas de fotoiniciadores mais nobres, com reflexos no preço final das tintas.Essa desvantagem é parcialmente compensada pela economia gerada com a maior simplicidade e racionalidade do sistema U.V., que reduz sensivelmente as

Detalhe do equipamento de secagem UV e seu posicionamento na impressora

Page 177: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 177

Ban

da estreita

perdas de tinta verificadas no caso de uso de tintas solvente ou água.Uma possibilidade explorada especialmente em alguns países europeus para a banda estreita é a aplicação dos sistemas híbridos, onde as cores especiais e fundos são impressos em sistema solvente e a quadricromia é executada em U.V., com o seu excepcional ganho de ponto e definição da cromia e insigni-ficante consumo de tinta.Há casos específicos de uso de U.V. para banda larga, mas seu uso está restri-to a poucas empresas que se dedicam igualmente a produtos de maior valor agregado ou a procedimentos especiais, como tiragens curtas, onde o setup da impressora é minimizado pelo uso de UV ou ainda em uso intensivo de quadricromia.Outro exemplo de banda larga de alto volume e uso de UV é a patente da Cray-O-Vac para uso conjunto de U.V./E.B., onde a secagem entre cores é leva-da a um estágio equivalente ou superior ao de gel e a secagem final se dá por meio de equipamento E.B., reduzindo os níveis de fotoiniciador e conseqüente custo final das tintas.

Sistemas de cura U.V.

Um sistema típico de cura U.V. é composto pelo refletor, lâmpada, sistema de refrigeração e “shutter”.

Os refletores podem apresentar duas geometrias distintas, sendo os refletores elípticos os mais adequados ao processo gráfico, pois uma vez que nossa cura apresenta-se apenas bidimensional, o foco gerado pelo refletor elíptico gera melhor cura.Já o refletor parabólico apresenta distribuição mais difusa da luz, sendo ade-quado à cura de aplicações mais tridimensionais.

Refletor elíptico Refletor parabólico

Page 178: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

178 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da E

stre

ita

A lâmpada UV é, obviamente, a parte mais elementar do sistema, uma vez que é a geradora da luz ultravioleta responsável pela iniciação do processo de cura das tintas.Essas lâmpadas são constituídas basicamente de um tubo de quartzo, uma vez que o vidro comum bloqueia 90% da radiação UV abaixo de 300nm, o que representaria uma perda considerável de potência para o sistema.Nas extremidades do tubo são colocados os eletrodos em uma estrutura geral-mente de cerâmica.Internamente aos tubos é acrescentado o mercúrio na forma líquida. Quando partimos a lâmpada, a temperatura se eleva até que haja a volatilização com-pleta do mercúrio, quando então inicia-se o processo de geração da luz UV.

Juntamente com o mercúrio podem ser acrescidos determinados haletos metálicos, que têm por função a modificação da curva de emissão espectral da lâmpada.A curva espectral na próxima página representa uma lâmpada de vapor de mercúrio convencional. Podemos dizer que toda a energia emitida pela lâmpa-da, exceção à parte perdida na forma de calor e IR (infra-vermelho), é emitida de acordo com a proporção dos picos observados na curva de emissão.Portanto, para a lâmpada de vapor de mercúrio convencional, algo em torno de 7 ou 8 comprimentos de onda representam mais de 75% de toda energia emitida.Caso esses comprimentos de onda não coincidam com o comprimento de onda de ativação do fotoiniciador, o resultado de cura será pífio. Portanto, um dos princípios básicos da cura UV é a coincidência entre os comprimentos de onda mais energéticos da lâmpada e os comprimentos de onda de ativação do foto-iniciador.Para cura de sistemas pigmentados, especialmente para cores escuras como preto e azuis intensos e também para pigmentos opacos como o branco (dióxido de titânio – TiO²), foram desenvolvidos fotoiniciadores que atuam em comprimentos de onda maiores, que tendem a ser mais penetrantes e por con-seqüência, a curar melhor em profundidade, o que resulta em melhor adesão, resistência e brilho.

Foto do bulbo de quartzo

Page 179: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 179

Ban

da estreita

Para coincidir o comprimento de onda das lâmpadas com os novos fotoinicia-dores, as lâmpadas de mercúrio passaram a ser “aditivadas” com outros metais, principalmente gálio e ferro, na forma de Haletos.O resultado é uma expressiva mudança no espectro radiante da lâmpada, con-forme se observa no gráfico abaixo.

Com o advento das lâmpadas de gálio e ferro, houve melhora na cura dos pretos e azuis, sem dúvidas as cores mais complexas em termos de cura, especialmente em se tratando de tintas flexográficas (que estão entre as mais pigmentadas e são as mais líquidas dentre todos os principais processos de impressão, carac-terísticas que a tornam as mais complexas em termos de cura).No caso dos sistemas de banda estreita que apresentam serigrafia em conjunto com a flexografia, as lâmpadas de haletos metálicos proporcionam igualmente melhor cura em profundidade, especialmente desejável nos casos das grandes espessuras depositadas pelo processo serigráfico.

Page 180: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

180 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da E

stre

ita

A potência das lâmpadas U.V. dos equipamentos atuais situa-se entre 300 W/pol (120 W/cm) e 450 W/pol (180 W/cm).Contudo, aproximadamente 1/3 do total da energia radiante é efetivamente U.V. Caso o material seja termicamente instável, é recomendado isolar a emissão do calor, via refletores dicróicos, tubos de quartzo refrigerados ou qualquer outro meio, sendo um dos mais eficientes a cura da tinta com o substrato apoiado em um cilindro refrigerado.

Electron beam

Conforme citado anteriormente, outra possibilidade de cura, além do sistema ultra-violeta é o sistema de bombardeamento de elétrons – Electron beam – E.B.

Princípio de funcionamento do electron beam

Page 181: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 181

Ban

da estreita

Para a geração do feixe de elétrons é criada uma grande diferença de potencial (DDP) entre o filamento e a grade extratora em meio a uma câmara de alto vácuo.Esta DDP é da ordem de 150 kv para o caso de E.B. utilizados para cura de tintas, coatings e adesivos de laminação, sendo considerados equipamentos de baixa energia para a aplicação gráfica.Outras famílias de E.B. exigem muito maior DDP e projetam fluxos muito mais energéticos para outros propósitos, como o tratamento de filmes, modifica-ções estruturais de superfícies, etc.Uma vez atingida a DDP suficiente para iniciar o feixe de elétrons, estes auto-maticamente são acelerados no vácuo e atravessam a grade extratora, a janela com a folha de titânio responsável pela manutenção do vácuo e vão finalmente atingir o substrato a ser curado.Ao atingir os materiais reativos no substrato, sejam eles tintas, vernizes, adesi-vos ou coatings, os elétrons provocam rompimento das duplas ligações (sis-tema de cura por radicais livres – mais comumente utilizado no mercado) e a polimerização dos monômeros e oligômeros presentes.As duplas ligações são muito sensíveis a qualquer tipo de energia e muito sen-síveis ao feixe de elétrons, sendo o resultado da ação do mesmo sobre estes materiais muito rápido e eficiente.Mesmo sem a presença de fotoiniciadores, as velocidades possíveis de serem atingidas com o E.B. de baixa energia podem superar os 500m/min, ainda que esteja ocorrendo aplicação de coating ou laminação simultânea.A cura dos adesivos de laminação adequados a esta tecnologia também é ins-tantânea, ficando os materiais, imediatamente após a cura, à disposição para o pós-processamento, como refile, corte etc.O equipamento E.B. deve ser completamente blindado, geralmente com chum-bo, pelo fato de que na geração do feixe de elétrons é também gerada radiação gama, que é bastante danosa a qualquer tecido vivo (esta, contudo, não apre-senta caráter nuclear, ou seja, uma vez cessada a sua geração, cessa também seu efeito). As pessoas tendem a confundir este tipo de radiação, que pode e é freqüente-mente utilizada para a esterilização de alimentos, com a radiação nuclear dos reatores e bombas atômicas que, além dos efeitos conhecidos, tendem a se acumular e irradiar ao longo do tempo.Os sistemas E.B. são bastantes seguros e apresentam dispositivos suficientes para garantir a operação segura dos mesmos.

Dentre as vantagens do E.B. destacam-se:

Possibilidade de cura, independentemente da cor;

Cura em grandes profundidades;

Dispensa uso de fotoiniciador, caso seja possível curar apenas sob a radiação EB, o que reduz odor e elementos extraíveis após a cura;

Maior velocidade de cura.

As secagens U.V. e E.B. permitem excelente qualidade de impressão

Page 182: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

182 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Ban

da E

stre

ita

Dentre as desvantagens destacam-se:

Maior custo de instalação (ao redor de US$ 500.000,00);

Normalmente só pode ser aplicado na saída da impressora,por isto é muito usado em sistemas offset.

Consumo de nitrogênio de alta pureza para cura.

Os equipamentos de cura E.B. apresentaram grande evolução tecnológica nos últimos anos, de forma que hoje estão disponíveis equipamentos altamente eficientes, compactos e a custo cada dia mais acessíveis.

Sistemas E.B. aplicados a impressoras flexo

Pelos grandes benefícios aportados pelo E.B., que poderíamos resumir como sendo a apropriação das vantagens da tinta U.V. sem boa parte das suas des-vantagens, especialmente o custo, os possíveis contaminantes e a velocidade de processo, o E.B. tem sido cada vez mais estudado e já é aplicado em algu-mas impressoras, infelizmente a maioria offset e apenas em estudos e plantas piloto de flexografia, mas com resultados animadores.Espera-se que com a adaptação e melhoria contínua tanto de máquinas impressoras, como nos equipamentos de E.B., estes venham a ser realidade em produção de embalagens já nos próximos cinco anos, especialmente em ban-das largas de altíssima tecnologia e para produção de embalagens sofisticadas em termos gráficos e de altíssima performance.

Os equipamentos de impressão como este da Omet podem conter acabamento em linha para caixas

Page 183: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 10 – Banda estreita – 183

Ban

da estreita

É bom lembrar que o controle da temperatura nos sistemas de secagem é sem-pre recomendável, visto que o calor excessivo pode causar transtornos para o operador. Além disso, deve-se sempre estar atento a resistências queimadas e outros defeitos que poderiam por em risco o trabalho que está sendo feito.

Meio-corte dos rótulos

Após a impressão será feito o corte (ou meio-corte) do rótulo. O objetivo é cortar apenas o suporte e não o “liner”, papel ou filme que fica no verso do auto-ade-sivo. Há cilindros feitos para o corte e em equipamentos modernos existem as facas magnéticas que facilitam e dão maior precisão ao registro do corte.

Facas magnéticas são práticas e precisas

O “esqueleto”, que é a sobra, deverá ser separado para se obter uma bobina somente com os rótulos cortados no formato.

Esquema da faca de corte

Page 184: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 185: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 11 – Corrugados – 185

Page 186: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Propriedades dos corrugados• Tipos de papelão ondulado• Terminologias comuns• Características dos equipamentos de impressão para corrugados• Controles aplicados na produção

Page 187: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 11 – Corrugados – 187

enho certeza de que muitas informações que estão nos capí-tulos precedentes sobre impressão servem bem para este capítulo também. Assim, não procuro agregar conceitos bási-cos muito peculiares da área de corrugados. Portanto, muitos cuidados e dicas sobre impressão para corrugados poderão

ser encontrados em diversas partes deste livro.O papelão ondulado tem aumentado seu campo de atuação. Diversos seg-mentos industriais estão procurando se adequar aos novos tempos que pedem maior cuidado com o meio-ambiente. O papel é totalmente reciclável e biodegradável, fazendo com que seja preferido em muitos casos. Além disso, é leve e versátil. Porém, um dos inconvenientes é a qualidade de impressão sobre o papelão ondulado que, em muitos casos, deixa a desejar. De qualquer forma, os recursos técnicos têm aumentado muito e feito com que houvesse nos últimos anos uma melhora considerável.

11•Impressão flexo - Corrugados

Vista panorâmica da impressora de corrugados Martin 6 cores

Capítulo 11 – Corrugados – 187

Page 188: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

188 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Corr

uga

dos

Algumas definições básicas na área de corrugados

O papelão ondulado

É a estrutura formada por um ou mais elementos (miolo) fixados a um ou mais elementos planos (capas) por meio de adesivos aplicados no topo das ondas.

Tipos de papéis utilizados para confecção do papelão ondulado:

Pasta mecânica – As aparas são cozidas lentamente e em seguida moídas até transformarem-se numa pasta para fabricação do papel semi-kraft. Papel kraft – A partir da celulose há um cozimento rápido e são adicionados produtos químicos. Possui boa resistência ao rasgo e a estouro.

Tipos de papelão ondulado Papelão ondulado capa simples - É a estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colado a um elemento plano (capa).

Papelão ondulado de parede simples – O miolo está entre duas folhas (capas). Também conhecido como capa (face) dupla.

Capa

Miolo

Capa

Page 189: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 11 – Corrugados – 189

Corrugados

Papelão ondulado de parede dupla – É a estrutura formada por três capas coladas a dois elementos ondulados (miolos) intercalados.

Papelão ondulado de parede tripla – É a estrutura formada por quatro capas coladas a três elementos ondulados (miolos) intercalados.

Terminologia

Onda (flauta) – É a configuração geométrica dada ao miolo na máquina onduladeira para posterior colagem das duas capas. O termo flauta (flute) é usado em inglês pelo formato característico.

Tipo de Onda

Espessura do Papelão Ondulado

N° de ondas em 10 cm

A 4,5mm/5mm de 11 a 13

C 3,5mm/4mm de 13 a 15

B 2,5mm/3mm de 16 a 18

E 1,2mm/1,5mm de 31 a 38

TIPOS DE ONDAS As espessuras do papelão ondulado variam de acordo com o fabricante e o tempo de “vida” do rolo ondulador. É o que mostra o quadro a seguir:

Observações:• As ondas C e B são normais de linha de produção para parede simples.• A onda BC, junção de B e C, é normal de linha de produção para parede dupla. O sentido de ondulação é uma característica importante para o bom desempenho da embalagem de transporte de papelão ondulado, principal-mente em estocagem. As ondulações devem ficar na vertical, pois, no caso, funcionam como pilares de suporte de um edifício.

FO

NT

E: A

BP

O

As ondas podem ser de diversos formatos (A, B, C, E, F etc) A onda “A” foi a primeira a ser desenvolvida e é a mais comum. A onda “B” foi a próxima a ser desenvolvida e foi menor que a “A”. A onda “C” ficou entre as duas no tamanho e as ondas “E” e “F” são menores ainda

FE

C

B

A

Page 190: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

190 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Corr

uga

dos

Miolo – É o elemento ondulado do papelão ondulado. Por extensão chama-se miolo ao papel usado para esta finalidade. Capa – É o elemento (ou os elementos) plano do papelão ondulado. Por exten-são chama-se capa o papel ou cartão usado para esta finalidade. Tipos de Caixas – As caixas podem ser: Caixa Normal, Caixa Normal Aba Total, Caixa Corte/Vinco, Caixa Telescópica – Tampa/Fundo, Envoltórios . Acessórios – Alguns acessórios para as caixas são: Tabuleiros igualadores de abas, separadores, cintas, divisões, bandejas, cantoneiras e chapas.

Controle da Qualidade do Papelão Ondulado

Gramatura – Peso de 1 metro quadrado de papelão ondulado (estão incluí-dos os pesos das capas, papel miolo e da cola).

Arrebentamento – Resistência do papelão ao estouro através do aparelho Müllen Test.

Esmagamento – Resistência ao deslocamento entre as capas e o ondulado.

Resistência à compressão da coluna – Resistência à compressão de um corpo de prova de papelão ondulado, com a largura em posição perpendicular as placas compressoras e expressa em kgf/cm².

Espessura – Medida em mm usando-se o micrômetro Obs.: testes realizados após 24 horas do papel ondulado a temperatura de 20ºC e 65ºC de umidade relativa e realizado sob estas condições.

Desenvolvimento de embalagens e estruturas

Para a empresa que fabrica seu próprio papelão com onduladeiras e máqui-nas de acabamentos, fica mais fácil desenvolver produtos específicos para as necessidades da indústria em geral. Hoje o desenvolvimento de caixas é feito com modernos equipamentos que fazem protótipos, poupando assim muito tempo em pesquisa e desenvolvimento.

Page 191: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 11 – Corrugados – 191

Corrugados

O papelão ondulado permite versatilidade em atender diversos segmentos industriais

A impressão

O princípio da impressão em flexografia corrugado é o mesmo que qualquer outro sistema e consiste em um clichê colado num cilindro que é entintado com tinta líquida. O clichê transfere a tinta ainda úmida para o papelão ondu-lado. Devido à característica do papelão, a tinta seca por penetração no papel, mas também um sistema de secagem com ar facilitará a secagem até a chapa chegar no grupo impressor seguinte. Um cuidado muito especial na impressão é que o clichê não pode esmagar as ondas do miolo do papelão ondulado. Por isso é que os clichês para impressão de corrugados possuem dureza muito baixa, como 35º Shore “A”, em espessuras normalmente grandes (3,94mm ou 5mm) em relação aos clichês para banda larga e estreita. Outra caracterísica é que as tintas são à base de álcool ou água. Como a espessura das chapas pode variar em função do tipo de papelão ondulado (parede simples, dupla etc), a impressora permite também fazer esse ajuste importante.

Máquina Impressora Bobst – preocupação com acústica

Page 192: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

192 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Corr

uga

dos

O sistema pode ter a entintagem por rolos dosadores ou uma câmara com lâminas raspadoras (encapsulado), como no esquema abaixo.

O número de grupos impressores pode variar de 4 a 8 unidades, sendo que a tendência é que as caixas de papelão tenham cada vez mais cores, necessi-tando assim de maiores recursos para imprimir com qualidade. A vantagem de equipamentos com 8 grupos impressores é que se pode separar as retículas e traços finos de chapados e/ou traços grossos.Essencialmente as máquinas de flexografia possuem os seguintes elementos, que serão analisados um a um: sistema de entrada (alimentação) e saída das folhas de papelão, grupos impressores, sistema de secagem e exaustão.

Sistema de entrada (alimentação)

As máquinas de flexografia são alimentadas em folhas (chapas). Requer-se bom controle na entrada de máquina, uma vez que o papelão ondulado em chapas deve ser mantido constante em toda a extensão da impressora. Na entrada fica o “eliminador de resíduos”, cuja função é eliminar pó de papelão ou mesmo pequenos pedaços de papelão que podem ficar na superfície a ser impressa e causar desde pequenas falhas de impressão até a perda de clichês no caso de objetos maiores passarem entre o clichê e a chapa. Alguns cuidados com as folhas são: alinhamento, ligeira inclinação da pilha, manutenção constante da pilha, observação de folhas irregulares, eliminar folhas muito abauladas.

O esquema mostra a entrada e a saída da tinta no sistema encapsulado, que possui o mesmo princípio dos outros processos, como banda larga e estreita

Page 193: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 11 – Corrugados – 193

Corrugados

Detalhe do aspirador de resíduos de papelão ondulado

Grupo impressor

Grupo impressor é onde a imagem é formada. A passagem de um grupo para outro é feita de forma que a folha de papelão não se movimente. Para que a impressão fique com registro em todas as cores, o transporte é feito com o auxílio de roletes e sistema pneumático (vácuo).

Esquema de entrada da impressora de papelão ondulado. O “M” indica o sistema de transporte das folhas soltas.

Page 194: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

194 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Corr

uga

dos

Operador colocando o clichê no grupo impressor – fácil acesso.

Note que o clichê está colado sobre uma folha de poliéster e

é preso por meio de pinças

Neste equipamento da KBA o sistema de entintagem (anilox e facas) está na parte inferior. A chapa será impressa na parte superior e passará “prensada” junto ao clichê entintado. Por meio de sucção, a chapa passará para o próximo grupo impressor. Este equipamento é utilizado para grandes formatos de caixas

Page 195: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 11 – Corrugados – 195

Corrugados

Normalmente as tintas são à base de água e necessitam assim de bom controle de pH e viscosidade que pode ser feitos manualmente ou de forma automá-tica. Algumas máquinas podem incluir um sistema de lavagem automática do grupo impressor após a impressão.

Esquema de grupo impressor diferente, onde o sistema de impressão está na parte superior e a chapa será impressa na parte inferior.

Sistema de entintagem

Guias

Anilox

Clichê e Porta-clichêsChapa de papelão a ser impresso

Page 196: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

196 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Corr

uga

dos

No sistema doctor blade (encapsulado) nas máquinas de impressão de corru-gados, utiliza-se com grandes vantagens facas de material plástico, como as que observamos no detalhe acima. Isso se dá porque a tinta à base de água é alcalina, e ataca as facas de aço. No caso de se utilizarem facas de aço, elas devem possuir tratamentos anti-corrosão.

Sistema de saída

Após a impressão da última cor, as chapas entrarão num processo de corte, dobra (vinco) e colagem. Dessa forma é possível ter todas as caixas pré-for-madas prontas para serem embaladas e enviadas aos clientes que farão a montagem das mesmas e colocarão seu produto dentro delas.

Exemplo de caixa impressa e aberta com todos os cortes e vincos

Page 197: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 11 – Corrugados – 197

Corrugados

Operador prepara as facas de corte e vinco neste equipamento da KBA

O equipamento pode incluir um moderno sistema de facas e contra-facas, guias e sistema de remoção do refile já cortado

Page 198: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

198 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Corr

uga

dos

A impressora pode ou não ter um sistema em linha como este da foto. Depois de cortada e vincada, a chapa será dobrada automaticamente como na seqüência acima

As chapas, agora já em formato de caixas cortadas, vincadas e coladas estão prontas para o envio aos clientes

Page 199: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 199

Page 200: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Neste capítulo você vai ver:• Os principais problemas relacionados aos processos de impressão flexo e possíveis soluções

Page 201: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 201

ormalmente quando um problema surge na impressão, ele não é resultado somente do processo de impressão em si. Muitas vezes está relacionado aos processos que antecedem ou servem de apoio à impressão. Vejo a impressão como uma orquestra em que todos os instrumentos tem que estar afina-

dos e em que é necessário alguém para reger. Assim, nessa analogia, cada ins-trumento é uma parte do processo que deve ser visto de forma sistêmica, isto é, como um todo. É também preciso entender que cada impressora, em cada empresa, é um organismo vivo e único, igual a um ser humano. Quais seriam, então, esses instrumentos da orquestra da flexografia? São: o anilox, a fita dupla-face, a impressora (com suas engrenagens, rolamentos, eixos, secagem, alinhadores, peculiaridades, desgastes, etc), a tinta, o porta-clichês (camisas ou não), o material etc. Sim, tudo isso precisa trabalhar junto e o operador deve ser o grande maestro dessa orquestra.

Cada coisa precisa estar em seu lugar para que tudo funcione perfeitamente. Além disso, o operador, como um maestro, precisa ter muitos anos de estudo e, acima de tudo, prática. Precisa ser cuidadoso, metódico, organizado e eficaz na resolução de problemas. Os problemas só poderão ser resolvidos se hou-ver o conhecimento de como fazer as coisas. De qualquer forma, coloco nesse capítulo algumas dicas de soluções de problemas que normalmente surgem na flexografia. Os problemas podem ser agrupados em categorias, conforme suas causas mais prováveis.

12•Problemas comuns na impressão e soluções práticas

Page 202: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

202 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

Se a causa raiz for encontrada, a solução fica mais fácil, pois na maioria das vezes a descoberta da causa raiz leva imediatamente à solução do problema. Porém, o que vi em dezenas de empresas é que um problema surge e, depois de muito gasto de tempo, insumos e estresse, o problema é resolvido por tentativa e erro, que é o método preferível de quase todos os operadores e técnicos (até porque só conhecem esse método). Bem, ouvi uma frase certa vez que dizia: “se a única ferramenta que você tem é o martelo, todo problema que surgir você pensa que é prego”.

Infelizmente, essa é a realidade do mercado. Não há metodologia na resolução de problemas e quando esses são resolvidos, não são feitas quaisquer ano-tações ou registros para quando ele surgir novamente. Quando o problema voltar (e tenha certeza, isso ocorrerá na maior parte das vezes porque não há padronização da melhoria conseguida) ninguém saberá como foi resolvido, e novamente todos irão para a tentativa e erro. É incrível, mas se você, leitor, é do ramo, sabe do que estou falando.

Neste capítulo sigo o critério de avaliação do impresso para, a partir daí, dar as possíveis causas e prováveis soluções. O leitor perceberá que falo muito de ações preventivas, tanto de manutenção quanto de operação mesmo. Isso se dá porque quero enfatizar que não basta saber o que fazer para corrigir o pro-blema no momento em que ele ocorre, mas que também se deve prevenir as reincidências dos mesmos. A idéia é a de padronizar a melhoria conseguida.

Perceberá também durante a leitura e/ou consulta desse capítulo que todos os problemas estão em apenas 7 grandes grupos: tinta, substrato (material), anilox, máquina (rolamentos, roletes, secagem, controles de tensão), mão-de-obra, clichê e dupla-face.

Esse livro não tem a pretensão de ser a última palavra em flexografia. Longe disso, pois o objetivo é que ele sirva de início para que cada técnico, operador e profissional da área tenha um senso crítico e comece (se é que ainda não o faz) a estudar mais profundamente seu processo. Por isso é que deixo algumas linhas em cada item para que você complemente com sua experiência do dia-a-dia.

Page 203: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 203

Problemas & Soluções

1- Falhas de Impressão

O que é:Durante a produção ocorre, no impresso, a ausência de tinta em áreas de imagem.

Prováveis Causas: Pressão de impressão insuficiente.

Pressão de entintagem (anilox) insuficiente.

Falta de tinta ou a tinta está acabando no reservatório.

Fluxo de tinta insuficiente na passagem da mangueira para o encapsulado.

Clichê desgastado.

Excentricidade do eixo.

Falta ou falha de tratamento no material plástico (substrato).

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________ ________________________________________________________________

Possíveis soluções: É importante criar uma sistemática para evitar o problema. Esse defeito é

difícil de se perceber especialmente se ele aparece e desaparece durante a produção. Uma forma de prevenir é checar todos os itens como anilox, clichês, cilindros e camisas.

Outra solução viável é utilizar sistema de vídeo inspeção que permite visualizar a impressão.

Equipamentos de detecção de defeitos também podem ajudar como o Vigitek, AVT ou BST.

Verificar tratamento e, caso tenha problemas, trocar o material ou tratá-lo novamente.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________ ________________________________________________________________

Page 204: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

204 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

2 - Variação de registro

O que é:As cores variam durante a impressão alterando o visual e fugindo do padrão de cores e o especificado pelo cliente.

Prováveis Causas: Excentricidade do porta-clichês.

Desgaste dos rolamentos de porta-clichês e de outras partes móveis da máquina.

Desgaste das engrenagens do sistema de impressão (porta-clichê, contra-pressão e anilox).

No caso de corrugados, podem ser as guias com folgas ou faltantes.

Cilindro prensa (traino) que fica apoiado sobre o tambor central não está bem fixado e não prende o suficiente o material que está sendo impresso, ou a borracha desse cilindro já está gasta.

Excesso de tensão de puxada da bobina.

Colagem errada. Pode acontecer que a colagem pareça correta, mas que durante a produção haja variação.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________ ________________________________________________________________

Possíveis soluções: Como normalmente essa variação está ligada a folgas, a idéia é a

prevenção. Nada substitui a manutenção preventiva de todos os cilindros, rolamentos, roletes e de todo sistema de impressão.

Verifique sempre se a máquina está nas condições padrão de impressão (tensão de embobinamento, puxadores etc.).

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________ ________________________________________________________________

Page 205: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 205

Problemas & Soluções

3 – Tinta U.V. não cura (seca)

O que é:A tinta não cura e pode ser facilmente removida pelo contato com próprio material embobinado ou na própria impressora ou rebobinadeira.

Prováveis Causas: Falta ou desbalanceamento do fotoiniciador.

Lâmpada de U.V. com baixa intensidade ou desligada.

Lâmpada suja com poeira ou mesmo tinta.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________ ________________________________________________________________

Possíveis soluções: Trocar a tinta por outra dentro dos padrões estabalecidos pelo fabricante.

Checar o funcionamento e a eficiência da lâmpada usando um luxímetro.

Manter plano de limpeza periódica do sistema de lâmpadas.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

4 – Cor lavada em relação ao padrão

O que é:A cor possui aspecto lavado (esbranquiçado) e abaixo do padrão mínimo.

Prováveis causas: Excesso de diluição da tinta com solvente.

Uso excessivo de verniz de corte na tinta.

Anilox entupido ou gasto.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis Soluções: O controle da viscosidade é fundamental para a manutenção da cor

durante a impressão.

Se o anilox entupir, deve-se lavá-lo ou, enquanto isso, trocá-lo por outro limpo. Checar sempre o volume do anilox para que possua condições ideais para carregar o volume correto de tinta.

Acrescente aqui sua possível solução: ____________________________________________________________________________________________

Page 206: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

206 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

Prováveis causas: Desbalanceamento da secagem entre as tintas. A regra diz que a primei-

ra cor deve possuir secagem mais rápida que a segunda. A segunda deve possuir secagem mais rápida que a terceira e assim sucessivamente. Isso se chama “escalonamento de secagem” e quando a segunda tinta seca mais rápido que a primeira, ela tende a arrancá-la, pois aquela ainda não secou.

Secagem entre cores ineficiente.

Saturação de solvente no ar nas imediações da área de impressão porque a exaustão está ineficiente. Se o ar saturado não é removido, a secagem será ineficaz. Talvez alguém fechou a saída da exaustão.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Escalonar a secagem das tintas corretamente.

Se possível, trocar o grupo impressor e colocar cores que se sobrepõem, distantes uma da outra. Por exemplo, o problema pode ser entre a quinta e sexta cores numa impressora de 8 cores e o serviço é de 6 ou 7 cores. Tente mudar a segunda cor para o sétimo ou oitavo grupo impressor deixando um espaço maior para secagem entre eles.

Cheque o sistema de secagem entre cores, pois muitas vezes esses podem estar fechados.

Mantenha o sistema de exaustão entre cores sempre aberto.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

5 – Falha na sobreposição de tintas (trapping da tinta)

O que é:Quando mais de uma tinta se sobrepõe a outra, e uma arranca a outra.

A cor subseqüente (ponto) arranca a tinta que foi impressa antes.

Page 207: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 207

Problemas & Soluções

6 – Variação da cor durante a impressão (color shifting)

O que é:A cor muda de tom e/ou força durante a impressão. Esse defeito pode ocorrer durante uma produção inteira ou mesmo dentro de uma mesma bobina. Às vezes pode acontecer de modo sutil e em cores terciárias como os marrons e verdes olivas.

Prováveis causas: Variação da viscosidade durante a produção.

Excesso de solvente na correção da viscosidade por parte do operador.

Contaminação de tinta. Talvez o grupo acima da cor contaminada esteja vazando tinta sobre o anilox no caso de máquinas com tambor central.

Entupimento do anilox.

O desgaste do clichê, especialmente nas áreas de retícula, também pode causar a variação, pois conforme há o desgaste os pontos ficam maiores, aumentando, assim, a área impressa e conseqüentemente mudando a cor.

Excesso de pressão de impressão ou de entintagem por parte do operador. Durante a produção pode ser que a dupla-face cedeu e o operador teve que refazer ajustes de pressão de impressão e pressão de entintagem gerando um esmagamento dos pontos, o que causa uma área impressa maior, alterando a cor.

Variação do registro de cores. A variação pode ser muito pequena (cerca de 50 micras), porém o suficiente para se perceber a variação da cor.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: O uso de viscosímetros eletrônicos reduzem muito a variação, pois fazem

a correção da viscosidade automaticamente.

Se não for possível o uso de viscosímetros eletrônicos, então deve-se padronizar a verificação da viscosidade em períodos como, por exemplo, de 30 em 30 minutos, ou de hora em hora.

Verificar se o anilox está entupido e, se estiver, trocá-lo ou limpá-lo.

Caso o clichê possua um desgaste, trocá-lo. Além disso, se é sabido qual o desgaste natural do clichê e a produção exceder o limite do clichê, já deixar um jogo de clichês reserva colado, de preferência.

O operador deve ficar atento a reacertos, caso sejam necessários, para que se mantenha sempre o mesmo padrão de pressão de impressão e entintagem.

No caso dessa variação deve-se certificar que o registro não varie. Uma opção é utilizar dispositivos na impressora do tipo folga zero, que são acessórios que evitam quaisquer folgas nas engrenagens do sistema impressor.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 208: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

208 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

7 – Variação do passo da fotocélula

O que é:Durante a produção se detecta que o passo da fotocélula aumenta e diminui no espaço de alguns metros ou repetições.

Prováveis causas: Desregulagem do sistema de tensão da máquina por problemas eletrôni-

cos, mecânicos ou simplesmente má regulagem por parte do operador.

Em trabalhos com duas ou mais repetições no perímetro do cilindro/camisa, se a colagem não for muito bem dividida (e essa divisão deverá ser exata), conforme há a impressão há também um acúmulo do erro da diferença de colagem.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Conferir a regulagem e verificar se as células de carga e todos os dispositi-

vos que mantêm a tensão na máquina estão funcionando corretamente.

Descolar e montar novamente o serviço respeitando a divisão milimetrica-mente.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

8 – Decalque

O que é:Parte da tinta fica presa no verso do material.

Prováveis causas: O decalque possui em princípio as mesmas causas do bloqueio, isto é,

está relacionado com sistemas de secagem da impressora e velocidade de secagem da própria tinta e tensão de desbobinamento e embobinamento.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Em equipamentos para a impressão de coextrusados para

autoclave é comum utilizar amido antes de a bobina ser embobinada para que não grude.

Veja mais dicas e soluções no ítem 10 – Blocagem (blocking).

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________ ________________________________________________________________

Page 209: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 209

Problemas & Soluções

9 – Manchas ou borrões no impresso

O que é:São pequenas áreas de aspecto diferente do padrão aprovado.

Prováveis causas: Entupimento da retícula do clichê em determinadas áreas.

Defeito (talvez batida) no anilox.

Sujeira (fiapos, pedaços de fita adesiva) que podem estar grudados no clichê.

Se a mancha mudar de lugar, é provável que há alguma sujeira ou fita no tambor central ou contra pressão.

Batidas ou algum outro dano no tambor central ou contra pressão de impressão.

No caso de corrugados, o problema pode estar relacionado à espuma que normalmente se forma em tintas à base de água.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Limpeza do clichê.

Verificação do anilox e troca caso se detecte algum defeito.

Verificar e limpar o tambor central ou contra pressão de impressão.

Caso haja algum dano no tambor central ou contra pressão, deve-se evitar a retífica do mesmo ou o lixamento da área, pois podem causar deformações na superfície do metal, a não ser que este seja antigo e com muitas marcas. Em tambores novos pode-se fazer um trabalho de retoque, quer dizer, tampar os furos ou riscos com algum metal mais macio, ele-trodeposição ou uma massa plástica bem fina. Tudo isso é um paliativo e alguns podem dar um excelente resultado, porém tudo deve ser feito com muito cuidado e por pessoal especializado.

No caso de espumas, deve-se corrigir o pH da tinta à base de água e/ou adicionar aditivos anti-espumante.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 210: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

210 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

10 – Blocagem (blocking)

O que é:O filme impresso e bobinado cola no verso do filme tornando inviável o uso da bobina, pois em graus extremos o filme nem desbobina, formando um bloco. Pode ocorrer em graus diferentes, com maior ou menor intensidade. O menor grau é chamado de “decalque” e tem a mesma fonte de causa (ver item 8).

Prováveis causas: Em geral, a blocagem tem como causa raiz a má secagem da

tinta ou verniz, que pode ser da máquina ou da própria tinta.

Temperaturas de secagem (final e entre cores) fora do especificado ou abaixo do necessário para secar a tinta.

Falta de resfriamento do tambor central. Falta de resfriamento da calandra de resfriamento na saída da impressora causando um embobinamento a quente do filme impresso.

Tinta com balanceamento ruim da secagem ou tinta muito retardada em relação a velocidade da impressora.

Excesso de tensão de embobinamento também pode causar a blocagem.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Checar todo sistema de secagem: entre-cores, secagem final e calandras

de resfriamento. Verificar temperatura e se estão funcionando ou não.

No caso do entre cores, se o sistema de exaustão e abertura de ar está correta ou não.

Fazer balanceamento da secagem da tinta de modo a compatibilizar a velocidade da impressora com a tinta. A tinta que roda a 150m/min não é a mesma que roda a 250m/min. Maior velocidade, tinta mais acelerada.

Regular a tensão de desbobinamento e embobinamento. Checar também se as células de carga e controladores de tensão estão funcionando corretamente.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 211: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 211

Problemas & Soluções

11 – A tinta arranca as fibras do papel

O que é:Problema que ocorre na impressão de corrugados e auto-adesivos de papel. Nesse caso a tinta age como uma cola arrancando as fibras do papel.

Prováveis causas: Tack (pegajosidade) da tinta muito alto.

Soma das tintas nas áreas de máxima está muito alta (acima de 300% no caso de papel)

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: A tinta precisa ser diluída com solvente dela ou acertado

o tack com resinas apropriadas de sua formulação.

Baixar a soma do valor tonal para 270% ou 280%.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 212: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

212 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

12 – Moiré no impresso

O que é:Na sobreposição da retícula aparece o fenômeno do moiré. Às vezes acontece inclusive na tinta branca.

Prováveis causas: Ângulo da retícula do clichê menor que 30º que é o recomendado.

Anilox com lineatura menor que 3 vezes a lineatura do clichê.

Quando se utilizam dois brancos chapados com as bordas em degradê, pode acontecer que uma tinta arranque a outra exatamente na área de retícula. Quando os pontos saem, deixam um pequeno furo no lugar do ponto da retícula que contrasta com a outra retícula do branco e isso causa o visual do moiré.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Conferir e corrigir todos os ângulos da retícula para que fiquem separa-

dos em 30º. A exceção é o amarelo que em relação às outras pode ficar em 15º, pois é um cor clara (embora o moiré exista, o olho humano não é capaz de perceber).

Evitar lineatura de anilox e lineatura do clichê menor que 4 x 1. O ideal é uma proporção de 5 x 1.

Quando o problema é entre dois brancos, por exemplo, deve-se acertar a secagem da tinta. A primeira cor deve ser mais secativa que a segunda.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 213: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 213

Problemas & Soluções

13 – Riscos no impresso

O que é:Linhas verticais ou horizontais aparecem no impresso. É mais comum linhas verticais que seguem o sentido longitudinal do material.

Prováveis causas: Se o risco vertical é em apenas uma cor, então pode ser a faca do

sistema doctor blade com dente ou com pequena quebra, ou o próprio anilox que está riscado. O clichê também pode ter um risco.

Se o risco vertical está em todas as cores, pode ser que o material, antes ou depois de impresso, esteja passando por algum rolete fixo porque travou o rolamento, ou a passagem do mesmo está errada.

Quando o risco for horizontal, a causa pode ser um risco de estilete ou outro objeto cortante no tambor central ou contra pressão.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Conferir faca, anilox clichês. Não há outro meio a não ser trocar o item

que está defeituoso.

Conferir o percurso do material na máquina e descobrir o ponto onde o risco começa. Se for um rolete travado, deve-se corrigir, e fazer o mesmo no caso de uma passagem errada.

No caso de risco no tambor central ou contra pressão será necessário reparar o dano de forma especial (veja as dicas no item 9 – Manchas e borrões no impresso).

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 214: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

214 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

14 – Entupimento da retícula

O que é:Durante a impressão acumulam-se pequenos pontos de tinta nas áreas de retícula.

Prováveis causas: Tinta muito secativa e que não se transfere toda para o material a ser impresso.

Excesso de carga do anilox. O anilox está superdimensionado em relação à capacidade do clichê. Assim, o anilox passa mais tinta do que o clichê é capaz de transferir. A cada volta um pouco de tinta se acumula sobre a retícula, até começar a transferir o acúmulo, que está junto aos pontos de retícula, para o substrato.

Esse defeito é comum também quando na borda de chapados há um degradê. Como normalmente é usado um anilox com muita carga de tinta para cobrir a área, a retícula, o excesso de tinta sobre a zona de chapado sobre o clichê acaba indo se acumular na retícula do degradê.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Acertar a secagem da tinta em relação à velocidade de máquina.

No caso de excesso de carga do anilox, trocá-lo por outro com volume menor.

Quando imprimir chapados com degradês será necessário diminuir a lineatura da retícula do clichê. Ao mesmo tempo também pensar em uma tinta com maior poder de cobertura e anilox com menor volume. Outra idéia é separar em dois clichês (um para o chapado e outro para a retícula), quando isso for possível e vantajoso.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 215: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 215

Problemas & Soluções

15 - Ganho de ponto excessivo

O que é:O ponto no impresso está muito maior que o padrão. É importante enten-der também que o ganho de pontos sempre ocorrerá e deve ser conhecido e controlado durante todos os processos de produção (confecção do clichê e impressão). O problema acontece quando o ganho é excessivo, quer dizer, além do que era conhecido e controlado.

O tamanho original do ponto é indicado pelo círculo vermelho. O que passar é ganho de ponto

Prováveis causas: Excesso de pressão de impressão.

Excesso de tinta.

Desgaste da retícula do clichê.

Se o ponto estiver ovalizado no sentido longitudinal, a provável causa é que o diâmetro primitivo da engrenagem está fora. Os dentes da engrenagem podem estar gastos. Clichê com espessura acima ou abaixo do normal. Dupla-face com espessura acima ou abaixo do normal.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Reajustar a pressão de impressão, ver se há excesso de tinta e corrigir.

Se houver um desgaste da retícula do clichê, será necessário trocá-lo.

Quando o diâmetro primitivo estiver fora, deve-se corrigir atacando a causa raiz como engrengem, dupla-face ou mesmo o clichê.

Veja o capítulo 3 – Pré impressão de flexografia sob o tópico ganho de pontos e como corrigi-lo.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 216: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

216 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

16 - Marcas de engrenagem

O que é:Também conhecidas como costelas em alguns lugares, são marcas horizontais que deixam zonas claras e escuras na imagem impressa.

Prováveis causas: Em geral estão associadas ao desgaste do sistema de engrenagens

da máquina: porta-clichês, anilox, tambor central/contra pressão.

Outro fator pode ser folga mecânica no conjunto impressor.

Cilindro porta-clichês desbalanceado ou excêntrico.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Revisar todo o conjunto de engrenagens, rolamentos,

casquilhos e trocar os que estiverem gastos ou defeituosos.

Ajustar folgas mecânicas e fazer o balanceamento de cilindros porta-clichês.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 217: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 217

Problemas & Soluções

17 - Fotografia (fantasma)

O que é:Este defeito de impressão tem a aparência de uma imagem fraca sobre áreas de traços grossos e chapados. A Fotografia ou fantasma possui sempre a mesma sombra de cor e é mais comum sua visualização em cores escuras, embora o efeito possa aparecer em qualquer cor.

Prováveis causas: Às vezes esse defeito é associado a baixo volume de anilox.

Tinta muito secativa.

Ar sobre o anilox.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Mudar anilox para um com maior volume de tinta.

Retardar a secagem de tinta.

Verificar se não há excesso de ventilação e se a mesma está sobre o anilox fazendo secar a tinta dentro dos alvéolos.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________ ________________________________________________________________

Page 218: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

218 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

18 - Chapado sem cobertura ou furando

O que é:Chapados ou áreas de traços grossos não possuem uma uniformidade na impressão. É como se o chapado possuísse retícula.

Prováveis causas: O uso de dupla-face macio demais para

chapados pode ocasionar esse defeito.

Anilox com pouco volume.

Superficie do clichê apresenta tendência de repelir a tinta, especialmente as à base de água. Isso pode acontecer se não tiver sido dado o acabamento do clichê corretamente.

Viscosidade alta da tinta.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Usar dupla-face mais rígido em chapados e traços grossos.

Trocar anilox por um com maior cobertura.

Trocar clichê com acabamento correto.

Diluir a tinta para facilitar o espalhamento sobre a superfície do clichê.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 219: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 219

Problemas & Soluções

19 – Mudança de contraste durante a produção

O que é:O contraste da imagem impressa, quer dizer, a diferença entre as áreas claras e escuras, muda, normalmente passando para cores mais escuras.

Prováveis causas: Variação da força da cor da tinta em decorrência do aumento da viscosidade.

Desgaste natural do clichê em longas tiragens. Os pontos ficam maiores, aumentando assim a área coberta, especialmente nas mínimas áreas de retícula, achatando a imagem.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Acertar e manter a viscosidade ao longo da tiragem.

Trocar o clichê deficiente.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Imagem normal Contraste alterado depois de altas tiragens

Page 220: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

220 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

20 - Pontos da retícula falham (missing dots)

O que é:Pequenos pontos na área de retícula não imprimem. Normalmente em áreas claras ou de médios tons na imagem.

Prováveis causas: Desgaste natural do clichê em longas tiragens. O efeito ocorre mais

nas áreas de mínima porque os pontos são mais frágeis nessas áreas.

Arrancamento no momento de limpeza do clichê por parte do operador. Talvez tenha usado uma escova muito agressiva.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Trocar o clichê e fazer levantamento de quanto dura um clichê por produ-

ção. Se for o caso manter clichês reservas. Se o desgaste do clichê for pre-maturo, então deve-se avaliar as condições em que foram feitos na clicheria.

O operador deve ser muito cuidadoso na limpeza dos clichês. Convém avaliar o tipo de escova que se está usando. Uma sugestão é utilizar escova para cabelo de neném, que é bem macia.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 221: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 221

Problemas & Soluções

21 - A tinta perde (ou muda) a cor depois de impressa

O que é:Dias ou até mesmo horas depois da impressão algumas cores mudam ou esmaecem. O efeito aparece também depois de exposição à luz.

Prováveis causas: Normalmente esse defeito está associado à falta de resistência à

luz do pigmento utilizado na formulação da tinta. Deve-se, então, conferir o grau de resistência à luz do pigmento utilizado.

Outra provável causa é a utilização de resinas com cadeias aromáticas como as fumáricas, fenólicas e alquídicas que tendem a amarelar cores, como, por exemplo, o branco.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Trocar o pigmento por outro mais resistente à luz.

Trocar a resina por resinas de sistema alifático como as de nitro celulose.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Cor normal Neste exemplo o magenta perdeu a cor

Page 222: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

222 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

22 - Variação de COF

O que é:O COF (Coeficiente de Fricção) também chamado de deslizamento do material que varia durante a produção. Pode ficar alto ou baixo em relação ao padrão.

Prováveis causas: Desequilíbrio na extrusão do material plástico (polietileno, polipropileno).

Pode ser também que a tinta esteja roubando o aditivo (deslizante) do material, deixando-o, assim, com COF mais alto.

O contrário também é verdadeiro, ou seja, o material pode roubar deslizante do material.

A própria tinta pode estar desbalanceada causando um COF maior ou menor.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Caso o problema esteja no material, deve-se refazê-lo corrigindo a falha.

Se for a tinta, então deve-se trocá-la por outra com formulação correta ou corrigir a que está em máquina.

Se o material já estiver impresso e o problema surgir horas depois da impressão, então pode-se tentar aplicar um verniz ou uma substância que abaixe o COF do material.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Aparelho para medir o COF

Page 223: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 12 – Problemas e Soluções – 223

Problemas & Soluções

23 - Impressão sem brilho (fosca) – Blushing

O que é:O impresso tem aspecto fosco e sem brilho, embora não tenha mudado a cor.

Prováveis causas: Se estiver usando verniz na última cor,

pode ser que o mesmo esteja muito diluído.

Se não possui verniz, a própria tinta está desbalanceada.

Calandra final de água gelada pode estar desligada. Para que o brilho ressalte é importante que o material tenha um choque térmico quando chega quente à calandra.

Tinta com secagem muito acelerada. Quando o solvente evapora muito rápido ele rouba calor da superfície da película de tinta que seca antes de as moléculas se acomodarem, gerando uma característica esbranquiçada no impresso.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Verificar viscosidade e condições de diluição do verniz.

Verificar as condições de todas as tintas ou daquelas que estão apresentando o problema.

Conferir se as todas as calandras de água gelada estão ligadas ou se estão funcionando normalmente e corrigir caso não estejam.

Verificar e corrigir secagem da tinta deixando-a mais retardada.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Page 224: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

224 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Prob

lem

as &

Sol

uçõe

s

24 - Código de barras não lê

O que éDepois de impresso o aparelho de teste do código de barras acusa erro. Esse problema é mais comum na flexografia que em outros processos de impressão devido às características de tinta líquida e secagem rápida, clichê flexível e em alto relevo.

Prováveis causas Excesso de pressão de impressão ou de entintagem.

Excesso de tinta ou tinta com viscosidade alta que suja o clichê e, conseqüentemente, a impressão.

Desgaste prematuro do clichê.

Amassamento devido ao posicionamento do código de barras paralelo ao eixo do cilindro, o que aumenta as barras.

Baixo contraste da barra em relação ao fundo.

Acrescente aqui sua provável causa: _________________________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: Regular a pressão de impressão e de entintagem.

Verificar viscosidade da tinta.

Se o clichê estiver desgastado, será necessário trocá-lo.

Outro recurso importante e que deverá ser visto na elaboração da arte, é colocar o código de barras com as barras no sentido longitudinal de impressão, como vemos na figura acima.

Se o problema for contraste entre a barra e o fundo, então deve ser levado ao cliente e deve-se então mudar as cores para aquelas sugeridas pelos padrões nacionais e internacionais para os códigos de barras.

Acrescente aqui sua possível solução: _______________________________________________________________________________________________

Sentido longitudinal que facilita a impressão e evita problemas de leitura

Sentido paralelo ao eixo do cilindro e com sujeira que pode dificultar a leitura

Page 225: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Capítulo 13 – Glossário – 225

Glossário e termos técnicos em flexografiaAcabamento superficial O processo em que o impresso é coberto por verniz (U.V. ou não) ou laminado com um filme transparente de polímeros.

Ângulo da retícula

Com pontos de retícula de forma alongada, o ângulo que o eixo principal cria em relação à direção de referência. Com pontos de retícula de forma redonda ou quadrada, o ângulo menor dado pelo eixo da retícula em relação à direção de referência. Os valores são dados em graus. A direção na qual correm os pontos de meio-tom como resultado do posicionamento da retícula durante a conversão de arte em tom contínuo para filme em meio-tom.

AntiespumanteUm aditivo utilizado na tinta que impede ou elimina a formação de espuma de um líquido ou dissolve a espuma que já tenha se formado.

AglutinanteO componente adesivo de uma tinta, normalmente presente na fórmula da resina; veículo da tinta. Em papel, com-ponente adesivo utilizado para aglutinar o enchimento inerte, como argila, à folha, ou para aderir firmemente (segu-ramente) fibras curtas ao papel ou cartão.

Alongamento Deformação longitudinal resultante de tensão por estiramento.

Áreas de Imagem A área de impressão que transfere tinta ao substrato. A área impressa de uma superfície receptora.

Área de balanço de gris

Área de controle numa tira de controle, composta de áreas de ponto intermediárias de cyan, magenta e amarelo, cujas áreas de ponto estão em balanço de gris no filme.

Área de ponto (valor tonal)

Em um impresso reticulado a percentagem da superfície, coberta por um filme de tinta de uma cor única (a disper-são da luz no substrato e outros fenômenos óticos são ignorados).

Auréola (halo)Uma linha de luz em volta de um objeto cercando uma imagem, produzido por técnica ou por condições adversas no local da confecção de filmes (fotolitos). Pode interferir no resultado final de impressão.

Balanço de cinza (gris) O balanço entre as cores cyan, magenta e amarelo que se requer para produzir um cinza neutro.

Banco de imagensConjunto de imagens para reprodução que podem ser disponibilizadas imediatamente através de compra por catá-logos. O cliente recebe ou um original físico para ser escanerizado ou um arquivo eletrônico com a imagem em alta resolução, com restrições estabelecidas de direito autoral para usos específicos.

Base da clichêA parte do clichê que sustenta a imagem em relevo da chapa. A base é calculada subtraindo-se o relevo da espes-sura total da chapa.

BitmapA imagem digitalizada que está mapeada dentro de uma rede de pixels. O computador atribui um valor para cada ponto de um bit de informação (preto ou branco), a quantidade de 24 bits por ponto para imagens coloridas. Formato de arquivo gráfico composto por uma matriz de pontos.

Bold Negrito, estilo de letra usado para destacar textos.

Boneco Montagem que reflete a forma final de um impresso.

Box Área que delimita a inserção de elementos gráficos.

Bureau (se lê “Birô”) Uma agência de serviços especializada em “dar saída” a trabalhos feitos em softwares na imagesetter.

Bypass Desvio, atalho, passagem secundária.

Calibração Regula um equipamento na medida de um modelo para produzir resultados perfeitos.

Camisas porta-clichês

Também chamados de sleeves, são tubos feitos com materiais sintéticos diversos onde o clichê é colado. Depois a camisa (tubo) é encaixada em eixo chamado de mandril na impressora.

CIE (Commission Internationale de l’Eclairage)

O grupo internacional que desenvolveu os padrões de definição de cores.

Cilindro porta clichês Cilindro de uma impressora no qual o clichê é montado. (veja também “camisas porta-clichês”).

Caracteres Letras, numerais e sinais gráficos individualizados.

Cartão Folha de papel espessa com mais de 180 g.

Page 226: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Glo

ssár

io

226 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

Cartão duplex Cartão de duas camadas comumente utilizado em caixas.

CCD (Charge Coupled Device) Um mecanismo usado em scanners para converter luz em carga elétrica.

Chapado Área de impressão que recebe 100% de tinta ou superfície ampla de cor.

Cyan (ciano)Comumente chamado de azul, cor utilizada na composição da escala cromática CMYK. Necessária para impressão em quatro cores (quadricromia).

Clip Art “Arte pronta” para uso em documentos, que vem com programas ou adquirida de bancos de imagens.

CMYK Cyan, magenta, amarelo e preto. São as cores básicas usadas no processo de impressão.

Corante Substância química totalmente solúvel em solventes (álcool, acetatos) com alto poder tintorial.

Colorímetro Instrumento de medição (por transmissão ou reflexão) que informa valores tristímulos.

Compressão Redução do campo de uma imagem.

ContrasteA relação (ou diferença) entre as áreas de luzes e sombra de uma imagem. Grau de gradação tonal entre as áreas mais claras e as mais escuras.

Convertedor A indústria que transforma a matéria-prima (papel, plásticos e alumínio) em embalagens impressas ou não.

Cópia fotográfica Cópia obtida em papel fotográfico a partir de um negativo colorido ou p&b.

Cor acromáticaCor destituída de tonalidade, como preto e cinza. Para objetos de transmissão também se usa a descrição ausência de cor ou cor neutra.

Cor cromática O inverso da cor acromática.

Cor de processo (impressão de quadricromia)

Amarelo, cyan, magenta e preto.

Cor primária Cores de reprodução individual das tintas amarelo, magenta e cyan.

Cor secundáriaResultado da mistura de duas cores primárias: laranja (vermelho e amarelo), violeta (vermelho e azul) e verde (ama-relo e azul).

Cor terciária Cores obtidas pela mistura de duas cores secundárias: laranja-verde, verde-violeta, violeta-laranja.

Cores de escalaPadrão de impressão offset: cyan (C), magenta (M), amarelo (Y) e preto (K). A combinação destas quatro cromias reproduz toda a gama de cores.

Cores frias Azul, verde e violeta.

Cores quentes Amarelo, vermelho e laranja.

Correção de corO processo de ajuste de uma imagem para compensar as deficiências do scanner ou dos equipamentos de geração de filmes.

Correção de tom A correção dos valores tonais numa imagem, normalmente ajustada pelas curvas de tons.

Cromalin®Marca registrada da Dupont que é uma prova de cores para simulação do resultado da impressão efetuada a partir de um jogo de fotolitos ou digitalmente.

Cursiva Tipo de letra que se assemelha à escrita manual.

Decalque Designa transferência indesejável de tinta da superfície impressa para outra folha.

Default Método ou valor padrão que um computador define para processar uma informação.

Definição Refere-se ao grau de definição de uma imagem.

Delaminação Separação parcial ou completa das camadas de um laminado.

Degradê Gradação obtida em um ou mais tons.

Densidade relativaValor de densidade do qual foi subtraída a densidade da base transparente do filme de separação de cores ou da base do substrato de impressão não impresso.

Densitômetro de reflexão

Reflectômetro que mede a densidade de reflexão sob condições geométricas e espectrais específicas, assim como descrito em ISO 5/4 e 5/3.

Densitômetro de transmissão (ou transmitância)

Instrumento ótico que mede a densidade de transmissão sob condições geométricas e espectrais específicas.

Desenho a traço Arte executada com traços chapados.

Direct-to-plate (Direto-à-forma) Exposição direta da imagem diretamente na forma de impressão sem o uso de filme intermediário.

Page 227: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Glossário

Capítulo 13 – Glossário – 227

Direct-to-press (Direto-à-impressão)

Eliminação do filme intermediário e formas de impressão por transferência direta dos dados da imagem para cilin-dros de impressão na própria impressora.

Dmax (Densidade máxima) O ponto de máxima densidade em uma imagem ou original.

Dmin (Densidade mínima) O ponto de mínima densidade em uma imagem ou original.

Dpi (Dots per inch) Pontos por polegada. Medida de resolução de uma imagem produzidos por impressoras ou monitores.

Drum scanner (scan-ner cilíndrico) Processo de “escaneamento” de uma imagem, em que os originais são fixados num cilindro rotativo.

Dye sublimation (Sublimação da tinta)

Um processo de impressão que usa pequenos elementos “quentes” para evaporar pigmentos do filme impresso, depositando estes suavemente no substrato.

Emulsão Camada foto sensível na superfície de um substrato (filme).

Entrelinha Em um texto, é a medida do espaço entre uma linha e outra.

EPS (Encapsulated PostScript)

Um formato de arquivo usado para transferir imagens PostScript de um programa para outro. Um padrão para desenho, imagem ou uma página completa de layout, permitindo classificar-se em outro documento.

Escala de Cores Tabela impressa que contém diversas combinações de tonalidades de cores da escala cromática (CMYK).

Espacejamento Em um texto é o espaço que determina a distância de uma letra à outra.

Espaço de cores CIELAB

Espaço retangular de cores, formado pelas coordenadas de cor L*, a*, b* e se referem às propriedades de luminosi-dade, tom e saturação da cor.

Família de fontesTodas as variações de qualquer tipologia. Por exemplo: Arial, Arial Condensed e Arial Bold pertencem todas a uma mesma família de fontes.

Fio Elemento gráfico (linha fina) utilizada nas bordas de fotos, páginas, box etc.

Filme de ponto duro

Filme de separação de cores com pontos de retícula, que permite uma reprodução confiável para duplicação de filmes e matrizes de impressão.

Filme mate (fosco)Material transparente coberto com uma substância foto-sensível e que, diferentemente de outros filmes possui o lado da camada uma certa “porosidade” para facilitar a saída do ar de entre o filme e o fotopolímero.

Fonte Conjunto completo de todos os caracteres, incluindo tipologia, peso e tamanho.

Formato Expressa a dimensão de um documento ou impresso.

Formato de papel

Termo que indica as dimensões de uma folha de papel expressas em centímetros ou polegadas. Pelo padrão DIN (Deutsche Industrie-Normem) o formato base A0 é uma folha retangular de papel com uma área de 1 m² (841 X 1189 mm). Os formatos derivados (A1, A2 etc) são decorrentes da dobra do papel A0. No Brasil, adotaram-se os for-matos AA (ou 2A) - 76 X 112 cm, BB (ou 2B) - 66 X 96 cm e AM - 87 X 114 cm, com seus formatos derivados.

Formato refilado Formato final de um impresso após o refile.

Gamut Refere-se ao maior intervalo de cores possível de reproduzir em um determinado sistema de cores.

Ganho de ponto (aumento do valor tonal)

A diferença entre a percentagem da área de ponto no impresso e no filme de separação de cores.

Ganho de ponto (Dot Gain) Efeito de impressão em que os pontos de impressão aumentam de tamanho causando cores ou tons mais escuros.

Gerenciamento de cores Processo de compatibilização de cores em cada uma das etapas do processo de reprodução.

GIF (Graphics Interchange Format) Formato gráfico largamente utilizado na Web porque cria imagens de tamanho relativamente pequeno.

Gramatura Gramagem, é o peso de qualquer papel expresso em gramas em uma área de 1 m².

Granulação Efeito, as vezes indesejável, ocorrido quando se amplia exageradamente uma imagem.

Gravadora de filme (Imagesetters)

Aparelho de gravação de filmes. No Brasil é mais comumente chamado de “Imagesetter”. O aparelho grava dados digitais (imagens e textos) em filme por meio de um ou múltiplos raios de luz intermitentes.

Ilustração Termo geral para qualquer tipo de desenho manual ou eletrônico.

Imagesetter Equipamento que gera filmes (fotolitos, papéis ou chapas) a partir de arquivos eletrônicos.

Impressão chapada Impressão em que 100% da área considerada é coberta por tinta. Também chamada de área sólida.

Page 228: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Glo

ssár

io

228 – FLEXOGRAFIA: Manual Prático – Eudes Scarpeta

ISO (International Organization for Standardization)

Órgão Internacional para normalização. O TC 130 (comitê técnico) é o que estuda normas para a área gráfica.

InterpolaçãoEm uma imagem é a manipulação do contexto, isto é, o aumento de uma resolução de imagem por meio do aumento de novos pontos por toda a imagem, as cores das quais são baseadas nos pontos próximos.

JPEG (Joint Photographic Experts Group)

Formato que permite alta taxa de compressão, porém mantendo a integridade do arquivo.

Kerning Ajuste estético do espaço entre letras.

Layout Print que simula o trabalho final para aprovação do cliente.

Largura da retícula O inverso de lineatura da retícula. A unidade é o centímetro (cm).

Legível Ver “orientação de imagem”.

LineaturaMedida linear que indica o número de linhas de pontos por centímetro ou polegadas. Expressa em LPC (Lines per Centimeter) ou LPI (Lines Per Inch).

Lineatura da retícula (freqüência da retícula)

A freqüência espacial da distribuição dos pontos de retícula ao longo do seu eixo. A unidade é o centímetro recípro-co, (cm-1).

Lpi e Lpcm Linhas por polegada ou Linhas por centímetro. Unidade de medida para retículas.

Mandril Um eixo sobre o qual são montados ou fixados os cilindros ou outros dispositivos.

Moiré (Lê-se moarê)

Interferência padrão repetitiva causada por sobreposição simétrica dos pontos ou linhas da retícula tendo diferentes intensidades ou ângulos. Interferências típicas podem ser observadas entre dois filmes reticulados, ou entre um filme reticulado e um elemento estruturado do sistema de impressão, por exemplo: rolos anilox, cilindros de roto-gravura, tela serigráfica.

Monocromia Cor única. Uma imagem ou amostra em preto e branco ou de outra cor qualquer.

Negativo Imagem fotográfica disposta em meio transparente. Valores de luzes e sombras expressos inversamente.

Negrito Bold, letras com traços mais grossos para destaque de textos.

Orientação da emulsão do filme Orientação de um filme de separação de cores relativa ao lado da emulsão vista pelo observador.

Orientação da imagem

Os conteúdos das imagens são referidos como legíveis (ao contrário de ilegíveis), se o texto aparecer como se pre-tende que seja lido e se as imagens estiverem na orientação como se pretende que sejam vistas pelo usuário final. Deve-se especificar a orientação da emulsão para cima ou para baixo, quando houver referência à orientação da imagem no filme.

PantoneTabela de cores padronizada que associa cada cor a um código específico. A letra C significa Coated, isto é a apli-cação da cor sobre papéis com cobertura como o couché; e U representa essa mesma cor sobre papéis Uncoated, sem cobertura especial.

Passo da fotocélula medida entre uma fotocélula e outra usada na máquina de envase para cortar cada embalagem.

PDF (Portable Document Format)

Um formato de arquivo desenvolvido pela Adobe que facilita a conversão de documentos gráficos pesados (requer o software Acrobat) em arquivos leves para serem lidos com a ajuda do Acrobat Reader (plug-in dentro do site da Adobe).

PixelDenomina um elemento de imagem. É a menor área (retangular) que configura uma imagem. Vem das palavras Picture Element, às vezes é abreviado PEL.

pH O grau de acidez ou alcalinidade medido em uma escala (de 0 a 7 é ácido; de 7 a 14 é alcalino e 7 é neutro).

Polaridade do filme (positivo ou negativo)

É positiva, se as áreas transparentes e sólidas corresponderem às áreas não impressas e impressas, respectiva-mente. É negativa, se as áreas transparentes e sólidas corresponderem às áreas impressas e não impressas, res-pectivamente.

Positivo Reprodução que corresponde exatamente ao original. Oposto ao negativo cujos valores de tom são invertidos.

PostScript e True Type

Formatos de fonte. Ambas usam funções matemáticas só que de diferentes tipos. O formato é interpretado por RIPs, que calculam o bitmap correto para representar esse formato no monitor ou impressora usada.

PrepressNo Brasil convencionou-se a chamar a etapa de pré-impressão com o nome em inglês. Conjunto de atividades entre a etapa final da produção de originais (artes finais) e a impressão, podendo abranger scanner, fotolitos, provas de cor e chapas.

Prova de impressora (ou de máquina):

Impressão gerada por uma máquina impressora (de produção ou de prova), cuja finalidade é demonstrar o resul-tado do processo de separação de cores, de tal forma que simule aproximadamente os resultados na máquina de impressão de produção.

Page 229: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Glossário

Capítulo 13 – Glossário – 229

Prova fora de impressora (ou de máquina):

Impressão gerada por um método distinto da impressão, cuja finalidade é demonstrar o resultado do processo de separação de cores, de tal forma que simule aproximadamente os resultados na máquina de impressão de pro-dução. Também conhecida como prova artificial ou de pré-impressão. Em geral para flexografia não serve como padrão de cores.

Resolução A medida de quão detalhada é uma imagem.

RetículaSistema de pontos que viabiliza a impressão. A grosso modo, transforma as imagens de tom contínuo de um origi-nal em imagem em meio tom, reproduzindo também as imagens a traço.

RGBCores aditivas ou luzes. Reprodução das cores no monitor. A partir do Red, Green e Blue (vermelho, verde e azul, respectivamente) é composta toda a gama de cores.

RIP (Raster Image Processor)

Programa ou equipamento utilizado para converter arquivos eletrônicos de imagens em uma seqüência de pontos para formação da retícula.

RosetaO padrão criado quando há a sobreposição da impressão das cores tradicionais formando assim um desenho circu-lar de pontos que lembram uma rosa.

Rough (lê-se Rafe) Esboço feito para dar idéia de como será o impresso.

Saída Termo que designa gerar um fotolito em uma imagesetter, por exemplo.

SangriaÁrea do impresso que será posteriormente cortada pela guilhotina. Quando não se deseja nenhum tipo de margem ou área em branco.

ScannerEquipamento para digitalizar um original, capturando as nuances que compõem a imagem através de sensores de luz, traduzindo os padrões claros e escuros em sinais digitais.

Separação de cores

A divisão de uma imagem das cores para impressão. Cada cor é representado num filme e linhas de pontos (retícu-la) em ângulos específicos.

Serifa Refere-se aos pequenos filetes nas extremidades das hastes de algumas fontes.

Soma do Valor Tonal

A somatória da porcentagem máxima das cromias. Assim, uma imagem impressa em quatro cores (amarelo, magenta, cyan e preto) pode chegar no máximo a 400%. No entanto os valores devem ser dimensionados para cada tipo de serviço, sistema de impressão e principalmente do substrato a ser impresso.

Sombras As áreas mais escuras da imagem quer ela seja em preto e branco quer seja a cores.

Squash Nome que se dá ao resultado do esborrachamento do ponto do clichê depois de impresso.

Substrato de impressão

O material derivados da celulose, metálicos, plásticos ou outros, contendo a imagem impressa. O substrato é forne-cido em folhas ou em bobinas.

System Pallete A coleção de 256 cores de usada pelos computadores em monitores de 8 bit.

Template Arquivo que possui atributos pré-definidos.

Texto justificado ou blocado Textos alinhados em ambos os lados da diagramção.

TIFF (Tagged Image File Format)

Um formato de arquivo usado para representar preto e branco, escala de cinza ou imagens coloridas em bitmap, particularmente aquela produzidas em scanner.

Tira de controleArranjo unidimensional de áreas de controle composta de elementos gráficos para controles visuais e dimensionais da impressão.

Traço Arte composta de pretos e brancos sem nuance de tonalidades.

Transparência A propriedade de um filme de tinta de transmitir e absorver luz sem dispersão.

Trapping Recurso utilizado para sobreposição entre áreas de cor para compensar problemas de registro de impressão.

Tripping Emenda para corrigir pequenas incorreções em um fotolito.

Vazado Texto ou traço aplicado sobre fundo a cores, deixando à mostra o branco do papel ou a cor de base.

Valor tonal Ver “área de ponto”.

Page 230: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Expediente

Edição: Bloco de Comunicação

Supervisão: Marcos Palhares

Projeto Gráfico e Direção de Arte: Carlos Gustavo Curado

Revisão: Eunice Fruet

Impressão: Prol Editora Gráfica

Fotos: André Godoy (Studio AG), divulgação e arquivos do autor e da editora

Impresso em papel couché Lumimax 115g/m² da VCP – Votorantim Celulose e Papel

Page 231: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Para a realização desse livro, contamos com a participação e apoio das seguintes instituições e empresas:

®

Page 232: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

As necessidades diárias na indústria flexográfica estão ficando cada vez

mais complexas. Produtividade, qualidade e tempo são parâmetros que não

podem ser comprometidos. Em situações assim, ter ao seu lado um parceiro

que ajude a encontrar soluções é essencial.

As chapas Asahi SH e DSH são a solução para as exigências cada vez mais

freqüentes do seu dia a dia.

DESCOBRINDO SOLUÇÕES

Uma nova solução para um problema difícil.Uma nova solução para um problema difícil.

Fale conosco. Nós somos a solução que você quer descobrir. [email protected]@uol.com.br

www.asahi-afp.com

Tecnologia japonesa

Page 233: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 234: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 235: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 236: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 237: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 238: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 239: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 240: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 241: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 242: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 243: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam
Page 244: institutodeimpressao.org€¦ · Agradecimentos Pode parecer fácil, mas agradecer não é algo tão simples. Muitas pessoas ajudaram sobremaneira. Outros não perceberam que estavam

Há muito tempo me perguntam onde encontrar informações

sobre fl exografi a no Brasil. Infelizmente, quase sempre as in-

formações disponíveis estão em outros idiomas, nem sempre

acessíveis à maioria dos trabalhadores de nossa área. Agora

esta carência está resolvida. Flexografi a – Manual Prático não

apenas é uma abordagem completa sobre fl exografi a, como

também é sufi cientemente profunda, com uma linguagem clara

na forma de perguntas e respostas que abordam a maioria dos

tópicos relevantes. Este livro confi rma a tendência do Brasil se

colocar na vanguarda técnica, demanda de um setor que exige

qualidade, produtividade, confi abilidade e, consequentemente

profi ssionais sempre atualizados.

Em outras palavras, Flexografi a – Manual Prático é um livro

fundamental a todo profi ssional ou empresa que necessita de

informações precisas e confi áveis.

Wilson Paduan