afropoemas, biblioteca do ceu 3 pontes, nov 2013
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AFRO
POEMAS
nov 2013
organização:- PIÁ (Programa de Iniciação Artística)- Biblioteca CEU 3 Pontes- Sarau AfroBiblioBrasileiro- Projeto OFICINATIVA- AfroEscola Laboratório Urbano
Biblioteca do CEU 3 Pontes
organização:- PIÁ 3 Pontes (Programa de Iniciação Artística)www.artedepia.blogspot.com.br- Biblioteca CEU 3 Pontes11 3397 6432 - Projeto OFICINATIVAwww.oficinativa.blogspot.com.br- AfroEscola Laboratório Urbano
iniciativa:- Odé Amorim (artista / educador do PIÁ, [email protected], [email protected])- Madeline Cecim (Bibliotecária do CEU 3 Pontes, [email protected])- Claudia Silva (coordenadora de projetos da Biblioteca do CEU 3 Pontes, [email protected])
Mais um ano, mais uma edição de nosso concurso solidário AfroPoemas. Estamos
felizes pelas diversas / variadas participações e reflexões em relação a esse
tema. Comemoramos os avanços mas temos consciência que ainda falta muito para que possamos dizer que existe a tão
desejada IGUALDADE.
Seguimos atent@s e lutador@s!!!
AfroAbraços
Odé Amorim
Texto da primeira publicação AfroPoemas, em novembro de 2011 (ainda atual):
“É crescente a necessidade de falar sobre temáticas sociais que ainda hoje são nós pessoais e coletivos naconstituição psicológica de nossa nação. E se conseguimos fazê-lo por caminhos artísticos / poéticos,acreditamos que tais debates e reflexões podem experimentar processos e resultados impressionantes.Essa foi justamente a proposta do concurso solidário AfroPoemas e agora apresentamos a publicação que nos dá muito orgulho. E certamente vontade de fazer outras...”
Sinhá sabe, sinhá viuNavio Negreiro mudouDe nome e tamanhoAqui no Brasil
Esse Navio NegreiroNão tem porão.Alias, nem água tem,Movimenta-se com rodas.
Tem o nome de ÔnibusOutro leva nome de trem.
Escravos dividem o mesmo espaço.Muita gente, várias tribos... enfimAlguns com a corda no pescoço,Sem perspectivas de começo,Meio e... próximos do fim.
Sinhá sabe, Sinhá viuNavio Negreiro mudou De nome e tamanho Aqui no Brasil.
Somos escravos de outros escravos,Daqueles que estavam no poder,Enquanto vivem no luxoLutamos para sobreviver.O grito de liberdadeAinda ecoa pelos ares.
NEGRO CHOCOLATE
Sou Negro, sou mulato, sou morenoNão sou escarlateTenho a cor daquiloQue as mulheres mais gostam, Chocolate
Sou bonito, sou doce, simpatia?Sou um campo minado,Quer se sentir feliz?Caminhe ao meu lado
Sou Negro, tenho valorSou Pelé, sou Clementina Sou Djavan, sou MarinaNão sou a tampa, nem a panelaSou Joaquim, o BarbosaSou Nelson... o Mandela
Namoro uma “branquinha” gente boa Gostaria de dizer o mesmoDo pai e da mãe delaSabem que sou trabalhadorMas para eles não passo de um “negrinho da favela”
Manoel Amâncio Veiga da Silva
Pois, se todos os escravos olharem.Na mesma direção e,
Compartilharem da mesma vontadeCertamente herdaremos um pouco
De Zumbi dos Palmares.
Minha carta de AlforriaNão foi assinada de lápis,
Não pode ser apagadaA qualquer momento.
Negro tem alma,Negro tem sentimento.
Sinhá sabe, Sinhá viuNavio Negreiro mudou
De nome e tamanho Aqui no Brasil.
Manoel Amâncio da Silva
NAVIO NEGREIRO
AfroPoemas 2013 - 3 AfroPoemas 2013 - 18
NEGRO COM ORGULHO!Uma cultura, degeneração em geração
Ela passou.
E hoje, aqui ela chegou.Hoje tenho orgulho,
Orgulho da minha cor!
Orgulho da Consciência, da almaDe mim mesmo!
E por isso lhe desejo,Um bom dia do Negro!
Miguel Gusmão Bouças (11 anos)
POEMA SEM NOME
Pessoas brigadas ao mesmo tempo,Feridas e machucadas.
Ao mesmo tempo pessoas infelizes que gostavam de escrever poemas.
Gosto do tempo da Consciência NegraParece que não tinha chão, brilho e nem estrela no Céu.
Por isso te dei o sol, o mar e urubus, a Consciência Negra te deu o mar e o Céu azul.
A humanidade A humanidade separada ouve,
Do preconceito e bullying, Mas todos têm o mesmo sangue, os mesmo órgãos,
Mas o preconceito e o bullying crescem em todo o mundo
Devemos acabar com o preconceito e com o bullying.
Mauricio
Coração NegroO coração negro
Tem muita solidãoQue acaba na sua Mão.
Às vezes vocês Pensam que os negros Nunca tem sofrimento
Mais agüenta muitos momentos.
Os brancos sempreLevam a maldade para os negros mais nunca,
De verdade se da o respeito
Luciana Melissa Pereira
Nathanael Muniz C. C. A Vila Itaim
AfroPoemas 2013 - 17 AfroPoemas 2013 - 4
LIVREQuero que ouçam os gritos que passam por entre matasParo e escuto o grito do meu passadoUm dia chicoteadoUm dia assassinado.
Hoje Presidente, Guerreiro no senado Mostra sabedoria em todo o seu reinadoEis o negro no poder mostrando o seu passado,Em cada campo uma marcaEm cada cidade uma mão.
E se hoje estamos livresFoi porque alguns deles que estiveram no poderNão morreram em vão.
Eu escuto um canto, o grito da liberdade,Gritando por nossa libertação.
Kelli Andrade
ContAmarContas ao mar, colares de salcontos ao ar, Santiago menino essecriança sem malcarga de peso ancestralconta-me à criola a históriaentre missão e glóriade além mar, de bem estarbrinquedo caranguejo, que foge sem dar beijooceano piscinao infinito que ensinacarnaval, futebol, novelacores, desfiles, sua passarelapreto debaixo do tacho preto, amigo tão chatoMatanza, lambança que avançamatança, andança a mudançaabana a Havana sem medosavana urbana que danadetrás do tapete tem negrocarniça, comida de nego
Em mar, em ar, em par, em larvibrar, aguar, amarem cantar, em às vezes contar...
Odé Amorim
Há várias tonalidades Há várias tonalidades Há várias cores Assim como no jardim existem várias flores felizes somos:Negros, brancos, índios ou amarelos Somos sementes da consciência que floresce.
Neilon C. N. S.
AfroPoemas 2013 - 5 AfroPoemas 2013 - 16
NOITE NEGRA
A noite é negraMinha pele é negraMeus braços são negrosNegro é o meu sorriso.
Tudo que habita em mim tem sangue negroSou Negra simOu pele marrom como muitos dizem Sou uma mistura do Negro que habita em cada parte de mim.
Nega ÍndiaFizeram-me cantar a música da chuvaPrenderam-me no troncoDisseram que não era domesticada Bateram-me com chicote.
Perdi minha mata, minha florestaFui vendida como escravaFui levada para cidadeFui levada por capataz.
Fizeram-me vestir roupas de sacoSou negra, índia de sangue puroAssim toda essa história que carrego com muito orgulho de mimTenho no coração uma lembrança ainda que distante Mesmo que o tempo passe, esses dois tipos de sangue reina Com total liberdade dentro de mim.
Kelli Andrade
NÃO IMPORTA A CORNunca tenha preconceito Contra o negroNão importa a cor O negro merece o respeito.
Não importa a aparência Contra o negro importa O respeito e o carinho Que nos temos com nos mesmos.
Pois para o negro Não importa o jeito de pensar Porque ele sabe que as portas Estará sempre aberta para pensar.
Jainara da Silva C. C. A Vila Itaim
Kelli Andrade
AfroPoemas 2013 - 15 AfroPoemas 2013 - 6
NEGRONunca tenha vergonha De ser negro Negro não se importa com A cor ou a aparência.
Pois para os negros Não importa o jeito de pensarPor que eles sabe que as Portas estará sempre abertas para declamar.
Eles não são Diferentes são Parecidos como a gente.
Minha cor marrom
Tenho a cor marrom que brilha em mimTenho a cor da índia e a cor de meus descendentes Quilombolas.
Tenho na pele a cor da naturezaOs quatro elementos da Terra.
Tenho no meu sangue Essa mistura: o índio da Terra e o Negro da minha pele é o tom Quilombola dos meus antepassados.
Tenho no brilho da pele o marrom encorpadoSou negra, índia tal como o barro.
Kelli Andrade
Negro TransparenteLinda é a vida Então pra Que tanta Discriminação.
Para que o Racismo se Sabemos que as Pessoas se afundam no abismo.
Nossa para que O racismo sempre tem gente Parece que o Negros são transparentes.
Caroline Barbeira de Brito C. C. A Vila Itaim
Sabrina Rodrigues
C.C. A Vila Itaim
AfroPoemas 2013 - 7 AfroPoemas 2013 - 14
MINHA CORNegro é minha cor e a De meus ancestrais, muito me orgulho De minha cor e de meus ancestrais.
A cor da noite enluarada, a cor da noite com brisa suave Vamos celebrar minha cora cor do meu amor.
DISCRIMINAÇÃOPreconceito contra o negro O mundo pode mudar apenas Se vocês ajudar a combater o preconceitoE para de guerrear.
Negro por que tanta descriminaçãoNegro até quando essa descriminação vai chegar Por que tanto preconceito Se por dentro somos todos iguais.
Por que julgar as pessoas pela cor E por que julgar o negro Só Por que a cor é mais escura?Todos contra o preconceito pode ter o euro.
Jonathan Obrero C.C. A Vila Itaim
PreconceitoTodos têm seu preconceito,Por negros na vida Mas eu os aceito,E os outros que não tem respeito?
Mas alguns com o coração legal Aceitam eles como amigo E os outros muito mal Tratam como inimigo.
Os negros são educados Do mesmo modo que os brancos Quando há preconceito Quem enxugará seu pranto?
Gabriel Nakanishi C. C. A Vila Itaim
Seu Madruga (anônimo)
AfroPoemas 2013 - 13 AfroPoemas 2013 - 8
NÃO IMPORTA
A CORA vida para os Negro não importa a cor E nem a aparência e sim Ter consciência.
Pare pra pensar como As coisas mudam no seu Jeito de olhar Pense antes de falar.
Algo para não machucar Nenhuma pessoa de outra Cor ou de outra raça Isto não tem graça.
Ágata Rodrigues C. C. A. Vila Itaim
CONSCIÊNCIAOs negros são pessoas Iguais a gente Mais para outras Pessoas eles são diferentes.
Os negros para Mim eles são iguais A todo mundo Mais as pessoas são muito racistas.
Mais pessoas sem consciênciaDa aparência não tem permanência Do que falar e do que pensar Vocês e tudo com consciência pesada.
Vitória Gabrielle C. C. A Vila Itaim
AfroPoemas 2013 - 9 AfroPoemas 2013 - 12
SOMOS IGUAISPor que as pessoas acham Que os negros são tão diferentes Mais por dentro os negros são igual aosBrancos só que no mundo a muita gente ignorante.
Não importa a aparência Mas sim a educação E o respeito e carinho com Nos mesmo.
A gente não somos amigos Mais se eles som- Cor dar a gente podemos Ganhar.
O negro tem direito Os negros em respeito e Direitos temas que para comPreconceito respeita nãoImporta a cor.
Eles não são diferentes São parecidas com a gente O sangue que corre na veia De um banco corre em veia de um negro.
Dispenso nunca tenha vergonha De ser negro o negro não Importa a cara ou aparência Sempre engana.
AMOR DE NEGROOs homens negros foram viajar Quando ele estavaLá abriu o portão para não se atrasar Encontrou uma negra e foi namorar.
A aquele coração batia Muito forte que ele queria Conhecê-la melhorPara ser o seu suporte.
E agora o que vamos fazer Construir uma família Para que no futuro Possam nos compreender.
José Roberto C. C. A Vila Itaim
Suelen Santos C. C. A Vila Itaim
ABISMOO negro tem direito,
Com o negro tem que ter respeito,Temos que parar com o racismo,Se não vamos parar no abismo.
Eles não são diferentes,São feridos com a gente,
Vamos concordar,O negro pode se superar.
O mundo precisa de nós para evoluir,Mas se continuar com o preconceito podemos cair,
Não importa a cor, Mais nunca podemos ter rancor.
Davissa Silva Benatti C. C. A Vila Itaim
Eduarda Rodrigues C. C. A Vila Itaim
AfroPoemas 2013 - 11 AfroPoemas 2013 - 10