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dezembro . janeiro . fevereiro . 2018 1 DESONERAÇÃO DA FOLHA SEGUE COMO ALTERNATIVA PARA 2018 Como a correta opção pelo regime de recolhimento pode resultar em economia para a sua empresa DEZ . JAN . FEV . 2018 PUBLICAÇÃO JURÍDICA SOBRE O UNIVERSO EMPRESARIAL Advocacia Negócios &

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DESONERAÇÃO DA FOLHA SEGUE COMO ALTERNATIVA PARA 2018Como a correta opção pelo regime de recolhimento pode resultar em economia para a sua empresa

DEZ . JAN . FEV . 2018

PUBLICAÇÃO JURÍDICA SOBRE O UNIVERSO EMPRESARIAL

AdvocaciaNegócios&

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O ano de 2017, certamente, será marcado e lembrado como

um período de grande aprendizado e de muita superação, mas

também com diversas e boas novidades. Sem sombra de dúvidas, a

reforma trabalhista, que ainda demanda muitas melhorias, trouxe

um pouco mais de equilíbrio nas relações entre empregador e

empregado, já refletido nas mais recentes decisões da Justiça do

Trabalho.

Começamos a discutir a indispensável e inadiável reforma

previdenciária, sem a qual o Estado brasileiro irá à bancarrota. E

apesar da conjuntura negativa que cercou nossa economia durante

os três últimos anos e que produziu a maior onda de quebras,

falências e desemprego de nossa história, a AS|A superou todas as

expectativas e crescemos em todos os sentidos.

Ampliamos nossas áreas de atuação, incrementando trabalhos

legais e consultivos nas áreas societária, tributária e corporativa.

Nós nos voltamos, firmemente, para a área ambiental,

direcionando boa parte de nossos esforços para essa importante

área do direito, diretamente ligada à vida e ao sucesso dos

empreendimentos.

Apoiamos ainda muitos investidores e empresários na criação ou

na ampliação de seus negócios, inclusive no âmbito das startups.

Enfim, trabalhamos, e muito.

DAVID GONÇALVES DE ANDRADE SILVA

SÓCIO-FUNDADOR

EDITORIAL

SÓCIO-FUNDADOR

David Gonçalves de Andrade Silva

SÓCIOS-GESTORES

Letícia Caram André e Rocha Miranda

Rodrigo Rocha de Sá Macedo

Elis Christina Pinto

PROJETO GRÁFICO-EDITORIAL,

CRIAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONTEÚDO

Partners Comunicação Integrada

(31) 3029-6888

www.partnerscom.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Thiago Silvério de Carvalho Rodrigues -

MG09716JP

DESIGNER GRÁFICO

Angélica Lourenço

REVISÃO

Letícia Pimentel

ANDRADE SILVA ADVOGADOS – AS|A

MG +55 31 2103-9560

DF +55 61 3343-0170

SP +55 11 3937-6441

andradesilva.com.br

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ARTIGOS

SOCIETÁRIO

Fintechs e os desafios estruturais

AMBIENTAL

Mudanças no Licenciamento

Ambiental de Minas Gerais

CAPA

Desoneração da folha de pagamento segue

como opção para empresários

TRABALHISTA Mudanças na legislação brasileira alteram

relações de trabalho no país

REESTRUTURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

Instrumento Jurídico favorece o

equilíbrio social e econômico do país

REPORTAGENS

CURTAS

DESTAQUE LEGAL E JURISPRUDENCIAL

ACONTECEU

FOTOS: PIXABAY/PEXELS

CAPA 04

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INSTRUMENTO JURÍDICO FAVORECE O EQUILÍBRIO SOCIAL E ECONÔMICO DO PAÍS

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Não é novidade para nenhuma

empresa brasileira que o início

do ano é um momento decisório,

especialmente do ponto de vista

tributário. Em geral, é quando se

define o planejamento fiscal que

embasará seus negócios durante

todo o exercício. E dentro desse

plano está a opção pelo modelo

de recolhimento da contribuição

previdenciária, a ser seguido no

decorrer dos próximos meses.

Com a criação do regime de

desoneração da folha de

pagamento, empresários de alguns

setores da

economia passaram a decidir qual

modalidade de recolhimento da

contribuição previdenciária é mais

vantajosa: sobre a receita bruta ou

sobre a folha de pagamento. Porém,

uma mudança na legislação em

trâmite no Congresso Nacional pode

reduzir de 56 para 16 o número de

setores com esse poder de decisão.

Desde o ano passado, o Governo

tenta aprovar o Projeto de Lei (PL)

nº 8456/2017 (veja quadro), que

prevê o fim da desoneração em 40

segmentos.

A possibilidade de aprovação da

PL gerou incerteza jurídica para

os setores da economia que

serão afetados. Mas, como o

projeto ainda não foi votado,

a desoneração segue como

alternativa para este ano.

“A orientação é optar em janeiro

pela desoneração, se ela for a

melhor escolha para o empresário

do ponto de vista fiscal, é claro”,

explica David Gonçalves de Andrade

Silva, sócio-fundador do escritório

Andrade Silva Advogados. “Como

o projeto de lei não foi aprovado,

e a norma não foi modificada, as

empresas continuam com a opção

para o ano-calendário de 2018 de

recolher sobre uma forma ou outra”.

AÇÃO JUDICIAL

Na avaliação do advogado, mesmo

que o governo aprove o projeto

e tente implementar a cobrança

em 2018, as empresas atingidas

pela mudança poderão ingressar

com medidas judiciais. Afinal,

conforme determinação legal, a

opção é irretratável por todo o ano-

calendário.

“O sistema é balizado por uma

escolha do contribuinte que

vale por todo o ano-calendário,

Caso as novas regras sejam aprovadas no decorrer de 2018, as empresas cujos setores foram atingidos pela

mudança poderão recorrer à Justiça

CAPA

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO SEGUE COMO OPÇÃO

PARA EMPRESÁRIOS

POR POLIANA NAPOLEÃO

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uma opção que é exercida como

pagamento da contribuição devida

no primeiro mês de cada ano.

Então se a empresa elege em

janeiro um sistema, ela tem que,

obrigatoriamente, seguir aquele

sistema até dezembro do mesmo

ano. Se ela decide por recolher a

contribuição sobre a receita bruta,

ela tem o direito e também o dever

de recolher aquela contribuição

sobre todo o ano-calendário”.

David reforça ainda que a quebra

desse regime optativo desvirtua

um princípio básico do sistema

tributário, que é o de segurança

jurídica. A empresa pode optar

no início de 2018 em recolher a

contribuição sobre a receita bruta,

mesmo ciente da possibilidade de

que o projeto de lei seja aprovado

pouco tempo depois. As mudanças

só valerão efetivamente em 2019.

“Existe um período de 90 dias,

chamado noventena, que deve

ser considerado antes da vigência

das novas regras referentes à

contribuição previdenciária. E

se esse prazo não for cumprido,

ações judiciais nesse sentido serão

viáveis, já que o contribuinte optou

pelo modelo com base na alíquota

vigente naquele momento”, informa.

Segundo David, as empresas

precisam se planejar

tributariamente. Por isso, é

fundamental ter um tempo

hábil para analisar e decidir qual

modelo de recolhimento será o

mais adequado para cada negócio.

Ele orienta que, se o projeto for

aprovado e o empresário se sentir

prejudicado, o caminho é acionar a

Justiça. “Uma decisão errada pode

impactar nos negócios durante

todo o ano”, reforça. “Dessa forma,

buscar garantir a escolha feita em

janeiro para todos os meses de 2018

judicialmente é válido”.

Recentemente, o advogado

concedeu uma entrevista sobre o

tema para o jornal da Rádio CBN,

cujo acesso pode ser feito por este

link:

HISTÓRICO RECENTE DO

BENEFÍCIO FISCAL

A forma de recolhimento da

contribuição da Previdência Social

vem se alterando nos últimos

anos. Até 2011, só era possível

as empresas recolherem sobre a

folha de salários. Naquele ano, o

governo Dilma Rousseff criou o

regime da desoneração da folha,

o qual alterou a base de cálculo

da contribuição, determinando

seu recolhimento sobre a receita

bruta, para alguns setores da

economia.

Em 2015, as companhias

dos setores abrangidos pela

desoneração passaram a ter

poder de escolha. Os empresários

podem fazer a conta se vale mais

a pena fazer o recolhimento sobre

a receita bruta ou sobre a folha

de salários. Em 2017, o governo

Temer tentou romper com essa

desoneração, com a Medida

Provisória 774, mas foi revogada.

FOTO: WIKIMEDIA

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NOVA LEI TRABALHISTA

Projeto de Lei nº 8456, de 2017, altera a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, quanto

à contribuição previdenciária sobre a receita bruta. Mais detalhes abaixo:

Proposta de Alterações na Desoneração Concedida pelos Arts. 7º e 7º-A da Lei

nº 12.546/11 e pelo art. 2º da Lei nº 13.161/2015

SETOR SITUAÇÃO ATUAL(SOBRE RECEITA BRUTA)

PROPOSTA

Serviços de TI e TIC e Proj. de circuitos inte-grados:

4,5% Volta para a folha

Hotéis 4,5% Volta para a folha

Construção Civil 4,5% 4,5%

Construção civil, gru-pos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0, até o encerramento das obras

2,0% 4,5%

Construção de obras de infraestrutura

4,5% 4,5%

Call center 3,0% Volta para a folha

Transporte rodoviário coletivo

2,0% 2,0%

Transporte ferroviário de passageiros

2,0% 2,0%

Transporte metrofer-roviário de passageiros

2,0% 2,0%

Fonte: Nota técnica do Ministério da Fazenda, de 09/11/2017. A tabela pode sofrer alterações. Portanto, para mais informações, consulte nossos especialistas.

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Proposta de Alterações na Desoneração Concedida pelos Arts. 8º e 8ª-A da

Lei nº 12.546/11

SETOR/ PRODUTO SITUAÇÃO ATUAL(SOBRE RECEITA

BRUTA)

PROPOSTA

Milhares de produtos industrializados espe-cíficos e diversas em-presas (anexo I da Lei 12.546/11)

2,5% Volta para a folha

Manutenção de aero-naves, motores e com-ponentes

2,5% Volta para a folha

Navegação de apoio marítimo e portuário

2,5% Volta para a folha

Manutenção e reparo de embarcações

2,5% Volta para a folha

Lojas de departamen-to e comércio vare-jista (anexo II da Lei 12.546/11)

2,5% Volta para a folha

Empresas de transpor-tes aéreo e marítimo, de carga e passageiros

1,5% Volta para a folha

Carga, descarga, arma-zenagem, algumas ca-tegorias de transporte rodoviário e ferroviá-rio de cargas

1,5% Volta para a folha

Produtos têxteis 1,5% Volta para a folha

Calçados 1,5% Volta para a folha

Veículos para mais de 10 passageiros

1,5% Volta para a folha

Empresas jornalísticas e de radiofusão sonora e de sons e imagens

1,5% 1,5%

Carnes 1,0% Volta para a folha

Pescados 1,0% Volta para a folha

Insumos para massas, biscoitos e produtos de padaria

1,0% Volta para a folha

Fonte: Nota técnica do Ministério da Fazenda, de 09/11/2017. A tabela pode sofrer alterações. Portanto, para mais informações, consulte nossos especialistas.

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sócios (por exemplo, Memorandum of Understanding

– MOU – e acordos de acionistas/quotistas) deverão

ser realizadas conforme a realidade e a evolução da

empresa, otimizando, assim, o crescimento e a solidez das

sociedades empresariais.

No caso das fintechs (startups do setor financeiro),

seu alto crescimento e sua relevância para o mercado,

atrelados à baixa regulamentação de suas atividades,

resultam em uma maior e mais dinâmica necessidade

de implementação dos planejamentos societários e

tributários condicionados à evolução e às demandas

operacionais de cada sociedade.

Quanto às repercussões fiscais, a evolução econômica

da fintech é o fator determinante para a análise das

adequações em cada fase do planejamento. Outrossim,

para o gozo de eventuais benefícios fiscais e para

a realização da opção por um dos três regimes de

tributação, é imprescindível que a sociedade se atente

para as regulações previstas no ordenamento jurídico e

compreenda bem o progresso (time) de suas atividades

operacionais.

Especificamente quanto às fintechs, que têm como

produto financeiro os empréstimos de ponta a

ponta (P2P), é importante considerar que, no Brasil,

AR TI GO

LUCAS MOREIRA GONÇALVES

FINTECHS E OS DESAFIOS ESTRUTURAIS

SOCIETÁRIO

Em seu comunicado anual, o mandatário da JPMorgan

informou aos acionistas que “o Vale do Silício está

chegando”. É certo que as startups vieram para ficar e

transformar. Agora, o desafio para essas empresas, após

o alcance do know how técnico, está na capacidade de se

estruturar enquanto sociedade, por meio da compreensão

de que o crescimento técnico deve vir acompanhado de

uma estruturação societária e fiscal sólida.

No entanto, o crescimento desorganizado pode culminar

na ruína de uma startup. Alguém se recorda da Rdio ou

da Grooveshark? Startups constituídas no Vale do Silício

que, mesmo após alcançarem relativo sucesso, faliram

em decorrência de problemas associados à ausência de

estruturação. Para evitar isso, o Chief Executive Officer

(CEO) e os sócios devem se perguntar: como quero que

a empresa esteja daqui 5, 10, 15 anos? E o que farei para

cumprir tais metas?

As estruturações societárias se pautam em três premissas:

necessidade/vontade dos sócios, funding (venture capital,

private equity, equity crowdfunding e bootstrapping) e as

repercussões fiscais dos atos e das atividades exercidas.

Dessa forma, as escolhas relativas ao tipo societário

(exemplo, sociedade anônima – S.A. – e limitada – Ltda.),

ao regime de tributação (simples, presumido e real) e à

forma dos atos societários de declaração de vontade dos

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diferentemente de países da América do Norte e da

Europa, as operações de P2P lending (peer to peer,

sem intermediação de instituições financeiras) ainda

não se encontram regulamentadas, o que gera duas

consequências imediatas. A primeira é que, caso opere

empréstimos P2P lending, a fintech incorrerá em crime

contra o sistema financeiro, conforme previsto no artigo

16 da Lei nº 7.492/86. E a segunda é que, por não serem

consideradas instituições financeiras (por ora), não estão

obrigadas a optarem pelo regime de lucro real, o que

permitirá um planejamento fiscal mais flexível.

Os atos estruturais devem considerar, assim, a fase em

que se encontra o modelo de negócio, o escalonamento

da produção da sociedade e a monetização da atividade

desenvolvida – além de relevantes investimentos

das fintechs em inovações tecnológicas. É certo que,

para aquelas que já possuem um modelo de negócio

consolidado e um vertiginoso escalonamento da

produção, é importante conduzir sua estruturação,

considerando o possível aproveitamento de benefícios

fiscais – com destaque aos trazidos pela Lei nº 11.196/05,

denominada Lei do Bem.

Entre os incentivos fiscais para a inovação tecnológica

previstos na citada lei, destacam-se a dedução nas bases

de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ)

e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),

em limites superiores aos dispendidos em pesquisas e

inovações tecnológicas e a depreciação/amortização

integral dos bens relacionados às atividades de pesquisa e

desenvolvimento tecnológico.

Entretanto, diante da complexidade da legislação fiscal

brasileira, é necessária uma extensa análise contábil,

além do cumprimento de alguns requisitos, para o gozo

dos benefícios fiscais por parte da empresas. O Vale do

Silício não está chegando, já chegou. Contudo, para as

startups se consolidarem, mais do que serem “tecnologias

disruptivas” ou “sopros de esperança”, devem assimilar

a necessidade de planejamento e estruturação. Feito

isso, o sucesso virá como consequência de suas valorosas

atuações.

*Advogado da área Societária da Andrade Silva Advogados.

FINTECH

FOTO: PEXELS

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As relações no país entre

empregado e empregador passaram

por mudanças significativas ao

longo de 2017. Em novembro, após

debates envolvendo diferentes

setores da sociedade e um período

de discussões no Congresso, entrou

TRABALHISTA

em vigor a Lei nº 13.467, que

revigora a Consolidação das Leis

do Trabalho (CLT), de 1943. Dias

depois, a mesma Câmara Federal

promulgava a Medida Provisória

nº 808, com alterações na lei

recém-aprovada. As novas regras,

já publicadas nos Diários Oficiais,

agora deverão ganhar a rotina das

empresas. Para isso, porém, essas

normas precisam ser disseminadas.

As principais mudanças da MP nº 808

estão nos acordos relacionados à

jornada 12x36, trabalho da gestante,

contrato de trabalho intermitente

e gratificações. Nenhuma linha

do texto confronta os direitos

constitucionais, assegurados pela

Constituição. Não houve qualquer

ajuste, portanto, no recolhimento

do Fundo de Garantia por Tempo

de Serviço (FGTS) por parte do

empregador, nos 30 dias de férias,

na garantia de um descanso semanal

remunerado ou no pagamento do

13º salário.

A MP veio atenuar alguns pontos

considerados problemáticos ou

mal explicados que estavam no

texto da Lei nº 13.467. “A reforma

trabalhista recebeu duras críticas de

grupos de entidades representativas

dos empregados”, explicou a

advogada Bianca Dias de Andrade,

coordenadora da área corporativa

da Andrade Silva Advogados.

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ALTERAM RELAÇÕES

DE TRABALHO NO PAÍSLei nº 13.467 e MP nº 808, ambas de 2017, trouxeram

novas normas, sem prejuízo às garantias do trabalhador previstas na CLT

POR THIAGO SILVÉRIO

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“Parágrafos que geraram polêmica

ficaram mais claros com a medida,

como aquele sobre as gestantes”.

Ela se refere ao trecho da lei que

permitia às grávidas exercerem

atividades em ambientes com graus

médio e leve de insalubridade.

Essa permissão seria decidida pela

empresa, salvo se a empregada

gestante apresentasse um

atestado de saúde recomendando

o afastamento, garantindo a

segurança da mãe e do bebê. Agora,

com a medida provisória, para que

seja permitido o labor em atividade

insalubre em grau leve e médio, o

atestado deve ser apresentado pela

trabalhadora, de forma voluntária.

“A decisão passa a ser, antes de tudo,

da própria mãe”, diz Bianca, que

ainda pontua: “Ficou uma regra mais

dura para elas cumprirem qualquer

rotina em ambientes insalubres,

mesmo nos de menor risco”.

Outro ponto da lei que recebeu

críticas foi o trecho que descreve

a permissão para trabalhos

intermitentes. O texto dizia que,

por meio desse tipo de contrato,

o empregado deveria aguardar o

chamado da empresa para exercer

funções temporárias, cuja duração

poderia ser de meses, semanas,

dias e até horas. A remuneração,

previamente acordada, variaria

conforme o período em que a

atividade for exercida.

Com a MP nº 808, o trabalho

intermitente ganhou uma regulação

mais robusta, além de resguardar o

empregado de algumas garantias.

As férias e o 13º, por exemplo,

deverão ser pagos no prazo legal

ou no momento da rescisão. O

período de inatividade também

não será considerado como tempo

à disposição do empregador.

“As regras ficaram maiores, mais

explicadas”, diz Bianca. “A forma

de rescisão dos temporários, a

remuneração e até as gorjetas

receberam uma atenção especial”.

A lista de mudanças da reforma

é grande. A advogada orienta

às organizações a buscarem

informações sobre a nova

regulação e, assim, evitarem

problemas, tanto no Ministério do

Trabalho, quanto na Justiça. “Todo

descumprimento pode resultar em

multa administrativa, fora que o

empregado que se sentir lesado

pode ajuizar uma ação”. Bianca

ressalta o papel dos escritórios

de advocacia como consultores

especializados. “Sem esse suporte,

muitas empresas, talvez por

desconhecimento, deixarão de

seguir a conduta correta e, mais

para frente, enfrentarão sérios

problemas”.

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TRABALHISTA

EXPECTATIVAS

A reforma trabalhista há muito

vinha sendo prometida. Esteve em

pauta nas presidências de Fernando

Henrique Cardoso, Luís Inácio

Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Para Henrique Meirelles, ministro

da Fazenda, tanto a lei quanto a

MP trazem boas perspectivas de

crescimento para o país. O executivo

com carreira no sistema bancário,

que também foi ministro do governo

Lula, avalia que as mudanças gerarão

aproximadamente seis milhões de

empregos nos próximos dez anos.

“A legislação não pode engessar a

sociedade. Permite regular, para que

a sociedade continue progredindo

e crescendo. O Brasil está fazendo

mudanças fundamentais na forma

de trabalhar. Estamos concluindo

não só ajustes fiscais, que são

essenciais para a economia, mas

também reformando, a fim de que

possamos trabalhar de maneira mais

produtiva e gerar mais empregos e

mais renda para os trabalhadores

brasileiros”, disse Meirelles, em julho

do ano passado, ainda durante o

período de trâmite da lei na Câmara

Federal, em reportagem

divulgada pela EBC

Agência Brasil.

Parte do empresariado

mantém a aposta

de Meirelles. Muitos

entendem que a reforma

promete benefícios para o

país. “Sem tolher direitos

essenciais consagrados

dos trabalhadores, o

conjunto de regras que

passa a regular o mercado

traz uma modernidade saudável e

estimulante às relações entre capital

e trabalho. A maior objetividade

das regras trabalhistas reduz o

potencial de contenciosos e, ao

atenuar incertezas e riscos, de fato

estimula contratações”, Stefan

Ketter, presidente da Fiat Chrysler

Automóveis (FCA) para a América

Latina, em artigo publicado em

janeiro de 2018, no Valor Econômico.

Há também opiniões contrárias,

como a do economista Marcelo

Paixão, professor na Universidade

de Austin, Texas, Estados Unidos.

“Determinados sindicatos ligados

às maiores empresas terão maior

capacidade de fazer valer

seus interesses, mas há uma

heterogeneidade muito grande,

mesmo no mercado de trabalho

formal - e isso potencialmente

aumenta o leque de

assimetrias em um mercado já

reconhecidamente assimétrico”,

disse o economista, em

entrevista publicada pela revista

Exame. “A lei não passou pelo

crivo da população e foi adotada

por um governo que não foi

eleito com este programa. Ela

só leva em consideração uma

determinada realidade e vai

vulnerabilizar as categorias com

menor poder de pressão, por

isso que não acho inteligente”.

GUIAS DA ANDRADE SILVA

Todas as mudanças promovidas pela Lei nº 13.467/17 e rearranjadas pela Medida

Provisória nº 808/17 estão nos guias produzidos pela Andrade Silva Advogados, que

podem ser acessados nos links abaixo:

MP nº 808 | Guia da Reforma Trabalhista para empresas

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c) Em qualquer hipótese, a parcela mínima será de R$ 100.

d) Encerrado o prazo do parcelamento, eventual resíduo da dívida não quitada poderá ser pago à vista, acrescido à última prestação, ou ser parcelado em até 60 prestações, mantidas as reduções de juros de mora.

Pelo adquirente da produção rural, inclusive

cooperativas, as condições serão as seguintes:

a) Pagamento de, no mínimo, 2,5% do valor da dívida consolidada, sem as reduções, em até duas parcelas iguais, mensais e sucessivas.

b) Pagamento do restante da dívida consolidada, por meio de parcelamento em até 166 prestações mensais e sucessivas, vencíveis a partir do mês seguinte ao vencimento da segunda parcela da entrada, equivalentes a 0,3% da média mensal da receita bruta proveniente da comercialização do ano civil imediatamente anterior ao do vencimento da parcela, com redução de 100% dos juros de mora. Na hipótese de suspensão das atividades do adquirente ou de não auferimento de receita bruta por período superior a um ano, o valor da prestação mensal será equivalente ao saldo da dívida consolidada com as reduções previstas, dividido pela quantidade de meses que faltarem para complementar 166 meses.

c) Em qualquer hipótese, a parcela mínima será de mil reais.

d) Encerrado o prazo do parcelamento, eventual resíduo da dívida não quitada poderá ser pago à vista, acrescido à última prestação, ou ser parcelado em até 60 prestações, mantidas as reduções de juros de mora.

A adesão ao programa deverá ser feita até 28 de fevereiro

de 2018.

Em paralelo, referida lei reduz a alíquota da contribuição

devida pelo produtor rural pessoa física de 2% para 1,2%,

deixando, ainda, à opção tanto do produtor rural pessoal

Foi publicada, no Diário Oficial da União do dia 10 de

janeiro de 2018, a Lei 13.606 que, dentre outras medidas,

institui o Programa de Regularização Tributária Rural

(PRR) para quitação de débitos, vencidos até 30 de agosto

de 2017, das contribuições previstas nos arts. 25 da Lei nº

8.212/1991 e 25 da Lei nº 8.870/1994.

Pela citada lei, os débitos relativos às contribuições em

questão (Funrural) poderão ser quitados da seguinte

forma, pelo produtor rural pessoal física ou jurídica:

a) Pagamento de, no mínimo, 2,5% do valor da dívida consolidada, sem as reduções, em até duas parcelas iguais, mensais e sucessivas.

b) Pagamento do restante da dívida consolidada, por meio de parcelamento em até 176 prestações mensais e sucessivas, vencíveis a partir do mês seguinte ao vencimento da segunda parcela da entrada,

equivalentes a 0,8% da média mensal da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural do ano civil imediatamente anterior ao do vencimento da parcela, com redução de 100% dos juros de mora. Na hipótese de suspensão das atividades relativas à produção rural ou de

não auferimento de receita bruta por período superior a um ano, o valor da prestação mensal será equivalente ao saldo da dívida consolidada com as reduções previstas, dividido pela quantidade de meses que faltarem para complementar 176 meses.

DESTAQUE LEGAL E JURISPRUDENCIAL

PUBLICADA LEI QUE INSTITUI O PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO RURAL (PRR)

NESTE ESPAÇO, DAVID GONÇALVES DE ANDRADE SILVA DESTACA AS NOVIDADES LEGISLATIVAS E JURISPRUDENCIAIS DE INTERESSE DOS EMPRESÁRIOS.

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física quanto do empregador rural pessoa jurídica, a partir

do ano calendário de 2019, contribuir para a seguridade

social sobre a receita decorrente da comercialização da

produção rural ou sobre a folha de salários, na forma dos

incisos I e II do caput do art. 22 da Lei nº 8.212/91.

O art. 6º da Lei n. 13.606/2018 estabelece, ainda, que

os depósitos judiciais vinculados aos débitos incluídos

no PRR serão automaticamente transformados em

pagamento definitivo ou convertidos em renda da União.

Depois da alocação do valor depositado à dívida incluída

no PRR, se restarem débitos não liquidados pelo depósito,

o saldo devedor poderá ser quitado na forma e com os

benefícios da lei.

Depois da conversão em renda ou da transformação em

pagamento definitivo, o sujeito passivo, na condição

de contribuinte ou de sub-rogado, poderá requerer o

levantamento do saldo remanescente, se houver, desde

que não haja outro débito exigível.

Os depósitos judiciais representam pagamento que, com

a desistência da ação, transformam-se em pagamento

definitivo da União. A Lei 13.606/18 assegura que, em

havendo adesão ao PRR, os juros (Selic) serão reduzidos

em 100%. Quando existe débito não liquidado ou

não depositado em juízo, não há qualquer dúvida na operacionalização desse pagamento, no âmbito do PRR.

Quando, todavia, tratam-se de depósitos judiciais, pode

haver certa discussão, no momento do levantamento,

considerando que a transformação em pagamento

definitivo ocorre pela simples transferência para

a União daquilo que já é da sua disponibilidade (os

depósitos já são feitos no caixa único do tesouro),

sendo certo que o acréscimo (Selic) sobre os depósitos

judiciais só ocorre quando há levantamento pelo

contribuinte, desses depósitos.

Todavia, em anteriores programas de parcelamento, com

idênticas disposições, tivemos êxito no patrocínio da tese

segundo a qual o contribuinte tem o direito de levantar

a diferença representada pela Selic aplicada sobre os

depósitos, transformando-se em pagamento definitivo da

União apenas os valores principais dos depósitos.

Trata-se, pois, de possibilidade que se vislumbra para

os contribuintes que, tendo discutido judicialmente

o Funrural, depositaram a tempo e ordem os valores

em juízo e agora, em face do PRR, vez que pagaram

(depositaram) integralmente suas contribuições, estão

em absoluta desvantagem comparativamente àqueles

contribuintes que nada pagaram durante todo esse

período e que, assim, gozarão da redução de 100% dos

juros de mora.

Também sob esse prisma, os depósitos judiciais devem

ser transformados em renda da União considerando

apenas o principal, levantando o contribuinte a parcela

relativa à sua atualização pela Selic.

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REESTRUTURAÇÃO E RECUPERAÇÃO

INSTRUMENTO JURÍDICO FAVORECE O EQUILÍBRIO SOCIAL E

ECONÔMICO DO PAÍSReestruturação e Recuperação de Empresas exige auxílio

especializado para garantir a volta por cima de quem emprega e de quem é empregado

POR EMANOEL FERREIRA

Em Os Estagiários (The Internship,

2013), dois experientes profissionais

completamente desprovidos de

conhecimento tecnológico vão

estagiar no Google depois de

não conseguirem se recolocar no

mercado. Já em O Chef (Chef, 2014),

vender comida pelas ruas de Los

Angeles enreda o hilário drama de

um chef de cozinha que perde um

emprego de longa data. Entretanto,

o que a vida real costuma reservar

para esta situação são doses altas

de ansiedade e incerteza a respeito

do futuro. Em 2017, a taxa de

desemprego no Brasil fechou o ano

na casa dos 12%, segundo dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE).

Parece claro que por trás de um alto

índice de desemprego está uma

economia em dificuldades. E como o

sol é para todos, diz-se que a chuva

também é: em tempestades muito

fortes, crises empresariais tornam

ao empreendedor ainda mais difícil

a tarefa de seguir com a empresa

de pé. Se numa

ponta está o

desemprego,

em outra está

a possibilidade

de uma falência

absolutamente

nociva para o

equilíbrio social

e econômico.

Por essa

razão que os

ordenamentos

jurídicos

costumam

ter legislações relacionadas à

insolvência, não sendo diferente em

relação ao Brasil.

“A Recuperação Judicial, por

exemplo, é um dos instrumentos

processuais que tem essa finalidade.

Previsto na Lei 11.101/2005 (Lei

de Falências e Recuperação de

Empresas), possibilita às empresas

em dificuldades financeiras

a superação da situação de

crise”, explica Rodrigo Macedo,

coordenador de Reestruturação

e Recuperação de Empresas

da Andrade Silva Advogados.

“A empresa, por meio desse

instrumento, obtém a suspensão

da exigibilidade do pagamento de

seus débitos, vencidos e vincendos,

por 180 dias (prazo este renovável,

conforme entendimento majoritário

dos Tribunais brasileiros), bem como

a suspensão das ações judiciais em

fase de execução, podendo, nesse

período, apresentar um plano de

recuperação que preverá a forma de

pagamento aos credores adequada

ao seu fluxo de caixa”.

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Para tornar possível a uma

empresa a manutenção de suas

atividades, o auxílio especializado é

absolutamente necessário.

Para o coordenador, o principal

desafio nesse procedimento é

identificar, de forma adequada

e técnica, dentre as inúmeras

possibilidades dadas pela lei, a

melhor estrutura do Plano de

Recuperação Judicial, o qual preverá

a forma como serão adimplidas as

obrigações, direcionando, assim, uma

eficaz negociação com os credores,

aliada às possibilidades da empresa e

do mercado como um todo.

Na realidade, já não é segredo

que a Recuperação Judicial, assim

como todos os instrumentos de

reestruturação, possui mecanismos

de legislação muito complexos, que

exigem conhecimento estratégico

da interpretação dos Tribunais

brasileiros a respeito de cada

ferramenta jurídica, procedimento

e etapa do processo. “Pode-se

considerar bem-sucedido um

processo de reestruturação ou

de recuperação, quando por

meio do procedimento adotado,

consegue-se manter a empresa

em plena atividade, honrando

com suas obrigações a tempo e

modo, sem qualquer dilapidação do

patrimônio”, diz Macedo.

“Em alguns casos conduzidos por

nós, foi possível equacionar os

débitos bancários, por exemplo, para

pagamento à vista com redução de

75% do montante devido”, comenta

Rodrigo. “Ou, ainda, em outra

situação – financeira e de mercado,

com carência nos pagamentos

durante 12 meses e previsões

contratuais para o adimplemento do

saldo devedor em 96 parcelas, com

aproximadamente 50% de desconto

e taxas muito inferiores às praticadas

ordinariamente pelos bancos”.

Ele observa que a atividade

empresarial compõe um círculo

virtuoso, na medida em que a sua

preservação traduz o aumento

dos empregos, da arrecadação de

impostos e o fortalecimento nas

relações que compõem a cadeia

produtiva ou de negócios. “Desta

forma, o benefício da Recuperação

Judicial vai muito além daqueles

sentidos pela própria empresa em

dificuldade, pois significa também,

em última instância, o crescimento

econômico do país”.

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A Deliberação Normativa (DN) Copam (Conselho

Estadual de Política Ambiental) nº 74/2004 era uma

das principais normas que regulavam o licenciamento

ambiental em Minas Gerais. Ela estabelecia os critérios

para classificação, segundo o porte e potencial poluidor,

de empreendimentos e atividades modificadoras

do meio ambiente passíveis de licenciamento

ambiental a nível estadual.

Desde 2009, uma proposta de alteração

dessa norma era discutida pelos principais

atores da área ambiental do estado. No

entanto, foi em janeiro de 2017 que o

texto passou a ser foco de um grupo

de trabalho criado especificamente

com o objetivo de revisar a DN 74.

A proposta de revisão dessa

deliberação foi apresentada a sete

câmaras técnicas do Conselho Estadual de

Política Ambiental (Copam), passou por consulta pública

de diversos setores da sociedade e foi debatida em seis

reuniões ordinárias e extraordinárias no Copam, até

que, no dia 8 de dezembro do ano passado, ocorreu a

publicação da Deliberação Normativa Copam nº 217.

Então, a partir de agora, uma das normas ambientais

mais importantes de Minas Gerais passa a ser a DN

Copam nº 217, de 2017, que estabelece critérios para

classificação, segundo o porte e potencial poluidor, bem

como os critérios locacionais a serem utilizados para

definição das modalidades de licenciamento ambiental

de empreendimentos e atividades utilizadores de

recursos ambientais no estado.

Com a revisão, a DN cria novas modalidades

de licenciamento ambiental, como

o Licenciamento Ambiental

Trifásico (LAT), o Licenciamento

Ambiental Concomitante (LAC) e o

Licenciamento Ambiental Simplificado.

O LAT é o licenciamento no qual

a Licença Prévia (LP), a Licença de

Instalação (LI) e a Licença de Operação

(LO) da atividade ou do empreendimento são

concedidos em etapas sucessivas. Já o LAC é o

licenciamento no qual serão analisadas as mesmas etapas

previstas no LAT, com a expedição concomitantemente

de duas ou mais licenças. E o Licenciamento Simplificado

é realizado em uma única etapa, mediante o cadastro de

AR TI GO

ELIS CHRISTINA PINTO

MUDANÇAS NO LICENCIAMENTO

AMBIENTAL DE MINAS GERAIS

AMBIENTAL

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informações relativas à atividade ou ao empreendimento

junto ao órgão ambiental competente, ou pela

apresentação do Relatório Ambiental Simplificado (RAS),

contendo a descrição da atividade ou do empreendimento

e as respectivas medidas de controle.

Outra alteração importante é a extinção da Autorização

Ambiental de Funcionamento (AAF), ato autorizativo

que já foi alvo de diversas discussões judiciais acerca de

sua verdadeira eficácia. Ele deixa de existir em âmbito

estadual a partir da edição da nova DN.

As diretrizes previstas na DN Copam 217 só entram

em vigor em 60 dias após sua publicação, assim como

para os empreendimentos licenciados até a entrada em

vigor da nova norma. As disposições pertinentes à nova

classificação incidirão quando houver a necessidade de

renovação das licenças ambientais.

Além disso, os processos de empreendimentos que, em

função da DN, passam a ser dispensados de licenciamento

ambiental serão extintos, assim como serão revogadas

as licenças e autorizações ambientais de funcionamento

referentes a empreendimentos que passem a ser

* ELIS CHRISTINA PINTO

É COORDENADORA DA ÁREA AMBIENTAL DA ANDRADE SILVA

ADVOGADOS E GESTORA DA UNIDADE DE BRASÍLIA.

FOTO: FREEIMAGES

dispensados de licenciamento ambiental, a partir da

vigência da DN 217.

A Secretaria de Meio Ambiente do Estado considera

que a atualização da norma representa um avanço

significativo para a gestão ambiental de Minas, já que traz

mudanças positivas como o estabelecimento de fatores

locacionais para classificação dos empreendimentos, com

consideração de áreas de maior fragilidade ambiental.

Já o setor produtivo avalia que a nova norma elimina

distorções, a exemplo daquelas relacionadas ao porte do

empreendimento e aos impactos causados por eles.

Após 13 anos de existência da DN Copam 74, é muito

bem-vinda a sua revisão, pois, com a prática, foi possível

perceber os pontos em que a norma era deficiente e

precisava de aprimoramento. Talvez estejamos longe de

uma norma ideal, mas já avançamos, a fim de construir um

licenciamento ambiental menos burocrático e mais efetivo.

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ACONTECEU

NOVA COORDENAÇÃO DA UNIDADE AS|A BRASÍLIA

O escritório da Andrade Silva Advogados em Brasília

ganhou um grande reforço em 2017. A Dra. Elis Christina

Pinto, também coordenadora da Área Ambiental,

assumiu, em novembro, a coordenação da unidade. Ela

acompanhará, de perto, a equipe e os clientes da capital

federal e região.

“Andrade Silva é um lugar de oportunidades para aqueles que têm visão e vontade de fazer acontecer”, diz Elis. “Ser coordenadora da Unidade da AS|A em Brasília me traz a real clareza de que, de alguma maneira, as experiências vividas até aqui me prepararam para este momento”.  A advogada falou também sobre suas expectativas: “Minha missão é liderar a equipe para que ela possa encantar e surpreender nossos clientes, potencializando engajamento, fidelização e excelência na prestação de nossos serviços”.

 A nova coordenadora aposta que o ano será de grandes

resultados para a equipe e os clientes. Acredito que

todo o cenário para a nova gestão é favorável, pois a

Diretoria da AS|A está totalmente envolvida e acredita

no nosso projeto, as perspectivas econômicas para 2018

são no mínimo

animadoras,

além do Distrito

Federal estar

iniciando um

movimento

de fomento

à atividade

empresarial.

Em sua nova

função, a Dra.

Elis junta-se a

atuais lideranças

como o Dr.

David Gonçalves

Andrade Silva,

sócio-fundador do

escritório, e o Dr.

Rodrigo Macedo, Diretor Jurídico da AS|A, que se dividem

entre as unidades de Minas Gerais e do Distrito Federal.

Já o escritório na cidade mineira de Nova Lima também

ganhará em experiência, com o retorno estratégico do Dr.

Ivo Neri Avelar, consultor tributário.

TECNOLOGIA PARA FORTALECERO PRODUTOR RURAL

Uma parceria entre a Andrade Silva Advogados e o Sistema Inaes/Faemg promete estreitar o contato entre os produtores rurais, universidades e startups. Em dezembro de 2017, foi lançado em Belo Horizonte o Novo Agro 4.0, um projeto que visa identificar novas tecnologias focadas no agronegócio e, em um segundo momento, levá-las aos produtores rurais para sua validação no campo.

 Em breve, serão publicados editais para os produtores

interessados. O Novo Agro 4.0 já tem sua plataforma

digital, acessada no endereço www.novoagro.org.br.

Além da Andrade Silva Advogados e o Sistema Faemg,

participam do projeto Sebrae, Fapemig, Secretaria de

Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e

Ensino Superior, Fundep e Lemonade.

FOTO: UNPLASH

SAIBA COMO CRESCER COM SEGURANÇA JURÍDICAToda empresa que busca a expansão precisa de uma boa assessoria jurídica. A equipe de Fusões e Aquisições da AS|A presta um serviço de excelência na área e já garantiu respaldo a operações em diferentes ramos da economia, sempre com os melhores resultados.

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ANDRADE SILVA ADVOGADOS – AS|A Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo.

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