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IINO I 18 dez Outubro dez 1951 REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO = MONTE ESTORIL = SEMANA RIO REPUBLICANO DIRECTOR, EDITOR E PROPRTETARIO - ANTONIO ALVES ANTONIO ALVES (Filho) Todos os artigos não assinados são da exclusiya responsabilidade do director do jornal o porto Abrigo elll Cascais Carvalho Araujo UI .. U' Causou grande sensação o ultimo numero de «(5 Es- , to ri/» , que dedicou quasi duas paginas na defeza da grande aspiração de todos os habitantes deste concelho . - O Porto de Abrigo em Cascais. 9l categoria das individualidades que foram ouvi- das sobre esse momentoso assunto, e as suas declarações todas concordes na execução indispensavel desse impor- tante projecto, vieram ativar os trabalhos da grande co- missão que está preparando a representação a entregar brevemente ao governo. :M.ais de tres mil exemplares de «(J estoril» foram distribuidos gratuitamente no ultimo domingo por todo o concelho e pelas principais entidades oficiais e colectivi- dades economicas, de maneira que a toda a parte chegue a justiça da nossa causa que, como alguns dos nossos ilus- tres entrevistados afirmaram, é tambem de absoluta ne- cessidade para o bom nome e prestigio do ffaiz . em sucessivos artigos e depoimentos valiosos conti- nuaremos defendendo esta velha aspiração, estando cer- tos que o ftoder eentral vai dedicar-lhe toda a atenção animado, por certo, dos bons desejos de a tornar em breve uma realidade. :M.as é indispensavel que o concelho, por interme- dio das suas colectividades e de todos os elementos direc- tivos, saiba manter a chama sagrada, compreendendo bem o papel que lhe está reservado e saindo do, marasmo criminoso em que parecia quedar-se. por mais de uma vez constatado a falta de unidade, sobretudo da parte dos naturais da terra, re- velada até por uma insensibilidade que irrita e ao mesmo tempo confrange. Xota-se ainda aquela influencia dos mentideros e tradições sertanejas, nada abonatórias da mentalidade que ,, muitos dos seus frequentadores se arrogam. 9lcabem com esse espirito mesquinho e egoista, dispensando um pouco da sua solidariedade moral e ma- terial áqueles que, embora não sejam daqui naturais, tanto se esforçam por elevar esta terra ao grau de pros- peridade e felicidade a que tem direito. Se estivessemo.s á espera do estimulo alheio para caminharmos, então teriamos morrido de inanição. :M.as pretendemos que, ao menos, a nossa acção, a per .. sistencia de que somos possuidos possa tocar os menos animosos, chamando-os á realidade da vida . .. estamos convencidos de que se vai criando o espi- rito regionalista, e tudo indica que a esta hora se está operando no concelho um grande desejo de renovação, donde hão-de resultar os melhores beneficias. Que todos compreendam a sua missão, e a vitória será certa. Em Vila Real de Traz-os- Montes foi inaugurado um monumento para perpetuar a memoria do valente mari- nheiro e nobre transmon- tano, que se chamou Carva- lho Araujo. Oficial distinto da nossa Armada, soube honrar a sua farda, levantando bem alto o nome glorioso de Portugal. Ficou assim cumprida uma divida de gratidão para com aquele que heroica- men e soub e sacrificar a sua vida pela Patria, que Ele com tanto acrisol ado amor con- spbsta cia Ta na Republica. Por "ferv oroso espirito bairrista e como portuguez aSSOCIamo-nos a essa consa- , qu e-s ervirá para ates- tar aos vindouros o simbolo da abnegação, da valentia e da lealdade. Gloria á memoria de Car- valho Araujo! Dr. t1rnaldo d'f\lmeida Fe z ontem um ano sobre o passa- mento do dr. Arnaldo d'Almeida, a quem a terrivel Parca, ainda em ple- no vigor, ceifou a vida. Um facto anterior á sua morte le- vou-nos a discordancias, ocasionando uma polémica jornalística, e que "cer- tos mentecaptos" aproveitaram, pro- . curando sob esse pretexto atingir·nos e lançar sobre nós o odioso da sua fobia, reveladora de uma crassa igno- rancia e profunda maldade. E' cêdo ainda para darmos publici- dade á correspondencia particular tro- cada entre nós e o malogrado medi- co, por onde provaremos á saciedade a correcção como nos tratámos mu- tuamente, mantendo até para conosco um certo bom humor. Dentro da nossa acção em o jornal O Estorzl não temos até agora um acto que nos deprima, ou porque te- nhamos de arrepender-nos. E isso nos basta perante a nossa consciencia. Ao passar, pois, o aniversario do falecimento do dr. Arnaldo d'Almei- da, prestamos hoje a nossa homena- gem sentida á sua memoria. " N.O 41 Condições de assinatur a Por trimestre: 12 numeros .••.. 7$00 Anuncios: Preços convencionais não le devolvem Da orlglnll., embora n ão u)am publicados. COMPOsTO E IMPRESSO NAS "OFICINAS FERNANDES" Rua Cruz dos Poiais, 103 -Lisboa 0portun idades A acrescentar aos indispensaveis me- lhoramentos a efectuar com nrgen- cia em toda esta zona, sobre ssai tam- bem o da iluminação. com o qual a Com- panhia do Gaz e Electricida de não se tem preocupado, a não ser par a atender exclusivamente ás suas conveniencias, de!>atendendo por completo as ne cessi- dades do publico, qne tem de pa gar com língua de palmo o que ela mui to bem quere e entende. Dissemos ha dias que talvez encon- trassemos uma solução para o caso, com aplicação imediata. A Camara de Casca.is é, sem duvida, das mais ricas do Paiz, embor a seja tambem das que s uporta maiores encar- gos e responsabilidades. E stá, por isso, em condições de re a lisar qualquer ope- ração que lhe permita acabar de vez com esta vergonhosa falta de lu z, bem impropria de uma região com as ca rac- ter l sticas deste concelho. Consiste a solução do probl ema, a nosso vêr, no seguinte: - A Cam ara tomaria á Companhi a a ex- pl,)ração da luz em todo o concel ho, em alta tensão, desde Oeiras ou desde C ar - cavelos, passando a fazer o fornecim en- to de sua conta. Pelo preço, bastante reduzi -l o, q ne a luz lhe ficava, a Camara não só poderJa fazer uma iluminação publica capaz, como estender a toda a parte os ben efi- cios dêise importante melhoramen to. A diferença ent,re o custo e Q furne ci - mento aos consumidores permitir-lhe-ia melh orar toda a rêd p , Itbertando to da a gente do despoti smo da Companhia do Gaz e Electricid ade. Será. viavel esta formula? •• TERMINARAM as férias judi ciais, por isso é de espera.r que o caso do terreno das Palmeiras seja res 0 1vido com a rapidez que toda a popul ação e o bom nome desta localid ade o vem ha anos reclamando. Agora não devem ap a recer mais en- traves, porque todos os interes sa dos es- tão de acôrdo em qu anto ao pr eço de aquisição. Bom era que, ao terminar a constru- ção da escadaria de acesso da est ação ao Monte EstoriJ, pudessem inidar- se os tra.balhos para o seu aformose amento. :. NA quarta feira ultima pass ou O pri- meiro aniversario da morte do in- fortunado republicano Pereira, que á causa da Liberdade e da Democracia durante toda a sua vida presto u rele- vantes serviços, quer no tem po da pro- paganda, quer como deputado, e que no Parlamento marcou sempre pela sua coherencia e atitudes desassombr adas, valendo-lhe o respeito dos s eu s mais irredutiveis adversarios . •• DO passeio em frente ao Cha l et do sr. da SIlva e da parte de baixo do mesmo que deita par a a linha férrea, continua a notar-se uma p it ada de tombar. As varinas tambem fazem ás vez es das suas, despejando para ali algu m peixe que lhes sobeja das vendas e im- proprio para consumo. De que serve andarmos uma v id a a clamar que esta zona é a mais privile- giada para O turismo

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Page 1: A~d~rn~i~nistrador ANTONIO ALVES ... - biblioteca.cascais.pt · Xota-se ainda aquela influencia dos ... levou a fazer· te minha mulher. - Mas, afinal, o que pretendes de mim? E desdenhosa,

IINO I 18 dez Outubro dez 1951

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

= MONTE ESTORIL = SEMANA RIO REPUBLICANO

DIRECTOR, EDITOR E PROPRTETARIO - ANTONIO ALVES =======---.!.A~d~rn~i~nistrador ANTONIO ALVES (Filho)

Todos os artigos não assinados são da exclusiya responsabilidade do director do jornal

o porto ~e Abrigo elll Cascais Carvalho Araujo UI .. U'

Causou grande sensação o ultimo numero de «(5 Es­, to ri/» , que dedicou quasi duas paginas na defeza da grande aspiração de todos os habitantes deste concelho

. - O Porto de Abrigo em Cascais. 9l categoria das individualidades que foram ouvi­

das sobre esse momentoso assunto, e as suas declarações todas concordes na execução indispensavel desse impor­tante projecto, vieram ativar os trabalhos da grande co­missão que está preparando a representação a entregar brevemente ao governo.

:M.ais de tres mil exemplares de «(J estoril» foram distribuidos gratuitamente no ultimo domingo por todo o concelho e pelas principais entidades oficiais e colectivi­dades economicas, de maneira que a toda a parte chegue a justiça da nossa causa que, como alguns dos nossos ilus­tres entrevistados afirmaram, é tambem de absoluta ne­cessidade para o bom nome e prestigio do ffaiz .

em sucessivos artigos e depoimentos valiosos conti­nuaremos defendendo esta velha aspiração, estando cer­tos que o ftoder eentral vai dedicar-lhe toda a atenção animado, por certo, dos bons desejos de a tornar em breve uma realidade.

:M.as é indispensavel que o concelho, por interme­dio das suas colectividades e de todos os elementos direc­tivos, saiba manter a chama sagrada, compreendendo bem o papel que lhe está reservado e saindo do, marasmo criminoso em que parecia quedar-se.

3á por mais de uma vez temo~ constatado a falta de unidade, sobretudo da parte dos naturais da terra, re­velada até por uma insensibilidade que irrita e ao mesmo tempo confrange. Xota-se ainda aquela influencia dos mentideros e tradições sertanejas, nada abonatórias da mentalidade que , ,muitos dos seus frequentadores se arrogam.

9lcabem com esse espirito mesquinho e egoista, dispensando um pouco da sua solidariedade moral e ma­terial áqueles que, embora não sejam daqui naturais, tanto se esforçam por elevar esta terra ao grau de pros­peridade e felicidade a que tem direito.

Se estivessemo.s á espera do estimulo alheio para caminharmos, então já teriamos morrido de inanição. :M.as pretendemos que, ao menos, a nossa acção, a per .. sistencia de que somos possuidos possa tocar os menos animosos, chamando-os á realidade da vida . ..

estamos convencidos de que se vai criando o espi­rito regionalista, e tudo indica já que a esta hora se está operando no concelho um grande desejo de renovação, donde hão-de resultar os melhores beneficias.

Que todos compreendam a sua missão, e a vitória será certa.

Em Vila Real de Traz-os­Montes foi inaugurado um monumento para perpetuar a memoria do valente mari­nheiro e nobre transmon­tano, que se chamou Carva­lho Araujo.

Oficial distinto da nossa Armada, soube honrar a sua farda, levantando bem alto o nome glorioso de Portugal.

Ficou assim cumprida uma divida de gratidão para com aquele que heroica­men e soube sacrificar a sua vida pela Patria, que Ele com tanto acrisolado amor con­spbsta cia Ta na Republica.

Por "fervoroso espirito bairrista e como portuguez aSSOCIamo-nos a essa consa­graç~o l ,que-servirá para ates­tar aos vindouros o simbolo da abnegação, da valentia e da lealdade.

Gloria á memoria de Car­valho Araujo!

Dr. t1rnaldo d'f\lmeida Fez ontem um ano sobre o passa­

mento do dr. Arnaldo d'Almeida, a quem a terrivel Parca, ainda em ple­no vigor, ceifou a vida.

Um facto anterior á sua morte le­vou-nos a discordancias, ocasionando uma polémica jornalística, e que "cer­tos mentecaptos" aproveitaram, pro- . curando sob esse pretexto atingir· nos e lançar sobre nós o odioso da sua fobia, reveladora de uma crassa igno­rancia e profunda maldade.

E' cêdo ainda para darmos publici­dade á correspondencia particular tro­cada entre nós e o malogrado medi­co, por onde provaremos á saciedade a correcção como nos tratámos mu­tuamente, mantendo até para conosco um certo bom humor.

Dentro da nossa acção em o jornal O Estorzl não temos até agora um acto que nos deprima, ou porque te­nhamos de arrepender-nos. E isso nos basta perante a nossa consciencia.

Ao passar, pois, o aniversario do falecimento do dr. Arnaldo d'Almei­da, prestamos hoje a nossa homena­gem sentida á sua memoria.

" N.O 41

Condições de assinatura Por trimestre:

12 numeros .••.. 7$00 Anuncios:

Preços convencionais não le devolvem Da orlglnll., embora não

u)am publicados.

COMPOsTO E IMPRESSO NAS "OFICINAS FERNANDES"

Rua Cruz dos Poiais, 103 -Lisboa

0portun idades A acrescentar aos indispensaveis me-

lhoramentos a efectuar com nrgen­cia em toda esta zona, sobressai tam­bem o da iluminação. com o qual a Com­panhia do Gaz e Electricidade não se tem preocupado, a não ser para atender exclusivamente ás suas conveniencias, de!>atendendo por completo as necessi­dades do publico, qne tem de pagar com língua de palmo o que ela muito bem quere e entende.

Dissemos ha dias que talvez encon­trassemos uma solução para o caso, com aplicação imediata.

A Camara de Casca.is é, sem duvida, das mais ricas do Paiz, embora seja tambem das que suporta maiores encar­gos e responsabilidades. E stá , por isso, em condições de realisar qualquer ope­ração que lhe permita acabar de vez com esta vergonhosa falta de luz, bem impropria de uma região com as carac­ter lsticas deste concelho.

Consiste a solução do problema, a nosso vêr, no seguinte:

- A Cam ara tomaria á Companhi a a ex­pl,)ração da luz em todo o conce lho, em alta tensão, desde Oeiras ou desde Car­cavelos, passando a fazer o fornecim en­to de sua conta.

Pelo preço, bastante reduzi-l o, q ne a luz lhe ficava, a Camara não só poderJ a fazer uma iluminação publica capaz, como estender a toda a parte os benefi­cios dêise importante melhoramento .

A diferença ent,re o custo e Q furneci­mento aos consumidores permitir-lhe-ia melhorar toda a r êdp , Itbertando to da a gente do despotismo da Companhia do Gaz e Electricidade.

Será. viavel esta formula?

• •• TERMINARAM as férias judiciais , por

isso é de espera.r que o caso do terreno das Palmeiras seja res01vido com a rapidez que toda a população e o bom nome desta localidade o vem ha anos reclamando.

Agora não devem aparecer mais en­traves, porque todos os interessados es­tão de acôrdo em quanto ao preço de aquisição.

Bom era que, ao terminar a constru­ção da escadaria de acesso da est ação ao Monte EstoriJ, pudessem inidar-se os tra.balhos para o seu aformose amento.

:. NA quarta feira ultima passou O pri-

meiro aniversario da morte do in­fortunado republicano Sá Pereira, que á causa da Liberdade e da Democracia durante toda a sua vida presto u rele­vantes serviços, quer no tem po da pro­paganda, quer como deputado, e que no Parlamento marcou sempre pela sua coherencia e atitudes desassombradas, valendo-lhe o respeito dos seus mais irredutiveis adversarios .

• •• DO passeio em frente ao Chalet do sr.

Al trt~do da SIlva e da parte de baixo do mesmo que deita para a linha férrea, continua a notar-se uma pitada de tombar.

As varinas tambem fazem ás vezes das suas, despejando para ali algum peixe que lhes sobeja das vendas e im­proprio para consumo.

De que serve andarmos uma vid a a clamar que esta zona é a mais privile­giada para O turismo ~

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IN5T~NT~NE05 Por KO[)RK

. .. e se vim para t9 falar neste as­sunto, foi levado possivelmente pela mesma força invisivel e forte que me levou a fazer· te minha mulher.

- Mas, afinal, o que pretendes de mim?

E desdenhosa, Dulee, deixou pender a formosa cabeça, lançando dos lábios carminados uma ténue nuvem de fumo.

- Escuta-me, Dulce. Recordas-te das condições em que

nos casá.mos, da luta que mantive com os meus por tua causa? -

Dulce encolheu os ombros. - Bem Stli - continuou êle - tu não

tinhas oulpa. Eu amava·te e tu podias fazer de mim

o que quizesses - com amargura­até mesmo ... o último dos miseraveis.

Mas crê, não venho aqui para te re­criminar.

- Que queres então? - retorquiu ela, sacudidamente, friamente.

- Apenas fazer-te uma pregunta. Diz-me: Roberto é teu amante?

Dulce soerguendo-se um pouco do divan onde se recostara, olhou o mari­do qU5, pálido, tremulo, se mantinha de pé, diante dela.

- E se fosse? Alvaro ao ouvir o tom en que esta

pregunta lhe era feita, compreendeu perfeitamente o que ela significava.

Era. então verdadeira a informação que lhe haviam dado I ...

Olhou fixamente sua mulher, e debru­çando-se um pouco sobre ela, agarrou-a. pelos ombros.

Ela estremeceu. - Não tenhas receio. Não te faço mal

- diz.-AcabOU-Sé para. mim a última ilusão.

Por ti reneguei os meus e destrui, tal­vez, o melhor da minha vida. Mas ... que importa? Amo-te hoje, tanto, como no dia em que tudo aba:ldonei para me dedicar só a ti. E vê - peço-te bem pouco. •. Dulce, vive como melhor te aprouvér. Pertence a Roberto ou a qual­quer outro e leva a vida que levarias, se fôsses livre. Porém ... - êle vacila - não deixes esta oasa ... Não deixes de aparecer junto de mim para me ilu­dires ainda de que sou amado.

E Alvaro, talvez envergonhado da sua fraqueza, levantou-se e, levando as mios ao rôsto, saíu do quarto de sua mulher, aniquilado, desfeito, como far­rapo sacudido por violento vendaval.

Dulce quedou-se por instantes, silen­ciosa, pensativa.

Depois. sacudindo a sua encantadora cabeça loura, solhou uma gargalhada.

Ria. RIa daquêle que lhe déra um nome. E sempre desdenhosa acendeu de novo

uma cigarrilha.

"Diario Liberal" Continua em organisação o novo

jornal republicano Diarzo Lt'beral, cujo aparecimento se anuncia para breve, estando todos os serviços de redacção e administração a ser orga­nisados cuidadosamente, de molde a que o novo orgão matutino, tanto na sua parte doutrinaria como na informa­tiva, corresponda aos àesejos mani­festados pela opinião republicana e liberal do país.

A iniciativa do lançamento dum jornal republicano da manhã foi rece­bida em todo o país com o maior en­tusiasmo, como o atestam as inume­ras cartas de aplauso que, antecipada. mente, estão surgindo de toda a parte, assinaturas aos milhares, etc.

O Dt:art"o Liberal, que terá como Director o ilustre republicano, Snr. Dr. João de Barros, contará no elen­co dos seus colaboradores, as mais prestigiosas figuras da Republica e os mais eminentes escritores e jorna­listas liberais e republicanos.

lairro Escolar do Estoril 'II o mais originai e Interessante que existe JI' .. em Portugal ~ela sua modelar orgaolsapio ,

o ESTORIL

Misericordia de Cascais Realisor.-se a 4 do corrente a costu­

mada sessão ordinaria da meza admi­nistrati va.

Foram tomadas as seguintes delibe­rações:

Concorrer com a quantia de quinhen­tos escudos para a subscr 'çào destinada a custear as despesas com o Monumen­to ao Dr. Passos Vella e convidaI todos os irmãos a subscreverem para o mebmo fim.

Autorisar o provedor a assinar a eicrit ra da dO/lção ftlita a esta Miseri­cordla pelo sr. Ht!nrique Marques Letlol Pancada, dum terreno para a edificação do novo h( spitaI.

Escolheu as 24 pessoas a quem no dia 1 de Novembro proximo serão dados vestuario e calçado, conformo o legado do benemérito sr. Francisco Marques Leal Pancada.

Entregar a Manuel Moreira Manata a medalha de agradecimento com que foi agraciado pela. Cruz Vermelha Portu­guesa, por ter' dado o sangue para uma transfusão feita no hospital desta Mise­ricordia.

Agradecer os seguintes donati vos re­oebidos:

Esc. 1O,roQ do anonimo J. S.; esc. 100000 de Ermelinda Sales da Hilva; esc. 500000 do sr. Leopoldino RI beiro; esc. 1:000,$00 do sr. Ramael Lupi dos Santos Jorge; esc. 100600 de D. Maria Ana Alves da Costa e Silva; esc. 1oot$00 do sr. Vicente Temudo Anes d'Oliveira, esc. 500600 do H. Alberto de Melo e SOUSa e esc. 10~OO do sr. Antonio de Heredia.

Da firma Vtctor Guedes & C.a foram recebidos 20 cabazes com uva para ser vendida pela Sociedade Propaganda da Costa do Sol, revertendo o produto da venda para esta Santa Casa.

Tomou-se conhtlcimento de ter sido recebido o legado de 5COiJOO esc. deixa­do por D. Maria. da Co celção abo Lima.

Foi admitido para irmão o sr. João Alberto Oliveira da Cost .

Durante o mez de Setembro ho o seguinte movimeuto hospitalar No a 1 existiam 31 doentes; entrarum G. an­te o mez, 30; sairam co alta3 a­leceram 2, passando para o presente mez, 27.

No banco deram-se 387 co t , -zeram·se 431 curativos e 35 vacinações.

Pelo sr. dr. Luiz Quintela. fOfU.m rés­lisadas 13 operações cirurgicas e 3 ~ra. ~­fusõtls de sangue.

No posto antisifilitico houve 77 tra­tamentos

Os medicamentos abonados a dOAntes externos importaram em esc. 1 2B5t$.65

Estoril-P alacio -~otcl o mais moderno e luxuoso

de todo o Paiz ~ [oDforlo e blaleDe

i\~sociaçlo de 8cIleftccIlcia c Socorros "Amadeu Duarte" - parede

Esta prestimosa colectividade, em reunião da sua ultima Assembleia Ge­ral e por proposta da Direcção, aprovou por aclamação um voto de louvor á Im­pi ensa 101 aJ, pelos rtlle\ antes servIços prestados ao Concelho.

Pela parte que nos toca, muito reco­nheCIdos agradeoemos a gentileza, que nos serve de estimulo e conforto para prosseguirmos o nosso caminho em defeza de toda a zona dll. Costa do Sol.

Foram apresentadas as contas da ul­tima gerencia (ano económico 1930/31), tendo-se constatado que t:sta Associa­ção dispendeu, em serviços de benefi­cencia, Esc. 15.360513, assim distribui­dos: Medicamentos aos indigentes.. 8. 680~29 Alimentos idem. 1.925120 Manutenção do Posto de Socorros 4. 602~09 Condução de doentes aos Hospitais 152~óó

Total Esc. 15.360.13

Como consta dos seus serviços esta­tisticos, fôram ftlitos, no Posto de So­corros, 72 tratamentos de urgência e feitas 40 conduções nos seus carros para os Hospitais, da.s quais só duas fôram remune.radas.

E assim vai prosseguindo na sua lou­vavel cruzada. de solirlariedade humana.

: Este número foi visado : pela Comissão de Censura

Um aspecto da selecta assistencia ao Concurso HiUico do ultimo dominao

eom o maior brilhantismo, emprestado por uma selecta as­sistencia, recomeçaram no passado domingo as provas de hipismo, para disputa do ":!arassar" estoril e "echarpe" que ficaram agora em poder respectivamente, do sr. :Nlarquez do flunchal e da sr/' fl). gereza fElantier.

floi uma tarde cheia de movimento e côr, em que as toi/e­tes das senhoras se combinavam com a amenidade do tempo, dando ao campo um ar de distinção e alegria,

9nscreveram-se 4/ concorrentes para o ":!aras6ar", entre os quais apareceram os mais favoritos.

(J ".13rassar" foi ganho no H eapucho" vencendo as elimina­Mrias, sempre com percursos limpos.

9f disputa da "echarpe", que foi tambem objecto de grande animação, e á qual concorreram seis senhoras, ficou agora em po­der da sr.O $. gereza :elantier, que montava o (((Jlimpico" sendo feita a classificação por tempos, por ser já noite.

e assim terminou uma tarde, que a todos satisfez..

VIDA DESPORTIVA Cascais Sport Club

Vai retomar a sua actividade despor­tiva este interessante Club, tendo já. em organização varios enoontros de Ping Pong a realizar em datas que serão opor­tunamente anunciadas.

Os treinos em Hand ba aI vão recome­çar, sob a direcção de Armando Franco e Sargento Ribeiro, habil profes30r de ginastica.

O Ga8cai.~ Sport G'lub enviou nos as suas saudações, tendo a sua direcção aprovado um voto de louvor ao jornal O Estorilf que muito agradecemos.

Sporting Club Monte Estoril Na ultima Assembleia Geral deste im- '

portante Club desportivo foram eleitos os seus 1l0VOS gerentes para o ano de 1931·1932, ficando assim constitui dos :

ASStlU bleia Geral- PresidentA, Bal­thazar Culos de Mnzer; Vice-Presi­dente, Dr. Armando Vieira de Sousa ; 1. o Secrelario, Vasco de Sou<; a; 2.0 Se­cretario, José P enha Soleiro ; Secretario Suplente, VJCt r Antonio Marques.

Direcçi'i.o - Presidente, Lu z José Pi­res; Vice-Presidente, Joaquim Rodri­gues; 1.0 Secretario, Anibal Lourenço Valentim; 2.° Secretario , C. lestino San­tos; Tesoureiro, José PauJino a'Almei­da; Suplente., Augusto Henrique Car­taxo. Serafim A'costa e J aquim P~reira.

Conselho Tecnico - Presidente, Eduardo Alberto Pires; Vice-Presiaeute, Egydio Rodrigues das Neves; Secreta­rio, JOSb Esteves Quintão; Suplente, Jo~é Oo\'a. da Silva.

Comissão Re,isora de Conta'! - Pre­sidente, Alfredo Pedro Lopes; S ecre­tario, José da Silva Simões; Relator, Joaquim Pereira dB Jesu!l j Suplentes, tI osé Soeiro e Serafim Ferreira LourlOh a.

D:r . .A ntonio lMI:a:rtins Comemorou-se ha dias com merecida

saudade o aniversario do des l'pareci· mento brutal do insigne cirurgião e prestigioso desportista Dr. Antonio Martins, que na força da vida foi arre­batado ao carinho da familia e á convi­vencia dos seus concidadãos, que o admiravam e estremeciam pejo seu bon­doso coração e plllos relevantes serviços prestados ao Desporto Nacional.

Bem fez a Camara de Cascais em consagrar a sua memoria, dando o seu nome a uma das ruas do Alto Estoril, e de que só tivemos conhecimento depois de realizada essa justissima homenagem, a que sinceramente nos Associamos.

Os nossos colegas Republica

Reapareceu este nosso estimado co­lega, que se publica em Lisboa e que á causa da Republioa vem prestando assinalados serviços, mantendo sempre uma orit.mtação plena de coherencia e verdadeiro espirito democratico, á fren­te do qual se encontra o velho republi. cano. nosso presado amigo e jornalista. vigoroso Ribeiro de Carvalho, que tem ao seu lado dedicados CO laboradores.

Um grande abraço.

liberdade E' um jornal repnblicano, sob a di­

recçãO intelig ... nte e combativa do aca· demico Virgilio Marinha de Campos, que desde o seu inl0io tem procurado criar e desenvolver O espirito democra­tico e liberul dos estudantes de Portu­gal.

A Republica deve-lhe apreciaveis ser­viços e todos os republIcanos portl1gue­~es lhe di'lpensa m a maior simpatia.

As nossas felicitaçÕ eS pAlo seu reapa­recimento.

A Voz do Sul Completou 17 anos de existencis o

nosso querido colega algarvio a.A Voz do Snl», que se PI blioa em Silves, sob a direcção inteligente de Henrique Mar­tins, a quem ha mui los anos nos pren­dem laços de sincera amizade, irmana­dos no mesmo pensamento de devoçito republi c·ana.

Companheiros muitas vezes na defeza do ideal comum, Henrique Martins sou­be sempre aumentar os seus numerosos amigos, com o respeito dos seus adver­sario!;!, que sempre fizeram justiça ao seu caracter e espirito contemporisador.

Do alto desta trincheira lhe enviamos o abraço amigo, oom os votos de mui­tas felicidades e longa vida para a sua «Voz do Su!», cuja recepção é sempre para nós motivo de saudosas recorda­ções de tempos que não voltam mais •.•

Gazeta das Caldas E' um bem orientado semanario re­

gionalista, que é dirigido com muita pron.ciencia pelo sr. Nobre Coutinho, completando ha pouco o 7.° ano de pu· blicidade.

Apreciamos sobremaneira '8. obra que aquele nosso ilustre confrade vem rea­lisando em prol da linda vila das Cal­das da Rainha, uma da!! mais encanta­doras estancias portuguezas.

Que muitos anos conte, são os nosso. votos.

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Realiza-se hoje no Casino Estoril uma fe8ta em beneficio da Colonia Balnear Infantil

de • O SecuIo) Hoje vai ser mais um dia de grande

aflut'ncia ao Casino Estoril, pela mati· n~e que lili se efectua a favor das crian­cinbas plotl"gidas pelo jornal () S/'cul,), patrocinada pela «Sociedade Arrendata­ria Internacional», sempre disposta a colaborar em todas estas manifestações em beneficio dos humildes e dos peque· ninos.

A Com pan hi a do teatro « Varied ades», com os numeros de ml1is sensação em que entram as interessa.ntes artistas Sa­tanela, Beatriz Costa, Maria Cristina, Ercilia Costa e Berta Ara.ujo, os baila­rinos Bethy e Charles e I)S artistas Al­varo Pereira, Ruy Metelo, Raposo L , -pes e outros, são motivo de seguro exito para o espectacdo que hoje se realiza no deslumbrante salão de festas.

A festa começa ás 16 horas e os pre­ços são de 20 e 15 escudos, respeitando o primeiro aos bilhetes para senhoras, e o segundo á.s entradas para homens.

"O Dia da Marinha de Guerra Portugueza" no Estoril

É no proximo dia 1 de Novembro que se realiza a grande festa á «M,\rinha de Gllerra Portugueza», promovida pelo jornal O Seculo, decorrendo com o maior entusiasmo os trabalhos de organização, a que vl10 prestar o seu ooncurso os mais importantes Clubs N tlU ticos e ou­tras colectividades desportivas.

Todos os barcos de guerra disponi­veis e esquadrilha de aviação marítima veem fundear em frente ao Estoril, as­sis~indo e tomando parte nos importantes exercicios nauticos que hão-de dispu­tar-se, havendo lindas e artisticas taças para os '7encedores, oferecidas pelo O Seculo, Sociedade Estoril, Sociedade Arrendabria Internacional, pelo sr. Mi­nistro da Marinha, Sociedade Propa­ganda da Costa do SoJ, e medalhas de vermeil para as diversas equipes que c.onquistarem os torneios.

Do programa constam numeros de verdadeira sensaçã.o, entre os quais as canções entoadas por cerca de mil ma­rinh."iros, acompanhados por Beatriz Costa, Maria Cristina e outras artistas teatrais.

E vai, decl"rto, este outono ficar me­mOI avel e deixar saudades no coração de todos os que tenham a ventura de assistir a esta festa monumental, em honra da ,Gloriosa Marinha de Guerra Portugueza».

foi f.zllz O f czslival Nautlco do ultimo domingo

czm Cascais

Como inicio de «vida nova», não se pode exigir mais da testa nautica que o GIUpll Drtlmaltco e Des ', o,tlVO promoveu no ultimo domingo em Cascais, com a cooperação do Club Nautico de Portu­gal, AssociaçãO Naval de Lisboa, Grupo SpO I tivo de Carcavelos, Club Maritimo de Oascais e outras colectividades des­portivas, que lhe emprestaram uma de­susada animaçãf', atraindo ali um,a ílfluen­cia de alguns milhares de pessoas, sem­pre irteressadas no decorrer de todas as provas.

Os numeros que não puderam reali­zar-se, ficaram salvaguardados pelo pro­grama - motivos imprevistos.

Estamos convencidos de que o G. D. e D. C. vai entrar numa fase de recons­tituiçllo, impulsionado por elementos de valor, que o hão·de elevar em breve ao apogeu de outros tempos.

A Sociedade Estoril, Comissão de Tu­rismo e Sociedade de Propaganda da Costa do Sol ofereceram lindas e artis­ticas taças que, jl1ntamente com valio· sas medalhas foram distribuidas no Ca­sino da Praia aos 'Vencedores, entre os quais apareceu o mais novo desportista do Concelho, Antonio Alves, que os­tenta. cinco medalhas p0r diversas mo­dal:dades desportivas, e que é conside­rado uma esperança no desporto da Costa do Sol.

No magnifico barco escola «:Mariline», do Olub N autico de Portugal esteve instalado o juri que presidiu ás provas de vela e motor.

No proxirro numero publicaremos a nota dos concorrentes premiados.

o ESTORIl:.

Estação Uval do Estoril Prosseg'uimos hoje na publicação

da interessante conferencia do sr. Dr. Raposo de Magalhães.

Uvas e Estações Uvaes

Estas breves noções ainda que des­providas de amenidade necessaria a esta ligeira palestra, são indispensaveis para vos deixar entrever os serviços que as ouras de frutos podem prestar, e fazem desde já compreen.der COILO em rleter­minados vegetais nós eneontramos po­derosos agentes naturais de notavel acção sobre uma ou outl a das constan­tes da nossa vida organica: a tensão ar­terial, O potencial cardiaco, a actividade renal.

Assim se explica que, embora sem base scientifica, desde li mais alta anti­guidade se tenham atribuido aos frutos qualidades que muito os recomendam numa alimentação raoional : deles se fala. na Biblia e são citados na medicina dos Egipcios e nos livros religiosos da In­dia; Gregos e Romanos indicavam os frutos como poderoso meio terapeutico.

Se, porem, nos ultimos séculos nós per­oorremos a historia da dietetica, verifi­camos, e hoje é para nós motivo de sur­preza., que os medicos, seguindo os prin­cípios do velho Galeno, professavam pe­los frutos o maior dos desdens. E até ha poucos anos os frutos eram conside­rados como fornecendo ao organismo apenas uma agua pouco assucarada, ce­lulose impropria para a nutrição e quan· tidades infimas de albuminoides; pelo contrario a acção nociva dos acido~ era posta em relevo, e no fim de contas aos frutos, q~e se comiam apenas por serem agradavels ao paladar, eram atribui das a maior parte das doenças e perturba­ções in~estinais proprias da estação em que malS se consomem.

Só numa época recente, e é já. infeliz­mente do meu tempo, é que começa o que podemos chamar f\ rehabilltaçào dos frutos: os quimicos demonstram que o seu suco contem importantes reservas de hidrocarbonatos e de sais minE'rais, e que os acidos vegetais se transformam no organismo dando produtos da maior import!lncia para alcalinizar os meios humorais e manter' o equilibrio bio-qui­mico normul; a clinica e a dietetica con­firmam estas noções e atribuem á. po­breza de certos frutos em albuminoides um papel primacial no combate ao que um notavel professor chamou «o carni­V01-ismo e altul/dn'smo de que sofre a hu­manidade».

Apropria celulo>;e ,dos frutos a que tantos males se atribuiam, tem, na opi­nião dos homens de sciencia, uma acção do mais alto interesse na vida organica dos animais, e a sua exclusão da alimen­tação provooa fenomenos de «carencill j,sica» bem conhecidos dos modernos fi­siologis! aI'.

Finalmente é noa frutos que se encon­tram os princípios um pouoo misterio­sos, os elemeutos imponderaveis e pc­derosos chamados «vitmnmas» que dão aos frutos a categoria de alimentos (vi­vos» e os tornam preciosos e indispen­saveis para estimular a nutrição e para reforçar as reacções de defeza do nosso organismo.

E assim sé compreende como tomaram lugar na moderna dietetica e como nos ultimos anos se tem generalizado o uso dos trutos na alimentação, como se tem largamente usado... e por vezes abu­sado, é bom dize-lo, das ccura8JJ de di­versos frutos.

Sem entrar em detalhes que aqui não teriam cabimento e citando apenas as m~is importantes, eu não quero deixar de referir·me ás «curas de laranjas», ri­cas em vitaminas, com uma pequena percentagem de assucar que as torna utilizaveis e beneficas para os diabeti­cos, magnificas na alimentação de sãos e de doentes, e cujo suco é excelente para as creanças em que a necessidade de alimentação pelo leite (leite esterili­zado, leite em pó, leite condensado) tan­tas vezes expõe aos inconvenientes da avitaminl/se, raquitismo, escorbuto, be­ri-beri, etc. Este problema é interes­sante e basta dizer-lhes que em certas cidades da America do Norte junta­mente com a distribuiçã.o do leite em frascos fechados se faz a distribuição do suco de laranja em frascos semelhantes, com todas as garantias de pureza e boa preparaç~o indispensaveis aos dois pro­dutos. (Segue no pr0x411l0 numero)

Auto-Estrada em projecto Os jornais de Lisboa de ontem tra­

ziam a notioia de que por um grupo fi­nanceiro importante tinha sido apresen­tado um projecto de construção para uma Auto·Elllra a, que partiria rla Granjü do Marquez, em Sintra, fazendo a lig9.­ção com o Porto.

Ha muito tempo que se fala nesse impo: tante melhoramento para servir o triaDgulo de turi"mo Lisboa-Cascais­Sintra-Lisboa, considerada absolut.a­mente indispensavel, tanto mais que a estrada de serviço para Cascais é quasi uma azinhaga, incapaz e impropria para a epoca presente.

Esperamos que as entidades oficiais e colectividades do Conoelho se ponham imediatamente em campo, de maneira que essa concessão seja feita, mas a partir de Lisboa e passando pela séde do nosso Concelho.

Não ha tempo a perder.

Exposição de flores em Cascais Está marcada para os dias 28) 29, 30

e 31 do corrente e 1 de·Novembro pro­ximo, um grande certame de flores, a que devem concorrer expositores de Cin­tn" Oeiras e dos principais pontos deste Concelho, cuja inserição já se encontra aberta na mercearia Torrado, até ao dia 25 do corrente.

Da Comissão fazem párte represen­tantes das Camaras de Cintra e Oeiras, sendo seu presidente o sr. Fernando Bravo, da Camara Municipal de Cascais, pedindo a todos os proprietarios e jar­dineiros que na area dos tres concelhos referidos tenham flores e plantas, con­corram á exposiçãO que se realiza na antiga caSa do Conde da Guarda, cujo produto se destina a fins humanitarios.

Teem sido oferecidos muitos e valio­sos premios para este interessante cer­tame.

festa de caridade no Estoril ricana

COlli!tituiu como era de esperar, um ver­dadeir cont imento mundano, a Q Ceia á amerieana» de caridade, que na noite de quarta feira passada, se reaHsou no novo CasIDo Estoril! por iniciativa do tenente 151'. Antonio Cardoso. administrador do Oon­celho de Case i s, e levada a efeito por uma comissão de senhoras da nossa aristocracia, actualmente. veraneando em Oascais e Es­toris, e cujo produto se destinava a favor da Misericordia de Cascais e dos pobres do concelho.

Além da dança, que foi quasi continua, brincou se de meza para meza, com verda­deiro entusiasmo, chegando por vezes a lucta a ser renhidissima.

O aspecto do vasto salão na noite de on­tem dava bem a ilusão de um jardim co­berto de viçosas flores. Viam-se todas as mezas ocupadas não só por familias da nossa primeira sociedade, como do corpo diplomatico, entre as quais nos recordam os seguintes nomes:

Ministra da Alemanha, Conselheira da Embai­xada Espanhola, Primeira secretaria da Embaixa­da Espanhola, Consulesa Geral de Espanha, Mar­queza do Cadaval, Condessa de Seisal e filha, l ondessa de Castelo Mendo Condessa de Calha­riz, Condes,sa de Carrobis, Condessa de Carnide, Condessa de Valbom, Condessa das Galveas D. Maria , Condessa de Murea, Condessa do Cartl\Xo, Condessa da Folgosa, D. tusia Patricio de Fratel, D. Branca de Atouguia Pinto Basto, D. Amelia Dias Pinto da Rocha, D. Camila de Paiva Raposo e filha, D. Berta Ortigão Ramos, D. Maria da Conceição Pinto de Morais Sarmento Cohen, D. Maria Isabel de Melo de Almada e Lencastre, D. Maria José Ortigão Burnay de Gusmão, D. Judith de Sousa e Faro de Lencastre a filha, D. Maria Isabel Ortigão Burnay de Almeida Belo, D. J sabeI Ortigão Ramos Jorge, D. Maria Cordeiro Roquete de Campos Henriques, D. Maria Isabel de Sousa Rego de Campos Henriques e filha, D. Catarina de Vilhena de Sousa Rego.

D. Mauia Izabel de Avilez de Sousa Rego, D. Maria _ Izabel de Castro Pereira de Arriaga e Cunha, D. Maria do Castro Pereira, D. Horminda Pereira Cardoso, D. Jnlieta Simões da Fonseca, D. Luiza de Sá Paes do Amaral Macieira, D. Amalia Morales de los Rios Leitão, n. Josefina Morales de los Rios Froes, D. Carmen Morales de los Ri09 de Castro, D. Maria Cohen do Espirito Santo Silva, D. Margarith May de Carvalho, D. Guita Calheiros e Menezes, D. Amelia Resende da Silva de :Melo, D. Ana Maria Cabral da Camara Ribeiro Ferreira, D. Maria Francisca da Camara Pinto Basto, D. Ignez Gomes, D. Maria Helena Nobre da Costa, D. Maria Josefina Eurnay Ruge­roni, D. Alix Maury de Melo, D. Maria do Carmo Soares de Albergaria Burnay, D. Maria José de' Borja Trindade Benard Guedes, D. Ludovina Soa­res de Albergaria Diniz, D. Constan~a de Men­donça Feyo Folque, D. Maria MargarIda Caupere de Bragança, D. Maria Izabel d'Ore~ Correia de Sampaio e filhas, D. fE'lizmina Cardim, D. Toma­zia Ereira, D. Felfcla Gonçalves Vilar, D. Mari~

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1(01a Comissão de Jniciati1a Tomou ante ontem posse a nova

Comissão de Turismo que ficou cons­tituida pelos srs. - Engenheiro Claro da Rica-Comandante do Porto de Cas­cais, 1.0 tenente sr. Oliveira Lima -­Joaquim Amancio, delegado da Camara, e Dr. Jollo do Couto. conservador do «Museu Conde de Castro Guimarães».

Os dois primeiros já. fazíam parte da comissão anterior.

Foi pedida tambem a nomeação do sr. Dr. Marques da Mata, Inspector de Saude do Concelho.

D. Maria da luz Marques da Silva Sepultou-se a semana passada em

Oascais, do que só ha dias tivemos conhecimento, a bondosa senhora D. Maria da Luz Marques da Silva: mãe do antigo Presidente do Ministerio e nosso querido amigo sr. Antonio Maria da Silva, que lhe devotava um enorme ca­rinho, acompauhando-o, por isso, e a sua Ex.ma Familia neste doloroso transe, com os mais sinceros sentimentos.

Campeonato Internacional de Lawn-Tennis em Cascais

Tem decorrido com muito ent,l1~i!lsmo o Campeonato Internacionlll de Tennis, a que concorreram portuguezes, austria­cos e franceses, entre os quais algumas senhoras, já. conhecidas neste genero de desporte.

No proximo DumEl1'O faremos um de­senvolvido relato deste torneio, que tem levado a Cascais uma. assistencia muito selecta e numerosa.

Dez regrczsso Já se encontra. no Monte Estoril, o

o nosso estimado assinante sr. Cas­siano dos Santos Baptista de regresso de Alvaiazere, onde esteve fazendo uma cura de ares com sua Esposa, filhos e cunhada Anita Gualberto, apresentando-lhes as boas vindas.

Os bons estudantes Partiu ha dias para Ohambery,

França, o nosso amigo Manuel Fari­nhas, filho do tambem n08SO querido amigo sr. Oamilo Farinhas, conside­rado comerciante e industrial da Oosta do Sol.

O moço estudante vai frequentar o 2.0 ano de engenharia, para o que lhe auguramos um completo exito, como bem merece.

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Tereza Borges de Sousa Ximanes Teles, D. Al­bina Cordeiro Rebelo e sobrinha, D. Catarina Cor­deiro, D. Maria Manuela Ferreira Lima de Serpa Pinto, D. Maria Baltazar Balsemão, D. Maria Adelaida de Castro Pereira Balsemão.

O. Ana da Camara de Bragança, D. Maria Luiza Nunes da Silva Moreira de Almeida, D. Rita de Somer Pereira, D. Maria Cardia Bastos, D. Ana Hibeiro e filhas, D. Julia Castilho ~antos Silva, D. Maria Luiza Paiva Raposo de Almeida, D. Izaura Roquete, D. Carolina de Vasconcelos e Sá, D. Maria Luiza Diogo da Silva Teixeira, D. Ma­ria de Vilhena Palma, D. Margarida Cambom Brandão, D. Sofia Baerlein de Castel Branco, D. Carlota Ressano Garcia Anahory. D Luiza Maria Machado Perry Vidal, D. Maria Luiza Seixas Arantes, D. Maria Pinto Coelho de Vilhena, D. Carmen Burnay de Vilhena, j). Maria Natalia Diogo da Silva dos Reis Torgal, D. Maria Ade­laide Salema Rolim, II. Maria Carolina Gomes Palma, D. Maria José Canas da Costa e Silva, D. Helena Abecassis e irmã, D. Eduarda Nunes de Carvalho, D. Maria Soto Maior Pinto Basto, D. Maria de Melo Breyner Cabral da Camara Bel­monte), D. Maria da Luz Melo e Faro (Monte Real), D. Berta e D Maria Helena Belmar da Costa, D. Palmira Maldonado, D. Maria Salema de Avilez e irmãs, etc., etc.

A cr.missão organizadora deve ter fi­cado plenamente satisfeita com o resul­tado da sua festa, nl10 só scbre O as­pecto mundano, oomo financeiro.

,D. Nuno}).

Page 4: A~d~rn~i~nistrador ANTONIO ALVES ... - biblioteca.cascais.pt · Xota-se ainda aquela influencia dos ... levou a fazer· te minha mulher. - Mas, afinal, o que pretendes de mim? E desdenhosa,

o ESTORIL 4

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