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ADRIANO GUIMARÃES BRASOLIN FORTRO - Fórceps para Trocarte. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Título de Mestre Profissional em Ciências. SÃO PAULO 2017

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ADRIANO GUIMARÃES BRASOLIN

FORTRO - Fórceps para Trocarte.

Tese apresentada à Universidade Federal de São

Paulo para obtenção do Título de Mestre

Profissional em Ciências.

SÃO PAULO

2017

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ADRIANO GUIMARÃES BRASOLIN

FORTRO - Fórceps para Trocarte.

Tese apresentada à Universidade Federal de São

Paulo para obtenção do Título de Mestre

Profissional em Ciências.

Orientadora: Profa. Dra. Lydia Masako Ferreira

SÃO PAULO

2017

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Brasolin, Adriano Guimarães

FORTRO – Fórceps para Trocarte. / Adriano Guimarães Brasolin. -- São Paulo,

2017.

XII, 76f.

Tese (Mestrado Profissional) – Universidade Federal de São Paulo. Curso de Mestrado

Profissional – Ciência, Tecnologia e Gestão aplicadas à Regeneração Tecidual.

Título em inglês: FORTRO – Forceps for Trocar.

1. Instrumentos cirúrgicos. 2. Drenagem. 3. Sucção. 4. Equipamentos e Provisões.

5. Segurança de Equipamentos.

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CURSO DE MESTRADO

PROFISSIONAL EM

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E

GESTÃO APLICADAS À REGENERAÇÃO TECIDUAL

Coordenador: Prof. Elvio Bueno Garcia

Vice-Coordenadora: Profa. Leila Blanes

ORIENTADORA: Profa. Dra. Lydia Masako Ferreira

2017

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IV

DEDICATÓRIA

Ao GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, por me guiar com

saúde, sabedoria e segurança, em cada etapa de minha vida profissional e

acadêmica.

Aos meus pais, RUBENS BRASOLIN JUNIOR e MARTA DE

FÁTIMA GUIMARÃES BRASOLIN, que foram fundamentais em

minha educação e sempre incentivaram minha vida profissional.

Ao meu avô, RUBENS BRASOLIN, que se dedicou aos estudos por

toda a vida e me ensinou com seu exemplo a dedicação pelo trabalho.

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V

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Profa. Dra. LYDIA MASAKO FERREIRA,

Profa. Titular da Disciplina de Cirurgia Plástica UNIFESP - EPM,

Coordenadora da Medicina III CAPES, Pesquisadora CNPq 1A, por me

mostrar o caminho da ciência, os ensinamentos cirúrgicos, como trabalhar

com firmeza, dedicação e ética e me demonstrar um exemplo de liderança.

Aos coordenadores do Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia

e Gestão aplicadas à Regeneração Tecidual, Prof. ELVIO BUENO

GARCIA e Profa. LEILA BLANES pelo empenho e dedicação

dispensados ao curso.

Aos colegas e orientadores do curso de pós-graduação pelas

contribuições valiosas, para a minha tese, pelo convívio e aprendizado.

Ao colega cirurgião plástico, amigo, VITORIO MADDARENA,

quem me provocou o insight deste projeto.

À secretária da Pós-Graduação SANDRA DA SILVA pela presteza

e solicitude sempre demonstradas.

Ao engenheiro de produção mecânica GILBERTO NUNES

MARTINS GUERREIRO e ao Sr. GOTTFRIED RICHTER pela

presteza e por apoiarem o projeto e o desenvolvimento dos protótipos.

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VI

“As invenções são, sobretudo, o

resultado de um trabalho teimoso”

Santos Dumont.

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VII

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ........................................................................................................... IV

AGRADECIMENTOS ................................................................................................... V

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... VIII

LISTA DE TABELA .................................................................................................... IX

LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................... X

RESUMO ...................................................................................................................... XI

ABSTRACT .................................................................................................................. XII

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

2 OBJETIVO ................................................................................................................... 7

3 MÉTODOS ................................................................................................................... 9

4 RESULTADOS ........................................................................................................... 15

5 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 35

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 43

7 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

NORMAS ADOTADAS ............................................................................................... 50

APÊNDICES .................................................................................................................. 52

ANEXOS ........................................................................................................................ 59

FONTES CONSULTADAS ......................................................................................... 62

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VIII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Desenho técnico do Fórceps para Trocarte. Visão anterior. ........................ 23

Figura 2 - Desenho técnico do Fórceps para Trocarte. Visão lateral direita. ................ 23

Figura 3 - A: Vista anterior da articulação box lock. B: Vista lateral da articulação

box lock. ....................................................................................................... 24

Figura 4 - Vista anterior da empunhadura anelar e do sistema de travamento

dentado. A: Sistema livre e aberto. B: Sistema fechado e travado. ............. 25

Figura 5 - Vista anterior e lateral do dispositivo, e vista lateral em close da face

interna de uma semiogiva. Apresenta duas concavidades, uma de 3,2

mm e outra de 4,8 mm. ................................................................................. 26

Figura 6 - A- Vista anterior do fórceps com as medidas do comprimento total (206

mm), largura da articulação box lock (10 mm), largura da ogiva

fechada (11 mm), da ponta da ogiva (8,49 mm) e diâmetro anelar (25

mm). B - Vista lateral do fórceps com as medidas da altura da ogiva

(15 mm), comprimento da ogiva (20 mm), comprimento total das

hastes proximais 160 mm (120 mm haste + 40 mm empunhadura

anelar). ........................................................................................................ 277

Figura 7 - Trocarte de 3,2 mm, na parte superior da figura, trocarte de 4,8 mm,

logo abaixo e perspectiva anterior à esquerda do FORTRO. ....................... 28

Figura 8 - Perspectiva lateral direita do FORTRO, prendendo um trocarte de 4,8

mm, nas concavidades maiores e anteriores. Demonstração de um

modo seguro de manuseio, na empunhadura e preensão do trocarte

pela ogiva. Observação: não travar a ogiva na fixação do cateter, no

tubo flexível do dreno ou na curvatura do trocarte. ..................................... 29

Figura 9 - Perspectiva lateral direita do FORTRO, prendendo um trocarte de

4,8mm, nas concavidades anteriores. ........................................................... 29

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IX

LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Identificação das patentes para auxiliar a passagem de drenos com

trocarte. ......................................................................................................... 31

Tabela 2 - Comparação do sistema de fixação do trocarte do dispositivo do estudo

e da patente PI 0318267-3 A / WO/2004/093964. ....................................... 32

Tabela 3 - Comparação do alcance do trocarte do dispositivo do estudo e da

patente PI 0318267-3 A / WO/2004/093964................................................ 33

Tabela 4 - Comparação do dispositivo do estudo e da patente US005607405A........... 34

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X

LISTA DE ABREVIATURAS

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CIP Classificação Internacional de Patentes

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

EPM Escola Paulista de Medicina

et al. et alii (latim), em português: e outros.

FORTRO Fórceps para trocarte

HIV Human Immunodeficiency Virus

INPI Instituto Nacional de Propriedade Industrial

IPC International Patent Classification

NIT Núcleo de Inovação Tecnológica

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

USPTO United States Patent and Trademark Office

WIPO World Intellectual Property Organization

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XI

RESUMO

Introdução: A inserção de drenos cirúrgicos com trocartes pode colocar

em risco a segurança da equipe quando utilizados manualmente. A saída do

trocarte por contra incisão pode estar distante da incisão cirúrgica,

aumentando a dificuldade do procedimento e o tempo da cirurgia.

Objetivo: Criar um instrumento cirúrgico que prenda e auxilie a passagem

do trocarte de drenos pelos tecidos. Métodos: Busca de anterioridade de

dispositivos descritos para auxiliar a passagem de drenos e comparação

com o desenho do novo dispositivo. Descrição das principais características

e funções do instrumento criado para prender o trocarte dos drenos e

auxiliar na passagem pelos tecidos. Resultados: A busca de anterioridade,

nas bases do INPI, USPTO e Google Patents resultou, na classificação

internacional de patentes, dois dispositivos para a passagem de trocartes:

um depósito no INPI e WIPO e outro no USPTO, mas nenhum projetado

como fórceps. Na análise do fórceps em estudo compararam-se as patentes

dos dispositivos existentes com os seguintes critérios: desenho e

aplicabilidade. Foram descritas a composição, a função, as medidas e o

modo de utilização do dispositivo. Conclusão: Foi elaborado o dispositivo

FORTRO, um fórceps cirúrgico para auxiliar a passagem de trocartes pelos

tecidos.

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XII

ABSTRACT

Introduction: The insertion of surgical drains with trocars can jeopardize

the safety of the team when used manually. The exit of the trocar by

counter-incision may be distant from the surgical incision, increasing the

difficulty of the procedure and the time of surgery. Objective: To create a

surgical instrument to fasten and aid the passage of the trocar of drains

through the tissues. Methods: Search of precedence described devices to

aid the passage of drains and comparison with the design of the new

device. Description of the main characteristics and functions of the

instrument created to fasten the trocar of the drains, and assist in the

passage through the tissues. Results: The search for precedence in the

INPI, USPTO and Google Patents databases resulted, in the International

patent classification, in two devices for the passage of trocars: a deposit in

the INPI and WIPO, and another one in the USPTO, but none designed as

forceps. Forceps analysis under study compared the patents of existing

devices with the following criteria: design and applicability. The

composition, function, measurements and mode of using the device have

been described. Conclusion: The FORTRO device, a surgical forceps, was

developed to aid the passage of trocars through the tissues.

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INTRODUÇÃO

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Introdução | 2

1 INTRODUÇÃO

A utilização de drenos é rotina em muitos procedimentos cirúrgicos.

Drenos são dispositivos, geralmente tubulares, inseridos para a remoção de

ar, sangue, pus ou outros fluidos em uma ferida operatória. Eles evitam

formação de espaço morto, acúmulo de líquidos, que pode se tornar um

foco de infecção e, também, servem para formar fístula controlada, por

exemplo, após a exploração da via biliar (MEMON et al., 2001; DURAI et

al., 2009).

As origens dos drenos são tão remotas que alcançam textos da

Antiguidade grega e, durante os séculos, os drenos receberam

aprimoramentos tanto nos compostos quanto nos métodos de uso.

Hipócrates descreveu a drenagem de empiemas com pequenos tubos e fios

de lençóis e a drenagem de ascite em pacientes com doença hepática.

Relatou prognóstico favorável entre pacientes que drenavam esses líquidos

(ROBINSON, 1986), porém a drenagem era intermitente, realizada apenas

uma vez ao dia e de forma passiva.

No século I a.C., Celsus arquitetou um método, para drenar ascite

com tubos cônicos, a fim de prevenir que eles saíssem da cavidade

peritoneal. Eram feitos de bronze e chumbo, ligados a um plugue para

permitir a drenagem dos fluidos (ROBINSON, 1986). Porém, ainda de

forma intermitente e passiva, o dreno era exteriorizado pela própria ferida

operatória.

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Introdução | 3

A drenagem passiva e intermitente de feridas e cirurgias permaneceu

como padrão durante o milênio. Em relatos sobre os sistemas tubulares

descreve-se o uso de ossos bovinos, de aortas, intestino de cabra, vidro,

bronze, demonstrando, em cada época, uma evolução dos materiais e

métodos de drenagem (MEYERSON, 2016).

Penrose, empregando a propriedade da capilaridade, descreveu um

dreno laminar de látex, que recebeu seu nome em 1890 e ainda é

frequentemente empregado em drenagens passivas (DURAI et al., 2009).

Não se pode, porém, acoplar um coletor ao sistema nem realizar pressão

negativa.

Apenas no final do século XIX e início do século XX, os sistemas de

sucção foram desenvolvidos. Nos anos 40 e 50, sistemas de drenagem

fechada (isolados da atmosfera) e reservatórios foram introduzidos. Esses

drenos poderiam estar ligados à pressão negativa intermitente ou contínua.

Todavia, ficavam à beira do leito do paciente, impossibilitando-o de

deambular (MEYERSON, 2016).

A pressão negativa contínua foi introduzida por RAFFL (1952).

CASSIE (1954) e RELDON (1955) criaram o reservatório portátil para

facilitar a mobilidade do paciente e a deambulação. MORRIS (1973)

realizou um estudo prospectivo comparando a drenagem fechada passiva e

a fechada com aspiração. Ele demonstrou menores períodos de internação

hospitalar, menor tempo para remoção do dreno cirúrgico, menos infecções

e menores complicações na cicatrização de feridas no grupo com pressão

negativa (RAFFL, 1952; CASSIE, 1954; RELDON 1955).

A extensa história de diferentes métodos de drenagem cirúrgica

levou à criação de produtos, muito bem estabelecidos no mercado e foram

instituídos na rotina de muitos cirurgiões (MEYERSON, 2015). Entre

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Introdução | 4

alguns dos mais conhecidos estão os drenos Portovac, Jackson-Pratt e

dreno de Blake (BLAKE, 1983; JACKSON & PRATT, 1972). São drenos

compostos por sistema fechado de drenagem pós-operatória. Possui

reservatório para os líquidos aspirados, cateter flexível e trocarte utilizado

para a passagem do dreno pelos tecidos (ETHICON, 2017).

Algumas técnicas podem ser empregadas para exteriorizar um dreno

de uma ferida operatória. O cirurgião pode, simplesmente, posicionar a área

de drenagem do cateter dentro da ferida, posicionar a porção distal,

exteriorizando o cateter pela própria incisão e suturá-lo ao redor do tubo.

Essa técnica apresenta um ponto desfavorável, pois a vedação ao redor do

cateter pode não ser satisfatória, causando possível perda da pressão

negativa realizada pelo reservatório e, em piores casos, infecção do sítio

cirúrgico. Uma opção seria passar o trocarte, conectado à porção distal do

cateter do dreno pela pele sã, adjacente à ferida operatória, técnica chamada

de contra abertura (BROADNAX, 1990). O cirurgião puxa o tubo do dreno

até o cateter ficar posicionado drenando a ferida. Dessa forma, a incisão

pode ser totalmente fechada e o cateter suturado, com menos risco de

infecção e perda de pressão negativa (DURAI & NG, 2010).

Em algumas situações, a incisão cirúrgica pode estar distante da

saída do dreno desejada pelo cirurgião, por exemplo, no caso da

mamoplastia de aumento com incisão no sulco inframamário, na qual

alguns cirurgiões realizam a exteriorização do dreno por contra abertura, na

região axilar, com o intuito de esconder a cicatriz dessa saída. O

comprimento do trocarte varia, de acordo com o fabricante e os mais

comuns são, em média, de 15 cm (BLAKE, 1983). Com esse pequeno

comprimento, o cirurgião dispõe apenas da extremidade da haste metálica

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Introdução | 5

para segurá-la. Dessa forma, a firmeza e precisão do movimento de

passagem do trocarte podem ficar comprometidas.

Não obstante, a exteriorização do trocarte requer que o cirurgião, ou

auxiliar, puxe-o manualmente, expondo-os ao risco de acidentes

perfurocortantes. A ponta desta haste é extremamente pontiaguda e afiada,

preparada para transfixar tecidos. Uma leve desatenção de algum membro

da equipe, um movimento não preciso do cirurgião ou o escape do trocarte

da mão do operador podem causar acidentes no ambiente de trabalho

(DECKER et al., 1997).

Acidentes resultantes de exposição ocupacional a materiais

biológicos por trabalhadores da área de saúde têm sido considerados fator

preocupante, não só pelos prejuízos que acarretam às instituições, mas

também aos próprios trabalhadores (SAILER & MARZIALE, 2007).

Estima-se, nos Estados Unidos da América, que, anualmente, ocorram

385.000 acidentes com materiais perfurocortantes envolvendo

trabalhadores da saúde que atuam em hospitais (PANLILIO et al., 2004).

No Brasil, apesar de os acidentes de trabalho por material perfurocortantes

serem frequentes, não existe ainda um real diagnóstico do número de

trabalhadores acidentados. Acredita-se que o número existente seja

subestimado devido à existência provável de subnotificação entre

profissionais de saúde (RAPPARINI & REINHARDT, 2010).

Os serviços de urgência e centro cirúrgico são os locais onde,

frequentemente, ocorrem os maiores índices de acidente de trabalho com

material biológico devido aos numerosos procedimentos realizados com

manuseio de instrumentos perfurocortantes, e ao grande número de

pacientes assistidos. Entre médicos cirurgiões, são estimados 80 a 135

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Introdução | 6

contatos com sangue por ano, sendo 8 a 15 exposições percutâneas nesse

período (MARZIALI & RODRIGUES, 2007).

Acidentes com materiais perfurocortantes geram altos custos

financeiros para serviços públicos e privados, e a prevenção desses eventos

já está prevista na legislação. (RAPPARINI & REINHARDT, 2010).

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OBJETIVO

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Objetivo | 8

2 OBJETIVO

Criar um instrumento cirúrgico a fim de facilitar

a passagem do trocarte de drenos pelos tecidos.

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MÉTODOS

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Métodos | 10

3 MÉTODOS

3.1 Comitê de ética e pesquisa, e Núcleo de inovação tecnológica

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de São Paulo / Hospital São Paulo sob o número

3190020217 (Apêndice 1), e protocolado no Núcleo de inovação

tecnológica (Apêndice 2).

3.2 Busca de anterioridade

Foi realizada, em maio de 2016 e repetida, em abril de 2017, para

atualização, a busca de anterioridade nos bancos de dados de propriedade

industrial nacional e internacionais.

A plataforma nacional utilizada foi:

a) Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)

(http://www.inpi.gov.br/).

As plataformas internacionais utilizadas foram:

a) Google Patents (https://patents.google.com/)

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Métodos | 11

b) United States Patent and Trademark Office - USPTO

(https://www.uspto.gov/).

O dispositivo idealizado foi um fórceps cirúrgico, para cirurgias

abertas, não endoscópicas e foi identificado dentro da Classificação

Internacional de Patentes (CIP), (International Patent Classification - IPC)

da seguinte forma:

Seção: A - Necessidades Humanas.

Classe: A61 - Ciência médica, veterinária; higiene.

Subclasse: A61B - Métodos diagnósticos, cirurgias, identificação.

Grupo: A61B 17/00 - Instrumentos cirúrgicos, dispositivos ou

métodos.

Subgrupo: A61B 17/28 - Fórceps cirúrgicos.

Determinada a classificação na IPC, utilizaram-se os seguintes

termos para a pesquisa: dreno, cateter, trocarte, fórceps, drain, trocar,

forceps, catheter, dentro da classe A61B 17/28.

Outras duas classes da IPC, também, contemplam dispositivos para a

passagem de drenos. São elas:

A61M 5/00 – Dispositivos para introduzir matérias no corpo por via

subcutânea, intravascular ou intramuscular.

A61M 27/00 – Dispositivos de drenagem para feridas ou similares.

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Métodos | 12

3.3 Descrição e características

Foram descritas e ilustradas as características e funções deste novo

dispositivo para o auxílio na passagem de drenos com trocarte pelos

tecidos.

3.3.1 Design Thinking para patentes

O Design Thinking é uma abordagem à resolução de problemas que

se baseiam em três pilares principais: empatia, colaboração e

experimentação (FERREIRA et al., 2015).

Empatia: capacidade de compreender o sentimento ou reação da

outra pessoa imaginando-se nas mesmas circunstâncias. Colaboração: agir

com outrem para a obtenção de determinado resultado ou ter participação

em obra coletiva. Experimentação: ato de observar e analisar uma hipótese

em determinado contexto ou circunstância, ou seja, levar a nossa

criatividade do papel para a prática do mundo real, com pessoas em

diferentes contextos, colhendo feedbacks e transformando as ideias em

soluções (FERREIRA et al., 2015).

Quando um grupo de pessoas analisa um problema em conjunto,

normalmente, leva a soluções novas sobre aquele problema. O princípio do

design thinking está focado na resolução de problemas de formas

diferentes, criando novas soluções a todos os diferentes aspectos, que vão

além de melhorarem as alternativas existentes (FERREIRA et al., 2015).

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Métodos | 13

No momento em que são geradas as alternativas, volta-se à

experimentação, que é chamada de prototipação, a qual não é apenas

construir e verificar se funciona e, sim, um processo evolutivo.

Prototipagem é pensar com as mãos. Falha é parte do processo para ter

sucesso. Experimentos com tentativas e erros são fundamentais no modelo

do design thinking para patentes (FERREIRA et al., 2015).

Protótipos

Para desenvolver o dispositivo final, foram criados protótipos, os

quais possuíam a função de simular as funcionalidades do produto que é de

extrema importância para observar e atestar o sucesso do projeto.

Os protótipos passaram por um processo de evolução, considerando

o material utilizado, custo da matéria prima utilizada, modo de produção

industrial em escala e design funcional.

O engenheiro que auxiliou na criação nos protótipos forneceu o

conhecimento técnico, e cirurgiões plásticos membros titulares da

Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ofereceram sugestões baseadas

nas experiências cirúrgicas.

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Métodos | 14

3.4 Comparação com patentes existentes

Foi elaborada uma tabela com os dados de identificação de todas as

patentes para a passagem de drenos com trocartes, com a data de

publicação, IPC, local de registro e inventores.

Com base nas patentes relacionadas, na tabela mencionada

anteriormente, realizou-se uma comparação com o desenho do dispositivo

deste estudo.

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RESULTADOS

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Resultados | 16

4 RESULTADOS

4.1 Busca de anterioridade

4.1.1 INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial

a) IPC A61B 17/28 - Fórceps cirúrgicos

A busca na base do INPI gerou 47 resultados, na IPC A61B 17/28,

quando nenhum descritor foi empregado. Aplicando os descritores dreno,

cateter, trocarte, nos campos do título e resumo na pesquisa avançada,

nenhum resultado foi encontrado para a pesquisa.

b) IPC A61M 5/00 – Dispositivos para introduzir matérias no

corpo por via subcutânea, intravascular ou intramuscular

A busca na base do INPI gerou 419 resultados, na IPC A61M 5/00,

quando nenhum descritor foi usado. Ao empregar os descritores dreno,

cateter, trocarte, nos campos do título e resumo na pesquisa avançada,

nenhum resultado foi encontrado para a pesquisa.

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Resultados | 17

c) IPC A61M 27/00 – Dispositivos de drenagem para feridas ou

similares

A busca na base do INPI gerou 133 resultados, na IPC A61M 27/00,

quando nenhum descritor foi utilizado. Valendo-se dos descritores dreno,

cateter, trocarte, nos campos do título e resumo na pesquisa avançada, 5

resultados foram encontrados e, em um deles, descreveu-se um dispositivo

para a passagem de trocarte (PI 0318267-3).

4.1.2 USPTO - United States Patent and Trademark Office

a) IPC A61B 17/28 – Surgical forceps

A busca na base do escritório americano, USPTO, gerou 2691

resultados, na IPC A61B 17/28, quando nenhum descritor foi utilizado.

Aplicaram-se, a seguir, os descritores drain, trocar e catheter.

Nomeando os descritores drain, no campo do título, nenhum

resultado foi encontrado. Ao empregar os descritores drain, no campo do

resumo, apenas um resultado foi encontrado (US patent 7,153,321 B2),

porém se trata de um fórceps para facilitar a passagem de drenos de tórax

sem trocarte.

Ao utilizar o descritor trocar, no campo do título, 13 resultados

foram encontrados. Em três resultados foram descritos desenhos de

trocartes, 10 resultados, demonstrando métodos de inserção de trocarte,

para a cirurgia endoscópica, mas nenhum deles foi relevante para este

estudo. Usando o descritor trocar, no campo do resumo, 72 resultados

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Resultados | 18

foram encontrados, dentre eles, os 13 resultados apresentados neste

parágrafo. Entre os 72 resultados, nenhum apresentou um instrumento ou

método para auxiliar a passagem do trocarte para drenos ou cateter.

Com o descritor catheter, no campo do título, 36 resultados foram

encontrados, no entanto nenhum deles apresentou um instrumento ou

método para auxiliar a passagem do trocarte para drenos. Para o descritor

catheter, no campo do resumo, 140 resultados foram encontrados, entre

eles, os 36 resultados apresentados neste parágrafo. Entre os 140

resultados, uma patente apresentou um fórceps para auxiliar a passagem de

dreno (US patent 4,608,982), porém se trata de um outro fórceps para

facilitar a passagem de drenos de tórax sem trocarte.

b) IPC A61M 5/00 – Devices for bringing media into the body in a

subcutaneous, intra-vascular or intramuscular way

A busca na base do escritório USPTO gerou 3917 resultados, na IPC

A61M 5/00, quando nenhum descritor foi utilizado. Aplicaram-se, a

seguir, os descritores drain, trocar e catheter.

Ao empregar o descritor drain, no campo do título, 6 resultados

foram encontrados e com o descritor drain, no campo do resumo, 36

resultados foram encontrados. Entre eles, nenhum apresentou um

instrumento ou método para auxiliar a passagem do trocarte para drenos.

Utilizou-se o descritor trocar, no campo do título, e 19 resultados

foram encontrados. Com o descritor trocar, no campo do resumo, 25

resultados foram encontrados. Apenas em um resultado descreveu-se o

dispositivo para passagem do trocarte (US patent 5,607,405).

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Resultados | 19

Empregou-se o descritor catheter, no campo do título, e 238

resultados foram encontrados; e com o descritor catheter, no campo do

resumo, 427 resultados foram encontrados. Entre os resultados, nenhum

deles apresentou um instrumento ou método para auxiliar a passagem do

trocarte para drenos.

c) IPC A61M 27/00 – Drainage appliances for wounds, or the like

A busca na base do escritório USPTO gerou 1010 resultados, na IPC

A61M 27/00, quando nenhum descritor foi utilizado. Utilizou-se apenas o

descritor trocar, pois a IPC já se trata sobre dispositivos de drenagem.

Utilizando o descritor trocar, no campo do título, apenas um

resultado foi encontrado, mas trata-se de adaptador para montagem de

trocarte (US patent 5,431,661). Ao empregar o descritor trocar, no campo

do resumo, 4 resultados foram encontrados, mas apenas a referida patente

acima que descreveu dispositivo de adaptador do trocarte sem relação com

o presente estudo.

4.1.3 Google Patents

a) IPC A61B 17/28 – Surgical fórceps

A busca na plataforma Google gerou 6.967 resultados, na IPC A61B

17/28, quando nenhum descritor foi utilizado. Aplicaram-se, a seguir, os

descritores drain, trocar e catheter.

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Resultados | 20

Quando o descritor drain foi adicionado ao campo do título, 14

resultados foram encontrados; e utilizando-se o descritor drain, no campo

do resumo, 32 resultados foram encontrados, mas nenhum de interesse para

o presente estudo.

Ao utilizar o descritor trocar, no campo do título, 25 resultados

foram encontrados. Com o descritor trocar, no campo do resumo,

encontrou-se 45 resultados. Nenhum deles apresentou um instrumento ou

método para auxiliar a passagem do trocarte para drenos ou cateter.

Ao empregar o descritor catheter, no campo do título, 88 resultados

foram encontrados, mas nenhum deles apresentou um instrumento ou

método para auxiliar a passagem do trocarte para drenos. Inseriu-se o

descritor catheter, no campo do resumo, apresentaram-se 346 resultados.

Uma patente mostrou fórceps para auxiliar a passagem de dreno (US patent

4,608,982), porém se trata do fórceps para facilitar a passagem de drenos

de tórax sem trocarte já descrito acima.

b) IPC A61M 5/00 – Devices for bringing media into the body in a

subcutaneous, intra-vascular or intramuscular way

A busca na plataforma Google gerou 59.818 resultados, na IPC

A61M 5/00, quando nenhum descritor foi utilizado. Aplicaram-se, a

seguir, os descritores drain, trocar e catheter.

Ao analisar o descritor drain, no campo do título, 52 resultados

foram encontrados e ao dispor o descritor drain, no campo do resumo, 114

resultados foram encontrados. Entre eles, nenhum apresentou um

instrumento ou método para auxiliar a passagem do trocarte para drenos.

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Resultados | 21

Empregou-se o descritor trocar, no campo do título, 68 resultados

foram encontrados e situando o descritor trocar, no campo do resumo, 131

resultados foram encontrados. Apenas um resultado apontou dispositivo

para passagem do trocarte (US patent 5,607,405).

Com o descritor catheter, no campo do título, 222 resultados foram

encontrados e com o descritor catheter, no campo do resumo, 265

resultados foram encontrados. Entre esses, nenhum deles apresentou

instrumento ou método para auxiliar a passagem do trocarte para drenos.

c) IPC A61M 27/00 – Drainage appliances for wounds, or the like

A busca na plataforma Google gerou 11.841 resultados, na IPC

A61M 27/00, quando nenhum descritor foi utilizado. Apenas o descritor

trocar foi empregado, pois a IPC já trata sobre dispositivos de drenagem.

Com o descritor trocar, no campo do título, 54 resultados foram

encontrados e nenhum de interesse para o presente estudo. Ao dispor o

descritor trocar, no campo do resumo, 102 resultados foram encontrados e

apenas uma patente descreveu dispositivo para a passagem de trocarte e foi

encontrada no INPI: PI 0318267- 3.

4.2 Resultado final da busca de anterioridade

Nessa busca de anterioridade, nas bases dos escritórios nacional e

internacionais, dois dispositivos com a função de auxiliar a passagem de

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Resultados | 22

trocarte de drenagem, em cirurgia aberta, não endoscópica, foram

encontrados. Nenhum desenhado como fórceps.

No total, 2 (duas) patentes foram designadas a serem avaliadas e

comparadas ao FORTRO: PI 0318267-3 A (Anexo 1) e US 005607405

(Anexo 2).

Descrição e características do dispositivo FORTRO

O presente dispositivo apresenta um sistema, para prender os

trocartes de drenos de diâmetro 3.2 mm e 4.8 mm, a fim de facilitar a

passagem pelos tecidos com maior precisão e segurança.

A composição pode variar, de acordo com a matéria-prima do

fabricante, mas o preferencial e mais utilizado é o aço cirúrgico inoxidável,

liga metálica composta, principalmente, por ferro, carbono e cromo. Esse

metal é forte, durável e, dependendo da proporção de carbono na liga,

apresenta flexibilidade. Na superfície, o cromo forma fina camada, a qual

protege o instrumento contra a corrosão e oferece brilho metálico ao

produto. Esse aço não libera resíduo, não acumula detritos, não oxida e é

resistente à esterilização a altas temperaturas e pressão.

A Figura 1 ilustra visão anterior do dispositivo FORTRO:

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Resultados | 23

Figura 1 - Desenho técnico do Fórceps para Trocarte. Visão anterior.

A Figura 2 ilustra visão lateral do FORTRO:

Figura 2 - Desenho técnico do Fórceps para Trocarte. Visão lateral

direita.

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Resultados | 24

O dispositivo compreende duas hastes pivotadas em articulação de

fecho de caixa (box lock) (Figura 3).

A B

Figura 3 - A: Vista anterior da articulação box lock. B: Vista lateral

da articulação box lock.

Na porção proximal de cada haste, por meio da qual se segura e se

manipula o instrumento, há empunhadura anelar para a passagem dos

dedos do operador. Na face medial dessas hastes, na intersecção com a

empunhadura anelar, inclui-se um sistema de travamento dentado, uma

catraca, configurada para engatar uma haste à outra, quando empurradas

contra si. Nesse sistema de retenção, elas ficam presas e estáveis durante a

utilização do dispositivo até o desengate manual. Esse sistema é conhecido,

no meio cirúrgico, como “cremalheira”. Para liberar o travamento, basta

realizar torção digital oposta à do travamento dos dentes. A flexibilidade do

metal cirúrgico permite, facilmente, esse movimento (Figura 4).

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Resultados | 25

A B

Figura 4 - Vista anterior da empunhadura anelar e do sistema de

travamento dentado. A: Sistema livre e aberto. B: Sistema

fechado e travado.

Na extremidade distal das hastes, estão as partes funcionais do

sistema. Duas semiogivas, conectadas uma em cada haste, apresentam, em

cada face interna, duas concavidades de raio 1.6 mm e 2.4 mm. Quando se

aproximam as hastes e unem-se às semiogivas, as concavidades formam

dois túneis de 3.2 mm e 4.8 mm de diâmetro, respectivamente. Esses

diâmetros correspondem aos dos trocartes dos drenos mais utilizados no

mercado. Essas concavidades prendem o trocarte, de modo firme e seguro,

na posição desejada pelo profissional durante a passagem perfurante pelos

tecidos (Figura 5).

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Resultados | 26

Figura 5 – Vista anterior e lateral do dispositivo, e

vista lateral em close da face interna de uma

semiogiva. Apresenta duas concavidades, uma de

3,2 mm e outra de 4,8 mm.

O comprimento das hastes entre a empunhadura anelar e o fecho de

caixa determina o alongamento do instrumento. No desenho do projeto, o

tamanho da haste é de 120 mm, somando-se 40 mm da empunhadura

anelar, determinando um comprimento de 160 mm da porção proximal do

instrumento. No intuito de se adaptar à necessidade do cirurgião, é possível

fabricar o dispositivo com comprimento das hastes maior ou menor. A

extremidade distal da ponta da ogiva tem o diâmetro reduzido de 11 mm

para 8,49 mm, de forma gradual até a extremidade, no intuito de facilitar a

passagem do instrumento pelos tecidos, quando utilizados em cavidades

(Figura 6).

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Resultados | 27

A B

Figura 6 - A- Vista anterior do fórceps com as medidas do

comprimento total (206 mm), largura da articulação box lock

(10 mm), largura da ogiva fechada (11 mm), da ponta da ogiva

(8,49 mm) e diâmetro anelar (25 mm). B - Vista lateral do

fórceps com as medidas da altura da ogiva (15 mm),

comprimento da ogiva (20 mm), comprimento total das hastes

proximais 160 mm (120 mm haste + 40 mm empunhadura

anelar).

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Resultados | 28

Modo de utilização:

O FORTRO apresenta interface semelhante aos instrumentos

cirúrgicos e se diferencia, na ponta distal do fórceps, onde está a ogiva

funcional.

A ogiva prende o trocarte em qualquer porção retilínea da estrutura

dele. A opção de onde fixar a ogiva no trocarte, proporcionando

alongamento ou encurtamento do sistema FORTRO-trocarte, é de

autonomia do cirurgião.

Para a fixação de trocartes de diâmetro 3,2 mm, utiliza-se a

concavidade menor e posterior e, para a fixação de trocartes de 4,8 mm, a

concavidade maior e anterior, como ilustrado nas figuras a seguir:

Figura 7 - Trocarte de 3,2 mm, na parte superior da figura, trocarte de 4,8

mm, logo abaixo e perspectiva anterior à esquerda do FORTRO.

Ø 3,2 mm

Ø 4,8 mm

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Resultados | 29

Figura 8 - Perspectiva lateral direita do FORTRO, prendendo trocarte de

4,8 mm, nas concavidades maiores e anteriores. Demonstração de modo

seguro de manuseio, na empunhadura e preensão do trocarte pela ogiva.

Observação: não travar a ogiva na fixação do cateter, no tubo flexível do

dreno ou na curvatura do trocarte.

Figura 9 - Perspectiva lateral direita do FORTRO prendendo trocarte de 4,8

mm, nas concavidades anteriores.

Ø 4,8 mm

Ø 4,8 mm

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Resultados | 30

4.3 COMPARAÇÃO COM PATENTES EXISTENTES

Foi elaborada uma tabela com os dados de identificação de todas as

patentes para a passagem de drenos com trocarte, com a data de publicação,

IPC, local de registro e inventores (Tabela 1).

Baseando-se nas patentes relacionadas, na tabela mencionada

anteriormente, realizou-se comparação com o desenho do dispositivo do

presente estudo (Tabelas 2, 3, 4, 5).

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Resu

ltados | 3

1

Tabela 1 - Identificação das patentes para auxiliar a passagem de drenos com trocarte.

PATENTE TÍTULO DATA DE

PUBLICAÇÃO

IPC PAÍS INVENTORES

PI 0318267-3 A

WO/2004/093964

Dispositivo para inserir

um dreno em uma ferida

e cabo para ele

23/05/2006

(Brasil)

24/04/2003

(WIPO)

A61M 27/00

Brasil

Holanda

Jonkman

Libbe

Jitze

US 005607405A Dispositivo e método

cirúrgico de inserção

04/03/1997 A61M 5/00

Estados

Unidos

Decker

Kroner

Legenda: WIPO – World Intellectual Property Organization

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Resu

ltados | 3

2

Tabela 2 - Comparação do sistema de fixação do trocarte do dispositivo do presente estudo com a patente PI 0318267-3

A / WO/2004/093964.

Sistema de fixação do trocarte

DISPOSITIVO DO ESTUDO PI 0318267-3 A / WO/2004/093964

Descrição Vantagem Diferença Desvantagem

Duas semiogivas com duas

concavidades cada, para

prender o trocarte.

Pode ser utilizado para dois

tipos de calibre de trocarte no

mesmo dispositivo.

Apresenta um único canal

interno de diâmetro fixo para

inserir o trocarte.

Só pode ser utilizado um calibre

de trocarte.

Sistema de travamento:

sistema de catraca

(cremalheira) para prender o

trocarte.

Sistema de travamento ativo.

Liberação do trocarte

controlado diretamente pela

mão de quem utiliza o

dispositivo.

Travamento firme e estável

tanto para o avanço quanto para

o recuo do trocarte, se

necessário.

Sistema de travamento:

diâmetro interno do canal, no

qual se insere o trocarte, é

ligeiramente menor na

extremidade traseira.

Sistema de travamento passivo.

Liberação do trocarte não é

controlada diretamente pelo

cirurgião. Quanto mais se empurra

o trocarte, em direção aos tecidos,

mais preso ele fica ao dispositivo,

dificultando a liberação do

trocarte.

Não há travamento anterior, caso

necessário, no recuo do trocarte.

Imagem do Fórceps para trocarte

Desenho da PI 0318267-3 A (Anexo 1)

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Resu

ltados | 3

3

Tabela 3 - Comparação do alcance do trocarte do dispositivo do presente estudo com a patente PI 0318267-3 A /

WO/2004/093964

Alcance do trocarte na passagem por tecidos

DISPOSITIVO DO ESTUDO PI 0318267-3 A / WO/2004/093964

Descrição Vantagem Diferença Desvantagem

O alcance para a perfuração

pelo trocarte é a soma de seu

comprimento com a do

dispositivo FORTRO.

Pode-se realizar a passagem do

trocarte a distâncias maiores.

O trocarte é acoplado dentro do

dispositivo.

O alcance do trocarte é apenas o

comprimento do próprio trocarte.

A distância, para passagem, é

menor.

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Resu

ltados | 3

4

Tabela 4 - Comparação do dispositivo do presente estudo com a patente US005607405A.

Uso do sistema de passagem do trocarte

DISPOSITIVO DO ESTUDO US 005607405A

Descrição Vantagem Diferença Desvantagem

O dispositivo pode prender o

trocarte em qualquer segmento

sem curva.

Pode ser utilizado com trocarte

retilíneo, ou com curvatura,

podendo direcionar a ponta para

qualquer direção.

Pode ser utilizado para

passagem do trocarte, em

cirurgias de cavidade, como

abdome e tórax, como de

superfície e membros.

Sistema montado com haste

interna reta para a progressão do

trocarte. Dispõe apenas de

trocarte retilíneo.

O sistema é montado e encapado

apenas para artroscopia.

Apenas para trocarte retilíneo.

Desenho da US 005607405A.

(Anexo 2)

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DISCUSSÃO

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Discussão | 36

5 DISCUSSÃO

O uso de drenos é um tema controverso no universo da cirurgia. Não

há padronização clara nem trabalhos conclusivos que indiquem ou os

contraindiquem em procedimentos cirúrgicos. Mesmo em cirurgias

padronizadas, as opiniões divergem não apenas se o dreno deve ser

utilizado, mas também qual o mais adequado e até mesmo onde deve ser

locado. (DURAI, MOWNAH, NG, 2009). A variedade de drenos no

mercado testemunha que não há um dreno ideal ou adequado para uso

universal no amplo mundo da cirurgia (DURAI, MOWNAH, NG, 2009).

Em cirurgias como a mamoplastia, há quem acredite que a drenagem

é mandatória, os que acham não ter utilidade e, também, aqueles que

utilizam esporadicamente, dependendo da opção do cirurgião e/ou do

ocorrido no intraoperatório. As discussões são baseadas em experiências

pessoais (CORION, 2009).

A exteriorização do dreno pode ocorrer pela própria ferida

operatória, por contra abertura próxima à ferida operatória ou à distância

dessa incisão (DURAI & NG, 2010). Nesse contexto, em razão da

dificuldade técnica para segurar o trocarte e passá-lo à distância, o

FORTRO foi idealizado.

Os três tipos de drenos por aspiração negativa mais comuns no

mercado são o Portovac, Blake e Jackson-Pratt (ETHICON, 2017). Eles

dispõem de trocarte afiado e metálico em uma das extremidades do tubo

flexível. É uma peça perfurocortante, utilizada manualmente pelos

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Discussão | 37

instrumentadores, auxiliares e cirurgiões. Para a maioria dos materiais

perfurocortantes, temos um instrumento adequado, como o porta-agulhas,

cabo de bisturi, agulhas de seringas com dispositivos de segurança. O

presente estudo definiu, após a busca de anterioridade, que existem poucos

dispositivos, para essa finalidade, descritos nas bases de dados de patentes.

A patente PI 0318267-3A, "DISPOSITIVO PARA INSERIR UM

DRENO EM UMA FERIDA E CABO PARA O MESMO", apresenta

dispositivo a fim de inserir dreno em ferida. Substitui-se a preensão manual

do trocarte por cabo plástico que permite ser segurado, manualmente,

conforme desenho no Anexo 1. O trocarte é acoplado ao cabo por meio de

um único canal na parte superior. Esse canal tem o diâmetro reduzido, na

extremidade proximal e, quando empurrado para essa parte, o trocarte é

fixado. De acordo com a descrição da patente, o dispositivo estabiliza a

passagem da agulha, pois o cirurgião não necessita segurar no trocarte liso

e escorregadio em virtude de fluidos da ferida e sangue.

Todavia, esse sistema de travamento é passivo. O cirurgião só o

controla quando empurra o trocarte em direção aos tecidos. Caso o

cirurgião realize muita força para empurrar o trocarte, ele pode ficar

emperrado. Em situação oposta, o operador pode recuar na manobra de

perfurar os tecidos, o trocarte se desprender do cabo e lesar tecidos sãos

com a ponta afiada. Além disso, o alcance do trocarte é curto. O

comprimento é apenas o da própria agulha. Não foi desenvolvido com a

finalidade de passá-la a distâncias maiores.

Em oposição à patente descrita, o FOTRO pode ser utilizado para

dois calibres de trocarte. O sistema de travamento do dispositivo é ativo, e

controlado diretamente pela mão do cirurgião. Oferece controle de abertura

e fechamento, assim como regulagem de preensão do trocarte. Dessa forma,

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Discussão | 38

agulha está segura tanto no avanço, quanto no recuo nos tecidos. O alcance

do trocarte é a soma do comprimento da agulha com o FORTRO. Portanto,

pode ser utilizado em contra aberturas a maiores distâncias.

A patente US005607405A “SURGICAL INSERTION DEVICE AND

METHOD”, Anexo 2, descreve um dispositivo para inserir o dreno, após

artroscopia do joelho. Nessa cirurgia, é altamente desejável evitar a lesão

da cartilagem articular. Por esse motivo, foi desenvolvido sistema com

trocarte reto, encapado de forma que a ponta do trocarte fique coberta até

que ela esteja posicionada dentro da articulação, pronta para ser

exteriorizada pela pele. Uma haste, na porção distal do trocarte, empurra-o

para a perfuração dos tecidos. Nesse sistema, o cirurgião não necessita

segurar manualmente o trocarte. Além disso, o sistema é fixo tanto na

progressão quanto na regressão do trocarte. Porém, o sistema produzido

junto com o dreno e coletor funciona apenas com agulhas retilíneas. Não

pode ser adaptado aos principais drenos comercializados no mercado, os

quais apresentam curvatura no trocarte na porção distal, como descrito por

BLAKE em 1883 (US patent 4398910A).

Ao comparar a patente US005607405A com o FOTRO, este último

pode utilizar tanto trocartes retilíneos, quanto curvilíneos. Dessa maneira,

as aplicações cirúrgicas expandem-se para cirurgias abdominais, torácicas,

de membros, ao contrário da patente desenvolvida apenas para artroscopia.

Desde o ano de 2005, a Portaria 485 do Ministério do Trabalho e

Emprego – Gabinete do Ministro (MTE-GM) – efetiva a Norma

Regulamentadora 32 (NR-32), as quais dispõem as diretrizes básicas para a

implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos

trabalhadores dos serviços de saúde.

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Discussão | 39

No ano de 2008 e 2011, as Portarias MTE 939 e 1748,

respectivamente, complementam a NR-32 quanto ao Programa de

Prevenção de Risco de Acidente com material perfurocortante. Elas

definem desde o que é um material perfurocortante até a constituição de

uma Comissão Gestora, a qual tem responsabilidades bem definidas de

organizar e utilizar dados relevantes para traçar medidas eficazes de

controle e prevenção de acidentes.

As Normas Regulamentadoras se caracterizam, em regra geral, pela

proatividade, buscando antecipar os eventos, por meio de ações de proteção

à saúde e à segurança do trabalhador, dos processos de trabalho e do meio

ambiente. Para tanto, lança mão de ferramentas de vigilância, por exemplo,

a avaliação das condições do ambiente, postos de trabalho e exames

médicos; e de proteção, como a definição e fornecimento de equipamentos

de proteção individual (EPIs), medidas de precaução padrão e dispositivos

para segurança de acidentes com perfucortantes.

Acidente de trabalho por instrumento perfurocortante é considerado

extremamente perigoso, por ser capaz de transmitir patógenos e expor os

pacientes às várias doenças. Os profissionais da saúde realizam atividades

que exigem aproximação física com o paciente, manipulam instrumentos

capazes de provocar esse tipo de acidente, implicando em consequências e

afetando-os, diretamente, nos aspectos físico e psicológico e,

eventualmente, repercutindo nas relações familiares e sociais (SANTOS

JUNIOR et al., 2015). Além dessas repercussões, o custo direto desse

trabalhador acidentado é estimado entre 71 a 5000 dólares, contabilizando

os testes laboratoriais, acompanhamento, profilaxia pós-exposição e

medicamentos de prevenção dos efeitos colaterais. Outros custos também

estão envolvidos, e são mais difíceis de serem quantificados; incluem a

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Discussão | 40

toxicidade das medicações, o absenteísmo, e o custo social associado a uma

soroconversão pelo HIV ou vírus da hepatite B ou C. Estes últimos incluem

a possível perda dos serviços prestados por um profissional da saúde, os

custos financeiros do tratamento médico e o custo de qualquer processo

legal e judicial relacionado (O´Malley et al, 2007).

Dentro desse paradigma, o FORTRO alinha-se às diretrizes de

segurança, podendo diminuir os riscos do trabalhador dos serviços de saúde

durante o ato cirúrgico.

O dispositivo FORTRO foi idealizado para facilitar o manuseio e a

passagem do trocarte pelos tecidos. Desde o princípio, foi desenvolvido

com a finalidade de ser uma ferramenta de utilização fácil e intuitiva por

uma equipe cirúrgica, já acostumada com os instrumentos do dia a dia.

Desenhado com medidas e peso adequados para estar dentro de uma caixa

de instrumentos cirúrgicos comum, com material de fácil limpeza e

esterilização.

Como perspectiva, com base nesse estudo, pretende-se realizar a

validação do FORTRO em estudo clínico randomizado duplo cego.

5.1 Impacto Social

O planejamento, após o depósito da patente de invenção e proteção

do desenho, é produzir o FORTRO em escala industrial.

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Discussão | 41

O custo do instrumento é semelhante ao de um fórceps cirúrgico

comum, como o do Allis ou de um fórceps hemostático, como o Kelly.

Portanto, acessível ao cirurgião independente e, também, aos orçamentos

hospitalares.

O depósito da patente no INPI será em conjunto com o Núcleo de

Inovação Tecnológica da Universidade Federal de São Paulo (NIT-

UNIFESP). O processo está protocolado, conforme Apêndice 2.

A viabilidade do projeto contou com o apoio da iniciativa privada.

Uma empresa brasileira de instrumentos cirúrgicos conhecida no mercado

disponibilizou o engenheiro responsável e, também, custeou os protótipos,

durante sua criação e seu desenvolvimento, após termo de

confidencialidade assinado (Apêndice 3). Junto dessa empresa, e o NIT,

serão negociados os valores de mercado do novo dispositivo.

Após a proteção intelectual e depósito da patente, o FORTRO será

divulgado em mídias digitais, mídias impressas, em congressos e será

disponibilizado, gratuitamente, como estratégia de marketing, em

faculdades médicas, a fim de familiarizar o cirurgião desde o início da

formação.

O objetivo da criação do FORTRO foi facilitar o manuseio do

trocarte, durante a cirurgia, possibilitar a saída do trocarte distante da

incisão cirúrgica e aumentar a segurança do manuseio do trocarte pela

equipe, uma vez que ele apresenta uma ponta metálica, extremamente

afiada, passível de acidentes perfurocortantes.

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Discussão | 42

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CONCLUSÃO

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Conclusão | 44

6 CONCLUSÃO

Foi elaborado o dispositivo FORTRO, um fórceps

cirúrgico para auxiliar a passagem de trocartes pelos

tecidos.

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REFERÊNCIAS

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NORMAS ADOTADAS

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Normas Adotadas 51

NORMAS ADOTADAS

Ferreira LM. Orientação Normativa para Elaboração e Apresentação

de Teses. São Paulo: Ed. RED Publicações; 2017. 118p.

Consulta as DeCS – Descritores em Ciência de Saúde.

http://decs.bvs.br/ - terminologia em saúde.

ICMJE- International Comittee of Medical Journals Editors.

Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical journal.

Disponível no endereço eletrônico: http: www.icmje.org

Sistema Internacional de Unidades [internet]. Rio de Janeiro:

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(Inmetro). Disponível no endereço eletrônico:

http:www.inmetro.gov.br/infotec/publicações/si_versão_final.pdf

Ledur PF. Guia Prático da nova ortografia: as mudanças do Acordo

Ortográfico. 7ed. Porto Alegre: AGE, 2009. 95p.

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APÊNDICES

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Apêndices 53

APÊNDICE 1 –

Aprovação do CEP da UNIFESP

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Apêndices 54

APÊNDICE 2 – NIT

Protocolo Núcleo de Inovação Tecnológica

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Apêndices 55

APÊNDICE 3 –

Termo de Confidencialidade com a Indústria

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Apêndices 56

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Apêndices 57

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Apêndices 58

APÊNDICE 4 –

Termo de Confidencialidade para Ouvintes

TERMO DE COMPROMISSO DE CONFIDENCIALIDADE

Nome: ___________________________________________________________, inscrito (a) no CPF sob o

n. ______________________, abaixo firmado, assume o compromisso de manter confidencialidade e sigilo sobre

todas as informações técnicas e outras relacionadas ao projeto de Mestrado Profissional em Ciência, Tecnologia e

Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual da UNIFESP, no projeto FORTRO – Fórceps para trocáter, de autoria de

Adriano Guimarães Brasolin.

Por este Termo de Confidencialidade compromete-se:

1. a não utilizar as informações a que tiver acesso, para gerar benefício próprio exclusivo e/ou unilateral, presente ou

futuro, ou para uso de terceiros;

2. a não efetuar nenhuma gravação ou cópia da documentação a que tiver acesso relacionada ao projeto acima

mencionado;

3. a não apropriar-se para si ou para outrem da íntegra ou parte (s) do projeto;

4. a não repassar o conhecimento das informações contidas no referido projeto;

5. a não divulgar ou apropriar-se para si ou para outrem qualquer informação obtida ou idéia discutida em reunião

referente ao Mestrado.

A vigência da obrigação de confidencialidade, assumida pela minha pessoa por meio deste termo, terá

validade enquanto o projeto ou idéia não for tornado de conhecimento público por qualquer outra pessoa, ou ainda,

mediante autorização escrita, concedida à minha pessoa pelas partes interessadas neste termo.

A reprodução do projeto, na íntegra ou em parte, só pode ser realizada mediante autorização escrita,

concedida à minha pessoa, pelas partes interessadas neste termo.

Pelo não cumprimento do presente Termo de Confidencialidade, fica o abaixo assinado ciente de todas as

sanções judiciais que poderão advir.

Em ____/____/2017

_________________________________________

Nome:

TESTEMUNHA:

______________________________________

Nome:

CPF:

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ANEXOS

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Anexos | 60

ANEXO 1 –

PATENTE PI 0318267-3 A

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Anexos | 61

ANEXO 2-

US patente 5,607,405

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FONTES CONSULTADAS

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Fontes Consultadas | 63

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http://www.inpi.gov.br/menu-

servicos/patente/guia_de_deposito_de_patentes.pdf/view

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da Propriedade Industrial. 2015. Disponível em:

http://www.inpi.gov.br/menu-

servicos/patente/arquivos/manual-para-o-depositante-de-

patentes.pdf

How to Conduct a Preliminary U.S. Patent Search: A

Step by Step Strategy - Web Based Tutorial (38 minutes).

Disponível em:

https://www.uspto.gov/video/cbt/ptrcsearching/

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Saúde. 2014. Disponível em:

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