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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ADRIANO GILIOLI O PAPEL DAS ENTIDADES CONTÁBEIS E A EDUCAÇÃO CONTINUADA NO PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO DO CONTABILISTA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO. MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUÁRIAS SÃO PAULO 2011

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

ADRIANO GILIOLI

O PAPEL DAS ENTIDADES CONTÁBEIS E A EDUCAÇÃO CONTINUADA NO

PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO DO CONTABILISTA: UM ESTUDO

EXPLORATÓRIO.

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUÁRIAS

SÃO PAULO

2011

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II   

 

ADRIANO GILIOLI

O PAPEL DAS ENTIDADES CONTÁBEIS E A EDUCAÇÃO CONTINUADA NO

PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO DO CONTABILISTA: UM ESTUDO

EXPLORATÓRIO.

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUÁRIAS

Dissertação apresentada à Banca

Examinadora da Pontíficia Universidade

Católica de Sào Paulo, com exigência

para obtenção do título de Mestre em

Ciências Contábeis e Atuarias sob a

Orientação do Prof. Doutor José Carlos

Marion.

SÃO PAULO

2011

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III   

 

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer

Presidente do Conselho Superior da Fundação São Paulo

Mantenedora da Pontifícia Universidade Católica

Prof. Dr. Dirceu de Mello

Reitor da Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP

Prof. Dr. Roberto Fernandes dos Santos

Coordenador do Programa de Pós Graduação em Ciências Contábeis

Prof. Dr. Napoleão Bernardi Galegale

Vice-Coordenador do Programa de Pós Graduação em Ciências Contábeis

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IV   

 

ADRIANO GILIOLI

O PAPEL DAS ENTIDADES CONTÁBEIS E A EDUCAÇÃO CONTINUADA NO

PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO DO CONTABILISTA: UM ESTUDO

EXPLORATÓRIO.

Dissertação apresentada ao Departamento de

Contabilidade e Atuária da Pontifícia

Universidade Católica do Estado de São Paulo

como requisito para obtenção do Título de

Mestre em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Marion.

São Paulo

2011

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V   

 

FICHA CATALOGRÁFICA

Gilioli, Adriano.

O PAPEL DAS ENTIDADES CONTÁBEIS E A EDUCAÇÃO CONTINUADA

NO PROCESSO DE ATUALIZAÇÃO DO CONTABILISTA: UM ESTUDO

EXPLORATÓRIO.

Orientador: José Carlos Marion. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE

SÃO PAULO - PUC/SP.

Ano: 2011. 83 Páginas

DISSERTAÇÃO PARA MESTRADO EM CIENCIAS CONTÁBEIS.

1. EDUCAÇÃO CONTINUADA. 2. PERFIL DO CONTABILISTA 3. HABILIDADES

CD:

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VI   

 

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VII   

 

BANCA EXAMINADORA

Nome: José Carlos Marion

Instituição: PUC/SP

Assinatura:

Nome: Elizabeth Castro Maurenza de Oliveira

Instituição: UMESP

Assinatura:

Nome: Antonio Robles Júnior

Instituição: PUC/SP

Assinatura:

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VIII   

 

Para minha Esposa e Filho, razão do meu viver.

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IX   

 

Agradecimentos:

A DEUS pela promessa da vida eterna se eu for fiel até o fim.

Aos meus Pais, pelo amor, educação e respeito.

Ao Prof. Dr. José Carlos Marion, meu orientador, pelo exemplo.

Ao Prof. Dr. Roberto Fernandes dos Santos, pela confiança e apoio.

Ao Prof. Dr. Antonio Benedito Silva Oliveira, pela prova de que a humildade está à frente

da honra.

Aos Profs.: Dr Antonio Robles Junior e Dra Elizabeth Castro Maurenza de Oliveira, por

ilustrarem a banca examinadora deste trabalho.

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X   

 

“A Universidade (ou qualquer instituição de ensino superior)

é o local adequado para a construção de conhecimento,

para a formação da competência humana.

É preciso inovar, criar, criticar, para atingirmos esta competência.”

José Carlos Marion

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XI   

 

As Normas Contábeis Internacionais são eficazes agentes de desenvolvimento econômico e

o abandono de ícones contábeis como “custo como base de valor”, ou como

“conservadorismo”, e o casamento apaixonado com a prática da “essencia sobre a

forma” não ocorrem se o conjunto dos protagonistas não se engajar – e neste particular,

não se fará esta mudança sem os profissionais de contabilidade.

CARVALHO, Luis Nelson, FEA USP 2005.

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XII   

 

Resumo

O atual ambiente operacional das empresas, caracterizado por acirrada concorrência, tem

exigido de todos os seus agentes um repensar sobre a validade das estratégias, posturas e

procedimentos até então adotados pelos gestores e tidos como válidos. Os contadores

também têm sido exigidos a ampliar suas habilidades para atender de forma eficaz as

demandas desse novo ambiente. Habilidades pessoais, entendimento do negócio e

participação mais ativa no processo de gestão passaram a integrar o novo perfil do

profissional contábil. Diante de tal realidade, este trabalho tem como objetivo proceder a

um diagnóstico sobre o perfil do contador na atualidade, buscando identificar o nível de

aderência dele em relação às novas exigências. Utilizando-se de uma pesquisa de caráter

exploratório e descritivo, realizou-se uma investigação empírica com 83 contadores. Para a

coleta dos dados, utilizou-se de questionário com perguntas fechadas. Na tabulação dos

dados, aplicou-se a estatística descritiva, base para a análise de caráter qualitativo. As

conclusões do estudo conduziram à constatação de que a preparação do profissional

contábil ainda está concentrada nos seus aspectos técnicos, com baixa dedicação à

melhoria de outras habilidades. Também foi constatado que a participação mais efetiva dos

contadores no processo decisório das organizações ainda está aquém daquilo que é

recomendado pela literatura e a educação continuada proposta pelas entidades de classe é o

caminho mais curto para a atualização profissional.

Palavras-chave: educação continuada, perfil do contador, habilidades.

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XIII   

 

Abstract

The current operational environment of companies, characterized by fierce competition,

has required all its actors to rethink the validity of the strategies, postures and rocedures so

far adopted by management. Accountants have also had to extend their skills to efficiently

meet the demands of this new environment. Personal skills, knowledge of the business and

a more active participation in the management process began to be a part of the

accountant’s new profile. Taking this reality into account, this moment makes a diagnosis

of the accountant’s profile in the present and identifies to what extent it is consistent with

these new requirements. Using an exploratory and descriptive research methodology, an

empirical inquiry was conducted with 83 accountants. For the data collection a

questionnaire with closed questions was used. In the data classification the article applies

descriptive statistics, which is the basis for the qualitative analysis. Its results show that the

accountants’ training is still focused on the technical aspects, with little priority given to

the improvement of other skills. They also show that the accountant’s participation in the

decision making process of the organizations is still below of what is recommended by the

literature and continued education whereby fountain of knowledge.

Key words: continued education, account’s profile, skills.

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1  

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................................3

1. Introdução.........................................................................................................................4

1.1 Contextualização...........................................................................................................4

1.2 Objetivos....................................................................................................................9

1.2.1 Objetivo geral.........................................................................................................9

1.2.2 Objetivos Específicos...........................................................................................9

1.3 Relevância ..............................................................................................................10

1.4 Delimitação da Pesquisa.........................................................................................11

1.5 Estrutura da Dissertação..........................................................................................12

2. Referencial Teórico......................................................................................................13

2.1 A Contabilidade no Brasil......................................................................................13

2.2 A Profissão Contábil no Brasil...............................................................................13

2.3 O Ensino da Contabilidade no Brasil.....................................................................16

3. O Papel das Entidades de Classe na Educaçào Continuada.........................................19

3.1 As Entidades de Classe...........................................................................................19

3.2 O Perfil do Curso de Ciências Contábeis ..............................................................19

3.3 A Educação Continuada.........................................................................................20

3.4 As Habilidades Técnicas do Profissional Contábil................................................21

3.5 O Contabilista e as Etapas no Processo Qualitativo ..............................................24

3.5.1 Primeira: Formação Acadêmica........................................................................25

3.5.2 Segunda: Experiência Prática............................................................................26

3.5.3 Terceira: Competências e Habilidades..............................................................26

3.5.3.1 Competencia.................................................................................................26

3.5.3.2 Habilidades..................................................................................................27

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3.5.4 Quarta: Ética e Responsabilidade Social...........................................................28

3.6 A Competência Técnica através do CPC...............................................................29

3.7 O Desafio Trazido pela ECD (Escrituração Contábil Digital)...............................30

3.7.1 A Tecnologia a Favor dos Contabilistas............................................................31

3.7.2 O SPED como Oportunidade aos Contabilistas................................................32

4. Procedimentos Metodológicos......................................................................................35

4.1 Introdução.................................................................................................................35

4.2 Tipo de Pesquisa.......................................................................................................35

4.3 Universo de Pesquisa................................................................................................36

4.4 Apresentação dos Resultados...................................................................................37

4.4.1 Coleta e Tratamento dos Dados...........................................................................37

4.4.2 Analise e Discussão dos Dados............................................................................37

4.4.3 O Exame de Suficiência do CRC e Impacto nas Inscrições que Antecedem a

Prova ............................................................................................................................41

4.4.4 A Sociedade de Profissionais no Brasil..............................................................43

4.4.5 O Publico Feminino na Contabilidade Brasileira...............................................43

4.4.6 O Publico Feminino na Contabilidade do Estado de São Paulo.........................45

4.4.7 A Idade do Publico Contabilista Registrados no CRC/SP (Contadores) ...........46

4.4.8 A Idade do Publico Contabilista Registrados no CRC/SP (Técnicos) ...............48

4.4.9 A Educação Profissional Continuada, o Papel do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo na Formação do Profissional Contabilista .....51

4.4.9.1 Uma Análise da Educação Continuada no CRC/SP.....................................52

5. Considerações Finais.....................................................................................................57

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................65

APÊNDICE E GRÁFICOS....................................................................................................70

 

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3  

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas

AIC – Associação Internacional de Contabilidade

AICPA – American Institute of Certifield Public Accountants

BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CNE – Conselho Nacional de Educação

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CRCPR – Conselho Regional de Contabilidade do Paraná

CRCSP - Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

FEA – Faculdade de Economia e Contabilidade

FENACON – Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis

FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariáis e Financeiras

FMAC – Financial and Management Accounting Committee

IASB – International Accounting Standards Board

IBC – Instituto Brasileiro de Contabilidade

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

IFAC – International Federation of Accountants

IFRS – International Financial Reporting Standards

NBC T – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica

RBC – Revista Brasileira de Contabilidade

SESCON – Sindicato das Empresas de Serviços

SINDICONTSP – Sindicato dos Contabilistas de São Paulo

SPED – Sistema Público de Escrituração Digital

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4  

1. Introdução

1.1. Contextualização

A necessidade pela linguagem contábil universal surgiu em razão de inúmeros eventos

registrados em nossa história, entre os quais podemos destacar o crash de 1929, as guerras

mundiais e principalmente a globalização, que influenciaram o avanço das normas

internacionais de contabilidade, a padronização dos modelos de contabilidade e trouxeram

entre muitas vantagens a interpretação mundial das demonstrações financeiras de diferentes

empresas em diversos países de culturas incomuns.

SegundoCarvalho (2006), as normas contábeis internacionais são eficazes agentes de

desenvolvimento econômico e o abandono de ícones contábeis como “custo como base de

valor”, ou como “conservadorismo”, e o casamento apaixonado com a prática da “essência

sobre a forma” não ocorrem se o conjunto dos protagonistas não se engajar – e neste

particular, não se fará esta mudança sem os profissionais de contabilidade.

Os princípios contábeis geralmente aceitos sofreram grandes mudanças com a efetivação dos

I.F.R.S. (International Financial Reporting Standards), pois estes resumem os princípios em

Informações Qualitativas conforme aconteceu nos EUA com os USGAAPs, quando o País

reconheceu o IFRS, no Brazil não será diferente, com tudo isso alinhado ao comportamento

fiscal dos profissionais contábeis que, neste atual cenário, sem escolha, deverão se atualizar

para dar continuidade às suas atividades.

Martins,Eliseu (2009), em entrevista para a Revista Gente-FEA/USP, comenta sobre os

desafios da profissão: “O trabalho relacionado ao IFRS é desafiante, porque temos a missão

de traduzir, discutir e aprovar quase 50 novas normas contábeis - 15 saíram em 2008 para

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entrar em vigência por força de uma lei assinada ao final de 2007 e um pouco mais de 30

devem sair em 2009, para vigência em 2010”.

Eliseu Martins fala também sobre a exigência na adaptação ao sistema brasileiro, porque essas

normas têm uma filosofia diferente. Para ele, no Brasil sempre privilegiamos o interesse

tributário na execução da contabilidade, por força de pressão do próprio governo. Agora há

duas contabilidades independentes: uma para informação dos usuários externos (credores,

investidores, sindicatos etc.), calcada em bons princípios, e outra para fins de tributação. É

importante destacar que nessas normas existe um conceito fundamental de que o que

prevalece para fins do registro contábil é a figura da essência econômica, e não a da forma,

quando conflitarem.

O impacto do IFRS em nossa cultura contábil estruturada anteriormente pela Lei 6.404/64 e

atualmente pela 11.638/07, tomando por base nossos jargões contábeis, comparados com a

proposta do IFRS, define o novo perfil do contabilista brasileiro, frente às mudanças radicais.

A transparência nas informações e a realidade financeira de uma Empresa é o foco principal

do International Accounting Standards Board – IASB, órgão responsável pela elaboração e

emissão das Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS, visando atender as necessidades

dos usuários da Contabilidade.

O Mercado de Capitais é o grande usuário do IFRS, pois através dos relatórios, são decididos

os volumes dos investimentos, o que faz com que as empresas de capital aberto, acelerem suas

implantações ao novo modelo de registro das informações contábeis. Ciente que a rotina do

contabilista brasileiro é composta em interpretação de leis e apuração de impostos, esta nova

realidade (IFRS), deixará as margens do mercado, apenas os profissionais que importam com

a atualização e a busca pelo conhecimento.

Martins,Eliseu (2009), em entrevista para a Revista Gente-FEA/USP, comenta sobre a

transparência e relevância nas informações contábeis: “Isso significa que não só o contador,

mas toda a administração de uma empresa tem que analisar profundamente cada situação.

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Um mesmo contrato pode gerar demonstrações contábeis diferentes. Se por um lado elas

passam a conter mais subjetividade do que hoje, em compensação ganham em transparência

e representação do que de fato ocorre. É um ganho enorme para usuários e investidores. O

mundo da informação é sempre assim: um trade-off entre objetividade e relevância. Quanto

mais objetiva a informação, mais tende a não ser relevante ou tempestiva. Para se obter

informação na hora certa e com relevância tem-se que, quase inevitavelmente, aceitá-la

comumnível maior de subjetividade.”

Estas mudanças alcançaram os bancos universitários, colaborando para o aumento das

pesquisas contábeis. Marion & Marion (1999: 21) comentam que a maioria das Instituições de

Ensino Superior, especialmente na área da Contabilidade, são “verdadeiros centros de

treinamento de recursos humanos, oferecendo diplomas de curso superior, atendendo o ego

da maior parte da população. Em outras palavras, são feitas cópias do conhecimento alheio

na transmissão dos professores para os alunos”.

Para Martins, Eliseu (2009),haverá mudanças no ensino: “É preciso trazer para o mundo

acadêmico todo o espírito dessa nova forma de ver a Contabilidade. A história da essência

sobre a forma é uma das facetas dessa internacionalização”. Eliseu Martins salienta ainda,

sobre a necessidade de remodelar o ensino para formarmos profissionais muito mais úteis às

entidades e à sociedade. Os alunos deverão se atentar à um conhecimento técnico profissional.

Há de ressaltar-se que o Exame de Suficiência Profissional, implementado com a devida

competência, exige do aluno recém-formado o verdadeiro conhecimento da Contabilidade e

não simplesmente um diploma de conclusão de curso, vencida esta etapa o profissional estará

atendendo as necessidades básicas exigidas para cumprimento de suas atividades como

contador ou técnico contábil."A nova legislação da Contabilidade brasileira (Lei nº 12.249 de

11 de junho de 2010) traz a necessária modernidade para a profissão, com benefícios diretos

para as empresas e a sociedade que a antiga Lei, 9.295, de 1946, já não contemplava.

Atualmente, surgem, a cada dia, novas imposições de controles contábeis, seja pelo extremo

dinamismo da economia globalizada, seja pela evolução da sociedade, que se volta para

questões sociais e de manutenção da vida no Planeta, onde a Contabilidade precisa estar

presente fazendo registros, controles e fornecendo informações estratégicas para a tomada

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7  

de decisão", comenta Juarez Domingues Carneiro, em 2010, presidente do Conselho Federal

de Contabilidade.

"O Exame de Suficiência é fundamental para os profissionais da Contabilidade, porque vai

garantir a excelência na qualidade técnica dos serviços contábeis, compatíveis com o atual

momento socioeconômico brasileiro e mundial, especialmente neste momento em que estamos

buscando a adequação das Normas Brasileiras de Contabilidade aos Padrões

Internacionais", declara Maria Clara Cavalcante Bugarim, em 2010, vice-presidente de

Desenvolvimento Profissional e Institucional do CFC e presidente da Academia Brasileira de

Ciências Contábeis.

As frequentes mudanças na legislação contábil e a interferência no aspecto cultural do

contabilista, inevitavelmente obrigam os profissionais a se re-alocarem em suas tarefas

diárias, a se unirem a outros departamentos, pois desde a nova legislação o contabilista é

parte-integrante de toda a rotina de uma organização.O profissional atual está intimamente

ligado ao ciclo operacional de uma entidade, interferindo, inclusive nas tomadas de decisões.

A contabilidade tem papel de destaque nas empresas, uma vez que ao registraros atos e fatos

contábeis, transforma-os em informações.

Para Silva (2000:26), O mercado atual requer modernidade, criatividade, novas tecnologias,

novos conhecimentos e mudanças urgentes na visão através dos paradigmas, impondo, com

isso, um desafio: o decontinuar competindo.A profissão contábil está passando por

significativas mudanças em sua estrutura interna e externa, alterações que necessitam ser

conhecidas pela grande massa dos profissionais, porém osórgãos (CRC e Entidades

Contábeis) estão trabalhando para que essa conscientização seja assimilada de forma global, e

os profissionais ainda fora do novo contexto tenham disponibilidade e acesso às novas

necessidades exigidas pelo mercado.

O profissional contábil precisa mudar a sua postura diante da organização e passar de uma

ação passiva para uma ação pró-ativa. Nesse sentido, Iudícibus (2000: 7) diz que, “para seu

benefício profissional e como cidadão, o Contador deve manter-se atualizado não apenas

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8  

com as novidades de sua profissão, mas de forma mais ampla, interessar-se pelos assuntos

econômicos, sociais e políticos que tanto influem no cenário em que se desenrola a

profissão”. O profissional contábil entra numa nova era, mais atualizada, mais dinâmica, mais

inovadora e mais exigente.

Partindo das afirmações anteriores, a questão de pesquisa a ser respondida ao término desta

dissertação é a seguinte:

1) O CONTABILISTA ESTA PREPARADO PARA ATUAR EM ASSUNTOS

EMERGENTES E QUAL O PAPEL DAS ENTIDADES DE CLASSE NA

ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL?

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9  

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desta dissertação é conhecer como o profissional contábil está se

comportando em relação às mudanças (rotinas e culturas) e qual o compromisso das entidades

de classe junto aos profissionais, para atualização dos assuntos emergentes bem como as

ferramentas utilizadas para esta atualização, com isso, o conteúdo deste estudo descortina um

conjunto de atributos que, decorrente dos avanços que a realidade da gestão eficaz dos

negócios impõe, deixa evidente que o profissional da contabilidade deve assumir novas e

ampliadas atividades, habilidades, posturas e atitudes que efetivamente o caracterizam como

um agente promotor da agregação de valor para as organizações.

1.2.2 Objetivos Específicos

Com intenção de atingir o objetivo geral desta dissertação, fez necessária a inserção de

objetivos adicionais, estes, serão identificados como objetivos específicos.

Os objetivos específicos a identificar são:

a) As competências necessárias para exercer a profissão.

b) Melhoriadas práticas de ensino.

c) A atuação das entidades de classe capacitadoras, na melhoria contínua da

atualização do profissional contábil nos assuntos emergentes.

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10  

1.3 Relevância

Iudícibus (2000:7) destaca a importância da atualização profissional, vinculada aos benefícios

que o contador obtém ao longo da sua trajetória profissional, quando o mesmo se interessa por

assuntos adiantes de seu interesse comum, tais como: economia, assuntos sociais, políticos

entre outros que tanto influenciam em suas rotinas contábeis.

Em seus escritos, Sá (2003, p. 6) defende que a profissão moderna do contador está passando

a ser de um consultor sobre assuntos da riqueza das empresas, ninguém melhor que o

contador pode executar essa tarefa, porque só ele bem entende a mecânica das contas e o que

elas fornecem de informação competente para que se tomem decisões.

Analisando a cronologia dos comentários acima realizados pelos nobres cientistas da nossa

profissão contábil, percebemos que desde longa data, fala-se no contabilista como o homem-

chave de uma entidade, talvez pelo fardo tributário este profissional mergulhe constantemente

na legislação fiscal na busca da apuração correta e eficiente dos impostos, uma vez que a

margem de lucro esta vinculada ao sucesso desta rotina, e os riscos fiscais são fatais para uma

organização que não cumpre a infinita lista de exigências acessórias aos compromissos

tributários.

A classe contábil no Brasil é relevante, por isso, as entidades de classe (CFC, CRC, SESCON,

SINDCONT, entre outras), demonstram seu grande empenho em buscar aproximação ao

contabilista que necessita de atualização.Como ferramenta utiliza-se desde impressos até

recursos virtuais, para atingir o público de profissionais que militam pela área contábil cujaa

maior preocupação são as atualizações, principalmente nos assuntos emergentes.A ciência

contábil é uma ciência humana, com isso, sua dinâmica é o seu maior valor, por esta razão os

profissionais tendem a se concentrar em melhoria continua para adequação de suas

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rotinas,busca por novos conhecimentose a escolha por uma entidade capacitadora que será

responsável pela sua educação continuada.

1.4 Delimitações da Pesquisa

A delimitação da pesquisa faz-se necessária haja vista a subjetividade proposta pelo tema de

tamanha abrangência, para uma eficiência, esta dissertação terá como foco principal o

impacto dos assuntos emergentes na educação continuada e o sua interferência nas estruturas

atuais das entidades de classe bem como no aspecto cultural do contabilista, este assuntos, são

limitadores para conclusão deste trabalho.

Entendemos por sã consciência que os temas culturais aqui comentados são envolvidos

diretamente com a personalidade do profissional (ser humano) que tem ligação direta com a

ciência social. Buscamos, com isso, delimitarmos o aspecto cultural (técnico-contábil), na

forma de realizar uma rotina, que hoje sofre alteração por imposição de uma nova legislação

contábil, nova era, nova contabilidade, contabilidade internacional, consideramossinônimos.

As competências necessárias, as boas práticas no ensino superior, como ser um profissional

do futuro e como as capacitadoras (entidades de classe) estão se preparando para atender a

necessidade da profissão serão assuntos constantes no decorrer deste trabalho.

As entidades de classe são as essências desta dissertação não mais ou menos importante que

os demais assuntos abordados, pois, são elas que servem de incubadora para formação técnica

dos profissionais contabilistas, uma vez que a universidade/faculdades, não consegue

abranger tamanha complexidade da nossa profissão contábil em seus detalhes do dia-a-dia.

A harmonização internacional das normas contábeis afeta diretamente a rotina do contabilista,

mas além de importante, é obrigatório, leis, decretos, normas, resoluções, pronunciamentos

que regem este novo modelo contábil serão abordados de forma extremamente específica, por

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se tratar de um número superior a 2.000 (duas mil) páginas de conteúdo, relacionamos apenas

os assuntos pertinentes ao foco deste trabalho.

As entrevistas serviram de apoio e demonstração da forma que os profissionais enxergam a

nova contabilidade, cujo teor das respostas exprime a não preparação de muitos contabilistas,

bem como a insegurança para enfrentar os novos desafios da ciência contábil.

1.5 Estrutura da Dissertação

Esta dissertação foi desenvolvida em cinco capítulos, sendo o primeiro composto pela

contextualização do tema, definição da questão da pesquisa, o objetivo geral, os objetivos

específicos, a relevância do tema e a estrutura da dissertação.No segundo capítulo há o

referencial teórico, destacando a evolução da contabilidade brasileira.O terceiro capítulo

relata a metodologia utilizada, a opção e a seleção dos dados e métodos qualitativos para o

desenvolvimento da pesquisa.O quarto capítulo mostra a interpretação dos dados obtidos por

meio das análises das informações (resposta das questões de pesquisa), entrelaçados e

elencados com o objetivo principal e os objetivos específicos.O quinto capítulo apresenta as

conciderações finais do trabalho e, também, algumas recomendações e sugestões para futuras

pesquisas além da sugestão de extensão do tema pesquisado.

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2. Referencial Teórico

2.1 A Contabilidade no Brasil

A prática da contabilidade tem registro na antiguidade, quando, segundo historiadores, o

homem contava e registrava seu rebanho usando pedrinhas. Tábuas de barro cozido e placas

demadeira ou de pedra eram usadas para os registros de pagamentos de serviços. Nas Ilhas

Britânicas, empregavam-se ramos de árvores assinalados com talhos como provas de dívidas

ou de quitação. O uso do ábaco, em 1202; o método das partidas dobradas, em 1494; e o

surgimento do primeiro trabalho reconhecido pelos mestres como científico, em 1840, são

marcos na história da contabilidade. Segundo Coelho (2007), “em todos os países do mundo e

em todas as épocas, o surgimento e o desenvolvimento da profissão contábil

sempreestiveramassociados à expansão comercial”.

O fim do curso de graduação, por si só, não garante o sucesso profissional. Muito pelo

contrário, é o início de uma longa caminhada, que tem como pressuposto básico a educação

continuada. Afinal as empresas estão procurando profissionais cada vez mais especializados,

que possuam uma visão generalista e sejam capazes de conectar fatos, acontecimentos em

várias áreas e ajudar as empresas na consecução dos seus objetivos (CARVALHO: 2002).

2.2 A Profissão Contábil no Brasil

A formação profissional do contador no Brasil teve sua origem na proposta do Governador

Francisco Xavier de Mendonça Furtado, em 1754, que propôs a criação de uma aula de

comércio, supervisionada pela junta de Lisboa e sua instituição foi aprovada em 12 de

dezembro de 1756, na capital portuguesa. Em 18 de janeiro de 1764 a Ordem Régia tornou

obrigatório o registro das partidas dobradas.

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A primeira regulamentação do profissional contábil ocorreu em 30 de agosto de 1770, com a

matrícula dos guarda-livros na junta de Comércio de Lisboa. O registro desses guarda-livros

era válido tanto para Portugal como para a Colônia.

Em 1812, abriu-se concurso para as aulas de comércio a se estabelecerem na Bahia e em

Pernambuco, e em 1835 foram aprovados os estatutos da aula de comércio da Corte, mantida

pela Secretaria do Tribunal Real da Junta do Comércio.

Em 6 de julho, foi aprovado o regulamento da aula de comércio pelo Decreto nº. 456 e em 30

de dezembro do mesmo ano foi regulada a expedição da carta de habilitação dos diplomas da

Aula de Comércio.

Dez anos mais tarde, a aula de comércio da corte foi substituída pelo Instituto Comercial do

Rio de Janeiro e, na mesma cidade, em 1869 foi fundada a associação dos Guarda-Livros,

sendo um marco para o reconhecimento oficial das profissões liberais. E em 1891, fundou-se

a Academia de Comércio de Juiz de Fora em Mina Gerais.

Em 1915, foi fundado em São Paulo o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais e um ano

depois, constituiu-se a Associação dos Contadores de São Paulo e o Instituto Brasileiro de

Contabilidade, tendo como presidente o senhor Cornélio Marcondes da Luz. Em 1936, o

instituto foi transformado em sindicato.

Em 1919, o professor Francisco D’Auria lançou a idéia e alguns alunos da Álvares Penteado,

em 19 de julho, fundaram o Instituto Paulista de Contabilidade.

Em 1924, foi realizado o Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade no qual foi

desenvolvida uma campanha para a regulamentação da profissão do contador, e para a

reforma do ensino comercial, que foi concretizada em 1931.

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Em 1926 foi fundado o Instituto Mineiro de Contabilidade e, em 1927 foi fundada a

Associação Campineira de Contabilidade.

Em 1927, Francisco D’Auria, em um banquete promovido por contadores em São Paulo,

lançou a idéia da instituição do “Registro Geral dos Contabilistas” no Brasil, com o fim de

selecionar os profissionais aptos para o desempenho da profissão.

Em 1928, já tinha existência o Instituto Fluminense de Contabilidade.

Em 1929, organizou-se em São Paulo o Comitê Brasileiro da AIC - Associação Internacional

de Contabilidade, com sede em Bruxelas. Ela tinha por finalidade promover congressos

internacionais.

Em 1930, foi regulamentada a ordem dos Contadores do Brasil, e em 31, o Governo

Provisório estabeleceu o registro obrigatório dos guarda-livros e contadores na

Superintendência do Ensino Comercial.

Em 1931, constituiu-se a Câmara dos Peritos Contadores do I.B.C., no Instituto Brasileiro de

Contabilidade, a Associação Pernambucana de Contabilidade e o Instituto Mato-grossense de

Contabilidade. Um ano antes, foi fundado o Instituto Cearense de Contabilidade, e um ano

depois a Associação Mineira de Contabilidade.

Em 1932, o Instituto Brasileiro de Contabilidade realizou o 2º Congresso Brasileiro de

Contabilidade, no Rio de Janeiro. Em 1933 fundou-se o Instituto Riograndense de

Contabilidade.

Em 1934, o 3º Congresso instalou-se em São Paulo.

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A Primeira Convenção dos Contabilistas do Estado de São Paulo foi em maio de 1946, e

compareceram 75 contabilistas das cidades paulistas identificados individualmente, mais os

Sindicatos dos Contabilistas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, do Paraná (Curitiba), Pelotas,

Campinas e Ribeirão Preto. Posteriormente, no mesmo ano, foi feita a Primeira Convenção

Nacional dos Contabilistas no Rio de Janeiro, e em outubro decidiu-se pela criação do

Conselho Federal de Contabilidade e de seus Conselhos Regionais nos Estados.

A partir da criação do Conselho Federal de Contabilidade, em 1946, a profissão experimenta

um desenvolvimento mais sustentado, com definições mais claras da atuação do profissional.

No entanto, segundo Coelho (2007), “há de se notar que a sequência de acontecimentos

legais voltados a estruturação profissional na área contábil em nosso país contribuiu para

uma singular característica: a existência no Brasil de muitos profissionais de nível médio”.

2.3O Ensino da Contabilidade no Brasil

As evoluções e tendências do cenárioeconômico mundial enfatizam a necessidade

demudanças na forma e conteúdo da educação etreinamento de contadores. No passado, o

ensinoestava concentrado em princípios, normas, conceitose fatos contábeis.

A partir dos anos 80, passou a existirmaior preocupação com a preparação do

profissionalcontábil, com ênfase na metodologia que permitia aoestudante aprender a

aprender, de forma a estarsempre atualizado.

De acordo com Marion (2001 p.14), “aeducação para os futuros contadores deveria

produzirprofissionais que tivessem amplo conjunto dehabilidades e conhecimentos”.Ainda

segundo Marion (2001), essashabilidades são divididas em três categorias:habilidade em

comunicação,habilidade intelectual ehabilidade no relacionamento com as pessoas.Equanto

aos conhecimentos indispensáveis aoprofissional contábil: conhecimentos

gerais;conhecimentos de organizações e negócios;conhecimentos contábeis e de auditoria.

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Segundo Cosenza (2001) “as universidadesterão que se esforçar por implantar um modelo de

ensinovoltado para ajudar o aluno a “aprender a aprender”,uma vez que somente assim esses

futuros profissionaisda área contábil terão condições de sucesso nessasociedade que estará

sempre em dinâmica mudança”.

Marion (2001 p. 35) diz que “os estudantesdeverão tornar-se “pensadores críticos”. (...)

Elesdeverão desenvolver a capacidade de auto-iniciativade descobrimento que permita um

processo deaprendizagem contínuo e de crescimento em sua vidaprofissional”.

Porém, o ensino oferecido atualmente apresentaalgumas deficiências. Os Professores Marion

eIudícibus (RBC n.56, 1986) citam algumas dessasdeficiências: “falta de adequação do

currículo, faltade um programa bem definido para a prática contábil,falta de preparo do corpo

docente, deficiência dametodologia de ensino da ContabilidadeIntrodutória”.

No mesmo texto, os professorescomentam que uma das funções das faculdades deciências

contábeis é a de “adequar às exigências dosmeios econômico-sociais à estrutura e nível de

ensinocom o objetivo de melhor preparar o futuroprofissional contábil às reivindicações cada

vez maispolivalentes e complexas dos usuários reais epotenciais da Contabilidade”.Não

obstante, percebe-se a necessidadede melhorar a comunicação entre as instituições deensino e

o mercado de trabalho.

A elaboração deum novo currículo que atenda às novas exigênciasdo mercado será

imprescindível. Disciplinas como:gestão empresarial, marketing contábil,

relaçõesinternacionais, planejamento estratégico,contabilidade ambiental, comunicação e

liderança,serão fundamentais para a formação desse novoprofissional.

Cabe ressaltar que instituições de ensinosuperior que são sérias e comprometidas com

aqualidade de ensino já oferecem grande parte dasdisciplinas acima referenciadas.Para

acompanhar um mundo em aceleradaevolução, além de conhecimentos técnicos essenciais,

ocontador da atualidade precisa também desenvolverhabilidades relacionadas à comunicação,

à administração,às relações humanas. A contabilidade deve ser tratadacomo um serviço

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prestado aos clientes e, para tanto,deve adaptar-se à chamada era do cliente, na qual ofoco de

todas as ações é a satisfação do usuário dacontabilidade. Conforme Marion, “a contabilidade

éum processo para servir e satisfazer ao cliente e nãopara a satisfação do criador ou

idealizador de métodoscontábeis”. (Revista do CRC-Paraná Ano24, no. 120, Março 1998).

A atualização do ensino contábil passa por umaassociação de interesses entre a comunidade

econômica,os educadores e instituições de ensino superior, no sentidode especificar e

comunicar as habilidades econhecimentos necessários para ser um profissionalcompleto.

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3. O Papel das Entidades de Classe na Educação Continuada

3.1 As Entidades de Classe

Além do ambiente acadêmico, os órgãos declasse podem exercer importante papel na

identificaçãodo nível de conhecimentos e habilidades necessários paraseus membros atuarem

na sociedade.Franco (1999) destaca que a valorização e ahabilitação da profissão dependem

de alguns fatores:experiência prática, exame de suficiência e educaçãocontinuada.

3.2 O Perfil do Curso de Ciências Contábeis

Para (Marion, 2001), a proposta de solução é a melhoria na comunicação entre asinstituições

de ensino e o mercado de trabalho, destaca que essa comunicação deve ter bom fluxo nos

doissentidos: na busca de comunhão de propósitos einteresses. Devem ser intensificadas as

pesquisas dequalidade e avaliação de grau de satisfação por parte dacomunidade acadêmica,

para atingir um melhor padrãode oferta de profissionais ao mercado de trabalhoe que o mundo

empresarial, por sua vez, deve contribuiroferecendo as oportunidades de desenvolvimento

aosiniciantes e incentivando a necessária reciclagem deconhecimento aos profissionais com

mais experiência.

Atualização das grades curriculares,inclusive com atualização de ementas e dametodologia

aplicada em algumas disciplinas eformas de avaliação. Novas disciplinas devem passara fazer

parte da grade curricular, pois passaram a serimportantes à nova realidade do mercado de

trabalhoe às tendências identificadas.

A ênfase nos aspectos éticos da profissão, esse aspecto é importante para a valorização

doprofissional e seu reconhecimento pela sociedade.

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Deacordo texto da Prof.ª Márcia Carvalho dos Santosem co-autoria com Prof. Marion,

“estudar o códigode ética é fundamental, mas antes é primordial que odiscente esteja

consciente não apenas dos conceitosacerca da moral, crenças, costume, sigilo entre

outras,como também tenha dentro de si internalizado estesconceitos. Só assim, o discente

estará apto a entendero código de ética e aplicá-lo sem decorar seus artigos.

Na educação continuada, não se pode deixar de citar a deficiência (poucos cursos) que há nos

programas de pós-graduação em nível strictu-senso, que incluem mestrado e doutorado. No

Brasil, temos alguns cursos de mestrado em ciências contábeis reconhecidos pela CAPES

(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e quatro programas de

doutorado em contabilidade sendo um deles oferecido pela Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade de São Paulo (Fea/USP), o que é totalmente desproporcional,

comparando as informações do Censo 2009(maior número de alunos matriculados em 2009)

do Ministério da Educação em que o curso de ciências contábeis teve 235,2 mil matriculas

sendo o 6º no ranking, liderado pelo curso de administração com 1,1 milhão de matriculas.

Esse fato é, no mínimo, contraditório quando citamos que é emergencial a atualização

profissional e a busca pela educação continuada. Com isso, demonstra a necessidade de uma

revisão nos aspectos pedagógicos dos cursos tecnico-contábeis do país, somado a ampliação

dos cursos de pós-graduação.

3.3A Educação Continuada

Muito embora a profissão contábil e o ensino da contabilidade tenham evoluído nos últimos

anos, é imprescindível uma análise mais profunda sobre a cultura e o desenvolvimento de

nosso país, pois esses dois fatores impactam diretamente na importância que se é dada à

contabilidade das organizações e, ao profissional contábil no Brasil.

Dessa forma cabe aos profissionais ligados a essa área, dar a devida importância ao trabalho

que desenvolvem, seja no setor privado, seja no setor público ou na educação.

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Corroborando o entendimento de Siegel e Sorensen (1999) quanto à necessidade dos

contadores libertarem-se dos trabalhos rotineiros da contabilidade, passando a dedicar-se às

atividades de maior conhecimento e agregação de valor às organizações, Cosenza (2001, p.

61) enfatiza que “aqueles profissionais que, hoje, ainda ficam presos ao passado e só

conhecem, exclusivamente, a contabilidade, em termos de ‘partidas dobradas’, debitando e

creditando sem agregar nenhum valor à empresa, estarão com seus dias contados”.

Nos últimos anos a contabilidade tem sido o grande instrumento de suporte para a gestão

empresarial em geral. No entanto, com a crescente complexidade dos processos empresariais,

a contabilidade começa a apresentar suas vulnerabilidades, o que dificulta ao administrador

uma visão precisa da situação financeira e patrimonial de seu negócio.

Atualmente a profissão enfrenta grandes desafios com a internacionalização da contabilidade,

mesmo em países desenvolvidos, porém, vencidos esses desafios, a profissão terá papel de

grande projeção, nacional e internacionalmente. Temos que estar alertas, pois os desafios a

serem vencidos nos países em desenvolvimento são imensamente maiores.Carvalho (1999, p.

c-8), ao discutir a atuação do contador e do perfil que passou a ser exigido dele com o advento

da globalização, afirma que “chegamos à conclusão de que o profissional que só conhece

contabilidade, e não enxerga o mundo à sua volta, está morto”.

Os problemas enfrentados pelos países desenvolvidos são menores e muitas vezes decorrentes

do próprio prestígio da profissão. Os contadores são permanentemente cobrados pelos

usuários de seus serviços, os quais exigem cada vez melhor qualidade e eficiência, não se

conformado meramente com dados passados,masdemandando orientação e previsões para o

futuro.

3.4As Habilidades Técnicas do Profissional Contábil

No âmbito da necessidade das empresas terem mais inovação e criatividade, a contabilidade

também passou a ser questionada quanto à validade e utilidade de suas práticas, as quais

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compreendem um conjunto de informações que objetivam subsidiar todo o processo de gestão

dos negócios.

A esse respeito, Johnson e Kaplan (1996) enfatizaram que os informes da contabilidade

gerencial, da forma como executados, eram de pouca valia frente às necessidades dos

gestoresorganizacionais. Os autores acrescentaram que os sistemas de contabilidade gerencial

não apenas deixavam de fornecer informações relevantes para os gestores, como também

desviavam sua atenção em relação aos fatores críticos de sucesso do empreendimento.

Em decorrência de tais críticas diversas práticas de contabilidade foram desenvolvidas,

visando recolocar a contabilidade como uma efetiva fonte geradora e divulgadora de

informações essenciais a um eficaz processo de gestão. Dentre tais práticas pode-se citar,

entre outras, as seguintes: (1) custeamento e orçamento baseado em atividades; (2)

custeamento por ciclo de vida dos produtos; (3) custeio-meta; (4) análise de custos da cadeia

de valor; (5) custos logísticos internos e de distribuição; (6) os custos da qualidade; (7) custo

total de uso e propriedade; (8) análise dos direcionadores de custos. Surge, então, o que se

convencionou chamar de gestão estratégica de custos Shank e Govindarajan (1997).

American Institute of Certified Public Accountants – AICPA (2005), entre outros, justificam

que novos estudos sejam realizados com a finalidade de se avançar no conhecimento sobre o

delineamento do perfil dos contadores, que após pesquisas evidenciou como resultado, a

elaboração de uma estrutura para criar habilidades técnicas, que permitirão o fortalecimento e

melhor capacitação da profissão contábil, destaca-se: os três componentes dessa estrutura:

A definição das competências necessárias para exercer a profissão;

Melhorar as práticas de ensino;

Meios para avaliar continuamente os currículos de ensino.

As competências necessárias para o profissional contábil do futuro estão subdivididas em:

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Competências funcionais, Amplo entendimento de negócios eCompetências pessoais.

Em entrevistas com contadores gerenciais, consultados aleatoriamente entre os associados da

IMA e do AICPA, todos com mais de sete anos de experiência nessa posição, além de

entrevistas com algumas das empresas consideradas “Big-Four”. As principais mudanças

divulgadas pelo estudo do IMA, são:

a) Aumento do valor do management accountant. Melhoria de imagem. Em muitas empresas

os management accountants são vistos como parceiros de negócios (business partners);

b) Aumento de comunicação com não contadores. Os management accountants atualmente

despendem mais tempo comunicando-se com pessoas de suas empresas;

c) Melhorias nas decisões negociais.Nas empresas onde os management accountants operam

como parceiros de negócios, há exemplos que evidenciam que as melhores decisões de

negócios são feitas;

d) Mudança da localização de trabalho. Os contadores tradicionalmente trabalham nos

departamentos de contabilidade, distantes dos departamentos operacionais de suas empresas.

Muitos contadores gerenciais presentemente estão trabalhando fora da contabilidade, dentro

dos departamentos operacionais para os quais prestam serviços;

e) Participação do time/liderança. A maioria dos management accountants trabalha em times

multifuncionais, ocupando mais posições de liderança;

f) Mudanças nas atividades de trabalho. Trabalhos de consultoria interna, planejamento

estratégico de longo prazo, análises de processos objetivando melhorias e reduções de custo,

análises de tomadas de decisões, análise de performance financeira e econômica e outras

atividades não tradicionais para contadores estão aumentando muito. Enquanto isso a maioria

gasta muito menos tempo em atividades tradicionais de contadores, tais como orçamentos,

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relatórios, consolidações, políticas contábeis, contabilidade de custo, aderência a normas

fiscais, contabilidade de projetos etc.A automação está liberando tempo para atividades mais

nobres para os management accountants;

g)Capacidade requerida para o sucesso. Para os management accountants entretanto, na

profissão, as capacidades requeridas mais importantes são: habilidade de comunicar-se bem,

oralmente e por escrito, habilidade de trabalhar em equipes de trabalho, capacidade de análise

detalhada, sólidos conhecimentos de contabilidade e entendimento de negócios. Além de

aprenderem a detectar problemas, eles precisam aprender a apresentar soluções para os

problemas identificados.

3.5O Contabilista e as Etapas no Processo Qualitativo

No Brasil a profissão contábil tem todas as condições para um crescimento elevado e

sustentado, pois a possibilidade de melhoria nesse campo é ampla, principalmente em função

da preocupação e de trabalhos desenvolvidos pelas entidades de classe brasileira. O Conselho

Federal de Contabilidade tem colaborado para a melhoria e atendimento das necessidades da

classe contábil.

Siegel e Sorensen (1999), ao discutirem a figura do contador gerencial, afirmam que ele, na

década de 1980, não era participante do processo de tomada de decisões. Ao invés disso, ele

funcionava no contexto de uma atividade de suporte para os decisores e apenas eram

informados das decisões tomadas.

Nesse mesmo estudo de Siegel e Sorensen (1999), é apresentada uma situação muito diferente

20 anos depois. De fato, a pesquisa constata que, na atualidade, os contadores gerenciais

gastam mais tempo como um consultor interno ou como um analista de negócios dentro das

organizações. Entre outros fatores, essa mudança foi possível graças aos avanços tecnológicos

da informática, permitindo que os contadores fiquem liberados de vários trabalhos rotineiros

da contabilidade passando a despender mais tempo analisando e interpretando informações.

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Cabe aos profissionais da contabilidade a responsabilidade na maximização da utilidade da

informação contábil e todo o trabalho de procurar atender aos diferentes usuários desta

informação. Não pode deixar que a contabilidade seja apenas um retrato histórico da situação

passada da entidade.

O contabilista necessita atender a quatro etapas no processo qualificativo:

formaçãoacadêmica, experiência prática, competências e habilidades e ética e

responsabilidade social, com isso, entende-se por apto a atender os padrões gerenciais da

profissão.

3.5.1 Primeira: Formação Acadêmica

Na formação acadêmica são três os agentes envolvidos: a instituição, o professor e o aluno.

A educação, como principal agente, é a chave para valorização profissional, corresponde a um

processo inserido no contexto das relações e interesses entre as instituições, aluno e empresas,

que determinam a formação social, onde se faz necessário priorizar os aspectos filosóficos,

políticos, sociológicos e epistemológicos da educação contábil, visando a formação de um

profissional consciente de sua missão histórica e preparado para agir em grupo.

Cho (1995) discorre sobre a necessidade de o ensino contábil direcionar seu foco também

para as novas habilidades requeridas pelo mundo dos negócios.O autor destaca que o escopo

do ensino de contabilidade deve mudar de um currículo baseado na trituração de números e de

débitos e créditos para um outro que focalize as habilidades para gestão de negócios,

relacionamentos interpessoais e tecnológicas. Cho (1995) enfatiza que esse novo currículo

possibilitará uma completa preparação para os futuros contadores, frente a um ambiente sob

dramáticas mudanças nas áreas de tecnologia e práticas de negócios.

Martins,Eliseu (2009), em entrevista para a Revista Gente-FEA/USP, comenta sobre as

mudanças no ensino: “É preciso trazer para o mundo acadêmico todo o espírito dessa nova

forma de ver a Contabilidade. A história da essência sobre a forma é uma das facetas dessa

internacionalização. Precisamos remodelar o ensino para formarmos profissionais muito

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mais úteis às entidades e à sociedade. Aos nossos alunos, uma recomendação: atentem

sempre para a importância do conhecimento técnico especializado, cada vez mais

indispensável para qualquer profissional de gabarito. Lembrem-se de que economia,

administração, contabilidade, política etc. são divisões artificiais e fictícias de uma única

realidade, que precisa ser olhada como um todo e nos seus pedaços”.

3.5.2 Segunda: Experiência Prática

Terá vantagem competitiva o profissional que conciliar a formaçãoacadêmica à prática

daprofissão. É importante que o profissional da área Contábil conheça e saiba executar todas

as etapas necessárias ao fornecimento das informações contábeis.

Com o avanço tecnológico, o contador não exerce mais o papel de executor dos registros

contábeis, pois os diversos sistemas de informações existentes já executam tal tarefa. Mesmo

assim, é importante que o contador, para adquirir a experiência prática necessária saiba gerar

tais informações. Esta prática auxiliará na interpretação destas, possibilitando ao contabilista

adquirir experiência e auxiliar nas tomadas de decisões.

A experiência prática também é adquirida no momento em que o profissional se depara com

situações que exijam, além dos conhecimentos técnicos, determinações de procedimentos e

prioridades para a tomada de decisões no mercado. Para tanto, é importante que no decorrer

de sua vida acadêmica, o aluno mantenha contato com as diversas funções existentes em sua

profissão, através do mercado de trabalho e/ou laboratórios contábeis.

3.5.3 Terceira: Competências e Habilidades

3.5.3.1 Competência

Entende-se por competências o conhecimento técnico e porhabilidades, a capacidade de

transmissão e análise do conteúdo técnico. As competências para o desempenho da profissão

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contábil, de acordo com as condições atuais de mercado, devem ser: competências gerais,

comerciais, organizacionais e técnicas:

a) Competências gerais - envolvem conhecer e entender as correntes econômicas,

políticas, sociais e culturais de uma forma global;

b) Competências comerciais - referem-se ao conhecimento do segmento de mercado em

que esteja atuando;

c) Competências organizacionais - conhecimento do processo operacional da organização

em sua área de atuação, através do conhecimento e interação entre o mercado e o

grupo organizacional;

d) Competências técnicas - conhecimento das normas e princípios contábeis, ser capaz de

desenvolver, analisar e implantar sistemas de informaçõescontábeis e de controle

gerencial.

3.5.3.2 Habilidades

As habilidades necessárias são: habilidades de comunicação, habilidades intelectuais e

habilidades interpessoais;

a) Habilidades de comunicação - representam a capacidade de transmitir e receber

informações com facilidade. É a defesa de seu ponto de vista, formal e informal,

verbal ou escrita de modo a posicionar-se de forma segura e persuasiva perante

qualquer pessoa de posição hierárquica, superior ou inferior. O profissional contábil

deve ser capaz de escutar atentamente e entender pontos de vistas opostos;

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b) Habilidades intelectuais - capacidade de utilizar-se de criatividade para solução de

problemas, capacidade de julgamento, discernir prioridades e saber trabalhar sob

pressão;

c) Habilidades interpessoais - correspondem a habilidade em trabalhar com pessoas,

saber influenciá-las, organizar e delegar tarefas, motivar e desenvolver pessoas e

resolver conflitos.

3.5.4 Quarta: Ética e Responsabilidade Social

Muito tem-se escrito sobre ética, valores, moral e cultura; todo indivíduo e organizações

precisam estar atentos não só às suas responsabilidades econômicas e legais, mas também às

suas responsabilidades éticas, morais e sociais. Essa responsabilidade ética corresponde a

valores morais específicos.

Valores morais que dizem respeito a crenças pessoais sobre comportamento eticamente

correto ou incorreto, tanto por parte do próprio indivíduo quanto com relação a outros. É

dessa maneira que os valores morais e ética se completam.

A moral pode ser vista como um conjunto de valores e de regras de comportamento que as

coletividades, sejam elas nações, grupos sociais ou organizações, adotam por julgarem

corretos e desejáveis, ou seja, a melhor maneira de agir coletivamente, o que é bem ou mal, o

permitido e o proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício.

O profissional da área contábil deve exercer com ética as atribuições e prerrogativas que lhes

são prescritas através do Código de Ética editado pelo CFC, assim como, desenvolver uma

consciência voltada a atender as responsabilidades para com a sociedade enquanto indivíduo.

Somente com condutas pautadas na responsabilidade ética, moral e social é que o

profissionalpoderá se desenvolver, principalmente o profissional contábil, que é o responsável

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pela alimentação das informações que os usuários tomam como base e parâmetro para

tomarem suas decisões de investimento ou gestão.

3.6A Competência Técnica através do CPC

Para a implementação da convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais,

o Conselho Federal de Contabilidade instituiu o CPC – Comitê de Pronunciamentos

Contábeis, cujo objetivo em linhas gerais, é promover o estudo, o preparo e a emissão de

Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de

informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora

brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando

sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

O CPC representa um importante avanço no caminho da atualização e da modernização

denormas e preceitos contábeis. É resultado da abertura da Economia brasileira para o

exterior, incluindo títulos negociados nas bolsas de maior movimento do mundo e busca a

harmonização das normas e práticas contábeis entre as diversas economias do mundo de

modo na facilitar troca de informações.

As reuniões periódicas do C.P.C. (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), são realizadas nas

salas das entidades, localizada nas repartições do Conselho Regional de Contabilidade do

estado de São Paulo, CRC/SP.

Esse comitê é composto de entidades representativas de segmentos importantes e

indispensáveis ao bom funcionamento do mercado e das organizações e à Produção das

informações contábeis confiáveis de uso geral. São elas: CFC - Conselho Federal de

Contabilidade; IBRACON - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; FIPECAFI -

Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras; BM&FBOVESPA -

Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; APIMEC - Associação dos Analistas e

Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais; ABRASCA - Associação Brasileira

das Companhias Abertas.

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30  

3.7O desafio trazido pelaECD (Escrituração Contábil Digital)

O destaque dado por Siegel e Sorensen (1999) quanto à capacidade do contador em alavancar

e usar recursos tecnológicos presentes nas três esferas da competência, também tem sido

reconhecida por outros pesquisadores como uma habilidade que deve ser desenvolvida pelo

contador na atualidade.

O projeto da ECD (Escrituração Contábil Digital), é uma metodologia de emissão eletrônica

de notas fiscais, escrituração contábil, fiscal e de geração e transmissão de outras informações

afins, e constitui uma autêntica motivadora de mudança de cultura das nossas organizações,

com reflexo também imediato na cultura dos cidadãos brasileiros. Estamos diante de uma

revolução silenciosa com fortes implicações para a administração das nossas empresas, da

gestão do fisco, passando por diversas profissões, sobretudo nas áreas contábil e jurídica,

mormente o direito tributário.

Vislumbra-se dias inteiramente diferentes para os contabilistas, que se souberem atuar

eparticipar efetivamente como atores no processo das mudanças e inovações, certamente

serão beneficiados. Com a ampliação do ECD para as empresas, teremos a total substituição

dos livros contábeis e fiscais em papel para o meio digital.

Não precisamos mais escriturar ou imprimir livro diário e seus auxiliares, se houver; livro

razão e seus auxiliares se houver; livro balancetes diários, balanços e fichas de lançamento

comprobatórias dos assentamentos neles transcritos; registro de entradas de mercadorias;

registro de saídas de mercadorias; registro de apuração ICMS; registro de apuração do IPI e

registro de inventário e com os softwares e a tecnologia ao nosso favor, gerar e cumprir as

obrigações do ECD deixou de ser um obstáculo. Do ponto de vista fiscal, tanto as

organizações quanto os contabilistas, precisamos nos preocupar daqui em diante é em relação

à qualidade da informação que as empresas estão transmitindo ao fisco. Por outro lado,

observemos agora o que o fisco vai fazer com essas informações que as empresas estão

enviando.

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As empresas e os profissionais da contabilidade precisam ficar mais atentos na geração de

informações corretas, de modo a evitar eventuais equívocos entre a movimentação fiscal e os

registros contábeis, diferenças entre valores calculados e recolhidos dos tributos, cruzamentos

de informações e outras questões similares. Com o ECD amplamente utilizado num futuro

próximo, e com os novos sistemas de controles fiscais, o Brasil terá um dos menores índices

de sonegação comparado ao dos países desenvolvidos.

As organizações e os profissionais precisam se preparar para o que pode-se chamar de “Pós

ECD”, quando a grande maioria estará com suas economias devidamente formalizadas,

concorrendo de igual para igual, sem a concorrência desleal entre quem sonega e quem paga

todos os tributos.

3.7.1 A Tecnologia a favor dos Contabilistas

Com a tecnologia em alta, os novos requesitos e as novas oportunidades, esses novos tempos

não dispensam os conhecimentos básicos convencionais que hoje tem o profissional contábil,

o que se pode observar é um acréscimo de requisitos adicionais, a exemplo das necessidades

de conhecimentos de planejamento estratégico, tributário, aprofundamento no conhecimento

de tecnologia da informação, formação de preços, orçamentos, contabilidade gerencial e

contabilidade internacional.

A esse respeito, Kopcke (2002) enfatiza, entre outros benefícios, a utilidade contábil de

sistemas informatizados, os quais possibilitam agilizar os processos de fechamentos contábeis

periódicos, a flexibilidade na geração e distribuição de relatórios gerenciais e a garantia de

integridade de resultados e informações disponibilizadas aos diversos usuários dos serviços

contábeis.

O setor contábil vive hoje a era digital e os que não se adaptarem a esse novo cenário serão

terão dificuldade em evoluir, podendo mesmo comprometer a sua atuação profissional. A

profissão contábil, pela natureza dessa evolução, passa por essa adaptação aos tempos

modernos e, com isso, ela resgata e conquista o seu maior valor agregado, que é o intelectual.

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A tendência é que o contabilista terá de aplicar a sua intelectualidade, o seu conhecimento, ter

o seu pensamento estratégico a serviço das organizações, exigindo um grande esforço de

todos os profissionais, das instituições de ensino e das entidades representativas para se

adequar aos novos tempos.As inovações tecnológicas e as implementações por parte do fisco

de novas metodologias no acompanhamento dos contribuintes por meio do ECD, notadamente

das pessoas jurídicas, aliadas às modificações da Lei das Sociedades por Ações e

complementadas pelas exigências da harmonização das informações contábeis aos padrões

internacionais, tem provocado uma verdadeira revolução na contabilidade brasileira.

Essa nova realidade nos faz prevê novos cenários, novos desafios e renovadas perspectivas

para os contabilistas brasileiros. Em meio a todas essas mudanças, o contador continua com

uma vasta área e modalidade de atuação profissional. Entende-se que, com as inovações e a

informatização plena na geração e transmissão dos dados e informações contábeis, esse

profissional ganhará em qualidade técnica e ocupará novos espaços nas organizações, no

mercado autônomo e de forma independente como empresário do segmento.

Em uma pesquisa desenvolvida pelo CRC/SP com 275 contabilistas de todo o Brasil, no mês

de Janeiro de 2010, atestou que 79% dos profissionais contábeis declararam que com o

advento do SPED o mercado dos seus clientes ficará mais competitivo.

Esse número esta ligado diretamente a nova forma que as empresas terão de administrar, os

empresários deverão ter uma visão mais sistêmica da corporação para estruturar suas

tomadasde decisão de forma integrada às diversas áreas inclusive a contábil e boa parte das

pequenas empresas brasileiras ainda não detém conhecimento necessário para isso.

3.7.2 O SPED como Oportunidade aos Contabilistas

Os serviços de contabilidade nas organizações empresariais estão aquecidos e há uma

crescente demanda por esse trabalho. Está havendo uma conscientização dos empresários, que

precisam modificar a cultura, tanto do ponto de vista das relações com o fisco, quanto no

âmbito da profissionalização da gestão, e aí se faz presente a necessidade de uma assessoria e

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consultoria contábil de qualidade. A implementação do SPED gera uma grande folga para os

contabilistas, que poderão ocupar seu tempo com atividades mais nobres nas organizações. As

empresas contábeis de maior porte ou mesmo os médios escritórios que dispõem de equipe

melhor qualificada para esse novo momento consolidam a sua participação nesse novo

mercado e oferecem para as empresas profissionais da sua equipe para assessorar as empresas

na gestão e no cotidiano da companhia.

Drucker (1999), ao abordar os desafios da informação, destaca que, além da revolução

tecnológica para a informação (equipamentos, técnicas, software, hardware), é necessária,

também, uma revolução de conceitos e que ela seja conduzida por pessoas que a indústria da

informação tende a desprezar: os contadores.

Em decorrência da geração e da transmissão on line das informações contábeis e fiscais

promovidas pelo SPED, é recomendável que sejam feitas auditoria digitais prévias, de modo a

antecipar as análises que o fisco fará ao avaliar as escriturações digitais contábeis e fiscais.

Isso está obrigando a implementação de mudanças no perfil do profissional da contabilidade,

forçando as empresas contábeis a investir sobremaneira na reciclagem e qualificação técnica

da equipe. Hoje a profissão contábil, exige estudo constante para a atualização com relação a

essa nova dinâmica, novas normas e exigências.

Algumas empresas contábeis estão mudança a sua estratégia e se especializando em

determinados segmentos. Isto facilita e assegura uma melhor qualidade no trabalho oferecido.

Ao se especializar na área, pode-se dominar melhor as regras aplicadas a esse segmento com

mais profundidade, possibilitando uma assessoria melhor na gestão dessas empresas. Com o

SPED e a tempestividade na geração e na transmissão das informações, os profissionais da

contabilidade ganharam em performance e passaram a ter ainda mais responsabilidades sobre

as informações geradas pelas organizações e transmitidas ao fisco, deixando de ser um m erro

apêndice, passando a atuar diretamente na gestão da companhia.

Nesse cenário de mudanças e de quebra de paradigmas certamente trarão de imediato algumas

dificuldades para as pequenas e médias empresas. Esses pequenos negócios não têm a cultura

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da informatização plena, e normalmente também não dispõe de recursos disponíveis para

investimentos em equipamentos e softwares. Por via das consequências, gera uma procura de

soluções alternativas, o que constitui uma oportunidade para as empresas contábeis e data

centers com estruturas já adequadas.

Muitos profissionais ainda não perceberam a urgência reclamadas pela dinâmica das

mudanças. São surpreendidos pela constatação de suas limitações no convívio com essas

novas tecnologias e no desempenho de seu papel, deixando transparecer que são carentes de

novas competências que ultrapassem seu domínio profissional atual.

O contador hoje precisa conscientizar-se e se preparar adequadamente para a sua participação

na tomada de decisões nas organizações, visando identificar e corrigir as dificuldades e

adversidades que surgem ao longo do caminho, baseadas nas informações geradas pela

contabilidade. Em síntese, o mercado globalizado atual requer modernidade, criatividade,

novas tecnologias, novas competências, novos conhecimentos, mudanças urgentes e novas

adequações na visão do contador.

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4. Procedimentos Metodológicos

4.1 Introdução

O atual ambiente operacional das empresas, por sua dinâmica, temexigido de todos os seus

agentes um repensar sobre a validade das estratégias, posturas eprocedimentos até então

adotados pelos gestores e tidos como válidos. Os contadores tambémtêm sido exigidos a

ampliar suas habilidades para atender de forma eficaz as demandas dessenovo ambiente.

Habilidades pessoais, entendimento do negócio e participação mais ativa noprocesso de

gestão passaram a integrar o novo perfil do profissional contábil.

Diante de talrealidade, este trabalho tem como objetivo proceder a um diagnóstico sobre o

perfil do contadorna atualidade, buscando identificar o nível de aderência dele em relação às

novas exigências.

4.2 Tipo da Pesquisa

Em função dos objetivos deste estudo, e baseando-se em Gil (2002), a pesquisa é classificada

como exploratória, por ter alcançado através de analise das respostas dissertativas, o objetivo

deste trabalho e descritiva, visto estar ela diretamente relacionada com os fenômenos de

atuação prática e por proporcionar uma nova visão da questão de pesquisa.

Nessa mesma linha de raciocínio, este estudo pode ser caracterizado metodologicamente

como indutivo, dadas as abordagens semânticas, pragmáticas e descritivas. Indutivo, porque é

derivado de um conjunto específico de observações noscasos reais. Semântico, porque trata da

significação de relacionamentos empiricamente válidos. Pragmático, porque trata do objeto de

estudo em seu aspecto do que é usual no ambiente. E descritivo, porque derivado de

observações empíricas, descreve como a realidade é.

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4.3 Universo da Pesquisa

A pesquisa tem como população 83 contabilistas vinculados ao Conselho Regional de

Contabilidade. As perguntas foram elaboradas visando esclarecer o posicionamento do

contabilista frente as mudanças das normas contábeis, demonstrando, o preparo, quais

ferramentas são necessárias para melhorar o empenho intelectual frente a estas mudanças e

qual o papel das entidades de classe, na atualização profissional. O questionário foi

distribuido pessoalmente no Auditório do CRC/SP, após o encerramento das atividades

(palestras e seminários), realizadas à profissionais da contabilidade e também enviados por e-

mail, após contato. Foram distribuidos (físico e eletronicamente) aproximadamente 350

questionários, cuja respostas deveriam ser dissertativas sobre o tema: O Contador frente as

mudanças das Normas Contábeis, contemplando: a) Estamos preparados? b) Quais as

ferramentas necessárias para melhorar nosso empenho frente a este desafio? c) Qual deverá

ser o papel das entidades de Classe (CRC, Sescon, Sindicato dos Contabilistas), para

aproximar o Contador a esta nova realidade Contábil?. Apesar de serem os contadores os

indivíduos da pesquisa, entende-se que as empresas a que eles estão vinculados são agentes

que, além de qualificarem a pesquisa, influenciam diretamente na opção de emprego feita pelo

contador, o que acaba por ser uma das características que auxiliam a identificar a sua

necessidade.

Há uma grande variedade entre os segmentos de negócio das empresas nas quais os

contadores pesquisados desenvolvem suas atividades. O foco desta pesquisa estáligado

diretamente ao preparo do profissional, quais as ferramentas de atualização profissional e o

papel das entidades de classe neste atual cenário da contabilidade, para monitorar a formação

profissional, para aliar o conhecimento adquirido no exercício de sua profissão com um

conhecimento teórico adquirido ao longo dessa prática. É um momento diferenciado do já

vivido pelo indivíduo, o que anteriormente se dava primeiro com a teoria e depois com a

prática, agora se dá concomitantemente. Após o conhecimento teórico, formalmente adquirido

nos bancos escolares, sua ação profissional irá fornecer subsídio para a sedimentação da teoria

e reformulação dos seus conceitos. “O uso do termo educação continuada tem a significação

fundamental do conceito de que a educação consiste em auxiliar profissionais a participar

ativamente do mundo que os cerca, incorporando tal vivência no conjunto dos saberes de sua

profissão” (MARIN apud CHRISTOV, 1998, p.10).

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Carvalho (1999, p. c-8), ao discutir a atuação do contador e do perfil que passou a ser exigido

dele com o advento da globalização, afirma que “chegamos à conclusão de que o profissional

que só conhece contabilidade, e não enxerga o mundo à sua volta, está morto”.

4.4 Apresentação dos Resultados

4.4.1Coleta e Tratamento dos Dados

Os dados foram coletados por meio de questões dissertativas. O envio das questões foi

precedidode um contato pessoal no auditório do CRC/SP, ocasião em que se expôs anatureza

e os objetivos da pesquisa. Antes do envio, as questõesforam submetidas a um pré-teste

realizado com três contabilistas que não integram a população selecionada.Durante o pré-

testedas questões, realizada com o objetivo de aferir a pertinência,objetividade, sequência,

forma de elaboração e quantidade dasperguntas, além da clareza e precisão dos termos

utilizados, foiidentificada a necessidade de alguns ajustes para validá-lo comoum eficaz

instrumento de pesquisa.

Para descrever e sumariar as características dos dadosque representam o conjunto da amostra,

utilizou-se da estatísticadescritiva, mediante a quantificação da freqüência e daparticipação

relativa expressa em percentual. Além dessa exposiçãoquantitativa, os dados foram

submetidos a uma análisecomplementar e de natureza qualitativa.

4.4.2 Análise e Discussão dos dados

Nesta parte do trabalho, são analisados e discutidos osdados coletados junto aos 83 contadores

que compuseram aamostra pesquisada neste estudo exploratório.

Primeira Pergunta: Estamos Preparados?Na primeira questão tratamos sobre a preparação

do contabilista frente à mudanças em todos os seus aspectos legais, culturais, a fim de

entender qual o comportamento do profissional em relação a esta nova realidade.

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GRAFICO 1 – Estamos Preparados?

Fo

nte: Pesquisa com 83 Contabilistas.

Após a análise entende-se que:

22 Profissionais, que correspondem a 26%, se julgam preparados.

53 Profissionais, que correspondem a 64%, se julgam não preparados.

8 Profissionais, que correspondem a 10%, não souberam responder.

Tal conteúdo evidencia que muito há necessidade de evoluir na formação acadêmica,

profissional e pessoal do contador.

De fato, a análise dos dados coletados por este estudo possibilita constatar que mesmo

evidenciando uma formação e preparação (acadêmica, profissional e pessoal) mais positiva

dos contadores que compõem a amostra, a efetiva participação deles no processo decisório

organizacional ainda deixa a desejar, quando comparado com aquilo que é exigido pelas

normas atuais de contabilidade.

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Segunda Pergunta: Quais as ferramentas necessárias para aprimorar o desempenho do

contabilista frente a este desafio?Nesse novo cenário para o setor contábil, quem souber

gerenciar o conhecimento será mais competitivo do que quem continuar focado apenas em

questões operacionais, a adoção da gestão com inteligência competitiva gera resultados,

pensando nisso entendemos através das respostas quais são as ferramentas que os contabilistas

julgam necessárias para o desempenho de suas funções frente aos recentes desafios

daprofissão.

GRÁFICO 2 - Quais as ferramentas necessárias para aprimorar o desempenho do

contabilista?

Fonte: Pesquisa com 83 Contabilistas.

Após a analiseentende-se que:

16 Profissionais, que correspondem a 26%, têm como ferramenta o estudo.

8 Profissionais, que correspondem a 13% , têm como ferramenta o dinamismo

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8 Profissionais, que correspondem a 13%, têm como ferramenta participação em eventos.

6 Profissionais, que correspondem a 10%, têm como ferramenta a Internet e TI.

Outra parte da amostra tem outros meios que consideram como ferramenta para atuarem

nestenovo modelo contábil, foram qualificadas as ferramentas mais pontuadas durante a

obtenção dos dados. Pelas respostas dissertativas, entende-se que houve (naturalmente) uma

tendênciada maioria optar por assuntos relevantes à profissão contábil, percebemos

questionamentos do tipo: “... se os cursos fossem mais baratos teriam maior público...” entre

outros que também destacamos: “... se as universidades e/ou faculdades tivessem seus

curriculuns de curso atualizado, dispensaria os cursos de atualização...”.

Terceira Pergunta: Qual deverá ser o papel das entidades de classe para aproximar o

contador a esta nova realidade contábil?As Entidades de Classe são as diferentes

organizações que representam as diversas modalidades profissionais ligadas a área contábil,

como resultado da pesquisa entendemos o profissional contabilista tem grandes esperanças

que a atualização do seu conhecimento e sua educação continuada seja através de uma

entidade de classe, independente de ser o seu órgão registrador (CRC/SP), ele anseia pela

oportunidade de ofercer ao seu associado o conhecimento que adquiriu através de cursos,

palestras e/ou outros eventos fornecidos pelas entidades.

Verificamos a seguir o papel das entidades conforme entendimento dos 83

contabilistasentrevistados, abaixo destacamos os 10 principais temas comentados durante a

análise das respostas dissertativas.

Após analise destacamos os principais dados e entendemos que: 34 Profissionais, que

correspondem a 41%, entendem que oferecer oportunidade de atualização é o papel principal

de uma entidade de classe; 22 Profissionais, que correspondem a 27%, entendem que as

entidades devem motivar os contabilistas a buscar novos conhecimentos; 7 Profissionais, que

correspondem a 8%, entendem que as entidades devem assessorar os profissional contabilista

nas tomadas de decisões; 4 Profissionais, que correspondem a 5%, entendem que as entidades

devem se antecipar aos fatos, para diminuir o impacto aos contabilistas.

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Este resultado vai ao encontro do segundo resultado apresentado anteriormente, que

demonstra a vontade do profissional em buscar nas entidades de classe uma melhor

atualização.

GRÁFICO 3 - Qual deverá ser o papel das entidades de classe para aproximar o contador a

esta nova realidade contábil?

F

onte: Pesquisa com 83 Profissionais.

Uma outra parte da amostra entende que as entidades tem obrigações como: Desenvolver

convenios com faculdades de ensino contábil, melhorar a divulgação dos cursos e eventos

fornecidos, valorizar a classe contábil perante a sociedade, filtrar os profissionais através do

exame de suficiência, criar canais on-line, desenvolver cursos de Inglês.

4.4.3 O Exame de Suficiência e o impacto nas inscrições que antecedem a prova.

De acordo com a Resolução CFC nº 1.301, de 17 de setembro de 2010, que regulamentou a

realização do Exame de Suficiência, a partir de 1º de novembro de 2010, para se registrar ou

para restabelecer o registro, o profissional terá que ser aprovado em Exame de Suficiência.

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GRÁFICO 4 – O Impacto do Exame de Suficiência do CRC

Fonte: Conselho Federal de Contabilidade, atualizado de: 2004 até Agosto de 2010.

Conforme demonstrado, na pesquisa realizada em Setembro de 2010, percebemos o impacto

do Exame de Suficiência no registro de todo o sistema CRC Brasil, visivelmente expõe a

preocupação dos contabilistas em se abster desta obrigação, antecipando-se ao registro antes

da obrigatoriedade do exame.

Na última implantação do Exame de Suficiência que foi estabelecido pela Resolução CFC

853/99, porém a prova aconteceu em 2005, houve um acréscimo de 31.330 profissionais

(antes do exame) e em último, no exame atual 2010, estabelecido pela Lei 12.249/10, houve

um acréscimo de aumento de: 28.440, perfazendo um total de 439.051 contabilistas

registrados e ativos em todo o território nacional, a maior concentração de contabilistas está

no Estado de São Paulo com 132.759, conforme atualização em 08.11.2010.

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4.4.4 A Sociedade de Profissionais no Brasil.

Há no Brasil 75.238 sociedades de profissionais, com CRC exclusivo, o que permite

ao contabilista atuar na consultoria contábil, auditoria, pericia entre outras atividades.

GRÁFICO 5 – A Sociedade de Profissionais no Brasil

Fon

te: Conselho Federal de Contabilidade, atualizado até Agosto de 2010

A maior concentração de sociedades contábeis está no Estado de São Paulo, com 18.601 em

segundo esta o Estado do Rio Grande do Sul com 9.392. Há diferença de 05 sociedades entre

os Estados de: Pernambuco e Ceará.

4.4.5 O Público Feminino na Contabilidade Brasileira

É fato que as mulheres ocupam a cada dia mais espaços no mercado de trabalho, e entre os

fatores que contribuem para essa progressão, está o aumento da visibilidade da participação

feminina em importantes cargos e instâncias decisórias da área contábil.

O setor contábil é uma prova de que a profissão está deixando de ser predominantemente

masculina. Em 1950, o percentual de mulheres na profissão era de 4,3%, em 1990 esse índice

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subiu para 31,7% e, atualmente, dos 439 mil profissionais brasileiros 37% são contadoras ou

técnicas de contabilidade, conforme dados divulgados pelo Conselho Federal de

Contabilidade - CFC.

Apesar de a região Sudeste registrar o maior número de mulheres nesta profissão com 78.693,

36% do total, é a região Norte que registra o maior percentual de mulheres neste setor com

47%, totalizando 11.379. Em seguida está o Nordeste com 39% (25.351), o Sul com 37%

(26.144), e o Centro-Oeste com 37% (13.133).

A capacidade criativa da mulher será, sem dúvida, um fator de destaque e de vantagem

competitiva entre outras profissões. O que as empresas precisam é de profissionais que

aprendam a buscar as informações e que tenham senso crítico para, ao analisá-las, identificar

os pontos efetivamente importantes e responder de forma coerente e consistente ao que lhe foi

solicitado.

No Brasil, o espaço a ser conquistado pelo profissional contábil é amplo, em função de

mudanças de comportamento nas empresas, na economia e do próprio desenvolvimento que o

país vem experimentando.

Apenas nos últimos cinco anos o número passou de 121 mil para 155 mil mulheres inscritas

no CRC em todo o território nacional, como contadora ou técnica em contabilidade.

Segundo o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Carneiro, o “ser

mulher” é indescritível. “Há algum tempo me questiono qual o segredo das mulheres para

fazer tantas coisas ao mesmo tempo e de forma tão perfeita, seja no trabalho, na família ou

na comunidade”, observa.

A força da mulher neste setor permitiu a criação e realização dos Encontros Regionais e

Nacional da Mulher Contabilista em todo País, conquistando um lugar permanente no

calendário das programações oficiais do Conselho Federal de Contabilidade.

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45  

4.4.6 O Público Feminino na Contabilidade do Estado de São Paulo

Segundo o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo – CRC

SP, Domingos Orestes Chiomento, “... é uma honra liderar uma classe tão representativa e,

principalmente, com tantas mulheres”.Para dar subsídio técnico aos profisisonais e com foco nas

mulheres, o CRC SP criou o Projeto Mulher Contabilista, em 2004 por meio da deliberação do

Conselho Diretor número 009/2004.

O objetivo desta iniciativa é promover o aprimoramento técnico e também sócio-cultural

destas profissionais, por meio de desenvolvimento de ações que permitem atualização de

conhecimentos e uma maior participação na vida econômica, social e política do País, além

de impulsioná-las ao empreendedorismo.

GRÁFICO 6 – Profissionais Ativos registrados no Conselho Regional de Contabilidade.

Fonte: Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, Público de Profissionais

ativos; (homens e mulheres), no Estado de São Paulo.

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Olga Marília Gomes Soares, contabilista relata: “Estou feliz com minha profissão, vejo

que cada vez mais mulheres se tornam Contadoras e que não existem preconceitos,

pelo contrário, estão nos recebendo muito bem...”. Prova disso são os eventos que

sempre apresentam boa quantidade de mulheres.

São Paulo é o Estado que mais concentra contabilistas em comparação às demais regiões do

Brasil. Dos 439 mil profissionais brasileiros, 132 mil estão localizados no Estado de São

Paulo e, destes, 48 mil (37%) são mulheres, segundo dados divulgados pelo Conselho

Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo em Novembro de 2010.

GRÁFICO 7 – Populacão Contábil: Homens, Mulheres, Técnicos e Contadores.

Fonte: Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, Público de Profissionais

ativos; por categoria: Contador e Técnicos (homens e mulheres), no Estado de São Paulo.

4.4.7 A Idade do Público Contabilista registrados no CRC/SP(Contadores).

A profissão vem-se aperfeiçoando a cada dia, vem ganhando cada vez maior destaque, a

ponto de um Presidente, de uma das maiores nações do mundo, talvez a de maior tradição na

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cultura moderna e que é a França, afirmar, em outubro passado, que a Nação devia o

equilíbrio de suas finanças aos contadores.

A História gloriosa de um passado em nós reforça a esperança de um futuro e se grandes

modificações nos estão sendo impostas, também adaptações não haverão de faltar, para que

possamos corresponder aos compromissos com a evolução.

Conforme Echeverria (2002), outro aspecto que deve ser observado por quem vai entrar no

mercado de trabalho é a globalização da economia que, “pode ser definida como uma

panacéia – o remédio para todos os males – para muitos países capitalistas”, muito embora

muitos não a vejam dessa forma, eis que “para alguns o reflexo é o lucro, para outros, é o

prejuízo”.

GRÁFICO 8 – Idade dos Contadores (Masculino e Feminino)

Fonte: Conselho Federal de Contabilidade, público de contadores (feminino e masculino)

registrado nos Conselhos Regionais em todo o Brasil, destacado por idade de: 20 anos a 90

anos e acima de 91 anos.

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Segundo Domingos Orestes Chiomento, Presidente do Conselho Regional de Contabilidade

do Estado de São Paulo, o Bacharel em Ciências Contábeis é um profissional da mais alta

importância aos setores que dele se servem, haja vista o seu papel de elucidar os fatos

contábeis, como eles ocorrem, sem trazer prejuízos de natureza patrimonial, financeira,

econômica e social.

O Conselho Federal de Contabilidade fez uma pesquisa nacional e chegou à conclusão que

mais de 60% dos contabilistas possuem casa própria, automóvel e usa cartão de crédito. A boa

formação desse profissional é que lhe dará embasamento ao bom exercício da profissão.

Certamente que esse profissional deverá estar devidamente seguro de seu papel, colocando

como bandeira seu objetivo sobreposto a todos os obstáculos.

O perfil do contador moderno é o de um homem de valor que precisa acumular muitos

conhecimentos, mas que tem um mercado de trabalho garantido.

4.4.8 A Idade do Público Contabilista registrados no CRC/SP(Técnicos).

O técnico em contabilidade, hoje em dia, pode legalmente obter seu registro profissional no

conselho da classe, estando apto, portanto, a realizar todas as atividades contábeis de sua

competência, responsabilizando-se inclusive pelos demonstrativos contábeis das empresas.

Somente as atividades de perícia contábil e auditoria são reservadas aos profissionais de nível

superior, vale salientar que é comum balanço de grandes empresas, serem assinados por

profissionais de nível técnico em contabilidade.

Para que o registro profissional do técnico em contabilidade seja possível são necessárias a

conclusão do curso técnico e a aprovação no exame de suficiência profissional promovido

pelo conselho da classe em todo o país.

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Em razão desse novo cenário, novas competências são requeridas daqueles que pretendem

participar e atuar ativamente nesse mercado de trabalho altamente competitivo, de

concorrência acirrada e com grande grau de incertezas em face das mudanças cada vez mais

rápidas e constantes.

Um questionamento que se poderia fazer é se há mercado para o profissional técnico em

contabilidade no atual cenário mercadológico.

A resposta para tal pergunta pode ser encontrada em alguns dados estatísticos relacionados

com a atuação desse profissional no país.

GRÁFICO 9 – Idade dos Técnicos em Contabilidade (Homens e Mulheres)

Fonte: Conselho Federal de Contabilidade, público de técnicos (feminino e masculino)

registrado nos Conselhos Regionais em todo o Brasil, destacado por idade de: 20 anos a 90

anos e acima de 91 anos.

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Em recente pesquisa realizada no município do Rio de Janeiro, cujo objetivo era analisar a

demanda por profissionais de contabilidade na região através das ofertas de emprego em

anúncios de jornal, verificou-se que 36% das ofertas publicadas se direcionavam aos

profissionais de nível médio.

Dados do Conselho Federal de Contabilidade apontam para o fato de que entre seus afiliados

há um número menor de técnicos em contabilidade do que de contadores e que o técnico em

contabilidade tem total domínio dos assuntos, principalmente os emergentes.

GRÁFICO 10 –População Contábil: Técnicos e Contadores

Fonte: Conselho Regional de Contabilidade, população contábil, registrada no CRC/SP.

De fato, as possibilidades de atuação profissional do técnico em contabilidade são bastante

amplas e compreendem as empresas públicas e privadas de um modo geral,

independentemente do setor econômico, as organizações não-governamentais e as instituições

sem fins lucrativos. O profissional pode atuar ainda em empresas contábeis particulares ou

como autônomo.

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São as empresas que realizam os negócios que são objeto de registro, controle, análise,

acompanhamento e investigação da contabilidade, e é para elas que a ciência contábil se

dispõe a fornecer informações úteis e que as auxiliem no seu desenvolvimento e crescimento.

Dessa forma, se for preciso verificar tendências de atuação dos profissionais de contabilidade

no próximo século, nada mais coerente do que analisar, dentre outros aspectos, qual será o

comportamento das empresas nos novos cenários que se apresentam.

4.4.9 A Educação Profissional Continuada, o Papel do Conselho Regional de Contabilidade

do Estado de São Paulo na formação do Profissional Contabilista

A educação continuada na profissão contábil foi regulamentada em 2003 e passou a ser

cobrada para a manutenção do registro de auditor independente para aqueles contadores

registrados no Conselho Regional de Contabilidade da localidade em que atuam.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também se inclui nesse processo contínuo de

formação dos profissionais na medida em que exige, em conjunto com o sistema CFC/CRC’s

(estrutura organizacional que regula e fiscaliza o exercício da profissão contábil), uma

quantidade anualde pontos/hora. Incluem-se nessas exigências os contadores que fazem parte

da equipe de auditoria do auditor avaliado.

Mas o que seria educação continuada? Um conceito que vem reforçar o pensamento mais

abrangente de educação continuada é manifestado por Christov (1998, p. 9):A expressão

“Educação Continuada” traz uma crítica a termos anteriormente utilizados tais como:

treinamento, capacitação, reciclagem que não privilegiavam a construção da autonomia

intelectual do professor, uma vez que se baseavam em propostas previamente elaboradas a

ser apresentadas aos professores para que as implementassem em sala de aula.

O destaque está no termo “autonomia intelectual”, serve para qualquer área do conhecimento,

porque, dessa forma, o profissional conseguirá elencar várias possibilidades de solução dos

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problemas do seu cotidiano no mundo do trabalho. Não existem respostas prontas para as

novas exigências do modo de produção capitalista em sua roupagem contemporânea.

“a educação organizacional continuada faz parte de uma visão de negócios

sistêmica, complexa e sustentada. Seus efeitos são duradouros, porque ela

não se interrompe depois de iniciada. Conclui-se daí que os melhores

resultados aparecerão sempre a longo prazo. Mais ainda, não podem ser

avaliados por critérios apenas numéricos”. Marioti (1999, p. 50):

Sendo assim, temos a idéia de que se trata de um aprendizado sistematizado, que permite

realizar as conexões necessárias à compreensão do todo, não apenas de uma parte do processo

em que se está inserido; isso garantiria ações mais consistentes, com uma possibilidade maior

de acerto para a vida profissional do indivíduo.Essa estrutura é característica de um programa

de educação continuada, conforme aponta Christov (1998, p.10): Educação Continuada é um

programa composto por diferentes ações como cursos, congressos, orientações técnicas,

estudos individuais.

4.4.9.1 Uma análise da Educação Continuada no CRC/SP

O Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, em suas prerrogativas, zela

pela educação continuada de seus contabilistas de: 01.01.2008 até 08.11.2010, foram

realizados 1.622 Cursos, com a participação de 122.508 contabilistas, no total de 505

horas.Somente em 2010, de: 01.01.2010 até 08.11.2010, foram realizados 537 cursos, com a

participação de 32.265 contabilistas, no total de 153 horas. Com isso, verifica-se a

competência e estrutura que o Conselho Regional de Contabilidade tem para manter o publico

de contabilista atualizado.

Para estabelecer um programa de Educação Continuada necessita-se:

a) um contexto de atuação: uma escola, um município, um país, uma sociedade;b) a

compreensão de que ela não será a responsável exclusiva pelas transformações necessárias à

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escola, uma vez que isso depende de um conjunto de relações, mas poderá ser um elemento de

grande contribuição para essas transformações; c) condições para a viabilização de suas ações,

que podem ser resumidas em três grandes aspectos;d) vontade política por parte de

educadores e governantes;e) recursos financeiros; f) organização do trabalho escolar com

tempo privilegiado para estudos coletivos e individuais por parte dos professores.

Para monitorar a formação profissional para aliar o conhecimento adquirido no exercício de

sua profissão com um conhecimento teórico adquirido ao longo dessa prática. É um momento

diferenciado do já vivido pelo indivíduo, o que anteriormente se dava primeiro com a teoria e

depois com a prática, agora se dá concomitantemente.

Após o conhecimento teórico, formalmente apreendido nos bancos escolares, sua ação

profissional irá fornecer subsídio para a sedimentação da teoria e reformulação dos seus

conceitos. “O uso do termo educação continuada tem a significação fundamental do conceito

de que a educação consiste em auxiliar profissionais a participar ativamente do mundo que

os cerca, incorporando tal vivência no conjunto dos saberes de sua profissão” (MARIN apud

CHRISTOV, 1998, p.10).

Como diagnóstico e ao encontro do planejamento anual das atividades de Educação

Continuada, o CRC/SP, mantém um relacionamento conjunto com o contabilista, que, através

de questionário responde as questões que envolvem desde a qualidade do conteúdo

apresentado nos evento até o local físico, onde aconteceu o treinamento e acima de tudo

oferece ao contabilista a oportunidade de escolher os temas para os próximos eventos.

Abaixo classificamos os 10 principais temas sugeridos por 32.265 contabilistas que

responderam ao questionário e fizeram a sugestão dos temas para os próximos

eventos.Destacamos a maioria, ou seja, 5.477 profissionais que não responderam a este

questionamento.

Porém, destacamos conforme apresentado no gráfico, a necessidade identificada pelo próprio

profissional em se atualizar no que diz respeito as novas normas contábeis, uma vez, que a

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harmonização às normas internacionais de contabilidades, hoje, é a razão de muitos

profissionais, voltar ao banco escolar.

GRÁFICO 11 – Sugestão de Temas

Fonte: Conselho Regional de Contabilidade.

A expansão do programa a toda a categoria profissional foi manifestada em reportagem sobre

o assunto, publicada na Revista Brasileira de Contabilidade, em sua edição nº 138, dos meses

novembro e dezembro de 2002, onde o contador e coordenador (à época) do curso de Ciências

Contábeis da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Katsumi, afirmou que a idéia inicial do

CFC seria num contexto maior, mais abrangente, de educação continuada para profissionais

daárea contábil, ou seja contadores e técnicos em contabilidade.

Nesse universo de profissionais, objeto de registro nos CRCs, que totalizam mais de 438 mil

em termos nacionais, seria impossível iniciar um processo de educação continuada com todos

eles ao mesmo tempo, pela quantidade e pela diversidade e, logicamente, face à necessidade

de infra-estrutura compatível para essa missão.

Este processo iniciou-se pelos auditores, que talvez representem a “elite” da classe contábil

(provavelmente, os mais preparados e tecnicamente em vantagem aos demais). Nada melhor

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do que começar com aqueles que já tenham mínimas condições de entender, e até “defender”,

a filosofia de uma educação continuada. Outro fator determinante foi a exigência da Instrução

CVM 308, que veio a estabelecer essa obrigatoriedade em regulamentação específica.

Atualmente, os principais usuários da Educação Continuada são os escritórios de

contabilidade com público de 41% e as Empresas Privadas com público de 34%, conforme

quadro abaixo.

GRÁFICO 12 – Área de Atuação

Fonte: Conselho Regional de Contabilidade

Segundo os ensinamentos de Perez (1997), para atuar na área contábil, o profissional precisa

estar atento às mudanças, já que, com a globalização, essas mudanças acontecem de forma

continuada e em curtos espaços de tempo. O que acontece em um país, principalmente nas

grandes economias, reflete imediatamente em outro. Isso passa a exigir do profissional

preparação contínua e agilidade para entender e lidar com as mudanças.

Os contadores são permanentemente cobrados pelos usuários de seus serviços, que exigem

cada vez mais qualidade e eficiência, não se conformado meramente com dados passados,

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mas demandando orientação e previsões para o futuro. As mudanças nas economias

demandam por mudanças nas empresas e, muitas vezes, no comportamento de suas finanças,

no seu método produtivo, na oferta de produtos, no seu quadro de pessoal. Cabe ao

profissional contábil estar permanentemente atualizado, de forma a orientar e auxiliar o seu

cliente na tomada de decisão.

Para Perez (1997, p. 68), citado por Faria e Nogueira (2007), o objetivo da profissão contábil

“... vai mais além de acumular cifras para preparar um balanço para efeitos impositivos. Vai

mais além de registrar automaticamente uma ou várias operações: um software adequado

pode produzir melhor as rotinas”.

No Brasil, o espaço a ser conquistado pelo profissional contábil é amplo, em função de

mudanças de comportamento nas empresas, na economia e do próprio desenvolvimento que o

país vem experimentando. Entretanto, para conquistar este espaço, o profissional precisa

focarsua atenção no aperfeiçoamento contínuo, pois a profissão contábil oferece várias

possibilidades de atuação, desde que ele esteja preparado para as exigências de um mercado

cada vez mais competitivo.

5. Considerações Finais

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Ao fazer um diagnóstico do perfil dos contadores na atualidade, este estudo contribui com um

conjunto de conhecimentos úteis à identificação do nível atual de preparação do profissional

da contabilidade. Ao mesmo tempo, criam-se alguns indicadores que podem servir de

parâmetro para identificar e direcionar ações de aperfeiçoamento tanto no nível individual de

cada contador como pelos organismos de classe, governamental e pelas instituições de ensino.

Tem-se verificado, nas últimas décadas, principalmente a partir de 1980, um questionamento

quanto à capacidade da contabilidade estar amparada por instrumentos e procedimentos que a

viabilizam cumprir, de forma efetiva, o seu papel de servir como fonte de informações

fundamentais à sustentação de uma eficaz gestão empresarial. Os trabalhos de Johnson e

Kaplan (1996), Shank e Govindarajan (1997) e Siegel e Sorensen (1999) são alguns exemplos

desse direcionamento. Além da necessidade de práticas contábeis mais úteis e apropriadas às

novas necessidades da gestão em um ambiente de maior competitividade, discute-se, também,

importância de uma maior inserção do profissional contábil no processo decisório das

organizações.

Além disso, muitos profissionais têm mudado a figura de um departamento contábil isolado,

passando a atuar de forma mais próxima aos departamentos operacionais, local onde as

decisões se materializam. Essas mudanças aferidas por Siegel e Sorensen (1999), entretanto,

não ocorreram somente em função dos avanços tecnológicos, como também de outra

constatação: modificação na postura e na atitude dos contadores.

A formatação desse novo perfil dos profissionais da contabilidade está bem definida e

estabelecida pelo AICPA (1999), estruturado sob três esferas de competência: (1) funcionais;

(2) pessoais; (3) amplo entendimento de negócios.

O que está implícito nos estudos de Siegel e Sorensen (1999), de Carvalho (1999) e de

Cosenza (2001) é a configuração da competência como produto da junção de conhecimentos,

habilidades e atitudes. Ramirez (2000) enfatiza a competência decorrente de requisitos que

permitam a identificação mais direta com uma profissão e que possam ser adquiridas, no

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sistema educacional e na formação decorrente da atuação profissional do indivíduo. Os

conhecimentos (foco profissional), aliados às iniciativas pessoais (atitudes) e à capacidade de

manusear os instrumentos e técnicas profissionais (habilidades), redundam nas competências

que caracterizam os profissionais na atualidade.

As qualidades pessoais em desenvolver modelos de comportamento profissional, capacidade

de resolver problemas e tomar decisões técnicas de relacionamento, liderança, comunicação,

gerenciamento de projetos e capacidade de alavancar e usar tecnologia. Amplo entendimento

pensar de forma estratégica e crítica, terem conhecimentos segmentados por indústria, ter uma

de negócios perspectiva e entendimento global e internacional, conhecer técnicas de

gerenciamento de recursos, entender implicações legais e fiscais nos negócios, focalização em

clientes e em marketing, e a capacidade de alavancar e usar tecnologia.

Estudo semelhante ao do AICPA (1999) também foi desenvolvido por Needles Jr. et al.

(2001), no âmbito do Guideline No. 9 do IFAC, adotando a estrutura de conhecimentos,

habilidades e valores profissionais. A constatação da necessidade de maior profundidade e

amplitude das atividades desenvolvidas pelos contadores também pode ser encontrada em

outros estudos. Ao tratar desse tema, Silva (2002, p. 6) destaca que “o profissional da área

contábil deve ser muito mais que um simples contador, deve necessariamente ser um

gerenciador de informações, que possua uma visão global do mundo e que converta as

informações contábeis de que dispõe em benefícios à organização”.

Ao questionar se o futuro da área contábil é um desafio ou uma ameaça, Zarowin (1997)

aborda que o papel dos contadores está em processo de mudança e enfatiza que a expectativa

é que eles atuem como verdadeiros parceiros dos negócios e agentes de mudanças. Para

Zarowin (1997,) as formas dos contadores se prepararem para superar tais desafios incluem os

seguintes aspectos: (1) desenvolver habilidades de um facilitador; (2) posicionarem-se não

apenas como um contador, mas como um profissional do conhecimento; (3) ser um usuário

das informações do passado e não apenas concentrar-se nelas.

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No mesmo sentido que Zarowin (1997) e Siegel e Sorensen (1999), Siegel et al. (1997)

também advogam que o novo campo de atuação dos contadores está direcionado mais para

uma ênfase sobre a análise de informações e estabelecimento de estratégias do que sobre as

tarefas tradicionais de coleta e reporte de dados históricos. Tanto Siegel e Sorensen como

Siegel et al. destacam a necessidade dos educadores em contabilidade desenvolverem um

novo currículo visando melhor preparar os estudantes para esse novo ambiente onde o futuro

profissional irá desenvolver suas atividades.A necessidade de adaptação do ensino de

contabilidade é uma preocupação sem fronteiras.

A necessidade de ajuste curricular defendida por Siegel ET al. (1997) também tem sido

reconhecida pelas autoridades educacionais brasileiras. Conforme divulgado pelo Conselho

Federal de Contabilidade – CFC (2005), aprovado pela Câmara de Educação Superior do

Conselho Nacional de educação – CNE o Parecer nº 329/2004, que dispõe sobre o aumento da

carga horária mínima dos cursos de Ciências Contábeis no Brasil, passando de 2.700 para

3.000 horas. Considerado como uma oportunidade das instituições de ensino melhor preparar

os futuros profissionais, o CFC defende a inclusão de matérias que contemplem a área de

gestão e de modelo Competências Características Conhecimentos Geral: pensar e se

comunicar de maneira eficaz, base para conduzir consulta, execução de análise crítica.

Na formação acadêmica são três os agentes envolvidos: a instituição, o professor e o aluno.

A educação, como principal agente, é a chave para valorização profissional, corresponde a um

processo inserido no contexto das relações e interesses entre as instituições, aluno e empresas,

que determinam a formação social, onde se faz necessário priorizar os aspectos filosóficos,

políticos, sociológico e epistemológicos da educação contábil, visando a formação de um

profissional consciente de sua missão histórica e preparado para agir em grupo.

A Instituição: Como responsável pela definição do currículo, deve determinar políticas

clarase conscientes ao modelo de sociedade em que está inserida e o tipo de profissional

necessário para atuar neste contexto. O currículo deverá atender aos valores e contradições da

sociedade e a cultura onde estiver inserida. Este corresponde à descrição das ações necessárias

para a construção da qualidade do ensino. Deverá estar voltado para capacitar o aluno ao

entendimento da realidade e para a construção de novos modos de ver e compreender a

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realidade. Deve estar adequado e servir como ligação entre os objetivos educativos e as

práticas sociais e culturais, permitindo a formação adequada do profissional desejado.

O Professor: A figura do professor aparece como orientador do processo de formação do

profissional. Para que o objetivo da proposta seja atingido é necessário que o professor

estejaengajado e consciente dos objetivos da Instituição. A seriedade e a dedicação do

professor emdesenvolver os programas das disciplinas sob sua responsabilidade são condições

sine qua non para o funcionamento da ferramenta de valor que é o currículo. O professor

como agente do aprendizado, deve cuidar da manutenção de suas competências, através de

atualizações e cursos de aperfeiçoamento como mestrado e/ou doutorado, desenvolvendo

pessoalmente um constante aprimoramento de seus conhecimentos e atuação profissional, o

que implica, no desenvolvimento perfeito da comunicação, da capacidade intelectual e da

orientação didático-pedagógica.

O Aluno: O aluno deverá estar preparado para os novos desafios que se seguem a partir do

ingresso no ensino superior, através dos ensinamentos recebidos ao longo do curso,

desenvolvendo competências e habilidades para o desempenho de sua profissão. Deverá ter

consciência de sua responsabilidade no processo de aprendizado, dispondo-se a participar

como protagonista, na execução de tarefas, estudos, pesquisas e mudanças de comportamento,

visando o aprimoramento técnico e intelectual. Para tanto, o aluno deverá atuar ativamente

através da dedicação e conscientização de seu futuro papel na sociedade, pois é o produto que

a Instituição prepara para que seja absorvido por um mercado exigente, dinâmico e

competitivo.

Franco (1999), ao fazer uma avaliação sobre os efeitos da globalização, afirma que com ela a

competição torna-se mais intensa, com invasão de empresas de um país em outro. Acrescenta

que, com essa maior competição, as empresas são forçadas a ficar mais inovadoras e criativas,

não apenas em termos de produzir melhor e mais barato, mas também em termos de

marketing e finanças, ou seja, a busca por maior competitividade tem que estar presente em

todas as áreas da empresa.

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A questão da informação contábil também foi objeto do estudo patrocinado pela International

Federation of Accountants – IFAC e realizado pelo Financial and Management Accounting

Committee – FMAC em 1994 com profissionais e acadêmicos de sete países a respeito da

contabilidade gerencial para a década seguinte. Tal estudo expõe uma manifestação unânime

dos seus participantes quanto à efetividade da informação contábil para fins decisoriais.

Obviamente, ao mesmo tempo em que a contabilidade passa a ser discutida quanto ao papel

informativo que desenvolve no âmbito da gestão empresarial, o seu principal agente, o

contador, não fica à margem desse processo.

Tem-se então que, da mesma forma como ocorre com os demais profissionais, os quais são

freqüentemente questionados sobre as reais contribuições que oferecem para a criação de

valor às organizações, os contadores também devem estar preparados para desenvolver

atividades de valor e serem reconhecidos como trabalhadores do conhecimento. Portanto, na

atualidade, torna-se imperativo que se discutam as questões relacionadas à figura do contador

no que se refere à caracterização e adequação do perfil desse profissional de forma que ele,

efetivamente, esteja preparado para bem cumprir sua missão e papel no âmbito essas novas

exigências que se fazem à contabilidade.

Nesse novo ambiente, os contadores para efetivamente contribuírem no processo de geração

de valor às organizações devem incorporar novas habilidades pessoais, desenvolver a

capacidade de entendimento do negócio, adotar uma postura mais empreendedora. Em

resumo, devem incorporar requisitos que os credenciem a postular maior inserção no processo

de gestão, para isso faz necessário alguns diferenciais: Organizacional e empresarial:

conhecimento amplo de negócios e organizações; Tecnologia da informação: capacidade para

avaliar e fornecer dados, desenvolver e gerenciar sistemas de informações; Contabilidade e

áreas correlacionadas: engloba conhecimentos sobre economia, métodos quantitativos,

marketing e negócios internacionais. Habilidades Intelectual: capacidade de identificação e

solução de problemas e de tomar decisões. Compreende pesquisa, raciocínio indutivo e

dedutivo; Interpessoal: capacidade de interação com outras pessoas e de trabalhar em equipe;

Comunicação: capacidade de receber e transmitir informações de forma escrita e oral e tomar

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julgamentos.Valores Profissionais Envolvem aspectos e atitudes que identificam os

profissionais tais como integridade, ética e responsabilidade social.

Tal inclusão permitirá aos contadores melhor compreenderem os aspectos sistêmicos que

envolvem a gestão organizacional, o que certamente possibilitará a eles desenvolver

habilidades necessárias para melhor compreenderem e contribuírem na busca da eficácia e

continuidade das organizações.

Com o objetivo de estabelecer um currículo mais amplo, e no contexto de possibilitar o perfil

do contador da economia global, Carvalho (1999) defende uma divisão em três grandes

grupos: (1) conhecimento das organizações e dos negócios; (2) Informática – IT; (3)

conhecimento contábil e relacionado com a matéria. A constatação de fatos contemporâneos

que culminam no redesenho do perfil do contabilista também está caracterizada no estudo

desenvolvido pelo Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – SINDCONTSP (2005). Nesse

estudo, o SINDCONTSP reconhece que o conhecimento científico da contabilidade, tão

necessário, configura-se, nos dias atuais, como um fator que isoladamente é insuficiente para

a eficaz atuação do contabilista.

Para o SINDCONTSP, o redesenho circunstancial do perfil do profissional exige dele, ainda,

outras habilidades para poder superar os desafios impostos pela nova ordem econômica e

social. Nesse novo ambiente, é maior a ênfase quanto ao contabilista adotar uma postura ética,

ser flexível a mudanças, ser estudioso e ter postura de líder. O SINDCONTSP reconhece que

são estas as chaves do sucesso do contabilista para o novo milênio.

O que se tem como conclusão do novo perfil do profissional contábil é que ele tem que se

conscientizar da formatação da sua função como um co-gestor das empresas. Esse

entendimento foi uma das conclusões do evento promovido pela Federação Nacional das

Empresas de Serviços Contábeis e das empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e

Pesquisas – FENACON (2004).

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Assumir esse novo perfil e essa nova função exige a incorporação de habilidades até então

desconsideradas ou não tão enfatizadas na formação profissional dos contadores.Essa

correção de rumo deve ser realizada sob duas ações básicas: (1) para os atuais e futuros

estudantes, a questão passa pelo enquadramento das estruturas curriculares; (2) para os já

formados, a solução envolve a busca de uma formação complementar, no contexto da

educação continuada. Os aspectos relacionados à formação e pós-formação de contadores têm

sido objeto de discussão internacional. “... para serem bem-sucedidos, contudo, os

Contadores precisam, atualmente, ser treinados de forma diferente. Além dos conhecimentos

técnicos essenciais, o Contador da atualidade precisa também desenvolver habilidades

relativas à comunicação, às relações humanas e à administração, criando um balanceamento

adequado entre a formação teórica e a experiência prática. De forma ainda mais

fundamental, o treinamento deve, doravante, ser baseado em dois pólos: educação inicial e

educação continuada” Carvalho (1999).

Após o conhecimento teórico, formalmente apreendido nos bancos escolares, sua ação

profissional irá fornecer subsídio para a sedimentação da teoria e reformulação dos seus

conceitos. “O uso do termo educação continuada tem a significação fundamental do conceito

de que a educação consiste em auxiliar profissionais a participar ativamente do mundo que

os cerca, incorporando tal vivência no conjunto dos saberes de sua profissão” (MARIN apud

CHRISTOV, 1998, p.10).

O Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, em suas prerrogativas, zela

pela educação continuada de seus contabilistas, para monitorar a formação profissional para

aliar o conhecimento adquirido no exercício de sua profissão com um conhecimento teórico

adquirido ao longo dessa prática, este, é um momento diferenciado do já vivido pelo

indivíduo, o que anteriormente se dava primeiro com a teoria e depois com a prática, agora se

dá concomitantemente.

Tal conteúdo evidencia que muito há ainda que se evoluir na formação acadêmica,

profissional e pessoal do contador. De fato, a análise dos dados coletados por este estudo

possibilita constatar que mesmo evidenciando uma formação e preparação (acadêmica,

profissional e pessoal) mais positiva dos contadores que compõem a amostra, a efetiva

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participação deles no processo decisório organizacional ainda é tímida, quando comparado

com aquilo que é recomendado pela literatura que trata dessa temática.

Acredita-se que essas questões quanto ao perfil do contador podem e devem ser ampliadas

quanto à sua abrangência e profundidade. Espera-se que este estudo exploratório tenha dado

sua contribuição no sentido de motivar que outros estudos de mesma natureza sejam

desenvolvidos sobre o objetivo deste trabalho, sugindo a análise e aprofundamento de temas

relacionados ao meio acadêmico e entidades de classe que são hoje as incubadoras de

profissionaise estão pouco acessíveispeloscontabilistas que necessitam de atualização.

REFERÊNCIAS

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Apêndice: 001

Gráfico - 001

Sugestão Áreas para Proximas Atividades do CRC/SP Sem Resposta 5.477 17%Novas Normas Contábeis 4.259 13%Contabilidade de Custos 3.791 12%Contabilidade Tributaria 3.096 10%Contabilidade Gerencial / Controladoria 3.083 10%Trabalhista/Previdenciaria/RH 2.653 8%Planejamento Tributario 2.346 7%Tributos Estaduais (com enfase em ICMS ) 2.070 6%Auditoria Externa 2.055 6%Direito Tributario 1.809 6%T I com Foco na Contabilidade 1.626 5% Profissionais que responderam 32.265 100%

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Apêndice: 002

Area de Atuação do Participantes

Empresa de Contabilidade 22.777 41%Empresa Privada 18.939 34%Sem Resposta 4.734 8%Outros 3.264 6%Auditoria 2.077 4%Publica 1.876 3%Terceiro Setor 1.286 2%Instituição de Ensino (Prof/Coordenador) 580 1%Pericia 282 1%funcionario 30 0%Estudante 2 0%Estagiario 1 0% Total 55.848 100%

Gráfico: 002

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Apêndice: 003

População Contábil: Técnicos e Contadores Contadores 72.573 55% Tecnicos 60.186 45% Total 132.759 100%

Grafico: 003

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Apêndice: 004

População Contábil: Homens, Mulheres, Tecnicos e Contadores Mulheres Contadoras 28.562 22% Mulheres Tecnicos 20.082 15% Homens Contadores 44.011 33% Homens Tecnicos 40.102 30% Total 132.757 100%

Grafico: 004

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Apendice: 005

Profissionais Ativos - Homens e Mulheres - CRC/SP.

Mulheres 48.644 37%

Homens 84.113 63%

Total 132.757 100%

Gráfico: 005

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Apendice: 006

Media de Idade de Tecnicos em Contabilidade

Tecnicos / Idades Quantidade % Tecnicos até 20 Anos 255 0,42% Tecnicos de 21 á 30 Anos 5.975 9,93% Tecnicos de 31 a 40 Anos 14.505 24,10% Tecnicos de 41 a 50 Anos 15.570 25,87% Tecnicos de 51 a 60 Anos 13.314 22,12% Tecnicos de 61 a 70 Anos 7.387 12,27% Tecnicos de 71 a 80 Anos 2.725 4,53% Tecnicos de 81 a 90 Anos 431 0,72% Acima de 91 Anos 23 0,04% Total 60.185 100%

Gráfico: 006

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Apêndice: 007

Media de Idade de Contadores

Contadores / Idade Quant. % Contadores até 20 Anos 1 0,00% Contadores de 21 a 30 Anos 14.889 20,52% Contadores de 31 a 40 Anos 22.280 30,70% Contadores de 41 a 50 Anos 18.209 25,09% Contadores de 51 a 60 Anos 11.506 15,85% Contadores de 61 a 70 Anos 3.626 5,00% Contadores de 71 a 80 Anos 928 1,28% Contadores de 81 a 90 Anos 980 1,35% Acima de 91 Anos 153 0,21% Total 72.572 100%

Gráfico:007

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Apêndice: 008

Segundo a pesquisa: Qual é o Papel das Entidades? Qtde % Atualização 34 40,96%Motivar o profissional a buscar novos conhecimentos 22 26,51%Assessoria 7 8,43%Antecipação aos fatos, para diminuir o impacto ao contabilistas 4 4,82%Convênio com Entidades de Ensino 4 4,82%Melhor divulgação dos cursos e eventos fornecidos 4 4,82%Valorização da Classe contábil, perante a sociedade. 4 4,82%Filtrar os Profissionais através do Exame de Suficiencia 2 2,41%Canais on-line 1 1,20%Curso de Ingles 1 1,20%

Profissionais Entrevistados: 83

Gráfico: 009

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Apendice: 010

Segundo a pesquisa: Qual é a Ferramenta para a Continuidade Profissional?

16 Estudo 8 Dinâmico (Favorável a Mudanças) 8 Eventos promovidos pelas entidades 6 Internet, Tecnologia da Informação e Utilização de Software de alto padrão 3 Utilização dos CPC's 3 Curso Específico 3 Divulgação ao meio empresarial e sociedade sobre as mudanças 3 Multi Profissionais - Envolvimento com outras areas 2 Atualização dos Cursos de Graduação 2 Work Shop (Discussão) 2 Boa Comunicação 2 Idiomas e Informática 2 Interpretação 2 Ir a campo, não esperar a informação chegar…tomar iniciativa 1 Colocar em pratica o que aprendeu 1 Consultoria 1 Cronograma de trabalho, transparencia e sinceridade 1 Curso para corajem, etica, visão de futuro, habilidade de negociação e segurança 1 Demonstrações Financeiras Globais 1 Habilidade 1 Humildade, para entender que nunca sabemos o suficiente 1 Informaçòes contabeis inteligentes 1 Pós Graduação 1 Marketing Pessoal 1 Melhoria da Base de informações 1 Não ter vergonha de perguntar a outro profissional atualizado 1 Normas contabeis de alta-qualidade que facilitem a analise. 1 Orientação 1 Padronização das normas 1 Planejamento dos recurso da Empresa 1 Treinamento Confiável 1 Suporte 1 Valorização 1 Visão dos novos ambientes no intuito de antecipá-los, para uma melhor adaptação 1 Voltar ao fundamento da contabilidade

83 Profissionais Entrevistados:

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Gráfico: 010

Principais Ferramentas, segundo resposta de 62 profissionais entre os 83 entrevistados.

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Apêndice: 011

Segundo a pesquisa: Estamos preparados?

sim não Não sabe responder

22 53 6

Gráfico: 011

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Apendice: 012

ESCRITÓRIOS INDIVIDUAIS E SOCIEDADES ATIVOS NOS

CONSELHOS

REGIONAIS DE CONTABILIDADE - AGOSTO 2010

SP 18.601

RS 9.392

PR 6.854

RJ 5.489

SC 4.594

MG 4.373

BA 3.515

GO 3.070

DF 2.575

ES 2.276

PE 2.065

CE 2.060

MT 1.526

MS 1.424

PB 977

RN 917

PA 875

MA 781

AL 746

PI 677

AM 567

RO 533

TO 471

SE 407

RR 198

AC 147

AP 128

TOTAIS 75.238

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Gráfico: 012

 

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Apendice: 013

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE

VICE-PRESIDÊNCIA DE REGISTRO

COORDENADORIA DE REGISTRO

PROFISSIONAIS E ORGANIZAÇÕES ATIVOS NOS CONSELHOS REGIONAIS DE CONTA BILIDADE

POSIÇÃO ANUAL EM 31 DE DEZEMBRO

CONTADOR TÉCNICO EM CONTABILIDADE

 ORGANIZAÇÃO

 

ANO

MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO

TOTAL GERAL

INDIVIDUAL SOCIEDADE

TOTAL GERAL

2004 104.978 61.692 131.846 60.503 359.019 46.835 21.172 68.007

2005 115.512 74.291 134847 65.679 390.329 43.528  

21.620 65.148

2006 119.846 79.825 129.975 64.942 394.588 44.194 21.421 65.615

2007 123.173 82.551 129.026 64.588 399.338 44.746 22.275 67.021

2008 127.594 85.433 128.292 64.234 405.553 46.039 23.341 69.380

2009 130.239 88.797 127.268 64.307 410.611 47.095 26.156 73.251

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Grafico: 013

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Apendice: 014 

 

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE

VICE-PRESIDÊNCIA DE REGISTRO

COORDENADORIA DE REGISTRO

PROFISSIONAIS E ORGANIZAÇÕES ATIVOS NOS CONSELHOS REGIONAIS DE CONTA BILIDADE

POSIÇÃO ANUAL EM 31 DE DEZEMBRO

CONTADOR TÉCNICO EM CONTABILIDADE

ORGANIZAÇÃO ANO

MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO

TOTAL GERAL

INDIVIDUAL SOCIEDADE

TOTAL GERAL

2004 104.978 61.692 131.846 60.503 359.019 46.835 21.172 68.007

2005 115.512 74.291 134847 65.679 390.329 43.528 21.620 65.148

2006 119.846 79.825 129.975 64.942 394.588 44.194 21.421 65.615

2007 123.173 82.551 129.026 64.588 399.338 44.746 22.275 67.021

2008 127.594 85.433 128.292 64.234 405.553 46.039 23.341 69.380

2009 130.239 88.797 127.268 64.307 410.611 47.095 26.156 73.251

2010         439.051      

Page 99: ADRIANO GILIOLI O PAPEL DAS ENTIDADES CONTÁBEIS E A ... Gilioli.pdf · empresas em diversos países de culturas incomuns. SegundoCarvalho (2006), as normas contábeis internacionais

Grafico: 014

 

 

2010 

2004