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Theodor Ludwig Wiesengrund ADORNO

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Sobre o pensamento de Adorno e sua filosofia.

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Page 1: Adorno

TheodorLudwig

WiesengrundADORNO

Page 2: Adorno

BIOGRAFIA

Nasceu em 1903 em Frankfurt, filho de Alexandre Wiesengrund (negociante de vinho - protestante) e Maria Bárbara Adorno (cantora lírica – católica).

Estudou filosofia, musicologia, psicologia, sociologia na universidade de Frankfurt

Na graduação conhece já dois de seus principais parceiros Max Horkheimer e Walter Benjamin que também influenciará no seu pensamento filosófico.

Page 3: Adorno

Entre 1921 e 1923 publicou cerca de cem artigos críticos e estético-musicais. Foi a Viena aos 22 anos estudar Arte da composição com Alban Berg, um dos maiores expoentes da revolução musical do sec. XX.

Com a tomada do poder pelos nazista, Adorno foi obrigado a refugiar-se na Inglaterra por ser de origem judaica, lecionou nesse período em Oxford, e aí permaneceu até 1938.

Sua filosofia é considera uma das mais complexas do séc. XX, fundamentada na perspectiva dialética;

Page 4: Adorno

Uma das suas mais importantes obras é a Dialética do esclarecimento escrita colaboração de Max Horkheimer durante a guerra. Essa obra é uma crítica fundada em uma interpretação negativa do iluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista, chamada de INDUSTRIA CULTURAL.

Seus textos têm poder de esclarecimento, de tornar compreensível a realidade e permanecem a temporais.

Page 5: Adorno

Adorno alcançou em seus escritos a rara qualidade de conceder à razão uma força crítica, procurando mostrar diferentes aspectos do real para conduzir o leitor a um novo patamar de análise e, portanto, de consciência.

Adorno faleceu no dia 06 de agosto de 1969 por problemas cardíacos;

Page 6: Adorno

FRANKFURT, E SEUS REPRESENTANTES

A Teoria Critica da Escola de Frankfurt se constituiu numa referência importante para o pensamento sociológico e filosófico contemporâneos, ou seja, ela foi um movimento intelectual que aglutinou autores de origens teóricas e influências intelectuais distintas, como Walter Benjamin, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno dentre outros.

Esses intelectuais por sua vez, a partir da criação do Instituto de Pesquisa Social, empreenderam uma “crítica radical ao tempo presente”, dentre seus expoentes, os que ganharam maior destaque foram Horkheimer e Adorno.

Page 7: Adorno

O pensamento de Adorno é tido como a expressão da “segunda teoria critica' da Escola de Frankfurt que tem como objetivo retratar suas contribuições para a problematização dos fundamentos das teorias pedagógicas modernas e para vislumbrar, a partir delas, uma alternativa teórica às formas contemporâneas da reflexão pedagógica da filosofia da Educação.

Page 8: Adorno

FILOSOFIA, CRÍTICA AO ILUMINISMO E A

CULTURA Nem absolutismo, nem

silêncio, CRÍTICA!

“a filosofia hoje é a tentativa de dizer coisas de um modo que quem nos escuta fique convencido de que nós não temos razão”.

Essa perspectiva crítica filosófica é atual para pensar radicalmente o tempo presente.

Page 9: Adorno

Dialética do Esclarecimento: Obra em que desenvolve a genealogia dos conceitos ILUMINISMO e CULTURA.

Esses termos perderam seu significado e uso ideológico. Estão vazios, encobrem a heteronomia e a deterioração da cultura;

ILUMINISMO: Pretenção de livrar os

homens do medo e investí-los na posição de senhores.

Conhecer a natureza e dominá-la.

Page 10: Adorno

Lógica Formal: sistema de calculabilidade:

Razão Instrumental (R. I.)

Pensamento Identificante (P. I.)

A R.I. e o P.I. davam as pessoas entenderem que realmente houve uma desmitização do mundo, porém o iluminismo não acabou com o mito, apenas o reeditou.

Porém a força da natureza mostra que na relação com o SABER o sujeito não lhe confere somente o sentido racional, dá também abertura para a irracionalidade, mostrando sua vontade de PODER que objetiva dominar primeiro o outro que a si mesmo.

Page 11: Adorno

DA CRÍTICA A PEDAGOGIA AOS DESAFIOS POLÍTICOS DA

EDUCAÇÃO NO PRESENTE Diferentemente da pedagogia de

Nietzsche que se contrapõe a cultura de forma hegemônica para elaborar uma pedagogia que resgate aquilo que o homem tem de original e que prepare a emergência do gênio, os Frankfurtianos, sobretudo Adorno, pensam uma pedagogia capaz de levar os educadores e educandos a uma justa inflexão sobre o sujeito, sobre si mesmo e sobre o resto de contemporaneidade.

Com isso, tem como meta que o sujeito reconheça seus limites, e suas tendências autoritárias, observado em si mesmo, que indicam o recuo da atual politica pedagógica.

Page 12: Adorno

Como, então, promover esse tipo de educação, se todos se encontram emergidos numa formação inacabável, com uma politica pedagógica subjacente favorável ao tradicionalismo pragmático?

Para os críticos de Frankfurt nas Instituições de ensino o ideal de formação cultural pautada pela pedagogia é reduzida à semiformação. De certa forma tais instituições seguem um parâmetro criado por indústrias culturais.

Page 13: Adorno

Dessa maneira a instituição falseia a ampla dimensão de cultura em favor de uma pedagogia e a escassez desta para a vida natural. Adorno se contrapõe assim ao entendimento de pedagogia como teorização que tem como objeto a crise da formação cultural procurando corrigi-la por meio de reforma ao sistema de ensino como sinônimo de didática.

Page 14: Adorno

Embora também impregnados pelo domínio politico educacional subjacente os professores deveriam pensar uma educação referente à pesquisa sobre a educação e o ensino, pensar numa condição social e politica que vá contra o autoritarismo da violência e da selvageria social. O objetivo desta reflexão era justamente evitar a repetição de Auschwitz e a reiteração da barbárie na contemporaneidade. Esta seria para ele a principal tarefa ética e politica para a educação no presente.

Page 15: Adorno

Não deixando pistas aos educadores, Adorno pensa trazer a tona reflexões sobre o passado para mostrar o que de fato estava acontecendo na atualidade, na forma de vida democrática que estava em vigor. Com uma contra posição de destruição da memoria histórica, e a destruição do horror representado pelo passado vivido no presente em virtude de uma transformação da consciência.

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Para fortalecer esse pensamento seria possível implantar nas universidades uma sociologia vinculada à pesquisa histórica, bem como a importância de se promover uma apropriação da psicanálise que possibilitasse tornar natural uma atitude de exteriorização da violência, mas uma reflexão de si mesmo e sobre o destinatário desta violência.

Para Adorno uma educação politica só seria possível nestes termos, na compreensão do apelo ao sensível e ao inconsciente no intuito da não repetição errônea de um passado na historicidade vigente.

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EXPERIÊNCIA EDUCATIVA, ARTE DE EDUCAR E COMUNICAÇÃO DO

DIFERENCIADO.

A experiência humana não pode ser apreendida pela linguagem;

Racionalidade instrumentalizada; Benjamin e o diagnóstico da

guerra; Experiência humana é

irrelevante? Incapacidade atual da sociedade

e do sujeito de lhe dá com o horror, o medo experienciados;

A articulação entre filosofia e arte;

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INDICAÇÕES PARA UMA EDUCAÇÃO APÓS

AUSCHIWITZ. A exigência que Auschwitz não se

repita é a primeira de todas para a educação.

Auschwitz como regressão, situa-se não somente como genocídio de uma raça, mas também como o exemplo da perda da experiência formativa, da racionalidade instrumentalizada que cria homens “não sujeitos”, “não pessoas”.

O homem sendo coisificado torna-se incapaz de desenvolver um sentido autônomo para sua vida.

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Adorno discutiu os caminhos da educação, na necessidade de educar contra a barbárie. “... o centro de toda educação política deveria ser que Auschwitz não se repita” (ADORNO, 2003, p.137).

O sentido ético posto à discussão educacional de Adorno parece estar mais relacionado às reflexões sobre as condições sociais e psicológicas que geram a barbárie e ao papel que a educação, enquanto processo de formação, pode desempenhar.

Auschwitz é o símbolo do travamento da experiência formativa autêntica, tornando uma formação prejudicada e danificada.

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Adorno nos mostra a necessidade de atentar para a conversão de uma relação humana em “coisa”: pessoas que se tornam coisas deixam de ser seres autodeterminados, conseguem tornar os outros iguais a coisas. Explica-se então o estado da consciência no qual ela se torna indiferente à dor do outro.

“... O elogiado objetivo de “ser duro” de uma tal educação significa indiferença contra a dor em geral. No que, inclusive, nem se diferencia tanto a dor do outro e a dor de si próprio. Quem é severo consigo mesmo adquire o direito de ser severo também com os outros, vingando-se da dor cujas manifestações precisou ocultar e reprimir.”

Page 21: Adorno

Este estado de consciência resulta de uma formação, de um modo determinado de formação, não de uma natureza inata, pois o homem é social e historicamente determinado. Assim, fica claro o papel que educação pode cumprir enquanto forma de combater a semiformação (o travamento da experiência formativa autêntica), resgatando a cultura em seu aspecto de resistência. É aqui que está à necessidade de se pensar uma “Educação após Auschwitz” na luta contra a semiformação e uma conquista na produção de uma consciência verdadeira.