administracao inss (1)

Download ADMINISTRACAO INSS (1)

If you can't read please download the document

Upload: dsaturnino

Post on 26-Nov-2015

45 views

Category:

Documents


19 download

TRANSCRIPT

  • Administrao

    Prof. Rafael Ravazolo

  • Administrao INSS

    1. ADMINISTRAO DE RECURSOS MATERIAIS ........................................................................... 4 1.1. MATERIAIS ..................................................................................................................... 4

    1.1.1. Materiais de Consumo x Permanentes................................................................... 4 1.2. ADMINISTRAO DE MATERIAIS ........................................................................................... 5

    2. CADASTRAMENTO DE MATERIAIS .......................................................................................... 8 2.1. OBJETIVOS DA CLASSIFICAO ............................................................................................. 8 2.2. ATRIBUTOS ..................................................................................................................... 9 2.3. ESCOPO DA CLASSIFICAO ................................................................................................. 9

    2.3.1. Especificao .......................................................................................................... 9 2.3.2. Codificao ........................................................................................................... 10

    2.4. TIPOS COMUNS DE CLASSIFICAO ..................................................................................... 11 2.4.1. Por Estado de Conservao .................................................................................. 11 2.4.2. Por Demanda ........................................................................................................ 12 2.4.3. Materiais Crticos .................................................................................................. 14 2.4.4. Por Perecibilidade ................................................................................................. 14 2.4.5. Outras ................................................................................................................... 15

    2.5. QUADRO RESUMO .......................................................................................................... 15 2.6. CURVA ABC .................................................................................................................. 16

    2.6.1. Como elaborar a curva ABC .................................................................................. 16 2.6.2. Diferenciao no comportamento das curvas...................................................... 19

    3. GESTO DE ESTOQUES ......................................................................................................... 20 3.1. GLOSSRIO ................................................................................................................... 21 3.2. CLASSIFICAO DOS ESTOQUES .......................................................................................... 22 3.3. PREVISO PARA ESTOQUES ............................................................................................... 23

    3.3.1. Tipos de Demanda ................................................................................................ 23 3.3.2. Tcnicas de Previso ............................................................................................. 25

    3.4. CUSTOS DE ESTOQUE ....................................................................................................... 27 3.4.1. Custos fixos ........................................................................................................... 27 3.4.2. Custo de Armazenagem ........................................................................................ 27 3.4.3. Custo de Pedido .................................................................................................... 28 3.4.4. Custo Total ............................................................................................................ 28

    3.5. NVEIS DE ESTOQUE E REPOSIO ....................................................................................... 29 3.5.1. Sistemas de Duas Gavetas .................................................................................... 30 3.5.2. Sistema de Revises Peridicas ............................................................................ 31 3.5.3. Sistema de Reviso Contnua ............................................................................... 32 3.5.4. Mtodos de determinao dos lotes de compra ................................................. 33 3.5.5. Just in Time ........................................................................................................... 34 3.5.6. MRP ...................................................................................................................... 36

    3.6. ROTATIVIDADE DO ESTOQUE ............................................................................................. 37 3.7. AVALIAO DE ESTOQUES ................................................................................................ 38

    3.7.1. FIFO ou PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) ................................................ 38 3.7.2. LIFO ou UEPS (ltimo a entrar, primeiro a sair).................................................... 38 3.7.3. Custo Mdio ......................................................................................................... 39 3.7.4. Outros ................................................................................................................... 40

    3.8. VIDA TIL E VIDA ECONMICA .......................................................................................... 40 4. COMPRAS ............................................................................................................................ 41

    4.1. ETAPAS DO PROCESSO ..................................................................................................... 42 4.2. ORGANIZAO DO SETOR DE COMPRAS ................................................................................ 43

    4.2.1. Centralizao x Descentralizao ......................................................................... 44 4.2.2. Fazer ou Comprar (make or buy) .......................................................................... 45

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 2

  • Administrao INSS

    4.2.3. Perfil do comprador .............................................................................................. 45 4.2.4. Negociao ........................................................................................................... 46

    4.3. MODALIDADES DE COMPRA .............................................................................................. 47 4.4. CONDIES DE COMPRA .................................................................................................. 49 4.5. CADASTRO DE FORNECEDORES ........................................................................................... 50

    5. ALMOXARIFADO .................................................................................................................. 54 5.1. RECEBIMENTO ............................................................................................................... 55

    5.1.1. Fases do Recebimento: ......................................................................................... 56 5.1.2. Entrada de Materiais ............................................................................................ 57 5.1.3. Conferncia Quantitativa ..................................................................................... 57 5.1.4. Conferncia Qualitativa ........................................................................................ 57 5.1.5. Regularizao ........................................................................................................ 58 5.1.6. Lei 8666/93 ........................................................................................................... 58

    5.2. TOMBAMENTO E CONTROLE DE BENS .................................................................................. 59 5.2.1. Controle ................................................................................................................ 60

    5.3. ARMAZENAGEM ............................................................................................................. 60 5.3.1. Arranjo Fsico (Leiaute Layout) .......................................................................... 61 5.3.2. Critrios de Armazenagem e Localizao ............................................................. 62 5.3.3. Tcnicas de Estocagem ......................................................................................... 64 5.3.4. Movimentao ...................................................................................................... 65

    5.4. INVENTRIO FSICO ......................................................................................................... 67 5.4.1. Planejamento e Realizao do Inventrio ............................................................ 69 5.4.2. Princpios do Inventrio ........................................................................................ 69 5.4.3. Fases do Inventrio ............................................................................................... 70

    5.5. ALIENAO DE BENS ....................................................................................................... 71 5.5.1. Alteraes e Baixa de Bens ................................................................................... 71

    5.6. EXPEDIO (DISTRIBUIO) .............................................................................................. 74 5.6.1. Natureza dos produtos a transportar ................................................................... 75 5.6.2. Modalidades de transporte (modais) ................................................................... 75

    6. QUESTES FUNRIO .............................................................................................................. 80 7. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 85 8. IN 205/88 ............................................................................................................................ 85

    DA AQUISIO .................................................................................................................. 85 RACIONALIZAO .............................................................................................................. 85

    DO RECEBIMENTO E ACEITAO......................................................................................... 86 DA ARMAZENAGEM ........................................................................................................... 87 DA REQUISIO E DISTRIBUIO ........................................................................................ 88 DA CARGA E DESCARGA ..................................................................................................... 89 SANEAMENTO DE MATERIAL .............................................................................................. 90

    TIPOS DE CONTROLES ........................................................................................................ 91 RENOVAO DE ESTOQUE ................................................................................................ 92 DA MOVIMENTAO E CONTROLE ................................................................................... 92

    DOS INVENTRIOS FSICOS ................................................................................................. 94 DA CONSERVAO E RECUPERAO .................................................................................. 95 DA RESPONSABILIDADE E INDENIZAO ............................................................................. 95 DA CESSO E ALIENAO ................................................................................................... 97 DISPOSIES FINAIS .......................................................................................................... 98

    9. QUESTES EXTRAS ............................................................................................................... 99 9.1. FCC ............................................................................................................................ 99 9.2. CESPE ....................................................................................................................... 104

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 3

  • Administrao INSS

    1. ADMINISTRAO DE RECURSOS MATERIAIS

    1.1. Materiais

    A Instruo Normativa 205/88 da Secretaria de Administrao Pblica da Presidncia define material como [...] designao genrica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessrios, veculos em geral, matrias-primas e outros itens empregados ou passveis de emprego nas atividades das organizaes pblicas federais [...].

    Material , em suma, todo bem que pode ser contado, registrado e que tem por funo atender s necessidades de produo ou de prestao de servio de uma organizao pblica ou privada.

    Obs.: a Instruo Normativa 205/88 da SEDAP um dos principais instrumentos que rege o controle de material, tanto de consumo, quanto permanente, na Administrao Pblica Federal. Ela consta no final desta apostila e recomenda-se fortemente sua leitura.

    1.1.1. Materiais de Consumo x Permanentes

    Para o correto enquadramento, a Portaria n. 448, de 13/09/2002, da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministrio da Fazenda define como material permanente aquele que, em razo de seu uso corrente, no perde a sua identidade fsica, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.

    A mesma Portaria define a adoo de cinco condies excludentes para a identificao do material permanente, sendo classificado como material de consumo aquele que se enquadrar em um ou mais itens dos que se seguem: I - Durabilidade - quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas

    condies de funcionamento, no prazo mximo de dois anos; II - Fragilidade material cuja estrutura esteja sujeita a modificao, por ser quebradio ou

    deformvel, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade; III - Perecibilidade material sujeito a modificaes (qumicas ou fsicas) ou que se

    deteriora ou perde sua caracterstica normal de uso; IV - Incorporabilidade - quando destinado incorporao a outro bem, no podendo ser

    retirado sem prejuzo das caractersticas do principal;

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 4

  • Administrao INSS

    V - Transformabilidade - quando adquirido para fim de transformao. Verificadas as condies acima citadas, devem ser analisados, por fim, mais dois

    parmetros que complementam a definio final da classificao: a) A relao custo de aquisio/custo de controle do material - previsto no item

    3.1 da Instruo Normativa n. 142 DASP (Departamento Administrativo do Servio Pblico), que determina, nos casos dos materiais com custo de controle maior que o risco da perda do mesmo, que o controle desses bens seja feito atravs do relacionamento do material (relao-carga) e verificao peridica das quantidades. De um modo geral, o material de pequeno custo que, em funo de sua finalidade, exige uma quantidade maior de itens, redunda em custo alto de controle, devendo ser, portanto, classificado como de consumo;

    b) Se o bem est sendo adquirido especificamente para compor o acervo patrimonial da Instituio - nestas circunstncias, este material deve ser classificado sempre como um bem permanente.

    1.2. Administrao de Materiais

    A partir do conceito de Administrao - o empreendimento de esforos para planejar, organizar, dirigir e controlar pessoas e recursos de forma a alcanar os objetivos organizacionais conclui-se que a Administrao de Recursos Materiais o conjunto de atividades que tem por objetivo planejar, coordenar e controlar os materiais adquiridos e usados por uma organizao com base nas especificaes dos produtos necessrios.

    A importncia da correta administrao de materiais pode ser mais facilmente percebida quando os bens necessrios no esto disponveis no momento exato para atender as necessidades de mercado.

    Por isso, em resumo, pode-se dizer que a Administrao de Materiais um conjunto de atividades que tem por finalidade o abastecimento de materiais para a organizao no tempo certo, na quantidade certa, na qualidade solicitada e ao menor custo possvel.

    De forma geral, os principais processos envolvidos na administrao de materiais so:

    cadastramento, gesto, compras, recebimento, almoxarifado e inventrio fsico. A figura a seguir mostra a relao entre os processos.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 5

  • Administrao INSS

    Cadastramento tem como objetivo registrar os materiais necessrios para a operao e

    manuteno da organizao, alm de elaborar catlogos que so utilizados por outros setores. Gesto utiliza tcnicas que possibilitam o equilbrio entre estoque e consumo, alm de definir

    nveis de ressuprimento e acompanhar sua evoluo. Compras tem a finalidade de suprir as necessidades da organizao por meio da aquisio de

    materiais e de servios, atentando para as melhores condies comerciais e tcnicas. Recebimento busca o desembarao dos materiais adquiridos o mais rpido possvel,

    controlando a quantidade, o prazo, o preo e a qualidade do material entregue. Almoxarifado responsvel por garantir a guarda dos materiais , preservando a integridade

    destes at que sejam consumidos. Inventrio fsico a auditoria de estoques que ficam em poder do almoxarifado, visando

    garantir a confiabilidade e exatido dos registros fsicos e contbeis. Dentro desses processos, so realizadas atividades como Programao de entregas,

    Transportes, Controle e Manuteno dos estoques, Armazenagem e Manuseio de Materiais, Processamento do pedido dos clientes, Programao do Produto, Embalagem de Proteo e Manuteno da Informao.

    Todas essas atividades devem ser feitas da forma mais eficiente e econmica possvel. A seguir, uma figura representativa de algumas das atividades da Administrao de

    Materiais.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 6

  • Administrao INSS

    Com o passar do tempo, o enfoque da Adm. de Materiais mudou do tradicional produza,

    estoque e venda para um conceito mais abrangente que envolve definio do mercado, planejamento do produto e apoio logstico.

    Cabe Logstica: planejar, executar e controlar o fluxo e o armazenamento de matrias-primas, produtos semiacabados e acabados; gerir as informaes relativas a estes materiais desde o pedido at a entrega ao cliente; e adequar as atividades para atender o nvel de servio exigido.

    Em suma, os objetivos principais da administrao de recursos materiais so:

    Preo Baixo: reduzir o preo de compra implica aumentar os lucros, se mantida a mesma

    qualidade. Alto Giro de Estoque: implica melhor utilizao do capital. Reduz o valor do capital parado. Baixo Custo de Aquisio e de Posse: dependem fundamentalmente da eficcia das reas

    de controle de estoques, armazenamento e compras. Continuidade de Fornecimento: resultado de uma anlise criteriosa quando da escolha

    dos fornecedores. Os custos de produo, expedio e transportes so afetados

    diretamente por este item. Consistncia de Qualidade: a rea de materiais responsvel pela qualidade de materiais e

    servios provenientes de fornecedores externos. Qualificao, ou Maximizao do uso dos recursos: otimizao do uso dos recursos,

    evitando ociosidade e obtendo melhores resultados com a mesma despesa, ou mesmo resultado com menor despesa em ambos os casos o objetivo obter maior lucro final.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 7

  • Administrao INSS

    Relaes Favorveis com Fornecedores: a posio de uma empresa no mundo dos negcios

    , em alto grau, determinada pela maneira como negocia com seus fornecedores. Bons registros: so considerados como o objetivo primrio, pois contribuem para o papel

    da administrao de material, na sobrevivncia e nos lucros da empresa, de forma indireta.

    A soma de todos estes fatores gera um bom Nvel de Servio (que a soma dos parmetros de qualidade de um produto oferecido por uma organizao - prazo combinado/atendido, confiabilidade, integridade da carga, atendimento etc.) e aumenta o Capital de Giro (capital disponvel para a organizao investir).

    2. CADASTRAMENTO DE MATERIAIS

    O processo de Cadastramento busca registrar os materiais necessrios para a operao e manuteno da organizao, alm de elaborar catlogos que so utilizados por outros setores.

    Nesse contexto, Classificar Materiais o processo de agrupar itens do estoque segundo critrios pr-estabelecidos, conforme as caractersticas semelhantes.

    Uma boa classificao permite um eficiente gerenciamento do estoque, a qual os materiais necessrios ao funcionamento da empresa no faltam. O sistema classificatrio pode servir, tambm, de processo de seleo para identificar e decidir prioridades.

    2.1. Objetivos da Classificao

    Desenvolvimento de mtodos simples, racionais e claros de identificao de materiais; Reduo da variedade dos itens, facilitando a padronizao de materiais;

    Definio de uma linguagem para a rea de materiais, desenvolvendo interfaces com outras reas e relacionamento com fornecedores;

    Possibilidade de informatizao do sistema;

    Clara avaliao dos materiais, permitindo uma boa gesto dos recursos.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 8

  • Administrao INSS

    2.2. Atributos

    Existem diversas formas de classificar os materiais, porm, uma boa classificao deve obedecer aos seguintes atributos:

    Abrangncia: deve tratar de uma gama de caractersticas em vez de reunir apenas materiais para serem classificados.

    Flexibilidade: deve permitir conexo entre os diversos tipos de classificao. Praticidade: deve ser direta e simples.

    2.3. Escopo da Classificao

    A classificao de materiais compreende: Simplificao reduo da grande diversidade de itens empregados para as mesmas

    finalidades.

    Normalizao deriva de normas, prescries de uso, ou seja, a definio da forma como o material deve ser utilizado. Permite maior segurana e menor possibilidade de diferenciao;

    Padronizao - estabelecer padres para anlise de materiais, a fim de permitir seu intercmbio, possibilitando a reduo de variedades e consequente economia;

    Catalogao arrolar todos os itens em um catlogo, permitindo consulta e dando uma ideia geral da coleo;

    Identificao (especificao) - identidade do material, busca torn-lo nico. Codificao atribuio de cdigos para facilitar o controle.

    Cabe definir melhor dois destes termos: Especificao e Codificao.

    2.3.1. Especificao

    a descrio de um item atravs de suas caractersticas (atributos, propriedades). O termo especificao , em geral, empregado com o significado de identificar precisamente o material, de modo a torn-lo inconfundvel (ou seja, especfico), principalmente para fins de aquisio. O conjunto de descries de materiais forma a nomenclatura de materiais da empresa.

    interessante tambm padronizar a nomenclatura. Uma nomenclatura padronizada (estruturada) formada por uma estrutura de nomes ou palavras-chave (nome bsico e nomes modificadores), dimenses, caractersticas fsicas em geral (tenso, cor, etc.), embalagem, aplicao, caractersticas qumicas etc.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 9

  • Administrao INSS

    O nome bsico a denominao inicial da descrio (exemplo: arruela, parafuso, etc.), enquanto o nome modificador um complemento do nome bsico (exemplo para arruela: presso, lisa, cobre, etc.). Um nome bsico pode estar associado a vrios modificadores: arruela lisa de cobre, espessura 0,5 mm, dimetro interno 6 mm, dimetro externo 14 mm.

    2.3.2. Codificao

    A identificao por cdigos pode ser feita por diversos tipos de cdigos: sequencial, em grupos, em faixas, mnemnicos, numricos, alfanumricos, etc.

    O que fundamental que para cada item haja um s cdigo, assim como que o cdigo no produza confuses de comunicao, principalmente com o uso de caracteres que podem ser confundidos um com o outro (zero com a letra O, cinco com a letra S, dois com a letra Z, seis com a letra G, etc.).

    Alguns tipos de cdigos:

    Alfabtico - representa os materiais por meio de letras. Foi muito utilizado na codificao de livros (Mtodo Dewey). Aps, agregou nmeros a sua codificao (alfanumrico), conseguindo com isto codificar a grande variedade de edies em suas categorias e classificaes de assuntos, autores e reas especificas.

    Numrico: representa materiais por meio de nmeros. Seu uso mais comum o chamado Mtodo Decimal, que consiste basicamente na associao de trs grupos e sete algarismos. Esse um mtodo muito utilizado (talvez o mais usado) nos almoxarifados para a codificao dos materiais. 1 Grupo-00 - Classificador: designa as grandes Classes ou agrupamentos de materiais em estoque; 2 Grupo-00 - Individualizador: identifica cada um dos materiais do 1 grupo; 3 Grupo-000 - Caracterizador: descreve os materiais pertencentes ao 2 grupo de forma definitiva, com todas as suas caractersticas, a fim de torn-los inconfundveis.

    Alfanumrico - agrupa nmeros e letras. As quantidades de letras e de nmeros so definidos pelo rgo ou empresa a qual adotou o sistema, no havendo uma regra especfica. o sistema utilizado na codificao de placas de automveis.

    Sequencial - , normalmente, um cdigo composto por caracteres numricos com a regra de sequencia soma 1. A cada novo item a ser identificado um novo cdigo dado, somando-se 1 ao ltimo cdigo dado. Para se definir um cdigo sequencial basta determinar-se o primeiro cdigo e a regra de sequencia.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 10

  • Administrao INSS

    Em grupos - quando o cdigo dividido em grupos e a cada grupo se associa um significado. Exemplo: os cdigos 30-12-347 e 30-13-523, em que 30 = materiais eltricos; 30-12 = fios e cabos nus e 30-13 = fios e cabos isolados.

    Em faixas - quando, numa codificao sequencial, certas faixas de cdigos possuem um significado tal como o dos grupos do cdigo em grupos. Exemplo: 101 a 299 = matrias primas; 301 a 599 = semiacabados; 601 a 999 = acabados.

    Mnemnicos - quando possui caracteres que permitem associao fcil de ideia com o

    elemento a ser codificado. Exemplo: as siglas de estados do Brasil.

    De barras - a tecnologia de identificao automtica aplicvel aos objetos. Seu objetivo a identificao e localizao de produtos em nvel industrial e comercial. O sistema constitudo por sries de linhas e espaos de diversas larguras, que armazenam informaes com ordenamentos diferentes, denominados simbologias. Para implementao do cdigo de barras a indstria dever filiar-se EAN - Associao Internacional de Numerao de Artigos. O cdigo EAN-13 um padro utilizado em mais de 100 pases.

    composto por 13 dgitos e inclui: Pas + Empresa + Produto + Dgito de Controle

    Cdigo QR - como um cdigo de barras em duas dimenses. Entretanto, a diferena entre este e os demais cdigos de barras que ele se comporta como um arquivo de dados porttil, sendo capaz de codificar nome, foto e o resumo de registros.

    Existem diversas padronizaes abordando a codificao de cdigos QR e seu uso livre de qualquer licena, sendo definido e publicado como um padro ISO.

    2.4. Tipos Comuns de Classificao

    Dentro das organizaes, dependendo do mercado de atuao e dos objetivos, vrios tipos de classificao de materiais podem ser adotados.

    2.4.1. Por Estado de Conservao

    Novos: no foram utilizados sob nenhuma forma;

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 11

  • Administrao INSS

    Reparados: sofreram alguma modificao ou recuperao, podem ser novamente

    utilizados, com ou sem restries; Inservveis: no apresentam condies de uso. Podem ser: ociosos, recuperveis,

    antieconmicos e irrecuperveis. Uma vez em estoque, devem ser retirados no mais breve espao de tempo possvel;

    Obsoletos: com ou sem uso, no mais satisfazem o mercado. Devem ser vendidos

    urgentemente, enquanto ainda h aceitao, sob pena de representarem materiais inativos, acarretando imobilizao de capital de giro;

    Sucatas: resduos de materiais que possuem valor econmico;

    Imprestveis: resduos de materiais que no tm valor econmico

    2.4.2. Por Demanda

    Materiais de demanda eventual (materiais no de estoque, ou de armazenagem temporria): so aqueles que tm movimentao em determinados perodos, normalmente para atender demanda de determinada poca.

    Esses materiais so utilizados imediatamente, ou seja, a irregularidade de consumo faz

    com que a compra desses materiais somente seja feita por solicitao direta do usurio, na ocasio em que isso se faa necessrio.

    Sua compra deve ser cuidadosamente planejada para que no ocorram sobras nem faltas, que certamente acarretaro em reduo da margem de lucro.

    Materiais de demanda permanente (estoque permanente): aqueles que sempre so necessrios e, portanto, devem constar no estoque. So determinados critrios e parmetros de ressuprimento automtico, com base na demanda prevista e na importncia para a empresa.

    Esses materiais em estoque podem ser subdivididos de acordo com alguns critrios, conforme a seguir:

    2.4.2.1. Quanto aplicao

    Produtivos: compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao processo produtivo. Matrias primas: materiais bsicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do

    processo produtivo. Produtos em fabricao: tambm conhecidos como materiais em processamento so os que esto

    sendo processados ao longo do processo produtivo. No esto mais no almoxarifado porque j no so mais matrias-primas, nem no estoque final porque ainda no so produtos acabados.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 12

  • Administrao INSS

    Materiais acabados: peas prontas isoladas, ou produtos prontos.

    Produtos acabados: produtos finais, prontos. Materiais de manuteno: materiais aplicados em manuteno com utilizao repetitiva.

    Materiais improdutivos: materiais no incorporados ao produto no processo produtivo da empresa.

    Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores da empresa.

    2.4.2.2. Quanto importncia operacional

    Esta classificao leva em conta a imprescindibilidade (criticalidade ou o grau de dificuldade para se obter o material). A classificao XYZ avalia esse grau.

    Classe X - sua falta no acarreta em paralisaes, nem riscos segurana pessoal, ambiental e patrimonial. H facilidade de serem substitudos por equivalentes.

    Classe Y - grau intermedirio. Podem ser adquiridos ou substitudos por outros com relativa

    facilidade, embora sejam importantes para a realizao das atividades. Classe Z - so imprescindveis, no podem ser substitudos por outros equivalentes em

    tempo hbil para evitar transtornos. A falta desses materiais provoca a paralisao das

    atividades essenciais.

    2.4.2.3. Quanto demanda

    A classificao PQR um critrio de classificao de materiais que utiliza a popularidade dos itens (transaes ou movimentaes durante um perodo).

    Classe P: muito populares, ou seja, apresentam elevada frequncia de movimentao;

    Classe Q: popularidade mdia; Classe R: pouco populares.

    imprescindvel

    Fcil aquisio?

    Existem similares?

    A compra do original ou similar

    fcil? CLASSE

    SIM NO NO - Z SIM SIM NO - Y NO NO SIM NO Y SIM SIM SIM SIM X NO SIM SIM SIM X

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 13

  • Administrao INSS

    2.4.2.4. Quanto ao valor do consumo

    A ferramenta chamada de curva ABC a utilizada para determinar a importncia dos materiais em funo do valor expresso pelo prprio consumo em determinado perodo.

    Materiais A: materiais de grande valor de consumo; Materiais B: materiais de mdio valor de consumo;

    Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.

    A metodologia de clculo da curva ABC ser aprofundada mais adiante nesta apostila.

    2.4.3. Materiais Crticos

    Classificao muito utilizada por indstrias. So materiais de reposio especfica, geralmente peas ou itens sobressalentes, cuja demanda no previsvel e a deciso de estocar tem como base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados at sua utilizao, no estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescncia*. (Essa afirmativa questionada por outros autores, pois se o material primordial para a produo, ele deveria ser controlado permanentemente).

    A quantidade de material cadastrado como material crtico dentro de uma empresa deve ser mnima. Os materiais so classificados como crticos segundo os critrios:

    Crticos por problemas de obteno: material importado; nico fornecedor; falta no mercado; estratgico e de difcil obteno ou fabricao.

    Crticos por razes econmicas: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte.

    Crticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimenses.

    Crticos por problema de previso: ser difcil prever seu uso Crticos por razes de segurana: materiais de alto custo de reposio ou para

    equipamento vital da produo.

    2.4.4. Por Perecibilidade

    Leva em conta a possibilidade de extino das propriedades fsico-qumicas. Muitas vezes, o tempo influencia na classificao, assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um perodo, e nesse perodo o consumo no ocorre, sua utilizao poder no ser mais possvel. Os materiais podem perecer por vrias razes: ao de animais/fungos/bactrias, volatilidade, ao da luz, instabilidade qumica, magnetizao/desmagnetizao, corroso, mudanas de temperatura, etc.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 14

  • Administrao INSS

    2.4.5. Outras

    Por Periculosidade: aqueles que podem oferecer risco segurana no manuseio,

    transporte, armazenagem: gases, lquidos, produtos qumicos etc. Dificuldade de aquisio: fabricao especial, escassez no mercado, sazonalidade,

    monoplio, transporte especial, importaes etc.

    Tipos de estocagem: permanente, temporrio etc. Mercado fornecedor: nacional, estrangeiro.

    Possibilidade de fazer ou comprar.

    2.5. Quadro Resumo

    CLASSIFICAO OBJETIVO VANTAGEM

    Valor de consumo (ABC)

    Priorizar materiais de maior valor total (consumo, demanda)

    Demonstra os materiais de grande investimento no estoque

    Importncia operacional

    (XYZ)

    Mostrar a imprescindibilidade (criticalidade ou o grau de dificuldade para se obter o

    material) dos materiais para funcionamento da empresa.

    Demonstra os materiais vitais empresa. Mais importante: Z

    Demanda (PQR)

    Evidenciar os materiais mais populares do estoque (mais demandados, transacionados

    quantitativamente).

    Mostra os materiais que mais circulam durante um perodo.

    Mais popular: X

    Perecibilidade Dar maior ateno ao material que perecvel. Identifica os materiais sujeitos perda por perecimento, facilitando armazenagem e

    movimentao adequados.

    Periculosidade Dar maior ateno e cuidado no manuseio ao material que perigoso. Identifica os materiais perigosos e

    incompatveis com outros, facilitando armazenagem e movimentao adequados.

    Fazer ou comprar Decidir se o material deve ser comprado, fabricado internamente ou recondicionado. Facilita a organizao da programao e o

    planejamento de compras. Pode reduzir custos.

    Dificuldade de aquisio

    Verificar se os materiais so de fcil ou de difcil aquisio (fabricao especial, escassez, sazonalidade, monoplio,

    transporte especial etc.).

    Agiliza a reposio de estoques e evita a falta de materiais.

    Mercado fornecedor

    Saber a origem dos materiais (nacional ou importado).

    Auxilia a elaborao dos programas de compra e importao.

    Quanto ao estado de conservao

    Novos, reparados, obsoletos, inservveis (ociosos, recuperveis, antieconmicos e irrecuperveis), sucata (resduo com valor econmico), imprestvel (resduo sem valor)

    Quanto aplicao Produtivos, matrias primas, produtos em fabricao, materiais acabados, produtos acabados, materiais de manuteno, materiais improdutivos, materiais de consumo geral.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 15

  • Administrao INSS

    2.6. Curva ABC

    A classificao ABC um tipo muito importante de controle de estoque. Ela permite identificar aqueles itens que merecem maior ateno e tratamento adequados, de acordo com sua importncia financeira relativa dentro do estoque.

    A curva usa como base o princpio de Pareto (80-20). Ele elaborava um estudo de renda e riqueza da populao italiana e descobriu que 80% da riqueza local estava concentrada com 20% da populao. A aplicabilidade dos fundamentos do mtodo de Pareto foi comprovada e posta em prtica nos Estados Unidos, logo aps a Segunda Guerra Mundial (1951), pela General Eletric.

    Trata-se de classificao em que se considera a importncia dos materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor total.

    No controle de estoques, a curva ABC divide os materiais em 3 grupos: Grupo A: poucos itens - maiores valores ou

    importncia. So os itens que devem receber maior ateno. Geralmente 20% dos itens correspondem, em mdia, a aproximadamente 70% do valor monetrio do estoque.

    Grupo B: So os itens de importncia intermediria e que devem receber ateno logo aps as medidas tomadas sobre os itens da classe A. Representam em mdia 30% dos itens e corresponderem a

    aproximadamente 20% do valor monetrio. Grupo C: So os itens de menor importncia. Embora volumosos em quantidades,

    possuem valor monetrio bem reduzido, permitindo maior perodo de tempo para a sua anlise e estratgia de deciso. Representam geralmente 50% dos itens e correspondem, em mdia, a aproximadamente 10% do valor monetrio total.

    A curva ABC relaciona o consumo do estoque, o investimento aplicado e a quantidade de itens que formam o estoque. Essa classificao facilita o planejamento e reduz os servios burocrticos e a anlise dos inventrios. Obtm-se a curva por meio da ordenao dos itens conforme a sua importncia relativa.

    2.6.1. Como elaborar a curva ABC

    A construo da curva ABC compreende as seguintes fases genricas: 1. Relao dos itens com seus valores totais correspondentes 2. Tabulao

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 16

  • Administrao INSS

    3. Identificao dos percentuais e da quantidade de itens envolvidos em cada classe 4. Elaborao da curva 5. Interpretao do grfico, com separao em classes A, B e C

    Exemplo:

    Estoque da empresa X:

    Passo 1: ordenar todas as

    linhas, tomando como critrio o valor total encontrado, com os valores aparecendo em ordem decrescente, ou seja, do maior para o menor.

    Cdigo Quantidade Valor unitrio Valor Total 6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00

    TOTAL R$ 141.700,00

    Pode-se constatar que o item 6 possui o maior valor relativo nesse estoque. Passo 2: calcular os percentuais relativos a cada item. Basta dividir o valor total de cada

    item pelo valor total do estoque.

    Cdigo Quantidade Valor unitrio Valor Total % 6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82% 8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71%

    TOTAL R$ 141.700,00 100,00%

    Passo 3: acumula-se os valores percentuais na ltima coluna. Basta adicionar a cada item

    a soma das porcentagens anteriores, conforme a tabela a seguir.

    Cdigo Quantidade Valor unitrio Valor Total

    1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00

    TOTAL R$ 141.700,00

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 17

  • Administrao INSS

    Cdigo Quantidade Valor unitrio Valor Total % % Acumulado 6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 70,57% 5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 84,69% 4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 90,33% 7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 94,57% 3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82% 97,39% 8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 98,34% 1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 99,29% 2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71% 100,00%

    TOTAL R$ 141.700,00 100,00%

    Passo 4: Com a coluna % Acumulado concluda, faz-se o grfico e a anlise dos dados obtidos. No eixo y (vertical - ordenadas) coloca-se o percentual acumulado; no eixo x (horizontal abcissas) colocam-se os itens, em ordem decrescente de valor.

    Por ltimo, deve-se escolher a proporo desejada para os itens A, B e C. No existe um

    padro para os valores desta proporo, cada empresa define a sua diviso de classes. Por exemplo, sendo escolhida uma proporo 70x20x10: 1 - deve-se separar na coluna % Acumulado o valor que estiver o mais prximo possvel

    de 70%, o qual representar a classe A - 70,57% - item 6. 2 - os valores de B, ou seja, deve-se somar 20% acima dos 70% - itens 5 e 4 90,33%. 3 - o que restar representar os itens da classe C - 7, 3, 8, 1, 2.

    Cdigo Quantidade Valor unitrio Valor Total % % Acumulado Classe 6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 70,57% A 5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 84,69% B 4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 90,33% B 7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 94,57% C 3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82% 97,39% C 8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 98,34% C 1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 99,29% C 2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71% 100,00% C

    70,57%

    84,69%90,33% 94,57%

    97,39% 98,34% 99,29% 100,00%

    0,00%

    20,00%

    40,00%

    60,00%

    80,00%

    100,00%

    6 5 4 7 3 8 1 2

    % Acumulado

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 18

  • Administrao INSS

    No grfico:

    Em uma ltima anlise, percebe-se que para a proporo 70x20x10 o nmero de itens

    equivale a 12x25x63. O significado o seguinte: 12% dos itens estariam representando 70% dos valores em estoque (classe A). 25% representariam 20% (classe B) e 63% representariam apenas 10% dos valores do estoque (classe C).

    A aplicao prtica dessa classificao ABC pode ser vista, por exemplo, reduzindo em 20% do valor em estoque dos itens A (apenas 1 item). Isso resulta em uma reduo do valor total de 20% x 70,57% = 14,11%.

    Ao mesmo tempo, uma reduo de 50% no valor em estoque dos itens C (5 itens), reduzir o valor total em 50% x 9,67% = 4,84%.

    2.6.2. Diferenciao no comportamento das curvas

    Se todos os itens possuem o mesmo valor e a mesma participao no valor total, dizemos que no h concentrao e a curva ABC ser representada por uma reta (cor verde).

    Se os valores mais elevados so distribudos por poucos itens, ento existe uma forte concentrao (curva preta).

    As curvas laranja e vermelha representam concentraes fracas e mdias, respectivamente.

    Valor

    N de itens

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 19

  • Administrao INSS

    3. GESTO DE ESTOQUES

    Os estoques so materiais e suprimentos que uma organizao mantm, seja para vender, seja para fornecer insumos ou suprimentos para a produo.

    Pode-se definir estoque como: objetos, itens para uma futura utilizao, para suprir algum

    tipo de necessidade. Tambm pode ser uma reserva para a utilizao em um perodo de tempo conveniente.

    As principais funes do estoque so: a) Garantir o abastecimento de materiais, neutralizando os efeitos de demora ou atraso

    no fornecimento de materiais, sazonalidade no suprimento, riscos de dificuldade no fornecimento. b) Proporcionar economias de escala pela compra ou produo em lotes econmicos, pela

    flexibilidade do processo produtivo, pela rapidez e eficincia no atendimento s necessidades. O objetivo bsico do controle de estoques evitar a falta de material e, ao mesmo tempo,

    evitar estoques excessivos s reais necessidades da empresa (pois esses estoques representam um alto custo).

    O controle, portanto, procura manter em equilbrio a relao entre capital investido, disponibilidade de estoques, custos incorridos e necessidades de consumo ou demanda.

    A gesto de estoques preocupa-se com: Determinar o que deve constar em estoque - quantidade de itens;

    Determinar quando deve-se reabastecer os estoques - periodicidade; Determinar quanto necessrio para certo perodo quantidade de compra;

    Informar ao departamento de compras para efetuar a aquisio do material; Receber e armazenar o materiais de acordo com as necessidades;

    Controlar os estoques desde sua quantidade, valor e quanto a sua posio de estoque;

    Manter o inventrio atualizado, identificando os itens obsoletos e danificados para retir-los do estoque.

    Em suma, a principal funo da administrao de estoques no deixar faltar materiais para a organizao, porm evitando o acmulo de materiais.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 20

  • Administrao INSS

    3.1. Glossrio

    Estoque Mnimo (ou de Segurana) a menor quantidade de material a ser mantida em estoque para atender contingncias no previstas. uma quantidade morta que s utilizada em caso de imprevistos.

    Estoque Mximo - a maior quantidade de material admissvel em estoque para determinado material, suficiente para o consumo em certo perodo, devendo-se considerar a rea de armazenagem, disponibilidade financeira, imobilizao de recursos, intervalo e tempo de aquisio, perecimento, obsoletismo etc. a soma do Estoque de Segurana com a quantidade necessria de um item para suprir a organizao em um perodo estabelecido (Lote de Compras);

    Estoque mximo = Est. Mnimo + Lote de compras Lote de Compras (Quantidade a Ressuprir)- nmero de unidades a adquirir para

    recompor o Estoque Mximo. Estoque mdio Nvel mdio de estoque em torno do qual as operaes de compra e

    consumo de realizam. Usado para saber o giro de estoque e cobertura de estoque. Estoque mdio = Est. Mnimo + (Lote de Compras/2)

    Lead Time - Tempo de Reposio, Ressuprimento - tempo decorrido desde a emisso do documento de compra (requisio) at o recebimento da mercadoria. Esse tempo pode ser dividido em 3 partes:

    1) emisso de pedido: tempo que se leva desde a emisso do pedido de compras at ele chegar ao fornecedor;

    2) preparao do pedido: tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar, emitir faturamento e deix-los em condies de serem transportados;

    3) transportes: tempo que leva da sada do fornecedor at o recebimento pela empresa dos materiais encomendados.

    Intervalo de Ressuprimento - perodo compreendido entre dois ressuprimentos. Ponto de Compra - Nvel de Estoque que, ao ser atingido, determina imediata emisso

    de um pedido de compra, sem que se saiba ao certo as datas de entrega. Ponto de Ressuprimento Similar ao ponto de compra, porm com conhecimento

    prazo mdio de entrega (lead time). a taxa de demanda multiplicada pelo prazo mdio de entrega (D*t).

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 21

  • Administrao INSS

    Estoque de Antecipao - constitudo para atender as necessidades da empresa em momentos de variaes conhecidos e previsveis no consumo, entrega e produo. Ex.: sazonalidade, frias coletivas, situaes climticas.

    Estoque Real Quantidade de material existente no estoque em determinado momento. Estoque Virtual Estoque real mais a quantidade de encomendas em andamento. Taxa de Cobertura Perodo de tempo por quanto o estoque suportar o consumo.

    Cobertura = ______Quantidade em estoque_________ Quantidade a ser consumida num perodo

    Ponto de Ruptura Ponto em que o estoque nulo. Ocorre quando o consumo faz o estoque chegar a zero, enquanto ainda h demanda por materiais.

    3.2. Classificao dos Estoques

    Existem diversos tipos ou nomes de estoques, sendo os mais comuns:

    Matrias-Primas: contm itens que ainda no entraram no processo de produo. Incluem materiais comprados, peas, componentes e subconjuntos.

    Materiais em Elaborao: so constitudos de materiais que esto sendo processados ao longo das diversas sees que compem o processo produtivo da empresa, ou seja, no esto nem no estoque de matrias-primas, nem no depsito final. Tambm denominados materiais em vias ou Produtos em Processamento (WIP Work in Process).

    Produtos Acabados: referem-se aos produtos cujo processamento foi completado, aqueles prontos para serem entregues aos consumidores.

    Outros tipos: Manuteno: onde esto as peas que servem de apoio manuteno dos

    equipamentos. Auxiliares: contm materiais que auxiliam na transformao da matria-prima para o

    produto pronto, porm, no esto inclusos nele. Materiais Acabados: refere-se a peas isoladas ou componentes j acabados e prontos

    para serem anexados ao produto. So, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constituiro o Produto Acabado.

    em Trnsito: so os estoques que esto em trnsito entre o ponto de produo e o de estocagem/venda. Quanto maior a distncia e menor a velocidade de deslocamento, maior ser a quantidade de estoque em trnsito. Exemplo: produtos acabados sendo expedidos de uma fbrica para um centro de distribuio.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 22

  • Administrao INSS

    em Consignao: estoque de produtos que esto com um cliente externo, mas que ainda so propriedade do fornecedor. O pagamento por estes produtos s feito quando eles so utilizados/vendidos aos clientes.

    Hedge: tem como objetivo proteger a empresa contra eventualidades que envolvem especulaes de mercado relacionadas s greves, aumento de preos, situao econmica e poltica instveis, ambiente inflacionrio e imprevisvel.

    3.3. Previso para Estoques

    Cada aspecto do gerenciamento de materiais est voltado para fornecer ao consumidor o produto certo, na hora certa, no local certo, nas condies certas e ao preo certo.

    Demanda a quantidade de um bem ou servio que as pessoas estariam dispostas a adquirir sob determinadas condies. A previso de demanda , portanto, a tentativa de acertar o desejo do mercado num futuro prximo.

    A demanda estimada no pode ser confundida com vendas ou com consumo real, que so demandas efetivas e que podem estar aqum ou alm da demanda prevista, caso haja algum tipo de restrio na oferta, ou no provimento dos bens demandados.

    Por isso, as organizaes precisam descobrir qual a demanda para um determinado produto / servio, pois ela que vai dizer o quanto se deve produzir e dispor no mercado.

    3.3.1. Tipos de Demanda

    Existem dois tipos bsicos de demanda: Independente: relacionada s condies e necessidades do mercado e, portanto,

    fora do controle da empresa. Dependente: cujo consumo depende de itens ligados empresa e, portanto, sob

    seu controle.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 23

  • Administrao INSS

    Esses dois tipos so classificados quanto ao comportamento ao longo do tempo:

    3.3.1.1. Demanda constante

    A quantidade consumida no varia muito ao longo do tempo, sendo de fcil previso.

    3.3.1.2. Demanda varivel

    A quantidade consumida altera-se ao longo do tempo, sendo explicada por 3 fatores: 1. Tendncia - mostra a direo do consumo, podendo aumentar, diminuir ou estacionar. 2. Sazonalidade - comportamento em um espao curto de tempo, geralmente um ano. 3. Ciclicidade - comportamento em um espao longo de tempo, muitas vezes dcadas.

    Grfico de consumo com tendncia:

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 24

  • Administrao INSS

    Grfico de consumo Sazonal:

    Existe, ainda, a Demanda Irregular (quando o consumo de um produto possui

    comportamento to irregular que fica quase impossvel calcular a demanda) e a Demanda Derivada (quando o consumo de um determinado produto deriva / consequncia da quantidade consumida de outro. Ex.: mais carros vendidos ocasiona o aumento na demanda por pneus).

    Em suma, as demandas do consumidor (ou a previso dessas demandas) dirigem todo o processo produtivo e so importantes para as organizaes realizarem uma correta previso da quantidade de materiais que ser necessria para atender ao mercado. Para isso, elas se valem de tcnicas qualitativas (pesquisas, opinies) e quantitativas (ferramentas estatsticas).

    3.3.2. Tcnicas de Previso

    As informaes bsicas que permitem calcular a demanda podem ser divididas em duas categorias: Qualitativas e Quantitativas (intrnsecas e extrnsecas).

    Quantitativas: o intrnsecas: dados internos da organizao, geralmente sries histricas. o extrnsecas: indicadores externos que influenciam as demandas, como por exemplo

    o aumento do PIB, renda familiar etc. Qualitativas: opinies e experincias de especialistas, vendedores, gerentes,

    consumidores e pesquisas de mercado. Baseado nessas informaes, as tcnicas podem ser classificadas em 3 grupos:

    Projeo: acredita que o passado se repete (ou mantm as mesmas tendncias) - histricos de consumo (ms a ms, ano a ano etc.).

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 25

  • Administrao INSS

    Explicao: procura explicar o comportamento das vendas por meio de outras variveis que as afetam e que so conhecidas ou previsveis (promoes, perodo de retrao da demanda, conjuntura econmica da empresa e do pas, perodos de tradicional aumento da demanda);

    Predileo (ou opinio): opinies de compradores, almoxarifes, vendedores, gerentes, consumidores e usurios diretos dos materiais, pesquisas de mercado. As tcnicas quantitativas usuais so:

    3.3.2.1. Mtodo do Consumo do ltimo Perodo

    Mtodo mais simples e emprico. Baseia-se em prever a demanda para o prximo perodo tendo por base o consumo do perodo anterior.

    3.3.2.2. Mtodo da Mdia Mvel

    Semelhante ao anterior, mas melhorado: a previso para o perodo seguinte calculada a partir das mdias de consumo dos perodos anteriores. Cm = Consumo Mdio N = Nmero de perodos C1, 2, 3, n = Consumo dos perodos anteriores

    A vantagem est na simplicidade e facilidade de clculo. As desvantagens residem no fato de que as mdias mveis so influenciadas por

    valores extremos e que os perodos mais antigos tm o mesmo peso que os atuais.

    3.3.2.3. Mtodo da Mdia Mvel Ponderada

    Variao do mtodo anterior, porm os perodos mais recentes recebem um peso maior. Geralmente atribui-se uma ponderao de 40% a 60% para o perodo mais recente, e de aproximadamente 5% para o mais antigo. Cm = Consumo Mdio P1, 2, 3, n = Peso (percentual) atribudo a cada perodo C1, 2, 3, n = Consumo dos perodos anteriores

    3.3.2.4. Mtodo da Mdia com Ponderao (suavizao) Exponencial

    Alm de valorizar os dados mais recentes, apresenta menor manuseio de informaes passadas, pois apenas trs fatores so necessrios para gerar a previso para o perodo seguinte:

    A previso do ltimo perodo;

    O consumo ocorrido no ltimo perodo; Uma constante que determine o valor ou ponderao dada aos valores mais

    recentes.

    Cm = C1 + C2 + C3 + Cn N

    Cm = P1.C1 + P2.C2 + P3.C3 + Pn.Cn

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 26

  • Administrao INSS

    Suponha que, para determinado produto, foi previsto um consumo de 100 unidades. Verificou-se, posteriormente, que o valor real ocorrido foi de 80 unidades. Como estimar o consumo para o prximo ms?

    A questo bsica descobrir quanto da diferena entre 100 e 80 unidades pode ser atribuda a uma mudana no padro de consumo (a previso estava errada) e quanto pode ser atribudo a causas puramente aleatrias (a previso estava certa). Uma constante de

    amortecimento () representar justamente essa proporo relativa mudana aleatria.

    Prxima previso = Previso anterior + Constante de amortecimento * Erro de previso ou seja

    Prxima previso = Previso anterior + * (Consumo real Previso anterior) ou

    [ * Consumo real] + [(1 - ) * Previso anterior]

    Existem outros mtodos, a saber, como Mnimos Quadrados e Regresses Lineares (correlaes) e Simulaes, porm seus clculos so complexos e no cabe especific-los aqui.

    3.4. Custos de Estoque

    A necessidade de manter estoques gera uma srie de custos s organizaes: juros, depreciao, aluguel, equipamentos, deteriorao, seguros, salrios, manuteno etc.

    Podemos agrupar esses custos em: Custos de Capital: juros, depreciao etc. Pessoal: salrios, encargos sociais etc. Edificao: aluguel, impostos, luz, conservao etc. Manuteno: equipamento, deteriorao, obsolescncia etc.

    3.4.1. Custos fixos

    Alguns itens que compem o custo de estoque so constantes - custos fixos -, por isso so chamados de custos independentes. Ex.: aluguel, despesas administrativas, manuteno bsica. Por causa desses custos fixos, o custo total de estocagem nunca ser zero.

    3.4.2. Custo de Armazenagem

    Alguns custos crescem com o aumento do estoque diretamente proporcionais. Ex.: aumento do armazm (mais eletricidade, seguros); manuseio e manuteno (mais pessoas e

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 27

  • Administrao INSS

    equipamentos); riscos (maior chance de perdas, furtos e roubos, obsolescncia, deteriorao); capital (custo de oportunidade, depreciao).

    Existem duas variveis que so fundamentais para o aumento dos custos: a quantidade em estoque; o tempo de permanncia no estoque.

    Esses so os chamados Custos de Armazenagem e so calculados com base no Estoque Mdio (geralmente so indicados como um % do valor em estoque Fator de Armazenagem).

    Para calcular o custo de armazenagem de um material, utiliza-se a seguinte expresso:

    Custo de Armazenagem = Qm x T x P x I Qm = Quantidade mdia de material em estoque no tempo considerado (LoteCompras/2) T = Tempo considerado de armazenagem P = Preo unitrio do material I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de porcentagem do custo unitrio. o

    somatrio de diversas taxas, tais como: retorno de capital, de armazenamento fsico, de seguro, de transporte, manuseio e distribuio, de obsolescncia, de gua, luz etc.

    Este clculo considera que o custo de armazenagem proporcional ao estoque mdio e que o preo unitrio constante no perodo analisado.

    3.4.3. Custo de Pedido

    Para se fazer uma apurao anual das despesas com pedidos, basta somar todos os custos para se fazer pedidos: mo de obra para a emisso e o processamento, material utilizado para a confeco do pedido e outros custos indiretos (telefone, energia, gua etc.).

    O somatrio desses valores gera o Custo Total de Pedido (CTP).

    Para apurar o Custo Unitrio de cada pedido, basta dividir o CTP pelo nmero de pedidos realizados ao longo do ano.

    Custo unitrio = __Custo Total de Pedido__ Nmero de Pedidos

    Quanto maior o nmero de pedidos, menor o custo unitrio, ou seja, o custo de pedido inversamente proporcional, ele diminui com o aumento do estoque.

    H, ainda, o Custo da Falta de Estoque, que pode acarretar multas, ou perdas de vendas e de clientes, alm de denegrir a imagem da empresa perante o mercado.

    3.4.4. Custo Total

    o somatrio do Custo Total de Pedido com o Custo Total de Armazenagem.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 28

  • Administrao INSS

    = + 2

    C= consumo total anual Q= nmero de peas compradas por pedido B= custo unitrio de pedido P= preo unitrio da pea I= taxa de armazenagem anual

    3.5. Nveis de Estoque e Reposio

    O grfico abaixo, que define a relao entre o consumo do estoque e sua reposio (sada e entrada), chamado dente de serra.

    Este ciclo ser sempre repetitivo e constante se:

    a) no existir alterao de consumo durante o tempo T; b) no existirem falhas administrativas que provoquem um esquecimento ao solicitar compra; c) nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade. d) o fornecedor nunca atrasar;

    Como essa condio ideal no ocorre, natural haver falhas na operao, como

    representado a seguir.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 29

  • Administrao INSS

    Neste grfico, podemos notar que

    durante os meses de abril, maio e junho, o estoque esteve a zero e deixou de atender a uma quantidade de 300 peas.

    A partir dessa anlise fica clara a

    funo do Estoque de Segurana (Mnimo). Pode-se calcular o Estoque de Segurana:

    1) Multiplicando-se o Consumo Mdio (dirio, mensal etc.) por um fator de segurana arbitrado pela organizao, geralmente uma frao do tempo de reposio.

    Emin = Consumo mdio * k

    2) Multiplicando-se o tempo de reposio pela diferena entre o consumo mximo e o mdio.

    Emin = TR * (Cmx Cmdio)

    3) Calculando-se a raiz quadrada do produto entre Consumo Mdio e Tempo de reposio.

    Emin = Os principais sistemas de controle dos nveis dos estoques - que determinam quando o

    material deve ser reposto no estoque - so:

    3.5.1. Sistemas de Duas Gavetas

    o mtodo mais simples, utilizado geralmente para itens de baixo valor (itens da classe C, se considerarmos uma classificao ABC).

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 30

  • Administrao INSS

    Consiste na separao fsica do estoque de determinado material em duas partes (gavetas, caixas etc.).

    A gaveta 1 possui o estoque equivalente ao consumo previsto para o perodo, ou seja, os pedidos rotineiros do material so retirados dessa gaveta.

    A gaveta 2 possui o estoque suficiente para atender o consumo durante o perodo de reposio (lead time),

    acrescido do estoque de segurana. Quando o estoque da gaveta 1 chega a zero, feito um

    novo pedido. Nesse meio tempo, utiliza-se a gaveta 2. Quando o material de reposio chega, primeiramente preenche-se a gaveta 2 (a reserva) e, o que sobrar, vai para a gaveta 1 (a que ser usada rotineiramente).

    3.5.2. Sistema de Revises Peridicas

    Outros nomes: reposio peridica/cclica; quantidade varivel e perodo fixo; modelo do Estoque Mximo; sistema de periodicidade fixa ou sistema P.

    O nvel de estoque de um item revisado periodicamente, em intervalos de tempo fixos. O material reposto periodicamente em ciclos de tempo iguais, chamados perodos de reviso.

    Nessa tcnica, compra-se de forma a alcanar o nvel mximo de produto em estoque a quantidade necessria para o prximo perodo.

    Calcula-se o lote de pedido como sendo estoque mximo do produto menos a quantidade

    apurada em estoque (leva-se em considerao tambm o estoque de segurana). O mtodo de reposio peridica tambm permite aproveitar a situao de se fazer um

    pedido com mais de um produto a um mesmo fornecedor visando ganhos no transporte e descontos no valor total do pedido.

    Q

    T E.min

    R1 R2 R3 R4

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 31

  • Administrao INSS

    A maior dificuldade dessa tcnica calcular o ciclo de tempo para as apuraes de estoque e o volume mximo de estoque admitido.

    Uma periodicidade baixa entre pedidos gera um estoque mdio alto e, por consequncia, maiores custos.

    Uma periodicidade alta aumenta o custo de pedido e o risco de ruptura.

    3.5.3. Sistema de Reviso Contnua

    Outro nomes: sistema de Reposio Contnua; do Ponto de Reposio; do Estoque Mnimo, ou Mnimos e Mximos; da quantidade fixa ou sistema Q.

    O estoque revisado continuamente e o novo pedido de compras feito sempre que o estoque atingir o Ponto de Pedido (ou de Reposio).

    Em outras palavras, deve-se fazer uma nova reposio do estoque quando o estoque virtual (estoque fsico + fornecimentos no entregues) estiver abaixo ou igual a uma determinada quantidade predeterminada, que o ponto de ressuprimento ou ponto de pedido.

    A frmula para calcular o Ponto de Pedido :

    PP = Consumo mdio x Lead Time + Estoque de Segurana

    O Consumo Mdio representa quanto a organizao consome do produto em um perodo

    de tempo (demanda por semana, ms etc.). O Lead Time o tempo de ressuprimento, compreendido entre a emisso do pedido de

    compra at o recebimento - no grfico, o intervalo entre 1 e 2. Como existem incertezas tanto na taxa de demanda como no tempo de ressuprimento,

    deve-se acrescentar o Estoque de Segurana (no grfico, entre os pontos 3 e 4, percebe-se que

    no houve a entrega do pedido e, consequentemente, o estoque de segurana foi utilizado).

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 32

  • Administrao INSS

    3.5.4. Mtodos de determinao dos lotes de compra

    3.5.4.1. Quantidade fixa

    Determinada arbitrariamente. Utilizada em peas com tempo/custo alto de preparao.

    Ms 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total Compra 50 50 50 150

    Necessidade 10 7 30 15 20 4 30 10 4 130 Saldo 40 33 33 53 38 88 68 64 34 34 24 20 3.5.4.2. Lote Econmico

    O Lote Econmico de Compra (LEC) a quantidade a ser comprada que vai minimizar os custos de estocagem e de aquisio.

    Pressupostos: a demanda considerada conhecida e constante;

    no h restries quanto ao tamanho dos lotes; os custos envolvidos so apenas de estocagem (por

    unidade) e de pedido (por ordem de compra); no possvel agregar pedidos de mais de um produto do mesmo fornecedor. o lead time constante e conhecido;

    Para calcular o LEC, temos a seguinte frmula: D = Demanda CF = Custo Fixo por Pedido CE = Custo Unitrio de Estocagem Com o LEC possvel calcular tambm:

    Tempo entre pedidos: TEP = LEC / D Frequncia de pedidos: FP = D / LEC

    Exemplo: O consumo de determinada pea de 19.470 unidades por ano. O custo de armazenagem

    por pea de $ 2,00 por ano e o custo de pedido de $ 541,00.

    LEC = 2 .D .CF

    = 2 .19470 .5412,00 = 3245 peas

    Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total Compra 3245 3245 3245 3245 12980

    Necessidade 300 900 700 1300 1500 600 600 1000 2000 1650 1650 780 12980 Saldo 2945 2045 1345 45 1790 1190 590 2835 835 2430 780 0

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 33

  • Administrao INSS

    3.5.4.3. Lote a Lote

    A compra efetuada para uma quantidade igual necessidade do perodo. Reduz custos de armazenagem, sendo recomendado para itens de alto valor de compra e de consumo varivel.

    Ms 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total Compra 25 7 50 10 30 4 10 136

    Necessidade 25 7 50 10 30 4 10 136 Saldo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

    3.5.4.4. Reposio Peridica

    Calcula-se a quantidade em funo das necessidades reais, utilizando a frmula do lote econmico para determinar o nmero de pedido e o intervalo de ressuprimento.

    Conforme exemplo anterior: Tempo entre pedidos = 3245 peas / 19470 peas por ano = 0,1667 anos = 60 dias Frequncia de pedidos: 19470 / 3245 = 6 pedidos por ano

    Ms 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total Compra 3245 3245 3245 3245 3245 3245 19470

    Necessidade 1650 1550 1650 1550 1650 1650 1650 1550 1650 1650 1650 1620 19470 Saldo 1595 45 1640 90 1685 35 1630 80 1675 25 1620 0

    3.5.5. Just in Time

    Just in time uma expresso que, em portugus, significa bem na hora. O Just in Time (JIT) um sistema de produo, surgido no Japo, em que o produto ou matria prima chega ao local necessrio, para seu uso ou venda, sob demanda, no momento exato em que for necessrio. uma filosofia baseada na eliminao de toda e qualquer perda e na melhoria contnua (kaisen).

    Os elementos principais so: ter somente o necessrio quando necessrio; melhorar a qualidade tendendo a zero defeitos; reduzir os lead times reduzindo os tempos de preparao, filas e tamanho de lote; revisar as operaes para aperfeio-las; e realizar tudo isto a um custo mnimo.

    Tal filosofia o inverso da praticada anteriormente, denominada Just in Case, na qual a forma de produzir era baseada em produo empurrada, grandes estoques de matrias-primas e de produtos acabados.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 34

  • Administrao INSS

    O Just in Time tende a reduzir os custos operacionais, j que diminui a necessidade da mobilizao e manuteno de espao fsico, principalmente na estocagem de matria prima ou de mercadoria a ser vendida.

    Sendo assim, a filosofia JIT est diretamente ligada eliminao dos desperdcios, diminuindo os custos da empresa, gerando preos mais acessveis aos consumidores e uma vantagem competitiva.

    Apesar de no definir uma metodologia de como fazer, o JIT busca:

    Manuteno preventiva e eliminao de defeitos para evitar o retrabalho; Reduo contnua dos nveis de inventrio; Aproveitamento mximo nos processos produtivos; Retomo imediato de informaes com mtodos de autocontrole; Reduo ao mnimo do tamanho dos lotes fabricados, buscando o lote igual unidade; Manufatura celular: mtodos de produo por fluxo unitrio; Reduo dos tempos de preparao de mquina a fim de flexibilizar a produo; Reduo da movimentao atravs de plantas compactas; Diversificao da capacidade: operrios polivalentes; Envolvimento do operrio: atividades de pequenos grupos; Liberao para a produo atravs do conceito de "puxar" estoques, ao invs de "empurrar"

    com antecipao demanda; Desenvolvimento de fornecedores com as mesmas ideias.

    Por outro lado, por no contar com estoques adicionais, as empresas que usam essa tcnica devem se assegurar da ausncia de peas defeituosas.

    A dificuldade em sincronizar a operao e as restries de capacidade de processamento, confiabilidade e flexibilidade so algumas das barreiras na implantao do just in time.

    3.5.5.1. Kanban

    Kanban uma tcnica de gesto de materiais e de produo no momento exato, controladas por meio visual e/ou auditivo.

    O termo Kanban significa etiqueta ou carto, com a funo de informar o que, quanto e quando produzir e para onde levar esses produtos fabricados. uma tcnica japonesa que ajuda a atingir as metas do JIT, com o objetivo de orientar na reduo dos tempos de partida das mquinas, nos tamanhos dos lotes e tambm a produzir apenas quantidades demandadas.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 35

  • Administrao INSS

    3.5.6. MRP

    O MRP (Materials Requirements Planning - Planejamento das Necessidades de Materiais) um sistema integrado, geralmente informatizado, que se baseia na lgica do clculo de necessidades. Visa planejar/organizar as atividades de suprimento, produo e entrega, definindo

    as quantidades necessrias e o tempo exato para a utilizao dos materiais ao longo da linha de produo.

    Mais precisamente, o MRP estabelece uma srie de procedimentos e regras de deciso, de modo a atender s necessidades de produo numa sequncia de tempo lgica para cada componente do produto final.

    Em seu banco de dados deve constar o cadastro de materiais, a estrutura de informao industrial, a estrutura do produto (lista de materiais), o saldo de estoques, as ordens em aberto, as rotinas de processo, a capacidade do centro de trabalho, entre outras.

    Para realizar seus clculos, o MRP se baseia na Programao Mestre de Produo, que o sistema de planejamento de prioridades que orienta toda a produo, tomando por base os pedidos dos clientes e as previses de demanda.

    As vantagens de adoo de um sistema MRP so: manuteno de nveis baixos de estoque de segurana, minimizando ou eliminando

    inventrios; possibilidade de verificar, rapidamente, problemas nos processos ou o impacto de

    qualquer replanejamento; programao baseada na demanda real ou na previso de vendas;

    coordenao no uso de materiais e mquinas; As limitaes desse sistema so:

    necessidade de processamento computacional pesado;

    aumento de custos de pedido/transporte devido diminuio dos lotes de compra;

    em alguns casos, a alta complexidade gera problemas de programao e compreenso da produo.

    O conceito de MRP foi ampliado para o sistema MRP II Manufacturing Resources Planning. A grande diferenciao que ele permite a integrao do planejamento financeiro ao operacional, gerindo todos os recursos da empresa.

    Este sistema tem funes de planejamento (empresarial, de recursos e de produo), previso de vendas, controle e acompanhamento da fabricao, compras e contabilizao dos custos, e criao e manuteno da infraestrutura de informao industrial.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 36

  • Administrao INSS

    3.6. Rotatividade do Estoque

    Giros de Estoques ou Rotatividade um indicador que aponta a quantidade de vezes que uma empresa consegue girar seu estoque durante certo perodo, ou seja, quantas vezes que o estoque foi totalmente vendido e reposto.

    Para obteno dessa informao so confrontados os custos (ou a quantidade) de produtos vendidos com o estoque mdio do perodo.

    Quanto maior o giro do estoque, desde que se mantenha o volume do mesmo e a margem de lucro, maior a eficincia do setor de vendas e menor o tempo em que o dinheiro fica parado.

    Resultados acima de 1 (um) indicam o nmero de renovaes do estoque, ou seja, o nmero de vezes que a produo foi vendida e completamente reconstituda.

    Resultados iguais ou abaixo de 1 (um) indicam que os estoques se renovaram s uma vez ou sua renovao no foi completa.

    Exemplo 1: uma empresa tem vendas anuais de 10.000 unidades e em seu estoque tem 5.000 peas, qual a rotatividade do seu estoque? R = V / E = 10.000 / 5.000 = 2, ou seja, o estoque da referida empresa gira 2 vezes por ano.

    Exemplo 2: uma empresa tem receitas de vendas anuais de R$ 5.000.00,00. O seu custo anual de vendas foi de R$ 500.000,00 e o lucro foi de R$ 90.000,00. Seu estoque mdio possui investimento de R$ 200.000,00. Qual a rotatividade do estoque? R = Custo materiais vendidos / Estoque = 500.000,00 / 200.000,00 R = 2,5

    Existe tambm o Antigiro, ou ndice de Cobertura dos Estoques, que a indicao

    do perodo de tempo que o estoque consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimento.

    Quanto menor for o estoque, em relao projeo de vendas, menor ser a cobertura em dias, semanas etc. Isto significa que, quando a cobertura de estoque apresentase muito baixa, corre-se o risco de faltar mercadoria para atendimento ao cliente. No caso contrrio, com o ndice de cobertura muito alto, corre-se o risco de ter estoques parados ou obsoletos.

    Rotatividade = Nmero de renovaes = Consumo total ou Custos dos produtos vendidos (Giro) do estoque no perodo Estoque Mdio

    ndice de cobertura dos estoques = Estoque mdio (quantidade ou valor) _ (Antigiro) Consumo total previsto (quantidade ou valor)

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 37

  • Administrao INSS

    Este indicador bastante utilizado em perodos anteriores a grandes aumentos de demanda sazonais, por exemplo, na Pscoa.

    3.7. Avaliao de Estoques

    A avaliao de estoque dever ser realizada em termos de preo, de forma a proporcionar informaes financeiras atualizadas. A avaliao dos estoques inclui o valor das mercadorias e dos produtos em fabricao ou produtos acabados. Para se fazer uma avaliao desse material, tomamos por base o preo de custo ou de mercado, preferindo-se o menor entre os dois. O preo de mercado aquele pelo qual a matria-prima comprada e consta da nota fiscal do fornecedor. No caso de materiais de fabricao da prpria empresa, o preo de custo ser aquele da fabricao do produto.

    possvel se realizar uma avaliao dos estoques atravs dos seguintes mtodos:

    3.7.1. FIFO ou PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair)

    Este mtodo baseado na cronologia das entradas e sadas. O procedimento de baixa dos itens de estoque feito pela ordem de entrada do material na empresa: d-se primeiro sada nas mercadorias mais antigas (primeiras que entraram), ficando nos estoques as mais recentes. O

    primeiro que entrou ser o primeiro que sair e, assim, utilizaremos seus valores na contabilizao do estoque.

    3.7.2. LIFO ou UEPS (ltimo a entrar, primeiro a sair)

    Este mtodo tambm baseado na cronologia das entradas e sadas, mas, ao contrrio do anterior, d-se primeiro sada nas mercadorias mais recentes (ltima a entrar), ficando nos estoques as mais antigas. Em um regime inflacionrio, o Lucro pelo mtodo UEPS o menor possvel, fazendo com que o Imposto de Renda sobre o lucro tambm o seja. Da, o Regulamento do Imposto de Renda no permite que as empresas no Brasil que estejam obrigadas a declararem tal imposto com base no lucro fiscal utilizem o mtodo UEPS.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 38

  • Administrao INSS

    3.7.3. Custo Mdio

    Tem por metodologia a fixao de preo mdio dos produtos em estoque. baseado na cronologia das entradas e sadas. O procedimento de baixa dos itens de estoque feito normalmente pela quantidade da prpria ordem de fabricao e os valores finais de saldo so dados pelo preo mdio dos produtos. Cada sada de produto feita pelo valor de custo mdio dos produtos em estoque.

    a) Custo Mdio Ponderado Mvel: h uma fuso das quantidades, ou seja, as

    mercadorias estocadas sero sempre valoradas pela mdia dos custos de aquisio, sendo estes atualizados a cada compra efetuada. O novo custo unitrio obtido pela diviso desse valor global

    pelo total de unidades existentes. b) Custo Mdio Ponderado Fixo: apurado uma s vez, e no final do Exerccio, aps a

    ltima compra efetuada. Deve-se dividir o custo total das mercadorias disponveis para venda pela quantidade total dessas mesmas mercadorias. O critrio do Custo Mdio Ponderado Fixo somente pode ser adotado por empresas que utilizam o Sistema de Inventrio Peridico, pois s possvel a sua apurao no final do exerccio.

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 39

  • Administrao INSS

    3.7.4. Outros

    - Preo Especfico: corresponde a atribuir para cada unidade do estoque o preo que foi efetivamente pago por ela. Somente utilizado para produtos de fcil identificao fsica, como por exemplo: mquinas de grande porte e automveis.

    - Custo de reposio: os valores so atualizados em razo dos preos de mercado. - FEFO (First-Expire, First-Out / ou Primeiro que Vence o Primeiro que Sai) serve para

    gerenciar o arranjo e expedio de mercadorias de um estoque, levando em considerao o seu prazo de validade. Este conceito, por sua natureza, muito utilizado nas operaes das indstrias alimentcias, de bebidas, qumicas, farmacuticas, alm de redes de varejo (como supermercados), servindo de base para promoes, com o propsito de manter atualizados os estoques de acordo com os prazos de validade.

    3.8. Vida til e Vida Econmica

    Vida til o perodo de tempo em que o bem consegue exercer as funes que dele se espera e depende de como o bem foi utilizado e mantido. A vida til diz respeito capacidade fsica de produo de certo equipamento.

    Vida econmica refere-se aos custos globais em que a empresa incorre para manter em operao certo equipamento. Corresponde ao tempo de utilizao em que o bem capaz de produzir com menor custo para a empresa e que, certamente, menor ou igual sua vida til, cujo conceito encontra-se associado ao limite possvel de uso do bem. A vida econmica de um bem parte de dois pressupostos simples:

    1. Os equipamentos e as instalaes desgastam-se com o uso, necessitando cada vez mais de manuteno e aumentando os custos operacionais.

    2. Paralelamente, seu valor de venda ou de mercado vai diminuindo.

    R$-

    R$20.000,00

    R$40.000,00

    R$60.000,00

    R$80.000,00

    R$100.000,00

    R$120.000,00

    Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

    Custo de Capital

    Custo Operacional

    Custo Anual Equivalente

    Prof. Rafael Ravazolo Pgina 40

  • Administrao INSS

    A definio correta da vida econmica de um bem o perodo de tempo (geralmente em anos) em que o custo anual uniforme equivalente de possuir e de operar o bem mnimo. Percebe-se, pelo grfico, que no ano 4 o Custo Anual Equivalente (CAE) mnimo (aps este ano, o custo aumenta), sendo assim, a vida econmica deste bem de 4 anos.

    4. COMPRAS

    O termo compra pode ser definido como a aquisio de um bem ou de um direito pelo qual se paga um preo estipulado.

    O setor de Compras foi, por muito tempo, visto como um setor burocrtico da organizao, como uma rea de apoio, simplesmente como uma executora de procedimentos operacionais, sem grandes resultados para a eficincia organizacional. Mas as organizaes perceberam que a compra de produtos e de servios representava um fator de sucesso para a competitividade, pois a boa execuo do processo de compra podia proporcionar uma expressiva reduo nos custos e, por conseguinte, melhoras expressivas nos lucros ou nos benefcios gerados.

    O setor de Comp