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DIREITO ADMINISTRATIVO – CONCEITO E FUNÇÃO Conceito: conjunto de normas e princípios que visando sempre o interesse público, regem as relações jurídicas este as pessoas e os órgãos do estado, e entre este e a coletividade a que deve servir. Função: Organizar a sociedade e seu povo que vive nessa sociedade. Visa o bem estar social de todos. Organizar a sociedade, ex: multar um infrator, ter um policial por perto para fiscalização, etc. PODERES E FUNÇÕES DO ESTADO 1) Legislativo: Tem a função típica de editar normas; já atipicamente deve administrar (fazer licitações, concursos) e julgar. 2) Judiciário: Julgar (Função típica), Jurisdicionar, Administrar e legislar. 3) Executivo: Administrar (Função típica); tem como função atípica julgar. Não tem função jurisdicional. GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO O Governo trata de metas, política, planejamento, etc. Enquanto que a Administração assume o dever de realizar o que foi planejado pelo Estado, ou seja, é uma atividade concreta. OBS: O chefe de Estado é o chefe de Governo. PODER EXECUTIVO, FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O poder executivo tem como função típica administrar (função administrativa), e esta função é desempenhada por um conjunto de órgãos e agentes denominado administração pública. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO – CARACTERÍSTICAS -Desigualdade entre administração e administrado: A administração pode tudo e o administrado nada pode. Se a administração não quer mais os serviços ela rescinde o contrato, por isso, é um grande risco contratar com a administração pública. -Presunção: De legalidade (presume-se que qualquer ato do administrador é de acordo com a lei). De legitimidade (ele tem competência para atuar, ex: o guarda tem certeza ao multar). De Veracidade (é que determinado fato realmente ocorreu, não importa se é verdadeiro ou não, mas o importante é que o fato ocorreu, ex: avançar o sinal e veio a multa, se for falso deve o lesado provar). -Discricionariedade administrativa: A administração tem várias opções para agir, devendo sempre observar o critério mais benéfico de como agir ou quando agir. PODERES-DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO E ABUSO DE PODER O poder administrativo é uma prerrogativa especial que detém os que estão no exercício da gestão da coisa pública para a consecução das atividades da administração, voltados para beneficiar a coletividade. O exercício lícito e normal de tais poderes é denominado uso de poder. O abuso de poder ocorre sempre que o agente atua foras dos limites de sua competência (caso em que este abuso é denominado excesso de poder), ou quando o agente , embora atuando dentro dos limites de sua competência, afasta-se do interesse público (caso em que este abuso é denominado desvio de poder. ESPÉCIES DE PODER -Poder Discricionário – Poder de escolha de acordo com os critérios de conveniência e oportunidade (conferido por lei ao administrador público). -Poder Vinculado – é exercido quando a lei não deixa escolha ao administrador para atuar de acordo com critérios de conveniência e oportunidade a respeito da prática ou não do ato administrativo. -Poder Regulamentar – ao editar as leis, o poder legislativo nem sempre possibilita sua execução imediata, cumprindo então a administração criar os mecanismos para dar- lhe aplicabilidade (decretos e regulamentos). -Poder Hierárquico consiste na possibilidade dos agentes superiores avocarem para si competências dos agentes inferiores, bem como de delegar para os agentes inferiores competências que lhe são inerentes. Obs. A avocação subtrai a competência do agente inferior, e a delegação torna a competência concorrente. -Poder Disciplinar - É a possibilidade que o superior hierárquico tem de punir seu subordinado. (interna corporis) - Poder de Polícia – É o poder de fiscalização exercido pelo poder público visando o bem estar social, com a possibilidade de restrição de direitos individuais em prol dos interesses da coletividade (emana da administração para o administrado). FATOS ADMINISTRATIVOS, ATOS DA ADMINISTRAÇÃO E ATOS ADMINISTRATIVOS Fato administrativo é qualquer acontecimento que tenha relevância na esfera administrativa, podendo ser voluntários ou involuntários. Os fatos voluntários são chamados de atos, que podem se atos da administração (que são quaisquer condutas administrativas), e atos administrativos (que consistem na exteriorização da vontade dos agentes da administração ou de seus delegatários, que sob o regime de direito

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Resumo básico direito administrativo, para concursos/ ses-mg, psicologia e políticas públicas

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Page 1: Adm Resumo Básico

DIREITO ADMINISTRATIVO – CONCEITO E FUNÇÃOConceito: conjunto de normas e princípios que visando sempre o interesse público, regem as relações jurídicas este as pessoas e os órgãos do estado, e entre este e a coletividade a que deve servir. Função: Organizar a sociedade e seu povo que vive nessa sociedade. Visa o bem estar social de todos. Organizar a sociedade, ex: multar um infrator, ter um policial por perto para fiscalização, etc.

PODERES E FUNÇÕES DO ESTADO1) Legislativo: Tem a função típica de editar normas; já atipicamente deve administrar (fazer licitações, concursos) e julgar.2) Judiciário: Julgar (Função típica), Jurisdicionar, Administrar e legislar.3) Executivo: Administrar (Função típica); tem como função atípica julgar. Não tem função jurisdicional.

GOVERNO E ADMINISTRAÇÃOO Governo trata de metas, política, planejamento, etc. Enquanto que a Administração assume o dever de realizar o que foi planejado pelo Estado, ou seja, é uma atividade concreta. OBS: O chefe de Estado é o chefe de Governo.

PODER EXECUTIVO, FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O poder executivo tem como função típica administrar (função administrativa), e esta função é desempenhada por um conjunto de órgãos e agentes denominado administração pública.

REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO – CARACTERÍSTICAS-Desigualdade entre administração e administrado: A administração pode tudo e o administrado nada pode. Se a administração não quer mais os serviços ela rescinde o contrato, por isso, é um grande risco contratar com a administração pública.-Presunção: De legalidade (presume-se que qualquer ato do administrador é de acordo com a lei). De legitimidade (ele tem competência para atuar, ex: o guarda tem certeza ao multar). De Veracidade (é que determinado fato realmente ocorreu, não importa se é verdadeiro ou não, mas o importante é que o fato ocorreu, ex: avançar o sinal e veio a multa, se for falso deve o lesado provar).-Discricionariedade administrativa: A administração tem várias opções para agir, devendo sempre observar o critério mais benéfico de como agir ou quando agir.

PODERES-DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO E ABUSO DE PODERO poder administrativo é uma prerrogativa especial que detém os que estão no exercício da gestão da coisa pública para a consecução das atividades da administração, voltados para beneficiar a coletividade. O exercício lícito e normal de tais poderes é denominado uso de poder. O abuso de poder ocorre sempre que o agente atua foras dos limites de sua competência (caso em que este abuso é denominado excesso de poder), ou quando o agente , embora atuando dentro dos limites de sua competência, afasta-se do interesse público (caso em que este abuso é denominado desvio de poder.

ESPÉCIES DE PODER-Poder Discricionário – Poder de escolha de acordo com os critérios de conveniência e oportunidade (conferido por lei ao administrador público).-Poder Vinculado – é exercido quando a lei não deixa escolha ao administrador para atuar de acordo com critérios de conveniência e oportunidade a respeito da prática ou não do ato administrativo. -Poder Regulamentar – ao editar as leis, o poder legislativo nem sempre possibilita sua execução imediata, cumprindo então a administração criar os mecanismos para dar-lhe aplicabilidade (decretos e regulamentos).

-Poder Hierárquico – consiste na possibilidade dos agentes superiores avocarem para si competências dos agentes inferiores, bem como de delegar para os agentes inferiores competências que lhe são inerentes. Obs. A avocação subtrai a competência do agente inferior, e a delegação torna a competência concorrente.-Poder Disciplinar - É a possibilidade que o superior hierárquico tem de punir seu subordinado. (interna corporis)- Poder de Polícia – É o poder de fiscalização exercido pelo poder público visando o bem estar social, com a possibilidade de restrição de direitos individuais em prol dos interesses da coletividade (emana da administração para o administrado).

FATOS ADMINISTRATIVOS, ATOS DA ADMINISTRAÇÃO E ATOS ADMINISTRATIVOS

Fato administrativo é qualquer acontecimento que tenha relevância na esfera administrativa, podendo ser voluntários ou involuntários. Os fatos voluntários são chamados de atos, que podem se atos da administração (que são quaisquer condutas administrativas), e atos administrativos (que consistem na exteriorização da vontade dos agentes da administração ou de seus delegatários, que sob o regime de direito público visem atender o interesse público. Assim, resumidamente, pode-se dizer que: Fatos Administrativos são quaisquer fatos que ocorram no âmbito da administração, podendo resultar ou não de manifestação de vontade dos agentes e até derivarem eventos naturais – Atos da Administração são ações que nem sempre manifestam a vontade do agente, podendo consubstanciar-se, por exemplo, em atos de mero expediente, bem como a manifestação de vontade nos pactos de direito privado, tais como a aquisição e venda de bens pela Administração Pública – Atos Administrativos são aqueles que sob regime de direito público consistem em manifestação volitiva dos administradores públicos. Assim sendo todo ato administrativo será necessariamente um ato da administração, mas um ato da administração pode ser ou não um ato administrativo.

ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ATO ADMINISTRATIVOOs elementos essenciais do ato administrativo, são aqueles que uma vez ausentes geram a invalidade do ato. São eles: COMPETÊNCIA = é “a quem” cabe praticar o ato – pode ser objeto de avocação (quando autoridade hierarquicamente superior aquela a que cabe praticar o ato, chama para si esta competência) e delegação (a autoridade hierarquicamente superior delega o ato para que autoridade inferior o pratique em seu lugar. Observação: a delegação não retira a competência do agente delegante, passando esta a ser concorrente). Nem todos os atos podem ser objeto de delegação; as competências dadas como privativas podem ser objeto de delegação; as competências exclusivas não podem; já as competências concorrentes não precisam da delegação - OBJETO (CONTEÚDO) - (fim imediato) = elemento do ato administrativo, também chamado de conteúdo, consiste na alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar; para o ato ser considerado válido, seu objeto precisa ser lícito e pelo menos determinável. Quando se tratar de atividade vinculada o objeto será vinculado e quando se tratar de atividade discricionária, o objeto será discricionário - FORMA= meio pelo qual se exterioriza a vontade do agente - MOTIVO = vontade do agente – Se a situação de fato já está delineada na norma legal nada mais cabe ao agente senão praticar o ato, caso em que o teremos “motivo vinculado” (Exemplo: pardal fotografou excesso de velocidade = multa); já se a lei não delineia a situação fática, deixando a critério do agente a verificação da conveniência e da oportunidade de sua ocorrência (Exemplo: deferimento ou não do pedido de posse de arma para ficar em poder da gerência de empresa em loja de Rua na Tijuca). Deve haver congruência entre o motivo e o resultado do ato. Segundo a teoria dos motivos determinantes tais motivos determinam e justificam a realização do ato, e, por isso mesmo, deve haver perfeita correspondência entre eles e a realidade. A inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao

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resultado obtido. DIFERENÇA ENTRE MOTIVO E MOTIVAÇÃO = Enquanto o motivo consubstancia-se na situação de fato por meio da qual é deflagrada a manifestação da vontade da administração (fundamentos que conduziram a prática do ato); a motivação exprime todas as situações de fato que levaram o agente a praticar o ato. Enquanto não há dúvida sobre o motivo ser elemento do ato administrativo, sendo, portanto obrigatório; com relação à motivação há divergência doutrinária, contudo a corrente majoritária sustenta que só se poderá considerar a motivação obrigatória se houver alguma norma legal expressa nesse sentido. - FINALIDADE (fim mediato) = a finalidade é invariável; é sempre o interesse público. Ocorre desvio de finalidade quando a autoridade administrativa, no uso de sua competência, movimenta-se tendente à concreção de um fim ao qual não se encontra vinculada (Exemplo: Estado desapropria sem utilidade imóvel de propriedade de um desafeto do chefe do poder executivo) - EXEMPLO: Governador do Estado Y baixa decreto declarando um imóvel urbano para fins de desapropriação, para a construção de uma cadeia pública, por necessidade de vagas no sistema prisional: Aqui o elemento competência é o governador (a quem compete baixar decretos expropriatórios para fins de utilidade pública) – a forma é o decreto (meio jurídico pré definido em lei para a declaração de utilidade pública) - o objeto é a declaração de utilidade pública (alteração no mundo jurídico que o ato pretende processar que no caso é o direito de penetração) - o motivo é a necessidade de vagas no sistema prisional e a finalidade é o interesse público (invariável).

PRINCIPAIS ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO (CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO

IMPERATIVIDADE (coercibilidade) = poder que tem a administração de exigir o cumprimento do ato - PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE, LEGALIDADE E VERACIDADE= presunção iuris tantum (relativa) de que os atos administrativos nasceram em conformidade com as normas legais, admitida prova em contrário - AUTO EXECUTORIEDADE = o ato administrativo, tão logo praticado, pode ser imediatamente executado, sem a necessidade de tutela judicial.

PERFEIÇÃO, EFICÁCIA, EXEQUIBILIDADE E VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Perfeição = consumação do ato, ou seja, ocorre quando encerra seu processo de formação (não pode mais ser atingido por efeito retroativo da lei) – Eficácia = diz-se eficaz o ato quando ele está pronto para atingir o fim a que foi destinado, independentemente de termo ou condição que podem obstar à operatividade do ato, mas nem por isso descaracterizam sua eficácia – Exeqüibilidade = efetiva disponibilidade que tem a administração para dar operatividade ao ato, desse modo o ato pode ter eficácia, mas não ter exeqüibilidade (exemplo: uma autorização dada em dezembro para começar em janeiro do ano subseqüente é eficaz naquele mês, mas somente se tornará exeqüível neste último – Validade = legalidade do ato- Assim, o ato pode ser inválido, eficaz e exeqüível – inválido, eficaz e inexeqüível e inválido e ineficaz (e também fatalmente inexeqüível).

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOSQuanto aos destinatários: Atos gerais = também chamados de normativos regulam quantidade indeterminada de pessoas que se encontram na mesma situação jurídica (exemplo: regulamentos, instruções normativas, etc.) – Atos individuais = também denominados concretos têm destinatários definidos, ainda que coletivamente (exemplo: licença para construção e decreto expropriatório); ao contrário dos gerais (normativos) admitem impugnação direta pelos interessados, quanto à legalidade do ato, pela via judicial ou administrativa - Quanto às prerrogativas: Atos de Império (ius imperi) = caracterizam-se pelo poder de coerção, não intervindo a vontade dos administrados para sua prática – Atos de Gestão (ius gestionis) não tem a coercibilidade dos atos de império, e freqüentemente, nesses interfere a vontade de particulares; reclama soluções negociadas não dispondo o Estado da garantia da Unilateralidade que caracteriza sua atuação

(exemplo: negócios contratuais como a aquisição e a alienação de bens) - Quanto à liberdade de ação: Vinculados = o agente o pratica reproduzindo elementos que a lei previamente estabelece, não lhe sendo dada a liberdade de apreciação da conduta (exemplo: licença para exercer profissão regulamentada em lei > os elementos para o deferimento desse ato já se encontram na lei, de modo que o agente deverá apenas verificar se quem o reivindica preenche os requisitos e, em caso positivo lhe conferirá a licença sem qualquer outra indagação) – Discricionários = nesses a própria lei autoriza que o agente proceda à avaliação da conveniência e da oportunidade da pratica do ato permitindo-lhe o exercício do juízo de valoração - Quanto à intervenção da vontade administrativa = Simples = quando o ato emana da vontade de um só órgão ou agente administrativo – Composto = se compões de múltiplas vontades (embora não autônomas). Na verdade uma só vontade autônoma de conteúdo próprio, as demais são meramente instrumentais, porque se limitam a verificação de legitimidade do ato (exemplo: um ato de autorização sujeito a outro ato confirmatório; e a nomeação do Procurador Geral da República, precedida de aprovação do senado) – Complexo = aquele cuja vontade final da administração exige a intervenção de órgãos diversos cada um manifestando vontade (exemplo: a investidura de ministro do STF se inicia pela escolha do Presidente da República, passa pela aferição do Senado Federal e culmina com a nomeação -Quanto aos efeitos = Constitutivos = criam, extinguem ou modificam direitos (exemplo: autorização, revogação, etc.) – Declaratórios = declaram situações preexistentes (exemplo: declaração de que uma construção coloca em risco a incolumidade física dos transeuntes – Enunciativos = indicam juízos de valor ficando dependentes de um ato decisórios (exemplo: pareceres; dão informações técnicas, deixando a decisão nas mãos da autoridade competente -Quanto à retratabilidade = Revogáveis = atos que a administração está livre para expungir do mundo jurídico fazendo cessar seus efeitos, em decorrência de um critério meramente administrativo; a regra é a retratabilidade (ex: regras que não geram direitos adquiridos aos destinatários, tal como a revogação de ato que autorizava estacionamento de veículo em prédio público) - Irrevogáveis = atos que a administração não pode mais retirar do mundo jurídico com fundamento em conveniência e oportunidade, tais como os atos vinculados (ex: licença para exercer profissão), os que já exauriram seus efeitos (ex: ato que deferiu férias a servidor e este já as gozou), os atos que geram direitos adquiridos (ex: ato de conceder aposentadoria a servidor por programa de aposentadoria voluntária), os meros atos administrativos como pareceres certidões e atestados, e os integrativos de procedimentos administrativos, pois se opera a preclusão do ato anterior pela prática do ato sucessivo - Quanto à executoriedade = Auto-executórios = são a regra geral, possuindo idoneidade jurídica para ser posto em imediata execução sem necessidade de passar pelo Poder Judiciário – Não auto-executórios = a administração somente pode executá-los pela via judicial (ex: multa = depois de aplicada ao transgressor só pode ser cobrada pela via judicial).

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS Quanto à forma de exteriorização: Decretos = provêm da manifestação de vontade dos chefes do executivo, podem ser gerais quando tiverem caráter normativo e traçarem regras gerais (ex: decretos do presidente da república para fiel execução das leis) ou individuais (ex: decreto de nomeação de servidor público) – Resoluções = atos normativos ou individuais de natureza derivada, emanados de autoridades de elevado escalão administrativo, tais como ministros e secretários de estado, que pressupõe sempre a existência de lei ou ato normativo a que estejam subordinadas (obs: não confundir com as resoluções do processo legislativo que são atos autônomos de natureza primária, e não são atos administrativos propriamente ditos) – Deliberações = oriundas em regra de órgãos colegiados, como conselhos, comissões e tribunais administrativos, representando a vontade majoritária de seus membros, constituindo atos simples coletivos – Instruções, Circulares, Portarias, Ordens de Serviços, Provimentos e Avisos =

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atos a princípio de natureza ordinatória expedidos para que a administração organize suas atividades e órgãos (apesar de auxiliarem a administração a definir melhor sua organização interna, na prática encontramos muitos deles ostentando caráter normativo, fato que provoca a imposição de regras gerais e abstratas, como nos casos de provimentos da corregedoria geral que determinam regras para distribuição de petições) – Alvarás = instrumento formal de consentimento dado pelo Estado para que o particular desenvolva certa atividade; podem ser precários ou definitivos – Ofícios = atos formais de intensa utilização na rotina administrativa, pelos quais as autoridades se comunicam entre si ou com terceiros; podem conter solicitações, imposições, recomendações ou meras informações – Pareceres = opinião de agente sobre matéria submetida a sua apreciação; pode ser facultativo, quando a administração não está obrigada a formalizá-lo para a prática de Determinado ato; ou obrigatório quando é emitido por solicitação de órgão ativo ou de controle, em virtude de preceito normativo que prescreve a sua solicitação como preliminar à emanação do ato que lhe é próprio, hipótese em que o parecer integra a formação do ato de modo que sua ausência inquina-o de vício de legalidade (obs. I: a opinião do parecerista não vincula a autoridade com poder decisório, que pode ou não adotar a mesma opinião, fundamentando em caso de discordância suas razões – obs. II: existe ainda uma espécie sui generis de parecer; são os denominados normativos, que por esgotarem o tratamento a ser dispensado à determinada questão representam uma orientação geral para os órgão administrativos – se não fosse por esta razão a terminologia levaria a uma paradoxo, uma vez que um juízo de valor não pode revestir-se do cunho de normatividade – Certidões, Atestados e Declarações = atos declaratórios, cujo conteúdo expressa a existência de certo fato jurídico (ex: atestado vacina, ou de residência e declaração de bens); a certidão distingue-se dos dois primeiros por comprovar fato já formalizado em registro público (ex: certidão de nascimento, certidão de dados funcionais do servidor, etc.) – Despachos = atos administrativos praticados no curso de um processo administrativo, ao contrário do que ocorre no direito processual civil, onde os despachos consistem somente em intervenções rotineiras “de mero expediente”, no processo administrativo além destas, alguns despachos têm conteúdo decisório - Quanto ao conteúdo: Licença = ato vinculado (por que uma vez preenchidos os requisitos para sua concessão a administração não pode negar), por meio do qual a administração confere ao interessado consentimento para desempenho de certa atividade, através dos quais o poder público exerce o poder de polícia fiscalizatório, verificando se existem obstes legais para o desempenho da atividade reivindicada, por isso são consideradas de natureza declaratória (obs. o caso da (Licença para construir, consiste em exceção, pois poderá ser revogada antes de iniciada a obra por conveniência da administração, sem que valha o argumento do direito adquirido). Não são todas as atividades que reclamam licença do poder público – Permissão = podem ser de uso de bens públicos (ato administrativo unilateral, discricionário e precário, que pode ser condicionada); e permissão de serviços públicos (contrato administrativo, bilateral e resultante de atividade vinculada em virtude da exigência de licitação, com natureza jurídica de contrato de adesão) – Autorização = ato pelo qual a administração consente ao particular que utilize bem público no seu próprio interesse; é ato discricionário e precário (ex: estacionamento de veículos particulares em terrenos públicos, porte de arma e fechamento de rua para realização de festa comunitária). Observação: embora sejam institutos diferentes a licença, a permissão e a autorização tem três aspectos em comum: todos decorrem de anuência do poder público para que o particular possa exercer a atividade; nunca são conferidos ex ofício, dependendo sempre de pedido do interessado; e são sempre necessários para legitimar o exercício da atividade – Admissão = ato administrativo que confere ao indivíduo o direito de receber o serviço público de determinado estabelecimento comercial (ex: admissão em escola, universidades e hospitais públicos) – Aprovação = manifestação discricionária do administrador a respeito de outro ato, pode ser prévia (ex:

manifestação do senado antes da nomeação de alguns membros da magistratura) ou posterior (ex: manifestação do CN após decretação do estado de defesa ou de intervenção federal), - Homologação = manifestação vinculada feita à posteriori (homologação de acordo judicial) - Visto = limita-se a verificação da legitimidade formal do outro ato, constituindo-se em condição de eficácia do ato que o exige) – Atos Sancionatórios = punições aplicadas a aqueles que transgridem normas administrativas, precisam estar previstas em lei e respeitar o contraditório e a ampla defesa, podem ser internas (quando aplicadas a servidores) e externas (quando aplicadas aos administrados).

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOSExtinção natural: decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato (ex: destruição de mercadoria nociva apreendida ou chegada ao termo ad quem de uma autorização por prazo certo) - Extinção Subjetiva: por ser o ato administrativo em regra intransmissível, a morte de seu beneficiário gera a extinção do ato - Extinção Objetiva: perda do objeto do ato (ex: interdição de estabelecimento se o estabelecimento vem a desaparecer ou for definitivamente desativado) - Caducidade: quando a retirada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação anteriormente consentida (ex: permissão para uso de bem público; se, supervenientemente é editada lei que proíbe tal uso privativo por particulares) - Desfazimento volitivo: Cassação= quando o beneficiário do ato descumpre as condições que permitem sua manutenção; é vinculado no sentido de que o administrador somente poderá cassar o ato mediante o descumprimento das referidas condições, e sancionatório, no sentido de que atribui punição pelo descumprimento. (ex: licença para exercer profissão onde o beneficiário praticou ato passível de cassação e perda do porte de arma por embriaguez) – Anulação (Invalidação) = Obs. Teoria Monista = a teoria das nulidades do direito civil, onde o ato pode ser nulo ou anulável não faz muita diferença para o direito administrativo = majoritária = inaplicável a dicotomia das nulidades ao direito administrativo); Teoria Dualista = aplica-se a dicotomia; Anulação é o desfazimento do ato em virtude de vício de ilegalidade (algum ou alguns dos elementos do ato não foi observado); a anulação pode ser feita tanto pela administração pública (auto-tutela obrigatória pelo princípio da segurança jurídica), quanto pelo judiciário (que a fará principalmente via mandado de segurança, ação civil pública e ação popular). A anulação gera efeitos ex tunc (retroativos), à data da expedição do ato, o que significa dizer que, fulmina o que já ocorreu “negando-se hoje os efeitos de ontem”. Para a teoria dualista o ato nulo, nunca será sanado e por isso não pode ser convalidado; enquanto o ato anulável contém vício sanável e por isso poderá ser convalidado (a teoria monista sequer entra em tal mérito). O que não se discute é que os vícios de forma e competência são passíveis de aperfeiçoamento = sanatória = convalidação, pois são tidos como superáveis. A convalidação, assim como a invalidação tem efeitos ex tunc. Existem três tipos de convalidação: Ratificação = suprimento da ilegalidade que vicia o ato (ex: ato praticado com vício de forma ratificado pela adoção da forma legal) – Reforma = novo ato suprindo a parte inválida do ato anterior, mantendo sua parte válida (ex: ato concede licença e férias a um servidor, e verifica-se que ele somente tinha direito a férias; então se expede um novo ato retirando a parte da licença e deixando a parte das férias) – Conversão = assemelha-se a reforma, pois retira a parte inválida do ato anterior, mas aqui é processada sua substituição por uma nova parte (ex: um ato promoveu A e B por merecimento e antiguidade, respectivamente, verificando-se posteriormente que não era B que deveria ser promovido por antiguidade e sim C; então se pratica um novo ato mantendo a promoção por merecimento de A, retirando B, e incluindo a promoção por antiguidade de C. Observação: existem limitações ao poder de convalidar; tais como a impugnação pelo interessado e a prescrição) – Revogação = é a retirada do ato administrativo do ordenamento pela administração por razões de conveniência e oportunidade, tendo como fundamento o poder discricionário e como pressuposto o interesse público, e tem efeitos ex nunc (não

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retroativos), mantendo-se todos os efeitos gerados pelo ato até a data de sua revogação. (cuidado! Sua incidência abrange os atos válidos, e por isso precisam ser retirados do ordenamento; na hipótese do ato conter vícios de legalidade será caso de anulação). São insuscetíveis de revogação os atos vinculados; os que geram direitos adquiridos; os que exauriram seus efeitos e os integrativos de processos administrativos. Observação: Revogação da revogação: a só revogação não terá o efeito de repristinar o ato revogado, pois nosso ordenamento não admite o efeito repristinatório (revogação tácita), tendo a restauração do ato revogado caráter de ato novo.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA – LEGISLAÇÃO E COMENTÁRIOS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDEIRETAPoder Executivo = a CRFB em seu artigo 2º, elenca três poderes independentes e harmônicos entre si; são eles: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O Poder Executivo tem como função típica administrar, contudo, a função administrativa é também exercida pelos demais poderes de forma atípica - Administração Pública = conjunto de órgãos e agentes que exercem função administrativa - Função administrativa = atividades exercidas pelos órgãos e agentes do Estado na gestão da “coisa pública” com vistas ao bem comum - Direito administrativo = estudo dos órgãos e agentes públicos no exercício de funções administrativas.Administração direta = União, Estados, Distrito Federal e Municípios.Administração indireta = Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Fundações.

Autarquias: pessoas jurídicas de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas de Estado. Têm patrimônio e receita próprios. Ex: BACEN, INSS, INCRA e IBAMA Fundações Públicas: pessoas jurídicas de direito privado resultantes da atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio pré-ordenado a certo fim social e sem fins lucrativos. Diferem das fundações privadas tuteladas pelo direito civil, pela figura do instituidor; as fundações privadas são instituídas por pessoas da iniciativa privada, enquanto as fundações públicas são instituídas pelo Estado. Observação: existe ainda um terceiro tipo de fundação, essa também pública, só que com personalidade jurídica de direito público, denominada de “autarquia fundacional”, que é a instituída pelo poder público e que assume a gestão de serviço estatal (exemplo:FIOCRUZ). Empresas Públicas: pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização legal sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo exerça atividades econômicas. (capital totalmente público). Ex: Correios, Caixa Econômica Federal, Casa da Moeda, BNDS. Observação. As empresas públicas poderão revestir-se de quaisquer forma societária admitida em direito. Sociedades de Economia Mista: pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização legal sob a forma de sociedade anônima para que o governo exerça atividades econômicas (controle acionário pertencente ao poder público). Ex: PETROBRAS, Banco do Brasil. S.A e Banco da Amazônia S.A – Observação. As sociedades de economia mista serão necessariamente sociedades anônimas.Obrigação de licitar: todos os entes da administração direta e indireta e indireta estão sujeitos as regras estabelecidas pela lei 8.666, ou seja são obrigados a licitar. Esta regra tem uma exceção: as empresas públicas e sociedades de economia mista estão desobrigadas a licitar com relação ao exercício de suas atividades fim.

Desconcentração e descentralização administrativa: a administração direta poderá promover uma divisão interna de competências, como ocorre, por exemplo, na criação de ministérios e secretarias vinculadas a presidência da república. A este processo se dá o nome de desconcentração administrativa, que não gera criação de entes com personalidade jurídica, ou seja, a subdivisão criada integrará a estrutura organizacional do próprio ente federado. Diferente disso é o fenômeno da descentralização, que é o responsável pela criação da administração indireta, neste há criação de entidades autônomas com patrimônio próprio, e personalidade jurídica distinta da do ente da administração direta ao qual estão vinculados.

PRINCÍPIOS EXPRESSOS (BÁSICOS) DA ADMINISTRAÇÃO = LIMPE Legalidade = ao contrário do que ocorre nas relações de direito privado, onde o particular pode fazer tudo àquilo que a lei não veda expressamente; na administração pública, o agente está restrito aos ditames legais, só podendo praticar ato permitido em lei = Subordinação completa do administrador público à lei – Impessoalidade = este princípio objetiva a igualdade de tratamento que a administração deve dispensar a todos os administrados que se encontre na mesma situação jurídica, sem privilegiar interesses particulares. Um bom exemplo da exteriorização de tal princípio é a obrigatoriedade de realização de concurso público para o ingresso em cargos e empregos públicos - Moralidade = a moralidade administrativa refere-se a princípios de ordem ética que devem nortear a atividade administrativa. O ato pode ser legal e não ser moral, como no exemplo do desvio de finalidade, onde o agente pratica ato em conformidade com a lei, contudo visa fim diverso do interesse público - Publicidade = os atos da administração devem merecer a mais ampla divulgação possível entre os administrados, de modo a possibilitar aos indivíduos o controle da legitimidade e da legalidade da conduta dos agentes administrativos. Tal princípio é exteriorizado pelo direito de obtenção de certidões nos órgãos públicos, para esclarecimento de situações de interesse pessoal ou coletivo; bem como pela necessidade de publicação dos atos e normas no diário oficial, como condição de oponibilidade erga omnes = eficácia contra todos. Eficiência= o administrador, na gestão da coisa pública deve adotar o modo mais eficiente de administrar, é o mais novo dos princípios expressos, pois foi introduzido por emenda.

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS, RECONHECIDOS, LATENTES, OU NÃO EXPRESSOS DA ADMINISTRAÇÃO.SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO = muito embora não esteja elencado no caput do art. 37, este princípio é basilar da função administrativa, e legitima a existência de todos os demais princípios. Autoriza a restrição de direitos individuais em favor do bem comum – AUTOTUTELA = é o princípio que permite a administração pública rever seus próprios atos independentemente da intervenção de nenhum outro poder – INDIPONIBILIDADE = o interesse público é indisponível, não podendo sobre ele o administração público transacionar – CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS = o fornecimento de serviços público não podem parar. Corolário deste princípio é a necessidade de aviso de 90 dias da paralisação de serviços públicos essenciais – SEGURANÇA JURÍDICA = 3 são principais institutos garantidores da observância do princípio em comento: prescrição que traz para o titular a perda da exigibilidade do direito pelo decurso de um certo lapso temporal, e decadência, que pelo decurso do tempo fulmina o próprio direito; e por fim a coisa julgada que garante a imutabilidade das decisões proferidas. Em sede administrativa somente se consubstancia a coisa julgada formal (preclusão máxima), posto que o titular do direito controvertido, ainda que esgotadas as instâncias administrativas poderá submeter a lide ao crivo do poder judiciário. Já a coisa julgada que se forma no âmbito do poder judiciário tem a capacidade de adquirir o status de coisa julgada material (imutabilidade), somente atacável por ação rescisória. Nesta ceara surge o tema efeitos penais na esfera administrativa, que nos remete ao fato de que a sentença penal absolutória somente produz efeitos na esfera administrativa (tendo por exemplo o condão de

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gerar a reintegração do servidor que fora demitido em processo administrativo disciplinar), se estiver fundada em negativa de autoria ou ausência de materialidade.

ACESSO AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;Cabe aqui registrar que a Constituição não faz diferenciação entre brasileiros natos e naturalizados, e assim sendo os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, sejam eles natos ou naturalizados; bem como aos estrangeiros na forma da lei.

CONCURSO PÚBLICOII - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;Da leitura do inciso deduz-se que a investidura em cargos de provimento efetivo é necessária a aprovação em concurso de provas ou de provas e títulos (poderá ser somente de provas ou de provas e títulos, mas não poderá ser somente de títulos). Já para a investidura e,m cargo em comissão não é exigido concurso público, pois tais cargos são de livre nomeação e exoneração, ou seja, nomeação e exoneração de ofício.

PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO E DIREITO DO CANDIDATO APROVADO A

NÃO PRETERIÇÃOIII - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreiraPor determinação do art. 12, § 2º da 8.112 não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Contudo a referida determinação tem cunho meramente legal, e não índole constitucional, posto que a CF garante apenas o direito de não preterição, qual seja o direito que tem o candidato aprovado em concurso público de não ser preterido em sua nomeação (vide art. 37, IV da CF). Assim, em se tratando de concursos em geral, não se aplica a determinação da lei 8.112, que somente é aplicável aos concursos públicos para cargos submetidos ao regime jurídico da lei 8.112/90.

CARGOS EM COMISSÃO = EXERCÍCIO POR SERVIDORES E NÃO SERVIDORES / FUNÇÕES DE CONFIANÇA = EXERCÍCIO SOMENTE POR

SERVIDORES EFETIVOS V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; Tanto os cargos em comissão, quanto as funções de confiança são de livre nomeação e exoneração, ou seja, prescidem (dispensam) da realização de concurso público para o seu provimento, com a diferença de que os cargos em comissão, podem ser ocupados tanto por servidores (garantido para este o percentual mínimo previsto em lei), quanto por não servidores, enquanto as funções de confiança somente podem ser ocupadas por servidores públicos efetivos.

DIREITO DO SERVIDOR A ASSOCIAÇÃO SINDICAL

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;O servidor público civil (militar não), poderá filiar-se livremente a sindicato, mas não poderá celebrar acordo coletivo sobre remuneração, uma vez que a remuneração do pessoal do serviço público somente pode ser fixada por lei.

DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; Como não existe lei específica regulando a matéria, o servidor pode exercer seu direito de greve com base na legislação aplicável ao setor privado.

RESERVA DE VAGAS PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;O concurso público deverá reservar um percentual de seus cargos para portadores de deficiência, mas desde que compatíveis com as atribuições. Se a deficiência for incompatível com as atribuições do cargo, não haverá possibilidade de seu provimento pelo deficiente.

CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

REMUNERAÇÃO X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices

TETO REMUNERATÓRIOXI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores PúblicosO inciso em comento trata do teto remuneratório do serviço público. Estão excluídas do teto remuneratório as parcelas de caráter indenizatório.

VEDAÇÃO A SUPERIORIDADE DE VENCIMENTOS DOS CARGOS DOS DEMAIS PODERES COM RELAÇÃO AOS CARGOS DO

EXECUTIVO

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XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

VEDAÇÃO A EQUIPARAÇÃO SALARIAL NO SERVIÇO PÚBLICOXIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.Existe um instituto de direito do trabalho que garante a empregados que exerçam as mesmas funções por período de tempo equivalente na empresa, o direito a equiparação salarial, ou seja a garantia de equivalência de vencimentos. Este instituto não é aplicável ao serviço público, pois a remuneração dos cargos públicos somente pode ser fixada por lei.

VEDAÇÃO DO CÔMPITO DE ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS PARA A LEGITIMAÇÃO DE

ACRÉSCIMOS POSTERIORES XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; Este inciso estabelece que não viola o princípio da irredutibilidade de subsídios o não pagamento ao servidor de acréscimo pecuniário, uma vez cessados os motivos que o determinaram. Por exemplo: servidor público que tem direito a adicional de insalubridade perderá o referido adicional quando da cessação do agente insalubre.

PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, IIrredutibilidade de subsídios: o vencimento do servidor é irredutível, salvo em se tratando de vencimentos que extrapolem o teto constitucional, acréscimos pecuniários quando insubsistentes os motivos que o determinaram, e descontos à título de imposto de renda.

VEDAÇÃO A ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGOS PÚBLICOS E RESPECTIVA

EXCEÇÕESXVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.a)a de dois cargos de professor b)a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c)a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.A regra é a vedação da acumulação de cargos públicos. A exceção consiste na permissão de acumular 2 cargos de professor; 1 cargo de professor com outro técnico ou científico, ou 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde com profissões regulamentadas, e mesmo assim a acumulação será permitida somente se houver compatibilidade de horários. Isso significa dizer que para que haja cumulação de cargos públicos é necessário a ocorrência de 2 requisitos cumulativos: que os cargos estejam elencados nas hipóteses taxativas de permissão do art. 37, XVI, e que haja compatibilidade de horários.A abrangência da vedação a acumulação não se restringe a administração indireta, estando também proibidos de acumular os ocupantes de cargos nas sociedade controladas direta ou indiretamente pelo poder público.

PRECEDÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Atenção para o texto do inciso, que determina que a lei específica cria a autarquia; diferentemente do caso das empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, onde o papel da lei é autorizar a instituição. Por último ressalte-se que somente no caso da fundação pública entra a lei complementar definindo suas áreas de atuação.

NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGAL PARA A CRIAÇÃO DE SUBSIDIÁRIAS DAS

ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA, E PARA A SUA PARTICIPAÇÃO EM

EMPRESAS PRIVADASXX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;Para a criação de subsidiárias das entidades que compões a administração indireta (ex: Petrobrás = SEM – Transpetro = subsidiária da Petrobrás), é necessária autorização legislativa.

OBRIGATORIEDADE DE LICITAÇÃOXXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.O tema objeto do inciso será mais detalhadamente abordado quando do estudo da lei de licitações e contratos administrativos (8.666). Por ora, o que vale comentar é que ressalvados os casos previstos em lei (casos de dispensa e inexigibilidade constantes da 8.666), os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios),a administração indireta, e as entidades controladas direta ou indiretamente pelo poder público, e ainda a subvencionadas; para comprar, vender e adquirir serviços estão obrigadas a promover licitação.

PRIORIDADE DE RECURSOS PÚBLICOS PARA AS ADMINISTRAÇÕES TRIBUTÁRIAS

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

PUBLICIDADE DOS ATOS E PARTICIPAÇÃO DOS USUÁRIOS § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. § 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a

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nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei. § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.Não se trata de perda dos direitos políticos e sim de suspensão dos direitos políticos.

DESVINCULAÇÃO ENTRE PRAZO PRESCRICIONAL DO ILÍCITO

ADMINISTRATIVO E A AÇÃO DE RESSARCIMENTO

§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimentoAinda que prescrito o ilícito administrativo, o prejudicado ainda poderá ajuizar ação de reparação pelos danos causados pelo servidor.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.A responsabilidade do Estado é objetiva pelos danos que seus agentes nesta qualidade causarem a terceiros, o que significa dizer que subsiste a obrigação de indenizar por parte da Administração, independentemente de verificação de culpa. A responsabilidade do agente, a seu turno é subjetiva, o que faz concluir que: Independentemente da ocorrência ou não de culpa, o Estado indenizará o terceiro que sofreu o dano causado por seus agente, mas somente poderá demandar este em ação de regresso com o objetivo de se ressarcir, se o agente tiver agido com culpa latu sensu (que compreende o dolo e a culpa).

ACESSO A INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS POR SERVIDOR

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas

AMPLIAÇÃO DA AUTONOMIA DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal."

HIPÓTESE DE AMPLIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DO TETO REMUNERATÓRIO

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geralO inciso trata da incidência ampla do teto remuneratório, determinado, que além dos ocupantes de cargos da administração direta e indireta, aplica-se também as subsidiárias criadas no âmbito da administração indireta que receberem recursos dos entes da federação para o pagamento de despesas com pessoal ou custeio geral.

VEDAÇÃO A ACUMULAÇÃO DE REMUNERAÇÕES DE CARGO EFETIVO E PROVENTOS DA INATIVIDADE

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. Não se pode acumular os vencimentos do cargo público, com proventos de aposentadoria, ou seja, ou o servidor está na atividade e recebe seus vencimento, ou está aposentado e recebe proventos. Contudo, nas hipóteses em que a Constituição permite a acumulação na atividade será possível a acumulação dos vencimentos do cargo da atividade com o da aposentadoria (no caso do servidor estar aposentado apenas com relação a um dos cargos), bem como a acumulação dos respectivos proventos de aposentadoria.

EXCLUSÃO DAS PARCELAS DE CARÁTER INDENIZATÓRIO DO TETO GERAL

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

FACULDADADE DE INSTITUIÇÃO PELOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL DE TETO ÚNICO

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.Os estados membros podem (faculdade), podem fixar teto único aplicável no âmbito do respectivo estado, para seus servidores, mediante emenda as constituições estaduais, ou no caso do Distrito federal, emenda a respectiva lei orgânica. Caso assim decidam fazê-lo, este teto corresponderá ao subsídio mensal do desembargadores de seu TJ, e não será aplicável aos deputados estaduais e distritais e vereadores.

LEI. 8.112 / 90

APLICABILIDADE E INCIDÊNCIA DA LEI 8.112/90

Art 1º. Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federaisA lei 8.112 tem sua aplicabilidade restrita a administração direta federal, e a parte da administração indireta federal (autarquias

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federais e fundações públicas federais), não se aplicando portanto aos demais entes da administração indireta, ou seja, as empresas públicas, sociedades de economia mista e aos consórcios públicos.

SERVIDOR E AGENTE PÚBLICOArt. 2º.Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.Agente público é todo aquele que desempenha, ainda que transitoriamente e sem remuneração serviço público; servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público; e funcionário público, é o servidor público estatutário (não celetista).

CARGO PÚBLICO: CONCEITO, CRIAÇÃO E ACESSOArt. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. O cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, natos ou naturalizados, e como se verá mais adiante, em algumas hipóteses também aos estrangeiros. A investidura em qualquer cargo publico de provimento efetivo, depende da realização de concurso público. Os cargos em comissão sapo de livre nomeação e exoneração, e podem ser ocupados por servidores não efetivos. Já os cargos de confiança, muito embora também sejam de livre nomeação e exoneração, somente poderão ser ocupados por servidores efetivos.

REGRA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS REMUNERADOSArt. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

A prestação de serviços públicos é em regra remunerada, contudo prestação de serviços gratuitos não é completamente vedada, pois a lei poderá estabelecer hipóteses em que a prestação de serviços públicos poderá ser gratuita

REQUISITOS PARA A INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO Art. 5º.São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira;II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental.

EXEMPLIFICATIVIDADE DOS REQUISITOS PARA A INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO

§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.O rol do artigo em comento não é exaustivo, pois podem haver outros requisitos para a investidura em cargo público que nele não estejam presentes, contanto que determinados por lei, e pertinentes as atribuições do cargo.

RESERVA DE VAGAS NO CONCURSO PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA.

§ 2º. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concursoAté 20% das vagas do concurso público ficam reservadas para os deficientes físicos, desde que tais cargos sejam compatíveis com suas limitações. Se as atribuições do cargo forem incompatíveis com a deficiência, não serão oferecidas vagas para os deficientes.

EXCEÇÃO A REGRA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA COMO REQUISITO PARA A INVESTIDURA EM CARGO

PÚBLICO.§ 3º.As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. A regra é que a investidura em cargo público tem como requisito a nacionalidade brasileira, sem diferenciação entre o brasileiro nato e o naturalizado. Todavia o parágrafo que está sendo analisado, estabelece a exceção, ou seja, é requisito para a investidura em cargo público a nacionalidade brasileira, contudo As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros.

PROVIMENTO E INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO. Art. 6º. O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Art. 7º. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Provimento é o contrário de vacância, ou seja é o ato pelo qual se torna o cargo público ocupado, e se dá por ato de autoridade competente, ao passo que investidura é ato pelo qual o candidato aprovado em concurso público se torna servidor, e se dá com a posse.

FORMAS DE PROVIMENTO.Art. 8o São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução.A lei 8.112 dispõe sobre as formas de provimento de cargo público em seu artigo 8º. Tais modalidades são taxativas, ou seja, não existem outras formas de provimento de cargo público que não estejam ali elencadas.

NOMEAÇÃO Art. 9o A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. Nomeação é a forma de provimento originário de cargo público, posto que é a única que o servidor não precisa ter estado anteriormente no serviço público. A nomeação pode ser feita em caráter efetivo, caso em que será necessariamente precedida de aprovação em concurso público; ou em comissão. Cabe mencionar que cargo em comissão é gênero, do qual cargo de confiança é espécie. Tais cargos são de livre nomeação e exoneração, ou seja, não se faz necessária a realização de concurso público para seu provimento. Com relação ao gênero, ou seja, cargos em comissão, podem ser ocupados tanto por servidores efetivos, quanto por pessoas alheias aos quadros do serviço público, desde que respeitado o percentual mínimo para os servidores efetivos. Já com relação a espécie, cargo de confiança, somente podem ser ocupados por servidores do quadro permanente, ou seja, por servidores efetivos. Agora ouça o texto legal.

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da

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interinidade. O servidor ocupante de cargo em comissão poderá exercer de modo provisório, e cumulativamente em outro cargo em comissão. Isso ocorre por exemplo, quando o titular de um cargo em comissão entra em gozo de licença, e outro servidor que já é titular de outro cargo em comissão o substitui até que a licença acabe. Na hipótese, o comissionado que estiver acumulando os cargos em comissão, não recebe simultaneamente as respectivas gratificações, devendo optar pela que lhe for mais vantajosa.

REQUISITO PARA NOMEAÇÃO EM CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO (APROVAÇÃO EM CONCURSO

PÚBLICO)Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. Ao contrário do que ocorre com os cargos em comissão, que são de livre nomeação e exoneração, para o provimento dos cargos efetivos há necessidade de prévia aprovação em concurso público. Existem 2 espécies de cargo efetivo: o cargo de carreira, no qual o servidor escalona automaticamente a carreira em degraus, conforme o tempo de exercício no serviço público, recebendo o respectivo aumento remuneratório; e os cargos isolados, no qual o servidor percebe apenas os reajustes remuneratórios, sem escalonamento automático na carreira. Ressalte-se contudo, que em nenhum deles o servidor muda de cargo pelo decurso de prazo, pois o provimento de cargos públicos em caráter efetivo depende da realização de concurso público.

REQUISITO PARA NOMEAÇÃO EM CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO (OUTROS REQUISITOS)

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.Além da necessidade de aprovação em concurso público para o provimento de cargos efetivos, a lei poderá fixar outros requisitos, desde que pertinentes as atribuições do cargo. Além disso, a lei também pode fixar requisitos para o desenvolvimento do servidor na carreira. Contudo esse desenvolvimento na carreira não poderá importar em mudança de cargo, pois o provimento dos cargos públicos efetivos somente poderá se dar por concurso público.

CONCURSO PÚBLICOArt. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstasComo já mencionamos, para o ingresso no serviço público em caráter efetivo é imprescindível a aprovação em concurso público, que poderá ser somente de provas ou de provas e títulos, não podendo ser somente de títulos. PRAZO DE VIGÊNCIA DO CONCURSO PÚBLICO. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual períodoO concurso público, tem validade máxima de 2 anos, prorrogável uma única vez por igual período. Assim, o prazo máximo de vigência de um concurso público é de 4 anos, computada a prorrogação.

NECESSIDADE DE FICAÇÃO DO PRAZO E DAS CONDIÇÕES DO CONCURSO PÚBLICO NO EDITAL DE

ABERTURA.§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário

Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. Tanto o prazo de vigência do concurso público, quanto as condições de sua realização deverão constar do edital de abertura.

ABERTURA DE CONCURSO PÚBLICO NO PRAZO DE VIGÊNCIA DO CONCURSO ANTERIOR

§2º. Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. A Constituição não veda a abertura de concurso público durante o prazo de vigência do concurso anterior, restringindo-se a vedar a nomeação de candidato aprovado neste novo concurso, no prazo de vigência do anterior, em detrimento da nomeação do candidato aprovados neste. Ou seja, o que a Constituição proíbe, é que na vigência do anterior concurso, o candidato aprovado no segundo concurso seja convocado antes do candidato aprovado no primeiro. Já a lei 8.112, estabelece que não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade ainda não expirado.

POSSE E EXERCÍCIOArt. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. Enquanto a posse é o momento em que o candidato aprovado em concurso público é investido no cargo, ou seja, o momento em que adquire o status de servidor; o exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. Lembre-se o provimento que refere-se a ocupação do cargo, dá-se por ato da autoridade competente, a posse dá-se pela assinatura pelo candidato do termo de posse, e o exercício dá-se pelo efetivo desempenho das atribuições do cargo.

PROVIMENTO, POSSE E EXERCÍCIO – PRAZOS E CONSEQUÊNCIAS.

§ 1º.A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimentoContados do ato de provimento, o candidato aprovado em concurso público tem 30 dias para tomar posse, sob pena de ser tornado sem efeito o ato de provimento, e no prazo de 15 dias contados da posse, deverá entram em exercício sob pena de exoneração.

PROVIMENTO, POSSE E EXERCÍCIO – EXCEÇÃO NA CONTAGEM DOS PRAZOS

§ 2º. Em se tratando de servidor, que esteja na data da publicação do ato de provimento, em licença por motivo de doença em pessoa da família, para serviço militar ou para capacitação, ou afastado em virtude de férias, participação em programa de treinamento, júri e outros serviços obrigatórios; e licenças gestante, adotante e paternidade; para tratamento da própria saúde; por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; para capacitação e por convocação para serviço militar; o prazo será contado do término do impedimento.Caso o servidor esteja de licença ou afastado na data da publicação do ato de provimento os prazos serão contados do término do impedimento.

POSSE POR PROCURAÇÃO§ 3º.A posse poderá dar-se mediante procuração específica. A posse poderá dar-se por procuração, ou seja, o candidato aprovado no concurso público, poderá outorgar procuração com poderes especiais, para que por ele outra pessoa time posse.

POSSE E NOMEÇÃO§ 4º. Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeaçãoA lei 8.112, em seu texto diz o seguinte “Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação”, o que significa dizer, que em se tratando de promoção; readaptação; reversão;

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aproveitamento; reintegração; recondução a investidura no cargo público dar-se-á com o efetivo desempenho das atribuições do cargo, ou seja, com o exercício.

REQUISITOS PARA A POSSE

DECLARAÇÃO DE BENS E DECLARAÇÃO DE ESTAR EXERCENDO OU NÃO OUTRO CARGO PÚBLICO

§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. Para que o candidato aprovado no concurso público seja investido no cargo público, é necessário a apresentação de uma declaração de bens, bem como um declaração informando se está ou não exercendo outro cargo público. § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo de 30 dias contados do ato de provimento

INSPEÇÃO MÉDICAArt. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargoObserve que a inspeção médica tem por objetivo atestar a sanidade física e mental do candidato aprovado em concurso público. Contudo consigne-se que a realização de exame psicotécnico somente será permitida nos casos em que as atribuições do cargo justificarem a sua realização.

EXERCÍCIO DO CARGO PÚBLICOArt. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. Com a posse, o candidato aprovado em concurso público torna-se servidor, mas o exercício somente se dará com o efetivo desempenho das atribuições do cargo.

§ 1º É de 15 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.Essa disposição refere-se a cargos efetivos. Em se tratando de função de confiança, o exercício coincidirá com a data da publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver de licença ou afastado, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a 30 dias.

CONSEQUÊNCIA DO SERVIDOR NÃO ENTRAR EM EXERCÍCIO DENTRO DO PRAZO LEGAL.

§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício no prazo , Como já foi dito investidura é o ato pelo qual o candidato aprovado no concurso público adquire a condição de servidor, o que ocorrer com a posse; já exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. Se o servidor não tomar posse no prazo de 15 dias contados do ato de provimento, este será tornado sem efeito; e se tendo tomado posse não entrar em exercício, se tratar-se de cargo efetivo será exonerado, e se tratar-se de função de confiança será tornada sem efeito sua designação.

COMPETÊNCIA PARA DAR EXERCÍCIO AO SERVIDOR § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício

INÍCIO DO EXERCÍCIO § 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da

publicaçãoComo já foi dito, tratando-se de provimento de cargo em comissão ou função de confiança não há lapso temporal entre o provimento a posse e o exercício, sendo que com o ato designação o servidor deve ter imediato exercício, salvo se estiver de licença ou afastado, hipótese em que deverá entrar em exercício no 1º dia útil após o término da licença ou do afastamento, sendo que mesmo estando de licença ou afastado, o exercício deverá se dar no máximo em 30 dias contados da designação. Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento individual.

PROMOÇÃOArt. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidorA promoção é o mecanismo pelo qual o servidor escalona degraus na carreira sem mudança de cargo.

EXERCÍCIO DO SERVIDOR EM LOCALIDADE DIVERSA. Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. § 1º. Na hipótese do servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado do término do impedimento.§ 2º. É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caputO servidor que mudar de local de trabalho para outro município terá de 10 à 30 dias contados da publicação do ato que determinou a mudança para entrar em exercício na nova localidade; contudo se estiver de licença ou afastado o prazo só começa a contar do término da licença ou afastamento. Obs. O servidor pode abrir mão desses prazos e entrar em exercício imediato na nova localidade.

JORNADA DE TRABALHO DO SERVIDOR Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamenteA jornada de trabalho do servidor público é de no máximo 40 horas semanais, tendo como limite mínimo e máximo diário 6 e 8 horas respectivamente. Observe que a jornada de trabalho fixada pela lei 8.112/90 é inferior aquela determinada como máxima pela Constituição.

CARGO EM COMISSÃO E FUNÇÃO DE CONFIANÇA – REGIME DE DEDICAÇÃO INTEGRAL.

§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.Os ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança submetem-se ao regime de dedicação integral, isso significa dizer que não podem trabalhar em tempo parcial, sendo-lhe permitida a acumulação de cargos, nas hipóteses legais de acumulação.

OBSERVAÇÃO - O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos

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DURAÇÃO DO TRABALHO ESTABELECIDA NA LEI 8.112 E DURAÇÃO DO TRABALHO ESTABELECIDA EM LEIS ESPECIAIS.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à duração de trabalho estabelecida em leis especiais.

Algumas profissões tem suas respectivas jornadas de trabalho estabelecidas em leis especiais, como por exemplo no caso de médicos e dentistas; verificada a ocorrência da hipótese, a jornada de trabalho estabelecida na lei especial, prevalecerá sobre a jornada de trabalho de 40 horas semanais e 6 a 8 diárias estabelecidas pela lei 8.112.

ESTÁGIO PROBATÓRIOArt. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19) I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade

Temos que consignar que o entendimento majoritário, ou seja, o entendimento do STF e do STJ a respeito do tema é no sentido de que o período do estágio probatório que é de 2 anos, nada tem a ver com o prazo constitucionalmente fixado para a estabilidade que é de 3 anos. Contudo há uma corrente minoritária que entende que em virtude da determinação constitucional do prazo de 3 anos para a aquisição da estabilidade o estágio probatório passa a ser também de 3 anos.

§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade; e responsabilidade.

CONSEQUÊNCIAS DA INABILITAÇÃO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO.

§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupadoO servidor inabilitado em estágio probatório será exonerado. Não se trata de demissão, pois a exoneração, ao contrário daquela não tem caráter punitivo. Existe, contudo a hipótese do servidor que já era estável em algum cargo público submetido a lei 8.112, estar afastado para a realização de estágio probatório e nele ser inabilitado. Nesse caso o servidor será reconduzido ao cargo no qual é estável. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro.

FUNÇÕES QUE O SERVIDOR EM ESTÁGIO PROBATÓRIO PODE EXERCER

§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças por motivo de doença em pessoa da família; por afastamento do cônjuge ou companheiro; para o serviço militar, e para atividade política e os afastamentos , para exercício

de mandato eletivo; para estudo ou missão no exterior; e para servir em organismo internacional; bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública FederalO servidor em estágio probatório pode exercer cargo em comissão, bem como funções de direção, chefia e assessoramento, mas somente poderá ser cedido para ocupar cargos de natureza especial do DAS de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. Obs. Os servidores em estágio probatório não terão direito a todas as licenças e afastamentos daqueles que já o tenham concluído.

SUSPENSÃO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO.§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças por motivo de doença em pessoa da família, por motivo de afastamento do cônjuge, para atividade política, e no afastamento do servidor para servir em organismo internacional, e no caso de participação em curso de formação, e será retomado à partir do término do impedimento.

ESTABILIDADEArt. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 3 anos de efetivo exercício. Estabilidade é o instituto constitucional que garante a permanência do servidor no serviço público, após 3 anos de efetivo exercício, ainda que o cargo seja extinto.

PERDA DO CARGO PELO SERVIDOR ESTÁVELArt. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.Ao contrário do servidor não estável, que também pode perder o cargo em virtude de inabilitação em estágio probatório. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa; ou ainda, por determinação constitucional, mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, onde lhe seja assegurada ampla defesa.

READAPTAÇÃOArt. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidade compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua incapacidade física ou mental, verificada em inspeção médica.Readaptação . é o que ocorre por exemplo quando o servidor sofre algum tipo de incapacitação para o trabalho, em virtude de doença ou acidente, que o torne inabilitado para a o exercício das atribuições de seu cargo.

INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO PÚBLICO§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentadoSe julgado incapaz para exercer as funções do cargo que anteriormente ocupava, o servidor será readaptado; mas se julgado incapaz para o serviço público, ou seja, se a incapacidade for de grau tal que não permita a readaptação em outro cargo, o servidor será aposentado por invalidez.

CARGO ONDE SE EFETIVARÁ A READAPTAÇÃO E NÃO COLOCAÇÃO EM DISPONIBILIDADE DO READAPTANDO.

§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vagaOcorrendo a incapacidade, como já foi dito, existem duas situação que podem ocorrer: ou o servidor fica incapacitado para o serviço público, hipótese em que será aposentado por invalidez, ou fica

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incapacitado para pó cargo que exercia anteriormente, hipótese em que será readaptado em outro cargo. Frise-se, que sendo caso de readaptação, e não de aposentadoria, o readaptando não pode ficar em disponibilidade, o que significa dizer que, ainda que não haja cargo vago, o readapatando fica exercendo suas funções como excedente.

REVERSÃOArt. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou II - no interesse da administração, desde que: a) tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c) estável quando na atividade; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; e) haja cargo vagoReversão é o retorno a atividade do servidor aposentado. São duas as modalidades de reversão:1ª – Por insubsistência dos motivos que determinaram a aposentadoria por invalidez, hipótese em que independerá de interesse da administração ou de pedido do servidor; ou seja é a modalidade de reversão de ofício, que ocorrerá independentemente da existência ou não de cargo vago.2ª – No interesse da administração hipótese em que dependerá dos seguintes requisitos, cumulativamente: que o servidor tenha solicitado a reversão; que a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; que a aposentadoria tenha sido voluntária; que o servidor tenha sido estável na atividade; e que haja cargo vago.

CARGO EM QUE SE DARÁ A REVERSÃO § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação

§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria.A relevância prática deste parágrafo é a seguinte. Considere a hipótese onde o servidor tenha se aposentado voluntariamente com proventos proporcionais ao tempo de serviço, e decidiu pela reversão retornar ao serviço público. Tendo sido revertido o tempo de serviço continuará contando, e mediante determinado lapso decorrido após a reversão o servidor poderá vir a se aposentar com proventos integrais, devido ao fato do tempo de serviço continuar contando para este fim.

VENCIMENTOS DO SERVIDOR REVERTIDO§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.O servidor revertido não recebe a remuneração do cargo em substituição aos proventos da aposentadoria, e não os dois cumulativamente.

CÁLCULO DOS PROVENTOS DA NOVA APOSENTADORIA DO SERVIDOR REVERTIDO.

§ 5o O servidor de revertido no interesse da administração, somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargoCaso tenha sido revertido no interesse da administração terá que permanecer pelo menos 5 anos no cargo para ter seus proventos calculados com base nas regras atuais. § 6º O poder executivo regulamentará o disposto neste artigo.

LIMITE DE IDADE APLICÁVEL AS 2 MODALIDADES DE REVERSÃO:

§ 7º Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

REINTEGRAÇÃO Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. Se o servidor estável demitido, posteriormente tiver esta demissão invalidada por decisão administrativa terá direito ao reingresso no serviço público, e o nome que se dá a esta modalidade de provimento é reintegração.

EFETIVAÇÃO DA REINTEGRAÇÃO. § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, até o seu oportuno aproveitamento.A reintegração se dará no cargo anteriormente ocupado, ou seja, no cargo que o servidor ocupava antes de ser demitido,ou no cargo resultante de sua transformação. Se este cargo estiver ocupado, o ocupante será reconduzido ao seu cargo de origem, aproveitado em outro cargo compatível ou posto em disponibilidade, sem direito a indenização; para que o reintegrado possa ocupar seu cargo imediatamente, com ressarcimento de todas as vantagens. Ressalte-se que na hipótese do cargo ter sido extinto, o servidor reintegrado ficará em disponibilidade.

EFETIVAÇÃO DA REINTEGRAÇÃO EM CASO DE ENCONTRAR-SE PROVIDO O CARGO ONDE ELA SE DARÁ § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Observe que o fato do cargo encontrar-se provido, não obsta a imediata reintegração do servidor. O que ocorrerá é que aquele que está ocupando o cargo será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a nenhuma indenização, ou caso isso não seja possível será aproveitado em outro cargo, e caso isso não seja possível de imediato, será posto em disponibilidade aguardando seu oportuno aproveitamento. Diferente é a hipótese do cargo ter sido extinto, caso em que a reintegração ocorrerá, mas não será possível o retorno imediato ao cargo que o servidor ocupava anteriormente ou o resultante de sua transformação (pois este cargo não existe mais); sendo que neste caso sim o servidor reintegrado ficará em disponibilidade aguardando seu oportuno aproveitamento.

RECONDUÇÃO Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante. A primeira hipótese de recondução decorre de inabilitação em estágio probatório. O servidor estável, poderá afastar-se de seu cargo para realizar estágio probatório em outro cargo submetido ao mesmo regime jurídico, para o qual tenha sido aprovado em concurso público. Nesta hipótese caso seja inabilitado no estágio, será reconduzido ao cargo que anteriormente ocupava. A segunda hipótese de recondução decorre de reintegração do anterior ocupante. Pode-se dar como exemplo o caso de um servidor que teve sua demissão invalidada por decisão judicial, e tem o direito a ser reintegrado. O que ocorrerá com o servidor que está ocupando o cargo onde se dará a reintegração? Será reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente sem direito a indenização. Um bom macete para diferencia reintegração e recondução, é que a primeira se dá de fora para dentro do serviço público, ou seja, aquele que estava fora dos quadros de servidores da administração a ele regressa, ao passo que a recondução se opera dentro dos quadros do serviço público, ainda que se trate de cargos diversos. Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art.

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DISPONIBILIDADE E APROVEITAMENTOArt. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.No caso de não ser possível a recondução ao cargo anteriormente ocupado, nem seu imediato aproveitamento em outro cargo de atribuições e vencimentos equivalentes, o servidor ficará em disponibilidade até a ocorrência de vaga, quando será imediatamente aproveitado.

Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal. Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade. Na hipótese de reorganização ou extinção do órgão, o servidor que não for redistribuído ficará em disponibilidade, e neste caso também ficará sob a responsabilidade do SIPEC até o seu oportuno aproveitamento. Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. Uma vez que o SIPEC determine o reaproveitamento do servidor em disponibilidade, se este não entrar em exercício, o aproveitamento será tornado sem efeito, tendo como conseqüência a cassação da disponibilidade do servidor.

VACÂNCIA Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento. A vacância é a desocupação de um cargo público, e não se confunde com extinção que retira o cargo público da estrutura organizacional da administração pública. Observe que a promoção e a readaptação são concomitantemente formas de provimento e de vacância de cargo público, uma vez que ambas geram tanto a ocupação de um cargo, quanto a desocupação de um outro. Com relação a exoneração e a demissão, são institutos diferenciados. Ambos geram o desligamento do servidor do seu respectivo cargo, contudo, a exoneração não consiste em penalidade, ou seja, o servidor não precisa ter praticado nenhuma infração para ensejá-la, podendo dar-se a pedido do servidor, ou por inabilitação em estágio probatório. Já a demissão tem caráter punitivo, ou seja, é uma penalidade sofrida pelo servidor pela prática de alguma infração disciplinar. Por tal razão não há de se falar que o servidor “pediu demissão”, e sim que pediu exoneração de seu cargo. A promoção é o mecanismo através do qual o servidor escalona degraus na carreira, e no momento em que ocorre gera a vacância do cargo, ou seja do “degrau” imediatamente anterior. A readaptação decorre de incapacitação para o trabalho sofrida pelo servidor ulteriormente ao seu ingresso no serviço público, caso em que ocasionará a vacância do cargo que o servidor já não mais pode ocupar dada a sua incapacitação, e o conseqüente provimento deste servidor em outro cargo de atribuições e compatíveis com sua limitação e vencimentos equivalentes. Posse e outro cargo inacumulável: caso o servidor seja aprovado em concurso público para outro cargo que não esteja

previsto nas hipóteses constitucionais em que se admite a acumulação de cargos públicos, este terá que optar entre cargos.

EXONERAÇÃO DO CARGO EFETIVO Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. A exoneração, que como já foi dito não consiste em penalidade, poderá se dar em duas modalidades: I – A pedido do servidor, que é a que equivale ao pedido de demissão no setor privado; II – De ofício, ou seja independentemente de pedido do servidor, nas hipóteses de inabilitação em estágio probatório, e quando o servidor tomar posse e não entrar em exercício em 15 dias.

EXONERAÇÃO DO CARGO EM COMISSÃO Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á I - a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor. Caso o servidor não queira mais exercer o cargo em comissão ou a função de confiança pedirá exoneração. A exoneração também poderá se dar de ofício, a juízo da autoridade competente, independentemente da apresentação de qualquer motivo ou falta disciplinar do servidor. Caso o servidor ocupante de cargo em comissão cometa alguma falta que enseje a aplicação de penalidade disciplinar de suspensão ou demissão, o caso não será de exoneração do cargo em comissão em sim de destituição do cargo em comissão que é uma penalidade.

REMOÇÃO Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção: I - de ofício, no interesse da Administração; II - a pedido, a critério da Administração III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administraçãob) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotadosRemoção é o deslocamento do servidor no âmbito do mesmo quadro com ou sem mudança de sede, e pode ocorrer de duas modalidade diferentes.I – de ofício no interesse da administração, isto é independentemente de solicitação ou da vontade da administração, bastando para tal a conveniência do serviço.II – a pedido do servidor, e independentemente do interesse da administração, o que significa dizer que a administração não poderá negar o pedido de remoção do servidor nas seguintes hipóteses: para acompanhar o cônjuge servidor público que foi deslocado no interesse da administração; por motivo de saúde do servidor, de seu cônjuge ou companheiro ou de quem viva as suas expensas; e em virtude de concurso interno de remoção.

REDISTRIBUIÇÃO Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral

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de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: I - interesse da administração; II - equivalência de vencimentos III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidadeAqui cabe tecer a principal diferença entre remoção e redistribuição: enquanto a remoção é o deslocamento do servidor, redistribuição é o deslocamento do cargo. A redistribuição decorre então de reorganização dos cargos operada no âmbito do mesmo poder na estrutura organizacional-estrutural da administração pública, de cargos vagos ou ocupados para outro órgão ou entidade, observadas as seguintes condições: interesse da administração; equivalência de vencimentos; vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; e compatibilidade entre as atribuições do cargo§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento O servidor que não for redistribuído nem colocado em disponibilidade poderá ter sob responsabilidade do SIPEC serviço provisório em outro órgão ou entidade, até que seja possível seu aproveitamento.

SUBSTITUIÇÃO Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.Isso significa dizer que os ocupantes de cargos em comissão têm designados previamente aqueles que os irão substituir em suas licenças e afastamentos.

ACÚMULO DE CARGOS PELO SUBSTITUTO§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo períodoO substituto não fica afastado de seu cargo durante o período da substituição, exercendo o seu cargo concomitantemente com o cargo onde está atuando como substituto; mas não acumula as respectivas remunerações.

§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período

O substituto fará jus a retribuição por chefia percebida pelo titular se o afastamento deste for superior a 30 dias consecutivos, e somente à partir do momento que ultrapassar esses 30 dias, na proporção dos dias de efetiva substituição que os ultrapassarem. Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.

VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Vencimento = remuneração + vantagens permanentes.

REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR EFETIVO INVESTIDO EM CARGO EM COMISSÃO.

§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62. O servidor efetivo investido em cargo em comissão, fará jus a remuneração do cargo efetivo e a retribuição pelo exercício do cargo em comissão.

REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR DE CARGO EM COMISSÃO CEDIDO§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93. O servidor cedido para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança para órgãos ou entidades dos estados, distrito federal e municípios terá sua remuneração paga pela cessionária (órgão para o qual o servidor foi cedido), e se for cedido para qualquer outro órgão ou entidade, continuará a ser remunerado pela cedente (órgão que cedeu o servidor).

IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível. Observe, que o parágrafo determina que o vencimento acrescido das vantagens permanentes é irredutível, não havendo ofensa ao princípio da irredutibilidade de subsídios na retiradas das vantagens de caráter eventual.

ISONOMIA DE VENCIMENTOS ENTRE OS PODERES§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. Para cargos de atribuições equivalentes é assegurada a equivalência de vencimentos, ainda que se tratem de cargos de poderes diversos, contudo, o princípio da isonomia de vencimentos não compreende as vantagens de caráter individual (ex: readaptado), bem como as relativas à natureza ou ao local de trabalho (ex: insalubridade)

VEDAÇÃO A REMUNERAÇÃO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO

§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.

Trata-se de garantia constitucional positivada pela lei 8.112/90. Obs. Não se trata de salário mínimo, ainda para aqueles servidores que trabalham em jornada reduzida é assegurada a percepção do salário mínimo nacional. Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por

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membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.A Constituição determina que nenhum servidor público receberá a título de remuneração mensal quantia superior ao subsídio dos ministros do STF, tendo como sub teto no âmbito do poder executivo o subsídio do prefeito nos municípios e do governador para os estados e distrito federal, no âmbito do legislativo, o subsídio dos deputados estaduais e distritais e no âmbito do judiciário os subsídio dos desembargadores do TJ, limitado este a 90 inteiros e 25/100 % do subsídio dos ministros do STF; sendo que este teto aplica-se a todo serviço público. No âmbito dos cargos submetidos ao regime jurídico estabelecido pela lei 8.112, além da observância do teto constitucional deve-se observar o limite máximo de subsídios nela estabelecido que é a dos ministros de estado, membros do congresso nacional, e por reprodução o subsídio dos ministros do STF. Exclui-se do teto remuneratório, ou seja, podem fazer com que a remuneração do servidor ultrapasse os subsídios da pessoas mencionadas nesta explicação a gratificação natalina os adicionais de insalubridade e atividades penosas ou perigosas, o adicional pela prestação de serviço extraordinário (horas-extras), o adicional noturno e o adicional de férias; bem como as parcelas de caráter indenizatório. Observação: em caso de acumulação de cargos públicos ou exercício de cargo em comissão ou função de confiança o total remuneratório está submetido ao teto.

DESCONTO E COMPENSAÇÃO DAS FALTAS DO SERVIDOR

Art. 44. O servidor perderá: I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. O servidor perde a remuneração do dia em que faltar ao serviço sem justo motivo, bem como é descontado proporcionalmente a parte do dia por atrasos ou saídas antecipadas, salvo nas hipóteses legais em que o servidor pode ausentar-se do serviço sem prejuízo da remuneração (1 dia para doar sangue; 2 dias para se alistar eleitor ; ou 8 dias consecutivos em virtude de casamento ou falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, irmão, ou menor sob sua guarda ou tutela.

Compensação: As faltas, se justificadas (decorrentes de caso fortuito ou de força maior) poderão ser compensadas de modo a serem consideradas como de efetivo exercício. Os atrasos e saídas antecipadas, também poderão ser objeto de compensação. Daí conclui-se que as faltas injustificadas serão descontadas, pois não podem ser objeto de compensação; as faltas justificadas e não compensadas também serão descontadas. Somente as faltas justificadas se compensadas não serão objeto de desconto.

DESCONTO E CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO DO SERVIDOR

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento. Somente lei ou decisão judicial poderão ocasionar desconto na folha de pagamento do servidor, incidente sobre sua remuneração ou provento; o que não se confunde com consignação em folha de

pagamento, que é aquela autorizada pelo servidor, em favor de terceiros, que poderá operar-se a critério da administração, como por exemplo a consignação que faz o servidor para pagamento de parcelas referentes a aquisição de imóvel. Observação:O vencimento, a remuneração e o provento além de não poder sofrer desconto salvo por imposição legal ou mandado judicial, também não poderão ser objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. Observe que a decisão judicial pode ser tanto uma decisão strictu sensu, quanto um acordo homologado judicialmente (acordo judicial), o que não pode ensejar desconto é o acordo extra-judicial, ainda que tenha por objeto prestação de alimentos.

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. § 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.

PRAZO PARA A QUITAÇÃO DO DÉBITO DO SERVIDOR DESLIGADO DO SERVIÇO PÚBLICO

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. O servidor que tiver seu vínculo com o serviço público rompido pela administração terá 60 dias para pagar seu débito com a mesma, sob pena de inscrição do montante em dívida ativa da fazenda pública, e sujeição do devedor a respectiva execução fiscal.

ARRESTO, SEQUESTRO E PENHORA DO VENCIMENTO DO SERVIDOR POR DECISÃO JUDICIAL EM AÇÃO DE

ALIMENTOSArt. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. O vencimento, a remuneração e o provento além de não poder sofrer desconto salvo por imposição legal ou mandado judicial, também não poderão ser objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. Observe que a decisão judicial pode ser tanto uma decisão strictu sensu, quanto um acordo homologado judicialmente (acordo judicial), o que não pode ensejar desconto é o acordo extra-judicial, ainda que tenha por objeto prestação de alimentos.

VANTAGENS Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. O vencimento e a remuneração são classificadas pela lei 8.112/90 como direitos, ao passo que as indenizações, gratificações e adicionais são classificadas como vantagens.

INCORPORAÇÃO DAS VANTAGENS AO VENCIMENTO DO SERVIDOR

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§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.As indenizações jamais se incorporam ao vencimento do servidor. As gratificações incorporam-se aos vencimentos nos casos previstos em lei, ou seja, não necessariamente se incorporarão, incorporando-se somente nos casos previstos em lei (em regra quando pagas com habitualidade).

VEDAÇÃO DO CÔMPITO DAS VANTAGENS PERCEBIDAS PARA PLEITO DE CONCESSÕES POSTERIORES PELO

SERVIDOR Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.O texto do artigo em veda que o servidor, sob o argumento de um dia ter recebido determinada vantagem pleiteie que este valor perpetue-se em sua remuneração. Exemplo: Servidor que vinha percebendo adicional de insalubridade, uma vez cessado o agente insalubre perderá o direito ao respectivo adicional, sem que isto constitua ofensa ao princípio da irredutibilidade de subsídios.

INDENIZAÇÕESArt. 51. Constituem indenizações ao servidor: I - ajuda de custo; II - diárias; III - transporte. IV - auxílio-moradia.Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento. As indenizações, são modalidade de vantagem e constituem verbas de natureza jurídica de reembolso, ou seja serão pagas sempre que o servidor em decorrência do cargo que exerce tiver que realizar alguma despesa extraordinária.

PARA FACILITAR A COMPREENSÃO E MEMORIZAÇÃO DAS INDENIZAÇÕES TRABALHAREMOS COM A TABELA QUE SE SEGUE, E DEPOIS FAREMOS A LEITURA DOS DISPOSITIVOS PERTINENTES.

Ajuda de Custo Diárias Indenização de Transporte Auxílio MoradiaObjeto: compensar despesa de instalação decorrente da mudança permanente de sede, que ocorra por determinação da administração

Objeto: compensar a despesa com afastamento do servidor da sua sede em caráter eventual ou transitório, com passagem e hospedagem, em território nacional ou no exterior.

Objeto: compensar despesas do servidor com a utilização de meio próprio de locomoção, para a execução de serviços externos próprios de seu cargo.

Objeto: despesas realizadas pelo servidor com aluguel ou hospedagem.

Beneficiários: servidores efetivos e em comissão.

Beneficiários: servidores efetivos e em comissão

Beneficiários: não efetivos (ocupantes de cargo em comissão, função comissionada e ministros de estado)

Não será concedida: quando o cônjuge ou companheiro também servidor receba ajuda de custo para ter exercício na mesma sede; e ao servidor que se afastar do cargo ou reassumi-lo em virtude de mandato eletivo

Não será concedida: a servidores cujo afastamento seja uma exigência permanente do serviço; e quando o deslocamento ocorrer dentro da mesma região metropolitana, aglomeração, região, países limítrofes, salvo se houver pernoite fora da sede

Não será concedido: se houver imóvel funcional à disposição do servidor; se o cônjuge ou companheiro do servidor ocupar imóvel funcional; se o servidor, seu cônjuge ou companheiro for ou tiver sido, proprietário ou promitente comprador de imóvel ou tiver sido domiciliado na localidade nos 12 meses que antecederam sua nomeação; se alguma pessoa que resida com o servidor receber auxílio moradia; se o servidor tiver se mudado para ocupar cargo do DAS 4, 5 e 6, de ministro de estado ou equivalente; se o município onde vai assumir situar-se na mesma região metropolitana; se o deslocamento ocorreu por alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

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Valor / pagamento: Não pode exceder a 3 meses de remuneração do servidor.

Valor / pagamento: É concedida por dia de afastamento, e é devida pela metade se não houver pernoite ou quando a União custear as despesas.

Valor / pagamento: -Até 25% do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de ministro de estado; não podendo superar a 25% da remuneração de ministro de estado. Ficando garantidos a todos independentemente do valor do cargo o mínimo de R$ 1.800,00 -Será pago no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.-Não será pago por mais de 8 meses dentro de cada período de 12 meses

Restituição: quando o servidor injustificadamente não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias.

Restituição: -O servidor que receber diária e não se afastar da sede fica obrigado a restituí-la em 5 dias.-O servidor que retornar a sede em prazo menor que o previsto restituirá as diárias recebidas em excesso.

Peculiaridades: -Além do pagamento da ajuda de custo correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua família para a nova localidade; e se o servidor falecer na nova sede à sua família é assegurado, dentro de 1 ano contado do falecimento o pagamento das despesas do retorno.

Peculiaridades: No caso de falecimento, exoneração, ou colocação de imóvel funcional à disposição do servidor, o auxílio moradia será pago por mais um mês.

Da ajuda de custo§ 1o Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. § 2o À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses. Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo. Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio. Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível. Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Das Diárias Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. § 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. § 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacionalArt. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput. Da Indenização de Transporte Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. Do Auxílio-MoradiaArt. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidorArt. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos: I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;

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III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3 o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidorVII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo. IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V. Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a 8 (oito) anos dentro de cada período de 12 (doze) anos. Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) anos dentro de cada período de 12 (doze) anos, o pagamento somente será retomado se observados, além do disposto no caput deste artigo, os requisitos do caput do art. 60-B desta Lei, não se aplicando, no caso, o parágrafo único do citado art. 60-BArt. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. § 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês

VANTAGENS: GRATIFICAÇÕES E ADCIONAISArt.. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento. II - gratificação natalina; III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;

V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; VI - adicional noturno; VII - adicional de férias; VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.

As gratificações e acionais, assim como as indenizações, são

modalidades de vantagens percebidas pelo servidor submetido ao regime jurídico da lei 8.112.

RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO; CARGO EM COMISSÃO OU DE NATUREZA

ESPECIAL, PELO SERVIDOR EFETIVO Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9oO dispositivo estabelece que ao servidor ocupante de cargo efetivo, que exercer concomitantemente cargo em comissão, é devida além da remuneração do cargo efetivo a retribuição pelo exercício do cargo em comissão.. Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais.

GRATIFICAÇÃO NATALINAArt. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será

considerada como mês integral. A gratificação natalina (13º salário), corresponde a 1/12 da remuneração (vencimento + vantagens permanentes) do servidor no mês de dezembro, por mês de exercício. Observe que não se trata de 1/12 da remuneração de cada mês de exercício, e sim de 1/12 da remuneração do mês de dezembro por cada mês de exercício.

PRAZO MÁXIMO DE PAGAMENTO DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano.

PAGAMENTO E BASE DE CÁLCULO DA GRATIFICAÇÃO NATALINA DO SERVIDOR EXONERADO

Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração. O pagamento do 13º do servidor exonerado é proporciona aos meses de efetivo exercício prestados no anos da exoneração, e incidirá, não sobre o valor da remuneração do mês de dezembro, mas sobre o valor da remuneração do mês em que se deu a exoneração

Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária. A gratificação natalina não será computada para a concessão de acréscimos ulteriores.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE

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Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.

O adicional de insalubridade é devido aos servidores que trabalhem com habitualidade em locais onde estejam presentes agentes nocivos à sua saúde, e o adicional de periculosidade é devido aos servidores que trabalhem eu locais que lhes coloquem em risco de vida. Logo, a primeira parte do artigo em comento, ou seja, a parte que trata dos “locais insalubres ou em contato com substâncias tóxicas, ou radioativas”, refere-se ao adicional de insalubridade; e a parte que se refere a “risco de vida”, trata do adicional de periculosidade. A base de cálculo, tanto da adicional de insalubridade quanto da adicional de periculosidade é a remuneração do cargo efetivo do servidor.

VEDAÇÃO A PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles. Não será possível a percepção cumulativa dos adicionais de insalubridade e de periculosidade por um mesmo servidor. Assim sendo, se a trabalho exercido for concomitantemente classificado como perigos e insalubre, o servidor deverá optar por um dos adicionais.

ELIMINAÇÃO DA INSALUBRIDADE E DA PERICULOSIDADE - AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A MANUTENÇÃO DOS ADICIONAIS

§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão. Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos. Não há direito adquirido a manutenção do recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade. Logo, cessada a insalubridade ou eliminadas as condições de risco de vida para o servidor, este não mais fará jus ao respectivo adicional.

VEDAÇÃO DO EXERCÍCIO PELA GESTANTE DE ATIVIDADE INSALUBRE OU PERIGOSA

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.

ADICIONAL DE ATIVIDADE PENOSAArt. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento. O adicional de atividade penosa será devido tanto aos servidores que exerçam suas funções em zonas de fronteira tanta àqueles que as exerçam em locais cujas condições de vida justifique a percepção do adicional. Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria. Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.

ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIOArt. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho. Este artigo coroa a determinação constitucional de que a hora extra em qualquer trabalho (inclusive no serviço público), é remunerada com o percentual mínimo de 50% sobre o valor da hora normal de trabalho.Observação: serviço extraordinário é sinônimo de serviço em horas suplementares, e de hora extra

LIMITE MÁXIMO DE SERVIÇO EXTRAORDINÁRIOArt. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.O servidor somente poderá prestar 2 horas extras por jornada diária, ou seja, 2 horas extras de labor extraordinário por dia de trabalho; e ainda assim o período suplementar somente se legitima em virtude da excepcionailidade da situação, e sua prestação será temporária. O servidor então não poderá prestar com habitualidade (sempre) horas extras.

ADICIONAL NOTURNOArt. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. O valor-hora normal de trabalho do servidor público, se realizado em período noturno será acrescido de 25%. Este adicional não está computado na hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos, ou seja, constitui vantagem adicional e será calculado sobre o valor da hora reduzida.

INCIDÊNCIA DO ADICIONAL NOTURNO SOBRE AS HORAS EXETRASParágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73. Em se tratando de realização de horas extras em período noturno, o adicional noturno incidirá sobre o valor da hora suplementar de labor, o que significa dizer, que neste caso, primeiro adiciona-se o valor da hora suplementar sobre o valor hora normal do servidor, e em seguida, computando-se a referida hora como de 52 minutos e 30 segundos, calcula-se sobre esta o adicional noturno. Ex:Se o valor da hora normal de trabalho do servidor for de R$ 10,00, o valor de sua hora extra será de R$ 15,00, e o valor de sua hora noturna será de R$ 12,00. Logo o valor de sua hora extra realizada no período noturno será, o resultado da fórmula hora extra + adicional noturno incidente sobre a hora extra > (R$ 15,00) + (25% de R$ 15,00) = R$ 21,00; e será computada como sendo de 52 minutos e 30 segundos.

ADICIONAL DE FÉRIAS – BASE DE CÁLCULOArt. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias. Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo. Por ocasião das férias o servidor receberá um acréscimo pecuniário no valor de 1/3 da remuneração do mês das férias. Caso o servidor exerça cargo em comissão ou função de confiança este acréscimo pecuniário de 1/3 incidirá sobre a soma da remuneração do cargo efetivo com a retribuição pelo exercício do cargo em comissão ou função de confiança.

GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CONCURSOArt. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:I - atuar como instrutor em curso de formação, de

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desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; III - participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades. § 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros: I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida; II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal: a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. § 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.

FÉRIASArt. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.As férias poderão ser acumuladas em até 2 períodos, ou seja, o servidor poderá acumular até 2 períodos concessivos de férias. Cabe ainda fazer duas observações: 1ª: esse acúmulo poderá se dar ex ofício, ou seja independentemente da vontade do servidor, bastando para que isso ocorra apenas a necessidade do serviço. 2ª. Havendo legislação específica regulamentando o período de férias para determinada profissão esta determinação será observada em detrimento das disposições sobre as férias estabelecidas pela lei em comento.

PERÍODO AQUISITIVO E PERÍODO CONCESSIVO§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.Período aquisitivo é o lapso temporal de 12 meses de exercício necessários para que o servidor adquira o direito às férias, e período concessivo é o lapso temporal, também de 12 meses imediatamente subseqüente ao término do período aquisitivo, em que a administração deverá dar férias ao servidor. Assim sendo se um servidor ingressa no serviço público no dia 01/01/2010, somente adquirirá direito à férias no dia 01/01/2011, e é a este período de tempo que se dá o nome de período aquisitivo. À partir de

02/01/2011, inicia-se o período concessivo, que terminará no dia 02/01/2012, termo final do prazo para a administração dar férias ao servidor.

PROIBIÇÃO DE DESCONTAR DAS FÉRIAS DO SERVIDOR SUAS FALTAS AO SERVIÇO

§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. Ainda que a falta do servidor tenha se dado sem justa causa, a administração não poderá descontá-la das férias do servidor, devendo apenas efetuar o desconto do dia não trabalhado na remuneração do mês.

PARRCELAMENTO DAS FÉRIAS § 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública.3 é o número máximo de períodos em que as férias do servidor podem ser parceladas, e ainda assim, este parcelamento não poderá se dar ex ofício, dependendo para que isso ocorra de requerimento do servidor nesse sentido.

PRAZO PARA O PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS AO SERVIDOR

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo

RECEBIMENTO DAS FÉRIAS PELO SERVIDOR EXONERADO§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias.§ 4o A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório. O servidor exonerado receberá o período de férias a que tiver direito + as férias do período incompleto, tendo como base de cálculo a remuneração do mês da exoneração.

DATA DO RECEBIMENTO DAS FÉRIAS EM CASO DE PARCELAMENTO

§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período.Ainda que as férias sejam parceladas, o servidor receberá a integralidade de seu valor pecuniário de uma só vez por ocasião do gozo do 1º período.

PERÍODO DE FÉRIAS DO SERVIDOR QUE OPERA DIRETA E PERMANENTEMENTE COM RAIOS Z E SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS

Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação. Para o servidor que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias radioativas é garantido 20 dias de férias por semestre, vedada em qualquer hipótese o acumulo; contudo esses 20 dias de férias por semestre são somente para os servidor que trabalhem nessas condições de forma direta e permanente, e não para aqueles que trabalhem ocasional, eventualmente ou de modo intermitente.

INTERRUPÇÃO DAS FÉRIASArt. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77.

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As férias não poderão ser interrompidas a pedido do servidor. O restante do período interrompido não poderá ser parcelado, mas poderá ser acumulado com as próximas férias.

Para que não fique dúvidas, aqui cabe fazer a diferenciação entre acumulação, parcelamento e interrupção. A acumulação ocorre quando findo o período concessivo, a administração em seu interesse (independentemente de pedido do servidor), não defere as férias do servidor, fazendo com que o respectivo período de férias ao qual o servidor tinha direito, se acumule com o próximo período de férias (poderá acumular até 2 períodos);o parcelamento ocorre a pedido do servidor e no interesse da administração (precisa de ambos), sendo que nesse caso, não se trata de acúmulo, e somente de gozo de férias pelo servidor parceladamente em até 3 períodos; por último temos que a interrupção é a suspensão das férias já iniciadas do servidor, ou seja, o servidor entrou de férias para gozar do período integral, contudo devido a alguma situação excepcional, a administração necessitou que o servidor retomasse suas atividades imediatamente (a interrupção tal como ocorre com a

acumulação não depende de autorização ou solicitação do servidor, bastando a necessidade da administração.

PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO E MEMORIZAÇÃO DO TEMA TRABALHAREMOS COM A TABELA ABAIXO, E DEPOIS FAREMOS A LEITURA DOS DIPOSITIVOS LEGAIS PERTINENTES

_______________________________________________________________________________________________________________Doença em pessoa da família

Afastamento do cônjuge

Serviço militar

Atividade Política Capacitação Interesses particulares

Mandato classista

Objeto: Para o servidor tratar de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente

Objeto; para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo

Objeto: servidor convocado para o serviço militar

Objeto: candidatura do servidor à mandato eletivo

Objeto: No interesse da administração, após cada qüinqüênio de efetivo exercício, para participar de curso de capacitação profissional.

o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, , para participar de curso de capacitação profissional

Objeto: a critério da administração para que o servidor trate de assuntos particulares.

Objeto: desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para

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prestar serviços a seus membros,

Período e remuneração: a cada período de doze meses:- por até 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. Obs. É remunerada nos 30 primeiros dias, podendo continuar por + 60 dias s/ remuneração, após os quais cessa, e somente poderá ser concedida novamente 12 meses contados da data da 1ª licença concedida.

Período e remuneração: por prazo indeterminado e sem remuneração.

Período e remuneração: durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura – sem remuneração

_ A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses

Período e remuneração:Por até 3 meses com remuneração

Período e remuneração: até três anos consecutivos - sem remuneração

Período e remuneração: duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez – sem remuneração.

Obs.- Somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada junto com o exercício do cargo-Será precedida de exame médico oficial.-É vedado o exercício de atividade remunerada durante esta licença.

Obs.Exercício provisório – o servidor poderá ter exercício provisório no local para onde seu cônjuge foi deslocado, desde que em cargo compatível.

Obs.Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo

Obs.Se a candidatura for na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, ficará afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura, até o décimo dia seguinte ao pleito.

Obs. Os períodos de licença não são acumuláveis, ou seja, a licença poderá ser deferida a cada qüinqüênio, mas se o servidor trabalhar por exemplo 10 anos, não terá direito a 2 períodos de licença.

Obs. -O servidor precisa ser ocupante de cargo efetivo e não estar em estágio probatório.-Esta licença pode ser interrompida a qualquer tempo a pedido do servidor e no interesse da administração.

AGORA LEIA AS DISPOSIÇÕES LEGAIS A RESPEITO DO TEMALicençasArt. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: I - por motivo de doença em pessoa da família; II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; III - para o serviço militar; IV - para atividade política; V - para capacitação; VI - para tratar de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato classista. § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei. § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista no inciso I deste artigo. Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.§ 1o A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. § 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o

Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. § 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. § 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. Licença para o Serviço Militar Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo. Da Licença para Atividade Política

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Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. § 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. Licença para Capacitação Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveisLicença para Tratar de Interesses Particulares Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneraçãoParágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. Licença para o Desempenho de Mandato Classista Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites: I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor; II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores;III - para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores.§ 1o Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. § 2° A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.

AFASTAMENTOS – PARA A MELHOR COMPREENSÃO E MEMORIZAÇÃO DO TEMA UTILIZE A TABELA QUE SE SEGUE E EM SEGUIDA LEIS AS DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE O TEMA

Para servir a outro órgão ou entidade

Para exercício de mandato eletivo Para estudo ou missão no exterior

Para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País

Objeto: servidor cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade, nos casos previstos em lei ou para exercer cargo em comissão ou função de confiança.

Objeto: para o servidor investido em mandato eletivo.

Objeto: afastamento do servidor para estudo ou missão no exterior, mediante autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Objeto: afastamento do servidor no interesse da administração para participar de programa de pós graduação quando a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo efetivo, nem com compensação de horário.

Período: enquanto durar a cessãoRemuneração:-No caso do servidor cedido para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança para os Estados, DF e Municípios será remunerado pela cessionária, e nos demais casos continuará a ser remunerado pela cedente.-Se o servidor cedido para empresa pública ou sociedade de economia mista optar pela remuneração do cargo efetivo,

Período: enquanto durar o mandatoRemuneração: a regra é que é sem remuneração; tratando-se de cargo de prefeito poderá optar pela remuneração do cargo efetivo (sem receber então a retribuição pelo exercício do mandato eletivo); e tratando-se do servidor investido no mandato de vereador e em havendo compatibilidade de horários poderá cumular o exercício do mandato eletivo com o cargo efetivo, hipótese em que receberá ambos os valores; não havendo compatibilidade de horários o vereador poderá optar pela remuneração de seu cargo efetivo, caso em que tal

Período: até 4 anos e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência. Remuneração: em regra, o afastamento para estudo ou missão no exterior é remunerado, mas o afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da

Período: pelo tempo que durar o curso.

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ou remuneração do cargo efetivo acrescida da retribuição do cargo em comissão, a cessionária efetuará o reembolso das despesas do órgão de origem

como ocorre com o prefeito não receberá a retribuição pelo exercício do mandato eletivo.

remuneração

Obs. - A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União

Obs. - I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de vereador: a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração- Havendo afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse. - O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato

Obs.- Salvo em se tratando de servidores de carreiras diplomáticas, ao servidor que ficou afastado para estudo ou missão no exterior não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.

Obs.-Para ter direito ao afastamento para mestrado, o servidor tem que estar a 3 anos em exercício no órgão, computado o estágio probatório; e para ter direito ao afastamento para doutorado precisa ter 4 anos de exercício, também computado o probatório. Em ambos os casos não pode ter gozado de licença para tratar de interesses particulares, para capacitação ou para pós graduação, nos 2 anos anteriores a data da solicitação deste afastamento.-Para afastar-se para pós doutorado o período de exercício mínimo no órgão é de 4 anos, computado o estágio probatório, e o servidor não pode ter gozado de licença para tratar de interesses pessoais ou para pós graduação nos 4 anos anteriores a solicitação.- Os servidores beneficiados dos afastamentos terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. Caso venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes, deverá ressarcir o órgão ou entidade.- As disposições relativas ao afastamento para pós graduação no país aplicam-se aos afastamento para pós graduação no exterior.

AGORA LEI AS DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE OS AFASTAMENTOSAfastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança II - em casos previstos em leis específicas.§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada.§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, independentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de vereador:

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a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. § 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse. § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência. § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática. § 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamentoArt. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no PaísArt. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. § 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim. § 2o Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. § 3o Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. § 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4 o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. § 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5 o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. § 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1 o a 6o

deste artigo.

CONCESSÕESArt. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço: I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. Essas são as hipóteses elencadas pela lei 8.112, nas quase o servidor poderá ausentar-se do serviço sem prejuízo da remuneração, e nas quais também não terá que compensar; e por isso não há de se falar que são faltas justificadas, uma vez que estas derivam de caso fortuito ou força maior e serão objetos de compensação ou desconto.

HORÁRIO ESPECIAL DE TRABALHO Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário.§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário na forma do inciso II do art. 44.

§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. As hipóteses previstas na lei 8.112/90, como ensejadoras de direito do servidor a obtenção de horários especial são: servidor estudante, servidor portador de deficiência, ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência, e para os servidores que atuarem como instrutores em curso de formação ou participarem de banca examinadora. No caso do servidor estudante o horário especial de trabalho será concedido somente se comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, e será mediante compensação respeitada a jornada semanal de trabalho de 40 horas. No caso do servidor deficiente o horários especial de trabalho independe (prescinde) de compensação, ou seja, a jornada de trabalho semanal não precisa ser respeitada. No caso do servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente deficiente, a concessão de horário especial depende de compensação, ou seja, a jornada semanal precisa ser respeitada. E por último, tratando-se de servidor atuando como instrutor em curso de formação ou participando de banca examinadora, também haverá compensação, mas esta poderá ser efetivada no prazo de até 1 ano.

GARANTIA DE MATRÍCULA PARA O SERVIDOR QUE MUDAR DE SEDE NO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO BEM COMO PARA AQUELES

QUE COM ELE RESIDAM Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

TEMPO DE SERVIÇOArt. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.O tempo em que o servidor estiver servindo as forças armadas é computado como sendo de efetivo exercício.

CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇOArt. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

SITUAÇÕES EM QUE O TEMPO É CONTADO COMO SENDO DE EFETIVO EXERCÍCIO, PARA TODOS OS

EFEITOSArt. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:I - férias; II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal; III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República; IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento; V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento VIII - licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade; b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; f) por convocação para o serviço militar; IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica; XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

SITUAÇÕES EM QUE O TEMPO É CONTADO COMO SENDO DE

EFETIVO EXERCÍCIO, MAS APENAS PARA EFEITO DE APOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade: I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal; II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato

eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal; V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social; VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102

SITUAÇÃO ONDE O TEMPO DE SERVIÇO É CONTADO APENAS PARA A CONCESSÃO DE NOVA APOSENTADORIA

§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova aposentadoria. A contagem de tempo deste parágrafo tem aplicação prática no instituto da reversão, já estudado.

CONTAGEM EM DOBRO DO TEMPO DE SERVIÇO § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra. Cuidado! A regra é que o tempo de serviço prestado as forças armadas conta normalmente como de efetivo exercício, ou seja, como se o servidor estivesse desempenhando as funções inerentes a seu cargo no serviço público. Este inciso trata da exceção, ou seja, não é todo tempo de serviço prestado as forças armadas que será contado em dobro, mas somente aquele prestado em tempos de guerra. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO EM CASO DE ACUMULAÇÃO DE

CARGOS PÚBLICOS§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública. Em caso de acumulação de cargos públicos, os respectivos tempos de serviço não são contados cumulativamente.

DIREITO DE PETIÇÃO Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. O direito de petição é o direito que tem o servidor de requerer a administração em seu favor (ex: quando lhe for aplicada alguma penalidade que entenda indevida ou quando lhe for negada algum direito ou vantagem).

ENCAMINHAMENTO E DESTINAÇÃO DO REQUERIMENTOArt. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. O exercício do direito de petição é feito através de requerimento dirigido a autoridade com competência para apreciar a questão; contudo é encaminhado por intermédio daquela a que esteja imediatamente subordinado o servidor. Assim, não é correto afirma que o requerimento será encaminhado diretamente a autoridade competente, pois, será encaminhado pela autoridade imediatamente superior ao servidor.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃOArt. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. Quando houver indeferimento de seu pedido o servidor poderá pedira a reconsideração desta decisão. O pedido de reconsideração é encaminhado à própria autoridade que indeferiu a decisão (autoridade prolatora). Obs. O pedido de reconsideração não poderá ser renovado, logo, se a autoridade ao apreciar o pedido de

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reconsideração mantiver sua decisão,, não caberá novo pedido de reconsideração; contudo se o pedido for objeto de recurso, nada obsta que nesta instância (recursal) haja novo pedido de reconsideração, pois neste caso o pedido será apreciado por autoridade administrativa diversa da primeira, não sendo portanto caso de renovação de pedido.

RECURSOArt. 107. Caberá recurso: I - do indeferimento do pedido de reconsideração; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Tendo entrado ou não com pedido de reconsideração, o servidor poderá recorrer da decisão contrária a seus interesses. O nome que a doutrina dá a este recurso é recurso hierárquico, e será dirigido a autoridade imediatamente superior a que tiver expedido o ato ou proferido a decisão.

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO E DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

EFEITOS DO RECEBIMENTO DO RECURSO– DEVOLUTIVO / SUSPENSIVO

Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competenteO recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo. Efeito suspensivo significa que a decisão ficará sem efeito até que se decida a questão em sede de recurso. A autoridade com competência para decidir do recurso (instância ad quem), poderá dar a ele efeito suspensivo, sendo assim uma faculdade e não uma obrigação. Assim, poderá receber o recurso no efeito meramente devolutivo, apreciando a matéria, sem suspender a eficácia da decisão proferida pela instância administrativa a quo (1ª instância a apreciar o pedido do servidor).

EFEITOS DO PROVIMENTO DO RECURSO – EX TUNC (RETROATIVOS)

Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Em caso de provimento do recurso ou do pedido de reconsideração, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado (efeito ex tunc). Por exemplo: sendo aplicada uma penalidade ao servidor por descumprimento de um dever funcional, e esta sendo revista em sede de recurso, fica sem efeito como se jamais tivesse sido aplicada ao servidor.

PRESCRIÇÃO EM DIREITO DE PETIÇÃO (PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE REQUERER)

Art. 110. O direito de requerer prescreve: I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

O direito de requerer prescreve em 5 anos, quanto aos atos de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e de créditos resultantes das relações de trabalho; e em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. Observe que o prazo é prescricional e não decadencial. O prazo será contado da data da publicação do ato ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃOArt. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescriçãoInterrompem a prescrição o pedido de reconsideração e o recurso quando cabíveis., recomeçando o prazo a contar do início. Observe que não é caso de suspensão, pois nesta o prazo continua a correr pelo que lhe resta.

CARÁTER DE ORDEM PÚBLICA DA PRESCRIÇÃO – PRAZOS IRRELEVÁVEIS

Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração. A prescrição é irrelevável. Isso significa dizer que a administração não pode ignorar a prescrição que correu contra o servidor e receber seu recurso mesmo assim.

DIREITO À VISTAArt. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA AUTO-TUTELA ADMINISTRATIVA CONDICIONADA AO LAPSO

TEMPORAL DE 5 ANOSArt. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.

A disposição do art. 114 da lei 8.112 confronta-se com o disposto no art. 54 da 9.784/99 “O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários é decai em 5 anos contados da data em que foram praticados, salvo se comprovada má-fé”, prevalecendo este último por tratar-se de legislação mais recente.Ressalte-se que em se tratando ao aspecto do princípio da auto-tutela administrativa, no que tange ao seu aspecto revogação (conveniência e oportunidade da administração), terá, independentemente do decurso do prazo, que respeitar os direitos adquiridos dos destinatários.

IMPRORROGABILIDADE DOS PRAZOS INERENTES AO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior. São fatais e improrrogáveis (peremptórios) os prazo relativos ao direito de petição e sua respectiva prescrição, salvo motivo de força maior. Assim sendo não são dilatórios, pois estes derivam de normas dispositivas.

REGIME DISCIPLINAR

DEVERES DO SERVIDOR Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

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b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

PROIBIÇÕES

Art. 117. Ao servidor é proibido: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

CASOS DE INAPLICABILIDADE DA VEDAÇÃO DE PARTICIPAR DE GERÊNCIA OU ADMINISTRAÇÃO DE SOCIEDADE

Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou

indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.

VEDAÇÃO A ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGOS PÚBLICOS

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios. § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários É vedada a acumulação remunerada de cargos público, salvo nas hipóteses taxativas em que a Constituição autoriza a acumulação, que são: dois cargos de professor; de um cargo de professor com outro técnico ou científico; e de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; sendo que ainda nessas hipóteses a acumulação fica sujeita a compatibilidade de horários..

ACUMULAÇÃO PROIBIDA = VENCIMENTOS + PROVENTOS / PROVENTOS + PROVENTOS

§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade. Somente será possível a acumulação de vencimentos de cargo efetivo com proventos da inatividade, ou de dois proventos de inatividade, se com relação aos respectivos cargos estiver constitucionalmente autorizada a acumulação quando na atividade. Por exemplo: será possível a acumulação de vencimentos da atividade de um cargo de professor com proventos de outro cargo de professor, pois tais cargos são acumuláveis.

VEDAÇÃO A ACUMULAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO E EXCEÇÃO DA INTERINIDADE / VEDAÇÃO A PERCEPÇÃO DE REMUNERAÇÃO POR PARTICIPAÇÃO EM ÓRGÃO DE

DELIBERAÇÃO COLETIVAArt. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva. É vedado ao servidor o exercício concomitante de mais de um cargo em comissão, salvo no caso do servidor ocupante de cargo em comissão ser nomeado para ter exercício interinamente em outro cargo de confiança (o que ocorrerá sem prejuízo do exercício das atribuições do cargo que ocupa), hipótese em que deverá optar pela remuneração de um dos cargos durante o período da interinidade.O artigo também estabelece que é vedada a percepção pelo servidor de remuneração pela participação em órgão de deliberação coletiva. Contudo a determinação contida nesta parte do dispositivo legal em comento é excepcionada pelo parágrafo único, cujo texto encontra-se transcrito abaixo:

EXCEÇÃO A VEDAÇÃO DO RECEBIMENTO DE REMUNERAÇÃO PELO SERVIDOR POR PARTICIPAÇÃO

EM ÓRGÃO DE DELIBERAÇÃO COLETIVA Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.

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Conclui-se então, que o servidor não pode receber remuneração pela participação em órgão de deliberação coletiva, exceto se esta participação se der em conselhos de administração e fiscal de empresas públicas, sociedade de economia mista, suas subsidiárias e controladas, e em quaisquer empresas de que a União tenha participação no capital social, hipóteses me que será admitida a remuneração do servidor por sua participação.

AFASTAMENTO DO SERVIDOR DE SEUS CARGOS EFETIVOS LICITAMENTE ACUMULADOS, EM VIRTUDE DA INCOMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS COM O CARGO EM

COMISSÃO ASSUMIDOArt. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.A regra é que o servidor exerce as funções de seu cargo efetivo concomitantemente com as atribuições do cargo em comissão para o qual tenha sido nomeado. Inobstante, se o servidor tiver dois cargos efetivos e for nomeado: 1ª – havendo compatibilidade de horários entre os cargos efetivos e o em comissão, declarada pela autoridade máxima do órgão, o servidor desempenhará 2 cargos concomitantemente, um dos seus cargos efetivos + o cargo em comissão; 2ª – não havendo esta compatibilidade, o servidor exercerá somente o seu cargo em comissão.

Macete!

1 efetivo + 1 efetivo = somente nas hipóteses autorizadas pela CF.1 efetivo + 1 comissão = sim1 efetivo + 2 comissão = só interinamente2 efetivos + 1 em comissão = não

*Sempre condicionado a compatibilidade de horários

RESPONSABILIDADES

ESFERAS DE RESPONSABILIDADE DO SERVIDORArt. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.Um mesmo ato praticado por um servidor pode constituir ao mesmo tempo uma infração administrativa, sujeita a penalidade disciplinar, um ilícito civil que gera a obrigação de reparar o dano causado à administração ou a terceiros, e uma infração penal, sujeita as penas da legislação penal vigente. Para a apuração da infração administrativa praticada pelo servidor, este responderá a processo administrativo disciplinar, pelo ilícito civil será processado e julgado por um juízo cível, e sua responsabilidade penal será apurada junto as instâncias criminais.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO SERVIDORArt. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. Caput - A responsabilidade civil do servidor decorre de ato comissivo (ação), ou omissivo (omissão), doloso (intencional), ou culposo (decorrente de negligência, imprudência ou imperícia) que resulte em prejuízo ao erário (administração) ou a terceiros (administrados ou usuários). Ou seja, para que haja responsabilidade civil, faz-se

necessário a ocorrência de dano (prejuízo causado pelo servidor), que pode ser de ordem material ou moral.§ 1º - Teoria do Risco Administrativo: se o servidor tiver agido ou se omitido com dolo (intenção) no prazo de 30 dias ou parceladamente, se não tiver bens que possibilitem uma execução judicial.§ 2º - A responsabilidade da administração é objetiva, ou seja, esta terá que indenizar o dano causado a terceiros por seus prepostos (servidores), independentemente de perquirição de culpa. Tento indenizado o terceiro, a administração poderá ressarcir-se junto ao servidor causador do dano mediante ação de regresso, que será julgada procedente sempre que o servidor em sua conduta lesiva tiver operado com culpa.§ 3º - Caso o servidor causador do dano venha a falecer, a dívida civil poderá ser cobrada de seus sucessores até o limite do valor da herança que daquele tenham recebido.

RESPONSABILIDADE PENAL DO SERVIDORArt. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidadePara que haja responsabilização penal do servidor, (ao contrário do que ocorre com as responsabilidades civis e administrativas), não se faz necessário que o ilícito seja praticado no exercício da função, ou seja, o ato penalmente punível pode ser praticado pelo servidor, tanto no exercício de suas funções quanto em razão das mesmas (nessa qualidade). .

RESPONSABILIDADE CIVIL E ADMINISTRATIVA DO SERVIDOR Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.Ao contrário do que ocorre na configuração da responsabilidade penal do servidor, onde basta que este tenha praticado o ato em razão de suas funções, para a configuração tanto da responsabilidade civil, quanto da responsabilidade administrativa do servidor, é necessário que este pratique o ato no exercício de suas atribuições.

INDEPENDÊNCIA E CUMULATIVIDADE DAS SANÇÕES CIVIS, PENAIS E ADMINISTRATIVAS

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

EFEITOS PENAIS NA ESFERA ADMINISTRATIVA

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Caso o servidor pratique uma infração administrativa que seja concomitantemente um crime, ainda que tenha ao final do processo administrativo disciplinar em virtude daquela demitido; em caso de ulterior sentença penal que fundada em ausência de materialidade ou negativa de autoria o absolva, se estável terá direito a reintegração. Mas, cuidado! Somente com esses fundamentos a sentença penal absolutória produzirá efeitos na esfera administrativa, não tendo portanto, por exemplo, a absolvição criminal, o condão de gerar a reintegração do servidor se fundada em insuficiência ou ausência de provas.

PENALIDADES DISCIPLINARES Art. 127. São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada.

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela

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provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO (MOTIVAÇÃO) DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS

Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

ADVERTÊNCIAArt. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.A advertência não é verbal; é por escrito. Será aplicada nos seguintes casos: ausência do serviço sem autorização; retirada sem anuência de documento ou objeto da repartição; recusa de fé a documento público; manifestação de apreço ou desapreço; resistência injustificada a andamento de documento, processo ou execução de serviço; cometimento de atribuição de sua responsabilidade ou de seu subordinado à pessoa estranha à repartição; coação ou aliciamento de subordinados para filiação em associação profissional, sindical, ou partido político; e recusa a atualização de dados cadastrais; bem como inobservância de dever funcional que não justifique a imposição de penalidade mais grave.

SUSPENSÃOArt. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. A aplicação da suspensão é residual, ou seja, será aplicada sempre que não for o caso de aplicação de advertência nem de demissão; e ainda, nos casos de reincidência em infração disciplinar punível com advertência.

SUSPENSÃO DE ATÉ 15 DIAS§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.Cabe aqui memorizar algumas regras sobre os prazos aplicáveis a suspensão:-Até 15 dias = recusa a inspeção médica-Até 30 dias = pode ser aplicada sem processo administrativo disciplinar.-Superior a 30 dias = somente poderá ser aplicada mediante processo administrativo disciplinar-Prazo máximo de suspensão = 90 dias.

CONVERSÃO DA SUSPENSÃO EM MULTA § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.No interesse da administração, ou seja, havendo conveniência para o serviço, independentemente da vontade de permanecer ou não em serviço, a suspensão pode ser convertida em multa, que corresponderá a 50% do dia de remuneração do servidor, hipótese em que este ficará se manterá em exercício durante o respectivo período.

CANCELAMENTO DOS REGISTROSArt. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Ter sofrido penalidade disciplinar retira do servidor algumas possibilidades no âmbito do serviço público, como por exemplo, a obtenção de promoção por merecimento. O artigo em constitui favor legal de bom comportamento, que garante ao servidor o cancelamento dos registros referentes a penalidade de advertência por ele sofrida após o decurso de 3 anos sem cometer nenhuma infração disciplinar, e, nas mesmas condições, o cancelamento da penalidade de suspensão que lhe fora aplicada, após o decurso de 5 anos.

EFEITOS DO CANCELAMENTO – EX NUNCParágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.Os efeitos do cancelamento da penalidade não retroagem a data de sua aplicação (são ex nunc), ou seja, as vantagens de que o servidor ficou privado em virtude da penalidade que lhe foi aplicada não lhe serão devolvidas, pois o cancelamento só projeta efeitos para o futuro. Inobstante, à partir do cancelamento da penalidade, o servidor passará a fazer jus a tais vantagens, não mais ficando privado de sua obtenção. Por exemplo, à partir do cancelamento, o servidor passa a poder ser promovido por merecimento, mas não receberá a promoção que deixou de obter em virtude de ter sido penalizado. Obs. Não há de se falar em cancelamento de penalidades como demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade, ou destituição do cargo em comissão. Estas somente poderão, e se for o caso, ser anuladas, ou terem seus efeitos alterados em virtude de sentença judicial (ex: efeitos penais na esfera administrativa).

DEMISSÃO Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. (valer-se do cargo para lograr proveito em detrimento da dignidade da função pública; participar de gerência ou administração de sociedade, exceto na qualidade de acionista, cotista, ou comanditário; atuar como procurador ou intermediário junto a repartições públicas, exceto tratando-se de benefício previdenciário ou assistencial de parentes até 2º grau, cônjuge ou companheiro; receber propina, comissão, presente ou vantagem em razão de suas atribuições; aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; proceder com desídia; e utilizar pessoal, recursos, ou materiais da administração em serviços pessoais)

PRAZO PARA A OPÇÃO EM CASO DE ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS, SOB PENA DE INSTAURAÇÃO DE PAD SUMÁRIO

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a

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comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; III – julgamento.§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídicoA autoridade que tiver tido ciência da acumulação ilegal de cargos públicos, notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata a apresentar opção por um dos cargos, no prazo improrrogável de 10 dias, contados da data da ciência. Caso o servidor não se manifeste adotará o procedimento sumário para a regularização imediata da situação com 3 fases:instauração, instrução sumária e julgamento, ou seja sem a fase do inquérito administrativo. (mais célere do que o PAD normal que se desenvolve em instauração, inquérito administrativo, e julgamento).Obs. Assim sendo, é incorreto afirmar que não fazendo a opção no prazo de 10 dias o servidor será imediatamente exonerado de um dos cargos, pois antes disso, ainda vai haver este procedimento sumário.

CITAÇÃO POR EDITAL E REVELIA NO PROCEDIMENTO SUMÁRIO DE ACUMULAÇÃO ILEGAL

§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164.A citação do indiciado deverá ser pessoal, mas se ele não for encontrado, far-se-á citação por edital, considerando-se revel aquele que citado validamente não apresentar defesa no prazo legal, caso em que ser-lhe-á nomeado um servidor efetivo ocupante de cargo efetivo do mesmo nível ou de nível superior ao do indiciado, ou com nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado, para funcionar como seu defensor dativo.

Obs. Súmula Vinculante nº 5. “A falta d defesa técnica por advogado em processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO PELA COMISSÃO E JULGAMENTO PELA AUTORIDADE COMPETENTE

§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. § 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. A comissão elabora um relatório concluindo pela responsabilidade ou não do servidor, neste caso se o servidor de fato está ou não acumulando ilicitamente 2 cargos públicos, e em seguida remete este relatório para a autoridade competente para proferir a decisão (que em se tratando de acumulação ilegal é a autoridade instauradora do procedimento sumário). A autoridade competente deve acatar o que foi concluído no relatório, salvo de a conclusão estiver em desconformidade com as provas dos autos. ÚLTIMO MOMENTO PARA O SERVIDO FAZER A OPÇÃO POR UM DOS CARGOS PARA NÃO PERDER AMBOS OS

CARGOS = DEFESA

§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. Se até o último dia de prazo para a defesa, o servidor fizer a opção por um dos cargos, isso configura a sua boa-fé e encerra o procedimento gerando a exoneração de um dos cargos.

PERDA DE AMBOS OS CARGOS§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicadosSe até o último dia para a apresentação da defesa o servidor não fizer a opção por um dos cargos, não ocorre configuração de boa-fé, e o procedimento segue até que se ficar caracterizada a acumulação ilegal, o servidor sofrerá com relação a ambos os cargos acumulados ilegalmente, as penas de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, com relação a ambos os cargos.

PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO SUBMETIDO AO PROCEDIMENTO SUMÁRIO (PROCESSO

ADMINISTRATIVO PARA VERIFICAR O ACÚMULO ILEGAL DE CARGOS PÚBLICOS)

§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. O prazo para a conclusão do PAD submetido ao rito sumário é de 30 dias, prorrogável por mais 15 dias, contados do ato que constituir a comissão. Contudo a conclusão fora do prazo não gera a invalidade do processo.

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DAS REGRAS DO PAD ORDINÁRIO AO PAD SUMÁRIO

§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.As regras do PAD contidas nos artigos 143 e seguintes da lei 8.112/90, são aplicáveis ao PAD submetido ao rito sumário do artigo em comento, naquilo que com ele não colidirem. Assim sendo, as disposições do PAD ordinário ao PAD sumário ocorrerá nas lacunas da lei.

CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DE DISPONIBILIDADE POR INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

PRATICADA PELO SERVIDOR QUANDO EM ATIVIDADEArt. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. Caso o servidor quando em atividade pratique alguma infração disciplinar da qual a administração não tenha tomado ciência; (e o servidor vier a se aposentar ou ficar em disponibilidade) ao tomar ciência poderá, se a falta for punível com demissão, e se ainda não estiver prescrita, cassar a aposentadoria ou a disponibilidade do servidor.

SUSPENSÃO QUE GERA DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO OCUPADO POR SERVIDOR NÃO EFETIVO

Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão Por óbvio, a regra é que as infrações puníveis com suspensão são punidas com suspensão, e as puníveis com demissão são punidas com demissão, e isso se aplica também aos cargos em comissão;

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assim sendo se um servidor efetivo ocupante de um cargo em comissão cometer uma falta punível com suspensão será em decorrência da mesma, suspenso. A exceção reside na hipótese legal em comento, posto que, em se tratando de servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão, ou seja, servidor não ocupante de cargo efetivo que praticar falta punível com suspensão, será aplicada a pena de destituição de cargo em comissão que é o nome que se dá a “demissão do cargo em comissão”. Com relação a regra contida no parágrafo único, quer dizer que o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão (não ocupante de cargo efetivo), que tiver sido exonerado a pedido ou a juízo da autoridade competente (lembrando que exoneração não é penalidade), e após esta exoneração venha a ser descoberto que à época em que exercia o cargo em comissão, praticou alguma atividade punível com suspensão ou demissão, a exoneração será convertida em destituição de cargo em comissão.

.IMPLICAÇÕES DA DEMISSÃO E DA DESTITUIÇÃO DO CARGO EM COMISSÃO OCASIONADAS POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA,

APLICAÇÃO IRREGULAR DE DINHEIROS PÚBLICOS, LESÃO AOS COFRES PÚBLICOS, DILAPIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO NACIONAL E

CORRUPÇÃO Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Nem sempre a infração administrativa praticada pelo servidor tem efeitos patrimoniais, ou seja, nem sempre o ato causa prejuízo a administração, e assim sendo, nem sempre a demissão ou destituição do cargo em comissão geram a indisponibilidade dos bens do servidor. Nos casos de infrações administrativas potencialmente lesivas ao erário, a pena de demissão ou destituição de cargo em comissão implicarão em indisponibilidade de bens do servidor para o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da apuração de suas responsabilidade penal, junto ao poder judiciário pelo ato praticado (sem prejuízo da ação penal cabível).

INCOMPATIBILIZAÇÃO PARA O SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL POR 5 ANOS - IMPLICAÇÕES DA DEMISSÃO E DA DESTITUIÇÃO DO CARGO EM COMISSÃO OCASIONADAS PELO SERVIDOR TER SE VALIDO DO CARGO PARA LOGRAR PROVEITO PESSOAL OU DE OUTREM ,

EM DETRIMENTO DA DIGNIDADE DA FUNÇÃO PÚBLICA; OU TER ATUADO COMO PROCURADOR OU

INTERMEDIÁRIO JUNTO À REPARTIÇÕES PÚBLICAS, SALVO NAS SITUAÇÕES ONDE LHE É PERMITIDO ATUAR

COMO TALArt. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. Se o servidor tiver sido demitido ou destituído de seu cargo em comissão em virtude de ter se valido do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da função pública, ou ainda por ter atuado como procurador ou intermediário junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 2º grau, e de cônjuge ou companheiro; ficará impedido de retornar ao serviço público federal, (ainda que aprovado em ulterior concurso) por 5 anos,

VEDAÇÃO DE RETORNO AO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL - IMPLICAÇÃO PARA O SERVIDOR QUE TIVER SIDO

DEMITIDO OU DESTITUÍDO DE SEU CARGO EM COMISSÃO EM VIRTUDE DE CRIME CONTRA A

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, APLICAÇÃO IRREGULAR DE

DINEHIROS PÚBLICOS, LESÃO AOS COFRES PÚBLICOS,

DILAPIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO NACIONAL E CORRUPÇÃO

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

ABANDONO DE CARGO E INASSIDUIDADE HABITUALArt. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. O abandono de cargo configura-se pela ausência do servidor ao serviço por 30 dias consecutivos e o abandono de cargo, na ausência por 60 dias interpolados, em um lapso temporal de 12 meses. Para a configuração do abandono de cargo faz-se necessária a comprovação da intenção do servidor de abandonar o cargo; e para a inassiduidade habitual, basta que tais faltas sejam injustificadas.

APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO PARA A APURAÇÃO DO ABANDONO DE CARGO E DA

INASSIDUIDADE HABITUALArt. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que: I - a indicação da materialidade dar-se-á: a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses; II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamentoO artigo em comento determina que a apuração do abandono de cargo e da inassiduidade habitual será feita através do procedimento sumário (PAD do art. 133) e não pelo ordinário (PAD do 143 e seguintes). Assim, será aplicado o PAD sumário com as seguintes peculiaridades: I – Em caso de abandono de cargo, a materialidade (configuração da infração), dar-se-á pela indicação do período de ausência intencional do servidor superior a 30 dias.II – Em caso de inassiduidade habitual, a indicação da materialidade, pela indicação dos dias de ausência injustificada do servidor, interpoladas no período de 12 meses.III – Após a apresentação da defesa do servidor (que sempre faz-se necessária em razão da observância dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório) a comissão elaborará um relatório conclusivo a respeito de sua responsabilidade, ou seja, concluindo se o servidor de fato incidiu em abandono de cargo ou inassiduidade habitual; sendo que em se tratando de abandono de cargo é necessário que a comissão opine sobre se o servidor de fato teve ou não a intenção de abandonar o cargo; e depois remeterá este relatório para a autoridade instauradora do PAD para seu julgamento. A autoridade somente poderá decidir de forma contrária ao que ficou concluído no relatório, se esta conclusão confrontar-se com as provas dos autos..

COMPETÊNCIA PARA A APLICAÇÃO DAS PENALIDADES DISCIPLINARES

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas

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do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. Esta prescrição nada tem a ver com a prescrição do direito de petição, pois a prescrição da ação disciplinar é o prazo que a administração tem para punir o servidor pela prática de infração disciplinar, ou seja, ao contrário da prescrição do direito de petição, que corre contra o servidor, esta corre contra a administração. Os prazos prescricionais da ação disciplinar são: 5 anos quanto as infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; 2 anos quanto a suspensão; e 180 dias quanto a advertência, contados da data em que o fato se tornou conhecido. Obs. Não confundir prescrição da ação disciplinar com o cancelamento da penalidade. Na prescrição da ação disciplinar, pouco importa se o servidor cometeu ou não nova infração disciplinar para a ocorrência da prescrição.

PRESCRIÇÃO DOS ILÍCITOS ADMINISTRATIVOS QUE SÃO CONCOMITANTEMENTE INFRAÇÕES PENAIS

§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime. Caso a infração disciplinar praticada pelo servidor seja concomitantemente uma infração penal, será aplicado, em detrimento dos prazos prescricionais estabelecidos pela lei 8.112, os prazos estabelecidos pela lei penal. Ou seja, o ato praticado pelo servidor, deixará de ser punido pelo decurso do prazo estabelecido pela lei penal, e não pelo lapso temporal previsto na lei 8.112.

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupçãoA abertura da sindicância e o início do processo administrativo disciplinar interrompem a prescrição até a decisão final. Cabe lembrar que não se trata de suspensão de prescrição, e sim de interrupção, logo aberta a sindicância ou instaurado o PAD, o prazo prescricional recomeçará a contar do início.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)

. INSTAURAÇÃO DA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVAArt. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. A autoridade do serviço público que tomar ciência de infração administrativa praticada por servidor no exercício de suas funções deve representar contra esta ilegalidade sob pena de incidir em descumprimento funcional determinado pelo parágrafo único do

art. 116 da lei 8.112/90. “São deveres do servidor: ... XII. Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder”. Essa representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representado ampla defesa”. Ou seja, o servidor que tomar conhecimento de infração praticada por outro servidor contra ele representará, encaminhado essa representação a autoridade imediatamente superior ao servidor que cometeu a infração e a esta autoridade competirá apurar esta representação, mediante instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar.O servidor que tomar conhecimento de prática de infração disciplinar e não fizer a representação incorrerá em descumprimento de dever funcional, e ficará sujeito as penalidades disciplinares cabíveis, sem prejuízo de eventual responsabilidade criminal por prevaricação.Sindicância é o procedimento utilizado pela administração para a apuração de irregularidades e é momento preparatório (e não obrigatório para o PAD), pois constitui peça meramente informativa. Sendo na sindicância verificado que não foi praticada infração disciplinar ou ilícito penal, está será arquivada por falta de objeto. Da sindicância poderá resultar: seu arquivamento quando for verificado que não houve infração disciplinar nem penal; aplicação de advertência ou suspensão de até 30 dias, ou PAD. Quando o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 dias, de demissão, de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo administrativo disciplinar. A sindicância será concluída em 30 dias, prazo este que pode ser prorrogado uma única vez por igual período

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA § 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o julgamento que se seguir à apuração.

NECESSIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DA AUTORIA DE FORMULAÇÃO POR ESCRITO DA REPRESENTAÇÃO

Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.

ARQUIVAMENTO DA SINDICÂNCIA OU DO PAD – AUSÊNCIA DE SUBSUNÇÃO DA CONDUTA – “INÉPCIA DA REPRESENTAÇÃO’’

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Quando o fato narrado na representação não constituir infração disciplinar nem infração penal, a sindicância será arquivada. Obs. Não confundir este fenômeno com absolvição, que ocorre quando o fato narrado constitui ilícito administrativo, mas no curso do processo disciplinar ficar provado que o servidor não o praticou.

RESULTADOS POSSÍVEIS DA SINDICÂNCIA Art. 145. Da sindicância poderá resultar: I - arquivamento do processo; II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias; III - instauração de processo disciplinar. Como já foi dito, se o fato narrado na representação não constituir ilícito administrativo nem penal, a sindicância será arquivada “inépcia da representação”; caso constitua infração penal, os autos

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serão remetidos ao MP, para a instauração do processo criminal, e se constituir infração administrativa o processo instaurado terá continuidade. Dessa continuidade pode concluir a sindicância que o servidor não praticou o ilícito administrativo narrado, caso em que será declarada sua inocência e o processo arquivado, só que neste caso “com resolução do mérito”. Caso na sindicância fique configurado que o servidor de fato praticou a infração administrativa, a hipótese se desdobra em 2 possibilidades: I – Em se tratando de infração sujeita penalidade de advertência ou de suspensão até 30 dias, a penalidade poderá ser aplicada no âmbito da própria sindicância, ou seja, se a necessidade de instauração de PAD.II – Ficando configurado que o servidor praticou infração disciplinar punível com suspensão de mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão, ou ainda destituição de função comissionada, será necessária a instauração de PAD para a apuração e aplicação dessas penalidades.Conclui-se então que pode haver sindicância sem PAD, bem como PAD sem sindicância, pois como já foi dito, quando o PAD não necessariamente precisa ser precedido de sindicância, pois se trata, de peça meramente informativa.

PRAZO PARA CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior. O prazo para a conclusão dos trabalhos da sindicância é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, a critério da autoridade superior; mas a não conclusão no prazo não gera a nulidade do procedimento.

NECESSIDADE DE INSTAURAÇÃO DE PAD PARA PENALIDADES DE SUAPENSÃO POR MAIS DE 30 DIAS OU MAIS GRAVESArt. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinarFicando configurado que o servidor praticou infração disciplinar punível com suspensão de mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão, ou ainda destituição de função comissionada, será necessária a instauração de PAD para a apuração e aplicação dessas penalidades. . AFASTAMENTO PREVENTIVO DO SERVIDOR DURANTE O PAD –

NATUREZA: CAUTELAR (PREVENTIVA) Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Com o objetivo de evitar que o servidor indiciado influa na apuração da infração administrativa por ele praticada, a autoridade instauradora do PAD poderá determinar o afastamento deste de suas funções pelo prazo máximo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60, findos os quais o servidor voltará a exercer suas funções normalmente independentemente do PAD já ter sido concluído.Obs. Durante o período em que o servidor estiver afastado, perceberá sua remuneração.

CONCEITO E PROCEDIMENTO DO PADArt. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.

Observe que o PAD é o instrumento adequado a apurar a responsabilidade do servidor, não só por infração praticada no exercício de suas funções, mas também, em relação aquelas praticadas em razão de suas atribuições

COMISSÃO DE 3 SERVIDORES PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO CONCLUSIVO PELA RESPONSABILIDADE OU

NÃO DO SERVIDORArt. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. O requisito para integrar o PAD é que os servidores sejam estáveis. Somente o presidente da comissão (que é um dos 3 membros que à compõem) é que precisa ser de cargo efetivo do mesmo nível ou de nível superior , ou (alternativamente), ter nível de escolaridade igual ou superior ao do servidor indiciado.

SECRETÁRIO DA COMISSÃO§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros. Cabe ao presidente designar um servidor para ser secretário da comissão, podendo esta indicação recair ou não sobre um dos membros integrantes. Observe que para o secretário a lei não impõe como requisito a estabilidade.

VEDAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DA COMISSÃO POR PARENTES ATÉ O 3º GRAU, BEM COMO POR CÔNJUGE

OU COMPANHEIRO DO SERVIDOR INDICIADO § 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

INDEPENDÊNCIA E IMPARCIALIDADE DA COMISSÃO E SIGILO DO PROCEDIMENTO

Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração. Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. O sigilo do procedimento não poderá obstar o exercício da ampla defesa e do contraditório por parte do indiciado.

FASES DO PADArt. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; III - julgamento. Considera-se instaurado o PAD no momento da publicação do ato que constituir a comissão de servidores que será responsável pela instrução probatória e pela elaboração do relatório conclusivo sobre a responsabilidade ou não do servidor, que será remetido a autoridade competente para julgamento (ocasião em que cessa o trabalho da comissão, posto que esta apenas elabora o relatório, ficando a decisão nas mãos da autoridade julgadora, que se entender que a conclusão do relatório vai contra as provas dos autos, poderá não acatá-la).

PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO PADArt. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual

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prazo, quando as circunstâncias o exigirem. O prazo para a conclusão do PAD é de 60 dias prorrogáveis por + 60; mas sua conclusão fora do prazo não anula o procedimento.

AFASTAMENTO DOS SERVIDORES QUE COMPÕES A COMISSÃO DE SUAS ATRIBUIÇÕES EM CASO DE

NECESSIDADE DE DEDICAÇÃO INTEGRAL AOS TRABALHOS DO PAD

§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final. A regra é que os membros da comissão, exercem as atribuições inerentes ao PAD sem prejuízo (concomitantemente), das funções inerentes a seus cargos efetivos. Inobstante, havendo necessidade de dedicação integral ao PAD, poderão ficar afastadas de seus cargos, sem prejuízo da respectiva remuneração.

ATAS DAS COMISSÕES § 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.

FASE 2 DO PAD – INQUÉRITO ADMINISTRATIVOArt. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

NATUREZA DA SINDICÂNCIA: PEÇA INFORMATIVA DA INSTRUÇÃO DO PAD

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da instrução. Como já foi mencionado, em regra o PAD é precedido de sindicância, caso em que os autos desta integrarão o PAD como peça informativa. Contudo, para a validade do PAD não é necessário que dele constem os autos da sindicância.

NECESSIDADE DE REMESSA AO MP EM CASO DE ILÍCITO PENAL, E INDEPENDÊNCIA ENTRE AS ESFERAS ADMINISTRATIVA E PENAL

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar. São distintas as esferas em que se apuram as diversas modalidades de responsabilidade em que pode incorrer um servidor. Um só ato praticado pelo servidor poderá ao mesmo tempo constituir infração de ordem administrativa, e ilícito de natureza penal, e assim sendo essas duas modalidade de responsabilidade serão apuradas separadamente: a responsabilidade administrativa será verificada no bojo do PAD, e a responsabilidade penal no âmbito da justiça criminal na esfera do judiciário.

PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. § 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. § 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito. Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante

mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição. Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. § 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente. § 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158. § 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles. § 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADOArt. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra. Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

ACUSAÇÃO E DEFESA DO SERVIDORArt. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

CITAÇÃO DO INDICIADO § 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. § 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias. § 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis. § 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas. Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

CITAÇÃO DO INDICIADO POR EDITALArt. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital. Observe que só se faz citação ficta (por edital), se o servidor encontrar-se em local incerto e não sabido; sendo que em caso de ser conhecido seu paradeiro, e ele citado não apresentar defesa procede-se diretamente à sua revelia.

REVELIA DO INDICIADO – DESIGNAÇÃO DE SERVIDOR COMO DEFENSOR DATIVO

Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. § 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.

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§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciadoTendo cito citado pessoalmente ou opor edital, será declarada a revelia do servidor que não apresentar defesa. São efeitos materiais da revelia a administração considerar como verdadeiros os fatos imputados ao servidor; e são efeitos processuais da revelia a desobrigação da administração notificar o servidor dos atos processuais do PAD que ocorrerem posteriormente a sua decretação. Para defender o servidor revel é obrigatória a nomeação de um servidor, como defensor dativo que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.Obs. Súmula Vinculante nº. 5 do STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO PELA COMISSÃO Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção. § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor. § 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

REMESSA DO RELATÓRIO A AUTORIDADE COMPETENTE PARA O JULGAMENTO

Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento. A autoridade que determinou a instauração do PAD, é que tem competência para julgá-lo. De posse do relatório que lhe foi encaminhado pela comissão, e verificando que a conclusão nele contida está de acordo com a prova dos autos, nele embasará sua decisão, ou seja, decidirá conforme a conclusão do relatório. Contudo, se verificar que a conclusão do relatório confronta-se com a prova dos autos, poderá decidir diferente daquilo que ficou concluído neste documento.Obs. Não se deve confundir competência para o julgamento do PAD, com competência para a aplicação da penalidade respectiva ao servidor. A competência para julgar o PAD é da autoridade instauradora, ao passo que a competência para aplicar a penalidade ao servidor será:I – Em caso de advertência ou suspensão até 30 dias pelo chefe da repartição (ou da autoridade determinada pelo regulamento), que em regra é a autoridade instauradora.II – Em caso de suspensão superior a 30 dias pela autoridade imediatamente inferior ao Presidente da República, Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República (dependendo a que poder da União pertença o servidor).III – Em caso de demissão, e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República (dependendo a que poder da União pertença o servidor).IV – Em caso de destituição de cargo em comissão pela autoridade que houver feito a nomeação.

FASE 3 DO PAD – JULGAMENTO Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. § 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.

§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave. O prazo total para a conclusão do PAD é de 60 dia prorrogáveis por + 60, nos quais estão compreendidos o prazo para a autoridade competente proferir sua decisão, prazo este que é de 20 dias contados do recebimento do processo (recebimento do relatório encaminhado pela comissão).Como foi comentado, no artigo anterior, a autoridade com competência para decidir o PAD (autoridade instauradora), nem sempre é competente para impor a penalidade ao servidor, e em não sendo deverá encaminhar os autos a autoridade competente para a imposição da penalidade.

COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE DEMISSÃO E CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE

DO SERVIDOR§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141. III – Em caso de demissão, e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a penalidade será aplicada pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República (dependendo a que poder da União pertença o servidor).

ARQUIVAMENTO DO PAD – INOCÊNCIA DO SERVIDOR “COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO”

§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos. Se o relatório da comissão concluir pela inocência do servidor, a autoridade instauradora (autoridade com competência para proferir a decisão no PAD), determinará seu arquivamento, salvo se esta conclusão estiver em confronto com a prova dos autos, hipótese em que poderá decidir pela imposição de penalidade ao servidor.

VINCULAÇÃO ENTRE O RELATÓRIO ELABORADO PELA COMISSÃO E A DECISÃO A SER PROFERIDA PELA AUTORIDADE COMPETENTE

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos. Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidadeA autoridade com competência para o julgamento somente poderá proferir decisão em desconformidade com a conclusão do relatório, se esta for contrária a prova dos autos, hipótese em que poderá motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

OCORRÊNCIA DE VÍCIO INSANÁVEL Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo.Cabe observar que somente tratando-se de vício insanável, ou seja somente não sendo possível a convalidação do procedimento, é que a autoridade instauradora (autoridade com competência para decidir o PAD) ou outra autoridade de hierarquia superior a esta, declarará a nulidade do PAD (total ou parcial), determinando no mesmo ato a instauração de nova comissão e novo processo. Tratando-se, portanto de vício sanável o procedimento poderá ser convalidado, e por conseguinte, aproveitado.

VALIDADE DO JULGAMENTO FORA DO PRAZO LEGAL§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.

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RESPONSABILIDADE DA AUTORIDADE JULGADORA, QUE COM SUA MORA DER CAUSA A PRESCRIÇÃO DO ILÍCITO

ADMINISTRATIVO OBJETO DO PAD§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título IVA autoridade julgadora que der causa a prescrição do ilícito administrativo, poderá ser responsabilizada civil, penal e administrativamente

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIÇÃO - EFEITOSArt. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor. A administração não poderá aplicar punição disciplinar a servidor pela prática de uma infração administrativa atingida pela prescrição; mas a falta por ele praticada ficará registrada em seus assentamentos.

OBRIGATORIEDADE DE REMESSA AO MP EM CASO DE PRÁTICA DE INFRAÇÃO PENAL

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição. Por tratarem-se de esferas diferentes de responsabilidade, a responsabilidade penal do servidor não pode ser apurada no âmbito administrativo; e assim, verificada a prática de infração administrativa que seja concomitantemente um ilícito de ordem penal, cabe a administração remeter os autos do processo disciplinar ao MP, para que este instaure o processo penal.

VEDAÇÃO A EXONERAÇÃO A PEDIDO E APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA DO SERVIDOR QUE ESTÁ

SENDO SUBMETIDO AO PADArt. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

CONSEQUÊNCIA DA EXONERAÇÃO POR INABILITAÇÃO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO DO SERVIDOR SUBMETIDO AO PAD SE CONDENADO

AO FINAL = CONVESÃO EM DEMISSÃOParágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se for o caso. Caso o servidor venha a ser exonerado em virtude de inabilitação em estágio probatório, e ulteriormente venha a ser verificado que quando em atividade praticou alguma infração disciplinar punível com demissão, ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o ato de sua exoneração será convertido em demissão.

VANTAGENS PARA OS SERVIDORES QUE COLABORAREM COM O PAD

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado; II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos

REVISÃO DO PADArt. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a

inadequação da penalidade aplicada. O PAD poderá ser revisto sempre que se aduzirem provas novas capazes de por si só comprovarem a inocência do servidor ou ao injustiça da penalidade aplicada. Obs. Provas novas não são aquelas que o servidor possuía na época do PAD e que deixo de utilizar por desídia, e sim aquelas que o servidor não podia utilizar na época do PAD, ou que derivaram de fato superveniente.

LEGITIMADOS PARA REQUERER A REVISÃO DO PAD EM CASO DE FALECIMENTO OU DESAPARECIMENTO DO SERVIDOR A ELE

SUBMETIDO § 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.

LEGITIMADO PARA REQUERER A REVISÃO DO PAD EM CASO DE INCAPACIDADE MENTAL DO SERVIDOR –

§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.

ÔNUS DA PROVA NA REVISÃO DO PADArt. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerenteCabe aquele que requereu a revisão do PAD fazer prova de sua inocência ou da injustiça da penalidade aplicada.

ALEGAÇÃO DE INJUSTIÇA - FUNDAMENTO INIDÔNEO PARA REVISÃO DO PAD

Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA REVISÃO DO PADArt. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar. Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149. O pedido de revisão é dirigido ao ministro de estado ou autoridade equivalente ao qual cabe decidir sobre a admissibilidade ou não do procedimento, ou seja, se é caso ou não de revisão; mas será julgado pela autoridade que aplicou a penalidade ao servidor.

SEGUIMENTO EM APENSO AOS AUTOS DO PROCESSO ORIGINÁRIO E PETIÇÃO INICIAL DA REVISÃO DO PAD

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário. Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar

PRAZO PARA A CONCLUSÃO DOS TRABALHOS DA COMISSÃO NA REVISÃO DO PAD

Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO PAD NA REVISÃO DO PAD Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar

COMPETÊNCIA PARA JULGAR A REVISÃO DO PAD Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do art. 141. O pedido de revisão é dirigido ao ministro de estado ou autoridade equivalente ao qual cabe decidir sobre a admissibilidade ou não do

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procedimento, ou seja, se é caso ou não de revisão; mas será julgado pela autoridade que aplicou a penalidade ao servidor

PRAZO PARA O JULGAMENTO DA REVISÃO DO PADParágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências. EFEITOS RETROATIVOS (EX TUNC) DA PROCEDÊNCIA DA REVISÃO DO PADArt. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração. Caso na revisão do PAD fique comprovada a inocência do servidor, a penalidade que lhe foi aplicada ficará sem efeito, e esta decisão terá efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, todos os direitos que o servidor perdeu em virtude da penalidade que lhe foi aplicada serão

restabelecidos, como se esta jamais tivesse ocorrido. Assim, por exemplo, se o servidor tiver sofrido a penalidade de demissão, será reintegrado ao serviço público. A exceção é com relação a destituição de cargo em comissão, que por tratar-se de cargo de livre nomeação e exoneração não comporta reintegração, logo, este para este servidor, a inocência declarada no processo de revisão não lhe trará o direito de retorno ao serviço público, contudo, fará com que a destituição do cargo em comissão que lhe fora aplicada como penalidade, seja convertida em exoneração, lhe trazendo como vantagem, por exemplo a cessação da incompatibilização para o serviço público federal. PROIBIÇÃO DA REFORMÁTIO IN PEJUS NA REVISÃO DO PAD Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

PRINCIPAIS SÚMULASSTF STJSV 4“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.”

S 97 “Compete a Justiça do Trabalho processar e julgar a reclamação de servidor público relativamente a vantagens anteriores a instituição do regime jurídico único.”

SV 5”A falta de defesa por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.”

S 136”O portador de visão monocular tem direito de concorrer em concurso público às vagas reservadas aos deficientes.”

S 680 “O direito ao auxílio alimentação não se estende aos servidores inativos”.

S 378 “Reconhecido o desvio de função o servidor faz jus as diferenças salariais.”

S 685 “É inconstitucional toda a modalidade de provimento que propicie ao servidor, investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.”S 686 “Só por lei pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.”S 726 “Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora de sala de aula”

LICITAÇÕES – CONTEÚDO TEÓRICO

CONCEITOProcedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, tendo como objetivo a celebração de contrato, a obtenção do melhor trabalho técnico, ou a aquisição/ alienação de bens.

DISCIPLINA CONSTITUCIONAL (ART 22, XXVII DA CF)“Compete a União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no artigo 37, XXI (obrigatoriedade de licitação), para empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do artigo 173, § 1º, II (observados os princípios da administração pública).”

COMPETÊNCIA LEGISLATIVAEm matéria de licitação, compete a União legislar sobre normas gerais, cabendo aos estados, distrito federal e municípios legislar sobre normas específicas; sendo impostas aos últimos algumas vedações, tais como ampliar os casos de dispensa e inexigibilidade, e

os limites de valor para cada modalidade de licitação, bem como a redução dos prazos de publicidade dos recursos.

DESTINATÁRIOSA obrigação de licitar é aplicável a administração direta, concentrada e desconcentrada e a administração indireta (sendo que no caso das empresas públicas e das sociedades de economia mista, o princípio da obrigatoriedade incide somente sobre as atividades meio, pois as atividades fim em questão relacionam com o exercício de atividade econômica, sendo inaplicável o dispositivo – ex: venda de medicamentos, comercialização de petróleo, etc.). A necessidade de realizar licitação aplica-se também aos fundos especiais, que são reservas financeiras criadas por lei, despidos de personalidade jurídica, cuja gestão fica a cargo de órgãos públicos; e, por último as entidades controladas direta ou indiretamente pelos entes da federação, que são as paraestatatais, que gerindo dinheiro público são obrigadas a prestar contas ao Tribunal de Contas, incluídas em tal categoria os serviços sociais autônomos, como por exemplo, os destinados à formação profissional e à assistência social.

FUNDAMENTOS

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Moralidade e impessoalidade.

VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIOConsiste na proibição da alteração das regras contidas do instrumento convocatório, que na maioria dos casos é o edital. “O edital é a lei da licitação”. Se a regra fixada não é respeitada, o procedimento se torna inválido e suscetível de anulação ou correção na via administrativa ou judicial. Corolário da vinculação ao instrumento convocatório é o PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO que estabelece que os critérios e fatores seletivos previstos no edital devem ser adotados inafastávelmente para o julgamento, evitando-se assim, qualquer surpresa para os participantes da competição. Ex: se no edital foi previsto o critério de menor preço, não pode ser escolhida a proposta pelo critério de melhor técnica.

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃOA DISPENSA caracteriza-se pela circunstância onde a licitação poderia ser realizada, mas que, pela particularidade do caso, decidiu o legislador não torná-la obrigatória, sendo tais hipóteses taxativas. Diversamente ocorre na inexigibilidade, pois nesta é inviável a realização do certame. A licitação pode ser dispensada: em razão do valor (faixa de dispensa); em casos de guerra, perturbação da ordem, calamidade pública, emergência e segurança nacional; em se tratando de gêneros perecíveis e obras de arte; por desinteresse na contratação, ou quando os que tenham se apresentado como interessados forem inidôneos (licitação frustrada ou deserta); para a celebração de contrato de prestação de serviços com organizações sociais, mediante contrato de gestão, com relação ao ente ao qual se vinculou. Obs: As OSCIP, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, por não terem tido seus termos de parceria com o ente federado incluídos nas hipóteses taxativas de dispensa, sujeitam-se a obrigação de licitar. Outras hipóteses legais de dispensa são: Disparidade de propostas (quando os candidatos formulam propostas incompatíveis com o mercado, sejam elas muito inferiores ou muito superiores); Intervenção no domínio econômico (no caso de intervenção da União no domínio econômico com vistas à regularização de preços ou normalização de abastecimento, atuando como agente regulador da atividade econômica, para eventual repressão de abuso de poder econômico, hipóteses em que poderão os órgãos federais contratar diretamente em virtude da incompatibilidade da licitação com as peculiaridades das quais se reveste a situação); Complementação do objeto (necessidade de complementação da obra, serviço, ou fornecimento anterior – ex: contrato de obra pública celebrado regularmente através de licitação, cujo objeto não tenha sido concluído); Situações obrigacionais firmadas entre pessoas ligadas à própria administração (contratação firmada entre pessoas jurídicas de direto público interna); e Contratação entre empresas públicas e sociedades de economia e suas subsidiárias); Locação e compra de imóveis, pela Administração Pública, destinadas a suas finalidades precípuas (o imóvel adquirido ou alugado tem que ser realmente indispensável); Negócios Internacionais (necessária aprovação pelo Congresso Nacional); Pesquisa científica e tecnológica (a destinação tem que ser exclusivamente para este fim); Energia Elétrica; Transferência de Tecnologia; Consórcios Públicos e Convênios de Cooperação (celebração de contrato de programa entre consórcio público e entidade da administração direta ou indireta visando à prestação de serviços público de forma associada na foi prevista no instrumento de consórcio público ou em convênio de cooperação); Navios, embarcações, aeronaves e tropas (para abastecimento,

quando houver estada eventual de curto período); Peças no período de garantia técnica (a condição de exclusividade deve ser indispensável à contratação da garantia); Materiais de uso militar no caso de necessidade de manutenção da padronização; Na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda; Na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força; e o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. A INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO verifica-se pela inviabilidade de competição, e por isso suas causas legalmente elencadas pertencem a um rol meramente exemplificativo, podendo haver verificação de inexigibilidade em outras causas que não tenham sido objeto de expressa previsão legal. Hipóteses de inexigibilidade de licitação (além de outras): Fornecedor exclusivo (vedada a preferência de marca); Atividades artísticas (em virtude da consagração artística); Serviços técnicos especializados (de notória especialização por profissional ou empresa de prestígio e reconhecimento, para a prestação de serviços de natureza singular, que são aqueles que somente podem ser prestados com grau de confiabilidade por determinado profissional ou empresa).

MODALIDADES DE LICITAÇÃOConcorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão. CONCORRÊNCIA: Tem como objetivo a contratação de serviços, obras e fornecimento, assim como a tomada de preços e o convite. ESCOLHA DA MODALIDADE - É a modalidade adequada para contratações de grande vulto (em razão do valor), bem como as situações em que a lei expressamente determina a sua realização, em virtude da natureza do contrato a ser celebrado, como nos casos onde a Administração pretende adquirir ou alienar bens imóveis; quando o certame tenha cunho internacional; quando pretende celebrar concessão de direito real de uso e na concessão de concessões florestais. CARACTERÍSTICAS – formalismo acentuado e publicidade ampla. TOMADA DE PREÇOS: modalidade de licitação utilizada a contratações de vulto médio, entre interessados previamente cadastrados nos registros dos órgãos públicos e pessoas administrativas, ou que atendam todas as exigências para o cadastramento até o 3º dia anterior à data do recebimento das propostas. Em relação à participação dos candidatos ainda não cadastrados, não pode a Administração exigir-lhes qualquer documento além dos normalmente exigidos para o cadastramento. CARACTERÍSTICAS: preenchidos os requisitos para inscrição o candidato recebe um certificado que lhe confere a condição de cadastrado. Outra característica é a habilitação prévia, ou seja, enquanto na concorrência a habilitação constitui uma fase autônoma em cada certame, na tomada de preços a aferição da capacidade do candidato em participar do certame se faz antecipadamente, antes da inscrição nos registros cadastrais. Obs: a adoção da tomada de preços é facultativa, uma vez que, ainda que o vulto autorize a sua realização, poderá ser realizada a concorrência. CONVITE: modalidade que comporta menor formalismo, porque se destina a contratações de menor vulto. Esta modalidade de licitação

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dispensa o edital, que é substituído pela carta-convite (remetidas a no mínimo 3 interessados), admitindo a participação de interessados não convidados, mas cadastrados. É mitigada a exigência documental para a habilitação. Caso a administração não consiga 3 interessados, nesta modalidade, licitar apenas com 2; e se nem 2 tiverem, poderá celebrar o contrato diretamente com o único interessado, justificando tal circunstância. CONCURSO: esta modalidade de licitação tem por finalidade a escolha de trabalho técnico, artístico ou científico; para conceder um prêmio ou remuneração ao autor de um projeto, que só poderão ser pagos se o autor ceder os direitos patrimoniais a ele relativos para a Administração. LEILÃO: nesta modalidade a Administração pode ter 3 objetivos: vender bens móveis inservíveis, vender produtos legalmente apreendidos ou penhorados, alienar bens imóveis adquiridos em procedimento judicial, ou através de dação em pagamento. Tem direito a compra o candidato que oferecer maior lance, devendo este ser igual ou superior a avaliação. Tem 2 requisitos: ampla divulgação e avaliação prévia (princípio da preservação patrimonial). O leilão pode ser realizado por leiloeiro oficial ou servidor, e o pagamento dos bens arrematados será em regra feito à vista, admitindo-se o pagamento de um percentual que não será inferior a 5%. Com o pagamento os bens são entregues imediatamente ao arrematante, ficando obrigado a pagar o saldo (se for o caso) no prazo previsto no edital, sob pena de perder o valor já pago em favor da administração.

PROCEDIMENTORegra = instauração do processo administrativo > edital > habilitação > classificação > homologação > adjudicação. INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO: A licitação é um procedimento administrativo, e por isso se inicia com a instauração do respectivo processo administrativo, no qual deve constar a autorização para a realização do certame, a descrição do objeto, a menção aos recursos próprios, bem como nele deve estar acostado o edital. A regra é que a direção e o julgamento de todo o processo administrativo da licitação, em regra é feita por uma comissão de licitação, integrada por no mínimo 3 membros, sendo pelo menos 2 deles servidores efetivos, todos os quais respondem solidariamente pelos atos da comissão, e cuja investidura não exceda há 1 anos, vedada a recondução da totalidade dos membros. No caso do convite a comissão pode ser substituída por 1 servidor, e no caso de concurso o julgamento fica a cargo de pessoas com reputação ilibada que não precisam ser servidores. Observação: No caso de licitações simultâneas ou sucessivas em que o valor estimado seja de grande vulto é obrigatório que o processo se inicie com uma audiência pública com antecedência mínima de 15 dias da data prevista para a publicação do edital. EDITAL: ato pelo qual a Administração divulga as regras a serem aplicadas em determinada licitação. É a “lei daquela licitação”. É ato vinculado que não pode ser desrespeitado. “A Administração não pode descumprir as normas e as condições do edital ao qual se acha estritamente vinculada. Caso haja modificação superveniente ao edital, a Administração tem 2 obrigações: divulgar a modificação pela mesma forma em que se deu o texto anterior (por edital), e reabrir o prazo estabelecido no início, salvo quando a alteração não afetar a formulação da proposta. O edital é o instrumento convocatório da licitação, com exceção do convite onde o instrumento convocatório será a carta-convite. Devem estar no edital: o preço, as condições de reajuste, os critérios de julgamento, sendo a ele obrigatoriamente anexada a minuta do contrato, o orçamento estimado e o projeto básico se for o caso. Se o edital tiver alguma irregularidade qualquer cidadão poderá impugná-lo,

protocolando o pedido até 5 dias antes da abertura dos envelopes de habilitação. O licitante também pode impugnar os termos do edital, só que até 0 2º dia útil antes da abertura do envelopes da habilitação na concorrência, e da abertura dos envelopes das propostas na tomada de preços, convite e concurso. HABILITAÇÃO: é a fase do procedimento onde a administração verifica a aptidão do candidato para participar do certame. A inabilitação acarreta a exclusão do licitante da fase do julgamento das propostas. A administração não pode fazer exigências indevidas para a habilitação do licitante, assim sendo somente se permitira as exigências de qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do cumprimento das obrigações. A ausência de documento não-essencial para o juízo de habilitação da empresa não deve ser motivo para afastá-la do certame. São 5 aspectos que medem a habilitação do candidato: habilitação jurídica (regularidade formal do candidato no que diz respeito a sua personalidade jurídica – ex: necessidade de exibição de contrato social); qualificação técnica (aptidão profissional e operacional do licitante (inscrição no órgão de classe, e comprovação de que o licitante já prestou idêntico serviço a terceiro, bem como a comprovação de que a estrutura da empresa é compatível com o vulto e a complexidade do objeto contratado); qualificação econômico-financeira (capacidade para satisfazer os encargos econômicos decorrentes do contrato, devendo apresenta: balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício, certidão negativa de falências e concordatas, capital mínimo, etc.); regularidade fiscal (a Administração é solidariamente responsável com o contratado por eventuais débitos deste, assim sendo como requisito para a participação do certamente deverá exigir a regularidade fiscal do licitante, bem como verificar se este está em dias com a seguridade social e com o FGTS. Haverá hipóteses de dispensa ou redução da quantidade de documentos a ser apresentado, assim, se tratar-se de convite, concurso, leilão, ou de fornecimento de bens para pronta entrega, os documentos para habilitação podem ser (faculdade) dispensados total ou parcialmente. Assim também ocorrerá na substituição onde o participante já possua certificado de registro cadastral, onde havendo previsão editalícia poderá tal certificado substituir os documentos exigidos para a habilitação. O Estatuto admite ainda que na licitação participem consórcios de empresas, contanto que estas apresentem instrumento público ou privado em que tenha sido firmado o compromisso do consórcio e que uma das empresas participantes tenha sido indicada como responsável (obs: nenhuma empresa poderá participar de mais de um consórcio e todas as consorciadas tem responsabilidade solidária, o que significa dizer que a Administração poderá exigir de (qualquer uma delas o cumprimento da obrigação pactuada). Observação geral: a abertura dos envelopes de habilitação e de proposta deverá ocorrer em ato público, sendo vedada a inclusão de qualquer documento ou informação que já deveria ter constado ao momento do oferecimento da proposta. JULGAMENTO DA HABILITAÇÃO: antes de examinar as propostas oferecidas, cabe à Comissão analisar os documentos necessários à habilitação dos candidatos. Os candidatos devem fornecer 2 envelopes, um contendo os documentos da habilitação e o outro com as propostas. Examinam-se primeiro os envelopes da habilitação, onde o licitante será considerado habilitado ou inabilitado. Para que a sessão prossiga com vistas a julgas as propostas é necessário que os inabilitados desistam expressamente de interpor recurso, ou depois de transcorrido in albis o respectivo prazo. Após esta etapa, formam-se 2 grupos: os inabilitados (que estão excluídos do certame), e os habilitados (que prosseguirão na competição). A habilitação tem 2 efeitos importantes: não mais caberá desistência da proposta, salvo

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excepcional motivo superveniente; e não mais poderá haver desclassificação calcada em motivo relativo à habilitação, a não ser que os fatos tenham ocorrido superveniente ou só tenham sido conhecidos após o julgamento. CLASSIFICAÇÃO: Segue-se então a abertura dos envelopes com as propostas, onde a Administração vai avaliar a razoabilidade dos preços e a compatibilidade das propostas com as exigências do edital, fase na qual os licitantes serão considerados classificados ou desclassificados (obs: não é só a proposta com o preço muito alto que implicará na desclassificação do candidato; a proposta com preço muito baixo que leve a comissão a concluir pela impossibilidade de realização do objeto do mesmo modo acarretará na exclusão do licitante, bem como, o mesmo ocorrerá com aquela que não observas as regras e condições do edital). Temos então que classificação é o ato administrativo vinculado mediante o qual a comissão de licitação acolhe as propostas apresentadas nos termos e condições do edital ou da carta-convite. Só então, dentre as propostas dos classificados será escolhida pela comissão a mais vantajosa, que será a vencedora do certame, gerando para o proponente a expectativa de direito de contratar o objeto com a Administração, ou seja, será titular de preferência na celebração do novo contrato. Contudo a não é obrigatória (para a Administração) a celebração do contrato com o vencedor, sendo que a vedação consiste apenas na impossibilidade de preterição, razão pela qual não poderá a Administração realizar nova licitação enquanto eficaz o resultado final, bem como não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas, ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade. Observação: “tipos de licitação”: refere-se ao determinante da escolha da melhor proposta que poderá ser feita por menor preço; melhor técnica; ou técnica e preço. Ao proclamar o resultado a comissão expede um ato administrativo declaratório, cujo conteúdo reside na afirmação de que procedimento chegou ao final com um vencedor. HOMOLOGAÇÃO: a autoridade competente superior, que usualmente tem função de ordenador de despesas e poder de decisão para as hipóteses de contratação, tão logo receba o processo de licitação, encaminhado pela comissão, pode decidir de acordo com uma das seguintes alternativas: I) determinar o retorno dos autos para a correção de irregularidades se estas forem supríveis; II) Invalidar o procedimento, no todo ou em parte, se estiver inquinado de vício insanável; III) revogar a licitação por razões de ordem administrativa; IV) homologar o ato e resultado final da comissão, considerando implicitamente a legalidade do certame. A homologação se situa no âmbito do poder hierárquico e tem natureza jurídica confirmatória. Conseqüência jurídica da homologação é a adjudicação. Obs: homologada a licitação presume-se o interesse da administração na contratação, e assim sendo o posicionamento majoritário, é o que homologado o certame o vencedor tem direito a adjudicação e, conseqüentemente ao próprio contrato. ADJUDICAÇÃO: ato (vinculado – entendimento majoritário) pelo qual a Administração através da autoridade competente atribui ao vencedor do certame à atividade objeto da futura contratação. Se o contrato não for celebrado o vencedor faz jus à indenização pelos prejuízos suportados em decorrência da não contratação. Obs: não há de se falar em lucros cessantes. ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO: a anulação ocorre em virtude da verificação de ilegalidade no certame, poderá ser feita tanto pela administração quanto pelo poder judiciário, e em regra, não gera a obrigação da Administração de indenizar. A revogação é ato discricionário que gera o desfazimento dos efeitos da licitação por critérios de conveniência e oportunidade administrativa; cuida-se de revogação condicionada devendo ser claramente justificada e

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fundada em motivo superveniente, casos em que também em regra, não será devida indenização.

RECURSOS ADMINISTRATIVOSI) RECURSO HIERÁRQUICO: destinado a autoridade superior a que praticou o ato (embora por intermédio desta, que poderá reconsiderar, caso em que será dispensável a remessa) no prazo de 5 dias a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata contra: habilitação ou inabilitação de licitante; julgamento das propostas; anulação ou revogação da licitação; e indeferimento de pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento. II) REPRESENTAÇÃO: mesmo prazo contra decisão relacionada com o objeto da licitação, da qual não caiba recurso hierárquico. III) PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO: dirigido a ministro de estado ou

secretário estadual ou municipal, no prazo de 10 dias úteis quando tiver havido punição de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração. Observações: I - Somente os recursos contra habilitação, inabilitação e julgamento das propostas têm efeito suspensivo automático, os demais recursos poderão ter o referido efeito, por indicação da autoridade. II – A interposição de recursos tem que ser comunicada aos demais licitantes que poderão impugnar em 5 dias úteis. III – Transcorrido in albis o prazo recursal, a decisão administrativa se torna imutável no âmbito da administração, operando-se a preclusão administrativa.

CRIMESSomente são puníveis a título de dolo

LEI 8.666/93 – LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – DISPOSIÇÕES LEGAIS E COMENTÁRIOS

ÂMBITO DE INCIDÊNCIA (DESTINATÁRIOS)Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.Estão obrigadas a licitar toda a administração direta e indireta, bem como as entidades controladas direta ou indiretamente por qualquer dos entes da federação. Obs. As empresas públicas e sociedades de economia, estão desobrigadas a licitar no exercício de suas atividades fim (entendimento majoritário).

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADEArt. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta LeiSalvo nos casos de dispensa e inexigibilidade previstos nesta lei qualquer contratação, compra ou alienação feita pela administração será precedida de licitação.

CONCEITO DE CONTRATO Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada

ESCOPO DA LICITAÇÃO (OBJETO)Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Por intermédio da licitação os entes da administração pública, e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados para a celebração de contrato ou a obtenção de melhor trabalho técnico, artístico ou científico,

sempre observado os princípios básicos que são o da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório (é garantia do administrador e dos administrados no sentido de que traçadas as regras para o certame, estas devem ser fielmente observadas por ambas as partes; e em sendo desrespeitada, o procedimento se torna inválido, suscetível de correção pela via administrativa ou judicial), do julgamento objetivo (os critérios e fatores seletivos previstos no edital devem ser inafastavelmente adotados para o julgamento; assim, por exemplo, se no edital ficou estabelecido que o critério seria o de menor preço, a administração, por ocasião do julgamento das propostas, não poderá adotar o critério melhor técnica) ; bem como àqueles que lhes são correlatos; cujos principais são: Inalterabilidade do edital (vincula a administração as regras que forma por ela própria divulgadas); vedação a oferta de vantagens (as regras de julgamento são adstritas aquelas fixadas no edital, não se podendo admitir que por exemplo um licitante faça uma oferta baseada na oferta de outro licitante; SIGILO DAS PROPOSTAS = as propostas ficam lacradas e somente são abertas por sessão pública); e o formalismo procedimental (o procedimento licitatório, é formal evitando assim lesão aos demais princípios a ele inerentes).

VEDAÇÃO AO ESTABELECIMENTO DE CONDIÇÕES ALHEIAS AO OBJETO DA CONTRATAÇÃO

§ 1o É vedado aos agentes públicos:I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato.

VEDAÇÃO AO ESTABELECIMENTO DE TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE OS LICITANTES

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º do lei 8.248/91.É vedado aos agentes públicos estabelecer diferenças entre os licitantes, salvo quando se tratar de serviços de informática, e somente no que tange a critério de desempate a bens e serviços produzidos no Brasil, produzidos ou prestados por empresas brasileiras, e produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia no Brasil.

DIREITO DE PREFERÊNCIA§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será

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assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I - produzidos no País; II - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e III - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. O direito de preferência é observado em escala sucessiva, e serve apenas como critérios de desempate, pois os licitantes concorrerão em igualdade de condições

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DA LICITAÇÃO E DO SIGILO DAS PROPOSTAS

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.Nas licitações é observado o princípio constitucional da publicidade materializados, dependendo da modalidade de licitação pelo edital e pelo convite; sendo que as propostas é que são sigilosas até a ocasião da abertura dos respectivos envelopes.

NOVA HIPÓTESE DE PREFERÊNCIA INCLUÍDA PELA MP 495 DE 2010

§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras§ 6o A margem de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que refere o § 5o, será definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a até vinte e cinco por cento acima do preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. § 7o A margem de preferência de que trata o § 6o será estabelecida com base em estudos que levem em consideração: I - geração de emprego e renda; II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País. § 8o Respeitado o limite estabelecido no § 6o, poderá ser estabelecida margem de preferência adicional para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País. § 9o As disposições contidas nos §§ 5o, 6o e 8o deste artigo não se aplicam quando não houver produção suficiente de bens manufaturados ou capacidade de prestação dos serviços no País. § 10. A margem de preferência a que se refere o § 6o será estendida aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul, após a ratificação do Protocolo de Contratações Públicas do Mercosul, celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários de outros países, com os quais o Brasil venha assinar acordos sobre compras governamentais. Agora, além das hipóteses de preferência adstrita ao desempate, tem-se a preferência para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam as normas técnicas brasileiras (25%), que, será estendida ao MERCOSUL, podendo ser ainda estendida a outros países mediante acordo de compras; bem como,a possibilidade de estabelecimento de preferência adicional e para os produtos manufaturados e para os serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e tecnologia realizados no país.

POSSIBILIDADE DE ESTABELECIMENTO DE MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO COMERCIAL (2010)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão exigir que o contratado promova, em favor da administração pública ou daqueles por ela indicados, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo Federal.

POSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO DE PARTICIPANTE NA LICITAÇÃO – LICITAÇÃO ADSTRITA A BENS E TECNOLOGIAS ADSTRITAS NO PAÍS

(2010)§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo Federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.

DIREITO DOS PARTICIPANTES DA LICITAÇÃO E DIREITO DO S CIDADÃOS

Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.Os participantes da licitação tem o direito subjetivo de exigir que a o poder público cumpra as regras estabelecidas na lei 8.666 para o certame, e quaisquer cidadão tem o direito de acompanhar qualquer procedimento licitatório de modo a fiscalizar sua legalidade.

PRINCÍPIO DO FORMALISMO PROCEDIMENTAL

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DAS PROPOSTAS E CELEBRAÇÃO DO CONTRATO OBJETO DA LICITAÇÃO EM

MOEDA NACIONALArt. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. § 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. Salvo nas concorrências de âmbito internacional, todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional.

DEFINIÇÕES (NOMENCLATURA)Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto,

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instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei; (concorrência – obras e serviços de grande vulto = R$ 1.500.000,00)VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos;VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios;VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes;a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;c) (Vetado). d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; ( 2010 ) XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; ( 2010 ) XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. ( 2010 )

OBJETOS DA LICITAÇÃO

OBRAS E SERVIÇOSSERVIÇOS TÉCNICOS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS

COMPRAS ALIENAÇÕES

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:I - projeto básico;II - projeto executivo;III - execução das obras e serviços.§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;II - pareceres, perícias e avaliações em

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa. Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: I - atender ao princípio da padronização, que imponha

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (2009)c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; (destinado ao atendimento das finalidades precípuas

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I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica.§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho

geral;III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. (a administração só poderá pagar por serviço técnico especializado se o autor ceder os direitos patrimoniais a ele relativo)§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente

compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas; II - ser processadas através de sistema de registro de preços; III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública. § 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial.§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições: I - seleção feita mediante concorrência;II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;III - validade do registro não superior a um ano.§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços,

da administração, com preço compatível ao valor de mercado)d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (2009)II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; § 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. § 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e

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circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários. § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação. Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas: I - execução direta;II - execução indireta, nos seguintes regimes: a) empreitada por preço global;b) empreitada por preço unitário;c) (Vetado). )d) tarefa;e) empreitada integral.Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento. Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos: I - segurança;II - funcionalidade e adequação ao interesse público;III - economia na execução, conservação e operação;

relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.

quando possível, deverá ser informatizado.§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca; II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação; III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material. § 8o O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei (R$ 150.000,00), para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos

exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); ( 2009)§ 2º- As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (2009)I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. § 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. IV – (VETADO) § 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. § 7o (VETADO). Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.

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IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas; VII - impacto ambiental.

de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (essa publicidade não se faz necessária tratando-se de licitação dispensada por haver comprometimento da segurança nacional)

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:I - avaliação dos bens alienáveis;II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

LOCAL DO CERTAMEArt. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.

DIVULGAÇÃO DO CERTAMEArt. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito FederalIII - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

LAPSO TEMPORAL MÍNIMO ENTRE A DIVULGAÇÃO DO CERTAME E O RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: I - quarenta e cinco dias para: a) concurso; b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; II - trinta dias para: a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; IV - cinco dias úteis para convite. § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

MODIFICAÇÃO DOS TERMOS DO EDITAL – NECESSIDADE DE NOVA PUBLICAÇÃO E NOVA CONTAGEM DE PRAZO

§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

O princípio da vinculação ao instrumento convocatório impõe a observância das regras contidas no edital para a realização da licitação. Contudo, caso o poder público decida alterar alguma regra contida no edital, este deverá operar a modificação também por edital (ou no caso da licitação da modalidade convite por carta convite), ou seja, deverá fazer uma “republicação”, que trará as regras já mofificadas, e então será observado o mesmo lapso temporal imposto pelo quadro anterior.

MODALIDADES DE LICITAÇÃOArt. 22. São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão. A lei 8.666/93 prevê 5 modalidades de licitação, mas existe ainda uma modalidade de licitação prevista na lei 10.520/2002, denominada pregão. Somente a União pode criar modalidades de licitação. Obs. Não confunda modalidades de licitação com tipos de licitação, que são menor preço, melhor técnica e preço; ou ainda maior lance ou oferta.

CONCORRÊNCIA§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.Concorrência é a modalidade de licitação que se realiza com ampla publicidade para assegurar a participação de quaisquer interessados que preencham os requisitos previstos no edital.

TOMADA DE PREÇOS§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. Aqui participam tanto os cadastrados, quanto os interessados não cadastrados. Para os participantes cadastrados a habilitação é prévia, pois é feita no momento da inscrição no registro cadastral, ou seja, em momento anterior ao da realização do certame. Obs. O certificado (cadastramento prévio), à critério da administração pode ser aceito até mesmo na concorrência. Caso interessados não cadastrados desejem participar, o poder público não poderá exigir destes documentos não relacionados com o objeto do certame.

CONVITE§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade

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administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. Esta modalidade de licitação é feita entre no mínimo 3 interessados convidados (cadastrados ou não), podendo participar também os não convidados que manifestem seu interesse até 24 horas antes da realização do certame. É a única modalidade de licitação que não exige a publicação de edital, operacionalizando-se através da carta-convite.

CONCURSO§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.O vendedor do convite deve ceder os direitos do projeto para a administração.

LEILÃO§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Leilão é a modalidade de licitação entre quais quer interessados, independentemente de habilitação para a venda de bens imóveis inservíveis para a administração; venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados; alienação de bens imóveis adquiridos em procedimentos judiciais ou recebidos em dação em pagamento; e pára a venda de bens móveis de valor inferior a R$ 650.000,00. A arrematação do bem leiloado não poderá se dar por lance inferior ao valor da avaliação (vedação da arrematação por preço vil).

NÃO CUMULAÇÃO DAS MODALIDADES

§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo. Tendo a administração escolhido à modalidade de licitação a ser adotada no certame, não poderá adotar concomitantemente outra modalidade de licitação.

ESCOLHA DA MODALIDADE A SER ADOTADAArt. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala. § 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. § 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. § 6o As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. § 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala. § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. A concorrência é obrigatória:I – Em razão do valor: para obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00; e compras e serviços que não sejam de engenharia de valor superior a R$ 650.000,00.II – Em razão do objeto (qualquer que seja o valor): para compra e alienação de bens imóveis, salvo na alienação de bens adquiridos em procedimentos judiciais ou por dação em pagamento (hipóteses em que a alienação poderá ser feita por leilão); para as concessões de direito real de uso; para licitações internacionais (admitida nesta caso a tomada de preços ou convite, observada a limitação de valores, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País); na alienação de bens móveis de valor acima de R$ 650.000,00; e para registro de preços (ressalvada, neste caso a utilização do pregão).Obs. Sempre que um licitação puder ser feita por convite, a administração pode adotar a tomada de preços ou a concorrência, e

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sempre que puder ser feita por tomada de preços, poderá ser adotada a concorrência.

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

A inexigibilidade caracteriza-se por circunstância em que o procedimento licitatório não pode ser realizado em virtude da inviabilidade da competição, como no caso de fornecedor exclusivo, atividades artísticas, e serviços técnicos especializados. Assim sendo, trata-se de rol exemplificativo, ou seja, o legislador não exauriu todas as hipóteses de inexigibilidade de licitação, podendo haver outras não elencadas na lei 8.666. Já na dispensa, a licitação poderia ser realizada, mas por expressa determinação legal poderá, nas hipóteses taxativamente previstas em lei ser dispensada. Assim sendo, a lei exauriu (rol exaustivo = taxativo), todas as hipóteses em que a licitação em que a licitação pode ser dispensada, fazendo exceções ao princípio da obrigatoriedade. O primeiro critérios estabelecido pela lei 8.666 para autorizar a contratação direta foi o do valor; contudo existem hipóteses em que independentemente do valor a contratação prescindirá de licitação.

DISPENSAArt. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de

instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação préviaXI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decretoXX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específicaXXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e

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Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. Obs. I: A administração poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada a licitação quando o uso destinar-se a outro órgão ou entidade da administração ou a pessoa natural ocupante de área rural na Amazônia, ente 1 e 15 módulos fiscais, desde que não exceda a 1.500 hectares.Obs. II: A doação com encargo será licitada, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público justificado.

INEXIGIBILIDADEArt. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos

relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

NECESSIDADE DE JUSTIFICAÇÃO DA DISPENSA, DA INEXIGIBILIDADE; BEM COMO DO RETARDAMENTO DA EXECUÇÃO DE OBRA OU

SERVIÇO PÚBLICOArt. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;II - razão da escolha do fornecedor ou executante;III - justificativa do preço.IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. 

PROCEDIMENTO LICITATÓRIOA licitação possui uma fase interna e uma externa. A interna é destinada a firmar a intenção da entidade licitante e a obter certas informações necessárias a consolidação da licitação. A externa é a fase destinada a selecionar a melhor proposta. Na fase interna determina-se o objeto da licitação, estabelecem-se suas condições, estima-se a despesa e decide-se sobre a modalidade adequada, obtendo-se a aprovação do instrumento convocatório. O procedimento relativo a concorrência tem aplicação subsidiária com relação as demais modalidades de licitação; ou seja, será observado o procedimento relativo a modalidade de licitação adotada, contudo no que as referidas normas não dispuserem serão observadas as da concorrência. Por esta razão, o esboço em tela será feito com base das disposições relativas ao procedimento base, ou seja, relativas a concorrência, comentando-se os fatores diferenciadores. A fase externa (na concorrência), é dividida em : abertura, habilitação, classificação e julgamento. Observe que nem todas estas fases existem em todas as modalidades de licitação, como no exemplo do convite e do leilão, onde não há fase de habilitação; e ademais, nem sempre desenvolvem-se nesta ordem, pois na tomada de preços a habilitação é prévia. A fase de abertura efetiva-se com edital (ou convite na licitação convite). O edital é o instrumento através do qual a pessoa licitante noticia a abertura do certame, e fixa as condições de sua realização e do contrato a ser celebrado. As cláusulas do edital não podem comprometer a competitividade da licitação e os requisitos nele contidos para a habilitação dos interessados não podem ser alheios ao seu objeto. Na fase de habilitação, a comissão de licitação, em ato público e na presença dos interessados abre os envelopes com os documentos referentes a habilitação, abre os envelopes do concorrentes habilitados; passando-se a classificação (obs. Não poderá haver desclassificação de concorrente por com fundamento em inabilitação, bem como, uma vez habilitado, o licitante não mais poderá desistir da proposta). Assim, concluída a habilitação não poderá mais haver inclusão ou exclusão de interessado da licitação, salvo de fundada em motivo superveniente. Passada a fase de classificações, dentre

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os classificados emerge o vencedor do certame. Logo, concluída a fase de julgamento das propostas, em ordem crescente no caso do critério estabelecido ser o menor preço, ou decrescente, se for o caso de maior lance, cabe a comissão do concurso enviar um relatório a autoridade competente, que poderá: invalidar todo o procedimento se constatar a ocorrência de vício insanável; devolver o processo a comissão para a convalidação de vícios se verificar a ocorrência de vícios sanáveis; revogar o procedimento por motivos de conveniência administrativa; ou ainda homologar o procedimento adjudicando o objeto da licitação ao vencedor. Optando pela última hipótese, o que se adjudica ao vencedor é o objeto da licitação, e não o contrato. A adjudicação tem os seguintes efeitos jurídicos: a aquisição pelo vencedor do certame do direito de preferência em celebrar contrato com a administração (pois não tem direito a celebração do contrato, tendo somente o direito de não ser preterido pelos demais licitantes com classificação anterior); impedimento da pessoa licitante contratar o objeto licitado com terceiro; responsabilidade do vencedor em assinar o contrato sob pena de ter que indenizar o poder público e ficar sem participar das concorrências públicas.

LEIA AGORAS AS DISPOSIÇÕES LEGAIS REFERENTES AO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

Da HabilitaçãoArt. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:I - habilitação jurídica;II - qualificação técnica;III - qualificação econômico-financeira;IV - regularidade fiscal.V – cumprimento do disposto no Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em: I - cédula de identidade; II - registro comercial, no caso de empresa individual; III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores; IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir. Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em:I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada

um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; § 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. § 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado. § 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos. § 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração. Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.

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§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. § 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. § 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação. § 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. § 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação. § 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente. § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.§ 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas

em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível; este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei; IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato. § 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.Dos Registros CadastraisArt. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro. § 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Do Procedimento e JulgamentoArt. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação,

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dispensa ou inexigibilidade; VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente; X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente. Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;III - sanções para o caso de inadimplemento;IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;XIV - condições de pagamento, prevendo:a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela;

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;e) exigência de seguros, quando for o caso;XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros complementos;II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação. § 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: I - o disposto no inciso XI deste artigo; II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. § 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os

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licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior. § 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos: I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis; V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação. § 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão.§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta. § 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. § 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou

unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.Obs. Revogação, anulação e desistência da licitação: Ocorrendo motivos de mérito (conveniência e oportunidade), ou verificadas razões de ilegalidade, a entidade licitante deve respectivamente revogar ou anular a licitação. A revogação e a anulação não precisam estar previstas no instrumento convocatório. O que não se admite é o exercício dessas prerrogativas sem a competente demonstração da causa justificadora. Previamente à revogação ou a anulação, deve a autoridade superior comunicar ao vencedor da licitação sua intenção, para que este, no prazo razoável que lhe for concedido, manifeste exercendo o contraditório e a ampla defesa, o que for de seu interesse. Da revogação ou anulação cabe recurso, que pode ser recebido com efeito suspensivo.

TIPOS DE LICITAÇÃO§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II - a de melhor técnica;III - a de técnica e preço.IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. § 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo. § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. § 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório,

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o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para a contratação;IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório:I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório. Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.Art. 48. Serão desclassificadas:I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas

cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, ou b) valor orçado pela administração. § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação. Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade. Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente. § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão. § 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.§ 1o O regulamento deverá indicar:I - a qualificação exigida dos participantes;II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a

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Administração a executá-lo quando julgar conveniente.Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. § 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – CONTEÚDO TEÓRICO

LEGISLAÇÃO BÁSICA PERTINENTELei 8666/93 “Estatuto dos contratos e das licitações públicas”, Lei 8987/95, e Lei 11.079/04.

CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃOGênero no qual se incluem todos os contratos no quais a Administração Pública figura num dos pólos da relação contratual. Poderão ser celebrados sob a égide do direito privado, como por exemplo, os contratos de compra e venda, locação e doação, casos em que em regra não serão atribuídas vantagens especiais a Administração; ou sob o regime jurídico de direito público, diferencial que enquadra esta última categoria do gênero na espécie de CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, se lhes aplicando somente em caráter supletivo as normas de direito privado.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOSAjuste firmado entre a Administração, e em regra um particular, regulado basicamente pelo direito público, e tendo por objetivo uma atividade que traduza interesse público.

SUJEITOS DO CONTRATO:Está de um lado a Administração Pública (direta ou indireta), figurando como contratante, e de outro, figurando como contratada a pessoa física ou jurídica que com a primeira firma o ajuste.

RELAÇÃO CONTRATUALTem como característica a bilateralidade, a confiança recíproca (intuitu personae), a comutatividade (reciprocidade de obrigações), e o formalismo (não basta o sendo das partes, é preciso à observância de certos requisitos).

POSIÇÃO PREPONDERANTE DA ADMINISTRAÇÃO:Nos contratos privados não há supremacia de uma parte sobre a outra. O contrário ocorre nos contratos Administrativos, onde em razão do princípio da supremacia do interesse público, a Administração goza de uma posição de supremacia contratual, gerando desigualdade entre as partes contratante, e assim sendo, uma vez que advenham conflitos de interesses entre o particular contratado e o Estado, os deste último deverão prevalecer. Ocorre,

portanto, a mitigação do princípio da imutabilidade unilateral dos contratos (lex inter partes e pacta sunt servanda). Tal privilégio decorre do regime jurídico de direito público que rege os referidos contratos, e serão observados mesmo quando a contratação for efetivada por pessoa jurídica de direto privado, como nos casos das empresas públicas e sociedades de economia mista.

ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOSContratos de obras, contratos de serviços, contratos de fornecimento, contratos de concessão e permissão, e alienações e locações; sendo que as duas últimas são consideradas pela maior parte da doutrina como não sendo contrato administrativo propriamente dito, por estarem submetidas às regras de direito privado.

CLÁUSULAS DE PRIVILÉGIO:Nos contratos administrativos, o princípio da igualdade entre as partes, que importa em regra na imutabilidade dos contratos, cede passo ao da desigualdade, ao predomínio da vontade da Administração sobre a do outro contratante. As cláusulas de privilégio, também denominadas cláusulas exorbitantes, são prerrogativas especiais conferidas a Administração no âmbito do ajuste em razão de sua posição de supremacia em relação ao contratado. São elas:Alteração unilateral do contrato: dar-se-á em 2 casos: modificação do projeto com vistas à melhor adequação técnica (alteração qualitativa), e modificação do valor em virtude do aumento ou diminuição quantitativa do objeto contratual. Consigne-se que o contratado é obrigado a aceitar a alteração unilateral promovida no contrato pela Administração, sob pena de ser considerado descumpridor e ensejar o término do ajuste, sendo-lhe atribuída a culpa pela rescisão, contudo, se a alteração importar em aumento de encargos contratuais, o contratado terá direito ao recebimento das diferenças respectivas, assim sendo, no caso de supressão de obras, serviços ou compras a Administração fica obrigada a reembolsar o contratado pelo material adquirido, bem como por outros danos dela oriundos.Rescisão unilateral: poderá se dar pelo não cumprimento ou morosidade do contratado, e descumprimento de regra protetiva ao menor trabalhador, (casos em que lhe será atribuída à culpa, e lhe caberá o dever de indenizar a Administração, e esta poderá reter créditos, executar a garantia contratual, assumir imediatamente o objeto do contrato e ocupar os locais necessários a sua execução); bem como por razões de interesse público, devendo para tal a Administração apresentar razões de alta relevância, e a hipótese ensejará dever indenizatório em caso de comprovação de danos emergentes. Outras causas rescisórias são a falência ou insolvência do contratado e a dissolução da sociedade. Obs: Exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimplenti contractus), prevista pelo artigo 476 do Código Civil, significa que uma parte contratante não pode exigir da outra o cumprimento de sua obrigação sem que tenha cumprido a sua. Em regra a exceção do contrato não cumprido não pode se oposta a administração pública, em nome do princípio da supremacia do interesse público e da continuidade dos serviços públicos, contudo a lei 8666 mitigou tal privilégio dispondo que é causa de rescisão contratual culposa o atraso superior a 90 dias dos pagamentos devidos pela Administração, decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra. Assim sendo, conclui-se pela possibilidade de em virtude do não

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cumprimento da contraprestação da parte contratante (Administração), o contratado possa nesse prazo interromper a prestação do serviço. Contudo, se antes do referido prazo, e devido ao inadimplemento, o contratado não tiver condições financeiras de manter-se na prestação do objeto da contratação, o interessado deverá recorrer à via judicial por meio de ação cautelar, formulando pretensão de que lhe seja conferida tutela preventiva imediata, com deferimento de medida liminar autorizando-o a suspender a execução dos serviços.

SANÇÕES EXTRACONTRATUAISIndependentemente de previsão contratual, algumas sanções podem ser aplicadas pela Administração ao contratado, em virtude de infração por este cometida, ou de inadimplemento de cláusula contratual ou legal.

EQUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRAPostulado contratual que consiste na adequação entre o objeto contratado e o preço pactuado. Alguns acontecimentos posteriores a celebração do contrato, tais como os enquadrados na teoria da imprevisão, ou decorrentes de fato do príncipe podem prejudicar o referido equilíbrio, casos em que as partes estarão reciprocamente obrigadas a tomar providências de modo a restabelecê-lo. Materializa-se a teoria da imprevisão quando no curso do contrato sobrevêm eventos excepcionais e imprevisíveis que subvertem a equação econômico-financeira. Tendo álea econômica à teoria da imprevisão deriva do princípio da cláusula rebus sic satantibus, segundo a qual o contrato deve ser cumprido desde que presentes as mesmas condições existentes quando de seu ajuste. Podem daí advir 2 efeitos: se a parte prejudicada não puder cumprir de nenhum modo as obrigações contratadas, dar-se-á por rescindido o contrato, e se o cumprimento for possível, mas acarretar ônus para a parte, esta terá direito a revisão do preço para restaurar o equilíbrio rompido. Fato do príncipe é quando o equilíbrio contratual é alterado em razão de ato praticado pelo próprio Estado, mediante ato lícito que acaba por acarretar prejuízo ao contratado. Tem álea administrativa e não se preordena diretamente ao contratado devendo ser imprevisível, extracontratual e extraordinário. Caso impossibilite a continuidade na execução do objeto contratual pelo prejudicado, enseja a rescisão, hipótese na qual o contratado fará jus a indenização dos prejuízos que lhe tiverem sido ocasionados; e caso a execução seja demasiadamente excessiva, mas ser que haja a referida impossibilidade caberá a Administração adotar providência de modo a restabelecer o equilíbrio contratual. Por derradeiro cabe registrar, que são mecanismos de restabelecimento do equilíbrio contratual o reajuste que consiste em providência preventiva, em regra contida no corpo do próprio contrato em virtude da necessidade de preservação do poder aquisitivo da moeda; e a revisão que deriva da ocorrência de fato superveniente, como por exemplo, a ocorrência de fato do príncipe.

FORMALIZAÇÃOOs contratos administrativos são formalizados mediante instrumento escrito, com exceção dos casos de pequenas compras para pronto pagamento, e independentemente do valor quando a Administração adquire bens a serem imediata e integralmente entregues. Quando o contrato for precedido por concorrência o instrumento será formalizado na forma de termo de contrato.

CLÁUSULAS ESSENCIAIS

São as indispensáveis a validade dos contratos administrativos, tais como o objeto, o regime de execução, o preço e as condições de pagamento, os prazos, os recursos financeiros, o prazo de duração, que não poderá ser indeterminado, e as responsabilidades das partes. Ao seu turno, as cláusulas previstas no contrato não revertidas de tal condão de obrigatoriedade são denominadas cláusulas acidentais.

GARANTIAISPara garantir o cumprimento do contrato e desde que haja previsão no respectivo instrumento convocatório, pode a Administração exigir da parte contratada garantia, em regra não poderá exceder a 5% do valor do contrato, admitindo-se, contudo a elevação deste limite para 10% em caso de o objeto contratual encerrar grande complexidade técnica e riscos significativos. Tal garantia deverá ser restituída ao contratante, tão logo executado o contrato. Pode ser prestada em dinheiro, em títulos da divida pública (com lastro), bem como por fiança bancária ou seguro-garantia. Obs. Se o contrato implicar na entrega ao contratado de bens pertencentes à Administração, a garantia deve corresponder aos respectivos valores, caso em que será inaplicável a limitação referente ao percentual incidente sobre o valor do contrato.

DURAÇÃO DO CONTRATOSempre com prazo determinado, a duração dos contratos administrativos em regra é adstrita a vigência dos respectivos créditos orçamentários (anual), Salvo: se a Administração pretender a execução de obra que se prolonguem por mais de um ano, caso em que deverá inserir o projeto no plano plurianual; se os contratos tiverem por objeto a prestação de serviços a serem executados de forma contínua, limitada a duração há 60 meses; e no aluguel e utilização pela Administração de programas de informática por ate 48 meses.

PRORROGAÇÃO DO CONTRATOPermite a continuidade do que foi pactuado além do prazo estabelecido, e deverá ser justificada e previamente autorizada pela autoridade competente, sendo lícita apenas nas hipóteses legais (mantém-se o mesmo contrato, ocorrendo apenas prolongamento temporal) que são: alteração do projeto; suspensão ou redução do ritmo de trabalho por imposição do órgão administrativo; aumento das quantidades iniciais; fatos imprevisíveis de caráter excepcional; omissão ou atraso de providências a cargo da Administração; e impedimento da execução por fato ou ato de terceiro. Obs: Muito embora as partes não possam transacionar a prorrogação fora dos casos previstos em lei, poderão procedê-la ainda que o contrato inicial não preveja expressamente a possibilidade de prorrogação.

RENOVAÇÃO DO CONTRATOÉ a inovação no todo ou em parte do ajuste, mantido seu objeto inicial; trata-se da recontratação direta do contratado (é um novo contrato, com o mesmo objeto só que com cláusulas diferentes), ocorre quando o contrato original se extinguir faltando pequena parte da obra ou serviço contratado, ou quando surge a necessidade de ampliação não prevista inicialmente no ajuste.

EXTINÇÃO DO CONTRATOPode ocorrer em decorrência das seguintes hipóteses: Cumprimento do objeto: as partes conseguiram o que pactuaram e voltam, sem a menor dificuldade, às respectivas situações anteriores. Término do prazo: extinção do pacto pelo advento do termo contratual independentemente de conclusão ou não de seu objeto.

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Impossibilidade material: fato que constitui óbice intransponível para a execução das obrigações ajustadas. É o caso do desaparecimento do objeto. Suponha-se a Administração contrate empresa para a pintura de um prédio, que após o a celebração do contrato sofreu um incêndio. Impossibilidade jurídica: ocorre em tese o cumprimento do contrato, mas não nas condições jurídicas via de regra intuito persoanae. Ex: morte de quem cabia a prestação do serviço e falência da empresa contratada. Invalidação: decorre de vício de legalidade no contrato, como por exemplo, a ausência de licitação prévia, ou ausência de algum requisito formal do contrato. A declaração de nulidade opera efeitos ex tunc, mas não exonera a administração do dever de indenizar o contratado pela parte que este houver executado até a data de sua declaração, bem como por outros prejuízos devidamente comprovados. Rescisão: consiste em fato jurídico superveniente nascido de manifestação volitiva, sendo amigável se a manifestação decorre de manifestação bilateral, ou judicial, quando a desconstituição do contrato administrativo se der por decisão judicial, como no caso em que o contratado pleiteia a rescisão contratual quando do inadimplemento por mais de noventa dias das obrigações da Administração. Rescisão administrativa: é a determinada por ato unilateral escrito da Administração, a qual o contratado poderá ser ou não o causador. Na hipótese de ter o contratado ter dado causa a esta modalidade de rescisão por descumprimento contratual, a ele não será devida nenhuma indenização revertendo-se a pretensão de ressarcimento por danos em favor da administração. Já na segunda hipótese, funda-se em critérios de conveniência e oportunidade administrativa calcada em interesse público que deverá ser fundamentada, hipóteses em que ao contratado cabe a direito de haver da administração indenização por danos emergentes.

SANÇÕES ADMINISTRATIVASO estatuto relacionou uma série de atos punitivos que traduzem sanções pela inexecução total ou parcial do contrato. As penalidades mais leves são a advertência e a multa, neste caso na forma prevista no contrato; e as mais pesadas são suspensão temporária de participação em licitação; impedimento de contratar com a Administração por prazo não superior a 2 anos, bem como a declaração de inidoneidade para licitar, penalidade que tem incidência por prazo indeterminado permanecendo até que o penalizado promova sua reabilitação. A reabilitação constituirá direito do contratado, se decorridos 2 anos a Administração for ressarcida pelos prejuízos causados. Obs. nem sempre as sanções são aplicadas ao contratado, podendo também ser aplicadas a empresas e profissionais que: tenham praticado ato ilícito com o intuito de comprometer aos objetivos da licitação; demonstrarem não ter idoneidade para contratar com a Administração, em virtude da prática de outros atos ilícitos; e os que tenham sofrido condenação definitiva em virtude de fraude fiscal dolosa.

CONVÊNIOS ADMINISTRATIVOSSão ajustes firmados entre pessoas administrativas, ou entre estas e entidades particulares, com vistas a ser alcançado determinado objetivo de interesse público. (interesses paralelos e comuns). O fundamento é a cooperação. Não se formam com personalidade jurídica autônoma, e não necessitam de licitação nem de autorização legislativa. CONSÓRCIOS ADMINISTRATIVOS: provém do federalismo cooperativo e difere-se dos convênios administrativos pelo fato de sempre serem ajustados entre entidades estatais, autárquicas e paraestatais da mesma espécie. CONTRATOS DE GESTÃO: criados para melhor desempenho da atividade

administrativa.

CONSÓRCIOS PÚBLICOSNegócio jurídico de direito plurilateral de direito público com o conteúdo de cooperação mútua entre os participantes visando à realização de interesse comum. Diferem dos convênios, pois o consórcio publico se constituirá por contrato e terá como especificidade o fato de se apresentar com a forma de pessoa jurídica. A associação dos pactuantes tem como objeto atividades e metas de interesse comum das pessoas federativas consorciadas. Devem se constituir sob a forma de associação pública, caso em que terá personalidade jurídica de direito público e integrará a administração indireta com as particularidades de uma autarquia; ou pessoa jurídica de direito privado hipótese em que terão personalidade jurídica de direito privado e não integrará a administração indireta dos entes consorciados.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – DISPOSITIVOS LEGAISArt. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta. Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:I - o objeto e seus elementos característicos;II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;VIII - os casos de rescisão;IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública com

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pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. § 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; II - seguro-garantia; III - fiança bancária. § 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo. § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até cento e vinte meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. § 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execução;IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Da Formalização dos ContratosArt. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a

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Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. § 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. § 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das

propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.Da Alteração dos ContratosArt. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração:a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;II - por acordo das partes:a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de

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preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Da Execução dos ContratosArt. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial.Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado. Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:I - em se tratando de obras e serviços:a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e conseqüente aceitação.§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital. § 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;II - serviços profissionais;III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Da Inexecução e da Rescisão dos ContratosArt. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

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XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;III - judicial, nos termos da legislação; § 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:I - devolução de garantia;II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;III - pagamento do custo da desmobilização.§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E CRIMES PREVISTOS NA LEI 8.666/93 - DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS AOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E AS

LICITAÇÕES

DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIALArt. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço. Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo. Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público. § 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público. § 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público. Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito

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Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto. Das Sanções AdministrativasArt. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado. § 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - advertência;II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicaçãoArt. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.Dos Crimes e das PenasArt. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,

beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais. Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente: I - elevando arbitrariamente os preços; II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; III - entregando uma mercadoria por outra; IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida; V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato: Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração. Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada

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em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. § 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. § 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. Do Processo e do Procedimento JudicialArt. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência. Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas. Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir. Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais. Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença. Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal. DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOSArt. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:a) habilitação ou inabilitação do licitante;b) julgamento das propostas;c) anulação ou revogação da licitação;d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de

que não caiba recurso hierárquico;III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei , no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.§ 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIASArt. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorciados. § 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da execução do contrato. Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução,

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nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da documentação. Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. § 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: I - identificação do objeto a ser executado; II - metas a serem atingidas; III - etapas ou fases de execução; IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; V - cronograma de desembolso; VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas;VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. § 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes: I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno

da Administração Pública; II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas; III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno. § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês. § 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos. Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. Parágrafo único. O Poder Executivo Federal fará publicar no Diário Oficial da União os novos valores oficialmente vigentes por ocasião de cada evento citado no "caput" deste artigo, desprezando-se as frações inferiores a Cr$ 1,00 (hum cruzeiro real). Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de

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junho de 1993. Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assuntoParágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Administração Pública concedente. Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

Boa sorte!