aditivos: aromatizantes – produção de aromas por meio da reação de maillard
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIADepartamento de Tecnologia Rural e Animal
Aditivos e Coadjuvantes na Indústria de AlimentosProfº. Leandro Soares
Aditivos e Coadjuvantes na Indústria de Alimentos
Profº Leandro Soares
RELATÓRIO DE EXPERIMENTO 08
"Aditivos: Aromatizantes – Produção de aromas por meio da reação de
Maillard"
ALUNO (A): Ellen Abreu da Cruz
Meline Cunha Melo
Outubro - 2010
Itapetinga - Ba
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIADEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA RURAL E ANIMALRelatório de Experimento No 08: "Aditivos: Aromatizantes – Produção de aromas por meio da reação de Maillard"Alunas: Ellen Abreu da Cruz e Meline Cunha Melo.
1. APRESENTAÇÃO
Este relatório descreve as atividades desenvolvidas por Ellen Abreu da Cruz e Meline
Cunha Melo, alunas do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, como parte da avaliação da disciplina Aditivos e Coadjuvantes, durante
o 2o semestre/2010, ministrada pela Profº. Leandro Soares.
Serão descritos os objetivos, a parte experimental, os resultados, os cálculos, a
discussão e as conclusões referentes ao experimento intitulado "Aditivos: Aromatizantes –
Produção de aromas por meio da reação de Maillard".
Itapetinga, 13 de outubro de 2010.
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Ellen Abreu da Cruz
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Meline Cunha Melo
Curso de Engenharia de AlimentosDisciplina: Aditivos e Coadjuvantes na Indústria de Alimentos
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2. INTRODUÇÃO TEÓRICA
O uso dos aromas é diferente do uso dos demais aditivos, já que ao contrário
destes, precisam ser notados pelo consumidor, pois são responsáveis pela
caracterização do sabor do produto a ser ingerido. Seu emprego também está
diretamente ligado ao prazer de comer e beber, satisfazendo os paladares mais
requintados ou contribuindo para a ingestão de alimentos de alto valor nutritivo, porém,
de sabor não muito atrativo.
Define-se aromatizante ou aroma como a substância ou mistura possuidora de
propriedades odoríferas e/ou sápidas, capaz de conferir e/ou intensificar o aroma/sabor
dos alimentos. Excluem-se desta definição os produtos que apresentam apenas sabor
doce, ácido ou salgado, e não podem ser consumidos em seu estado natural (ANVISA –
Resolução n.º 104 de 14 de maio de 1999).
A reação de Maillard envolve uma série de passos que se iniciam com a reação
entre o grupamento carbonila ou cetona do açúcar redutor e o grupo amino de
aminoácidos, pepídeos ou proteínas. É o maior contribuidor da cor escura dos produtos
alimentares, nos quais as melanoidinas pigmentadas são os produtos finais. A reação de
Maillard sofre influência decisiva da temperatura, sendo violenta a 150°C, rápida a 100°C
e lenta a 67°C(2). A reação do grupo amino (-NH2) com os grupos carbonilo (-CHO) ou
cetônico (-C-) dos carboidratos redutores ocorre, mesmo em temperaturas relativamente
baixas, em virtude da elevada energia de ativação deste tipo de reação (Sgarbieri, 1996).
O final da reação de "Maillard" é importante porque há formação de aroma,
alteração do sabor e cor característicos.
3. OBJETIVOS
O estudo proposto previu obter diferentes aromas por meio da reação de Maillard.
4. PARTE EXPERIMENTAL
Foi estudado o efeito de cinco aminoácidos na formação de aromas por meio da
reação de Maillard, sendo estes: lisina, tirosina, ácido glutâmico, fenilalanina e glutamato
monossódico. Em cinco tubos de ensaio foram adicionados 1g de glicose, além de 0,5g
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de um dos aminoácidos. Completou-se o volume com 1,2mL de água em cada tubo e em
seguida foram submetidos a aquecimento em banho de areia até atingir temperatura de
150ºC.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da prática estão expostos na Tabela 1, onde estão sendo
mostrados a coloração e aroma característicos de cada aminoácido estudado, após a
reação de Maillard.
Tabela 1. Aminoácidos estudados e seus aromas e coloração característicos e produtos
onde são encontrados.
Como se pode perceber o aminoácido lisina apresentou aroma característico de
pão fresco. Esse resultado já era esperado, pois vários autores já estudaram a utilização
de lisina no enriquecimento de pão, como num estudo feito por Saab et al (1980), onde
foi feita uma revisão e perspectivas do enriquecimento de pão com lisina, sem alterações
nas propriedades sensoriais.
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Aminoácido Aroma
característico
Produtos onde estão
presentes
Lisina Pão fresco
Queijos, ovos, peixes e
lacticínios em geral
Tirosina Óleo de banana
Carnes em geral, leite e
derivados, ovos, arroz
integral, feijão
Ácido glutâmico Sabão de coco Molho de soja
Fenilalanina Ervas
Peixes, leguminosas e no
aspartame
Glutamato
monossódico Caramelo
Molhos, carnes, caldo de
galinha ou de carne
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É classicamente designada por reacção de Maillard a que inicialmente ocorre
entre os grupos amínicos livres (em geral o grupo ℮) de aminoácidos, péptidos ou
proteínas e os grupos hidroxil-glucosídicos dos açúcares redutores. Os aldeídos e as
cetonas podem reagir de forma semelhante à dos açúcares redutores com os grupos
amínicos livres (Kwon et al., 1965; Montgomery e Day, 1965).
Os aminoácidos originam aldeídos que podem ser oxidados a ácidos carboxílicos
ou reduzidos a álcoois. A fenilalanina, por ex., sofre desaminação para originar o
fenilacetaldeído, composto com aroma floral. Foi considerada como aroma característico
conseguido através da felilalanina na prática aroma de ervas. Esse resultado pode estar
variando já que não foi feito um estudo maior do aroma.
Os aminoácidos de configuração L podem ser divididos em três grupos de acordo
com a sua capacidade de participar em reações de Maillard (Ashoor e Zent, 1984), alta,
média e baixa reatividade. A opinião de que os aminoácidos básicos reagiriam mais
facilmente que os aminoácidos ácidos, embora tivesse prevalecido durante muito tempo,
parece não ser válida (Ashoor e Zent, 1984). Assim, a glicina (aminoácido neutro) tem
uma reatividade quase semelhante à da lisina (aminoácido básico) e muito superior à da
arginina que é também um aminoácido básico.
Conforme o aminoácido presente há o aparecimento do aroma e de cor
característicos, a uma dada temperatura. Por exemplo, a arginina na presença de glicose
escurece a 60ºC e desprende aroma semelhante à pipoca. A valina escurece a 80ºC e a
180ºC desprende aroma semelhante ao do chocolate. A lisina só escurece a 130ºC e a
180ºC desprende aroma semelhante ao do pão.
Alguns autores sintetizam "flavours" sob condições especiais de pH, temperatura
e tempo a uma dada concentração dos componentes. Exemplo: glicose + histidina =
manteiga. Glicose + ácido glutâmico + ácido cítrico = mel.
Glutamato monossódico é incluído entre os aromatizantes por intensificar o sabor
de carne. Por isso, é utilizado como aditivo em molhos, carnes, caldos de galinha ou de
carne em tabletes etc. O ácido glutâmico, do qual é derivado, é um constituinte normal de
proteínas da dieta. É encontrado em muitos alimentos e é um componente importante de
certos condimentos como o molho de soja (SCHVARTSMAN, 1982).
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6. CONCLUSÕES
Os aromatizantes são aditivos importantes utilizados em alimentos, pois
aumentam a aceitabilidade destes, melhorando seu aroma. E na formação de aromas, a
reação de Maillard deve ser levada em consideração, pois no final de sua reação ocorre a
formação de aromas, cores e sabores característicos. Pôde-se comprovar a formação de
aromas através da reação de aminoácidos e glicose, que é um açúcar redutor,
submetidos a altas temperaturas, princípio básico da reação de Maillard.
7. REFERÊNCIAS
1. SGARBIERI, V.C. Proteínas em alimentos protéicos: Propriedades, degradações e modificações. 1.ed. São Paulo: Livraria Varela, 1996. 517p.
2. COELHO, A. H. R., VILELA, E. R., CHAGAS, S. J. de R. Qualidade de batata (solanum tuberosum l.) Para fritura, em função dos níveis de açúcares redutores e de amido,durante o armazenamento refrigerado e à temperatura ambiente com atmosfera modificada. Ciênc. e agrotec., Lavras, v.23, n.4, p.899-910, out./dez., 1999.
3. SAAB, R. M. G. B., AQUARONE, E., RAO, C. S., SILVA, R. S. F. da. Enriquecimento de pão com lisina: Revisão e Perspectivas. Semina, 6(2): 101-106, 1980.
4. MONTGOMERY M.W. E DAY E.A., 1965. Aldehyde-amine condensation reaction: a possible fate of carbonyls in foods. J. Food Sci., 30, 828-832
5. KWON T.W., MENZEL D.B. E OLCOTT H.S., 1965. Reactivity of malonaldehyde with food constituents. J. Food Sci., 30, 808-813.
6. ASHOOR S.H. E ZENT J.B., 1984. Maillard browning of common amino acids and sugars. J. Food Sci., 49, 1206-1207.
7. SCHVARTSMAN, S. Aditivos Alimentares. Pediat. São Paulo, 4: 202-210, 1982
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