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1 UNIVERDIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ADEQUAÇÃO DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS RISCOS BIOMECÂNICOS DE TRABALAHADORES EM ATIVIDADES COM MANUSEIO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO DIANA MARITZA PÉREZ SOLER JOÃO PESSOA-PB 2007

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UNIVERDIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ADEQUAÇÃO DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS

RISCOS BIOMECÂNICOS DE TRABALAHADORES EM ATIVIDADES

COM MANUSEIO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO

DIANA MARITZA PÉREZ SOLER

JOÃO PESSOA-PB

2007

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DIANA MARITZA PÉREZ SOLER

ADEQUAÇÃO DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS

RISCOS BIOMECÂNICOS DE TRABALAHADORES EM ATIVIDADES

COM MANUSEIO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências regimentais do referido programa para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.

Áreas de Concentração: Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Orientadora: Prof a Dra. Neide Maria Gomes de Lucena

Co-orientadora: Profa Ms. Christiane Kelen Lucena da Costa

JOÃO PESSOA

2007

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DIANA MARITZA PÉREZ SOLER

ADEQUAÇÃO DE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS

RISCOS BIOMECÂNICOS DE TRABALAHADORES EM ATIVIDADES

COM MANUSEIO DE CARGAS: ESTUDO DE CASO

Dissertação definida e provada em ______ de ___________ de 2007

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________

Profa Dra Neide Maria Gomes de Lucena Orientadora

_____________________________________

Prof. Dr. Francisco Soares Másculo Examinador

______________________________________

Profa Dra Maria Lurdes Barreto Examinadora

_____________________________________

Profa Dra Maria Edna Aguiar Gomes Examinadora Externo

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DEDICATÓRIA

À minha orientadora:

Dra Neide Maria Gomes de Lucena

Aos Operadores de Trânsito e Transbordo que

participaram deste estudo

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AGRADECIMENTOS

A Deus por acompanhar em todos os momentos de minha vida e dar-me a

fortaleza necessária para lograr meus objetivos.

À minha Orientadora Drª. Neide Maria Gomes de Lucena, investigadora a quem

quero expressar minha gratidão, pois de sua experiência e escritos saquei proveito.

Admirando sua surpreendente capacidade de trabalho, admirei também sua paciência para

dirigir-me, encontrando ademais em sua amizade, meu grande estimulo; penso, como pensou

Gracian: “Sim ela nada......”.

À minha Co-orientadora Christiane Kelen Lucena da Costa, pela sólida amizade e

pela colaboração na elaboração deste trabalho.

Aos Professores do Mestrado em Engenharia de Produção, os quais ao transmitir

seus conhecimentos me inspiraram a maior admiração intelectual, em especial ao Prof. Dr

Paulo José Adissi, ao Prof. Dr. Francisco Soares Másculo e à Profª. Drª Maria de Lurdes

Barreto.

À coordenação do Programa do Mestrado de Engenharia de Produção, pela

oportunidade com que me brindaram para realizá-lo.

À Pro-Reitoria de Assuntos Internacionais, instancia que seguramente guiada pela

política de integração acadêmica Iberoamericana, brindou-me com facilidades para minha

investigação pessoal e direta.

Ao Senhor Gerdivan, por ter facilitado o trabalho na empresa e por ter se

disponibilizado para colaborar na realização desta pesquisa.

Aos Operadores do Trânsito e Transbordo, por permitir e participar ativamente na

pesquisa.

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A Maria Edna Aguiar Gomes e a Alberto Vivar Flores, os quais, reiterando minha

mais profunda gratitude, digo que: não tenho elogios suficientes para reconhecer sua valiosa

ajuda.

A Amalita e a Chagas, sábios conselheiros e constantes amigos.

Aos meus pais, Eduardo Pérez e Leonor Soler, por me apoiarem em todas as

circunstâncias e momentos e confiarem na minha capacidade, para alcançar o nível de mestre,

em um dos centros acadêmicos mais reconhecidos do Brasil.

À minha irmã, Aleyda Pérez, ao meu cunhado, Alejandro Soto, e à minha

sobrinha, Valeria, pela compreensão e amor.

A Anderson Nascimento dos Santos, por ajudar-me a acreditar que podemos

conquistar nossos objetivos e sonhos.

A Janeide Costa da Silva, a Albicleuda Carvalho dos Santos, a Fernanda

Fernandes e a Aguinaldo Matias, pela compreensão e auxílio nos momentos necessários.

A Christiane Cassimiro e a Kleyber Ramires, por sua amizade sincera.

À minha amiga, Johanna Pérez, por sua amizade leal e sincera.

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Todos os campos da pesquisa estão abertos aos amantes

do conhecimento.

Mario Bunge

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RESUMO

Esta dissertação apresenta uma metodologia adequada à avaliação dos riscos biomecânicos de trabalhadores em atividades com manuseio de cargas. A coleta de dados foi realizada em uma empresa de Correios da cidade de João Pessoa-PB, no setor do Centro de Encomendas e Expresso, envolvendo quatro Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs). Estes operadores realizam manuseio de cargas (levantamentos, transporte, arraste e empurres), desenvolvendo três atividades básicas: descarga, transporte e distribuição dos malotes. Os instrumentos de avaliação utilizados na pesquisa foram: o Método ERGO-IBV, que avalia os fatores de risco associados à carga física, relacionando os três grandes tipos de tarefas (tarefas de manipulação manual de cargas, tarefas repetitivas e tarefas com posturas forçadas); a Escala de Borg, que relaciona a sensação da dor sentida pela pessoa com um valor numérico que vai de zero a dez e; o Diagrama para localização de sinais físicos corporais, que analisa a experiência direta do grau de desconforto das pessoas associado as suas diferentes partes do corpo. Os dados obtidos mediante a utilização dos instrumentos de avaliação foram analisados na forma de estudo de caso, com auxílio da filmagem e tomadas fotográficas. Diante dos dados, verificou-se que os operadores, em seus postos de trabalho, encontram-se expostos a vários riscos biomecânicos, dentre estes: o manuseio de malotes com pesos elevados por um só operador, o agarre inadequado dos mesmos, as posturas incorretas adotadas no momento de desenvolver as atividades, longa distância percorrida no transporte dos malotes e trabalhos bastante repetitivos com altas freqüências na realização das tarefas. A Escala de Borg e o Diagrama para localização da dor na região lombar comprovam que as condições de trabalho dos OTTs estão afetando a sua saúde. Do mesmo modo, verificou-se que a metodologia proposta é adequada para avaliar os riscos biomecânicos em atividades com manuseio de cargas, no entanto, necessita-se de uma metodologia mais extensa e dinâmica concernente aos Riscos Laborais, para avaliar de uma forma mais completa o trabalhador. Conclui-se que é indispensável a apreciação de uma equipe ergonômica para promover melhorias na qualidade de vida dos trabalhadores, garantindo a eficiência, a rentabilidade e a produtividade das empresas.

Palavras-Chaves: Ergonomia. Riscos biomecânicos. Manuseio de cargas. Operadores de trânsito e transbordo.

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ABSTRACT

This research aims to develop an appropriate methodology in order to evaluate employees biomechanical risks for those who works with cargoes. Data collection was conducted in a big Post office in João Pessoa-PB at the Center of Orders and Express Orders Sector involving four traffic and transshipment workers. These operators realized cargo handlings (discharge, transport, pulling and pushing), developing three basic activities: discharge, transport and bags distribution. The evaluating instruments used in this research were the ERGO-IBV method that evaluates risk factor related to physical cargo with three big tasks:01 manual cargo handling tasks, repetitive tasks and forced posture tasks; the Borg Scale that relates the pain sensation received by a person with values ranging from zero to ten, and the Diagram to locate body physical signs that analyzes the direct experience of the discomfort degree of people associated with its different body parts. The data obtained through the utilization of the evaluating instruments were analyzed as a case study using filming and photograph takes. In front of these data was verified that operators in its workplaces are facing many biomechanical risks such as bags handling with heavy weight for one person, an inadequate carrying of these bags, wrong postures at the moment they are doing the activities, long distance performed in the bags transport, repetitive tasks with high frequencies. The Borg Scale and the Diagram to locate the pain on the lower back region proves that the working conditions of these employees are affecting their health. At the same time, was verified that the proposed methodology is adequate in order to evaluate the biomechanical risks in activities of cargo handling but it is necessary a more extensive and dynamic methodology regarding labor risks to evaluate more completely the worker. I get the conclusion that it is indispensable the appreciation of one ergonomic team to promote a better life quality in the workers’ lives, assuring efficiency, profitability and productivity into the companies.

.

Keyworks: Ergonomics. Biomechanical risks. Works with cargoes. Traffic and transshipment workers.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: Disco Invertebral .......................................................................................... 23

FIGURA 2: Coluna vertebral ........................................................................................... 24

FIGURA 3: Estrutura da Coluna ...................................................................................... 25

FIGURA 4: Disco Invertebral .......................................................................................... 29

FIGURA 5: Postura da coluna e distribuição da carga nos discos intervertebrais

no levantamento de carga .................................................................................................. 30

FIGURA 6: Visão sistemática do homem na atividade ................................................... 33

FIGURA 7: Posturas básicas no método OWAS ............................................................. 37

FIGURA 8: Diagrama de fluxo do Método Manejo Manual de Cargas .......................... 39

FIGURA 9: Gráfico Avaliação da Dor Borg .................................................................... 40

FIGURA 10: Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais ............. 42

FIGURA 11: Layout Centro de Encomendas e Expresso dos Correios João Pessoa ....... 52

FIGURA 12: Ferramentas de trabalho: A) empilhadeira manual, B) carrinho gradilhado

e C) paletas ........................................................................................................................ 53

FIGURA 13: Caminhão carregado com os malotes ......................................................... 54

FIGURA 14: Descarga dos malotes ................................................................................. 54

FIGURA 15: Transporte dos malotes ............................................................................... 54

FIGRUA 16: Setor onde os malotes são distribuídos e classificados os malotes ............ 55

FIGURA 17: Descarga de malotes, enfatizando a postura forçada sobrecarregando

a coluna vertebral e os membros inferiores ....................................................................... 56

FIGURA 18: Transporte dos malotes, enfatizando a postura dos braços e coluna

vertebral ............................................................................................................................. 58

FIGURA 19: Distribuição de malotes, enfatizando a rotação da coluna vertebral .......... 59

FIGURA 20: Avaliação da dor (caso 1). A)Intensidade da dor e B) Diagrama da

localização da dor .............................................................................................................. 60

FIGURA 21: Descarga de malotes, enfatizando a flexão da coluna e postura incorreta

dos membros inferiores ..................................................................................................... 61

FIGURA 22: Transporte de malotes, enfatizando a rotação da coluna e força dos braços 63

FIGURA 23: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura da coluna ........................ 64

FIGURA 24: Avaliação da dor (caso 2). A) Intensidade da dor e B) Diagrama da

localização da dor .............................................................................................................. 65

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FIGURA 25: Descarga de malotes, enfatizando a sobrecarga na coluna ......................... 67

FIGURA 26: Transporte de malotes, enfatizando a postura de membros inferiores

e superiores ........................................................................................................................ 68

FIGURA 27: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura dos membros superiores

e coluna .............................................................................................................................. 69

FIGURA 28: Avaliação da dor (caso 3). A) Intensidade da dor e B) Diagrama da

localização da dor .............................................................................................................. 70

TABELA 1: Peso máximo recomendado para uma carga em condições ideais de

levantamento ...................................................................................................................... 26

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LISTA DE SIGLAS

AET – Análise Ergonômica do Trabalho

CORREIOS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

CEE – Centro de Encomendas e Expresso

CM - Centímetros

IBV – Instituto de Biomecânica de Valência

ICT – Índice de Capacidade para o Trabalho

KG- Kilogramas

LPR – Limite de peso recomendado

N - Newton

NIOSH – National Institute for Ocupational Safety in Health (Instituto Nacional de Saúde e

Segurança Ocupacional)

NR – Norma Regulamentadora

OIT – Organização Internacional do Trabalho

OTTs – Operadores de Trânsito e Transbordo

OWAS – Ovako Working Posture Analising System

SDM – Síndromes Dolorosos Miofasciales

TL - Transtornos Lombares

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14 1.1 Definição do tema ....................................................................................................... 14 1.2 Justificativa ................................................................................................................. 17 1.3 Objetivos ..................................................................................................................... 19 1.3.1 Geral ........................................................................................................................ 19 1.3.2 Específicos................................................................................................................. 19 2 REVISÃO CONCEITUAL ......................................................................................... 20 2.1 Considerações Gerais Sobre o Trabalho ..................................................................... 20 2.2 Trabalho com manuseio de cargas .............................................................................. 21 2.3 Conseqüências do manuseio de cargas na saúde do trabalhador ................................ 26 2.4 Ergonomia .................................................................................................................. 31 2.5 Métodos de investigação ergonômica ......................................................................... 34 2.5.1 Equação do NIOSH para o levantamento manual de cargas ................................... 35 2.5.2 Valores Limites para tarefas que implicam empurrar ou puxar cargas ................... 35 2.5.3 Método OWAS ........................................................................................................ 36 2.5.4 Método ERGO-IBV ................................................................................................. 38 2.6 Avaliação da Dor ........................................................................................................ 40 2.6.1 Escala de Borg para dor ........................................................................................... 40 2.6.2 Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais ...................... 41 3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 44 3.1 Caracterização da Pesquisa ......................................................................................... 44 3.2 Considerações éticas .................................................................................................... 44 3.3 Instrumentos ............................................................................................................... 45 3.4 Procedimento metodológicos ..................................................................................... 48 3.5 Análise dos dados ....................................................................................................... 50 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 51 4.1 Características da Empresa ......................................................................................... 51 4.2 Metodologia para avaliação dos riscos biomecânicos nas atividades dos trabalhadores com manuseio de cargas ............................................................................. 52 4.2.1 Processo de trabalho dos Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs) ................ 55 4.2.2 Comparação entre os estudos de caso ...................................................................... 70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ........................................... 72 6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 77

7 APÊNDICES E ANEXO ............................................................................................. 82 Apêndice A – Ficha do Roteiro do Método ERGO –IBV Apêndice B – Carta de Consentimento Livre e Esclarecido Apêndice C − Ficha de Coleta de Dados (ficha de identificação, diagrama da dor, escala da dor) Oporadores de Trânsito e Transbordo (OTT1,OTT2,OTT3) Apêndice D − Resultados Obtidos a Partir so Método Ergo-IBV Anexo 1 − Avaliação da Dor

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1 INTRODUÇÃO

Este capítulo enfoca a descrição do tema objeto de estudo, justificativa e objetivos

geral e específicos, abordando ainda, a delimitação do problema que norteou esta pesquisa.

1.1 Definição do Tema

O manuseio de cargas que corresponde ao transporte, ao arraste e ao empurrão de

cargas pode ocasionar alterações biomecânicas a curto, médio ou longo prazo, conforme têm

alertado estudiosos (pesquisadores, autores) que se dedicam ao estudo ergonômico. As

conseqüências destas atividades na saúde do trabalhador, a curto prazo, são bastante

evidentes, acarretando o aumento freqüente do número de acidentes laborais, com o

conseqüente custo social e econômico. A longo prazo, o efeito é mais sutil, porém, tão grave

quanto os acidentes laborais, conforme mencionam Molina, Moreno et al., (1997).

Sobre essa questão, pesquisadores renomados têm alertado para os riscos, as

doenças e os traumas que determinadas tarefas que exigem capacidades físicas específicas

podem provocar nos operadores laborais.

Quando a atividade laboral exige a manipulação de cargas e esta é desenvolvida

de maneira incorreta e/ou associada a movimentos repetitivos, esse tipo de trabalho requer

certa quantidade de gasto energético para o qual o corpo não está adaptado. Assim, os

músculos realizam um trabalho maior do que aquele para o qual são freqüentemente

solicitados, provocando lesões ou doenças ocupacionais.

Molina, Moreno et al. (1997, p 21) advertem que:

A automatização e a modernização que se está produzindo nos últimos anos nas indústrias não têm modificado acerca do manejo manual de cargas nem as conseqüências que desencadeiam na saúde dos trabalhadores, especialmente nos segmentos lombares da coluna vertebral, músculos e ligamentos associados. As taxas de lesões musculoesqueléticas, fundamentalmente nas costas, estão aumentando entre os trabalhadores envolvidos em tarefas de levantamento, arraste e transporte de materiais pesados. Este manejo e transporte de cargas leva consigo uma enorme quantidade de esforço estático, que é suficiente para classificá-lo como trabalho pesado.

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O levantamento e manuseio de cargas pesadas é um sério problema em todo o

mundo, provocando lesões relativamente sérias para os trabalhadores, uma grande perda

econômica e social para empresas e países. Troussier et al., (1994) afirma que 80% das

pessoas em países industrializados sofreram de dores na coluna vertebral afetam, em algum

momento da vida. Observa-se que apesar dos avanços da tecnologia e da mecanização das

tarefas, muitas atividades continuam sendo realizadas manualmente. Merino (1996), afirma

que pode-se observar com freqüência, em empresas e ambientes laborais, o abuso das cargas

que são manuseadas e movimentadas pelo homem, que chegam a ultrapassar os limites

tolerados. Assim, o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora-17 (NR-17, 2002, p.

52) estabelece que “Os limites fixados pela empresa podem superar a capacidade de um ou

vários trabalhadores, colocando em risco sua saúde”.

A ergonomia pode contribuir para solucionar um grande número de problemas

sociais relacionados com a saúde, a segurança, o conforto e a eficiência. O trabalhador adoece

e, muitas vezes, fica incapacitado temporariamente ou definitivamente, dependendo das lesões

adquiridas. Se em um posto de trabalho houver condições necessárias com sistemas, tarefas e

equipamentos adequados, o trabalhador terá um aumento da eficiência e da eficácia no seu

desempenho. É importante levar em consideração a diferença entre cada indivíduo e o tipo de

trabalho que desempenha, além de levar em conta se ele apresenta ou não algum tipo de

deficiência, sendo o trabalhador o elemento primordial na execução das tarefas (cf. DUL; J e

WEERDMEESTER; B, 1991).

O Instituto Biomecânico de Valência (IBV) selecionou alguns métodos de

avaliação dos fatores de risco associados à carga física, relacionando os três grandes tipos de

tarefas: tarefas de posturas forçadas, movimentos repetitivos e manipulação manual de cargas

(levantamento, transporte, arraste e empurrão de cargas). O Método ERGO-IBV tem sido

utilizado para avaliar os riscos laborais associados à carga física, sendo um instrumento apto a

determinar os riscos biomecânicos decorrentes do trabalho. A partir dos resultados obtidos por

este método, gerar-se-ão alternativas para melhorar os postos de trabalho, proporcionando aos

trabalhadores que manuseiam cargas uma melhor qualidade de vida na atividade laboral.

A Escala de Borg, para a Dor, de acordo com Vargas (2004), é uma escala que

relaciona a sensação da dor que o paciente percebe com um valor numérico que vai de zero a

dez. Trata-se de uma forma subjetiva de avaliar o nível da dor de que está padecendo o

indivíduo. Essa escala foi proposta pelo sueco, Dr. Gunnar Borg.

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Para localização de sinais e sintomas físicos corporais, utiliza-se o Diagrama, que

é um instrumento que analisa o grau de desconforto das pessoas associado às diversas partes

do corpo e caracteriza como a dor se apresenta.

Os operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs) trabalham em uma empresa de

grande porte no setor do Centro de Encomendas e Expresso (CEE) encarregados do manuseio

dos malotes e cartas que chegam ao setor. Portanto, fazem a descarga, o transporte e a

distribuição destes, adotando posturas inadequadas para o desenvolvimento das tarefas, o que

gera lesões osteomusculares. Pelo revelado, faz-se necessário realizar uma avaliação

ergonômica para determinar os fatores biomecânicos de risco a que os Operadores de Trânsito

e Transbordo estão expostos e para expor se já existe algum indicador de doença dada pelo

trabalho.

Tendo em vista a necessidade de uma avaliação ergonômica no manuseio de

cargas mediante o aumento das doenças decorrentes do trabalho, o Método ERGO-IBV

propõe avaliar os riscos laborais associados à carga física para três tipos de tarefas: tarefas que

envolvem manuseio de cargas, movimentos repetitivos e/ou posturas forçadas de trabalho e,

junto ao Método ERGO-IBV, a Escala de Borg para dor, modificada por Costa (2004), e

Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais de Corlett e Bishop, adaptada

por Medeiros Neto (2003).

Pelo exposto, o presente trabalho auxiliara a determinar, de maneira mais precisa,

os fatores de risco ergonômico a que estão expostos os OTTs, por médio da metodologia de

avaliação pranteada para as atividades que constituem no manuseio de cargas. Assim,

permitirá fazer ajustes necessários e precisos no desempenho destas atividades, bem como

prevenir doenças ocupacionais decorrentes do manuseio de cargas.

Nesta perspectiva, tem-se como problema primordial a ser dimensionado neste

estudo a seguinte questão:

“Que procedimentos metodológicos seriam adequados na avaliação dos riscos

biomecânicos em atividades com manuseio de cargas que contemplem as condições de

saúde do trabalhador e seu posto de trabalho?”

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1.2 Justificativa

A importância de as pessoas terem um trabalho para sua sobrevivência e sustento

faz com que estas se iniciem na vida laboral mais jovens e sem nenhum tipo de treinamento e

nem adequação ergonômica específica necessária para cada função. Por outro lado, a

crescente incidência de operadores com algum tipo de alterações osteomusculares, gerando

doenças relacionadas ao trabalho, tem comprometido a qualidade de vida laboral adequada.

Os riscos biomecânicos podem ocasionar lesões musculoesqueléticas, resultando

problemas de saúde. Associados a estes riscos, a manipulação de cargas e os movimentos

repetitivos originam doenças nos membros superiores, dores e lesões na coluna vertebral.

Geralmente, as patologias estão associadas a uma excessiva carga física, já que, em muitos

postos de trabalho, as atividades laborais excedem-se à capacidade física do trabalhador,

ocasionando fadiga física, desconforto ou dor, como conseqüência direta das exigências do

trabalho. Assim, a exposição contínua aos fatores de risco (condições de trabalho

inadequadas) pode provocar lesões de maior ou menor gravidade, que afetam os sistemas

ósseo e muscular do organismo (tendões, músculos, etc.), possivelmente chegando a

incapacitar a pessoa para o desenvolvimento da atividade laboral (cf. HERNANDEZ

GALLEGO, 2004).

O manuseio e a movimentação de cargas têm como principal risco os problemas

da coluna, que são dolorosos e reduzem a mobilidade e a vitalidade dos trabalhadores. A

incidência destes problemas é responsável pelas altas taxas de absenteísmo, pela incapacidade

precoce e pelo desgaste excessivo dos trabalhadores (cf. GRANDJEAN, 2005).

Acrescenta-se ainda que o manuseio de cargas tem sido uma das mais freqüentes

causas de trauma dos trabalhadores, devido à grande variação individual das capacidades

físicas e freqüentes substituições de trabalhadores homens por mulheres. Neste contexto,

torna-se necessário conhecer a capacidade humana máxima para levantar e transportar cargas,

para que as tarefas e as máquinas sejam corretamente dimensionadas dentro desses limites.

(cf. WEERDMEESTER DUL, 1991).

De acordo com Merino (1996), a postura submete-se às características anatômicas

e fisiológicas do corpo humano e possui um estreito relacionamento com a atividade do

indivíduo, sendo que a mesma pessoa adota diferentes posturas nas diferentes atividades que

realiza.

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O estudo de literatura específica, que dá fundamento ao tema objeto da

investigação realizada, assim como a aproximação com o setor do Centro de Encomendas e

Expresso (CEE), do qual resultou o conhecimento das tarefas ali desenvolvidas, indicaram a

premência da indicação de uma metodologia de avaliação adequada para analisar os riscos

biomecânicos em tarefas com manuseio de cargas (levantamentos, transportes, arrastes e

empurrões). Neste sentido, parece evidente que o Método ERGO-IBV em conjunto com a

Escala de Borg, para dor, e o Diagrama, para localização de sinais físicos corporais, seriam

adequados para determinar os riscos a que estão expostos os Operadores de Trânsito e

Transbordo (OTTs) de uma empresa de grande porte dos Correios, localizado na da cidade de

João Pessoa no estado da Paraíba.

O Método ERGO-IBV é uma seleção de métodos (NIOSH, OWAS, SNNOCK

CIRIELLO), o qual é utilizado para avaliar os fatores de risco associados à carga física em

três tipos de trabalhos relacionados ao: manuseio de cargas (levantamento, transportes, arraste

e empurrões de cargas); movimentos repetitivos e em trabalhos com posturas forçadas.

A atividade em análise, neste estudo, é o manuseio de cargas realizado por

Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs), os quais realizam transporte, arraste e

empurrão de cargas, no caso, malotes e cargas que chegam ao setor para sua posterior

distribuição.

Neste sentido, a pesquisa permitirá identificar se a metodologia proposta é

adequada para fazer uma análise ergonômica e determinar os riscos biomecânicos a que estão

expostos os trabalhadores que fazem manuseio de cargas em uma empresa de Correios de

grande porte no setor de Centro de Encomendas e Expresso (CEE), estando tais riscos

diretamente relacionados às condições de saúde dos operadores analisados. Desta forma, será

possível propor o redesenho da atividade em estudo, permitindo estabelecer medidas de

intervenção a curto prazo e preventivas de riscos laborais, para manter a capacidade laboral

dos operadores por maior tempo e beneficiando diretamente a empresa, diminuindo os gastos

pelo absenteísmo e conservando a mesma mão-de-obra trabalhadora.

Ao determinar que no presente estudo se avaliem os riscos ergonômicos nas

atividades de manuseio de cargas, será possível, nesta área como na área de engenharia de

produção, que o de trabalho que realizam os Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs)

melhore a eficiência humana quanto do sistema, partindo do uso correto das ferramentas, e as

tarefas sejam feitas de forma confortável e efetiva.

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1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Desenvolver, com base no método ERGO-IBV, a escala de Borg e o Diagrama para

localização de sinais físicos corporais, uma metodologia adequada à avaliação dos riscos

biomecânicos de trabalhadores em atividades com manuseio de cargas.

1.3.2 Específicos

Identificar os riscos biomecânicos através do Método ERGO-IBV em trabalhadores

que realizam atividades de manuseio de cargas.

• Propor redesenho da atividade em estudo que permita instituir medidas de intervenção

a curto prazo e preventivas de riscos laborais em atividades de manuseio de cargas,

mediante o Método ERGO-IBV.

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2 REVISÃO CONCEITUAL

Este capítulo aborda a revisão bibliográfica de temas que subsidiaram o

desenvolvimento deste estudo, como: a organização do trabalho, retratando a sua concepção e

sua origem; o trabalho com manuseio de cargas e suas conseqüências na saúde do trabalhador;

a definição da ergonomia e os Métodos de investigação ergonômica: Método ERGO-IBV,

Equação do NIOSH, valores-limites para tarefas que implicam em empurrar ou puxar cargas,

entre outras,que contribuiriam para o desenvolvimento deste projeto dado mais vigor teórico e

consistência operacional.

2.1 Considerações Gerais Sobre o Trabalho

Santos e Fialho (1995) propõem que, no sentido etimológico, o termo trabalho

etimológico comporta o cenário de sofrimento e de constrangimento. O trabalho é definido

por Ferreira (1986) como sendo a aplicação de forças e faculdades humanas para alcançar um

determinado objetivo, sendo, portanto, uma atividade coordenada, de caráter físico e/ou

intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa. Iida (2005) afirma que o trabalho pode

ser dinâmico ou estático; o primeiro é aquele que permite contrações e relaxamentos

alternados dos músculos; o estático está relacionado a trabalho altamente fatigante e exige

contração contínua de alguns músculos, para manter uma determinada posição.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1997) determina que o estudo do

trabalho seja utilizado para examinar o trabalho humano em todos os seus contextos, o que

leva sistematicamente a pesquisar todos os fatores que influem na eficiência e na economia da

situação estudada, com a finalidade de efetuar melhoras. Igualmente, o estudo do trabalho

pode levar ao aumento da produtividade de uma fábrica ou instalações, mediante à

reorganização do trabalho.

A análise da Organização do Trabalho tem como objetivo principal procurar

sistemas de produção mais eficazes do ponto de vista econômico, técnico e social. O processo

evolutivo da organização do trabalho apresenta duas dimensões: a primeira delas é a dimensão

técnica, que consiste na análise das ferramentas, métodos e técnicas, máquinas e

equipamentos que estão sendo utilizados; a segunda é a dimensão social, que dá ênfase aos

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indivíduos que trabalham nesta organização (suas características individuais e sociais,

incluindo atitudes, qualificação, expectativas e crenças) (cf. SANTOS et al. 2003).

Costa (2004) afirma que a Organização do Trabalho é estruturada para promover

altos índices de produtividade, otimização nos sistemas de produção, redução dos custos e

uma relação de integração cada vez maior do homem com o seu trabalho, para que os

objetivos sejam alcançados.

Campos (2004) ressalva que a produtividade visa a produzir cada vez mais e/ou

melhor, com cada vez menos. Também indica que, para aumentar a produtividade de uma

organização, tem que haver máxima satisfação das necessidades dos clientes ao menor custo.

Maximiano (2000) complementa que a produtividade é o critério mais simples para avaliar a

eficiência de um sistema. Para este autor, a produtividade é a relação entre os recursos

utilizados e os resultados obtidos.

Moares e Mont´Alvão (2000) salientam que, para a realização da análise da

atividade, deve-se iniciar com a caracterização da mesma, que corresponde à definição do seu

objetivo, requisitos para sua realização e presença humana na tarefa.

Neste trabalho, pretende-se analisar a atividade de Manuseio de Cargas, porém, é

necessário fazer uma descrição para que se possa compreender tanto esta atividade no

contexto como trabalho quanto a integração dos operários nesta tarefa.

2.2 Trabalhos com manuseio de cargas

A forma inadequada do manuseio das cargas pode originar lesões que venham a

comprometer um ou vários componentes do sistema musculoesquelético e nervoso do

trabalhador. Estudos apontam que as principais partes do corpo afetadas são ombros, braços,

mãos, costas e membros inferiores. Em muitos casos, estas lesões originam altos gastos e

longas recuperações.

O desenvolvimento de tarefas que estão relacionadas a manuseio de cargas

pesadas tem sido uma das mais freqüentes causas de trauma. O levantamento e transporte de

cargas não têm apenas como problema a carga pesada que deve suportar o músculo, mas o

desgaste que se produz nos discos intervertebrais, que aumenta o risco de lesões na coluna.

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O Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora no 17 - NR-17 (2002) visa a

determinar parâmetros que possibilitem a adaptação das condições de trabalho às

características psicofisiológicas dos trabalhadores, de maneira a proporcionar um máximo de

conforto, segurança e desempenho eficiente no transporte manual de cargas.

Esta Norma estabelece que não deverá ser exigido nem admitido o transporte

manual de cargas por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou

sua segurança. Além disso, todo trabalhador designado para o transporte manual regular de

cargas deve receber treinamento ou instruções referentes aos métodos de trabalho que deverá

utilizar no intuito de proteger sua saúde e de prevenir acidentes. Outro ponto importante desta

norma é que todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar

adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser

executado.

As cargas pesadas têm sido uma das mais freqüentes causas de trauma dos

trabalhadores, que acometem diretamente mais os discos intervertebrais, gerando desgaste

(figura 1). Os danos nesses discos e suas conseqüências na coluna e nas pernas ocasionam

problemas de ordem pessoal e econômica. Durante o transporte manual de cargas, a coluna

deve ser mantida o máximo possível na posição vertical, mantendo a carga na vertical e o

mais próximo ao corpo. Devem-se usar cargas simétricas, quando possível, meios auxiliares e

trabalhar em equipe (IIDA, 2005).

Knoplich (1986) afirma que a influência da ergonomia nas profissões que fazem o

trabalho pesado é mais evidente. Esse tipo de trabalho caracteriza-se pelo levantamento de

cargas exageradas e/ou torções do tronco. Assim, este tipo de trabalho ocasiona microtraumas

crônicos sobre a estrutura osteomúsculo-esquelética.

Ainda tendo como referência este autor, uma pessoa de idade entre 20 e 35 anos

tem capacidade de levantar, na posição correta, peso até 40Kg/homem e 24Kg/mulheres. Para

o transporte de peso na cabeça e nos ombros, os limites mais comumente aceitos são 55Kg,

para homens, e 28Kg, para mulheres. Porém, mesmo esses limites máximos realizados

constantemente e com posturas inadequadas, em 40% da jornada de trabalho de 8 horas,

causam dores osteomusculoesqueléticas, além de fadiga muscular crônica.

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FIGURA 1−−−− Disco Invertebral.

FONTE: Wikipédia (2006).

A capacidade de realizar atividad0es de empurrar e puxar depende de diversos

fatores como: a postura, as dimensões antropométricas, o sexo, o atrito entre o sapato e o

chão, além de outros. Geralmente as forças máximas para empurrar e puxar, para homens,

oscila entre 200 e 300N e, para mulheres, 40 a 60% desta capacidade. Se para empurrar for

usado o peso do corpo e a força dos ombros, conseguem-se valores até 500N. As situações de

trabalho quanto ao levantamento de cargas podem ser classificadas em dois tipos: a)

levantamento esporádico de cargas, que está relacionado com a capacidade muscular para

levantar a carga; b) trabalho repetitivo com levantamento de cargas, onde entra o fator de

duração do trabalho e está relacionado com a capacidade energética do trabalhador e a fadiga

física (IIDA, 2005).

Iida (2005) relata que a coluna vertebral (como mostra a figura 2) é uma estrutura

óssea constituída de 33 vértebras empilhadas, uma sobre as outras, sendo que apenas 24 das

33 vértebras são flexíveis e, destas, as que têm maior mobilidade são as cervicais (pescoço) e

as lombares, que corresponde à parte inferior da coluna (costas). Cada vértebra sustenta o

peso de todas as partes do corpo situadas acima dela. A coluna tem duas propriedades: rigidez

e mobilidade. A rigidez garante a sustentação do corpo, permitindo a postura ereta. A

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mobilidade permite rotação para os lados e movimentação da cabeça e dos membros

superiores.

FIGURA 2 - Coluna vertebral.

FONTE: Atlas columna, (2006).

As vértebras cervicais encontram-se ao nível do pescoço, encarregadas de

sustentar a cabeça e o pescoço; as torácicas situam-se na parte superior das costas, tendo

como função unir as costelas e; as lombares, na parte inferior, sendo sua função suportar o

peso e estabilizar o movimento (ICARITO, 2006).

A musculatura da coluna é a que mais sofre com o levantamento de pesos. Devido

à estrutura da coluna vertebral, composta de discos superpostos (figura 3), ela tem pouca

resistência a forças que não tenham a direção de seu eixo. Portanto, na medida do possível, a

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carga sobre a coluna vertebral deve ser feita no sentido vertical, evitando-se as cargas com a

coluna curvada.

FIGURA 3 - Estrutura da Coluna.

FONTE: Kapanji, (1998).

A capacidade de carga máxima, segundo Iida (2005), varia consideravelmente,

conforme se usem as musculaturas das pernas, braços ou dorso. As mulheres possuem

aproximadamente metade da força dos homens para o levantamento de pesos. Para determinar

a capacidade de carga respectiva, deve-se determinar primeiro a capacidade de carga

isométrica da musculatura paravertebral (costas), que é a máxima carga que uma pessoa

consegue levantar, flexionando os joelhos e mantendo o dorso reto, na vertical. A carga

recomendada para movimentos repetitivos será, então, 50% dessa carga isométrica máxima.

Os fatores de risco existentes no manuseio de carga estão relacionados aos

seguintes fatores: carga demasiadamente pesada ou grande, ou difícil de carregar, estão em

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desequilíbrio ou seu conteúdo tem risco de deslocar, está colocada de um jeito que deve-se

manipular a distância do corpo ou com inclinação ou rotação desta. Nas exigências da

atividade, existem fatores de risco e, dentre eles, estão os esforços físicos muito freqüentes ou

prolongados, nos quais a coluna vertebral intervenha; períodos insuficientes de repouso

fisiológico ou de recuperação; distâncias demasiadamente grandes de elevação, abaixado ou

transporte, e; ritmo do trabalho imposto por um processo que o trabalhador não pode

modificar. Pode-se determinar o peso máximo recomendado para uma carga em condições

ideais de levantamento, como pode ser visto na Tabela 1 (MANIPULACIÓN DE CARGAS,

2005).

TABELA 1: Peso máximo recomendado para uma carga em condições ideais de

levantamento.

PESO MÁXIMO FATOR DE CORREÇÃO

EM GERAL 25Kg 1

MAIOR PROTEÇÃO (mulheres, jovens e idosos)

15Kg 0,6

TRABALHADORES TREINADOS 40Kg 1,6

FONTE: Manipulación Manual de Cargas, (Novembro, 2005).

Entretanto, quanto aos limites da força para puxar e empurrar, Miranda (2003)

afirma que a força não deve passar de 200N (20Kg força) para colocar um carrinho em

movimento, seja empurrando ou puxando, para não gerar na coluna maior tensão mecânica. A

postura correta para estas tarefas é aquela que permite usar o peso do próprio corpo a favor do

movimento. Para puxar, o corpo deve pender para trás e, para empurrar, inclinar para frente.

2.3 Conseqüências do manuseio de cargas na saúde do trabalhador

Diniz (1994) esclarece que a carga de trabalho não depende somente da

quantidade de trabalho realizado, ela é o resultado de vários fatores e, para cada trabalhador,

vai ser diferente, dependendo do sexo, da idade, do grau de experiência, etc.

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Weedermeester e Dul (1991) ressalvam que o trabalho em pé é recomendado para

os casos em que há freqüentes deslocamentos do local de trabalho ou quando há necessidade

de aplicar grandes forças. Portanto, não se recomenda passar o dia todo na posição em pé, o

que poderá provocar fadiga na coluna vertebral e pernas. Um estresse adicional pode aparecer

quando a cabeça e o tronco ficam inclinados, provocando dores no pescoço e na coluna

vertebral. Assim, para Iida (2005), a posição parada, em pé, é altamente fatigante porque

exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter essa posição, enquanto o

coração encontra maiores resistências para bombear sangue para os extremos do corpo.

De acordo com o mesmo autor, o trabalho com levantamento manual de cargas é

uma das maiores causas de sintomatologia dolorosa na coluna vertebral. Muitos trabalhos

envolvendo manuseio de cargas não satisfazem os requisitos ergonômicos. Os principais

aspectos examinados para resolver esses problemas são: o processo produtivo (manual ou

mecânico); a organização do trabalho (projeto do trabalho, freqüência dos levantamentos); o

posto de trabalho (posição do peso em relação ao corpo); o tipo de carga (forma, peso, pegas);

acessórios de levantamento; e o método de trabalho (individual ou coletivo).

O sistema musculoesquelético gera forças internas para superar as forças externas

e, desta forma, gera movimento controlado no corpo e as funções do sistema

neuromuscoloesquelético são manutenção da postura ereta, locomoção e manipulação dos

objetos (WATKINS, 2001).

Iida (2005) afirma que as forças do organismo são exercidas por contrações

musculares. Estas são dirigidas pelo Sistema Nervoso Central, sendo composto pelo cérebro e

medula espinhal. Os músculos são responsáveis por todos os movimentos do corpo e por

transformar a energia química armazenada no corpo em contrações e, portanto, em

movimentos. Isso é feito pela oxidação de gorduras e hidratos de carbono, numa reação

química exotérmica, resultando em trabalho e calor. A fadiga muscular é a redução da força,

provocada pela deficiência da irrigação sanguínea do músculo. Um músculo apresenta dois

estados possíveis de desenvolver tensão dentro de si mesmo ou relaxar-se, quando a tensão do

músculo for suficiente para superar uma certa resistência, havendo um encurtamento, que é

chamado de contração concêntrica. O caso inverso, em que a resistência supera a tensão, é

chamado de contração excêntrica e, mesmo tenso, pode haver um alongamento do músculo.

Galvis (1997) estabelece que a força expressa a tensão gerada pelos músculos a

partir do esforço requerido para o desempenho de uma tarefa, na qual está mais evidenciado o

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uso da força de trabalho na manipulação de ferramentas, no levantamento, na sustentação e no

transporte de pesos.

Assunção (1999) apud Tabue (2002) afirma que a doença ocupacional que

acomete os membros superiores e coluna tem uma incidência de 70% nos trabalhadores que

utilizam esses segmentos na realização das tarefas e tem um custo a nível social, pelas

incapacidades permanentes a nível financeiro para as empresas e, também, de força do

trabalho.

Segundo Teixeira (2001), as Síndromes Dolorosas Miofasciais (SDM) são

caracterizadas por uma dor que acomete os músculos esqueléticos, tendo como característica a

dor e pontos gatilhos. A SDM tem como etiologia a fadiga, a isquemia (falta de irrigação

sangüínea) muscular localizada, devido à contração estática sustentada, à repetição de

movimentos, às posturas inadequadas e ao estresse.

Calliet (2000) especifica que quase todos os Transtornos Lombares (TL) ocorridos

no local de trabalho estão relacionados a esforços excessivos, provocados em pacientes

curvados e torcidos assimetricamente. As dores lombares, dependendo dos transtornos na

função neuromuscular, nesta região, podem levar à dor e à incapacidade.

O mesmo autor relata que a base de muitas lesões sintomáticas da coluna vertebral

é a deterioração e destruição das fibras de colágeno (figura 4). Cada fibra de colágeno alonga-

se até o limite fisiológico, voltando a seu comprimento em repouso, quando cessa a força

deformante. O núcleo do disco intervertrebral tem função hidrodinâmica, o que se dá por

haver pressão intrínseca de um fluido dentro de um continente flexível. Quando ele se

deforma, permite alterações de alinhamento da unidade. Quando existe uma alteração no

disco intervertebral, pode existir fraqueza e incapacidade devido à função mecânica.

A saúde do trabalhador que realiza manuseio de cargas está relacionada

diretamente com os fatores extrínsecos (condições do trabalho: duração, postura do corpo,

força, distâncias percorridas, equipamento, etc.) e intrínsecos (características da pessoa: idade,

sexo, etc.) que são específicos de cada um dos trabalhadores. O empregador tem obrigação de

levar em conta estes fatores para determinar a forma que o trabalhador desempenha ou realiza

a função, com a finalidade de não afetar a sua saúde e de poder explorar de uma forma

adequada as suas características individuais em beneficio da empresa e de si mesmo.

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FIGURA 4 −−−− Disco invertebral.

FONTE: SYNTHES (2007).

Iida (2005) explica que, quando a flexão anterior da coluna causa dor na região da

coluna lombar, a sobrecarga nos discos não é só grande, mas é assimétrica. A pressão na

borda da frente é mais alta que na borda de trás do disco, como se apresenta na figura 5.

Ao fazer levantamento de cargas, a postura que o operador deve adotar é a flexão

anterior da coluna, tendo como suporte a região L5 – S1, onde os discos intervertebrais

suportam uma maior pressão e deformam os núcleos desplazando-se, os ligamentos e a

musculatura paravertebral se tensionam até sua máxima capacidade fisiológica, realizando

flexão nos joelhos para não gerar sobrecarga. A causa principal da origem da dor lombar

(Lombalgia) é a adoção inadequada das posturas, sobrecarregando a coluna, o que gera uma

alteração biomecânica nessa região.

Segundo Calliet (2000), as principais fontes de dor nos tecidos na lombalgia são:

1) lesão dos tecidos moles de suporte, em especial, ligamentos, músculos e tendões e 2) lesão

ou inflamação das articulações posteriores (facetas), e lesão das estruturas do disco. As lesões

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dos ligamentos da coluna vertebral devem-se à sobrecarga, aos movimentos inadequados ou a

forças externas. Nos músculos, pode-se gerar uma lesão na contração excêntrica,

freqüentemente dada no levantamento de peso.

FIGURA 5: Postura da coluna e distribuição da carga nos discos intervertebrais no levantamento de carga

FONTE: Iida (2005).

A musculatura da coluna é a que mais sofre com o manuseio de cargas, pois ela

tem pouca resistência a forças que não tenham direção de seu eixo (IIDA, 2005).

Como foi mencionado anteriormente, a fadiga é também um risco do trabalho,

sendo definida por Christensen (1964) apud Portich (2001) como sendo o estado de

homeostase alterada em conseqüência do trabalho e do ambiente do trabalho. Couto (1995)

afirma que a fadiga física é o resultado da sobrecarga na utilização de um órgão, de um

sistema ou de todo o organismo, o que gera diminuição da capacidade funcional dos mesmos.

A fadiga é o efeito de um trabalho contínuo, que gera uma diminuição reversível

da capacidade dos organismos e uma degradação qualitativa desse trabalho. Decorre da

somatória de vários fatores: fisiológicos, relacionados com a intensidade e a duração do

trabalho físico e mental; psicológicos, como a monotonia, falta de motivação; ambientais e

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sociais, como a iluminação, ruídos, temperaturas e o relacionamento social com a chefia e os

colegas de trabalho. Os fatores produzem efeitos cumulativos (IIDA, 2005).

O autor supracitado explica que a fadiga no fator fisiológico é o resultado do

acúmulo de ácido lático nos músculos, quando a atividade muscular é muito intensa;

igualmente ocorre fadiga quando existe esgotamento das reservas de energia, manifestando-se

quando há baixo teor de açúcar no sangue.

Couto (1995) estabelece que, quando o indivíduo está em um estágio de fadiga,

apresenta diminuição de sua capacidade funcional, situação reversível na maioria das vezes e

que se constitui num estado de alerta para o organismo, informando ao indivíduo que não

deverá exercer a atividade que esteja executando. O estado da fadiga, conforme o autor em

tela, só se torna perigoso para a saúde no caso em que aparecem dois agravantes: quando o

indivíduo apresenta fadiga, forçando o organismo, e quando a fadiga for acumulativa,

tornando-se crônica.

Para Merino (1996), existem características anatômicas e fisiológicas do corpo

humano na postura as quais estão relacionadas com a atividade do indivíduo, sendo que adota

diferentes posturas, nas diversas atividades que realiza.

No entanto Velazques (1995) diz não haver uma postura ideal, mas é

recomendado que um posto de trabalho seja desenhado de forma que permita certa mobilidade

ao trabalhador.

Tabue (2002) afirma que os estudos e pesquisas realizados evidenciam a

importância da ergonomia como uma ciência que estuda as relações de trabalho sob vários

aspectos: posturas, fatores ambientais, aspectos da tarefa, aspectos de informações; baseando-

se em medicina, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, eletrônica,

informática e gerência industrial

2.4 Ergonomia

Sáenz (2005) declara que a ergonomia está relacionada com a saúde das pessoas

em suas atividades laborais e com as características do posto de trabalho e do ambiente.

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Segundo Silva (2001), a análise ergonômica do trabalho é o estudo de todos os

aspectos importantes; são eles: o físico, o ambiental, o organizacional e os componentes

necessários para o desenvolvimento de sua atividade.

Sáenz (2005) afirma que cada vez mais o homem tem atuado em diversos âmbitos

de desempenho, tendo que aplicar a ergonomia em qualquer atividade que o ser humano faz,

levando em conta não somente as formas de fazer como também os produtos, os espaços e

ambientes utilizados, estabelecendo relações que permitem uma visão sistemática do homem

na atividade (figura 6).

Iida (2005) afirma que a ergonomia tem como objetivo desenvolver postos de

trabalho que reduzam as exigências biomecânicas e cognitivas, proporcionando ao operador

uma boa postura de trabalho. Para tal objetivo, devem-se adaptar as máquinas, os

equipamentos, as ferramentas e os materiais às características do trabalho e à capacidade do

trabalhador, procurando o equilíbrio biomecânico.

Por conseguinte, o projeto do posto de trabalho faz parte de um planejamento

mais global das instalações produtivas, também chamado de arranjo físico de fábricas e

escritórios. Esse planejamento é feito em três níveis: 1. Projeto de macro-espaço; 2. Projeto do

micro-espaço; 3. Projeto detalhado. Desta forma, para o projeto adequado do posto de

trabalho, é necessário obter informações sobre a natureza da tarefa, do equipamento, das

posturas e do ambiente.

O mesmo autor propõe que a primeira etapa do projeto de um posto de trabalho é

fazer uma análise detalhada da tarefa. A análise da tarefa realiza-se em três passos: 1.

Descrever a tarefa: condições em que a tarefa é executada (objetivo, operador, características

técnicas, aplicações, condições operacionais, condições ambientais, condições

organizacionais); 2. Descrição das ações: características que influem no projeto da interface

homem - máquina e se classificam em informações e controles; 3. Revisão crítica das tarefas e

avaliar ações, condições que podem provocar dores e lesões osteomusculares nos postos de

trabalho (tarefas altamente repetitivas, ações estáticas).

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FIGURA 6: Visão sistemática do homem na atividade.

FONTE: Ergonomía y diseño de productos (2005).

“A Ergonomia, enquanto ciência, ergue-se entre estas duas versões; seu dever é

analisar a situação objetivamente e gerar recomendações para o trabalho” (GRANDJEAN,

2005, p. 69). Para Souza (2005), a ergonomia tem como objeto de investigação a análise do

ser humano no trabalho, um ser humano inserido em um sistema, que interage com ambiente e

pessoas, que aprende e desenvolve um potencial intrínseco a sua natureza humana.

A pessoa que faz Coloca em execução um processo Quem

a atividade Requer suas capacidades psicofísicas

As Atividades Tarefas e ações que possam ser levadas Que

a cabo/sujeitas ao desenho da atividade

e seus componentes.

Índice da atividade Como

Os produtos que se usam Ferramentas e meios de avaliação Com que

Morfo-funcional

Os espaços do Meio no que sucede e com umas Onde

desenvolvimento à condições específicas

atividade

Processo de investigação sistemático

do homem na atividade

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Segundo Wisner (1987), a ergonomia estuda o conjunto formado pelo trabalhador

e seu posto de trabalho ou, às vezes, vários trabalhadores e o dispositivo técnico utilizado

dentro de certos limites, a noção do sistema homem-máquina.

A Ergonomia está relacionada com a compreensão das interações entre homens e

outros elementos de um sistema, assim como a profissão que aplica teoria, princípios, dados e

métodos para desenhar, visando a aperfeiçoar o bem-estar humano e o rendimento global do

sistema. Os ergonomistas contribuem para o desenho e a avaliação de tarefas, trabalhos,

produtos, ambientes e sistemas, na ordem de fazê-los compatíveis com as necessidades,

habilidades e limitações das pessoas (SOCIEDADE INTERNACIONAL DE ERGONOMIA,

2004).

Couto (1995) afirma que a Análise Ergonômica do Trabalho (OAT) é diagnóstico

das atividades em uma organização, tendo como pressuposto o que o trabalhador faz em todo

o processo produtivo, identificando os riscos ergonômicos em que o mesmo encontra-se

exposto. Ao realizar-se a análise, propõe-se ações para que os fatores físicos e organizacionais

não alterem a saúde do trabalhador, assim uma melhor adaptação homem-trabalho,

assegurando com isso formas produtivas com o mínimo de erros ou danos à organização.

O trabalho abrange os conceitos de condições de trabalho, resultado do trabalho e

a própria atividade do trabalho, estando estes conceitos dependentes uns dos outros. O

trabalho é unidade destas três realidades. Porém, na prática, as realidades que compõem o

trabalho são consideradas separadamente na realidade das empresas, tornando-se necessário

certo recorte do campo de conhecimento e de ação, sem ignorar que a dimensão do trabalho

que se estuda não é independente dos outros (cf. GUÉRIN et al. 1997).

A ergonomia dispõe de diferentes métodos de avaliação; a seguir, explicam-se

alguns dos principais métodos.

2.5 Métodos de investigação ergonômica

Existem vários métodos de avaliação ergonômica para determinar as diferentes

adaptações do homem ao trabalho. Entre esses métodos destacam-se NIOSH, OWAS,

SNNOCK E CIRIELLO e o Método ERGO-IBV, este último foi selecionado para a execução

desta pesquisa.

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2.5.1 Equação do NIOSH para o levantamento manual de cargas

Em 1981, o National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH)

publicou um informe técnico que tinha como título “Work Practices Guide for Manual

Lifting”, que realizou uma ampla revisão dos aspectos e fatores relacionados com o problema

ergonômico de levantamento manual de cargas. Conseqüentemente a este trabalho, criou-se

uma equação simples para estabelecer os limites de cargas admissíveis em função do tipo de

tarefa. Inicialmente, este método estabelecia dois limites de cargas: um Limite de Ação ou

carga, que não provocaria risco importante de lesão; e o Limite Máximo Permitido, que

corresponde à carga máxima que pode ser levantada sem causar danos à saúde dos

trabalhadores (cf. MOLINA, MORENO et al., 1997, p. 53).

O mesmo autor relata que:

NIOSH, em 1991, realizou modificações nas equações inicialmente criadas e introduziu fatores não contemplados na primeira versão, fatores estes relacionados com a rotação de tronco e ao tipo de agarre da carga. Além disso, eliminou-se o Limite Máximo Permitido, sendo este substituído pelo Limite de Peso Recomendado (LPR), correspondendo à carga que qualquer trabalhador pode levantar sem lhe causar lesões osteomusculares. Este método apresenta os seguintes critérios básicos, que se referem aceitáveis em 75% das mulheres e 90% dos homens:

A) Critério biomecânico: limita os esforços que submetem as estruturas musculoesqueléticas durante a manipulação de cargas, assim a compressão dos discos intervertebrais não deve superar os 3400N, pois valores acima aumentam o risco em 40%., B) Critério fisiológico: limita o consumo metabólico e a fadiga associada às tarefas com manipulação de cargas repetitivas, estabelecendo um limite máximo de 2.2 a 4.7 kcal/min de gasto energético, baseando-se na altura vertical do levantamento. C) Critérios psicofísicos: limita a carga a partir da percepção do trabalhador acerca de suas próprias capacidades para manusear um peso considerado baixo em condições concretas.

2.5.2 Valores-limites para tarefas que implicam empurrar ou puxar cargas

Segundo Molina et al. (1997), Snook e Ciriello (1991) publicaram tabelas de

recomendações de valores-limites de forças iniciais e sustentadas, para empurrar ou arrastar

cargas. Segundo eles, devem ser consideradas algumas variáveis acerca do sujeito e da tarefa,

como:

- o sexo do trabalhador;

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- a altura do ponto de assimetria da carga, em que se consideram três alturas

diferentes para cada sexo: feminino – 135, 89 e 57cm e masculino − 144, 95 e

64cm.

- a freqüência da tarefa;

- a distância de despache de cargas e;

- a porcentagem da população que pode realizar esta tarefa com risco limitado

(90%, 75%, 50%, 25% e 10%).

Para os arrastes e empurres, podem-se calcular os índices para as forças inicial e

sustentada com as seguintes equações:

Índice de arraste = Força inicial de arraste exercida

para força inicial Limite de força inicial recomendado

Índice de arraste = Força sustentada de arraste exercida

para força sustentada Limite de força sustentada recomendado

Índice de empurre = Força inicial de empurre exercida

para força inicial Limite de força inicial recomendado

Índice de empurre = Força sustentada de empurre exercida

para força sustentada Limite de força sustentada recomendado

2.5.3 Método OWAS

O método OWAS (Ovako Working Posture Analisig) foi desenvolvido na década

de 1970, sendo aplicado na análise das posturas forçadas no trabalho. Esse método foi

projetado para melhorar as posturas de trabalho, que foram identificadas através de fotografias

de diferentes posturas em todos os postos de trabalho. Os investigadores criaram um sistema

de classificação das posturas, com as quais identificaram as possíveis combinações de quatro

posturas: de tronco, três posturas de braços e sete posturas de pernas. No método,

identificam-se oitenta e quatro posturas de trabalho, sendo as mais adotadas e facilmente

identificáveis as de tronco, braços e pernas, além de considerar a estimação da carga

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manuseada com correlação da postura adotada pelo trabalhador. Cada uma das posturas

(figura 7) é determinada com um código de quatro dígitos, representando as posturas de

tronco, braços e pernas e igualmente a carga e esforço requerido (TEJA, 2006).

A classificação das posturas baseia-se nos riscos que representam para o sistema

musculoesquelético, indicando a urgência das medidas corretivas a tomar.

FIGURA 7: Posturas básicas no método OWAS.

FONTE: Lida, (2005).

Os dois últimos métodos ergonômicos anteriormente mencionados foram reunidos

pelo Instituto de Biomecânica de Valência para a formação do Método ERGO-IBV, o qual

avalia os riscos laborais associados à carga física, por meio de uma análise informática, que

permite avaliar os riscos nos três tipos de tarefas: tarefas repetitivas de membros superiores

com ciclos de trabalho definidos, tarefas de manipulação de cargas e; tarefas com posturas

forçadas de tronco e pernas sem ciclos claramente definidos.

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2.5.4 Método ERGO-IBV

O Instituto Biomecânico de Valência (IBV) selecionou alguns métodos de

avaliação dos fatores de risco associados à carga física, relacionando os três grandes tipos de

tarefas: tarefas de manipulação manual de cargas (levantamento, transportes, arraste e

empurrão de cargas); tarefas repetitivas e; tarefas com posturas forçadas (de tronco e pernas e

sem ciclos de trabalho claramente definidos).

Molina et al. (1997) afirmam que cada tarefa desenvolvida utiliza um método de

avaliação dos riscos. Para tarefas de levantamento de cargas, aplica-se um procedimento

baseado na Equação proposta pelo National Institute of Occupational Safety and Health

(NIOSH, 1994), e para as atividades de transportes, arrastes e empurrão de carga, o protocolo

baseia-se numas tabelas de valores-limites recomendadas, publicadas por Snnock e Ciriello

(1991). O Instituto de Biomecânica de Valência – Espanha, reúne esses métodos com a

finalidade de simplificar a análise com um só método, os riscos biomecânicos, o qual é

denominado de Método ERGO-IBV.

O Método ERGO- IBV é um protocolo que analisa os riscos da carga física que

estão expostos por uma determinada atividade laboral. A avaliação se faz a partir de um

software junto a tomadas fotográficas e filmagem, o que faz com que o manuseio do

programa seja fácil, além de ser um método que contempla os três tipos de tarefas

mencionados anteriormente, sendo esta uma das grandes características deste método, já que

os outros avaliam de forma separada.

Para realizar a análise, deve-se determinar o tipo de tarefa a ser avaliada. Após

selecionada, o programa apresenta planilhas de fácil manejo para introduzir os dados da tarefa

necessários para calcular o risco (fatores de risco), assim como sua duração de tempo, a

repetitividade dos movimentos, a codificação das posturas de trabalho, etc. O Método ERGO-

IBV proporciona dois tipos de resultados: um informe para a descrição da tarefa analisada e

os riscos em relação ao seu trabalho e; outro informe de sugestões para modificar o posto de

trabalho (figura 8).

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FIGURA 8: Diagrama de Flujo del Método Manejo Manual de Cargas.

SAÍDA

GERAR IMPRIMIR

INFORME

REDESENHAR

SIM

Não

ACEITAR

CANCELAR

SIM NÃO

NÃO

CANCELAR

REDESENHO

INFORME IMPRIMIR

ADICIONAR TAREFA

SUSTITUIR TAREFA DECISÃO IMPRESSO

CANCELAR FLUXO TELA

FONTE: Manual Método Ergo-IBV, (1997, p. 123).

Entretanto não enfoca as relações de trabalho que preconiza a ergonomia

concernentes ao trabalhador, principalmente, no que se refere a aspectos da medicina,

Definição de tarefas

Informe tarefa (evolução do risco)

Restrições? Definir restrições

Restrições? Informe recomendação redesenho

Informes recomendações redesenho

Redesenho interativo (novo risco) Informes

transformações (novo risco)

Informes transformações (novo risco)

Informe tarefa (evolução do risco)

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psicologia, que, de acordo com NANEY (2002), a postura é um importante elemento da

análise de tarefas, pois pode ser relacionada a uma série de mecanismos lesivos.

2.6 Avaliação da Dor

2.6.1 Escala de Borg para Dor

Para Vargas (2004) a Escala de Dor é uma escala que relaciona a sensação da dor

sentida pela pessoa com um valor numérico que vai de zero a dez. Foi proposta pelo sueco,

Dr. Gunnar Borg. A escala original constava de 20 níveis, mas foi modificada posteriormente,

apresentando-se apenas 10 níveis para uma aplicação mais fácil.

A aplicação é muito fácil, porém, requer alguns princípios como o fato de ser

estritamente individual e não emitir critério algum para que as valorações não sejam

modificadas.

A Escala CR10 de Borg é uma escala de relações de categorias “ancorada” no

número dez, que representa intensidades extremas e é utilizada na mensuração do esforço

percebido. Esta escala consiste numa gama limitada de números, de zero a dez, com números

dispostos de tal forma que pode ser obtida uma relação linear aproximada, juntamente com os

dados obtidos por estimativas de magnitude. A pontuação dez está ancorada como

“extremamente intenso” para esforço percebido, correspondendo à percepção mais intensa do

esforço de uma pessoa que jamais o experimentou anteriormente. E a pontuação zero está

ancorada em “absolutamente nada” (BORG, 2000).

FIGURA 9: Gráfico Avaliação da Dor Borg.

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FONTE: Costa (2004).

2.6.2 Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais

O diagrama de localização de desconforto corporal Corlett e Bishop (1976) apud

Medeiros Neto (2003) é uma ferramenta de medida subjetiva para analisar a experiência direta

do grau de desconforto das pessoas associado com suas diferentes partes do corpo, o qual é

utilizado nos estudos ergonômicos. O diagrama é um instrumento para determinar a dor em

diferentes partes do corpo do trabalhador, classificando qual o tipo de dor e o tipo de

sensações que apresenta, como:

� Dormência

� Formigamento

� Queimação

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� Sensação de peso

� Tremores

� Diminuição da amplitude de movimento

� Diminuição da força

� Fadiga da força

� Fadiga cansaço

� Inchaço edema

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FIGURA 10: Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais.

FONTE: Medeiros Neto, (2003, p. 110).

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Partindo das fontes bibliográficas indicadas e relacionadas para esta pesquisa,

esclarecem-se os conceitos de trabalho, o trabalho com manuseio de cargas, métodos de

avaliação ergonômica e avaliação da dor, permitindo-nos conceituar que os Operadores de

Trânsito e Transbordo (OTTs) encontram-se expostos a vários fatores de risco ergonômico.

Para comprovar a validade desta apreciação, propusemo-nos utilizar técnicas de avaliação

ergonômica, as quais nos conduziram a conhecer o método do trabalho dos OTTs da empresa

estudada. Procedimentos laborais que, em geral, devido às inadequações do meio ambiente

em que se desempenham, resultam em detrimento para a saúde dos operadores e

conseqüentemente em afastamento prematuro dos mesmos, afetando o funcionamento e a

rentabilidade da empresa.

A ergonomia tem entre seus objetivos centrais: melhorar a qualidade de vida dos

operadores e contribuir na obtenção de diagnóstico eficiente. Diante disso, seus

procedimentos metodológicos são aplicáveis e úteis para a avaliação desta pesquisa.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo discorre acerca da metodologia utilizada para a elaboração da

pesquisa, abordando a caracterização e a localização do estudo, a população, bem como

instrumentos utilizados para seu desenvolvimento.

3.1 Caracterização da Pesquisa

A pesquisa é do tipo descritiva com estudo exploratório. Como explica Franco

(2004), trata-se de uma investigação inicial, que se realiza para reconhecer dados e precisar a

natureza descritiva com estudo exploratório.

Os resultados obtidos foram analisados de forma qualitativa. De acordo com

Gomes (1996), o desenho qualitativo faz referência à pessoa cara a cara, interessa-se pela

compreensão do cenário social concreto, além de incorporar o consentimento informado e a

responsabilidade ética.

Para a análise dos resultados obtidos, desenvolveu-se um estudo de caso, que,

segundo Franco (2004), corresponde a uma descrição com caráter intensivo de uma pessoa ou

fenômeno, através de um seguimento e avaliação sistemática das observações, e serve para

obter uma descrição completa dos aspectos típicos de uma pessoa, e para verificar

determinadas hipóteses de diagnóstico nos casos de terapia ou conduta.

3.2 Considerações Éticas

Observando os aspectos éticos de pesquisa em seres humanos, preconizados na

Resolução no 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da

Saúde, capítulo II, foram fornecidos aos participantes do estudo: informações sobre os

objetivos da pesquisa, o anonimato, a privacidade, o livre consentimento, a liberdade de

desistir da participação em qualquer momento, sem prejuízos para a sua assistência, assim

como a permissão do sistema de filmagem e fotografias durante a intervenção. Todos estes

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elementos supramencionados são contemplados no documento a Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido, direcionado aos sujeitos da amostra (apêndice A).

3.3 Instrumentos

Utilizou-se como instrumento de medida para avaliar os riscos laborais associados

ao manuseio de cargas, o Método ERGO-IBV, desenvolvido pelo Instituto de Biomecânica de

Valência - Espanha. Como forma de complementação deste instrumento, utilizou-se a Escala

de Borg e o Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais.

− Método ERGO-IBV

Este método é constituído por um manual de instruções e um programa

informático, através de um software, onde foram registrados e analisados os dados coletados

no desenvolvimento da pesquisa. A partir daí, os dados foram expostos em planilhas e

confrontados com filmagem e tomadas fotográficas das tarefas analisadas pelos OTTs.

Para esta investigação, optou-se por trabalhar com o Método ERGO-IBV como

instrumento para avaliar os riscos laborais associados ao manuseio de cargas, por se tratar de

uma metodologia que envolve vários métodos e pela acessibilidade a este instrumento, já que

se pôde utilizá-lo junto ao Laboratório de Ergonomia do Departamento de Fisioterapia da

UFPB.

Seguindo os passos próprios do Método ERGO-IBV, inicialmente determinou-se

o tipo de tarefas múltiplas que se pretendia avaliar e selecionou-se o método mais adequado

para calcular o risco. Em algumas ocasiões, aplicou-se mais de um método para analisar as

mesmas tarefas ou para as diversas subtarefas que compõem a tarefa geral, já que os métodos

não eram excludentes entre si, não dependentes. Uma vez selecionado o método, o programa

apresentou planilhas pré-estabelecidas, de acordo com a seleção do tipo de tarefa

desenvolvida. Essas planilhas, de fácil manejo, proporcionam a introdução de dados

necessários da atividade a calcular os riscos, assim como a duração da tarefa, do transporte,

do empurre e do arraste de carga, a codificação das posturas de trabalho, etc.

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O programa permite basicamente dois tipos de informes: um descreve as tarefas

analisadas, de onde se mostra o risco calculado para a área do corpo correspondente e uma

descrição dos fatores que contribuem para o aparecimento desse risco; o outro informe é de

recomendações, no qual se oferecem sugestões de redesenho de parâmetros da tarefa para

reduzir o risco até níveis considerados como aceitáveis para o trabalhador.

Variáveis estudadas a partir do Método ERGO-IBV, segundo Molina (1997)

1. Tipo de tarefa

• Simples: É aquela que compreende só um tipo de tarefa isolada, como:

levantamento de cargas, transporte de cargas, empurre de cargas, arraste de

cargas.

• Múltipla: É aquela que consiste em combinações das anteriores.

2. Duração: Tempo que gasta o operador em executar a tarefa.

• Duração Curta: menos de uma hora.

• Duração Média:entre 1 e 2 horas.

• Duração Longa: entre 2 e 8 horas.

3. Peso levantado: Peso em Kilogramas do objeto. O Método ERGO-IBV toma

como constante da carga 25Kg.

4. Distância horizontal: Em centímetros entre a projeção, no chão, do ponto

meio entre os agarres da carga e o centro da linha entre os tornozelos.

5. Posição vertical inicial: Distância vertical, em centímetros, entre o ponto de

agarre da carga e o chão, no momento de pegá-la para fazer o levantamento.

6. Posição vertical final: Distância vertical, em centímetros, entre o ponto de

agarre da carga e o chão, no momento soltá-la para terminar o levantamento.

7. Ângulo de assimetria: É o ângulo, em graus, formado pela projeção do plano

sagital sobre o chão e a linha meia de assimetria (que passa pelo ponto meio

entre os tornozelos e a projeção do centro do agarre sobre o chão). A medida

desta variável realizou-se a partir da ajuda das fotografias feitas de cada um

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dos operadores por meio de um transferidor, onde se estimou o ângulo de

assimetria. São penalizadas as tarefas que nos levantamentos estão

acompanhadas de rotação do corpo.

8. Freqüência de levantamento: Número de levantamentos que se faz por minuto.

Sua mensuração foi realizada a partir da análise do vídeo, que permite a

contagem de levantamentos por minuto.

9. Tipo de agarre: Indica a facilidade de agarrar a carga.

• Bom: Objeto com desenho ótimo e com asas perfuradas de desenho ótimo.

• Regular: Caixas com desenho ótimo, mas com asas perfuradas de desenho

sub-ótimo.

• Ruim: Caixas com desenho sub-ótimo, objetos irregulares, difíceis de pegar,

grandes ou com bordas afiadas.

10. Força inicial: Força em quilogramas que se tem que fazer para manusear a

carga.

Limite de Força Inicial Recomendada para Homens: 20Kg.

11. Força sustentada: Força em quilogramas que se tem que fazer para manter a

carga em movimento.

Limite de Força Sustentada para Homens: 11Kg.

12. Distância percorrida: Distância em metros que tem que percorrer a carga.

13. Freqüência de empurre/arraste: Número de arrastes que se faz por minuto.

14. Peso transportado: Peso em quilogramas da carga transportada.

15. Altura de agarre: Altura em centímetros do agarre da carga.

O Método ERGO-IBV determina o risco a partir dos limites recomendados do

peso e calcula os índices de levantamento, arraste e empurre representativos no nível

associado da tarefa:

a) Risco limitado: Índice <1, a maioria dos trabalhadores não deve ter problemas

ao executar estes tipos de tarefa.

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b) Risco incrementado moderado: Índice < índice <1.6. As tarefas deste tipo

devem redesenhar para reduzir o tipo de risco.

c) Risco incrementado acusado: Índice > 1.6, as tarefas são inaceitáveis desde o

ponto ergonômico, e devem ser modificadas.

-Escala de Borg

Como forma de complementação do Método ERGO-IBV, utilizou-se como

instrumento de coleta de dados a Escala de Borg modificada (apêndice B) para a dor,

modificada por Costa (2004). Essa modificação teve como objetivo facilitar a compreensão da

escala de Borg, permitindo a elaboração de um gráfico que relaciona a intensidade da dor com

a intensidade da cor, partindo de uma cor mais fraca, sendo branco equivalente ao número (0),

que representa sem dor, até chegar à cor mais forte, sendo a cor preta representando o numero

(10), que estabelece máxima dor. Assim, o aumento gradual da cor está relacionado

diretamente com o aumento da intensidade da dor.

− Diagrama para Localização de Sinais e Sintomas Físicos Corporais

Medeiros Neto (2003) realiza uma modificação do diagrama original de

localização de desconforto corporal, Corlett e Bishop, que abrangia grandes áreas corporais

sem ter a possibilidade da discriminação da sensação de desconforto entre as articulares dos

membros superiores e inferiores. O diagrama modificado tem a discriminação de sinais e

sintomas com as sensações de dor e de desconforto.

3.4 Procedimentos Metodológicos

Após o encaminhamento ao Comitê de Bioética do Centro de Ciências da Saúde

da UFPB, os trabalhadores assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,

autorizando sua participação na pesquisa. Realizou-se um teste-piloto (pré-teste) do método

ERGO-IBV. Chizzotti (2003) determina que o pré-teste é importante para apreciação in loco

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dos problemas e das circunstâncias que podem interferir na pesquisa, os contatos prévios com

as pessoas e o ambiente, a testagem dos instrumentos, etc.

Cocharan (2002) relata que o pré-teste resulta em melhoria dos instrumentos de

medida. Nesta pesquisa, o pré-teste consistiu nos ajustes na planilha do método informático e

na definição dos ângulos da filmagem e tomadas fotográficas. Gil (1995) acrescenta que o

pré-teste de um instrumento de coleta de dados tem a finalidade de assegurar-lhe validade e

precisão. Assim, a realização deste deveria assegurar que o instrumento utilizado para coleta

de dados estivesse adequadamente elaborado para a população em estudo.

Para a elaboração do Pré-Projeto de Pesquisa, fora necessário a elaboração do

Projeto-Piloto, o qual foi composto por pré-teste 1 e pré-teste 2. Sendo o pré-teste

desenvolvido do seguinte modo:

Pré-Teste 1: Foi realizado um treinamento teórico prático do instrumento de

análise (Método ERGO-IBV) pela orientadora Christiane Kelen Lucena da Costa.

a) Realizou-se contato com uma empresa de prestação de serviços da Paraíba, à

qual foi solicitada a permissão para que se desenvolvesse a pesquisa no setor

de suprimentos, no momento em que se fez um reconhecimento deste setor.

Posteriormente, aplicou-se um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,

seguido da aplicação de um questionário para descrever o trabalho direcionado

a dois operadores e ao chefe do departamento. Além do questionário, foram

realizadas filmagem e tomadas fotográficas do setor e dos trabalhadores

realizando tarefas de manuseio de cargas. Essa coleta forneceu dados para a

elaboração do artigo “Analise do Layout no Setor de Suprimentos de uma

empresa de Energia da PB” da disciplina Engenharia de Métodos.

b) Analisaram-se os dados coletados e, a partir destes, elaborou-se uma ficha de

roteiro do Método Ergonômico ERGO – IBV (APÊNDICE B). Mediante o

desenvolvimento da coleta inicial, tornou-se possível selecionar os melhores

ângulos para as tomadas fotográficas e filmagem.

Pré-Teste 2:

a) Por motivos não conhecidos, a empresa onde se realizou o estudo anterior

(primeira coleta) não permitiu a continuidade da pesquisa. Assim, elaborou-se

nova solicitação que foi encaminhada a outra empresa. O contato com a nova

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empresa fez-se através do Diretor de Recursos Humanos, o qual forneceu

parecer favorável para o desenvolvimento da pesquisa (anexo 1).

b) Na visita à empresa, selecionou-se um operador que realizara manuseio de

cargas. Descreveu-se seu trabalho, aplicou-se a ficha do roteiro de coleta de

dados, além de ter sido realizada a filmagem e tomadas fotográficas deste

trabalhador no setor de Centro de Encomendas e Expresso (CEE) exercendo a

função de Operador de Trânsito e Transbordo (OTT). Essa etapa possibilitou a

verificação da aplicabilidade da ficha elaborada (apêndice 1), bem como tem

subsidiado a elaboração dos artigos: “Análise Ergonômica do Posto de

Trabalho dos Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs)”, para a disciplina

Estudos Independentes, “Analise Ergonômica nos Trabalhadores Trasbordo e

Transporte em Uma Empresa”, para a disciplina de Métodos e Aplicação em

Ergonomia e o artigo “Organização do Trabalho de Operários com Tarefas de

Manuseio de Cargas”, para a disciplina de Organização e Avaliação do

trabalho.

Após o desenvolvimento do teste piloto, realizou-se uma nova coleta de dados que

serviu para obtenção dos resultados da dissertação. Esta coleta foi realizada com 3

trabalhadores que compuseram a amostra e não fizeram parte do teste-piloto. Os trabalhadores

selecionados assinaram o Termo de Consentimento e passaram pelo processo de descrição da

tarefa que desenvolvem, bem como da filmagem e tomadas fotográficas que subsidiaram a

análise dos dados registrados com a ficha de roteiro de coleta de dados (apêndice 1).

3.5 Análise dos Dados

Os dados coletados para análise foram armazenados no software do Método

ERGO-IBV, no laboratório de Ergonomia do Departamento de Fisioterapia da UFPB. A

análise dos dados obtidos foi através do Método ERGO-IBV, da Escala de Borg para Dor e do

Diagrama para localização de sinais e sintomas físicos corporais. Estes dados foram

confrontados com as tomadas fotográficas e de vídeo e fundamentados com a literatura.

Implementada a metodologia de avaliação ergonômica nos OTTs que realizam

“manuseio de cargas”, na empresa dos correios da cidade de João Pessoa, foi dado

prosseguimento à examinação da situação funcional laboral de cada um dos operadores que

fizeram parte da amostra, o que será exposto no capítulo seguinte.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, serão apresentados os resultados obtidos da pesquisa. Para isto,

caracterizamos a empresa e o setor do trabalho, Centro de Encomendas e Expresso (CEE);

seguidamente faz-se a descrição específica do trabalho de manuseio de cargas. Logo se

apresenta a análise do trabalho de três (3) operadores que fizeram parte da pesquisa,

analisando a tarefa de manuseio de cargas.

4.1 Características da Empresa

A coleta de dados foi realizada na Empresa dos Correios e Telégrafos - Agência

Central de Correios, no setor denominado Centro de Encomendas e Expresso (CEE),

localizado na BR-230 da cidade de João Pessoa-PB. O serviço dos Correios é entrega de

correspondências, encomendas e documentos em qualquer ponto do território nacional e

internacional. A empresa foi selecionada para estudo pela existência de operadores que

realizam tarefas com manuseio de cargas, além de oferecer fácil acesso para o

desenvolvimento da pesquisa e uma boa receptividade por parte dos diretores, funcionários e

operadores.

O atual layout do posto de trabalho do setor de CEE pode ser visto pela

representação gráfica demonstrada na (figura 11).

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FIGURA 11: Layout Centro de Encomendas e Expresso dos Correios João Pessoa.

Fonte: Pesquisa direta.

4.2 Metodologia para avaliação dos riscos biomecânicos nas atividades dos

trabalhadores com manuseio de cargas

A população constitui-se do número total de quatro Operadores de Trânsito e

Transbordo (OTTs) que desempenham tarefas com manuseio de cargas (levantamentos,

transporte, arraste e empurres) na Empresa dos Correios - Agência Central de Correios da

cidade de João Pessoa - PB. A abertura, a receptividade, assim como a acessibilidade foram

fatores decisivos para a escolha do local de pesquisa e caracterização da amostra, fato que

possibilitou, entre outros procedimentos, a filmagem dos operadores envolvidos durante a

execução das atividades laborais. Neste tipo de amostra, segundo Gil (1995), o pesquisador

seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam representar o universo.

Assim, foram selecionados três OTTs, os quais constituem os sujeitos da amostra.

Os trabalhadores em estudo estão locados no Centro de Encomendas e Expresso

(CEE), tendo como função realizar a descarga, o transporte e a distribuição dos malotes onde

se encontram as encomendas. Para auxílio e desenvolvimento de suas tarefas, utilizam as

seguintes ferramentas de trabalho: a) empilhadeira manual, b) carrinho gradilhado e c) paletas

(figura 12). Apresentam uma carga horária de 8 horas diárias, sendo o trabalho mais

intensificado nos momentos de chegada dos caminhões transportadores, o que ocorre duas

vezes por turno.

1

2 3

LEGENDA: 1. ZONA DE DESCARGA 2. ZONA DE TRIAGEM 3. ZONA DE ENTREGA AOS CARTEIROS

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FIGURA 12: Ferramentas de trabalho A) empilhadeira manual, B) carrinho gradilhado e C) paletas.

Fonte: Pesquisa direta.

O trabalho dos OTTs começa no momento da descarga do caminhão oriundo da

cidade de Recife-PE, que transporta os malotes até o Centro de Encomendas e Expresso

(figura 13). Um operador descarrega os malotes do caminhão com a empilhadeira eletrônica e

a conduz ao setor de triagem.

Posteriormente, os OTT’s descarregam os malotes encaixotados com auxílio de

paletas, para facilitar a descarga das caixas que contêm os malotes, a tarefa que realizam é

classificada como tarefa múltipla, já que combina as três tarefas que correspondem ao

manuseio de cargas (neste caso os malotes), com uma duração curta para sua execução, em

torno de 15 – 20 minutos contados a partir da descarga dos malotes desde o caminhão até a

distribuição dos malotes na triagem (figura 14). Em seguida, os OTT´s transportam essas

caixas com empilhadeira manual ao setor onde serão descarregadas (figura 15). Concluída

esta fase, os operadores abrem as caixas e realizam a seleção. Nesse momento, os malotes são

colocados em carrinho gradilhado e, a partir da triagem, são conduzidos ao setor de destino

(figura 16) para serem entregues aos carteiros.

B

A

C

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Figura 13: Caminhão carregado com os malotes.

Fonte: Pesquisa direta.

FIGURA 14: Descarga dos malotes. FIGURA 15: Transporte dos malotes.

Fonte: Pesquisa direta. Fonte: Pesquisa direta.

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FIGURA 16: Setor onde os malotes são distribuídos e classificados.

Fonte: Pesquisa direta. 4.2.1 Processo de trabalho dos Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs)

Os resultados encontram-se expostos a seguir na forma de estudo de caso, onde os

trabalhadores da amostra têm a função de Operadores de Trânsito e Transbordo (OTTs),

estando apresentados na ordem como são desenvolvidas as tarefas de manuseio de cargas, as

quais foram dividas em: a) descarga de malotes, b) transporte de malotes e c) distribuição de

malotes. Após os resultados de cada estudo isolado, é exposta uma sucinta comparação dos 3

estudos de caso.

1) CASO 1: (OTT 1)

O Operador de Trânsito e Transbordo 1 é do sexo masculino, 33 anos de idade,

tendo como nível de escolaridade o segundo grau completo. O operador tem vínculo com a

empresa do tipo terceirizado e seu cargo é de OTT. Está desenvolvendo esta função há 2

meses e refere sintomatologia de dor intensa na região lombar (lombalgia).

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A) Etapa do processo de descarga de malotes

Observa-se que, para desempenhar esta tarefa, o indivíduo adota posturas

incorretas e forçadas, sobrecarregando os membros superiores, o que força a coluna, fazendo

uma flexão com inclinação da mesma e com extensão dos joelhos para pegar o malote (figura

17).

Nesta postura, os membros inferiores ajudam a realizar a força necessária para

fazer a descarga dos malotes e o individuo, por adotar uma postura incorreta, vai gerar uma

compressão dos discos intervertebrais. Segundo Parniapur, Sparto e Chen (1997), muitas das

lombalgias que atingem os trabalhadores são atribuídas à postura estática e às posturas que

demandam um trabalho pesado excessivo, com muitos movimentos de flexão anterior de

tronco e velocidade de movimento. Os autores acrescentam que o manuseio de cargas pesadas

e a adoção de posturas incômodas e com restrição de movimentos acarretam lesões por

excesso de contração das miofibrilas, causando fadiga muscular e diminuição do aporte

sangüíneo, gerando as inflamações nos músculos e tendões.

Os dados obtidos mediante o Método ERGO-IBV determinam que existem várias

alterações no desempenho do trabalho que devem ser corrigidas para não afetar ainda mais a

saúde deste OTT. As variáveis a serem modificadas são: 1)diminuição do peso da carga, 2)

diminuição da distância horizontal, 3) reduzir o ângulo de assimetria e 4) modificar a posição

vertical inicial (apêndice D).

FIGURA 17: Descarga de malotes, enfatizando a postura forçada sobrecarregando a coluna vertebral e os membros inferiores.

Fonte: Pesquisa direta.

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Este trabalhador, tendo que levantar uma carga de 35Kg, excede o peso

recomendado para uma pessoa. O Método ERGO-IBV recomenda que o peso máximo seja de

7Kg. Por sua vez, a NR 17 (2002) fixou o valor da constante em 23Kg.

Segundo Naney (2002), o manuseio de pesos elevados é um fator de risco para

gerar lesões musculoesqueléticas na região da coluna, causando manifestações como dor,

conforme este trabalhador refere sentir, além do que o tipo de agarre não é adequado por

ocasionar posturas desconfortáveis para manusear cargas. Segundo a Federación Nacional de

Comerciantes Seguro Social (1998), as posturas incorretas são as que alteram a biomecânica

do indivíduo, requerendo maior esforço para adotar e/ou mantê-la.

B) Etapa do processo de transporte de malotes

No transporte de malotes (figura 18), o operador faz uma ligeira rotação para

acompanhar os movimentos dos braços, que estão em flexão, para conseguir realizar a força.

No momento de puxar a empilhadeira com os materiais, os braços encontram-se com a

sobrecarga, já que a força para puxar a empilhadeira manual só é feita por estes. Relacionado

a isto, Iida (2005) afirma que a capacidade da carga é influenciada também pela sua

localização em relação ao corpo e por outras características como dimensões e facilidade de

manuseio. Molina, Moreno et al. (1997) acrescentam que as atividades laborais podem afetar

a saúde dos trabalhadores quando são realizadas inadequadamente. Dentre as lesões

ocupacionais do tipo musculoesqueléticas, podem distinguir-se dois grandes grupos em

função da zona corporal afetada: lesões na coluna, principalmente na região lombar, lesões

nos membros superiores, regiões de pescoço e ombros.

O transporte é realizado com uma freqüência de um por minuto, o agarre realiza-

se na altura dos cotovelos, o peso dos malotes é de 35Kg, bem superior ao peso recomendado

para o transporte, que é de 13Kg para os homens, segundo o Método ERGO-IBV.

O transporte de malotes, que consiste em empurrar e arrastar, é classificado

segundo o Método ERGO-IBV como atividades com risco ergonômico de 5,73 (apêndice D),

sendo uma atividade inaceitável que precisa ser modificada. Para a continuação, são

necessárias algumas recomendações dadas pelo Método ERGO-IBV.

Na tarefa de empurrar a empilhadeira, o operador realiza uma força inicial e

mantida igual a 40Kg, sendo uma freqüência de 1 empurre por minuto. O Método ERGO-IBV

determina que a força inicial recomendada para homens é de 13Kg e a força mantida é de

7Kg, no momento em que o operador realiza a tarefa de arrastar, a qual é feita com uma força

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inicial e força mantida de 40Kg e com uma freqüência de 1 arraste por minuto. O Método

ERGO-IBV determina que, para realizar esta atividade, existe uma força inicial recomendada

para homens que é de 14Kg e uma força mantida recomendada de 8Kg.

Segundo o Método ERGO-IBV, as duas atividades anteriormente analisadas

apresentam um índice de risco ergonômico de 7,01, o que constitui em atividades inaceitáveis,

exigindo modificações dadas pelo Método ERGO-IBV, que são: 1) redução da distância

percorrida, 2) redução da força mantida e inicial e 3) redução da freqüência de empurre e

arraste (apêndice D).

FIGURA 18: Transporte dos malotes, enfatizando a postura dos braços e coluna vertebral.

Fonte: Pesquisa direta. C) Etapa do processo de distribuição dos malotes

Na figura 19, observa-se que o operador efetua uma rotação do tronco no

momento da distribuição dos malotes os quais tem um peso de 30Kg, o que gera tensões nas

vértebras e os discos invertebrais são tencionados. As articulações e os músculos da coluna

vertebral são submetidos a cargas assimétricas, que são prejudiciais, podendo causar lesões

músculo-esqueléticas. Merck e Dohme (2006) afirmam que a lombalgia pode ser causada por

esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado,

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erro postural, posição não ergonômica no trabalho, sendo esta a causa mais freqüente para a

torção e distensão dos músculos e ligamentos que causam a lombalgia.

O Método ERGO-IBV determina que esta tarefa (distribuição de malotes)

representa um risco ergonômico para o indivíduo, já que tem um índice composto de 2,98,

tornando-se necessário fazer algumas modificações no desempenho desta tarefa. O Método

ERGO-IBV sugere a modificação de algumas variáveis para não alterar ainda mais a saúde do

trabalhador; são elas:1) redução do peso da carga, 2) redução da freqüência da tarefa, 3)

modificação na altura do agarre e 4) redução da distancia percorrida (apêndice D).

FIGURA 19: Distribuição de malotes, enfatizando a rotação da coluna vertebral.

Fonte: Pesquisa direta.

Na avaliação ergonômica do trabalhador, durante a execução da tarefa, verificou-

se que o operador, segundo seu relato, apresenta dor na coluna lombar com uma intensidade

de 7, que significa sentir dor intensa, com sensação de diminuição de movimento (figura 20).

Neto (2006) determina que a dor ocorre por um problema mecânico. Os músculos não estão

suficientemente alongados para permitir uma amplitude total de movimentos do tronco e

quadril e, dessa forma, sofrem mínimas lesões por estiramento durante posturas inadequadas

ou movimentos bruscos, resultando em uma resposta de espasmo muscular, ou seja, uma

sensação de “travamento nas costas”, segundo os pacientes.

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FIGURA 20: Avaliação da dor (caso 1). A Intensidade da dor e B) Diagrama da localização da dor.

1

2

8

10 Fonte: Pesquisa direta. 2) CASO 2: (OTT 2)

6

A B

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O Operador de Trânsito e Transbordo 2 é do sexo masculino, tem 36 anos de

idade, tendo como nível de escolaridade o segundo grau completo. A vinculação com a

empresa é por contratação de estagiário, tendo ele uma experiência de 2 anos e meio na

função e refere dor leve na região lombar (lombalgia).

A) Etapa do processo de descarga de malotes

O operador desenvolve tarefas que envolvem o manuseio de materiais, onde adota

posturas incorretas e forçadas no momento de desenvolver as atividades.

Na descarga de malotes, faz-se a maior força com membros superiores e na

coluna, já que o operador pega o malote de uma altura baixa e traz ao corpo, tendo que fazer

uma máxima flexão da coluna, sem realizar uma flexão de joelhos, gerando um excessivo

trabalho para a coluna e a musculatura paravertebral, o que pode justificar a presença de

sintomatologia dolorosa na região lombar (lombalgia) ou outra doença musculoesquelética

(figura 21, 24). Concordando com a Federación Nacional de Comerciantes Seguro Social

(1998), determina que deve existir um equilíbrio entre as capacidades do sujeito e os

requerimentos de desempenho no trabalho. Sem esta condição, é provável que se origine um

trauma de intensidade variável, que vai depender das características do sujeito, seus fatores

genéticos, físicos e psíquicos.

O trabalhador sujeito deste estudo tem que levantar uma carga de 30Kg, sendo

maior que o peso recomendado para uma pessoa, como foi citado pelo Método ERGO-IBV

(23Kg). Além disso, o trabalhador faz uso do agarre do tipo regular, que, segundo a

classificação do Método ERGO-IBV, não é adequado porque ocasiona uma postura

desconfortável para manusear cargas. A partir dos dados obtidos da tarefa realizada pelo

operador, o Método ERGO-IBV indica algumas recomendações de modificações das

variáveis: 1) reduzir o peso da carga, 2) redução da distância horizontal na origem e no

destino, 3) redução do ângulo de assimetria, 4) redução da posição vertical inicial e final e 5)

redução da freqüência de levantamento (apêndice D).

FIGURA 21: Descarga de malotes, enfatizando a flexão da coluna e postura incorreta dos membros inferiores.

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Fonte: Pesquisa direta.

B) Etapa do processo de transporte de malotes

Ao fazer o transporte dos malotes (figura 22), o OTT faz rotação da coluna

vertebral para deslocar a empilhadeira manual com os malotes. Para empurrar e arrastar a

carga, realiza uma força exercida através da musculatura da coluna e dos membros superiores

que se encontram em flexão de ombros e de cotovelos e as mãos fazem preensão palmar para

segurar o local de agarre do carrinho, já que a realização desta função requer muita força,

além de mantê-la. A postura que adota o OTT pode gerar um desequilíbrio muscular, uma vez

que essa postura está ocasionando uma sobrecarga de trabalho em áreas específicas do corpo,

como é neste caso, na musculatura paravertebral e nos membros superiores, corroborando

com Brownstein (2001), segundo o qual, o desequilíbrio muscular pode causar desgaste e

ruptura das articulações, gerando estados crônicos como artrites ou outras doenças.

A partir da análise de dados pelo Método ERGO-IBV, recomenda-se a realização

de várias alterações, que devem ser feitas para que a tarefa não venha a alterar a saúde do

OTT, a partir dos seguintes dados:

Ao realizar o transporte, o sujeito estudo do caso 2 o faz com uma freqüência de 1

transporte por minuto, carregando o mesmo peso de 30Kg, o qual não é adequado para o

operador. Além disso, o transporte é feito com a carga na altura dos cotovelos.

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Na tarefa de empurrar e arrastar a empilhadeira, o operador libera uma força

inicial e força mantida de 45Kg, com uma freqüência de 1 empurre por minuto. O Método

ERGO-IBV determina que a força inicial recomendada para homens é de 17Kg e a força

mantida para homens é de 10Kg. Na tarefa de arraste com a empilhadeira, o sujeito da

pesquisa realiza uma força inicial e força mantida de 45Kg, sendo esta uma força exagerada

para a atividade. O Método ERGO-IBV recomenda, para realizar a tarefa, uma força inicial

para este operador de 19Kg e 11Kg para a força mantida.

A partir dos dados obtidos pelo Método ERGO-IBV das tarefas anteriormente

mencionadas, existe um risco ergonômico de 4,61; porém, faz-se necessário realizar

modificações no desempenho das tarefas. Nesse sentido, o Método ERGO-IBV dá algumas

sugestões para modificar essas tarefas: 1) redução da distância percorrida, 2) redução da força

mantida e inicial e 3) redução da freqüência de arraste e empurre (apêndice D).

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FIGURA 22: Transporte de malotes, enfatizando a rotação da coluna e força dos braços.

Fonte: Pesquisa direta.

C) Etapa do processo de distribuição dos malotes

Na distribuição dos malotes (figura 23), o OTT realiza flexão da coluna cervical e

torácica; os cotovelos estão em flexão, já que o operador faz força para manusear os malotes a

serem distribuídos. Essas posturas, segundo Reinhardt (1999), quando o indivíduo as mantêm

constantemente, gera na coluna em flexão uma compressão permanente sobre o extremo

anterior do corpo vertebral e um deslocamento do núcleo até atrás, em direção da medula

espinhal, o que vai provocar lesão dos discos intervertebrais, causando dores.

O OTT tem que ter precaução do peso, pois há cargas que chegam a até 35Kg,

sendo um peso muito grande para ser manuseado por um só operador, da forma de pegar, que

tem que ser ajustada, para pegar o malote perto do corpo, visando a facilitar o manuseio e

diminuir a força exercida pelo operador.

O Método ERGO-IBV determina que esta tarefa (distribuição de malotes)

representa um risco ergonômico para o indivíduo, já que tem um índice composto de 2,31,

tornando-se necessário fazer algumas modificações no desempenho desta tarefa. O Método

ERGO-IBV sugere a modificação de algumas variáveis: 1) redução do peso da carga, 2)

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redução da freqüência da tarefa, 3) modificação da altura de agarre e 4) redução da distancia

percorrida (apêndice D).

FIGURA 23: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura da coluna.

Fonte: Pesquisa direta.

Na avaliação ergonômica do operador durante a execução das tarefas de manuseio

de cargas, o operador refere, segundo relata, presença de dor na região lombar com uma

intensidade de 4, o que significa ter uma dor levíssima, com uma sensação de queimação

(figura 24), que está relacionada ao trabalho. A Federación Nacional de Comerciantes (1998)

determina que as posturas incorretas, os requerimentos excessivos da força e de movimentos

levam a respostas do organismo, gerando alterações no sistema musculoesquelético,

comprometendo ligamentos, tendões, membranas sinoviais, músculos, fasciais, articulações,

ossos, vasos e nervos, os quais se apresentam com maior freqüência na coluna vertebral.

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FIGURA 24: Avaliação da dor (caso 1). A Intensidade da dor e B) Diagrama da localização da dor.

5

9

A B

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Fonte: Pesquisa direta. 3) CASO 3: (OTT 3)

O Operador de Trânsito e Transbordo 3 da amostra é do sexo masculino com 38

anos de idade e nível de escolaridade de segundo grau completo. Está vinculado à empresa

pesquisada com contrato do tipo temporário terceirizado. Está desenvolvendo esta função há

20 anos e refere sintomatologia de dor intensa na região lombar (lombalgia).

A) Etapa do processo de descarga de malotes

O OTT, ao realizar descarga de malotes (figura 25), adota posturas incorretas,

como pode ser verificado na figura em foco. O problema é que a postura adotada pelo

trabalhador exige liberar maior força no desenvolvimento das tarefas. Para descarregar os

malotes, o indivíduo tem que pegar a carga, o que é realizado com flexão da coluna sem

dobrar os joelhos, já que os malotes estão em uma altura baixa, podendo gerar tensões nos

membros superiores e maior carga na coluna, o que acarreta lesões acumulativas nesta região

do corpo.

Corroborando o anteriormente dito, Zabala (2005) relata que a postura e atitude

corporal são as resultantes do equilíbrio interativo entre o corpo humano e o entorno em

diferentes posições adaptáveis ao espaço tridimensional, com o mínimo de fricções e desgaste

dos tecidos da energia. Os ossos e articulações tornam-se no centro medular, onde se

transforma a energia em movimento cinético com o apoio sinérgico dos tecidos brandos. O

trabalho excessivo em condições de normalidade biomecânica, em maior freqüência de parte

em anormalidade biomecânica, permite a sobrecarga e o desgaste das estruturas de suporte e

facilitadoras do movimento, o que gera pequenos traumas ou traumas evidentes sobre o

aparato locomotor. A reação de inflamação e os fenômenos degenerativos (como disfunção

metabólica ante qualquer estimulo) explicam a dor e a incapacidade da região do aparelho

locomotor afetada.

A descarga de malotes é uma tarefa de curta duração, dado que sua realização é

feita em menos de uma hora, na qual o OTT levanta um peso de 35,0Kg, o que não é

recomendado para ser manuseado por um só operador. O Método ERGO-IBV determina que

o peso recomendado para esta tarefa é de 8,85Kg, com uma freqüência de 1 levantamento por

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minuto, tendo um tipo de agarre ruim, sendo estas variáveis fatores de risco para este

operário. Porém o Método ERGO-IBV propõe modificações de algumas variáveis: 1) redução

do peso da carga, 2) redução da distância percorrida, 3) melhorar o tipo de agarre, 4) redução

do ângulo de assimetria, 5) modificar a posição vertical inicial e 6) redução da freqüência da

tarefa (apêndice D).

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FIGURA 25: Descarga de malotes, enfatizando a sobrecarga na coluna.

Fonte: Pesquisa direta.

B) Etapa do processo de transporte de malotes

O OTT realiza uma inclinação anterior da coluna no transporte de malotes (figura

26), com transmissão de peso de um a outro hemicorpo para conseguir realizar a força. No

momento de puxar a empilhadeira manual, o braço esquerdo encontra-se com sobrecarga, já

que a força para puxar a empilhadeira manual só é feita por esse braço.

As subtarefas de arrastar e empurrar os malotes são analisadas pelo Método

ERGO-IBV, o qual determina que são subtarefas múltiplas com uma duração curta. O

empurre é realizado com uma força inicial de 47Kg e uma força mantida de igualmente 47Kg,

sendo estas duas forças fatores de risco para a saúde do trabalhador porque são forças que se

extravasam à força recomenda. O Método ERGO-IBV determina, para este indivíduo, a força

inicial de 15Kg, e a força mantida recomendada de 9Kg.

A subtarefa de arraste dos malotes com a empilhadeira manual é realizada com

uma força inicial de 47Kg e uma força mantida também de 47Kg, sendo estas forças

inadequadas para realizar a tarefa. O Método ERGO-IBV determina uma força inicial

recomendada para homens de 17Kg e a força mantida recomendada para homens de 10Kg, as

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quais seriam ideais para não gerar alterações biomecânicas ao operador, dadas pelos riscos

ergonômicos encontrados.

O Método ERGO-IBV conclui que as subtarefas anteriores têm o índice composto

de 5,33, o que significa a existência de um incremento acusador do risco ergonômico, sendo

subtarefas inaceitáveis desde o ponto de vista ergonômico, tendo que ser modificadas. Por

este motivo, o Método ERGO-IBV sugere recomendações para o desenvolvimento destas

subtarefas, com a finalidade de diminuir o risco ergonômico: 1) redução da distância

percorrida, 2) redução da força mantida e inicial e 3) redução da freqüência de empurre e

arraste (apêndice D).

FIGURA 26: Transporte de malotes, enfatizando a postura de membros inferiores e superiores.

Fonte: Pesquisa direta.

C) Etapa do processo de distribuição de malotes

O OTT, ao realizar a distribuição dos malotes, adota uma postura inadequada para

realizar esta função. Como se observa na figura 27, o operador realiza uma flexão da coluna

com flexão de cotovelo, os quais estão fazendo a força para poder carregar o malote para sua

posterior distribuição, o que está gerando sobrecarga nestas partes do corpo. Zabala (2005)

afirma que os transtornos que lesionam e incapacitam os tecidos do sistema músculo-

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esquelético estão relacionados diretamente com a postura do homem. O Seguro Social (1996)

contrapõe que o trabalho não atua sobre a saúde do homem de uma forma direta, atua sim por

intermédio das condições em que este é realizado, sendo algumas destas condições a saúde

física e a psíquica do trabalhador.

Na distribuição dos malotes, o OTT manuseia uma carga de 35Kg, quando o

Método ERGO-IBV recomenda para este operador um peso de 17Kg. Esta tarefa é realizada

com uma freqüência de 1 transporte por minuto e agarre do malote à altura do quadril.

O Método ERGO-IBV determina que esta tarefa (distribuição de malotes)

representa um risco ergonômico para o indivíduo, já que tem um índice composto de 2,18 ,

tornando-se necessário fazer algumas modificações no desempenho da mesma. A seguir,

apresentamos algumas sugestões de redesenho para esta tarefa dadas pelo Método ERGO-

IBV: 1) redução do peso da carga, 2) redução da freqüência de transporte e 3) redução da

distância percorrida (apêndice D).

FIGURA 27: Distribuição dos malotes, enfatizando a postura dos membros superiores e coluna.

Fonte: Pesquisa direta.

Ao realizar a avaliação ergonômica do OTT, constatou-se que, durante a execução

das tarefas de manuseio de cargas, o operador apresentava dor na coluna lombar com uma

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intensidade de 7, o que significa uma dor intensa e uma diminuição da amplitude de

movimento (figura 28). Isso é dado porque a coluna vertebral é o sustento do corpo, pelo que

se gera alterações mecânicas, onde o peso carregado pelo trabalhador e as posturas

inadequadas adotadas geram tensão na musculatura paravertebral. Calliet (2000) afirma que a

grande maioria dos transtornos lombares ocorridos nos locais de trabalho está relacionada a

esforços excessivos, gerados, principalmente, em indivíduos que fazem flexão anterior e

rotação assimétrica da coluna. Malcom (1999) confirma que a dor pode ser causada por

distensões dos ligamentos, tendões ou outros tecidos brandos, mas está relacionada

geralmente com sobrecarga na região lombosacra e sacroilíaca.

FIGURA 28: Avaliação da dor (caso 3). A) Intensidade da dor, B) Diagrama da localização da dor.

A B

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Fonte: Pesquisa direta. 4.2.2 Comparação entre os estudos de caso

A análise anterior confirma que os três Operadores de Trânsito e Transbordo

que fizeram parte da amostra estão expostos a riscos biomecânicos na função

desempenhada na empresa em que trabalham atualmente. Os riscos biomecânicos

encontrados são: o manuseio de malotes com pesos elevados por um só operador; o

agarre inadequado dos mesmos; as posturas incorretas no momento de desenvolver as

atividades; as longas distâncias percorridas com os malotes; as freqüências altas na

realização das tarefas. Esses fatores de risco já estão afetando a saúde dos OTTs, dado

pela dor apresentada na região lombar destes funcionários. Isto é corroborado pelo autor

Guerin et. al. (1997): o estado de saúde de um trabalhador não é independente de sua

atividade profissional; as agressões à saúde ligadas ao trabalho não são somente as

doenças profissionais reconhecidas no trabalho, trata-se de localizar sinais precoces, de modo

a identificar uma situação de trabalho que agrida de maneira crítica o organismo. O estudo das

relações entre o trabalho e a saúde mostram que as agressões à saúde nem sempre são

precedidas por sinais perceptíveis para os operadores. Dois tipos caracterizam estas agressões:

um, onde as agressões não se manifestam de um modo perceptível; outro, em que sinais de

alerta levam o trabalhador a modificar suas maneiras de trabalhar. Porém, é preciso realizar a

curto prazo as modificações no desempenho das tarefas que realizam os OTTs, com o objetivo

de diminuir o índice de risco biomecânico que estão apresentando e, do mesmo modo, para

que o trabalho não venha a alterar ainda mais sua saúde. As modificações para a realização

das tarefas são baseadas nas características da tarefa executada especificamente pelo

operador, considerando-se as características do indivíduo que desenvolve as atividades. É

necessário levar em consideração que existem normas básicas da adoção de posturas no

desempenho das tarefas exigidas, as quais devem ser respeitadas e acatadas por cada um dos

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trabalhadores para que não sejam prejudicados em sua saúde, evitando assim as chamadas

doenças do trabalho.

Do anteriormente exposto, se deduz que, no caso dos OTTs da empresa

pesquisada, existe uma exposição aos vários riscos ergonômicos já mencionados, o que se

comprovou com os resultados obtidos por meio dos instrumentos utilizados na pesquisa,

corroborando fotograficamente a evidenciar as falências operacionais, o que implica na

urgente e imprescindível modificação da forma e dos hábitos de trabalho, os quais anacrônica

e tradicionalmente vêm desempenhando os OTTs. Com este propósito, no próximo capítulo

propõem-se modificações que podem e devem ser realizadas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

A partir da análise da tarefa de manuseio de cargas em OTTs de uma empresa,

realizada através do Método ERGO-IBV em conjunto com os instrumentos complementares

(a escala de Borg para Dor e o Diagrama para a localização da dor), pode-se constatar que a

metodologia de análise foi adequada, para avaliar os riscos biomecânicos a que os operadores

encontram-se expostos, assim como as condições de saúde ao realizar este tipo de trabalho,

ou seja, o manuseio de cargas.

O Método ERGO–IBV permite avaliar, de uma forma clara e prática, através do

software, o manuseio de cargas, o qual determina, de forma evidente, quais são os problemas

encontrados no posto de trabalho, dando, assim, recomendações a partir dos dados

encontrados e analisados. Contendo, uma análise mais completa se daria aliando-se este

método às medidas antropométricas dos indivíduos, para determinar exatamente qual e como

é a relação dos trabalhadores com o posto de trabalho e fazer as modificações específicas para

cada um deles. A Escala de Borg e o Diagrama para a Localização da Dor são eficazes e

objetivos para determinar a dor decorrente da realização de atividades com manuseio de

cargas, o que determina que são métodos complementares para corroborar a análise realizada

pelo método anterior (ERGO-IBV) para análise dos riscos biomecânicos no manuseio de

cargas, conforme foi descrito.

Tendo como referência a revisão de literatura e os resultados obtidos pelos

métodos de avaliação ergonômica utilizados nesta pesquisa, é evidente que se faz necessário

realizar modificações no posto de trabalho do Operador de Trânsito e Transbordo com a

finalidade de minimizar os fatores de risco a que está relacionado o manuseio de cargas, e

assim melhorar o desenvolvimento das tarefas e a relação do operador com seu posto de

trabalho.

No que tange às tarefas realizadas pelos operadores, verifica-se que, apesar de

serem desenvolvidas com ajuda da tecnologia (os carrinhos manuais), eles carregam ainda

manualmente um peso superior ao limite tolerado. Outro fator a considerar são as posturas

adotadas de forma inadequada no momento de realizar as diferentes tarefas que estão

relacionadas ao manuseio de cargas pelos operadores encarregados. Em virtude disto, os

operadores incluídos no estudo apresentam já alguns sinais de alterações na saúde, quando

existem meios para realizar o trabalho de uma forma adequada, o que não é feito por falta de

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instruções por parte de um profissional qualificado para tal (equipe ergonômica,médico do

trabalho, fisioterapeuta, etc.), que poderia orientá-los e fazer acompanhamento na realização

das tarefas, de modo a que estes não prejudicassem sua saúde.

Da experiência obtida com esta pesquisa, podemos deduzir que existem outros

questionamentos susceptíveis a novas pesquisas, pautadas em uma descrição e análise com

profundidade. Para este fim, tendo em conta fatores de diversa índole, entre eles os de saúde

funcional e ocupacional, os de saúde mental e psicológica, os de condições econômicas,

sociais e culturais.

Recomendações no momento de desempenho das tarefas

• Diminuir o peso carregado pelos operadores, tendo presentes as características

individuais como: idade, estatura, força, experiência no posto de trabalho.

• Selecionar cuidadosamente o trabalhador encarregado da manipulação, para

prevenir lesões e acidentes. Fazer treinamento específico para a manipulação

das cargas. Analisar os requisitos da carga, por peso e tamanho.

• Providenciar agarres adequados, para evitar o sobresforço, uma vez que o

levantamento da carga depende de fatores como o peso e talha do indivíduo,

como das características da carga e a técnica utilizada para realizar o

levantamento.

• Transportar cargas e materiais em carrinhos com rodas, apropriados para cada

tipo de material, de modo a facilitar as operações de carga e descarga.

• Manter uma simetria das cargas, com dois braços carregando

aproximadamente o mesmo peso, quando a carga é transportada com os

braços. Quando a carga for pesada ou muito grande, deve ser carregada por

dois ou mais operadores.

• O operador deve inspecionar o chão, o percurso, o objeto, os obstáculos no

chão, a iluminação e os espaços livres para evitar acidentes.

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• Para manusear, os malotes, recomenda-se a adoção das seguintes posturas:

1. Costas Retas: As costas devem estar retas, mas conservando a curvatura

normal, para gerar rigidez, e a pressão sobre as vértebras deve ser

uniforme, procurando evitar, ao máximo, giros e inclinações.

2. Braços colados ao corpo: Ao levantar e transportar pesos, os braços devem

ficar perto do corpo; se possível, retos.

3. Joelhos: Quando a carga encontra-se no chão, a forma correta de levantá-la

é trazê-la para perto do corpo, flexionar os joelhos e manter a coluna reta.

4. A posição correta dos pés: Os pés muito unidos geram lesões musculares e

perda do equilíbrio. Para evitar isso, devem-se colocar rígidas a

musculatura da coluna e dos membros inferiores. No momento de mudar

de direção, girar todo o corpo, incluindo os pés.

5. Mãos e dedos: Para realizar o agarre correto, o peso não deve cair só na

parte distal dos dedos, deve-se fazer a pega com toda a palma da mão,

diminuindo o esforço da musculatura dos braços e a possibilidade de que o

objeto escorregue.

6. Queixo metido: A cabeça em alto e o queixo metido reto mantém reto o

corpo e a coluna, permitindo um maior desenvolvimento dos braços; adota-

se esta postura antes de levantar a carga, mantendo-a durante todo o

movimento.

Diante dos resultados obtidos através da implementação metodológica do estudo

de caso, pôde-se concluir que a metodologia proposta subsidia a avaliação dos riscos

biomecânicos na população estudada. Porém, por sua natureza e caráter delimitado, só aborda

e analisa algumas variáveis referentes ao desempenho no posto de trabalho estudado.

Portanto, para futuros estudos, a presente pesquisa oferece uma metodologia prática,

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susceptível de ser utilizada, enriquecendo-se ou complementando-se com os instrumentos de

análise sugeridos e implementados em pesquisas de caráter científico sobre riscos laborais.

Um item importante a ser avaliado é a postura, que não foi contemplada neste

estudo, mas que é de especial relevância pelo fato de cada indivíduo ter suas peculiaridades,

suas características e seu próprio histórico de saúde, pessoa que pode padecer de alguma

doença da coluna vertebral. Para este fim, indicamos alguns softwares de avaliação postural

(posturograma, FisiMetrix,etc.), referidas no trabalho de Coutinho (2007) e Costa (2004). No

entanto, deve-se esclarecer que ainda não existe uma metodologia totalmente definida para

avaliar integralmente o posto de trabalho e o trabalhador, embora se tenham dado avanços

tecnológicos significativos na área da ergonomia; ciência cuja dinâmica permite que surjam

proveitosamente variedades de métodos de avaliação, ressaltando o enfoque holístico que lhe

é peculiar. A ergonomia não enfoca de forma isolada o estudo do homem no seu trabalho, mas

enfatiza a análise dos sistemas homem-máquina como um conjunto de elementos, com

proposta de intervenção individual do tipo homem/posto de trabalho, aliado a todos os fatores

que repercutem no desenvolvimento do posto e na adequação e inadequação do mesmo, com

um enfoque multidisciplinar e interdisciplinar estabelecido em uma equipe ergonômica.

Na empresa objeto deste estudo, não existe uma equipe ergonômica, a qual teria

meios eficientes a níveis curativo e preventivo, uma vez que todos os trabalhadores avaliados

apresentavam sintomatologia dolorosa a nível (lombar) da coluna vertebral e necessitavam,

além do tratamento clínico (medicamentoso), do tratamento fisioterapêutico, pois é evidente

que devem ser avaliados e orientados de forma individual e contínua, levando-se em

consideração as medidas antropométricas, a análise postural, dando ênfase às posturas

adequadas, não só para a execução das tarefas laborais mas para as atividades cotidianas da

vida, nas quais o indivíduo deve manter um padrão de comportamento saudável, bem como,

nos casos em que os trabalhadores tenham adquirido doenças ocupacionais, e detectar os

fatores de risco a que estão expostos e que tenham desencadeado essas doenças.

Para tal fim deve-se enfatizar o trabalho preventivo, baseado em campanhas

educativas, dentre elas a metodologia sugerida por Cardia (2006), com ênfase para a “ Escola

de Postura”.

A partir da prevenção dos riscos, poder-se-ão melhorar as condições de trabalho e

garantir a saúde dos trabalhadores.

A relevância e importância da pesquisa realizada demonstraram a necessidade de

uma equipe ergonômica composta por profissionais de diversos ramos, como engenheiros de

produção, terapeutas ocupacionais, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, etc. Essa equipe teria

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meios eficientes a nível curativo e especialmente nas alternativas de prevenção para melhorar

as condições de trabalho, promovendo uma melhor qualidade de vida laboral, garantindo a

eficiência, rentabilidade e produtividade das empresas.

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APÊNDICES E ANEXO

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APÊNDICE A

FICHA DO ROTEIRO DO MÉTODO ERGO – IBV

Trabalhador: ________________________________________ Idade: ______ anos

LEVANTAMENTO DE CARGAS :

( ) Tarefa Múltiple ( ) Tarefa Simples

Subtarefas: _________________________________________________

Descrição: _________________________________________________Data:

______/________/_________Departamento:

______________________________________________

Duração: ( ) menos de 1 hora ( ) Entre uma e 2 horas ( ) Entre duas e 8 horas

Origem:

Peso levantado: ______Kg

Distância horizontal: _____cm

Posição Vertical inicial: _____ cm

Posição Vertical Final________cm

Ângulo de assimetria: ________graus

Freqüência de levantamento (lev/min): ________________

Tipo de agarre: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim-irregular

Controle significativo na distância: ( ) Sim ( ) Não

Distância:

Distância horizontal: ________ cm

Ângulo de assimetria: _____ graus

Tipo de agarre: ( ) bom ( ) regular ( ) ruim

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EMPURRE /ARRASTE

( ) Empurre ( ) Arraste

( ) Tarefa múltipla ( ) Tarefa simples

Subtarefa: ________________________

Descrição: ____________________________________________

Data: ____/_____/______

Departamento: __________________________________________

Força inicial: __________Kg

Força sustentada: _______Kg

Distância percorrida: _______m

Freqüência de empurre/arraste ( emp ou arraste/min)__________

Altura do agarre: ________cm

TRANSPORTE

() Tarefa Múltipla

Subtarefa: ________________________

Descrição: ____________________________________________

Data: ____/_____/______

Departamento: __________________________________________

Peso transportado: _______Kg

Distância percorrida: _______m

Freqüência de transporte (transporte/min): ________

Altura do agarre: ( ) Cotovelos ( ) Quadris

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APÊNDICE B

CARTA DE CONSENTIMIENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Senhor (a),

Esta pesquisa visa a “adequação de uma metodologia dos riscos biomecânicos de

trabalhadores em atividades com manuseio de cargas” e será desenvolvida por Diana Maritza

Pérez Soler, mestranda do Departamento de Engenharia de Produção, sob a orientação da

Profª.Drª. Neide Maria Gomes de Lucena.

O objetivo do estudo é propor intervenção nos postos de trabalho dos Operadores de

Trânsito e Transbordo, a partir dos riscos ergonômicos detectados pelo Método ERGO-IBV.

Para isto, será necessário identificar os riscos ergonômicos existentes neste posto, como

também os fatores etiológicos destes riscos, com a intervenção de definir e sugerir as

intervenções a serem trabalhadas para minimizar os riscos ergonômicos. Além disto,

pretende-se que este trabalho sirva como material de estudo para futuras pesquisas relativas ao

tema proposto, objetivando melhoria na qualidade de vida e bem-estar destes profissionais.

Solicitamos a sua colaboração para preencher a ficha de avaliação da dor, o

questionário de Índice de Capacidade para o Trabalho, bem como autorização para filmagem

e tomadas fotográficas, que serão realizadas em seus postos de trabalho, para servirem de

material que será analisado pelo softwer do Método ERGO-IBV; como também sua

autorização para apresentar os resultados deste estudo em eventos e publicar em revista

científica. Por ocasião de publicar os resultados e apresentação em congresso, as imagens

serão distorcidas para não serem identificados e seus nomes serão mantido em sigilo.

Informamos que essa pesquisa não oferece riscos previsíveis para sua saúde.

Esclarecemos que sua participação no estudo é voluntária, portanto, o (a) senhor (a)

pode fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo Pesquisador

(a). Caso decida não participar do estudo ou resolver a qualquer momento desistir do mesmo,

poderá desistir sem nenhum dano.

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Os pesquisadores estarão a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere

necessário em qualquer etapa da pesquisa.

Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido (a) e dou o meu

consentimento para participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou ciente que

recebi uma cópia desse documento.

________________________________

Assinatura do Participante da Pesquisa

Ou Responsável Legal

Em caso de analfabetismo,

espaço para impressão dactiloscópica:

________________________________

Assinatura da Testemunha

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APÊNDICE C

FICHAS DE COLETA DE DADOS (FICHA DE IDENTIFICAÇÃO, DIAGRAMA DA DOR, ESCALA DA DOR)

OPORADORES DE TRÂNSITO E TRANSBORDO (OTT1,OTT2,OTT3)

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APÊNDICE D

RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DO MÉTODO ERGO-IBV (TRA DUÇÃO DO

ESPANHOL PARA O PORTUGUÊS)

INFORME DA TAREFA: TRANSITO E TRANBORDO (1)

A) INFORME DA TAREFA DE DESCARGA • Dados da tarefa: - Descrição: Descarga - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: Curta

• Dados da descarga: - Descrição: Descarga do malote - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: curta - Peso Levantado: 35,0 Kg (variável relacionada) - Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada) - Posição Vertical Inicial: 40,0 cm (variável relacionada) - Posição Vertical Final: 40,0 cm (variável relacionada) - Ângulo de Assimetria: 45,0º (variável relacionada) - Freqüência: 2,000 lev/min (variável relacionada) - Tipo do Agarre: regular (variável relacionada) - Existe controle no destino: · Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada) · Ângulo de Assimetria: 40,0º (variável relacionada) · Tipo de Agarre: regular (variável relacionada) • Cálculo do Índice de Descarga: Limite do Peso Recomendado = 25 x HM x VM x DM x AM x FM x CM Origem: HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42 VM Fator da Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|40,00-75| = 0,89 DM Fator de Percorrido = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00 AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x45,00 = 0,86 FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,91 CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95 Peso Recomendado na origem = 25 x 0,42 x 0,89 x 1,00 x 0,86 x 0,91 x 0,95 = 6,90 Índice da descarga na origem = 35,00 / 6,90 = 5,07

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Destino: HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42 VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|40,00-75| = 0,89 DM Fator do Percorrido. = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00 AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x40,00 = 0,87 FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,91 CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95 Peso Recomendado Destino = 25 x 0,42 x 0,89 x 1,00 x 0,87 x 0,91 x 0,95 = 7,03 Índice de descarga Destino = 35,00 / 7,03 = 4,98 Índice da descarga = Max(Ind.Origem, Ind.Destino) = Max(5,07, 4,98) = 5,07 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Subtarefa 1: IS = 5,07 descarga de malotes • Interpretação: O índice composto é: 5,07. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, tem que ser modificada. RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO DA TAREFA DE DESCARGA DE MALOTES • Dados da tarefa: - Descrição: Descarga de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que estão a seguir elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; porém, as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração as possíveis modificações realizadas sobre as variáveis da mesma, causadas pela modificação das variáveis relacionadas de outras subtarefas. • Restrições das variáveis da descarga: - Peso: MIN = 0,1 Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 trans/min - Altura do Agarre: MIN = Quadril

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• A ordem da atuação recomendada nas variáveis da descarga é a seguinte: 1º) Peso Transportado (variável relacionada). 2º) Distância horizontal na origem (variável relacionada). 3º) Distância horizontal no destino (variável relacionada). 4º) Ângulo de assimetria (variável relacionada). 5º) Posição vertical inicial (variável relacionada) As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que, se as modifica, podem ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações do redesenho: 1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo o percorrido horizontal na origem a 25,0 cm, diminui o índice a 0,01. 3ª) Reduzindo a distância horizontal no destino a 25,0 cm, diminui o índice a 0,01. 4ª) Reduzindo o ângulo no destino a 0,0º, diminui o índice no destino a 0,01. 5ª) Modificando a posição vertical inicial a 75,0 cm, diminui o índice na origem a 0.00. B) INFORME DA TAREFA DE TRANSPORTE DE MALOTES • Dados da tarefa: - Descrição: Transporte de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: Curta • Subtarefas da tarefa múltipla: - Subtarefa 1: Empurrar empilhadeira - Subtarefa 2: Arrastar empilhadeira • SUBTAREFA 1 (EMPURRE) • Dados do empurre: - Descrição: Empurrar empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Força Inicial: 40,0 Kg (variável relacionada) - Força Mantida: 40,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 60,0 m (variável relacionada) - Freqüência: 0,500 emp/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada)

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• Cálculo dos índices de empurre: Força Inicial Recomendada para Homens = 13 Kg Força Mantida Recomendada para Homens = 7 Kg Força Inicial Recomendada para Mulheres = 12 Kg Força Mantida Recomendada para Mulheres = 4 Kg Índice para Homens = MAX ( 40,0/13 ; 40,0/7 ) = MAX ( 3,08 ; 5,71 ) = 5,71 Índice para Mulheres = MAX ( 40,0/12 ; 40,0/4 ) = MAX ( 3,33 ; 10,00 ) = 10,00 • SUBTAREFA 2 (ARRASTE) • Dados do arraste: - Descrição: Arraste empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Força Inicial: 40,0 Kg (variável relacionada) - Força Mantida: 40,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida:60,0 m (variável relacionada) - Freqüência: 0,500 arr/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada) • Cálculo dos índices do arraste: Força Inicial Recomendada para Homens = 14 Kg Força Mantida Recomendada para Homens = 8 Kg Força Inicial Recomendada para Mulheres = 12 Kg Força Mantida Recomendada para Mulheres = 5 Kg Índice para Homens = MAX ( 40,0/14 ; 40,0/8 ) = MAX ( 2,86 ; 5,00 ) = 5,00 Índice para Mulheres = MAX ( 40,0/12 ; 40,0/5 ) = MAX ( 3,33 ; 8,00 ) = 8,00 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Subtarefa 1: IS = 5,71 Empurrar empilhadeira Subtarefa 2: IS = 5,00 Inc.IC = 1,294 Arrastar empilhadeira IC = 5,714 + 1,294 = 7,01 • Interpretação: O índice composto é: 7,01. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, tem que ser modificada.

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RECOMENDAÇÕES DO REDESENHO DA TAREFA TRASNPORTE DE MALOTES • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Transporte de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir, elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas;porém,as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações realizadas sobre variáveis da mesma, causadas pela modificação das variáveis relacionadas a outras subtarefas. • SUBTAREFA 1 (EMPURRE) • Dados do empurre: - Descrição: Empurre empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso • Restrições das variáveis do empurre: - Força Inicial: MIN = 1,0 Kg - Força Mantida: MIN = 1,0 Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 emp/min - Altura do Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm • Na ordem da atuação, as recomendações das variáveis do empurre são: 1º) Distância Percorrida (variável relacionada). 2º) Força Mantida (variável relacionada). 3º) Força Inicial (variável relacionada). 4º) Freqüência do Empurre (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que, se as modifica, tem que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,35 e 4,44 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg ,diminui os índices a 1,60 e 2,35 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,06 e 0,11 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 emp/min, diminui os índices a 0,04 e 0,08 (homens e mulheres respectivamente).

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• SUBTAREFA 2 (ARRASTE) • Dados do arraste: - Descrição: Arraste empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso • Restrições das variáveis do arraste: - Força Inicial: MIN = 1,0 Kg - Força Mantida: MIN = 1,0 Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 arr/min - Altura do Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm • A ordem da atuação recomendada nas variáveis do arraste se dão a seguir: 1º) Distância Percorrida (variável relacionada). 2º) Força Mantida (variável relacionada). 3º) Força Inicial (variável relacionada). 4º) Freqüência do Arraste (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que, se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações do redesenho: 1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,35 e 4,00 (homens e mulheres respectivamente) 2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,54 e 2,11 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,06 y 0,10 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 arr/min, diminui os índices a 0,04 e 0,07 (homens e mulheres respectivamente). C) INFORME DA TAREA DISTRIBUIÇÃO DE MALOTES • Dados da distribuição: - Descrição: Distribuição de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Peso Transportado: 35,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 8,5 m (variável relacionada) - Freqüência: 1,000 trans/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: Cotovelos (variável relacionada)

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• Cálculo dos índices da distribuição: Peso Recomendado para Homens = 13 Kg Índice para Homens = 35,0 / 13 = 2,69 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Tarefa : IS = 2,69 Inc.IC = 0,299 transporte de malotes • Interpretação: O índice composto é: 2,98. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada. RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DISTRIB UÇÃO DE MALOTES • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Distribuição de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a continuação elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; porém, as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração as possíveis modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação das variáveis relacionadas de outras subtarefas. • Restrições das variáveis da distribuição: - Peso: MIN = 0,1 Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 trans/min - Altura do Agarre: MIN = Quadril •A ordem de atuação recomendada das variáveis da distribuição é a seguinte: 1º) Peso Transportado (variável relacionada). 2º) Freqüência de Transportes (variável relacionada). 3º) Altura do Agarre (variável relacionada). 4º) Distância Percorrida (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que, se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.

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• Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001trans/min, diminui os índices a 0,00 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Modificando a Quadril à altura do agarre, diminui os índices a 0,00 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a distancia percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 0,00 e 0,00 (homens e mulheres respectivamente).

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INFORME DA TAREFA: TRÂNSITO E TRANSBORDO (2)

A) INFORME DA TAREFA DE DESCARGA: • Dados da tarefa: - Descrição: Descarga - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: corta • Dados da descarga: - Descrição: descarga de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: curta - Peso Levantado: 30,0 Kg (variável relacionada) - Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada) - Posição Vertical Inicial: 50,0 cm (variável relacionada) - Posição Vertical Final: 50,0 cm (variável relacionada) - Ângulo de Assimetria: 45,0º (variável relacionada) - Freqüência: 1,000 lev/min (variável relacionada) - Tipo de Agarre: regular (variável relacionada) - Existe controle no destino: · Distância Horizontal: 60,0 cm (variável relacionada) · Ângulo de Assimetria: 45,0º (variável relacionada) · Tipo de Agarre: regular (variável relacionada) • Cálculo do Índice de Descarga: Limite do Peso Recomendado = 25 x HM x VM x DM x AM x FM x CM Origem: HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42 VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|50,00-75| = 0,93 DM Fator Percorrido = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00 AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x45,00 = 0,86 FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,94 CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95 Peso Recomendado Origem = 25 x 0,42 x 0,93 x 1,00 x 0,86 x 0,94 x 0,95 = 7,37 Índice de Descarga Origem = 30,00 / 7,37 = 4,07 Destino: HM Fator Horizontal = 25/H = 25/60,00 = 0,42 VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|50,00-75| = 0,93 DM Fator de Percorrido = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00 AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x45,00 = 0,86 FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,94 CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,95

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Peso Recomendado Destino = 25 x 0,42 x 0,93 x 1,00 x 0,86 x 0,94 x 0,95 = 7,37 Índice de Descarga Destino = 30,00 / 7,37 = 4,07 Índice de Descarga = Max(Ind.Origem, Ind.Destino) = Max(4,07, 4,07) = 4,07 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Tarefa : IS = 4,07 Descarga de malotes • Interpretação: O índice composto é: 4,07. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada. RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DESCARGUE • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Descarga de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a continuação elaboram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar relações entre as mesmas; ou seja, que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações realizadas sobre variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis relacionadas a outras subtarefas. • TAREFA DESCARGA • Dados da descarga: - Descrição: descarga de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso • Restrições das variáveis da descarga: - Peso: MIN = 0,1 Kg - Duração: MIN = corta - Distância Horizontal na origem: MIN = 0,0 cm - Posição Vertical Inicial: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm - Posição Vertical Final: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm - Ângulo de Assimetria na origem: MIN = 0,0º - Freqüência: MIN = 0,100 lev/min - Tipo de Agarre na origem: MIN = bom - Distância Horizontal no destino: MIN = 0,0 cm - Ângulo de Assimetria no destino: MIN = 0,0º

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- Tipo de Agarre no destino: MIN = bom •A ordem de atuação recomendada das variáveis da distribuição é a seguinte: 1º) Peso Levantado (variável relacionada). 2º) Distância Horizontal na Origem (variável relacionada). 3º) Distância Horizontal no Destino (variável relacionada). 4º) Ângulo de Assimetria na Origem (variável relacionada). 5º) Ângulo de Assimetria no Destino (variável relacionada). 6º) Posição Vertical Inicial (variável relacionada). 7º) Posição Vertical Final (variável relacionada). 8º) Freqüência de Levantamentos (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que, si as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações do redesenho: 1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui o índice a 0,01. 2ª) Reduzindo a distância horizontal na origem a 25,0 cm, diminui o índice na origem a 0,01 (Índice de Levantamento: 0,01). 3ª) Reduzindo a distância horizontal no destino a 25,0 cm, diminui o índice no destino a 0,01. 4ª) Reduzindo o ângulo na origem a 0,0º, diminui o índice na origem a 0,00 (Índice de Levantamento: 0,01). 5ª) Reduzindo o ângulo no destino a 0,0º, diminui o índice no destino a 0,00. 6ª) Modificando posição vertical inicial a 75,0 cm, diminui o índice na origem a 0,00 (Índice de Levantamento: 0,00). 7ª) Modificando posição vertical final a 75,0 cm, diminui o índice no destino a 0,00. 8ª) Reduzindo a freqüência a tarefa a 0,200 lev/min, diminui o índice a 0,00. B) INFORME DA TAREFA TRANSPORTE DE MALOTES • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Transporte de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: Curta • Subtarefas da tarefa múltipla: - Subtarefa 1: Empurre de empilhadeira - Subtarefa 2: Arraste de empilhadeira

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• SUBTAREFA 1 (EMPURRE) • Dados de Empurre: - Descrição: Empurre de empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Força Inicial: 45,0 Kg (variável relacionada) - Força Mantida: 45,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 50,0 m (variável relacionada) - Freqüência: 0,050 emp/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada) • Cálculo dos índices de empurre: Força Inicial Recomendada para Homens = 17 Kg Força Mantida Recomendada para Homens = 10 Kg Índice para Homens = MAX ( 45,0/17 ; 45,0/10 ) = MAX ( 2,65 ; 4,50 ) = 4,50 • SUBTAREA 2 (ARRASTE) • Dados do Arraste: - Descrição: Arraste empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Força Inicial: 45,0 Kg (variável relacionada) - Força Mantida: 45,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 50,0 m (variável relacionada) - Freqüência: 0,050 arr/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada) • Cálculo dos índices do arraste: Força Inicial Recomendada para Homens = 19 Kg Força Mantida Recomendada para Homens = 11 Kg Índice para Homens = MAX ( 45,0/19 ; 45,0/11 ) = MAX ( 2,37 ; 4,09 ) = 4,09 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Subtarefa 1: IS = 4,50 Empurrar a empilhadeira Subtarefa 2: IS = 4,09 Inc.IC = 0,110 Arrastar empilhadeira IC = 4,500 + 0,110 = 4,61

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• Interpretação: O índice composto é: 4,61. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, portanto, deve ser modificada. RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA TRANSPORTE DE MALOTES • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Transporte de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; ou seja, que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis relacionadas a outras subtarefas. • SUBTAREFA 1 (EMPURRE) • Dados de empurre: - Descrição: empurre de empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso • Restrições das variáveis de empuje: - Força Inicial: MIN = 1,0 Kg - Força Mantida: MIN = 1,0 Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 emp/min - Altura de Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm • A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte: 1º) Distância Percorrida (variável relacionada). 2º) Força Mantida (variável relacionada). 3º) Força Inicial (variável relacionada). 4º) Freqüência de Empurre (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que caso as modifique, pode ter que fazer também em ditas subtarefas.

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• Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,37 e 4,50 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,67 e 2,37 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,10 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 emp/min, diminui os índices a 0,04 e 0,08 (homens e mulheres respectivamente). • SUBTAREFA 2 (ARRASTE) • Dados de arraste: - Descrição: Arrastar empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso • Restrições das variáveis de arraste: - Força Inicial: MIN = 1,0 Kg - Força Mantida: MIN = 1,0 Kg - Distancia Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 arr/min - Altura de Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm • A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de arraste é a seguinte: 1º) Distância Percorrida (variável relacionada). 2º) Força Mantida (variável relacionada). 3º) Força Inicial (variável relacionada). 4º) Freqüência de Arrastes (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; pois caso as modifique, pode ser que tenha que se fazer em ditas subtarefas. • Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,25 e 4,09 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,61 e 2,05 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0 Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,09 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 arr/min, diminui os índices a 0,04 e 0,07 (homens e mulheres respectivamente).

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C) INFORME DA TAREFA DISTRIBUIÇÃO DE MALOTES • Dados da Distribuição: - Descrição: Distribuição de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Peso Transportado: 30,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 8,5 m (variável relacionada) - Freqüência: 1,000 trans/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: Cotovelos (variável relacionada) • Cálculo dos índices de transporte: Peso Recomendado para Homens = 13 Kg Índice para Homens = 30,0 / 13 = 2,31 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Tarefa : IS = 2,31 Inc.IC = 0,339 Distribuição de malotes • Interpretação: O índice composto é: 2,31 existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada. RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DISTRIB UIÇÃO • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Distribuição de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas, ou seja, que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variável de relacionadas a outras subtarefas. • Restrições das variáveis do transporte: - Peso: MIN = 0,1 Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 trans/min - Altura do Agarre: MIN = Quadril

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• A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empuje é a seguinte: 1º) Peso Transportado (variável relacionada). 2º) Freqüência de Transportes (variável relacionada). 3º) Altura do Agarre (variável relacionada). 4º) Distância Percorrida (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que, se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001trans/min, diminui os índices a 0,00 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Modificando o Quadril a altura do agarre, diminui os índices a 0,00 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 0,00 e 0,00 (homens e mulheres respectivamente).

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INFORME DA TAREFA: TRÂNSITO E TRANSBORDO (3)

A) INFORME DA TAREFA DE DESCARGA • Dados da tarefa: - Descrição: Descarga de Malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: Curta • Dados da Descarga: - Descrição: Descarga de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: Curta - Peso Levantado: 35,0 Kg (variável relacionada) - Distância Horizontal: 50,0 cm (variável relacionada) - Posição Vertical Inicial: 50,0 cm (variável relacionada) - Posição Vertical Final: 60,0 cm (variável relacionada) -Ângulo de Assimetria: 30,0º (variável relacionada) - Freqüência: 1,000 lev/min (variável relacionada) - Tipo do Agarre: mao (variável relacionada) - Não existe controle no destino. • Cálculo do Índice da descarga: Limite do Peso Recomendado = 25 x HM x VM x DM x AM x FM x CM HM Fator Horizontal = 25/H = 25/50,00 = 0,50 VM Fator de Altura = 1 - 0.003|V-75| = 1 - 0.003|50,00-75| = 0,93 DM Fator Percorrida = 0.82 + 4.5/D = 0.82 + 4.5/25,00 = 1,00 AM Fator de Assimetria = 1 - 0.0032A = 1 - 0.0032x30,00 = 0,90 FM Fator de Freqüência = (Tabelas) = 0,94 CM Fator de Agarre = (Tabelas) = 0,90 Peso Recomendado = 25 x 0,50 x 0,93 x 1,00 x 0,90 x 0,94 x 0,90 = 8,84 Índice da descarga = 35,00 / 8,84 = 3,96 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Subtarefa 1: IS = 3,96 Descarga de malotes • Interpretação: O índice composto é: 3,96. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada.

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RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DESCARGA DE MALOTES Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Descarga de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; ou seja, que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis relacionadas a outras subtarefas. • Restrições das variáveis da Descarga: - Peso: MIN = 0,1 Kg - Duração: MIN = corta - Distância Horizontal na origem: MIN = 0,0 cm - Posição Vertical Inicial: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm - Posição Vertical Final: MIN = 0,0 cm; MAX = 178,0 cm - Ângulo de Assimetria na origem: MIN = 0,0º - Freqüência: MIN = 0,100 lev/min - Tipo do Agarre na origem: MIN = boom • A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte: 1º) Peso Levantado (variável relacionada). 2º) Distância Horizontal na Origem (variável relacionada). 3º) Tipo do Agarre na Origem (variável relacionada). 4º) Ângulo de Assimetria na Origem (variável relacionada). 5º) Posição Vertical Inicial (variável relacionada). 6º) Freqüência de Levantamentos (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1 Kg, diminui o índice a 0,01. 2ª) Reduzindo a distância horizontal na origem a 25,0 cm, diminui o índice na origem a 0,01. 3ª) Fazendo bom agarre na origem, diminui o índice na origem a 0,01. 4ª) Reduzindo o ângulo na origem a 0,0º, diminui o índice na origem a 0,00. 5ª) Modificando posição vertical inicial a 75,0 cm, diminui índice na origem a 0,00. 6ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,200 lev/min, diminui o índice a 0,00.

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B) INFORME DA TAREFA TRANSPORTE DE MALOTES • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Transporte de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Duração: Curta • Subtarefas da tarefa múltipla: - Subtarefa 1: Empurre de empilhadeira - Subtarefa 2: Arraste de empilhadeira • SUBTAREFA 1 (EMPURRE) • Dados de empurre: - Descrição: Empurre de empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Força Inicial: 47,0 Kg (variável relacionada) - Força Mantida: 47,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 60,0 m (variável relacionada) - Freqüência: 0,050 emp/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada) • Cálculo dos índices de empurre: Força Inicial Recomendada para Homens = 15 Kg Força Mantida Recomendada para Homens = 9 Kg Índice para Homens = MAX ( 47,0/15 ; 47,0/9 ) = MAX ( 3,13 ; 5,22 ) = 5,22 • SUBTAREFA 2 (ARRASTE) • Dados do arraste: - Descrição: Arraste de empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Força Inicial: 47,0 Kg (variável relacionada) - Força Mantida: 47,0 Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 60,0 m (variável relacionada) - Freqüência: 0,050 arr/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: 80,0 cm (variável relacionada) • Cálculo dos índices do arraste: Força Inicial Recomendada para Homens = 17 Kg Força Mantida Recomendada para Homens = 10 Kg Índice para Homens = MAX ( 47,0/17 ; 47,0/10 ) = MAX ( 2,76 ; 4,70 ) = 4,70

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• ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Subtarefa 1: IS = 5,22 empurre de empilhadeira Subtarefa 2: IS = 4,70 Inc.IC = 0,107 arrastar de empilhadeira IC = 5,222 + 0,107 = 5,33 • Interpretação: O índice composto é: 5,33. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é una tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, tem que ser modificada. RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE TRANSPORTE DE MALOTES • Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Transporte de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sem considerar as relações entre as mesmas; ou seja, que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis relacionadas a outras subtarefas. • SUBTAREFA 1 (EMPURRE) • Dados de empurre: - Descrição: Empurre de empilhadeira - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso • Restrições das variáveis de empurre: - Força Inicial: MIN = 1,0 Kg - Força Mantida: MIN = 1,0 Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1 m - Freqüência: MIN = 0,001 emp/min - Altura do Agarre: MIN = 57,0 cm; MAX = 144,0 cm • A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte: 1º) Distância Percorrida (variável relacionada). 2º) Força Mantida (variável relacionada). 3º) Força Inicial (variável relacionada). 4º) Freqüência de Empurres (variável relacionada).

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As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,47 e 4,70 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a força sustenido a 1,0Kg, diminui os índices a 1,74 e 2,47 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,10 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001 emp/min, diminui os índices a 0,04 e 0,08 (homens e mulheres respectivamente). • SUBTAREFA 2 (ARRASTE) • Dados do arraste: - Descrição: Arrastar de empilhadeira manual - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso • Restrições das variáveis do arraste: - Força Inicial: MIN = 1,0Kg - Força Mantida: MIN = 1,0Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1m - Freqüência: MIN = 0,001arr/min - Altura do Agarre: MIN = 57,0cm; MAX = 144,0cm • A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de arraste é a seguinte: 1º) Distância Percorrida (variável relacionada). 2º) Força Mantida (variável relacionada). 3º) Força Inicial (variável relacionada). 4º) Freqüência de Arrastes (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que se as modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 2,35 e 4,27 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a força mantida a 1,0 Kg, diminui os índices a 1,68 e 2,14 (homens e mulheres respectivamente).

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3ª) Reduzindo a força inicial a 1,0Kg, diminui os índices a 0,05 e 0,09 (homens e mulheres respectivamente). 4ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001arr/min, diminui os índices a 0,04 e 0,07 (homens e mulheres respectivamente). C) ÍNFORME DA TAREFA DISTRIBUIÇÃO • Dados da Distribuição: - Descrição: Distribuição de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso - Peso Transportado: 35,0Kg (variável relacionada) - Distância Percorrida: 8,5m (variável relacionada) - Freqüência: 1,000trans/min (variável relacionada) - Altura do Agarre: Quadril (variável relacionada) • Cálculo dos índices da distribuição: Peso Recomendado para Homens = 17Kg Índice para Homens = 35,0 / 17 = 2,06 • ÍNDICE COMPOSTO (IC) • Cálculo: Tarefa: IS = 2,06 Inc.IC = 0,224 Distribuição de malotes • Interpretação: O índice composto é: 2,28. Existe um INCREMENTO ACUSADO DO RISCO; é uma tarefa inaceitável, desde o ponto de vista ergonômico, deve ser modificada. RECOMENDAÇÕES DE REDESENHO PARA A TAREFA DE DISTRIB UIÇÃO DE MALOTES Dados da tarefa múltipla: - Descrição: Distribuição de malotes - Departamento: Centro de Encomendas e Expresso ADVERTÊNCIA: As recomendações de redesenho que se dão a seguir elaboraram-se de forma independente para cada subtarefa, sim considerar as relações entre as mesmas; ou seja, que as recomendações geradas para uma subtarefa não têm em consideração possíveis modificações realizadas nas variáveis da mesma, causadas pela modificação de variáveis relacionadas a outras subtarefas.

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• Restrições das variáveis da distribuição: - Peso: MIN = 0,1Kg - Distância Percorrida: MIN = 2,1m - Freqüência: MIN = 0,001trans/min - Altura do Agarre: MIN = Quadril • A ordem de atuação recomendada sobre as variáveis de empurre é a seguinte: 1º) Peso Transportado (variável relacionada). 2º) Freqüência de Transportes (variável relacionada). 3º) Distância Percorrida (variável relacionada). As variáveis marcadas como relacionadas podem afetar as variáveis de outras subtarefas; lembre que, se modifica, pode ter que fazer também em ditas subtarefas. • Recomendações de redesenho: 1ª) Reduzindo o peso da carga a 0,1Kg, diminui os índices a 0,01 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 2ª) Reduzindo a freqüência da tarefa a 0,001trans/min, diminui os índices a 0,00 e 0,01 (homens e mulheres respectivamente). 3ª) Reduzindo a distância percorrida a 2,1 m, diminui os índices a 0,00 e 0,00 (homens e mulheres respectivamente).

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ANEXO

AVALIAÇÃO DA DOR

CLASSIFICAÇÃO DA DOR

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INTENSIDADE DA DOR:

4

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Figura 5: Escala de Borg.

FONTE: Costa (2004).

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