acústica arquitetônica

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home livros do autor contato ACÚSTICA ARQUITETÔNICA Introdução A conexão entre Acústica e Arquitetura se dá na pluralidade do melhor aproveitamento do espaço quando se busca a qualidade em sua ocupação. A relação entre ambas se dá através da estética proporcionada pela "sofisticação" da geometria encontrada, cores, dimensões e funcionalidade associado ao conforto e o prazer na vivência de sua ocupação. Não basta somente a beleza, é preciso buscar a humanização plena da ocupação. A possibilidade de silêncio faz com que tudo se organize. A definição acústica de cada unidade de ambiente interno, no que diz ou pretenda se estabelecer, torna- se a percepção auditiva de tudo que se venha gerar ou reproduzir particularizado e cada ambiente possuirá sua dimensão privativa, individualizada de acordo com as características de quem vier vivenciá-lo em sua plena ocupação. As áreas destinadas ao descanso com seu índice de conforto acústico próprio, recomendado para aquela atividade. As áreas destinadas a serviço, circulação, leitura, trabalho etc, respectivamente também com seus índices de conforto recomendado. Tornando-se assim o espaço lapidado, definido, próprio para cada atividade e personalidade de quem o ocupará. Esta integração contudo também revela os limites da capacidade do empreendimento/empreendedor quando se tratar de um projeto coletivo e, também os limites da extensão do conceito de ocupação humana em ambientes fechados de seu arquiteto. Hoje há de se buscar mais do que pura funcionalidade e estética mas, resultados saudáveis na qualidade na ocupação. Sentir-se seguro de que a ocupação será plena. O que adianta termos torneiras banhadas a ouro se não se consegue conviver com os ruídos espúrios? Ruídos advindos do tráfego viário, das atividades ruidosas do vizinho do andar superior, do inferior e como se não bastasse da vizinhança externa? Som em espaço fechado Um ambiente fechado é entendido como um ambiente em que temos o controle de suas condições físicas como temperatura, umidade, ventilação, tempo de reverberação entre outros. Em alguns até privacidade, segurança etc. Uma sala, um quarto, uma cozinha, um banheiro (toalete), uma sala de concerto, um escritório entre tantos podem ser considerados um ambiente fechado. Pois bem, todos os estudos para que possamos compreender as características de algumas propriedades acústicas de uma sala se deram de forma empírica. Buscou-se um parâmetro de referência para estabelecer relações físicas, materiais e geométricas com todas as particularidades de cada item que compõem o espaço arquitetônico. Desta forma, a referência mais usual e já consolidada adveio de uma relação empírica através de características de reverberação no espaço fechado, seu volume e materiais absorvedores e/ou reflexivos presentes. Estabeleceu-se conceitualmente como parâmetro o tempo de reverberação como o tempo necessário para a pressão sonora decair 60 dB. Fatores Acústicos no design arquitetônico Na concepção arquitetônica de uma sala de concerto, salas de música, salas de conferências, salas de leitura, bibliotecas, casas de espetáculos, salas de aula e aluno desenho desenho arquitetônico proj. arquitetônico I proj. arquitetônico II proj. arquitetônico III proj. arquitetônico IV maquete e modelos construções rurais trabalho de graduação irajá calendário 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 « September 2010 » Mo Tu We Th Fr Sa Su arquivos artigo 01 artigo 02 artigo 03 artigo 04 artigo 05 artigo 06 historia informações paisagismo urbanismo arquitetura autor arquitetando Galeria de sites Compartilhar site: Procurar no XPG: [x] fechar 13/9/2010 acústica arquitetônica …xpg.com.br/acustica arquitetonica.h… 1/6

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home livros do autor contato

ACÚSTICA ARQUITETÔNICA

Introdução

A conexão entre Acústica e Arquitetura se dá na pluralidade do melhoraproveitamento do espaço quando se busca a qualidade em sua ocupação. Arelação entre ambas se dá através da estética proporcionada pela "sofisticação"da geometria encontrada, cores, dimensões e funcionalidade associado aoconforto e o prazer na vivência de sua ocupação.

Não basta somente a beleza, é preciso buscar a humanização plena da ocupação.A possibilidade de silêncio faz com que tudo se organize. A definição acústica decada unidade de ambiente interno, no que diz ou pretenda se estabelecer, torna-se a percepção auditiva de tudo que se venha gerar ou reproduzir particularizadoe cada ambiente possuirá sua dimensão privativa, individualizada de acordo comas características de quem vier vivenciá-lo em sua plena ocupação. As áreasdestinadas ao descanso com seu índice de conforto acústico próprio,recomendado para aquela atividade. As áreas destinadas a serviço, circulação,leitura, trabalho etc, respectivamente também com seus índices de confortorecomendado. Tornando-se assim o espaço lapidado, definido, próprio para cadaatividade e personalidade de quem o ocupará.

Esta integração contudo também revela os limites da capacidade doempreendimento/empreendedor quando se tratar de um projeto coletivo e,também os limites da extensão do conceito de ocupação humana em ambientesfechados de seu arquiteto. Hoje há de se buscar mais do que pura funcionalidadee estética mas, resultados saudáveis na qualidade na ocupação. Sentir-se segurode que a ocupação será plena. O que adianta termos torneiras banhadas a ourose não se consegue conviver com os ruídos espúrios? Ruídos advindos dotráfego viário, das atividades ruidosas do vizinho do andar superior, do inferior ecomo se não bastasse da vizinhança externa?

Som em espaço fechado

Um ambiente fechado é entendido como um ambiente em que temos o controlede suas condições físicas como temperatura, umidade, ventilação, tempo dereverberação entre outros. Em alguns até privacidade, segurança etc. Uma sala,um quarto, uma cozinha, um banheiro (toalete), uma sala de concerto, umescritório entre tantos podem ser considerados um ambiente fechado. Pois bem,todos os estudos para que possamos compreender as características de algumaspropriedades acústicas de uma sala se deram de forma empírica. Buscou-se umparâmetro de referência para estabelecer relações físicas, materiais e geométricascom todas as particularidades de cada item que compõem o espaço arquitetônico.

Desta forma, a referência mais usual e já consolidada adveio de uma relaçãoempírica através de características de reverberação no espaço fechado, seuvolume e materiais absorvedores e/ou reflexivos presentes. Estabeleceu-seconceitualmente como parâmetro o tempo de reverberação como o temponecessário para a pressão sonora decair 60 dB.

Fatores Acústicos no design arquitetônico

Na concepção arquitetônica de uma sala de concerto, salas de música, salas deconferências, salas de leitura, bibliotecas, casas de espetáculos, salas de aula e

alunodesenho

desenho arquitetônico

proj. arquitetônico I

proj. arquitetônico II

proj. arquitetônico III

proj. arquitetônico IV

maquete e modelos

construções rurais

trabalho de graduação

irajá

calendário

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"home theatre", vários fatores deverão ser considerados para um bom resultadoquanto ao conforto acústico em relação às propostas de projeto e execução:

A Radiação Direta: - Em qualquer ambiente fechado existirá uma projeçãodireta da fonte sonora assim como uma clara linha eqüidistante entre ela e osouvintes (audiência). Psicologicamente além de ser um fator importante, tambémgarante que existirá uma bem definida chegada da radiação sonora direta. Nosgrandes espaços isto requer que as áreas destinadas aos assentos, incluindobalcões, sejam desalinhadas lateralmente em relação ao de frente e ao de costas.Freqüentemente, o palco é elevado no sentido de poder realçar as propagaçõessonoras de incidência angular, tanto no sentido horizontal quanto vertical sobre aárea dos assentos. Também poder-se-á utilizar plataformas na forma de degrausde elevação dos assentos ao longo da distribuição na sala.

Reverberação à 500hz: - Busca-se um equilíbrio apropriado entre aradiação direta e o campo sonoro reverberante. Ambos deverão adequar-se aoslimites da sala para que não se interfiram entre si.

Sobre os espaços relacionados com a música

Ambientes fechados designados prioritariamente para reproduzir música são bemmais complexos do que os destinados para a fala. É sempre difícil especificarmoso melhor tempo de reverberação, ou o tempo de reverberação ideal, o qual variacom o volume da sala, o tipo de música e o efeito desejado.

Os ambientes destinados à música poderão ser um pouco mais reverberantes doque salas de leitura, biblioteca ou salas de conferências.

O melhor tempo de reverberação está na faixa de 0,5s para salas de estar, cercade 1,0s para uma pequena sala usada para um solista de música de câmara e,acima de 2,5s para música de órgão ou oratórios nas grandes catedrais.

Música clássica e barroca (sem órgão) geralmente requer um tempo dereverberação na faixa de 1,0s a 1,4s; entretanto orquestras musicais do séculoXIX têm requerido cerca de 2,0s de reverberação para produzir o melhor efeito.Estes valores são subjetivos para indivíduos com "bom" gosto e atitude cultural.

Em projetos de estúdios de gravação de música que não seja clássica[especialmente rock, pop rock, country, mpb (sem que seja bossa) e similares]ou um estúdio de radiodifusão, é aconselhável possuir um tempo de reverberaçãode pequeno valor, particularmente se estes estúdios são compostos por umaampla variedade de equipamentos eletrônicos com limitador de amplitude,reverberação artificial e controle de freqüências. Para gravações de rock,especificamente, o espaço não poderá ser pequeno, pois há uma predominânciada bateria que é um instrumento de percussão com emissão de baixasfreqüências em alta intensidade e, para compensá-la, deve-se usar muitaabsorção, fazendo com que alguns elementos menores de percussão possam sermascarados ou ofuscados. Os limites do ambiente - paredes e teto deverãopossuir alta densidade para evitar vazamento para o meio exterior.

Uma sala de concerto poderá apresentar uma reverberação capaz de aumentar aenergia sonora reverberante em até 15 vezes maior que a energia radiada direta.Subjetivamente, o campo sonoro poderá causar uma sensação acústica duasvezes maior que a proporcionada pelo campo direto. Este fator é que gera asensação de potência ou grandiosidade associada com a música feita no períodoromântico.

Sobre os espaços relacionados com a fala

Num projeto de auditório, os efeitos sob a audiência relativo ao tempo dereverberação são um fator que não pode deixar de ser considerado. As variaçõescomo a dinâmica da ocupação no ambiente podem produzir grandes mudanças notempo de reverberação para todas as freqüências, particularmente abaixo de250Hz. Esta mudança é mais aparente quando a sala de conferência está vazia eseus assentos não possuem estofamento. Condutores com pouca experiênciacom este efeito podem causar uma reação rude devido os resultadoscatastróficos que resultam na performance devido a estes efeitos.

A influência da variação do tamanho de uma audiência pode ser compensada como uso de assentos bem estofados com fundos perfurados, resultando emabsorção das baixas freqüências estando ou não ocupado. Se por motivos deeconomia não puder sê-lo, deverá admitir que a sala só estará boa quando pelomenos 1/3 dela estiver ocupada.

Têm-se muitos recursos para adequar uma sala destinada à fala mesmo que seencontre muito deficiente. Há como introduzir painéis acústicos suspensos oumesmo até fixos. Hoje há uma abordagem mais moderna quanto às reflexõesdifusas, caóticas, proporcionadas por superfícies irregulares. Utiliza-se recursos apartir de uma geometria não Euclidiana.

Acústica arquitetônica

Muito se espera dos arquitetos.Dos arquitetos muito se espera.É de se esperar muito dos arquitetos?

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Em todo o mundo, dito civilizado, ou dito desenvolvido, há um consenso de queexiste um orgulho em suas arquiteturas antigas - hoje consideras "patrimônio".No Brasil, o vemos em Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João Del Rei, Olinda,Brasília e nos vários empreendimentos arquitetônicos singulares que existemneste país afora. Alguns se distinguem pelas deferentes épocas econseqüentemente pelos conceitos, formas, estilos etc. Entretanto, aspopulações futuras considerarão as construções deste século como parte destespatrimônios. Algumas possuem a capacidade de causar impacto imediatamenteapós sua conclusão. Pela sua grandiosidade, ineditismo, opulência, tecnologiaempregada e utilizada, conceitos revolucionários, entre outros, causam emoçõesque mexem com os sentimentos das pessoas ao olharem e pensarem a respeito,levantando o seu estado de espírito. Nestas obras magníficas há outras coisasque não são somente arquitetura sem dúvida. A criação humana foi combinadacom a exuberância da natureza, com os processos de desenvolvimento intelectualdas outras áreas e com a sua própria formação histórica. Cidades como Viena,Londres, York, Edimburgo, Paris, Moscou, Roma, Atenas, Madri, Berlin, Délhi eLisboa nos fazem sentir o significado da criação arquitetônica no mundo. Suasescalas, suas proporções, seus detalhes, suas propostas, tornaram-sereferências da dimensão do poder e da criação intelectual do homem.

Hoje, como no passado, as construções estão vinculadas com o presente, tantopara serem usadas e viver-se próximo delas como para despertar desejos,fomentar o poder, realizar e materializar os conceitos. A criação arquitetônica estáse vinculando aos recursos dinâmicos da tecnologia eletrônica, micro-eletrônica einformática. Não são criadas para durar mas para serem funcionais no agora.Serem destruídas e construídas, marcando como as outras o progresso dascivilizações. Nas palavras de Le Corbusier:

"A arquitetura é condicionada pelo espírito da época e, o espírito da época éformado pela intensidade da história, a idéia do presente e o discernimento dofuturo."

Não se apreende o presente e o compreende de imediato hoje em dia. Perdemosesta capacidade, não há tempo de compreender o futuro através de seudiscernimento. Estabeleceu-se uma dinâmica de conveniências para o futurobreve, para o consumo ininterrupto, compulsivo, irracional, que influenciatotalmente no desejo dos projetos de aquisições humanas.

As construções modernas são muito criticadas pelo que as mesmas aparentam,pela impessoalidade, pela brevidade de sua duração, pela falta de humanidade,por inabilidade para funcionar satisfatoriamente, pela fragilidade de seu vínculocom as disponibilidades públicas. Elas não estabelecem mais aquele senso de"bem-feito" tanto para as pessoas de dentro como de fora de seus ambientes.São mais aparentes do que reais. São superficiais - sem profundidade estética,sem profundidade conceitual, efêmeras. Apesar da disponibilidade da informação eabundância de conhecimento não há interesse numa evolução para que seaprimore.

A física nos trouxe grande evolução científica através de sistemas ultra-sofisticados operando no espaço, na terra e no mar. Hoje há uma incríveltecnologia nos processos de informação e comunicação por satélites, nossegmentos da física nuclear, na biologia molecular e nos sistemas de defesasaéreas por mísseis, mas, para sentirmos o equilíbrio e a elegância funcional daboa arquitetura, teremos de olhar para trás.

Tem-se que compreender que a arquitetura é uma arte social, é uma arteindustrial, é uma arte de bem servir a todos no sentido de que todos poderãousá-la. De que terão de usá-la. A arquitetura remete a noção de proteção, deproporcionar prazer, proporcionar segurança, de bem estar, de realização, decompensação de esforços.

A arquitetura é a materialização de vários conceitos matemáticos através dasrelações geométricas: linear, espacial e diferencial. É uma relação entreproporções e quantidades iluminadas. Suas revelações são contínuas, se dão em"quantuns" tonais numa espiral temporal.

Visão do presente, intuição sobre o futuro, necessidades humanas, equilíbriorequerido entre o homem e seu meio ambiente, habilidade criativa e prática fazemda arquitetura a sua natureza inata. Só assim tornar-se-á bem sucedida.

Hoje, há pouco tempo para pensar-se sobre o que nós estamos criando dentrode nossos segmentos, há pouco dinheiro disponível para as realizações. Namaioria das vezes isto castra o desenvolvimento ou a extensão de um novoconceito com profundidade. Nossos investidores têm pressa, estão ávidos porresultados financeiros imediatos. É uma dura realidade pois as cidades sentem oreflexo desta obsessão monetária da manipulação financeira. Os sistemasburocráticos interceptam todos os impulsos criativos e a arquitetura não é maisconcebida, nasce morta ou com pouca intelectualidade.

GEORGE OLDHAM, vice-presidente do Royal Institute of British Architectscomentou certa vez:

"Eu posso oferecer somente três limitações que conspirem novamente contra ainspiração e o encanto arquitetônico:

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- Primeiro, a legislação de construção é agora tão complexa que até o tamanho enúmero de janelas é tratado por um formulário prescrito um tanto semconsiderações estéticas. Existe um histórico significativo de obras-primas atuaisque não se encontram em conformidade com a regulamentação de construção dehoje.- Segundo, planejamento de procedimentos são tão extensos e prolixos queraramente um desenho original de um arquiteto escapa intocado de ambas asmãos mortas do oficialismo ou do conservadorismo das comissões(...).- Terceiro e mais importante de todas, são os custos das limitações impostas.Isto é um "truism" que você pega e que você paga, e se prova ser necessáriosomente considerando uma cidade do tamanho da medieval Salisbury e então seespanta nesta proporção de riqueza que sempre devotam para esta catedral. Osbons prédios do passado eram dependentes do trabalho barato (escravo) e dospatrões educados. Hoje um trabalhador pode ganhar mais que seu gerente, osmaiores "patronos" são empreendedores especulativos, os quais tem interessesomente no alto lucro para um baixo investimento, e o setor público, controladopor burocratas para os quais a principal atividade está em balançar livros."

Queixam-se de que hoje há arquitetos demais. Poucos de valor compersonalidade própria e caráter ilibado, poucos bem formados e bem informados,menos ainda politizados e quase nenhum criativo e revolucionário.

Acústica e história da arquitetura

O "A" da Arquitetura no tempo

Associada à sensibilidade humana, aberta à expressão emocional e à racionalidadedo homem, transformando a matéria na medida que se constrói espaços,materializando a ordem, a harmonia, a beleza, isolando ou integrando o homem,ora o protegendo, ora o expondo, a arquitetura torna-se tão dinâmica a ponto denos anexar às suas formas e estabelecer em nossas mentes uma extensão dealguns de nossos desejos e intelecto. A arquitetura expressa então um conteúdopolítico-social, político-econômico e intelectual através de suas obras constituídas,edificadas, consolidadas.

Hoje a arquitetura estabelece vínculos multidisciplinares. Com a engenhariamelhorou o nível técnico das construções; com as artes plásticas melhorou o seu"traço", suas formas espaciais e conseqüentemente suas imagens; com aeletrônica conheceu as possibilidades da iluminação artificial, automação erecursos de funcionalidade; com a acústica, consolidou o conforto, estendeu aspercepções e as reflexões, proporcionou o silêncio tão necessário para recomporo intelecto; com as ciências térmicas, o controle da temperatura no interior dosambientes, os tornando confortáveis, dinâmicos e aconchegantes.

Sua evolução histórica inicia-se no período neolítico, já quando não havia maisnecessidade de construir só para proteger-se. Neste período houveranecessidade de construir moradias e o desejo de erigir monumentos simbólicosou espirituais, estes últimos encontrados através dos monumentos megalíticos. Apartir dos séculos IV a I a.C. com a civilização surgida entre os rios Tigre eEufrates, houve a hierarquização dos elementos da construção. Havia naqueletempo uma ordem estabelecida pelo meio de maneira que a recriação das formaspassaria pelo conceito da forma piramidal, a consolidação dessa forma éencontrada nas pirâmides dos palácios suntuosos.

Os arquitetos da mesopotâmia não mais podiam trabalhar com a pedra e amadeira, acabaram produzindo estruturas e formas artísticas com uma arteancorada no tijolo. Introduzindo a cerâmica nas suas grandiosas obras, porém,também estabelecendo ao mesmo tempo sua fragilidade fazendo com que nãoresistisse à passagem do tempo.

No Egito antigo, a pedra era o símbolo da estabilidade e da duração eterna.Conotava ao mesmo tempo a idéia de força e segurança. A criação oficial do Egitotinha que ser voltada para o culto da personalidade do faraó - autoridade religiosae política máxima numa só pessoa. A pedra serviu como suporte para construir edecorar; era forte o suficiente para coibir a atuação dos "sacrílegos" que tentavamVilar os túmulos reais, foi também a base de gravação dos hieróglifos que acabousolidificando no tempo a vida social, espiritual e política dos egípcios.

Na Grécia, houve o rompimento desta forma de criação arquitetônica. O homemgrego se estruturou em si mesmo, sem essa de uma única autoridade política ereligiosa. Era mais individualista, criava sua própria essência, sua sociabilidade,sua ordem harmônica no pensamento, na criatividade e na busca da beleza.

A função do arquiteto foi "descoberta" na civilização helênica. Era protegido pelosfilósofos e intelectuais com quem compartilhava o prazer pelos números e pelageometria. Criou obras para a comunidade, para um grupo social. As construçõesurbanas não obedeciam a um esquema simétrico e ordenado: eram obras únicas -de personalidade própria.

Durante o período helenístico, o arquiteto começou a manifestar-se como um ser"serviu", disciplinado servidor do gosto estético de políticos, como os sátrapas daAnatólia, e adquiriu funções semelhantes à do engenheiro moderno. Em Roma,essa tendência se acentuou. Roma era impotente, possuía o dito ImpérioRomano, caracterizado por um poder político e militar sempre em expansão,

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Roma era imponente porque era muito dinâmica, necessitava da participação dosartistas e pessoas cultas em seus empreendimentos. A cidade se consolidoudentro de um planejamento estratégico em que suas construções eramarticuladas através de vias de comunicação com seus territórios conquistados. Oarquiteto então, sem a devida formação política, mercadológica daquela época,transformou-se num simples artesão ou, quando muito, especialista numadeterminada tarefa.

Contudo, o desenvolvimento da arquitetura continuou na Idade Média e noRenascimento. Houve então o desmembramento do Império Romano, osurgimento de novas composições de forças que impuseram suas idéias políticase intelectuais transformando o conceito da arquitetura medieval. Tiveraminfluência os conceitos dos povos bárbaros que materializou as concepçõeseconômicas, sociais e espirituais da época.

A Igreja desempenhou um papel determinante como dinamizadora da cultura e daarte da época. Os arquitetos das obras deste período trabalharam nasconcepções dos mosteiros que se tornara o foco da cultura de então. Osmosteiros, até hoje admirados por muitos, abrigavam toda a sofisticação doconhecimento medieval. Os arquitetos eram inexpressivos, figuras anônimas,identificados só pelo nome da oficina a que pertenciam, dizem que assistiramcomo meros trabalhadores braçais o seu próprio trabalho arquitetônico, semqualquer reconhecimento intelectual ou social.

A Itália, à parte dos segmentos artísticos medievais, deu início desde o final doséculo XIII, aos monumentos mais gloriosos da história da arquitetura.Estabeleceu a recuperação da cultura clássica grega e latina. O papel então doarquiteto adquiriu conotação intelectual e prestígio social nunca alcançadosanteriormente. Iniciava-se a secularização da arte com a tradição cristã. Iniciando-se a "elitização" da arte - a grande maioria tornara-se então meros espectadoressem a menor possibilidade de alcance. Estabeleceu-se um fosso entre aspossibilidades reais da vida comum e a do mundo da arte.

Uma outra corrente era o Barroco e o Neoclassicismo. A Igreja avançava comopoder absorvente e demasiado centralizador. Ressurgida do Concílio de Trentotornou-se poderosa e triunfante. Consolidara-se como estrutura de poder e deuinício a uma nova forma de expressão através das expressões artísticas. Roma,capital do papado, tornou-se paradigma da cidade barroca. No barroco, a aliançaentre pontífices e os arquitetos, embora iniciada no renascimento, aqui atingiuseu auge.

A ordem estética barroca, teatral e musical, rompeu com a frieza das normasclássica, expandiu as liberdades sem limites. Permitiu-se estruturas curvilíneas euma multiplicidade de elementos decorativos que provocavam tensões, fugas edesequilíbrios no ritmo da obra. Aproveitavam a iluminação naturalproporcionando jogos entre claros-escuros. O urbanismo e o paisagismo eramintegrados à obra final. O barroco teve o estilo rococó como sua última fase. Foi amais ostensiva e agressiva manifestação do luxo e suntuosidade de umamonarquia fechada em si mesma. Evidentemente não conseguiria ser aceita. Jáentão a partir desta época tínhamos novos continentes estruturados nos idosséculos XVIII e início do século XIX. Surgiu então o neoclassicismo.

No neoclassicismo, as edificações assim como as construções tinham umafinalidade muito própria de acolher em seus interiores as instituições e os chefesde uma ordem política emergente e cheia de vitalidade, fé e confiança no futuro.Surgiu o interesse pela decoração dos interiores, pelo mobiliário, pintura mural eos elementos decorativos.

Com o advento da revolução industrial, os elementos arquitetônicos do passadoforam abandonados e privilegiou-se as concepções do espaço habitável queacabou por transcender as questões artísticas ou estéticas. As cidades tornaram-se "corpos vivos" com referências e necessidades próprias. Surgiu os "arranhacéus" devido o crescimento urbano evidente. Estabeleceu-se a funcionalidade, anecessidade de resolver o problema da falta de habitação e conforto do conjuntoda sociedade.

A tecnologia permitiu o uso do concreto e a utilização do vidro. Deu-secredibilidade aos novos materiais que marcam a formação do novo arquiteto.Aboliu-se o elemento decorativo e valorizou-se o "fato construtivo", últimomomento no qual o arquiteto sentiu-se artesão de sua própria obra - Adecoração morreu! Os arquitetos do século XX chegaram!

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