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Acórdão-6ªC RO 0002668-23.2010.5.12.0037 EMPREGADO DE FINANCEIRA. ENQUADRAMENTO SINDICAL. EQUIPARAÇÃO A BANCÁRIO. Caracterizando-se a empregadora numa financeira, seus empregados equiparam-se aos bancários e a eles se aplicam os instrumentos normativos da categoria respectiva em relação a todos os direitos neles previstos e não apenas à jornada de trabalho. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, provenientes da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, SC, sendo recorrentes 1. ITAÚ UNIBANCO S.A. E OUTROS (2) e 2. KARINE PRATES DE SIQUEIRA e recorridos 1. KARINE PRATES DE SIQUEIRA e 2. ITAÚ UNIBANCO S.A. E OUTROS (2). Trata o processo de recursos ordinários interpostos contra a decisão que acolheu parcialmente os pedidos formulados pela autora. Suscitam os reclamados, em preliminar, a ilegitimidade passiva do segundo réu (Itaú Unibanco S.A), pois a autora foi empregada da primeira reclamada. Motivo pelo qual entendem inexistir motivação para mantê-la no polo passivo da demanda. 17383/2011

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Acórdão-6ªC RO 0002668-23.2010.5.12.0037

EMPREGADO DE FINANCEIRA. ENQUADRAMENTO SINDICAL. EQUIPARAÇÃO A BANCÁRIO. Caracterizando-se a empregadora numa financeira, seus empregados equiparam-se aos bancários e a eles se aplicam os instrumentos normativos da categoria respectiva em relação a todos os direitos neles previstos e não apenas à jornada de trabalho.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, provenientes da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, SC, sendo recorrentes 1. ITAÚ UNIBANCO S.A. E OUTROS (2) e 2. KARINE PRATES DE SIQUEIRA e recorridos 1. KARINE PRATES DE SIQUEIRA e 2. ITAÚ UNIBANCO S.A. E OUTROS (2).

Trata o processo de recursos ordinários interpostos contra a decisão que acolheu parcialmente os pedidos formulados pela autora.

Suscitam os reclamados, em preliminar, a ilegitimidade passiva do segundo réu (Itaú Unibanco S.A), pois a autora foi empregada da primeira reclamada. Motivo pelo qual entendem inexistir motivação para mantê-la no polo passivo da demanda.

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Sucessivamente, pedem sejam afastadas as declarações de responsabilidade solidária e o enquadramento da autora como bancária. Alegam que ela jamais realizou atividades típicas desta categoria, estando as suas atribuições limitadas ao preenchimento e encaminhamento, ou seja, à intermediação de propostas de financiamento de veículos, corretagem, agenciamento, cobrança de títulos de crédito em geral, para o posterior exame pela instituição financeira destinatária.

Ressaltam que a primeira ré (PROREVENDA), real empregadora, não se enquadra na condição de instituição financeira, estando a sua atuação autorizada pela Resolução nº 3.110 do Banco Central do Brasil. Nesse contexto, afirmam inaplicáveis as disposições coletivas atinentes aos bancários, nos termos do parágrafo 3º do art. 511 da CLT.

Dizem, ainda, não ter a autora se desincumbido do ônus relativo à prova do alegado vínculo (art. 818 da CLT), além de afirmar em seu favor o teor do item III da Súmula nº 331 do TST.

Requerem a reforma do julgado para afastar a condição de bancário reconhecida e a condenação aos benefícios de auxílio refeição, auxílio cesta alimentação, 13ª cesta alimentação e PLR. De forma sucessiva, buscam a aplicação da Súmula 55 do TST.

Ainda, postulam sejam excluídas da condenação as verbas correspondentes à remuneração variável e à indenização pela manutenção/desgaste do veículo e

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gastos com combustível.

Por sua vez, a autora recorre no marcador 64.

Pleiteia a reforma do julgado para condenar as reclamadas ao pagamento de horas extras, assim consideradas: a) as excedentes da 8ª diária e da quadragésima semanal, durante toda a contratualidade, por não se enquadrar na exceção do artigo 62 da CLT; b) as horas extras realizadas aos sábados durante toda a contratualidade e aos domingos (02 meses) por ano, por ocasião da participação da Reclamante em feirões de automóveis e motocicletas; c) excedentes da 7ª e 8ª hora, por não possuir cargo de confiança, nos termos do parágrafo 2ºdo artigo 224 da CLT; as horas laboradas nos intervalos intrajornada sonegados.

Postula seja considerada a jornada declinada na inicial.

Por derradeiro, pleiteia a concessão de honorários advocatícios.

Contrarrazões são apresentadas nos marcadores 68 e 70.

É o relatório.

V O T O

Conheço dos recursos e das contrarrazões, porque atendidos os pressupostos legais de admissibilidade.

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Com efeito, as partes foram intimadas da decisão em 25.08.2011 (marcador 55) e interpuseram os recursos em 1º.9.2011 (réus) e 02.9.2011 (marcador 64). Ainda, os subscritores possuem procuração nos autos (pp. 34 do marcador 01, autor, e marcadores 25-26 e 29-31, réus) e o preparo foi observado nas pp. 18 do marcador 59 e 01 do marcador 60.

Por derradeiro, as contrarrazões igualmente estão aptas ao conhecimento.

PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO SEGUNDO RÉU

Suscitam os recorrentes a prefacial em epígrafe, ao argumento de ter a autora sido contratada e prestado serviços exclusivamente em favor da primeira ré, o que impede a condenação do segundo. Salientam, outrossim, terem personalidades jurídicas distintas, devendo a demanda ser dirigida apenas contra a empregadora do obreiro.

Contudo, a análise das condições da ação se dá em abstrato, não sendo cabível o exame da matéria fática.

Assim, a legitimidade para figurar no polo passivo da lide decorre da mera alegação de que o segundo réu é responsável pelo adimplemento do direito pleiteado. A responsabilidade propriamente dita é matéria de mérito e assim será analisada.

Rejeito.

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MÉRITO

1 - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Impugnam as reclamadas a responsabilidade solidária atribuída na sentença, ao argumento de que desprovida de fundamento legal.

Não merece reforma a sentença.

Restou incontroverso nos autos, porque admitido pelos próprios réus na contestação (p. 02 do marcador 13, item 02), que ambas as empresas, embora com personalidades jurídicas distintas, integram o mesmo grupo econômico, circunstância que faz incidir o disposto no art. 2º, § 2º, da CLT, carecendo de razão os recorrentes ao apontarem a ausência de previsão legal.

Rejeito.

2 - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. EQUIPARAÇÃO DOS EMPREGADOS AOS BANCÁRIOS

O Magistrado a quo, reconhecendo executar a reclamante atividades típicas da categoria dos bancários, deferiu a equiparação postulada na inicial, com o pagamento de auxílio refeição; auxílio-cesta-alimentação; 13ª cesta alimentação; participação nos lucros e resultados; diferenças de comissões e reflexos; indenização correspondente à manutenção e à depreciação do veículo.

Irresignam-se os réus, sob a alegação de que a primeira reclamada não atua como empresa

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financeira. Afirmam, ainda, que as funções da reclamante não se assemelham às do bancário, pois contratada para laborar no cargo de operadora. Nesse contexto, indicam que as tarefas compreendiam tão somente o preenchimento e acompanhamento das propostas de financiamento, não lhe sendo conferido nenhum poder decisório. Apontam, outrossim, o enquadramento sindical do empregado se dá conforme a atividade preponderante do empregador, na forma do art. 511, § 3º, da CLT, hipótese obstativa à equiparação ora postulada.

Vejamos.

A prova dos autos, ao contrário do teor do recurso, permite concluir ter a reclamante, durante o contrato de trabalho, exercido atividades capazes de autorizar o enquadramento postulado na inicial. Também, a prova oral demonstra, conforme salientado na sentença, ser o banco o beneficiário exclusivo dos serviços prestados pela obreira.

Nesse sentido, em seu depoimento, a testemunha convidada pelas rés, Fernanda Emanuela Ferreira, declarou:

trabalha no Unibanco desde novembro de 2007, estando atualmente no Itaú em decorrência de uma fusão; trabalha na mesma função que a reclamante, também com financiamento de veículos novos e usados, apenas junto a concessionárias e revendas diversas; a depoente utilizava a concessionária Calmac de base, mas

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atendia outras duas; além da captação de clientes para financiamentos, a depoente também poderia comercializar seguro para acidentes pessoais vinculado ao financiamento, não podendo o seguro ser comercializado em separado; as propostas eram encaminhadas via internet com senha própria, para análise pela mesa de crédito; afirma que determinado tipo de negócio, conhecido como “aprovação automática”, é autorizado em segundos, após análise pelo sistema; qualquer alteração posterior à aprovação deve ser novamente submetida a análise para fins de aprovação; não obstante registrada pela Prorevenda, e atualmente pela Fináustria, a depoente sempre foi funcionária do Unibanco/Itaú; [...] (p. 04 do marcador 54, grifo meu).

Ainda, a testemunha da autora Marcia Beatriz Panichi, afirmou:

a reclamante utilizava uniforme com identificação do Unibanco, não sabendo se havia alguma identificação da Prorevenda; a documentação utilizada pela concessionária tem identificação do banco; a reclamante era apresentada ao cliente do financiamento como funcionária do Unibanco; nos contatos telefônicos que mantinha com a Prorevenda, a pessoa se identificava como Unibanco [...] (p. 02 do marcador 53).

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Nesse contexto, verifico, a autora, além de abordar eventuais clientes do primeiro reclamado, realizava os procedimentos alusivos à concessão de financiamentos, o que passava pelo cadastramento das informações pessoais do indivíduo, formalização da proposta e posterior encaminhamento ao setor de crédito da empresa.

Tampouco merece guarida a assertiva de que se tratava o primeiro reclamado de empresa prestadora de serviços, não se confundindo com as instituições financeiras. Com efeito, o seu contrato social (p. 10 do marcador 50) estatui:

Cláusula 4º - Objeto – A sociedade tem por objeto social: (a) a prestação de aval e fiança em operações de crédito e/ou financiamento; (b) o agenciamento, a corretagem e a intermediação de financiamentos, exceto a corretagem imobiliária; (c) a participação em empreendimentos e negócios; (d) a participação em outras sociedades; (e) a cobrança de títulos de crédito em geral; (f) o processamento de dados referente aos serviços supra; (g) intermediação em arrendamento de bens; (h) prestação de serviços inerentes ao pagamento de fornecedores, tarifas, taxas, tributos, carnês e outras obrigações, por conta e ordem de clientes; (i) recebimentos por conta de terceiros de carnês e ou cobranças; (j) implantação de sistemas de crédito e cobrança; (k) a realização com pessoas jurídicas, de operações que visem

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à aquisição de efeitos comerciais decorrentes do faturamento de renda de atividades industriais, comerciais e de serviços, bem assim à aquisição de quaisquer direitos creditórios: k.1) para contratação e gerência de créditos das empresas, incluindo a cobrança com a garantia contra o risco de inadimplemento no vencimento, poderão ser efetuadas todas as operações administrativas financeiras e de gestão, especialmente para fazer a cobrança normal, receber os efeitos comerciais, fazer a recuperação dos créditos por via judicial, extrajudicial, controlar os riscos e as contas correntes; e k.2) para gerência comercial e financeira com pessoas nacionais ou estrangeiras, físicas ou jurídicas, para absorção de créditos, poderá a sociedade inclusive representá-las com poderes de gestão em qualquer parte do território nacional ou no exterior, se for o caso e não houver impedimento legal; (l) promoção de vendas e negócios.

Da leitura do texto citado exsurge de forma clara a exploração de atividades intimamente ligadas à bancária pelo primeiro réu, mormente se consideradas aquelas referentes à formalização das propostas de empréstimos ou financiamentos e ao recebimento dos pagamentos relativos àquelas operações, as quais confundem-se com aquelas próprias das instituições financeiras,

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conforme dispõe o art. 17 da Lei nº 4.595/64:

Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.

De mais a mais, o depoimento do preposto do segundo réu, informa que a primeira reclamada atuava como mera longa manus daquela. Veja-se o seu depoimento: “a reclamante trabalhava basicamente na

captação de clientes para financiamentos de veículos,

referindo que a aprovação da proposta era de competência

e mesa de crédito composta por funcionários do banco;

aprovada a proposta, a autora deveria enviar os documentos

do cliente, que seriam analisados por outro setor do

banco, não tendo a reclamante nenhum poder de

negociação... os contratos eram firmados com o banco, que

também fornecia os recursos necessários, referindo que a

autora oferecia financiamento do banco” (p. 02 do marcador 54).

Assim, a prova dos autos evidencia que todos os financiamentos formalizados pela reclamante se davam com recursos do Banco Itaú/Unibanco, além de a identificação da empregada se dar em seu nome, conforme acima salientado.

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Por todo o exposto, forçoso concluir, o primeiro reclamado exercia atividades típicas das instituições financeiras, sendo os financiamentos formalizados com recursos do segundo reclamado, direto beneficiário da prestação de serviços. Motivo pelo qual, não merece reforma a decisão de origem na parte em que reconheceu a equiparação da trabalhadora à categoria dos bancários.

Quanto às alegações referentes ao vínculo, elas não procedem, na medida em que não houve a sua declaração em desfavor do banco, mas tão somente a condenação deste como responsável solidário em virtude da existência de grupo econômico.

Nesse sentido, mantenho a decisão.

1.2 – DIREITOS DECORRENTES DA APLICAÇÃO DAS NORMAS COLETIVAS DOS BANCÁRIOS

De forma sucessiva, buscam os réus a aplicação da Súmula 55 do TST, alegando ser indevido eventual direito referente à categoria profissional dos bancários. Em decorrência, postulam a exclusão do auxílio-refeição, auxílio-cesta-alimentação, 13ª cesta alimentação e Participação nos Lucros e Resultados.

Razão não lhes assiste.

Reconhecida a condição de bancária da autora, faz ela jus às vantagens previstas nas convenções coletivas de trabalho da categoria, conforme decidido em 1º

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grau.

Com efeito, se a empregada exerce atividades típicas de bancário, a contraprestação deve equivaler a esta realidade. Isso porque não pode a parte hipossuficiente ser prejudicada em virtude de a empregadora optar por um enquadramento equivocado.

Sendo assim, por todo o exposto, aplica-se aos seus empregados os instrumentos normativos da categoria dos bancários, em relação aos direitos assegurados a esta categoria e não apenas em relação à jornada de trabalho. Mantenho a condenação relativamente ao auxílio-alimentação (cláusulas 14ªs das CCTs), auxílio-cesta-alimentação (cláusulas 15ªs das CCTs), 13ª cesta alimentação cláusulas 16ªs das CCTs 2007/2008 e 2008/2009 e participação nos lucros e resultados, nos termos deferidos na sentença.

Nego provimento ao recurso.

1.3 – REMUNERAÇÃO VARIÁVEL/COMISSÕES

Postulam os réus sejam excluídas da condenação as verbas correspondentes à remuneração variável. Alegam a correta quitação da parcela e afirmam que os eventuais débitos das comissões adiantadas ocorriam apenas quando a transação intermediada não prosperava, ou seja, quando não havia o pagamento da primeira parcela pelo devedor.

A sentença reconheceu o direito postulado, apontando a prova testemunhal como fundamento de

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sua conclusão, na medida em que comprovada a prática de somente realizar o pagamento das comissões caso fossem quitadas as duas primeiras parcelas dos financiamentos contratados (p. 03 do marcador 55).

Com efeito, a testemunha ouvida em favor das rés admitiu: “comissões somente eram confirmadas caso o cliente pagasse as duas primeiras parcelas em sessenta dias, ainda que a primeira em atraso” (p. 04 do marcador 54).

Nesse sentido, ao contrário do alegado pelas recorrentes, tal procedimento consiste, sim, em repassar para o empregado o risco do empreendimento, o que é inadmissível, se considerados os princípios e a lógica que norteiam o contrato de trabalho.

No mais, até mesmo em virtude dos termos consignados no recurso, os quais considero verdadeira confissão, mantenho a decisão no particular, inclusive quanto ao comando referente à apuração dos valores na fase de liquidação, cujo teor está assim redigido:

Em liquidação de sentença, as diferenças de comissões devidas deverão ser apuradas com base na reprodução dos cálculos relativos a todos os financiamentos concluídos pela reclamante (contratos com liberação efetiva de valores aos clientes), inclusive reflexos em repousos semanais remunerados, aviso prévio, férias com 1/3, gratificação natalina, e

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FGTS com indenização compensatória de 40%, procedimento que contempla as demais diferenças pretendidas na inicial (letras “h”, “i”, e “j”).

Diante disso, por correto o Julgado ao deferir diferenças de comissões.

Nega-se provimento.

1.4 - RESSARCIMENTO DE VALORES GASTOS COM O USO DE VEÍCULO E COMBUSTÍVEL

O Juízo deferiu ao autor o pagamento de indenização pela manutenção e depreciação do veículo, arbitradas, respectivamente em R$ 100,00 por mês e 5% do valor do veículo por ano.

Inconformados, os recorrentes buscam a reforma da sentença, alegando não ser a utilização de veículo condição do contrato de trabalho, além de inexistir prova de gastos com o veículo em decorrência do trabalho prestado. Também, aduzem a inexistência de comprovação dos gastos.

Sem razão.

Admitiu o preposto, na p. 02 do marcador 54, a utilização pela autora de veículo próprio para a realização de suas atividades laborais. Nesse sentido, afirmou:

o valor pago pela empresa varia conforme as revendas atendidas pelo operador de crédito; o valor é pago exclusivamente

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para o deslocamento entre as concessionárias, visando custear somente o combustível; A ajuda de custo para combustível foi fixada conforme estimativa de deslocamentos da Região da autora inclusive visitas in loco, afirmando que o valor atendia ao combustível gasto e outras situações que não sabe especificar; acredita que o valor não contemplava eventuais viagens, achando que ela não realizou viagens;

Ainda, não obstante a alegação de que a autora não era obrigada a utilizar o veículo próprio em serviço, os reclamados disseram na defesa: “a reclamante, quando utilizou veículo a serviço da empresa, teve suas despesas satisfeitas” (p. 20 do marcador 13).

Ora, o fato de eles custearem as despesas para os empregados que utilizavam veículo próprio, por si só revela a necessidade do seu uso para o trabalho. Por outro lado, a testemunha das rés Fernanda Emanuela Ferreira, declarou no seu depoimento de fl. 530, que “...os deslocamentos durante o dia eram feitos com veículo próprio, recebendo verba fixa que alterou ao longo do contrato, mencionando uma média de R$ 230,00 por mês, o que era insuficiente para cobrir o custo de combustível;”.

Sendo assim, no tocante à indenização pela manutenção e desgaste do veículo, não há o que reparar no decisum, porquanto comprovado pela prova oral o ressarcimento apenas das despesas tidas com o combustível.

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Quanto aos valores, igualmente nada há para modificar, porquanto os reputo razoáveis. Inclusive, contrariamente à tese trazida por ocasião do recurso, o Juízo considerou o uso do veículo pela reclamante para fins particulares, conforme consignado na p. 05 do marcador 55.

Portanto, nega-se provimento.

2 – RECURSO DA AUTORA

2.1 - HORAS EXTRAS E INTERVALOS

Busca a autora obter a reforma do julgado quanto ao pagamento de horas extras decorrentes do labor excedente da 7ª e 8ª hora diária (por não possuir cargo de confiança); da 8ª diária e da quadragésima semanal (pois não estava enquadrada na exceção do art. 62 da CLT que trata do trabalho externo); das jornadas realizadas aos sábados e em aos domingos (02 meses por ano) quando da sua participação em feirões de automóveis e motocicletas; e do trabalho realizado durante os intervalos intrajornada sonegados.

A sentença rejeitou o pedido por considerar estar a autora enquadrada na hipótese do inciso I do art. 62 da CLT. Nesse sentido, consignou o Juízo:

Não obstante a prova oral forneça elementos de convicção no sentido de haver contato diário frequente entre a empregadora e a reclamante, especialmente via telefone celular, evidente que a empregada não estava sob “permanente fiscalização e controle do empregador”,

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não sendo possível “conhecer-se o tempo realmente dedicado com exclusividade à empresa” (vide Valentin Carrion, in Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, 34a edição, Editora Saraiva, página 120), especialmente se considerada a informação prestada pela empregada, de que “trabalhava em diversos locais (concessionárias e revendas), visitando em média quatro por dia” (vide depoimento pessoal – marcador 54), contexto que inviabilizava a fiscalização do tempo efetivamente utilizado pela autora em favor dos reclamados. (p. 04 do marcador 55).

No caso específico dos autos, não há como reformar o julgado.

Com efeito, na função de “operador”, a autora exercia as atividades fora da agência, atendendo aos clientes em concessionárias de veículos, ou seja, externamente.

Vejamos a prova dos autos.

De acordo com o anotado na sua CTPS (p. 36 do marcador 01) sua contratação se deu na forma da exceção do art. 62, I da CLT.

De outro vértice, a prova oral corrobora com o conteúdo do documento, relativamente à ausência de controle de jornada. Partindo do depoimento da própria autora, foram estas as suas declarações:

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a depoente trabalhava em diversos locais (concessionárias e revendas), visitando em média quatro por dia, referindo que a maior parte do serviço burocrático era realizado nas próprias concessionárias [...]a depoente dividia sua jornada de maneira a atender duas concessionárias pela manhã e duas concessionárias pela tarde; as concessionárias funcionavam das 8h às 19h/19h30min; geralmente a depoente realizava jornada das 8h30min/9h às 18h30min/19h, estimando que o intervalo médio era de 30min, sem horário específico; comenta que havia interesse em permanecer maior tempo nas concessionárias porque havia concorrência; a maior distância entre as concessionárias atendidas era de 13km; além da rotina básica de visitas as concessionárias (duas de manhã e duas a tarde) a depoente acabava fazendo outros deslocamentos entre as concessionárias (três); rodava aproximadamente 1500km por mês, considerado os deslocamentos entre as concessionárias, as visitas in loco (5 por mês) e viagens eventuais (p. 02 do marcador 54). (Grifei.)

De fato, o teor transcrito permite concluir ter a autora ingerência sobre o seu horário, inclusive sendo confessa em relação ao seu interesse na permanência no local de trabalho.

Por outro lado, o fato de ela

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comparecer na sede da empresa por cerca de duas ou três vezes por semana, ou ainda de haver contatos diários, por e-mail ou telefone móvel, com a gerência, não é o bastante para demonstrar o controle de horário, porquanto, entendo, tais procedimento se fazem necessários até mesmo em função do trabalho externo e da ausência de obrigatoriedade quanto à sua apresentação diária no estabelecimento do empregador. Obviamente, o contato dos empregados com seus superiores é condição inerente à própria consecução das tarefas contratadas.

Ainda, a existência de liberalidade quanto à jornada pode ser visualizada no depoimento da testemunha da autora, Marcia Beatriz Panichi, porquanto ela afirma: “a reclamante tinha presença frequente na concessionária, tanto no turno da manhã como da tarde [...] o trabalho da reclamante dentro da concessionária não ocorria em período único sabendo que ela alternava trabalho em outras concessionárias, referindo que algumas vezes ligava para a autora e esta as vezes estava em outra concessionária”.

Por fim, ressalto, além do conteúdo dos depoimentos, não há nos autos nem sequer indícios de que a autora obedecia roteiro de visitas pré-determinadas pelos réus.

Ou seja, além de as atividades próprias do cargo serem externas, a jornada da autora não era controlada pelo empregador, existindo, no caso em análise, a autonomia necessária para configurar a exceção que trata a norma invocada, qual seja, o exercício de

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atividade externa incompatível com a fixação de horário

[...]. Com efeito, o elemento “incompatibilidade” do trabalho com a fixação de horário, ficou evidenciado.

Motivo pelo qual, mantenho a decisão.

2.2 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A autora busca o pagamento de honorários advocatícios, no equivalente a 20% sobre o montante da condenação, com fundamento nos artigos 5º, LXXIV, 133 e 134 da Constituição Federal e nas leis nºs 1.060/50, 7.510/86, e 8.906/94.

Sem razão.

A verba honorária é devida, nesta Justiça Especializada, quando preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70, ou seja, quando a parte é representada em juízo por advogado credenciado pela entidade sindical representativa da sua categoria profissional e não dispõe de meios para arcar com as despesas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou da sua família.

Eventual controvérsia restou superada com a edição da Súmula n° 329 pelo Tribunal Superior do Trabalho, ratificadora do entendimento consubstanciado na Súmula n° 219, que assim dispõe:

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e

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simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. [...]

No presente caso, não foi juntada a credencial sindical, motivo pelo qual resta indevida a benesse.

Nego, pois, provimento.

Pelo que,

ACORDAM os membros da 6ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOS; por igual votação, rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva do segundo réu (Itaú Unibanco S.A), arguida pelos réus. No mérito, sem divergência, NEGAR-LHES PROVIMENTO. Manter o valor provisório da condenação fixado na sentença.

Custas na forma da lei.

Intimem-se.

Participaram do julgamento realizado na sessão do dia 28 de fevereiro de 2012, sob a Presidência do Desembargador Gracio Ricardo Barboza Petrone (Relator), os Desembargadores Lília Leonor Abreu e José Ernesto Manzi. Presente o Procurador do Trabalho Alexandre Medeiros da Fontoura Freitas.

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GRACIO RICARDO BARBOZA PETRONERelator

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