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Acessibilidade: o desafio da evolução digital ? Fátima Azeredo Melca Coordenadora do Laboratório de Educação à Distância do Instituto Benjamin Constant-MEC/ Brasil Professora convidada da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ [email protected] Marlene Montezi Blois Diretora do Escritório CREAD- Rio de Janeiro Consultora da UNIVIR- UNICARIOCA/ Brasil [email protected] Resumo: A sociedade brasileira é composta pela diversidade étnica e cultural de diferentes grupos com desigualdades ao acesso de bens econômicos e culturais. Estudos chamam a atenção para a parcela da sociedade constituída por pessoas com necessidades especiais, que chega a 10% da população mundial (IBGE, 2000). Uma das alternativas possíveis para integração social e econômica dessa parcela da população é o emprego inteligente da tecnologia. No tocante às novas tecnologias informáticas, abrem perspectivas que possibilitam pessoas que não possam usar o computador de forma convencional disponham de alternativas que facilitem os seus acessos com autonomia. Quanto à internet, embora seja uma ferramenta de crescimento e expansão social maior que todas as outras mídias modernas, ainda exclui um grande número de pessoas. O efetivo acesso das pessoas com deficiência visual aos computadores, programas, internet, sítios ou aos terminais bancários é determinado por princípios internacionais de acessibilidade. Sua construção se dá através das tecnologias assistivas. A Educação a Distância (EAD) se traduz como uma tendência de aprendizado eficiente na dinâmica atual de negócios, marcada pela busca por conhecimento aplicado e ao mesmo tempo pela necessidade de redução de custos e maior flexibilidade e interação nos processos de aprendizagem. O Instituto Benjamin Constant, órgão do Ministério da Educação especializado em educação para pessoas com deficiência visual, através do seu Laboratório de Educação a Distância, oferece à população, independentemente de suas diferenças, um ambiente virtual de aprendizagem com acessibilidade, o que possibilita uma capacitação profissional econômica, rápida e com a vantagem de escolher o melhor horário para realização de suas atividades. O sistema educacional brasileiro preconiza uma educação para todos, uma escola, heterogênea, pluralista que acolha todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, buscando para tanto, estratégias que viabilizem atuar na e para a diversidade. Acredita-se que projetos, que se utilizam da EAD viabilizada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, possam oferecer relevantes contribuições

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Acessibilidade: o desafio da evolução digital ?

Fátima Azeredo Melca Coordenadora do Laboratório de Educação à Distância

do Instituto Benjamin Constant-MEC/ Brasil Professora convidada da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ

[email protected]

Marlene Montezi Blois

Diretora do Escritório CREAD- Rio de Janeiro Consultora da UNIVIR- UNICARIOCA/ Brasil [email protected]

Resumo: A sociedade brasileira é composta pela diversidade étnica e cultural de diferentes grupos com desigualdades ao acesso de bens econômicos e culturais. Estudos chamam a atenção para a parcela da sociedade constituída por pessoas com necessidades especiais, que chega a 10% da população mundial (IBGE, 2000). Uma das alternativas possíveis para integração social e econômica dessa parcela da população é o emprego inteligente da tecnologia.

No tocante às novas tecnologias informáticas, abrem perspectivas que possibilitam pessoas que não possam usar o computador de forma convencional disponham de alternativas que facilitem os seus acessos com autonomia. Quanto à internet, embora seja uma ferramenta de crescimento e expansão social maior que todas as outras mídias modernas, ainda exclui um grande número de pessoas.

O efetivo acesso das pessoas com deficiência visual aos computadores, programas, internet, sítios ou aos terminais bancários é determinado por princípios internacionais de acessibilidade. Sua construção se dá através das tecnologias assistivas.

A Educação a Distância (EAD) se traduz como uma tendência de aprendizado eficiente na dinâmica atual de negócios, marcada pela busca por conhecimento aplicado e ao mesmo tempo pela necessidade de redução de custos e maior flexibilidade e interação nos processos de aprendizagem.

O Instituto Benjamin Constant, órgão do Ministério da Educação especializado em educação para pessoas com deficiência visual, através do seu Laboratório de Educação a Distância, oferece à população, independentemente de suas diferenças, um ambiente virtual de aprendizagem com acessibilidade, o que possibilita uma capacitação profissional econômica, rápida e com a vantagem de escolher o melhor horário para realização de suas atividades.

O sistema educacional brasileiro preconiza uma educação para todos, uma escola, heterogênea, pluralista que acolha todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, buscando para tanto, estratégias que viabilizem atuar na e para a diversidade. Acredita-se que projetos, que se utilizam da EAD viabilizada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, possam oferecer relevantes contribuições

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à educação nacional, resgatando, inclusive, dívidas sociais históricas com o segmento dos seus cidadãos portadores de deficiências, no caso, visual.

Palavras-chaves: Acessibilidade - Educação a Distância - Educação Especial - Inclusão Social - Laboratório de Educação à Distância - Tecnologias Assistivas.

Summary: Brazilian society is characterized by ethnic and cultural diversity of different groups with unequal access to economical and cultural goods. Some studies have focussed on the proportion of society constituted by people with special needs (up to 10% of the world's population, according to IBGE (2000). One of the possible alternatives for social and economical integration of that sector of the population is the intelligent use of technology. The new technologies create possibilities for people who are not able to use the computer in a conventional way to find alternatives that facilitate their access and give them autonomy. Even the internet, although it is a larger tool of social expansion than all the other modern media, still excludes a great number of people. The effective access of people with visual deficiencies to computers, programs, internet sites or to bank terminals is determined by international principles of accessibility. So construction of this access is performed through special assistive technologies. Distance education is seen as an efficient learning trend in the current business dynamic, marked by the search for applied knowledge and, at the same time, the need for a reduction of costs and larger flexibility and interaction in the learning processes. The Instituto Benjamin Constant, which is an organ of the Ministry of Education/Brazil for people with visual deficiency, through its distance education laboratory offers this population, regardless of their differences, a virtual environment of accessible learning, which makes it possible to have economical, fast professional training with the advantage of choosing the best schedule to accomplish their activities. The Brazilian education system seeks education for all, through a pluralist and heterogeneous school that welcomes all people, regardless of their differences, using strategies that work for diversity. It is believed that projects that use distance education based on the Information and Communication Technologies, can make a relevant contribution to national education, repaying history's social debts to disabled citizens, and in this case, to the visually deficient.

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Keywords: Accessibility - Distance Education - Special Education - Social Inclusion - Distance Education Laboratory - Assistive Technologies. 1. Introdução

O ser humano, ao longo de sua história, passou por diferentes estágios até alcançar o domínio de inúmeras linguagens. Se no início da comunicação interpessoal eram usados sons orais não codificados e gestos largos para expressar sentimentos, com a evolução biológica foi possível a articulação fonética. A partir do desenvolvimento social chegou-se à criação de sistemas lingüísticos bastante complexos. Com a criação da imprensa, o conhecimento perpetuado no texto impresso sai dos monastérios e palácios e chega às escolas, possibilitando uma ação educativa mais democrática. Da fragmentação do texto escrito a fazê-lo chegar, via correios, até onde estava quem queria estudar, passaram-se alguns séculos.

Na perspectiva de querer comunicar-se e vencer distâncias, o homem apropriou-se de diferentes mediações tecnológicas ao longo dos tempos. Ao assumirem papel vital no processo de disseminação do conhecimento e na difusão dos valores da sociedade, as mediações tornaram-se um marco definitivo na modificação dos paradigmas da comunicação e da informação.

A partir das últimas décadas do século passado, a informática, associada à evolução tecnológica ocorrida nas telecomunicações, provocou mudanças radicais na sociedade, a chamada revolução digital. Como fruto desses câmbios, a digitalização de animações, imagens, gráficos, textos, vídeos e áudios tornou acessível um mundo novo às pessoas com os mais diversos tipos de limitações.

A internet configurou uma nova cartografia política, sem precedentes na história, rompeu barreiras geográficas, possibilitando a navegação pelo mundo cibernético, de qualquer ponto do planeta, através de um computador, uma linha telefônica, cabo/satélite ou transmissão via rádio.

Logo, o computador e a Internet despertaram a atenção de profissionais de diferentes campos de atuação, causando a grande revolução que caracterizou o final do século XX. As transformações na Educação começaram timidamente, até que ocorressem mudanças de paradigmas cristalizados durante séculos e séculos. E este mérito deve-se, em grande parte, aos que acreditaram em mediações tecnológicas para levar ofertas educativas para além dos prédios escolares. A escola-sem-porta-e-janela torna-se realidade, enfim.

Se a partir da globalização, a informação passou a circular rapidamente sem limites de tempo e espaço, tendo-se sociedades mais interativas e tecnológicas, isso não quer dizer que, em sua totalidade, sejam inclusivas. Essa realizada cria barreiras para que a Educação viabilizada por suportes tecnológicos diversos, possam chegar aos que dela necessitam.

No Brasil, um país de tantos contrastes sociais, embora as tecnologias sejam

amplamente difundidas, caracterizando-se como um meio de grande potencial para a diminuição das desigualdades, não tiveram, ainda, a atenção por tarde dos governos para projetos que explorassem todo o seu potencial, beneficiando milhares de

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brasileiros carentes de ações educativas, num momento em que a competitividade no mundo globalizado mais está a exigir profissionais bem formados e atualizados. 2. A Evolução Tecnológica

São múltiplas as dimensões afetadas pelas mudanças que transcendem ao meramente tecnológico, ao transformar de modo significativo o conceito de espaço, de práticas simultâneas onde a contiguidade era necessária entre humanos e objetos. O sujeito agora, imerso em outra realidade, assiste à velocidade da informação e à ruptura dos espaços criarem possíveis interações antes nunca pensadas. Nesse contexto de descobertas, vale-se de próteses para “ir” mais longe, passa a se conectar rompendo fronteiras. Primeiro o telégrafo, passando pelas que ampliam e / ou estendem a voz e a visão, pelas que tornam mais fácil e agil levar o texto que a mão registra a alguém ou a muitos, em outras plagas. Até chegar à INTERNET, foi um longo caminho.

O mundo das novas tecnologias é caracterizado por atributos como interatividade, mobilidade, convertibilidade, interconectividade, globalização e velocidade. O emprego de diferentes meios torna possível levar o conhecimento a pessoas distantes do centro em que são gerados, criar, por exemplo, programas de computador voltados para as diferentes inteligências citadas por Gardner (1995) e outros que ofereçam um leque de pontos de entrada e permitam ao indivíduo demonstrar sua compreensão em vários sistemas de símbolos (lingüístico, numérico, musical, gráfico etc.).

Neste contexto, os ambientes eletrônicos de aprendizagem constituem a mais recente tecnologia para a integração e contextualização do saber, ou seja, constituem-se em ferramenta poderosa nos processos de construção da aprendizagem.

O quadro a seguir oferece uma panorâmica histórica sobre a evolução tecnológica que revolucionou as Comunicações, no século passado, e, conseqüentemente, as relações humanas. Foram sessenta anos de mudanças nos hábitos, na forma de pensar e de interagir com um mundo que ignorou fronteiras e se descobriu como nunca antes.

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Fonte: http://www.bmj.com/cgi/content/full/332/7555/1403/DC1

O Brasil esteve a par dessa evolução, criou a sua primeira emissora de rádio- a

Rádio Sociedade do Rio de Janeiro- em 7 de abril de 1923, com programação voltada para a cultura e educação. Iniciativas educativas diversas foram realizadas, usando o rádio, com ou sem apoio de material impresso.

Contando com forte capilaridade de suas agências por todo o país, os Correios possibilitaram a criação de cursos por correspondência, ainda na década de 40. A partir do final dos anos 60, começou a se configurar uma política de tecnologia educacional no país, mas tentativas de implementação de alguns projetos deixaram um sentimento de descrédito na grande maioria dos educadores do país. Nos anos 70, o rádio e a televisão começaram a agitar o cenário da educação com propostas oficiais de cobertura nacional, ainda voltadas para a educação supletiva do segmento de jovens e adultos não atendido pelo sistema formal de ensino. Nas décadas de 80-90, surgem as primeiras iniciativas voltadas para o uso da informática na Educação. As tecnologias educacionais, embora sofrendo críticas por um grupo de educadores, voltaram a ser valorizadas, estando o computador no centro das atenções. Foram criados laboratórios computacionais em escolas da rede pública, visando a incrementar a informática educativa como forma de melhorar a qualidade do ensino público. Ao longo dos anos 90, a utilização da televisão retornou ao cenário. O programa “Um Salto para o Futuro” do Ministério de Educação, no ar até os nossos dias, utiliza satélite para capacitar professores de todo o Brasil, com uma abordagem totalmente inédita. Professores nos estúdios da Tv Educativa apresentam os conteúdos de sua área de conhecimento e depois respondem, ao vivo, questões formuladas pelos professores-cursistas reunidos em grupos por todo Brasil. Usam, ainda, fax e telefone. As dúvidas não esclarecidas durante a veiculação do programa são respondidas por fax e, nas escolas com acesso à internet por email. Outras experiências usando convergência de meios foram significativas, destacando-se a série “Universidade Aberta” (TVE-RJ),o “Projeto Viva Educação” e os “Telecursos” da Fundação Roberto Marinho, que teve várias atualizações, e continua oferecendo educação fundamental e média a jovens e adultos, já contabilizando mais de 3 milhões de telealunos . A partir de 2000, abrem-se as portas de um novo mercado, o de e-learning. O acesso à Internet se populariza cada vez mais ao longo dos meses, assim como iniciativas e ações de inclusão digital. A rede eletrônica de comunicação veio modificar profundamente o conceito de tempo e espaço. Hoje é possível de qualquer lugar do

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mundo se conectar através de um computador com internet aos grandes centros de pesquisa, bibliotecas, colegas de profissão, ou seja, a inúmeros serviços. O homem deste século fez a distância ser mensurada e definida não mais em quilômetros, mas pela velocidade que as tecnologias colocadas a seu dispor conseguem transpô-la, vencê-la. Surge, por conseguinte, uma nova realidade vivenciada, que o transporta a qualquer lugar, que o faz parte de uma rede ao mesmo tempo invisível e tão concreta. Que possibilita interações de diferentes naturezas, experiências virtuais que ele não sabe mais em que fronteiras da ilusão ou do imaginário se realizam. A rede vai além de inocentes conexões interpessoais; inter, intra ou transinstitucionais, infovia de dados a cruzar o mundo, chegando até a outros planetas.Ela configura uma nova cartografia política sem precedentes. Quem ou que sociedades têm acesso à informação ? A quais informações ? Em que “tempo” ? Nesse jogo de poder sem arsenal bélico, as armas que valem e com poder de fogo são outras: a informação, a tecnologia, o conhecimento. Nas tramas da rede, a educação - com toda certeza - faz a diferença.

3. A Tecnologia ao alcance de todos

A democratização de todas as formas de linguagem como meios de expressão da informação e da comunicação torna-se fundamental. Muito se discute sobre o importante papel da educação como instrumento de mudança social frente a uma realidade excludente. Leis são criadas preconizando a democratização do ensino, a inclusão das pessoas em uma educação independente de cor, credo, raça ou deficiência. Mas para isso é fundamental a mobilização dos mais diversos setores da sociedade.

Muitas das fantásticas mediações tecnológicas, como acesso a Web, teleconferência, rádio e tv digital, videoconferência, livro eletrônico, ainda se encontram distantes da maioria da população mundial e latinoamericana, seja por razões econômicas, culturais e, sobretudo, políticas.

A Internet, uma ferramenta de crescimento e expansão social maior que todas as outras mídias modernas, ainda é um recurso tecnológico que exclui um grande número de pessoas no nosso continente e no mundo. E isso fica mais evidente, quando o usuário apresenta alguma necessidade especial, que demande uma especificidade maior na forma de utilização da tecnologia.

No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2006, registrou os seguintes dados:

Cidadãos acima de 10 anos que acessam a internet no país

32,1 milhões, o equivalente a 21% da população.

Percentual de Brasil - 62% no mundo e 4º na América Latina

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Em 2007, o volume de internautas residenciais ativos no Brasil chegou a 21,4 milhões, o que lhe dá um crescimento de 48,4% na comparação entre 2007 e 2006, quando o país registrava cerca de 14,4 milhões de usuário, sendo que o número de usuários com 16 anos de idade ou mais que acessam a rede em todos os ambientes - telecentros, trabalho, residência, escolas e outros - continuou na marca total de 39 milhões de internautas, registrada no terceiro trimestre de 2007, segundo informações divulgadas pelo Ibope//NetRatings. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) registra que o acesso à Internet ainda é um privilégio de poucos. Hoje são, aproximadamente, 700 milhões de pessoas conectadas no planeta, o que corresponde a 10% da população mundial total.

O Brasil, apesar da gigante exclusão digital, aparece em 11º lugar no ranking mundial, com cerca de 15,8 milhões de pessoas conectadas a Internet, ou seja, cerca de 12% da população.

O Censo da Educação Superior de 2006 revelou que o número de: cursos de educação superior a distância de 2003 a 2006, passou de 52 para 349,

o que significa aumento de 571%; estudantes em cursos de educação a distância passou de 49 mil em 2003 para

207 mil em 2006, aumento que corresponde a 315%;

usuários ( atrás da Costa Rica, Guiana Francesa e Uruguai) Local de acesso Domicílio - 50%

Local de trabalho - 39,7% Escola - 25,7% Centro público de acesso pago - 21,9% Centro público de acesso gratuito - 10% Outros locais - 31,1%

Finalidade Educação e aprendizado- 71,7% Comunicação- 68,6%; lazer- 54,3% Leitura de jornais e revistas- 46,9% interação com autoridades e órgãos de governo- 27,4% Busca de informações e outros serviços- 24,5% Transações bancárias- 19,1% Compras e encomendas- 13,7%.

Acesso à Internet Somente discado - 52,1% Somente banda larga - 41,2% Discado e banda larga - 6,7%

Usuários da rede Idade média - 28,1 anos Número médio de anos de estudo - 10,7 anos Rendimento mensal por domicílio per capita- R$1.000,00 ( cerca de 610 dólares) .

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alunos matriculados em cursos de educação superior – de 4,99 milhões para 5,31 milhões, incluindo cursos presenciais, à distância, seqüenciais e tecnológicos. Ao mesmo tempo em que a tecnologia contribui para aproximar as diferentes

culturas, aumentando as possibilidades de comunicação, ela também gera a centralização na produção do conhecimento e do capital.

Os dados indicam que ainda é restrito a uma parcela da população o acesso ao

mundo tecnológico. Do ponto de vista social, as pessoas que não têm acesso a este universo ficam sem condições de plena participação no mundo atual, o que acentua ainda mais as desigualdades. Vale destacar que esses números são menos expressivos, quando se referem a pessoas com necessidades especiais.

4. A deficiência em números no Brasil

Em média, 10% da população mundial é constituída por pessoas com algum tipo de deficiência (IBGE, 2000). No Brasil, a parcela da sociedade formada por pessoas com necessidades especiais equivale a 24,6 milhões de pessoas, ou seja, 14% da população (IBGE, 2000).

No que tange à deficiência visual, estima-se que, nos países em desenvolvimento, 1 a 1,5% da população compõe este grupo e, no caso brasileiro, cerca de 1,6 milhão de pessoas apresentam tal problema, entre este o principal seria a baixa visão (Organização Mundial de Saúde, 2000) .

O Censo Escolar de 2000 mostrou que, no período de 1996 a 2000, a matrícula de alunos com deficiência visual na educação básica apresentou um aumento na ordem de 134,2 %. Este dado exige políticas que favoreçam maior aceitação de pessoas com alguma limitação nas escolas inclusivas.

Os resultados do último Censo Demográfico (IBGE/2000) mostram que,

aproximadamente, 24,6 milhões de pessoas, ou 14,5% da população total,

apresentaram algum tipo de incapacidade ou deficiência no Brasil. Entre 16,6 milhões

de pessoas com algum grau de deficiência visual, quase 150 mil se declararam cegos. O

Censo ainda caracteriza os tipos de deficiência e registra um total de 34.580.721

deficientes no Brasil, sendo 16.644.842 visuais.

Segundo o Ministério da Educação, no Ensino Superior, a evolução de matrículas de alunos com necessidades especiais visuais foi de 920, em 2003, a 3 418, em 2005, o que é bastante inexpressiva frente às necessidades a atender. 5. Acessibilidade sem discriminação

O conceito de acessibilidade vai além do direito de dar acesso aos ambientes naturais e físicos, consistindo na participação ativa no meio social, no exercício da cidadania e na inclusão social.

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A acessibilidade pode ser pensada nos seguintes âmbitos: (a) das relações internas relacionada à singularidade de cada pessoa, à pluralidade de condições e às situações de vida que determinam a diversidade. Ser acessível aos outros e ao mundo implica respeito recíproco. (b) das relações externas relacionada ao espaço social, definido pelas facilidades físicas, materiais e da participação ativa no cotidiano das pessoas. Esta participação pode ser realizada diretamente, pessoalmente ou de forma indireta, com a mediação dos recursos humanos, técnicos ou tecnológicos.

A expressão acessibilidade, presente em diversas áreas de atividades, tem na informática um importante significado. Representa para os deficientes o direito de acessar a rede de informações, mas, também, o direito de eliminar barreiras arquitetônicas, possibilitar a comunicação e utilizar equipamentos e programas adequados, obter conteúdo e informação em formatos alternativos.

A aplicação das tecnologias voltadas para a pessoa com deficiência já é parte da legislação brasileira: o Decreto No. 5.296, de 02/12/2004, consolidou as leis de

acessibilidade e os Decretos Nos. 10.048 e 10.098 estabeleceram normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade a indivíduos com necessidades especiais, incluída a mobilidade reduzida.

Estudos realizados pelo consórcio para Web(W3C) e pela Iniciativa para a Acessibilidade na Rede(WAI) apontaram situações e características diversas, que uma pessoa pode apresentar ao acessar a Internet:

1- incapacidade de ver, ouvir ou se deslocar; grande dificuldade e quando não a impossibilidade de interpretar certos tipos de informação;

2- dificuldade visual para ler ou compreender textos;

3- incapacidade para usar o teclado ou o mouse, ou não dispor deles;

4- insuficiência de quadros, apresentando apenas texto ou dimensões reduzidas, ou uma ligação muito lenta à Internet;

5- dificuldade para falar ou compreender, fluentemente, a língua em que o documento foi escrito;

6- desatualização, pelo uso do navegador com versão muito antiga, ou navegador completamente diferente dos habituais, ou por voz ou sistema operacional menos difundido.

Se um conteúdo disponibilizado na Internet não estiver dentro dos padrões de acessibilidade para uma pessoa com deficiência visual, ela não terá, portanto, como obter a informação. 6. A informação ao acesso de todos

No Brasil adotou-se os princípios internacionais, disponibilizados através das

“Recomendações de acessibilidade para a construção e adaptação de conteúdos do governo brasileiro na internet- EMAG”.

Os princípios supracitados para se atender a demanda da clientela com deficiência visual podem ser observados nos quadros a seguir.

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Quadro I- Apresentação da Informação

As informações para serem acessíveis devem atender as diretrizes que tornem sua apresentação adequada para as pessoas com necessidades especiais.

Imagens

Associar texto a cada elemento não textual, como imagens, representações gráficas, animações, botões gráficos etc.

Áudio Fornecer transcrição textual e/ou legendas do conteúdo da informação disponibilizada em forma sonora.

Animações ou Vídeos

Fornecer legendas, descrições e/ou transcrições textuais na mesma página da animação ou vídeo e, se possível, fornecer descrições em áudio.

Objetos Executáveis

Fornecer descrição sobre seu objetivo ou modo de funcionamento.

Informação Dinâmica

Fornecer uma versão estática. Permitir, interromper ou parar objetos e páginas de atualização automática, movimentos ou efeitos de piscar.

Uso de Cores Garantir um bom contraste entre a cor do texto e o fundo. Permitir que a cor do texto, ligações e fundo possam ser alteradas.

Disposição da

Informação

Permitir que a disposição da informação possa ser reestruturada. Criar um arquivo único para facilitar a recuperação de documentos que consistam em uma série de páginas separadas, e que ao mesmo tempo tratem de assuntos similares.

Contatos Fornecer uma forma simples e óbvia para contatar a pessoa da organização responsável pela informação do site.

Quadro II- Navegação A Navegação deve garantir que as ligações textuais sejam palavras ou

expressões compreensíveis e que os elementos da página possam ser ativados pelo teclado.

Ligações, elos,

links ou hiperlinks Fornecer equivalente textual das ligações embutidas em objetos.

Orientação Providenciar uma descrição concisa do site, suas características de acesso e como utilizá-las; Permitir identificar claramente a localização do usuário na estrutura da informação.

Interação Colocar os objetos interativos e ligações em uma ordem lógica, que permita uma navegação clara e compreensível através do teclado. Fornecer uma ligação para a página de entrada do site, em todas as páginas. Fornecer índice do conteúdo em sites complexos.

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Quadro III – Conformidade

Torna-se necessária a identificação dos sites que contenham funcionalidades de acessibilidade para cidadãos com necessidades diferenciadas, para diferentes ambientes, situações, equipamentos e navegadores.

Verificação da acessibilidade

Utilizar ferramentas de análise ou diagnóstico . Os requisitos de acessibilidade de conteúdo da WEB do W3C/WAI estão disponíveis em português no endereço www.acessobrasil.org.br) e, em inglês, na página (www.cast.org/bobby) .

Símbolo de Acessibilidade na

Web

Mostrar o Símbolo de Acessibilidade na Web na página de entrada do site.

Como já foi destacado, uma sociedade participativa deve buscar a

democratização e a interação efetiva de todos os cidadãos independente de suas especificidades.

Os sites que atendam as recomendações de acessibilidade podem ser apresentados sem prejuízo, tanto para usuários em geral, como para aqueles que estejam interagindo a partir do uso de uma tecnologia assistida.

É imperioso que a inclusão digital seja, na prática, cada vez mais uma realidade

para aqueles que encontram barreiras ao acesso digital, principalmente o acesso à Internet, fonte de diversos benefícios, principalmente para os deficientes visuais ao lhes propiciar maior independência em sua vida cotidiana e em seu relacionamento social .

7. Tecnologias Assistidas – independência e autonomia

As Tecnologias Assistidas (TA) visam a possibilitar que pessoas com diferentes

tipos de comprometimento sensorial, físico e cognitivo tenham acesso à Internet e aos benefícios oferecidos pela rede, em suas atividades pessoais e compartilhadas. Com a utilização das variadas ferramentas disponíveis no mercado, é possível reduzir o grande abismo digital entre os que têm e os que não têm acesso às informações digitais.

A Tecnologia Assistida é composta de recursos e serviços. Os primeiros são quaisquer itens, equipamentos ou partes deles, produtos ou sistemas, fabricados em série ou sob-medida, utilizados para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Estes podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.

Os segundos se constituem da prestação de serviços profissionais aos indivíduos com deficiência, visando a selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia

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assistida. Estes são normalmente transdisciplinares, envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como: Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Educação, Psicologia, Enfermagem, Engenharia, Arquitetura, Design, etc.

8. Sistemas e software de acessibilidade mais utilizados pelos deficientes visuais

Atualmente, empresas e instituições se interessam pela acessibilidade, visando a possibilitar às pessoas com deficiência visual meios de obter conhecimentos, conseguir estudar e torná-las mais auto-suficientes no dia-a- dia.

De acordo com Campbell (2001, p.107),

"desde a invenção do Código Braille em 1829, nada teve tanto impacto

nos programas de educação, reabilitação e emprego quanto o

recente desenvolvimento da Informática para os cegos".

No Brasil, os sistemas e softwares mais utilizados atualmente por esse segmento, no Brasil são o Dosvox, o Virtual Vision e o Jaws.

Dosvox

Este sistema vem sendo desenvolvido desde 1993 pelo NCE-Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, sob a coordenação do professor José Antônio dos Santos Borges.

Constitui-se em um conjunto de programas que permite a acessibilidade digital, através de um sintetizador de voz em português. Como o sistema lê e digitaliza o som em português, o diálogo homem/máquina é feito de forma simples e sem "jargões". Esse programa também utiliza padrões internacionais de Computação, podendo ler dados e textos gerados por programas e sistemas de uso comum em Informática.

Há duas versões do programa: uma simplificada, que pode ser capturada da Internet (gratuitamente) e outra profissional, que pode ser adquirida, comercialmente, a baixo custo. Virtual Vision

Desenvolvido pela MicroPower (empresa brasileira da cidade de Ribeirão Preto/ São Paulo/Brasil), a primeira versão foi lançada em janeiro de 1998. Pode ser adaptado em qualquer programa do Windows.

É um "leitor de telas" capaz de informar aos usuários quais os controles (botão, lista, menu) estão ativos em determinado momento, podendo ser utilizado também para navegação na Internet. Jaws

Programa desenvolvido pela empresa norte-americana Henter-Joyce, pertencente ao grupo Freedom Scientific. O Jaws para Windows é um leitor de telas que permite facilmente o acesso ao computador por pessoas cegas ou amblíopes.

Com o Jaws, qualquer usuário deficiente visual pode trabalhar tão ou mais rapidamente do que uma pessoa que enxergue normalmente, utilizando teclas de

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atalho. É um software de fácil utilização, eficiente e a velocidade pode ser ajustável conforme o nível de cada usuário.

Entretanto, a utilização desses softwares não garante que o deficiente visual

tenha acesso a todas as informações viabilizadas em uma página web, pois para isso é preciso que as páginas sejam construídas, observando os princípios de acessibilidade elencados anteriormente. Porém, mesmo com algumas limitações, estes recursos são importantíssimos para os deficientes visuais, pois possibilitam o acesso ao computador, garantindo-lhes independência e autonomia, motivando-os e oportunizando sua inclusão aos ambientes digitais, no mundo da comunidade dos cibernautas. 9. A Educação no contexto da cultura tecnológica

A cultura tecnológica tem criado novas oportunidades para as práticas educacionais e buscado desenvolver experiências, que tornem possível capacitar o maior número de pessoas.

A Internet vem revertendo e modificando muitas das formas atuais de ensinar

e aprender, mudando os paradigmas convencionais, que mantiveram a relação professores e alunos cristalizados há séculos.

Neste cenário, a educação já não pode permanecer nos moldes como era antes. Hoje há a possibilidade da modernização e da utilização de formas personalizadas de construção do conhecimento, na qual as pessoas possam atender as suas próprias necessidades e interesse, aprendendo com qualidade e em curto intervalo de tempo. Neste contexto, a EAD parece estar se definindo, como um meio de proporcionar a capacitação contínua, flexível e de qualidade. Incrementada pela Internet, abre seu leque de possibilidades e de emprego, ao colocar o conhecimento ao alcance não só de comunidades dispersas geograficamente, mas também de pessoas com algum tipo de limitação.

A falta de tempo para participar de cursos devido às demandas da própria

atividade produtiva, agrava-se quando o profissional precisa realizar deslocamentos significativos para chegar às fontes de conhecimento, ainda mais se portador de algum tipo de deficiência . A EAD propicia a estes profissionais qualificação em domicílio, “in company” e ao tempo de que dispõem para estudar.

No Brasil, o número de empresas que utilizam dessas tecnologias para

capacitação profissional tem crescido vertiginosamente. Em 1999, quando se iniciou a aplicação no meio empresarial do e-learning, eram menos de dez empresas, hoje o número ultrapassa 600, com mais de 1,5 milhão de pessoas treinadas por esta modalidade.

10. Inclusão digital e social

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A valorização da diversidade cultural e a necessidade de incorporar esse contexto multicultural na Educação e, mais especificamente, a inclusão social de pessoas que permanecem alijadas do desenvolvimento científico-tecnológico, fortalecem a intenção de se desenvolver programas que atendam as diferenças e alicercem uma política de acessibilidade social e digital.

Takahashi (2000) ressalta que inclusão social pressupõe formação para a cidadania, o que significa que as tecnologias de informação e comunicação devem ser utilizadas, também, para a democratização dos processos sociais, para fomentar a transparência de políticas e ações de governo e para incentivar a mobilização dos cidadãos e sua participação ativa nas instâncias cabíveis.

Para Moran (1997), com a Internet, a distância hoje deixou de ser geográfica e passou a ser uma distância econômica entre ricos e pobres, uma distância cultural em uma diversidade de formas de pensar e de agir e uma distância entre aqueles que têm acesso e domínio das tecnologias da comunicação e os que não os têm.

A possibilidade do acesso à Internet é uma expressão clara de democratização social e digital. Torna-se necessário que a sociedade e o poder público, cada vez mais, viabilizem programas públicos e privados que promovam a democratização das tecnologias ao deficiente visual e concorram para a inclusão social e digital.

Andrade (2002) ressalta que é preciso a construção de uma sociedade onde haja o respeito às diferenças e às diversidades, com equiparação de direitos e oportunidades, a construção coletiva da sociedade com inclusão social e eliminação de todas as formas de exclusão e segregação.

Amaral e Coelho (2000) em seus estudos sobre cidadania, com maior ênfase no deficiente visual, afirmaram que o maior problema social da deficiência pode ser o que ela representa para o projeto de vida do indivíduo, levando em consideração sua desigualdade de direito social e informacional perante aos outros cidadãos ditos “normais”.

A garantia do direito à diversidade é um desafio que deve ser enfrentado por todos, na busca de uma sociedade inclusiva, conquistando a convivência harmoniosa e digna para todos.

A informação é a matéria prima da construção do conhecimento, ela se torna o elemento-chave na formação de uma sociedade justa e igualitária, fornece uma condição essencial para que as pessoas e organizações estejam aptas a lidar com o novo, a criar e, assim, garantir seu espaço de liberdade e autonomia, segundo Takahashi (2000).

O deficiente visual tem as mesmas possibilidades de se informar e se desenvolver do que uma pessoa vidente, precisando somente que tenha suas necessidades especiais supridas para exercer sua cidadania, seus direitos e deveres, tanto no setor social, econômico e político, quanto cultural e profissional.

Não há dúvida de que a Internet potencializada por recursos de multimídia, assume um papel relevante também como fator de inclusão social da população com necessidades especiais.

11. Educação - importante vertente para o desafio digital

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O crescimento da internet e sua popularidade têm um importante impacto nos modos pelos quais as pessoas interagem, assim como nas maneiras pelas quais definem e redefinem sua noção de usufruir dos benefícios oferecidos por essa tecnologia.Hoje, na medida em que o avanço tecnológico é uma realidade, torna-se imperativo que a navegação na Internet se caracterize por uma abordagem mais amigável, interativa, colaborativa, democrática e acessível, permitindo ao usuário mediações de diferentes naturezas.

Na área educacional, a inclusão da educação especial no sistema regular de ensino é hoje a principal diretriz das políticas públicas educacionais, no Brasil, e a formação de professores é, sem dúvida, o aspecto determinante para a efetivação dessa política.

A questão da formação de professores tem sido objeto de estudo por muitos teóricos. Constata-se uma população com necessidades especiais que precisa ser atendida pelo sistema educacional, e percebe-se, também, que existe um segmento expressivo de profissionais da área de educação, em formação ou em exercício, que precisa de uma qualificação especializada para atender a essa demanda escolarizável.

A construção de ambientes virtuais de aprendizagem está se definindo no cenário da EAD, como uma poderosa ferramenta de capacitação contínua, flexível e de qualidade, atendendo à demanda social. Em particular, no caso de pessoas com deficiências, esses espaços podem se constituir em um valioso instrumento para proporcionar aos profissionais e estudantes de qualquer área do conhecimento a chance da atualização permanente, e um meio para se colocar em dia com os avanços científicos e tecnológicos.

A aprendizagem em ambientes virtuais é um processo ativo do qual tanto o professor quanto o estudante devem participar para que haja sucesso na iniciativa. No processo, cria-se uma rede de aprendizagem. Em outras palavras, forma-se uma rede de interações entre o professor e os demais participantes. Por meio dela, o processo de aquisição do conhecimento é criado colaborativamente.

Com as novas tecnologias e a possibilidade de acesso a elas por todas as pessoas, fatos que antes poderiam colaborar para exclusão deixam de existir. A partir de ferramentas como o DOSVOX, o Virtual Vision ,o JAWS e muitas outras disponíveis no mercado, o contigente de pessoas que perdeu a visão e ainda não conseguiu aprender o Braille, passa a ter todas as informações disponíveis na internet. Vale destacar que a maioria dos livros e revistas atuais, lamentavelmente, não são publicados em Braille, mas inúmeras já se encontram disponíveis para acesso digital.

O Laboratório de Educação a Distancia criado pelo Instituto Benjamin Constant, órgão do Ministério de Educação do Brasil, possibilita a diminuição de barreiras físicas e geográficas. Agora, sem sair de casa, os profissionais que atuam com deficientes visuais já podem se especializar. A colaboração e o trabalho em conjunto fornecem o alicerce para os participantes de cursos on-line envolverem-se com um processo de aprendizagem transformadora.

Com certeza, as novas tecnologias estão propiciando uma nova forma de ver o mundo, uma esperança para o luto pela cegueira.

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12. O Laboratório de Educação a Distância do Instituto Benjamin Constant – IBC/LED - Pioneiro em acessibilidade

O IBC/LED desenvolve projetos que, ao privilegiarem o uso das tecnologias avançadas em um ambiente virtual de aprendizagem, possibilita a formação de professores para atendimento especializado, em salas regulares de ensino e garante, também, a inclusão de pessoas com necessidades especiais, na formação de estudantes e profissionais, dando ênfase à área da deficiência visual.

Para que o IBC-LED possa ser acessado pelo público, foi criado um portal no Site

Institucional do IBC, de forma a possibilitar que pessoas, com os mais variados tipos de deficiência, possam ter acesso a um ambiente tecnológico na Internet, diminuindo as barreiras de acesso ao universo digital.

Portal IBC-LED

Sites que atendam às recomendações de acessibilidade podem ser

apresentados sem prejuízo, tanto para usuários em geral, como para aqueles que estejam interagindo a partir do uso de uma tecnologia assistida.

Para embasar o Laboratório, a fundamentação teórica pauta-se na confluência da concepção sociointeracionista de desenvolvimento com o efeito do emprego de múltiplos veículos de comunicação, nas mensagens cognitivas, e com os princípios básicos da educação popular. Assim, três teóricos foram eleitos: Lev Vygotsky, Howard Gardner e Paulo Freire.

No intuito de fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação, associados à utilização da Internet, o IBC-LED vem estabelecendo parcerias com outros órgãos públicos e privados. Em abril de 2005, iniciou o trabalho com o Grupo de Inclusão Digital do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense para customização da plataforma Interagir (www.interagir.uff.br) desenvolvida pelo Grupo e de acesso livre.

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Plataforma Interagir Customizada para o IBC- acessibilidade ao leitor de tela

Dosvox

Curso de Alfabetização através do Sistema Braille- com acessibilidade A partir de março de 2006, foi consolidada a parceria com a Eduweb, com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), para: tornar o software LMS (Learning Management System) AulaNet, desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/PUC-Rio, acessível a pessoas com deficiência visual; trasmitir know-how para a equipe do IBC e desenvolver um curso de especialização de 540 horas em deficiência visual on-line. A produção do curso deverá ser concluída ainda em 2008.

Plataforma Aulanet acessível a Jaws

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As plataformas customizadas para o IBC-LED são acessíveis ao Dosvox e aos

demais leitores de tela. Com essa iniciativa, estará sendo projetada e implementada soluções Web com acessibilidade, que visem a favorecer inclusão digital não apenas de pessoas com deficiência, mas, também, de idosos, colaborando, assim, para uma condição de maior igualdade de oportunidades na sociedade brasileira.

Curso Estimulação Precoce- com acessibilidade O IBC-LED ao implementar as versões acessíveis dos conteúdos dos cursos, que estão sendo oferecidos ao público em geral, lida como um grande e estimulante desafio, principalmente, por se tratar do desenvolvimento de uma solução totalmente inovadora no campo do e-learning. É de extrema importância testar e validar o uso dos objetos desenvolvidos com uma amostragem de usuários que possuam o perfil adequado para o uso futuro da solução. O objetivo dos testes consiste em validar a interface desenvolvida, a leitura de comandos e conteúdos para videntes, deficientes visuais – baixa visão e cegos. Os participantes da amostragem, depois de cumprirem as tarefas propostas, preenchem um questionário com sugestão e críticas ao objeto apresentado e são entrevistados. Para enriquecer a análise de conteúdo feita com os dados obtidos, todo o processo é filmado e fotografado. No final do ano de 2006, o IBC/LED buscou a parceria com a empresa EduWeb e a PUC-Rio no intuito de viabilizar a conversão de um de seus cursos presenciais de longa duração para o formato online, em área relacionada às questões de Design, usabilidade e IHC da solução em implementação. Foi criado um projeto que visou pesquisar a transposição do curso presencial “Especialização e Deficiência visual” para o formato online, para alunos de todo o Brasil com dificuldades de participar da versão presencial oferecida na cidade do Rio de Janeiro. Destaque-se que um dos objetivos era o desenvolvimento de um modelo de suporte à transposição de conteúdos acessíveis, procurando oferecer uma solução interativa e funcional. Buscou-se um protótipo gráfico conceitual, abrangendo um dos tópicos de uma das disciplinas do curso de especialização oferecido a professores que trabalham com o estímulo dos sentidos de crianças de 0 a 4 anos que receberam o primeiro diagnóstico de deficiência visual. Uma das conclusões do estudo foi que :

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“A prática de teste de uso da solução foi avaliada como muito produtiva, tanto pelos participantes, que puderam expor suas opiniões em relação ao ambiente, quanto pela equipe técnica do Laboratório de Educação a Distância do IBC que pode visualizar a utilização do conteúdo entre usuários com diferentes possibilidades de visualização.” (...) “De acordo com o funcionamento da solução nos softwares propostos e do estabelecimento de uma identidade visual coerente, a pesquisa deve prosseguir como objetivo de aprimoramento da interface gráfica, estruturado na combinação de tecnologias utilizadas.”

Em 2008, o IBC-LED firmou parceria com o EduKbr, projeto de excelência da Fundação Padre Leonel Franca, sediado na PUC-Rio, e também responsável pela implementação pioneira de Kidlink no Brasil. O Edukbr promove o curso "Fazer-Aprendendo": Novas Práticas Pedagógicas usando um Ambiente de EAD via Web. O curso está sendo oferecido gratuitamente a profissionais da área educacional visando proporcionar o "letramento digital", além de apresentar diferentes metodologias de trabalho, através das novas tecnologias de informação e comunicação. A certificação será dada pela PUC-RIO. 13. Conclusão

A natureza multicultural da sociedade brasileira determina que se constrúa

uma visão plural da realidade e que se possibilite um engajamento maior de todas as pessoas. À medida que as distâncias espaço-temporais diminuem, culturas se confrontam, diversidades e diferenciações sociais se evidenciam no cenário público.

A acessibilidade à web é parte integrante do projeto brasileiro de inclusão digital para as pessoas com necessidades especiais. Para que o deficiente visual possa se desenvolver de forma plena, ele precisa ter da sociedade as mesmas oportunidades de participação e inclusão social dos seus demais componentes, sem discriminações, de acordo com suas necessidades e condições,.

A educação pode contribuir para diminuir diferenças e desigualdades, na medida em que acompanhar os processos de mudanças, oferecendo formação adequada às novas necessidades da vida moderna. A EAD apresenta-se, então, como uma estratégia fundamental na diminuição das desigualdades educacionais históricas no país. O perfil dos programas a distância deixou de ser uma exceção ou algo especial, para se constituir, legalmente, em mais um componente do sistema educacional.

A democratização da sociedade passa pela possibilidade dos segmentos excluídos até então terem acesso às tecnologias e, portanto, condições de utilizarem tais recursos com o objetivo de lhes proporcionar maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.

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Quanto às dificuldades a vencer no trabalho de acessibilidade voltada para deficientes visuais em diferentes graus de comprometimento, no LED podemos destacar: - a necessidade de validar, por instrumentos específicos, o funcionamento da solução nas tecnologias de base propostas (browsers e leitores de telas) assim como avaliar o conceito criativo e utilização da interface proposta; - o funcionamento correto da solução pelo leitor de telas distribuído de forma grátis no Brasil, o DOSVOX; - o destaque visual dos ícones utilizados nos cursos, uma vez que estes se encontram muito integrados com o restante da informação visual da tela; -a descrição textual que deve acompanhar fotos, imagens, ilustrações e vídeos para que devem ser muito bem elaboradas para que retratem com fidedignidade o que está sendo visualizado em tela. A prática da testagem de usabilidade nas soluções oferecidas é avaliada como muito produtiva, tanto pelos participantes, que podem expor suas opiniões em relação ao ambiente, quanto pela equipe técnica do Laboratório de Educação a Distância do IBC que pode detectar a utilização do conteúdo entre usuários com diferentes possibilidades de visualização, antes mesmo do produto ser oferecido em âmbito nacional(Lucena,2008).

A observação é essencial para a validação de um modelo de produção de recursos didáticos acessíveis para a internet pois certifica que a abordagem e as tecnologias utilizadas estão adequadas para atender a demanda.

Conforme relata Lucena, o funcionamento da solução nos softwares propostos e do estabelecimento de uma identidade visual coerente, determina que a pesquisa que vem sendo feita pelo LED em consonância com as parcerias estabelecidas deve prosseguir como objetivo de aprimoramento da interface gráfica, estruturado na combinação de tecnologias utilizadas.

Com o compromisso de oferecer um espaço democrático que, ao mesmo tempo, concilie os direitos de igualdade a todas as pessoas, respeitando, incentivando e valorizando o multiculturalismo, como princípio básico, foi criado o IBC-LED. Com a criação do Laboratório, uma iniciativa pioneira, o IBC pretende ampliar não só o acesso de deficientes visuais à mídia eletrônica, mas, também, a outros usuários, independentemente, de suas características. Assim estará contribuindo, tanto para a inclusão digital, quanto para a social do segmento populacional formado por deficientes visuais, que representa 1% dos 180 milhões de brasileiros. 14. Referências AMARAL, Rita; COELHO, Antonio Carlos V. Nem Santos nem demônios. Imagem social e auto-imagem das pessoa ditas “deficientes”. Revista Digital de Antropologia: OsUrbanitas, São Paulo, vol. 1, n.0, 2000. Disponível em: http://www.aguaforte.com/antropologia/urbanitas/revista/deficientes.html>. Acesso em: 25 set 2007 ANDRADE, Jorge Marcio Pereira de. Redes de informação para a educação especial. In: Congresso Ibero amerciano de informática e educação especial – CIIEE. 3, 2002,

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