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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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DIVERSIDADE ÉTNICA-RACIAL: CONHECER E RESPEITAR

Autora: Gislaine Maximino de Lima Spricigo

Orientador: Danilo Ferreira da Fonseca

Resumo

Este artigo apresenta o resultado dos trabalhos realizados durante o

Projeto de Desenvolvimento Educacional – PDE, intitulado “Diversidade Étnica-

racial: conhecer e respeitar”, visando trabalhar a questão do preconceito e a

desvalorização da cultura africana por falta de conhecimento. A implementação

foi realizada com os alunos do 9º Ano A da Escola Estadual Professora Shirley

Saurin, no município de Palotina, núcleo de Toledo. A proposição do projeto foi

em virtude de melhorar a autoestima dos educandos, proporcionando aos

mesmos, base para questionar os estereótipos e preconceitos raciais existentes

em nossa sociedade, mesmo que às vezes, de forma sutil e velada. Para isso,

percebeu-se a necessidade de desconstruir todo o pré-julgamento que existe,

sem fundamentação, baseado na falta de informação e a partir daí, motivar o

aluno, através do conhecimento a perceber a riqueza que existe nessa cultura,

que muito contribuiu e contribui para sermos o que somos: nação brasileira.

Palavras-chave: Diversidade; preconceito; respeito.

1. INTRODUÇÃO

Através do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, os

professores de Estado do Paraná são contemplados com uma política inédita de

valorização profissional, onde os mesmos têm oportunidade de retornar às

atividades acadêmicas, possibilitando que se atualizem e se aprofundem nos

conhecimentos teórico-práticos, contribuindo para uma reflexão sobre suas

práticas pedagógicas e possibilidades de mudanças.

O PDE 2014 foi realizado em diversas etapas, com atividades teórico-

práticas, de aprofundamento teórico educacional e específico, didático-

pedagógicas com utilização de suporte tecnológico. A maioria dessas atividades

foram presenciais, realizadas nas Instituições de Ensino Superior Públicas do

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Estado do Paraná – UNIOESTE – Campus Marechal Cândido Rondon. Ocorreu,

paralelamente, o GTR, com formação e suporte tanto da Seed, como da equipe

tecnológica do Núcleo de Toledo.

O Projeto de Intervenção Pedagógica, a Produção Didática e a produção

deste Artigo, desenvolveu-se sob a orientação do professor orientador Danilo

Ferreira da Fonseca.

Sendo assim, este Artigo foi construído a partir desse trabalho

desenvolvido em conjunto com toda uma infraestrutura, ao longo desses últimos

dois anos, com o propósito de reverter ações de preconceito étnico-racial e

negação de pertencimento por significativa parcela do alunado da Escola

Estadual Professora Shirley Saurin, município de Palotina, núcleo de Toledo,

sendo esses alunos, o público-alvo de todo esse processo de trabalho.

Após constatado o problema, a baixa autoestima dos alunos, por falta de

conhecimento de suas origens e não identificação de pertencimento na cultura

afrodescendente ou negação da mesma, houve a necessidade de se buscar

mais informação e subsídios em literatura específica. Apesar da formação

acadêmica e da existência de leis específicas para essa situação, existe uma

dificuldade para trabalhar questões de aceitação, valorização e respeito às

diferenças raciais existentes em nosso meio, por isso a importância desse

suporte e embasamento para o professor.

Desta forma, através de todo esse aparato, com um aprofundamento

teórico, suporte pedagógico e tecnológico, foi construído o Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola, com o tema “Diversidade Étnica-racial” e

título “Diversidade Étnica-racial: conhecer e respeitar”. Depois, foi desenvolvida

a Produção Didática e implementado no 9º Ano “A” da escola já citada.

Portanto, este Artigo visa apresentar e refletir acerca dos resultados

alcançados, assim como do caminho percorrido.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A educação é o principal pilar do desenvolvimento de qualquer país, e o

Brasil não foge à regra. Paulo Freire dizia: “A educação não transforma o mundo.

Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo” (FREIRE, 1966).

Então, pode-se dizer que somente através da educação podemos ter uma

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sociedade mais justa e igualitária. E este é o grande desafio da educação e da

sociedade brasileira.

Nas últimas décadas, a escola pública brasileira, passou a atender mais

estudantes oriundos das classes populares e cada um desses sujeitos, sendo

fruto de sua relação social, também é um ser singular, que deverá ter

oportunidade de estar inserido numa sociedade e dela participar. Num mundo,

onde cada vez mais se valoriza o individualismo, é imperativo a necessidade de

reconhecer no outro a sua dignidade e respeitar suas diferenças. A escola,

então, tem um papel fundamental para se atingir esse objetivo. Por isso, as

reflexões educacionais sobre seu currículo.

Nossas escolas são parte da sociedade, e infelizmente, também

encontramos nela, as contradições sociais, onde nem sempre vigora a

solidariedade. Temos uma grande demanda da população à margem da

sociedade e precisamos encontrar meios para diminuir essa distância social e

incluir todos.

Assim, a educação, precisa atender igualmente a todos,

independentemente de sua condição social, econômica ou seu pertencimento

étnico e cultural. Ela tem papel preponderante para eliminar as discriminações e

emancipar os grupos discriminados, ao proporcionar acesso aos conhecimentos,

aos espaços democráticos e igualitários. A escola precisa de diferentes meios

para reverter situações de preconceitos, sem fundamentação nenhuma, quando

confrontada com o conhecimento da história da sociedade africana e do

protagonismo histórico dos afrodescendentes.

Segundo Munanga,

“A educação é capaz de oferecer tanto aos jovens como aos adultos a possibilidade de questionar e desconstruir os mitos de superioridade e inferioridade entre os grupos humanos que foram introjetados neles pela cultura racista na qual foram socializados” (MUNANGA,2005, P. 17).

Podemos começar conhecendo a formação da sociedade brasileira,

reconhecendo em todas elas sua importância.

Portanto, percebe-se que o professor hoje, enfrenta muitos desafios,

precisa estar preparado e se preparando constantemente para conseguir

despertar no educando interesse, através de uma educação inclusiva e ter

instrumentos adequados para trabalhar essa diversidade.

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“Nessa perspectiva, a escola deve incentivar uma prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino e de aprendizagem que permitam a toda comunidade escolar uma transformação emancipadora” (DCEs, 2008).

A escola deve proporcionar situações e oportunidades para que seus

professores estejam preparados para lidar com essa temática, oportunizando

aos mesmos, estudos, reflexões, debates para estarem preparados para

enfrentar situações nas quais a diferença assume cada vez mais relevância,

onde ele possa lidar com todos esses aspectos, favorecendo interação e diálogo

entre sujeitos e saberes diferenciados, desfazendo-se de preconceitos e

estereótipos, até em relação aos educandos, pois uma educação inclusiva tem

início a partir da própria ação docente. Discutir essa diversidade etnicorracial na

educação é importante, tanto na formação inicial, como na continuada desses

educadores.

Silva (2005), chama a atenção de educadores para a complexidade da

educação da diversidade e na diversidade. Ela salienta que mais que a própria

prática pedagógica, o educador que se propõe a ensinar nessa perspectiva, deve

ter conhecimento de causa, conhecer a história dos excluídos profundamente,

ter sensibilidade aos seus sofrimentos e aliar-se às lutas por seus direitos. Mais

do que isso, deve empenhar-se na educação de novas relações raciais,

percebendo que não são problemas apenas dos negros, índios ou outras

minorias, mas de toda a sociedade brasileira.

Essas mudanças de foco na formação de educadores exigem que os

centros de formação e órgãos responsáveis pela preparação de educadores,

capacite-os de forma adequada para enfrentar esses problemas. Os professores

hoje, especialistas em Educação, Raça e Etnia, estão em comparação aos

demais, muito mais capacitados para contribuir, em seus respectivos

estabelecimentos de atuação, para um mundo no qual o racismo, o preconceito

e a exclusão dos negros e indígenas sejam páginas realmente viradas na

história.

Porém, como a missão é árdua e o desafio é muito grande, e se espera

muito da educação na reversão de tantas injustiças, o governo e órgãos

competentes não podem se esquivar de oferecer condições concretas para que

todos os profissionais da educação possam estar devidamente preparados para

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enfrentar o racismo e suas manifestações na escola e sociedade, combatendo-

os constantemente com o objetivo de amenizar situações injustas.

A lei 10639/03, tornou obrigatório nas escolas brasileiras o ensino sobre

História e Cultura Afro-Brasileira. Um dos aspectos valiosos dessa lei, é a

imposição da questão da diversidade cultural e racial para quem negou-se a

aceitar que os afro-brasileiros existem e também foram protagonistas na

construção da nossa sociedade, e que eles têm história, têm cultura, têm

memória e têm valores que precisam ser destacados, conhecidos e valorizados,

dentro da escola e sociedade. Essa obrigatoriedade nos Currículos da Educação

Básica é urgente, para que sejam asseguradas vagas ( ingresso, permanência

e sucesso acadêmico e profissional) para os negros, sendo assim, precisa-se

conhecer e valorizar devidamente a história e cultura africana e

afrodescendente, reparando-se, assim, danos que se repetem há cinco séculos

na história de nosso país.

No estado do Paraná, foi adotado um currículo configurador da prática

vinculado à essas teorias críticas, nas Diretrizes Curriculares da Educação

Básica:

“Nestas diretrizes, propõe-se uma reorientação na política curricular com o objetivo de construir uma sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos (DCE, 2008, p.14).

Em relação aos conteúdos, as DCEs destacam a importância do

conhecimento instituído e o seu devir, o professor como autor do seu plano de

ensino e partícipe da constante construção curricular a partir dos conteúdos

estruturantes de sua disciplina. Ao optar por um currículo baseado nas

dimensões científica, artística e filosófica do conhecimento, remete-se às

reflexões de Gramsci, em sua defesa por uma educação prática, humanista,

tecnológica, cujo trabalho pedagógico vise a totalidade do conhecimento e sua

relação com o cotidiano.

Para isso, o professor deve partir da contextualização para a construção

do conhecimento, porém, não ficar reduzido na vivência do aluno, sendo essa

vivência apenas o ponto de partida da abordagem pedagógica para se

desenvolver o pensamento abstrato e sistematizar o conhecimento.

De acordo com Ramos:

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“ O processo de ensino aprendizagem contextualizado é um importante meio de estimular a curiosidade e fortalecer a confiança do aluno...” (RAMOS, 2004)

A opção política-pedagógica, numa perspectiva contextualizada e

interdisciplinar pressupõe entendimento que as disciplinas escolares devem

partir de suas especificidades e em conjunto buscar a totalidade. E esse

conhecimento instituído e universal é histórico, mas não estanque, deve ser

constantemente renovado, buscando estratégias para se proporcionar aos

alunos uma educação compatível com uma sociedade democrática, multicultural

e pluriétnica, comprometida com a construção dos ideais de justiça social e

humana.

Mas, o fato é que ao longo da história brasileira, foi produzida uma

ideologia do branqueamento e naturalização da inferioridade do negro. Daí a não

necessidade do conhecimento de suas origens, pois o Brasil tinha uma

convivência “pacífica” com os ex-escravos.

Não por acaso que a Lei Afonso Arinos, a primeira lei anti-racista, não

considerava nosso país uma sociedade racista, alegando que as poucas

agressões eram casos isolados e de cunho individual, por isso, a punição deveria

ser branda. Posteriormente, a Constituição de 1988, sob a pressão do

Movimento Negro, tornou em seu artigo 5º crime inafiançável o racismo.

Um problema se torna muito maior quando o mesmo é negado, não

assumido e foi isso o que aconteceu no Brasil ao longo do tempo. Por isso, a

professora Yvelise Arco Verde afirma ser a questão do racismo muitas vezes

ignorada e tratada como se não existisse e que por isso, trazer à tona a

diversidade não seria uma simples atitude de pacifismo pedagógico, mas, ao

contrário, seria inserir o conflito no seio da vida real e enfrentá-lo, explicando as

diferenças e trabalhando com clareza as contradições.

Ela continua:

Expostas as diferenças, aparecem as feridas da diversidade e as dificuldades de aceitá-las. Surgem os fatos, as alegrias, os sentimentos, os medos, os traumas, os enfrentamentos e, com eles e a partir deles é possível trabalhar em busca do novo, do conhecimento reelaborado e, aí sim, no caminho em busca da cultura da paz ( CADERNOS TEMÁTICOS, 2008).

Durante o século XX, com a intensificação e reivindicações pelos afro-

brasileiros e militantes dos movimentos negros, houve uma considerável

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redução de atitudes racistas nos livros didáticos, porém, ela continua nas

relações humanas, através do silêncio ou de forma velada.

Existe um passado que o Brasil faz questão de esquecer, que não aparece nos livros e não é contado nas escolas.[...] Por muito tempo o disfarce da “democracia racial” escondeu a realidade dos morros, das disparidades no acesso à educação, ao trabalho e a tantos outros campos do dia a dia do país. Existe uma enorme dificuldade em se admitir que o Brasil ainda mantêm fortes traços de uma sociedade racista, pois, afinal, o racismo é um mal cruel e inaceitável e ninguém quer ser identificado com tão perverso atributo.(MARQUES, 2010,s/p).

Atualmente, além das legislações pertinentes, muitos abraçaram a causa,

surge cada vez mais pesquisas sobre a população negra brasileira e denúncias,

a fim de desconstruir os estereótipos e preconceitos em torno do negro no Brasil.

Por isso, podemos dizer que foi sim necessária a Lei 10639/03 para se

tornar visível uma situação corriqueira em nosso país, mesmo que velada, da

discriminação racial que sempre existiu e infelizmente ainda vigora nas escolas,

famílias e sociedade.

Portanto, cabe à escola, combater o preconceito, denunciando a injustiça

que é toda uma população que carregou nas costas a economia do Brasil

Colônia e da senzala ser jogada nas favelas. Para isso se tornar realidade,

descortinar a História da África e seus descendentes no Brasil, fazendo uma

abordagem crítica, tratando sim do tema sobre a diáspora e consequentemente

e injusto sofrimento, mas destacando os grandes reinos africanos, suas cidades,

universidades, riquezas culturais e materiais, seus conhecimentos de

arquitetura, navegação, medicina, filosofia, matemática, etc. e que os negros não

eram escravos, mas foram escravizados, assim como muitos brancos em outras

épocas.

Um dos aspectos valiosos da Lei, segundo os Cadernos Temáticos

História e Cultura Afro-Brasileira, é que ela impõe a questão da diversidade

cultural e racial para quem negou-se a aceitar sua presença enquanto sujeitos

da construção da nossa sociedade e que eles têm história, têm memória, têm

valores, têm cultura e que devem ter orgulho de sua etnia, mas valorizar também

todas as outras, na perspectiva da afirmação de uma sociedade pluriétnica e

multicultural.

Muitos pensadores, antropólogos e cientistas sociais (Gilberto Freyre,

Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, Renato Ortiz

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e outros), independentes de suas posições político-ideológicas, concordam que

a característica essencial da cultura brasileira é a riqueza de nossa diversidade.

Por isso, o mais correto seria falarmos em “culturas brasileiras” em vez de cultura

brasileira.

Mesmo sabendo que somos um país multiétnico e pluricultural, a escola

brasileira ainda, apesar de múltiplos projetos nessa intenção, deixa a desejar e

tem dificuldade para trabalhar com as questões étnicas, de gênero, de crenças.

Para obter êxito, a escola e seus professores não podem improvisar.

A mentalidade racista, bem como outro ou qualquer preconceito precisa

ser revisto, desalienando processos pedagógicos de discriminação velada

secular, desde que, hoje, nossas escolas estão constituídas em sua grande

maioria, de negros e mestiços.

Nanni (2002) salienta que a escola deverá estar sensível ao mundo

daqueles que são a maioria, as classes populares e se valer da vontade de fazer

chegar a elas conteúdos significativos que tenham relação com sua vida e que

permitam compreensão em si, das coisas que a cercam e da relação entre

ambos.

Pesquisas mostram que ainda hoje o maior índice de repetência e evasão

escolar são dos negros e mestiços. Por isso a necessidade que de fato a

educação e toda a sociedade assuma essa responsabilidade e compromisso

com o entorno sociocultural da escola, da comunidade onde esta se encontra

para que haja sucesso das políticas públicas do Estado, institucionais e

pedagógicas, a fim de evitar que questões tão complexas, muito pouco tratadas,

tanto na formação inicial como continuada dos professores, sejam abordadas de

maneira resumida, incompleta, superficial e com erros.

Porém, cabe ao Estado, além de dar condições de preparar os futuros

educadores e os atuais para poderem desenvolver um trabalho pedagógico

eficiente nessa causa, também, promover e incentivar políticas de reparações

que viabilizem que os negros ingressem, permaneçam e tenham sucesso

escolar, bem como condições de alcançar todos os requisitos para a conclusão

de cada um dos níveis de ensino, para atuarem como cidadãos responsáveis,

desempenhando com qualificação uma profissão.

Contudo, ao se valorizar a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,

não significa mudar um foco etnocêntrico de raiz europeia para um africano, mas

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direcionar o currículo escolar para a diversidade cultural, racial, social e

econômica brasileira. Nesta perspectiva, a escola deverá incluir no contexto dos

estudos e atividades, não apenas as contribuições histórico-culturais dos povos

indígenas, asiáticos e de raiz europeia e africana, mas perceber que o Artigo 26

e a Lei 9394/96 vai além da inclusão apenas de novos conteúdos, exigindo

reflexão constante das relações étnicas-raciais, sociais, pedagógicas, a fim de

proporcionar uma educação compatível com uma sociedade democrática,

multicultural e pluriétnica.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho de Implementação Pedagógica em sala de aula, iniciou-se com

a apresentação do Projeto para o público-alvo, os alunos do 9º Ano A, da Escola

Estadual Professora Shirley Saurin, no município de Palotina, núcleo de Toledo.

Foi realizada, na sequência, uma dinâmica para os alunos perceberem,

que de uma forma ou de outra, existe preconceito e que só é possível enfrentá-

lo a partir do momento em que o mesmo não é negado e nem ignorado,

possibilitando-se assim, sua desconstrução e superação dos estereótipos,

suspendendo suas certezas naturalizadas e sem fundamentação.

Assim, através da dinâmica da revista, onde cada aluno recebe um

exemplar para escolher e depois recortar apenas uma pessoa que poderia

salvar, em caso de naufrágio, a pretensão foi descortinar o não explicitado das

práticas cotidianas, onde os alunos puderam perceber, que mesmo alegando

não serem preconceituosos, o padrão de beleza para eles era o homem ou

mulher brancos, bem sucedidos e feliz. Após o questionamento sobre o motivo

pelo qual haviam escolhidos aquelas pessoas, disseram que era porque “todas

são saradas, de bem com a vida, famosas” e ao serem interrogados sobre o

porquê não constava negros em suas escolhas, responderam que não tinha

negros bonitos nas revistas e que na verdade, tinha poucos negros nas mesmas,

levando-os a perceberem que o padrão de beleza é construído culturalmente

através dos meios de comunicação, em propagandas, novelas, revistas, etc. Tal

reflexão possibilitou a necessidade de admitir a existência do racismo

institucional e cultural e de começarmos a aceitar sua existência como condição

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para iniciarmos a construção de uma sociedade baseada no respeito às culturas

marginalizadas.

Através do vídeo “Boneca Branca, Boneca Negra” (2008), foi propiciado

condições para que os educandos se sensibilizassem com a questão, por meio

de análises e troca de experiências.

O ensino de História precisa de vários métodos didáticos para que as

aulas se tornem mais interessantes e menos cansativas, ainda mais com um

tema tão relevante. Por isso, a metodologia utilizada foi a partir de recursos

diversos, utilizando-se entrevistas, pesquisas no laboratório de informática,

análises de textos, documentos, censos, tabelas, observações, reflexões,

atividades lúdicas e em grupos.

Foi trabalhado a História e Geografia da África, bem como curiosidades

sobre a mesma, suas lendas, seus conhecimentos de arquitetura, navegação,

medicina, filosofia, matemática, riquezas culturais e materiais, reinos africanos,

suas cidades, etc., relevantes para a construção do mundo atual e sociedade

brasileira.

Não foi deixado de lado, assuntos como escravidão, contexto da vinda

dos negros ao Brasil, diáspora, tráfico, leis abolicionistas, mas foi abordado de

forma que os alunos puderam perceber que onde houve escravidão, houve

resistência e lutas e que os negros não eram escravos, mas foram escravizados,

assim como muitos brancos em outras épocas.

Atendendo à Lei 13381/01, foi abordado o Paraná Negro e Quilombola,

onde a análise de alguns documentos, revelaram que nosso estado desconhecia

ou ignorou a presença do negro e com o Censo de 1988, com o recorte étnico-

racial na metodologia do IBGE, descobriu-se que o Paraná é o estado com mais

negro do Sul do país, e que, portanto, devemos muito mais do que

reconhecemos aos mesmos.

4. RESULTADOS

A educação deve proporcionar aos alunos e professores questionamentos

sobre situações de discriminação e preconceito, oportunizando momentos

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significativos de análise e identificação de atitudes que não promovam a

dignidade humana

Sendo assim, após perceber que em minha escola, tal qual em muitas

outras, alunos de origem afrodescendentes, não se identificavam nessa cultura,

seja por preconceito ou por não reconhecimento, percebi a necessidade de se

trabalhar a questão do pertencimento, valorização da cultura e orgulho de sua

etnia. Mas, ao constatar que os mesmos não assumiam seus preconceitos,

tornou-se necessário mostrá-los que o primeiro passo para se combater o

preconceito é não negá-lo e para isso, a dinâmica realizada alcançou seu

objetivo, levando-os a perceber , que de uma forma ou outra, todos temos algum

preconceito. A partir daí, foi possível se desconstruir a ideia da democracia racial,

em que se omite ou se silencia quando surge alguma situação ou brincadeira

preconceituosa, demonstrando assim, um racismo camuflado, pois como

ninguém quer ser apontado como um possível preconceituoso, muitas vezes a

pessoa tende a ignorar e não enfrentar situações em que precisa se posicionar.

As atividades desenvolvidas na Implementação Pedagógica geraram

discussões e um olhar mais crítico sobre as relações pessoais e preconceituosas

existentes no meio escolar e sociedade e levaram os alunos, além de

identificarem, também se “vigiarem” para não ter atitudes dessa natureza.

Com o conhecimento e aprofundamento da história da África e dos feitos

grandiosos dos africanos e afrodescendentes, puderam desmistificar a visão

equivocada sobre esse continente tão importante, que muitas vezes aparece

como um território sem valor, com um povo inferior, sem condições nem mesmo

de construir sua própria história.

Algumas dificuldades também surgiram, mas com o projeto, mesmo em

situações de conflito, foi mais fácil levá-los a perceber e analisar se as atitudes

de alguns colegas convinham, agora analisadas sob a ótica da fundamentação

e não mais da visão equivocada e preconceituosa.

No decorrer das atividades, constatou-se um despertar nos alunos, pois

eles perceberam a importância da contribuição da sua cultura para a construção

da sociedade brasileira, elevando assim sua autoestima através do orgulho de

pertencimento a essa etnia.

Aprenderam a identificar, controlar, enfrentar e superar os preconceitos e

estereótipos existentes nas relações diárias, dentro e fora da escola. Se

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tornaram mais sensíveis à questão, percebendo-se integrantes de uma cultura

valorizada, sem se sentirem diferentes ou menos que ninguém. Observou-se que

construíram uma imagem positiva do continente africano, desmistificando a visão

estereotipada que se tem da cultura africana. Enfim, a experiência amenizou a

discriminação racial e promoveu uma melhor convivência entre alunos no espaço

escolar. Porém, foi um trabalho onde apenas foi dado os primeiros passos,

tornando-se necessário, constância, aprofundamento e retomada constante no

tema, compreendendo que um trabalho desse porte é essencial no ambiente

escolar, haja vista que a longo prazo, possibilitará cada vez mais, aos alunos e

educadores, formas de convivência harmoniosa.

As discussões geradas através do Programa GTR foram muito

importantes na implementação, pois além de dar mais subsídios e sugestões

através da troca de experiências de professores de escolas e municípios

diferentes, gerou tranquilidade ao se perceber que problemas existem em todas

as escolas e que quando não conseguimos saná-los, podemos ao menos fazer

nossa parte e amenizá-los.

Rever conceitos e preconceitos, romper com paradigmas e propor

mudanças de comportamento, em todo momento chamar a atenção e

oportunizar discussões, dando condições para os alunos poderem expressar o

que pensam, sem medo de falar e revelar suas experiências, torna a escola um

espaço relevante, que produz e reproduz, desconstrói e constrói novamente, de

forma democrática, suspendendo certezas naturalizadas sem fundamentação,

cumprindo assim com sua função educativa e social.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho, espera-se ter demonstrado que a escola é um espaço

privilegiado para desenvolver a cidadania, onde os direitos sejam conhecidos e

cumpridos, bem como os deveres também. Para isso, é imprescindível que a

mesma, dê conta de trabalhar com as diversidades culturais, possibilitando uma

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reflexão crítica, a partir do pensar do aluno, de suas experiências e vivências,

oportunizando o resgate de sua identidade.

A identidade é para os indivíduos a fonte de sentido e experiência... É necessário que a escola resgate a identidade dos afro-brasileiros. Negar qualquer etnia, além de esconder uma parte da história, leva os indivíduos à negação (Munanga, 1999, p. 55).

Por isso, é importante salientar que os negros, assim como toda e

qualquer etnia, têm direito de se reconhecerem na cultura nacional,

manifestando com autonomia, seus pensamentos. Sendo assim, é na escola,

onde de forma democrática, é possível a discussão de temas polêmicos,

desconstruindo ideias e conceitos pejorativos que levam ao racismo. Daí, a

importância de um trabalho desenvolvido ao longo desses dois últimos anos,

tanto para o professor PDE, poder se preparar à altura do desafio de cumprir tão

grande missão, como dos professores da rede, que terão ao seu dispor mais um

material que dá subsídios para eles desenvolverem a partir daí, um trabalho,

adaptando-o à sua realidade escolar.

Uma questão importante a relatar nesse artigo é a valiosa contribuição

dos professores que participaram do Grupo de Trabalho em Rede, o GTR, um

curso on line, onde eu, como tutora, recebi muitas informações e sugestões dos

colegas cursistas, possibilitando um redirecionamento das atividades, como por

exemplo, destacar mais aos alunos a questão das Leis, tanto do Artigo 5º da

Constituição Brasileira, que considera crime inafiançável o racismo, como da

própria Lei 10639/03, que instituiu a obrigatoriedade de se trabalhar esse tema

na escola. Pena que por causa da greve, a Implementação acabou antes do

GTR, pois as contribuições seriam muito mais aproveitadas. Porém, como esse

trabalho, mesmo ao término do PDE, continua, com certeza, continuará a ajudar

muito em minha prática pedagógica. Também foi relevante, os depoimentos dos

professores cursistas, em relação a questões práticas como por exemplo, de

alunos negros contestarem a abordagem do tema, alegando não gostarem de

tratar desse assunto e que “era pra deixar os negros em paz, que esse assunto

só incomoda”. Como não tive essa experiência na turma em que apliquei o

projeto na sua íntegra, possibilitou-me a estar preparada, porque um dia ou outro

também enfrentarei, com certeza, essa situação, e me ajudará a saber como

lidar com esse problema.

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Uma das funções da adoção das Políticas de Reparação,

Reconhecimento, Valorização e de Ações Afirmativas, é possibilitar a existência

de uma sociedade democrática, onde o negro, sentindo-se valorizado e com sua

autoestima despertada, se sentirá confortável no direito de lutar por seus

objetivos em questão de igualdade, fortalecendo assim, entre negros e

despertando, entre os brancos, a consciência negra.

Falar sobre Culturas Africanas é um ato de coragem diante da realidade

que vivemos, levando em conta que apesar de tantos debates e denúncias,

muitos ainda consideram os negros como inferiores. Para a eliminação do

racismo nas escolas, precisa-se de um acompanhamento constante na formação

do professor e elaboração de currículo e proposta pedagógica eficientes para

combater essa situação, pois, infelizmente, muitos professores ainda têm uma

visão errônea de como abordar e trabalhar essa questão. É necessário mais

investimentos do governo e promoção de cursos específicos para a formação de

professores nesta área e é preciso que as Universidades incluam em seu

currículo disciplinas que possam contribuir mais para a ampliação do

conhecimento dos futuros professores.

Porém, cabe também aos educadores, liderar a luta para que tenham

condições humanas, materiais e financeiras para poderem tornar realidade a

execução de projetos que tratem das relações étnico-raciais. Assim, terão

condições de construir um novo olhar sobre o negro e a África, desmistificando

visões equivocadas que se criaram e se perpetuaram ao longo da história,

mudando sua postura quanto à ação em sala, quando surge conflitos raciais,

mesmo que de forma silenciada, saindo de sua zona de conforto para enfrentar

o problema com conhecimento de causa, pois o combate ao preconceito só se

faz com informação e conhecimento, desde que, é na ignorância que ele se

constrói.

Portanto, apesar de sabermos que a luta contra o racismo ainda não

mudou a realidade da população brasileira a ponto de provocar mudanças

sociais consideráveis, as políticas públicas de ação afirmativas ainda não

conseguiram reverter tantas injustiças e que a desigualdade ainda é muito

grande, pelo menos, estamos discutindo, refletindo e repensando todas as

questões de cunho racial. E também sabemos que o caminho é assumirmos

todos que temos responsabilidade moral, social e política de combater o racismo,

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de construir relações raciais e sociais sadias, onde todos tenham a oportunidade

de se realizarem enquanto seres humanos e cidadãos (FRANTZ, 1979).

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