aula 01 - realidade Étnica

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CURSO ONLINE REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO DE GOIÁS. PROF. VIRGÍNIA GUIMARÃES 1 Prof a Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Aula 01 – Economia Olá, pessoal, tudo bem com vocês? Espero que todos vocês estejam não apenas animados como também dispostos a embarcar naquilo que eu costumo chamar de uma grande viagem. Apesar do pouco tempo que teremos. Digo isso, pois estudar essa disciplina de Realidades variadas sobre o estado de Goiás significa percorrer caminhos diferentes daqueles que estamos acostumados. Significa, principalmente, dedicar nossa atenção a aspectos que nos rodeiam diariamente, mas que, poucas vezes, paramos para analisar e tentar compreender o que move tudo aquilo. E este alerta não serve apenas para os goianos, ela serve para todo mundo, independente do lugar onde esteja, pois a realidade que nos cerca tem abrangências que muitas vezes ignoramos e nem sequer pensamos sobre elas. Que vivemos na chamada “Era da Informação” não é novidade pra nenhum de vocês! A todo instante somos bombardeados por mil informações sobre instabilidades políticas, crises econômicas, revoltas da natureza, mudanças culturais e uma enorme variedade de dados que poucas vezes assimilamos. Até porque, se tivéssemos que guardar tudo na mente, boa parte de nós (onde eu me incluo sem o menor pudor) precisaríamos de um HD externo de pelo menos uns 520 gigabytes, não é mesmo? ;) Pois bem, amigos, brincadeiras à parte. A grande verdade é que, mesmo que estejamos cotidianamente em meio a um “tsunami” de informações isso não quer dizer, absolutamente, que estejamos adquirindo conhecimento. Assim, posso dizer que esse é o grande objetivo dessa nossa “viagem”: rever as principais informações (que muitos de vocês já estão cansados de saber), mas buscando sempre o conhecimento necessário para fazer uma boa prova!

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Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br

Aula 01 – Economia

Olá, pessoal, tudo bem com vocês?

Espero que todos vocês estejam não apenas animados como

também dispostos a embarcar naquilo que eu costumo chamar de uma

grande viagem. Apesar do pouco tempo que teremos. Digo isso, pois

estudar essa disciplina de Realidades variadas sobre o estado de Goiás

significa percorrer caminhos diferentes daqueles que estamos

acostumados. Significa, principalmente, dedicar nossa atenção a aspectos

que nos rodeiam diariamente, mas que, poucas vezes, paramos para

analisar e tentar compreender o que move tudo aquilo. E este alerta não

serve apenas para os goianos, ela serve para todo mundo, independente

do lugar onde esteja, pois a realidade que nos cerca tem abrangências

que muitas vezes ignoramos e nem sequer pensamos sobre elas.

Que vivemos na chamada “Era da Informação” não é novidade

pra nenhum de vocês! A todo instante somos bombardeados por mil

informações sobre instabilidades políticas, crises econômicas, revoltas da

natureza, mudanças culturais e uma enorme variedade de dados que

poucas vezes assimilamos. Até porque, se tivéssemos que guardar tudo

na mente, boa parte de nós (onde eu me incluo sem o menor pudor)

precisaríamos de um HD externo de pelo menos uns 520 gigabytes, não é

mesmo? ;)

Pois bem, amigos, brincadeiras à parte. A grande verdade é que,

mesmo que estejamos cotidianamente em meio a um “tsunami” de

informações isso não quer dizer, absolutamente, que estejamos

adquirindo conhecimento.

Assim, posso dizer que esse é o grande objetivo dessa nossa

“viagem”: rever as principais informações (que muitos de vocês já estão

cansados de saber), mas buscando sempre o conhecimento necessário

para fazer uma boa prova!

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Não se assustem quando eu digo viagem, pois, definitivamente,

não estou dizendo que teremos aqui divagações filosóficas ou

antropológicas, não! Por mais ricas (e tentadoras) que elas sejam, eu

prometo usá-las apenas quando absolutamente necessário, ok?

De qualquer modo, estejam super à vontade para usar nosso

fórum para esclarecer qualquer aspecto que não tenha ficado muito claro,

combinado? Aquele espaço é todo de vocês!!!

Bem, amigos, reitero minha grande satisfação em vocês

confiarem em mim para iniciarmos juntos este passeio - que nos levará a

caminhos tão ricos quanto desconhecidos pela maioria, então apertem os

cintos e boa viagem! ;-)

___________________X__________________

A mineração no séc. XVIII

Gostaria que vocês soubessem, antes de qualquer coisa, que

este curso foi preparado com muito carinho. As pesquisas feitas, as

palavras usadas são exclusivamente pensando em ajudá-los a estudar de

uma forma mais tranquila e eficiente.

Toda vitória vem da dedicação e do comprometimento. Portanto,

vamos encarar juntos essa nova fase da vida de vocês, pois o meu

sucesso só se consolida com o sucesso de vocês. Há uma frase que me

falaram uma vez e que eu nunca esqueci e é mais ou menos assim: “não

devemos estudar para passar, devemos estudar até passar.” Então,

deixemos de conversa e vamos à nossa aula rumo a aprovação!

Pra início de conversa, vamos refletir como começou a

mineração no Brasil. Mas, não se preocupem, porque essa não será uma

aula exaustiva de História, eu prometo, ok?!!!

Pois bem, no final do séc. XVII, a descoberta de ouro e diamante

em Minas Gerais sacudiu a monotonia da colônia portuguesa.

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Rapidamente, o interior brasileiro se transformou num dos mais agitados

e perigosos lugares do mundo.

“Alguém já ouviu falar da Serra Pelada, dos garimpeiros, e do

amontoado de pessoas que correram para a região em busca de

enriquecimento?”

Pois é, foi mais ou menos isso o que aconteceu com o Brasil na

época da descoberta do ouro. Naquele momento a população no país

passou de 300 mil para 3 milhões de habitantes em menos de um século,

um crescimento surpreendente, não é mesmo? Essa foi a primeira grande

onda migratória para o interior brasileiro. Só para vocês terem uma ideia,

apenas de Portugal, entre meio milhão e 800 mil pessoas mudaram-se

para o Brasil de 1700 a 1800. Vinha gente de todo lado e todo tipo,

incluindo vagabundos e desordeiros.

A movimentação também foi grande por todo o Brasil, das vilas e

cidades vinham negros, mestiços e brancos, todos à procura do ouro.

A data e o local da descoberta do primeiro filão de ouro no Brasil

são desconhecidos, mas, o mais provável é que tenha ocorrido entre 1693

e 1695, por meio das atividades dos bandeirantes paulistas que andavam

à procura de índios para escravizar na região onde hoje estão as cidades

de São João Del Rei e Tiradentes. Já ouviram falar nessa linda cidade: São

João Del Rei? Pois é a minha cidade natal, é lá que mora toda minha

família e vários amigos queridos. Bem, voltando ao assunto, vocês devem

estar perguntando:

“afinal, o que isso tem a ver com a mineração em Goiás?”

Meus queridos, tem tudo a ver!

Quando vocês estavam na escola devem ter ouvido o professor

de História falar que nenhum fato histórico é isolado, ou seja, que tudo é

interligado e precisa estar inserido em um contexto. Se não for assim,

ficaríamos com informações soltas, difíceis de entender. Precisamos,

portanto, entender a História como um processo em contínua

transformação e que estende seus braços em todas a direções, certo?

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Vamos continuar, então, e entender porque falei de Minas

Gerais, se o nosso foco é a mineração em Goiás. No séc. XVIII houve um

aumento das bandeiras, que eram expedições que tinham como objetivos

capturar os índios e procurar metais preciosos, sendo assim a região do

interior do Brasil, mais conhecido como Sertão , passou a ser ocupada

pelos bandeirantes.

Na década de 1690, os bandeirantes conseguiram encontrar ouro

na região que posteriormente foi chamada de Minas Gerais, e em outra

localidade, no ano de 1719, no povoado de Cuiabá (capital do atual Mato

Grosso), sendo assim, os bandeirantes logo pensaram que no território

que se encontrava entre Minas Gerais e Cuiabá (região que seria o futuro

estado de Goiás) também haveria ouro. Foi com esse pensamento que, no

ano de 1682, o bandeirante Bartolomeu Bueno organizou uma bandeira

rumo ao sertão brasileiro; com seu filho de 12 anos de idade rompeu

mato adentro e chegou ao interior do Brasil. Após 40 anos da morte de

Bartolomeu Bueno, seu filho Bartolomeu Bueno da Silva refez a expedição

de seu pai e encontrou as primeiras jazidas no final do século XVII.

Faço aqui uma paradinha para uma lenda que provavelmente

vocês já ouviram. Se não ouviram, vão conhecê-la agora. Dizem que

Bartolomeu Bueno da Silva ficou admirado ao encontrar os índios com

peças de ouro servindo-lhes de adornos. Pediu aos índios que contassem a

ele o local de onde retiravam o ouro. Os índios se recusaram a dizer.

Então, o bandeirante despejou aguardente num prato e a queimou,

dizendo aos indígenas que o mesmo faria com a água de todos os rios e

nascentes da região, caso não lhe fossem mostradas as minas.

Apavorados, os índios o levaram imediatamente às jazidas, chamando-o

Anhangüera, que significa “espírito maligno” ou “diabo velho”, ou seja,

mais uma vez temos a prova de como os brancos humilharam e

escravizaram os índios, mas isso é outra história. O Anhanguera, como

ficou conhecido o bandeirante, conseguiu encontrar e explorar ouro nas

margens do Rio Vermelho em 1725. Primeiramente fundou o povoado da

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Barra e depois o Arraial de Sant’Anna. Devido a grande quantidade de

ouro que foi extraído das minas, o Arraial, por sua importância econômica

para a Coroa Portuguesa, foi elevado à categoria de Vila, e em meados de

1750 foi denominado de Vila Boa de Goiás.

Assim sendo, até o ano de 1749, Goiás não existia, o território

pertencia à capitania de São Paulo, foi somente a partir dessa data que

surgiu a capitania de Goiás. Os principais povoados e arraiais surgiram no

momento da mineração, no século XVII, e eram núcleos urbanos instáveis

e irregulares, isso porque os mineiros estavam interessados no

enriquecimento rápido, por isso não havia interesse em se instalar em um

lugar definitivo, o melhor lugar para se ficar era o lugar onde o ouro

estava.

Para ajudá-los a guardar melhor o tema de mineração em Goiás,

vou fazer um pequeno esquema, ok?

� A mineração em Goiás teve o seu auge em 1750.

� De 1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi diminuindo

drasticamente, sendo que do ano de 1770 adiante a mineração entrou em

decadência, o que provocou o abandono de muitos povoados goianos.

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Mas, me digam uma coisa: qual era a mão-de-obra empregada

na exploração das minas de ouro?

Assim como acontecia na capitania de Minas Gerais, também em

Goiás a força braçal usada nas minas era a dos escravos. Na verdade,

durante todo o período colonial e também depois, já no Império, os

trabalhos eram desenvolvidos pelos escravos, cabendo aos brancos

apenas serviços mais “dignos” e menos braçais. Não cabe aprofundar essa

discussão nessa aula, mas é importante lembrar que um longo período na

História do Brasil – e portanto, de todas as regiões deste país – é marcado

pela escravidão que só findou em fins do século XIX, bem próximo à

proclamação da República.

“Mas, professora, o que aconteceu com a economia depois do

período de mineração?” Após a Mineração, a economia goiana, no século

XVIII e XIX, passou a se dedicar mais às atividades ligadas à pecuária e

agricultura. No século XX, Goiás desenvolveu a agricultura como principal

atividade econômica, mas esse aspecto será abordado mais adiante,

combinado?

Tudo bem, pessoal, vimos um pouco de como foi a mineração

goiana até o séc. XVIII, mas e agora, como está o processo de mineração

neste estado? A mineração está em alta. Goiás é um estado que se

beneficia por possuir um ambiente geológico diversificado, o que propicia

a formação de jazidas de variadas espécies minerais. Por este motivo,

Goiás se destaca atualmente como o maior produtor de níquel e cobalto

do Brasil, estando em segundo lugar na produção de nióbio e fosfato,

quarto lugar na produção de ouro, e o único produtor brasileiro de

amianto.

Além disso, Goiás apresenta grande potencialidade mineral,

principalmente se considerarmos que há ambientes geológicos ainda não

totalmente conhecidos e estudados. Assim sendo, com uma produção

intensa de minerais, Goiás assume papel importante na economia do País.

Vejamos agora como esse assunto pode aparecer na prova!

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1) (UEG/AGRODEFESA/2009) A ocupação do território brasileiro

relacionou-se a diversos ciclos econômicos, durante os quais a

produção e a exploração econômica dinamizaram e impulsionaram

o desenvolvimento populacional. Nesse sentido, a ocupação da

região Centro-Oeste foi resultado:

a) da procura pelo ouro.

b) do plantio do café.

c) da exploração da borracha.

d) do cultivo da cana-de-açúcar.

COMENTÁRIOS:

Essa ficou fácil pra quem leu o início da aula, não é mesmo?

Goiás era uma região já conhecida dos bandeirantes, mas foi

somente com a descoberta das minas de ouro que o seu povoamento se

efetivou e assumiu grandes proporções.

Portanto, a letra correta é a letra A.

2) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) Ao longo do século

XVIII e XIX, a mão de obra básica utilizada em Goiás era:

a) assalariada, proveniente da imigração nordestina.

b) indígena proveniente das missões jesuíticas espalhadas pelo Brasil.

c) europeia proveniente da ocupação portuguesa na região aurífera.

d) escrava, proveniente do tráfico negreiro.

COMENTÁRIOS:

Bem, amigos, esta é outra questão que fica bem simples de

responder depois dos estudos feitos até aqui. Como foi dito no texto a

escravidão no Brasil tem grande importância e teve início no séc. XVI,

com a produção de açúcar. Nesse sentido, também durante o período de

maior exploração do outro no país a escravidão permaneceu como forma

de exploração do trabalho e assim continuou até a Abolição da

Escravatura em 1888. Portanto, sem dúvida alguma, a resposta correta é

a letra D.

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A agropecuária dos séc. XIX e XX

Nós vimos que na época da mineração houve uma verdadeira

invasão em Goiás, vieram pessoas de todas as partes em busca do ouro.

Só que esse ouro de Goiás, o último a ser descoberto, acabou primeiro do

que o de Minas Gerais, o primeiro a se descoberto.

Dom Marcos de Noronha, o Conde de Arcos, primeiro governante

enviado à nova capitania, já manifestava sua preocupação com o fim da

mineração. Vocês acreditam que na época era proibida outra atividade

que desviasse mão de obra da extração mineral? Uma explicação simples

para isso é que se se desviasse a mão-de-obra escrava para outros tipos

de atividades os lucros com a exploração do ouro diminuiriam, e isso,

certamente, não era parte do interesses dos mineradores, não é mesmo?!

Em termos bem simplificados, podemos dizer que a coisa funcionava mais

ou menos assim: de um lado os mineradores pouco preocupados em

plantar e criar animais e de outro o governo mais interessado em receber

o quinto do ouro do que em desenvolver qualquer outra atividade.

Entretanto, apesar de proibida a atividade agropecuária sempre

existiu. E sabem por quê? Porque os mineiros não plantavam, não criavam

animais para o sustento, achavam que eram ricos o bastante para

comprar tudo que precisavam. Só que as mercadorias estavam chegando

à região por um preço absurdo tornando inviável a inexistência de

atividades agrícolas e a pecuária. Por este motivo, aquelas pessoas que

estavam na região de Goiás envolvidas na exploração mineral se viram

forçados a iniciar uma agricultura básica para o sustento familiar e de

seus escravos. No entanto, nesse primeiro momento, essa atividade não

pode ser ainda considerada como uma atividade econômica.

Mas há sempre um ramo que consegue se estabelecer, mesmo

com toda a proibição da parte do governo da época. E, sem brincadeira,

adivinhem qual ramo foi? Os engenhos de cachaça e rapadura que

conseguiram se manter como atividade paralela, até com um certo lucro.

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Parece que sempre existiu quem gostasse de um docinho e de uma

pinguinha, não é mesmo?

Bem, a partir da segunda metade do século XVIII, com o início

da decadência da mineração em Goiás, aqueles que tinham condições de

procurar novas regiões que continuassem fornecendo ouro assim o

fizeram. Mas, uma grande parte das pessoas que tinham ido fazer suas

vidas naquela região acabaram permanecendo no local e se tornaram o

que viria a ser a futura população goiana definitiva.

Não havendo mais o ouro para comprar tudo o que queriam, os

mineiros que ficaram na região tiveram que expandir uma atividade até

então considerada menos importante por eles: a agropecuária. Por força

do destino, os mineiros se transformaram em agricultores e pecuaristas.

Resumidamente podemos dizer então que a passagem da mineração para

a pecuária se deu por livre e espontânea pressão – ou plantavam e

criavam animais ou morreriam de fome. Bem, mais vamos continuar para

ver o que o futuro nos reserva, ou melhor, reserva para os goianos.

A partir das últimas décadas do séc. XVIII e praticamente

durante todo o século XIX, houve várias tentativas de se implantar novas

atividades econômicas em Goiás, como tecelagens, indústrias de ferro,

companhias de navegação, mas algumas propostas nem saíram do papel.

Sendo assim, novamente por falta de opção, restou à população goiana se

dedicar ao trabalho com a terra, considerada de boa qualidade para o

plantio e encontrada em grandes extensões, mesmo que inicialmente essa

atividade tenha ficado restrita ao sustento familiar.

Considero importante, citar neste ponto dos nossos estudos,

como se deu a posse de terra pelos colonos no território goiano.

Inicialmente, os colonos migraram para as terras mais férteis do território

goiano tomando-as dos indígenas, prática, aliás, comum em todo território

brasileiro e não apenas em Goiás. Em um segundo momento, os colonos

solicitavam o reconhecimento das autoridades régias sobre suas posses de

sesmarias.

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“Sesmarias? O que vem a isso?”

Poxa vida, vocês já esqueceram? Pois bem, vamos relembrar

rapidamente o que vem a ser “sesmarias”: as Cartas de Sesmarias eram

documentos concedidos pelos Capitães Generais e Governadores das

Capitanias, e que depois eram reconhecidos pelo rei e o seu Conselho

Ultramar, desde que fossem cumpridas todas as exigências de

regularização, tornando-se assim documentos jurídicos legítimos que

auferiam o direito de posse. A obtenção dos títulos (Cartas de Sesmarias)

assegurava o sustento para as numerosas famílias e à formação das

grandes fazendas para prática da pecuária extensiva, que era a atividade

mais viável para a região, por exigir, apenas, pastagens naturais, pouca

mão de obra, instalações rústicas e reduzido investimento de capital.

Assim, nessa época, houve um grande número de expedições de

requerimentos e concessões de sesmarias, negando a visão tradicional de

que, nessa fase inicial de ocupação e povoamento, a terra não teria valor.

Para os colonizadores tinha valor, sim, mesmo que não fosse igual ao de

hoje.

As atividades econômicas praticadas em Goiás, no século XIX,

eram pouco expressivas, não havia um controle rigoroso da Coroa

Portuguesa sobre a legitimação das posses. A maioria das sesmarias

requeridas no século XVIII não cumpria as normas processuais vigentes

exigidas pela Coroa. Havia estabelecimentos adquiridos através de

concessões provisórias dos Governos locais. Ou seja, o controle era bem

pouco e em alguns casos, nenhum. Por exemplo, nas regiões não

ocupadas com a lavoura de exportação, havia a possibilidade do

apossamento puro e simples, dispensando qualquer formalidade.

Posteriormente, a legalização dessas propriedades foi feita

“através de ‘brechas’ na legislação, uma vez que os cartórios locais

aceitavam, por exemplo, os contratos de compra e venda dessas terras,

que se tornavam, desta forma, legalizadas.”

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É bom salientar também que a transição da economia

mineradora para a agropecuária representou a inserção de Goiás ao

sistema capitalista em desenvolvimento. As atividades agrícolas foram

responsáveis pelas trocas intrarregionais e pela economia de subsistência.

A produção agrícola promoveu a substituição das antigas importações de

café, algodão, açúcar, arroz, aguardente e trigo. Como eu já havia falado,

logo após o período na mineração, a agricultura era de subsistência, os

produtos não obtidos na região tinham que vir de outras regiões, não é

assim que acontece até hoje? Pois é, naquela época não era diferente.

Bem, além do desenvolvimento da produção agrícola,

desenvolveu-se, também, o setor artesanal para a transformação desses

produtos, como a fiação, a tecelagem e os engenhos de cana-de-açúcar.

Essas atividades eram domésticas e secundárias e faziam uso de baixos

recursos técnicos.

A sociedade, então, se caracterizava por uma economia rural,

não existia mercado consumidor de produtos alimentícios. Somente a

grande fazenda tinha condições de comercializar os seus excedentes,

principalmente o gado. As grandes fazendas eram compostas de um

pequeno exército de sitiantes, vaqueiros, camaradas e jagunços

vinculados ao proprietário por uma relação de dependência. O proprietário

era a expressão de um coronel que centralizava e privatizava todos os

poderes locais. Veremos mais sobre os coronéis quando abordarmos sobre

política, em uma próxima aula, ok?

Até 1910, a agricultura goiana voltava-se às necessidades do

autoconsumo local. O gado bovino representava uma das principais fontes

de renda. O sul de Goiás contribuía com a exportação do fumo. À medida

que ocorria melhoria dos meios de transporte dava-se a diversificação e o

aumento da produção. O transporte de mercadorias em todo o sul de

Goiás fazia-se em carros de bois e tropas de muares. A distância de Goiás

em relação aos principais centros importadores onerava sua produção,

inviabilizando a comercialização dos excedentes agrários.

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A implantação de uma infraestrutura de transporte, as mudanças

político institucionais após 1930 e a construção de duas capitais (Goiânia e

Brasília) deram sustentação para a expansão da fronteira agrícola no

Estado, itens que também serão detalhados mais adiante.

Nesse ponto, cabe outra observação: quando falo que “o item

ainda será citado” o faço por uma questão didática. Se começar a explicar

agropecuária, como agora, e passar a falar de povoamento, política e

infraestrutura, vamos fazer uma “salada” que vai ser de difícil digestão.

Portanto, fiquem tranquilos que todos os itens serão vistos.

Um ponto muito importante a ser observado foi a construção de

rodovias em Goiás que permitiu a integração regional, possibilitando a

formação de um complexo urbano/rural, que passou a consumir os

excedentes agrários através do setor mercantil. O crescimento do

comércio regional criou suportes para que a renda agrária passasse a ser

absorvida pelo setor urbano. A partir da década de 1920, foram

implantadas medidas de natureza fiscal, dificultando as exportações de

grãos in natura e um surto de máquinas de beneficiamento favoreceu a

emergência de um pequeno setor industrial de produtos primários. Assim

começou a industrialização.

Dessa forma, o Estado de Goiás foi, gradativamente, incorporado

ao processo produtivo nacional, como fornecedor de gêneros alimentícios

e matérias-primas e, principalmente, como absorvedor de excedentes

populacionais de outras regiões do país.

Atualmente, a ênfase da economia goiana é a produção de

grãos, principalmente, soja e milho e, a produção de leite e carne. O

Estado de Goiás ocupa lugar de destaque nessas atividades no contexto

nacional. O Brasil dispõe de 15 milhões de hectares de Cerrado

agricultável, dos quais 5 milhões estão em Goiás.

Goiás também vem apresentando avanços importantes na

atividade pecuária, opondo-se à realidade das grandes fazendas de

criação extensiva de gado com baixa produtividade, que dominou o Estado

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até a década de 1980. A formação de pastagens plantadas e melhoradas

permitiu o crescimento da bovinocultura na região.

A pecuária goiana conquistou avanços importantes, posicionando

o Estado entre os maiores produtores brasileiros. O rebanho goiano

permanece estável desde 1990. A produção de leite no Estado, a criação

de suínos e aves também se encontram em plena expansão no Estado

desde 1998. O crescimento da suinocultura é atribuído à melhoria de

investimentos realizados, à ampliação das instalações e ao aumento da

produtividade. Todo esse aporte de crescimento decorre da instalação de

empresas voltadas ao setor em Goiás, como Perdigão (aves e suínos),

Nutrisa (aves), Laticínios (leite e derivados), entre outras.

Vamos às questões!!!

3) (FUNCAB/SEMARH/GO/2010) A composição da economia do

estado de Goiás na atualidade, baseia-se na produção agrícola, na

pecuária, no comércio e na indústria. No setor industrial destaca-

se a:

A) açucareira.

B) metalúrgica.

C) do cimento.

D) têxtil.

E) do papel.

COMENTÁRIOS:

Pois bem, vejamos o que podemos relembrar sobre a economia

de Goiás para respondermos a esta questão. Em Goiás, o setor industrial

está em expansão com grande variedade de indústrias como: indústrias

de transformação, alimentícias, têxteis, metalúrgicas, madeireira,

mobiliária, automobilísticas, de mineração e farmacêutica.

Especificamente no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA),

está situado o maior polo farmoquímico da América Latina. O estado é,

assim, um dos maiores produtores de medicamentos genéricos do Brasil e

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também é considerado hoje o 4º maior polo brasileiro do setor têxtil, com,

aproximadamente, cinco mil indústrias em todo o estado.

Entretanto, a liderança do crescimento fica por conta do setor

metalúrgico que apresenta um excelente desempenho.

Logo, a letra correta é a letra B.

4) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) A produção

agroindustrial goiana exige um sistema de redes de transporte e

comunicação para integrar as diversas regiões produtoras aos

mercados consumidores. Dentre os eixos de transporte mais

importantes do estado de Goiás, é CORRETO citar:

a) A Hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná, por onde é escoada parte

significativa da produção de grãos do sudoeste do estado.

b) A BR-153, que corta o estado no sentido Leste-Oeste, por onde é

escoada a produção de minérios.

c) A ferrovia Norte-Sul, responsável pelo transporte da produção agrícola

da região norte do estado até o porto de Paranaguá, no Paraná.

d) A BR-070, por onde é transportada a produção de grãos da região

sudoeste de Goiás.

COMENTÁRIOS:

Amigos, esta questão pode parecer um pouco antiga, mas, na

verdade, pode ser bastante útil para falarmos um pouquinho sobre o

sistema de transporte de Goiás que é responsável pela movimentação da

produção do estado. Foi exatamente por este motivo que a selecionei para

incluir nesta aula, ok?

Para facilitar a compreensão vou trabalhar item por item,

tentando explicitar as informações mais importantes. Vamos lá então!!!

a) Bem, a Hidrovia Paranaíba - Tietê - Paraná é uma via de navegação

situada entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, permitindo

o transporte de cargas e de passageiros. Realmente é uma via muito

importante para o escoamento da produção agrícola dos Estados do Mato

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Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e Minas

Gerais. A hidrovia movimentou 2 milhões de toneladas de carga no ano de

2011.

Por todos esses apontamentos podemos concluir que a letra A é a

resposta correta.

b) Já encontramos a letra correta logo no iníco, mas vamos continuar com

nosso estudo.

Então, comecemos pela BR-153 que também é conhecida como Rodovia

Transbrasiliana, Rodovia Belém - Brasília e Rodovia Bernardo Sayão. Ela é

a quarta maior rodovia do Brasil e liga a cidade de Marabá(PA) ao

município de Aceguá(RS), totalizando 4.355 quilômetros de extensão. Ao

longo de todo o seu percurso, a BR-153 passa pelos estados do Pará,

Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul. Atenção: Esta rodovia faz a ligação norte-sul do Estado

atendendo à demanda de circulação dos produtos e serviços da região e

não “corta o Estado no sentido leste-oeste. Portanto, a letra B está

incorreta.

c) Agora, vamos ler um pouquinho sobre a Ferrovia Norte–Sul (FNS), que

foi inaugurada em 1996. Atualmente, encontra-se em processo de

expansão e faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2).

O projeto é executado pela Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias

S.A., empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes. Esta

ferrovia não liga o norte de Goiás ao Porto de Paranaguá, logo, a letra C

também está errada.

d) Bem, pessoal, vamos partir agora para a BR 070. Esta rodovia é um

exemplo do que chamamos de rodovia radial, ou seja, é uma rodovia que

parte de Brasília e segue para em direção às extremidades do país. Ela

parte no sentido oeste e sua extremidade é a cidade de Cárceres (MS),

portanto é letra D está incorreta.

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5) (IF/GO/UFG/2012) O milho é uma das culturas mais cultivadas

no Estado de Goiás. Essa cultura pertence à família das

(A) euforbiáceas

(B) fabáceas

(C) leguminosas

(D) poáceas

COMENTÁRIOS:

Oi amigos, vocês devem ter estranhado esta questão, afinal

ela faz parte de uma prova para técnico agrônomo. Mas, podem ficar

calmos, eu só estou aproveitando-a para falar mais um pouco sobre a

economia no estado de Goiás.

Bem, vamos primeiro responder a questão. O milho pertence à

família da poáceas, logo a letra correta é a letra D. Vejamos agora um

pouquinho sobre o cultivo do milho em Goiás.

De acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), o estado de Goiás deve aumentar em 31% a produção

de milho na região. Segundo o órgão, serão plantados um milhão de

hectares a mais do que na safra anterior, onde a expectativa é colher

aproximadamente 124 mil toneladas do grão, ou seja, o milho é

realmente um dos produtos mais cultivados em Goiás.

A Estrada de Ferro em Goiás

Vimos no item anterior, que a economia do estado sofria com a

falta de um transporte rápido e eficiente para transportar sua produção

agrícola. Desde o final do século XIX, vários projetos foram encaminhados

para a construção de uma ferrovia no estado, ligando-o aos principais

centros econômicos do país, porém nenhum deles foi viabilizado. Como

exemplo, em 1873 houve um decreto do Governo Imperial para a

construção de uma ferrovia. Para que isso acontecesse, o então

presidente da província goiana, Antero Cícero de Assis, foi autorizado a

contratar a construção de uma estrada de ferro para ligar a cidade de

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Goiás, que era a capital na época, à margem do Rio Vermelho, partindo da

estrada de ferro Mogiana.

Entretanto, em razão principalmente da falta de recursos

financeiros, a primeira tentativa de um sistema viário férreo em Goiás no

final do século XIX, foi mal sucedida. Contudo, treze anos depois, já no

século XX, uma nova tentativa nesse sentido foi feita, através de uma

concessão à Companhia Estrada de Ferro Mogiana, para que a mesma

pudesse prolongar as suas linhas do Rio Paranaíba até o Rio Araguaia, já

em solo goiano.

Sabem como foi que a Estrada de Ferro recebeu o nome de

Estrada de Ferro Goiás? Foi através do decreto federal nº 5.949, pois até

então ela se denominava Estrada de Ferro Alto Tocantins.

E quando foi que os trilhos finalmente chegaram em Goiás? Os

trabalhos de construção da Estrada de Ferro Goiás, em solo goiano,

tiveram início em 27 de maio de 1911, dois anos após o começo da

implantação do trecho localizado na cidade de Araguari/MG, no marco

zero da ferrovia.

Entre 1914 e 1922 a ferrovia chegou a Pires do Rio, e em 1931 à

Leopoldo de Bulhões, distante de Anápolis 50 quilômetros.

Em função de problemas de caráter financeiro e administrativo,

em 1920, a Companhia Estrada de Ferro Goiás, por meio do decreto nº

13.936 de janeiro daquele ano, obteve concessão para explorar os

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serviços ferroviários no Triângulo Mineiro e em Goiás, passando sua

administração à União a qual levou adiante todas as suas obras de

construção. Assim, a linha Araguari-Roncador com 234 quilômetros de

extensão formou a nova Estrada de Ferro Goiás.

Até o ano de 1952, a “Goiás”, percorria com os seus trilhos,

aproximadamente, 480 quilômetros, chegando ao seu ponto mais distante

em Goiânia. No total, 30 estações serviam à estrada, onde se destacavam

as de: Araguari, Amanhece, Ararapira, Anhanguera, Goiandira (ponto de

ligação com a Rede Mineira), Ipameri, Roncador, Pires do Rio, Engenheiro

Balduíno, Vianópolis, Leopoldo de Bulhões, Anápolis e Goiânia.

Bem, vocês repararam que eu falei que até 1952 a “Goiás”

percorria o trilhos. Por que eu disso isso? O que aconteceu foi que esta

empresa ferroviária entrou em séria crise financeira e administrativa, o

que dificultou e impediu a aplicação dos programas de reaparelhamento

de suas linhas. Ao lado disso, a construção da nova capital federal

provocou a expansão das rodovias, e as ferrovias passaram a ter um

papel de menor importância na época. Assim, em 16 de março de 1957, a

Lei 3.115 criou a Rede Ferroviária Federal S/A e estabeleceu a

transformação de todas as empresas ferroviárias federais em uma

Sociedade por ações, tendo a Estrada de Ferro Goiás sido incorporada à

nova empresa.

Depois, a Ferrovia Centro Atlântica, mais conhecida como FCA,

uma empresa privada pertencente a VALE, criada em 1996, assumuiu a

malha privatizada da RFFSA.

Atualmente, o território goiano é servido por 685 quilômetros de

trilhos, pertencentes à Ferrovia Centro-Atlântica, subsidiária da

Companhia Vale do Rio Doce e sucessora da antiga Estrada de Ferro Goiás

e da Rede Ferroviária Federal. Essa empresa ferroviária percorre com seus

trilhos a região sudeste do Estado, passando por Catalão, Ipameri,

Leopoldo de Bulhões, chegando até Anápolis, Senador Canedo e indo até a

capital federal. A Centro-Atlântica promove o escoamento de boa parte da

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produção econômica goiana, embora tenha sua capacidade de transporte

limitada à sua pouca extensão.

Segundo a Ferrovia Centro-Atlântica , em seus mais de 7.000 km

de linha, abrange os Estados de Sergipe, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Rio

de Janeiro, Minas Gerais e o Distrito Federal. A Centro-Atlântica transporta

produtos industrializados e insumos, tais como: derivados de petróleo,

contêineres, fertilizantes, produtos agrícolas, minérios, produtos

siderúrgicos, cimento, produtos químicos, entre outros.

Por outro lado, não poderíamos deixar de falar agora sobre outra

importante ferrovia de Goiás: A Norte-Sul.

Vocês já devem ter ouvido falar nela, pois foi manchete de

jornais, em setembro desde ano. A Ferrovia Norte-Sul começou a ser

construída há 25 anos e há três está parada. Até agora pouco mais de

1.500 quilômetros foram totalmente construídos. Entre Palmas, no

Tocantins e Anápolis, em Goiás, 95% da obra estão praticamente prontos,

mas a ligação não está completa. Oito pátios projetados para manobras

ou descarregarem ainda não saíram do papel. Com as obras da Ferrovia

Norte-Sul paradas, o prejuízo com cargas que deixam de ser

transportadas, perdas e impostos não arrecadados pode chegar a US$ 12

bilhões por ano, segundo informações da própria empresa responsável

pelas obras, a VALEC, que já gastou US$ 8 bilhões na construção.

A Norte-Sul, segundo o Ministério dos Transportes, terá, quando

concluída, 2.760 km de extensão e irá atravessar uma boa parte do

cerrado brasileiro, interligando as regiões Norte e Nordeste à Sul e

Sudeste do Brasil, através das Estradas de Ferro Carajás, Centro-

Atlântica, Ferroban e Sul-Atlântica, promovendo a integração econômica

dessas importantes regiões.

Assim, a implantação total dessa ferrovia demandará

investimentos na ordem de US$ 1,6 bilhão, incluindo locomotivas, vagões,

estações, sistema de comunicação, dentre outras máquinas e

equipamentos para o seu pleno funcionamento. Somente em Goiás serão

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necessários US$ 450 milhões para a implantação dos trilhos. A VALEC é

uma sociedade anônima fechada, controlada pela União, supervisionada

pelo Ministério dos Transportes e que detém a concessão para a

construção e operação da Ferrovia Norte-Sul.

Construção da Ferrovia Norte-Sul

A Ferrovia Norte-Sul é um importante projeto de integração

nacional econômica, pois irá dinamizar toda uma rede de logística

brasileira, facilitando o escoamento da produção e permitindo agilidade na

exportação de produtos brasileiros para os demais países. Além, é claro,

de reduzir os custos de transporte das mercadorias. As principais

mercadorias a serem transportadas serão: grãos e farelos, óleo de soja,

adubos e fertilizante, álcool, derivados de petróleo, açúcar, algodão e

cimento. No entanto, existem várias críticas em relação à sua construção,

senda a principal delas a crítica que se faz ao projeto da Ferrovia Norte-

Sul alegando que ele não contempla o transporte de passageiros, mas

somente de cargas.

Com os trilhos dessa estrada, será possível trazer para Goiás os

mesmos benefícios socioeconômicos já gerados no Maranhão, como, por

exemplo, a criação de emprego, diretos e indiretos, a promoção do

desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das

populações locais, além de integrar as diversas regiões goianas ao seu

processo de desenvolvimento regional.

Outra ferrovia em processo de construção é a Oeste-Leste,

denominada Fico, com um ramal que sairá a partir da Norte-Sul, na

cidade goiana de Campinorte e irá até Vilhena, em Rondônia, passando

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também por Lucas de Rio Verde, no Mato Grosso. Ao todo, ela terá 1.638

quilômetros de extensão, com um investimento total previsto de R$ 6,4

bilhões. A FICO terá sua implantação em duas etapas. A 1ª Etapa vai de

Campinorte (GO) a Lucas do Rio Verde(MT). São 1.040 quilômetros, cujas

obras têm conclusão prevista para o final de 2014. Investimentos

previstos: R$ 4,1 bilhões. A 2ª Etapa vai de Lucas do Rio Verde (MT) a

Vilhena (RO). São 598 quilômetros, cujas obras ainda não tiveram início.

Investimento previsto: R$ 2,3 bilhões. Trecho total: 1.638 km.

Impactos da construção de Goiânia e de Brasília

A antiga capital do estado de Goiás era a Cidade de Goiás, criada

no século XVIII para dar conta de todas as novas necessidades

provenientes da descoberta e início da exploração do ouro na região.

Entretanto, como vimos anteriormente, o auge do período

aurífero goiano findou-se, abrindo espaço para novos tipos de atividades

econômicas e também novas demandas políticas, levando as elites do

estado a pensar na transferência da capital para um novo local.

Entretanto, essa mudança só veio a acontecer na década de 1930, após a

“revolução” que colocou em destaque a figura de Getúlio Vargas.

Muitos podem estar, nesse momento, questionando o porque de

eu ter colocado “revolução” entre aspas, né?! Então, pessoal, sei que essa

é uma discussão que demandaria dias e dias de conversas e leituras, pois

nem mesmo entre os historiadores há consenso quanto a utilização do

termo revolução para designar os eventos que marcaram a política

brasileira no início da década de 1930. Mas, o fato é que naquele

momento a jovem república brasileira passou por transformações

importantíssimas para o seu futuro político e também econômico. Essas

mudanças também interferiram na história goiana.

Getúlio Vargas, para garantir o sucesso do movimento e também

do novo governo, estabeleceu alianças com importantes figuras políticas

de Goiás. Nesse sentido, foi nomeado interventor do estado o médico

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Pedro Ludovico Teixeira que buscou, como forma de demonstrar a força

da renovação, colocar em ação os planos de mudança da capital. Já em

1932 foi organizada uma comissão responsável por escolher o local onde

se estabeleceria a nova capital.

Como não poderia deixar de ser, muitas controversas estiveram

presentes durante todo processo de definição da nova capital, mas em

1933 a região foi definidas e foram iniciados os trabalhos de construção

da nova capital, nas proximidades da cidade de Campinas, que

atualmente é um dos bairros mais antigos de Goiânia.

E aí eu pergunto: alguém sabe como surgiu o nome de Goiânia?

Seguindo os princípios democráticos a escolha foi feita por meio

de concurso. O vencedor foi o nome sugerido pelo professor Alfredo de

Castro e já em 1935 a cidade passou a ser chamada por este nome. Neste

mesmo ano, algumas secretarias começaram a ser transferidas para a

nova capital e em 1937 o decreto de número 1816 oficializava a

transferência da capital.

Mas, o evento oficial que sacramentou a transferência só

aconteceu em julho de 1942.

Outro importante evento que marcou o estado foi a construção

de Brasília na presidência de Juscelino Kubitscheck, em meados da década

de 1950.

Da mesma forma que a transferência da capital do estado de

Goiás não era coisa nova na época em que foi efetivada, também a

transferência da capital brasileira para o interior não era uma novidade de

JK. Embora durante todo século XX tenham sido feitas várias propostas

para a transferência da Capital Federal para o interior do Brasil, foi

somente em 1955, com Juscelino Kubitschek, que a ideia começou a

tomar contornos reais. Mas, a ideia de interiorização da Capital Federal é

antiga.

A construção de Brasília e a criação do Distrito Federal têm sua

efetivação a partir de 1956, quando Juscelino Kubistchek foi eleito

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presidente do Brasil e deu início ao seu desejo de construir uma cidade

para ser a nova sede do governo Federal, que inclusive era uma de suas

promessas de campanha. Viajando ao Planalto Central, ainda em 1955,

constituiu a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, a

NOVACAP (que funciona até os dias atuais), dando, assim o pontapé inicial

nos trabalhos de construção da Nova Cidade, a tão esperada Nova Capital

Federal.

O tempo de construção da Nova Capital foi recorde e levou

apenas três anos, sendo Brasília inaugurada no dia 21 de abril de 1960.

Além de Juscelino Kubitschek alguns outros personagens foram

importantes para a história da nova Capital Federal: Israel Pinheiro,

Ernesto Silva, Bernardo Sayão, Ires Meinberg, Lúcio Costa, Oscar

Niemeyer e, claro, os milhares de candangos anônimos que tornaram real

o sonho.

Candango eram os trabalhadores que atuaram na

construção de Brasília, vindos de toda parte do

território nacional, principalmente, do Norte e

Nordeste em busca de emprego. Moravam em

cidades-satélites e seu número crescia

vertiginosamente para atender às demandas da

construção da Nova Capital.

O objetivo maior de Juscelino era materializar sua visão de

modernidade na Nova Capital. Para isso, a colaboração de Oscar Niemeyer

foi imprescindível, pois, ela possibilitou traçar os contornos de uma cidade

totalmente diferente de qualquer outra no país, e até mesmo do mundo.

Para JK, Brasília deveria ser uma obra que representasse a

expressão e a cultura brasileiras. Deveria ter uma arquitetura moderna e

original, portanto, sem nenhuma influência estrangeira. E assim, com

todos os traços modernos, com sua arquitetura representando a

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modernidade e o progresso, a nova cidade deveria mostrar a unicidade do

“estilo de Brasília”.

Podemos dizer que a identidade cultural de Brasília é marcada

pela diversidade de costumes. E não poderia ser diferente, afinal os

pioneiros da cidade vieram de todas as regiões do país. A mistura cultural

que nasceu junto com a cidade tinha contornos dos povos de Norte a Sul,

de Leste a Oeste. Um cadinho de tradições diferentes, misturado com a

ideia de novo, de moderno, de progresso e desenvolvimento; foi isso que

deu origem à cultura que hoje é a identidade brasiliense.

No entanto, além de ser uma novidade arquitetônica e

representar a modernidade brasileira, JK também pretendia tornar aquela

Cidade Central em um eixo de integração econômica para o Brasil. Um

ponto de conexão das várias regiões e a possibilidade de distribuir as

decisões políticas por todo território nacional, integrando-o, unindo as

várias regiões brasileiras em um ponto central.

No entanto, essa ideia de centralização para coordenar as

questões políticas e econômicas do Brasil não foi uma novidade do

governo de JK. Ela vinha de muito tempo, repetida várias vezes nos

discursos presidenciais. Mas, Juscelino tirou a ideia do papel e tornou real

a transferência da Capital para o interior, isso serviu muito bem para

projetá-lo nacionalmente como um grande político.

Como já foi salientado, a construção de Brasília foi feita em

grande velocidade, tudo para garantir que sua inauguração fosse feita

ainda com Juscelino Kubistchek na Presidência. As obras correram em

ritmo acelerado, a construção do Catetinho e da pista de pouso provisória

tiveram tempo recorde. Do mesmo modo, a terraplenagem e a

configuração da cidade ganhava contornos cada vez mais reais. Além de

tudo isso, eram criadas estradas para interligar o Planalto Central às

grandes cidades brasileiras.

Mas, por trás de toda movimentação, da correria de

trabalhadores de um lado a outro, do trabalho incessante das máquinas,

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existia um projeto forte e consistente: o Plano Piloto. Este foi aprovado

em 1957, destacando a simplicidade das linhas retas em formato de cruz

e com projeção para 600 mil habitantes.

No dia 20 de abril de 1960 teve início as celebrações para a

inauguração de Brasília. As 23h30m houve uma solene missa campal de

ação de graças em frente ao Supremo, que foi celebrada pelo cardeal-

patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira.

Milhares de pessoas se dirigiram para o Planalto Central para

participar das festividades em comemoração à transferência da Capital

Federal. A Nova Capital do Brasil, para a satisfação dos objetivos de JK e

deslumbre de grande parte da população, tinha formato de avião, com

duas asas residenciais unidas por um eixo central.

É importante registrar, pessoal, que a construção de Brasília

causou transformações em todo o estado de Goiás, pois, embora seja um

território separado, os impactos políticos e econômicos não poderiam

deixar de afetar a região.

6) (FUNIVERSA / Auditor Fiscal – Controle Ambiental – Seplag-DF

/ 2011) A transferência da capital brasileira para o interior do país foi um

longo processo que acompanhou boa parte da História do Brasil. Mesmo

depois de escolhida a área onde seria construída a nova sede da

administração nacional, décadas se sucederam até que, na segunda

metade da década de 50 do século XX, no Governo JK, a decisão se

materializasse.

Entre os aspectos marcantes do quadro geográfico físico e humano

do Distrito Federal, assinale a alternativa correta.

(A) Enquanto lidera nacionalmente a proporção de telefones celulares por

habitante, o Distrito Federal padece em termos de saneamento básico,

com mais da metade da população sem acesso à rede de esgoto.

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(B) Provavelmente em face das condições climáticas da região em que se

localiza, com período chuvoso curto e seca prolongada, o Distrito Federal

garante o acesso à água a pouco mais de 40% da população.

(C) A ausência de uma rede hidrográfica na área onde se situa o Distrito

Federal foi a razão determinante para a criação de um lago artificial, o

Paranoá, quando da construção da nova capital.

(D) Com uma área de quase 6.000 km2, o Distrito Federal teve condições

de distribuir espacialmente sua população de tal modo que, na atualidade,

é irrelevante a diferença entre os contingentes populacionais urbanos e

rurais.

(E) Com clima tropical e vegetação de cerrado, encravado em Goiás, o

Distrito Federal cresceu muito mais do que o previsto quando da

construção de Brasília. Hoje, sua população ultrapassa a marca dos 2,2

milhões de habitantes.

COMENTÁRIOS

A letra A está errada. Embora o início da afirmativa esteja

correto, ou seja, o Distrito Federal lidera o ranking de celular/habitante no

Brasil, a segunda parte da afirmativa está errada. Segundo dados da

Agência Nacional de Telecomunicações, para cada 100 habitantes, existem

112 celulares habilitados, é um número bem expressivo, né?

Mas, quando a afirmativa diz que mais da metade da população

do DF carece de acesso ao saneamento básico está cometendo um erro.

Por exemplo, o índice de saneamento na coleta de esgoto, no Distrito

Federal, é de 93%; enquanto o de tratamento do esgoto coletado é de

100%. Isso mostra que não é só na questão de número de celulares por

habitantes que a região sai na frente, estes indicativos de saneamento

básico estão bem à frente de muitas cidades brasileiras.

A letra B está errada. Segundo a Caesb (Companhia de

Saneamento Ambiental do DF) o índice de atendimento à população com

sistema de abastecimento de água é de 99% e o de atendimento com

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coleta de esgotos sanitários é de 93%. Esses são índices bastante

elevados para a realidade brasileira.

A letra C está incorreta. Na verdade, o lago foi criado com o

objetivo de aumentar a umidade em suas proximidades, devido ao clima

seco da região.

A letra D também está errada. Veremos mais à frente nesta aula

que uma dos grandes problemas do Distrito Federal foi e tem sido os

grandes contingentes populacionais e sua má distribuição pelo Distrito

Federal.

Enfim, a letra E está correta. A afirmativa está corretíssima ,

mas nem se preocupem pois veremos mais sobre isso na sequência da

aula, ok?

Gabarito: E

Características da economia goiana

Na composição da economia goiana temos muito forte a indústria

de mineração, alimentícia, de confecções, mobiliária, metalurgia e

madeireira. Mas, ainda assim, a agropecuária é a atividade mais

explorada em todo o estado.

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A partir de 1996 houve um enorme crescimento no setor

industrial de Goiás. Calcula-se que de 1996 a 2010 o crescimento foi de

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167%. Neste período, o número de estabelecimentos industriais no Estado

saltou de 6,7 mil para 17,9 mil e o número de empregos gerados pelo

setor passou de 108,7 mil para 288,8 mil. Os principais municípios que

aumentaram sua industrialização foram: Rio Verde, Aparecida de Goiânia

e Catalão.

Por tudo isso, pessoal, o desempenho de Goiás ficou bem acima

do crescimento médio brasileiro, que foi de 75,5% na geração de

empregos e de 70% no número de indústrias neste mesmo período.

Em termos de infraestrutura de transportes, Goiás possui uma

malha viária bastante extensa. Conta, assim, com 3.400 km de rodovias

federais, 18.610 quilômetros de rodovias estaduais e 64.690 quilômetros

de rodovias municipais. No entanto, meus amigos, de toda essa extensão,

apenas 7.822 são de rodovias pavimentadas.

Por outro lado, o transporte ferroviário é, atualmente, pouco

utilizado em Goiás, o Estado possui um trecho de linha férrea que interliga

parte de Minas Gerais ao Sudeste de Goiás e um outro trecho que interliga

o Sudeste Goiano à capital Goiânia passando por Senador Canedo, cidade

na qual possui grande distribuidoras petrolíferas e abatedouros de grande

porte junto a margem dessa ferrovia. Há apenas uma hidrovia no Rio

Paranaíba e o principal porto dela é o de São Simão que faz parte

da Hidrovia Paraná-Tietê.

___X___ ___X___ ___X___

Bem, pessoal, espero que tenha ficado tudo claro aqui, mas caso

restem dúvidas procurem o fórum, tá? Aquele espaço é todo nosso!!! Sem

limites de páginas ou de perguntas, ok? ;-)

É sempre bom lembrarmos que nossa matéria trabalha com

temas muito interligados, então, em outras aulas, voltaremos a falar um

pouco sobre esses assuntos - que não se esgotam justamente por

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estarem diretamente relacionados ao mesmo tempo a fatores políticos,

econômicos e sociais.

Espero que tenham gostado e estejam animados para continuar

essa “viagem” cheia de descobertas !!!

Um grande abraço e até a próxima semana!!! Bons estudos!!! ;)

Virgínia Guimarães

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Lista de Questões

1) (UEG/AGRODEFESA/2009) A ocupação do território brasileiro

relacionou-se a diversos ciclos econômicos, durante os quais a

produção e a exploração econômica dinamizaram e impulsionaram

o desenvolvimento populacional. Nesse sentido, a ocupação da

região Centro-Oeste foi resultado:

a) da procura pelo ouro.

b) do plantio do café.

c) da exploração da borracha.

d) do cultivo da cana-de-açúcar.

2) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) Ao longo do século

XVIII e XIX, a mão de obra básica utilizada em Goiás era:

a) assalariada, proveniente da imigração nordestina.

b) indígena proveniente das missões jesuíticas espalhadas pelo Brasil.

c) europeia proveniente da ocupação portuguesa na região aurífera.

d) escrava, proveniente do tráfico negreiro.

3) (FUNCAB/SEMARH/GO/2010) A composição da economia do

estado de Goiás na atualidade, baseia-se na produção agrícola, na

pecuária, no comércio e na indústria. No setor industrial destaca-

se a:

A) açucareira.

B) metalúrgica.

C) do cimento.

D) têxtil.

E) do papel.

4) (UEG/Câmara de Valparaíso de Goiás/2008) A produção

agroindustrial goiana exige um sistema de redes de transporte e

comunicação para integrar as diversas regiões produtoras aos

mercados consumidores. Dentre os eixos de transporte mais

importantes do estado de Goiás, é CORRETO citar:

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REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO DE GOIÁS.

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a) A Hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná, por onde é escoada parte

significativa da produção de grãos do sudoeste do estado.

b) A BR-153, que corta o estado no sentido Leste-Oeste, por onde é

escoada a produção de minérios.

c) A ferrovia Norte-Sul, responsável pelo transporte da produção agrícola

da região norte do estado até o porto de Paranaguá, no Paraná.

d) A BR-070, por onde é transportada a produção de grãos da região

sudoeste de Goiás.

5) (IF/GO/UFG/2012) O milho é uma das culturas mais cultivadas

no Estado de Goiás. Essa cultura pertence à família das

(A) euforbiáceas

(B) fabáceas

(C) leguminosas

(D) poáceas

6) (FUNIVERSA / Auditor Fiscal – Controle Ambiental – Seplag-DF

/ 2011) A transferência da capital brasileira para o interior do país foi um

longo processo que acompanhou boa parte da História do Brasil. Mesmo

depois de escolhida a área onde seria construída a nova sede da

administração nacional, décadas se sucederam até que, na segunda

metade da década de 50 do século XX, no Governo JK, a decisão se

materializasse.

Entre os aspectos marcantes do quadro geográfico físico e humano

do Distrito Federal, assinale a alternativa correta.

(A) Enquanto lidera nacionalmente a proporção de telefones celulares por

habitante, o Distrito Federal padece em termos de saneamento básico,

com mais da metade da população sem acesso à rede de esgoto.

(B) Provavelmente em face das condições climáticas da região em que se

localiza, com período chuvoso curto e seca prolongada, o Distrito Federal

garante o acesso à água a pouco mais de 40% da população.

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(C) A ausência de uma rede hidrográfica na área onde se situa o Distrito

Federal foi a razão determinante para a criação de um lago artificial, o

Paranoá, quando da construção da nova capital.

(D) Com uma área de quase 6.000 km2, o Distrito Federal teve condições

de distribuir espacialmente sua população de tal modo que, na atualidade,

é irrelevante a diferença entre os contingentes populacionais urbanos e

rurais.

(E) Com clima tropical e vegetação de cerrado, encravado em Goiás, o

Distrito Federal cresceu muito mais do que o previsto quando da

construção de Brasília. Hoje, sua população ultrapassa a marca dos 2,2

milhões de habitantes.

Gabarito:

1 A

2 D

3 B

4 A

5 D

6 E