história de santa catarina: imigração e pluralidade étnica

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HISTÓRIA DE SANTA CATARINA (Imigração e pluralidade étnica) Profº Viegas Fernandes da Costa

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Page 1: História de Santa Catarina: imigração e pluralidade étnica

HISTÓRIA DE SANTA CATARINA

(Imigração e pluralidade étnica)

Profº Viegas Fernandes da Costa

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Caminhos de tropas

O interesse econômico de abastecer as regiões de mineração com carne e transporte, e a necessidade de defender a colônia do Sacramento motivou a criação de estradas ligando Rio Grande do Sul a São Paulo.

1730: aberto o caminho dos Conventos (ou do Gado).

1766: o tropeiro Antônio Correa Pinto é encarregado de fundar uma povoação no Sertão de Curitiba, para servir de paragem. Surge a Vila de Nossa Senhora dos Prazeres das Lagens em 1777, assentada em uma elevação próximo ao rio Caveiras.

Com a fundação de Lages, a Câmara de Laguna determina a abertura de uma estrada ligando-a ao planalto pelo curso do rio Tubarão (estrada do Rio do Rastro).

Surgem os pousos das tropas e novas pastagens ao longo dos caminhos, com o desenvolvimento de novas vilas: Curitibanos, São Joaquim, Campos Novos, Mafra.

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Vila Nova: 1752

Garopaba: 1793/1795

Imaruí: 1833

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Arquipélago dos Açores

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ILHA TERCEIRA

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Estrutura fundiária e social nos Açores gerou fome e pobreza.

Interesse da coroa portuguesa em assegurar a posse do Sul brasileiro (uti possidetis).

Aproximadamente 6 mil açorianos foram emigrados para Santa Catarina (alguns foram transferidos para Porto Alegre).

Casais açorianos receberam sesmarias (a metragem não correspondia ao prometido e o solo não era fértil).

Adaptações agrícolas (substituição do trigo pela mandioca), técnicas de pesca, tecelagem manual (bilro), pão-por-Deus (literatura popular), folguedos do boi, festas do Divino, arquitetura, imaginário popular, etc.

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COLONIZAÇÃO GERMÂNICA (Alemã)

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Fome, concentração de terras na mão da aristocracia e o absolutismo contribuiram para a disposição do elemento germânico migrar para o Brasil.

1829, São Pedro de Alcântara, primeiro núcleo de imigração germânica em Santa Catarina.

Casarão Kretzer, na Comunidade Rural de Santa Filomena, construído no ano de 1920 é uma das construções mais belas da região. A construção foi local de comércio, parada de tropeiros e pessoas que se deslocavam à serra.

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Núcleos coloniais germânicos:

Colônia Blumenau, 1850 , fundada por Hermann Bruno Otto Blumenau)

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Colônia Dª. Francisca , Joinville. Recebeu os primeiros imigrantes em 1851. As terras pertenciam à Princesa Dª Francisca, filha de Pedro I, que era casada com o Príncipe de Joinville, Filho do rei francês Luiz Felipe. Com a deposição da família real francesa em 1848, Joinville precisa auferir rendas das suas propriedades. É então que surge este empreendimento colonial privado. A ocupação do Planalto Norte catarinense resultou da expansão desta colônia, dando origem a cidades como São Bento. A estrada que ligava a colônia ao planalto ficou conhecida como Estrada da Serra ou Estrada Dª Francisca, por onde a erva mate era escoada para exportação, gerando capital para a industrialização da região.

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Estrada Dª Francisca, século XIX.

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Colônia Teresópolis (1860 – Águas Mornas). Devido à pequena fertilidade do solo, os colonos, liderados pelo padre Guilherme Röer, estenderam-se para o Vale do Braço do Norte.

Chegada dos primeiros colonos alemães no vale do Braço do NorteA transferência dos colonos de Teresópolis para Braço do Norte ocorreu nos anos de 1873 a 1875 onde fundaram oito comunidades com aproximadamente 60 famílias.

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Outras colônias: Brusque (1860), Angelina (1860)

Contribuições culturais: produção alimentícia (Carne defumada, linguiças e queijos, cervejas); arquitetura (especialmente o enxaimel); produção industrial (cortumes, cervejarias, laticínios, têxteis); templos luteranos; clubes de caça e tiro.

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COLONIZAÇÃO ITALIANA

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Condicionantes da emigração italiana para Santa Catarina: dificuldades econômicas, agravadas pela concentração fundiária na Itália. Instabilidade política decorrente do processo de unificação da Península Itálica.

Sua chegada ao Brasil ocorre primeiramente em substituição à mão de obra escrava africana, principalmente na cafeicultura.

Os núcleos de colonização italiana na década de 1870 surgem por meio de contratos particulares. Em 1874 o governo imperial contrata Joaquim Caetano Pinto Júnior, que se compromete a cem mil imigrantes ao Brasil. A locação destes colonos, e o desconhecimento da realidade do novo país representaram dificuldades para o estabelecimento destes colonos.

No Vale do Itajaí, dedicaram-se ao cultivo do feijão, batata-doce, milho, videira e do bicho da seda. (Piazza & Hübener, 1989).

A preocupação com o baixo povoamento do Sul da província catarinense fez com que o governo imperial instituísse uma comissão que demarcou as terras do Vale do Rio Tubarão e seus afluentes (Braço do Norte e Capivari), onde foram instalados imigrantes italianos a partir de 1877.

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Cerca de 95% dos italianos que chegaram ao estado de Santa Catarina eram do norte da Itália, dos atuais estados do Vêneto, Lombardia, Friul-Veneza Júlia e Trentino-Alto Ádige. Porém, os primeiros imigrantes italianos que chegaram ao estado, em 1836, eram oriundos da Sardenha, fundando a colônia de Nova Itália (atual São João Batista).

A partir de 1875, fundam-se Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apiúna nos limites da colônia Blumenau; e Porto Franco (Botuverá) e Nova Trento, em torno da colônia Brusque.

1877, no vale do rio Tubarão, fundados os núcleos de Azambuja, Pedras Grandes e Treze de Maio: no vale do Urussanga, os núcleos de Urussanga, Acioli de Vasconcelos (atual Cocal) e Criciúma. Na sequência, surge Grão Pará (atuais municípios de Orleans, Grão Pará, São Ludgero e Braço do Norte).

Em 1893, após a assinatura do contrato da Companhia Fiorita com o governo Brasileiro , a colonização italiana se expande no sul do estado com a colônia Nova Veneza (atuais Nova Veneza e Siderópolis).

1910: fixação do elemento étnico italiano no Oeste Catarinense a partir da expansão dos ítalo-brasileiros do Rio Grande do Sul

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Contribuições:

nas sedes das colônias germânicas, os italianos forneciam produtos agrícolas;

tinha por hábito alimentarem-se de pão, polenta e vinho, daí o cultivo de milho, arroz e uva;

cultivo da amoreira e criação do bicho-da-seda;

arquitetura: casas de madeira, sem varanda, altas, com porões para as carretas ou, onde se cultivavam os parreirais, serviam como adegas;

presença do catolicismo.

(Baseado em PIAZZA e HÜBENER. Santa Catarina: história da gente. 2ª ed. Florianópolis: Lunardelli, 1989).

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Museu ao ar livre Princesa Isabel

Inaugurado em 30 de agosto de 1980, é o primeiro do gênero na América Latina, instalado numa área de 20 mil metros quadrados. As construções, de características tradicionais, abrangem capela, engenho de farinha de mandioca, estrebaria, galpão de serviços domésticos, cozinha de chão batido, casa do colono, cantina, meios de transporte, engenho de cana-de-açúcar, serraria pica-pau, oficinas artesanais, marcenaria, atafona, balsa, ferraria e monjolo, incluindo as belas rodas d’água. É mantido pela Fundação Educacional Barriga Verde, e tem caráter tecnológico, histórico e documental que preserva, pesquisa e divulga a cultura material de diversas etnias, destacando um acervo proveniente da imigração em Orleans e região sul de Santa Catarina.

Fonte: http://www.fcc.sc.gov.br/patrimoniocultural/?mod=pagina&id=15009

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Museu ao ar livre Princesa Isabel

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Organização do espaço: Os hábitos de construção divergiram daqueles praticados originalmente na Itália. Lá os habitantes residiam em pequenas vilas e iam aos campos do entorno para trabalhar, e suas residências incluíam depósitos e abrigos de animais num único bloco. No Brasil, salvo nas sedes colonizadoras, que se desenvolveram como vilas e cidades, a vida rural se organizou em propriedades unifamiliares mais ou menos autosuficientes e com vivendas distantes entre si, que tinham a maior parte de suas benfeitorias nitidamente separadas no espaço. (Fonte: Wikipédia).

Casa de Pedra da Família Bratti, em Nova Veneza (SC), representativa da imigração italiana no estado, chancelada como Paisagem Cultural Brasileira.

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Casarão em Pedras Grandes (Foto: Ice Climber)

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Família de descendentes italianos em Nova Trento

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Urussanga

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COLONIZAÇÃO POLONESA

Motivos: instabilidades políticas e constantes reconfigurações de fronteiras, falta de autonomia e soberania nacional, trabalho servil.

1869: primeiro grupo chega a Brusque, transferidos para o Paraná.

1882: fixação em várias regiões catarinenses, principalmente na periferia das colônias já estabelecidas. Principais localidades: Sul (Urussanga, Tubarão, Araranguá) e Planalto Norte (como extensão da Colônia Dª Francisca).

Como não existia uma Polônia soberana, muitos eram computados como alemães, por exemplo.

Arquitetura religiosa no estilo bizantino e catolicismo ortodoxo (fé em Nossa Senhora de Czestochowa).

Elemento arquitetônico: lambrequim.

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Casa Slonina – Itaiópolis (detalhe do Lambrequim)

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Igreja de Santo Estanilau – Itaiópolis (Foto: Antonio Feliski)

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Igreja Ucraniana – Itaiópolis (Foto: Antonio Feliski)

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Moinho Paraguaçu (1938) – Itaiópolis, SC.

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Igreja Sagrada Família – Itaiópolis (Foto: Josiel Prestes)

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Foto: Josiel Prestes

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Colonização Sírio – Libanesa (Árabes)

Ingressam no Brasil principalmente a partir da década de 1870.

Ligados ao comércio, instalaram-se principalmente em regiões portuárias e ferroviárias.

Em Santa Catarina são encontrados principalmente São Francisco do Sul, Florianópolis, Porto Belo, Tijucas, Itajaí, Laguna, bem como em Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau, Mafra, Porto União. Tubarão, Araranguá entre outras cidades.

Colonização Austríaca

Localizaram-se principalmente em Treze Tílias, Meio Oeste Catarinense.

A tradição austríaca da escultura em madeira está presente nos ateliês de Treze Tílias, que executam obras de todos os portes, conhecidas internacionalmente. Treze Tílias é considerada a “Capital Catarinense dos Escultores e Esculturas em madeira”.