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DECLARATÓRIA - INEXISTÊNCIA DE DÉBITO - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - CONTRA EMPRESA DE TELEFONIA EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO FORO DA COMARCA DE _____ - UF. (nome, qualificação e endereço), vem com lhaneza e acatamento constelar S. Exa., para propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, CUMULADA COM INDENIZAÇÃO E REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS em frontispício da EMPRESA DE TELEFONIA – _____, sociedade comercial, com filial nesta cidade, com endereço à Av. _____, ___, 1º

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Page 1: Ação - Declaratória de Inexistência de Débito - Danos Morais - Telefonia Celular

DECLARATÓRIA - INEXISTÊNCIA DE DÉBITO - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - CONTRA EMPRESA DE TELEFONIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO FORO DA COMARCA DE _____ - UF.

(nome, qualificação e endereço), vem com lhaneza e acatamento constelar S. Exa., para propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, CUMULADA COM INDENIZAÇÃO E REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS

em frontispício da EMPRESA DE TELEFONIA – _____, sociedade comercial, com filial nesta cidade, com endereço à Av. _____, ___, 1º andar, inscrita no CNPJ: _____, IE Nº _____, pelas razões de fato e de direito adiante aduzidas:

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DOS FATOS

A Requerente é titular da linha telefônica nº _____.

O pagamento mensal da respectiva fatura à concessionária vem sendo feito rigorosamente em dia.

Ao conferir as últimas faturas de serviços telefônicos (cópia anexa), a Requerente percebeu que lhe vinham sendo cobrados serviços estranhos e jamais autorizados sob a rubrica "JOGOS E APLICAÇÕES".

Ora, a Requerente desconhece qualquer solicitação desse "serviço" da sua parte ou de sua família para com a concessionária Requerida.

Indignada, a parte Requerente de pronto tentou contato com a Empresa _____, sem que o problema fosse resolvido.

Cumpre esclarecer que foram vários contatos solicitando o cancelamento do "serviço". Por inúmeras vezes as atendentes confirmavam o cancelamento, entretanto, na fatura seguinte, repetia-se a cobrança.

É lamentável!

A Requerente pagou consoante se vê dos documentos anexos, as faturas cobradas ilegalmente.

Com efeito, a Requerente sente-se violentada.

A conduta da multinacional Requerida (tendo em vista que o débito do valor pelo "serviço" não contratado é efetuado diretamente na conta) trata-se de verdadeiro assalto!

Ainda mais quando há pressão para o pagamento da conta sob pena de desligamento da linha telefônica.

Segundo Trajano, a Empresa Requerida, vem adotando como prática comum à prestação de serviços adicionais não solicitados ou autorizados pelos consumidores e cobrados posteriormente, sob pena, inclusive, até do cancelamento dos serviços básicos de telefonia em caso de inadimplência do usuário.

A defesa do consumidor é fundada em uma série de princípios, dentre os quais destacamos a boa-fé objetiva e a liberdade de escolha, ambos flagrantemente violados pela Requerida ao impingir serviços sem prévia solicitação ou autorização.

Ora, o dever das partes de agir conforme parâmetros de honestidade e lealdade, a fim de se estabelecer o equilíbrio das relações de consumo, quando se fala em boa-fé objetiva, pensa-se em comportamento fiel, leal, na atuação de cada uma das partes contratantes a fim de garantir respeito à outra.

É um princípio que visa garantir a ação sem abuso, sem obstrução, sem causar lesão a ninguém, cooperando sempre para atingir o fim colimado no contrato, realizando o interesse das partes.

O fornecedor ao surpreender a Requerente com cobranças indevidas por serviços não solicitados ou autorizados e dificultam a sua suspensão, com a consequente devolução dos valores pagos, age com deslealdade, desrespeito e abuso manifesto, merecendo uma firme reprovação do Poder Judiciário.

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Diz o CDC:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada ao "caput" pela Lei nº 8.884, de 11/06/1994)

(...)

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;

(...)

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

Mister se faz que o Judiciário dê um basta a tais abusos mediante atitudes enérgicas.

DA JURISPRUDÊNCIA

Assim decidiram os Pretórios em casos similares:

RESPONSABILIDADE CIVIL. COBRANÇAS POR SERVIÇOS NÃO CONTRATADOS. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM COMPENSATÓRIO. MAJORAÇÃO. Negativa do consumidor de haver contratado serviço de acesso a Internet. Ausência de prova da contratação cuja cobrança foi exigida. Procedência dos pedidos de declaração de inexistência de débito e devolução dobro do indébito. Dano moral configurado pela reincidência das cobranças, mesmo depois da citação e concessão de tutela antecipada, inclusive com interrupção dos serviços de telefonia. Valor indenizatório a ser fixado em face das circunstâncias do fato, repercussão negativa na esfera do consumidor e reprimenda à prestadora. Quantum majorado. Manutenção de equivalência de valores entre lides de semelhante natureza de fato e de direito. Negaram provimento à Apelação e proveram o Recurso Adesivo. Unânime. (Apelação Cível nº 70023811896, 10ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Jorge Alberto Schreiner Pestana. j. 28.05.2009, DJ 03.09.2009).

DIREITO DO CONSUMIDOR. PAGAMENTO INDEVIDO. RESPONSABILIDADE CIVIL. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. Indenização a título de reparação por danos morais sofridos pela parte autora, em razão da má-prestação do serviço. Sentença que determinou a restituição da parcela em dobro. Dano moral configurado. Quantum indenizatório razoavelmente fixado. Sentença mantida pelos próprios fundamentos. Recurso conhecido e improvido. (Processo nº 0005575-46.2008.805.0146-1, 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais/BA, Rel. Josefa Cristina Tomaz Martins Kunrath. unânime, DJe 17.10.2011).

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. REVELIA DECRETADA. CARTÃO DE CRÉDITO. LANÇAMENTO DE VALORES NÃO AUTORIZADOS E SEQUER CONTRATADOS PELO CONSUMIDOR. FATURA DO CARTÃO DE

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CRÉDITO QUE É DEBITADA NA CONTA-CORRENTE DO AUTOR. DANO MORAL CARATERIZADO, EM DECORRÊNCIA DA CONDUTA ABUSIVA DA INSTITUIÇÃO REQUERIDA. VALOR DA INDENIZAÇÃO ADEQUADAMENTE FIXADO. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. (Recurso Cível nº 71002763670, 1ª Turma Recursal Cível dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais/RS, Rel. Heleno Tregnago Saraiva. j. 14.04.2011, DJ 19.04.2011).

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. COBRANÇA INDEVIDA DE VALORES EM FATURA TELEFÔNICA. SERVIÇOS NÃO CONTRATADOS. REPETIÇÃO EM DOBRO. ART. 42, PARÁGRAFO ÚNICO, CDC. DANO MORAL. DESCASO COM O CONSUMIDOR. SUCUMBÊNCIA. HONORÁRIOS. Não tendo a requerida se desincumbido do ônus de demonstrar de forma cabal e definitiva que o autor solicitou o serviço pelos quais estava sendo cobrado, procedente o pedido de declaração de inexistência de débito. Havendo cobrança indevida de valores na conta telefônica, incide a norma sancionadora do art. 42, parágrafo único, do CDC. Dano moral verificado na medida em que, mesmo depois de diversas reclamações a companhia ré manteve a cobrança de serviços não contratados. Valor da condenação fixado de acordo com as peculiaridades do caso concreto, bem como observada a natureza jurídica da condenação e os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Quantum arbitrado na origem mantido. Honorários advocatícios sucumbenciais majorados, nos termos do artigo 20, § 3º, do CPC. Negaram provimento ao apelo da ré e proveram em parte o do autor. Unânime. (Apelação Cível nº 70027790377, 9ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Tasso Caubi Soares Delabary. j. 05.08.2009, DJ 12.08.2009).

RECURSO INOMINADO. TELEFONIA. NEGATIVA DE CONTRATAÇÃO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA CONTRATAÇÃO QUE ENSEJASSE A COBRANÇA DO DÉBITO. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA, NOS TERMOS DO ART. 14, CDC. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANO MORAL IN RE IPSA CARACTERIZADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 944 DO CÓDIGO CIVIL. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. (Processo nº 0004421-26.2010.805.0274-1, 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais/BA, Rel. Eloisa Matta da Silveira Lopes. unânime, DJe 25.08.2011).

CONSUMIDOR. INDENIZATÓRIA. TELEFONIA. INTERNET. COBRANÇA INDEVIDA, REALIZADA APÓS O CANCELAMENTO. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM MANTIDO. Em razão da inversão do ônus da prova, por se tratar de relação de consumo, cabia à demandada comprovar a origem da cobrança realizada após o cancelamento do serviço, através da juntada de fatura detalhada, que demonstrasse a utilização pela parte autora, ônus do qual não se desincumbiu, garantindo a verossimilhança das alegações iniciais. Dano moral caracterizado, cuja indenização vai mantida, porquanto arbitrado com base nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Multa estabelecida com moderação, não havendo razões para a alteração. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível nº 71002943025, 2ª Turma Recursal Cível dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais/RS, Rel. Fernanda Carravetta Vilande. j. 23.02.2011, DJ 01.03.2011).

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RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. Não provada a contratação do serviço da empresa de telefonia, o julgamento de procedência da ação indenizatória é medida que se impõe. O lançamento de serviços não contratados em conta de telefone, bem como a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário para obtenção de declaração de inexistência de débito, diz com dano moral puro. A indenização não deve ser em valor ínfimo, nem tão elevada que torne desinteressante a própria inexistência do fato. Atendimento às particularidades das circunstâncias do fato e aos precedentes da Câmara, na manutenção de equivalência de valores entre lides de semelhante natureza de fato e de direito. Valor majorado. Responsabilidade civil contratual. Juros de mora incidentes da citação. Apelação desprovida. Sentença mantida. Decisão unânime. (Apelação Cível nº 70029254992, 10ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Jorge Alberto Schreiner Pestana. j. 25.06.2009, DJ 27.07.2009).

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - TELEFONIA - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA - DÉBITO INDEVIDO. Ausência de prova da contratação dos serviços da concessionária. Incidência do Código de Defesa do Consumidor. Responsabilidade da prestadora configurada. Dano moral caracterizado. Indenização devida. Honorários advocatícios fixados nos termos da Lei 1.060/50. Sentença reformada parcialmente apenas para reduzir os honorários advocatícios. Apelação parcialmente provida. (Apelação nº 0009412-37.2009.8.26.0099, 34ª Câmara de Direito Privado do TJSP, Rel. Cristina Zucchi. j. 01.08.2011, DJe 11.08.2011).

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - INDEVIDA NEGATIVAÇÃO DO AUTOR JUNTO AOS CADASTROS RESTRITIVOS DE CRÉDITO - DANO MORAL CONFIGURADO - REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO - DESCABIMENTO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - DECISÃO UNÂNIME. 1. Dano moral configurado em virtude da negativação indevida do nome do requerente. 2. O valor da indenização deve ser fixado de maneira equânime, levando-se em consideração a extensão do dano advindo do ato ilícito e o caráter repressivo da medida. (Apelação Cível nº 2011215824 (14388/2011), 2ª Câmara Cível do TJSE, Rel. Osório de Araújo Ramos Filho. unânime, DJ 21.10.2011)

COBRANÇA INDEVIDA DE SERVIÇOS NÃO REQUERIDOS PELO CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANO MORAL CONFIGURADO. 1. A cobrança de serviços não contratados pelo consumidor, com inscrição negativa, configura-se ato ilícito capaz de ensejar o dever de reparar os prejuízos ocasionados, levando-se em conta a aplicação da teoria da responsabilidade objetiva. 2. Danos morais que decorrem da própria situação, na medida em que a ré deixou de atender ao consumidor de modo eficiente, pois este realizou contatos com a prestadora do serviço, que simplesmente manteve a cobrança indevida, constrangendo-o ao pagamento. Situação que transborda o mero aborrecimento cotidiano. 3. Indenização que vai mantida diante das peculiaridades do caso concreto. 4. Tratando-se de responsabilidade decorrente de relação contratual, os juros legais incidem a partir da citação. Inteligência do art. 405 do Código Civil.

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Correção monetária que também vai mantida. 5. Por fim, à verba honorária, deve ser majorada para 20%, sobre o valor da condenação, pois assim representa remuneração mais compatível com o trabalho desenvolvido pelo causídico, e não destoa dos parâmetros insculpidos no art. 20, § 3º, do CPC. Apelo improvido e recurso adesivo parcialmente provido. (Apelação Cível nº 70026146142, 10ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Luiz Ary Vessini de Lima. j. 18.12.2008, DJ 16.01.2009).

AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. BRASIL TELECOM. COBRANÇA DE SERVIÇOS NÃO CONTRATADOS. Constatado que os serviços nunca foram solicitados, é indevida a cobrança dos mesmos. Dessa forma, a prestadora de serviços deve restituir os valores pagos em dobro. DETALHAMENTO DA CONTA TELEFÔNICA. FALTA DE AMPARO LEGAL OU CONTRATUAL A EMBASAR A PRETENSÃO. Danos morais majorados, considerando as circunstâncias do caso. Honorários majorados, atendendo ao trabalho realizado, nos termos do artigo 20, § 3º, do CPC. Apelo parcialmente provido. Unânime. (Apelação Cível nº 70045118197, 20ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Rubem Duarte. j. 09.11.2011, DJ 17.11.2011).

APELAÇÃO. REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. COBRANÇA INDEVIDA EM CONTA TELEFÔNICA. SERVIÇO BR TURBO. 1. Reconhecida em demanda anterior como indevida a cobrança em fatura telefônica do serviço BR Turbo, cabível a reparação por dano moral, notadamente quando os lançamentos persistiram. 2. Manutenção do quantum reparatório, considerando a saga do autor para obter o cancelamento do serviço, o dúplice caráter reparatório e punitivo, a capacidade econômica da instituição demandada e os parâmetros usuais desta Câmara. 3. Tratando-se de ilícito civil contratual, os juros moratórios são contados da citação. Art. 219 do CPC e 405 do Código Civil. Apelo da ré parcialmente provido. (Apelação Cível nº 70036269629, 12ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Orlando Heemann Júnior. j. 27.10.2011, DJ 31.10.2011).

DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. COBRANÇA POR SERVIÇOS NÃO CONTRATADOS REPETIÇÃO DE INDÉBITO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Não tendo a ré comprovado a contratação do serviço de Internet banda larga cuja cobrança foi exigida da autora, procedem os pedidos de declaração de inexistência de débito e devolução em dobro do indébito. Incidem as disposições do artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor quando se comprova pagamento de fatura indevidamente cobrada. Não configura dano moral situação em que há falha na prestação de serviço sem evidenciar-se qualquer prejuízo, constituindo, por conseguinte, mero transtorno ou aborrecimento. Apelação provida em parte. Decisão unânime. (Apelação Cível nº 70023483456, 10ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Jorge Alberto Schreiner Pestana. j. 18.12.2008, DJ 20.01.2009).

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - TELEFONIA - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA - DÉBITO INDEVIDO. Ausência de prova da contratação dos serviços da concessionária. Incidência do Código de Defesa do Consumidor. Responsabilidade da prestadora configurada. Dano moral caracterizado. Indenização devida. Honorários advocatícios fixados nos termos da Lei

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1.060/50. Sentença reformada parcialmente apenas para reduzir os honorários advocatícios. Apelação parcialmente provida. (Apelação nº 0009412-37.2009.8.26.0099, 34ª Câmara de Direito Privado do TJSP, Rel. Cristina Zucchi. j. 01.08.2011, DJe 11.08.2011).

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - CONTRATO DE TELEFONE CONVENCIONAL - PLANO DE FRANQUIA 400 MINUTOS - ALEGAÇÃO DE COBRANÇA ALÉM DO VALOR PACTUADO E DE SERVIÇO DE INTERNET MEGA TURBO NÃO SOLICITADO PELO CONSUMIDOR - DÉBITO QUESTIONADO PERANTE A RÉ - DEMORA NA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA - EXISTÊNCIA DE DIVERSOS PROTOCOLOS QUE DEMONSTRAM A IRRESIGNAÇÃO DA PARTE - SITUAÇÃO QUE SE CARACTERIZA COMO DESCASO DA CONCESSIONÁRIA NO ATENDIMENTO AO CLIENTE - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE FORMA DEFEITUOSA - DANO MORAL CONFIGURADO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO DO DÉBITO EXCEDENTE - PEDIDO NÃO ACOLHIDO - RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. (Apelação Cível nº 2010.074973-2, 4ª Câmara de Direito Público do TJSC, Rel. José Volpato de Souza. Publ. 16.03.2011).

DA INVERSÃO DO ÔNUS

Havendo reclamação do consumidor acerca da cobrança de ligações não efetuadas e de serviços não autorizados, inverte-se o ônus da prova (art. 6º, VIII, da Lei n. 8.078/90) diante da hipossuficiência daquele ou da verossimilhança da alegação.

A relação jurídica que ora se apresenta é indubitavelmente de consumo, e sendo assim, válido o art. 6º, VIII, da Lei n. 8.078/90, que estabelece como medida para a facilitação da defesa do direito do consumidor, a Pugna pela Inversão do onus probandi.

Destarte, sendo verossímeis os fatos narrados pelos lesados, e sendo estes de difícil comprovação, entende-se suficientemente verossímil o direito de não serem cobrados, sem prova em contrário, por aquilo que afirmam não deverem.

Na lição de João Batista de Almeida:

"para inverter esse quadro francamente desfavorável ao consumidor, o legislador alterou, para as relações de consumo, a regra processual do ônus da prova, atento à circunstância de que o fornecedor está em melhores condições de realizar a prova de fato ligado à sua atividade. Compreensivelmente, limitou-se ao processo civil e às seguintes situações: quando houver verossimilhança nas alegações, a critério do juiz e segundo as regras ordinárias de experiência, ou quando houver comprovação da condição de hipossuficiência do Consumidor." (Manual de direito do consumidor. São Paulo: Saraiva, 2003. página 78)

Requer a inversão do ônus da prova, por tratar-se de relação de consumo, e, adicionalmente, a produção de todos os meios de prova admitidos no direito, em especial o documental, pericial e testemunhal.

DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Dispõe o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 84, § 3º:

Art. 84 – Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou

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determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento.

[...]

§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o Réu.

Viabiliza-se, com a utilização desse dispositivo, a aplicação da tutela inibitória antecipada, valendo-se da expressão utilizada pela doutrina mais abalizada, destinada a impedir a prática de um ilícito ou de impedir a sua continuação ou repetição, evitando a degradação do direito.

A tutela inibitória é uma das mais importantes formas de tutela jurisdicional dos direitos. Isto porque objetiva conservar a integridade do direito, evitando a sua degradação.

Ora, a tutela inibitória, instrumentalizando-se por meio de uma ordem que impõe um não-fazer ou fazer sob pena de multa, volta-se exatamente a evitar a prática, a continuação ou a repetição do ilícito.

A tutela inibitória, como já foi dito, pode ser concedida antecipadamente. Tanto o art. 461 do CPC, quanto o artigo 84 do CDC, permitem "ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o Réu", na "ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer".

Se a Justiça Civil tem aí um papel a desempenhar, ele será necessariamente o de prover no sentido de prevenir ofensas a tais interesses, ou pelo menos fazê-las cessar o mais depressa possível e evitar-lhes repetição.

Nunca o de simplesmente oferecer aos interessados o pífio consolo de uma indenização que de modo nenhum os compensaria adequadamente do prejuízo acaso sofrido, insuscetível de medir-se como metro da pecúnia.

Dessa forma, afigura-se perfeitamente cabível e juridicamente viável a antecipação dos efeitos da tutela, porquanto se fazem presentes seus requisitos autorizadores.

De fato, avulta inquestionável a relevância do fundamento da demanda, porquanto não há qualquer justificativa plausível que justifique a prestação de serviços não solicitados e o risco de ver suspenso o direito de utilização da linha em razão de um débito manifestamente indevido.

No que tange ao receio de ineficácia do provimento final, tal requisito avulta evidente à medida que, a continuar o oferecimento de serviços não solicitados pela Requerente, com a inclusão do respectivo valor nas faturas telefônicas, o prejuízo é manifesto, conforme já amplamente demonstrado.

DOS PEDIDOS

Ante ao exposto e diante dos fatos e documentos que instruem a petição inicial e do elevado saber jurídico de Vossa Excelência, requer:

Requer seja citada a Requerida, por carta com AR, para que conteste, querendo, sob pena de revelia.

O deferimento da Tutela Antecipada, no sentido de que a Requerida se abstenha de cortar a linha telefônica de nº 99860393, da Requerente.

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Caso já tenha efetuado o corte, que restabeleça o fornecimento de sua linha, num prazo máximo de 24 horas;

Efetuada uma determinação judicial de proibição do cadastramento do nome do Requerente junto ao SPC, SERASA, SPI, CADIN e demais órgãos de controle de crédito, enquanto pendente a presente ação, sob pena de aplicação de multa diária sabiamente arbitrada por Vossa Excelência, para o caso de descumprimento, nos termos do art. 461, do CPC;

Caso o nome do Requerente, já tenha sido indevidamente inscrito junto a tais órgãos, seja determinada a exclusão, enquanto pendente a presente ação, sob pena de aplicação de multa diária sabiamente arbitrada por Vossa Excelência, para o caso de descumprimento, nos termos do art. 461, do CPC.

Seja a presente ação recebida e processada e, após, seja declarada, por sentença, a inexistência de relação jurídica que faculte à Requerida cobrar por serviço não solicitado (e mesmo absurdo), nos termos do art. 6º inciso VII e VIII e do artigo 39 incisos III e IV, ambos do Código de Defesa do Consumidor.

Seja determinada à Requerida, como obrigação de não fazer, que se abstenha de cobrar por serviços que não tenha sido efetivamente solicitado, a título de "JOGOS E APLICAÇÕES" sob pena de multa, nos termos do artigo 84, § 4º do Código de Defesa do Consumidor.

Seja condenada _____ S/A, com fundamento no parágrafo único do art. 42 do Código de Defesa do Consumidor, a restituir a Requerente, em dobro, a quantia paga pelos serviços não solicitados com juros e atualização monetária, em valor a ser apurado em liquidação de sentença.

Seja condenada a Requerida a indenizar por danos morais o consumidor ora Requerente, em função da cobrança descabida e abusiva, sem olvidar o caráter pedagógico da indenização para que se desestimule tal atitude irresponsável.

Seja fixada uma multa diária pelo descumprimento do provimento jurisdicional ora suplicado, no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) por dia de atraso no descumprimento, bem como, as cominações legais previstas no art. 330 do Codex Material Penal, se houver a prática de crime de desobediência, até final julgamento da lide que envolve as partes;

A condenação da Requerida em verba indenizatória ao dano moral a ser arbitrada por S. Exa.;

Pugna ainda pela inversão do DA INVERSÃO DO ONUS PROBANDI.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.042,61 tão somente para efeitos procedimentais, uma vez que se trata de causa de valor inestimável.

Termos em que,

Pede deferimento.

____________, ___ de __________ de 20__.

Nome do advogado e nº de inscrição na OAB.

Modelo cedido por Vinícius Mendonça de Britto - Escritório Britto Advocacia