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Jovens e Adultos I 2012 I ALUNO Abraão: amigo de Deus revIstA perIódIcA publIcAdA pelo centro de publIcAções dA IgreJA MetodIstA WesleyAnA rua venância, nº 17 - Xerém, duque de caxias - rJ 25250-589 contato: (21) 2679 1681 I 2791 0827 www.cpimw.com.br www.educacaowesleyana.com.br Bispo Elisiário Alves dos Santos presidente do colégio episcopal e do conselho geral Rev. Geraldo Lúcio Rodrigues Secretário Geral de Educação Cristã Rev. Agnaldo Batista Valadares Presidente CPIMW CONSELHO REDATORIAL Miss. Paulina Faria Albino Gonçalves Coordenação geral Pr. Eli Gonçalves Bastos Revista do professor Luana Marino Revisão Marcelo Ricardo Furtado Projeto gráfico, diagramação e capa DRQ Impressão

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Jovens e Adultos I 2012 I ALUNO

Abraão: amigo de Deus

revIstA perIódIcA publIcAdA pelo centro de publIcAções dA IgreJA MetodIstA WesleyAnA

rua venância, nº 17 - Xerém, duque de caxias - rJ 25250-589contato: (21) 2679 1681 I 2791 0827

www.cpimw.com.br

www.educacaowesleyana.com.br

Bispo Elisiário Alves dos Santospresidente do colégio episcopal e do conselho geral

Rev. Geraldo Lúcio RodriguesSecretário Geral de Educação Cristã

Rev. Agnaldo Batista ValadaresPresidente CPIMW

CONSELHO REDATORIAL

Miss. Paulina Faria Albino GonçalvesCoordenação geral

Pr. Eli Gonçalves BastosRevista do professor

Luana Marino Revisão

Marcelo Ricardo Furtado Projeto gráfico, diagramação e capa

DRQImpressão

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oria

l Não é sem razão que os judeus, no NT, orgulhavam-se de serem “filhos de Abraão” (Mt 3:9; Jo 8:33, 39). E, de igual modo, não é sem razão que tanto João Batista como

Jesus, e depois o apóstolo Paulo, condenaram este or-gulho racial, denunciando a insuficiência desta herança genética e do selo da circuncisão como fundamentos para aceitação divina. São aqueles que creem em Deus os chamados verdadeiros “filhos de Abraão” (Rm 4:11), sejam estes da circuncisão ou não. Porque tanto a filia-ção como a justiça de Deus vêm mediante a fé.

Ser filho é ser herdeiro, e isto implica não apenas a herança material, os bens, mas, primeiramente, é a posse de uma identidade hereditária. O filho identifica-se com aquele do qual foi gerado, tendo a mesma natureza dele. Por isso, justifica-se a denúncia do Senhor Jesus aos que se diziam filhos de Abraão: “Se vocês fossem filhos de Abraão, fariam as obras de Abraão. Mas agora, procu-rais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto... Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se” (Jo 8:39, 40, 56). Foi pela fé na Palavra do Senhor que Abraão foi declarado “justo”, porque sua fé lhe foi impu-tada por justiça (Gn 15:6). E é esta fé sua maior herança para os cristãos em todos os tempos.

Chega às nossas mãos uma revista que tem a vida e a história de Abraão por objeto de reflexão. Porém, o autor, Pr. Carlos Roberto Coutinho Romolo, mais do que nos fazer conhecer a história vai provocar nossa reflexão para que vejamos se as nossas pegadas seguem o rumo deixado por este nosso pai da fé. Com uma abordagem simples, porém profunda, grande riqueza de detalhes e fartas referencias bibliográficas, este autor caminhará conosco pelas paginas do Gênesis na trajetória dos acon-tecimentos que marcaram a vida do patriarca Abraão, a fim de nos mostrar o que é uma verdadeira fé em Deus.

Possa o Espírito Santo fecundar cada lição em nossa alma, imprimindo em nossos corações as marcas deli-neadoras dos verdadeiros filhos de Deus – aqueles que se-riam gerados por Jesus Cristo, a descendência prometida a Abraão. São estes que vão abençoar as nações da terra.

Miss. Paulina Faria Albino Gonçalves

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índice

Pastor da Igreja Metodista Wesleyana em Casa de Pedra (6ª Região); formado em Bacharel em Teologia e em Engenharia Civil; casado com Adélia Mara e pai de Daniel Vasti Romolo.

COMENTARISTA IIII REV. CARLOS ROBERTO COUTINHO ROMOLO

LIÇÃO 13

LIÇÃO 1

LIÇÃO 2

LIÇÃO 3

LIÇÃO 4

LIÇÃO 5

LIÇÃO 6

LIÇÃO 7

LIÇÃO 8

LIÇÃO 9

LIÇÃO 10

LIÇÃO 11

LIÇÃO 12

ABRAÃO, AMIGO DE DEUS IIII 4

ABRAÃO E SEU CHAMADO IIII 10

ABRAÃO E SEUS ATALHOS IIII 16

ABRAÃO E MELQUISEDEQUE IIII 23

A SEPARAÇÃO DE ABRAÃO E LÓ IIII 28

ABRAÃO E AS ALIANÇAS IIII 34

ABRAÃO E A VISITA DE DEUS IIII 41

O VALOR DA INTERCESSÃO IIII 46

O LIVRAMENTO DE LÓ IIII 53

ABRAÃO E SEUS FILHOS IIII 59

A ENTREGA DE ISAQUE IIII 66

O CASAMENTO DE ISAQUE IIII 72

PANORAMA DA VIDA DE ABRAÃO IIII 78

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LIÇÃO 1

ABRAÃO, AMIGO DE DEUS

72 3 45 6Gl 3:7-9 Gl 3:14-18 Gl 3:29 Tg 2:23

Hb 11:8 Is 41.82 33ª3 44ª455ª5 6ª 76ª7º

E se cumpriu a Es-critura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus (Tg 2:23).

Aprender lições valiosas sobre a vida de Abrão: suas promessas, perseverança e sua vida de fé e obediência a Deus.

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Tg 2:21-23Leitura

Devocional

Poderia um homem se tornar “amigo de Deus”? É exatamente assim que a Escritura adjetiva o patriarca Abraão: amigo de Deus (Tg 2:23, Is 41:8). Um morador de um lo-cal chamado Ur dos caldeus (uma das mais fabulosas cidades do mundo antigo), criador de gado, foi escolhido pelo Senhor para se tornar o fundador do que mais tarde seria chamada de nação judaica ou simplesmen-te Israel. Seu nome inicialmente era Abrão (que significa: O pai é engrandecido, exalta-do). É chamado por esse nome na Bíblia de Gn 11:26 a Gn 17:5. Na sua caminhada em obediência, teve seu nome mudado por Deus para Abraão (pai de uma multidão – Em Gn 17:5). É de todos os patriarcas o que possui o maior registro na Bíblia. Encontramos a histó-ria deste patriarca em Gênesis, nos capítulos 11 a 25, com menções em Ex 2:24, Mt 1:1, Lc 3:34, At 7:2-8, Rm 4, Gl 3:6-9, Hb 7:1-11. Seu ponto forte foi a sua fé, que o levou a uma plena vida de obediência.

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Abraão ouviu de Deus uma pro-messa: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3) e creu firmemente. Louvamos a Deus por-que essas promessas se cumpriram plena e fielmente em Cristo (Gl 3:8,9,14,16).

Abraão viveu como nômade em tendas por quase 100 anos. La-wrence O. Richards diz que Abraão trocou a desvanecente glória deste mundo por um relacionamento pessoal com Deus e ganhou fama imortal. Hoje ele é reverenciado por adeptos de três grandes religiões mundiais: judaísmo, islamismo e cristianismo. O Antigo Testamento reconhece-o como patriarca do povo escolhido por Deus, os judeus. E no Novo Testamento ele é dignificado como o pai espiritual de todos que “andam nas pisadas daquela fé de Abraão, nosso pai” (Rm 4:12).

Abraão não foi um ser humano perfeito. Existi-ram alguns mo-mentos em que ele titubeou:

a) Levando L ó c o n s i g o , quando a pro-messa era ape-

nas para sua família imediata (Gn 12:4). Isso ocasionou para ele uma separação dolorosa mais tarde (Gn 13:1-11) e acabou envolvendo-o também em uma guerra (Gn 14).

b) Mentindo duas vezes ao afir-mar que Sarai era apenas sua irmã diante de Faraó do Egito (Gn 12) e de Abimeleque (Gn 20), quase com-

prometendo a promessa de Deus e a integridade de sua esposa;

c) Cedendo à sugestão de Sarai, sua esposa, para que tivesse filho com uma escrava, nascendo deste relacionamento seu filho Ismael (Gn 16).

Apesar disto vemos que o cará-ter de Abraão foi forjado por Deus. O Se-nhor usou todas as experiências, boas ou ruins, de Abraão para

trabalhar na vida deste patriarca. Aprendemos com Abraão que mesmo em nossos erros, Deus está operando para o nosso bem, trans-formando-nos a cada dia em alguém segundo o Seu propósito (Rm 8:28). Sua graça é maior que nosso pecado.

O autor de Hebreus afirma que pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia (Hb 11:8). Abraão nos surpreende pela sua atitude obediente. Não vemos em nenhum momento o patriarca questionar os desígnios divinos, ou entrar numa crise de fé em relação à existência de Deus. Ao reafirmar sua promessa, Deus diz para Abraão olhar para o

1 UM HOMEM DE FÉ E OBEDIÊNCIA

DESVANECENTEAquilo que é dissi-pado, extinguido, apagado.

TITUBEARFicar em estado de irresolução, incer-teza, perplexidade; hesitar, vacilar.

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céu e contar as estrelas, como se isto fosse possível. Deus também lhe disse que da mesma maneira, a posteridade deste patriarca seria numerosa. O mais interessante foi que não precisou de mais nada para que Abraão cresse; não precisou do Senhor ter de usar outros meios ou fazer milagres, mas bastou mostrar o que já existia (as estrelas). Abraão creu na íntegra Palavra de Deus. Ele creu e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15:5,6; Rm 4:3; Gl 3:6).

Elienai Ca-bral destaca que ao longo de sua vida Abraão obe-deceu a Deus. Mesmo quando seus familiares dificultaram seu caminho de fé, ele não desistiu. O ponto destacado de sua obediência é que obedeceu a Deus sem questionar coisa alguma. O segredo da fé está na visão do invisível. Por isso, quem a possui, sabe obedecer, e Abraão foi um exemplo.

A Bíblia de Aplicação Pessoal afirma que a resolução firme de obedecer e seguir a Deus resultou no desenvolvimento da nação que seria usada por Deus ao visitar Ele próprio a terra. Quando Jesus veio ao mundo, a promessa de Deus foi cumprida; através de Abraão, o mun-do inteiro foi abençoado. (3)

Nada tirou Abraão do seu caminho – nada, nem mesmos seus próprios fracassos! Por exemplo, depois de sua falha no Egito (Gn 12:10-20), não se limitou a voltar para a terra de Canaã: retornou especificamente para o lugar onde começara (Gn 13:3), de regresso até onde tinha certeza de que estivera na estrada da fé. Todo o ciclo de sua vida está dentro de três parâmetros: obedecer a Palavra de

Deus, retornar à Palavra de Deus e esperar a Palavra de Deus. É isso que define fé. Isto é vida de fé. (4)

Caio Fábio nos mostra grandezas de caráter na vida de Abraão: a) Ge-nerosidade: Abraão abriu mão de sua primazia deixando Ló escolher para onde queria ir. E só depois da escolha do sobrinho é que fez a sua; b) Valentia: Em Gn 14:14 temos a

2 UM HOMEM DE CARÁTER

TODO O CICLO DE SUA VIDA ESTÁ DENTRO DE TRÊS PARÂMETROS: OBE-DECER A PALAVRA DE DEUS, RETORNAR À PALAVRA DE DEUS E ESPERAR A PALAVRA DE DEUS. É ISSO QUE DEFI-NE FÉ. ISTO É VIDA DE FÉ.

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informação de que quando ele sou-be que seu sobrinho Ló fora levado cativo, assim que ouviu tal notícia, Abraão preparou os homens de sua casa e armou-os para irem à luta; c) Honestidade: Abraão foi meti-culosamente honesto em assuntos financeiros. Em Gn 14:20, diz-se que ele entregou o dízimo com meticulosidade. Ainda em Gn 14:21-24, afirma-se que ele não quis ficar com nenhum bem que não fosse adquirido por si próprio, por temer que outros dissessem: “Eu enriqueci a Abraão”; d) Meticulosidade: Em Gn 23:7-18, Abraão nos ensina por meio de sua atitude que não quis dever nada a ninguém, mesmo quan-do lhe quiseram dar alguma coisa absolutamente gratuita. Ele teve uma crise no coração e temeu que alguém, em algum dia, reclamasse e reivindicasse aquilo que havia sido dado, de modo que Abraão resolve pagar por tudo aquilo que quer ter; e) Sacrifícios: Abraão é capaz de sacrifícios inomináveis, como os que

são descritos em Gn 22:1-19, quan-do Deus o prova, fazendo levar seu filho – o filho da promessa ao altar – para sacrificá-lo diante de Deus; Ao ver a fé de Abraão, o Senhor o impede de praticar tal ato. (5)

Deus chamou Abraão e lhe fez promessas. O patriarca caminhou então pela fé, crendo na Palavra de Deus. Na vida do cristão acontece da mesma maneira. Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2:8, 9) e recebemos o convite de “viver pela fé” (Hb 2:4; Rm 1:17; 2 Co 5:7; Hb 11:6 etc). Não andamos baseado em emoções e sentimentos (apesar de não desprezarmos o emocional), mas sabemos que devemos andar a cada dia nas promessas Daquele

que começou a boa obra em nossas vidas. Nele todas as promessas irão se cumprir (Fp 1:6).

Era necessá-rio que Abraão a p r e n d e s s e a confiar em

Deus, por isso ele passou pela “escola da provação da fé” (ver Rm 5:3-5, por exemplo). O Senhor usou como ins-trumento para ajudar a fé de Abraão:

3 UM HOMEM COM PROMESSAS E ALIANÇAS

METICULOSOQue tem escrúpu-los; preso a deta-lhes, a pormenores; minucioso; que demonstra cautela, precaução; cuida-doso, cauteloso.

Aplicação prática

1Verifique se em sua vida existem áreas nas quais você

precisa esperar em Deus. Busque nas Escrituras qual a Palavra que o Senhor deu acerca desta área específica e decida esperar nesta Palavra.

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as Suas promessas, as várias aparições divinas e as provas (chamado para um lugar desconhecido – Gn 12:1-9, fome – Gn 12:10-20, contenda entre pastores – Gn13 etc).

Paul Gardner afirma que a promes-sa de Deus a Abraão cobre quatro categorias: pessoal (Gn 17:4, 5), doméstica (Gn 17:6), espiritual (Gn 17:7) e territorial (Gn 17:8) e é selada com o sinal da aliança da circuncisão (Gn 17:10-14). Ver Gn 17: 1-14. (6)

A aliança com Abraão, começada em Gn 12:1-3 e confirmada em Gn 13:14-17 e Gn 15:4-5, 17, 18, tem sete partes distintas: a) Farei de ti uma grande nação (Gn 12:2): Em um sentido natural e espiritual; b) Abençoar-te-ei: Em dois sentidos, materialmente (Gn 13:14, 15, 17) e espiritualmente (Gn 15:6 e Jo 8:56); c) Engrandecerei o teu nome (Gn 12:2): Abraão torna-se um dos nomes universais. d) Tu serás uma bênção (Gl 3:13, 17); e) Abençoarei os que te abençoarem (Gn 12:3); f) Amal-diçoarei os que te amaldiçoarem: Até hoje costuma ir mal a nação que persegue os Judeus; g) Por meio de ti serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12:3): Está é a grande promessa evangélica, cumprida na descendência de Abrão, personificada em Cristo (Jo 8:56-58; Gl 3:16). (7)

Champlin afirma que os propósi-tos do pacto Abraâmico foram: a) Dar ao povo escolhido uma terra; b) Originar uma nação espiritual; c) Fornecer bênçãos espirituais; d) Su-prir bênção espiritual e material para

todos os povos; e) Preparar para a chegada do Messias; f) Dar uma base para todos os outros pactos. (8)

O autor de Hebreus ainda pros-segue acerca de Abraão: “E assim, depois de esperar com paciência, ob-teve Abraão a promessa” (Hb 6.15). Abraão nunca voltou atrás em rela-ção ao chamado de Deus para sair de sua terra e da casa de seus pais; ainda que existam alguns atalhos em sua vida, não vemos de nenhuma maneira Abraão voltar derrotado a Ur. Abraão definitivamente não olhou para trás.

Uma das características marcan-tes de Abraão foi a sua perseverança. Ele não enfraqueceu na fé, embora olhasse para si e percebesse a reali-dade de seu corpo amortecido, sen-do já de cem anos e a idade avançada de Sara. O patriarca não duvidou por incredulidade da promessa de Deus, mas pela fé se fortaleceu em atitude de gratidão, crendo que Deus era poderoso para cumprir as suas pro-messas. Esse ato foi imputado por Deus para justiça de Abrão. (Rm 4:18-22; Hb 11:11). Uma das mais marcantes prova da perseverança de Abrão foi à espera de 25 anos por seu filho da promessa: Isaque.

Abraão foi chamado e saiu ca-minhando com Deus (Gn 15:6) e

4 UM HOMEM DE PERSEVERANÇA

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Abraão alcançou o alvo combatendo o bom combate e perseverando até o fim (Gn 25:18).

Quando estudamos a vida deste patriarca, percebemos quão rica é sua história, e quão plena de ensinos preciosos para nós, seus filhos na fé. Vimos que Abraão teve fé e foi cha-mado amigo de Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxi-ma de Deus creia que ele existe e que se torne galardoador dos que o buscam (Hb 11:6). Amigos de verdade con-fiam na palavra um do outro. Abraão creu no seu chamado e muito mais, praticou a obediência com atitudes. A fé de Abraão agradou a Deus.

Abraão também foi pai de nume-rosas nações. O Israel étnico atra-vés do filho prometido, Isaque; os Ismaelitas (Gn 17:20; Gn 21:13, Gn 25:12-18); os edomitas (Gn 25:23; Gn 36:1-43) e seus descendentes de Quetura (Gn 25:1-4). Porém, esta promessa encontra seu cumprimen-to final na multidão de cada tribo, língua e nação que compartilha com Abraão a mesma fé e são batizados em Jesus Cristo (Rm 4:16, 17; Rm 15:8-12; Gl 3:29; Ap 7:9). (9)

Abraão nos ensina que vale a pena esperar em Deus. Imagine-mos a alegria de Abraão ao pegar no colo seu filho tão desejado e esperado... O nascimento de Isa-que de certa forma se torna um memorial, uma prova viva de que Deus é fiel em todas as suas pro-messas. Sim, vale a pena esperar e confiar no Senhor!

A) Quais foram as grandezas de caráter na vida de Abraão?

B) Quais foram os propósitos do pacto Abraâmico?

Fixação de aprendizagemFixação de aprendizagem

! CONCLUSÃO! CONCLUSÃO