abort amen to
TRANSCRIPT
ABORTAMENTO
É abortamento a expulsão do ovo antes de 22 semanas de gestação ou com o concepto
pesando <500g. O abortamento pode ser espontâneo ou provocado.
INCIDÊNCIA
A gravidez humana é processo deficiente porque 70% das concepções deixam de atingir a
viabilidade, com taxa estimada de perdas de 50% antes da próxima falha menstrual. Do ponto
de vista clinico de 10 a 15% das gestações terminam espontaneamente no 1º trimestre ou
inicio do 2º.
ETIOLOGIA
A grande maioria dos casos de abortamento espontâneo esporádico é determinada por
cromossomopatias, responsáveis por 50% - 60% das interrupções havidas ate 15 semanas de
gravidez . as trissomias são as formas mais comuns das anomalias cromossomiais em material
de aborto esponataneo .
Qualquer doença materna grave ou traumatismo, pode levar ao abortamento. As intoxicações
somente provocam depois de lesar inteirinamente o organismo da mãe.
O disendocrinismo observado antes da interrupção e as lesões placentárias descritas pelo
patologista são , a trecheio, conseqüência e não causa de abortamento.
Patogenicamente, o primeiro evento que leva ao sangramento é a hemorragia na decídua
basal, com posterior necrose tecidual: atua como foco irritante e estimula as contrações
miometriais que determinam maios deslocamento placentário.
FORMAS CLINÍCAS
São formas clinicas do abortamento
Abortamento inevitável
Abortamento completo
Abortamento incopleto
Abortamento infectado
Abortamento retiod
Abortamento habitual
A ameaça de abortamento refere-se a gravidez clinicamente possível acompanhada de
sangramento vaginal de origem intra-uterina, decorrente, pelo geral de hematoma
subcorionico após deslocamento parcial da placenta.
O diagnostico do abortamento inevitável é estabelecido quando o sangramento ocorre através
do orifício interno do colo dilatado, especialmente se acompanhado de liquido amniótico após
a totura das membranas.
Abortamento incompleto significa alguma parte do concepto ou da placenta foi expulsa, mas
não a sua totalidade, o que ocorre no abortamento completo.
Abortamento retido revela morte fetal sem a sua expulsão, habitualmente ausente de
sangramento vaginal.
AMEAÇA DO ABORTAMENTO
Quadro Clinico
Consiste, fundamentalmente, em:
Hemorragia traduzindo anomalia decidual ou deslocamento do ovo.
Dor, sinal de contração uterina.
A METRORRAGIA é o elemento mais comum, habitualmente o primeiro a revelar distúrbios
na evolução da gravidez.
Nem sua quantidade ou aspecto, nem a seqüência de perda hemática, permitem o diagnostico
diferencial e o prognostico. De regra o fluxo sanguíneo na fase de ameaça é menor do que na
interrupção inevitável. Consideram-se mais sérios os sangramentos precoces de longa
duração, escuros, tipo borra de café.
As DORES precedem acompanham, geralmente sucedem a hemorragia. São provocadas pelas
metrossistoles, fugazes, intermitentes. As com trações regulares, semelhando as dos trabalhos
parturientes, espelham processo irreversível.
Deve ser lembrado que o abortamento, muitas vezes, é precedido, pela morte do embrião, e as
perdas sanguíneos e as cólicas antes de constituírem ameaçam anunciam interrupção
inevitável.
EXAME FISICO confirma, exceto nas primeiras semanas, a presença de uttero aumentando,
cujo volume é proporcionado a data de amenorréia. Habitualmente, o toque nada esclarece,
pois não existem modificações cervicais.
ULTRA SOM E ABORTAMENTO
Na gravidez inicial não ocorre fluxo sanguineo interviloso ate o fim do 1º trimestre,
aproximadamente 10 semanas de gestação.
Por volta de 10 semanas, os tampões começam a se dissipar. Assim , se esses tampões
previnem o fluxo continuo de sangue materno para o espaço interviloso na gravidez inicial
normal, a placenta humana não pode ser considerada verdadeiramente hemocorial ate o fim
do 1º trimestre.
Conclui-se da arquitetura peculiar da placenta no 1º trimestre que na gravidez normal há
limitação da exposição fetal ao estresse oxidativo, mantendo a atividade respiratória ao
indispensável para o desenvolvimento.
FLUXO INTERVILOSO NO ABORTAMENTO
Na ameaça de abortamento os sintomas decorrem de hemorragia subcoronica existente nas
áreas periféricas onde está presente o fluxo interviloso. Nos abortamento inevitáveis, todavia,
o fluxo é bastante comum nas áreas centrais da placenta.
Há evidência anatômica substancial que a maioria dos casos de complicações na gravidez,
decorre do defeito da invasão trofoblástica inicial e sua incapacidade de converter as artérias
espiraladas em vasos de baixa-resistência. Em cerca de 2/3 dos casos de abortamento há
placentação defeituosa. Isto é associado com início prematuro da circulação materna por toda
a placenta na maioria dos casos de abortamento.
É provável que se o sangramento ocorrer na área central da placenta, pode resultar na
separação da placenta e subseqüente abortamento.
DIAGNÓSTICO DO ABORTAMENTO
O uso do ultra-som transvaginal revolucionou o diagnostico e o tratamento de problemas da
gravidez inicial.
O saco gestacional é visualizado tão cedo quanto 4,5 semanas de gravidez, quando atinge
tamanho de 2-4 mm no seu diâmetro médio. Na gravidez normal, entre 5 e 6 semanas no SG
cresce 1 mm dia.
O comprimento cabeça-nádega ainda é o principal referencial para avaliar a idade da gravidez
no 1º trimestre. Se o CCN se desenvolve até 5mm, a perda subseqüente é de 7,2% as taxas
decrescem para 3,3% so o CCN atingir 6-10 mm e 0,5% para embriões >10mm.
A vesícula vitelina é a primeira estrutura a ser visualizada no SG, antes mesmo do embrião no
inicio da 5ª semana, quando o SG atinge 10mm de diâmetro. O valor preditivo da medida da
VV em avaliar o prognostico é limitado.
A atividade cardíaca fetal é a primeira prova de vitabilidade documentada pelo ultra-som
transvaginal, tão cedo quanto 5 semanas de gravidez.
O hematoma intra-uterino é área enecóica, em forma de crescente entre a membrana
coriônica, e o miométrico. O sangramento vaginal muito cedo na gravidez, antes de 6
semanas, usualmente não está relacionado ao abortamento. Ao reves , sintomas de ameaça de
abortamento 7-12 semanas, semanas, mesmo na presença de bcf estão associados a taxa de
abortamento 5-10% antes de 14 semanas e a complicação tardias da gravidez
TRATAMENTO
1. Solicitar repouso relativo. Não tem fundamento trasformar a vida da gestante com a
obrigatoriedade de acamar-se
2. Proibição do coito, enquanto perdurar a ameaça
3. Procurar tranqüilizar a enferma, sem contudo exibir demasiado otimismo, consumada
a interrupção mostra não haver, pelo geral, tendência a repetição
4. Nas pacientes com cólicas, administrar substancias antiespasmodicas e analgésicas.
5. O ponto mais controverso: hormônios. Não mais indicamos.
ABORTAMENTO INEVITÁVEL
QUADRO CLINICO
Nas amenorréias de curta duração, pequeno o ovo, pode o processo ser confundido com a
menstruação, dela a ser diferenciado pela maior quantidade de sangue, ao exame do material
eliminado, pelo encontro de embriao e da relação decidual. Raro é esse mecanismo após a oito
semanas. De oito semanas em diante o processo de abortamento adquiere, progressivamente,
as características do trabalho de parto.
O diagnostico não oferece dificuldades, o episodio é quase sempre preecedido por período de
ameaça de abortamento, excepcionalmente manifestar-se, por primeira vez, no estádio de
iminente expulsão.
As hemorragias são por via de regra, mais abundantes que as da fase de ameaça, é o sangue
cor viva.
TRATAMENTO
A conduta depende da idade da gravidez.
1. Ate 12 semanas só procedimentos de escolha a dilatação seguida de aspiração a vácuo
ou de curetagem
2. Após 12 semanas em diante asta o ovo muito desenvolvido e volumosa a cavidade
uterina, finas e moles suas paredes, o esvaziamento instrumental torna-se perigoso, a
expulsão é acelerada pela administração de ocitocina em grandes doses: perfusão
venosa de solução de 10 unidades em 500ml de soluto glicosado ou misoprostol por
via vaginal, 400 ug a cada 4 horas. Eliminado o ovo, espontaneamente, e se a expulsão
não foi completa, é o remanescente extraído com pinça adequada. Somente no útero,
após a eliminação da maior parte do ovo, faz-se a aspiração a vácuo ou a curetagem.
O material de abortamento de ser enviado para estudo histopatológico.
ABORTAMENTO COMPLETO
Epílogo freqüente ate oito semanas de gestação, supõe-se o bortamento completo quando após
a expulsão do ovo, cessam as cólicas e o sangramento reduz-se a perdas muito discretas. Só as
evolução do caso confirma o diagnostico.
ULTRA-SONOGRAFIA
Útero vazio indicação certa do abortamento completo. Ecos intra-uterinos centrais e escassos
ou moderados podem apresentar coágulos sanguineos, decídua, glândulas endometriais,
miontéricas e placental. Usualmente envolvem satisfatoriamente e não necessitam
esvaziamento cirúrgico.
ABORTAMENTO INCOMPLETO
Descreve-se, sob a rubrica a eliminação parcial do ovo, causa de hemorragia e terreno
propicio a infecção.
O abortamento incompleto é muito comum após oito semanas de gestação, quando as
vilosidades coriônicas ficam aderidas ao útero.
O sangramento não cessa, é interminante, pode ser intenso e ocorre porque os restos ovulares
impedem a contração uterina adequada.
A história revela expulsão de massa carnosa, geralmente identificada. Somente nos
abortamento tardios sabe paciente distinguir páreas e concepto e informa eliminação
exclusivade um deles, geralmente o segundo. Nas interropçoes de prenhez incipiente, o ovo é
confundido com os coágulos que acompanham a hemorragia.
O útero amolecido tem volume aumentado, mas o escoamento de liquido amniótico é
comumente a eliminação do concepto reduzem-lhe as dimensões, que não são as previstas
pela idade da gravidez.
TRATAMENTO
Para o abortamento incompleto o tratamento expectante ou médico é satisfatório em 80-95%
dos casos. É o cirúrgico a aspiração a vácuo ou a curetagem.