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ABORDAGEM SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS NO RIO UNA – MORROS / MA

Silvia Letícia Nassar Pires Moraes1; Kátia Regina Nascimento Barros1, Noel Ribeiro Barbosa1

Marcio Rogério Nassar Pires1, Osmar Lima Amaral Jr.1, Eliel de Jesus Barbosa Araújo Viana1

Nazaré do Socorro Lemos Silva Vasconcelos2, Francisco Raimundo Silva de Sousa2

1 Licenciados em Química pelo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – São Luis-MA

e-mail: ndsocorr@yahoo.com.br 1.INTRODUÇÃO

Neste trabalho realizou-se uma análise sobre os principais impactos sócio-ambientais que vem ocorrendo nas áreas do rio Una em Morros – MA. A partir de uma pesquisa feita entre a comunidade local, donos de bares e turistas e com observação no local foi possível detectar alguns dos problemas ocorridos no local, dentre eles a ocupação desordenada e acúmulo de lixo nas margens do rio. Problemas estes que podem prejudicar a população de forma irreversível, pois este rio é utilizado para o abastecimento e consumo geral dos morruenses.

Com a divulgação da cidade de Morros através das toadas do Bumba-meu-boi e com a construção da MA 402-Translitorânea, o rio Una passou a ser um ponto turístico da região do Munim atraindo centenas de pessoas nos finais de semana e feriados sem ter qualquer estrutura sanitária e ambiental para estes eventos (TROVÃO, 2002).

O turismo se mal organizado pode gerar impactos irreversíveis onde esteja acontecendo, o meio ambiente passa a ser alterado para que a atividade possa acontecer, o lucro vislumbrado com o negócio passa a ser considerado por muitos como o aspecto mais importante, quando o primordial deveria ser a análise dos impactos causados ao ambiente em função da atividade em um curto ou longo período de tempo (GONÇALVES, 2004).

De acordo com Ferreti (2002, p.54) "..é impossível desenvolver alguma atividade no ambiente sem degradá-lo." Essa posição é defendida pela maioria dos ecologistas. Com efeito, produção e contaminação ambiental são indissociáveis: a solução reside em como planejar a atividade produtora para que se minimize o efeito negativo no ambiente.

A educação ambiental tem sido definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade (BARROS, 2008) e a educação ambiental não formal refere-se às ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade e à sua participação na defesa da qualidade do meio ambiente (PCN’s, 1997)

Palavras – chave: Impacto ambiental; Lixo; Rio Una.

2.METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi feita uma análise da área do Rio Una, observando-se os principais problemas nas margens e leito do rio. A pesquisa foi feita junto aos moradores da cidade, os turistas e os donos de bares, com questionários e entrevistas. As respostas foram avaliadas e a partir destes resultados foram realizadas algumas ações de sensibilização ambiental para o uso sustentável deste recurso. Uma destas ações foi a distribuição de panfletos educativos contendo informações sobre o rio Una. 3.RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 1 mostra o lixo encontrado nas margens do rio, situação encontrada normalmente no dia a dia, mas que é agravada nos finais de semana e feriados quando a visita ao rio é mais intensa. O destino do lixo produzido não é apropriado, o mesmo é disposto nas margens do rio ou no interior das matas ciliares. Na Figura 1A, verifica-se que o lixo é composto principalmente por plásticos: copos, pratos, colheres descartáveis; sacolas e garrafas. Também latas e os restos de comida se misturam a estes materiais atraindo roedores e insetos para o local. Na Figura 1B pode-se observar o lixo queimado, uma prática para tentar reduzir o volume dos resíduos, o que só agrava os problemas de poluição no local.

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Figura 1. A) Lixo as margens do rio Una em Morros –MA B) Lixo queimado nas margens do rio

Quinze (15) turistas foram entrevistados e quando perguntados se eles consideravam que o grande número de visitantes causava problemas ambientais ao rio Una, 60% responderam que SIM, alegando que quanto maior o número de pessoas maior a quantidade de lixo, além de deixar a água imprópria para o consumo. Os outros 40% disseram que quando visitavam o rio só pensavam em lazer e não em poluir o rio.

Quando perguntados sobre o descarte do lixo nas proximidades do rio, todos os entrevistados responderam que não encontravam lixeiras no local e não tinham o hábito de retornarem com seus lixos. Além disso, declararam que não se preocupavam com a limpeza do local porque “nem os próprios moradores zelam” e também porque não se davam conta desse perigo para o rio Una.

Também é comum o turista levar alimentos para o seu lazer no rio. Eles alegam levar sua própria comida por questões higiênicas e pela má qualidade da comida servida nos bares próximos ao rio, além disso, por ser mais barato do que as comercializadas no local.

Os visitantes normalmente chegam em grupos de amigos e familiares, assim a quantidade de resíduo sólido produzida tende a ser maior e normalmente é abandonada no local, disposta dentro das matas ciliares e no rio pelos próprios donos de bares, visitantes e população. Este lixo acaba retornando para o leito do rio por ação do homem ou por reação da natureza.

Algumas ações propostas pelos próprios visitantes podem ser vistas na Figura 2. Verifica-se que as opiniões são dividas entre educação ambiental e controle no local, até mesmo com criação de novas leis e redução no acesso ao rio.

Ações para reversões dos impactos ambientais

30%

20%25%

25%

Palestras c/ visitantes

Redução nº de visitantes

Criação de leis

Monitoramento da área

Figura 2. Sugestões dos visitantes quanto às ações para reversão dos impactos ambientais no rio Una em Morros-MA.

A Figura 3 mostra os resultados da entrevista com 20 comerciantes sobre os impactos

percebidos no rio, nesta a maioria afirmou que a retirada da mata ciliar era o problema intensificado nos últimos anos pelas construções de bares e casas nas margens do rio, o que levava ao

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assoreamento, como confirmaram outros moradores e 15% declararam que estas agressões eram percebidas com o acúmulo de lixo nas margens do rio (como foi observado na Figura 1).

Impactos Ambientais causados no rio Una

60%

15%

25%

Retirada da mata ciliar

Assoreamento

Acúmulo de lixo

Figura 3. Impactos ambientais no rio Una segundo os moradores da cidade de Morros

Entretanto, quando perguntados quais impactos ambientais os seus empreendimentos provocavam no local, 55% afirmaram ser o acúmulo de lixo, contrário ao que foi declarado quanto aos impactos percebidos no local. 25% declararam ser o assoreamento e 20% disseram que a retirada da mata ciliar, pois era constante a retirada dos vegetais para a construção de novos empreendimentos. Esta última, também diferente do que foi declarado sobre os problemas ambientais percebidos no local.

Os donos de bares localizados nas margens do rio Una também foram entrevistas e quando perguntados sobre as alterações observadas no seu entorno todos afirmaram ser o desmatamento, assoreamento e construções desordenadas. 90% alegaram ter fixado o bar na margem do rio por falta de um emprego, mas afirmaram também não pensarem nos danos que o seu empreendimento poderia causar ao rio.

Quanto ao destino do lixo produzido pelos freqüentadores do local, todos os entrevistados afirmaram ser o despejo a céu aberto na mata ciliar ou a queima nestes locais depositados. Nos bares não há saneamento básico, os banheiros (Figura 4) são improvisados construídos de madeira e cercados de palhas de palmeira. Os detritos ficam expostos sobre o solo e no período chuvoso o problema aumenta, pois os dejetos são arrastados para o leito do rio ou se infiltram no solo arenoso da localidade podendo alcançar o lençol freático.

Figura 4. Banheiro improvisado às margens do rio Una em Morros-MA

Entretanto, 70% dos donos de bares afirmam que os turistas são os que mais poluem o rio e

30% consideram que os próprios moradores causam a degradação do rio. Apesar disto, todos concordam que não existe infraestrutura no local para a manutenção de bares.

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4. CONSIDERAÇOES FINAIS A partir da pesquisa desenvolvida verificou-se que os visitantes, donos de bares e população morruense tem conhecimento dos problemas ambientais apresentados no entorno do rio Una. E acreditam que as transformações visíveis no rio, em função das ações antrópicas, serão revertidas com a aplicação de leis contra crimes ambientais e cobrança pelo uso do rio, redução do número de visitantes no local e monitoramento da área. Além disso, acreditam que palestras educativas para visitantes, moradores e comerciantes ajudaria na redução dos impactos. Das entrevistas realizadas, algumas sugestões foram apresentadas como solução para os problemas identificados no local. Dentre elas: Realização de atividades de sensibilização ambiental nas escolas e comunidade, tais como: palestras educativas, produção de panfletos contendo informações sobre poluição, destinação do lixo, coleta seletiva,etc; Exposição de fotos do rio Una mostrando o passado e o presente e Oficinas de reciclagem. 5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BARROS, J. disponível em <http://www.funaguas.org.br/cursos/educacao_ambiental/consideracoes_gerais.php> acesso em julho de 2008 FERRETI, Eliane Regina. Turismo e Meio Ambiente-1ª ed.-São Paulo: Atlas, 2002, p. 6. GONÇALVES, Luiz Cláudio. Gestão Ambiental em meios de hospedagem. – São Paulo: Aleph, 2004. - (Coleção Turismo) PCN’S. Meio ambiente, v. 9, Brasilia, 1997. TROVÃO. Jose Ribamar. Programa SEBRAE de Turismo. São Luís - MA: 2002.