apostila de impactos ambientais

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VERSO 01 07 de setembro de 2010 Criao: Georges Kaskantzis Avaliao de Impactos na Percia Ambiental Curso de Capacitao Profissional 1 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental CURSO DE CAPACITAO PROFISSIONAL NA REA DE MEIO AMBIENTE 2 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 AGRADECIMENTOS

Agradeo aos familiares que sempre colaboram para que possa desenvolver o meu trabalho de maneira adequada; Agradeo ao Rui Juliano e aos colegas do escritrio Manual de Percias pelo incentivo e ajuda prestada para a realizao do Curso de Avaliao de Impactos na Percia Ambiental, para o qual essa apostila foi desenvolvida; Agradeo os colegas de trabalho, professores do Departamento de Engenharia Qumica da Universidade Federal do Paran, que respeitam e apoiam o meu trabalho; 3 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 LISTA DE FIGURAS Figura 1.1. Diviso sistemtica dos componentes que constituem o meio ambiente.09 Figura 1.2. Representao do estado de conservao da rea afetada antes do dano.19 Figura 1.3. Nvel do impacto sobre os critrios de qualificao da rea afetada.20 Figura 1.4. Estado de conservao inicial (quadrado) e final (tringulo) da rea afetada.21 Figura 3.1. ndices de impacto dos componentes (PC) Fsico-Qumicos, (BE) Ecolgico-Biolgicos, (SC) Socioculturais (EO) Econmico-Operacionais afetados pelo petrleo.38 Figura 3.2. Estrutura do sistema ambiental adotada no mtodo de Batelle Columbus.42 Figura 3.3. Sistema de valorao ambiental do mtodo de Batelle Columbus.43 Figura 3.4. Apresentao do resultado da AIA obtido com o mtodo da Matriz de Leopold.48 Figura 3.5. Imagem area da regio contaminada pelo leo derramado no acidente.50 Figura 3.6. (a) componentes principais; (b) declividade do terreno; (c) aspectos do terreno; (d) identificao das classes; (e) camadas sobrepostas; (f) resultados da classificao. 51 Figura 3.7. Resultados da classificao das feies na imagem rea da rea afetada pelo leo.52 Figura 3.8. Segmentao da imagem area pela tcnica da mxima verossimilhana.52 Figura 3.9. Identificao da mancha de petrleo derramado no solo.53 Figura 3.10. Representao difusa da varivel importncia do impacto ambiental.56 Figura 3.11. Diagrama do ndice de risco da planta de tratamento dos resduos urbanos.58 Figura 3.12. Matriz de impacto ambiental utilizada no NAIADE para o estudo de caso.59 Figura 3.13. Matriz de equidade utilizada no NAIADE para seleo das alternativas.59 Figura 3.14. Resultado da matriz de impacto determinado pelo programa NAIADE.60 Figura 3.15. Resultado da matriz de equidade obtido com o programa NAIADE.60 4 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 LISTA DE TABELAS Tabela 1.1. Benefcios sociais oriundos dos recursos naturais.11 Tabela 1.2. Qualidades intrnsecas dos recursos naturais.11 Tabela 1.3. Categorias associadas ao potencial ecolgico dos recursos naturais.13 Tabela 1.4. Ponderao dos critrios de avaliao do potencial ecolgico dos recursos.16 Tabela 1.5. Qualificao nominal e real do potencial ecolgico dos recursos naturais.17 Tabela 1.6. Ponderao dos critrios de avaliao do estado de conservao.18 Tabela 1.7. Qualificao dos critrios de avaliao do estado de conservao da regio18 Tabela 1.8. Nvel nominal e real do impacto sobre a regio atingida pelo acidente.20 Tabela 2.0. Histrico da evoluo do processo de Avaliao de Impactos Ambientais.22 Tabela 2.1. Principais caractersticas e tipologias do impacto ambiental.25 Tabela 2.2. Parmetros utilizados para avaliar a importncia do impacto ambiental.27 Tabela 3.1. Escalas de valores numricos e alfanumricos de avaliao dos impactos.36 Tabela 3.2. Critrios de qualificao dos impactos ambientais no mtodo de Pastakia.36 Tabela 3.3. ndice do impacto (ES) dos componentes ambientais afetados pelo leo.37 Tabela 3.4. Valorao dos componentes ambientais atingidos pelo petrleo derramado 39 Tabela 3.5. Matriz de Interao atividades da explorao de carvo e fatores ambientais.40 Tabela 3.6. Valores das Unidades de Importncia (UIP) definidos pelo perito.44 Tabela 3.7. Valores mximos e mnimos dos parmetros de qualidade da gua.45 Tabela 3.8. Resultados analticos das amostras de gua contaminada e valores padres.45 Tabela 3.9. Valor individual e global do ndice de Impacto do aterro nas guas superficiais.46 Tabela 3.10. Principais mtodos de deciso multicritrio descritos na literatura.54 Tabela 4.1. Matriz de Valorao do Grau de Impacto para Compensao Ambiental 69 5 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 SUMRIO AGRADECIMENTOS02 LISTA DE FIGURAS03 LISTA DE TABELAS04 SUMRIO05 INTRODUO07 CAPTULO 1 ESTRUTURA DO SISTEMA AMBIENTAL09 1.1. COMPONENTES DO SISTEMA AMBIENTAL09 1.2. CARACTERSTICAS DOS RECURSOS NATURAIS10 1.3.QUALIDADES INTRNSECAS DOS RECURSOS NATURAIS10 1.4. VALORAO DAS QUALIDADES DOS RECURSOS NATURAIS12 1.5. POTENCIAL ECOLGICO DOS RECURSOS NATURAIS13 1.6. ESTADO DE CONSERVAO DOS RECURSOS NATURAIS14 CAPTULO 2 CONCEITOS DE IMPACTO AMBIENTAL22 2.1. MARCO HISTRICO22 2.2. ESTUDOS E RELATRIOS DE IMPACTO AMBIENTAL23 2.3. DEFINIO DO IMPACTO AMBIENTAL24 2.4. TIPOLOGIA DO IMPACTO AMBIENTAL25 2.5. IMPORTNCIA E MAGNITUDE DO IMPACTO AMBIENTAL25 2.6. SISTEMTICA DE AVALIAO DO IMPACTO AMBIENTAL27 2.6.1. DEFINIES E SIGLAS28 2.6.2. PROCEDIMENTO28 2.6.2.1. SITUAO OPERACIONAL28 2.6.2.2. RESPONSABILIDADE PELA GERAO DO ASPECTO29 2.6.2.3. NATUREZA29 2.6.2.4. TEMPORALIDADE29 2.7. AVALIAO DA IMPORTNCIA E SIGNIFICNCIA DO IMPACTO29 6 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 2.7.1. IMPORTNCIA30 2.7.2. SIGNIFICNCIA31 2.8. GERENCIAMENTO DOS ASPECTOS SIGNIFICATIVOS32 2.9. APROVAO DA PLANILHA DE ASPECTOS E IMPACTOS33 CAPTULO 3 TCNICAS DE AVALIAO DO IMPACTO35 3.1. MTODO DE PASTAKIA35 3.2. MATRIZ DE INTERAO40 3.3. MTODO DE BATELLE COLUMBUS41 3.4. MATRIZ DE LEOPOLD46 3.5. SISTEMA DE INFORMAES GEOGRFICAS49 3.6. MTODOS DE ANLISE MULTICRITRIO53 3.6.1. CLASSIFICAO DOS PROBLEMAS DE DECISO MULTICRITRIO54 3.7. TCNICAS DIFUSAS DE AVALIAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS55 CAPTULO 4 COMPENSAO DO IMPACTO AMBIENTAL62 4.1. ASPECTOS LEGAIS DA COMPENSAO AMBIENTAL62 4.2.CONCEITO DE COMPENSAO AMBIENTAL64 4.3. MODELOS DE VALORAO DE COMPENSAO AMBIENTAL64 4.4. MODELO DE COMPENSAO AMBIENTAL CECA65 4.5. MODELO DE COMPENSAO AMBIENTAL SEMA68 4.5.1. COMPONENTES DO GRAU DE IMPACTO69 4.6. MODELO DE COMPENSAO AMBIENTAL IBAMA79 4.6.1. METODOLOGIAS DE CLCULO DO GRAU DO IMPACTO79 CAPTULO 5 - CONSIDERAES84 REFERNCIAS85 ANEXOS89 7 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 INTRODUO A primeira verso da apostila decorrentedas solicitaes dos profissionais queparticipam dos Cursos de Percia Ambiental Judicial que realizo em diversas capitais do pas. Outro aspecto que contribuiu para elaborao desse texto foi necessidadede aprofundar os meus conhecimentos na rea de avaliao de impactos ambientais visando estudar as atuais tcnicas disponveis na literatura. A identificao, avaliao e valorao econmica dos impactos ambientais so atividades que fazem parte em qualquer percia ambiental, bem como em outros estudos dessa natureza, como, por exemplo,auditoriascompulsriasoudeverificaodeconformidades,estudosdeanlisederiscos ambientais, programas de recuperao de reas degradadas, etc. Os acidentes ambientais, na sua grande maioria, afetam diversos componentes do ambiente, demodo direto eindireto, e os efeitos dos impactos provocados variam no espao ecom o tempo. Alm disso, a diversidade e complexidade dos componentes ambientais que geralmente so afetados nos acidentes dificultam a anlise dos impactos originados, que deve ser obrigatoriamente realizada pelo perito judicial visando o levantamento de provas e valorao monetria dos danos ambientais. O perito enfrenta vrias dificuldades nos trabalhos que executa no campo e escritrio, como, por exemplo, na anlise dos impactos adversos provocados por acidentes. Os impactos e seus efeitos podem acontecer em diferentes ambientes, como, por exemplo, em um posto deserviolocalizado na cidade; na fbrica situadana rea industrial; em um corpo dguainterior; no esturio ou fundo do mar, etc. Isso significa que dependendo do lugar onde acontece o evento indesejvel, os impactos eseusefeitosapresentamdiferenassignificativas,devendoseranalisadosdemaneirasistemtica para que os resultados a serem obtidos possam de revelar de modo consistente a verdade dos fatos.As tcnicas empregadas na percia para avaliar os impactos ambientais, em geral, so aquelas adotadas nos Estudos e Relatrios de Avaliao de Impactos Ambientais (EIA-RIMA) nos processos de licenciamento de empreendimentos enas auditorias.Entretanto, nocaso doEIA faz-sea estimativa dos potenciais impactos que podero decorrer do empreendimento, obra ou das atividades a serem licenciados, enquanto que na pericia ambiental analisam-se os impactos negativos que efetivamente ocorreram e afetaram os componentes do sistema ambiental.Na percia ambiental judicial, os escassos recursos geralmente disponibilizados e os limitados prazos concedidos para se apresentar os resultados periciais requerem habilidade e planejamento do 8 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 perito, para que possa vencer os desafios enfrentados. Diante dessas dificuldades, em geral, o perito limita as amostragens e adota simplificaes tericas, podendo resultar concluses inadequadas. Infelizmente, no existe ainda o modelo generalizado que seja capaz de analisar os diferentes tipos de leses que acontecem nos inmeros e complexos componentes presentes nos ecossistemas. A recomendao comear sempre pelo mais bvio e simples, ou seja, identificando e avaliando os impactos ambientais de maior importncia e magnitude que so facilmente identificados, para ento analis-los visando a sua valorao monetria. Essa apostila tm cinco captulos e anexos. No primeiro captulo se encontram apresentados asprincipaiscaractersticaseestruturagenricado sistemaambienta,assimcomoas metodologias de anlise do potencial ecolgico e do estado de conservao dos recursos naturais. No segundo captulo esto descritas as principais definies ecaractersticas dos aspectos e impactos ambientais no mbito normativo tcnico e legal. As principais metodologias de avaliao de impactos ambientais esto descritas com exemplos no terceiro captulo da apostila. Osprincipaismtodosdeclculodacompensaoambientalestabelecidosnalegislaose encontram indicados no quarto captulo. Finalmente, no ltimo captulo da apostila, apresentam-se as consideraes finais do autor a respeito dos contedos apresentados ao longo do texto. Dr. Georges Kaskantzis Neto. 9 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 CAPTULO 1 ESTRUTURA DO SISTEMA AMBIENTAL Nesse captulo seencontram descritos a estrutura e os componentesdo sistema ambiental, as qualidades intrnsecas dos recursos e os mtodos de avaliao do potencial ecolgico e do estado de conservao dos recursos naturais. 1. 1. COMPONENTESDOSISTEMAAMBIENTAL Visando realizao de anlise tcnica dos impactos ambientais decorrente de uma obra ou acidente,inicialmentenecessrioidentificaroscomponentesdoecossistemamaisafetados.Na figura1.1podemserobservadososcomponentesdosmeios:fsico;biolgicoeantrpico.Os componentesdomeioambienterealizamfuneseserviosbeneficiandosociedade.Agrande maioriadosserviosprovidospelosrecursosnaturaisnotmvalorestabelecidonomercado consumidor (preo), o que dificulta a sua valorao econmica. Figura 1.1 Diviso sistemtica dos componentes que constituem o meio ambiente. Sistema Ambiental Meio Fsico Solo gua Ar Meio Biolgico Flora Fauna Servios Meio Antrpico Econmico Cultural Meio Paisagistico Natural Construdo 10 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 1. 2. CARACTERSTICASDOSRECURSOSNATURAIS A sociedade sebeneficia direta eindiretamentedos recursos quefornecem diversos bens e servios ambientais. Osbenefcios oriundos doscomponentes queformam o capital natural podem ser agrupados em sete categorias, as quais so: (1) matrias-primas; (2) consumo de bens e servios ambientais; (3) seguridade; (4) descanso e lazer; (5) desenvolvimento espiritual; (6) proteo contra desastres naturais; (7) proteo sade.Na contabilidade dos benefcios providos pelos recursos da natureza ao homem necessrio tambmconsiderarosfluxosdemateriaiseenergia queseencontramapresentadosnatabela1.1. Com a identificao dos fluxos que provm do capital natural e classificao dos recursos naturais possvel agora estabelecer identificar os aportes de cada recurso natural. Isso facilita a valorao do dano social que decorre das alteraes causadas pelo homem. Para facilitar a aplicao das informaes descritas na valorao do dano social necessrio estabelecera importncia do recursoque afetado quanto aos bens eaosservios ambientais que fornece sociedade. Essa estimativa pode ser obtida a partir da avaliao do estado de conservao do recurso natural, bem como, do seu potencial ecolgico. A quantidade e a qualidade dos materiais e fluxos de energia que os recursos naturais fornecem esto diretamente relacionadas ao estado de conservaoeaoseupotencialecolgico.Amedidadequemelhoraoestadodeconservaodo recurso natural os fluxos de materiais e energia so maximizados.1. 3. QUALIDADESINTRNSECASDOSRECURSOSNATURAIS Osrecursosnaturaispossuemqualidadesintrnsecas,asquaisdeterminamoseupotencial para exercer funes ecolgicas. Na tabela 1.2 se encontram descritas as qualidades intrnsecas dos recursos naturais, as quais determinam o potencial ecolgico que os recursos naturais possuem para prover funes e servios ecossistmicos sociedade. As qualidades intrnsecas dos recursos naturais so: escala; elasticidade; complexidade, componente chave e representatividade. Na percia deve-se analisar a condio das qualidades intrnsecas dos ecossistemas, em geral, em dois momentos: antes e depois da leso ambiental. A partir da avaliao crtica dessas qualidades possvel calcular o nvel das alteraes sofridas pelos recursos naturais em decorrncia de impactos adversos oriundos de atividades antrpicas e acidentes ambientais. 11 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Tabela 1.1. Benefcios sociais oriundos dos recursos naturais (VEGA, 2004). Benefcios SociaisComentrioExemplo Matrias primasTransformao de matria- prima em bens e servios Madeira, gua, ar, solo, rochas, areia, fauna, peixes, bactrias etc. Bens e servios ambientais Bens e servios presentes na natureza, aproveitados pela sociedade. Respirar, tomar gua, fertilizar, produzir mveis, papel e celulose, construir, etc. SeguridadePossibilidade e segurana de abastecimento de bens para necessidades futuras Genomas disponveis no ambiente, ecossistemas, para no futuro, usar na biotecnologia, farmacologia, medicina e agricultura. Lazer e descansoCapacidade de o ambiente oferecer tranquilidade, paz, recreao, lazer e inspirao. Beleza da paisagem, ar puro, som agradvel da gua e vento, rios e mares para nadar, observar a vida silvestre, pescar, caar. Desenvolvimento espiritual Crescimento da harmonia com a natureza. Fortalecer a criatividade e o emocional para o bem-estar social Higiene mental por desfrutar a natureza, o que contribui para a estabilidade emocional, e criar uma sociedade tolerante, produtiva e motivada para o bem comum. Proteo contra os desastres naturais Condies adequadas para evitar e reduzir os desastres naturais e os riscos da populao A vegetao protege o solo, evita saturao da terra, inundaes e deslizamentos. Manejo adequado dos bosques resulta em ambientes com menor temperatura e mais umidade (melhoria do microclima) Proteo sadeMelhora da qualidade de vida, reduzir enfermidades. Regulao natural das populaes dos peixes, rpteis, mamferos, aves, insetos e roedores e outras. Tabela 1.2. Qualidades intrnsecas dos recursos naturais (VEGA, 2004). QualidadesComentrioExemplos Escala Dimenso: magnitude do efeito do impacto sobre os recursos naturais em funo do espao e do tempo. A escala espacial classificada em trs categorias: Macroescala ampla (km); Mesoescala (ha); Microescala (m). Uma represa contaminada causa impactos adversos em escala maior que uma rea de pastagem. A evaporao das guas da lagoa da hidroeltrica de Itaipu no microclima da regio maior que na lagoa do Parque Birigui. 12 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 1. 4. VALORAODASQUALIDADESDOSRECURSOSNATURAIS Em geral, possvel avaliar o potencial ecolgico do recurso natural. Geralmente, o potencial ecolgico dos recursos naturais afetado pelas atividades antrpicas, devendo ser analisado a partir damagnitudedoimpacto adverso. Paratanto,pode-seadotarumconjuntodeparmetrosepesos para valorar o potencial dos recursos naturais. A valorao dos recursos pode ser realizada a partir da ponderao dos indicadores, caractersticas ou qualidades intrnsecas dos ecossistemas. Elasticidade nos processos, capacidade de recuperao. Fragilidade ecolgica (pouca capacidade de recuperao) Indica a velocidade ou taxa com que a populao do ecossistema retorna ao estado de equilbrio aps o dano. A elasticidade ou renovabilidade um caso particular da fragilidade, e indica a capacidade que os recursos tm de suportar impactos adversos, aps atingirem estado irreversvel. Os plipos coral falecem ao serem pisoteados indicando a sua fragilidade e baixa capacidade de recuperao. As mariposas tm altas taxas de reproduo, portanto, grande elasticidade. Por outro lado, uma ave de aparncia robusta pode ser frgil devido sua limitada capacidade de reproduo e reduzida populao.Renovabilidade Capacidade que os recursos tm para restabelecer ou regressar ao estado inicial aps o dano. Elasticidade indica a capacidade de recuperao dos recursos.Processos cclicos capacidade de reiniciar ciclos. Capacidade de recupera o fator ambiental injuriado.Extino: a recuperao do sapo dourado no mais possvel, logo a sua extino irreversvel. A recuperao das populaes de crocodilos possvel, pois existem indivduos que podem se reproduzir.Ecossistema: o bosque secundrio tem uma maior capacidade de recuperao que o bosque maduro. Hidrologia: a renovabilidade do rio maior que o crescimento do bosque. Os ciclos biogeoqumicos tm mais capacidade de renovao que os sedimentos. Representatividade Indica indivduo com caractersticas singulares no grupo, no sistema ou regio em determinado momento. O Parque Nacional do Iguau o representante do bosque mido. Araucria representante do bosque do planalto paranaense. Complexidade Quantidade de interaes em que participa e as afeta. Variedade de elementos e as interaes entre os mesmos O bosque tropical um sistema complexo, pois apresenta mais espcies e interaes do que o bosque temperado. Um bosque natural mais complexo que a florestal plantada em relao ao nmero e tipo de espcies e suas interaes.Componente chave Indica componentes de sustentao e dependncia do ecossistema, em relao variedade e outros fatores. Quando a espcie chave de uma populao afetada as espcies que dependem da mesma desaparecem, como os mariscos em pntanos. 13 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Naturalmente que para cada situao, os parmetros ou critrios adotados para a valorao dos recursos so ponderados de modo nico, pois os nveis deimportncia de cada indicador sobre integridade dos ecossistemas so diferentes. Em geral, a anlise da importncia de cada indicador realizada por uma equipe de especialista empregando uma escala de valores. Nesse caso, a soma dos pesos de todos os indicadores igual a cem unidades da escala.Almdopotencialdorecursonaturaltambmsepodevaloroestadodeconservao.Tal avaliao realizada utilizando as caractersticas ou qualidade intrnsecas do recurso. A avaliao do estado de conservao dos recursos tambm conduzida por uma equipe de especialistas, os quais atribuem valores ponderados as caractersticas investigadas. Este processo permite avaliar a situao do estado deconservao do ecossistemaem dois momentos, antes edepois do impacto negativo, ou seja, no estado mximo e mnimo de proviso de bens e servios ambientais. 1. 5. POTENCIALECOLGICODOSRECURSOSNATURAIS Visando obteno da estimativa do potencial ecolgico dos recursos naturais admite-se que asqualidadesintrnsecaseopotencial ecolgicodos recursosestodiretamenterelacionados.Esta hiptese pode ser justificada a partir das funes ecolgicas e mxima capacidade de servios que os recursos apresentam em determinado momento. Em termos matemticos pode-se escrever,

onde:

= potencial do recurso natural (%);

= qualidade i do recurso (0 < w < 10);

= ponderao da qualidade i (%).

Tabela 1.3. Categorias e valores do potencial ecolgico dos recursos naturais. CategoriaFaixa de valores (%) Muito baixo0 20 Baixo21 40 Regular41 60 Alto61 80 Muito Alto81 100 14 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 1. 6. ESTADODECONSERVAODOSRECURSOSNATURAIS O estado de conservao do recurso refere-se ao nvel de manuteno dos processos que ele capaz de realizar. Esse parmetro indica a condio do recurso natural em relao sua capacidade de manter e garantir seu contnuo funcionamento. Na escala de valores percentual, cem indica que o recurso natural se encontra no estado mximo de conservao e setenta e cinco, por exemplo, indica que houve a deteriorao de 25% do valor mximo do potencial do recurso, por eventos passados.Existe uma srie de indicadores ou critrios que identificam avaliam o estado de conservao dos ecossistemas. Visando a aplicao desses indicadores, para cada caso particular, inicialmente faz-se a seleo dos indicadores e depois sua ponderao. A ponderao dos indicadores deve levar em considerao a relao e contribuio de cada indicador na valorao global do recurso analisado.Visando facilitar o processo da ponderao dos indicadores, inicialmente pode-se considerar uma distribuio uniforme de pesos e valores para a determinao do potencial ecolgico e o estado de conservao dos ecossistemas investigados. Se os pesos dos indicadores no forem iguais deve-se avaliar inicialmente a importncia de cada indicador para depois fazer a sua ponderao. A valorao do estado de conservao inicial do recurso, EC inicial, realizada por especialistas, os quais atribuem notas a m indicadores, obtendo o valor mdio de cada indicador com a equao:

onde:

= valor atribudo pelo especialista i para o indicador j;

= valor mdio do indicador j; n = nmero de especialista do grupo de avaliao; j = 1, 2,..., m indicadores. Aps o clculo dos valores mdios dos indicadores, os especialistas fazem a ponderao dos resultados atribuindo um peso () para cada um dos valores mdios dos indicadores, e determinam o valor inicial do estado de conservao do recurso com a equao:

15 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010

onde:

= estado de conservao inicial do recurso (%);

= ponderao atribuda para o indicador j. Aps a determinao do estado de conservao inicial dos recursos investigados necessrio avaliar a situao do estado de conservao desses recursos aps o dano ambiental. Isto significa que necessrio avaliar o nvel das alteraes provocadas nos recursos afetados.Emgeral,adotam-seosmesmoscritriosutilizadosnoprocessodeavaliaodoestadode conservaoinicialdosrecursos.Esseprocessotambmrealizadoporumgrupodeespecialistas para avaliar os nveis das alteraes dos recursos injuriados, mediante a atribuio de notas e pesos, como realizadona avaliao do estado deconservao inicial dos recursos investigados. Em termos matemticos, temos:

v

onde: v = valor atribudo pelo especialista i para o grau de alterao do indicador j;

= valor mdio do nvel de alterao do indicador j; = ndice de alterao do recurso natural. Visandodeterminaodoestadodeconservaofinaldorecurso,EC final,apsoimpacto utilizam-se os valores do estado de conservao inicial e do nvel de impacto obtidos anteriormente. Em geral, o estado de conservao dos ecossistemas se encontra no seu valor mximo e, nesse caso, deve-se determinar o nvel do impacto real utilizando a equao: EC inicial x o Assim, o estado de conservao final do recurso afetado pelo impacto determinado a partir dos valores do estado inicial de conservao e o nvel do impacto real, EC final = EC inicial * (1 - o) 16 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 EXEMPLO Emsetembrode2001,umderramede20.000m3devinhaaemumriocausouamortede grande quantidade de peixes de uma reserva pesqueira. Na investigao de campo foi verificado que no houve a morte de aves e animais da fauna terrestre.Oacidentecausoudanoseconmicosesocioambientaisnascomunidades.Paraestimaro valor econmico do impacto foi necessrio avaliar o potencial ecolgico e os estados de conservao inicial e final dos recursos afetados pelo acidente. a)Avaliao do Potencial Ecolgico Paraestabelecerograudeimportnciaecolgicadaregioafetadaforamescolhidoscinco indicadores(critrios):elasticidade,componentechave,complexidade,escalaerepresentatividade. Esses critrios foram ponderados equalificados por um grupo deespecialistas queatribuiu valores, na escala de zero a dez, para cada critrio.Os resultados obtidos nessa etapa da avaliao esto apresentados nas tabelas 1.4 e 1.5. Os especialistasavaliaramograudeimportnciadecadaumdoscritriosconsiderandoasuarelao comopotencialecolgicodosrecursosafetados,atribuindovaloresdezeroacem.Nasequncia, atriburam valores de zero a dez para ponderar o estado de conservao dos critrios adotados. Tabela 1.4. Ponderao dos critrios de avaliao do potencial ecolgico dos recursos. QualidadePonderao (%) Elasticidade26,1 Componente chave20,9 Complexidade18,8 Escala17,2 Representatividade15,6 Osresultadosdatabela1.5indicamovalornominalmdiodasqualidadesdosrecursos, determinadoapartirdosvaloresindividuaisatribudospelosespecialistas,bemcomoovalorreal (ponderados)mdiodasqualidadesselecionadasparaestimaropotencialecolgicodosrecursos ambientais investigados. 17 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Tabela 1.5. Qualificao nominal e real do potencial ecolgico dos recursos naturais. Qualidade (critrio) Ponderao (%) Qualificao nominal(0 10) Qualificao real(ponderada) Elasticidade26,17,41,94 = (7,4 x 0,261) Componente chave20,97,81,62 Complexidade18,88,41,58 Escala17,26,41,10 Representatividade15,68,31,29 Potencial Ecolgico7,53 Os resultados indicam que o potencial ecolgico da regio 75,3%. A partir das categorias de potencial ecolgico da tabela 1.3 pode-se observar que a regio afetada apresenta um alto potencial ecolgico. O valor real do potencial pode ser determinado a partir da relao:

=(0,261 x 7,4) + (0,209 x 7,8) + (0,188 x 8,4) + (0,172 x 6,4) + (0,156 x 8,3) = 7,53 (75,3%) b)Avaliao do Estado de ConservaoParaavaliaroestadodeconservaodareaafetadaforamadotadososcritrios:beleza cnica;biomassaeabundncia;diversidadedeespcies;redestrficas;reservasecolgicase pesqueiras; qualidade da gua superficial; estado dos mangues; qualidade dos sedimentos. Aescolhadoscritriosfoirealizadapelosespecialistasapartirdeinformaestcnicase entrevistas. Com os dados coletados, os especialistas ponderaro esses critrios considerando a sua importnciapara oecossistema.Emseguida, osespecialistasutilizaramumaescalade1-10, onde dez significa o estado timo de conservao. Na tabela 1.6 esto os critrios e pesos. As qualificaes nominal e real do estado de conservao da regio esto indicadas na tabela 1.7. Os resultados da tabela 1.7 foram obtidos a partir da relao:

18 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010

= (0,044 x 8,0) + (0,174 x 7,8) + (0,133 x 8,2) + (0,132 x 8,4) + (0,179 x 7,9) + (0,081 x 8,5) + (0,083 x 6,8) = 7,83 (78,3%). Tabela 1.6. Ponderao dos critrios de avaliao do estado de conservao. CritrioPonderao (%) Beleza cnica4,4 Biomassa e abundncia17,4 Diversidade de espcies13,3 Redes trficas13,2 Reservas ecolgicas e pesqueiras17,9 Qualidade da gua superficial17,5 Estado dos mangues8,1 Qualidade dos sedimentos8,3 Total100,0 Tabela 1.7.Qualificao dos critrios de avaliao do estado de conservao da regio afetada. CritriosPonderao(%) Qualificao nominal (1-10) Qualificao real (ponderada) Beleza cnica (BC)4,48,00,35 Biomassa e abundncia (BA)17,47,81,35 Diversidade de espcies (DE)13,38,21,09 Redes trficas (RT)13,28,41,11 Redes pesqueiras (RS)17,97,91,42 Qual. da gua superficial (QA)17,57,31,27 Estado dos mangues (EM)8,18,50,68 Qualidade dos sedimentos (QS)8,36,80,56 Estado de Conservao Inicial(oj)(Yj)7,83 Os resultados indicam que o estado de conservao inicial da regio era 78,3%. Isto significa queoestadodeconservaono era timo,ouseja,antesdodanoaregiojestavaalteradaem tornode21,7%,emrelaoaopontotimo.Asituaodoestadodeconservaoinicialdaregio est ilustrada na figura 1.2. 19 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Figura 1.2 Representao do estado de conservao da rea afetada antes do dano. c)Nvel do impacto ambientalPara avaliar a alterao causada pelo acidente no estado de conservao da regio e a perda de servios, foram utilizados os mesmos critrios das etapas anteriores. Os especialistas qualificaram o nvel do impacto para cada critrio com a escala de 0 a 10, onde dez representa o impacto mximo e a perda da capacidade de fornecer servios. Com os critrios ponderados e os valores dos nveis do impacto obteve-se o ndice global do dano ambiental do acidente. Na tabela 1.8 esto os resultados da qualificao nominal e ponderada do impacto, obtidos com a relao:

o = (0,044 x 4,7) + (0,174 x 9,0) + (0,133 x 8,5) + (0,132 x 9,0) + (0,179 x 9,0) + (0,175 x 9,2) + (0,081 x 3,5) + (0,083 x 6,3) = 8,1 (81,0%). A partir dos resultados da tabela 1.8, pode-se notar que o nvel do impacto negativo causado pelo acidente foi de 81%. Isto significa que o impacto do evento causou uma reduo quase total dos benefcios.Ondiceglobaldoimpactopodeserutilizadoparaavaliarodanoambientaltotal.Na figura 1.3, pode-se observar a situao e os valores dos critrios de avaliao do impacto negativo do evento. O grfico mostra que o nvel de impacto mximo 10. 20 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 OsresultadosindicamqueosimpactosdoacidenteafetarammenososMangues(ES),a Beleza Cnica (BC) e a Qualidade dos Sedimentos (QS) e, com mais intensidade, a Qualidade da gua (QA), Biomassa (BA), Reservas (RS) e Diversidade de espcies (DE). Tabela 1.8. Nvel nominal e real do impacto ambiental sobre a regio atingida pelo acidente. CritriosPonderao (%) Qualificao nominal do impacto (1-10) Qualificao real do impacto (Ponderada) Beleza cnica (BC)4,44,70,20 = (0,044 x 4,7) Biomassa e abundncia (BA)17,49,01,57 Diversidade de espcies (DE)13,38,51,13 Redes trficas (RT)13,29,01,19 Reservas pesqueiras (RS)17,99,01,62 Qual. da gua superficial (QA)17,59,21,60 Estado dos mangues (EM)8,13,50,28 Qualidade do sedimento (QS)8,36,30,52 ndice global do impacto(oj)(NAj)8,1 Figura 1.3 Nvel do impacto sobre os critrios de qualificao da rea afetada. d)Anlise do Estado de Conservao Considerando que o estado de conservao inicial no era timo, o nvel de impacto negativo real deve ser determinado com em funo do nvel nominal do impacto e do estado de conservao do recurso antes do acidente, aplicando a relao: ndice de Impacto Real = EC inicial x o 21 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 ndice de Impacto Real = 78,3% x 81,0% = 63,42% Assim,ondicedeimpactoreal63,42%.Considerandoqueodanoambientalcausado igual diferena do estado deconservao inicial e final da regio afetada, deve-se estimar o valor do estado de conservao final do ambiente, a partir da relao: EC final = EC inicial x (1 - o) EC final = 0,783 x (1 0,81) = 0,1488 Oresultadopermiteaconstataodequeoestadofinaldeconservaofinaldaregio afetada iguala14,88%.Istosignificaqueoacidenteprovocouumasignificativaperdadeservios ambientais na regio decorrentes do despejo de vinhaa no rio. No grfico da figura 1.4 observa-se o estado de conservao inicial e final da regio afetada. Figura 1.4 - Estado de conservao inicial (quadrado) e final (tringulo) da rea afetada. 22 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 CAPTULO 2 CONCEITOS DE IMPACTO AMBIENTAL Nesse captulo se encontra descrito o conceito terico do impacto ambiental. Apresentam-se tambm o histrico da Avaliao de Impacto Ambiental (AIA) no pas e a legislao pertinente.2. 1. MARCOHISTRICO OprocessodeAvaliaodoImpactoAmbientalfoiintroduzidonosEstadosUnidosda AmricacomapublicaodoNationalEnvironmentalPolicyActem1970.Posteriormente,esse instrumento de poltica ambiental foi adotado por vrios pases. O processo da AIA foi introduzido na UnioEuropeiaem1985,comapublicaodaDiretivaComunitria85/337/CEEde27deJunho, alterada pela Diretiva 97/11/CE de 03 de maro; portanto aps ter sido prevista no Brasil, pois a Lei de Poltica Ambiental Brasileira de 1981. Na tabela 2, se encontra indicado o histrico da evoluo do processo de Avaliao de Impactos Ambientais. Tabela 2.0. Histrico da evoluo do processo de Avaliao de Impactos Ambientais. PERODOEVOLUO HISTRICA DO PROCESSO DE AVALIAO DO IMPACTO AMBIENTAL 1965 - 70Utilizao de tcnicas analticas; tcnicas muito focadas em estudos de viabilidade econmica e de engenharia; nfase em critrios de eficincia, segurana de vida e propriedade; no era considerada a hiptese da discusso pblica dos projetos. 1970Anlises custo benefcio; nfase na sistemtica de avaliao de ganhos e perdas e da sua distribuio; especial ateno era dada anlise do planejamento, programao e oramentos; no eram consideradas as consequncias sociais e ambientais. 1970 75O foco da AIA era, inicialmente, voltado para a descrio e predio das mudanas / alteraes ecolgicas e do uso do solo; foram estabelecidas as primeiras regras formais para discusso e anlise pblica; nfase na contabilidade / correlao e controle do projeto e aes mitigadoras. 1975 80Avaliao do Impacto Ambiental AIA adquire um aspecto multidimensional, incorporando a Avaliao do Impacto Social AIS das mudanas /alteraes causadas comunidade (infraestrutura, servios e estilo de vida); a participao pblica tornou-se parte integrante do planejamento do projeto; aumento da nfase na justificativa do projeto em processos de anlise; anlise de risco das atividades e dos empreendimentos em relao s comunidades da vizinhana. 1980 90Maior ateno aos aspectos de se estabelecerem melhores ligaes entre a avaliao do impacto e as fases poltica planejamento e implantao gesto. 23 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 2. 2. ESTUDOSERELATRIOSDEIMPACTOAMBIENTAL Os estudos previstos na Resoluo do CONAMA n. 237 de 1.997 apresentam caractersticas distintasdeoutrosestudosambientais,como,porexemplo:PCA-PlanodeControleAmbiental, PRADProjetodeRecuperaoAmbientaldereasDegradadas,PlanosdeContingnciae GerenciamentodeRiscos.OEstudoeoRelatriodeImpactoAmbientaltmdiretrizesprpriase atividadesexplicitadasnaResoluon.01doCONAMAde1.986,devendoserrigorosamente obedecidas visando obteno das licenas ambientais almejadas.Almdisso,noAnexo01daResoluoCONAMAn.237de1.997,aqualdisciplinao licenciamentoambientalnoterritrionacional,seencontraalistadasobraseatividadesqueso necessariamentepassiveisdelicenciamentoambientalnombitofederal,estadualoumunicipal. Assim, dependendo doporte, localizao ou natureza da atividade,o rgo ambiental decidir pela exignciaounodoEIARIMA,oudeoutroqualquerestudoambiental,aplicadoacadasituao justificando no mbito legal e tecnicamente a solicitao requerida.De acordo com a Resoluo CONAMA n. 001 de 23 de janeiro de 1.986, o EIA deve ainda: I.Contemplar todas as alternativas tecnolgicas e de localizao de projeto, confrontando-as com a hiptese de no execuo do projeto; II.Identificar e avaliar sistematicamente todos os impactos ambientais produzidos nas etapas de implantao e operao da atividade; III.Definir os limites da rea geogrfica a ser direta e indiretamente afetada pelos impactos, rea de influncia do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrogrfica na qual se localiza; IV.Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantao na rea de influncia do projeto, e sua compatibilidade; V.Diagnstico ambiental da rea de influncia do projeto, completando a descrio e anlise dos recursos ambientais e interaes, tais como existem, de modo a caracterizar a situao ambiental da rea antes da implantao do projeto; VI.Anlise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, atravs da identificao e previso da magnitude e da importncia dos provveis impactos indicando: os positivos e negativos (benficos e adversos); os diretos e indiretos; os imediatos e de mdio e longo prazo; os temporrios e permanentes; reversveis e irreversveis, acumulativos; sinrgicos; e a distribuio dos nus e benefcios sociais; VII.Definio das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficincia de cada uma delas; 24 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 VIII.Elaborao do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parmetros a serem considerados. Quandonoforpossvel minimizar osimpactosnegativosdecorrentesdasobrasdevem-se estabelecerMedidasdeCompensaoAmbientalvisandoatendimentoaosdispositivoslegais previstosnaResoluoCONAMAno 371de2006queestabelecediretrizesaosrgosambientais paraoclculo,cobrana,aplicao,aprovaoecontroledegastosderecursosadvindosde compensaoambiental,conformeaLein9.985,de18dejulhode2000,queinstituioSistema NacionaldeUnidadesdeConservaodaNatureza-SNUCedoutrasprovidncias-Datada legislao:05/04/2006-PublicaoD.O.Un067,de06/04/2006,pg.045.Essapossibilidade relevantequandopossvelagregarvaloraumareaprotegidajexistente,comoequipa-laou ento criar uma rea protegida quando j est em adiantada situao de degradao. Osprogramasdemonitoramentoeacompanhamentotmporfinalidadeaverificaodo comportamentorealdaobraemrelaosprevisesefetuadasnoEIA.Cadaprogramatemum objetivo que, em geral, estabelece as aes a serem realizadas, como, por exemplo, a concepo e as formasdetratamentodosresduoseefluentes;oscronogramasdeimplantao;ascondiesdo monitoramento, e seleo das variveis a serem monitoradas. Os parmetros fsico-qumicos a serem observados e os valores estabelecidos com base na legislao em vigor; o perodo e a frequncia das atividadesdemonitoramento,oslocais ondeserorealizadasamostragenseasmedidascorretivas quando necessrias; os custos de implantao e operao de cada programa. OsprogramasdeacompanhamentoedemonitoramentosoagrupadosemumPlanode GestoAmbiental,queemconjuntocomasmedidaseosprogramasdemitigaoiroconstituira basedoPlanoBsicoAmbientalPBAdaobra,aserdesenvolvidoparaaobtenodaLicena Ambiental de instalao (LI). Este pode ser detalhado em forma de documento que tenha aes que devero acompanhar a Licena Ambiental de Operao. 2. 3. DEFINIODOIMPACTOAMBIENTAL OtermoImpactoAmbientaldefinidocomoperturbaodoecossistema,provenientede uma ao ou omisso humana, qualificada de positiva ou negativa por um grupo social, no contexto espacialetemporal.Oefeitodoimpactoambientalincluiumanoodejulgamento,valorpositivo (benfico) ou negativo (prejudicial), portanto relativo, porque varia com o espao e com o tempo. 25 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 2. 4. TIPOLOGIADOIMPACTOAMBIENTAL Osimpactosambientaispossuemcaractersticasdistintas.Asprincipaiscaractersticasdos impactosestoindicadasnatabela2.1.Nacaracterizaodosimpactosambientaisnecessrio considerar os seus elementos e suas possibilidades. importante identificar, classificar, e valorar os impactosambientaisnegativosdecorrentesdasaes,atividadesedosempreendimentosque podem alterar os recursos naturais. Tabela 2.1. Principais caractersticas e tipologias do impacto ambiental. Elemento do impactoPossibilidade Desencadeamentoimediato, diferenciado, escalonado Frequnciacontnua, descontnua, sazonal Extensopontual, linear, espacial Reversibilidadereversvel, irreversvel Durao01 ano, de 1-10 anos, de 10-50 anos Magnitudegrande, mdia, pequena Importnciaimportante, moderada, fraca, desprezvel Sentidopositivo, negativo Origemdireta, indireta, terciria Acumulaolinear, quadrtica, exponencial Sinergiapresente, ausente Distribuio do nussocializados, privatizados 2. 5. IMPORTNCIAEMAGNITUDEDOIMPACTOAMBIENTAL Paraestabeleceraimportncia,amagnitudeeasignificnciadosimpactosambientais necessrio fazer o inventrio ambiental. Os principais elementos do inventrio so as caractersticas fsicas,qumicas,biolgicas,socioeconmicasesocioculturais,quesorequeridasparadefinira estrutura e entender o funcionamento do sistema ambiental.Para facilitar o entendimento e o estudo deum sistema ambiente,faz-se a classificao das caractersticasatravsdeumarvoredenveishierrquicos.Oentornodivididoemsubsistemas, meios,componentesefatoresambientais,queincluemafauna,flora,solo,gua,ar,paisageme bens materiais e imateriais do patrimnio histrico e cultural. 26 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Dependendodametodologiaempregadanaavaliaodosimpactosonmerodosnveis podevariar.Emgeral,ossubsistemassoofsico-natural;socioeconmicoedeinfraestruturas.O subsistema fsico-natural inclui os meios inerte, biolgico; perceptual e do uso do solo. O subsistema socioeconmico inclui a populao, e no subsistema de infraestrutura so considerados os servios e as infraestruturas.Nomeioinerteestoincludososfatoresar,solo,guaeosprocessosdomeioinerte;no meiobiticoconsideram-seosfatoresflora,faunaeprocessosdomeiobitico;omeioperceptual incluiosfatorespaisagsticosesingulares.Nocomponentedapopulaosoincludososfatores culturais, nvel derenda, atividades econmicas da comunidade. No componente infraestrutura so consideradas as atividades e os elementos urbanos.A partir dessa classificao so analisadas as caractersticas dos impactos ambientais. A importncia do impacto uma medida qualitativa de suas manifestaes, obtida a partir do grau de incidncia (intensidade) da alterao provocada e caracterizao dos efeitos, estabelecida por uma srie de atributos preestabelecidos. Para se determinar o grau de incidncia do impacto aplicam-se os critrios da tabela 2.1 na relao I = NA x (3IN + 2EX + MO + PE + RV + SI + AC + PR + MC) O resultado obtido indica qualitativamente a importncia do impacto ambiental:Irrelevante: 0 s I < 25; Moderado: 25 < I < 50; Severo: 50 < I < 75; Crtico: I > 75. A magnitudedo impacto a estimativa quantitativa do seu efeito, em geral, determinada a partir de indicadores ambientais associados. Observa-se que o fator ambiental pode ser afetado por mais de um impacto. Para obter a estimativa da magnitude do impacto, utilizam-se diversas tcnicas como,porexemplo,dose-resposta,difusodeespcies,anlisederiscosedevulnerabilidade, qualidadeambientaleoutros.Atcnica maisutilizadanaatualidadesofunesdetransformao ou de qualidade, que avaliam as alteraes de indicadores associados aos fatores ambientais. 27 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Tabela 2.2. Parmetros utilizados para avaliar a importncia do impacto ambiental. NATUREZA DO IMPACTO (NA)INTENSIDADE (IN) Impacto benfico = + 1Baixa = 1 Impacto prejudicial = -1Mdia = 2 EXTENSO (EX)Alta = 4 Pontual = 1Muito Alta = 8 Parcial = 2Total= 12 Extensa = 4MOMENTO (MO) (ti to) Total = 8Longo prazo = 1 Crtica = + 4Mdio prazo = 2 PERSISTNCIA (PE)Imediato = 4 Fugaz = 1Crtico =4 Temporal = 2REVERSIBILIDADE (RV) Permanente = 84Curto prazo = 1 PERIODICIDADE (PR)Mdio prazo = 2 Descontnuo = 1Irreversvel = 4 Peridico = 2ACMULO (AC) Contnuo = 4Simples = 1 SINERGISMO (SI)Acumulativo = 4 Ausncia = 1RECUPERABILIDADE (MC) Sinrgico = 2Imediata (< 1 ano) = 1 Muito Sinrgico = 4Mdio prazo (1- 3 anos) = 2 Longo prazo (3-10 anos) = 4 Permanente = 8 2. 6. SISTEMTICADEAVALI AODOSASPECTOSEIMPACTOS A sistemtica recomendada para fazer a identificao dos aspectos e avaliao dos impactos ambientais o procedimento que atende ao requisito 4.3.1 - Aspectos Ambientais da Norma NBR ISO 14001:2004. Essa sistemtica pode ser utilizada em auditorias ambientais, avaliao de impactos de eventos acidentais e nos Estudos de Avaliao de Impactos visando o licenciamento de atividades.O objetivo estabelecer a sistemtica de identificao dos aspectos e avaliao dos impactos ambientais gerados pelas atividades, produtos e/ou servios da empresa. Essa metodologia pode ser aplicada emtodas as reas da empresa ena avaliao das atribuiese responsabilidadesdetodos osintegrantes(Diretores,Gerentes,Engenheiros,Chefesedemaiscolaboradores)eprestadoresde servios que desempenhem suas atividades dentro das instalaes da empresa. 28 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 2. 6. 1. DEFINIESESIGLAS Aspecto ambiental: elemento das atividades, produtos ou servios de uma organizao que pode interagir com o meio ambiente. Impactoambiental:qualquermodificaodomeioambiente,adversaoubenfica,que resultem, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou servios de uma organizao. ParteInteressada:indivduoougrupointeressadoouafetadopelodesempenhoambiental de uma organizao. Gravidade: deve ser considerado se o impacto ambiental de baixa, mdia ou alta gravidade para com o meio ambiente. Frequncia/Probabilidade: considerar se o impacto de baixa, mdia ou alta frequncia. Aes Preventivas: So medidas usadas para eliminar, neutralizar, minimizar ou transferir os riscos, de modo a reduzir os impactos. Situao de Emergncia: ocasio na qual uma fonte potencial, isto , um Aspecto ou Impacto Ambiental tenha condies para causar danos a sadeou integridade fsica do serhumano, ao patrimnio ou ao meio ambiente. Filtros de Significncia: conjunto de critrios qualitativos empregados para determinar se um impacto significativo.Meio Ambiente circunvizinhana onde opera uma organizao, incluindo-se ar, gua, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relaes. 2. 6. 2. PROCEDIMENTO 2. 6. 2. 1. SITUAOOPERACIONAL N = Normal: situao de rotina executada em condies planejadas e esperadas. Exemplo: consumo de combustvel e gerao de efluentes sanitrios. A = Anormal: situao atpica de operao, mas prevista que no se caracteriza como uma emergncia. Exemplo: partida de equipamento e fbrica; parada de manuteno preventiva ou corretiva, pequenos derrames de leo lubrificante de veculos. E = Emergencial: acidente, situao indesejvel que provoca impactos ambientais adversos e que deve ser prevenida. Exemplo: derrame de leo significativo de leo. 29 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 2. 6. 2. 2. RESPONSABILIDADEPELAGERAODOASPECTO Relaodecontroleoudeinflunciadaempresasobreosaspectosassociadosstarefas, os quais se classificam em: D = Direta: aspecto gerado pela empresa; I = Indireta: aspecto associado a servios contratados de terceiros. 2. 6. 2. 3. NATUREZA Indica se o impacto benfico ou adverso. B = Benfico: impacto que representa benefcios ao meio ambiente. A = Adverso: impacto que representa danos ao meio ambiente. 2. 6. 2. 4. TEMPORALIDADE Indica o perodo de ocorrncia da atividade da qual decorre o impacto: A=Atual:impactopotencialassociadoatividadeatual.Exemplo:reduoderecurso natural proveniente de consumo de papel. P=Passada:impactoidentificadonopresente, masdecorrentedeatividadedesenvolvida nopassadoequetenhageradoalgumpassivo.Exemplo:alteraodaqualidadedosolo devido disposio de resduos oleosos de oficina desativada. F = Futura: impacto previsto decorrente de alterao de atividades a serem implementadas no futuro (novo projeto, ou ao). Exemplo: emisses atmosfricas provenientes de futuras instalaes de geradores de energia. 2. 7. AVALIAODAIMPORTNCIAESIGNIFICNCIADOIMPACTO GRAVIDADE (G): A gravidade indica a magnitude ou a severidade do impacto, considerando ainda a sua abrangncia espacial e reversibilidade, devendo ser pontuada conforme critrio do quadro 2.1. FREQUNCIA (F) / PROBABILIDADE (P): Os critrios para pontuao da frequncia (F) esto associados com os aspectos, podendo variar entrenormal eanormal ea probabilidade(P) em situao emergencial. No caso, a pontuao para frequncia ou probabilidade considera 30 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 os critrios descritos no quadro 2.2. A frequncia e a gravidade podem variar em funo da localidade, sendo importante analisar as circunstncias por parte dos envolvidos. Quadro 2.1. Critrios utilizados para avaliar a importncia do impacto ambiental. PesoGrauCaractersticas Bsicas 01BaixaDecorrente de impacto que no altere de forma perceptvel o meio ambiente (pouco significativo) e que seja restrito ao local de execuo da atividade e reversvel por ao imediata e simples 02MdiaDecorrente de impacto que cause danos leves a moderados ao meio ambiente, ou que seja restrito ao local da atividade e reversvel a curto ou mdio prazo, com aes mitigadoras. 03AltaDecorrente de impacto que altere de maneira severa ou intolervel o meio ambiente, ou que se estenda alm dos limites do local de execuo da tarefa, ou irreversvel a mdio ou longo prazo, mesmo com aes mitigadoras. Quadro 2.2. Critrios de avaliao da frequncia dos impactos ambientais PesoGrau Frequncia F (situao norma/anormal) Probabilidade P (situao emergencial) 01Baixa Ocorre uma vez por ms, ou menos. Pouco provvel de acontecer, remota. 02Mdia Ocorre duas ou mais vezes por ms Provvel que ocorra 03Alta Ocorre uma ou mais vezes por dia Muito provvel ou j ocorreu 2. 7. 1. IMPORTNCIA Apontuaodaimportnciadefinidapelasomadospesosregistradosnascolunas gravidade e frequncia/probabilidade. Assim temos: I = G + F/P Aspontuaesrelativasgravidade,frequncia/probabilidadeeimportnciadevemser assinaladas nas colunas correspondentes da planilha. 31 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 2. 7. 2. SIGNIFICNCIA Osaspectosseroconsideradossignificativosquandopelomenosumdosfiltrosde significnciadescritosabaixoforaplicvel.Aanlisedasignificnciadosaspectosambientais se d conforme descrito a seguir. Filtros de Significncia da Legislao e Partes Interessadas Legislao: o aspecto considerado significativo quando incidir sobreele ou sobre o impacto associado, algum regulamento federal, estadual ou municipal, se o mesmo estiver relacionado aalgumacondicionantedelicenaambiental,outermodecompromissocom autoridades/rgos ambientais. Para este filtro indicar na coluna legislao a letra S caso tenha requisito legal aplicvel, e caso no tenha indicar a letra N. Partes Interessadas: esse aspecto ser considerado significativo quando houver uma demanda daspartesinteressadas(comunidade,clientes,acionistasoupoderpblico).Porexemplo: reclamaes da comunidade sobre rudo ou odor; bem como acordos assumidos pela empresa peranteacomunidade,associaes,rgosambientais,ONGs,rgospblicos,organismos internacionais.ParaestefiltroindicarnacolunapartesinteressadasaletraScasoexista demanda de partes interessadas e a letra N caso no exista. Filtro de Significncia da Importncia Seroconsideradossignificativos(S)osaspectoscomimpactosadversosforigualou superiora05(cinco).Conformejdefinido,aimportnciaasomadospesos atribudos gravidade e a frequncia/probabilidade variando de 2 a 6. Filtro de Significncia da Gravidade Oaspecto considerado significativo quando a gravidadedo impacto for igual a 3. NOTA: Os aspectos e impactos associados retidos em um dos Filtros de Significncia sero registrados nacolunasignificnciadaplanilhacomaletraSenoretidosemnenhumdosfiltrossero considerados no significativos, podendo ser registrados com as letras NS. 32 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Quadro 2.3. Valores do filtro de significncia da importncia 2. 8. GERENCIAMENTODOSASPECTOSSIGNIFICATIVOS Situao de Regimes Normal e Anormal a) Importncia igual a 06 (I=6) Para controle de aspectos e impactos associados cuja importncia IMP for igual a 6, devem necessariamente ser estabelecidos objetivos e metas ambientais que representem uma ao concretaparaminimizaodosimpactos(reduodesuaimportncia),almdoscontroles operacionais obrigatrios que devem ser descritos na coluna controle operacional. ControleOperacional:aformadecontroleestabelecidapelaempresaparacontrolaros impactosambientaisrelacionadosdeterminada(s)atividade(s).Podeserumprocedimento gerencial, um procedimento operacional, plano de emergncia, enfim, alguma forma definida pela empresa para mitigar, reduzir sua ao no meio. b) Importncia igual a 05 (I 5), ou severidade igual a 3 (S 3) Paraosaspectosaquienquadradosdevemserestabelecidos,nomnimo,controles operacionais(ex.atividadesdetreinamento,definiodeprocedimentos)quedevemser registrados no campo controle operacional da planilha. Situaes de Emergncia a) Importncia igual a 06 (IMP=6) Assituaesemergenciaiscujaimportnciaforiguala6seroconsideradasinaceitveis, devendosertomadas medidaspreventivas outomadasprovidnciasurgentesparareduo daimportncia.Taisaesdevemestarincludasnoplanodeemergnciaeserindicadas SEVERIDADE FREQUNCIA / PROBABILIDADE (1) BAIXA (2) MDIA (3) ALTA (1) BAIXA/POUCO PROVVEL DE OCORRER 020304 (2) MDIA/PROVVEL DE OCORRER 030405 (3) ALTA/ESPERADO QUE OCORRA 040506 33 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 controle operacional. Aps a realizao das medidas, os processos em questo devem ser novamente submetidos avaliao de aspectos e impactos ambientais. Apsareduodaimportncia,estassituaesdeemergnciaseroenquadradasnas situaes abaixo: - Importncia igual a05 (IMP = 5) ou Severidade igual a 3 (S=3) Parasituaesdeemergncia,ondeaimportnciaforiguala5ouaseveridadeiguala3, devem ser previstas as aes e medidas mitigadoras e os planos de emergncia. - Importncia menor que 5 (IMP 800.000 InvestimentoTotal (UPF/PR) 2.000 8.0008.001 80.00080.001 800.000> 800.000 Nmero de Empregados< 5050 - 100100 1000> 1000 Peso (B)1,252,53,755,0 a)UPF/PR: Unidade Padro Fiscal do Estado do Paran Secretria da Fazenda; 73 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 b)O Porte do Empreendimento ser avaliado como o indicador com o maior valor. III.Fatores ambientais O componente Fatores Ambientais ser analisado com os indicadores do quadro abaixo. IndicadorPeso Fragmentao de Habitats Flora Fauna Solo e subsolo Recursos Hdricos Clima e Qualidade do Ar Paisagem Mdia Final dos Pesos (E/7) 1)FragmentaodeHabitats:mdiaaritmticadospesosatribudosaosparmetrosreduo de rea e reduo da conectividade. Recomenda-semapas temticos visando estimativa dos habitats com a implantao do projeto. Peso (a)1,03,05,0 Reduo de rea (%)< 1010 - 15> 14 Peso (b)1,03,05,0 reaRemanescente Bloco nico e fluxo contnuo Grandes blocos e conexo parcial entre segmentos Vrios blocos de fragmentos menores isolados e conexo comprometida a)Reduo de rea (%) = rea suprimida/rea total x 100; b)Considera-sequalquerformaovegetacional,porquemesmoasreasantropizadas podem estabelecer conectividade pela fauna. 2)Flora.Variveis:SimouNo.Ocorrncias:a)endemismo;b)espciesameaadasrara, vulnervel, perigo; c) nas reas j antropizadas supe-se a no existncia de espcies nativas ameaadas. 74 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Pesos Ocorrncia EndemismoPerigoVulnervelRara reas Antropizadas 1,0NNNNS 2,0NNNNN 3,0NNNSN 3,5NNSNN 3,5NNSSN 4,5NSNNN 4,5NSNSN 4,5NSSNN 4,5NSSSN 5,0SNNNN 5,0SNNSN 5,0SNSNN 5,0SNSSN 5,0SSNNN 5,0SSNSN 5,0SSSNN 5,0SSSSN Perigo maior ameaa; Vulnervel imediatamente ameaada; Rara menor ameaa. 3)Fauna.Variveis:SimouNo.Ocorrncias:a)endemismo;eb)espciesameaadasLC (vulnervel, alto risco), NT (quase ameaada), VU (preocupao menor). 4)Solo e subsolo. Perguntas Orientadoras ou Listagem para Simples VerificaoSimNo A geologia da rea apresenta problemas em relao ao projeto? Intervenes no solo podero originar consequncias adversas permeabilidade do solo e a macro e micro drenagens? As intervenes no solo podero potencializar a erodibilidade e o carreamento de sedimentos que possam provocar o assoreamento? As caractersticas da topografia local impem restries ao projeto?O empreendimento incompatvel com os usos do solo em torno, tais como: recreao; agricultura; florestas? Observa-se a tendncia de desmatamentos que prejudicam cobertura vegetal dos solos? Haver disposio de produtos que possam contaminar os solos? Soma das ocorrncias positivas Peso = E das ocorrncias positivas x 5,0 (peso mximo) / nmero total de ocorrncias = (ocorrncias positivas) x 0,714 75 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 5)Recursos Hdricos. Perguntas Orientadoras ou Listagem para Simples VerificaoSimNo Alguma caracterstica hidrogrfica da rea impede a construo ou a operao de alguma parte do empreendimento? O empreendimento acarretar no enquadramento do corpo dgua superficial a classes inferiores a atual? A qualidade da gua superficial e subterrnea ser alterada negativamente com a implantao do empreendimento? Poder afetar o padro de drenagem da rea? Caso sejam necessrias operaes de drenagem, existe algum fator que possa restringir ou impedir que o trabalho seja executado? Poder ocorrer a reduo na capacidade de recarga do aqufero afetando deste modo o lenol fretico? Poder afetar o fluxo da gua subterrnea? Haver alterao no curso original? Aumentar a demanda dos recursos hdricos em termos de qualidade e volume, em horizontes definidos de tempo? Acarretar em menor vazo no fluxo original? Acarretar na reduo do potencial de navegabilidade? Poder resultar em alteraes no leito e margens dos cursos de gua? Ocorrer emisso de efluentes sobre os corpos dgua? Alterar o gradiente de salinidade e/ou mais correntes do esturio, levando a aumentos nas concentraes de poluentes ou problemas de disperso? Haver prejuzo dinmica da populao de ictiofauna e demais organismos do meio aqutico? Soma das ocorrncias positivas Peso = E das ocorrncias positivas x 5,0 (peso mximo) / nmero total de ocorrncias = (ocorrncias positivas) x 0,333 76 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 6)Clima e Qualidade do Ar.Perguntas Orientadoras ou Listagem para Simples VerificaoSimNo H algum fator climtico que possa restringir o empreendimento? H algum fator climtico que possa influenciar a disperso de poluentes? Haver emisso e disperso de odores que causaro incmodos populao? Haver emisso de material particulado? Acarretar em poluio sonora que possa afetar em torno do empreendimento? Haver emisso de gases? Haver emisso e concentrao de vapores? Soma das ocorrncias positivas Peso = E das ocorrncias positivas x 5,0 (peso mximo) / nmero total de ocorrncias = (ocorrncias positivas) x 0,714 7)Paisagem: Peso 5,0: a) Pouco Comprometida Paisagem quase que totalmente integra; grandes blocos intactoscommnimainflunciadoentorno;Conexoquegarantaadispersodetodasas espcies locais; Populaes persistentes e pouco afetadas por presses antrpicas; Processos funcionaisntegrosepoucoalterados/afetadosporatividadesantrpicas;Estruturatrfica ntegra com presena de espcies de topo de cadeia trfica, e de grande herbvoros. Peso3,0:b)MdioComprometimento-Paisagemparcialmenteantropizadafragmentada; Pelomenosumgrandebloco;Conexoentrefragmentospermitedispersodamaioriadas espcieslocais;Populaesdeespcieschavecomprometidas,masprocessosfuncionais preservados. Peso 1,0: c) Muito Comprometida Paisagem predominantemente antropizada; Fragmentos pequenoseisolados;Conexoedispersoentrefragmentos,comprometidas;Totalmente influenciadospelasatividadesdoemtorno(semreadencleo);Predadoresdetopode cadeia, grandes herbvoros ou outras espcies chave perdidas; invaso por espcies exticas; Estruturas e funes comprometidas.Nota explicativa: considera-se a anlise sobre a paisagem visualizada antes da instalao do empreendimento 77 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 IV.ANLISE DO COMPONENTE SOCIOCULTURAL E ECONMICO IndicadorPeso Perguntas Orientadoras Remanejamento/Assentamento Patrimnio Cultural Mdia dos Pesos = E/3 1)PerguntasOrientadorasouListagensparaSimplesVerificaodeAessemConsiderara Magnitude e Importncia dos Impactos. Perguntas Orientadoras ou Listagem para Simples VerificaoSimNo O empreendimento compreendido e aceito pela comunidade? Haver sobrecarga infraestrutura pblica na prestao de servios tais como: escola, sade, saneamento, segurana, comunicao, transporte, etc.? A populao explora recursos naturais (flora, fauna, guas minerais) assim como matria prima, na forma extrativista, para sua subsistncia ou comercializao? O empreendimento influenciar essa explorao de forma negativa? A regio utilizada como patrimnio turstico e lazer pela comunidade local? O empreendimento afetar esta forma de apropriao (turismo) negativamente? Soma das ocorrncias positivas Peso = E das ocorrncias positivas x 5,0 (peso mximo) / nmero total de ocorrncias = (ocorrncias positivas) x 0,714

2)Remanejamento/Assentamento. No ocorrente: atribuir valor zero para no ser prejudicado oclculodamdia.Porexemplo,seoempreendimentonoexigiuoRemanejamentoda Populao, os indicadores Remanejamento e Assentamento so desconsiderados. Este indicador expressa indiretamente relaes de dependncia na populao sob influencia do empreendimento. 78 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 OcorrnciaNo ocorrenteOcorrente (Peso)(0)(4)(5) RemanejamentoNSS AssentamentoNSN 3)PatrimnioCultural.Compreendendobensmateriaiseimateriais,naturaisouconstrudos, queexpressamourevelamamemriaeaidentidadedascomunidades.Representamas diferentes formas e modos de vida, as prticas agrcolas, apropriao dos recursos naturais, hbitos e costumes das comunidades, sejam tradicionais ou no, assim como suas relaes e organizaes comunitrias. Decretos federais no 5.753/06; no 3.551/2000; no 99.556/90. Ocorrncia(Peso) Perda Total(5,0) Reduo(3,5) Alterao(2,0) No ocorrente(0) Bens materiais Patrimnio Histrico e Artstico Matria Prima Acessibilidade ao Patrimnio Cultural E indicadores pontuados ou ocorrncias FrmulaparaclculodoindicadorPatrimnioCultural(PC):PC=(5,0xP+3,5xR+2,0xA)/5,0, onde P, R e A representam o nmero de ocorrncias de cada indicador.V.Anlise do componente: matriz de impacto. a)Este componente indica impactos negativos no mitigveis da Matriz de Impacto do EIA; b)A cada impacto se aplicar a tabela abaixo, obtendo-se um peso mdio dos atributos. Indicador Parmetro de avaliao Ambientes Impactados Mdia dos pesos de ocorrncias em cada indicador FsicoBitico Social econmica E(pesos) Abrangncia Territorial rea do empreendimento rea externa ao empreendimento 79 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 Manifestao no tempo Fase inicial do empreendimento Fase de operao Magnitude/Importncia/RelevnciaIntensidade Relao Causa-Efeito, Formas de manifestao do impacto. Direta ou Primria Indireta ou Secundria Acumulativa Osvaloresda matriz deavaliao dos impactos so: no ocorrente= 0; mnimo= 1; mdio-inferior = 2; mdio = 3; mdio-superior = 4; mximo = 5. 4. 6. MODELODECOMPENSAOAMBIENTALIBAMA ODecretono 8.648,publicadoem 14demaiode20009,altera eacrescentadispositivosao Decreto no 4.340, de 22 de agosto de 2002, visando regulamentar a compensao ambiental. Atravs destes decretos o IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente pode determinar o grau de impacto a partir de estudo prvio de impacto ambiental e respectivo relatrio EIA/RIMA, levando em conta os apenas os impactos negativos. ConformedescritonoArt. 31-A, oValorda CompensaoAmbiental(CA)calculadopelo produto do parmetro Grau de Impacto (GI) e o Valor de Referncia (VR), de acordo com a equao: CA = VR x GI onde: GI = valor do grau do impacto nos ecossistema, podendo atingir valores de [0, 0,5%]; VR = somatrio dos investimentos requeridos para implantao do empreendimento. 4. 6. 1. METODOLOGIADECLCULODOGRAUDOIMPACTO 1.GRAU DE IMPACTO (GI) O grau de impacto (GI) determinado a partir da equao:GI = ISB + CAP + IUC onde: ISB = impacto sobre a biodiversidade; 80 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 CAP = comprometimento de rea prioritria; IUC = influncia em Unidades de Conservao. 1.1.Impacto sobre a Biodiversidade (ISB):

( )

onde: IM = ndice Magnitude; IB = ndice Biodiversidade; IA = ndice Abrangncia; IT = ndice Temporalidade. O parmetro ISB visa contabilizao dos impactos do empreendimento diretamente sobre a biodiversidade na sua rea de influencia direta e indireta. Os impactos diretos sobre a biodiversidade que no se propagarem para alm da rea de influencia direta e indireta no so contabilizados para as reas prioritrias. 1.2. Comprometimento de rea Prioritria (CAP)

onde:IM = ndice Magnitude; ICAP = ndice Comprometimento de rea Prioritria; IT = ndice Temporalidade. O valor do parmetro CAP varia na faixa de zero a 0,25%. O objetivo do parmetro levar em conta os efeitos do empreendimento sobre a rea prioritria em queest inserido. Isto observado comarelaoda significnciadosimpactosfrentesreasprioritriasafetadas.Empreendimentos que tenham impactos insignificantes para biodiversidade local podem atravs de suas intervenes, influenciar a dinmica de processos ecolgicos, afetando ou comprometendo as reas prioritrias. 1.3. Influncia em Unidades de Conservao (IUC) OvalordoparmetroIUC variadezeroa0,15%,eterporfinalidadeavaliarainflunciado empreendimentosobreasunidadesdeconservaoouaszonasdeamortecimento,sendoqueos 81 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 valores podem ser considerados cumulativamente at o valor mximo de 0,15%. O valor de IUC ser diferente de zero quando constatada a incidncia de impactos em unidades de conservao ou zonas de amortecimento, de acordo com os valores abaixo:G1: parques (nacional, estadual, municipal); reserva biolgica; estao ecolgica; refgio de vida silvestre e monumento natural = 0,15%; G2: florestas (nacionais, estaduais) e reservas de fauna = 0,10%; G3: reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentvel = 0,10%; G4: rea de proteo ambiental; rea de relevante interesse ecolgico; reserva particulares do patrimnio natural = 0,10%; G5: zonas de amortecimento de unidades de conservao = 0,05%. 2.NDICES 2.1. ndice Magnitude (IM) O valor do ndice magnitude varia na faixa de zero a trs, avaliando a existncia e a relevncia dos impactos concomitantemente significativos negativos sobre aspectos ambientais associados aos empreendimentos analisados de forma integrada. Os valores do IM encontram-se na tabela abaixo. ValorAtributo (0)Ausncia de impacto ambiental negativo significativo (1)Pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relao ao comprometimento dos recursos naturais (2)Mdia magnitude do impacto ambiental negativo em relao ao comprometimento dos recursos naturais (3)Alta magnitude do impacto ambiental negativo 2.2. ndice Biodiversidade (IB) O valor do ndice biodiversidade varia de zero a trs, avaliando o estado da biodiversidade previamente implantao do empreendimento.ValorAtributo (0)Biodiversidade se encontra muito comprometida (1)Biodiversidade se encontra mediamente comprometida (2)Biodiversidade se encontra pouco comprometida (3)rea de transito ou reproduo de espcies consideradas endmicas ou ameaadas de extino 82 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 2.3. ndice Abrangncia (IA) O valor do ndice de abrangncia varia de um a quatro, avaliando a extenso espacial dos impactos negativos sobre os recursos naturais. Em casos de empreendimentos lineares, o IA ser avaliado em cada bacia, ainda que o trecho submetido ao licenciamento ultrapasse os limites da bacia associada.Para empreendimentos lineares devero ser considerados compartimentos homogneos da paisagem para que os impactos ambientais sejam mensurados adequadamente em relao abrangncia,nodevendoserconsideradoscumulativamente.Oresultadofinaldaabrangncia serconsideradodeformaproporcionalaotamanho docompartimentoemanliseemrelao ao total de compartimentos.2.4. ndice Temporalidade (IT) O valor do ndice de temporalidade varia na faixa de um a quatro, e refere-se resilincia do ambiente ou bioma onde est inserido o empreendimento. Avalia a persistncia dos impactos negativos do empreendimento.ValorAtributo (1)Imediata: at cinco anos aps a instalao do empreendimento (2)Curta: superior a cinco anos e at quinze anos aps instalao do empreendimento (3)Mdia: superior a quinze e at trinta anos aps instalao do empreendimento (4)Longa: superior a trinta anos aps instalao do empreendimento 2.5. ndice de Comprometimento de reas Prioritrias (ICAP) O ICAP varia de zero a trs, avaliando o comprometimento sobre a integridade de frao significativa da rea prioritria impactada pela instalao do empreendimento, conforme o mapa oficial de reas prioritrias, aprovado mediante ato do Ministrio do Estado de Meio Ambiente.Para empreendimentos lineares devero ser considerados compartimentos homogneos dapaisagemparaqueosimpactosadversossejammensuradosadequadamenteemtermosde comprometimento de rea prioritria, no devendo ser considerados cumulativamente. 83 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 O resultado do ICAP ser considerado de forma proporcional ao tamanho compartimento emrelaoaototaldecompartimentos.OsimpactosambientaisemUnidadesdeConservao sero computados exclusivamente no IUC.ValorAtributo (0)Inexistncia de impactos sobre reas prioritrias ou impactos em reas prioritrias sobrepostas a Unidades de Conservao (1)Impactos que afetem reas de importncia biolgica alta (2)Impactos que afetem reas de importncia biolgica muito alta(3)Impactos que afetem reas de importncia extremamente alta ou reas classificadas como insuficientemente conhecidas. 84 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 CAPTULO 5 - CONSIDERAES As qualidades intrnsecas dos recursos naturais estabelecem sua capacidade de fornecer funes e servios ecossistmicos, beneficiando a prpria natureza e a sociedade tecnolgica. O estadodeconservaoeopotencialecolgicodosrecursosnaturaisafetadosemdeterminado acidente podem ser analisados na percia ambiental para determinar a significncia dos impactos e o valor econmico dos danos ambientais.Alm disso, constatou-se que os impactos negativos causados por atividades antrpicas e acidente atingem uma variedade de componentes ambientais que tm caractersticas singulares, devendo ser investigados de maneira sistemtica com as tcnicas descritas nesse documento. As tcnicas qualitativas de avaliao de impactos, como, por exemplo, matrizes Leopold, permitem fazer a anlise preliminar da importncia, magnitude e significncia dos impactos negativos, mas, estas tcnicas so incapazes de avaliar o comportamento dos impactos em funo do tempo.Para vencer esta dificuldade foram descritos os atuais mtodos de avaliao de impactos ambientais utilizados nos pases desenvolvidos, tais como: mtodos acoplados a SIG; mtodos de deciso hierrquica e tcnicas nuvem difusa. Essas metodologias manipulam variveis numricas e palavras simultaneamente para avaliar o comportamento de impactos em funo do espao e do tempo e, desse modo, melhorar os resultados a serem obtidos. 85 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 REFERNCIAS 1. VEGA E; Vega M; Barrantes G; (2004); Valoracin del Dao Ambiental em el Refugio Nacional de Vida Silvestre Cao Negro por el Incendio en el ao 2003, IPS, ACAHN-RNVSCN-APANAJUCA, Heredia, Costa Rica. 2.MARCELINO, A.; Haddad, E. Aventurato, H.; Campos, M. V.; Serpa, R. R.; Proposta de critrio para valorao monetria de danos causados por derrames de petrleo ou de seus derivados no ambiente marinho; So Paulo, CETESB; 1992. 22 p. 3.CONDEPHAAT, 3/94, Critrios para a Valorao Monetria de Danos Causados aos Bens de Valor Cultura, Dirio Oficial do Estado de So Paulo; Seo I, SP, 104 (232), 15/12/1994. 4.CEAT - FLORA, Valorao de Danos do Desmate Irregular, Centro de Apoio s Promotorias do Estado de Minas Gerais, Parmetro para composio civil de dano flora silvestre, Ofcio n 2208/2007, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2007. 5.CEAT - FAUNA - CEAT ID 858192, Ofcio 2302/PJMA/07 Solicitante: Promotora de Justia Llian Marota Promotoria de Justia de Defesa do Meio Ambiente de Belo Horizonte, Belo Horizonte, Minas Gerais 2007 6.DIXON, J, A.Analisis Economico de Impactos Ambientales, Banco Asitico de Desarrollo, 2 ed., Earthscan Puclication Ltda, London, 1994. 7.GALLI, F. Valorao de Danos Ambientais Subsdio para Ao Civil, Srie Divulgao e Informao, 193, Companhia Energtica de So Paulo, CESP, So Paulo, 1996. 8.Heidrich, et. al. Estudos de Caso de Valorao de Dano Ambiental no Estado do Rio Grande do Sul, Ministrio Pblico de Rio Grande do Sul, Subprocuradora Geral de Justia para Assuntos Administrativos, Diviso de Assessoramento Tcnico. 9.MAM/85/2008 - Ministrio do Meio Ambiente da Espanha ORDEN, de 16 de enero, por la que se establecen los criterios tcnicos para la valoracin de los daos al dominio pblico hidrulico y las normas sobre toma de muestras y anlisis de vertidos de aguas residuales. Martes 29, 2008. 10.MIKHAILOVA I, BARBOSA F., 2 Valorao Ambiental: Uma Abordagem Alternativa; 1 Profa Adjunto do Departamento de Cincias Econmicas da Universidade Federal de Santa Maria; 2 Prof. Departamento de Biologia Geral da Universidade Federal de Minas Gerais. 11.ROMAN, E, N., L., Avaliao Monetria do Meio Ambiente, Caderno do Ministrio Pblico Paran, Curitiba, Paran, v. 02, n. 05, p. 143 147, junho, 1999. 86 Avaliao de Impactos na Percia Ambiental | 11/08/2010 12.HEA,National Oceanic and Atmospheric Administration EUA, Habitat Equivalency Analysis: an overview, Damage Assessment and Restoration Program, S. Spring 13.CARDOSO, A., R., A., A Degradao ambiental e os valores os seus econmicos associados, Editores Srgio Antnio Fabris, Porto Alegre, Brasil, 2003 14.PEIXOTO, S., WILLMERSDORF, O. 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