abordagem para optimização da parametrização de erps em

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Abordagem para Optimizar a Parametrização de ERPs em Projectos de Rollout CAPSI’2011 André Barbosa 1 , Carlos Costa 2 1) ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal [email protected] 2) ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal [email protected] Resumo Embora um projecto de rollout se centre na aplicação de uma solução tecnológica, já implementada numa organização, a uma das suas subsidiárias ou a uma nova organização por si adquirida com perfil de actividades semelhante, existem sempre especificidades destes "novos clientes" que a solução terá de comportar. Estes requisitos podem exigir um alinhamento entre a empresa e o sistema, quer a nível processual, quer a nível dos dados e sua estrutura. Dentro desta última vertente, a parametrização é uma forma de adaptação que garante esse ajustamento, através da determinação de um conjunto de parâmetros no sistema, sem qualquer intervenção no seu código fonte. É na definição destes valores que assenta este artigo, no qual é apresentada uma nova abordagem que permite optimizar a parametrização de dados em ERPs, no âmbito de projectos de rollout. Esta abordagem irá centrar-se no desenvolvimento de templates, construídos com base em técnicas de levantamento e análise requisitos, modelação de sistemas e engenharia inversa. Palavras chave: ERP-Enterprise Resource Planning, Parametrização, Rollout, Levantamento e Análise de Requisitos, Modelação de Sistemas, Engenharia Inversa, Templates. 1. Introdução Um sistema ERP é um pacote de software utilizado para coordenar informação, de forma integrada, entre diferentes áreas funcionais de uma organização [Davenport 1998]. Os dados são registados uma única vez no sistema, ficando visíveis para o seu todo. A gestão de processos de negócio é assegurada através de uma base de dados comum e de uma gestão partilhada de ferramentas de report [Monk et al. 2009]. A metodologia de rollout é uma forma de implementação de um ERP [Welti 1999]. Esta aplica- se no caso em que existe uma implementação final de um sistema numa organização e vai proceder-se ao seu alargamento a outras organizações com o mesmo perfil de actividade [Drelichowski et al. 2009]. Esta ampliação pode ocorrer num único momento ( big-bang) ou em várias fases, cada uma abarcando um conjunto de organizações [D'Souza et al. 2005].

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Page 1: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Abordagem para Optimizar a Parametrização de ERPs em Projectos

de Rollout

CAPSI’2011

André Barbosa 1, Carlos Costa

2

1) ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal

[email protected]

2) ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal

[email protected]

Resumo

Embora um projecto de rollout se centre na aplicação de uma solução tecnológica, já

implementada numa organização, a uma das suas subsidiárias ou a uma nova organização

por si adquirida com perfil de actividades semelhante, existem sempre especificidades

destes "novos clientes" que a solução terá de comportar. Estes requisitos podem exigir um

alinhamento entre a empresa e o sistema, quer a nível processual, quer a nível dos dados e

sua estrutura. Dentro desta última vertente, a parametrização é uma forma de adaptação que

garante esse ajustamento, através da determinação de um conjunto de parâmetros no

sistema, sem qualquer intervenção no seu código fonte. É na definição destes valores que

assenta este artigo, no qual é apresentada uma nova abordagem que permite optimizar a

parametrização de dados em ERPs, no âmbito de projectos de rollout. Esta abordagem irá

centrar-se no desenvolvimento de templates, construídos com base em técnicas de

levantamento e análise requisitos, modelação de sistemas e engenharia inversa.

Palavras chave: ERP-Enterprise Resource Planning, Parametrização, Rollout, Levantamento e

Análise de Requisitos, Modelação de Sistemas, Engenharia Inversa, Templates.

1. Introdução

Um sistema ERP é um pacote de software utilizado para coordenar informação, de forma

integrada, entre diferentes áreas funcionais de uma organização [Davenport 1998]. Os dados são

registados uma única vez no sistema, ficando visíveis para o seu todo. A gestão de processos de

negócio é assegurada através de uma base de dados comum e de uma gestão partilhada de

ferramentas de report [Monk et al. 2009].

A metodologia de rollout é uma forma de implementação de um ERP [Welti 1999]. Esta aplica-

se no caso em que existe uma implementação final de um sistema numa organização e vai

proceder-se ao seu alargamento a outras organizações com o mesmo perfil de actividade

[Drelichowski et al. 2009]. Esta ampliação pode ocorrer num único momento (big-bang) ou em

várias fases, cada uma abarcando um conjunto de organizações [D'Souza et al. 2005].

Page 2: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

A utilização de uma metodologia de rollout permite a standardização dos processos de negócio

dentro de uma organização ou grupo empresarial, conseguindo-o com uma poupança em termos

de custos monetários e com uma aceleração na implementação da maioria das tarefas de

projecto [Brown et al. 2003, Drelichowski et al. 2009]. Apesar desta unificação, os custos de

adaptação necessários não são totalmente eliminados, pois existem sempre alguns requisitos

específicos da nova organização que terão de ser acomodados no sistema [Drelichowski et al.

2009]. Desse levantamento, denominado fit-gap analysis, podem resultar adaptações

essencialmente em dois níveis: em termos processuais e/ou em termos de dados e sua estrutura

[Hu et al. 2008]. Embora estejam estreitamente relacionadas, este artigo apenas abordará a

última vertente, expondo o desenvolvimento de uma nova abordagem de parametrização de

ERPs, no âmbito de rollouts.

Por parametrização (ou configuração) entende-se a definição e selecção de parâmetros ou

valores do sistema (sem acção no código), de modo a assegurar o ajustamento do mesmo às

especificidades da organização [Glass 1998, Valentim 2010]. Note-se que este conceito

distingue-se do conceito de customização, o qual não será explorado nesta abordagem e que

implica intervenção no código fonte, quer através de modificação directa, quer através de pontos

de extensão, de forma a complementar funções do sistema [Glass 1998, Rothenberger et al.

2009].

A abordagem proposta com este artigo irá concretizar-se num template de parametrização, que

será construído com base em técnicas de levantamento e análise de requisitos, modelação de

sistemas, assim como no conceito de engenharia inversa. Com a sua aplicação, pretende-se obter

um processo de parametrização de dados optimizado e padronizado.

De forma a validar a sua utilidade e consistência, esta abordagem será ainda testada num

contexto real. Esse contexto será a gestão de serviços partilhados da Administração Pública

Portuguesa, em concreto o sistema de gestão de recursos humanos, ERP SAP RH, que após uma

implementação inicial em que integrará cinco organismos piloto, seguirá uma metodologia de

rollout, de modo a alargar-se progressivamente ao restante sector público. Após a sua aplicação,

a abordagem será avaliada, através de entrevistas a informadores chave.

Nesse sentido, este documento, após esta introdução, será composto por mais cinco divisões: a

revisão da literatura sobre os conceitos relacionados com a abordagem a propor (secção 2); a

apresentação dessa mesma abordagem (secção 3); a aplicação desta ao contexto prático

mencionado (secção 4); a sua avaliação (preliminar) por especialistas (secção 5); a exposição de

um conjunto de conclusões, bem como limitações e sugestões de trabalhos futuros (secção 6).

Page 3: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

2. Revisão da Literatura

Este tópico tem por objectivo expor o estado actual do conhecimento sobre as temáticas

subjacentes à proposta conceptual. Desse modo, serão abordadas as seguintes matérias:

Levantamento e Análise de Requisitos;

Modelação de Sistemas;

Engenharia Inversa;

Templates para Rollouts de ERPs.

2.1. Levantamento e Análise de Requisitos

Um requisito [Young 2004] pode ser classificado, essencialmente, em duas vertentes:

Requisitos do utilizador / sistema [Sommerville 2006];

Requisitos funcionais / não funcionais / restrições [Robertson et al. 2006, Young 2004].

O levantamento e análise de requisitos é uma etapa nuclear no processo de engenharia de

requisitos [Sommerville 2006], podendo ser utilizadas diversas técnicas para a sua execução

[Belgamo et al. 2000, Bevan et al. 2002, Lloyd 2001, Sommerville 2006]. Entre elas encontram-

se os cenários [Bevan et al. 2002] e os casos de uso [Jacobson 1992], que privilegiam a

interacção dos diferentes actores externos com sistema, focando-se no pensamento efectivo

sobre a utilização do mesmo no contexto de negócio associado.

Embora ainda subsista alguma confusão entre os conceitos de casos de uso e cenários, Jacobson

[1994] defende que um cenário deve ser encarado como uma instância específica de um caso de

uso. Esta ideia é corroborada por Cockburn [2000], na sua abordagem orientada por objectivos,

a qual engloba ambas as técnicas.

O aparecimento da UML - Unified Modeling Language tornou possível a representação gráfica

da visão externa do sistema e das suas interacções com o exterior, através de diagramas de casos

de uso [Booch et al. 2005, Furlan 1998, Somé 2006, Vedoato 2003]. Contudo, aquando da sua

utilização, os casos de uso deixam de ter em conta o conceito de usabilidade, podendo este ser

recuperado através da complementaridade com a técnica de cenários [Constantine et al. 2001,

Vedoato 2003].

2.2. Modelação de Sistemas

A modelação de sistemas consiste na construção de representações abstractas que forneçam um

correcto entendimento de sistemas existentes ou auxiliem a especificação de um novo sistema

Page 4: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

[Easterbrook et al. 2000, Sommerville 2006]. Para tal objectivo, podem ser utilizados diferentes

tipos de modelos, entre os quais:

Modelos comportamentais – Reflectem o comportamento do sistema (exemplos:

modelos de fluxos de dados ou modelos de transição de estados) [Sommerville 2006];

Modelos de dados – Representam a forma lógica dos dados processados pelo sistema

(exemplos: modelos ERA - Entity-Relation-Attribute) [Korth et al. 2010, Sommerville

2006};

Modelos orientados a objectos – Representam os dados do sistema, bem como o seu

processamento, resultando numa combinação de modelos de dados semânticos e

modelos comportamentais (exemplos: modelos UML, nomeadamente diagrama de

classes UML – dados e o diagrama de actividades UML – comportamento) [Nunes et al.

2004, Sommerville 2006].

Os modelos orientados a objectos têm, hoje em dia, uma grande taxa de utilização [Sommerville

2006], fornecendo, através da linguagem UML (standard neste tipo de modelação), um

sustentado apoio à etapa de levantamento e análise de requisitos [Berenbach 2004]. Por

exemplo, os diagramas de actividades UML podem tornar-se uma mais-valia quando se

pretende detalhar um caso de uso associado a um processo de negócio ou ainda descrever fluxo

de interacção em cenários específicos, fornecendo assim uma representação gráfica

complementar a uma abordagem de análise de requisitos baseada em casos de uso / cenários

[Pressman 2009].

Os modelos comportamentais e de dados orientados a objectos assumem ainda um papel

importante na definição de casos de teste, existindo já metodologias para a sua geração a partir

de um diagrama de actividades UML [Kundu et al. 2009] ou de um diagrama de classes UML

[Chandran et al. 2009].

2.3. Engenharia Inversa

Segundo Chikofsky e Cross II [1990], a engenharia inversa é o processo de análise de um

sistema de modo a:

Identificar os seus componentes e as relações/dependências que estes estabelecem;

Gerar visões alternativas e sintetizar representações usando um alto nível de abstracção.

As representações do sistema poderão ser úteis na reconstrução do desenho ou na especificação

de requisitos, particularmente quando a documentação está em falta ou desactualizada [Müller

et al. 1995].

Page 5: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

A engenharia inversa pode separar-se em dois grupos: engenharia inversa do código ou

programa e engenharia inversa de dados [Englebert et al. 2000, Jahnke et al. 2000a]. Apenas o

último será objecto da proposta conceptual apresentada neste artigo.

A engenharia inversa de dados é o conjunto de métodos e ferramentas que ajudam a organização

a determinar a estrutura, função e significado dos seus dados [Aiken 1996]. Para aplicar esta

abordagem, existem duas tarefas fundamentais [Jahnke et al. 2000a]:

Análise dos dados - Recuperar o modelo de dados lógico estruturalmente completo e

com a semântica anotada Os responsáveis pelo desenvolvimento e os especialistas do

domínio podem, com o seu conhecimento e experiência, apresentar-se como um factor

crítico de sucesso desta tarefa;

Abstracção conceptual – Efectuar o mapeamento entre o modelo de dados lógico

resultante da análise e o equivalente desenho conceptual, usualmente representado

através de diagramas ERA ou diagramas de classes UML.

Embora Jahnke et al. [2000a] enumere alguns factores que impeçam uma resposta efectiva, por

parte de soluções tecnológicas, às etapas acima mencionadas, existem já ferramentas que se

encaminham para ultrapassar estas questões. Por exemplo, a ferramenta Varlet consegue

auxiliar as etapas de análise e abstracção, recorrendo, respectivamente, às técnicas Generic

Fuzzy Reasoning Nets e Triple Graph Grammars [Jahnke et al. 1998, Jahnke et al. 2000b].

Também as ferramentas Rational Rose (IBM) e Together (Borland) providenciam a recuperação

do modelo conceptual a partir da análise do código fonte [Maciel 2003, Sun et al. 2005].

2.4. Templates para Rollouts de ERPs

A expansão dos sistemas ERP, durante a última década, aumentou as necessidades de integração

interna, principalmente porque estes começaram a ser estendidos a parceiros das próprias

organizações. A configuração individual dos sistemas, com processos e dados mestre a serem

criados de forma diferente, têm dificultado essa mesma integração [Alt et al. 2000].

Templates para ERPs podem ser definidos como modelos para standardização de processos,

funções e dados que podem ser desenvolvidos num sistema físico (ERP). Estes funcionam como

ferramentas importantes na configuração/parametrização de dados em sistemas ERP

semelhantes, dentro de uma organização ou grupos de organizações. A determinação de uma

semântica padrão para várias aplicações e a multiplicação do know-how obtido em diversas

implementações são algumas das consequências positivas da aplicação destes templates. A sua

utilização cinge-se à fase de implementação, sobretudo em metodologias de rollout, nas quais os

templates são desenvolvidos centralmente e posteriormente aplicados localmente.

Page 6: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Alt, Huber e Österle [2000] destacam a relevância da utilização destes templates na

standardização da configuração do sistema, na medida em que:

Sustentam fluxos de informação integrada, promovendo uma nova perspectiva para os

processos e reforçando as potencialidades de controlo e report;

Reduzem os custos de implementação e coordenação de sistemas ERP distribuídos,

dentro de um grande grupo empresarial ou de uma grande empresa multinacional.

Para a sua construção, estes autores propõem um método que reúne um conjunto de actividades,

para as quais estão associados possíveis documentos resultantes, a utilizar nos vários projectos

(Tabela A1 – secção Apêndice A).

Esta abordagem reforça a importância da documentação na reutilização dos templates,

especialmente para esclarecer os seus propósitos, descrever funcionalmente os seus

componentes e guiar a sua utilização. A manutenção dos templates é algo igualmente a ter em

conta, para que seja assegurada a consistência na sua aplicação às diferentes unidades de

negócio ou localizações geográficas distintas.

3. Proposta de Abordagem Conceptual

3.1. Proposta Geral

Como já foi explorado na introdução do artigo, a proposta conceptual passa pela criação de uma

abordagem para optimizar a parametrização de dados em ERPs. A sua aplicação apenas a

projectos de rollout reside na necessidade da existência de uma estrutura de informação base,

que é construída na implementação inicial (ou alterada / aproveitada a partir do ERP standard).

Posteriormente, esta é reutilizada e modificada de acordo com os requisitos específicos

decorrentes de cada rollout. A criação e a alteração da estrutura de tabelas de parametrização

não fazem parte do objectivo desta abordagem, ainda que possam ocorrer numa implementação

rollout.

A abordagem tem como ponto central o desenvolvimento de templates de parametrização. Estes

ostentarão uma arquitectura de três camadas [Ramirez 2000]:

Camada de apresentação, que fornece as interfaces de interacção com o utilizador do

template;

Camada de negócio, que, através da implementação das regras de negócio, controla a

funcionalidade do template, sendo ainda responsável pela comunicação com a base de

dados;

Page 7: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Camada de dados, constituída pela base de dados, a qual é responsável pelo

armazenamento da informação. Em alternativa, a camada de dados pode ainda ser

responsável pela interacção com a base de dados, retirando essa função da camada de

negócio.

Para que o ERP seja efectivamente parametrizado, é necessário o desenvolvimento de um

mecanismo de carregamento de dados de parametrização ou a aplicação de um já existente.

Desse modo e embora não faça parte da construção do template em si, este mecanismo é parte

integrante do âmbito da abordagem, pois só assim é possível transferir os dados de

parametrização para sistema ERP e obter o fluxo completo do processo.

A Figura 1 providencia uma esquematização conceptual da arquitectura da solução subjacente à

proposta de abordagem.

Figura 1 – Arquitectura da solução (conceptual) associada à proposta de abordagem

O processo de desenvolvimento do template, designando por Macroprocesso, irá apoiar-se nas

actividades subscritas pelo método Template Handbook [Alt et al. 2000] - Tabela A1 (secção

Apêndice A). Contudo, algumas dessas actividades não têm relevância para a abordagem a ser

apresentada:

Âmbito da

Abordagem Camada de Apresentação

Camada de Negócio

Camada de Dados

E

R

P

Mecanismo de

carregamento

de dados de

parametrização

Page 8: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

6 – Definição do conceito de autorização – Esta actividade é desnecessária, uma vez

que todos os dados do template são parametrizáveis, não sendo nele incluídos campos

com valores já atribuídos centralmente e não configuráveis localmente;

8 - Documentar add-ons do template – Não será considerada a utilização de add-ons,

por ser algo acessório;

14 - Preparar guia de implementação – Este guia de implementação, seguida pelo

método referenciado, destina-se ao posterior desenvolvimento ou adaptação do template

localmente, o que não se aplica, pois estes são somente definidos centralmente. Todas

as especificidades locais que colidam com definições globais do sistema terão de ser

tratadas fora do template, pois envolvem análise de possíveis novas soluções.

De forma a se adaptarem às intenções desta nova abordagem, as actividades 5 e 7 do método

Template Handbook (Determinar e completar as definições de configuração) convergirão para o

desenvolvimento dos módulos de regras e de interacção com a base de dados do template, ao

passo que a actividade 9 (Definir as orientações para o armazenamento de dados) tratará do

mecanismo de carregamento de dados.

Num outro sentido, as primeiras três actividades acabarão por se agregar no planeamento e

organização do template. Este constitui o ponto de partida da abordagem, onde serão aplicadas

técnicas de levantamento e análise de requisitos, modelação de sistemas e engenharia inversa,

abordadas na revisão da literatura. Devido à relevância e complexidade associadas, o

planeamento e organização do template será tratado como um subprocesso do Macroprocesso,

sendo nomeado Microprocesso. A Figura 2 espelha a lógica processual da abordagem proposta.

Figura 2 – Lógica processual da abordagem proposta

Com esta abordagem pretende-se a standardização da parametrização de dados em ERPs, em

projectos de rollout. Para os requisitos funcionais previstos, o template passa a ser aplicável a

Macroprocesso

S.1

S.A.1 S.A.2 S.A.n

Microprocesso

A.1 A.2 A.n

Subprocesso Actividade Actividade do

Legenda: do Macroprocesso do Macroprocesso subprocesso (Microprocesso) (Microprocesso)

S A S.A

Page 9: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

qualquer “nova” organização, em qualquer fase de rollout, desde que acautelados os

procedimentos de manutenção do template. A aplicação do Microprocesso é fundamental, pois

vai permitir perceber o funcionamento e a estrutura do sistema ERP, de forma a transpô-la para

o template, tendo sempre em conta a concordância com a lógica de negócio associada.

A parametrização dos dados pode assim ser assegurada pelo utilizador funcional da

organização, eliminando a necessidade de recorrer a técnicos com conhecimentos do sistema

ERP para o cumprimento dessa função. O template tem disponível uma camada com todas as

regras de validação exigidas, garantindo, desse modo, que os dados introduzidos estão no

formato e sequência adequados para o carregamento no ERP. A documentação tem um papel

fundamental na correcta utilização do template.

Em resumo, esta abordagem tem como finalidade reduzir os custos e o tempo de implementação

em projectos de rollout, assim como melhorar a qualidade dos dados que farão parte do ERP.

3.2. Macroprocesso

Nesta secção será apresentado o processo de desenvolvimento do template (Macroprocesso).

Efectuado o planeamento inicial para a construção do template (descrito na secção seguinte –

3.2 – Microprocesso), são desenhados os seus ecrãs (e suas interacções) e a sua base de dados,

respeitando os modelos de dados e comportamentais obtidos na fase inicial. A implementação

dos módulos de regras e interacção com a base de dados vai certificar que os dados respeitam as

validações do negócio e do ERP e que os mesmos são correctamente enviados para a base de

dados. Terminada a construção do template, é necessário desenvolver um mecanismo para o

carregamento dos dados parametrizados no sistema ERP ou, em alternativa, aplicar um já

existente. Para comprovar o seu sucesso, são realizados testes ao template, tendo por base os

casos testes definidos inicialmente. Por fim, são definidos os procedimentos de manutenção do

template e é preparada toda a documentação que guiará o utilizador.

A Figura 3 exibe um diagrama de actividades UML onde estão representadas as diferentes

actividades que compõe o Macroprocesso. A sua descrição e produtos/documentos resultantes

encontram-se na Tabela B1 (secção Apêndice B).

Page 10: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

1 - Planeamento e organização do template (Microprocesso)

2 - Desenhar os interfaces e a base de dados

3 - Desenvolver os módulos de regras e de interacção com a base de dados

4 - Desenvolver e aplicar o mecanismo para carregamento dos dados de parametrização no sistema ERP

5 - Testar o template

7 - Providenciar os procedimentos de manutenção6 - Preparar a documentação para os utilizadores

[Template sem erros]

[Template com erros]

Figura 3 – Diagrama de actividades UML referente ao Macroprocesso

3.3. Microprocesso

O subprocesso de planeamento e organização dos templates (Microprocesso) corresponde à

etapa inicial da abordagem, funcionando como um suporte sólido para a posterior construção do

template. É nesta fase que se recorre ao processo de engenharia inversa de dados, abordado por

Jahnke et al. [2000a], de forma a compreender e obter a estrutura dos dados do sistema ERP

existente. As técnicas de casos de uso e cenários (levantamento e análise de requisitos) serão

igualmente contempladas, de acordo com a abordagem de Cockburn [2000], no sentido de

traduzirem o comportamento que o template deve assumir aquando da interacção com o

utilizador. Este comportamento deve ter em conta as dependências estabelecidas na estrutura de

dados do sistema. Tanto para representar essa estrutura (diagrama de classes UML ou diagrama

ERA), como para apresentar o comportamento do template (diagramas de actividades UML),

serão utilizados modelos de sistemas, os quais servirão de base à definição dos casos de teste

[Chandran et al. 2009, Kundu et al. 2009].

Page 11: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

A Figura 4 exibe um diagrama de actividades UML onde estão representadas as diferentes

actividades que compõe o Microprocesso. A sua descrição e produtos/documentos resultantes

encontram-se na Tabela C1 (secção Apêndice C).

1 - Definir os requisitos

2.1 - Analisar o sistema ERP existente

2.2 - Representar o sistema ERP de forma abstracta

2 – Aplicar engenharia

inversa de dados

3 - Identificar e decompor os casos de uso e descrever os cenários associados

4 - Modelar os cenários

5 - Definir os casos de teste

6 - Definir as tecnologias a adoptar

7 - Analisar possíveis interacções dos dados de saída do template

Figura 4 – Diagrama de actividades UML referente ao Microprocesso

4. Aplicação da Abordagem Proposta

4.1. Descrição do Contexto de Aplicação

Com o intuito de racionalizar e reestruturar a Administração Pública Portuguesa, foi

implementada a lógica de serviços partilhados. A sua aplicação traduziu-se na centralização e

consolidação de processos não críticos (exemplo: gestão de recursos humanos) dos organismos

públicos numa outra entidade, centro de serviços partilhados, promovendo a eficiência, através

da redução de custos e informação redundante, foco dos organismos na sua missão principal e

melhoria da qualidade do serviço prestado ao cliente. A gestão destes serviços é suportada por

ERPs SAP.

Baseado na solução mySAP HCM E.C.C. 6.0 destinada ao sector público, o sistema de gestão

partilhada de recursos humanos da Administração Pública Portuguesa (denominado em diante

de SGRHAP) assenta numa lógica modular, oferecendo um conjunto de serviços que visam

Page 12: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

essencialmente a consolidação da informação dos trabalhadores dos organismos públicos num

cadastro único e o cumprimento uniforme da legislação afecta à gestão de pessoal deste sector.

Numa fase inicial, o SGRHAP está a ser desenvolvido para cinco organismos piloto, estando

estabelecida uma estratégia de extensão aos restantes organismos da Administração Pública,

através de uma metodologia de rollout por fases. Em cada uma destas fases, a estratégia passa

pelo levantamento de informação a parametrizar junto dos "novos" organismos, tratamento e

conversão dessa informação, finalizando com a parametrização directa no sistema por parte de

um conjunto de consultores SAP.

Neste sentido, surge a oportunidade de aplicar a abordagem conceptual proposta, dando a

possibilidade ao SGRHAP de se adequar ao perfil dos organismos públicos, que integrem as

várias fases de rollout, de forma optimizada, isto é, suprindo, quer a necessidade de tratamento e

conversão de informação em cada uma das fases, quer a parametrização de dados directa no

sistema por parte de consultores SAP. A parametrização passa assim a ser realizada pelos

utilizadores funcionais dos organismos, através da utilização do template.

4.2. Concretização da Abordagem – Arquitectura da Solução e Processo

De forma a responder à arquitectura da solução apresentada na proposta conceptual, foi

seleccionada a ferramenta Microsoft Office Access 2010, a qual funcionará apenas do lado do

cliente. Esta possui um conjunto de características que permitem a definição de todas as

camadas consideradas na proposta:

Camada de apresentação - Os interfaces para apresentação e recolha de dados de

parametrização foram desenhados recorrendo a formulários (User Forms);

Camada de negócio - O módulo para a implementação do motor de regras de negócio

foi desenvolvido com recurso à linguagem de programação VB 7.0 - Microsoft Visual

Basic 7.0, tendo a comunicação com a base de dados sido assegurada pela linguagem de

programação SQL - Structured Query Language;

Camada de dados – É constituída pela base de dados, sendo que a ferramenta adoptada

permitiu, não só efectuar toda a sua gestão, mas também garantir a comunicação com a

camada de negócio de forma integrada.

Para assegurar o carregamento dos dados parametrizados no SGRHAP, foi utilizada uma

ferramenta SAP, o LSMW - Legacy System Migration Workbench. O seu modo de

funcionamento obrigou à exportação das tabelas da base de dados do template, para ficheiros de

extensão xls (Microsoft Excel) ou txt. Para cada um dos ficheiros foi necessário efectuar um

Page 13: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

mapeamento de equivalência entre os campos das tabelas da base de dados do template e do

SGRHAP. A entrada dos dados de parametrização nas tabelas do SGRHAP é assegurada pela

criação de transacções (chamadas e execuções de programas ABAP, linguagem de programação

dos ERPs SAP), que permitem à ferramenta aceder a essas tabelas e actualizá-las. A Figura 5

concretiza a arquitectura de solução adoptada durante a aplicação da abordagem.

Figura 5 – Arquitectura de solução adoptada durante a concretização da abordagem proposta

Para demonstrar a aplicação da abordagem conceptual, será ilustrada a realização de algumas

das actividades afectas à abordagem proposta, tendo por base o requisito funcional –

Parametrizar tabela salarial (regime; carreira; categoria e posição/nível remuneratório dos

trabalhadores). Apenas será tida em conta a aplicação do requisito a carreiras gerais, de forma a

simplificar o entendimento da abordagem. As actividades descritas serão as seguintes (Figura

6):

Microprocesso:

o 2 - Aplicar engenharia inversa de dados:

2.1 - Analisar o sistema ERP existente;

Camada de Apresentação:

Interfaces

(User Forms)

Camada de Negócio:

Módulos de Regras (VB)

e Interacção com a base de dados (SQL)

Microsoft

VB +

Camada de Dados:

Base de Dados

Ficheiros .xls ou

.txt exportados

Transacção

SGRHAP

SAP

LSMW

Âmbito de

Aplicação

Page 14: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

2.2 - Representar o sistema ERP de forma abstracta.

Figura 6 – Lógica processual da abordagem desenvolvida, com destaque para as actividades que irão

exemplificar a sua concretização

4.3. Analisar o Sistema Existente

Esta etapa de análise permitirá recolher informações sobre o SGRHAP, de modo a conseguir

estabelecer uma base sólida para a posterior modelação dos dados. Para tal, esta foi realizada

com o acompanhamento de um consultor funcional SAP RH, que detém experiência, quer a

nível de negócio (gestão de recursos humanos no sector público), quer a nível de sistema

(mySAP HCM para o sector público).

Para a análise do SGRHAP foram utilizadas transacções. A transacção SPRO mostra os vários

pontos de parametrização para os diferentes módulos de um ERP SAP. Neste caso, uma vez que

se trata do módulo de recursos humanos, o ponto de partida é o tópico da "Administração de

Pessoal", mais concretamente a informação do cadastro do trabalhador necessária para processar

a sua remuneração base:

"Verificar tipo de acordo colectivo" (Regime);

"Verificar região de acordo colectivo" (Carreira);

"Revisar faixas e níveis salariais" (Categoria e Posição/Nível Remuneratório).

Em cada um dos pontos de parametrização referenciados, é possível obter-se uma vista sobre os

dados já parametrizados, assim como os campos de possível parametrização (Figura 7).

Recorrendo às informações técnicas de cada campo, é possível apurar qual a tabela de

parametrização onde os dados são gravados. Na grande maioria das situações, são utilizadas,

Macroprocesso 1.Planeamento

e organização

do template

2. Desenhar os

interfaces e a

base de dados

Microprocesso

1. Definir

os

Requisitos

2.Analisar

o sistema

existente

...

3.Representar o

sistema ERP de

forma abstracta ...

Aplicação da Abordagem

Page 15: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

numa camada superior, views (identificadas com inicial V_), isto é, porções de uma tabela (em

alguns casos de várias tabelas) que sintetizam a informação necessária para parametrizar o

sistema. A necessidade da sua existência resume-se ao facto das tabelas de parametrização

serem constituídas por um grande número de campos, isto devido à standardização dos ERPs e

da sua necessidade de aplicação a diversas organizações, de diferentes países, com necessidades

distintas. Os dados de parametrização presentes nas views são automaticamente armazenados

na(s) tabela(s) que a constituem.

Acedendo a uma view, é possível observa os campos que a constituem, bem como os seus tipos,

tamanhos ou descrições (Figura 7). Apenas relevam os campos que são visíveis no ponto de

parametrização, pois apenas esses poderão ser objecto de parametrização.

Figura 7 – Pontos de parametrização "Verificar tipo de acordo colectivo" e constituição da view

V_T510A, com destaque para os campos possíveis de parametrizar

Ao seleccionar o botão (Gráfico) é possível observar as relações existentes entre esta view

e outras views/tabelas (Figura 8).

Page 16: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Figura 8 – Relações de dependência da view V_T5101

A Figura 8 mostra que para cada "Tipo de acordo colectivo" (Regime) - V_T510A ou "Região

de acordo colectivo" (Carreira) - V_T510G podem existir várias "Faixas Salariais" (Categoria e

Posição/Nível Remuneratório) - V_T510, estabelecendo assim uma relação de um para muitos

(1:CN). Esta ligação implica que as chaves da V_T510A e V_T510G funcionem como chave da

V_T510.

4.4. Representar o Sistema de Forma Abstracta

Nesta actividade será elaborada uma representação conceptual dos dados, tendo por base a

análise elaborada. Para tal será utilizado um diagrama de classes UML, onde cada classe

representará uma tabela/view, aproveitando-se as associações para traduzir as suas relações e

respectiva multiplicidade. Os campos da view/tabela serão transformados em atributos da classe,

com tipos de dados iguais ou equivalentes.

A Figura 9 apresenta o diagrama de classes UML gerado a partir da informação obtida na

análise do sistema, para o requisito funcional definido.

-Codigo_Reg : Char(2)

-Descricao_Reg : Char(20)

Regime (V_T510A)

-Codigo_Car : Char(2)

-Descricao_Car : Char(20)

Carreira (V_T510G)

-Codigo_Categ : Char(8)

-PosNivel_Remun : Char(2)

-Rubrica_ Salarial : Char(4) = /621

-Montante_Rub_Sal : Double(13)

-DataIni : Date(8)

-DataFim : Date(8)

-Agrupador_Empregados : Char(1) = 3

-Agrupador_Países : Char(2) = 19

Categoria-PosNivel_Remuneratorio (V_T510)

1 0..*1

0..*

Figura 9 – Diagrama de classes UML para o requisito funcional - Parametrizar tabela salarial dos

trabalhadores (carreiras gerais) – lógica do SGRHAP

1 Nos diagramas gerados a partir de views, o prefixo “V_”, relativo ao seu nome, é removido.

Page 17: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Analisando a Figura 9, é possível verificar que, ao contrário da lógica de negócio, não existe

qualquer dependência entre o Regime e a Carreira. Estes apenas se associam através da

definição da Categoria-Posição/Nível Remuneratório. No contexto em estudo, uma carreira

pertence a um regime e subdivide-se em categorias, que por usa vez detêm um conjunto de

posições / níveis remuneratórios associados.

Dessa forma, a identificação dos casos de uso e cenários, que irão apoiar a definição do

comportamento do template, deverá ter por base o diagrama da Figura 10, que espelha a visão

do negócio, pois os utilizadores dos organismos conhecem apenas essa realidade. Contudo, é

necessário manter a lógica da Figura 9 na exportação dos dados de parametrização do template,

de forma a providenciar uma estrutura correcta para o carregamento dos mesmos no SGRHAP.

-Codigo_Reg : Char(2)

-Descricao_Reg : Char(20)

Regime

-Codigo_Car : Char(2)

-Descricao_Car : Char(20)

Carreira

-Codigo_Categ : Char(8)

-Descricao_Categ : Char(20)

-DataIni : Date(8)

-DataFim : Date(8)

-Agrupador_Empregados : Char(1) = 3

-Agrupador_Países : Char(2) = 19

Categoria

1

0..*

1

0..*

-Codigo_PosNivel_ Remun : Char(2)

-Descricao_PosNivel_ Remun : Char(20)

-Rubrica_Salarial : Char(4) = /621

-Montante_Rub_Sal : Double(13)

-DataIni : Date(8)

-DataFim : Date(8)

PosNivel_Remuneratorio0..*1

Figura 10 – Diagrama de classes UML para o requisito funcional - Parametrizar tabela salarial dos

trabalhadores (carreiras gerais) – lógica de negócio

5. Avaliação Preliminar da Abordagem Conceptual

Após a sua aplicação a um contexto real, a abordagem foi alvo de uma avaliação preliminar

através de entrevistas a informadores chave (key informants).

Informadores chave são pessoas que, devido às características pessoais ou posição que ocupam,

podem disponibilizar informação importante sobre um determinado acontecimento [Marshall

1996]. A realização de entrevistas a informadores chave pode ser utilizada numa situação de

avaliação, de forma a aproveitar o saber dos intervenientes relativamente à temática em questão

[Kumar 1989].

Na avaliação efectuada, foram utilizados, como informadores chave, três consultores com

conhecimento e experiência, quer em termos de informação de negócio, quer a nível do sistema

Page 18: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

SGRHAP e sua parametrização. Estes acompanharam a aplicação da abordagem proposta, tendo

no final participado numa entrevista semi-estruturada, que visava obter a sua opinião sobre a

importância deste novo conceito de parametrização de dados em ERPs, bem como dos seus

benefícios e custos.

A Tabela 1 sintetiza a opinião dos três informadores chave, em termos de vantagens e

desvantagens da abordagem desenvolvida.

Avaliação Preliminar da Abordagem Desenvolvida – Informadores Chave

Vantagens Desvantagens

Diminuição do tempo de desenvolvimento do rollout.

Morosidade na aplicação do Microprocesso

(Organização e Planeamento do Template), o

qual pode ter actividades com pouca

relevância (exemplo: Modelar os casos de

uso/cenários), se os templates forem

construído por elementos com conhecimentos

aprofundados de ERPs SAP e do projecto em

questão.

Diminuição de erros de implementação devido às

validações introduzidas no template.

Diminuição de recursos necessários para efectuar a

parametrização.

Aumento da qualidade e da segurança da

parametrização de dados com as actividades do

Microprocesso (Organização e Planeamento do

Template), que fornecem igualmente documentação

que acompanha o projecto, preservando o know-how

a ele associado, melhorando o seu entendimento e

suportando a manutenção dos templates.

Tabela 1 – Vantagens/desvantagens na aplicação da abordagem, segundo os informadores chave

De acordo com a análise providenciada pelos informadores chave, a aplicação da abordagem

traduz-se em benefícios a vários níveis.

No que toca aos custos monetários, embora a construção dos templates envolva um agregado de

custos fixos iniciais, os custos variáveis, durante as várias fases de um rollout, referem-se

apenas à manutenção dos templates. Por outro lado, o processo de parametrização de dados

seguido habitualmente pelas organizações pressupõe a utilização de um conjunto de consultores

(técnicos), com conhecimentos do sistema, no sentido de assegurar a parametrização directa

ERP, o que representa um custo variável elevado, que será tanto maior, quanto mais fases e

organismos integrarem o projecto de rollout. A Figura 11 espelha, em termos gerais, a diferença

entre os custos totais do processo de parametrização habitual e do processo associado à

abordagem proposta, tendo em conta o tamanho do projecto de rollout.

Page 19: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Figura 11 – Total de custos de parametrização de dados em ERPs, no âmbito de projectos de rollout

A redução do tempo de desenvolvimento, em cada fase do rollout, resulta do facto de a

parametrização ser assegurada pelos utilizadores funcionais do organismo, sendo eliminadas as

seguintes necessidades:

Tratamento e conversão dos dados obtidos junto dos organismos, dado que estas

funcionalidades passam a estar contempladas no motor de regras do template, o qual

promove uma menor taxa de erros na implementação e uma melhoria na qualidade dos

dados de parametrização carregados no sistema ERP;

Parametrização directamente no sistema por consultores com conhecimentos do sistema

em causa.

A aplicação do Microprocesso gera alguma discordância na análise efectuada pelos

informadores chave. Algumas das suas actividades podem ser consideradas desnecessárias para

o desenvolvimento dos templates, quando estes são implementados por elementos com

conhecimentos de ERP SAP e do negócio associado ao projecto. Porém, este contempla a

produção de um conjunto de documentos que promovem entendimento mais adequado e

concreto, quer do comportamento, quer da forma de armazenamento dos dados por parte

sistema, suportando ainda a manutenção futura dos templates. Este subprocesso possibilita

ainda:

A detecção de inconsistências entre a lógica do sistema e a lógica do negócio (exemplo:

diferenças entre as Figuras 9 e 10), o que pode inclusive surgir como oportunidade para

modificar a estrutura do sistema existente;

A construção dos templates por elementos sem domínio de ERPs SAP.

Custo

Total

Tamanho do

projecto de rollout

Legenda: Parametrização

Habitual

Parametrização

utilizando

a abordagem

Total de custos de parametrização de dados em ERPs - Projectos de rollout

Page 20: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

6. Conclusões, Limitações e Trabalhos Futuros

Neste trabalho foi apresentada uma nova abordagem para parametrização de ERPs, em projectos

de rollout. Esta teve por base um processo desenvolvimento de templates, construídos com base

em técnicas de levantamento e análise de requisitos, modelação de sistemas e engenharia

inversa.

Após a aplicação da abordagem ao sistema SGRHAP, construído sobre um ERP SAP, foi

elaborada uma avaliação preliminar com recurso a informadores chave, a qual sugere um

aumento de eficiência na parametrização dos dados referentes a estes sistemas. Esta optimização

é sustentada pela utilização de menos recursos (e consequente diminuição dos custos), pela

redução do tempo de implementação e pela melhoria da qualidade dos dados de parametrização

do sistema ERP.

O aproveitamento do Microprocesso, embora possa ser afectado por uma possível demora na

execução de algumas das suas actividades, garante uma maior qualidade na criação dos

templates, fornecendo igualmente uma estrutura de documentação chave para um melhor

entendimento do ERP e para correcta manutenção dos templates.

Importa referir que, desde que sejam cumpridos os procedimentos de manutenção, está atestada

a standardização, tanto do processo de parametrização (para os requisitos definidos), como dos

dados do sistema. Desse modo, é promovida a utilização de uma semântica comum nos vários

sistemas ERP, eliminando possíveis redundâncias e duplicações nos dados.

No que toca às limitações, estas passaram essencialmente pela impossibilidade de acesso a

ferramentas de mercado que poderiam auxiliar e acelerar as actividades de engenharia inversa

de dados respeitantes ao Microprocesso. Ainda neste tópico, é importante referir que a

construção de uma base mais sólida de literatura em termos de parametrização de dados em

ERPs foi restringida pela reduzida quantidade de artigos científicos publicados a esse nível,

principalmente pela confidencialidade, deste tipo de temas e soluções, estabelecida pelas

empresas do ramo.

Em relação a trabalhos futuros, a sugestão passa pelo uso de outras técnicas e ferramentas nas

várias etapas do Macroprocesso e do Microprocesso. Outra proposta a ter conta é igualmente a

aplicação da abordagem conceptual a outros ERPs, de forma a verificar a possível

generalização, na sua utilização. De acordo com a opinião de um dos informadores chave, esta

abordagem deve ser igualmente testada numa fase de implementação inicial de um ERP, para os

casos em que a estrutura standard do sistema não venha a sofrer quaisquer alterações, sendo

aproveitada na sua totalidade.

Page 21: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

7. Referências

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Apêndice A – Tabela resumo do método Template Handbook - Revisão da

Literatura

Template Handbook

Actividades Possíveis documentos resultantes

1 Organizar o desenvolvimento do template Resumo do planeamento do template

2 Documentar as condições para o

desenvolvimento do template

Lista de condições para o desenvolvimento do

template

3 Documentar o processo associado template Diagrama de actividades do processo do template

4 Analisar possíveis trocas de dados de saída,

decorrentes do processo do template Diagrama do contexto do processo do template

5 Determinar as definições de configuração Pré-condições para a configuração (resumo)

6 Definir o conceito de autorização Conceito de autorização

7 Completar as definições de configuração Pré-condições para a configuração (detalhadas)

8 Documentar add-ons do template Resumo dos add-ons do template

9 Definir as orientações para o armazenamento de

dados

Documentação das orientações para o

armazenamento dos dados

10 Testar o template Relatório de testes

11 Preparar descrição funcional Documentação da funcionalidade do template

Page 24: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Template Handbook

Actividades Possíveis documentos resultantes

12 Providenciar procedimentos de manutenção Documentação de procedimentos de manutenção

13 Escrever a documentação para os utilizadores Documentação para os utilizadores finais

14 Preparar guia de implementação

Lista de condições para o desenvolvimento do

template, lista de add-ons do template, lista de

definições a serem localizadas e lista de

modificações para objectos originais

Tabela A1 – Desenvolvimento de templates de configuração segundo à abordagem Template Handbook

[baseado em Alt et al. 2000]

Apêndice B – Tabela descritiva do Macroprocesso - Proposta de

Abordagem Conceptual

Macroprocesso

Actividades (A) / Subprocessos (S)

Nº Nome Descrição Produtos/Documentos

resultantes

1

(S) Planeamento e

organização do

template

(Microprocesso)

Ver Microprocesso. Ver Microprocesso

2

(A) Desenhar os

interfaces e a base

de dados

Desenho dos vários ecrãs associados ao template e suas

interacções. Desenho da base de dados do template, de

acordo com a representação do sistema ERP obtida no

Microprocesso e sua concordância com a lógica de

negócio.

Template de

parametrização do ERP

3

(A) Desenvolver

os módulos de

regras e de

interacção com a

base de dados

Implementação, não só do motor para validar as regras

de negócio, mas também do módulo de comunicação

com a base de dados, na qual são armazenados os dados

preenchidos nos ecrãs. As regras são extraídas da

análise do sistema efectuada no Microprocesso.

Template de

parametrização do ERP

Page 25: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Macroprocesso

Actividades (A) / Subprocessos (S)

Nº Nome Descrição Produtos/Documentos

resultantes

4

(A) Desenvolver e

aplicar o

mecanismo para

carregamento dos

dados de

parametrização no

sistema ERP

Implementação do mecanismo de carregamento de

dados de parametrização, armazenados na base de

dados do template, no sistema ERP. Caso já exista um

mecanismo e não seja necessário qualquer tipo de

desenvolvimento/configuração, a actividade resume-se

à aplicação do mesmo.

Mecanismo de

carregamento de dados de

parametrização no ERP

5

(A) Testar o

template

Realização de testes de release (caixa preta) com base

nos casos de teste gerados no Microprocesso e de testes

de integração entre os diferentes componentes do

template.

Relatório de testes

6

(A) Preparar a

documentação para

os utilizadores

Documentação das várias funcionalidades do template,

de forma a explicar o seu propósito e componentes e

guiar o utilizador no seu funcionamento. Compilação e

integração de documentação produzida e classificada

como relevante para os fins assinalados.

Documentação para os

utilizadores finais

7

(A) Providenciar

os procedimentos

de manutenção

Definição das acções de manutenção, para que o

template se mantenha consistente na aplicação às

diferentes unidades organizacionais e também durante

as várias fases de rollout, se este ocorrer por etapas.

Documentação de

procedimentos de

manutenção do template

Tabela B1 – Actividades/subprocessos e produtos/documentos resultantes do Macroprocesso

Page 26: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Apêndice C – Tabela descritiva do Microprocesso - Proposta de Abordagem

Conceptual

Microprocesso - Planeamento e Organização do Template

Actividades

Nº Nome Descrição Produtos/Documentos

resultantes

1 Definir os

requisitos

Definição dos requisitos funcionais que corresponderão às

acções/objectivos de parametrização do sistema ERP. São

igualmente identificados requisitos não funcionais

referentes a propriedades que o template deve contemplar

e restrições em termos do desenho do template. Estes

poderão influenciar a escolha da tecnologia a adoptar.

Resumo geral dos

requisitos identificados

2

Aplicar

engenharia

inversa de dados -

2.1 - Analisar o

sistema ERP

existente

Análise do sistema de modo a recuperar o modelo de

dados lógico. Para esta etapa é essencial o apoio de

especialistas do sistema, com algum conhecimento do

negócio, de forma a auxiliar a selecção da informação

referente aos requisitos funcionais estabelecidos.

Não aplicável

Aplicar

engenharia

inversa de dados -

2.2 - Representar

o sistema ERP de

forma abstracta

Representação conceptual do modelo de dados lógico

obtido na etapa anterior, através de diagramas de classes

UML ou diagramas ERA.

Modelo de Dados

(Diagrama de classes

UML ou diagrama ERA)

3

Identificar e

decompor os

casos de uso e

descrever os

cenários

associados

Partindo dos requisitos funcionais a parametrizar,

representados por casos de uso (podem ser decompostos

em novos casos de uso), são identificados todos os

cenários de interacção com o utilizador, encapsulados em

cada caso de uso. A possível ligação entre casos de uso ou

a definição dos cenários está directamente relacionada

com as dependências estabelecidas no modelo de dados,

podendo entrar-se em conta com outros aspectos

relevantes extraídos da análise do sistema ERP existente.

Documento de descrição

dos casos de uso e

cenários associados

Page 27: Abordagem para optimização da parametrização de ERPs em

Microprocesso - Planeamento e Organização do Template

Actividades

Nº Nome Descrição Produtos/Documentos

resultantes

4 Modelar os

cenários

Tradução dos cenários levantados para cada caso de uso

em modelos comportamentais, nomeadamente em

diagramas de actividade UML.

Modelo

Comportamental

(Diagrama de

actividades UML)

5 Definir os casos

de teste

Concepção e geração dos casos de teste, com base nos

modelos de dados e comportamentais alcançados.

Documento de casos de

teste

6

Definir as

tecnologias a

adoptar

Determinação das tecnologias a utilizar no desenho e

desenvolvimento do template, bem como no carregamento

de dados de parametrização no sistema ERP.

Resumo das tecnologias

adoptadas

7

Analisar possíveis

interacções dos

dados de saída do

template

Discussão sobre possíveis interacções dos dados de saída

do template com outros sistemas ou ferramentas, antes do

seu armazenamento no ERP, por exemplo, para um

eventual tratamento ou conversão de dados.

Diagrama de Contexto

Tabela C1 – Actividades e produtos/documentos resultantes do Microprocesso