abordagem nutricional das doenças do trato gastrointestinal · 2019-04-22 · nutrição do trato...
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Abordagem Nutricional das Doenças
do Trato Gastrointestinal
Érico de Mello RibeiroDoutorando em Med. Vet.FCAV/Unesp - Jaboticabal
Trato Digestório do Cão
Armazenamento, mistura e movimento mecânico
Secreção química / enzimática
Secreção de bicarbonato e enzimas
Produz os sais biliares, armazenados na vesícula biliar
✓Secreção (enzimas, muco, íons, água e hormônios)
✓Absorção (íons e nutrientes)
✓ Motilidade: (contrações, mistura e propulsão de seu conteúdo)
✓Absorção: água, eletrólitos
✓Secreção:eletrólitos
✓ Armazenagem de fezes
✓ Fermentação microbiana
Digestão
Combinação de eventos químicos, mecânicos e
microbiológicos.
Degradação de compostos alimentares
Mecânicos
mastigação
peristaltismo
redução do tamanho
de partículas
1
Fluidos ricos em
enzimas
estômago
pâncreas
intest. delgado
degradação química
2
Microorganismos
intest. grosso
Enzimas + digestão
química
3
Trato digestório
Local de ingestãodigestão
absorção de nutrienteseletrólitosfluidos
Afecções gastrointestinais
1. Prejuízo sistêmicodoençadesnutrição
2. Prejuízo ao órgãoquebra das barreiras dedefesa, menor digestão e absorção
Mecanismos Naturais de Defesa GI
• Defesas:
– Digestão
– Barreira física
– Tecido linfóide
associado ao
intestino (TLAI)
– Microbiota intestinal
Barreira seletiva entre o meio externo e o
meio interno dos animais
Lymphoid cells
Proliferation
“PRÓPRIO”
. ..Patógenos
REAÇÃO IMUNOLÓGICA
“ESTRANHO”
Intestin
al cells
.Nutrientes
DESENVOLVIMENTO
IMUNOLÓGICO
..
• O intestino reconhece o conteúdo intestinal como“PRÓPRIO” vs. “ESTRANHO”
• Secreta Anticorpos (IgA)
• Estimulação do TLAI permite reações sistêmicas a patógenos invasores
Função Imunológica no Intestino
Nutrição do trato digestório
• O trato GI é altamente sensível a deficiência de proteínas ou aminoácidos
• Adequados níveis protéicos ajudam a promover o desenvolvimento das células do intestino e de suas funções protetoras
Nutrição do trato digestório
• Elevado turnover celular. A cada 4-5 dias ocorre a renovação das células do intestino delgado
– Energia e nutrientes necessários para ajudar no crescimento de novas células
• Aproximadamente 50% das proteínas ingeridas são usadas pelas células do trato digestório
• Mais de 90% de aspartato, glutamato, eglutamina são usados pelos tecidos do intestino
Crescimento excessivo e translocação de bactérias
Mucosa intestinal previne invasão bacteriana
Doença degradação da mucosa intestinal e diminuição na produção de IgA
Desnutrição
Crescimento bacteriano excessivo e quebra da barreira entérica com bacteremia e endotoxemia
Glutamina
Importante na resposta imune e estresse
translocação bacteriana intestinal
vilosidades intestinais
replicação de linfócitos
IgA secretória
tecido linfóide associado ao intestino
Afecções em Esôfago
Megaesôfago=> Congênito
=> Adquirido
Sinais
Regurgitação
Emagrecimento
Desidratação
Fraqueza
Dispneia, tosse e febre
Afecções em Esôfago
Megaesôfago
Alimento e manejo nutricional
Múltiplas refeições
Consistência líquida/pastosa -> sólida??
Alta densidade energética
Alta digestibilidade
Posição bipedal (10-15’ pós-refeição)
Afecções em Esôfago
Afecções em Estômago
Alterações da motilidadeGastrite, torção,Úlceras, neoplasias, ...
Alimento
Múltiplas pequenas refeições (2, 3 ou mais)
Alimento úmido/umidecido aquecido (±temp. corporal)
(reduz osmolalidade e facilita esvaziamento gástrico)
Alta digestibilidade
=>10 a 15% gordura, dependendo da tolerância
do paciente
=> menos 2,5% fibra
=> menos 1,2% Ca
Diarreia em Intestino Delgado ou Intestino Grosso
Sinal Intestino delgado Intestino grosso
Frequência Normal a aumento leve Aumento evidente
Volume Normal a aumentado Diminuído
Muco Ausente Comum
Sangue Melena Hematoquezia
Tenesmo Ausente Comum
Urgência Ausente Comum
Vômito Possível Possível
Esteatorreia Possível Ausente
Disquezia Ausente Comum
Perda de peso Comum Raro
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal aguda
1. Descanso gastroentérico
=> casos de vômito incoercível (vomita água), severamente
desidratado, distúrbio hidro-eletrolítico ácido-básico
=> por 24h
=> realimentado nas próximas 24-72h em pequenas
refeições (4 x dia)
- pouca gordura (<10-15%)
- pouca fibra (<2,5%)
- não fornecer leite e derivados (lactose)
- suplementar sódio, potássio e cloro (perda entérica)
=> após resolução clínica, reintroduzir alimento habitual
lentamente, ao longo de 3 a 4 dias
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal aguda
2. Alimentar durante a diarreia
=> continuar alimentando a despeito dos sinais clínicos
=> procedimento recomendado recentemente em pediatria
=> redução de morbidade em casos de parvovirose
=> contraindicado em vômitos incontroláveis e diarreias
profusas (no entanto não mais que 24h de jejum)
=> risco de desenvolvimento de alergias alimentares devido
à permeabilidade alterada do intestino
=> dieta de alta digestibilidade, moderada gordura, baixa fibra
com proteína única e não habitual ao animal (??)
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal aguda
De qualquer forma, assim que se controle o vômito
deve-se alimentar o animal evitando-se:
atrofia de vilosidades intestinais
imunossupressão local no intestino
translocação intestinal de bactérias com septicemia
degradação da condição nutricional do paciente.
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
Disbiose (supercrescimento bacteriano) em intestino delgadoDiarreia responsiva à antibioticoterapia
Doença intestinal inflamatória
=> alterações inflamatórias na mucosa I.D.
- enterite linfocítica-plasmocítica
- enterite eosinofílica
=> aumento do número de bactérias em I.D.
- primária
- secundária: cirurgias, drogas, hipocloridria, ...
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal inflamatória
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
LinfangiectasiaEnteropatia com perda protéica
=> doença intestinal com marcada perda de proteínas
plasmáticas pelo trato digestivo.
- hipoproteinemia, hipoalbuminemia, edema, ascite,
degradação da condição nutricional, emagrecimento,
quilotórax, transudato peritoneal.
- secundária a doença inflamatória intestinal,
linfangiectacia (anormalidade nos dutos linfáticos),
linfoma, ...
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
=> Verificar a cobalamina (cianocobalamina/vitamina B12) e o folato (ácido fólico)
http://vetmed.tamu.edu/gilab/service/assays/b12folate
B12 – Absorvida no íleo, necessita de fator específico produzido pelo pâncreas. Valores abaixo do normal usual em IPE, disbiose intestinal, doenças afetando porção final do intestino delgado.
Folato – Absorvido apenas no intestino delgado proximal. Valores acima do normal são consistentes com disbiose intestinal. Valores abaixo do normal com doença de intestino delgado proximal.
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica x Cobalamina
Afecções em Intestino Delgado
Cobalamina - suplementação
SubcutâneaGato e cão pequeno - 250g/doseCão – 400 a 1500g/dose (de acordo com o peso)Injeções SC semanais, por 6 semanas, e após 30 dias da última aplicação Dosar cobalamina após 30 dias
OralGato e cão pequeno - 250g/doseCão – 500 a 1000g/dose (de acordo com o peso) Administração oral por 12 semanas Dosar cobalamina após 7 dias
Doses:www.cvm.tamu.edu/gilab/research/cobalamin-information#Therapy
Outras deficiências?
Descritas em humanos
=> Magnésio
=> Zinco
=> Vitaminas lipossolúveis
=> Vitaminas hidrossolúveis
Cães e gatos???
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
=> dieta é terapia adjunta, não curativa
=> alta digestibilidade
- nutrir o animal
- reduzir risco carga antigênica
- reduzir fluxo nutrientes para o cólon
- hipoalergênica (>50% cães respondem à dieta de eliminação)
=> probióticos, prebióticos (?)
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
Carboidrato – digerido no I.D.
– adequadamente processado (arroz, milho, trigo)
– fonte única (alergia – carboidratos purificados)
Fibra – inicia-se com pouca fibra (<2,5%).
– pode ser necessário seu aumento. Psillium (2%) (fibra
solúvel de baixa fermentação). Dieta caseira = cenoura).
Fibra - não para linfangiectasia.
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
Energia – adequada à necessidade do paciente, pode ser
maior que a de manutenção em 15 a 30%, devido
à má absorção. Emagrecimento e má condição dos
pêlos são comuns (dieta nutricionalmente mais
densa, maior quantidade, maior frequência).
- Quantidade controlada (evitar sobrecarga)
Condição corporal
1 - caquético
Costelas, vértebras lombares e ossos pélvicos facilmente visíveis. Não há gordura palpável. Afundamento da cintura e abdômen.
5 - ideal
Costela palpável, sem excesso de tecido adiposo. Presença de cintura após as costelas. Afundamento do abdômen.
9 - obeso
Costelas palpáveis com dificuldade, recobertas por excesso de tecido adiposo. Depósitos de gordura sobre a região lombar e base da cauda. Não existe cintura, o abdômen está distendido.
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
Gordura
a) pode ser empregada para aumentar E dieta
b) pode induzir diarreia: bactérias convertem ácidos graxos
não absorvidos e bile a ácidos graxos hidroxilados e ácidos
biliares desconjugados agravando sinais clínicos e diarreia
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
Gordura - Avaliado individualmente
=> peso normal, intolerância a gordura: baixa gordura (5%)
=> perda de peso, tolerância a gordura: alta gordura (20%)
=> Casos “moderados”, gordura “moderada” (10-15%)
- Tolerância dependente da habilidade das bactérias
metabolizarem gordura
- Casos de linfangiectasia requerem dieta com muito
baixa gordura, para se controlar as efusões pleurais
e peritoneais e a perda proteica pelas fezes (5%)
=> óleos vegetais, óleos de palma, gordura de frango, óleo de
peixe.
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
Proteína
=> alta digestibilidade e valor biológico (eq aa)
=> fonte única (avaliar alergia/intolerância !!)
=> proteína hidrolisada
=> aumentada nos casos de perda proteica intestinal (até 30%)
=> frango, músculo, ovo, ...
=> Hidrolisada (dieta comercial), glúten é bom! (exceção Setter Irlandês)
Fred, Shih Tzu, 8 meses, peso = 4,3kg
Linfangiectasia
Animal chegou no HVGLN apresentando dispneia, cansaço fácil e
cianose. Ao exame físico foi constatado crepitação e abafamento
pulmonar e ao exame radiográfico presença de efusão pleural.
Hipoproteinemia (5,2g/dL)
Hipoalbuminemia (2,09g/dL)
Quilotórax (transudato modificado com concentração de triglicérides
maior que a sérica).
Terapia sintomática com cefalexina (25 mg/Kg/duas vezes ao dia) e
Venoruton® (50 mg/Kg, três vezes ao dia)
Colocação de dreno em tórax (drenagem efusão a cada 2 dias)
Prescrição
Alimento caseiro: restrição de gordura (5%)
baixa fibra (2%)
elevada proteína (35%)
Após 7 dias de tratamento com a nova dieta houve controle dos
sinais clínicos e melhora significativa do quadro clínico geral.
Animal ficou bem, no retorno foi observado área de alopecia ao
redor dos olhos. Na anamnese foi notado que proprietário
comprou prebiótico ao invés de suplemento mineral e vitamínico.
Animal voltou 2 vezes com efusão pleural, resultante de ingestão
de lixo
Após 12 meses, mudou para ração Digestive Low Fat
Área alopécica ao redor
dos olhos
Após a suplementação
adequada
Em um dos retornos
quando animal
ingeriu lixo, e voltou
a apresentar efusão
pelural.
Afecções em Intestino Delgado
Doença intestinal crônica
Reações adversas ao alimento
=> mais de 50% cães podem responder à dieta!
=> não imunológica – intolerância alimentar
=> imunológica – alergia alimentar
=> sinais clínicos em pele e trato GI (vômito/diarreia)
=> dietas com ingredientes restritos
- comercial
- comercial com proteína hidrolisada
- caseira
Reações adversas ao alimento - classificação
Reação adversa ao alimento
Qualquer indivíduo
Farmacológica
Microbiológica
Tóxica
Apenas suscetíveis
Hipersensibilidade alimentar
Alergia alimentar
Não mediada por IgE
Mediada por IgE
HA não alérgica
Mecanismo desconhecido
Anormalidade metabólica
Aversão/recusa intolerância psicológica
Reações adversas ao alimento (RAA)
1-5% dermatoses
10-15% das RAA => sinais GI (vômito e/ou diarreia)
Principais alérgenos:
CãesCarne bovinaProdutos lácteosTrigoCarneiroOvoFrangoSoja
GatosCarne bovinaLácteosPeixeFrangoCarneiro
Verlinden et al. 2006 Mueller et al. 2016
Sinais dermatológicos ou gastrointestinais
Reações adversas ao alimento (RAA)
Nova fonte de proteína
ou
Proteína hidrolisada
Abordagem terapêutica
Isoflavonas
Menor ω6:ω3
Correção de
deficiência
DigestibilidadeProteína
hidrolisada
Melhora clínica
Compreender a resposta do paciente
Afecções do Intestino
Síndrome do intestino curto
Conjunto de sequelas nutricionais e metabólicas que acompanham aressecção de intestino delgado suficientes para causar má-absorção edesnutrição.
Ressecção ≥70% do intestino
Íleo e válvula íleocólica → Ressecção de 50% é importante
Causas
Neoplasia Trauma
Intussuscepção Infarto
Corpo estranho linear Torção
Afecções do Intestino
Síndrome do intestino curto
Motilidade alteradaCompensação pela superfície perdida↑ tempo de esvaziamento gástrico↑ tempo de trânsito intestinal
Perda de área de absorção↓ absorção de água, eletrólitos e outros nutrientesCasos levemente alterados → aumento na ingestãoCasos graves
Vômito, diarreia, perda de pesoDesidratação, desnutrição calórico-proteica e múltipla deficiência de nutrientes
Afecções do Intestino
Síndrome do intestino curto
Adaptação intestinalPresença de nutrientes no lúmen o mais breve possível → GLP-2
HipertrofiaHiperplasia
Fig. 1: dieta semipurificada a base de caseína
Fig. 2: dieta semipurificada a base de proteína de soja
Fig. 3: dieta semipurificada a base de a.a.s purificados
Fig. 4: dieta comercial com proteína intacta
Intestino Grosso
Absorção de eletrólitos e água
Ambiente de suporte para fermentação de compostos
que escapam à digestão enzimática
Órgão curto => cão – 60 cm
=> gato – 40 cm
Intestino Grosso
Tempo residência médio de 12h
8% da digestão
1-4% dietas de alta digestibilidade
12-24% dietas de baixa digestibilidade
Superfície lisa, sem viloscriptas de lieberkulin (lubrificação, muco alcalino
proteção mucosa e inativa
ácidos da fermentaçao)
Fermentação no I.G.
Bactérias fermentam restos alimentares e secreções
endógenas que escapam do I.D.
Amido
Polissacarídeos não amiláceos
Açúcares e oligossacarídeos
Proteína
Enzimas endógenas
Muco
Cólon proximal
Cólon distal
Fermentação no I.G.
Produtos da fermentação
Acetato
Propionato
Butirato
Lactato
CO2
H2
Sulfito hidrogênio
Metano
Amônia
Ácidos graxos de cadeia ramificada
Aminas
Fenois
Indois
Ácidos graxos
de cadeia curtaProdução determina
o pH (5,5 a 7,5)
Fermentação no I.G.
Ácidos graxos de cadeia curta (butirato):
energia para colonócitos (4,5 x mais que glicose)
absorção de Na e H2O pela mucosa (ATP)
estimula desenvolvimento da mucosa
estimula síntese proteica e absorção nutrientes
diminui a translocação bacteriana
Bactérias residentes influenciam a estrutura e
função da mucosa intestinal
Butirato > acetato > propionato(efeito da dieta depende do tipo de AGCC e [ ] produzida)
Efeito da Microbiota na Função Imunológica
• Fixação de patógenos
• Efeito direto– Alguns excretam fatores
estimulantes imunológicos
• Ácidos Graxos de Cadeia Curta– pH mais baixo patógenos não
se proliferam bem
• Melhor Integridade da barreirainibe absorção de toxinas
Giardia
Other
PathogensMicroflora
Outros Pátógenos
Microbiota
Afecções do Intestino Grosso
Reações adversas ao alimento
Doença intestinal inflamatória
Síndrome do cólon irritável
Colite associada ao estresse
Colite responsiva à fibra
Colite associada ao Clostridium perfringens
Etc...
=> sinais de hematoquezia, tenesmo, muco nas fezes,
urgência em defecar, maior número de defecações...
Doença I.G. que leva à diarréia
Afecções do Intestino Grosso
Doença I.G. que leva à diarréia
Dieta
1. regular distúrbios de motilidade
2. influenciar a composição e atividade metabólica da
microbiota intestinal
3. livre de antígenos (caso estejam envolvidos)
- empregada por 2 a 6 semanas para se avaliar resposta
Afecções do Intestino Grosso
Doença I.G. que leva à diarréia
Proteína
- boa digestibilidade (digestão no I.D.)
- ovo, peixe, frango, músculo ...
Carboidrato
- boa digestibilidade (digestão no I.D.)
- arroz, milho, batata, trigo, ... (devem ser bem processados)
Gordura
- avaliar sua participação (<12%), nem sempre envolvida
Afecções do Intestino Grosso
Doença I.G. que leva à diarréiaFibra
Adição de fibra, com o objetivo de regular a motilidade e a composição
e atividade da microbiota intestinal (pH, AGCC)
- insolúvel não fermentável:
Fibra de cana, farelo de trigo, farelo de aveia, celulose
Efeito regulatório na motilidade e formação de fezes
- parcialmente solúvel/fermentável:
Polpa de beterraba
- solúvel: cenoura, Psyllium
Efeito no ambiente intestinal e qualidade de fezes
- teor de inclusão avaliado individualmente:
Moderado (3% a 5% de FB), elevado (>6% FB)
Bebel, canina, Maltês, 4 anos, peso = 3,0 kg
Doença Intestinal Inflamatória
Bebel
Fezes com muco, desconforto abdominal e às vezes fezes
pastosas.
Bactrim e Metronidazol por 10 dias, boa mellhora.
Sem sintomas durante 1 ano, retornando com a mesma
sintomatologia. Exame de fezes negativo.
Foi repetido o tratamento, com melhora transitória.
Administrou-se Panacur por 7 dias, não havendo melhora.Buscopan para aliviar desconforto abdominal
Prescrição: 50g em 2 refeições (Hypoallergenic DR 21)
fezes normais, sem muco, sem desconforto
abdominal
Afecções do Intestino Grosso
Doença I.G. que leva à constipação
Obstipação, constipação, impactação,
megacólon
=> defecação infrequente, fezes secas e duras, esforço para
defecar, retenção de fezes...
Pingo, canino, SRD, 10 anos, peso = 13,0kgs
Hérnia perineal + hiperplasia prostática benigna
Pingo
PingoRegião herniada com
alças intestinais
Pingo
Hérnia perineal + hiperplasia prostática benigna
Aumento de volume em região perineal há 2 meses,
apresenta disquesia, constipação e tenesmo há 2 semanas.
Refere hiporexia há 1 semana.
Alimento comercial + arroz + carne e petiscos (pão, fruta,
biscoito)
Prescrição: 190g em 2 refeições (Alimento premium)
+ 2% Psyllium (1,4g por refeição)
Billy, canino, SRD, 7 anos, macho , peso = 11,5kgs
Fecaloma
Região do fecaloma
Billy
Proprietário refere que animal não defecava há 35 dias, já havia sido
feito 2 enemas. Foi atropelado com 1 ano de idade (fratura de bacia),
e desde então faz esforço para defecar.
Dieta a base de alimento comercial + comida caseira
Enterotomia com retirada do fecaloma
Prescrição: 170g em 2 refeições (Alimento premium)
+ 2% psyllium (1,7g por refeição)
menor esforço para defecar
“Dieta leve” comercial
Alimentos específicos (linha veterinária)
“Leitura do rótulo”
Proteína moderada – 22 – 28% cães
30 – 40% gatos
Baixa fibra < 2,5%
Gordura moderada – 10 – 15%
Baixa matéria mineral < 7% (<1,5% Ca max)
“Dieta leve” comercial
Adequado processamento
Moagem fina, boa aeração, flutuação de 100%
Boa absorção de água
Leitura da lista de ingredientes
Carboidratos
bom - arroz, milho
ruim – farelo de trigo, farelo de arroz
milho degerminado, etc...
Proteína
bom – frango, “carne fresca”, peixe, derivados purificados
de milho e soja...
Dietas caseiras – princípios e formulações
Em muitas situações, seja por decisão do clínico ou do
proprietário, opta-se pelo emprego de preparados
caseiros no manejo nutricional de cães com doença
gastrointestinal.
- custo de dietas comerciais específicas,
- problemas de palatabilidade,
- desejo do proprietário,
- falta de uma dieta específica
Dietas caseiras – princípios e formulações
=> nutricionalmente completas e balanceadas
=> seguras e com composição consistente entre refeições
=> serem preparadas especificamente para o animal
=> são trabalhosas, dependem da estrita aderência do
proprietário à fórmula e ao modo de preparo, são caras
Dieta de manutenção para cães adultos
Proteína Bruta 25,3 Arroz cozido 60
Carboidrato 50,45 Carne moída bovina ou peito de frango 20
Extrato Etéreo 16,31 Fígado bovino 5
Fibra Bruta 1,48 Cenoura 13
Matéria Mineral 1,78 Fosfato Bicálcico 0,7
Umidade 55,15 Levedura de Cerveja 0,7
Cálcio 1,03 Suplemento Mineral e Vitamínico 1
Fósforo 0,92 Sal 0,1
Óleo de soja 1
Energia Metabolizável 2,00 Kcal/g
Composição (% da MS) Fórmula (% da Matéria Original)
Complet (www.complet.vet.br)
Dieta para cães com gordura reduzida
Proteína Bruta 35,65 Arroz cozido 50
Carboidrato 52,24 Peito de Frango 30
Extrato Etéreo 5 Cenoura 17
Fibra Bruta 2,26 Carbonato de Cálcio 0,3
Matéria Mineral 3,21 Levedura de Cerveja 1
Umidade 62,44 Suplemento Mineral e Vitamínico
Cálcio 0,8 Sal
Fósforo 0,53 1
Energia Metabolizável 1,49 Kcal/g
Composição (% da MS) Fórmula (% da Matéria Original)
1
Complet (www.complet.vet.br)
Dieta para cães com fibra aumentada
Proteína Bruta 30,75 Arroz cozido 40
Carboidrato 53,95 Músculo magro bovino ou peito de frango 15
Extrato Etéreo 6,41 Fígado bovino 5
Fibra Bruta 4,74 Cenoura 15
Matéria Mineral 4,09 Vagem 23
Umidade 63,34 Carbonato de cálcio 0,2
Cálcio 0,81 Levedura de Cerveja 0,6
Fósforo 0,59 Suplemento Mineral e Vitamínico 1
Sal 0,1
Óleo de soja 0,5
Energia Metabolizável 1,45 Kcal/g
Composição (% da MS) Fórmula (% da Matéria Original)
Complet (www.complet.vet.br)
Dieta para cães com fibra aumentada
Dieta para cães com hipersensibilidade alimentar
Dietas de Eliminação.
Fase I – diagnóstico.
Fornecer por 4 a 8
semanas, até concluir o
diagnóstico da doença.
NÃO PODE ser fornecida
por período superior a 8
semanas
Dieta para cães com hipersensibilidade alimentar
Fase II – Suplementação
de minerais e vitaminas,
tornando o alimento
completo. Deve ser feito em
momento diferente para
avaliar possível
sensibilidade do animal aos
componentes do
suplemento empregado
para balancear e equilibrar
o alimento
Dieta para cães com hipersensibilidade alimentar
Alternativamente, nos casos:
a) que o animal demonstre sensibilidade ao suplemento comercial
b) que o suplemento não possa ser localizado ou adquirido
1) Manter a formula da Fase 1, acrescentando 1% de fosfato tricálcico que corrigirá os
teores de Ca e P do alimento.
2) Fornecer ao animal 250mg de Centrum® para cada 10kg de peso corporal por dia.
Centrum é um suplemento vitamínico-mineral para o homem, que vem em tabletes de
500mg ou 1.000mg. O proprietário deve ser instruído a dividir o tablete ou utilizar farmácia
de manipulação para preparar a dose diária de seu animal.
Obrigado pela atenção!