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i Universidade Camilo Castelo Branco Mestrado Profissional em Produção animal STÉFANNY ROCHELLY KLAUS SALES OLIVEIRA ESTUDO DA ENDOFAUNA PARASITÁRIA DO TAMBAQUI, Colossoma macropomum, EM PISCICULTURAS DO VALE DO JAMARI-RO. STUDY OF THE ICHTHYOFAUNA PARASITIC TAMBAQUI, Colosso mamacropomum, IN PISICULTURAS OF VALE DO JAMARI-RONDÔNIA. Descalvado, SP 2014

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Universidade Camilo Castelo Branco

Mestrado Profissional em Produção animal

STÉFANNY ROCHELLY KLAUS SALES OLIVEIRA

ESTUDO DA ENDOFAUNA PARASITÁRIA DO TAMBAQUI, Colossoma

macropomum, EM PISCICULTURAS DO VALE DO JAMARI-RO.

STUDY OF THE ICHTHYOFAUNA PARASITIC TAMBAQUI, Colosso

mamacropomum, IN PISICULTURAS OF VALE DO JAMARI-RONDÔNIA.

Descalvado, SP

2014

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STÉFANNY ROCHELLY KLAUS SALES OLIVEIRA

OCORRÊNCIADA ENDOFAUNA PARASITÁRIA DO TAMBAQUI,

Colossoma macropomum, EM PISCICULTURAS DO VALE DO JAMARI-

RONDÔNIA.

Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio de Andrade Belo

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da

Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção

do Título de Mestre em Produção Animal.

Descalvado, SP

2014

iii

iv

v

Dedico

Dedico o presente trabalho a toda minha família. É tão difícil estar

longe...Acompanho a vida dos meus entes queridos por fotos, em que eu não estou

presente, como se eu fosse uma mera espectadora. Às vezes me pergunto se

realmente vale a pena...Tantos momentos em que queria apenas um abraço da

minha mãe...ou um boa noite do meu pai...Ou assistir televisão com meus irmãos...

Amo muito todos vocês!!!!

.

vi

Agradecimento

Primeiramente a Deus, que me deu força e coragem para enfrentar todas as

adversidades encontradas nessa caminhada. Esteve comigo em todos os

momentos, me protegeu e cuidou da minha vida.

A minha filha, que foi gerada no decorrer do mestrado e me traz muita

alegria.........Mamãe te ama.......

Aos meus pais,Zélia e Fragmar,por todo carinho, ensinamento de vida e

apoio incondicional. Agradeço profundamente o amor e as lições de vida que

mederam.

Ao meu marido, MARCUS VINICIUS PACHECO BEZERRA, por todos os

momentos que passamos juntos, desde o primeiro encontro em Vilhena até a defesa

da dissertação.

À minha vozinha querida, Ozelia Sales. Não esqueço a última vez que nos

vimos... seu olhar profundo...seu carinho...Te amo.

Aos meus irmãos,Andrezza,Adolfo e Rodolfo, meus irmãozinhos queridos.

Ao meu Orientador, Dr. Marco Antônio de Andrade Belo, pela orientação na

realização deste trabalho, atenção e carinho.

A todos os professores do curso de Mestrado em Produção Animal, que

se deslocaram até Rondônia para nos transmitir conhecimento.

vii

ESTUDO DA ENDOFAUNA PARASITÁRIA DO TAMBAQUI,

Colossoma macropomum, EM PISCICULTURAS DO VALE DO

JANARI-RO.

RESUMO

Atualmente a piscicultura nacional está numa fase de consolidação e expansão irrefutável, sendo a principal atividade de milhares de produtores. Porém a intensificação dos sistemas de criação cria a necessidade de maiores conhecimentos sobre o manejo sanitário adequado visando prover condições adequadas e manutenção da saúde dos peixes. O Tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe que ganha destaque no cenário regional da Amazônia devido principalmente pelos aspectos de mercado e tecnologia disponíveis. Este trabalho tem por objetivo identificar e quantificar a endofauna parasitária do Tambaqui (Colossoma macropomum) em pisciculturas do estado de Rondônia. Os peixes foram cultivados em tanques de pisciculturas da região do Vale do Jamari e abatidos no município de Ariquemes em frigorífico com Inspeção Federal. Foi realizado o acompanhamento do abate desde a chegada dos animais até a o final da produção. Cada indivíduo foi coletado aleatoriamente em diferentes dias de abate, totalizando 110 animais. Após a inspeção externa, na etapa de evisceração foi coletado o trato gastrointestinal para analisar a presença de helmintos. Dos animais pesquisados 11,12% encontravam-se parasitados. Destes 12,5% encontravam-se no intestino e 87,5% no estômago do tambaqui. As espécies encontradas foram de larvas do Contracaecum sp.(no intestino) e acantocefálçlo Neoechinorhynchus sp. (no estômago). Além de larvas de dípteros do grupo quironomideos que compõem um dos itens alimentares dos teleósteos. O Neoechinorhynchus sp. representou 7,27% dos animais e o Contracaecum sp. 0,9%. Contudo, o estudo da endofauna parasitária do tambaqui não revelou infestações maciças de endoparasitas nos peixes amostrados no território do Vale do Jamari, Estado de Rondônia, demonstrando a eficiência dos programas sanitários empregados nas pisciculturas da região, apesar de ter sido encontrado no Município de Ariquemes em baixa prevalência o Contracaecum sp. que apresenta importância zoonótica.

Palavras-chave:Contracaecum sp, Neoechinorhynchus sp, frigorífico.

viii

STUDY OF THE ENDOFAUNA PARASITIC TAMBAQUI,Colossoma

macropomum, IN THE VALLEY OF JAMARI - RO

ABSTRACT

Currently the national fish farming is a phase of consolidation and expansion irrefutable, the main activity of thousands of producers. However, the intensification of farming systems creates a need for more knowledge on proper health management aiming to provide appropriate conditions and maintaining the health of fish. The Tambaqui (Colossomamacropomum ) is a fish that is highlighted in the regional setting of the Amazon mainly because the aspects of market and technology available. This work aims to identify and quantify the parasitic fish fauna Tambaqui (Colossoma macropomum) fish farms in the state of Rondônia. The fish were grown in tanks of fish farms in the Vale do Jamari region and slaughtered in the city of Porto Velho in Fridge Federal Inspection. Monitoring the slaughter took place since the arrival of the animals until the end of production. Each subject was randomly collected on different days of slaughter, totaling 110 animals. After external inspection, the evisceration step was collected to examine the gastrointestinal tract helminthes. Of the animals, studied 11.12 % were parasitized. Of these 12.5 % were in the intestine and 87.5 % in tambaqui stomach. The species found were larvae Contracaecum sp. (In the gut ) and acanthocephalan Neoechinorhynchus sp. (in the stomach). In addition to the chironomid larvae of flies that make up a group of food items of teleosts. The Neoechinorhynchus sp. represented 7.27% of the animals and Contracaecum sp. 0.9 %.However, the study of tambaqui parasitic fish fauna not revealed massive infections of endoparasites in fish sampled in the Territory of Valley Jamari, Rondônia State, demonstrating the effectiveness of health programs used in fish farms, despite having been found in the city of Ariquemes low prevalence of Contracaecum sp. regarding its zoonotic importance.

Key-words: Contracaecum sp, Neoechinorhynchus sp, fridge

ix

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. PRODUÇÃO DE PESCADO (T) NACIONAL EM 2010 E 2011 DISCRIMINADA POR UNIDADE DE

FEDERAÇÃO........................................................................................................................................................... 20

FIGURA 2. PRODUÇÃO DE PESCADO (T) NACIONAL EM 2010 E 2011 DISCRIMINADA POR REGIÃO. ................... 20

FIGURA 3. MAPA DE RONDÔNIA COM DESTAQUE PARA O TERRITÓRIO DO VALE DO JAMARI. ............................ 23

FIGURA 4. DOIS EXEMPLARES DE TAMBAQUI (COLOSSOMA MACROPOMUM) ...................................................... 24

FIGURA 5. BOCA PROGNATA E DENTES MOLARIFORMES. .................................................................................... 24

FIGURA 6. EM DESTAQUE ESTÔMAGO DO COLOSSOMA MACROPOMUM .............................................................. 25

FIGURA 7. MUCOSA DO ESTÔMAGO DO TAMBAQUI COM PRESENÇA DE MUCO. ................................................... 26

FIGURA 8. DISPOSIÇÃO DO TRATO GASTROINTESTINAL DO TAMBAQUI ............................................................... 26

FIGURA 9. ESQUEMA DO TRATOGASTROINTESTINAL DO TAMBAQUI, COM O FUNCIONAMENTO BÁSICO, DISTINGUINDO AS ETAPAS PRINCIPAIS. NA ÁREA TRACEJADA OCORRE A DIGESTÃO ÁCIDA E NA ÁREA

PONTILHADA A DIGESTÃO ALCALINA (EF-ESÔFAGO; ET-ESTÔMAGO; CP-CECOS PILÓRICOS; FI-FÍGADO; VB - VESÍCULA BILIAR; IN - INTESTINO; RT - RETO). ...................................................................................................... 27

FIGURA 10. SEQUÊNCIA DA INSPEÇÃO VISUAL DO TAMBAQUI, SENTIDO CRÂNIO-CAUDAL .................................. 31

FIGURA 11. BIOMETRIA DO TAMBAQUI ................................................................................................................. 31

FIGURA 12. CALHA DE ENVIO E ESTEIRA DE MANIPULAÇÃO ................................................................................. 32

FIGURA 13. MANIPULADOR REALIZANDO A EVISCERAÇÃO E CONTEÚDO TORACOABDOMINAL ............................ 32

FIGURA 14. RETIRADA DO CONTEÚDO ABDOMINAL COM GORDURA ..................................................................... 33

FIGURA 15. (A) DISPOSIÇÃO DO TRATOGASTROINTESTINAL; (B) ESTÔMAGO APÓS RETIRADA DE CONTEÚDO; (C) INTESTINO ANTES DA RETIRADA DO CONTEÚDO; (D) OBSERVAÇÃO AO MICROSCÓPIO DO CONTEÚDO

GÁSTRICO .............................................................................................................................................................. 33

FIGURA 16. EPENDORF CONTENDO OS ACHADOS DA PESQUISA ......................................................................... 34

FIGURA 17. PERCENTUAIS DE C.MACROPOMUMPARASITADOS POR MUNICÍPIO .................................................. 36

FIGURA 19. MAPA DO TERRITÓRIO DO VALE DO JAMARI COM PERCENTUAL DE LARVAS DE QUIRONOMÍDEOS .. 39

FIGURA 20. (A) LARVA DE QUIRONOMÍDEO VISTA EM LUPA; (B) LARVAS QUIRONOMÍDEOS COLHIDAS EM

ESTÔMAGO DE TAMBAQUIS.................................................................................................................................... 40

x

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1. PRODUÇÃO TOTAL DE PESCADO (T) DOS MAIORES PRODUTORES EM 2009 E

2010 .......................................................................................................................... 19 QUADRO 2. PRODUÇÃO DE PESCADO (T) DA AQUICULTURA CONTINENTAL POR ESPÉCIE ..... 21

xi

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. VALORES PERCENTUAIS DOS ACHADOS NO ESTUDO DA ENDOFAUNA DOS

C.MACROPOMUM POR MUNICÍPIO EM RONDÔNIA. .............. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. TABELA 2. PESO DOS ANIAMIAS X PERCENTUAL DE PARASITISMO ....... ERRO! INDICADOR NÃO

DEFINIDO.

xii

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1. PERCENTUAIS DE C.MACROPOMUMPARASITADOS POR MUNICÍPIO .................. 36 GRÁFICO 2. VALORES PERCENTUAIS DE PARASITISMO PELO PESO DOS TAMBAQUIS ........... 40

xiii

LISTA DE SIGLAS

EMATER – Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural.

FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations.

IBGE –Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDARON – Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia.

IFRO – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia.

MPA –Ministério da Pesca e Aquicultura.

PPM – Pesquisa Pecuária Municipal.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

SEDAM – Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental.

SIF – Serviço de Inspeção Federal

SNA – Sociedade Nacional de Agricultura

SUFRAMA –Superintendência da Zona Franca de Manaus.

UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia

UNICASTELO –Universidade Camilo Castelo Branco.

xiv

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................................15

1.1- OBJETIVO GERAL ........................................................................................................................18

1.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...........................................................................................................18

2- REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................................19

2.1 PANORAMA MUNDIAL DA AQUICULTURA ....................................................................................19

2.2 POTENCIAIS DA AQUICULTURA NO ESTADO DE RONDÔNIA .................................................22

2.3 TAMBAQUI (COLOSSOMA MACROPOMUM) .................................................................................23

2.3.1 ANATOMIA DO ESTÔMAGO DO TAMBAQUI ..............................................................................25

2.3.2 ANATOMIA DO INTESTINO DO TAMBAQUI ...............................................................................26

2.4 IMPACTO DOS PARASITOS NAS PISCICULTURAS .......................................................................28

3- MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................31

3.1 LOCAL E ANIMAIS ..........................................................................................................................31

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PARASITAS .................................................................................................34

4- RESULTADOSE DISCUSSÃO ..................................................................................................35

5- CONCLUSÃO ................................................................................................................................42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................43

15

1- INTRODUÇÃO

O Estado das Pescas e Aquicultura Mundiais 2012 revela que o setor pesqueiro

produziu uma quantidade recorde de 128 milhões de toneladas de peixe para

alimentação humana – uma média de 18,4kg por pessoa – fornecendo a mais de 4,3

mil milhões de pessoas cerca de 15 por cento do seu consumo de proteína animal. A

pesca e a aquicultura são também uma fonte de rendimento para 55 milhões de

pessoas (ROMA, 2012)

O Brasil confirmou, em 2013, sua grande vocação para a produção de

pescado, a proteína animal mais consumida no mundo. Além de recuperar os

estoques de espécies importantes, como a sardinha e a lagosta, deve alcançar uma

produção histórica. As estimativas apontam para um volume acima de 2,5 milhões

de toneladas, o que estava estabelecido como meta do Plano Safra da Pesca e

Aquicultura apenas para o final de 2014 (MPA, 2013).

Em Rondônia, a piscicultura vem apresentando crescimento acelerado. A

piscicultura vem sendo tratada como novo agronegócio da região, dado o

desempenho impressionante da atividade nos últimos três anos, que cresceu 300%

no período (SNA, 2014).

As primeiras unidades de observação foram implantadas em 10 municípios da

região Centro Sul do Estado (Espigão do Oeste, São Felipe, Primavera de

Rondônia, Pimenta Bueno, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte, Alto Alegre

dos Parecis, Alta Floresta, Rolim de Moura e Santa Luzia do Oeste). O Projeto

recebeu o nome de “Água Viva”. O resultado desse experimento foi apresentado

durante o I e II Agropeixe - Seminário do Agronegócio da Piscicultura em Rondônia

realizado em 2010 nos municípios de Pimenta Bueno e Ariquemes. O sucesso foi

tanto que muitos produtores buscaram na Emater orientações para investirem na

piscicultura (EMATER, 2011).

Outros projetos foram surgindo. Hoje a piscicultura já pode ser considerada

de essencial para a economia estadual. O polo de piscicultura da Região Central de

Rondônia é a constatação desse crescimento. Ali estão 590 piscicultores licenciados

16

e outros 600 em processo de licenciamento. Em 2011, a produção local alcançou 9,7

mil toneladas (SEBRAE, 2011).

Atualmente, o tambaqui é a espécie nativa mais cultivada na Amazônia

brasileira e a mais frequente em pisciculturas de todo o país, pois está presente em

24 dos 27 estados do Brasil. Assim, a produção nacional deste peixe aumentou em

66,0%, no período de 2007 para 2009 (LOPERA-BARRERO et al. 2011)

O tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe teleósteo de água doce

pertencente à ordem Characiformes, família Serrasalmidade (GERY, 1977), sendo

nativo das bacias do Amazonas, Orinoco e afluentes. É uma espécie com excelente

potencial para cultivo por apresentar bom crescimento, hábito gregário, resistência a

baixos níveis de oxigênio dissolvido na água e excelente utilização de alimentos

(SAINT-PAUL, 1986).

O tambaqui é uma das espécies de peixes mais importantes da ictiofauna

amazônica. Podendo alcançar mais de um metro de comprimento e atingir 30Kg e é

considerado o segundo maior peixe de escamas da bacia amazônica (PAVANELLI,

2002).

A expansão da piscicultura pode ocasionar o aparecimento de fatores de risco

à saúde dos peixes. Isto ocorre devido ao desequilíbrio na relação

hospedeiro/parasito/ambiente, culminando em perdas econômicas (MARTINS et al.,

2002).As infecções parasitárias representam fatores limitantes para o cultivo de

tambaqui (VARELLA, 2003).

A partir do momento em que se confinam os animais em altas densidades,

nota-se que começam a surgir problemas de ordem nutricional, devido ao estresse

os animais passam a comer menos, deixando-os mais susceptíveis a doenças

infecciosas ou parasitarias. A produção intensiva de organismos aquáticos aumenta

a possibilidade de surtos de doenças (MARTINS, 2002), havendo ainda o problema

em manter a qualidade da água (KUBITZA, 2003).

No ecossistema aquático existe uma série de inter-relações entre os peixes,

as propriedades físico-químicas e biológicas da água, tipos de alimentos, entre

outros fatores que influenciam direta ou indiretamente a saúde do peixe. Quando um

destes fatores ou o conjunto destes estiverem em desequilíbrio poderá desencadear

uma enfermidade (ROBERTS, 1981).

A não preservação dos habitats e a pressão elevada de pesca podem

provocar um desequilíbrio, que pode alterar de forma prejudicial à tríade parasito-

17

patógeno-hospedeiro, ocasionando proliferação de doenças que podem afetar o

valor comercial de diferentes espécies, ocasionar surtos zoonóticos e, também,

perdas de produção. A infestação, a depreciação do valor comercial e a fauna

parasitária encontrada podem variar dependendo de diferentes fatores como idade,

tamanho, sexo, nível trófico em que o hospedeiro se encontra, entre outros fatores

bióticos e abióticos (TAKEMOTO et al., 2004).

A maioria dos peixes é pouco especializada nos seus hábitos alimentares, isto

é, são generalistas, uma condição necessária para ingerir, digerir e absorver os

diferentes tipos de alimentos, explorando uma grande diversidade de itens

alimentares disponíveis, naturais ou industrializados. Mesmo quando ingere um

único tipo de alimento, os peixes podem substituí-lo por outro totalmente diferente

quando o primeiro se torna indisponível, ou podem mudar de hábito alimentar ao

longo da vida, sendo esta adaptação mais eficiente em peixes onívoros do que em

carnívoros (ROTTA, 2003).

Apesar do C. macropomumser um dos peixes mais promissores para o cultivo

na região Neotropical, por apresentar uma série de características favoráveis, um

dos problemas a ser resolvido, para que o cultivo seja viabilizado é a questão das

doenças parasitárias (BENETTON; MALTA,1999).

Pode-se citar como exemplo a infestação por acantocéfalos e Contracaecum

sp.em cultivos de tambaqui. O Phylum acanthocefhala é formado por helmintos que

parasitam exclusivamente o intestino de vertebrados. Nove espécies ocorrem nos

peixes amazônicos, sendo que duas parasitam o tambaqui: Echinorhynchuns

jucundus e o Neoechinorhynchus buttnerae (FISCHER, 1998).

Os endoparasitas (trematódeos, cestódeos, acantocéfalos e nematódeos)

foram amplamente citados como indicadores biológicos (Mackenzie, 1983; Williams

et al., 1992). Os encontrados nos tambaquis estão associados ao seu hábito

alimentar. (GOULDING, 1980).

Em altas infestações os parasitas provocam lesões nos tecidos e alterando o

comportamento dos peixes e até a morte. Pode ocorrer anorexia, aumento da

produção do muco, hemorragias cutâneas, branquiais, hiperplasia nos filamentos

brânquias, emagrecimento do animal e morte. Em infecções menos intensas as

pequenas lesões favorecem infecções secundárias (MARTINS; ROMERO, 1996;

PAVANELLI et al., 1998).

18

1.1- OBJETIVO GERAL

Identificar a endofauna parasitária do tambaqui, Colossoma macropomum, em

pisciculturas do Vale do Jamari em Rondônia.

1.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

� Acompanhar o abate dos peixes e realizar exame exploratório interno visando

identificar parasitos;

� Quantificar as espécies de parasitos encontradas.

19

2- REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PANORAMA MUNDIAL DA AQUICULTURA

Espera-se que a produção pesqueira mundial de pesca de captura selvagens e

aquicultura atingiu em novo recorde em 2013, com 160 milhões de toneladas, contra

157 milhões de toneladas no ano anterior, enquanto as exportações atingirão 136

bilhões nos EUA, de acordo com dados preliminares divulgados na véspera da

reunião do Sub -Comitê de Peixe Comércio FAO, em Bergen, na Noruega (FAO,

2014). Esses números refletem a forte demanda de produtos pesqueiros e do

elevado preço de algumas espécies, como o salmão.

O setor de aquicultura é muito diverso e fragmentado em todo o mundo,

variando de pequenos produtores a grandes empresas internacionais com

faturamento superior a R$ 1 bilhão.A piscicultura é o ramo mais importante da

aquicultura, correspondendo a 49,5% da produção aquícola total (MPA, 2010).

A produção mundial de pescado (proveniente tanto da pesca extrativa quanto

da aquicultura) atingiu aproximadamente 168 milhões de toneladas em 2010,

representando um incremento de aproximadamente 3% em relação a 2009. Os

maiores produtores foram a China com aproximadamente 63,5 milhões de

toneladas, a Indonésia com 11,7 milhões de toneladas, a Índia com 9,3 milhões de

toneladas e o Japão com cerca de 5,2 milhões de toneladas. Neste cenário, o Brasil

contribuiu com apenas 0,75% (1.264.765 t) da produção mundial de pescado em

2010, ocupando o 19° lugar, caindo uma posição em relação ao ranking geral de

2009 conforme Tabela 1 (MPA, 2011).

Quadro 1. Produção total de pescado (t) dos maiores produtores em 2009 e 2010

Posição País 2009 2010

Produção % Produção %

1º China 60.474.939 36,95 63.495.197 37,69

2º Indonésia 9.820.818 6,00 11.662.343 6,92

3º Índia 7.865.598 4,81 9.348.063 5,55

19º Brasil 1.240.813 0,76 1.264.765 0,75

Fonte: MPA (2011).

A análise da produção nacional de pescado por Unidade da Federação para o

ano de 2011 (Figura 1) demonstrou que o Estado de Santa Catarina se manteve

20

como o maior produtor de pescado do Brasil, com 194.866,6 t (13,6%), seguido

pelos estados do Pará com 153.332,3 t (10,7%) e Maranhão com 102.868,2 t (7,2).

Os estados da Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Alagoas, Sergipe

e Distrito Federal apresentaram uma redução em relação ao produzido em 2010. No

entanto, para os demais estados foi observado um incremento na produção de

pescado em relação ao ano de 2010 (MPA, 2011).

Figura 1. Produção de pescado (t) nacional em 2010 e 2011 discriminada por Unidade de Federação

Fonte: MPA (2011).

Figura 2. Produção de pescado (t) nacional em 2010 e 2011 discriminada por Região. Fonte: MPA (2011).

A figura 2 apresenta o Nordeste como maior produtor de pescado entre 2010

e 2011, porém vale ressaltar que está inclusa a pesca marinha.

Em 2013, houve o desenvolvimento do programa de Sanidade Pesqueira,que

busca ampliar a qualidade do pescado,reduzir o desperdício e garantir melhores

21

preços e credibilidade para o pescador.Todas as medidas colaboram para o Brasil

se tornar um líder no setor de pescados, o principal e mais promissor nicho do

mercado de carnes do século XXI (MPA, 2013).

Segundo o MPA, toda a produção da aquicultura, a partir de 2014, passará a

ser contabilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com a

inclusão da atividade na Pesquisa Pecuária Municipal (PPM).

O Quadro 2 apresenta a produção aquícola continental, totalizando 544.490

toneladas, discriminada por espécie em 2011. A tilápia e o tambaqui foram as

espécies mais cultivadas, as quais somadas representaram 67,0% da produção

nacional de pescado desta modalidade. Contudo, também merecem destaque a

produção de tambacu, carpa e pacu, que juntas representaram 20,1% da produção

(MPA, 2011).

Quadro 2. Produção de pescado (t) da aquicultura continental por espécie

Espécie Produção

2011

Carpa 38.079,1

Pacu 21.689,3

Piau 4.309,3

Pirarucu 1.137,1

Pintado 8.824,3

Tambacu 49.818,0

Tambaqui 111.084,1

Tilápia 253.824,1

Fonte: MPA (2011).

22

2.2 POTENCIAIS DA AQUICULTURA NO ESTADO DE RONDÔNIA

De acordo com a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de

Rondônia (IDARON), aproximadamente oito mil propriedades rurais no estado têm

criatórios de pescado. A atividade envolve desde cultivos mais simples até os

altamente tecnificados. Mais de 80% dos cultivos são de pequena escala, com

menos de três hectares de lâmina de água, segundo a SEDAM, Secretaria Estadual

de Desenvolvimento Ambiental (FAO, 2011).

Com o apoio do MPA a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

desenvolve o Plano de Zoneamento Pesqueiro da Pesca de Arrasto da Zona

Econômica da Região Norte. Desta forma, o ordenamento do setor sempre estará

apoiado em pesquisas,com base no conhecimento dos seus componentes biológico-

pesqueiros,ecossistêmico, econômicos e sociais (MPA, 2013).

Atualmente mais de 90% da produção de pescado em Rondônia é da espécie

tambaqui, nativa da Amazônia e com carne altamente apreciada em toda a região

Norte (EMATER, 2011).

O polo de piscicultura de Rondônia é a Região Central onde ocorre a

constatação desse crescimento. O Território Vale Do Jamarí (Figura 3) abrange uma

área de 32.141,20 Km² e é composto por 9 municípios: Alto Paraíso, Ariquemes,

Buritis, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Cujubim, Machadinho D`Oeste,

Monte Negro e Rio Crespo (MDA, 2006). É nestes municípios onde se pode verificar

intensa produção de pescado.

23

Figura 3. Mapa de Rondônia com destaque para o Território do Vale do Jamari.

Fonte: http://www.rioterra.org.br/territorios/

A vocação de Rondônia para a aquicultura não é um caso isolado na região

Norte. Estados como Acre, Amazonas e Pará também se mobilizam fortemente para

aumentar a produção de pescado.

Dentre as principais razões da tendência de crescimento da piscicultura

podem-se relacionar: o fato do mercado estadual ser importador de peixe e os

preços praticados nesse mercado permitem elevada margem de lucro ao produtor.

2.3 TAMBAQUI (COLOSSOMA MACROPOMUM)

O tambaqui (Figura 4) também chamado de ruelo ou bocó é uma espécie nativa da

Amazônia geralmente encontrada em lagos e rios de águas brancas. Peixe de

grande porte pode chegar a medir até 1m de comprimento e pesar mais de 30 kg, o

que o coloca como o segundo maior peixe de escamas da América do Sul (SANTOS

et al., 2013).

24

Figura 4. Dois exemplares de Tambaqui (Colossoma macropomum)

Fonte: Arquivo pessoal

Também chamado de Pacu Vermelho, é um peixe de escamas com corpo

romboidal, nadadeira adiposa curta com raios na extremidade; dentes molariformes

e rastros branquiais longos e numerosos. Boca prognata pequena e forte com

dentes molariformes (Figura 5) A coloração geralmente é parda na metade superior

e preta na metade inferior do corpo, mas pode variar para mais clara ou mais

escura. Os alevinos são cinza-claros com manchas escuras espalhadas na metade

superior do corpo (VILLACORTA-CORREA; SAINT PAUL, 1999).

Dentes molariformes.

Figura 5. Boca prognata e dentes molariformes.

Fonte: Arquivo pessoal

25

2.3.1 ANATOMIA DO ESTÔMAGO DO TAMBAQUI

Os peixes apresentam múltiplas variações da estrutura básica do trato

gastrointestinal (TGI) dos vertebrados, as quais estão geralmente correlacionadas

ao tipo de alimento consumido e ao ambiente, e podem influenciar a presença,

posição, formato e tamanho de um órgão em particular (ROTTA, 2003)

O estômago do tambaqui (Figura 6) pode ser dividido em três regiões, que

são a cárdica (entrada), fúndica (saco) e pilórica (saída). A cárdia e o piloro possuem

esfíncteres que controlam a passagem dos alimentos pelo estômago, porém, em

alguns peixes, o esfíncter cárdico pode estar ausente (CHAGAS et al, 2007).

Figura 6. Em destaque estômago do Colossoma macropomum

Fonte: Arquivo pessoal

A superfície interna (mucosa) contém uma variedade de células glandulares

endócrinas e secretoras exócrinas. Estas últimas produzem o muco e o suco

gástrico (Figura 7). As características das glândulas gástricas variam conforme o

hábito alimentar do peixe, sendo mais ramificadas e desenvolvidas nos peixes

carnívoros (ARGENZIO,1996).

26

Figura 7. Mucosa do estômago do tambaqui com presença de muco.

Fonte: Arquivo pessoal

2.3.2 ANATOMIA DO INTESTINO DO TAMBAQUI

O intestino é um tubo relativamente simples, iniciando na válvula pilórica e

terminando no reto, não sendo separado em delgado e grosso, como nos mamíferos

(Figura 8). Possui glândulas digestivas e um suprimento abundante de vasos de

sangue e de linfa, onde se completa a digestão iniciada no estômago. O tamanho do

intestino parece estar mais relacionado com a quantidade de material indigerível no

alimento do que a sua origem animal ou vegetal (CHAGAS et al, 2007).

As pregas da mucosa intestinal também estão relacionadas com o transporte

do material em processamento: pregas longitudinais auxiliam o transporte desse

material, acelerando-o, ao passo que pregas transversais retardam o seu trânsito,

uma vez que atuam como obstáculos à sua passagem (ARGENZIO, 1996).

Figura 8. Disposição do Trato gastrointestinal do Tambaqui

Fonte: Arquivo pessoal

27

Na área pontilhada da Figura 9 pode-se evidenciar a digestão alcalina que

ocorre no intestino. O comprimento do intestino parece estar mais correlacionado

com a quantidade de materiais indigeríveis do que com a natureza do alimento

(vegetal ou animal). Peixes herbívoros e fitoplanctófagos consomem alimentos de

menor digestibilidade e apresentam, geralmente, intestinos mais longos se

comparados aos peixes carnívoros. Portanto, apresentam uma grande ingestão e

rápido trânsito de alimento no intestino, distribuem a superfície absortiva em um

longo intestino com mucosa pouco pregueada,permitindo que o alimento permaneça

mais tempo em contato com as enzimas, de modo a aumentar a eficácia da

digestão, compensando o baixo valor nutritivo do alimento ingerido (ROTTA, 2003)

Figura 9. Esquema do Tratogastrointestinal do Tambaqui, com o funcionamento básico, distinguindo as etapas principais. Na área tracejada ocorre a digestão ácida e na área pontilhada a digestão alcalina (Ef-esôfago; Et-estômago; CP-cecos pilóricos; Fi-fígado; VB - vesícula biliar; In - intestino; Rt - reto). Fonte: www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/DOC53.pdf

28

2.4 IMPACTO DOS PARASITOS NAS PISCICULTURAS

Pesquisas com ictiopatologias são importantes para o Brasil, pois é um país que se

destaca por apresentar potencial para aquicultura, e a demanda mundial por

alimentos de origem aquática é crescente, não apenas em função da expansão

populacional, mas também pela preferência por alimentos mais saudáveis

(VALENTINI et al., 2000).

O manejo sanitário adequado das pisciculturas representa uma das medidas

mais importantes a serem tomadas para evitar que os peixes sejam acometidos

pelos mais variados parasitos. Todos os peixes no ambiente natural apresentam

uma fauna parasitária característica, muitas vezes sem manifestação patogênica por

estarem em equilíbrio na relação parasito-hospedeiro, que, entretanto, pode

aparecer em condição de piscicultura devido ao aumento da densidade populacional

(VALENTINI et al., 2000).

O desenvolvimento e a intensificação da criação de peixes no Brasil tem sido

progressivo e a região Norte é responsável por 9,4% da produção nacional de

peixes de cativeiro. Portanto, é importante que se avalie a qualidade do pescado que

vem sendo consumido (CASEIRO; WAKASHUKI, 2004).

2.5 Principais parasitos de peixes

A fauna parasitária dulcícola pode apresentar diferentes composições, dependendo

da espécie de hospedeiro, do nível da cadeia trófica em que o hospedeiro se

enquadra, da idade, do tamanho, do sexo e de outros fatores bióticos e abióticos

(EIRAS et al, 2006).

Dentre os principais parasitos observados sob condição de cultivo pode-se

destacar os helmintos. Incluem-se nesse grupo as classes: Cestoda, Nematoda,

Acanthocephala e a Hirudinea (TAKEMOTO et al, 2004).

Os indivíduos da Classe Cestoda são todos endoparasitos, e os peixes

podem abrigar larvas e adultos. As larvas podem se localizar nas vísceras e

cavidade visceral, já os adultos, preferencialmente no lúmen intestinal ou nos cecos

pilóricos. A maioria dos cestóides apresentam ciclo de vida heteróxeno (PAVANELI

et al, 2002).

29

Os nematóides ocorrem em peixes, tanto na forma adulta quanto larval. Na

fase adulta, o sítio de infecção, para a maioria dos peixes, é o trato gastrintestinal.

Estes parasitos podem ser considerados importantes patógenos de peixes,

principalmente em condições de cultivo (THATCHER, 1991).

Os organismos da família Anisakidae têm relevante importância em saúde

pública, com descrição de infecções em pacientes humanos por larvas de Anisakis

sp., resultando em perfurações gastrintestinais, quadros obstrutivos e reações

alérgicas. Hematologicamente as lesões se caracterizam por uma infiltração

eosinofílica que evolui para a formação de granulomas no trato digestivo do homem

(TAKEMOTO et al, 2004). Algumas espécies de Contracaecum sp. são citadas como

patogênicas para o homem (Figura 10).

Figura 10. Vista da porção proximal do Contracaecum em Microscopia eletrônica

Fonte: http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-560X2012000200020&script=sci_arttext

Os acantocéfalos são vermes com uma probóscide, ou tromba, invaginável e

provida de ganchos ou espinhos (Figura 11). Os adultos utilizam a probócide para

fixar-se na parede do intestino do hospedeiro. Estes vermes são considerados

patogênicos em virtude do dano causado ao epitélio intestinal e pelo fato de a

probóscide ocasionalmente perfurar a parede, resultando numa peritonite

(FISCHER, 1998).

30

Figura 11. Exemplar de Acantocefálo (Neoechinorhynchus sp.)

Fonte: http://fishpathogens.net/image/acanthocephalaneoechinorhynchus

Na Classe Hirudinea estão os vermes da família Annelidae, as

sanguessugas. Alguns organismos podem se alimentar de sangue de animais

vertebrados como peixes.

31

3- MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCAL E ANIMAIS

O trabalho foi desenvolvido em frigorífico com Serviço de Inspeção Federal (SIF),

localizado na cidade de Ariquemes em Rondônia. As colheitas deram-se entre 18 a

28 de fevereiro de 2014de forma aleatória e o número de indivíduos analisados foi

de 110 animais. Os animais eram todos provenientes do Vale do Jamari.

Foi realizado o acompanhamento do abate dos peixes da espécie Colossoma

macropomum (tambaqui), e na evisceração dos animais foi colhido conteúdo

gastrintestinal para a pesquisa da endofauna parasitária.

O exterior dos animais foi examinado à procura de parasitas na cavidade

bucal e branquial, em toda a superfície do corpo e na base das nadadeiras, como

mostra a Figura12. Seguindo-se sempre a mesma orientação crânio-caudal.

Figura 12. Sequência da Inspeção visual do Tambaqui, sentido crânio-caudal

Fonte: Arquivo pessoal

Os animais foram separados por lotes de acordo com o seu peso, e em seguida foi medido o comprimentototal dos animais (Figura 13).

Figura 13. Biometria do Tambaqui

Fonte: Arquivo pessoal

32

Os animais passavam da recepção para o ambiente interno da indústria

através de óculo, em seguida eram retiradas suas escamas por máquina, para

posteriormente os colaboradores iniciarem a evisceração (Figura 14).

Figura 14. Calha de envio e esteira de manipulação

Fonte: Arquivo pessoal

Imediatamente após a evisceração foi colhido o conteúdo da cavidade

celomática, para segregação do estômago e do intestino (Figura 15).

Figura 15. Manipulador realizando a evisceração e conteúdo toracoabdominal

Fonte: Arquivo pessoal

Após a evisceração dos animais e retirada da camada de gordura abdominal

iniciou-se a pesquisa dos endoparasitas. Foi necessário conhecimento de Anatomia

topográfica para identificação das estruturas (órgãos) a serem inspecionados (Figura

16).

33

Figura 16. Retirada do conteúdo da cavidade celomática com gordura

Fonte: Arquivo pessoal

Cada estômago assim como o intestino foi colocado em uma placa de Petri e

cobertos com água destilada. Posteriormente foram abertos com uma tesoura,

lavados e agitados em água, deixando precipitar o sobrenadante. A análise

detalhada do material depositado foi feita sob microscópio estereoscópio (Figura 17).

Figura 17. (A) Disposição do tratogastrintestinal; (B) Estômago após retirada de conteúdo; (C) Intestino antes da retirada do conteúdo; (D) Observação ao microscópio do conteúdo gástrico Fonte: Arquivo pessoal

A B

C D

34

Os achados foram acondicionados em pequenos recipientes (com tampa)

colocados em formol tamponado a 10% por 24hs e depois substituir o formol por

álcool 70%, para preservar os parasitos, Figura 18 (EIRAS et al, 2006).

Figura 18. Ependorf contendo os achados da pesquisa Fonte:Arquivo pessoal

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PARASITAS

A identificação inicial dos parasitas foi realizada no Laboratório do Instituto Federal

de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia – IFRO, Campus Ariquemes.

Posteriormente as amostras colhidas foram encaminhadas para o Laboratório de

Parasitologia da Universidade Camilo Castelo Branco- UNICASTELO⁄SP.

3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os dados do estudo de endofauna foram tabulados e agrupados de acordo com a

localidade e tamanho dos animais, assim sendo, foram determinados os valores

percentuais de cada conjunto de dados para facilitar a compreensão e interpretação

dos mesmos. Fazer análise descritiva dos dados com intervalo de confiança e

correlação (peso x comprimento x carga parasitária)

35

4- RESULTADOSE DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta os resultados observados no estudo de endofauna parasitária

dos 110 tambaquis provenientes de pisciculturas da Região do Vale do Jamari nas

proximidades de Ariquemes (latitude 09º54'48"sul e a uma longitude 63º02'27"

oeste).

Tabela 1. Valores percentuais dos achados no estudo da endofauna dos tambaquis

por município, Rondônia, 2014.

Local da Piscicultura Percentual de animais

(n° de animais amostrados) parasitados ou com larvas de quiromídeos

5,26% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

5,26% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

16,6% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

8,3% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

28,7% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

27,2% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

16,6% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

16,6% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

3,22% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

3,22% dos animais parasitados com Contracaecum sp.

6,44% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

7,27% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

0,9% dos animais parasitados com Contracaecum sp.

13,6% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

Alto Paraíso (n=19)

Rio Crespo (n=9)

Monte Negro (n=15)

Cacaulândia (n=12)

Machadinho (n=7)

Campo Novo (n=11)

Cajubim (n=6)

Ariquemes (n=31)

Total ( n=110)

22,2% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

13,3% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

36

Dos animais pesquisados 11,12% encontravam-se parasitados. Sendo que

12,5% encontravam-se no intestino e 87,5% no estômago do tambaqui. As espécies

encontradas foram de larvas do Contracaecum sp.(no intestino) e acantocéfalo

Neoechinorhynchus sp. (no estômago). Além de larvas de dípteros do grupo

quironomídeos que compõem um dos itens alimentares dos teleósteos.

Os endoparasitas (trematódeos, cestódeos, acantocéfalos e nematódeos)

foram amplamente citados como indicadores biológicos (Mackenzie, 1983; Williams

et al., 1992).Foram utilizados para distinguir populações, evidenciar migrações e

dieta de seus hospedeiros. Possuem, normalmente, ciclo de vida indireto e uma

minuciosa dissecção é necessária para encontrá-los.

Parasitando o estômago dos C. macropomumo Neoechinorhynchus sp.

representou 7,27% dos animais e o Contracaecum sp.0,9%. As cidades do Território

do Vale do Jamari (Gráfico 1) apresentaram resultados para a presença do

Neoechinorhynchus sp. variando entre 0% (Monte Negro e Campo Novo) até 28,7%

(Machadinho).

Gráfico 1. Percentuais de C.macropomum parasitados por município

Não foram encontrados ectoparasitas devido o processamento que ocorreu

na propriedade, já que a maioria das propriedades da região utilizam o método de

37

rede de arrasto para a despesca. Após a despesca os animais foram colocados no

caminhão através de guincho em caixas com gelo, onde ocorre a morte através de

choque térmico, além de ser um método de conservação.

Os endoparasitas encontrados nos tambaquis estão associados ao seu hábito

alimentar. Os itens alimentares utilizados por tambaquis em ambientes naturais na

Amazônia variam em função da flutuação no nível das águas dos rios. Dependo da

idade deste peixe e da disponibilidade do item no ambiente, existe maior ou menor

predominância do alimento a ser consumido (GOULDING, 1980).

Estudos sobre a fauna de parasitas de peixes podem produzir informações a

respeito de vários aspectos da biologia e modo de vida de seus hospedeiros, como o

hábito alimentar e movimentos migratórios (MARGOLIS, 1965).

Nove espécies ocorrem nos peixes amazônicos, sendo que duas parasitam o

tambaqui: Echinorhynchus jucundus e Neoechinorhynchus buttnerae (FISCHER,

1998). Estes vermes possuem a probóscis (cabeça) coberta por espículas (Figura

18). O maior efeito deletério desse parasita é no caso de infestações pesadas onde

resulta em necrose e ulceração do epitélio intestinal do hospedeiro, podem causar a

morte.

O primeiro registro de Neoechinorhynchus buttnerae parasitando C.

macropomum criados em cativeiro, ocorreu em uma fazenda próxima a Manaus. A

epizootia iniciou com a compra de juvenis parasitados. Com o desenvolver do cultivo

e da infestação, houve inicialmente uma redução no crescimento, a seguir pararam

de comer e culminando com a morte dos peixes (MALTA et al., 2001).

Malta et al. (2001) não constataram a presença de focos hemorrágicos no

intestino de Colossoma macropomum (CUVIER, 1818) também parasitado por

acantocéfalos, apesar da infestação por ele observado ter sido maciça.

A presença de parasitos nos produtos da pesca constitui perigo sanitário que

não deve ser subestimado. Ainda que a maioria desses organismos não seja

patogênica para o homem, algumas espécies podem originar enfermidades graves

em virtude da ingestão de pescado parasitado, sendo a mais conhecida aquela

veiculada por larvas de nematoides da família Anisakidae (GONZÁLEZ, 2003).

Na presente pesquisa o único município a apresentar a presença do

Contracaecum sp.foi Ariquemes com 0,9% dos animais amostrados. Esse parasita

Possui potencial zoonótico. Para Ferre (2001) as infecções humanas por esses

parasitos estão associadas ao consumo de pescados crus ou submetidos a

38

processos que não alteram a viabilidade das larvas, como é o caso da ingestão de

pescado cru ou com pouca cocção.

De acordo com Audicana et al. (2000), as afecções do trato gastriintestinal de

humanos, durante a infecção por larvas desse nematoda são resultado da ação

traumática pela invasão tecidual e pela interação com o sistema imunitário do

hospedeiro e o conjunto de substâncias liberadas ou contidas no parasito. Na

maioria dos casos, é produzida por uma única larva e, embora mais frequente no

trato digestório, algumas larvas podem atravessar a parede gastrintestinal, migrando

para localizações ectópicas.

No estudo em questão foram encontradas larvas de dípteros do grupo

quironomídeos no estômago. As larvas representaram 13,6% (Tabela 2). Estando

distribuídas conforme Figura 19, comprovando a flexibilidade e a adaptabilidade dos

peixes quanto aos hábitos alimentares.

Tabela 2. Valores percentuais dos achados no estudo da endofauna dos tambaquis

por tamanho dos animais, Rondônia, 2014.

Tamanho dos peixes Percentual de animais

(n° de animais amostrados) parasitados ou com larvas de quiromídeos

6,38% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

8,51% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

23,5% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

5,89% dos animais parasitados com Contracaecum sp.

5,89% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

6,25% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

6,25% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

7,27% dos animais parasitados com Neoechinorhynchus sp.

0,9% dos animais parasitados com Contracaecum sp.

13,6% apresentavam larvas quiromídeos no estômago.

Total ( n=110)

Lotes de 3,5 a 4,0 kg (n=17)

Lotes de 2.0 a 3.0 kg (n=47)

Lotes de 3,0 a 3,5 Kg (n=30) 13,3% apresentavam larvas de quiromídeos no estômago

Lotes de 4,0 a 5,0 Kg (n=12)

39

Figura 19. Mapa do Território do Vale do Jamari com percentual de larvas de

quironomídeos

Fonte:

http://www.rioterra.org.br/territorios/

Os Quironomídeos são o mais abundante e diverso grupo dos Dípteros. São

considerados excelentes bioindicadores, pois as suas larvas podem ser encontradas

tanto em ambientes contaminados por contaminação orgânica ou por materiais

pesados (CRANSTON, 1982).

Dill (1983) sugeriu que a motivação para a ampliação dos itens alimentares

consumidos poderia ser a sensação de fome, levando os peixes a incluírem presas

menos preferenciais à medida que as preferenciais declinam, como também

adaptativa,porque aumentaria a taxa de ganho energético, visto que a escassez das

primeiras implicaria em grande dispêndio na sua busca e captura.

40

Figura 20. (a) Larva de quironomídeo vista em Lupa; (b) Larvas de quironomídeos colhidas em estômago de tambaquis

Segundo Bauer (1962) entre os fatores ambientais bióticos, a composição

alimentar do hospedeiro definitivo é um dos fatores mais importantes para o sucesso

do estabelecimento das espécies de ciclo indireto, já que os hospedeiros

intermediários estão incluídos na dieta do peixe. .

No estudo da relação parasitismo/peso dos animais (Gráfico 2), observa-se

que os lotes com 3,5 a 4,0 Kg apresentavam elevado parasitismo, com 23,5% dos

animais parasitados com Neoechinorhynchus sp. Enquanto que os animais que

pesavam de 3,0 a 3,5 Kg não apresentaram parasitismo. A manifestação do

parasitismo em alevinos de tambaqui pode ser evidenciada por efeitos diretos, como

a diminuição no ganho de peso.

Gráfico 2. Valores percentuais de parasitismo pelo peso dos tambaquis

a b

41

LUQUE (1996) indica que nem sempre o maior parasitismo está relacionado

com o maior tamanho, pois nem sempre o parasitismo aumenta devido a exposição

prolongada ou a um processo mecânico de acumulação.

Em decorrência de seu hábito alimentar zooplânctofago, o ciclo de vida de

parasitas com ciclo indireto, como os acantocéfalos e os nematoides, podem ser

facilmente completados em tambaquis de qualquer idade, desde que o hospedeiro

intermediário esteja presente no mesmo ambiente (MALTA et al., 2001).

Durante o período de cheia nos lagos na Amazônia, os tambaquis menores

que 40 cm de comprimento padrão e menores que 4kg, alimentam-se principalmente

de zooplâncton e secundariamente de frutos (GOULDING; CARVALHO, 1982).

Cabe ressaltar ainda a importância da conscientização pelos profissionais de

Vigilância e Inspeção Sanitária e dos demais relacionados com acadeia de

produção, desde a captura até o consumo, com respeito às ictioparasitoses e formas

de profilaxia, implementando programas de educação sanitária em todos os níveis

42

5- CONCLUSÃO

Visto que os parasitas de peixes são fatores limitantes nas pisciculturas e a

presença de parasitas constituiu um sério problema sanitário podendo acarretar em

perda total do empreendimento e risco a população humana quando se trata de

zoonoses, o Vale do Jamari apresentou baixo percentual de animais parasitados,

não sendo encontrado infestações maciças de endoparasitas em nenhum lote

proveniente de pisciculturas de diferentes Municípios, apesar de ter sido encontrado

no Município de Ariquemes em baixa prevalência o Contracaecum sp. que apresenta

importância zoonótica.

43

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