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ABIM 005 JV Ano XI - Nº 89 - Set/17

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ABIM 005 JV Ano XI - Nº 89 - Set/17

A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 33.154 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

www.revistaartereal.com.br - [email protected] - Facebook RevistaArteReal - (35) 99198-7175 Whats App.

Editorial

Mais uma edição, mais uma oportunidade de levar até você, temas que poderão servir de valiosas ferramentas que lhe fará reavaliar

conceitos e valores e, consequentemente, despertar um novo estado de consciência. Nosso objetivo, jamais, foi o de ensinar, já que, humildemente, ainda, também, estamos na longa vereda do aprendizado. E, assim, como Eterno Aprendiz, seguimos aprendendo em estreita parceria com nossos leitores, reencetando um novo diálogo a cada edição.

Na esperança de reconduzir nossa instituição a seu principal propósito, que é o de ser uma Escola de Iniciação, onde o aprimoramento de seus membros deve ser, de fato, a prioridade, o que, nos dias atuais, tem fugido a essa expectativa, transformando-a em um mero clube de serviços, deparamos com uma matéria, escrita, com muita propriedade, nos idos de 1931, pelo Grão-Mestre da Grande Loja do Uruguai, o Irmão Louis Block, intitulada “Maçonaria do Pau”, onde é ressaltada a importância de vivenciar os ensinamentos contidos em nossos Rituais.

Ainda, dentro do enfoque da conscientização, nosso Irmão Walter Gonçalves de Souza, pertencente ao Quadro de Obreiros da Loja Maçônica Caratinga Livre, em Minas Gerais e membro da Academia Maçônica de Letras Leste de Minas, disponibilizou-nos uma matéria de sua autoria, intitulada “Por Uma Maçonaria Mais Justa e Perfeita”, na qual, o autor alerta-nos para a necessidade do eterno aperfeiçoamento.

De nossa lavra, a matéria “Aos que Têm Olhos de Ver e Ouvidos Para Ouvir!”, convida os verdadeiros Iniciados nos augustos Mistérios, para observarem o momento atual do planeta e seus reclames. O clamor da natureza se apresenta em forma de sinais nos céus, expresso em eclipse e conjunção planetária, em um momento único, além

de sua estreita relação com o que nos revela o mais enigmático dos livros bíblicos, o Apocalipse de João, o Evangelista.

Nosso Irmão Alexandre Fortes, da Loja Maçônica Álvaro Mendes, do Oriente do Piauí, através de um trabalho de pesquisa muito bem elaborado, apresenta-nos a matéria “A Corda com Nós Precede ao Esquadro, a Pitágoras e a Euclides”, tema que há de estimular, em muito, nossos leitores, levando-os a pesquisarem mais sobre o tema, em uma tentativa inglória de se esgotar o assunto.

Não deixem de nos enviar suas críticas, sugestões e considerações sobre os temas publicados, a fim de nos orientar em como poderemos melhorar a sua Revista Arte Real. Sua participação é imprescindível para encontrarmos a excelência deste trabalho, o qual elaboramos, mensalmente, com muito carinho e respeito a você.

Temos um novo encontro marcado, na próxima edição!

Revista Arte Real nº 89 - Set/17 - Pg 03

Reflitamos sobre as palavras do Sereníssimo Grão-Mestre, o Poderoso Irmão Louis Block, de Yowa, publicada no início do século

passado, ainda, tão atuais, sobre o que ele chamou “maçonaria de pau”.

“Muitos maçons que aprendem a recitar o ritual de maneira automática, não sabem que através de suas místicas palavras há ocultos pensamentos e significados que bem merecem ser descobertos”.

Semelhantes maçons estão aptos para viver mecanicamente balbuciando frases ritualísticas, como alguns devotos insípidos cantam as rezas em latim, cujo real significado pouco, ou nada, conhecem.

Uma coisa é estar apto para desempenhar e recitar um ritual e outra é saber que o ritual tem um significado; conhecer qual é esse significado, aplicando-o á sabedoria, força e beleza, em nossa vida diária.

A Maçonaria não serve para cega e estúpida devoção, consagrada a ela por homens de pau, que não sabem por que a servem; o que ela ama é a inteligente lealdade de homens que pensam e que têm uma razão para a sua fé.

Ela ocultou as suas lições em frases místicas, não com o propósito de que aprendamos um número de palavras de estranhos sons, que, sempre, permanecerão para nós vazios e desprovidos de significado, mas com o fim de nos fazer pensar.

Muitos recitam o ritual como se contivesse algum mágico encanto e, para esses, o simples fato de que não podem entender o que ele diz, parece dar a suas frases misteriosas um poder milagroso.

Estes homens podem constituir boas máquinas, porém nunca serão maçons.

O Maçom que não consagra tempo para estudar e pensar, que nunca examina nem reflexiona, que só decora que não penetra no significado aparente da palavra para buscar o pensamento real que se acha oculto no mais íntimo desta, será sempre maçom, mas no nome, somente”.

Matéria publicada no site da Loja Maçônica Raimundo Teixeira Lima nº 26, do Oriente de Acopiara, Ceará, jurisdicionada à Muito Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, extraída do Boletim do Grande Oriente do Uruguai, em 1931.

Maçonaria do PauLouis Block

Revista Arte Real nº 89 - Set/17 - Pg 04

Aos Que Têm

Olhos de Ver

e Ouvidos

para Ouvir!

Francisco Feitosa

Mais uma vez, a natureza, em sua trajetória cíclica, deu início, no hemisfério sul, à estação mais bonita do ano, a Primavera. Momento em

que a natureza contempla a neutralidade, o equilíbrio; ocasião em que o Sol incide com maior intensidade sobre as regiões, que estão próximas da linha do Equador. Assim, o Sol passa exatamente no meio da Terra e os dois hemisférios do planeta – norte e sul – recebem a mesma quantidade de luz, o que resulta em dias quase simétricos, o que já é anunciado pela origem da palavra “equinócio”, que vem do latim “aequinoctium”, que une o termo “aequus” = igual, e nox = noite, noites iguais.

Os equinócios, levam os mais ávidos buscadores da Verdade, a entender que a evolução tem por base o equilíbrio, a harmonia. O Iniciado é o peregrino da vida que, em sua trajetória iniciática transita sobre o Pavimento Mosaico, vencendo paixões e submetendo vontades, transcendendo a polaridade, o bem e o mal, colocando-se além destes. Transcendendo-os, chega à neutralidade, ao equilíbrio, tornando-se, de fato, um Iniciado, na acepção da palavra.

Na estação primaveril, a Divindade, em forma de natureza, expressa-se em flores e fragrâncias estonteantes, ao som de aves canoras que parecem agradecer, em suaves cantos, o privilégio da vida. É a festa da renovação da natureza, que após um cinzento inverno de recolhimento, a vida se exterioriza, como

um final de ciclo para o dealbar de um novo período. Costumava-se, no passado, anunciar o transcurso de um aniversário, geralmente de jovens moças, referenciando que a mesma completara mais uma primavera, no sentido de um novo ciclo de vida.

Ainda, observando a natureza, esta primavera de 2017 demonstra, em seu fulgor, o equilíbrio nos céus. Após o eclipse solar acontecido em 21 de agosto próximo passado, portanto, ainda no inverno, pouco mais de um mês depois, inicia-se de forma primaveril, com um alinhamento planetário levado a efeito em 23 de setembro. Tal Conjunção Planetária não acontecia, segundo astrônomos, há sete mil anos, alinhando, em nosso sistema solar, Vênus, Marte, Mercúrio, o Sol, Júpiter e a Lua. Tema que requer uma profunda reflexão!

Tal Conjunção desperta nossa atenção para o Livro Profético do Apocalipse, em seu Capítulo 12. O Evangelho de São João, livro mais enigmático a Bíblia, que faz alusão a esse ocorrido. Sem apresentar nossas impressões, já que o tema vem trazendo interpretações das mais catastróficas, sugerimos como reflexão para cada um encontrar sua própria verdade.

O livro Caibalion, escrito por Hermés - o Trismegisto, apresenta as setes Leis Herméticas, dentre elas destacamos a Lei da Correspondência. O velho axioma hermético diz as seguintes palavras: “O que está em cima é como o que está embaixo, e

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o que está embaixo é como o que está em cima”. A compreensão deste Princípio dá ao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza. Esse Princípio é de aplicação e manifestação universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual, é uma Lei Universal.

Logo, essa harmonia dos astros, que se expressa nos céus, demonstra que a mesma há de se implantar na Terra. Não, antes da mesma harmonia se implantar nos corações e mentes da humanidade. O mundo está em convulsão, vivendo um período de trevas, lamentavelmente, na iminência de uma guerra nuclear, ensaiada pela Coreia do Norte, Estados Unidos e, agora, também, o Irã, à guisa de um eclipse total da Luz espiritual. O Maçom, dentro de si mesmo, deve vencer sua própria escuridão espiritual, transpor o Pavimento Mosaico do bem e do mal e chegar ao equilíbrio, ao equinócio, ao alinhamento de seus Centros de Forças, para o despertar primaveril de uma nova Era, de Paz, Amor e Sabedoria.

Esse alinhamento planetário, já apontado por João, o Evangelista, vem sendo estudado, há séculos. Toda vez que é registrado um fenômeno astrológico, um fato de expressiva grandeza, realiza-se na história da humanidade. A exemplo da conjunção planetária ocorrida há mais de 2000 anos, que ficou conhecida

como a Estrela de Belém, anunciando o nascimento do Mestre Jesus.

Aos verdadeiros Iniciados foram concedidas, por méritos, as ferramentas da compreensão dos Mistérios, com o despertar de sua quintessência. Esses, jamais, poderão ser pegos distraídos, iludidos com o falso brilho e a efemeridade do mundo material.

O momento requer profunda reflexão, um diálogo interno. Que desperte, aos que têm olhos de ver e ouvidos para ouvir, a primavera de uma nova existência, anunciada por um novo tempo de Paz, Equilíbrio e Harmonia.

A Corda com Nós Precede ao esquadro, a Pitágoras e a Euclides

Alexandre Fortes

É interessante notar o que se nos passa, às vezes, misteriosa e despercebidamente... de modo espiritualmente discreto..., uma delas é

a importância da magnífica Corda com Nós. A “Corda com Nós”, além de sua força esotérica (para quem assim a acredita, assimila e “egregoriza”), possui algo que chama muito a atenção dos mais curiosos: a sua precedência em relação ao instrumento Esquadro, tanto na sua própria confecção, em sua história, origem, quanto na utilização para efetuar medidas nos canteiros de obras, pelos primeiros pedreiros operativos, na antiguidade.

“A Corda com Nós precede aos Esquadro, Pitágoras e Euclides... e está muito vívida, presente em nossos templos maçônicos, nos nossos templos físicos, nos nossos templos interiores... em toda a beleza e perfeição da natureza e é um maravilhoso símbolo de união e força fraternal, além da origem e sentido da perfectibilidade. Somente há uma Precedência à própria Corda com Nós, no sentido da perfeição em criar e realizar tudo o que há de maravilhoso no mundo..., o GADU” (Alexandre Fortes).

Os egípcios descobriram que utilizando uma corda marcada em intervalos iguais e tomando-se as medidas 3, 4 e 5 para os lados de um triângulo, obtinham um triângulo retângulo, onde os catetos menores eram os lados de 3 e 4 unidades e a hipotenusa o lado maior. Assim, usavam essas medidas para confeccionar triângulos de madeira com a forma muito parecida com os esquadros que conhecemos hoje em dia, utilizando os mesmos para manter a perfeição de suas construções.

O conhecimento de como formar um esquadro perfeito, sem a menor possibilidade de erro tinha a maior importância na arte de construir, a partir do tempo dos Harpedonaptae, (e antes). Harpedonaptae, literalmente traduzido, significa: “esticadores de corda” ou “amarradores de corda”, do Egito antigo. Eram os construtores responsáveis pelas mensurações e edificações. E causa-nos uma reflexão: Não seríamos nós, hodiernamente, Maçons Harpedonaptae? “Esticadores de cordas com Nós Fraternais” espalhados pelo Universo?

Os Harpedonaptae eram especialistas em arquitetura e que eram chamados para lançar os alicerces dos edifícios. Eles eram altamente qualificados e utilizavam a astronomia (as estrelas), assim como cálculos matemáticos, a fim de traçar ângulos retos perfeitos para cada edifício. No museu de Berlim há uma escritura pública, escrita em couro, que remonta a 2.000 a.C. (muito antes do tempo de Salomão), que fala sobre o trabalho destes esticadores de cordas. (Extraído de https://bibliot3ca.wordpress.com/47%C2%BA-problema-de-euclides/). E isso vale para muitas outras grandes civilizações antigas que também se utilizavam de cordas com nós.

Pitágoras de Samos (570 – 495 a.C.) percorreu por 30 anos o Egito, Babilônia, Síria, Fenícia e talvez a Índia e a Pérsia, onde acumulou ecléticos conhecimentos: astronomia, matemática, ciência, filosofia, misticismo e religião. Ele foi contemporâneo de Tales de Mileto, Buda, Confúcio e Lao-Tsé e influenciou o mundo moderno com a sua matemática e

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a sua filosofia pitagórica, assim como contribuiu para a descoberta da 47ª Proposição de Euclides. (Extraído de https://pt.wikipedia.org/wiki/Pit%C3%A1goras)

Euclides de Alexandria (360 — 295 a.C.) em sua 47ª Proposição, (aqui apresentado resumidamente), demonstra através do Teorema da Hipotenusa, conhecido também como Teorema de Pitágoras, com a famosa equação 3:4:5, presente no seu Livro I - “Dos Elementos”, a perfeição do ângulo de 90° graus com o triângulo retângulo A B C, no centro dos três quadrados a c b.

Esses esquadros com ângulos retos e perfeitos ensinam-nos, valiosamente, no mundo maçônico, a buscarmos a nossa perfectibilidade moral, a justeza de nossos atos e faz parte dos Paramentos de uma Loja Maçônica, assim como fazem parte, também, de suas Grandes Luzes (Esq∴, Comp∴ e o L∴ da L∴), como também estão presentes, adornando os punhos, joias e aventais dos Mestres Instalados, assim como esse ângulo reto e perfeito do esquadro (produto que é da Corda com Nós), está presente na feitura dos ângulos perfeitos de todos os aventais maçônicos que usamos, está presente em nossas posturas maçônicas, no ângulo reto presente nas falanges ao bater à porta do templo, sinais, toques, enfim..., em nossos Templos, sejam eles físicos (nos seus cantos Nordeste, Sudeste, Sudoeste e Noroeste), sejam em todo o projeto de alvenaria, construídos através de ângulos retos, sejam em seus pavimentos mosaicos, tapetes, painéis, pranchetas, nas chaves do alfabeto maçônico e suas letras, sejam em todos os utensílios maçônicos, ou nos Templos morais e espirituais a serem constantemente esquadrejados por todos nós, que embora sendo seres humanos e não sendo perfeitos, buscamos a perfectibilidade moral e espiritual em aperfeiçoarmo-nos e evoluirmos.

É importante notar, não obstantemente, que a Corda com Nós esteve presente como instrumento de trabalho de edificação da Maçonaria Operativa e que, posteriormente, foi assimilado pela Maçonaria Especulativa em seus teores filosófico e simbólico a partir do século XVIII. Todavia, segundo o conspícuo mestre, Irmão José Castellani, em pesquisa realizada pelo Irmão Jaime Balbino de Oliveira, da ARLS Cavaleiros da Luz, n° 18, em www.cavaleirosdaluz18.com.br, em A Corda de 81 Nós, explica-nos, factualmente: (abrem-se aspas) “uma das possíveis origens da corda de 81 nós é datada de 23 de agosto de 1773, por ocasião da instituição da primeira palavra semestral em cadeia de união, quando, na casa “Folie-Titon” em Paris, tomou posse Louis Phillipe de Orleans,

como Grão-mestre da Ordem Maçônica na França. Naquela solenidade estavam presentes 81 irmãos, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas. ” (Fecham-se aspas).

Ressalte-se, a título de concentração e enquadramento do tema, que exploramos aqui a “Corda com Nós”, primitivamente, originariamente, e sua relação de luz ∴ao esquadro, instrumentos, utensílios maçônicos, assim como a depreensão de perfectibilidade filosófica e espiritual evolutiva do ser humano e, consequentemente, de toda a sociedade e não somente discorrer sobre A Corda de “81” nós, que possui seus estudos particulares, com teses esotéricas e pitagóricas, que explicam sua origem e significados profundos, de rica simbologia filosófica, cabalística, teológica e numérica, culminando, inclusive, com o símbolo do infinito a cada um de seus laços e a adição da unidade fundamental ou divina, representada pelo numeral 1, depreendendo-se, daí, o numeral e símbolo, simultaneamente em um só, formando o auspicioso numeral 81, representado por um conjunto de nós, dispostos assim, no REAA, em 1 nó, situado acima do Delta Sagrado, no templo, e presentes na mesma corda, dividida em 80 nós a cada lado do templo, situados ao Sul e ao Norte, 40 nós ou laços fraternais, respectivamente, na frisa do Templo de Salomão, convergindo para duas borlas nas extremidades nesta mesma corda, com significado cada uma, de Justiça e Prudência, em corda não fechada, com abertura à porta do templo, simbolizando a abertura à evolução maçônica, sempre aberta para a Luz e ao conhecimento, com Irmãos unidos, coesos, como em nós fraternais, em busca constante pela Luz e a Sabedoria.

A Corda com Nós, um dos Ornamentos do Templo, localizada na frisa dos Templos Maçônicos, tendo como suas borlas os símbolos da Justiça (Equidade) e Prudência (Moderação), simbolizam a União Fraternal Universal e há tempos imemoriais, esta Corda com Nós, (com exceção ao nosso próprio Supremo Ente, o GADU, que nos antecede a todos e a tudo), a corda com nós antecede a todos os instrumentos, ao próprio esquadro, dando-lhe origem e feitura, conformação de perfectibilidade simbólica e matemática aos seus ângulos perfeitos, dando escopo e profundidade espiritual, simbolizando magnificamente as união e conhecimento de todos os Irmãos de todo o universo, unindo toda a Maçonaria com seus nós fraternais, unindo, de forma uma, todos os Alvenéis do Supremo Pensamento da Sublime Arte Real.

Somos imperfeitos. Uma eterna pedra bruta em processo de lapidação. Ninguém é dono da verdade. Errar é humano. Nossa ordem

é composta por obreiros, homens livre e de bons costumes, mas mesmo assim sempre haverá falhas. Todas as afirmativas que foram lidas são máximas que nos acompanham cotidianamente nas nossas oficinas, sempre estamos falando ou ouvindo alguém pronunciá-las.

Todas elas carregam consigo a fragilidade humana, a necessidade de aperfeiçoamento. Mostra-nos que devemos melhorar sempre, que de fato somos seres inacabados, pedras imperfeitas. Mas até quando usaremos estas máximas como escudos para as nossas eventuais falhas? Até quando usaremos estas expressões para continuarmos denegrindo a instituição que participamos? Até quando as usaremos para mantermos nossas lojas no submundo da injustiça e da imperfeição?

Se o ser humano é realmente um ser deplorável em todos os lugares deveria ser um péssimo lugar para se viver. Nenhum lugar prezaria pela tentativa de se fazer as coisas certas, de procurarem o bem comum, de buscaram a justiça e a dignidade, de pelo menos tentarem transformar o local onde moram em um lugar decente.

Temos tantos exemplos que poderíamos seguir mundo afora. Existem povos que pelo menos buscam ser melhores. Poderíamos citar os japoneses, finlandeses, noruegueses, canadenses, suecos, ingleses, alemães, australianos, enfim, são povos que conviveram com o caos e souberam dar a volta por cima, souberam construir nos seus países

uma sociedade mais digna. Se não são perfeitos, pelo menos procuram ser.

É justamente este o grande dilema que deveríamos pensar. Por que não tentamos também? Se quisermos nós, brasileiros, poderemos construir um país mais justo e perfeito, grupos sociais mais justos e perfeitos, uma sociedade mais justa e perfeita.

Torna-se muito simples, mesmo dependendo de um constante esforço de cada um de nós. Muito pouco ou quase nada adiantará nossas reclamações, se nossas ações se escondem por detrás da máxima da imperfeição. Sabemos que a imperfeição é real, mas ficar, como medíocres, se justificando através dela, aí já é demais. É querer sofrer, contentar com o caos, ver o fim de tudo que não deveria ter fim e não se importar.

Se existem exemplos bacanas é porque é possível o ser humano ser melhor. Caso contrário não restaria nenhum lugar que prestasse. O que somos já diz tudo, somos seres humanos, que pensam, que amam, que têm compaixão, somos seres que podem melhorar sempre e isto é bom demais! Por isso é preciso acreditar nisto, viver isto, e pautar nossas atitudes neste propósito na eterna busca de sermos justos e perfeitos.

Quem sabe assim nossos dias se tornam melhores, nossas instituições, entre elas nossas oficinas, se tornam mais dignas e merecedoras de respeito. E como sonhar não custa nada quem sabe nosso país se transforme naquilo que todos queremos, num país em que o povo procure ser justo e perfeito, que tenha coragem de lapidar a pedra bruta.

Por Uma MaçonariaMais Justae Perfeita!

Walber Gonçalves de Souza

Revista Arte Real nº 89 - Set/17 - Pg 08