abertura dos mercados da china e da rússia
TRANSCRIPT
LeiteRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIANOVEMBRO | 2015
1
O potencial inicial desse merca-
do é de US$ 22 milhões por ano
para o Brasil;
Foi a primeira vez que a China
autorizou a importação de lácteos
brasileiros. As negociações ocorriam
desde 1996;
O país asiático importou, no ano
passado, US$ 6,4 bilhões em
lácteos (1,8 milhão de toneladas),
o equivalente a 14% do total das
importações mundiais de leite.
A Rússia importou US$ 3,4 bi-
lhões (1,1 milhão de toneladas)
em lácteos, o que representa
7% de todas as importações do
produto no mundo.
O acordo permitirá o aumento
de ao menos US$ 45 milhões em
exportações ao ano no Brasil;
O país russo habilitou 26 plantas bra-
sileiras de lácteos para exportação;
Exportação brasileira de lácteos Abertura dos mercados da China e da Rússia
Em 2014 o Brasil teve aumento nas exportações de lácteos, em comparação com 2013. O crescimento foi de 254,3% no faturamento e de 118% no volume. Com a abertura dos mercados da China e da Rússia, recentemente, as expectativas são ainda mais animadoras. No entanto, apesar de o país ter crescido em exportação no último ano, dos fatores aponta-rem para a elevação dos preços internacionais e a contínua valorização do dólar, o total exportado de leite e derivados no país ainda é relativamente baixo - menos de 2% de tudo o que é produzido. Esse cenário mostra um mercado em potencial crescimento e ainda pouco explorado. O Relatório de Inteligência do mês de novembro trará informações importantes aos produtores de leite que têm interesse em exportar seus produtos, e também as oportunidades geradas com a abertura dos mercados da China e da Rússia.
Fontes: Mercado de Lácteos em 2014 e Perspectivas para 2015. Instituto de Economia Agrícola. 2015. Darci Debona. Produção de leite em Santa
Catarina cresceu 191% de 2000 a 2013. Diário Catarinense. 2015. Priscila Mendes. China abre pela primeira vez mercado para lácteos brasileiros.
Ministério da Agricultura. 2015.
** O acordo com os dois países pode representar um potencial de US$ 67 milhões a mais de exportações ao Brasil.
Em 2015, China e Rússia abriram seus mercados aos produtos lácteos brasileiros:
China
Rússia
2
Exportação de leite e derivados Cenário nacional e internacional
1 e 2* Volume com dados não consolidados
A produção nacional de leite
aumentou 73% no período de 2000
a 2013;
É o quinto maior produtor de leite
do mundo;
À sua frente estão União Europeia (140
bilhões de litros), Estados Unidos (93.123 bilhões),
Índia (60.125 bilhões) e China (37 bilhões);
A expectativa é de que, para 2020, o
Brasil produza 45.843 bilhões de litros;
Agora o desafio é aumentar o número
de exportação. Atualmente, menos de 2% é vendido ao mercado externo.
O ganho em produtividade, tanto em Santa Catarina como no resto do país, nos tornou autossuficientes
em leite, ou seja, o Brasil não precisa
mais importar leite;
O Estado de Santa Catarina cresceu 191%. É o estado que mais cresce na produção de
leite no país;
No cenário nacional, a região Sul cresceu 140% em produção de leite, de 2000 a
2013;
O país produziu, em 20141, 36.830 bilhões de litros;
Produção
Consumo
O consumo mundial de leite aumen-tou em torno de 8% nos últimos 5 anos. Em 20152, foram 185.051 mil
toneladas consumidas.
Índia
31%
Estados Unidos
16%
China
8%
Brasil
7%
Rússia
6%
Outros
14%
União Europeia
18%
A Índia é o maior consumidor de leite no mundo, com 57.460 mil toneladas consumidas só em 2014,
o equivalente a 31% do consumo mundial.
3
Exportação
Em 2014 o Brasil exportou 345 milhões de litros de leite. O aumento foi de 122% desde 2010.
Venezuela
54,8%Argélia 11,3%
Arábia Saudita 3,6%
Egito3,5%
Angola3,5%
Outros23,3%
Os países de destino das exportações em 2014 foram:
Produtos lácteos exportados pelo Brasil em 2014
Preços internacionais pagos ao produtor de leite em 2015 (US$/litro)
Leite UHT e Leite em pó
Leite Condensado e Creme de Leite
Manteiga
Queijos
Leite Modificado
Leitelho (leite de manteiga)
Doce de Leite
Soro de Leite
Iogurte
Outros Lácteos
211.603 61,3%
82.157 23,8%
22.579 6,5%
13.369 3,9%
12.737 3,7%
2.498 0,7%
239 0,1%
122 0,0%
79 0,0%
22 0,0%
MIL US$ PART %
Fontes: Índia ultrapassa UE como maior produtor de leite do mundo. MilkPoint. 2014. Análise da conjuntura agropecuária – Leite – Ano 2014. Secre-taria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. 2014. Brasil - Exportações e importações em equivalente-leite (milhões de litros). MilkPoint. 2015.
Preços pagos ao produtor em diversos países. MilkPoint. 2015. Darci Debona. Produção de leite em Santa Catarina cresceu 191% de 2000 a 2013. Diário Catarinense. 2015. Fabiano Altíssimo. Produção de leite cresce e país passará a exportar mais do que importar. Fetrasul. 2015.
Referência Nova Zelândia Uruguai Brasil Argentina Europa Estados Unidos
(dados) jul/15 0,22 0,27 0,33 0,34 0,35 0,42
4
Mercados em expansãoOportunidades no mercado chinês e russo
Após longas negociações com o governo brasileiro, China e Rússia suspenderam os embargos aos lácteos
vindos do Brasil. A abertura dos dois mercados internacionais, que, juntos, somam 20% do consumo mundial
de leite, irá beneficiar os produtores de leite e derivados brasileiros. Entenda os acordos estabelecidos com
cada país e veja como a cadeia láctea brasileira pode se beneficiar com esse cenário.
China e Brasil vêm aumentando as parcerias comerciais nos últimos anos. Em maio deste ano foram assinados
35 acordos, que somam mais de US$ 50 bilhões de investimentos do país asiático no Brasil. As áreas bene-
ficiadas são tecnologia, infraestrutura, energia e agricultura. Recentemente, mais um acordo foi fechado, e
esse é animador à pecuária leiteira – o país chinês aprovou o certificado sanitário internacional para importar
derivados de leite brasileiros.
Entenda o cenário do mercado chinês:
China
A China é o quarto maior produtor de leite mundial, com 37 bilhões
de litros produzidos em 2014. Sua exportação é relativamente
baixa, visto que sua produção não atende a própria demanda interna, que é de 45 bilhões de litros ou de
30kg/pessoa/ano;
A China enfrentou, recentemen-te, problemas com segurança alimentar e contaminação do
leite. Por essa, razão tornou-se bem rigorosa com a qualidade dos produtos comprados no
país. Como medidas, implantou exigentes esquemas de certifica-ção e monitoramento dos países que desejam comercializar para
o mercado chinês;
Os preços cobrados para o leite cru e em pó estão entre os mais altos do mundo. Apesar disso, os chineses preferem os produtos
importados, devido à insegurança que nutrem em relação à qualidade
de seus alimentos;
Apesar de o Brasil ter conquista-do o certificado sanitário inter-nacional, é necessário acompa-nhar as exigências chinesas para
que outras plantas produtoras brasileiras sejam aprovadas e
possam comercializar seus pro-dutos sem maiores entraves.
O país foi o maior comprador de produtos lácteos do mundo em 2014. No total, foi 1,8 milhão de toneladas de produtos lácteos
importados, sendo 1,5 milhão de toneladas de queijo, 598 mil de
manteiga e 514 mil de leite em pó;
As oportunidades geradas com im-portados que não possuem tradi-
ção na China também são grandes. Os chineses são sedentos por pro-dutos que eles não têm costume de consumir. Com isso, a exposi-ção em feiras de negócios, para atingir esses mercados, é funda-
mental. Anualmente ocorre a Feira Nacional de Lácteos da China, que permite a exposição de empresas
estrangeiras nos estandes;
5
Fontes: Indústrias brasileiras de lácteos estão prestes a enviar seus produtos para a Rússia. Câmara Brasil-Rússia. 2015. Leo Loewenstein. Oportunida-
des na China para a cadeia de leite do Brasil. MilkPoint. 2015. Agende-se para a Feira Nacional de Lácteos da China. Portal Lácteo. 2015. Filipe Matoso.
Brasil assina 35 acordos com a China em visita do premiê Li Keqiang. G1. 2015. Pela primeira vez, Brasil inicia exportações de lácteos para Rússia e
China. DeLaval. 2015. Marina Schmidt. China abre mercado para lácteos brasileiros. Jornal do Comércio. 2015.
O Brasil comercializará produtos lácteos para a Rússia pela primeira vez. O acordo começou a ser estabeleci-
do em julho deste ano, quando foram enviadas 13 plantas industriais brasileiras com interesse em exportar para
a Rússia. Em setembro, mais 13 plantas foram encaminhadas e o Brasil obteve a aprovação das 26 plantas. As
expectativas brasileiras são de suprir 50% da demanda interna russa por lácteos.
A Índia, um dos maiores produtores de leite do mun-
do, foi impossibilitada de fornecer produtos lácteos a Moscou, capital da Rússia,
devido às divergências sobre os padrões sanitários
das duas federações;
A maioria das plantas apro-
vadas para exportação à
Rússia são de indústrias das
regiões Sul e Sudeste;
Com essa decisão, o
Brasil foi beneficiado e
firmou acordo para a
exportação dos produtos
lácteos brasileiros;
As empresas aprovadas
receberam o Certificado
Sanitário Internacional.
Para isso, precisaram ser
auditadas e inspecionadas
pelas autoridades brasi-
leiras e cumprir todos os
requisitos sanitários, bem
como ter a qualidade do
leite também avaliada
pelos russos;
Os principais produtos co-
mercializados serão mantei-
ga, queijo e leite em pó;
Depois, foi encaminhado às autoridades russas um documento que informa que o leite ou derivados
atendem os requisitos es-tabelecidos pela Rússia. De posse de todas essas infor-mações, o governo russo emite uma notificação ao Brasil, informando quais
produtos foram habilitados para importação no país;
Contabilizando apenas
o leite em pó, espera-se
um retorno de aproxi-
madamente 1,2 bilhão
de dólares, totalizando
600 milhões de tonela-
das do produto;
O Ministério da Agricul-
tura do Brasil é respon-
sável por acompanhar
esses trâmites.
Entenda o cenário do mercado russo:
Rússia
6
Acesso aos mercados internacionaisOrientações para exportar
Os mercados internacionais estão em expansão. O Brasil, com os acordos firma-
dos recentemente, tornou-se parceiro de importantes compradores de leite. No
entanto, para conseguir comercializar para o mercado externo, é preciso cumprir
algumas exigências, e elas estão relacionadas principalmente a padrões sanitários.
Orientações para exportarVeja algumas recomendações:
Tanto os produtos de origem vegetal como os de origem animal devem obter o certificado Sanitá-rio/Fitossanitário Internacional.
O órgão responsável pela emissão é o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa), através do Serviço de Sanidade Vegetal (SSV) e da Di-visão de Produtos de Origem Animal (DIPOA).
Além do Mapa, Delegacias Federais de Agricultu-ra nos Estados e Secretarias Estaduais de Agricul-tura também oferecem informações relevantes em relação aos padrões sanitários/fitossanitários que devem ser cumpridos.
Alguns países solicitam documentos específicos ou procedimentos especiais. Essas informações também podem ser encontradas no Mapa.
Informações adicionais podem ser buscadas nas unidades estaduais do Sebrae.
Os estabelecimentos que desejam realizar comér-cio internacional devem buscar no DIPOA o registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou o Título de Estabelecimento Relacionado (ER). As informações referentes a esses processos podem ser encontra-das diretamente no Mapa.
Fontes: Planejando a exportação. Aprendendo a exportar. Exportação. Ministério da Agricultura.
Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). Fotos: Banco de imagens.
Coordenador: Fábio Burigo ZanuzziGestor do Projeto: Leandro Silveira KalbushConteudista: Luana Carla de Moura dos SantosSEBRAE Santa CatarinaEndereço: SC 401, KM 01, Lote 02 Parque Tecnológico Alfa - João Paulo CEP: 88030000 - Florianópolis – SCTelefone: 48 3221 0800
Dúvidas ou sugestões sobre o conteúdo do relatório envie um e-mail para: [email protected]
Faça também suas contribuições para o SEBRAE-SC enviando um e-mail para:[email protected]
www.sebrae-sc.com.br/sis
LeiteRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
NOVEMBRO | 2015
Fique atento às negociações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Há
expectativa para o fechamento de mais parcerias internacionais ainda este ano;
Consulte os documentos e procedimentos necessários para autorização de produtos de origem
animal. Veja a lista de estabelecimentos nacionais habilitados à exportação por país e consulte os
países que possuem o Certificado Internacional Sanitário;
Além do Certificado Sanitário Internacional, obrigatório para exportação, verifique quais são as
outras certificações existentes para a cadeia do leite. A certificação é uma ótima forma de atestar
a qualidade do seu produto. Saiba mais nos Relatórios de Inteligência sobre Selo de Indicação
Geográfica e Certificação Sanitária;
Fique ligado ao Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras. Esses eventos são uma ótima opor-
tunidade para divulgar os produtos brasileiros ao mercado externo e despertar o interesse de
diferentes consumidores;
Acompanhe os relatórios sobre a cadeia do leite disponibilizados no Sistema de Inteligência Setorial.
Eles são uma ótima forma de identificar tendências e acompanhar a movimentação do mercado.
AÇÕESRECOMENDADAS