COORDENAÇÃO NACIONAL

DE LUTAS

Filiado à Conlutas

Acidentes de trabalho acontecem cotidianamentePág 4

Dura realidade CSN irresponsável TerceirizadosExpansão da CSN prejudica trabalhadores e comunidade Pág 5

Sindicato obtém vitória inédita na Justiça pelos terceirizadosPág 7

Vale e CSN batem recordes de lucrosTrabalhadores amargam baixos salários

Apesar dos enormes lucros alcançados pelas empresas, trabalhadores não recebem sua parte. A Vale e a CSN festejam resultados milionários, como nunca antes visto. É um rio de dinheiro no bolso deles.

Chegou a hora do time dos trabalhadores entrar em campo. Cadê nossa parte?

InaceitávelValia propõe pagamento a perder de vistaPág 6

EleiçõesAs eleições estão chegando. É preciso ficar atentoPág 6

SINDICATOMETABASE

INCONFINDENTES

A voz dosMineiros

Sindicalize-se!Fortaleça a luta dos

trabalhadores e se proteja

unido com sua categoria

Órgão de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração Mineral e Pesquisa, Prospecção, Extração e Beneficiamento do Ferro e Metais Básicos e Demais Minerais Metálicos e Não Metálicos de Congonhas, Belo Vale, Ouro Preto e Região

agosto/setembro 2010 • (31)3731.1243 / (31)3557.1381 • secretariasindicatometabase@gmail.com • www.metabaseinconfidentes.org

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Fortaleça a luta dos trabalhadores: sindicalize-se!

Em defesa dos trabalhadores e das nossas cidadesEditorial

Organização

Sindicato fará campanha de sindicalização

A união dos trabalhadores é que faz sua força na luta con-tra os patrões, nas campanhas salariais, nas mobilizações por melhores condições de trabalho e por melhores PRs. O principal instrumento de luta dos trabalha-dores é o sindicato. O Metabase está forte quando a categoria se

une ao sindicato. Por-que assim mais forte

estarão os traba-

lhadores nas lutas e nas mesas de negociação. É muito impor-tante que todo trabalhador(a) se associe ao sindicato.O Metabase-Inconfidentes está

inaugurando uma campanha que tem por objetivo aumentar o qua-dro de sócios. Com um maior número de associados além de garantir maior força nas lutas e nas negociações, será possível

oferecer mais e me-lhores benefícios à categoria. Atu-almente, o Meta-base já oferece assistência jurídi-ca de qualidade e também convê-

nios e descontos. No entanto, se o quadro de sócios for maior, o sindicato aumentará o núme-ro de benefícios e serviços. Por exemplo, será possível garantir um clube para todos trabalhado-res. Outra questão é o fim da taxa

assistencial. Muitos trabalhado-res reclamam da cobrança da taxa assistencial nos períodos de negociação coletiva. O que é compreensível. No entanto, não tem como o sindicato sobreviver sem essa taxa. O sindicato fica-ria sem panfletos, carro de som, estrutura para garantir as ativi-dades da campanha salarial. Se o nosso quadro de sócios fosse

maior poderíamos acabar com a taxa assistencial. Sendo assim, o Metabase propõe que nas em-presas que atingirem 60% de só-cios não haverá mais cobrança da taxa assistencial.Associar-se ao sindicato é for-

talecer a luta dos trabalhadores! Estaremos mais fortes para lutar por salário, emprego e condições de trabalho quanto mais traba-lhadores se unirem ao Metabase! Venha você também!

É com muito orgulho que apresenta-mos aos trabalhadores e à população o Jornal Especial do Metabase - Incon-fidentes. Esperamos com esse jornal contribuir com opiniões e propostas de ações coletivas para resolver os pro-blemas que afetam a todos.

As empresas e os governantes sempre nos dizem que tudo vai bem, que há progresso para todos. Não acredita-mos nessa falsa verdade. Sabemos das grandes desigualdades e dos problemas sociais de nosso país e região. A injus-tiça é grande: as empresas ficam com os lucros recordes, aos trabalhadores restam os baixos salários. As empre-sas possuem toda riqueza, enquanto o nosso povo convive com a falta de moradia, saúde e educação. Por isso, nosso jornal tem um lado claro: o lado dos trabalhadores e da comunidade.

Queremos que o nosso jornal seja

porta-voz das reivindicações dos tra-balhadores e da população. Queremos que seus problemas e dificuldades se-jam retratados aqui. Mas queremos também que suas vitórias, exigências e lutas ganhem cores vivas em nossas páginas.

As eleições estão chegando e é preci-so estar atento. Não queremos a volta da direita em nosso país, com Serra ganhando a presidência. Mas tam-bém não achamos que o governo Lula priorize os mais pobres. Enquanto os banqueiros lucraram mais de 500 bi-lhões durante seu governo, mais de 30 milhões de trabalhadores vivem com menos de 1 salário mínimo por mês. Votar em Dilma é fortalecer essa política que só favorece os poderosos. Sendo assim, acreditamos que nessas eleições é necessário votar em traba-lhadores que não sejam financiados pelos grandes bancos e empresas; e que

de fato estejam comprometidos com a causa do povo trabalhador.

É preciso estar atento às eleições, mas também aos problemas concretos de nosso dia-a-dia. Em nosso jornal buscamos retratar a dura realidade por que passa as famílias em nossas cida-des: os baixos salários, o ritmo aluci-nante no trabalho e a falta de seguran-ça nas empresas, o baixo investimento em educação, saúde e moradia em nos-sos municípios. Buscamos demonstrar que com toda riqueza extraída com o suor de nosso trabalho e dos recursos minerais de nossa região, quase nada dos imensos lucros da Vale e da CSN ficam com os trabalhadores e com nossa comunidade.

É preciso dar um basta! É necessário dizer não a tanta ganância. É preciso defender nossos salários, nossas cida-des e a qualidade de vida da popula-ção. Se os trabalhadores junto com a

comunidade se organizarem para de-fender seus direitos podemos vencer. O segredo de nossa vitória está na for-ça de nossa mobilização e de nossa or-ganização. Nosso jornal está a serviço dessa luta, nosso sindicato Metabase-Inconfidentes está a serviço dos tra-balhadores. Agradecemos a atenção e desejamos a todos uma boa leitura.

Valério Vieira, presidente licenciado do Metabase-Inconfidentes para concorrer a Deputado Federal

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Vamos exigir o que é nosso: reestatização da Vale e CSN!

Empresas que eram patrimônio nacional foram vendidas ilegalmente

Enquanto a Vale e a CSN ganham os bilhões, trabalhadores ficam com as migalhas! Vamos exigir nossa parte!

Vamos exigir o que é nosso

As grandes mineradoras nun-ca ganharam tanto dinheiro. A Vale acaba de anunciar lucro acumulado de R$ 9,5 bilhões no primeiro semestre de 2010. Isso representa aumento 104% em seus lucros em comparação com o mesmo período do ano passado. Já a CSN teve um lu-cro R$ 1,4 bilhão só no primeiro trimestre de 2010, que foi 85%

superior a igual período em 2009. Enquanto as mineradoras

anunciam lucros bilionários, os trabalhadores amargam baixos salários, péssimas condições de trabalho e de segurança, e PL rebaixada. Quem produz toda a riqueza que garante a lucrati-vidade recorde das empresas? Os trabalhadores com o suor de

seu trabalho de cada dia! Mas na hora de dividir o “bolo”, as empresas ficam com tudo e aos trabalhadores sobram as miga-lhas.Isso é um verdadeiro absur-

do! A Vale e a CSN tiram todo o minério de nossas cidades, ex-ploram nossa mão de obra qua-lificada e produtiva, destroem a natureza, e depois mandam

toda a grana para os banquei-ros acionistas lá nos Estados Unidos. Para os municípios e os trabalhadores não fica prati-camente nada. Basta! É preciso dizer não a

tanta exploração e cara de pau! Queremos nossa parte! Aumen-to de salários já, total seguran-ça no trabalho, boas condições de trabalho, PL maior!

A Vale e a CSN eram empresas públicas, patrimônio de todo povo brasileiro. Mas elas foram privatizadas, vendidas a preço de banana para os grandes bancos. Agora todo lucro delas vão parar na bolsa de valores dos Estados Uni-dos, não fica nada aqui. Nada mais injusto!A riqueza mineral é um patrimônio de todo povo brasileiro. São os trabalhadores dessas empresas que garantem

toda a produção de minério. É preciso reestatizar a Vale e a CSN sobre o controle dos trabalhadores, para que a riqueza aqui produzida seja investida em qualidade de vida para nosso povo. Se Vale e a CSN forem reestatizadas poderemos melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famí-

lias. Os extraordinários lucros dessas empresas poderiam ser utilizados para o aumento dos salários, construções de hospitais, moradias e escolas. Por isso, os trabalhadores e a população devem se engajar na luta para que essas empresas voltem a ser do povo brasileiro.

É um verdadeiro escândalo o va-lor que as empresas mineradoras repassam para o estado e os mu-nicípios. Apenas 3% em royalties em cima do valor de suas vendas. Para termos uma idéia, no Cana-dá as empresas são obrigadas a repassar 30% de seu faturamento

para as cidades e o país. Na Índia as mineradoras são obrigadas a pagar 50% em cima de todo valor que exportado. Só na Brasil que as empresas podem fazer o que bem entendem!Toda a riqueza mineral está no

subsolo de nossos municípios.

As mineradoras vêm, destroem a natureza, acabam com os ma-nanciais de água, pegam cente-na de toneladas de minério, man-dam toda a grana pros bancos e não repassam quase nada pra nossas cidades e para o Brasil.É preciso acabar com isso! De-

vemos exigir aumento dos royal-ties sobre o minério em 30%. Esse dinheiro deve ser usado para o investimento em saúde, educação, moradia e preserva-ção ambiental. Mais qualidade de vida para os trabalhadores e suas famílias!

Resultados indicam a extrema desigualdade entre os altos lucros das empresas e os baixos salários de seus funcionários

É preciso que o lucro das empresas seja investido em qualidade de vida em nossas cidadesImposto pago pelas mineradoras ao país e aos municípios é um dos menores do mundo

O lucro líquido da Vale entre 2009 e 2010

Somente entre o 1º semestre de 2009 e o 1º semestre de 2010, a Vale obteve um lucro líquido de

R$ 9,514 bilhãoR$ 4,644 bilhão

%1041º semestre de 2009

1º semestre de 2010

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Em 2009 três operários da mina casa de Pedra da CSN morreram depois que parte da estrutura em que trabalhavam caiu sobre eles. In-vestigações oficiais apontam a em-presa como culpada pela tragédia. Até o momento a CSN se nega a assumir suas responsabilidades. No dia 1 de agosto desse ano, Gil-

son Quaresma (funcionário da Vale no Sergipe), morreu no local de tra-balho quando foi atingido por uma barra de ferro enquanto realizava um procedimento de manutenção. Gilson trabalhava em horário irregu-

lar cobrindo a escala de outro traba-lhador. Em Mariana, no último mês, um trabalhador da mina Alegria so-freu um acidente grave, o óleo do radiador queimou o operário, inves-tigações apontam responsabilidade da Vale no ocorrido.Verdadeiras tragédias como essas

não são exceções. Infelizmente, mortes e acidentes é a regra na mi-neração. Somente em 2008 a Vale registrou mais de 2.000 acidentes em seu quadro de funcionários. De acordo com o relatório de sustenta-bilidade de 2009 da Vale divulgado

em seu site, ocorreram 11 mortes em suas áreas em todo país, sendo 9 mortes ligados a produção/manu-tenção e três trabalhadores de ser-viços contratados em transporte e outros. Um verdadeiro absurdo!O que mais indigna a todos é o to-

tal desrespeito das empresas com a vida de seus funcionários. Todos os dias os trabalhadores tem que conviver com o ritmo de trabalho alucinante, assédio moral, a falta de equipamentos adequados de segurança, a infra-estrutura precá-ria, entre outros problemas.

A Vale, a CSN e demais empre-sas, só vêem seus lucros e as me-tas de produtividade. Não olham para a vida de seus funcionários, para a segurança de mães e pais de família. Só querem lucros e mais lucros!Não podemos aceitar essa situa-

ção! O sindicato e os trabalhadores exigem respeito às nossas vidas! Segurança total, com o cumprimen-to das normas de segurança (NRs)! Fim do ritmo alucinante de trabalho! Infra-estrutura em boas condições! Fim do assédio moral!

É preciso unificar a luta dos trabalhadores da mi-neração de todo país. Se unirmos as forças dos trabalhadores que estão por todo país, estaremos mais fortes nas lutas e negociações. Por exem-plo, as negociações com a Vale sobre a campanha salarial se dão a nível na-cional, ou seja, com todos os sindicatos existentes no Brasil. Portanto, é ne-cessário que os sindica-tos se unifiquem em suas reivindicações.

No entanto, isso não ocorre atualmente. A grande maioria dos sindi-catos está vendida para a Vale. Isto é, entregam os direitos e não lutam pelos interesses dos trabalha-dores. Quando chegam

as negociações nacionais esse bloco de pelegos fecha os acordos rebai-xados com a Vale, isolan-do os sindicatos de luta e democráticos, como o Metabase Inconfidentes e Metabase de Itabira.

Por isso, estamos cons-truindo a oposição União & Luta. Pois é necessária uma alternativa nacional para os trabalhadores da mineração, para retomar os sindicatos para a luta.

No ano que vem, tere-mos eleições para o Con-selho da Vale. A oposição União & Luta terá chapa nessas eleições. Vamos apresentar uma candida-tura de luta e independen-te da empresa! Fortaleça a oposição União & Luta você também!

Mortes, acidentes e desastres: a dura realidade das grandes mineradorasNúmero de mortes e acidentes graves aumenta a cada dia

Os trabalhadores têm alternativa nas eleições para o Metabase de Mariana. Nas eleições para o sindicato está inscrita a chapa 2, que defende um Metabase de luta, democrático e transparente. A Chapa 2 defende um sindicato que lute

por salário, PR, condições de trabalho, e que não esteja de rabo preso com as em-presas, fazendo o jogo dos patrões. Nesse momento em que a Vale bate recordes em seus lucros, a Chapa 2 está na luta por uma PR maior e com melhor distribuição! Da mesma forma, a Chapa 2 não admite os acidentes de trabalho que estão ocor-rendo nas empresas da região!Atualmente a direção do Metabase Ma-

riana está vinculada aos interesses dos patrões e da Vale. Abandonou totalmente as reivindicações dos trabalhadores. Zé Horta, atual presidente, foi comprado pela

Vale, pra não defender os direitos da cate-goria? Chegou a hora de mudar! A inscrição da Chapa 2 está garantida

pela justiça. No entanto, o Zé Horta até o momento se nega a convocar as elei-ções. Como tem medo de perder no voto dos trabalhadores, o pelego quer dar um golpe. Não vamos aceitar! A chapa 2 e os trabalhadores estão de olho e vão exigir a convocação das eleições. A categoria no voto deve decidir quem vai estar à frente do sindicato!A chapa 2 conta com o apoio de sindicatos

e trabalhadores em todo país. O Metabase Inconfidentes, a central CSP Conlutas, a Federação Democrática dos Metalúrgicos de minas, a oposição nacional União e Luta e centenas de sindicatos estão enga-jados no apoio à chapa 2! Vamos retomar o sindicato para os trabalhadores!

Em Mariana trabalhadores têm alternativa: Chapa 2Oposição está na luta para retomar sindicato para os trabalhadores

Fortalecer a oposição nacional União e Luta!A necessidade da construção de uma alternativa nacional para os

trabalhadores da mineração

REALIDADE

5CSN

Expansão irresponsável da CSN prejudica trabalhadores e a comunidade! Vamos lutar contra esse projeto!Trabalhadores e população querem investimento, mas com aumento de salário, garantia de segurança no trabalho e recursos para educação, saúde, moradia e meio-ambiente. Veja abaixo os principais problemas relacionados ao projeto de expansão da CSN

É orgulho de todos nós o importante patrimônio cultural da região, um dos mais destacados do país. A atividade de mineração já ameaça a preserva-

ção de nosso patrimônio cultural. No projeto da CSN não há uma solução concreta a esse problema, apenas uma intenção vazia.

Processo de expansão da CSN já preju-dica saúde e segurança do trabalhador

Com o processo de expansão da CSN, a situação fica piora a cada dia. Sem infra-estrutura apropriada, trabalhadores são obrigados a trabalhar em containers em caráter provisório há 5 anos.

As condições na área de concentração

são péssimas. Todo sistema é confinado, não há espaço para nada. Trabalhadores tem que ficar agachados para chegar na área de acesso. O cenário é desolador: contêiner espalhados em todo setor, que deveria se usado para transporte de coisas e não para o escritório e a acomodação de trabalhadores em sua atividade de área...

Os trabalhadores estão sendo tratados iguais animais. O que deveria somente poderia ser usado de forma de provisória é mantido, há cinco anos a CSN mplia os conteiners e não tem previsão de mudan-ça, isto está em desacordo com as normas de segurança (NR24)!!!

Outro problema é o relacionado às ten-

das. A CSN improvisa tudo em detrimen-to das condições de trabalho e de saúde. Trabalhadores são obrigados a ficar em tendas, o que é um procedimento errado da empresa.

Não podemos ficar calados! O sindicato e os trabalhadores exigem respeito com nossa segurança e condições de trabalho.

Trabalhadores da CSN já estão sofrendo com a falta de condições de trabalho! É hora de dar um basta nesta situação!

Toda riqueza extraída pelas empresas da região (CSN, Vale, Gerdau, etc) é fruto da qualidade e da produtividade do trabalho. Sendo assim, é mais do que justo que os tra-balhadores e as cidades rece-bessem uma parte maior da riqueza produzida. No entanto, apenas 0,8% do valor total da

venda de Minério de Ferro são repassados à cidade por meio dos royalties. O projeto da CSN não prevê o aumento dessa porcentagem baixíssima de 0,8%! Sem recursos suficien-tes como haverá garantia dos investimentos necessários em infra-estrutura, saúde, educa-ção, proteção ambiental, etc?

Manutenção do baixo repasse em Royalties ao município

Manutenção dos baixos níveis salariais aos trabalhadores

Se a CSN prevê investimentos de deze-nas de bilhões de reais, qual deveria ser uma das prioridades? Aumentar o nível salarial dos trabalhadores! Entretanto, a CSN não se preocupa com isso. No pro-

jeto da CSN não está previsto a elevação dos níveis salariais. Como é possível falar que esse é um bom projeto, se aqueles que constroem toda essa riqueza com seu trabalho não são valorizados?

Saturação em médio prazo das riquezas minerais da região

Quando falamos em desenvolvimento sustentável é neces-sário pensar nas gerações futuras. O projeto da CSN não leva em conta o futuro de nossos filhos e de nossa cidade. A previ-são da empresa é extrair cerca de 100 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente, o que pode comprometer a existência da mina Casa de Pedra até 2020. Esse projeto, de-finitivamente, não é sustentável. Se a idéia é consumir toda nossa riqueza em poucos anos, como ficará a cidade e os tra-balhadores depois?

A previsão é que a população das cidades do Alto do Paraopeba pratica-mente dobre nos próximos anos. Boa parte desses novos moradores virá de outras regiões do estado e do país. To-dos nós sabemos que nesse momento

não há nenhuma condição de nossas cidades abrigarem esse contingente populacional, não há infra-estrutura para isso. O resultado é inevitável: au-mento da pobreza, da violência e de-sordem urbana.

Atualmente a população já so-fre com a destruição ambiental: poeira sobre as cidades todos os dias, comprometimento dos ma-nanciais, etc. Além disso, há todo risco à saúde que os trabalhado-

res das minas estão submetidos todos os dias, com sérias conse-qüências para a saúde de todos. Imagine as condições ambientais e de saúde após a produção de minério dobrar?

Nos dias de hoje já é perceptível a insuficiência nos serviços públi-cos: faltam hospitais, a assistência social é precária, a limpeza urbana é ruim, o lazer e a educação dei-xam muito a desejar. Se nossas ci-

dades vão dobrar de tamanho em poucos anos, no mínimo, o projeto para a área social deveria ser au-mentar 100% esses serviços públi-cos. Mas isso não está nos planos da CSN.

Diversas comunidades vão ser atingidas pela expansão da CSN. Muitas vão ser desapropriadas, outras vão sofrer com a poluição da água e do ar. Como vão ficar essas co-munidades, qual o valor que vão receber? E os problemas de poluição e destruição ambiental como ficarão? Até o momento, nenhuma resposta da CSN

Fluxo Migratório descontrolado de trabalhadores

e aumento da pobreza e da violência

Riscos ambientais como geração de poeira,

comprometimento dos recursos hídricos e destruição da fauna e flora

Insuficiência e precariedade nos serviços públicos,

em especial na saúde, assistência social, limpeza

urbana, abastecimento, lazer e educação

Desapropriação de comunidades locais

Do mesmo modo que se dá com a área dos serviços públicos acontece com o setor da infra-estrutura. Haverá moradia digna pra todos? Haverá saneamento básico de qualidade? Quanto será investido? Infelizmente a CSN não responde a essas per-guntas. Obras de infra-estrutura, como novas moradias, são projetos que levam anos para serem executados. O que está sendo feito até agora?

Inexistência de infra-estrutura de: saneamento básico, moradia

Risco sobre o patrimônio cultural material e imaterial

6Vale

Fatos a serem considerados:* A Valia tem hoje 17.596 assistidos e não pode haver mais

filiações no plano BD* Mais de 1.500 assistidos têm mais de 80 anos

* Cerca de 300 assistidos morrem por ano

* Depois do falecimento do assistido, o superávit não é pago

aos herdeiros* Quando todos os assistidos do plano BD falecerem, o valor

do fundo será revertido para aVALIA e para a Vale (instituidora

da VALIA e patrocinadora do plano BD).

ANO VALOR DO FUNDO PERCENTUAL PAGO

2007 1,3 bilhões de reais 11,59%2008 1,3 bilhões de reais 25%2009 1,5 bilhões de reais 25%

Inaceitável: Valia propõe pagamento com prazo a perder de vistaVeja que há de errado com o cálculo do superávit da Valia

A Lei Complementar 109/01 dispõe que depois da apuração de superávit durante 3 anos con-secutivos, deve haver a revisão obrigatória do plano de Benefício Definido (BD). O Regulamento da Valia determina que o valor do superávit deverá ser distribuído entre os participantes/assistidos

do plano, ou seja, o valor do su-perávit pertence, por direito, ao participante/assistido do plano BD e, por isso, deve ser repas-sado a ele.Ocorre que, da forma como vem

sendo distribuído, o valor do fun-do nunca irá acabar, ao passo que os aposentados e pensio-

nistas tendem a falecer. Veja no quadro abaixo. Veja que o valor do fundo de distribuição do supe-rávit em 2007 é igual ao de 2008, no entanto, o percentual pago aumentou 115% (de 11,59% para 25%). Em contrapartida, o valor do fundo de 2008 para 2009 au-mentou 15% (de 1,3 bilhão para

1,5 bilhão). Sendo assim, se o pagamento tivesse acompanha-do o crescimento do valor do fundo, deveria haver um aumen-to do percentual distribuído em, pelo menos, 65%. Veja o exem-plo abaixo.

Em 8 de julho, membros do sindicato USW no Canadá rati-ficaram um acordo coletivo de 5 anos de duração com a gigante da mineração Vale. O acordo põe fim à greve que começou há um ano, envolvendo 3.200 mineiros em Sudbury e Port Colborne, On-tario. Os trabalhadores canaden-ses se mantiveram unidos, tra-vando uma luta sem precedentes

contra uma enorme multinacional e conquistando melhorias signifi-cativas em muitas das questões principais da greve.Este acordo não teria sido pos-

sível sem a solidariedade e o apoio dos milhares de aliados sindicais e da sociedade civil no Brasil e ao redor do mundo, que se engajaram na campanha glo-bal por um acordo justo. Exemplo

dessa solidariedade foi a ida do presidente do Metabase Incon-fidentes, Valério Vieira, que du-rante a greve levou todo o apoio dos trabalhadores brasileiros aos grevistas. Por causa dessa cam-panha global, os trabalhadores de toda parte passaram a enten-der como a atual direção da Vale conduz seus negócios — extrain-do lucros às custas dos trabalha-

dores e das comunidades.A greve acabou, mas o USW

permanece comprometido com a construção no longo prazo da so-lidariedade entre comunidades e trabalhadores afetados pela Vale. Os trabalhadores conquistaram um acordo no Canadá, mas a luta por justiça para os trabalhadores da Vale mundo afora continua.

Após 1 ano de greve, trabalhadores da Vale no Canadá fecham acordoGreve no Canadá demonstra que a mobilização é o principal instrumento para garantir conquistas

COM MAIS DE 9 BILHÕES DE LUCRO LÍQUIDO É POSSÍVEL AUMENTAR A RESPOSTA DA PR

A Vale acaba de anunciar lucro líquido num valor acima de 9 bi-lhões de reais, um aumento de mais de 100% em relação a 2009. Além disso, a empresa prepara um plano de investimento de R$ 90 bilhões até 2014. Ou seja, sua meta é aumentar a produção de minério de 300 milhões para 450 milhões de toneladas.

Com seus lucros nas alturas e com tantos investimentos, por que a Vale não aumenta a proposta de PL? Por que não valoriza seus funcionários que produzem toda essa riqueza? O problema é que a empresa só pensa em seus lucros, em ganhar mais e mais. Por isso, não quer aumentar a PL.

Os trabalhadores não podem ficar parados, é preciso exigir que da Vale uma proposta melhor. Se os lucros aumentam tanto por que não aumentar a PL? Os trabalhadores querem sua parte! Te-mos que nos mobilizar e pressionar a empresa!

Na primeira negociação, o sindicato conquistou um avanço im-portante. O Metabase conseguiu a retirada das metas individuais da fórmula de cálculo da PR que possibilitavam toda sorte de ma-nipulação, como o achatamento dos valores da PR, o que gerava muita insatisfação. Os novos indicadores da PR são os seguintes: 25% de metas da empresa; 25% de metas do departamento; e 50% de metas da equipe.

Na próxima reunião o Matabase terá duas prioridades: 1) descon-gelar o valor máximo da PL, atualmente em 6 salários; 2) melhorar a distribuição do montante. Vamos à luta pelos nossos direitos!

O que é O que deveria serValor da suplementação em 2008 R$ 1.000,00Valor do superávit em 2008 R$ 250,00Valor da suplementação em 2009 R$ 1.000,00Valor do superávit em 2009 R$ 250,00

Valor da suplementação em 2008 R$ 1.000,00Valor do superávit em 2008 R$ 250,00Valor da suplementação em 2009 R$ 1.000,00Valor do superávit em 2009 R$ 650,00

Por isso reivindicamos que a Valia faça novo cálculo e distribua o superávit da forma mais justa e correta!

A Vale nunca ganhou tanto dinheiro, vamos exigir nossa parte na PR!

7A luta contra a exploração

O Sindicato Metabase In-confidentes obteve uma Vitó-ria que Faz História no pro-cesso nº 1131 / 2007 da Vara do Trabalho de Ouro Preto, onde a VALE sofreu uma du-pla condenação :

(a) Foi obrigada a primarizar as Áreas de Sinalização e de Apoio de Mina nas Minas de Fábrica e Timbopeba;

(b) Foi condenada a inde-nizar todos os trabalhadores explorados nos contratos das Gatas TERVIT, NOVAMINA e GESMAN, na base de 1,2 salários de cada trabalhador por cada mês trabalhado.

Essa segunda condenação - o pagamento de Indeniza-ção de 60% do salário por Danos Materiais e 60% do salário por Danos Morais - é completamente inédita, pois é a Primeira Vez no Brasil em que a Justiça do Traba-lho concede um Indenização Coletiva em repressão à Ter-ceirização Predatória.Aqui, cabe fazer um pa-

rênteses, para lembrar que a Terceirização é uma das mais cruéis formas de Explo-ração do Trabalhador, que é rebaixado a uma posição de Pessoa de Segunda Ca-tegoria : trabalha na VALE, constrói os Lucros da VALE, recebe as ordens da VALE, mas não possui direitos. Não tem AMS. Não recebe PR. Não recebe as vantagens do Acordo Coletivo.Com isso, a VALE historica-

mente criou um Exército de Homens Sem Face, traba-lhadores terceirizados sem quaisquer direitos, descartá-veis na hora em que a VALE entender conveniente, e cha-mados de volta também para atender às necessidades da VALE.Os Direitos do Trabalhador

no Brasil já não são muitos. A Terceirização ainda signifi-ca a retirada dos poucos di-reitos que restam - pois, até mesmos os poucos direitos que a CLT ainda assegura os Trabalhadores Terceiriza-dos não tem... Pois, se as “Empreiteiras” derem cano

no trabalhador, o mesmo não pode nem cobrar esses direi-tos na Justiça, sob pena de não ser aproveitado no próxi-mo Contrato.Essa Condenação faz His-

tória : a partir dessa Derrota, a VALE se viu obrigada a pri-marizar muitas atividades an-tes objeto de Terceirização, não só na Base Territorial do Metabase Inconfidentes, mas também nas base dos Sindicatos de Belo Horizonte (do pelego Tiãozinho) e de Mariana (do superpelego Zé Horta).Aqui, vale o paralelo com as

palavras do Grande Joaquim Nabuco, há mais de um sé-culo atrás: “Não me interessa o debate sobre humanizar a Escravidão. Apenas me inte-ressa acabar com a Escravi-dão”. Atualmente, a situação não

é muito diversa. Qualquer Sindicato que se dê ao res-peito não pode compactuar com a Terceirização. É preci-so acabar com a Terceiriza-ção!

A vitória dos trabalhadores contra a terceirizaçãoSindicato obtém vitória histórica na justiça em favor dos terceirizados

- A Terceirização, que é uma das formas mais cruéis de exploração do trabalhador- A Vale, a CSN e demais empresas, que terceirizam tudo que podem, pa-gando baixos salários e oferecendo péssimas condições de trabalho e de segurança

- As irregularidades das empresas, que terceirizam processos na produção que deveriam ser realizados somente por trabalhadores diretos- Os sindicatos pelegos, como o Zé Horta em Ma-riana e o Tiãozinho em BH, que não comba-tem a terceirização e fazem os jogo dos patrões

Reivindicamos:- A vitória do Metabase-Inconfiden-

tes e dos trabalhadores na luta con-tra a Terceirização

- A nossa ação na justiça que obri-gou a Vale a primarizar (contratar trabalhadores diretos) nas Áreas de Sinalização e de Apoio de Mina nas Minas de Fábrica e Timbopeba

- A ação que também condenou a Vale a indenizar todos os trabalha-dores explorados nos contratos das Gatas TERVIT, NOVAMINA e GESMAN, na base de 1,2 salários de cada trabalhador por cada mês tra-balhado.

- A condenação da Vale por danos materiais e morais contra os traba-lhadores

- A luta contra a terceirização e à ex-ploração

SOMOS CONTRA!

8De olho

As eleições estão chegando, trabalhadores tem que ficar de olho!A Maioria dos candidatos é comprada pelas grandes empresas, é preciso votar em quem esteja do lado dos trabalhadores

De dois em dois anos há eleições em nosso país. Agora em 2010, escolhe-remos o presidente, go-vernador, senadores e de-putados. A grande maioria dos candidatos estão de “rabo preso” com as em-presas e banqueiros. Nas eleições eles prometem o “paraíso” e depois gover-nam para os poderosos. Passa eleição e entra eleição, e continuam go-vernando para os ricos

fingindo atender as ne-cessidades da classe.

Trabalhador vota em Trabalhador!É por isso, que os tra-

balhadores não podem deixar se enganar. É pre-ciso votar em candidatos que realmente estejam comprometidos com os trabalhadores, que não recebam recursos das grandes empresas e que apresentem um porgrama

em defesa dos interesses da população.A nível nacional, muitos

acreditam que Lula gover-na para os que mais ne-cessitam. Mas infelizmen-te, isso não é verdade. Lula escolheu governar para os grandes banqueiros e empresários. Tanto é, que durante a crise o governo injetou mais de 200 bilhões de reais nos bancos, en-quanto muitos trabalhado-res foram demitidos. Lula

poderia editar uma medida provisória que garantisse a estabilidade no emprego, mas não fez assim.A candidata do gover-

no Lula, que é a Dilma, já anunciou que continuará com a política que benefi-cia os poderosos do país. Serra, por outro lado, não é alternativa, pois representa a velha direita que gover-nou o Brasil por oito anos e privatizou nossas empre-sas, como a Vale.

Nessas eleições os tra-balhadores devem ter uma alternativa própria, que não tenha vínculo com a burguesia.Nosso voto deve ser na-

queles que se compro-meterem a defender as reivindicações dos traba-lhadores: como aumento de salário, estabilidade no emprego, saúde pública de qualidade, estatização das grandes empresas e bancos, etc.

Vamos lutar contra o veto de Lula ao fim do fator previdenciário!Lula concede reajuste de 7,7% na aposentadoria, mas mantém fator que reduz aposentadoria de quem trabalhaCom muita pressão popular,

a Câmara Federal e o Senado tinham aprovado o reajuste de 7,72% nas aposentadorias e pensões retroativo a janeiro de 2010 e o fim do fator previden-ciário.Lula manteve o reajuste de

7,72%. Contudo, o presidente

vetou o fim do fator previdenciá-rio. Esse fator reduz a aposenta-doria de quem trabalha. Muitas vezes, o trabalhador passa a receber uma aposentadoria num valor bem menor do que seu an-tigo salário.Lula poderia ter acabado com

essa “maldade” inventada no go-

verno de FHC. Mas Lula prefiriu atender os interesses dos gran-des empresários e banqueiros Os aposentados e pensionistas

do país, que depois de décadas trabalhando e pagando Previ-dência Social vêem seus rendi-mentos sendo reajustados com valores baixos. Isso é uma ver-

gonha! Isso é um desrespeito! Por isso, sempre foi uma reivin-

dicação do movimento sindical brasileiro acabar com esta medi-da. Por que o governo Lula inje-ta o dinheiro público para salvar grandes bancos e empresas, e não para melhorar a situação dos aposentados?

CSP– Conlutas inicia jornada de lutas do 2º semestre em 10 de agostoNova central faz sua primeira reunião e debate a luta dos trabalhadores

Numa manhã de sol de domin-go, em 25 de julho de 2010, fo-ram aprovadas as primeiras re-soluções da CSP – Conlutas, Central Sindical e Popular. A Central já sai da reunião dire-to para os locais de trabalho, universidades, escolas, para as comunidades dos movimentos populares, para os movimentos estudantis e contra a opressão preparando o dia 10 de agosto. Um dia nacional de lutas e ma-nifestações em todo o país.Nesta data serão levantas as

bandeiras, por aumento real de salários; redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais sem redução de salários; pela derrubada do veto de Lula ao fim

do fator previdenciário; em defe-sa dos serviços públicos e direi-tos sociais da população; não à criminalização e à violência po-licial contra os movimentos so-ciais; pelo pleno direito de greve; por terra, trabalho e moradia.A Central que nasceu no dia 6

de junho, em Santos (SP), discu-tiu suas estratégias e já se pre-para para as mobilizações que ocorrerão no segundo semestre deste ano. Entre elas as cam-panhas salariais de importantes categorias de trabalhadores do país, tais como petroleiros, ban-cários, metalúrgicos e trabalha-dores dos Correios, nas quais a Central atuará buscando unificar as campanhas na perspectiva de

fortalecê-las diante dos patrões e do governo. A luta contra o veto ao fim do fator previdenciário pelo presidente Lula será incor-porada em todas as ações pro-movidas pela entidade seja nos movimentos sindical, como no popular.Um desafio para a Central será

sua atuação integrada entre mo-vimento sindical e popular não somente como movimentos que apóiam suas mútuas mobiliza-ções, mas que entendem a im-portância estratégica da unidade desses setores do movimento de classe dos trabalhadores.Bandeiras de luta de 10 de

agosto – O 10 de agosto, dia na-cional de lutas e manifestações

será a principal atividade da central nos próximos dias. Di-vulgue as bandeiras que serão levantadas neste dia:

- Aumento real de salários- Redução da jornada de tra-

balho para 36 horas semanais sem redução de salários- Pela derrubada do veto de

Lula ao fim do fator previdenci-ário- Em defesa dos serviços

públicos e direitos sociais da população- Não à criminalização e à

violência policial contra os movimentos sociais- Pelo pleno direito de greve- Por terra, trabalho e moradia.