a velha e a flor - fonte ampliada cap 1

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Coleção Neblina EDIÇÃO FONTE AMPLIADA ELIAS SPERANDIO PAPÉIS AVULSOS Flor A a V elha e

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Versão Fonte ampliada para deficientes visuais com baixa-visão.

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Coleção Neblina

EDIÇÃO FONTE AMPLIADA

ELIAS SPERANDIO

PAPÉIS AVULSOS

Flor A

aVelha e

Quando Robert Müller encontra

aquela flor magnífica no meio da

mata não poderia imaginar que

um ato tão singelo iria desen-

cadear todas as mudanças em

sua vida. Toda dor, humilhação e

perda. A chegada de um estranho

à fazenda é o ponto culminante

de sua ruína. Traído por quem

deveria ampará-lo, cujo amor

não deveria se enganar, Robert

escapa gravemente ferido e cai

às portas de uma velha mis-

teriosa. Treze capítulos e um

final surpreendente o

separam da verdade.

ISBN 978-85-91-37580-6

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Coleção Neblina

Elias Sperandio

A VELHA E A FLOR

Edição Fonte Ampliada

Papéis Avulsos

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Copyright © 2007 Elias Sperandio

RevisãoLuciana Moraes FernandesRegina Fátima Caldeira de Oliveira

Projeto gráfico e capaElias Sperandio

2012Papéis [email protected]

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Sperandio, EliasA velha e a flor / Elias Sperandio.

-- São Paulo : Ed. do Autor, 2012. -- (Coleção neblina)

ISBN 978-85-913758-0-61. Ficção brasileira I. Título. II. Série.

12-07308 CDD-869.93

Índices para catálogo sistemático:1. Ficção : Literatura brasileira 869.93

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que me ajudaram, direta ou indiretamente, na concretização desse sonho, especialmente aos cole-gas de trabalho da Fundação Dorina No-will para Cegos que me ajudaram com as versões acessíveis deste livro, disponibi-lizando-as gratuitamente aos deficientes visuais.

Agradeço ao amigo Luís “Tbores” Sil-va por me ajudar com as mídias eletrôni-cas e a divulgação desta história.

Agradeço, principalmente, à minha es-posa Gabi, fã nº 1 deste livro, que volta e meia me diz que esta é minha obra-prima!

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CAPÍTULO 1

Ele cavalgava disparado com o corcel negro. A estrada de terra estava molhada pela chuva forte da noite anterior, o que dificultava a sua corrida, mas o cavalo era rápido. Olhou para trás, ninguém o se-guia; um sorriso apareceu-lhe nos lábios, interrompido pelo breque abrupto do ani-mal que quase o derrubou. À frente, um declive acentuado que levava à Flores-ta, do lado esquerdo, seguia a estrada de barro. Todos os moradores da região ti-nham medo de passar por aquela trilha, principalmente, no final do dia. Ele bus-cou o Sol que já não podia mais ser vis-to, mas que mantinha seus últimos raios no oeste. Olhou para trás novamente, um cavaleiro cavalgando rápido já podia ser visto ao longe. Descansou a mão sobre o

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cabo da espada presa à sua cintura, mas não a desembainhou e seguiu lentamente até desaparecer entre as matas. Todos ti-nham medo de passar por ali naquele final de século, menos Robert Müller.

Ele mesmo não sabia o porquê desse destemor, assim, não estava ansioso e não forçava o animal a uma marcha rápida por aquele caminho difícil. Era a Floresta Silenciosa, que todos temiam pela óbvia falta de ruídos durante o dia. Era o que di-ziam os corajosos que se atreveram um dia a cruzá-la, mas havia quem dissesse, pela força da lenda surgida, que à noite seus sons eram assustadores. Naquele momento, Robert só ouvia o trote de seu novo cavalo, esmagando as folhas, ina-creditavelmente, secas. Estava orgulhoso do animal. Nem por isso se descuidava do que vinha à frente e nem daquilo que po-deria vir dos lados. Era quase impossível,

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mas foi em função disso que conseguiu ver uma flor branca e magnífica a sua es-querda. Ela estava lá na mata, bem dis-tante da margem da trilha. Aquela visão o atraíra de tal forma que parou o cavalo e deixou-se encantar com aquela rara bele-za. Como se não pudesse fazer outra coi-sa, apeou e foi buscá-la. Sim, era impro-vável que visse aquela flor de longe, se talvez ela não o tivesse chamado, com um sussurro que desperta a atenção, seguido de um evidente clamor que paralisa e de-pois acende o desejo de possuir. Robert sempre ouvira as histórias daquela flores-ta ou, mais especificamente, daquilo que acontecia ao anoitecer: os encantos, os desaparecimentos, os gritos mudos da-quele lugar. Embora ele não temesse tudo aquilo por não acreditar, ficou alerta para qualquer eventualidade. Só baixou a guar-da quando se viu chegando à mata aber-

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ta, com a luz do dia ainda vindo aos seus olhos. E foi neste momento que descobriu aquela flor.

Na ânsia de possuí-la, espetou o dedo ao tentar arrancá-la da terra; estava de lu-vas de couro, mas mesmo assim sentiu a dor penetrar-lhe o corpo. Não era uma rosa, mas tinha seus espinhos. Nunca se-quer tinha visto nada parecido, tanta bele-za...

– Rose... Era para ela que levaria aquela flor

magnífica. Tirou o canivete e, sem saber por que, contou cinco daqueles espinhos e cortou logo abaixo, com todo o cuidado para não se furar novamente. Com a flor em punho, voltou correndo para o cavalo que permanecia parado na trilha. Ele car-regava uma caixa de madeira presa à sela do animal, era um presente que levava à sua noiva. Retirou o conteúdo jogando-o ao

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chão e colocou a flor ali, que coube perfei-tamente. A caixa foi presa à sela de novo; o canivete, colocou-o dentro de uma pe-quena bolsa que trazia ali também.

Ajeitou a capa que o protegia do frio e da chuva, colocou o pé no estribo para montar e, quando subiu, viu do outro lado do animal, distante alguns passos, uma velha. Um calafrio percorreu-lhe o corpo, e ele voltou ao chão desequilibrado.

– Te peguei!Robert olhou para trás e viu o cavalei-

ro com ar abatido, não lhe deu atenção, rodeou o corcel, mas não viu ninguém.

– O que foi, Robert?Ele ainda circunspeccionava a mata,

depois, disse intimidado:– Nada. Vamos embora, pai – montou

no cavalo, e seguiram.– O que deu em você para passar

aqui?

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– Não tenho problemas com este lugar.– Desde quando? – surpreendeu-se o

pai, mas o filho não respondeu.– O que achou do Trovão?– Que trovão? Não ouvi nada.Robert riu.– É o nome do cavalo.– Ah! É assim que vai chamá-lo?– É, sempre gostei desse nome e acho

que encontrei o cavalo certo para ele.– O que vai fazer com o outro de que

gostava tanto?– Não sei, o problema é que ele anda

arredio, não consigo mais montá-lo, deve estar doente.

– Estranho, ele sempre foi um ótimo animal, um puro sangue.

Já distante da Floresta, a chuva voltou a surrá-los.

– Deveríamos ter vindo de carruagem – disse o pai.

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– Bobagem de velhos.– Ah é? Mostrar-lhe-ei quem é velho –

incitou seu cavalo a correr, gritando.– Dar-lhe-ei uma boa dianteira – gri-

tou Robert para o pai que já ia distante.Mas foi uma voz vinda de lugar algum

que o perturbou.– Já começou – era um sussurro qua-

se rouco de mulher, uma velha mulher. Ro-dopiou o cavalo e, na direção da Floresta, bem ao longe, viu um vulto quase imper-ceptível. Voltou-se com o cavalo para onde o pai fora e saiu em disparada.

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COLEÇÃO NEBLINA

Em tom dramático, bem-humorado

ou de suspense, a Coleção Neblina apre-senta histórias curtas e, essencialmente, de mistério.

São histórias intrigantes e envolvi-das por algo difuso, obscuro, que, a prin-cípio, não pode ser revelado, apenas su-gerido.

Avance com cautela pelos 13 capí-tulos e chegue ao final surpreendente de cada livro.

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Coleção Neblina

EDIÇÃO FONTE AMPLIADA

ELIAS SPERANDIO

PAPÉIS AVULSOS

Flor A

aVelha e

Quando Robert Müller encontra

aquela flor magnífica no meio da

mata não poderia imaginar que

um ato tão singelo iria desen-

cadear todas as mudanças em

sua vida. Toda dor, humilhação e

perda. A chegada de um estranho

à fazenda é o ponto culminante

de sua ruína. Traído por quem

deveria ampará-lo, cujo amor

não deveria se enganar, Robert

escapa gravemente ferido e cai

às portas de uma velha mis-

teriosa. Treze capítulos e um

final surpreendente o

separam da verdade.

ISBN 978-85-91-37580-6

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