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JANEIRO 2012 | Fale! 1 ESPECIAL _ A REVOLUÇÃO NAS REDES SOCIAIS Revista de informação ANO X — Nº 87 OMNI EDITORA www.revistafale.com.br 9 7715199 5309 ISSN 1519-9533 OMNI EDITORA > R$ 12,00 0087 Nesta entrevista, o presidente do PTC no Ceará faz duras críticas à admimnistração municipal, diz que não é candidato à reeleição e que coloca seu nome à disposição da cidade de Fortaleza na corrida pela Prefeitura em 2012 POR QUE ELE QUER SER P REFEITO? MARCELO MENDES

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Revista de Informação

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J A N E I R O 2 0 1 2 | Fale! 1

ESPECIAL _ A REVOLUÇÃO NAS REDES SOCIAISRevista de informaçãoANO X — Nº 87OMNI EDITORAwww.revistafale.com.br

97715199

5309

ISSN 1519-9533 OMNI EDITORA >

R$ 12,00

0087

Nesta entrevista, o presidente do PTC no Ceará faz duras críticas à admimnistração municipal, diz que não é candidato à reeleição e que coloca seu nome à disposição da cidade de Fortaleza na corrida pela Prefeitura em 2012

POR QUE ELE QUER SER PREFEITO?

M ARCELO MENDE S

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O Livro do Ano é um documento valioso sobre Economia, Política, Ceará, Tecnologia, Meio Ambiente, Cultura, Cronologia e muito mais.

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R E V I S T A D E I N F O R M A Ç Ã O

EDITOR&PUBLISHER LUÍS-SÉRGIO SANTOS

EDITOR ASSOCIADO Luís Carlos Martins EDITOR DE ARTE Jon Romano REDAÇÃO Juliana Dias, Larissa Sousa COLABORADORES Fernando Maia, Roberto Martins Rodrigues e Roberto Costa

ARTE Larissa Sousa, Jon Romano, Diego Sombra

JURÍDICO Mauro Sales BRASÍLIA (61) 8188.8873SÃO PAULO (11) 6497.0424

IMAGEM Agência Brasil, AE, Reuters REDAÇÃO E PUBLICIDADE Omni Editora Associados Ltda. Rua Joaquim Sá, 746 n Fones: (85) 3247.6101 n CEP 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Ceará n e-mail: fale@revistafale.

com.br n home-page: www.revistafale.com.br Fale! é publicada pela Omni Editora Associados Ltda. Preço da assinatura anual no Brasil (12 edições): R$ 86,00 ou o preço com desconto anunciado em promoção.

Exemplar em venda avulsa: R$ 12,00, exceto em promoção com preço menor. Números anteriores podem ser solicitados pelo correio ou fax. Reprintes podem ser adquiridos pelo telefone (85) 3247.6101. Os artigos

assinados não refletem necessariamente o pensamento da revista. Fale! não se responsabiliza pela devolução de matérias editoriais não solicitadas. Sugestões e comentários sobre o conteúdo editorial de

Fale! podem ser feitos por fax, telefone ou e-mail. Cartas e mensagens devem trazer o nome e endereço do autor. Fale! é marca registrada da Omni Editora Associados Ltda. Fale! é marca registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Copyright © 2012 Omni Editora Associados Ltda. Todos os direitos

reservados. IMPRESSÃO Celigráfica n Impresso no Brasil/Printed in Brazil. Fale! is published monthly by Omni Editora Associados Ltda. A yearly subscription abroad costs US$ 99,00. To subscribe call

(55+85) 3247.6101 or by e-mail: [email protected]

A Omni Editora não autoriza ninguém a falar em seu nome para angariar convites, presentes, empréstimos, permutas, benefícios de qualquer ordem. Qualquer relação comercial só terá validade sob

contrato formal com a Omni através de sua diretoria.

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 10.400 EXEMPLARES

DIRETOR EDITOR LUÍS-SÉRGIO SANTOS

ISSN 1519-9533

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EM CENA. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de Natal com servidores do Palácio do Planalto, Cantata de Natal, com apresentação do Coral da UNB, em Brasília, DF em 16 dedezembro de 2011

CAPA: JARBAS OLIVEIRA

ELEIÇÕES 2012. Marcelo Mendes vai à luta como pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza. O vereador e presidente do PTC no Ceará conta como propõe resolver os problemas da cidade caso seja eleito e mostra como propõe “recontruir a cidade” PÁGINA5 .CULT. O Rappa está de voltaApós dois anos de recesso O Rappa volta aos shows. O repertório da banda continua com o dvd gravado em 2009 na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, meses antes da banda se afastar dos palcos. PÁGINA21 .NEGÓCIOS. Conheça a Priscila Eventos, uma das maiores empresas de organizações de eventos do Ceará. Atuando há mais de 20 anos no mercado, Priscila Eventos realiza eventos de pequeno, médio e grande porte. PÁGINA22.

TalkingHeads, 6 Online, 8 Política, 10Economia, 22 Especial,24

REPORTAGEM E S P E C I A L

REDES SOCIAIS. A explosão das redes sociais no mundo ganhou uma festa com avatares em forma humana no Brasil. A festa reuniu cerca de 1500 convidados no bosque do Marina Park Hotel, o V Tweetfor consolida-se como um dos maiores eventos de redes sociais do país. Confira a cobertura completa da festa.PÁGINA24.

Nova forma de fazer política é uma busca permanente.

MARINA SILVA, defendendo uma ruptura com o formato tradicional da política em especial em relação à formação de grandes blocos partidários que fazem do Executivo refém

Este é Johannes Gutenberg. O que Bill Gates tem a ver com ele? PÁGINA29.

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Eu recebi com muita alegria a notícia de que tudo correu bem na sua cirurgia. Tenho certeza de que estamos juntos e que, em breve, vamos nos reencontrar,

ambos com saúde. LULA, ex- presidente do Brasil em mensagem à

presidente da Argentina, Cristina Kirchner, operada para remover um tumor da tireoide

Independentemente de problemas, vamos oferecer uma segurança pública que a população e os turistas merecem, para consagrar o Réveillon de Fortaleza como a melhor festa do Brasil.

LUIZIANNE LINS, prefeita de Fortaleza sobre o Réveillon da cidade

Não houve nada. O pessoal ficou com medo e começou a fechar as lojas, foi apenas tumulto.

JOÃO MAIA SANTOS JÚNIOR, presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza sobre o dia que a cidade parou sob boato de arrastões, em 3 de janeiro de 2012, durante a greve da Polícia Militar

Um surto de cocaína que lembra aquele que devastou cidades dos EUA nos anos 1980 começa a tomar conta desta nação sul-americana [o Brasil], à medida que traficantes com dificuldade de vender dentro dos EUA estão desbravando mercados em outros lugares.

JOHN LYONS, repórter do Wall Street Journal em uma reportagem com o título “Mercado emergente do Brasil: o crack”, com chamada de pimeira página

Eu fui muito feliz [no Jornal

Nacional] e, o melhor, eu sabia. Eu só posso agradecer, muito, pelo

carinho com que os telespectadores sempre me recebem por onde quer que eu

passe. A torcida para que a minha vida pessoal e profissional dê certo. Eu sinto isso nos

olhares, nos sorrisos, nos abraços e beijos que ganho pelas ruas. FÁTIMA BERNARDES, ex-apresentadora do

Jornal Nacional, da Rede Globo, sobre a sua saída

O Brasil ilustra uma tendência global. JOHN LYONS, do WSJ

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FOTO ABR_ ROBERTO MOREIRA

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Sempre estive acima da média em redação. Parece que ninguém leu o texto.

GABRIEL ZAVERUCHA, Estudante do Rio de Janeiro que conseguiu na Justiça o direito de ter acesso às suas redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) corrigidas.

Ao contrário do que estão falando sobre mim, eu amo os animais, cometi um erro, eu sei, admito, só que ninguém parou pra analisar o porque de eu ter feito aquilo, eu sei que errei, porém tive meus motivos, não devo desculpa à niguém, somento a minha cachorra que morreu, e lamento não poder me desculpar com ela.

CAMILA Correia de Moura, acusada de espantar seu cachorro da raça Yorshire até a morte na frente da sua filha de três anos

O que é estimulante é a compreensão clara de que a cidade de Fortaleza perdeu oito anos, oito grandes oportunidades de avançar. Sei que é possível, com boa gestão e competência, compensar o tempo perdido.

MARCELO MENDES, vereador e candidato à Prefeitura de Fortaleza

S E Ç Ã O

O twitter ta virando vaso sanitário... muita merda twittando. (Oimacacos)-nordestinos-piauienses-cearenses... , saindo aqui, bjs.

SOPHIA FERNANDES, gaúcha, 18 anos, acusada pela OAB- PE pelo crime de racismo no Twitter contra os nordestinos (xenofobismo). Pelo endereço @SophiaOfDreams

Cadê as notícias de Fortaleza? Já que lá é terra do humor, os palhaços deveriam virar correspondentes de guerra.

MARCELO TAS, no programa CQC da Band sobre a greve dos policias militares em Fortaleza. Pelo endereço @MarceloTas

FOTO ABR_ ROBERTO MOREIRA

Já são 12 mil homens parados no estado. Cerca de 5 mil pessoas já passaram no quartel da 6ª Companhia do 5º Batalhão, onde os PMs montaram acampamento desde o início da greve.

WAGNER SOUSA, presidente da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Ceará —Aprospec — sobre a greve de policiais militares e bombeiros

Não acreditem que um regime foi deposto e que um outro foi imposto com a ajuda dos ataques aéreos e marítimos. É difícil depor o regime porque representa milhões de líbios.

MUAMMAR KADHAFI, ex-líder líbio em mensagem transmitida a uma rede de televisão síria sobre os embates entre a oposição e forças leais a Khadafi, em 20 de setembro de 2011

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O QUE É NOVO

Videogame “retrô”A empresa Entertainment Games resolveu apostar na

nostalgia para se conectar com o público de mais de 40 anos, que já usa o Facebook e está adotando a tecnologia dos tablets. Elvis Presley e Marilyn Monroe são personagens do jogo “Retro World” ( Mundo Retrô, em português), voltado para o público mais velho e que tenta aproveitar a eterna popularidade dessas lendas da cultura pop norte-americana.

O jogo é organizado em episódios que serão disponibilizados gratuitamente a partir de 8 de novembro no Facebook, para ser depois ampliado para o Google+ e para tablets.

“Achamos que a nova geração de ‘gamers’ é a galera com mais de 40, e eles não querem jogos que pareçam desenhos animados de sábado de manhã”, disse Gene Mauro, presidente da Entertainment Games.

“Eles querem algo que lhes chame a atenção visualmente, e que tenha um jogo de verdade no centro. Jogos de aventura com histórias ajudaram a impulsionar a indústria dos games há 20 anos, e acreditamos que o que é velho é novo de novo.”

Michael Pachter, analista de videogames da Wedbush Morgan

Securities, considera que até metade dos 150 milhões de usuários que passam mensalmente pelo Facebook têm mais de 40 anos.

“O público maior de 40 cresce a cada dia”, disse Pachter. “Mais gente maior de 40 entra no Facebook, e mais gente menor de 40 fica mais velha. Há uma tonelada de oportunidades neste mercado.”

Mais redes sociais, menos livros

Jovens britânicos estão abandonando a literatura em troca do Facebook e do Twitter. Segundo um levantamento que envolveu entrevistas com 18.141 crianças e jovens de oito a 17 anos, um em cada seis jovens passa um mês sem ler livro algum e menos da metade optam por ler livros não obrigatórios para a escola ao menos uma vez por mês.

A tendência que isso revela pode ter consequências significativas para jovens a caminho de se tornarem adultos. “Estamos preocupados com a possibilidade de que um em cada seis adultos venha a enfrentar problemas de leitura sérios, porque sua capacidade de ler pode ser igual ou inferior à de uma criança de 11 anos”, afirmou o diretor da National Literacy Trust, órgão responsável pela pesquisa.

Galaxy NoteA Samsung apresentou o Galaxy

Note, com sistema operacional Android Honeycomb. Dispositivo com dimensões maiores que um smartphone, mas menores que um tablet, o Galaxy Note tem um processador dual-core de 1,4 GHz,

tela tátil de 5,3 polegadas com resolução de 1280x800 Super AMOLED, câmera frontal de 2 MP e traseira de 8 MP, Além de poder ser utilizada com os dedos, a tela permite a criação de arquivos com um ponteiro. Segundo a empresa, o dispositivo representa a criação de uma nova categoria na tecnologia.

UM TABLET DE PLÁSTICOA estatal russa Rosnano,

especializada em nanotecnologia, pretende iniciar no próximo ano a produção em massa de tablets de plástico com baixo custo e, segundo a companhia, devem concorrer diretamente com o iPad. O alvo seriam estudantes escolares.

Anatoly Chubais, diretor do conglomerado, diz que o novo tablet custará US$ 420, menos que o iPad mais barato, de US$ 670.

O dispositivo empregaria plástico ou técnicas de eletrônica orgânica, desenvolvidas na Universidade de Cambridge nos anos 1990, em vez de condutores de silício. Chubais prevê que a tecnologia obterá 10% do mercado global de eletrônicos.

O tablet de plástico lembra o iPad, mas o excede em tamanho: 20cm de largura por 30 cm de altura. “Esse tablet é mais leve, não há vidro nem mesmo na tela. Mesmo se estudantes decidirem lutar uns contra os outros com

esses tablets, eles são absolutamente assegurados contra lesões”.

Online

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M A I O 2 0 1 2 , F O R T A L E Z A , C E A R Á

1. OBJETIVOSPremiar anualmente 30 Cearenses utilizando o critério de

influência. No famoso Dicionário Aurélio o adjetivo influente

é definido como “quem influi ou exerce influência”. Trata-se

de um fato ou ação que afeta pessoas, coisas ou o curso de

um evento, especialmente quando funciona sem qualquer

esforço aparente direto. Influência também se traduz no

poder de influenciar ou afetar, sustentado no prestígio,

riqueza, habilidade ou posição. Em qualquer situação,

traduz reconheci mento e credibilidade.

2. O PROCESSOO Processo de escolha se inicia em consulta aberta na

internet. A lista final é fechada por equipe da Omni Editora.

Os escolhidos são comunicados por Carta protocolada

assinada pela direção da Omni.

3. O EVENTOO evento da entrega do Prêmio é totalmente patrocinado

pela Omni Editora. Serão entregues diploma e troféu

aos homenageados que comparecem ao evento.

Simultaneamente circulará edição especial da revista Fale!

com o perfil e retrato de todos os Influentes. A edição 2012

acontecerá em maio e terá convidado especial que falará

sobre O Brasil e as Megatendências Globais e Regionais.

4. CATEGORIASSÃO SEIS CATEGORIAS

1. Politicos 2. Empresários&Empreendedores 3. Artistas&Intelectuais 4. Profissionais Liberais 5. Esportes. 6. Ícone

www.revistafale.com.br

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“Pelo menos nos primeiros meses, penso que a palavra de ordem é reconstrução”, afirma o

vereador Marcelo Mendes, presidente do Partido Trabalhista Cristão no Ceará e pré-candidato do partido à Prefeitura de Fortaleza nas eleições de 2012. “A cidade de Fortaleza, nos últimos sete anos, nunca sofreu tanto, principalmente no que diz respeito ao trato da máquina e da coisa pública”, reforça ele. Na tribuna da Câmara dos Vereadores tem sido um ferrenho crítico da atual gestão municipal de Fortaleza.

A militância política começou no fim dos anos 80, quando era aluno

Ele vai à lutaO vereador Marcelo Mendes entra na disputa eleitoral

pela Prefeitura de Fortaleza e diz que sua primeira ação adminisrativa será “reconstruir a cidade”

do curso de Direito da Universida-de de Fortaleza. Já advogado mili-tante, participou ativamente de to-das as campanhas à Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil--CE, desde Feliciano de Carvalho, passando por Paulo Quezado, até o atual Valdetário Monteiro. Tam-bém graduado em administração de empresas e administração pú-blica pela Universidade Estadu-al do Ceará (Uece), em 1996, já filiado ao Partido Democrático Trabalhista-PDT, foi um dos coor-denadores da campanha à Prefeito do candidato Oscar Costa Filho e, no ano de 2000, troca de partido e coordena o PMDB Jovem na cam-panha à Prefeitura do candidato Juraci Magalhães. Mesmo antes de participar da campanha de Juraci, Marcelo Mendes já compunha a equipe de gestão de Fortaleza. Em 1989, a convite de Pedro Gurjão, participou da equipe que criou a primeira Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico das capitais nordestinas, a SMDE. Após a criação, foi convidado pelo próprio Juraci Magalhães para as-sumir a Coordenação Geral de es-tratégias Econômicas da Prefeitura

FOTO JARBAS OLIVEIRA

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Sempre defendi que

partidos devem ter

candidatura própria, é

didático para a política,

saudável para a democracia.

de Fortaleza. Cumprida a missão, recebeu o convite para assumir a Secretaria Executiva Regional VI, a maior da cidade — assim como São Paulo e Curitiba, Fortaleza é dividida administrativamente em Regionais, ou SERs, e seus Secre-tários são conhecidos como “pre-feitinhos”.

De 2003 a 2004 foi Secretário do Patrimônio da União no Ce-ará e na época chamou atenção por questionar e não autorizar a realização de eventos privados em áreas públicas, como o Fortal, que, segundo ele, ocorria irregularmen-te há onze anos na Av Beira Mar.Foram estas experiências como gestor que deram a Marcelo uma visão estratégica da cidade. E ele reafirma: “Precisamos repensar ad-ministrativamente a cidade a par-tir, principalmente, de uma lógica baseada na meritocracia, no olhar técnico da gestão. Ninguém supor-ta mais a politicagem, a repartição de cargos baseada pura e simples-mente na indicação de um amigo do rei”. Nesta entrevista, estão con-tidas as principais ideias do pré--candidato do PTC, que registrou, em cartório, a certidão de que não irá mais se candidatar a veareador

Fale! Estamos caminhando para as eleições de 2012. Por que o Sr. quer ser prefei-to de Fortaleza?Marcelo Mendes. Vou oferecer meu nome e disputar a convenção do partido, primeiramente porque tenho certeza de que a política e a democracia são enriquecidas em uma eleição que tem mais opções. Sou presidente de um partido po-lítico e me sinto na obrigação de fazer com que o PTC ofereça um candidato próprio à prefeitura de Fortaleza. Defendo essa posição desde a eleição de 2010, quando lu-tei para que o PTC tivesse candida-tos à Governo e Senado. Todo par-tido político deve lançar candidato próprio. Partido que não ocupa es-paço, que não tem projetos para

sua cidade, que não quer disputar eleição, não merece ser partido. Se-gundo porque estou certo de que é possível fazer política e gestão com dignidade, eficiência e respeito ao interesse público e acho razoável pensar que minha experiência me permitiria oferecer meu nome ao eleitorado fortalezense.

Fale! De certo modo, o Sr. se inspira na história do PT que, nos primórdios, sempre lançou candidaturas?Marcelo Mendes. Isso é im-portante para o fortalecimento do próprio partido e eu penso que é até uma missão institucional das legendas. Os partidos colaboram com a democracia e colaboram com o fortalecimento dessas insti-tuições da sociedade civil. Fale! O Sr. acha que um grande número de candida-tos contribui para politizar o processo?Marcelo Mendes. Sem dúvida!

E é saudável. A eleição em dois tur-nos é uma vitória da democracia brasileira. Foi uma conquista e um avanço de nossa história política que não damos a devida atenção e valor. A eleição em dois turnos existe para que cada agremiação política, independente de seu ta-manho, tendência e força, tenha a chance de dizer a que veio, o que pensa, que idéias tem sobre saú-de pública, educação, segurança. Poucos países têm a oportunidade de escolher os representantes do executivo, em todos os seus níveis, como o Brasil faz. Não é politica-mente razoável, nem eleitoralmen-te justo, que um partido deixe de participar do processo eleitoral.

Fale! Mesmo com o institu-to do segundo turno, muitos partidos se apressam em se coligar já em primeiro turno.Marcelo Mendes. Tenho dis-cutido muito sobre esse tema, in-clusive foi o motivo pelo qual saí do PMDB. Em 2007, lutei muito no PMDB para que nós tivésse-mos candidatura própria. Quando percebi que o PMDB iria apoiar o projeto político de outro partido, no caso, a reeleição da atual gestão, eu saí. Me filiei ao PTC com a in-tenção de ser candidato a prefeito de Fortaleza. O que ocorreu é que o presidente de então decidiu dis-putar as prévias, e claro, teve pre-ferência sobre o meu nome. Acho até natural, mas sempre defendi que os partidos deveriam ter can-didatura própria. Primeiro, porque é educacional, é didático para a po-lítica, para a democracia. E segun-do, porque ajuda os candidatos aos cargos proporcionais, vereadores e deputados.

Fale! Quais seriam suas bandeiras em uma eventual campanha eleitoral para a prefeitura de Fortaleza? O que o Sr. acha que o eleitor quer ouvir?Marcelo Mendes. Pelo menos

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O PT municipal fez o maior

aparelhamento da máquina pública de Fortaleza em todos os tempos de nossa história.

nos primeiros meses, penso que a palavra de ordem da futura gestão, seja ela qual for, é reconstrução. A cidade de Fortaleza, nos últimos sete anos, nunca sofreu tanto, no que diz respeito no trato da máqui-na pública. Se compreende que os cargos sejam ocupados por crité-rios políticos, claro. Aquele conjun-to de partidos que elegeu o prefeito, é natural que faça parte da gestão. No entanto, isso deve ser feito sob a égide mínima de princípios de mé-rito, de merecimento e de desem-penho técnico. O que se tem hoje em Fortaleza é um desavergonhado esquema de corrupção política e aparelhamento eleitoral da máqui-na pública.

Fale! Quer dizer, conciliar a meritocracia e a política?Marcelo Mendes. Conciliar a questão da participação política sim, mas com mérito. Se o parti-do A, se o partido B fazem parte do bloco que elegeu o prefeito, ou o governador, que ele participe da gestão, mas indicando nomes téc-nicos que possam honrar não só o nome do próprio partido, como também as missões da pasta e o desafio da gestão. A palavra chave dos primeiros meses da próxima gestão será reconstrução. Nós pre-cisamos reconstruir essa cidade principalmente a partir da gestão administrativa. O servidor público hoje trabalha desprestigiado, cons-trangido, desestimulado, porque nos últimos sete anos da gestão PTista municipal testemunhamos o maior aparelhamento da má-quina pública de todos os tempos de nossa história política. A atual gestão, que tão violentamente cri-ticava a terceirização na gestão do Dr Juraci Magalhães, mais do que quadriplicou o número de tercei-rizados. O governo Juraci deixou a cidade com um gasto anual de R$ 14 milhões e 5 mil terceirizados. E isto era combatido diariamente pelo PT de forma frenética, quase doentia. E em verdade, o PT tinha

razão. Ao assumir a Prefeitura, pas-sados sete anos, constata-se que faz muito pior. Hoje, o número de terceirizados na cidade de Fortale-za supera os 12 mil, na verdade, se-quer sabemos números exatos. Até 2010 eram mais de R$ 70 milhões gastos com terceirizados por ano. O que antes era criticado e comba-tido, hoje é reforçado, aumentado e hipertrofiado. Fale! As contratações de terceirizados têm amparo legal?Marcelo Mendes. Os tribunais de contas têm, anualmente, criti-cado e questionado a inclusão dos terceirizados como gastos nas áreas de educação e saúde. Aquelas vin-culações constitucionais de gastos obrigatórios de 25%, de 15%, para educação e saúde, têm sido questio-nadas. Toda sorte de gasto com ter-ceirizados tem sido incluída como investimento em educação e saúde, quando na realidade não é. E o que é mais grave, essa contratação foi

feita por intermédio de um institu-to fantasma e criminoso chamado IDGS — Instituto de Desenvol-vimento e Gestão de Saúde. É um instituto criminoso criado, cujos objetivos são fraudados porque, na prática, ele não dá consultoria, nem apresenta melhoria à gestão de saúde, nem coisa alguma. Ele foi feito e montado – inclusive, essa documentação eu já entreguei ao Ministério Público Federal, já pedi abertura de inquérito civil – pura e simplesmente para legitimar a con-tratação de terceirizados sob a des-façatez de que prestaria consultoria à prefeitura na área de gestão de saúde. Como é que um organismo de natureza privada, que pretende depois prestar serviço à prefeitura, foi criado dentro da Secretaria Mu-nicipal de Saúde?

Fale! Os terceirizados são todos contratados pelo IDGS?Marcelo Mendes. Todos eles são contratados pelo IDGS. O próprio portal de transparência da CGU informa que esse IDGS já recebeu mais de 100 milhões de reais. É uma sangria no bolso do fortale-zense e que tem uma solução bem simples.

Fale! O que o PTC fará caso Marcelo Mendes seja eleito prefeito de Fortaleza? Marcelo Mendes. Primeiro, um firme e corajoso corte nesses tercei-rizados. Um rompimento radical. Concurso público imediato para nível médio em substituição à ter-ceirização. Esses terceirizados que aumentaram do Juraci para cá são, nada mais, nada menos, que apare-lhamento da máquina política do PT e de seus amigos apadrinhados. Recente estudo realizado pela Uni-versidade de São Paulo e publicado na edição de 21 de setembro da re-vista Carta Capital mostrou que a terceirização no serviço público é 38% mais cara do que a contrata-ção via concurso público. O mito

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O povo de Fortaleza não

elegeu um gestor para apresentar

justificativas e explicações.

Ele quer ver são as soluções.

de que terceirizar é “mais barato” já caiu por terra há muito tempo. To-dos sabem os motivos pelos quais os governos terceirizam.

Fale! Esse corte não pararia a máquina pública também?Marcelo Mendes. Esse corte é necessário para que nós possamos avaliar a real necessidade de tercei-rizados. Em seguida, haveria uma recontratação sobre outros moldes. Vamos conveniar as universidades públicas e as universidades parti-culares e os cursos dessas univer-sidades remeterão para a prefeitura a lista dos alunos de pedagogia, de administração, de enfermagem...

Fale! O Sr. se alia aos que di-zem que Fortaleza não tem um plano estratégico? Marcelo Mendes. A maior prova de que isto é verdade é que o muni-cípio de Fortaleza não tem uma estrutura de planejamento. O Ins-tituto de Planejamento do Municí-pio (IPLAM) foi extinto, e tramitam na Câmara Municipal de Fortaleza dois projetos, um de minha autoria e outro do vereador Gelson Ferraz, que recriam um instituto de plane-jamento na cidade de Fortaleza.

Fale! É um projeto de indica-ção?Marcelo Mendes. Sim. Nós es-tamos praticamente no apagar das luzes, no segundo mandato da atual prefeita e, no entanto, a cidade pas-sou esses sete anos sem um instituto de planejamento. Exemplo: o Hos-pital da Mulher. Eu recebi um ofício da Caixa Econômica Federal, datado de 10 de abril deste ano, de que até hoje a prefeitura nunca encaminhou ao Ministério da Saúde a documen-tação e os projetos do Hospital da Mulher. É por isso que o Hospital da mulher está tão atrasado. Porque tem sido usado somente recurso do próprio tesouro. Os recursos fe-derais não vêm porque a prefeitura não encaminhou, em tempo hábil, projetos para o Ministério.

Fale! Teria dinheiro externo, federal, para ajudar na obra?Marcelo Mendes. Sim, a desor-ganização e a falta de planejamento não permitem. Hoje, na Câmara, recebemos um ofício dos minis-térios e da Caixa Econômica que a prefeitura não apresentou docu-mentação. O que é isso senão falta de planejamento? O próprio Trans-for, que é o Transbid da gestão an-terior do Dr. Juraci, com seis anos de atraso começou a ser executado.

Fale! Com relação à capacidade instalada e à pressão diária da demanda de novos carros, principalmente; como equacionar o desafio?Marcelo Mendes. Bem, é aí onde está o mérito do gestor. Não se pode pensar em soluções somen-te passando por uma situação de corte ou de abertura de rua. Isso é importante e necessário, mas o ges-tor se revela um bom gestor quan-

do pensa com criatividade, oferece à cidade propostas, por exemplo, do gerenciamento de trânsito. Nós não podemos culpar o governo fe-deral por ter melhorado a vida do brasileiro, por ter permitido que quem tinha moto comprasse um carro. Isso não é problema. Pelo contrário, isso é algo louvável. Os gestores municipais é que preci-sam se antecipar e serem proativos para encontrar soluções de infra--estrutura e de gerenciamento do tráfego. O fortalezense não elegeu um gestor para ele vir a dizer que a cidade está ruim porque os carros estão aumentando. Ele quer saber: ‘Prefeito, prefeita, gestor, qual é a solução que o senhor tem para o fato de a frota estar aumentando? Fale! Então, qual o maior problema de Fortaleza? Marcelo Mendes. O maior pro-blema da cidade de Fortaleza não é o aumento da frota. A frota au-menta no Brasil, no mundo todo. O problema de Fortaleza é que não existe nenhuma política, a cida-de não conhece nenhuma ação de gerenciamento de trânsito. Porque dizer que abrir via, fazer viadutos é caro, pois bem, se você não tem di-nheiro para isso — e tem! —, quais são as soluções de gerenciamento que estão sendo ofertadas? Qual é a ação que a AMC tem oferecido ao fortalezense? O presidente da AMC, com um discurso que, às vistas dele, era vitorioso, era de mé-rito, veio dizer que 48% dos sinais da cidade são inteligentes. Ou seja, 52% são burros! Por que, em oito anos, nós não conseguimos fazer um programa de gerenciamento de sinais para que o fortalezense pudesse vivenciar aquela chamada onda verde? Quanto ao discurso que viaduto é caro, que abrir rua é caro, esse discurso não cola, porque não falta dinheiro. A AMC é a em-presa que gerencia, para mim, os dois maiores buracos negros dessa gestão. Primeiro, a questão da arre-cadação e investimento das multas

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Quantas dezenas de

médicos estão à disposição

nos gabinetes de políticos,

longe de seus postos de

trabalho? Isso tem que mudar.

na cidade de Fortaleza. Fortaleza arrecada por ano 30 milhões de re-ais somente com multas. Multipli-ca isso por oito anos de uma ges-tão e você vai encontrar a fabulosa quantia de 240 milhões de reais. E o artigo 320 do código nacional de trânsito é muito claro. Aquilo que é arrecadado com multas de trânsito deve ser obrigatoriamente investido em política de educação no trânsito e políticas de gerenciamento do trá-fego. A AMC é também responsável pelo gerenciamento de outro crime que se comete ao fortalezense, que é a arrecadação pelas contas de luz, consorciada com outra empresa que tem sangrado o bolso do cea-rense nos últimos anos, que é a Co-elce. A AMC, a Coelce e a prefeitu-ra retiram do bolso do fortalezense, pelo intermédio da CIP, a contri-buição de iluminação pública, que era a antiga TIP, taxa de iluminação pública. A prefeita, na primeira ges-tão, prometeu que iria extinguir a cobrança. O nome foi mudado para CIP, continua sendo cobrado e são arrecadados valores da ordem da casa dos 100 milhões de reais por ano. Multiplique isso por 8 anos. Para aonde foram esses milhões de reais (se nós corrigirmos, talvez vá para a casa do bilhão)? Qual é a po-lítica de educação de trânsito que o fortalezense conhece?

Fale! Como o Sr. analisa a também crescente pressão da demanda por serviços públicos de saúde? O IJF é um grande hospital regional, administrado pela Prefeitura de Fortaleza. Como seria a saúde de Fortaleza sem o IJF?Marcelo Mendes. É bem verda-de que a lógica nacional é ingrata com os municípios. O que a pre-feitura recebe per capita — não só para a saúde, mas também para a merenda escolar — de fato não são justos com os gastos e com a neces-sidade do fortalezense.

Fale! O orçamento é aquém

da necessidade de custeio?Marcelo Mendes. Isso é verda-de. Aí é que entra o bom gestor. Vamos dar um exemplo com rela-ção ao IJF. Apesar de ser o melhor hospital do Ceará e ser um hospi-tal de referência no Nordeste, tem um exemplo de gestão que faz com que ele funcione mal. O IJF tem 513 médicos. Por que a prefeitura autoriza que médicos fiquem à dis-posição de políticos em seus gabi-netes deixando, portanto, de darem expediente no IJF? Quantas deze-nas de médicos estão à disposição de políticos, muitas vezes a pedido de políticos de apoio da base? Por que o fortalezense vai para o IJF e não tem um especialista, por que a prefeitura se queixa disso e autori-za a disposição de médicos? Vamos chamar todos esses médicos para trabalhar.

Fale! Qual outra maneira seria, partir para convênios, buscar parcerias?Marcelo Mendes. Cada vez

menos o IJF vai depender de re-cursos federais e cada vez mais ele vai depender de um bom gerencia-mento. Porque nos próximos anos essa pressão sobre o IJF tende a diminuir, pois os hospitais regio-nais que o governo do Ceará está construindo aliviarão a pressão em Fortaleza. Há a criação de 20 poli-clínicas, distribuídas pelo interior do Estado. Isso vai retirar muito da demanda do IJF, e essa desculpa dos maus gestores de que o IJF é so-brecarregado vai cada vez mais ter um peso menor.

Fale! Os municípios tem orçamento para a saúde, mas acabam mandando seus doentes para o IJF.Marcelo Mendes. Assim como o tesouro de Fortaleza recebe do Go-verno Federal para cuidar do for-talezense, os prefeitos das cidades do interior também recebem pelos seus munícipes. Por que o forta-lezense precisa pagar pelo irmão cearense que está no Icó, Juazeiro, Aracati, ou Beberibe e vem se tra-tar aqui? É preciso ter coragem de dizer: Não é justo! Mas isso é uma lógica da repartição nacional dos tributos, Injusta, diga-se de passa-gem, que não atinge exclusivamen-te Fortaleza. Essa é uma discussão para nossos congressistas. Não deve ser pauta das eleições municipais, até porque extrapola a competên-cia dos municípios. O nosso maior problema é incompetência na ges-tão e não escassez de recursos. Nos postos de saúde não se encontra re-médio algum, nem os mais básicos e baratos. Médicos e funcionários levam sabão e tinta para funciona-mento das impressoras dos postos. Nos hospitais faltam ligas, serin-gas, próteses hospitalares, falta o básico. As empresas que fornecem oxigênio líquido para cirurgias nos hospitais da rede municipal publi-caram nota em jornais locais infor-mando que estavam suspendendo o fornecimento porque não recebiam pagamento da prefeitura desde de-

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Ela elegeu-se com 50,5%

dos votos válidos, 32% do universo eleitoral de Fortaleza. É,

portanto, uma prefeita da

minoria.

Cronologia1986. Ingressou na Universidade aos dezoito anos. Iniciou a vida profissional como representante comercial na empresa Dummar; na época, a revendedora das marcas Springer e Carrier de aparelhos e sistemas de condicionadores de ar. Foi também corretor de imóveis. Ao entrar na Universidade participou de chapa que concorreu à Presidência do Centro Acadêmico do curso de Direito da Unifor. Participou da primeira campanha de Tasso governador para derrubar os chamados coronéis.1990. Advogado militante, atuou na coordenação de todas as campanhas à Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil-CE, desde Feliciano de Carvalho, até Paulo Quezado.1994. Ingressou no curso de Administração de Empresas na Universidade Estadual do Ceará — UECE.

Teve participação ativa nas articulações que criaram a Empresa Junior (iniciativa da Universidade Estadual)e em duas eleições à Presidência do Centro Acadêmico do curso na UECE. 1996. Filia-se ao Partido Democrático Trabalhista-PDT. Foi coordenador da campanha a Prefeito do candidato Oscar Costa Filho. 1998. Compôs a equipe que criou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico-SMDE (primeira secretaria de desenvolvimento criada em capitais do Nordeste). (SMDE)Projetos criados por Marcelo Mendes na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico – SMDE: PROINFO – Programa de qualificação do jovem para o século XXI (inclusão digital e profissional).

O jovem, além da qualificação, dispunha também da estrutura do PROINFO para usá-la como escritório de trabalho, gerando renda; PINC – Programa de Incentivo aos Negócios em Casa, em parceria com o Banco do Brasil, transformou-se no maior instrumento de incentivo ao crédito dirigido ao mini e micro empresário de todas as capitais nordestinas, que, além do crédito, dava facilidades e desburocratizou a legislação municipal que regulamentava a instalação de um novo micro negócio; VIVAMARES – Projeto com repercussões culturais e de saúde pública. Os pescadores artesanais, perderam o seu espaço para a pesca de arrastão. Dizimando a vegetação de arrecifes que atraia os peixes. A criação dos recifes artificiais devolveu a pesca tradicional de jangada a nossa cultura. Também em 2000 coordenou

o PMDB Jovem na campanha à Prefeitura do candidato Juraci Magalhães. 2000. A convite do prefeito Juraci Magalhães, assume a Coordenação Geral de Estratégias Econômicas da Prefeitura de Fortaleza. Implementou dezenas de projetos inovadores nas áreas de profissionalização e qualificação do jovem, do empreendedorismo, da geração de empregos, do esporte e do turismo (pela primeira vez a Prefeitura de Fortaleza participa efetiva e diretamente, com stands, em Congressos e feiras Internacionais de turismo - como a FIT na Espanha e a EXPO 2000 em Portugal).Em outubro, assume a coordenação jovem da campanha do candidato Juraci Magalhães.2001 - 2003 (SER VI) Assumiu a Secretaria Executiva Regional

C R O N O L O G I A

zembro de 2010. Isso é falha na ges-tão, no gerenciamento das contas. Falta dinheiro para a saúde, porque o dinheiro que o município tem é mal utilizado.

Fale! O Sr. tem sido um crítico contumaz da prefeita Luizianne Lins.Marcelo Mendes. A atual pre-feita mantém-se no poder porque fez uso da máquina pública de for-ma nunca antes vista, obrigando os milhares de servidores que ocupam cargo de confiança e outros milha-res de terceirizados a trabalhar e a votar nela, sob pena de perderem seus empregos. Além das críticas à sua capacidade gerencial, questiono sua tão propagada “legitimidade Popular”. Mesmo compreendendo que é a regra eleitoral, é importante que se esclareça que a atual pre-feita não foi preferida pela maio-ria dos fortalezenses, apesar de ter sido eleita no 1º turno com 50,05% dos votos. Na verdade esses 50,05% dos votos válidos representam ape-nas 32% do eleitorado de Fortaleza.

teve menos votos que na primeira. Em 2004 ela foi eleita com 530 mil votos e o apoio de apenas um ve-reador, Sérgio Novaes. Em sua re-eleição teve apenas 490 mil votos, 40 mil votos a menos, mesmo tento sido apoiada pela maior coligação política da história de Fortaleza e mais de 30 vereadores.

Fale! O cenário eleitoral de 2012 é estimulante para o Sr. por quais aspectos? A preço de hoje, nós temos quantos candidatos competi-tivos a prefeito?Marcelo Mendes. Na verdade, o que é estimulante para mim não é o quadro eleitoral. O que é estimulante é a compreensão clara de que a cidade de Fortaleza perdeu oito anos, oito gran-des oportunidades de avançar. Sei que é possível, com boa gestão e competência, compensar o tempo perdido. Nós te-mos todos os instrumentos para fazer de Fortaleza uma cidade com qualidade de vida. Nós tivemos muita disposição e coragem para abraçar o desafio, por exemplo, de sermos candidatos a uma

Nós somos 1,5 milhões de eleitores. A prefeita, em sua segunda eleição,

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Criarei a Secretaria da

Inclusão Digital. Reunirei as ações de formação

profissional e de inserção do jovem no

mercado.

VI, a maior de todas da cidade. À frente da Regional, criou projetos de amplo alcance social nas áreas de saúde, educação, meio-ambiente e urbanização.Marcas e números da gestão à frente da SER VI Aumento em 27,5% o parque educacional da SER VI, construindo e reformando 148 novas salas de aula. Na saúde, reformas nos dois hospitais da SER VI ( Frotinha e Gonzaguinha Messejana) com a criação da primeira emergência neo natal em hospital regional. Implantação da Acupuntura e Fitoterapia na rede de saúde pública. Criou o Pelotão Verde: grupo de fiscalização dedicado exclusivamente ao combate dos crimes ambientais.2002. Após graduação em Administração de Empresas, iniciou-se no

curso de Administração Pública na UECE.2003. Assumiu a Secretaria Regional do Patrimônio da União-SPU no Estado do Ceará. Projetos criados por Marcelo Mendes na Secretaria Regional do Patrimônio da União-SPU FORÇA-TAREFA de servidores que, em 45 dias, atualizaram mais de 5000 processos que aguardavam solução. A iniciativa recebeu menção honrosa do Ministério do Planejamento e Gestão e serviu de modelo para outras superintendências estaduais do SPU. A partir do modelo de gestão implementado, o contribuinte passou a ser atendido em um prazo médio de 72 horas, em vez de meses como antes. Criou o Espaço

do Cidadão, balcão multi-serviço de atendimento ao contribuinte para tira-dúvidas e consultas aos técnicos do órgão e emissão gratuita de certidões para a comunidade carente. Criou o Programa de Sinalização da costa marítima cearense, esclarecendo a contribuintes, empresários da construção civil, setor hoteleiro, barraqueiros, banhistas, cidadãos de maneira geral, os limites dos terrenos da marinha e áreas da União, evitando invasões, abusos e crimes ambientais; Regulamentação do uso do aterro da Praia de Iracema e da Avenida Beira Mar para eventos de entretenimento público (por. ex. Fortal), exigindo o pagamento das taxas e impostos devidos. 2005. Ao deixar a Secretaria do Patrimônio da União-SPU, assumiu

a presidência estadual do Partido Trabalhista Nacional-PTN. 2008. Filia-se ao Partido Trabalhista Cristão- PTC e elege-se vereador de Fortaleza. Assume a Presidência da Comissão de Segurança Pública da Câmara de Fortaleza. Entre outras experiências: Membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente- COMAM;• Membro Titular do Conselho Permanente do Plano Diretor (CPPD) de Fortaleza/CE; Membro do Conselho Regional de Administradores - CRA; Membro do Conselho Estadual de Turismo do Pólo Ceará; Membro da OAB/CE Presidente do Instituto São Paulo. Membro do Conselho de Saúde de Fortaleza.

das sedes da Copa do Mundo. Mas de-pois da escolha e da festa, a prefeitura não está apresentando a mesma ener-gia e a mesma competência para iniciar as intervenções e as obras nos prazos que a FIFA exige. A própria ministra Miriam Belchior disse, há poucos dias, que vai decretar feriado na-cional nos dias de jogos porque já percebeu que não vamos realizar o que nos comprometemos.

Fale! Qual seriam as grandes bandeiras estruturantes da cidade? Marcelo Mendes. Uma primeira ação minha: a Emlurb precisa vol-tar a ser prestigiada para promover aquilo que o fortalezense reclama e precisa com a maior urgência. A malha viária, a estrutura física de vias, de obras e de logradouros pre-cisa estar bem, bonita e iluminada. Isso é uma urgência para os pri-meiros meses de gestão. Eu preten-do fazer um concurso público com as três faculdades que mantêm o curso de arquitetura e urbanismo na cidade.

os investimentos que o Sr. imagina? De onde é que vem o dinheiro? Marcelo Mendes. São origens de recursos diferentes. Um bom gestor só revela talento quando o orçamento é menor do que a ne-cessidade. Ser um bom gestor com excesso de recursos? Não tem graça nenhuma. A cidade precisa ter um gestor com vocação. Criatividade na gestão e um poder muito grande de articulação. Nós, na Câmara, teste-munhamos, em todas as semanas, Fortaleza perder recursos porque não apresentou projetos em Brasília.

Fale! O Sr. fala de uma secre-taria estratégica? Qual seria o papel dela?Marcelo Mendes. O papel dela seria fazer a articulação entre os or-ganismos existentes da prefeitura, para que as ações executivas possam ser mais produtivas. Por exemplo, as ações da Secretaria da Educação que tiverem relação com a Secre-taria de Ação Social, que via de regra tem, e que tiverem relação

Fale! Existem rubricas orça-mentárias para cobrir todos

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De política, eu sempre gostei. Desde quando fui aluno de Direito nos anos 80 na Unifor. Meu

primeiro envolvimento eleitoral foi uma campanha para o CA de Direito. Depois, em 1996, já no curso de Administração de Em-presas (Uece), filiei-me ao PDT, meu primeiro partido. Primeiro, fui levado ao PDT por simpatizar com as teses do brizolismo e, principalmente, com as de Darcy Ribeiro. As preocupações sociais com a educação influenciaram muito a minha formação pessoal e filosófica. Principalmente a preocupação com a educação em dois turnos. Hoje, em 17% das famílias de Fortaleza, a guarda dos irmãos menores é feita pelo mais velho. Esse irmão mais ve-lho tem entre 9 e 12 anos. Essas crianças deveriam estar cada vez mais tempo na escola, em tempo integral, em vez de estarem em casa sob os cuidados do mais ve-lho. Se a criança voltar pra casa só no final da tarde, quando os pais também voltam do trabalho, é excelente. A escola, pela ma-nhã, atenderia à grade curricular tradicional, que o MEC exige e à tarde poderia ensinar arte, músi-ca, esporte, noções de educação ambiental e do trânsito, formação de cidadania, campanhas educa-cionais de prevenção à gravidez precoce e ao uso de droga.

Darcy Ribeiro, juntamente com Leonel Brizola, a grande referência do PDT, influenciou muito minha formação. Nos anos 80, Darcy Ribeiro criou os Cen-tros Integrados de Educação Pública – os CIEPS. Na Marquês de Sapucaí (tradicional aveni-da onde acontecem os desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro), as arquibancadas todas foram transformadas em CIEPS.

Funcionavam como salas de aula fora do período carnavalesco, de manhã e à tarde em período integral. Este é um exemplo de gestor público com criatividade e vocação. Quando você tem vocação, você encontra solução na adversidade. O grande mérito do gestor é esse.

Esse gostar do fazer política brotou em mim. Na Uece, essa vocação para política e gestão pública se consolidou, continuei militando na Universidade, na política estudantil. Ainda na vida acadêmica, participei da criação da Empresa Júnior, uma espécie de laboratório que o curso de Administração de Empresas criou para estimular a criação e forma-ção de empreendedores. Ao ter-minar o curso de Administração de Empresas, entrei no curso de Administração Pública na mesma Uece. Quanto mais mergulhava nessa área, mais se confirmava minha vocação.

Coincidiu de, em 1998, Pedro Gurjão me convidar para fazer parte da equipe que criaria a primeira secretaria de desen-volvimento econômico das ca-pitais nordestinas, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. Lá aconteceu minha primeira experiência no Executi-vo. Foi aí a confirmação de que, de fato, administrar era o que eu queria fazer.

Ainda na Secretaria, tive a oportunidade e o convite do prefeito Juraci Magalhães de participar, em 2000, da equipe de coordenação de sua campa-nha eleitoral. Coordenar o PMDB jovem, as ações voltadas para os jovens na campanha. Vencemos. A juventude era uma faixa do elei-torado que o Doutor Juraci tinha dificuldades de penetração. Sua força maior era na classe média

e na faixa etária acima dos 40 anos. Importante lembrar que o candidato era Inácio Arruda, cuja principal virtude era o apelo ao novo, aos jovens. O trabalho que fizemos foi tão interessante nes-se segmento, antes em desvanta-gem, que ao final da campanha, justamente os jovens, deram a vitória ao doutor Juraci com uma margem de 8% sobre Inácio.

Naquela campanha, tivemos a oportunidade de criar um projeto destinado especificamente para os jovens eleitores: os Núcleos Juraci.com.voce. Na época não existiam lan houses, Internet em celulares nem a moderna banda larga. Havia somente a Internet discada em alguns órgãos ou empresas, mas a internet domi-ciliar era raridade. Os Núcleos tinham a intenção de aproxi-mar o doutor Juraci dos jovens. Criamos ilhas digitais em toda cidade onde os jovens partici-pavam de um bate-papo virtual com o candidato Juraci. Do seu gabinete, no Palácio do Bispo, doutor Juraci entrava online e a garotada fazia perguntas, questionamentos e eram escla-recidas sobre as propostas de campanha. Era o que hoje virou chat. Claro, pagando o preço de lidar com garotos de 16 a 25 anos que perguntavam de tudo. Dr. Juraci, sempre espirituoso, nunca deixava de responder nada, mesmo as críticas mais constrangedoras. Foi uma expe-riência enriquecedora.

Ao vencermos a eleição, Dr. Juraci, satisfeito com o traba-lho, me convidou para assumir o desafio de administrar a segunda maior cidade do Estado do Ceará, que é a Regional VI. Poucos têm essa consciência. A regional VI é a maior regional de Fortaleza. Ela corresponde a 42% do território

MARCELO MENDES EM PR IME IRA PESSOA

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físico da cidade, quase a metade do município. O Censo de 2000 informava que já àquela época a regional VI tinha 550 mil habitan-tes, maior que Juazeiro, Crato, Iguatu, Aracati, Sobral, Caucaia e Maracanaú. Lá, tive experiências que foram gratificantes tanto para mim quanto para o próprio serviço público. Lá, instalamos o Proinfo, um programa de quali-ficação e profissionalização em

informática inédito para a época. O dr Juraci percebia essa minha vontade, muito jovem, de colabo-rar e de apresentar algo diferen-te. Sempre que eu apresentava um projeto, ele prestigiava, acreditava e vibrava com minhas ações. Nós levamos acupuntura e fitoterapia para todos os postos de saúde da regional VI. Fomos o primeiro hospital da prefeitura a ter o chamado parto humanizado

reconhecido pela Organi-zação Mundial da Saúde (OMS). Criamos o cartão Mais (Mais Saúde) que, anos depois, serviria de referência para a criação do Bolsa Saúde pelo então mi-nistro da saúde José Serra.

Em apenas um ano, aumentamos o parque edu-cacional da regional VI em 27,5%. Construímos onze novas escolas, do modelo MEC, em bairros onde não existiam escolas do municí-pio (por exemplo, Passaré, Barroso, Castelão). Em 16 escolas já existentes, cons-truímos 138 novas salas de aula. Fomos a primeira regional a implantar em par-ceria com a Universidade Federal do ceará (UFC) um programa de aleitamento materno, ação que nos ren-deu o selo Unicef de Hospi-tal Amigo da Criança. Inau-guramos o primeiro Centro de Atenção Psicosocial Integrado- CAPS- do estado do Ceará. Fomos pioneiros também na implantação do programa Farmácia Viva. Fomos, na época (2001), o primeiro órgão do nordeste, em parceria com o Banco do Brasil, a utilizar o portal de pregões eletrônicos para a compra de produtos. To-dos os remédios dos vinte postos de saúde da regio-nal VI e toda a merenda

escolar servida nas mais de 200 escolas sob nossa administração eram adquiridos através dessa modalidade licitatória, que é mais rápida, transparente e, hoje, virou regra geral, mas já utilizávamos há dez anos. Criamos, de forma pioneira e inovadora, o Pelotão Verde, grupo de fiscalização dedi-cado esclusivamente ao combate dos crimes ambientais.

MARCELO MENDES

Marcelo Mendes em evento na condição de gestor da Regional VI e, abaixo, presidindo sessão da Cãmara em outubro de 2011

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Não é correto, nem justo,

alguém, durante o

mandato, se candidatar à reeleição.

Principalmente se estiver no

Executivo.

com ações da saúde, precisam ser organizadas e orquestradas para que estes pontos de interseções se-jam produtivos e sejam catapulta um de outro. Para a soma das partes ser maior que o todo. A Secretaria de Planejamento tem que planejar e coordenar todas as ações do gover-no. Sejam elas na assistência social, sejam elas na qualificação.

Fale! Seria uma super secre-taria, então?Marcelo Mendes. Não digo que seria uma super secretaria, mas eu digo que as ações todas de gover-no passariam por ela para serem potencializadas. As ações precisam ser unidas, precisam convergir para certo sentido que potencialize as ações do governo, porque senão elas se tornam esparsas.

Fale! O Sr. também falou em reforma no formato das se-cretarias. Criaria mais secre-tarias?Marcelo Mendes. Não, pelo con-trário. A máquina está absoluta-mente inchada. A solução é promo-ver uma auditoria para chegarmos ao número exato da necessidade da máquina municipal, extinguir o clientelismo e criar um princípio de meritocracia no preenchimento dos cargos públicos. Fale! Como enfrentar o grave problema das drogas junto à juventude?Marcelo Mendes. Na verdade,o problema é tão grave que penso ser necessária uma Secretaria espe-cífica para a questão das drogas. Alí-as, tramita projeto de minha autoria na Câmara que propõe a Criação da Secretaria Municipal do Combate às Drogas. Nada tem a ver com ques-tão de polícia, não é isso. Nessa Se-cretaria seriam concentradas todas as ações voltadas para o jovem. Pre-tendo criar uma Secretaria de Inclu-são Digital em parceria com ações de uma secretaria específica do jo-vem e do esporte. Essas três ações precisam estar juntas.

Fale! A copa é uma grande oportunidade. É inadmissível perder uma chance histórica de se fazer uma infraestru-tura que ficaria de herança para a cidade.Marcelo Mendes. Sim. Mas há um grande problema. O dinheiro público que vai financiar obras vai passar para o interesse do capital privado. No país todo você tem exemplos. O Corinthians vai ga-nhar um estádio, e vai cobrar com isto para entrar — não vai ser de acesso público, nem utilizado pela máquina estatal. Quer dizer, os in-vestimentos são públicos e os lucros são privados. Isso é um absurdo. A aprovação do Senado da medi-da provisória 1517, como relator o deputado federal Guimarães, tra-zem para os gastos da copa uma novidade que é trágica. Flexibilizar a lei de licitação. Ora, se essas em-preiteiras, sob os olhos de TCU, do TCE, de Ministério Público Federal ou Estadual, já são objeto diaria-

mente de denúncias, imagina com regime especial de contratação. E o que é pior, que essa medida 1517 queria dar caráter de sigilo aos gas-tos da copa. Isso é um absurdo total. Quer dizer, é uma transferência de recurso. Isso não foi aprovado, mas o regime de contratação foi. Ou seja, nós vamos, mais uma vez, tratar a coisa de forma pouco republicana.

Fale! O Sr., na condição de prefeito, todo dia vai caminhar no calçadão da BeiraMar?Marcelo Mendes. No calçadão da beira-mar eu não digo, mas dia-riamente, como fazia o prefeito Ju-raci Magalhães, vou ser o primeiro a acordar e o último a dormir. Não fui e não serei gestor de ar condico-nado, não é meu estilo. O que estiver acontecendo na cidade, serei o pri-meiro a saber e o primeiro a tomar providências.

Fale! O Sr. é pre-candidato à Prefeitura de Fortaleza. O Sr. manterá mesmo esta inten-ção de concorrer? Marcelo Mendes. Eu abomino projetos personalistas. Já comu-niquei ao presidente nacional do meu partido, ao diretório munici-pal e aos companheiros todos que não serei candidato à reeleição. Acho que não é correto, não é jus-to, alguém, durante o mandato, se candidatar à reeleição. Tanto no legislativo, quanto muito pior no executivo. Ter a caneta, o poder, ter a máquina e se candidatar sem pre-cisar sair do cargo é uma violência que a democracia brasileira, já tão madura, não poderia ter permitido. A reeleição, na prática, é um con-vite ao crime. Mesmo no caso do Legislativo, ainda assim, não acho justo. Eu, que já sou vereador, te-nho vantagens sobre meu compa-nheiro de partido que é candidato pela primeira vez, isso é flagrante. Sou pela absoluta renovação dos quadros políticos a cada 4 anos. É mais saudável para a democracia e nivela todos os candidatos. n

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O RAPPA ESTÁ DE VOLTA

PARA ACABAR COM QUALQUER FOFOCA SOBRE O fim da banda, O Rappa anuncia a volta aos palcos após o re-cesso de dois anos. A banda volta com todo o gás apro-veitando para fazer a nova turnê partindo do dvd gra-vado em 2009 na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O show foi feito poucos meses antes da banda entrar em

recesso. Falcão afirmou a um jornal de Curitiba que foi feita uma votação para ver qual banda tocaria naquela garagem (da Rocinha) antes que ela fosse desativada e transformada em conjunto habitacional, e os escolheram.

Só acelerar não é saudável para o artista. É preciso parar e dar uma reciclada. Como

disse Miles Davis, até a pausa é música.

Por Juliana Dias

FOTO : DIVULGA RECIFE

A banda fez um registro ao vivo da carreira e mostrou como a Rocinha é um lugar feliz, e que representa todas as comunidades que eles fizeram trabalhos sociais. O repertório é um resumo dos dezoito anos da banda. O lider do O Rappa ainda afirmou: “Só acelerar não é saudável para o artista. É preciso parar e dar uma reciclada. Como disse Miles Davis, até a pausa é música”. O tempo fora dos palcos para grupo é produtivo. Falcão contou que no período em que ficaram parados, a banda ganhou mais dois prêmios com o último álbum de estúdio, 7 Vezes,

e compôs material suficiente para entrar em estúdio no começo do ano que vem. E mais, afirmou que tinham mais de oitenta obras que só precisavam separar e decidir o que iriam trabalhar de letras e melodias no estúdio. Até abril, já terão a espinha dorsal do novo disco.

Em Fortaleza, a Arte Produções presenteou os fãs da banda trazendo o grupo para uma apresentação na barraca Biruta, em novembro. O show lotado superou todas as expectativas, principalmente pela estrutura de palco e um som de ultima geração. A produtora de eventos levará uma parte da turnê do grupo para algumas cidades do Nordeste brasileiro. Marcelo Rocha, diretor da Arte Produções, contou que além do O Rappa ainda virão se apresentar em Fortaleza durante o ano de 2012 grandes artistas a nível nacional e internacional. “Estamos trazendo para Fortaleza Pitbull, Chico Buarque, Los Hermanos, Ana Carolina, a festa Pacha Ibiza White Party, e muitos outros astros”, afirmou o empresário. nFALCÃO, vocalista do Rappa

Cultura

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Conheça a competência e o profissionalismo que fizeram da Priscila Eventos uma das maiores empresas de organizações de evento no Estado do Ceará, realizando cerimônias de pequeno, médio e grande porte. Por Juliana Dias

A EMPRESÁRIA PRISCILA CAVALCANTI conquista clientes e amigos com um astral contagiante. Some-se a isso o extenso portfolio no know-how no ramo de eventos a partir de Fortaleza. Isso a fizeram ganhar

o prêmio Mulher de Visão — conferido pela RM Produções de Manaus —, justificando assim, sua agenda cheia de compromissos.

Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade de Fortaleza, ingressou no setor eventos. Há mais de 20 anos no mercado, a empresa Priscila Eventos conta com o profissionalismo de sua filha e mestre de cerimônia, Malu Cavalcanti, e do apoio executivo do marido, Epitácio Vascon-celos. Juntos colocaram empresa como uma das principais or-ganizadoras de eventos no Ceará — fóruns, conferências, lança-mentos imobiliários, feiras, formaturas, casamentos, premiações e festas privadas na alta sociedade cearense.

Uma mulher de visão

Sabemos, que, a realização de um evento é para poucos. Muitos ten-tam se titular como “cerimonialista” sem ter uma devida for-mação, e, é comum vermos exemplos assim na sociedade. Só que, na prática, esses aprendizes, por não terem expe-riência suficiente e capacitação, pecam, sem fazer uso do verdadeiro papel do profissional de eventos, que inclui o controle de todos os prestadores de serviços e pessoas que ali estão trabalhando. O resultado fi-nal é de responsabilidade do organizador.

São dezenas de certificados e prêmios, com-provando sua especialidade e o reconhecimento público. Hoje, Priscila Eventos é forte referência

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1 2 EVENTOS. 1. A empresária Priscila durante evento com Gastão Bittencourt 2. Priscila em um evento de quinze anos com a aniversariante 3. No casamento de Pedro Isaac e Lia

na qualidade de eventos sociais e os corporativos. Ela faz questão de equacionar a fórmula “eficien-te, eficaz, experiente.” Há 23 anos no mercado reagional a partir de Fortaleza é considerada a empresa “Rainha” do Mercado Imobiliá-rio Cearense, por realizar cerca de 95% dos eventos no segmento. Não deixando o resultado diferente nos sociais, na realização de lindos de-buts, casamentos e bodas, sempre em busca de concretização de so-nhos com satisfação.

A nova etapa da empresa tem conquistado com êxito as produ-ções executivas de algumas publi-cações locais, inclusive da Fale! da Omni Editora.

Mesmo tendo o perfeccionismo como característica pessoal, Pris-cila afirma que a perfeição ainda é um fenômeno divino, até celestial, mas nas atividades terrenas, a em-presa tem investido na composição da cadeia produtiva buscando for-necedores comprometidos em ob-ter a plenitude de um projeto.

A gestora participa ativamente

de todas as etapas que envol-vem a realização de um evento, iniciando pelo planejamento que envolve objetivo e execução procurando atingir o propósito esperado pelo cliente exter-no, o Gestor, como também, o cliente interno, os profissionais envolvidos. A profissional Pris-cila Cavalcanti é considerada uma maestrina por conseguir reger esta orquestra de profis-sionais com habilidade. Afirma

ainda, que a deficiência maior en-frentada pela empresas de eventos é a falta de capacitação dos profis-sionais, afinal, a estrutura básica de executar, promover e realizar even-tos é simplesmente formada por re-

des de relacionamentos.Mais uma vez, concluiu que

depende da cadeia produtiva dire-cionada e compreendida em apro-ximadamente 52 elos interligados pela ética e profissionalismo.

Cada evento que passa pela prancheta da empresa é inesquecí-vel, cada um com suas peculiarida-des. Em virtude da experiência, já realizou sonhos de eventos de pe-quenos, médios e grandes portes. Assim, atingiu uma média alta na conclusão deste aprendizado.

O segmento de eventos apre-senta um crescimento constante em todo planeta, tornando-se uma importante fonte econômica e gera-dora de benefícios sociais. Assim, é de grande valia a necessidade de es-pecialização e estudos direcionados a esta área com procedimentos e técnicas na organização de eventos. E no Ceará é assim, também.

O corpo docente da empresa tem perfil familiar. A filha, Malu Cavalcanti, ocupa a Diretoria Técnica, é Mestre de Cerimônias, Turismóloga com MBA em Orga-nização e Gestão em Eventos pela Estácio FIC, e poliglota. O marido, Epitácio Vasconcelos, administra-dor de empresas, ocupa a Diretoria Administrativa e Financeira. “Eu sou o corinda dela”, brinca.

Hoje é vice-presidente do Sindie-ventos, diretora de Eventos do Skal Internacional de Fortaleza, Conse-lheira da BPW — Fortaleza, membro do Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo e Membro do Rotary Club Internacional Centenário. n

Mercado ascendente O número de eventos realizados por

empresas brasileiras em 2011 cresceu 43%, segundo dados da pesquisa “O Impacto Econômico dos Eventos”, enco-mendada pelo Instituto Alatur, em par-ceria com o capítulo brasileiro da Mee-ting Professionals International. Houve também uma maior profissionalização do setor, com mais investimento em tec-nologia e ferramentas para medir o de-sempenho. O índice superou o resultado alcançado em 2010, quando a expansão foi de 41% em relação ao ano anterior. O estudo aponta ainda que, no período, foram gastos, em média, R$ 2,4 milhões por empresa.

Entre as informações apuradas, um dos destaques é o aumento no investi-mento em eventos próprios, como con-venções, lançamentos de produtos e pa-trocínios de shows.

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REPORTAGEM E S P E C I A L

O MUNDO É UMA REDE

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O MUNDO É UMA REDE

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ELAS ESTÃO NA INTERNNET E FAZEM PARTE DE

NOSSSAS VIDAS. AS REDES SOCIAIS, TRANS-

FORMARAM CADA USUÁRIO EM emissor de in-

formação, opinião e, às vêses de boato e de

preconceitos. Mas na conta geral as redes

sociais são um fenômeno positivo ao conferir

cidadannia na boca do cai-

xa a cada um dos seus usuários. Face-

book se consolida como uma rede mais

eclética e poderosa. Twitter se consolida como microblog

e o YouTube, como uma grande babélia de sons e imagens.

Uma rede social é uma estrutura social composta por

pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários

tipos de relações, que partilham valores e objetivos co-

muns. Uma das características fundamentais na definição

das redes é a sua abertura e porosidade, possibilitando

REPORTAGEM E S P E C I A L

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relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre

os participantes. “Redes não são, portanto, apenas uma

outra forma de estrutura, mas quase uma não estru-

tura, no sentido de que parte de sua força está na ha-

bilidade de se fazer e desfazer rapidamente”, defendem

Fábio Duarte e Klaus Frei no ensaio Redes Urbanas.

Muito embora um dos princípios da rede seja sua abertura e ca-pilaridade, por ser uma ligação social, a cone-xão fundamental entre as pessoas se dá através da identidade. “Os li-mites das redes não são limites de separação, mas limites de

identidade”, argumenta Fritjof Capra

no ensaio Vivendo Redes. “Não é um

limite físico, mas um limite de expecta-

tivas, de confiança e lealdade, o qual é

permanentemente mantido e renegocia-

do pela rede de comunicações”, As redes

sociais online podem operar em dife-

rentes níveis, como, por exemplo, redes

de relacionamentos — facebook, orkut,

myspace, twitter —, redes profissionais

— LinkedIn— , redes comunitárias — redes sociais em bairros ou cidades —, redes po-líticas, dentre outras, e permitem analisar a forma como as orga-nizações desenvolvem a sua actividade, como

os indivíduos alcançam os seus objecti-

vos ou medir o capital social – o valor

que os indivíduos obtêm da rede social.

As redes sociais tem adquirido impor-

tância crescente na sociedade moderna.

São caracterizadas primariamente pela

autogeração de seu desenho, pela sua

horizontalidade e sua descentralização.

Um ponto em comum dentre os diversos

tipos de rede social é o compartilhamento de

informações, conhecimentos, interesses e esfor-

ços em busca de objetivos comuns. A intensi-

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ficação da formação das redes sociais, nesse sentido, reflete um processo de fortalecimento da Sociedade Civil, em um contexto de maior participação demo-crática e mobilização social.

Formas de redes sociais. As redes sociais costumam reunir uma motivação co-mum, porém podem se manifestar de diferentes formas. As principais são: Redes comunitárias, es-tabelecidas em bairros ou cidades, em geral tendo a finalidade de reunir os interesses comuns dos

habitantes, melhorar a situação do local ou prover outros benefícios.

Redes profissionais, prática conhecida como networking,tal como o linkedin, que procura for-talecer a rede de contatos de um indivíduo, visando futuros ganhos pessoais ou profissionais.

Redes sociais online, tais como facebook, orkut, myspace, twitter, que são um serviço online, platafor-ma ou site que foca em construir e refletir redes so-ciais ou relações sociais entre pessoas, que, por exem-plo, compartilham interesses e/ou atividades.

O FUTUROBRUCE STERLING, Rscritor,orador, designer e futurista

Steve Jobs nunca foi exatamente um futurista. Eu sou um futurista, porque os futuristas têm público. Jobs teve usuários. Se ele tivesse morrido de

câncer há 70 anos atrás, a história o teria categorizado como Nikola Tesla o foi como o Thomas Edison de Bill Gates. O cara era um excêntrico, um vegetariano hippie com a cabeça embalada pelo ácido, um maluco do estilo Tesla salvo de ser considerado ruim para os negócios pelo próprio cargo.

Jobs era por demais irascível, judicioso e competitivo para ser um futurista. Os futuristas são indivíduos que enxergam longe e cosmopolitas ao ponto de se tornarem amorais. Elas deixam as coisas pequenas ficarem de lado, porque a própria história deixa as coisas pequenas de lado. Steve Jobs nunca deixou nada de lado. Ele leu o livro “ 1984” de George Orwell, e designou um assessor da Superbowl que berrava que o 1984 de Orwell nunca aconteceria, justo porque, ele, Steve Jobs, havia decidido de outra maneira.

Seu senso de planejamento o tornou diferente depois que ele largou a universidade, viajou para a Índia e deu uma boa verificada em um certo tipo de espiritualidade instantânea. Ele renunciou aos bens materiais e contraiu escabiose e desenteria. Jos nunca falou muito acerca de suas lições aprendidas durante a sua viagem à Índia, o que me leva a

pensar que devem ter sido cruciais para ele.

Com sua astuta ênfase ao utilitário, ele tornou minha vida mais fácil subvertendo tudo na qual ela se centralizava- manuscritos datilografados, cartas ponderadamente escritas, música em discos de vinil obscuros e difíceis de encontrar, longas e caras conversas ao telefone e cenas regionais intensamente criativas.

Ele evaporou tudo, projetando-as em um avatar iCloud do tamanho da palma da mão. Hoje eu migro entre cidades em dois continentes, tirando a parafernália de Jobs dos meus bolsos dúzias de vezes durante o dia. Pensar diferente significa viver diferente, apesar de que o termo diferente não vincula necessariamente ao fato de ser melhor.

Assim sendo, não vai demorar até que cada buginganga polida de Jobs seja sucateada ou reciclada. Isso contudo não irá mudar o seu legado-um instrumento de diferença.

REPORTAGEM E S P E C I A L

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INTERNET VERSUS INDÚSTRIA CULTURAL

O que Gutenberg teria a ver com Bill Gates? Bem, tudo, ou quase tudo. Com o atual embate entre a mídia virtual e os ícones e regras do jogo da indús-tria cultural, fica a indagação a que

ponto estaria-se vivendo uma encruzilhada de transposição de procedimentos da ordem capi-talista, justo por conta da diluição das normas de consumo tradicional dos bens culturais.

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A gratuidade e o acesso livre ofertados pela Internet de obras musicais, literá-rias e imagísticas, ingressa no debate que posiciona o comprometimento da auto--sustentabilidade da indústria cultural em face da abertura de acesso aos bens culturais proporcionada pela rede virtual e suas vias de compartilhamento.

Voltando à pergunta inicial sobre Gutenberg e Bill Gates, se conduz a resposta de ambos terem vivido em momentos históricos similares e de transição. Com a invenção da imprensa Gutemberg, abriu na Alemanha do século XV, uma via de acesso ao conhe-cimento adstrita anteriormente ao âmbito do binômio Igreja- Estado, cujo programa ideológico congelava o conhecimento na curralização do dogmatismo. O próprio regime feudal com seus desdobramentos mesmo estertorais, passou a ter seus dias conta-dos com as possibilidade ampla de acesso ao conhecimento propiciada pela invenção

da imprensa.

REPORTAGEM E S P E C I A L

Com a Internet as regras do jogo do consumo de mas-sa passam a sofrer uma reciclagem, na medida em que os limites financeiros da informação sim-plesmente deixam de existir, para dar lugar uma deseliti-zação do conheci-mento e do acesso

pura e simples às criações artísticas.Á nível de ensejo a uma conscientização social

mais ampla e crescente, foi uma mudança mais do que oportuna, agora no que se refere à sustentabilidade da própria indústria do conhecimento e da arte, as ferra-mentas virtuais criaram uma lacuna e uma indagação- Qual será o próximo passo?

Capitalismo se recicla. Para o jor-nalista Luís Sérgio Santos, o sistema capitalista se rein-venta, de modo que todo o dinheiro que deveria ir para gravadoras, editoras e similares encontrará outros des-tinos, seguindo a própria lógica do capitalismo em si, onde nada se perde, tudo se fatura.

Já o radialista Ronaldo César, coordenador da Rá-dio FM Assembléia, de Fortaleza, acredita que a gran-de saída para o mercado fonográfico seria a gravadora vender antecipadamente os fonogramas para uma co-munidade virtual qualquer que o viabilizaria o produ-to virtualmente como bem lhe aprouvesse.

Acontece que os dados não são bem animadores, com grandes nomes da música em geral, recuan-do diante de grandes projetos fonográficos, para produções menos dispendiosas do registro de seu trabalho, o que coloca instâncias mercadológicas prioritárias em relação à própria qualidade de sua

Internet sob censuraUm deputado americano do Partido Republicano, La-mar Smith foi o principal articulador de um projeto de lei antipirataria da Câmara dos Deputados dos EUA intitulado S.O.P.A — Stop Online Piracy Act —, ou seja Ato pelo Fim da Pirataria na Internet, en-quanto também no Senado americano surgiu um pro-jeto semelhante intitulado P.I.P.A — Project IP Act. Caso fosse aprovado o projeto SOPA, , os EUA pode-ria obrigar provedores de conteúdo como o Google e o Yahoo, por exemplo, a retirarem conteúdos e até sites inteiros do ar, independente até mesmo dos países onde estivessem hospedados, sob a alega-ção de estarem violando direitos de propriedade sobre músicas, filmes, fotos ou textos. Lamar Smith justificou a medida como recurso contra a pirataria que se apropria inclusive da propriedade intelectual dos Estados Unidos. Sites e blogs do mundo inteiro se manifestaram contrários ao projeto tido como uma ameaça à liberdade de expressão, bem como uma forma de censura. Diante das pressões, Lamar Smith decidiu suspender a legislação.

GUTENBERG E BILL GATES,

VIVERAM MOMENTOS

HISTÓRICOS SIMILARES E DE

TRANSIÇÃO.

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produção artística em si.Exemplo maior é a ausência fonográfica de

Roberto Carlos dos finais de ano, quando seu dis-co era um presente de Natal, com 1 milhão ou 1 milhão e meio de cópias vendidas. Desde 2006, RC retirou-se dos estúdios, segundo informações do então divulgador da gravadora Sony Music, Everardo Ramos, justamente por conta da queda vertiginosa da venda de discos, em função de sua própria coleção de lançamentos estar disponibili-zado para download gratuito na Internet. Diante do fato, vários outros artistas já disseram amém diante do liberou geral virtual, deixando suas obras navegarem à vontade nos oceanos multiculturais da web.

No mercado editorial o quadro é o mesmo, com a disponibilização até de obras didáticas e culturais, como registros literários que vão de Dante e Shakespeare, até o nos-so atualíssimo Paulo Coelho, cujos livros estão oferecidos virtualmente de mão beijada com todo o seu con-teúdo esotérico e tudo mais.

O mesmo acontece com as obras cinematográficas, o que de-terminou pelo menos em Forta-leza o fechamento de locadoras de DVD. Dados de 2008 mostram o fechamento de cerca de 2 mil lojas de disco em todo o Brasil, enquanto as grava-doras se debatem em uma crise sistêmica pilotada inclusive pelas implantação dos estúdios caseiros e devidamente informatizados, crise essa que as-sola o mercado fonográfico do mundo inteiro. Resultado- O artista musical passa a depender exclusivamente de shows, com sua aposentadoria postergada ad infinitum, só para dar um exemplo bem emblemático.

Com todo esse quadro a indústria cultural pas-sa a ter que se reinventar, dentro de uma socieda-de que também se reinventa dado ao volume de informações e consequentemente de questiona-mentos. Como a imprensa de Gutemberg, a Inter-net de Bill Gates, passa a inovar os procedimentos do próprio sistema capitalista que passa a ser por conta disso até autofágico, em decorrência das suas próprias contradições enfatizadas por todo um programa de inovações tecnológicas. Vamos esperar pela nova coisa que virá.

A crise não se limita a pequenos espaços lo-calizados, atinge também ás grandes corpora-ções como a superpoderosa gravadora EMI, e até os grandes empreendimentos cinematográficos

como o filme “ Tropa de Elite”, estrelado pelo ator brasileiro Wagner Moura, que detectou uma eva-são de uma cópia do filme para a pirataria cau-sando um desvio de milhões em faturamento que deveriam ser destinados aos produtores legais.

A pirataria é a grande vilanizada por violações óbvias de direitos autorais e desvios de recursos causadores de impactos sucessivos nas produções formais, mas ela é apenas a ponta do iceberg, a causa final de toda uma proliferação de mídias e ferramentas de acesso à manipulação imediata da obra de arte em sua versão final e acabada.

Com Internet e estúdios caseiros, as

gravadoras en-tram rota de que-da livre, já que nin-guém compra mais CD e DVD legais, todo mundo faz down-load, o mesmo acontecendo com filmes e livros. Em suma--liberou geral, democratizou-se a in-formação, mas o lucro de todo esse processo saiu da mão do artista que perdeu o poder de gestão da sua própria obra.

A EMI, gravadora dos Beatles e do Pink Floyd, registra quedas desapontadoras de seu retorno fi-nanceiro, o que aponta para uma busca imediata e quase emergencial de saídas virtuais à nível de mercado, já que o crescimento e a penetração da informática são dados irreversíveis.

A própria Hollywood, detentora tradicional de grandes e portentosos investimentos com retornos nababescos, apresentou em 2011, uma arrecadação 8,5% inferior ao mesmo período no ano anterior, o que demandaria uma recu-peração de 51% a mais do que o mesmo pe-ríodo de dezembro de 2010, só para dar uma compensada.

MASSIFICAÇÃO DA INTERNET É

FATO QUE MUDA A MANEIRA DE VENDER

OS PRODUTOS CULTURAIS

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REPORTAGEM E S P E C I A L

AS CARAS D0

AVATARN

A QUINTA EDIÇÃO DO TWEETFOR OS tuiteiros tive-

ram a oportunidade de mostrar suas caras,

se despindo da figura do avatar — a repre-

sentação icônica no Twitter. O Tweetfor não

foi somente diversionismo. Começou com um

debate sobre Redes Sociais e Eleições 2012 e

terminou e pizza, ou melhor, em feijoada. O evento encheu de

cores bosque do Marina Park Hotel, em Fortaleza. Promo-

vido por Alfredo Marques, Freitas Júnior e Sávio Quei-

roz, o Tweetfor é um dos maiores eventos de mídias

socais no Brasil, que a cada edição

reúne um número maior não só de

tuiteiros, mas também de pessoas

conectadas ao mundo virtual, que

veem na festa a oportunidade de fortalecer ami-

zades já construídas pelas redes sociais.

P O R L A R I S S A S O U S A

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“Nós somamos todos, sem fazer crítica a ninguém. E essa é a ideia. Simples-mente abraçar um amigo que você já conhece pelo computador”. Foi assim que Alfredo Marques, organizador do evento, definiu a grande proposta do Tweetfor. A festa vem há 4 edições con-vocando um número maior de pessoas a saírem do mundo virtual e dividirem experiências fora da tela do computador.

Nesta edição, o evento reuniu cerca de 1.500 convidados. A festa iniciou-se às 13 horas, logo após ao debate “O papel das redes sociais nas eleições de 2012”, coordenado pelo jornalista Luís Sérgio Santos e com a presença de nomes importantes da política nacional, como a ex-senadora

Marina Silva. As atrações musicais Grupo Maravilha, Bloco Carnavalesco Bons Amigos / Bateria Surdo Bom e Banda Mix Brasil alegraram a festa en-quanto os convidados se deliciavam com a feijoada servida. Durante o evento, os organizadores Alfredo Marques, Sávio Queiroz e Freitas Júnior fizeram premiações. Os jornalistas Luís Sérgio Santos, Roberta Fonteles, Paulo César Norões, Pompeu Vasconcelos, Eliomar de Lima e a banda O verbo foram hom-enageados com o troféu Tweetfor. Ao longo do bosque os stands da Omni Editora, Vivo, Macavi, Frans Café e

Messejana Shopping expuseram seus produtos. Houve também

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sorteio de brindes. A disposição das mesas foi feita em todo o bosque, de frente para o mar. Enquanto a festa acontecia, os convidados permitiam, por meio de tweets, uma maior interação entre pessoas que não puderam ir ao evento e entre os próprios convidados de outras mesas. O número de participantes do Tweet-for aumenta a cada edição, agregando todas as faixas etárias. Isso prova que fazer amigos virtualmente não tem idade. A festa continuou até o anoitecer.

O PAPEL DAS REDES SOCIAIS NAS ELEIÇÕES DE 2012 NO BRASIL

A partir das 10 hor-as da manhã, o au-ditório do hotel Ma-rina, em Fortaleza, já era palco para o

painel “O papel das redes so-ciais nas eleições de 2012”. O debate teve como foco princi-pal a força de mobilização das redes sociais na campanha

de um candidato. A mesa foi coordenada pelo jornalista Luis Sérgio Santos, que rece-beu como convidados o ator José de Abreu, o secretário nacional do movimento popular do partido dos trabalhadores, Renato Simões (PT), o prefeito de Maracanaú, Roberto Pes-soa (PR), o ex-governador do

Ceará e secretário da saúde Lúcio Alcântara (PR), o presi-dente do diretório municipal do Partido Socialista Bra-sileiro (PSB), Karlo Kardoso, o secretário municipal do meio ambiente, Deodato Ramalho (PT), o presidente da Câmara, Acrísio Sena (PT), o jornalista e blogueiro Eliomar de Lima e a ex- senadora e ambiental-ista Marina Silva.

A participação ou protagoni-zação dos cidadãos na política por meio das novas mídias, as redes sociais como espaço para a mili-tância e fiscalização dos atos políti-cos e o twitter como ferramenta de ação política foram alguns dos te-mas que nortearam o debate. “Tão importante ou talvez mais impor-tante do que a sua presença [twit-ter] no momento eleitoral, é justa-mente a capacidade que o twitter tem de manter atualizada a relação entre cidadãos e pessoas que têm cargos executivos”, disse Renato.

As falas dos participantes foram divididas de forma que cada um ex-pusesse seus questionamentos e os

REPORTAGEM E S P E C I A L

Painel com Deodato Ramalho, Karlo Kardoso, José de Abreu, Renato Simões, Luís-Sérgio Santos, Lucio Alcântara e Roberto Pessoa

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comentasse em blocos de tempo de, no mínimo, 10 minutos cedidos por Luís Sérgio Santos. A cada pronun-ciamento, novos temas passavam a construir as ideias da plateia. Al-fredo Marques deu início ao debate dando boas vindas aos palestrantes e reafirmando o objetivo do even-to. “As rede sociais demostram o seu instrumento democrático que viabilizam uma interlocução ver-dadeira com as pessoas, e isso apro-xima a todos”, disse o organizador.

José de Abreu iniciou as discus-sões falando sobre o fenômeno da atomização do twitter nas próxi-mas campanhas eleitorais. Para o ator, os cidadãos vão ser envolver com a campanha do seu município, cabendo ao candidato escolher se faz a campanha à nível de partido, com o intuito de uniformizar seus eleitores, ou à nível local, atingin-do porções. “O twitter, que é a rede social que eu mais uso, na eleição para prefeito, vai ser a primeira ex-periência forte das mídias sociais nas eleições municipais que há 3-4 anos não havia tanta força assim”, afirma José de Abreu. Já Renato Si-mões falou sobre a participação do indivíduo na política, como agente

ativo, e a migração dos movimen-tos sociais para a Internet. “Além do crescimento institucional, há um número crescente de militantes políticos que querem fazer da rede o seu espaço de militância. O seu espaço de dar opinião, de interagir, de mobilizar, de ser criativo”, disse.

Lúcio Alcântara analisou a capa-cidade de adesão virtual do cidadão às ideias presentes na rede. Para ele,

não se pode ter a pretensão de que “é tuitando compulsivamente que você vai chamar uma multidão para estar em qualquer lugar”, pois nem sem-pre as pessoas que comentam ou postam são as mesmas que realizam manifestações nas ruas. Mas o ex--governador não duvidou que quan-to maior o número de pessoas tem acesso a Internet, maior o alcance da campanha Lúcio também atribuiu a perda dos furos pelos jornais à ins-tantaneidade da Internet, apesar ainda da sua falta de credibilidade. Para ele, o uso das redes sociais na Internet é “um canal da oposição para extravasar” sua indignação. “A Internet, pela questão do anonima-to, tem um caráter predador. Ela é um instrumento muito mais para destruir do que construir a imagem de uma pessoa”, afirmou. Lúcio en-cerrou sua fala dizendo não saber se a próxima campanha municipal vai ter o mesmo efeito que a campa-nha nos estados Unidos, visto que os contextos sociais, culturais e po-líticos desses países são diferentes.

Karlo Kardoso posicionou-se a favor da ideia que prevê a saída de uma campanha baseada em san-

As rede sociais

demostram o seu potencial

democrático que viabiliza uma interlocução

verdadeira com as pessoas, e

isso aproxima a todos.

ALFREDO MARQUES

FOTO TAMARA LIMA

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tinhos e apertos de mão para uma campanha vinculada às redes sociais. “Ainda faz parte da nossa cultura a questão dos vereadores de bairros. Ora se eu estou preso aos interesses de uma comunidade, como que eu vou sair dessa relação corpo a cor-po e discutir a cidade?”, disse o pre-sidente do diretório municipal do PSB. Já Roberto Pessoa acredita que as redes sociais devem ter um papel preventivo nas eleições, fiscalizando os atos dos políticos. Porque, segun-do o prefeito, os partidos brasileiros e a Justiça não realizam esse traba-lho. “Está sendo comprado passe em dinheiro vivo, para uma pessoa sair de um partido e ir para outro. Quando não é com dinheiro é com cargo”, explicou. Para o prefeito, as redes sociais podem fazer com que o público conheça mais os candidatos antes mesmo do início da campanha.

Deodato Ramalho destacou o “oportunismo” pelos quais muitos políticos submetem seus eleitores. Para o secretário do meio ambiente, a imersão no twitter, muitas vezes se dá por modismo, “como é uma moda todo mundo vê, passou a eleição todo mundo some [do twit-ter]”, afirmou. Deodato disse ain-

da que o nível de desinformação, principalmente da juventude com relação à política é imenso. Para ele, é dever dos políticos destruir essa mentalidade que condiciona a po-lítica a uma organização perversa.

Marina Silva iniciou sua fala afir-mando ser “recém adotada” no mun-do digital e que se utilizou da Internet para que as pessoas tomassem um maior conhecimento da sua campa-

nha presidencial. Mas posicionou--se contra o uso da Internet voltada como única meio de fazer campa-nha. “A gente tem que olhar para a Internet muito mais como uma fer-ramenta, não como essência”, disse. A ambientalista também criticou o consumo exagerado que nos torna “exterminadores do futuro”. Para ela, as crianças desde pequenas são inda-gadas sobre o que vão ser, e não sobre o que elas vão fazer quando crescer.

Acrísio Sena concordou com Ma-rina na questão das redes socias serem ferramentas. O presidente da Câma-ra também reforçou que a capacida-de das redes sociais substituírem os movimentos sociais é um mito. “As redes sociais estão conectadas com a ideologia”, afirmou. Eliomar de Lima, que possui cinco anos de blog, brin-cou ao dizer que “as redes sociais são uma feijoada”. O jornalista usou a metáfora para mostrar que nas redes sociais, qualquer pessoa pode opi-nar e postar conteúdo, e que essa nova forma de democracia, assus-ta os “donos da mídia”. Mas ele também afirma que é preciso ter cuidado ao fornecer informação à Internet. “Quem não oferecer um bom feijão, não fica no mercado”.

O twitter, a rede

social que eu mais uso, viverá em

2012, a primeira experiência forte das mídias sociais

em eleições municipais que há

3-4 anos não havia tan.

JOSÉ DE ABREU

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PAINEL. 1. José de Abreu minutos antes da abertura do debate 2. Alfredo Marques entrevista Roberto Pessoa 3. Marina Silva discursa 4.Luís Sérgio dá boas-vindas à Marina Silva 5. Painelistas tuítam durante o debate 6. Sávio Queiroz bate fotos do painel

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JORNALISMO ONLINE REDES SOCIAIS

O Jornalismo on-line, através das Redes Sociais do Estadão possui características de 3ª geração, por

explorar todas as potencialida-des oferecidas pela rede. Faz uso de recursos de multimídia como sons, imagens, vídeos etc. Também disponibiliza o uso de recursos de interatividade, redes sociais como twitter, facebook, blog entre outros, o que permite a participação constante do leitor.

Um exemplo disso é o site do jornal O Estado de S. Paulo. O site procura destacar a importância das informações através de títulos em destaque (manchetes), fotos e vídeos. Permite aos leitores escolher os conteúdos que desejam acessar, a trajetória a ser seguida e a ordem que pre-ferem visualizar as matérias, disponibilizando uma forma rápida de encontrar as informa-ções. O jornal oferece canais de notícias, multimídias, blogs, arquivos, serviços, formato digital, versão PDF, no celular e RSS e agora acaba de lançar o primeiro aplicativo brasileiro de notícias para tabletes (iPad e outros). Com este aplicativo você pode acompanhar em tempo real o que aconteceu no Brasil e no mundo. Com todas essas novidades, garantem maior crescimento e sucesso.

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A ideia é essa: tirar

a pessoa da frente da tela do computador e trazer pro mundo real, para fortalecer essas amizades. A gente já faz isso há cinco festas. “O Tweetfor dá a oportunidade a pessoa de conhecer no mundo real o amigo que fez no mundo virtual”.SÁVIO QUEIROZ, publicitário e organizador do TweetFor @Queirozcostaart

“É uma festa que eu gosto muito de vir por saber que é

uma oportunidade que a gente tem aqui de interagir com pessoas das mais diferentes áreas de trabalho, amizade. É um contraponto daquilo que a gente diz que a Internet isola as pessoas”.PAULO CÉSAR NORÕES, jornalista e comentarista esportivo @pcnoroes

“Hoje eu conheci em torno de umas 30 pessoas que eu conheço só pelo twitter”. PEDRO FURLAN, estudante @Pedrofurlannn“Eu acho que um evento desse maravilhoso para se reunir pessoas maravilhosas que integram essa rede social é de

grande valor.”ALERRANDRO LIMA, colunista e diretor de marketing @Alerrandrolima“A importância do Tweetfor é o momento de confraternização e de encontro de temas inclusive importantes pro Brasil. Acho que é uma nova forma de se divertir, comer feijão, ouvir samba, fazer amizade e de fazer uma relação entre o mundo virtual e a vida real”. PRETO ZEZÉ, presidente da Cufa Brasil

“Estou aqui para confraternizar, conhecer pessoas que eu conhecia só pelo twitter. Interagir com os amigos que a gente já interage pessoalmente”.RITA FEITOSA, empresária @Ritafeitosa“O network é muito importante saber que as pessoas não são só 140 caracteres, elas existem, elas são de verdade, não são só recrios numa rede social”. JÉSSICA NAYANNE, jornalista social media @Jessica_nayanne “Muitas pessoas aqui eu conheço. A festa também fez com que eu conhecesse pessoas que me seguiam e que eu também sigo”.LUCAS MACHADO, estudante @Lucasmachadop15“Na verdade, eu acho que tanto o objetivo do evento quanto o meu é conhecer as pessoas

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que participam desse mundo virtual, acho que essa é o objetivo dos encontros”. DYEGO FELIPE, corretor de imóveis @Dyegofelipe“No twitter, com 140 caracteres, todo mundo é do mesmo tamanho”. FREITAS JÚNIOR, advogado e organizador do TweetFor @Freitas_Jr

“O mundo hoje ficou pequeno através do twitter”. DENNY FEITOSA, editor e publicitário @Dennyfeitosanacional do movimento popular do partido dos trabalhadores“O encontro com os amigos não no trabalho, mas

num ambiente diferente e descontraído onde a gente possa aproveitar um pouquinho mais foi o que me motivou a vir”. BIA BOCAYUVA, jornalista @Biabocayuva“ As redes sociais são uma feijoada. Quem não oferecer um bom feijão, não fica no mercado”.ELIOMAR DE LIMA, jornalista e blogueiro

“Nosso trabalho hoje é a recuperação da Praia de Iracema e tudo que o twitter puder ajudar em termos de divulgação, em termos de divulgar informações do que está sendo feito me interessa. Eu vim aqui para apoiar o

evento”.CLÁUDIO ARY, engenheiro civil

“É uma festa muito divertida, bacana, sempre com uma boa gastronomia, uma boa banda e gente bonita. Todas as edições do Tweetfor nós estamos presentes. Todos os eventos para tuiteiros”. PATRÍCIA XIMENES, administradora de empresas @patixspresentes“O Tweetfor agrega porque é uma festa, um organismo, uma organização sem preconceito. Nós somamos todas as pessoas de todas as cores, de todos os credos, inclusive aqueles que não possuem credo. Sem nenhuma preferência ou sem

nenhum estereótipo sexual sem um posicionamento político definido ou de todos os posicionamentos políticos”.ALFREDO MARQUES, advogado e organizador do tweetfor @Alfredomarques

“Tão importante ou talvez mais importante do que a presença no momento eleitoral, é justamente a capacidade que o twitter tem de manter atualizada a relação cidadão entre pessoas que têm cargos executivos”. RENATO SIMÕES, secretário nacional do Movimento Popular dodo PT

A internet e as redes sociais vêm desempenhando um papel cada vez

mais importante para a mobilização cívica na vida política. Vimos o poder dessas ferramentas no despertar democrático dos países do Norte da África e do Oriente Médio sacudidos pela Primavera Árabe. DILMA ROUSSEFF, durante o encontro do governo aberto, evento que ocorreu em paralelo à 66ª assembleia geral da organização das nações unidas (onu), em 20 de setembro de 2011

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Nely de Carvalho e Montiele Arruda

Bia Bocayuva

Alerrandro Lima e Denny Feitosa

Artemísia Melo e Larissa Fortes

Maurício Lima, Demetrius Andrade e Eliomar de Lima

Cláudia Vasques e Rosana Kopf

FOTOS: TAMARA LOPES E NELY DE CARVALHO

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Alexandre Cabral e Cláudio Ary

Juliana Dias e Inara de Almeida

Roberta Fonteles e Sônia Bayma

Lucas Machado e Pedro Furlan Banda Mix Brasil

Lavínia e Arthur Araripe

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Alfredo Marques, Freitas Jr., Marina Silva e Sávio Queiroz

Sônia Bayma, Maria Aguiar, Flávio Melo e Priscila Cavalcanti

Lídia Militão, Lúcia Leiva e Rita Feitosa

Raoni e Maíra Marques

Jason Stone, Artur Costa Lima e Iran Ribeiro

Eugênio Vasques, Erinaldo Dantas e Leandro Vasques

Lílian Carneiro, Excelsa Costa Lima e Jason Stone

Freitas Jr., Victor Bayma e Eduardo Castelo

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José de Abreu

Eliomar de Lima e Deodato Ramalho

Sérgio Brasilis e Iratuã Freitas

Rui Martinho

Alessandra e Mauro Carmélio

Patrícia Ximenes e Edson Júnior

João Alves, Jéssica Nayane e Jair Dangelo

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Liana Ximenes e Armando Costa

Adalberto Alencar, Sávio Queiroz e Preto Zezé

Banda Surdo Bom

Alfredo Marques, Geraldo Sinclair (Louro Maia)

Banda O Verbo e Luís Carlos Moreira

Fran’s Café Luís Sérgio Santos, Ferrúcio Feitosa e Preto Zezé

Paulo César Norões e Tarcires Soares

Darlene Braga e Marcos Otávio Monteiro

Fernando Dantas, Leonardo Bayma e Eduardo Galdino

Bosque do Marina Park Hotel

Edvaldo Filho e Freitas Jr.

e Edson Guimarães

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J A N E I R O 2 0 1 2 | Fale! 45 Alfredo Valente, Edson Santana, Ricardo Filho e Felipe Bayma

Luís Sérgio Santos, Assis Martins e Chico Mauro

Acrísio Sena Iratuã Freitas e Inara de Almeida

Humberto e Montiele Arruda

Ivete e Gabriel Seffair

Fernanda e Fernando Dantas

Leandro e Aline Vasques

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O JORNALISTA E DJ GUGA de Castro se destacou em 2011 pelo seu talento em várias atividades. Come-çando pelo projeto “Farra

na Casa Alheia”, iniciado em 2001, que fez com que muitos jovens marcassem presença no bar Buoni Amicis, em todas as edições da festa. A “Farra”, como é conhecida pelo público, surgiu para difundir os gêneros musicais produzidos no Brasil. O samba, carimbó, maraca-tu e guitarras, são alguns deles. O projeto também realizou grandes shows, como: Mundo Livre S/A (PE), Moacyr Luz (RJ), Wado (RJ), Lucas Santtana (RJ), Orquestra Contemporânea de Olinda (PE), etc. Além da excelente iniciativa em fortalecer o pensamento cul-tural de uma juventude madura, o DJ assinou a programação musical

Os destaques da cena cultural no Ceará em 2011

Parabélum, do autor cearense Gilmar de Carvalho, saiu agora em nova edição da

editora Armazém da Cultu-ra sua primeira versão foi escrita na década de 70. O livro é renovador na literatura brasileira, ficou por décadas escondido do grande público. Parabélum é hoje um roman-ce considerado pós-moderno, com sua narrativa incandes-cente e um anti-herói que se

transmuta de Jesus Cristo a Lampião e depois em Che Guevara. Natural de Sobral, Gilmar de Carvalho vive em Fortaleza desde os dois anos de idade. A obra não é o seu único livro ficcional. Publius Flavius, escritor romano que viveu no século 4 d.C., es-creveu: “Si vis pacem, para bellum”. A locução latina diz: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Muito tempo depois a indústria alemã de

armas usaria o “Parabélum” para designar o calibre de suas pistolas. As tais pistolas foram muito usadas no Nor-deste na época do cangaço. Lampião e seu bando usa-ram a arma que se cunharia Parabélum, com acento e um L a menos. Escritor, professor universitário e publicitário, é também um dos mais raros autores do Brasil e certamen-te o grande autor ainda não revelado do Ceará.

da rádio Beach Park FM (101,7), em Fortaleza. Quem é ouvinte, pode se divertir com ritmos mar-cantes, e apreciar um bom soul, jazz, pop internacional, lounge, grandes clássicos do rock, e novas regravações de outros clássicos mundiais, assim como também, uma linha alternativa de bandas

Um clássico da literatura

não tão populares, mas de muito bom gosto. Guga ainda comanda um quadro na rádio chamado “Coisas estranhas que só o Guga conhece”, onde o próprio toca músicas bizarras e desconhecidas. Talvez por fazer tanta pesquisa, tenha se tornado um conhecedor nato da boa musica. n

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KHALIL GIBRAN, PRODU-TOR e músico cearense que escreve artigos bacanas e com muita sensibilidade sobre músicos locais no site

Brasil 247, e um dos criadores do Caldas Fest — que acontece todos os anos em Barbalha, CE —, recebe nossa homenagem como destaque na cena cultural em 2011. Um novo talento da música brasileira que lançou seu primeiro CD chamado “Noturno”. O interesse específi-co pela música veio lá pelos seus 13 anos em sua escola que ficava em frente a rodoviária, e lá, tinha uma lanchonete cujo dono era fã do Raul Seixas, com isso, o jovem sempre encontrava uma chance de ir lanchar todos os dias no local. A partir de Raul seguiram-se des-cobertas nacionais como Lobão, Legião Urbana, Ira!, Paralamas do Sucesso, Inocentes, Ultraje a Rigor, Titãs, além de estrangeiras, como Beatles, Bob Dylan e Ramones.

DESTACO O PRÊMIO QUE o artista cearense Manas-sés de Souza ganhou em Novembro – A medalha Lauro Maia. A Câmara

Municipal de Fortaleza (CMFor) realizou uma sessão solene para conceder a Medalha Lauro Maia 2011 aos músicos Raimundo Fagnerww, Manassés e ao curso de música da Universidade Fede-ral do Ceará (UFC). De acordo com o site da Câmara Municipal de Fortaleza, o prêmio é uma iniciativa da Comissão de Edu-cação, Cultura, Lazer e Desporto, presidida pelo vereador Guilher-me Sampaio (PT), com o intuito de valorizar a cultura musical cearense. Manassés é uma figura tão talentosa que marca sempre presença aqui na coluna, e com destaque. Natural de Maranguape, o cantor, compositor e multi--instrumentista teve sua carreira de músico destacada na década de 1970. Tocou com grandes estre-las da Música Popular Brasileira como Roberto Carlos, Chico Buarque, Nara Leão, Gal Costa, entre outros. No geral, lançou 10 discos solo. Participou de festivais no Brasil e no exterior e compôs trilhas sonoras para cinema e grandes comerciais. Hoje, reside em Brasília, onde idealizou um projeto que busca descobrir talen-tos musicais em escolas públicas do Distrito Federal. n

Paralelo a isso, passou a escutar músicos do Nordeste, como Fagner e Nelson Farias. No início da sua maturidade musical, juntou-se a alguns amigos e formaram a banda “Tribos e Tributos”. Em seguida lide-rou a banda “Retirantes”. No entanto, queria se aprofundar e investir se-riamente na música, passou uns três anos pesquisando, ouvindo discos, e produzindo trabalhos de outros artistas em seu “Home Studio”. n

Inara de Almeida (foto) é a idealizadora e responsável pelo encontro mensal de

mulheres empresárias e de destaque na sociedade cea-rense, o Mulheres em Pauta. Hoje, o evento é compromis-so na agenda de todas as luluzinhas da high society, e presença marcante nas princi-

pais mídias sociais. Com muita simpatia, comprometimento e glamour, Inara conquistou credibilidade no mercado femi-nino, e o evento proporciona troca de informações, onde a mulherada aproveita para fechar negócios e fazer ne-twork. É um encontro mensal que tem o intuito de estreitar relações entre mulheres que têm um objetivo em comum, ajudar uma entidade benefi-cente, manter-se atualizadas sobre assuntos diversos como: tecnologia, moda, culinária e comportamento. O projeto que cresce cada vez mais, já está se preparando para receber também os homens. O evento Mulheres em Pauta cresce também através de uma rede de amigas que se forma a cada encontro. Contato pode ser feito via (85) 9985.0223

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EU QUERO!Confira os principais lançamentos no mercado do luxo com peças que esbanjam tecnologia, design e sofisticação

ANEL DUPLO EM TURMALINA PARAÍBA

Ara VartanianUS$ 526

Composto por ouro amarelo e branco, turmalina Paraíba, safiras azuais e diamantes, a joia da grife Ana Vartanian tem a mina da sua

matéria-prima esgotada desde 1993. Pelas dificuldades de extração (são encontradas em

veios finíssimos), beleza e raridade, a Turmalina Paraíba é considerada um tesouro.

RELÓGIO MASCULINO COM PULSEIRA DE BORRACHA PRETA

Empório ArmaniUS$ 571

Acessório masculino básico, o relógio preto com pulseira de borracha é indispensável para homens com estilo. Já

que a pulseira propõe um ar mais esportivo, o relógio é

indicado para o dia-a-dia. Os marcadores pratas juntamente

com o visor e pulseira pretos somam discrição ao acessório.

BOLSA PARA MÁQUINA FOTOGRÁFICAKate SpadeUS$ 265Essa bolsa caramelo em estilo vintage da Kate Spade é ideal para carregar o seu equipamento fotográfico. Com alças reguláveis e desenhos em alto relevo, ela faz parte da nova coleção de verão da marca. Dá vontade de ter um equipamento profissional só para desfilar usando essa bolsinha linda!

SALTO CLARICE Kate Spade

US$ 325Revestido de cetim e com fitas em forma de

flor na ponta, o salto vermelho funciona perfeitamente com roupas de tons

mais frios, o que proporciona um

maior contraste e luxo nos pés.

CADEIRA COM ALTO FALANTE ACOPLADOXRockerUS$ 215Aparentemente uma simples poltrona preta com detalhes em laranja. O que você não sabe é que essa poltrona foi desenhada especialmente para Gamers. Possui dois auto-falantes, fazendo com que você se sinta dentro do jogo. possui um design exclusivo que deixa o jogador com a coluna totalmente apoiada, evitando a má postura típica de quem passa horas jogando. As Poltronas X-Rocker também podem ser interligadas permitindo que você e seus amigos sintam a mesma emoção durante o jogo. Ela ainda pode ser utilizada como Home Theather.

CONSUMO

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Nº 5Chanel

US$ 133“Durmo vestida com apenas algumas

gotas do perfume”. Frase célebre de Marilyn Monroe que mostrou a paixão da atriz pelo perfume mais

importante e conhecido da Chanel. Foi o primeiro a incorpoar o aldeído,

nota sintética capaz de realçar o aroma dos ingredientes naturais

presentes na fórmula.

HYPNÔSE DOLLS EYESLancôme ParisUS$ 42Cílios de boneca e olhos 35% maiores: é isso que o novo rímel da Lancôme promete. O segredo está nas cerdas macias e duras do aplicador. O frasco tem um design em forma de silhueta e é decorado . E o mais gostoso é que o produto possui um perfuminho delicado e floral.

IMPRESSORA 3D

Você acaba de descobrir que tem uma festa à fantasia para ir e não tem tempo para comprar a máscara. Que tal imprimi-la com a forma que você quiser agora na

sua casa? A impressora Printer 3D permite imprimir objetos de rigidez variável. A criação de objetos acontece a partir da substância halogênio, que derrete

o pó de náilon. O material utilizado (plástico ABS) ainda pode receber um acabamento. Esse tipo de impressora não requer ambientes especiais e pode

ser utilizada em ambientes de escritório. Embora seu uso ainda não esteja popularizado, ela é útil para empresas que querem visualizar o seu produto sem

um maior acabamento ou até mesmo nas salas de aula, quando o professor precisa esqueceu o material e precisa imprimir formas geométricas.

Dimension

US$ 14.900

BLUSH COM ESTAMPA EM ONÇADiorUS$

Com a alta das estampas “animal print”, a Dior lançou um blush em tons de marrons cintilantes com estampa de oncinha. O cosmético ficou batizado com o nome Mitzah, em homenagem a umas das musas da Dior, Mitzah Bricard, que ficou conhecida por sua paixão por animais. O bush é um luxo!

DOCKSIDE FEMININO ROSACapodarte

US$ 96 Cabedal confeccionado em couro na cor

Rose (rosa) com laço transpaçado ao longo do calçado, transmitindo charme

e glamour à sapatilha. Palmilha almofadada, proporcionando

conforto. Salto e solado emborrachados com estampa em relevos

antiderrapantes, garantindo segurança e

durabilidade ao calçado.

CARTEIRA EM COURODolce e Gabanna

US$ 340Trabalhada em couro marrom

com uma placa em tom de ouro com o logotipo. O acessório possui bolso interno grande e oito compartimentos para

cartões. O design da carteira é todo em alto relevo.

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Érika Martins, Lêda Maria, Dioneide Bernardinho, aniversariante, Tânia e João Jorge Vieira

Danilo César Barbalho e Natasha Barreira

Regina Midelo e Efrain Cavalcante

Larissa Reis e Diego Ferraz

Fernando Férrer e Zenilo Almada Islay Rangel e Iratuã Freitas

A tradicional festa anual do jornalista Luiz Carlos Martins, no Grand Marquise, em Fortaleza reuniu amigos

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Luis Carlos Martins entre irmãos: Jane, Rildson e Aracy Cristiane e Antônio Marques Cavalcante

Flávio e Jessler Melo

Arcelino Mentor, Carol Melo, Norma e Arcélio Mentor

Eduardo Gaudino, José Valdo, Marcondes Viana, José Rangel e Zezé Jereissati

Marta e Antônio Cambraia Luis-Sergio Santos e Luis Carlos Martins

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João Pontes, Tonzito e Ana Cavalcante

Nicinha e Carlos Ferreira e Luis Carlos de Lima

Priscila Cavalcante e Epitácio Flávia e Carlos CasteloÁlvaro e Ivanilde Andrade

José Valdo Silva e Marta PeixeEdmilson e Lucília Cunha

A festa anual do jornalista Luiz Carlos Martins

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Vereador Bom Bibi, Fernando Maia, Luís-Sérgio Santos, Camilo Santana, Gastão Bittencourt e Acrísio Sena

Plateia no evento de Concessão do Título

Equipe de Cerimonial da Câmara Municipal de Fortaleza João Carlos Oliveira e Acrísio Sena

Acrísio Sena, preseidennte da Câmara de Vereadores de Fortaleza, João Carlos Oliveira — o João de Bacalhau — e Fernando Maia

João do Bacalhau, Cidadão de Fortaleza

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Ingred e Marcelo Romero

Jorge e Beatriz Dantas

Jose Carlos e Valeria Gama

Lizandro, Eveline e Carlos Fujita

Jurandi e Raquel Santiago

Fernando Diniz e Sara Castro

No dia 25 de dezembro de 2011, o La Maison foi palco do evento Prêmio da Construção 2011 realizado pelo Sinduscon-Ceará. Os homenageados foram: o empresário Carlos Alberto Studart Neto da Construtora Magis, o professor José Ramalho (Tecnologia e Qualidade na Construção), o presidente da Caixa Econômica Federal José Hereda (Desenvolvimento Setorial), o engenheiro Waldyr Diogo (Resgate Histórico da Construção), o encarregado de obras da Konnen joão Lima dos Santos (Operário do Ano), e a engenheira Patrícia Nery da Construtora CRC Engenharia (Responsabilidade Social).

A festa anual do Sinduscon, Ceará

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Marina e Gama Filho

Jorge Hereda e Roberto Sergio Ferreira

Fernando e Tereza GurgelFrancisco Jose e Regina Catunda

Beto Studart e Ana

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CEARENSES MAIS I N F L U E N T E S PRÊMIO OMNI 2011

A Omni Editora realizou no dia 11 de julho de 2011 a festa dos 30 Cearenses Mais Influentes 2011 no Centro de Convenções do Gran Marquise Hotel, em Fortaleza. O editor e publisher Luís-Sérgio Santos saudou os homenageados e convidados destacando que o Prêmio é um reconhecimento da Omni aos cearenses que influem com o seu exemplo e o seu trabalho a formação de parâmetros sociais qualitativos. O evento foi comandado pela jornalista Cristiana Lôbo, da GloboNews.

1. Chico Mauro Oliveira entrega o Troféu Omni ao almirante Fernando Mauro Barbosa de Oliveira. 2. Jason Stone e o editor da Omni Luís-Sérgio Santos. 3. Orlando Mota, da Mota Comunicação, Luís-Sérgio Santos com Binho Bezerram, presidente do Bicbanco. 4. Roseane Medeiros, presidente do CIC e Maria da Penha

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Os implantes são ‘raízes’

artificiais em titânio que substituem elementos dentários

perdidos, com uma grande

capacidade de suportar os

dentes artificiais ou próteses.

POLÍTICOS 2id Ferreira Gomes n Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra n Camilo Santana n Patrícia Saboya n Eunício Oliveira n Luizianne Lins n Domingos Filho n Arialdo Pinho n José Teodoro Soares n Acrísio Sena EMPRESARIOS&EMPREENDEDORES Amarílio Proença de Macêdo n Ivens Dias Branco n Roberto Proença de Macêdo n Pio Rodrigues Neto n Binho Bezerra n Ednilton Gomes de Soárez n Mário Feitoza n Roberto Sérgio Oliveira Ferreira n Luiziane Cavalcante Fernandes n Luiz Eduardo Girão ARTISTAS&INTELECTUAIS Fagner n Ítalo & Renno n Twitters [Alfredo Marques, Freitas Jr, Sávio Queiroz n Jesualdo Farias n Pedro Henrique Saraiva Leão PROFISSIONAIS LIBERAIS Valdetário Monteiro n Almirante Fernando Mauro Barbosa de Oliveira n Pompeu Vasconcelos ESPORTES Silvana Lima n Evandro Sá Barreto Leitão ÍCONE Maria da Penha

FOTOS ACERVO OMNI

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LEITURA E COMPREENSÃO DO MUNDOPor Erika de Souza Bueno

ANTES DE FORMULARMOS E MANIFESTAR-MOS quaisquer pensamentos, conceitos ou preconceitos a respeito de algo ou alguém, é interessante atentarmos para a célebre frase de Leonardo Boff que intitula o presente artigo e que faz parte de seu livro A Águia e a Galinha.

Isto porque todos enxergam o mundo e elaboram seus pontos de vistas (conceitos) de acordo com o ponto em que estão, seja este ponto real e con-creto ou imaginário ou subjetivo. Como Boff mesmo disse no livro citado, a cabeça pensa de acordo com o lugar onde pisam os pés; por isso, nós, pais e pro-fessores, precisamos fazer dos nossos lares e escolas lugares onde todos tenham igualdade de condições.

A escola e a casa devem ser lugares em que a criança aprenda desde cedo a pluralidade do mundo, dentro da qual situações e circunstâncias sempre con-tribuem para determinado condicionamento de pes-soas. As nossas escolas precisam ser locais que per-mitam a criança ler e interpretar a realidade com um olhar amplo, sem preconceitos que geram atitudes de intolerância e até violência.

Como são e estão os nossos olhos? Estão fechados apenas em nosso mundo? São e estão abertos para compreender e respeitar a realidade do outro, assim como suas experiências e contradições?

Torna-se cada vez mais importante ampliarmos nossa visão de mundo diante daquilo que já nos é co-mum, ou seja, para além daquilo que nos é comum e confortável. Temos que atentar para situações de injustiça e violência que provocam dores e lágrimas em pessoas que nos são alheias. Precisamos romper as fronteiras de nossa confortável realidade e deixar de ser indiferentes à dor do próximo.

É preciso respeito ao que se apresenta de maneira diversa daquilo que estamos acostumados dentro do nosso universo particular, pois as diferenças são ri-quezas que nos completam e nos fazem cada vez mais próximos da plenitude da vida e do amor. Na sala de aula, uma das possíveis causas de tantos dissabores possivelmente seja o fato de que as diferenças entre

a realidade do professor e a do aluno não estão sen-do respeitadas e compreendidas pelos envolvidos no processo.

Para se ter um bom relacionamento com o aluno, o professor não precisa anular o que julga ser correto e aceitável. Não, de forma nenhuma. Da mesma manei-ra, é preciso fazer chegar ao conhecimento do aluno que ele não precisa ser como o professor ou seus pais, ainda que estes precisem adotar um comportamento de exemplo do que ensina e transmite, tanto em casa como em sala de aula. Tanto professores e pais quanto alunos podem viver em harmonia mesmo sendo tão diferentes uns dos outros.

É fundamental compreendermos que, assim como acontece conosco, os pontos de vistas do nosso aluno advêm do lugar onde ele está inserido e da situação que ele está vivendo - ou por algum motivo acredi-ta que está vivendo. Às vezes, os problemas que o aluno apresenta como causas de seu mau relaciona-mento com o outro e consigo mesmo são pequenos e insignificantes para seus pais e professores, mas nem por isso devem ser desconsiderados, pois é a manei-ra como o mundo está sendo lido e interpretado por esse filho e aluno, uma vez que “cada um lê com os olhos que têm”.

Nossa missão é ampliar a capacidade de percepção do mundo de cada um de nossos filhos e alunos, con-tribuindo para a construção coletiva de uma socie-dade mais justa e igualitária para todos, diminuindo, desta forma, a rivalidade e o preconceito que só nos impedem de melhorar nosso papel de pais e professo-res de jovens tão ávidos por ser compreendidos, exer-cendo maior compreensão.

Erika de Souza Bueno é Coordenadora-Pedagógi-ca do Planeta Educação e Editora do Portal Pla-neta Educação (www.planetaeducacao.com.br). Professora e consultora de Língua Portuguesa e Espanhol pela Universidade Metodista de São Paulo. Articulista sobre assuntos de língua por-tuguesa, educação e família.

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1 Revista é uma importante fonte de informação e análise.2 O leitor de revista gosta de inovação.3 Revista atinge todos os seguimentos da sociedade.4 São mais de 4500 títulos para atender aos interesses do leitor.5 O leitor de revista tem poder de compra.6 Revista é o primeiro

passo para criar o hábito de leitura.7 O leitor de revista valoriza a publicidade.8 Revista gera credibilidade para produtos e marcas.9 A combinação de revistas com outras mídias resulta em melhores resultados.10 Revistas duram mais, seus anúncios também.

Razões para o sucesso das revistas

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