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A UTILIZAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS COMO PROPOSTA
DINAMIZADORA NAS AULAS DE GEOGRAFIA
Elaine Farias Teixeira
Universidade Estadual da Paraíba
Orientadora: Josandra Araújo Barreto de Melo Universidade Estadual da Paraíba
RESUMO
O presente artigo trata de analisar e propor reflexões com base nas práticas desenvolvidas em uma
turma do 8° ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Professor Itan Pereira, localizada na cidade de Campina Grande-PB. O trabalho foi ampliado no
contexto das intervenções pedagógicas relacionadas à ressignificação das práticas tradicionalistas no
ensino de Geografia inserindo as atividades lúdicas como estratégia metodológica eficiente para a
construção de ensino e aprendizagem no contexto da sala de aula. Este trabalho foi realizado com base
na pedagogia de projetos e no âmbito do planejamento e execução, alguns levantamentos
bibliográficos forneceram respaldo para a inserção do lúdico como argumento dinamizador para
delinear todo o processo de construção das atividades propostas, sendo assim, norteou-se o
planejamento das aulas as estratégias vinculadas aos conteúdos do 8° ano do Ensino Fundamental, ou
seja, a América. Nesse sentido, as intervenções reuniram variadas estratégias didáticas com a
finalidade de viabilizar subsídios para uma maior dinamização das aulas, sobretudo, inserir o aluno
segundo sua vivência e saberes como agentes transformantes do espaço, assim como facilitar a leitura
sobre os aspectos que estão intrinsecamente relacionados ao contexto da América e de sua
regionalização, partindo de pressupostos de escalas amplas para analisar o local e propiciar com que o
aluno perceba os aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos. Dessa forma, o projeto
desenvolvido proporcionou significativas contribuições para o ensino e aprendizagem da Geografia,
além de ampliar a ressignificação de metodologias para a prática de ensino, prosperando a capacidade
cognitiva.
Palavras-Chave: Lúdico, Ensino e Aprendizagem, Ensino de Geografia.
INTRODUÇÃO
Os procedimentos metodológicos para inserção da atividade lúdica como argumento
dinamizador para o ensino escolar de Geografia é a proposta de abordagem que apresenta
este artigo e está sendo realizado com a participação de 34 alunos na turma 8° ano “D” do
Ensino Fundamental II, na Escola Estadual Professor Itan Pereira, localizada no bairro de
Bodocongó, na cidade de Campina Grande, Paraíba. O projeto foi vinculado ao Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência-PIBID/ Subprojeto de Geografia-UEPB.
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A escolha dessa temática se justifica pela indispensabilidade de progressos no
processo de ensino e aprendizagem de Geografia, utilizando como argumento a
ressignificação das práticas tradicionalistas de ensinos descritivos e enfadonhos, viabilizando,
assim, a inserção do lúdico como proposta de educação geográfica comprometida em
despertar a capacidade cognitiva do aluno, tomando por conhecimento seu título significativo
de agente transformante do espaço social. Frente ao panorama que nos é posto, há muito
tempo emergem questionamentos sobre a eficácia desse recurso, no entanto, é notória a
importância da ludicidade para estimular a expressão das ideias e reflexão do aluno,
possibilitando, segundo Piaget (1975), à transformação da vivência concreta do aprendiz em
abstrata, ou seja, despertando atenção e compreensão.
Mediante o exposto, o presente artigo objetiva analisar e propor reflexões com base
nas práticas desenvolvidas em uma turma do 8° ano do Ensino Fundamental na Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Itan Pereira, localizada na cidade de
Campina Grande-PB.
A estrutura deste artigo está dividida em três partes, a Primeira estando vinculada a
ressignificação das metodologias no ensino de Geografia, a Segunda, ao trabalho com as
categorias geográficas: Escala e Região inseridos para melhor compreensão do conteúdo do
8° ano, a América, e a Terceira parte referindo-se a abordagem das atividades lúdicas como
metodologia para a dinamização das aulas de Geografia, sendo este último, a principal
proposta deste trabalho.
1.1 Ressignificação das metodologias no ensino de Geografia
Não é fácil analisar o percurso da Geografia até a contemporaneidade, mas de fato
desafiador e interessante quando se trata de evidenciar fatos e momentos. O homem faz
Geografia desde a pré-história, a começar pela etapa nômade, não havendo assim moradia fixa
e, consequentemente, descrevendo suas próprias rotas. Desta forma, o homem não passa
apenas a construir o espaço geográfico, como a compor e dinamizá-lo segundo suas
necessidades. Conforme nos orienta Andrade (2008):
Na pré-história, na Antiguidade e na Idade Média, a geografia era utilizada apenas
para desenhar roteiros a serem percorridos, para indicar os recursos a serem
explorados, para analisar as relações meteorológicas, estando profundamente
identificada com a Cartografia e com a Astronomia. (ANDRADE, 2008, p.18)
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Observa-se que com a evolução das estruturas econômico-sociais, ou seja, a relação
entre sociedade e natureza, tornou-se notório o conhecimento e aplicação do homem em
dominar e modificar seu meio, sendo assim, desfrutando dos recursos disponíveis. Com o
avanço das civilizações, a Geografia torna-se uma ciência em meados do século XIX, tendo
como base alguns paradigmas que emergiram em ideias dissociativas diante da falta de
precisão em estabelecê-la, vale destacar que o contexto científico desta tem como precursores
dos trabalhos geógrafos que trouxeram enormes contribuições para esta área, sendo eles:
Alexandre Von Humboldt, naturalista viajante e o Karl Ritter, filósofo e historiador, trazendo
para este campo uma ideia formativa e condicionante na perspectiva científica e autônoma
desta ciência.
Na França, o desenvolvimento da Geografia ocorreu por mérito de Paul Vidal de La
Blache, suas contribuições no pensamento geográfico brasileiro foram significativas, pois,
caracterizando uma ciência não politizada ancorada nas ideias positivistas de Augusto Comte,
cedeu espaço para o surgimento da Geografia Tradicional, digna e provocadora de bates e
embates. Nesse contexto, a esfera de ensino-aprendizagem de geografia não passou apenas de
uma disciplina decorativa, ou seja, informar a respeito das várias áreas do globo terrestre,
catalogando nomes de rios, cidades, mares, montanhas e recursos produzidos, mas, um ramo
do conhecimento meramente instrutivo, não estimulando a cognição e reflexão do aluno.
Como nos mostra Lacoste (1998):
Uma disciplina maçante, mas antes de tudo simplória, pois, como qualquer um sabe,
“em geografia nada há para entender, mas é preciso ter memória...”. De qualquer
forma, após alguns anos, os alunos não querem mais ouvir falar dessas aulas que
enumeram, para cada região ou para cada país, o relevo - clima – vegetação –
população – agricultura – cidades – indústrias (LACOSTE, 1998, p.21).
De fato, a própria existência da sala de aula é desafiadora para o professor, o
provocador responsável por aderir novos recursos didáticos e metodológicos que resinifiquem
o tradicionalismo enraizado do ensino mnemônico, ou seja, da memorização contínua e
enfadonha. Embora a Geografia enquanto ciência tenha aderido contribuições das demais
correntes de pensamento, além da Geografia tradicional, dentre elas: Geografia neopositivista,
Geografia humanista e Geografia crítica, é interessante salientar e analisar os desafios dos
profissionais de Geografia em superar o tradicionalismo.
Partindo dos pressupostos acima, muitos profissionais da área não estão inseridos no
contexto das tecnologias disponíveis do século XXI, seja por falta de formação, como também
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pela não disponibilidade em reinventar-se. Desde 1988 com o ingresso da internet,
principalmente na última década, a nova geração de alunos nasce com acesso à informação,
exigindo dia após dia, não apenas a participação do professor nesse espaço construtivo, mas a
utilização das tecnologias e atividades lúdicas como proposta dinamizadora do contexto da
sala de aula. Conforme nos afirma Kaecher:
(...) os alunos, no geral, não têm mais paciência para nos ouvir. Devemos não apenas
nos renovar, mas ir além, romper a visão cristalizada e monótona da Geografia como
a ciência que descreve a natureza e/ou dá informações gerais sobre uma série de
assuntos e lugares. Devemos fazer com que o aluno perceba qual a importância do
espaço, na constituição de sua individualidade e da(s) sociedade(s) de que ele faz
parte (escola, família, cidade, país etc.) (KAECHER, ,2002, p.03).
Nessa perspectiva, com o pressuposto de “revolução” surge na década de 1970, a
Geografia crítica, ou, a “reconstrução do saber geográfico quanto à criticidade e o
engajamento’' (VESENTINI, 1995).
1.2. Trabalhando com as categorias geográficas: escala e região
A Geografia enquanto ciência utiliza-se de conceitos para nortear de forma ampla os
seus estudos mais específicos, sendo assim, torna-se de extrema relevância o conhecimento
das categorias geográficas, sendo elas paisagem, lugar, território e região para o objeto de
estudo da Geografia: o espaço. Desta maneira, segundo a edição de Cadernos Geográficos, da
Universidade Federal de Santa Catarina:
O que importa é que os geógrafos conceberam, na construção da Geografia, uma
análise de conjunção do natural e do humano, transformando o espaço geográfico
em um conceito que expressa a articulação Natureza e Sociedade, ou seja,
construíram um objeto de interface entre as ciências naturais e as ciências sociais.
(CADERNOS GEOGRÁFICOS, N°12, 2005, p.47)
Ressaltando a correlação entre a natureza, sociedade e compreensão das categorias
geográficas é notória a discussão de outro fator elementar de grande importância para a
Geografia, porque durante toda existência o termo escala sempre esteve presente, porém,
poucos se arriscaram a discutir esse tema, devido a tamanha complexidade. No entanto, Iná
Elias de Castro em sua obra O Problema da Escala discuti o conceito de escala, que
ultrapassa os limites da analogia geográfico-cartográfica, rompendo paradigmas e
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encontrando desta maneira, novos níveis de abstração e objetivação, ou seja, visa discutir a
escala como estratégia de apreensão da realidade como representação. “Se o espaço não é
encarado como algo em que o homem (o aluno) está inserido, natureza que ele próprio ajuda a
moldar, a verdade geográfica do indivíduo se perde e a Geografia torna-se alheia para ele”
(RESENDE,1986, p.20). De modo que, podem-se abordar os conteúdos utilizando a categoria
Região, estabelecendo relação das escalas mais amplas para a local, proporcionando a visão
de mundo do aluno para a realidade cotidiana, uma vez que, segundo Moreira: “Só ao nível da
escala regional a totalidade do real pode ser apreendida em toda sua riqueza multivariada, dir-
se-á, portanto esta tende a ultrapassar os limites do alcance de sua apreensão para as escalas
de espaços mais amplos”. (MOREIRA, 1981, p.62)
O conceito de Região “está ligado à noção fundamental de diferenciação de área, quer
dizer, à aceitação da ideia de que a superfície da terra é constituída por áreas diferentes entre
si” (CORRÊA, 2007, p.22), ou seja, distinção não apenas de aspectos físicos: clima,
vegetação e elementos ambientais, como também a cultura e a história do lugar. Sendo assim,
na década de 70 surge uma Geografia critica que traz consigo a necessidade de se repensar o
conceito de região, desta forma, considera-se o tema regional sob os moldes de articulação de
produção, conexão entre classes sociais e acumulação capitalista, seguindo na tentativa de
inserir o conceito de região numa condição ampla, que permita a compreensão da diversidade
da superfície da terra sob a ação humana, consistindo assim no desenvolvimento desigual.
Portanto, como dimensões próximas ao aluno e o contato que este tem com o espaço,
as categorias Escala e Região torna o aluno consciente e integrante no processo de construção
do espaço geográfico. Mediante o percurso de ensino-aprendizagem é benéfico, visto que o
aluno capta que a Geografia é presente na sua vida e torna significativa sua função. E com
isso, conhece o meio, exercita a critica sobre o que acontece e reconhece possibilidades e
alternativas para os objetivos que se quer alcançar.
1.3. A Abordagem da atividade lúdica no ensino de Geografia
A Geografia transformou-se na disciplina de práticas tradicionalistas, onde o professor
é meramente um expositor dos conteúdos e os alunos, receptores, fingem que efetivam algum
aprendizado, no entanto, é notório que a metodologia não é eficaz, visto que o vestígio para
essa afirmação é o desinteresse nitidamente perceptível, tornando-se uma disciplina maçante,
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enfadonha e descritiva, pois durante os processos metodológicos tradicionalistas o professor
disponibiliza o assunto como algo pronto e acabado e os alunos não são provocados a pensar e
captar-se como agentes transformantes de seu espaço.
Partindo do pressuposto acima, segundo Pinheiro (2013), o professor é o grande
responsável por tornar a aprendizagem de Geografia significativa, pois os alunos reagem aos
estímulos que o docente provoca, no entanto, estes estão inseridos em práticas dissociativas
que emergem a apreensão e interesse do aluno, sendo assim, faz-se necessário e de
fundamental importância à adesão de novos recursos didáticos para reverter este quadro,
norteando seu horizonte na utilização de atividades lúdicas como metodologia para o processo
de aprendizagem no ensino fundamental, surgindo como opção atrativa para a dinamização no
ambiente do contexto da sala de aula. Como nos mostra Verri:
O jogo vem como um estímulo tanto para melhor compreensão do conteúdo, quanto
para o crescimento e desenvolvimento intelectual do aluno – fundamental para
atingir a responsabilidade e maturidade. É uma forma de aproximar o conteúdo aos
alunos motivando-os a estudar de forma mais atrativa. [...] estamos pensando no seu
uso como recurso pedagógico, pois no jogar o aluno articula tanto a teoria quanto a
prática, fazendo com que ele estude sem perceber tornando o processo de
ensino/aprendizagem mais interessante e atrativo (VERRI; ENDLICH, 2010, p.67).
Desta forma, os jogos, brincadeiras, e o lazer são peças indispensáveis no processo de
desenvolvimento humano, principalmente para a criança que traz consigo a disponibilidade
em realizar essas atividades lúdicas, ativando sua capacidade cognitiva, motora e social.
2. METODOLOGIA
O projeto “A utilização de atividades lúdicas como proposta dinamizadora nas aulas
de Geografia: uma metodologia eficiente” foi trabalhado com a turma do 8° ano “D” na
E.E.E.F. M Professor Itan Pereira. Para a realização desta pesquisa, houve em um primeiro
momento a aplicação de um questionário diagnóstico indagando os alunos a respeito do
interesse na disciplina de Geografia, seus conhecimentos adquiridos, e suas perspectivas para
a matéria no decorrer do ano letivo. Com base na análise das respostas, adquiriu-se um
conjunto de dados que possibilitaram uma reflexão acerca da necessidade de alteração das
abordagens metodológicas, com intuito de diversificação das estratégias de ensino e
aprendizagem durante as aulas.
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A partir dessas constatações foi encaminhado um levantamento bibliográfico que
desse respaldo à temática da ludicidade como proposta para a dinamização da sala de aula no
ensino de Geografia. Em um segundo momento, norteou-se o planejamento das aulas, sendo
assim, as estratégias vinculadas ao projeto estão inseridas de acordo com os conteúdos do 8°
ano do Ensino Fundamental, com a utilização de mapas, imagens, vídeos, jogos, produções
discentes e brincadeiras.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira estratégia desenvolvida refere-se à abordagem do conteúdo sobre as
paisagens naturais da América Anglo-Saxônica, sendo realizado um jogo da memória, onde
os alunos tiveram a oportunidade de reconhecer as disparidades do relevo, hidrografia e
biomas.
Figura 1: Jogo da memória referente aos aspectos físicos da América Anglo-Saxônica.
Fonte: TEIXEIRA, E. F.
Durante a realização dessa atividade foi perceptível o interesse das equipes em
concluir o jogo da memória em menor espaço de tempo, sendo esse recurso estimulante para
os alunos, visto que mostraram agilidade e disposição em unir imagem à informação sobre os
aspectos físicos da América Anglo-Saxônica, assunto que já havia sido exposto em sala de
aula, utilizando-se slides, propondo a visualização e observação de imagens e concluído com
a prática no jogo da memória.
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Dando sequência as intervenções lúdicas, a próxima etapa aborda o contexto da
América Latina, bem como seus múltiplos aspectos sociais, físicos, econômicos e culturais,
tendo em vista a necessidade de reconhecer os países que integram a América Latina, a
atividade proposta foi o sorteio de alguns países que compõe este cenário, como: México,
Argentina, Brasil e Venezuela, havendo a divisão em equipes e discussão em forma de
seminário de aspectos da cultura, qualidade de vida da população, questões relacionadas à
educação, saúde, moradia e desenvolvimento econômico dos países na atualidade.
Figura 2: Apresentação dos seminários sobre Venezuela e México, respectivamente.
Fonte: TEIXEIRA, E.F.
A análise dessa atividade foi positiva, considerando-se o interesse e as descobertas que
os alunos fizeram com as pesquisas realizadas e a preparação para os seminários em sala.
Quanto às apresentações, embora tenham ocorrido problemas técnicos com os recursos
tecnológicos disponibilizados pela escola, a estratégia de apresentação de cartazes foi muito
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proveitosa, visto que isso não foi empecilho para o bom desempenho das equipes em trazer
curiosidades para os demais alunos e principalmente para o bolsista, tendo em conta a
aprendizagem que houve com a aplicação de mais um recurso lúdico.
Durante as aulas e o aprofundamento dos estudos sobre a América Latina, com a
finalidade de inserir os alunos como agentes transformantes do seu espaço possibilitando-os a
capacidade cognitiva de enxergar e perceber que estão inclusos no contexto da América
Latina, desta forma, passando de uma escala mais ampla para a regional, e consequentemente
local, a proposta dessa atividade lúdica foi justamente fazê-los analisar os problemas
perceptíveis pela urbanização excludente devido a migração do campo para a cidade, tendo
em vista que os mesmos estão inclusos numa realidade onde a carência de políticas e serviços
públicos são frequentes. Para que a bolsista tomasse conhecimento desses problemas foi
pedido um texto que fosse discutido os problemas vivenciados no bairro onde os alunos
moram, e posteriormente desenhassem para que fosse possível visualiza-los.
Figura 3: Texto e desenhos apontando os problemas vivenciados no bairro pelo aluno.
Fonte: TEIXEIRA, E.F.
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Utilizando como base as informações contidas nas produções acima, e com a intenção
de expor a segregação sócioespacial da cidade de Campina Grande, a proposta dessa
intervenção foi dividir a turma em equipes e disponibilizar imagens de alguns pontos da
cidade onde os alunos vivem, imagens que evidenciam as disparidades entre infraestrutura e
descaso de políticas públicas, sendo assim, com o auxílio do mapa da cidade, foi pedido para
que os alunos fizessem a separação entre áreas segundo sua visão de mundo, e que
colocassem as imagens em cada bairro correspondente.
Figura 4: Segregação sócioespacial da cidade de Campina Grande.
Fonte: TEXEIRA, E.F.
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Os resultados desta intervenção foram enriquecedores, primeiro pelo interesse
evidente dos alunos em olhar todas as imagens, segundo pela disponibilidade em observar o
mapa e procurar o bairro onde se inseriam e, principalmente, por compartilharem com a
bolsista que nunca haviam tido contato com muitos locais da cidade onde moram.
Figura 5: Alunos e bolsista no decorrer da intervenção
Fonte: TEIXEIRA, E.F.
É importante ressaltar a descontração e o aprendizado com a utilização das imagens
enquanto recurso na turma do 8° ano D. Os alunos foram ágeis conseguindo, assim, concluir
que o processo de modernização do campo e consequente saída dessas pessoas em busca de
trabalho na cidade acarretou na marginalização de algumas áreas.
Por fim, foi possível estudar uma escala ampla, averiguando os problemas locais.
CONCLUSÕES
Através do diagnóstico traçado baseando-se no perfil da turma, o projeto desenvolvido
trouxe com as atividades realizadas contribuições significativas na perspectiva da
aprendizagem, possibilitando a articulação das metodologias de ensino com os conteúdos
geográficos, ocasionando, assim, diminuição da evasão, aumento do interesse nas aulas,
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participação frequente, comportamento adequado e uma melhoria das notas. Os resultados
apresentados durante a aplicação das atividades lúdicas foram positivos, visto que,
provocaram nos alunos disponibilidade e agilidade em executa-las, possibilitando a união dos
conhecimentos adquiridos no projeto com sua vivência e saberes.
REFERÊNCIAS
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da UFPE, 2008.
CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização espacial. São Paulo: Ática, 2007.
KAERCHER, N. A., O gato comeu a geografia crítica? Alguns obstáculos a superar no
ensino-aprendizagem de geografia. In. PONTUSCHKA, N. N., OLIVEIRA, A. U. de
(org), Geografia em Perspectiva: ensino e pesquisa, São Paulo, Contexto, 2002.
LACOSTE, I. A Geografia - Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Campinas,
SP: Papirus, 1988.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1975.
PINHEIRO, Igor de Araújo; SANTOS, Valéria de Sousa; RIBEIRO FILHO, Francisco
Gomes. BRINCAR DE GEOGRAFIA: o lúdico no processo de ensino e aprendizagem.
Revista Equador (UFPI), Vol.2, Nº 2, p. 25- 41 (Julho/Dezembro, 2013).
RESENDE, M. S. O saber do aluno e o ensino de geografia. VESENTINI, J. W. (org.).
Geografia e ensino: Textos críticos. Campinas, SP: Papirus,1995.
MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: editora brasiliense, 1981.
SANTA CATARINA, Universidade Federal de. Cadernos Geográficos-N°12. Florianópolis,
2005.
VERRI, J.B. ENDLICH, A.M. A utilização de jogos aplicados no ensino de Geografia.
[Editorial.] Percurso, v.1, n.1, p, 65-83,2009.