a tribuna - maio/junho de 2014 - edição 3.900

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BOLETIM INFORMATIVO A TRIBUNA - ÓRGÃO OFICIAL DA ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS ANO 104 - EDIÇÃO 3.900- MAIO/JUNHO 2014 Ordenação presbiteral, Catedral Metropolitana de Campinas. Foto: Carolina Grohmann Ordenação Presbiteral Quatro novos padres para a Arquidiocese de Campinas

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Boletim A Tribuna, Órgão Oficial da Arquidiocese de Campinas.

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Page 1: A Tribuna - Maio/Junho de 2014 - Edição 3.900

BOLETIM INFORMATIVO A TRIBUNA - ÓRGÃO OFICIAL DA ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS

ANO 104 - EDIÇÃO 3.900- MAIO/JUNHO 2014

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Ordenação PresbiteralQuatro novos padres para a

Arquidiocese de Campinas

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Boletim A TribunaPublicação do Setor Imprensa da Arquidiocese de Campinas – SP

Arcebispo Metropolitano:Dom Airton José dos SantosDireção: Padre Rodrigo Catini Flaibam Editora-chefe: Bárbara Beraquet (MTb 37.454)Jornalista: Wilson Antonio Cassanti (MTb 32.422) Editora-assistente:Carolina Grohmann(MTb 72.958)Apoio: Giovanna LimaJoão do Carmo CostaJulia LopesMarcela RezendeMariana MaiaRafaella Cassia

EXPEDIENTE

WWW.ARQUIDIOCESECAMPINAS.COMREDACAO@

ARQUIDIOCESECAMPINAS.COM

RUA LUMEN CHRISTI, 02JARDIM DAS PAINEIRAS

13092-320 CAMPINAS, SP

Composição própriaDistribuição gratuitaImpressão: RIP Editores GráficosTiragem: 10 mil exemplares

Confira a versão digital do Boletim A Tribuna, que também está disponível para download em www.arquidiocesecampinas.com/banca

Desde 1999, assinava uma coluna no órgão oficial da Arquidiocese de Campinas, A Tri-buna, sem deixar de colaborar a cada edição

com seus textos que versavam sobre Direito Eclesial. Essa iniciativa evangelizadora por meio da comunica-ção social não se limitava, no entanto, ao espaço fixo de reflexão que ocupava, mas se estendia às inúmeras consultorias, que chamaremos aqui “aconselhamen-tos”, quando os temas tratados traziam em si algum impedimento.

Os aconselhamentos do Cônego Carlos Menegazzi, falecido em 24 de março último, tinham algo de mes-merizante; lembrava-nos da misericórdia divina cons-tantemente.

Parece-nos que de toda a convivência, pouca se com-parada aos seus muitos anos de trabalho e dedicação ao ministério sacerdotal, foi fácil guardar do Cônego, carinhosamente tratado por “Menega”, - mas não nos dirigíamos a ele assim, não, jamais! -, lembranças das mais ternas.

Às quartas-feiras, quando a Cúria Metropolitana funcionava no Centro de Pastoral Pio XII, celebrava a primeira Missa do dia entre os funcionários. Sua gar-galhada rouca e a forma jovem de olhar o mundo co-moviam.

A cadeira vazia, na Catedral Metropolitana, que abri-ga os membros do Cabido, dá a dimensão de seu tama-nho. Sabemos que aquele era seu lugar e que presente foi sua vida à Igreja. Nós, amigos, queremos deixar aqui uma pequena homenagem ao nosso colunista, reunin-do quatro de seus escritos e algumas imagens de sua vida. Não seria possível publicar todas as homenagens das pessoas que o queriam bem, que a seu lado tra-balharam nas paróquias, comunidades, Cabido e Tri-bunal, mas selecionamos algumas. As fotografias não creditadas foram gentilmente cedidas pela sobrinha, Marisa Menegazzi. Boa leitura!

Equipe Setor Imprensa

Adeus ao Cônego Carlos Menegazzi

02 - MAIO/JUNHO 2014 - BOLETIM A TRIBUNA

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BOLETIM A TRIBUNA - MAIO/JUNHO 2014 - 03

Dia Mundial da Juventude por Mariana Maia

O Arcebispo Metropolitano de Campinas, Dom Airton José dos Santos, reuniu-se no dia 13 de abril, após a Missa de Domingo de Ramos,

com cerca de 200 jovens da Arquidiocese de Campinas, para realizar catequese que marcou a Jornada Diocesa-na da Juventude deste ano.

A Catedral Metropolitana foi o ponto de partida da caminhada feita pelos jovens com a Cruz Missionária, momento do qual também participaram Dom Airton e o assessor da Área Pastoral Juventude, Padre Jonas Barbosa, até o antigo Externato São João (Dom Bosqui-nho), local da catequese.

Dois jovens leram a carta do Papa Francisco para o Dia Mundial da Juventude (DMJ), divulgada em janei-ro passado. Na carta, o Papa propõe três temas para serem discutidos neste e nos próximos dois anos que antecedem a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorre em 2016 na cidade polonesa de Cracóvia. “Começaremos este ano meditando sobre a primeira: ‘Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu’ (Mt 5,3)”, diz a mensagem. Para 2015, o tema proposto é “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”, (Mt 5, 8); e, em 2016, “Felizes os misericordio-sos, porque alcançarão misericórdia”, (Mt 5,7).

Após a leitura, Dom Airton proferiu a catequese com foco no tema deste ano, conforme orientado pelo San-to Padre. Dom Airton falou sobre a importância da hu-mildade e a necessidade de enxergar Jesus no próximo, deixar o egoísmo e o egocentrismo de lado, doando-se para ser instrumento de Deus.

O jovem Rodrigo de Castro Borges, 16 anos, da Pa-róquia Santa Edwiges, acompanhou os ensinamentos de Dom Airton. “Percebo a necessidade que nós jovens temos, urgentemente, de nos atentarmos a isso, pois muitas vezes ignoramos o próximo e apenas pensamos

Dom Airton e Padre Jonas seguem, com os jovens, para a Catequese do Dia Nacional da

Juventude. Fotos de Mariana Maia.

em nós mesmos, alegando não ter tempo para doar-se ao bem, além de rejeitar os planos de Deus em nossas vidas”, explica.

Comemorado junto com o Domingo de Ramos, o DMJ é o momento em que dioceses de todo o mundo promovem, em suas realidades e desafios particulares, a Jornada Diocesana da Juventude, com o propósito de preparar os jovens para a próxima JMJ.

“O que mais me marcou foi o jeito cativante com que o arcebispo acolheu os jovens na catequese. Com pala-vras sábias de Dom Airton, percebi a importância do papel da juventude para a Igreja e para nossa Arqui-diocese. Outro ponto importante abordado pelo bispo foi a importância de ir ao encontro do próximo em suas necessidades. Ouvir mais as pessoas, para que a cada dia possamos praticar o exercício do acolhimento. Mui-tas vezes deixamos de lado os amigos por causa desse mundo virtual que vivenciamos”, comentou Moniquele Cruz, da Paróquia Sant’Ana, em Campinas.

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04 - MAIO/JUNHO 2014 - BOLETIM A TRIBUNA

Durante a Semana Santa, fiéis se reuniram

na Catedral Metropolitana de Campinas

para vivenciar, em celebrações presididas

pelo Arcebispo Metropolitano de Campinas, Dom

Airton José dos Santos, a Paixão, Morte e Ressurrei-

ção de Jesus Cristo.

No Domingo de Ramos, 13 de abril, na Praça Ruy

Barbosa, atrás da Catedral, os fiéis participaram da

bênção dos ramos e seguiram em Procissão, que lem-

bra a entrada de Jesus em Jerusalém.

Na manhã da Quinta-feira Santa, dia 17, o clero da

Arquidiocese de Campinas se reuniu para Missa do

Crisma e Bênção dos Santos Óleos. À noite, em to-

das as paróquias, ocorreu a celebração de Lava-pés,

que reproduz o gesto de Jesus ao lavar os pés dos

apóstolos. Após a celebração, tiveram início Vigília e

Adoração do Santíssimo Sa-

cramento.

A Procissão do Senhor

Morto, na sexta-feira,

dia 18, contou com a

apresentação do canto

de Verônica por Niza de

Castro Tank. Da Basílica Nossa

Senhora do Carmo, os fiéis seguiram em oração até a

Catedral. A imagem de Jesus Morto ficou exposta na

nave da Igreja, cercada pelo silêncio respeitoso dos

fiéis.

Na noite do Sábado de Aleluia, dia 19, foi celebrada

Missa Solene de Vigília Pascal. O encerramento da

Semana Santa ocorreu no Domingo de Páscoa, 20,

com Celebração Festiva da Páscoa do Senhor.

“A Paixão, Morte e

Ressurreição de Jesus Cristo”

Semana Santapor Mariana Maia

Dom Airton preside missa no Domingo de Páscoa, na Catedral. Domingo de Ramos, Missa de Lava-pés e Procissão do Senhor Morto. Fotos de Mariana Maia.

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Dia de Santa Rita de Cássiaé celebrado nas paróquias dedicadas

Santa Rita de Cássia tem sua memória celebra-da por seus inúmeros devotos no dia 22 de maio.Todos os anos, as diversas comunidades

dedicadas a Santa mobilizam-se e apresentam pro-gramação especial.

A Paróquia Santa Rita de Cássia, em Campinas, re-cebeu cerca de 12 mil fieis ao longo do dia da padro-eira. Eles participaram das missas, uma a cada duas horas. Na última missa do dia, o Arcebispo Metropo-litano de Campinas, Dom Airton José dos Santos, re-alizou a Dedicação da Igreja, com a aspersão de água benta, a deposição da relíquia de Santa Maria Goretti, a unção sagrada do altar e da igreja, a incensação, a iluminação e, por fim, o principal, a Celebração Euca-rística. Água benta e aproximadamente 15 mil rosas foram distribuídas aos devotos. Na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Indaiatuba, foram seis missas, com a distribuição de 3 mil rosas e presença de cerca de 3 mil pessoas. Nesse mesmo dia, as duas paróquias comemoraram, também, Jubileu de Ouro.

Santa Rita nasceu em 1381, na Itália, em Cássia. Ela queria se consagrar à vida religiosa, mas para satis-fazer os pais, casou-se e teve filhos. Seu marido, que levava uma vida desregrada, mesmo depois de se con-verter com a ajuda de Rita, foi assassinado. Seus her-deiros queriam vingar a morte do pai, mas Santa Rita, que pediu a Deus que levasse os filhos antes que co-metessem um grave pecado, teve seu desejo atendido.

Após ficar viúva, tornou-se freira. Dedicou 40 anos de sua vida às questões religiosas. Em uma de suas orações, ela pediu a Jesus que a permitisse carregar um pouco de Seu amor, Sua entrega e Sua Paixão. “Jesus permitiu, lhe deu um estigma. O espinho do crucifixo da pintura sumiu, não estava mais na pare-de, mas cravou bem no centro da testa de Santa Rita uma ferida dolorosa, grande e mal-cheirosa”, conta o vigário paroquial da paróquia em Campinas, Padre Rodrigo Catini Flaibam, em homilia.

Santa Rita morreu no Convento das Agostinianas, em Cássia, no dia 22 de maio de 1457. Foi beatificada em 1627 e canonizada em 1990.

por Giovanna Lima

BOLETIM A TRIBUNA - MAIO/JUNHO 2014 - 05

Confira mais fotos do mosaico

confeccionado pela “Reúna

Arquitetos Associados” em nosso portal!

Paróquia Santa Rita de Cássia, em CampinasFotos: Carolina Grohmann

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06 - MAIO/JUNHO 2014 - BOLETIM A TRIBUNA

Associação de Médicos Católicostem primeira reunião

ARQUIDIOCESE em destaque

No último dia 24 de abril, médicos católicos de Campinas (SP) e região reunirem-se ao Arcebis-po Metropolitano, Dom Airton José dos Santos, e ao Padre Claudio Müller, que dará condução es-piritual à Associação de Médicos Católicos, para formular e levantar os objetivos e encaminha-mentos da associação.

Sobre a Associação dos Médicos Católicos

por Padre Claudio Müller

A Associação dos Médicos Católicos é um organis-mo que tem por intuito congregar os profissionais da medicina que se afirmam católicos e desejam exercer a sua profissão à luz dos princípios evan-gélicos. Tem por finalidade a definição e a difusão

de princípios orientadores das atividades liga-das a saúde à luz da fé cristã, partindo

da análise dos problemas e ques-tões fundamentais do exercício con-

temporâneo da medicina nos domí-nios da ética e da moral, das ciências

fundamentais e das ciências aplicadas e da saúde.Podem participar todos os médicos que de-sejem refletir à luz do Evangelho os proble-mas do exercício da sua profissão e estejam interessados em encontrar e difundir um es-paço de reflexão e de oração comuns.A Associação deseja refletir questões práti-cas e doutrinais nomeadamente os que se referem ao exercício médico e às questões relacionadas com o início e o termo da vida

humana, ao direito a morrer com dignidade, ao aborto, à humanização dos cuidados de saú-de, à organização dos serviços, à deontologia profissional, etc.Para além destas atividades, primariamente orientadas para os profissionais de saúde, é preocupação da associação oferecer à comu-nidade uma opinião pública esclarecida com reflexões sobre problemas com interesse da sociedade em geral.Contato: [email protected]

Fotos de Carolina Grohmann

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BOLETIM A TRIBUNA - MAIO/JUNHO 2014 - 07

Dias de Estudo do Clero

De 20 a 22 de maio, o Arcebispo Metropolitano e todos os Presbíteros e Diáconos participaram de um encontro de estudos, com o tema a Exortação Apostólica do Papa Francisco, “Evangelii Gaudium”, A alegria do Evangelho, sobre o anúncio do Evan-gelho no mundo atual. O encontro foi realizado no Centro Caná, assessorado pelo Prof. Dr. Padre Paulo Sérgio Lopes Gonçalves, Professor da PUC-Campi-nas, e pelo Prof. Dr. Cônego Antônio Manzatto, pro-fessor na PUC-SP.

Nova ParóquiaSão Francisco de Assis

No dia 11 de maio, Dom Airton José dos Santos, Arce-bispo Metropolitano de Campinas, presidiu Celebração Eucarística com a instalação da Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Brigadeiro Faria Lima (CECAP), em In-daiatuba, desmembrada da Paróquia Nossa Senhora da Candelária.O endereço da Matriz São Francisco de Assis é Rua Amadeu Furlan, 146, CECAP 1. Informações pelo tele-fone (19) 3875.2108.

Jubileus!

No mês de junho, o Padre Carlos José Nascimento, completa 20 anos de ordenação (Jubileu de Porce-lana), no dia 17. Dia 25, Padre Jorge José da Silva, também come-mora o Jubileu de Porcelana (20 anos).Na última semana de junho, as comemorações são pelos 50 anos (Jubileu de Ouro) de ordenação do Padre José Rello, no dia 29, e pelo Jubileu de Prata (25 anos) do Padre Pereira de Abreu, dia 30.O segundo semestre começa com a comemoração do Jubileu de Rubi (40 anos) do Padre Wilson Dena-dai, no dia 7 de julho.No dia 14, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Catedral), comemora 240 anos de sua fundação.

Nossa Senhora de Fátima

A Paróquia Nossa Senhora de Fátima realizou nos dias 17 e 18 de maio a 26ª Festa da Padro-eira. Já tradicional no Bairro do Taquaral, a festa atraiu milhares de pessoas da cidade.

Os Velhinhos do Lar

Os Velhinhos do Lar é um documentário que re-úne histórias dos moradores do Lar dos Velhi-nhos de Cam-pinas (LVC), que pouco têm a oportunidade de conversar sobre o passa-do. A página do Facebook é www.facebook.com/osvelh i -nhosdolar. A pré-estreia do documentário ocorreu durante a 12ª Semana de Museus, organizada pelo Ibram, de 12 a 18 de maio, e o documentário será pu-blicado na internet.

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Foto de Bárbara Beraquet Foto: Diogo Zacarias

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08 - MAIO?JUNHO 2014 - BOLETIM A TRIBUNA

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BOLETIM A TRIBUNA - MAIO/JUNHO 2014 - 09

Ordenação Presbiteralda Redação

A Arquidiocese de Campinas acolheu, pela

ordenação presbiteral, quatro novos pa-

dres, então diáconos André Ulisse da Sil-

va, Claudiney Ferreira de Almeida, Nilo Cavalcante

de Oliveira Júnior e Renato de Moura Petrocco.

A cerimônia de ordenação presbiteral, presidida

pelo Arcebispo de Campinas, Dom Airton José dos

Santos, ocorreu no dia 26 de abril, na Catedral Me-

tropolitana.

Os padres receberam uso de ordem como vigários

paroquiais em paróquias de Campinas e Sumaré,

onde já atuavam. Padre André Ulisses da Silva é ago-

ra vigário na Paróquia Santa Clara de Assis, em Su-

maré. Na Paróquia Divino Salvador, em Campinas,

a responsabilidade é do Padre Claudiney Ferreira de

Almeida. Padre Nilo Cavalcante de Oliveira Júnior é

vigário na Paróquia Sagrada Família, em Campinas,

e o Padre Renato de Moura Petrocco, na Paróquia

Nossa Senhora de Guadalupe, em Campinas.

Na foto maior, abaixo, Padre Renato, Padre Claudiney, Padre Nilo e, à frente, Padre André.

Fotos de Carolina Grohmann

Foto de Maurício Aoki

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10 - MAIO/JUNHO 2014 - BOLETIM A TRIBUNA

O Arcebispo Metropolitano de Campinas,

Dom Airton José dos Santos participou

junto de mais de 350 bispos, dos 18 re-

gionais, da 52ª Assembleia Geral da CNBB,

que discutiu e refletiu, este ano, sobre o

tema “Comunidade de comunidades:

uma nova paróquia”. Outras pautas

também foram levantadas como a

Questão Agrária, Laicato, Liturgia,

Evangelização da Juventude, Eleições

2014, Campanha contra a Fome e Copa

do Mundo.

Realizado no Centro de Eventos Padre Vítor

Coelho, no Santuário de Aparecida, cidade paulistana,

nos dias 30 de abril a 09 de maio, o episcopado brasi-

leiro aprovou dois documentos, um sobre a Renovação

Paroquial e outro que trata da Questão Agrária no Bra-

sil. O primeiro discute a renovação das paró-

quias e quer contribuir para dinamizar

a vida de comunidade. Já o segundo

discute a questão agrágria no início

do século XXI.

Foi aprovado também um estu-

do que tem como tema prioritário

“Os cristãos leigos e leigas”. Para

receber a contribuição dos leigos,

esse texto será enviado às dioceses do

Brasil, para que no próximo ano, posso ser

avaliado novamente e, assim, haja aprovação dessa

vez como um documento oficial sobre o laicato.

Assembleia Geral reúne bispos em Aparecidada Redação

Assembleia tem a questão agrária na pauta, entre outros temas. Na primeira foto, Dom Airton faz uma pausa antes do atendimento à imprensa.

“Discute a renovação das

paróquias e quer contribuir para

dinamizar a vida de comunidade”

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BOLETIM A TRIBUNA - MAIO/JUNHO 2014 - 11

Canonizado pelo Papa Francisco em 03 de abril deste ano,

Padre Anchieta, agora chamado São José de Anchieta, foi o

segundo jesuíta a ser declarado santo pelo Papa, ele mesmo

membro dessa ordem. O primeiro foi o francês Pedro Fabro, em 2013.

O processo de canonização foi um dos mais longos historicamente -

levou 417 anos-, e veio depois de o Papa ouvir o relatório sobre a vida

e a obra do “Apóstolo do Brasil” e assinar o decreto que reconheceu a

figura e a grandeza do missionário.

A Paróquia da Arquidiocese de Campinas que tem o Santo como pa-

droeiro celebrou, em 02 de abril, missa pela canonização. Presidida

pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Airton José dos Santos, a celebra-

ção reuniu cerca de 1.500 fieis, de acordo com levantamento da pa-

róquia. Na homilia, Dom Airton lembrou a importância histórica do

Santo. Durante a Missa, Dona Linda, paroquiana ativa na comunidade

desde a fundação, entregou a Dom Airton uma relíquia do jesuíta es-

panhol que ainda jovem veio ao Brasil como missionário. A relíquia foi

colocada ao lado de uma imagem do santo, na igreja. A Paróquia, que

fica em Valinhos e tem como pároco Padre Rogério Canciam, passou

a se chamar, a partir da canonização, São José de Anchieta. Ao ser de-

clarado santo, ele foi escolhido como Padroeiro dos Catequistas pela

CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Anchieta é proclamado Santoda Redação

Retrato (arquivo), quadros de Benedito Calixto retratam Anchieta e foto de Carolina Grohmann, missa em Valinhos.

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Fé, trabalho e amizade

Ao lado do sobrinho, Padre Cláudio Menegazzi, durante a Missa dos

Santos Óleos, em 2013. Foto de Carolina Grohmann

Cônego Carlos faleceu no dia 24 de março, no Centro Médico de Campinas, em razão de um choque cardiogênico e insuficiên-

cia cardíaca congestiva. Aos 92 anos de idade, era o Padre mais idoso da Arquidiocese de Campinas e exemplo de jovialidade e vitalidade.

Nascido no dia 09 de outubro de 1921, em Am-paro (SP), filho de Gaudêncio Cezar Menegazzi e Albina Nora Menegazzi, entrou para o Seminário Diocesano de Campinas, em 1938; cursando Filo-sofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga, SP, de 1939 a 1945.

Foi ordenado Presbítero no dia 08 de dezembro de 1945, na Catedral de Campinas, por Dom Pau-lo de Tarso Campos.

Entre muitas experiências, que incluíram ser diretor de estudos, diretor espiritual, capelão e professor, inclusive da PUC-Campinas, Carlos Menegazzi foi pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Taquaral, em Campinas, de 1953 a 1956; da Paróquia Nossa Senhora da Candelária, em Indaiatuba, SP, de 1956 a 1960; da Paróquia São Manuel, em Leme, SP, de 1960 a 1963, da Paróquia São José, em Mogi Mirim, SP, de 1963 a 1966, e da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Botafogo, em Campinas, onde permaneceu por mais de 30 anos, de 1966 a 1997.

Fez o Curso “Por um Mundo Melhor”, com o Pa-dre Ricardo Lombardi, Rocca di Papa, Roma, Itá-lia de 1960 a 1961.

Foi nomeado por Dom Paulo de Tarso Campos como Cônego Honorário do Cabido Metropolitano em outubro de 1965. Em 13 de julho de 1968 foi nomeado Cônego Catedrático do Cabido Metropo-litano de Campinas.

Cônego Carlos foi Juiz do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Campinas desde 1975.

Ao completar 75 anos de idade, renunciou à Pa-róquia Sagrado Coração de Jesus e partiu para Roma, onde fez o Curso de “Prassi e Giurispru-denza Ecclesiastica” (DC) na Pontifícia Universi-dade Urbaniana em Roma, de 1997 a 1998.

Voltou para o Brasil em novembro de 1998 e foi nomeado Vigário Judicial Adjunto do Tribu-nal Eclesiástico Interdiocesano de Campinas. Foi, também, Presidente do Cabido Metropolitano, em 30 de março de 2000.

Em 31 de outubro de 2002, recebeu o Título de Cidadão Campineiro outorgado pela Câmara Mu-nicipal de Campinas.

da Redação

12 - FEVEREIRO/MARÇO 2014 - BOLETIM A TRIBUNA

Homenagem ao Cônego Carlos Menegazzi

“A poetisa e jornalista Cecília Meireles deixou-nos este pen-samento: ‘Há pessoas que nos falam e nem as escutamos; há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam; mas há pesso-as que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre’.São marcas profundas que nos deixa o Cônego Carlos Mene-gazzi. Marcas de amor, alegria, juventude, desprendimento, serviço, doação, fidelidade, lealdade e muito mais que se qui-ser atribuir a um homem que testemunhou, verdadeiramente, com sua vida, o Evangelho de Jesus Cristo.Nosso coração transborda de alegria e agradecimento a Deus por ter-nos proporcionado a honra e o prazer de termos con-vivido com um homem da grandeza do Cônego Carlos”.

Wilson CassantiJornalista da Arquidiocese de Campinas

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“Esteve sempre à disposição”

Cônego Carlos MenegazziAcróstico dirigido ao Cônego Carlos por José Benedetti Netto

C o-herdeiro do ReinoO breiro do SenhorN auta das águas profundasE leito para o presbitérioG ladiador do EvangelhoO rientador de almas

C atalizador de fiéisA rauto da Boa NovaR estaurador de coraçõesL egionário da esperançaO ficiante da EucaristiaS emeador do Reino

M inistro da IgrejaE stagiário da vidaN orteador de condutasE missário sacramentalG lossário de saberA mante eucarísticoZ elador do ReinoZ agueiro do time do SenhorI ncansável sacerdote

Padre CarlosCompositores: Reinaldo e Silvana(Letra adaptada)Homenagem da Comunidade São Lucas / Paróquia Sagrada Família ao nosso amado e eterno Cônego Carlos Menegazzi

1.Deixou um lar, deixou uma família Para fazer o que o Pai mandou. Pregar a paz, o amor, a alegria, Servir o próximo com muito amor.

Padre Carlos, nosso pastor Foi tão grande tua missão. Anunciar o Salvador,Muitos anos de dedicação.

2.Era pequeno quando se levantou E disse: “vou servir o meu Senhor”. E na pequena Pirassununga, Sua missão começou.

3.Aqui chegou com muita humildade Nos dando amor e atenção. Nos ensinando o dom da paciência E como é a vida de um cristão.

4.Nesse tempo que passei contigo Muitas coisas eu aprendi. Você é um grande amigo, Que bom que Deus te trouxe aqui.

No alto da página, foto de Carolina Grohmann. Ao meio, em 2005, Jubileu de 60 anos de ordenação sacerdotal. Ao lado, lembrança pelos seus 90 anos e 66 anos de sacerdócio.

“Sua presença entre nós foi e sempre será um presente de

Deus. Sempre ao nosso lado, vimos a cada dia crescer em nós

o amor pelo Evangelho infundido pelos seus ensinamentos.

Nunca se importou em ganhar presentes, pois não tinha ape-

go por bens materiais. Em seus aniversários gostava apenas

que sua canção ‘Padre Carlos’, composta por agentes da co-

munidade em comemoração aos seus 60 anos de sacerdócio,

fosse entoada intensamente por toda a assembléia, numa só

voz, reunidas em torno do altar, ficando todo entusiasmado,

emocionado e com os olhos marejados com tal pequeno gesto

de gratidão. Mesmo com as suas limitações, incansável, esteve sempre à

disposição. Em sua última missa, a qual tivemos a honra de

celebrar junto com ele no dia 16 de março deste ano de 2014,

estava imensamente feliz em retornar à Comunidade São Lu-

cas na qual sempre esteve presente desde a sua fundação e,

que hoje vem sendo reconstruída. Contemplou as grandes

obras do Senhor, admirando a nova capela com que tanto so-

nhou, expressando a sua inabalável fé, fazendo muitos planos

de um futuro melhor”.Sílvia Caetano, Paróquia Nossa Senhora de Fátima

BOLETIM A TRIBUNA - FEVEREIRO/MARÇO 2014 - 13

Page 14: A Tribuna - Maio/Junho de 2014 - Edição 3.900

SIC TRANSIT GLORIA MUNDI!assim passa a glória do mundo...

No dia 25 de junho passado, às 16h21 de Brasília, o mundo ficou estarreci-do com a notícia da morte do cantor

norte-americano Michael Jackson, aos seus 50 anos de idade, por uma parada cardíaca em sua casa. Foi uma celebridade que se tor-nou mito da juventude pela sua música pop, criando uma nova geração, conhecida como do “pop rock”. A editora do Correio Popular, conceituado jornal de nossa cidade, em seu artigo nesse jornal de 06/07/2009, escreveu: “Ultimamente, o brilhante músico foi perden-do o fôlego, o rosto mudando de forma e a pele mudando de cor. Para as novas gerações, pro-vavelmente, Jackson era mais conhecido por sua figura estranha do que por suas canções. Perdeu ritmo, perdeu dinheiro. Mas nunca deixou de ser ícone”.

De imediato à notícia de sua morte inespera-da, que chocou os sentimentos de milhões de fãs de todas as raças, nações, idades, classes sociais, mas, sobretudo, os jovens, a mídia e todas as formas de comunicação, espalharam a notícia pelo mundo inteiro. Pelas imagens projetadas por todas as TVs se via uma “cons-ternação universal!”.

Nessa hora, veio-me à mente, ex abrupto, aquela frase latina que encabeça esta maté-ria. Lembrei-me que fora dita muitos séculos atrás, por São Francisco Borgia, um nobre espanhol de muito prestígio na corte do Im-perador Carlos V (século 16). Ele o mandara a Paris para trazer o corpo da sua esposa, a Imperatriz Izabella, considerada de extrema beleza, que falecera naquela cidade, para ser sepultada no Mausoléu de Granada, na Es-panha. Consta na biografia do santo que, ao abrirem o caixão mortuário, pela última vez, antes da partida do cortejo fúnebre, ele viu o rosto desfigurado da Imperatriz. Da sua apre-goada beleza, nada ficara. Este espetáculo im-pressionou de tal modo Francisco que, tocado pela graça divina, pronunciou em cima do ca-dáver da rainha aquelas palavras, e o levou a tomar a decisão definitiva de deixar sua vida na corte, renunciar a todos os seus títulos ho-

PUBLICADO EM A TRIBUNA, edição Setembro DE 2006

por Cônego Carlos Menegazzi

“Perdeu ritmo, perdeu dinheiro.

Mas nunca deixou de ser ícone”

in memoriam

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noríficos e às riquezas terrenas e ingressar na Companhia de Jesus, que Santo Inácio de Loyola acabava de fundar em Roma, da qual foi, mais tarde, membro insigne, tornando-se, até, o 3º Superior Geral da Ordem. Veio a falecer, em grande santidade, após uma vida plena de realizações, no dia 10 de outubro de 1572, sendo sepultado na igreja di Gesù, em Roma.

Vale, nestas horas, meditar nas palavras de Coélet, o sábio que fala em nome de Deus no Livro do Eclesiastes, 11, 9 e 10. Diante da fu-gacidade da vida, ele deixa um conselho aos jo-vens de viver bem esta vida, antes que chegue ao fim: “Jovem, regozija-te na tua mocidade e alegra-te na flor da idade; vai aonde o coração te

“O levou a tomar a decisão definitiva de deixar sua vida na corte,

renunciar a todos os seus títulos honoríficos e às

riquezas terrenas”

leva e os olhos te atraem; mas saibas que sobre tudo isso Deus te pedirá contas de todas essas coisas. Expulsa a melancolia de teu co-ração, afugenta as dores de teu corpo, porque a juventude e os cabelos negros são efêmeros”. E termina, advertindo: “Antes que o fio de pra-ta se rompa e a taça de ouro se parta, antes que o jarro se quebre na fonte e a roldana re-bente no poço. Então o pó volta para a terra de onde veio, e o sopro vital retorna para Deus que o concebeu”.

... “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!” (Ecl.12, 6-8 e 12).

in memoriam

BOLETIM A TRIBUNA - MAIO/JUNHO 2014 - 15

Foto de Carolina Grohmann.

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PUBLICADO EM A TRIBUNA, edição Junho-Julho DE 2004

Casei com a pessoa errada!

Frequentemente vem ao nosso Tribunal gente que apresenta como motivo para pedir a nulidade de seu casamento o

fato de ter-se casado com a pessoa errada. Conta que esperava do parceiro uma coisa e na união matrimonial mostrou-se completa-mente diferente. Quantas decepções logo de início. É bem frequente o que essa gente diz, máxime em nossos tempos em que o mo-delo de casamento são as novelas.

E do que se queixam? De mu-danças inexplicáveis no com-portamento da pessoa. Muitos tiveram namoros que duraram até anos; outros foram extrema-mente breves. Pensavam, nesse tempo, que se conheciam bem, vivendo aquela rotina de encontros e desencontros. Frequentemente esses queixosos declaram que tinham desentendi-mentos por coisinhas de nada ou por questão de ciúmes. Chegavam, algumas vezes, até em se separar, porém, atraídos pela paixão, re-conciliavam-se.

Mas o que, na verdade, os atraía e segura-va? É que, logo que se conheceram, entrega-vam-se a “intimidades” (palavra muito usada para significar “relacionamento sexual”), que até hoje, infelizmente, estão em moda entre adolescentes e jovens dominados pelo panse-xualismo reinante. Consequência disso, em quantos desses relacionamentos, surge uma

gravidez indesejada que os levam ao casa-mento, sem estarem preparados.

Nem sempre os jovens querem casar-se; de-sejavam, simplesmente, “curtir a vida” por mais tempo... Mas logo são pressionados pe-los familiares a assumirem o erro que fize-ram ante o pavor da filha ficar “mãe solteira”, o que seria uma infâmia para a família, ou,

para alguns pais, o pensamento de se livrar de um peso a mais na vida

familiar; o fato é que decidem que eles têm que se casar.

Argumento positivo também para essa decisão é a preocu-pação de se dar uma satis-fação à sociedade; por isso,

procuram realizar o casamento até com certa solenidade, sobre-

tudo no religioso, com direito à festa, lua de mel e casa pronta.

Começa, então, o dia-a-dia da vida conju-gal, para a qual não estavam absolutamente preparados. Aí é que abrem os olhos para en-xergar a realidade nua e crua, como se diz.

Nas entrevistas, vemos claro os motivos que os levaram à separação.

Se é ela, diz que ele, antes de casarem, não era como se manifestou logo depois: bruto, não dava nenhuma atenção ou carinho a ela nem ao filho por nascer; não queria traba-lhar; era assíduo frequentador de bar onde ia beber, jogar cartas ou snooker; queria levar

por Cônego Carlos Menegazziin memoriam

“Aí abrem os olhospara enxergar a

realidade nua e crua”

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uma vida de solteiro; jogar peladas ou sair à noite com os amigos, chegando, muitas ve-zes, em altas madrugadas; quando não era usuário de drogas... E muitas outras coisas.

Se é ele, ela não mostrava mais o amor que tinham antes; tornou-se frígida; não era boa dona de casa, pouco sabia fazer; queria sem-pre ir para a casa dos pais; saía muito e não dava satisfação; gastava demais, etc, etc...

Então perguntamos: será que por esse caminho pode-se intro-duzir no Tribunal Eclesiás-tico um processo de nuli-dade matrimonial?

O Juiz Auditor deverá ter muita cautela ao ouvir do(a) demandante seu re-lato sobre o caso, primeiro passo para o processo, para descobrir com habilidade, as pos-síveis ou principais causas do “erro”, pois, segundo o Código de Direito Canônico, são muito sutis e nem sempre fáceis para definir as interpretações diferentes.

Geralmente o motivo da queixa do(da) de-mandante se refere à falta de qualidades que não encontrou na outra parte ou de seu pro-cedimento não condizente com o que espe-rava dele ou dela. Mas, que qualidades es-perava? São substanciais ou acidentais ao matrimônio? Não raro, a queixa é uma mis-tura de tudo, principalmente nos casos des-ses matrimônios mal preparados, como infe-lizmente são hoje a maioria e que geralmente se classificam como casamentos de pessoas “imaturas”.

Alguns erros se referem à própria “pessoa”, que não tem as qualidades esperadas; ou-tras, em relação ao “casamento em si”, que não conseguiram realizar. Neste caso, o erro é mais profundo, pois atinge a natureza mes-ma do matrimônio ou suas “propriedades es-senciais”: a unidade, que proíbe a ligação si-multânea por dois vínculos conjugais e leva à exigência da fidelidade, que nem sempre é

fácil, e a indissolubilidade - comu-nhão da vida toda, até que a

morte os separe.Mas há ainda outros ele-

mentos essenciais que nem sempre são conside-rados, como as “relações interpessoais” que exigem

uma identidade mínima de amor, o direito-dever de pro-

criação e educação da prole e tan-tos outros mais que concernem à convivên-cia conjugal.

Quantos desses erros, nas questões supra lembradas, não conjugam com a doutrina evangélica e surgem, surpreendentemente, depois do casamento, deixando a outra par-te num mar de angústias.

Para muitos desses casos, não há solução senão a separação e buscar, posteriormente, o nosso Tribunal, na tentativa de reparar o erro e refazer uma vida conjugal que não foi pautada segundo a vontade de Deus e as leis da Igreja. Um bom processo e seu julgamen-to é que dirão como foi esse casamento com a pessoa errada.

“Mas há ainda outros

elementos essenciais que nem sempre são

considerados”

BOLETIM A TRIBUNA - MAIO/JUNHO 2014 - 17

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Excomunhão: o que é?

Quando o Santo Padre Bento XVI via-java para sua visita ao Brasil, no avião deu uma entrevista aos repór-

teres credenciados que o acompanhavam. En-tre os diversos assuntos, surgiu o de “Exco-munhão” de que nossos jornais aproveitaram tratar como um “prato cheio”, bem ao sabor do que a imprensa gosta, sempre ávida de criar “sensacionalismos”.

Poucos de nossos leitores entendem o que é uma “excomunhão” porque são muito raras da Igreja. Esta palavra vem do latim: “excommu-nione” que significa: fora da comunhão ecle-sial ou participação dos bens eclesiásticos, so-bretudo os espirituais.

Este assunto se insere na legislação da Igre-ja, o Código de Direito Canônico, onde ocupa longo espaço no Livro V, sob o título de “San-ções, Penas e outras Punições”.

A Igreja é uma Sociedade que precisa acaute-lar-se com os “delitos” que seus membros, os ministros ordenados e mesmo os fiéis cristãos possivelmente cometam contra a sua institui-ção e os bens que ela administra, a pureza da fé, os sacramentos, o exercício dos ministérios e dos bens eclesiásticos.

Quem pode aplicar essas penalidades? O có-digo diz: “Quem goza do poder de legislar pode também munir-se de uma pena adequada à lei que emana de sua iniciativa e autoridade no âmbito da sua própria competência”. As-sim o Papa, em relação a todas as leis univer-sais na Igreja. Os bispos, relativamente às leis particulares em suas dioceses; os Capítulos gerais e os Superiores maiores, no âmbito de seus Institutos religiosos.

A “excomunhão” se aplica só em casos de gra-víssimos delitos, segundo o espírito do Concí-lio de Trento que recomendava aos pastores da Igreja que, levando-se em conta a fragilidade humana, “devem os Prelados estar atentos ao preceito do Apóstolo de se repreender os cul-pados, suplicar-lhes, esconjura-los com toda a bondade e paciência, pois vale mais a bene-volência que a severidade, mais a extorsão que a ameaça, mais a caridade que o poder”.

por Cônego Carlos Menegazzi

“A ‘excomunhão’ só se aplica em casos de gravíssimos delitos”

in memoriam

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À guisa de ilustra-ção, podemos lembrar de algumas excomu-nhões clássicas, como a do Cisma do Oriente, quando a Igreja Grega Ortodoxa separa-se de Roma, no século XI e, mais tarde, a imposta à heresia do Protestan-tismo de Lutero, todos por questão de fé.

Em nossa Igreja de Campinas houve a céle-bre excomunhão do Cônego Manoel Carlos de Amorim Correia, que foi vigário em Itapira e que em 03/02/1913 o “excluiu” da Igreja Ca-tólica por ter fundado naquela cidade a Igre-ja Católica Apostólica Brasileira (Icab), não se sujeitando à disciplina eclesiástica, como de-via.

Há muitos motivos que levam a Igreja a apli-car essa forma de pena que, neste curto es-paço, não nos permite desenvolver. Mas, além da forma de sanção penal, há também outras, como: penas medicinais, visando que o réu se corrija; penas expiatórias, reparação pública causada pelo dano à comunidade pela infra-ção da lei; as advertências, a imposição da pe-nitência, etc.

Mas, acima de tudo, vale lembrar que o “ex-comungado” não está separado do “Corpo místico de Cristo”, no qual se realiza a Comu-nhão dos Santos, ao qual o cristão está unido pelo seu batismo, mas tão somente, do “corpo jurídico-social da Igreja” que priva o seu fiel de determinados direitos de participação nela. A perda da comunhão com Cristo só se dará pela perda da “fé”.

PUBLICADO EM A TRIBUNA, edição Agosto DE 2007

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Durante dias de estudo do clero, em 2013. Foto de Carolina Grohmann.

Ao lado, durante o trabalho, no

Tribunal Eclesiástico.

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Os fiéis cristãos e a política

Já tivemos oportunidade de desenvol-ver nas colunas desta Revista, em números passados, os direitos que a

Legislação Eclesial lhes assegura no seu Códi-go de Direito Canônico, a partir do cânon 208 até 231, por fazerem parte integrante do “Povo de Deus” a que pertencem, juntamente com os Pastores da Igreja, os Sacerdotes, Diáconos e Religiosos consagrados, pela sua condição de “batizados” que guardam sua fidelidade ao Cristo Jesus. A igualdade, a dignidade e a li-berdade são a base desses direitos.

Hoje, quisera me referir a um direito “espe-cífico” resguardo pelo Cânon 227 que passo a transcrever: “É direito dos fiéis leigos que lhes seja reconhecida, nas coisas da sociedade ter-restre, aquela liberdade que compete a todos os cidadãos; usando tal liberdade, procurem imbuir suas atividades com espírito evangéli-co, e atendam à doutrina proposta pelo magis-tério da Igreja”.

Já estamos em tempo de eleições. A Igreja no Brasil, pelo seu órgão máximo, a CNBB, sem-pre tem emitido suas orientações sobre “ques-tões políticas”, estimulando os fiéis a votarem bem, isto é, que analisem aqueles candidatos que, nos diversos cargos, assegurem ao cida-dão brasileiro o seu “bem estar”, o uso amplo de seus direitos, a tranquilidade de vida, a as-piração a dias melhores para si e a todos os seus.

Desse cânon se deduz, também, que os pas-tores, sobretudo os que têm contato mais dire-to com os fiéis, saibam respeitar sua liberdade de escolha, de opinião, sua inserção partidá-ria, naturalmente buscando orientá-los à luz da doutrina da Igreja, exposta nessas Carti-lhas que citamos, como a da última Assem-bleia dos Bispos, exarada ainda neste mês de maio passado. Mas deve-se notar bem que, nesta questão, uma coisa é “orientar” confor-me a Igreja propõe, e outra, “impingir” suas próprias ideias, tendências ou preferências que podem causar até “desunião” entre os fieis cristãos.

À luz deste cânon, vemos igualmente asse-gurada aos “Christifideles” que apresentam uma clara “vocação política” e demonstram competência pela sua formação, não só dou-trinária, mas também, pelo conhecimento de nossa realidade e que lutam pelo bem comum, sua candidatura aos cargos eletivos com apoio da própria comunidade, respeitando sempre, como acima dissemos, o direito de escolha, de cada um, a seus próprios candidatos. Parece-me que é nesse exercício livre e consciente do fiel cristão que vemos transparecer a sua ma-turidade e a sua “unidade de vida”, no tempo-ral e no espiritual.

PUBLICADO EM A TRIBUNA, edição Outubro DE 2006

por Cônego Carlos Menegazzi in memoriam

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Cônego Carlos Menegazzi teve presen-ça marcante no Cabido Metropolita-no de Campinas.

Conhecido por seu dinamis-mo, defendeu a existência e atualização dos Cônegos buscando uma presença maior na Arquidiocese e sua integração na vida da Igreja. Não admitia a possibilidade de colocar o Cabido num segundo plano, por isso, sugeriu a mudança do Es-tatuto e o cuidado com os bens culturais e históricos da Arquidiocese como uma das atividades, além das funções litúrgicas solenes na Catedral.

Em outubro de 1965 recebeu o título de Cô-nego Honorário e em julho de 1968 assumiu a cadeira dos Cônegos Catedráticos na Catedral Metropolitana. Alegria, bom humor, simpatia e dedicação ao estudo e trabalho contrasta-vam com a enérgica defesa do direito e da jus-tiça. Muitas vezes precisou ser intransigente ao insistir na organização do Arquivo dos li-vros e documentos da Cúria, bem como dos bens de valor histórico.

Cônego Carlos deixa para o Cabido Metro-politano e para a Arquidiocese um legado de

valores que permanecerão sempre presentes na mente e no coração de todos quantos com ele conviveram. Com ele aprendemos a amar a vida, amar a Igreja, partilhar o tem-po com os pobres, ser presen-ça em todas as atividades do Presbitério, apesar das limita-ções de uma cadeira de rodas.

Menegazzi conseguiu realizar muitos de seus sonhos, entre os quais organizar o Livro “Ar-quidiocese de Campinas, Sub-sídios para a História”, rever o Estatuto do Cabido, elaborar o

“Diretório sobre a conservação dos Bens Cul-turais e Históricos, Construção, Reforma e Restauro de Templos e Capelas”, e a Celebra-ção do Centenário, em 2009.

Cabe bem ao Cônego Carlos um pensamento de Bruce Lee: “O que você sabe não tem valor; o valor está no que você faz com o que você sabe”.

Cônego Luiz Carlos F. Magalhães,Arcediago e Pároco da Paróquia

Cristo Rei, em Campinas

Cônego Carlos Menegazzi e o Cabido

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Cônego Carlos Menegazzi:retrato vivo de um ser cristão!

Não é sempre que nós temos a possi-bilidade de ver cometas grandiosos, bonitos e brilhantes cruzando o espa-

ço atingível de nosso Planeta. Cometas assim costumam ser raridades! Ao longo da história da humanidade, há raríssimas pessoas que são como os cometas raros. O Cônego Carlos Menegazzi é uma dessas pessoas! Deus me concedeu a imensa graça do grau de paren-tesco direto a ele; de conviver longos anos lado a lado e de partilhar da mesma vocação, como sa-cerdotes-presbíteros da Igre-ja. Que graça! Que privilégio! Que responsabilidade-desa-fio!

Falar do Cônego Carlos é dos testemunhos mais fáceis e agra-dáveis, pela amplitude de suas virtudes, va-lores, realizações e história de vida. Ao mes-mo tempo, é das realidades mais difíceis, pela profundidade com que viveu cada passo, cada gesto, cada palavra de seus 92 anos e 5 meses de vida!

Destaco algumas características de sua be-líssima existência. O Cônego Carlos foi um ho-mem marcado pela Fé. Acima de tudo, Fé em Deus, em Deus-Trino – Pai, Filho e Espírito Santo. Ele amava Deus e irradiava este Amor, como essência de sua vida. Um homem que se deixou conduzir por Jesus Cristo e pelo seu Evangelho; por isso, íntimo do Senhor, e do Senhor se fez íntimo; apaixonado por Ele. Um homem de uma espiritualidade cristã profun-

da, consistente, de vida eucarística e oração diárias, que soube de forma invejável, integrar Fé-e-Vida. Um homem de uma coerência radi-cal e irradiante, que transpareceu a cada ins-tante, o que a Igreja um dia lhe pediu: “Trans-forma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares”; “Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua

vida ao mistério do cruz do Senhor” (pedidos nos dias da Ordenação

diaconal e presbiteral).O Cônego Carlos foi um ho-

mem que amou os pobres, ex-cluídos e sofredores intensa-mente, de maneira ordinária

e extraordinária. Nunca viveu sem eles. Deu a vida pelos pobres,

no exemplo e seguimento de Jesus pobre. A periferia das cidades era o centro do seu co-ração. As dores, explorações e opressões dos sofredores de toda ordem, eram o âmago do seu sentir e agir. Compaixão – sofrer com os que sofrem – foi sua companheira cotidiana. Um homem marcado pelo sentido de justiça, em todas as suas dimensões, especialmente pela Justiça do Reino de Deus. Cônego Carlos amou o trabalho. Trabalhava, incansavelmen-te, por puro amor, 14 horas por dia ou mais, todos os dias da vida... Trabalhou assim até o último dia antes de sua internação hospitalar derradeira. Fez do trabalho não um sacrifício, mas um dom. Viveu com profunda discipli-na, com rigor e austeridade. Era um homem

“Um homem marcado pelo sentido de

justiça”

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aberto, progressista, otimista, alegre. Enxergava a História, a sociedade, a vida, em geral, como um horizonte aberto, plural; enxergava mundos a serem transformados... Mantinha o que era essencial; mas em tudo buscava o novo, as mu-danças, a liberdade, a construção da vida. Com 76 anos de idade, foi para uma universidade da Europa, para se especializar na área do Direito, por dois anos, a fim de servir melhor o povo, a Igreja, o Senhor. Concluiu o Curso, diplomando-se de forma exemplar. Sou-be integrar, maravilhosa-mente, Amor, Sabedoria, Fé, Práxis e Santidade, como nunca antes eu en-contrei alguém assim... Empenhou-se sempre e em tudo, pela comunhão, fraternidade, disponibili-dade e seriedade do Pres-bitério da Arquidiocese de Campinas e de toda a nossa Igreja Local. Um ho-mem erudito, estudioso; ao mesmo tempo, abriu inúmeras trilhas na lama, nos sítios, nos presídios, nos porões de cortiços, nos asilos e creches, em incontáveis barracos e quartos de hospitais e incontáveis lugares de dor, onde sempre serviu...

No espaço tão curto que aqui me cabe, pos-so testemunhar com a mais absoluta convicção: o Cônego Carlos Menegazzi viveu em plenitude o que o Apóstolo Paulo um dia expressou: “Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

PADRE Cláudio Zaccaria Menegazzi,Sobrinho e Pároco da Paróquia São João Batista

Primeiro à esquerda, ao lado dos irmãos Nelson e Clóvis, no Natal de 1930, em Campinas. Em 1937, no Seminário em Pirassununga, é o segundo da esquerda para a direita. Em sua ordenação sacerdotal, em 1945.

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Homem de Deus, homem do povo

24 - MAIO/JUNHO 2014 - BOLETIM A TRIBUNA

O Serviço de Comunicação da Arquidio-cese de Campinas solicitou-me pala-vra a ser publicada, a respeito do Cô-

nego Carlos Menegazzi. Prometi fazê-lo, com satisfação. Desde logo, me reconheci incapaz de abraçar, num pequeno “artigo”, a grandeza original de uma vida privilegiada como esta, em foco. Não pensei trazer datas e momentos cronologicamente importantes. Nem sua ge-nealogia e outras coisas também importantes. Não teria, honestamente, como fazer, por in-competência e por carência de tempo.

Pensei que poderia dar um testemunho da vida do Cônego Menegazzi, apontando alguns elementos da vida deste Sacerdote, segundo o Evangelho de Jesus Cristo. Em toda voca-ção, há um elemento basilar. O dom da Fé que condiciona o SIM ao Pai do Céu, como aquele de Maria que condicionou (penso que pode-mos falar assim), mesmo não sabendo como Deus trata o problema da liberdade humana. Sempre vi e ouvi o nosso Carlos dizendo sim a Deus e à Igreja.

Em todos os serviços prestados, sempre teve a aprovação do povo fiel que não costu-ma se enganar a respeito dos seus pastores. Reconheço erros lamentáveis contra sacerdo-tes, mas quando são contra. Novos modelos de santidade, na Igreja, têm a voz do povo fiel como indicativo de aprovação para a canoniza-ção. Todos nos lembramos do “Santo, presto”! Está aí, São João Paulo II, gigante da Fé, mo-delo para nossa Igreja e para todos que amam a Justiça e desejam a Paz!

Tenho lembranças muitas da sua inesquecí-vel dedicação à Igreja e consideração confiante ao pobre Bispo que com ele conviveu por lon-gos anos. Homem sem jaça, Sacerdote impo-luto, que viveu a coerência de suas escolhas baseadas na Fé do Evangelho de Jesus. Ami-go leal dos seus colegas sacerdotes aos quais nunca se referia desabonadoramente. Viveu, do melhor modo, a fraternidade sacerdotal.

Era portador de grande zelo pelo bom teste-munho da Igreja de Campinas. Tive ocasião de ouvir queixas justas de sua parte sobre com-portamentos inadequados que podiam levar a posturas desfavoráveis à sua querida Igre-ja. Caráter firme, têmpera de aço, quando em jogo a Justiça e a Verdade. Estas afirmações poderiam ser embasadas em fatos. Não me pareceu, todavia, ser conveniente fazê-lo, sem provocar desencontros inoportunos.

A lembrança dos homens é curta. Mas a lembrança do exemplo do Côn. Menegazzi vai perdurar o tempo da nossa existência. Ficarão outras recordações no livro que, com outros historiadores, publicou sobre Campinas, por ocasião do Centenário da criação da Diocese de Campinas. E enquanto viverem pessoas que conheceram sua abençoada existência.

O que importa, acima de tudo, é a recom-pensa prometida aos que foram fiéis à graça concedida a quem viveu segundos os critérios do Evangelho.

Louvo a Deus, meu Pai, nosso Pai, por ter conhecido e, naturalmente, trabalhado nesta Igreja querida de Campinas com o santo sa-cerdote, Cônego Carlos Menegazzi!

Dom Gilberto Pereira Lopes,Arcebispo Emérito

“Caráter firme, têmpera de aço”