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A triangulação das culturas: interdependências e desdobramentos1.
Jean Felipe Rossato2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS
Resumo: Este texto objetiva refletir sobre a interdependência da cultura, cultura
organizacional, cultura do entorno, nas práticas organizacionais, destacando suas
tensões, sobreposições e desdobramentos. Entendidas como “teias de significados”, a
cultura organizacional tem na comunicação seu principal processo de (re)construção,
(des)organização e atualização. Tensionada por uma trama complexa de forças, a
cultura organizacional é, constantemente, desestabilizada pelas demais culturas dos
sujeitos, quando em interação com a organização. Com um olhar às dimensões
simbólicas (significados), propomos a necessidade de pensar os tensionamentos da
triangulação interdependente das culturas nas práticas organizacionais.
Palavras-chaves: comunicação organizacional, cultura, cultura organizacional, cultura
do entorno, significados.
Introdução
De qual cultura organizacional estamos falando? Essa é uma pergunta recorrente
nos estudos organizacionais, devido a sua diversidade de abordagens e às dificuldades
de pensar a complexidade desse conceito. Originada em meados dos anos 30, a cultura
organizacional foi (e é provável que, em alguns casos, ainda seja) empregada como
concreta, unívoca, espiritual, reproduzida e disseminada por imposição, justificando
determinados comportamentos, regulando certas condutas e delineando as práticas
organizacionais. Seus artefatos culturais (crenças, mitos, hábitos, costumes), eram
tomados como verdades absolutas, inquestionáveis e imutavéis. Entretanto, com a
configuração atual das organizações, dos sujeitos e da sociedade, essa conceituação
tende a se complexificar, assumindo, cada vez mais, um caráter dinâmico, flexível,
contraditório e aleatório, tecida em conjunto pelos diferentes sujeitos em interação.
Com uma abordagem simbólica, compreendemos a cultura, a partir de Geertz
(2008) que a configura como uma “teia de significados”, (re)tecida por relações de
comunicação pelos diversos sujeitos3 que, tensionados por seus repertórios
1 Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho Estudos em Comunicação Institucional e Organizacional do IV
SIPECOM - Seminário Internacional de Pesquisa em Comunicação 2 Mestrando em Comunicação e Informação, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e
Informação/PPGCOM da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS, e-mail: [email protected] 3 Reconhecemos as diferenças conceituais no emprego das palavras interlocutores, atores, indivíduos, públicos e
sujeitos. Porém, neste trabalho, recorremos a elas com o sentido de sujeito ativo, fragmentado, complexo,
contraditório, carregado por repertórios simbólicos (cultura, imaginário, paradigmas) de suas experiências e vivências
anteriores, construtor dos processos sociais, dos significados e da sociedade.
socioculturais (emaranhado de outras culturas, imaginários, experiências e forças),
(re)constroem, (des)estabilizam e (des)organizam os significados da cultura, prendendo-
se a ela e sendo por ela modificados. Configura-se, assim, em um contínuo processo de
tecer (construir narrativas, regras, normas e valores) e ser tecido pela cultura (aceitá-la,
empregá-la, praticá-la e reproduzi-la).
Restringindo a sua noção (todo) ao âmbito da organização, podemos pensá-la
como uma subcultura dentro de um todo, estabelecida pelos diversos dos sujeitos que,
de alguma forma e em algum nível, interagem com a organização. Compreendida como
uma rede simbólica, ela articula e sobrepõe uma diversidade de outros significados
próprios dos sujeitos que, através da ação comunicacional, disputam, tecem e atualizam
os significados da organização (BALDISSERA, 2008).
Por exigir esse caráter relacional, é provável que a cultura da organização seja
constantemente tensionada por uma diversidade de forças (sujeitos, contexto e da
sociedade) que movimentam os seus significados estáveis, impulsionando mudanças e
desdobramentos que se materializarão em alguns comportamentos e práticas
organizacionais. Com esse olhar, propomos refletir sobre a interdependência da cultura,
da cultura organizacional e da cultura do entorno, nas práticas da organização,
destacando suas tensões, desdobramentos, sobreposições e atomizações. Para tanto,
nossa reflexão, sustenta-se, na perspectiva simbólica, a partir dos estudos de Geertz
(2008), dialogando com a noção de cultura organizacional elucidada, principalmente,
por Marchiori (2008) e Baldissera (2008). Articulando a triangulação cultural no
(re)tecer dos significados, apresentamos alguns desdobramentos práticos decorrentes
desses tensionamentos.
Por uma concepção simbólica de cultura: a arte de tecer e ser tecido
Conforme exposto, pensar a noção de cultura é considerar um trama complexa
de concepções contraditórias e diversas, que são continuamente (re)discutidas por
diferentes campos teóricos. Dentre as muitas abordagens, esse conceito retoma, em seu
princípio epistemológico, a noção de natureza, tendo a ideia de “lavoura” e/ou “cultivo
agrícola” um de seus primeiros significados (EAGLETON, 2005). Com o
desenvolvimento de novas pesquisas, são atribuídas a ela noções divergentes e
ambíguas, como a arte de ser culto (exercício do cérebro, limitada a poucos intelectuais)
ou mesmo como sinônimo de civilização (ser racional) (THOMPSON, 1999).
Assim, se, de início, a cultura denotava um processo essencialmente material, de
cultivo agrícola e ação humana, com o tempo, ela desdobra-se em questões do espírito e
do simbólico, atribuindo ao ser humano capacidades de (re)construí-la e reproduzi-la,
devido a sua predisposição para raciocinar, autorrefletir e, principalmente, de
comunicar-se com os seus semelhantes (EAGLETON, 2005).
Com um olhar aos seus desdobramentos conceituais, elucidamos, brevemente, a
partir de Thompson (1999), quatro abordagens4 sobre os usos da cultura durante a
história: 1- concepção clássica de cultura (séc. XIII e XIX) - vinculada a corrente
filosófica alemã, essa noção referia-se ao desenvolvimento espiritual e psicológico,
vinculado, principalmente, pela assimilação de conhecimentos artísticos e acadêmicos;
2- concepção descritiva de cultura (séc. XIX) - reporta-se a “um variado conjunto de
valores, crenças, costumes, convenções, hábitos e práticas, característicos de uma
sociedade específica ou de um período histórico” (idem, p.166). Por essa proposta o
sujeito é fortemente dependente do seu contexto, sendo, exclusivamente, resultado do
seu entorno; 3- concepção simbólica de cultura - rompendo com a lógica vigente, essa
abordagem direciona seu interesse aos simbolismos (significados), tendo como aporte
metodológico a interpretação da ação simbólica, originada na interação social
(comunicação). Essa concepção se sustenta nos pressupostos teóricos do antropólogo
estadunidense Clifford Geetz; 4- concepção estrutural de cultura, definida por
Thompson (1999) - essa noção elucida a análise cultural
como o estudo das formas simbólicas – isto é, ações, objetos e
expressões significativas de vários tipos - em relação a contextos e
processos historicamente específicos e socialmente estruturados
dentro dos quais, e por meio dos quais, essas formas simbólicas são
produzidas, transmitidas e recebidas (idem, p. 181).
Constituídas por relações de poder assimétricas, essas formas simbólicas são
tensionadas pelos usos e movimentos interpretativos dos sujeitos, articuladas aos
contextos estruturados em que são produzidas. Nesse sentido, apesar de algumas críticas
e apontamentos realizados por Thompson (1999) ao estudo de Geertz5, assumimos,
4 Salientamos que não apresentaremos, neste texto, as muitas abordagens/definições da cultura. Para
aprofundamentos sobre essa ideia, ver Eagleton (2005). 5 Importa dizer que, apesar de não ser tão enfatizado na obra de Geertz (2008), entendemos que a noção de cultura
explorada pelo autor tem considerado os contextos, as estruturas, os processos históricos e os tensionamentos
(disputas - relações de poder) decorrentes dessas construções simbólicas, já que, sua abordagem parte de uma
perspectiva semiótica (BALDISSERA, 2008).
neste trabalho, a concepção de cultura desse último autor, não desconsiderando as
observações de Thompson (1999), retomando-as quando se fizerem necessárias.
Partindo de uma perspectiva semiótica, Geertz (2008, p.14) elucida que “o
homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu”, sendo a
cultura essas teias de significado e suas análises. Concebe-se, assim, que a cultura
presume a ideia de relação/interação, através da qual os sujeitos constroem seus
significados que, posteriormente, ao se cristalizarem provisoriamente como cultura,
tendem a se exercerem sobre eles. Desse modo, ao interagirem com outros
interlocutores, os indivíduos são tensionados por seus repertórios socioculturais
passados (experiências, crenças, conhecimentos), os quais guiam e atribuem sentido aos
gestos e ações do outro. Nessa relação, que, em suma, é de comunicação, os indivíduos
instituem significados que (re)tecem e (des)organizam a cultura, ressignificando-a.
Com esse olhar, Geertz (2008) afirma que não devemos estudar a cultura como
“uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à
procura de significados” (idem, p.14). A análise dos significados da cultura não está na
materialidade visível-descritiva dos rituais, mitos e histórias, mas na dimensão
interpretativa-intencional de determinado ato, na busca da causa, da motivação, da
finalidade e do porquê de tais fenômenos. Por isso, o autor sugere que dificilmente
conseguiremos compreender o real significado por trás de tal atitude, já que essas
práticas envolvem uma diversidade de forças inerentes ao sujeito (psicológica,
imaginária, cognitiva) de difícil apreensão (GEERTZ, 2008). Dessa forma, toda
investigação cultural será uma interpretação de segunda ou terceira ordem, devido às
lentes e filtros próprios do pesquisador (crenças e experiências).
Thompson (1999), ao pensar a construção/ação geradora dos significados que
ocorrem na interação, afirma que as formas simbólicas (termo utilizado por ele para
referir-se a uma noção similar a de significado) são sempre expressões intencionais com
objetivos específicos, dirigidas de um sujeito a outro. Tais formas simbólicas envolvem
algumas regras e códigos de aplicação para sua construção e sua interpretação, uma
espécie de linguagem, compreensível/cognoscível a ambos interlocutores e que já estão
convencionadas a priori6. Elas exibem uma estrutura articulada em que cada elemento
6 Essas regras e convenções constituem “parte do conhecimento tácito que os indivíduos empregam no curso de suas
vidas cotidianas, criando, constantemente, expressões significativas e dando sentido às expressões criadas por
outros”. De modo geral, elas são aplicadas em situações práticas para produção e interpretação das formas simbólicas,
o que não significa que os indivíduos estejam sempre conscientes dessas regras. Esse processo envolve princípios de
codificação e decodificação o que não significa que as regras utilizadas na interpretação serão similar a da produção
das formas simbólicas (THOMPSON, 1999, p.186).
se coloca em relação um com o outro, representando algo externo que está inserido e
formatado em um contexto específico. Nesse sentido, “as formas simbólicas estão,
contínua e criativamente, implicadas na constituição das relações sociais”, sendo
construídas e reproduzidas por essas mesmas relações (THOMPSON, 1999, p.78).
Evidenciamos, assim, que a cultura não existe por si, a priori, ela só existe na
relação dos sujeitos em situações de comunicação, não sendo de domínio de um ou
outro indivíduo, mas construída coletivamente através dos significados que, tomados
como verdades, materializam-se, posteriormente, em rituais, regras e outras narrativas
que guiam e condicionam os sujeitos nas suas ações diárias. Ao movimentar os
significados da cultura, os indivíduos estão, de certo modo, condicionados por seus
significados prévios - que também são cultura -, decorrentes de suas experiências,
socializações e interações anteriores.
Pensando nessas construções e práticas culturais dos indivíduos, Fleury (2009)
sugere que os significados dos sujeitos são moldados por diversas socializações e
influências culturais, devido aos espaços familiares (primeiras socializações/relação
precoce com a cultura), a educação escolar (reforça a cultura e suas desigualdades), a
comunidade e, de modo geral, a sociedade. Para o autor, o indivíduo, em diferentes
momentos, interioriza comportamentos e valores que serão significativos às ações e
interpretações futuras. Baseando-se nessas formas simbólicas, os sujeitos guiarão suas
práticas e interpretarão os fatos no mundo. Para Morin (2011b, p.30) há um “imprinting
cultural” que marca os seres humanos desde seu nascimento. Ele instaura-se no cérebro
“desde a mais tenra infância pela estabilização seletiva das sinapses, inscrições iniciais
que marcarão irreversivelmente o espírito individual no seu modo de conhecer e agir”,
determinando uma desatenção seletiva a tudo que não estiver de acordo com as crenças
e concepções do indivíduo. Entretanto, esses determinismos não se dão por completo,
pois o sujeito possui certas autonomias que possibilitam sua subversão, mobilização,
libertação e ruptura, impossibilitando que a cultura se cristalize e morra. É na existência
de vida cultural e intelectual dialógica, na multiplicidade de confrontos e trocas de
ideias e na possibilidade de desvios, que os dogmas, as doutrinas e as normatizações
enfraquecem, possibilitando ao sujeito construir, movimentar e inovar a cultura
(MORIN, 2011b).
Importa dizer que assumir a concepção simbólica de cultura é reconhecer sua
interdependência com o processo de comunicação na constituição, atualização e/ou
movimentação de seus significados, já que é por esse ato que a cultura não se torna
apenas reprodução (BALDISSERA, 2008). Ressaltamos que, apesar dos significados da
cultura serem disputados/construídos na ação conjunta, os processos interpretativos se
darão na particularidade de cada sujeito, o que pode (e é provável que sim) resultar em
diferentes noções de cultura.
Portanto, tomando a cultura como “teia de significados” (GEERTZ, 2008),
reconhecemos seu caráter mutável, dinâmico e contraditório, originada pelas disputas e
tensionamentos entre os diferentes sujeitos-força que, em comunicação, movimentam
aleatoriamente seus significados da cultura. Entendendo a cultura da sociedade como o
todo, compreendemos a cultura organizacional como uma de suas subculturas,
constituindo-se como parte desse todo.
Cultura organizacional: tensões e atravessamentos
Entendidas como sistemas abertos, as organizações configuram-se como
“resultados provisórios (mudam permanentemente) da interação dos diferentes sujeitos-
força” que, tensionadas pelo entorno sociocultural, são tanto construtoras, quanto
construídas pelo ecossistema (BALDISSERA, 2009a, p.144). É notável que,
atravessadas pela sociedade, as organizações estão constantemente perturbadas e
entrelaçadas por um emaranhado de outras culturas, decorrentes dos indivíduos, dos
grupos, das comunidades e das instituições que com ela se relacionam.
Nessa perspectiva, pode-se inferir que a cultura organizacional é composta por
elementos simbólicos de outras culturas, bem como é presente, de algum modo, e, em
algum nível, na cultura da sociedade e no entorno sociocultural. Sinalizamos, assim,
uma interdependência entre culturas (da organização, da sociedade e do entorno) que,
atuando conjuntamente, sofrem mútuas afetações, através dos diversos tensionamentos e
atravessamentos que são concretizados pelos processos interativos dos sujeitos.
Com essa abordagem, consideramos a cultura organizacional como uma rede
simbólica que associa uma diversidade de elementos-forças (significados simbólicos)
próprios dos sujeitos que efetuaram/efetuam alguma relação com a organização. Assim,
ao colocar-se em interação – ação comunicacional (construção de significados) -, o
sujeito é tensionado por uma diversidade de elementos-força (simbolismos, imaginários,
psique, paradigmas, crenças) de seus grupos socioculturais, os quais fundamentam suas
visões e interpretações sobre os significados ofertados pela organização e sobre a ação
presente. Há, assim, um tensionamento entre os significados dos sujeitos e da
organização, o que incita movimentos aleatórios de aceitação, sobreposição, negação,
refração e exclusão dos significados das culturas. É possível que, em diferentes níveis e
formas, os indivíduos aceitem a cultura organizacional, prendam-se a ela e reproduzam-
na, ou, até mesmo, subvertam-na, neguem-na e/ou rejeitem-na. Portanto, apesar de
aparentar certa estabilidade e coesão, a cultura da organização assenta-se
constantemente sobre a tensão, a resistência, o movimento, a contradição e a
(des)ordem, tendo, os interlocutores, papéis ativos e centrais em sua (re)construção
(BALDISSERA, 2008).
Concebe-se, então, que o sujeito (neste caso, o funcionário) não é impregnado
passivamente pela cultura organizacional, como insistem algumas abordagens
positivistas/funcionalistas7. Mesmo com a evidente multiplicidade, fluidez e contradição
dos significados organizacionais, percebe-se, ainda, a necessidade de muitas
organizações apresentarem sua cultura como única, concreta e absoluta, uma realidade
em si, resultado de um consenso harmonioso, envolvendo e enquadrando todos os
indivíduos em uma única cultura instituída, hegemônica e soberana. Parece haver certa
necessidade das organizações, em suas práticas, negarem qualquer possibilidade de
incerteza, conflito, risco e transformação em seus significados (FREITAS, 2007). É
provável que ainda haja uma visão negativa por parte dos gestores organizacionais da
ideia de conflito (diálogo), o que reduz a noção de cultura organizacional a princípios,
normas e valores absolutos e fechados.
A cultura entendida, neste trabalho, é (re)tecida em conjunto8, através de
processos comunicacionais que, articulados a elementos (in)conscientes, perturbam os
significados dos sujeitos, guiam suas ações e desestabilizam os significados da
organização (BALDISSERA, 2008) . É na pluralidade e na diversidade das ações
comunicacionais que os significados da cultura são formados, movimentados, ajustados
e rechaçados. É na/pela comunicação que é tecida a “teia de significados” e é por esse
mesmo processo que os sujeitos tendem a assimilá-la e a reproduzi-la.
Observando esses tensionamentos entre organização e sujeitos (funcionários),
Baldissera (2008) ilustra quatro situações que podem vir acontecer nessa relação: 1-
7 Freitas (2007) retoma o funcionalismo para referir-se a perspectiva direta, estática, fechada das práticas
organizacionais, negando qualquer possibilidade de desvios e incertezas, assentando a cultura em uma natureza mais
determinística, mecanicista e linear. Hoje percebemos um momento de transição de uma perspectiva normativa para
uma abordagem mais flexiva que, a nosso olhar, já é bastante presente, porém desconhecida nas práticas de algumas
organizações. 8 O autor ao utilizar-se dessa noção, retoma a ideia de “complexus: o que é tecido junto” defendida por Morin (2011a,
p.13).
identificação: o sujeito se reconhece na cultura e tende a aceitá-la; 2- cooptação: se
reconhece parcialmente, ou não se reconhece, mas tende a aceitá-la por necessidades de
outra ordem (econômica e psicológica); 3- representação: não se reconhece ou se
reconhece parcialmente, mas busca conhecer a gramática da cultura e procura
interpretar/representar um papel condizente (aceitável) a situação; 4- enfrentamento: o
sujeito não se reconhece, não consegue se ajustar e nem se esforça para tal; isso tende a
ocasionar o desligamento e/ou demissão do indivíduo.
Evidencia-se, então, que esses processos de negociação de significados entre
organização e indivíduos, configuram-se em um movimento constante de
ordem/desordem, construção/reconstrução, abertura/fechamento, estando os significados
da cultura em permanentes disputas pelos interlocutores da ação. Disputas em que se
estabelecem como relações de poder9, visto que, conforme Foucault (2012), toda relação
pressupõem disputas de força e, portanto, poder. Permeando toda a esfera capilar da
organizacional, esse poder ora se materializa mais sobre um, ora sobre outro sujeito,
movimentando-se de forma assimétrica em ambos.
Esses sujeitos, em interação (comunicação) com a organização ou mesmo com
outros interlocutores, tendem a propor significados que desejam ver
instituídos/assimilados no/pelo outro. Instaura-se, assim, uma luta constante por
reconhecimento, legitimação e aceitação. Os significados da cultura organizacional, por
sua vez, não são diferentes. Entretanto, em âmbito organizacional, é provável que
alguns sujeitos – por suas posições na estrutura administrativa - possuam um capital
simbólico superior aos demais e, assim, consigam exercer mais poder simbólico
(BOURDIEU, 2012) sobre os outros, fazendo com que seus significados sejam
facilmente aceitos pelo outro. É o caso, por exemplo, dos líderes e gestores executivos.
Nesse sentido, Schein (2009)10
propõe que, de início, é possível que a cultura
origine-se da/na relação de seus membros fundadores (líderes, presidentes), a partir de
suas visões e concepções. Tratados como idealizadores e visionários, esses líderes, em
geral, são legitimados e reconhecidos pelos demais como detentores de um capital
simbólico, fazendo com que influenciem e consigam imprimir os seus significados
9 Para Foucault (2012) todas as relações são relações de poder. Segundo o filósofo, o poder não é algo material que se
possa possuir, não está localizado em nenhum lugar, ele está permeando todas as práticas sociais. Pela perspectiva
foucaultiana, o poder não é só negativo, mas positivo, capaz de produzir e acumular saber. 10
Reconhecemos em Schein (2009) importantes contribuições no detalhamento, identificação e aprofundamento da
cultura organizacional. Entretanto, sua perspectiva possui algumas limitações (determinista, normativista,
funcionalista), por isso utilizamo-nos de algumas de suas contribuições, porém a noção de cultura aceita, neste
trabalho, busca tomá-la em um todo complexo, envolvendo e aceitando as disputas, contradições e tensões que se
apresentam em âmbito organizacional.
como sendo os da organização. Isso não quer dizer que haja uma imposição nos
significados construídos, tampouco que os instituídos se reduzam apenas as influências
dos gestores. O que é perceptível ao longo do tempo é que, com a participação de novos
sujeitos e, por conseguinte, com novos tensionamentos e interações, é bem provável que
a influência dessas lideranças sejam amenizadas e atenuadas. Quanto mais à
organização for atravessada pelo entorno sociocultural, menores serão as influências de
seus gestores nos significados da cultura (FREITAS, 2007). Por isso, a “teia de
significados” da organização não deve ser pensada como produto de uma imposição
interna de alguns sujeitos legitimados, mas como resultado da interdependência e do
tensionamento das culturas do sujeito, do entorno e da sociedade.
Importa reiterar que a comunicação é o fator potencial que interliga esses
diferentes elementos simbólicos, tanto na construção como na negociação dos
significados. É notório que toda cultura requer a comunicação para acontecer, bem
como toda comunicação é constituída por elementos culturais. Com esse olhar, é
necessário que as organizações promovam espaços de interlocução, de diálogo e de
conflitos de opiniões, pois são nesses processos que a cultura é construída, reproduzida
e renovada. É preciso “correr riscos para poder gerar mudanças e crescimento” em
âmbito organizacional. É possível ainda que esses conflitos e disputas sejam recorrentes
nas organizações, por isso a gestão administrativa não deve reprimi-los, mas reconhecê-
los e estimulá-los (MARCHIORI, 2008, p. 129).
Contudo, o que visualizamos, frequentemente, nas organizações são reproduções
simbólicas (significados provisoriamente estáveis) que, através da comunicação
organizacional (neste caso, a partir de uma fala oficial e planejada), ofertam
informações, representações e simbolismos sobre si que objetivam interferir e direcionar
as interpretações dos sujeitos (outro). Possivelmente, com o tempo, esses elementos
simbólicos, configurem, consciente e inconscientemente, os repertórios dos indivíduos
em relação à organização, potencializando determinados significados sobre ela. Práticas
como ritos, símbolos, mitos, crenças e histórias, são materializações da cultura que
tendem a influenciar os indivíduos, bem como articular aproximações de aceitação e
confirmação da cultura organizacional.
Esses artefatos culturais11
(SCHEIN, 2009) são empregados para propor
determinados sentidos aos sujeitos, mascarando e estimulando comportamentos
11 Schein (2009) sugere que a cultura organizacional acontece em três níveis: os artefatos (elementos visíveis de uma
organização, regras, comportamentos, arquitetura); os valores (regras e normas que condicionam o comportamento
idealizados pela organização. Podemos observar, brevemente, essas práticas através de
dois exemplos: 1) mito do herói: fazendo referência ao líder fundador, essa narrativa
retoma as dificuldades, o sofrimento e a necessidade do trabalho contínuo e árduo para
tornar-se um “grande líder” – conquistar sucesso. Isso estimula o sujeito a trabalhar
intensamente e ser merecedor de tal posição. Outra materialidade da cultura são os 2)
rituais de passagem (processos seletivos) que instituem e reforçam práticas hierárquicas
e posicionam o “lugar” do funcionário “novato” nas atividades organizacionais.
Conforme Freitas (1999) essas abordagens exploram as dimensões subjetivas dos
indivíduos, estimulando a identificação, reconhecimento, idealização, aceitação e o
vínculo com a organização, bem como impulsionando sentimentos de angústia, medo,
exigência e ambição do sujeito consigo mesmo12
.
Como podemos visualizar, portanto, a cultura organizacional ultrapassa a esfera
da organização, seus membros, suas estruturas e formas, sendo atravessada por uma
diversidade de forças simbólicas, de diversas ordens e âmbitos, que organizam e
desorganizam seus significados. Com um olhar as sobreposições, tensões e
cruzamentos, faz-se necessário pensar a interdependência entre as culturas, visualizando
prováveis implicações e desdobramentos nas práticas organizacionais.
A triangulação das culturas nas práticas organizacionais
Interligadas a um contexto sociocultural, as organizações tem, cotidianamente,
seus significados culturais desestabilizados, devido aos diversos relacionamentos
estabelecidos com o entorno e com a sociedade. Por isso, os seus significados
ultrapassam as dimensões geográficas da organização (seus líderes e funcionários),
devendo ser observada em sua completude e complexidade.
Com essa visão, supomos que a cultura organizacional se realiza em um triplo
movimento interligado de culturas (sociedade-entorno-organização) que, associadas à
comunicação, desestabilizam, continuamente, de alguma forma e em algum nível, os
seus significados. Importa dizer que essas três culturas encontram-se tramadas umas as
outras, sendo tanto constituintes quanto constituídas pelas demais. É válido, nesse
dos membros da organização) e pressupostos básicos (como o grupo pensa e percebe – são verdades instituídas,
invisíveis e inconscientes). 12 Explorando variáveis psíquicas, as organizações geram expectativas sobre o sujeito – o escolhido no processo
seletivo – sugerindo que, a partir de sua efetivação, terá de trabalhar como merecedor da escolha. Isso gera um
sentimento de cobrança, angústia e expectativa do sujeito consigo mesmo, impulsionando-o ao trabalho. Para
aprofundamentos sobre a cultura organizacional e elementos psíquicos, ver FREITAS (1999, 2007).
sentido, atentarmos que algumas sobreposições, contradições e desdobramentos nos
significados podem vir a acontecer, decorrentes da triangulação cultural e, desses
abalos, é possível que certas práticas organizacionais sejam redimensionadas, ajustadas
e redesenhadas.
Observando alguns desdobramentos organizacionais, resultantes desses
tensionamentos, podemos supor que ao se relacionarem com o entorno sociocultural, as
organizações vivenciam uma desestabilização/perturbação em seus significados, já que
à medida que exercem/impõem sua cultura no entorno, são, do mesmo modo,
desestabilizadas pelas forças dele. Em suma, o primeiro movimento tende a ser de
resistência, rejeição e contradição em relação à organização, a depender, sobretudo, da
situação, da cultura, das necessidades e dos valores dos sujeitos locais.
Nesse sentido, podemos observar algumas práticas recorrentes e necessárias (ou
não) nos atravessamentos e associações com o entorno: 1) aproximação por lideranças:
é o emprego de membros e lideranças da comunidade que, desempenhando papéis
específicos e “estratégicos” no local, procuram enfraquecer as forças e resistências da
comunidade. Configurando-se como porta-vozes, esses sujeitos apresentam à cultura
local benefícios, vantagens e informações que, consciente e inconscientemente, vão
habituando/modelando o repertório simbólico dos indivíduos sobre a organização,
buscando, assim, propor significados ideais que sejam aceitos e reproduzidos pela
comunidade; 2) aproximação por expectativas: é a investigação de elementos culturais
locais pelas organizações que, com o objetivo de atenuar as resistências do entorno,
buscam conhecer e compreender as lógicas e estruturas simbólicas de determinado povo
antes mesmo da organização se instalar no novo contexto. A partir disso, de acordo com
Freitas (2007), são desenhadas estruturas, mensagens, padrões, práticas que,
explicitamente ou não, retomam as expectativas e a realidade local, objetivando seu
reconhecimento e aprovação. Esse processo é visível, em geral, em organizações
multinacionais, em seus processos de implantação de novas unidades em regiões
socioculturais diferentes de sua matriz administrativa; 3) aproximação por
espelhamentos: já instaladas no contexto, as organizações utilizam-se da produção de
mensagens publicitárias que, com a intenção de adentrar aquele espaço sociocultural,
agregam as suas comunicações, elementos identitários e culturais do local, objetivando
o espelhamento e a identificação com os indivíduos e, por conseguinte, sua aceitação e
acolhimento. Pensando nessas articulações entre as culturas, podemos afirmar que as
transformações tendem a serem significativas nas práticas organizacionais, desde
adequações linguísticas até estruturais, administrativas e gerenciais.
Desse modo, se em seus primeiros anos, os significados da organização são
fortemente influenciados pelos sujeitos do entorno sociocultural. Essa força tende a se
inverter, à medida que a organização passa a ser legitimada, institucionalizada e
autorizada a empregar suas atividades em determinado espaço (BALDISSERA, 2009b).
Essa interferência nos significados da cultura dos sujeitos será maior quanto mais
capital e poder simbólico13
(BOURDIEU, 2012) a organização exercer sobre o entorno.
Reconhecendo e admirando as práticas organizacionais, os indivíduos (neste caso, como
membros da organização), procuram reproduzir a cultura para além dos espaços de
trabalho, replicando-as em suas casas e na comunidade (BALDISSERA, 2009b). Isso é
visível quando, imbuídos dos valores de “qualidade total” desenvolvidos na
organização, os sujeitos transferem-nos, inconscientemente, para suas atividades
domésticas. Desse modo, além de integrá-la, o sujeito-funcionário é potencializador de
sua disseminação e afirmação.
Por outro lado, além dos embates com o entorno, é provável que, conhecendo as
potencialidades locais, as organizações instalem-se em determinados espaços
socioculturais visando aproveitar e explorar os significados naturalizados em
determinada cultura. Como exemplo, podemos pensar nas fábricas japonesas que,
radicadas em uma cultura do trabalho, reconhecem nesses sujeitos a possibilidade de
maior produção e menor revolta e resistências às práticas organizacionais. É notável
ainda, práticas semelhantes em cidades interioranas do Brasil com reduzida população14
onde a noção de trabalho duro e robusto ainda paira sobre a cultura e o imaginário15
(MAFFESOLI, 2001) local, discriminando os sujeitos que se opuserem a essa lógica e
realizarem atividades fora da normalidade cultural, como: pintor de obras de arte,
escritor e músicos, profissões que são alvos de preconceito – ideia de não trabalho.
13 Conforme Bourdieu (2012, p. 7-8) o poder simbólico é “esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a
cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercer”. Presente na própria
estrutura do campo, na relação determinada entre os que exercem e os que estão submetidos, o poder simbólico se
efetiva no/sobre o sujeito/organização à medida que é reconhecido pelos outros interlocutores como detentor de tal
capital simbólico, autorizado a manifestar-se sobre certo assunto e/ou a agir de determinado modo (idem). 14 Práticas dessa ordem são visíveis em regiões ao sul do Brasil, constituídas, essencialmente, por descendentes
alemães e italianos. Para ilustrar, podemos observar empresas frigoríficas da região oeste de Santa Catarina que
articulando suas práticas a cultura local, submetem seus funcionários a jornadas maçantes de trabalho em troca de
recompensas e benefícios, legitimados por elementos culturais que reforçam essa noção de trabalho. Não excluímos a
possibilidade de revolta e resistência por parte dos funcionários, o que é bem provável que aconteça, porém com
forças limitadas em decorrência da repressão da comunidade. 15 Sendo da ordem do coletivo, o imaginário é potencializador do vínculo social e responsável por provocar
sentimentos de pertencimento e coesão nos grupos sociais, fomentando percepções e comportamentos. Articulada a
cultura, o imaginário é “a aura que a ultrapassa e alimenta”, possibilitando sua renovação (MAFFESOLI, 2001, p.74).
Assim como o entorno, a cultura da sociedade também é tensionadora da
organização, pois inerente aos sujeitos, ela potencializa determinados comportamentos e
significados aceitos socialmente. Em muitos casos, a organização reflete elementos
simbólicos da sociedade e tende a ser constantemente transformada por ela. Mudanças
culturais na sociedade afetam diretamente as práticas organizacionais. Isso é visível,
atualmente, pelas dificuldades de algumas organizações estabelecerem relações com
este novo sujeito – de vínculos frágeis, ativo, resistente, com rápida satisfação de
desejos, motivado por uma diversidade de fatores e com possibilidade de visibilidade -
ou mesmo em compreender a lógica econômica (fluidez do tempo e do espaço), social
(virtualização das relações) e cultural (hibridismos).
Um exemplo que tem (re)dimensionado a cultura organizacional é a permanente
tensão com esse novo sujeito (em especial, os jovens) que possui significados culturais
diferentes dos quais as organizações estavam acostumadas. Uma das grandes
dificuldades é a manutenção de seus vínculos empregatícios, visto que habituados a
vínculos duradouros e permanentes, as organizações não necessitavam de diversos
empreendimentos para manter o trabalho e a motivação dos funcionários. Entretanto,
hoje, esses vínculos tornam-se frágeis, instáveis e momentâneos, facilmente desligados
e (re)dimensionados, decorrentes dessa nova cultura/noção do trabalho. O sujeito
começa, cada vez mais, a ser preocupado com sua satisfação pessoal e não apenas
financeira. Em detrimento disso, as organizações que antes eram estáticas, fechadas e
concretas estão tendo seus significados culturais abalados, exigindo adequações e
transformações, desde flexibilizações hierárquicas, práticas motivacionais, humanização
das atividades organizacionais, dentre outras.
Podemos sugerir, portanto, que é impossível pensar a cultura organizacional sem
a interligação da triangulação cultural, pois só há possibilidade de cultura
organizacional pela sobreposição, associação e negação – hibridismos - dos diversos
significados culturais dos sujeitos. Inferimos, ainda, que desconsiderar essas forças e
tensões culturais do entorno tendem a ocasionar rejeição, negação e exclusão da
organização, afetando suas relações de troca e, em alguns casos, causando a sua morte –
falência e fechamento.
Considerações
Ao refletirmos sobre os tensionamentos das culturas (sociedade-organização-
entorno) nas práticas organizacionais, propomos evidenciar os diversos atravessamentos
que alteram e transformam a cultura organizacional, bem como modificam suas
posturas, seus comportamentos e suas atitudes. Nessa perspectiva, realçamos a
necessidade das organizações promoverem espaços de diálogos entre os diferentes
sujeitos-força, aceitando os enfrentamentos, as disputas e a negociação de significados
entre eles, pois como podemos observar, a cultura constitui-se como resultado dessa
multiplicidade de tensões e disputas culturais decorrentes dos sujeitos que se relacionam
com a organização.
É necessário, dessa forma, pensarmos a cultura organizacional em sua
triangulação interdependente de culturas, tendo seus significados integrados,
interligados, sobrepostos, repelidos, aceitos e negados a cada processo comunicacional.
Assim, apesar de reproduzir certa estabilidade, reforçamos que a cultura organizacional
é da qualidade do semovente, sendo constantemente regenerada, (des)estabilizada,
(des)organizada e ressignificada. Conforme exposto, negar esses diversos
tensionamentos, perturbações, sobreposições e atomizações na cultura organizacional,
tende a provocar exclusão e falência da organização, pois a impossibilidade de disputas
e comunicação ocasiona a estagnação e a cristalização da cultura organizacional.
Dito isso, realçamos a importância das organizações aceitarem os movimentos,
as contradições, os conflitos e as incertezas acerca de seus significados culturais,
reconhecendo nos processos comunicacionais a possibilidade de renovação, inovação,
atualização e criação de novos significados culturais que se concretizarão/exigirão
novos comportamentos, posturas e práticas. Ao final, importa dizer ainda que nosso
objetivo com o texto não é trazer uma conclusão definitiva, tampouco, apreendermos os
diversos atravessamentos que constituem a cultura organizacional, mas atentarmos à
necessidade de pensarmos a cultura da organização em sua triangulação cultural,
elucidando o seu caráter dinâmico, contraditório e complementar.
Sugerimos, portanto, que é importante pensarmos a cultura organizacional em
sua interligação e interdependência cultural, aceitando e compreendendo as
potencialidades e tensões com as mais diversas culturas, procurando em seus encontros
e desencontros a possibilidade de construção, manifestação, inovação e reafirmação dos
significados culturais.
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