a tendência pedagógica crítico
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A Tendência Pedagógica Crítico-social dos Conteúdos
Desenvolvimento
Nos anos oitenta e noventa pode-se observar uma preocupação com uma educação que tenha
pressupostos para uma reflexão crítica; percebe-se a necessidade de compreendê-la de maneira não-
alienada dos aspectos sociais.
Neste período da história brasileira há um vislumbre da democratização do Estado, com eleições diretas
para os governantes e a formulação de uma nova Constituição Federal. Conclui-se que a educação deve
ter como característica primordial o questionamento da sociedade em que ela está inserida; esta mesma
sociedade que a própria educação reproduz.
Autores da época evidenciam que o papel, até então, desempenhado pela escola, seria o de reprodução
de uma sociedade de classes, com o reforço do modo de produção capitalista; tais idéias são advindas da
influência dos conceitos de Marx.
Como a tendência crítico-social dos conteúdos parte da análise reflexiva e crítica do contexto sócio-
cultural, ela vem com uma crítica ao sistema de produção vigente na sociedade e, portanto, encontra
resistência por parte da classe dominante.
Cada diferente tendência pedagógica percebe o aluno, o mundo, a sociedade, o professor e os diversos
aspectos educacionais de maneira diferenciada; a tendência progressista que é objeto de estudo deste
trabalho possui enfoques específicos a respeito do mundo, da sociedade, da escola, do processo ensino-
aprendizagem, dos sujeitos e componentes que integram e participam de todo este processo. Pode-se
fazer uma síntese destas concepções segundo o enfoque da tendência crítico-social dos conteúdos:
Papel da escola: Possibilitar a apropriação de conteúdos escolares básicos, concretos e
indissociáveis das realidades sociais dos alunos.
Aluno: Pessoa concreta que determina e é determinada pelo social, político e individual (sua
própria história).
Mundo: O homem está situado no mundo e com o mundo, pela reflexão e práxis pode
transformá-lo.
Sociedade: Produto do homem de maneira criadora e transformista; deve ser desmistificada para
que promova a conscientização da realidade.
Professor: É um intelectual, é o educador que direciona e conduz o processo ensino-
aprendizagem.
Conteúdo programático: Selecionados a partir das culturas dominantes; intenciona possibilitar a
superação através da apropriação.
Metodologia: Utilização de métodos que favoreçam a relação dos conteúdos com os interesses
dos alunos.
Avaliação: Preocupação com a superação do senso-comum para obtenção da consciência
crítica.
Conclusão
A tendência pedagógica crítico-social dos conteúdos teve como objetivo propiciar ao alunado
conscientização, emancipação e participação efetiva no processo ensino-aprendizagem. Para tanto o
pensamento racional dedutivo que parte do todo, da visão global, para as partes, era utilizado,
oportunizando a observação dos diferentes e mais abrangentes aspectos da questão estudada.
O pensamento divergente foi muito utilizado pois buscava a raiz, o âmago dos questionamentos para
poder detectar o problema e sua origem. E, a utilização do conhecimento e análise da realidade e
vivências do aluno para a solução de problemas era um dos pressupostos desta tendência. Assim como a
valorização e o incentivo à busca de soluções próprias e criativas para as problematizações e situações
conhecidas e vivenciadas pelos alunos.
A inteligência está vinculada a criatividade, e busca a promoção da evolução do aluno através da
aquisição do saber legitimado e sistematizado relacionando-o com a bagagem de vivências trazidas pelo
aluno. Na educação física, inclusive, os conteúdos eram priorizados, porém sempre observando relações
entre eles e a própria cultura popular do aluno. Tal concepção promove um processo de aprendizagem
mais conscientizador, não-alienante e participativo pois permite ao aluno a argumentação e a
estruturação do pensamento relacionando o real encontrado com o ideal imaginado.
Obs. A autora, professora Rosângela de Sena Almeida, é das redes públicas estadual/municipal do Rio
de Janeiro.
Referências bibliográficas
Guiraldeli JR. , Paulo. Educação física progressista - A pedagogia crítico-social dos conteúdos e
a educação física brasileira. São Paulo, Ed. Loyola, 1988.
Libaneo, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos
conteúdos. São Paulo, Ed. Loyola, 1986.
Luckesi, Cipriano C. Para além do autoritarismo. Revista Educando, Número 171, Ano: 18,
maio/1985.
Medina, João P.S. Educação Física cuida do corpo e mente. São Paulo, Editora Papirus, 1987.
Saviani Dermeval. Escola e democracia. São Paulo, Cortez Editora, 1986.
Tragtenberg, Maurício. Relações de poder na escola. Texto dado na aula de Didática Geral
(UFRJ) - Faculdade de Educação. Rio de Janeiro, 1992.
Algumas expressões linguísticas fazem com que a Bahia tenha traços bem
distintas do que das outras regiões brasileiras, como:
Colé miséria; eaê vei» olá amigo, relaxe mó fiu» sem problema, ailê me quebra»
ai você me prejudica, sai fora» não mesmo, si bote ai, vá» chama pra brigar, tava
no reggae» tava na festa, pica a porra» da porrada, batê a barba» jogar futebol,
come água» tomar cerveja, abrir o gás» ciar fora, sem miséria» sem pena, pego
ar» ficou com raiva, ô pai iô» o pra isso
Outras expressões linguísticas: massa » quer dizer que uma coisa é bom/ boa,
xero» como se fosse um beijo, água dura» muita bebida, várias queixas» muitas
conversas, apertar a mente» pessoa que lhe enche o saco (ex: Rodrigo está
apertando minha mente), maresia» preguiça, fazer um auê » fazer suada.
Em virtude dos argumentos mencionados concluímos que todo volubilidade
linguistica tem que ser respeitada, ao passo que seja abolido o preconceito e o
estereótipo lingüístico. Há de se pensar nas variações dialetais como formas de
manifestação cultural de cada região através da fala e da comunicação. Não
levar em conta o prestígio social ou o “certo e errado” da gramática normativa,
mas analisar criticamente as diversas maneiras de falas no Brasil.