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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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ORGANIZADORES DO EVENTO

Andrea Murillo Betioli

Lucas Dominguini

Marcelo da Cunha

Michele Alda Rosso Guizzo de Souza

Pedro Rosso

APOIO

Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc)

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPGI)

Pró-Reitoria de Extensão e Relações Externas (PRERE)

DeltaPrint

Tridéz

1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma, foi realizado

entre os dias 16 e 18 de novembro de 2011, sendo organizado pelo Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha catalográfica elaborada por Michelle Pinheiro – Bibliotecária CRB14/799

S471a Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC Campus Criciúma (1. : 2011 : Criciúma, SC) Anais [recurso eletrônico] / 1. Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC Campus Criciúma, SEPEI. – Criciúma : IF-SC, 2011. 218 p. Suplemento da Revista Técnico-Científica do IF-SC (ISSN 2175-5302)

1. Pesquisa. 2. Iniciação científica. 3. Inovação. I. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina . II. SEPEI. III. Título.

CDD (21.ed.) 001.4

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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APRESENTAÇÃO

O 1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC), Campus Criciúma (1º SEPEI),

foi realizado entre os dias 16 e 18 de novembro de 2011nas dependências do Campus

Criciúma, SC. Teve por objetivo, proporcionar um espaço de divulgação e de reflexão

sobre a produção científica em pesquisa, extensão e inovação realizada por estudantes

de nível médio, pós-médio e superior de diversas Instituições de Ensino da Região Sul de

Santa Catarina, nas diversas áreas do conhecimento e suas tecnologias. Além disso, visa

estimular os estudantes a participarem de projetos de pesquisa, extensão e inovação,

como formas de ampliarem sua formação acadêmica e profissional.

O 1º SEPEI recebeu a proposição de apresentação de 116 trabalhos, que

foram avaliados por mais de 40 pareceristas. Destes, 107 foram selecionados para

apresentação no evento, sendo 89 na área de pesquisa e inovação e outros 18 na área

de extensão.

Os trabalhos tiveram como origem, além do IF-SC, diversas instituições da

região sul catarinense (Esucri, IMG, UFSC, Unesc, Unibave, Unisul) e também do Estado

do Paraná, de onde vieram trabalhos do Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Paraná (IFPR).

Para o 1º SEPEI, procurou-se organizar uma intensa programação para

contemplar as diversas áreas do conhecimento. Durante as 28 horas do evento,

realizaram-se sete minicursos, nove sessões de apresentação oral com 45 trabalhos,

duas conferências e uma mesa redonda, além das sessões de apresentação de pôster,

que contou com a participação de todos os 107 trabalhos selecionados.

Na conferência de abertura teve como objetivo demonstrar a articulação entre

ciência, tecnologia e sociedade e foi ministrada pelo Prof. Dr. Walter Antônio Bazzo, da

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A conferência de encerramento abordou

a importância da pesquisa básica para a inovação tecnológica e foi ministrada pelo Prof.

Dr. Márcio Antônio Fiori, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Na mesa

redonda, debateu-se o quanto a pesquisa, a extensão e a inovação são fundamentais

para a formação técnica dos alunos e dela participaram como debatedores os professores

Dr. Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior, da UFSC, Dr. Clóvis Antônio Petry, do IF-SC.

e Dr. Márcio Roberto da Rocha, da UNESC.

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A Comissão de Organização agradece a todos aqueles que, de uma forma ou

de outra, auxiliaram na realização, contribuindo para engrandecer o evento. Em especial,

aos autores dos trabalhos, aos pareceristas, aos palestrantes, aos que ministraram cursos

de curta duração, aos alunos bolsistas, à Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do

Estado de Santa Catarina (Fapesc), à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e

Inovação (PRPPGI) e a Pró-Reitoria de Extensão e Relações Externas (PRERE) do IF-

SC.

Comissão organizadora

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Profa. Dra. Andrea Murillo Betioli

Prof. Me. Lucas Dominguini

Profa. Ma. Michele Alda Rosso Guizzo de Souza

Prof. Me. Pedro Rosso

Técnico Marcelo da Cunha

BOLSISTAS COLABORADORES

Jaqueline Fortuna

Jéssica Alves Marques

Joelma Rzatki Maximiano

Kamila Biazoto

Luís Henrique De Biasi

PARECERISTAS

Ademir Damazio

Adilson Jair Cardoso

Adriano Antunes Rodrigues

Adriano Michael Bernardin

Albertino Della Giustina

Andrea Murillo Betioli

Ângela Beatriz Coelho Arnt

Ângela Costa Piccinini

Bernardo Brasil Bielschowsky

Claus Troger Pich

Clodoaldo Machado

Clóvis Antônio Petry

Édina Regina Baumer

Edison Uggioni

Eliane Pozzebon

Elisa Flemming Luz

Everthon Sica

Fábia Liliã Luciano

Fábio Alexandre de Souza

Fábio Evangelista Santana

Fernando José Garbuio

Giani Rabelo

Jéferson Luis de Azeredo

Kenji Fuke

Ledina Lentz Pereira

Leopoldo Pedro Guimarães Filho

Lucas Dominguini

Luciano Antunes

Márcio Watanabe

Maria de Loudes Milanez Goularte

Maristela Gonçalves Giassi

Michele Alda Rosso Guizzo de Souza

Milena de Mesquita Brandão

Milena Titoni

Olivier Allain

Patrícia de Aguiar Amaral

Paulo Rômulo de Oliveira Frota

Pedro Rosso

Rafael Rivelino da Silva Bravo

Sandra Margarete Bastianello Scremin

Vidalcir Ortigara

Vinicius Jacques

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PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

DATA HORA ATIVIDADE TEMA PALESTRANTE(S) LOCAL

16/11 19:00

Solenidade de Abertura

Auditório

19:30 Conferência de Abertura

Articulando Ciência, Tecnologia e Sociedade Dr. Walter Antônio Bazzo (UFSC)

17/11

08:00 Minicursos

Minicurso 01: Uso de simulação computacional no projeto de sistemas pneumáticos

Me. Rafael Rivelino da Silva Bravo (IF-SC)

Lab. Mecatrônica

Minicurso 02: Acessibilidade para pessoas com deficiência e Inclusão: passado, presente e perspectivas para futuro

Ma. Milena de Mesquisa Brandão (IF-SC)

111 – 1º Andar

Minicurso 03: Extração e Caracterização de Indicadores Naturais

Me. Lucas Dominguini (IF-SC) Lab.

Química

Minicurso 04: Desmitificando o amianto – fabricação de telhas de fibrocimento.

Dra. Andrea Murillo Betioli (IF-SC)

115

1º Andar

14:00 Apresenta-ções Orais

Mesa 02: Pesquisa – Educação I 212

2º Andar

Mesa 04: Pesquisa – Tecnológicas I 115

1º Andar

Mesa 07: Extensão I 116

1º Andar

Mesa 08: Extensão II 111

1º Andar

17:00 Apresenta-ções Pôster

Trabalhos de Número Par Hall de Entrada

19:30 Mesa-redonda

Os desafios para realizar pesquisa, extensão e inovação na educação profissional e tecnológica

Dr. Amir Antônio Martins de Oliveira Jr. (UFSC), Dr. Clóvis Antônio Petry (IF-SC), Dr. Márcio Roberto da Rocha (UNESC) Auditório

18/11

08:00 Minicursos

Minicurso 04: Desmitificando o amianto – fabricação de telhas de fibrocimento.

Dra. Andrea Murillo Betioli (IF-SC)

115

1º Andar

Minicurso 05: Compreensão de textos e legibilidade textual

Nair Resende (IF-SC) 111

1º Andar

Minicurso 06: Sistemas de aquecimento de água residencial e o ASBC (aquecedor solar de baixo custo)

Felipe Marques (UFSC) 116

1º Andar

Minicurso 07: “Se Movimentar” na Educação Infantil: da teoria à prática.

Luciana Mara Spíndola Santos 211

2º Andar

14:00 Apresenta-ções Orais

Mesa 01: Pesquisa – Ciências Biológicas 111

1º Andar

Mesa 03: Pesquisa – Educação II 115

1º Andar

Mesa 05: Pesquisa – Tecnológicas II 116

1º Andar

Mesa 06: Pesquisa – Tecnológicas III 211

2º Andar

Mesa 09: Extensão III 212 – 2º Andar

17:00 Apresenta-ções Pôster

Trabalhos de Número Ímpar Hall de Entrada

19:30 Conferência de Encerra-mento

Desenvolvimento Científico e Tecnológico: da pesquisa básica à inovação

Dr. Márcio Antônio Fiori (UNESC) Auditório

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SUMÁRIO CONFERÊNCIA DE ABERTURA

ARTICULANDO CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE .............................................................................................. 15

Walter Antônio Bazzo

MESA REDONDA

OS DESAFIOS PARA REALIZAR PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA ................................................................................................................................................................ 16

Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior

Márcio Roberto da Rocha

Clóvis Antônio Petry

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO

DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO: DA PESQUISA BÁSICA À INOVAÇÃO ................................... 18

Márcio Antônio Fiori

MINICURSOS

ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO: PASSADO, PRESENTE E PERSPECTIVAS PARA FUTURO ................................................................................................................................................................ 20

Milena de Mesquita Brandão

COMPREENSÃO DE TEXTOS E LEGIBILIDADE TEXTUAL ........................................................................................... 20

Nair Resende

DESMITIFICANDO O AMIANTO – FABRICAÇÃO DE TELHAS DE FIBROCIMENTO .................................................... 20

Andrea Murillo Betioli

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE INDICADORES NATURAIS .............................................................................. 21

Jéssica Alves Marques, Kamila Biazoto, Lucas Dominguini

“SE MOVIMENTAR” NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DA TEORIA À PRÁTICA ..................................................................... 21

Luciana Mara Espíndola Santos

SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA RESIDENCIAL E O ASBC (AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO CUSTO) .... 21

Felipe Marques Santos, Rogério Gomes de Oliveira

USO DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL NO PROJETO DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS .......................................... 22

Rafael Bravo

TRABALHOS DE PESQUISA

LIGAS DA BONDADE NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DO SUL DE SANTA CATARINA (1953 a 1970): PRESCREVENDO REGRAS DE CIVILIDADE ................................................................................................................. 24

Mariane Rocha Niehues, Giani Rabelo

GASTRÓPODES TERRÍCOLAS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA COSTÃO DA SERRA, SIDERÓPOLIS, SANTA CATARINA, BRASIL ......................................................................................................................................................... 25

Pedro Rosso, Silvestre Macarini Darolt

PRINCÍPIOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................. 28

Julian da Silva Euzebio, Josélia Euzébio da Rosa, Ademir Damazio

A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA ADOTADA PELO PROFESSOR DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ...... 29

Daniela Fernandes Pacheco, Ledina Lentz Pereira

FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS DAS PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV ................................................... 30

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Lucas Sid Moneretto Burigo, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa

PENTATOMOIDEA (HEMIPTERA: HETEROPERA) EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE TERRAS BAIXAS, ARARANGUÁ (SC) ............................................................................................................................. 32

Catiana Perin, Pedro Rosso, Luiz Alexandre Campos

EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE A VIA mTOR/p70S6k EM MIOCÁRDIO DE ANIMAIS OBESOS ........... 35

Schérolin de Oliveira Marques, Marcelo Fontana Vitto, Patrícia Acordi Cesconetto, Thaís Fernandes Luciano, Daniela

Roxo de Souza, Cláudio Teodoro de Souza

O MOVIMENTO CONCEITUAL NAS PROPOSIÇÕES DO SISTEMA DE ENSINO DE DAVYDOV ................................ 36

Daiane de Freitas, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa, Marlene Beckhauser de Souza Böger

O PROCESSO DE PRODUÇÕES DOS PROFESSORES NA ATIVIDADE DE ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS ............................................................................................................................................................................ 37

Fernanda Gava Hoepers, Lucas Vieira Lemos, Ademir Damazio, Ledina Lentz Pereira

OS TRÊS LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA MAIS UTILIZADOS NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA ....................................................................... 39

Ester de Souza Bitencourt Alves, Josélia Euzébio da Rosa, Ademir Damazio

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE POLI-{ESTIRENO-CO-4-VINILPIRIDINA} SULFONADO PARA APLICAÇÃO COMO ELETRÓLITO ........................................................................................................................................................ 41

Danila Ferreira Niero, Mosart Ferrari dos Santos, Luis Philipe Spricigo, Bárbara Lumertz Santana, Marcos Marques

da Silva Paula, Luciano da Silva

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE ANTOCIANINAS COMO INDICADORES NATURAIS ........................................ 42

Jéssica Alves Marques, Kamila Biazoto, Luís Henrique de Biasi, Lucas Dominguini

ESTRUTURAÇÃO DO CONTEÚDO FÍSICA MODERNA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO PNLD 2012. ........................... 45

Joelma Rzatki Maximiano, Leonel Cardoso, Lucas Dominguini

EFEITO DA RETRAÇÃO DO ENGOBE SOBRE A CURVATURA EM MASSAS DE PORCELANATO ESMALTADO .... 48

Eduardo Bergmann Nunes, Gustavo Morona Machado Ferreira, Helena De Zan Baggio, Tainara Pereira Jung,

Maykon Cargnin

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO SISTEMA DE ENSINO D.B. ELKONIN – V. V. DAVYDOV .................................... 51

Taís da Silva Huggentobler, Ana Lúcia da Silva

Guimara, Ademir Damazio, Eloir Fátima Mondardo Cardoso,

Josélia

Euzébio da Rosa

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E DE MONTAGEM PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CARRO-CADEIRA DE RODAS PARA CORRIDA POR GRAVIDADE ................................................................................................................................ 53

Rafael Camilo Rodrigues, Jonas Duarte, Magno Oliveira Homem, Fábio Evangelista Santana

ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO GERENCIAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA VIA WEB ....................... 55

Camilla Goulart, Gustavo Marcos de March, Matheus da Rosa Torres, Moisés Teixeira, Murilo Vanderlind, Renata de

Bittencourt, Ramon Casagrande Oening, Reginaldo Tassi

OPACIFICADORES DE ENGOBES CERÂMICOS ........................................................................................................... 58

Beatriz Feltrin Canever, Felipe Feltrin Zanellatto, Jaquelline Pereira Sartor, Priscila Caroline de Oliveira, Jucilene

Feltrin

ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO DE UM ACESSÓRIO PARA CADEIRA DE RODAS PARA FACILITAR A AUTONOMIA E A SEGURANÇA DE SEUS USUÁRIOS .................................................................................................. 61

André Ferreira de Souza, Carlos Rogério Silva da Rosa Júnior, Fábio Evangelista Santana, João Paulo Bernardo da

Conceição

EQUIPAMENTO PARA PRODUÇÃO DE PLACAS DE FIBROCIMENTO EM LABORATÓRIO ....................................... 64

Andrea Murillo Betioli, Vanderley M. John, Rafael G. Pileggi

PERSPECTIVAS PARA UMA ATUAÇÃO EMANCIPATÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM CRECHES .......................... 67

Luciana Mara Espíndola Santos

RECEPÇÃO, LANÇAMENTO E TRAJETÓRIA DO INSTRUMENTO: O TRIPÉ QUE COMPÕE O FUNDAMENTO PASSE NOS ESPORTES COLETIVOS............................................................................................................................ 69

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Milaine Euzébio da Rosa, Vidalcir Ortigara, Ademir Damazio

ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA DE HANS BROOS........................................................................................................ 71

Bernardo Brasil Bielschowsky

SÍNTESE DE DERIVADOS DE METFORMINA VIA MICRO-ONDAS DOMÉSTICO ........................................................ 73

Henrique Teza Bernardo, Adinan Moraes Hendler, Marcos Marques da Silva de Paula, Patrícia de Aguiar Amaral

O PROCESSO ENSINO–APRENDIZAGEM A PARTIR DA PROPOSTA DIDÁTICA ELKONIN-DAVIDOV NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CRICIÚMA ..................................................................... 76

Elaine Vieira Banhara, Ademir Damázio, Viviane Raupp Nunes de Araújo, Josélia Euzébio da Rosa, Ana Lucia

Guimara, Josiani Barboza Brunelli

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CRICIÚMA: PERSPECTIVAS ................................ 77

Mileidi Formaeski Tereza Ferreira, Antonio Serafim Pereira

ASPECTOS RELEVANTES AO ZONEAMENTO URBANO EM CRICIÚMA – COM BASE NOS PLANOS DIRETORES ANTERIORES E ATUAL ................................................................................................................................................... 78

Lucas Cechinel da Rosa

REVISÃO DO ENSINO DA RADIOATIVIDADE NO ENSINO MÉDIO .............................................................................. 81

Fábio Dominguini, Glenda Clemes, Olivier Allain

O CONCEITO DE IMAGINÉTICO DESENVOLVIDO NAS EPISTEMES PEDAGÓGICAS COMO MOVIMENTO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO ............................................................................................................................................ 83

Jéferson Luis de Azeredo

FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA: (DES)CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA NOS CÓDIGOS DE 1890 E 1940 .. 84

Jéferson Luiz Azeredo, Jhonata Goulart Serafim

CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO FORMAL NO COMBATE À DENGUE ........................................................................... 86

Elisabeth da Silva Veronêz, Maristela Gonçalves Giassi, Paulo Rômulo de Oliveira Frota

ANÁLISE DE RISCO DE UM SISTEMA EMERGENCIAL ELETRO-HIDRÁULICO DE REGULAÇÃO DE VELOCIDADE DE TURBINAS DE CENTRAIS HIDROELÉTRICAS ......................................................................................................... 87

Rafael R. S. Bravo

A PRÁTICA NA SALA DE AULA: IDENTIFICANDO A PRESENÇA DE PROTEÍNAS NOS ALIMENTOS ....................... 90

Luciane de Oliveira Silva, Maristela Gonçalves Giassi, Miriam da Conceição Martins, Paulo Rômulo de Oliveira Frota

A UNIÃO DOS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS DE CRICIÚMA E AS BANDEIRAS DEFENDIDAS PELO MOVIMENTO ESTUDANTIL DE 1959 A 1968 NA CIDADE .................................................................................................................... 91

Marli Paulina Vitali

PROCESSO EDUCACIONAL NA ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DE SANTA CATARINA: MULHERES POLICIAIS E RELAÇÕES DE GÊNERO ................................................................................................................................................ 92

Maria Aparecida Casagrande

DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE VIDROS BACTERICIDAS E FUNGICIDAS CONTENDO ESPÉCIES DE Zn

2+ PARA APLICAÇÃO COMO ADITIVO ANTIMICROBIANO ................................................................................. 93

Magliani P.Fernandes, Elton Mendes, Camila M. Oliveira, Márcio A. Fiori

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES RETARDANTES DE CHAMA DE HIDRÓXIDOS DE MAGNÉSIO E ALUMÍNIO COM FIBRA DE VIDRO EM POLIPROPILENO ................................................................................................................ 94

Juliani Conti Martins, Karina Martinello, Mariana Borges Polla, Magliani Patel Fernandes, Lucas Dominguini, Márcio

Antônio Fiori

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE UM COMPLEXO DE COBRE (II) COM ÁCIDO SALICÍLICO ................................ 97

Willian Galdino Lunardi,1 Suzana Cimara Batista

2 ........................................................................................................ 97

INTERRUPÇÃO ESCOLAR: ESTUDO DE CASO NO IF-SC/ CAMPUS SÃO JOSÉ ....................................................... 98

Maria Luisa Hilleshein de Souza, Tatiele Fontella Pompeu

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA REAÇÃO ENTRE COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO E OS ÓXIDOS DE NITROGÊNIO (NOX) – MODELAGEM SINTÉTICA BIOINORGÂNICA COM VISTAS AMBIENTAL ..................................................... 100

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10

Natália Cândido Homem, Suzana Cimara Batista

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO CULTURAL E SOCIEDADE NO PENSAMENTO DE THEODOR W. ADORNO ................. 101

Rosa M. R. Lourenço, Alex S. da Silva, Giselle de Campos Rocha Kulakauskas

A INFLUÊNCIA DA FILTRAÇÃO ADICIONAL EM EXAMES RADIOLÓGICOS NA QUANTIDADE DE KERMA NO AR 102

Flávio Augusto Penna Soares, Bianca de Freitas, Maria Eduarda Fernandes da Costa

DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA ANGULAÇÃO ANÓDICA NA PRODUÇÃO DO FEIXE DE RADIAÇÃO X ...... 104

Flávio Augusto Penna Soares, Maria Eduarda Fernandes da Costa, Bianca de Freitas

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I: INVESTIGANDO AS DIFICULDADES DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ENGENHARIA DA UNESC POR MEIO DA MONITORIA ON-LINE.......................................................................... 106

Jose Victor Martins, Elisa Netto Zanette

O USO DA FERRAMENTA “GOOGLE TRANSLATE” PARA TRADUÇÃO COM FINS DE ESTUDOS .......................... 107

Nair Rodrigues Resende

REAÇÕES QUÍMICAS EM GASES: COMBUSTÍVEIS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ................................................... 109

Denner Joelso Antoniacomi, Adriano Willian da Silva

PROJETO FÊNIX: DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA AUXILIAR BUSCA E RESGATE EM ESTRUTURA COLAPSADA ........................................................................................................................................... 110

Jeferson Maciel Breganholi, Odair Francisco Bortoluzzi, Luís Carlos Radin

GEOPOLÍMEROS OBTIDOS A PARTIR DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL ............................................................. 111

Eduardo Sitta Blissari, Luis Philipe Spricigo, Viviana Conte, Edison Uggioni, Adriano Michael Bernardin

PRINCÍPIOS DIDÁTICOS ............................................................................................................................................... 113

Gisele Mezzari Silveira, Josiane Cruz Goularte, Solange Freitas Gomes, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa

ANÁLISE DOS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CRICIÚMA (SC) QUE OBTIVERAM CERTIDÃO DE HABITE-SE NO PERÍODO 2004–2011 ..................................................................................................................................................... 114

Daniele Prudêncio Felizardo, Pedro Rosso

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE ESPACIAL NA E.M.E.I.E.F. FILHO DO MINEIRO (CRICIÚMA/SC) POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DE CHECK LIST ................................................................................... 117

Diego Figueiredo Viana, Tatiane de Souza Silvestre, Milena de Mesquita Brandão

O ESTADO DA ARTE DA OBRA DE DAVYDOV NA LÍNGUA INGLESA ....................................................................... 120

Alexsander Estevam Pereira, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa

APROPRIAÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS: POSSIBILIDADES DE ENSINO PARA OS ALUNOS DO 6º E 7º ANOS DO COLÉGIO UNESC ......................................................................................................................................... 122

Jaqueline Ronchi Martinello, Antonio Serafim Pereira, Eloir Fátima Mondardo Cardoso ........................................... 122

LEVANTAMENTO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES DO ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE CRICIÚMA E ORLEANS (SC)............................................................................................... 123

PAIM, Tatieli Dagostim, CRISTIANO, Marta Adriana da Silva

CAMINHOS DA ELETRICIDADE: DA GERAÇÃO AO CONSUMO ................................................................................ 127

Breno Pereira Dela Bruna, Gabriel Goulart Nandi, Gabrio Peyrot, Gillian da Luz, Mateus Bortolatto, Pedro Henrique Di

Francia Rosso, Tales Alfredo Cittadin, Reginaldo Tassi

INTERESSES E/OU NECESSIDADES EDUCACIONAIS DOS ALUNOS DAS ESCOLAS NOTURNAS DE ARARANGUÁ (SC) ................................................................................................................................................................................. 130

Aline Coêlho dos Santos, Soraia Soares da Luz, Paulo Rômulo de Oliveira Frota

METODOLOGIAS UTILIZADAS POR PROFESSORES PARA MINISTRAR AULAS DE CIÊNCIAS EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE CRICIUMA (SC) ........................................................................................................ 131

Soraia Soares da Luz, Maristela Gonçalves Giassi, Paulo Rômulo de Oliveira Frota, Maria de Lourdes Milanez

Goularte, Miriam da Conceição Martins

DESENVOLVIMENTO DE VEÍCULOS INDIVIDUAIS DE DUAS RODAS DE BAIXO CUSTO ECOLOGICAMENTE CORRETOS – ARIBOS .................................................................................................................................................. 132

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11

Marcos Aurélio Ribeiro Passos Filho, Anderson Soares André

OBTENÇÃO DE COMPOSTOS QUÍMICOS BIOATIVOS A PARTIR DE BIOCATÁLISE ............................................... 135

Juliana Tomasi, Patricia Amaral, Lais Vaz, Gabriel Hahn Hendler, Eduardo João Agnes

UM CONTROLADOR RST ADAPTATIVO DIGITAL COM IDENTIFICAÇÃO POR MÍNIMOS QUADRADOS RECURSIVO E SINTONIA POR ALOCAÇÃO DE POLOS ................................................................................................................... 137

Werther Alexandre de Oliveira Serralheiro

ELETRÓLITOS NANOCOMPÓSITOS BASEADOS EM CÉRIA DOPADA E CARBONATOS PARA PILHAS A COMBUSTÍVEL .............................................................................................................................................................. 140

Marcelo T. Souza, Filipe M. H. L. R. Figueiredo, Fernando M. B. Marques

MODELAGEM BIOMIMÉTICA COM COMPLEXOS DE METAIS DE TRANSIÇÃO: UM ESTUDO DA METALOENZIMA GALACTOSE OXIDASE ................................................................................................................................................. 143

Priscila Felippe Modolon, Suzana Cimara Batista

PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV PARA A INTRODUÇÃO DO SISTEMA DOS NÚMEROS NATURAIS .... 144

Cristina Felipe de Matos, Josélia Euzébio da Rosa, Ademir Damazio

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE NA DIMINUIÇÃO DA SINALIZAÇÃO DA VIA PRÓ-INFLAMATÓRIA E MELHORA DA SENSIBILIDADE À INSULINA NO TECIDO HEPÁTICO DE CAMUNDONGOS ..................................................................................................................................................... 145

Patricia Acordi Cesconetto, Marcelo Fontana Vitto, Scherolin Oriques Marques,Thais Fernandes Luciano, Daiane da

Silva Zeferino, Daniella Roxo de Souza, Gabrielle da Luz, Claudio Teodoro de Souza

AVALIAÇÃO DE ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES PORTADORES DE DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS ............................................................................................................................................................ 146

Meriene Viquetti de Souza, Gisiane Mathia Bareta, Lisiane Tuon, Thaís Moraz, Maria Inês da Rosa

AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL EM RATOS WISTAR ADULTOS SUBMETIDOS A MENINGITE BACTERIANA POR STREPTOCOCUS PNEUMONIAE: CANABIDIOL POSSÍVEL PAPEL TERAPÊUTICO ................................................ 148

Ana Paula Moreira, Jaqueline S. Generoso, Graziele Milioli, Allan Collodel, Paulo R. Barbosa, João Quevedo, Tatiana

Barichello

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL E SENSORIAL (AQNS) DE PREPARAÇÕES SERVIDAS NO ALMOÇO EM UM RESTAURANTE COMERCIAL DA CIDADE DE CRICIÚMA (SC) ..................................................................... 149

Talita Di Francia Rosso, Marco Antônio da Silva

DESENVOLVIMENTO DE UM ESMALTE MACRO-CRISTALIZADO ............................................................................. 152

Pedro Augusto Di Francia Rosso, Caetano Pellegrin, Rosalino Ezequiel

O ENSINO DA ARTE NA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CULTURA E A CIDADANIA ......................................................................................................................................... 155

Giulia Cechinel de Oliveira, Édina Regina Baumer

A FORMAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS NO ÂMBITO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA: UM ESTUDO DE CASO NO CURSO “PROEJA-FIC DE INFORMÁTICA” DO IF-SC, CAMPUS SÃO JOSÉ .............................................................. 156

Ricardo Teixeira Canarin

DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROEJA – CAMPUS FLORIANÓPOLIS-CONTINENTE / SC. ...................... 158

Gisele Joaquim Canarin

METAIS PESADOS EM HORTALIÇAS CULTIVADAS SOBRE DEPÓSITO CONTROLADO DE REJEITOS DE CARVÃO ........................................................................................................................................................................................ 160

Karoline, A. F. Ribeiro, Luiz, F. Danielski, Jairo, José Zocche

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ARARANGUÁ: EM BUSCA DE PERSPECTIVAS .................... 161

Andressa dos Santos Inácio; Antonio Serafim Pereira ............................................................................................... 161

ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE A QUALIDADE DOS SERVIÇOS ELETRÔNICOS, PRESTADOS POR UMA PREFEITURA LOCALIZADA NO EXTREMO SUL DE SANTA CATARINA, ATRAVÉS DO SEU SITE. ...... 162

Fagner Luiz do Canto Antônio

PROJETO DE EXTENSÃO COMO AGENTE DE DIVULGAÇÃO INSTITUCIONAL ...................................................... 164

Maysa Eduarda Freitas, Sandra Margarete Bastianello Scremin

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ESTUDO DA INTERAÇÃO ENTRE O COMPOSTO DE COORDENAÇÃO DE Fe-AAS COM O ÓXIDO DE NITROGÊNIO (NO): APLICAÇÕES BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS. .............................................................................. 165

Roberto Rodrigues Zeferino, Suzana Cimara Batista

ANÁLISE DO SENTIDO E SIGNIFICADO DA ATIVIDADE EDUCATIVA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA ........... 166

Daniela Darolt, Viviane Raupp Nunes de Araújo, William Casagrande Candioto

LEVANTAMENTO DE ATRIBUTOS BASICOS DO PRODUTO: EM ANALISE UMA MÁQUINA DE LIMPEZA E PRE LIMPEZA DE GRAOS ..................................................................................................................................................... 167

Jeferson Luis dos Santos, Jennie Elias Vieira, Thayse Pacheco

O EXERCÍCIO FÍSICO MELHORA A RESISTÊNCIA À INSULINA EM MIOCÁRDIO DE RATOS OBESOS. ................ 168

Daniela R. de Souza, Thaís F. Luciano , Schérolin O. Marques

, Marcelo F. Vitto, Patrícia A. Cesconetto, Daiane S.

Zeferino, Cláudio T. de Souza

O ENSINO DE FÍSICA E O CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES .............................................................................. 169

Vinicius Jacques, Max Richard Coelho Verginio, Marcos Pereira Minsky

PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O BAIRRO RIO FIORITA, MUNICÍPIO DE SIDERÓPOLIS, SC ......... 171

Amanda Bellettini Munari, Geraldo Milioli, Glaucia C. de Souza

OS CAMINHOS DA ARTE NA ESCOLA: UM ESTUDO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE PRAIA GRANDE ............... 172

Gislene dos Santos Sala Germann, Antônio Serafim Pereira

A NÃO EFETIVAÇÃO DAS INSCRIÇÕES NO PROCESSO DE INGRESSO DOS CURSOS TÉCNICOS: ALGUMAS OBSERVAÇÕES. ............................................................................................................................................................ 174

Jaqueline Fortuna, Lucas Dominguini

A EVOLUÇÃO DO CRACK NA REGIÃO DE ARARANGUÁ NA ÚLTIMA DÉCADA ....................................................... 177

Alexsandro Ferreira Caitano, Sandra Regina de Barros de Souza

AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS EXISTENTES NOS LABORATÓRIOS DE AULA PRÁTICA DE UM CURSO DE FORMAÇÃO SUPERIOR .......................................................................................................................................... 179

Tatiane F. S. Medeiros; Silvana Cristina Trauthman

O ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA LUMINOTÉCNICA NOS DIVERSOS AMBIENTES ........................... 181

Antoni Pilon, Logan Pillon, Matheus Dagostim da Silva, Talita Bongiolo, Thaís Marques, William Rampinelli, Odenir

João Pirola

LIÇÕES APRENDIDAS NO PROJETO DE UM ALIMENTADOR AUTOMÁTICO CANINO PARA APLICAÇÃO EM NOVOS PRODUTOS ...................................................................................................................................................... 183

Artur Schmidt Ferreira, Igor Bardini Figueredo, Fábio Evangelista Santana

ANÁLISE DE UM SISTEMA DE CONTROLE ELETRO-HIDRÁULICO COM COMPENSAÇÃO DE CARGA ................ 185

Rafael R. S. Bravo

TRABALHOS DE EXTENSÃO ........................................................................................................................................ 188

AÇÕES DE EXTENSÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO FORMA DE EMANCIPAÇÃO E AUTONOMIA DE JOVENS DO CAMPO E FAMILIARES II ......................................................................................................................... 189

Dimas de Oliveira Estevam, Joelcy José Sá Lanzarini,, Rossandra Oliveira Maciel,

Liara Darabas Ronçani

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S ACADEMIA NADOLU ......................................................................................... 190

Sigrid Luciane Luchtemberg Mota, Bruna Dagostim, Karine Mendes Souza, Priscila Sator Savi Mondo

A ELABORAÇÃO DE UM ECO-JORNAL COMO SUBSÍDIO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................................................................................. 191

Karoline A. F. Ribeiro, Jairo José Zocche

RELATOS DE INFÂNCIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MUNICIPIO DE MARACAJÁ/SC. ......................... 192

Josiane Eugênio Pereira

A UTILIZAÇÃO DE CARCAÇAS DE PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................................................................................................ 194

Mariane Trichês Pezente, Silvia Damiani Simões, Kelly Cristina Minotto Bom, Morgana Cirimbelli Gaidzinski

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OFICINAS PEDAGÓGICAS REALIZADAS POR GRUPOS DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................. 195

Mariane Trichês Pezente, Maísa Karla Meneguzzo, Zenaide Pais Topanotti, Maria de Lourdes Milanez Goularte

AÇÕES DIRECIONADAS A CAPACITAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO, PLANO DE NEGÓCIOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................................................................................................................... 196

Abel Corrêa de Souza, Gisele Silveira Coelho Lopes, Ricardo Pieri, Miguel Ângelo Mastella, Ana Paula Silva dos

Santos, Júlia Pavei De Luca

PROGRAMA PET- SAÚDE IÇARA – MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA DENTRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO BAIRRO AURORA EM IÇARA - SC .......................................................................................................... 197

Joni Márcio, Valdemira Santina Dagostin, Gustavo de Jesus, Aline Gabriel Lima, Milca Fagundes

RELAÇÕES HUMANAS NA ADOLESCÊNCIA: AMIZADE E NAMORO......................................................................... 198

Maiara Nascimento Rodrigues, Maristela Giassi, Ivanir Prá da Silva Thomé, Pedro Rosso, Michele Felix do

Nascimento, Cristiane Pazetto, Camila Dagostin Lemos

PET – SAÚDE: ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA NA COMUNIDADE DE VILA NOVA EM IÇARA – SC ... 199

Glicia Pagnan, Renan Fernandes Rodrigues, Joao Anibal Milano Peixoto Queiroz, Valdemira S. Dagostin, Joni Marcio

Farias,Luciane Ceretta

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS MATEMÁTICOS NO 1o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: EXTENSÃO DAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS PELO GPEMAHC ............................................. 201

Anderson de Oliveira Romeu, Ademir Damazio, Ana Lucia da Silva Guimara, Josélia Euzébio da Rosa, Josiani

Barbosa Brunelli, Viviane Raupp Nunes de Araújo

PROJETO DE EXTENSÃO SOLIDARIEDADE ............................................................................................................... 203

Karla Batista de Souza, Cássia Klein Torres, Janete Trichês

ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA PET SAÚDE DO MUNICÍPIO DE IÇARA/SC ....................................................................................................................................................................... 204

Gladys Moraes de Carvalho, Vanise Ferreira Vieiro, Talita Bitencourt Gomes, Valdemira S. Dagostin, Joni Marcio

Farias

A ROTATIVIDADE DOS MEMBROS DE UMA COOPERATIVA DE CUSTOMIZAÇÃO DE TECIDOS E VESTUÁRIO: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC .............................................................................................. 206

Rossandra Oliveira Maciel, Gisele Silveira Coelho Lopes

INTERPRETANDO, COMPREENDENDO E PRODUZINDO TEXTOS: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO ............. 207

Jéssica Vieira Mendes, Antonio Serafim Pereira, Eloir Fátima Mondardo Cardoso

O ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA COMO TEMA GERADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................................................................................. 208

Cristiane Machado de Souza, Érika Gomes Betetti Ferreira, Laura Freitas Figueredo, Cíntia Pereira, Yuri Zanerippe

Miguel5

INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL: EXERCENDO A CIDADANIA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .......................... 210

Cristiane Woszezenki, Luciana Bolan Frigo, Geison João Euzébio, Joildo Schueroff, Vanessa Martins, Gabriela

Fernandes Ferreira, Elis Regina Macedo, Scharlene Alano

WEB RÁDIO: ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA E COMUNITÁRIA ............................................................ 212

Celso Luiz Ogliari, Thiago Steckert, Marcio Vieira de Souza

GUIA CONSTRUTIVO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL EM UMA BICICLETA NOTURNA ECOLÓGICA ........................................................................................................................................................................................ 215

Arthur Warmling, Andrei Leandro Morsch Franco, Bernardo Simon Provedan, Fábio Evangelista Santana, Magno

Oliveira Homem, Paulo Eduardo Rossi, Piero Generoso dos Santos

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CONFERÊNCIAS E MESA-REDODA

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CONFERÊNCIA DE ABERTURA

ARTICULANDO CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Walter Antônio Bazzo1 1Professor do Curso de Engenharia Mecânica e do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica

(PPGECT), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Tecnológica (NEPET) www.nepet.ufsc.br

[email protected]

RESUMO

Dentre as tendências do mundo contemporâneo a que mais desafia os profissionais da área tecnológica é o entendimento da relação existente entre Ciência, Tecnologia e Sociedade. As escolas que trabalham com a formatação das novas tecnologias, que também formatam a sociedade que habita o planeta Terra, pouco relacionam estas “construções” com as repercussões que elas trazem ao ser humano. A linearidade da fabricação de processos e equipamentos, sempre na corrida desenfreada da competividade em busca, predominantemente do lucro, arranca as reflexões sociológicas das discussões indispensáveis das escolas que lidam com a tecnologia. É disso que estaremos tratando nesta palestra procurado resgatar este aspecto fundamenta aos conteúdos que formam nossos futuros profissionais. Mais que construir processos e produtos técnicos precisamos entender o que eles podem significar para o desenvolvimento das pessoas. As mais diferentes instituições que trabalham a educação precisam começar a diferenciar a significação de Desenvolvimento Tecnológico e Desenvolvimento Humano. Palavras-Chave: CTS, Desenvolvimento Tecnológico, Desenvolvimento Humano

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MESA REDONDA

OS DESAFIOS PARA REALIZAR PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior1 1Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

[email protected]

RESUMO

Palavras-Chave:

Márcio Roberto da Rocha1 1Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM), Universidade do Extremo Sul

Catarinense (UNESC) [email protected]

RESUMO

A abertura dos mercados devido a globalização resultou em uma alteração significativa no comportamento do mercado brasileiro e mundial. A competição com o cenário internacional tem apontado às empresas a necessidade de quebra de paradigmas e, principalmente, a necessidade de inovação sistematizada e tecnológica. Para atender esta necessidade, deve-se ter a participação efetiva do estado no intuito de contribuir com políticas estratégicas que envolvam e resultem na formação tecnológica da população economicamente ativa. Para tanto, incentivos de ordem econômica e ampliação dos centros de excelência em difusão tecnológica são de grande importância para as estratégias atuais e futuras. Porém, em virtude de dificuldades de políticas integradas, principalmente no desenvolvimento de uma base concreta no ensino fundamental, médio e superior, tem diluído os esforços para a qualificação profissional dos jovens, principalmente para a área de ciências exatas. De qualquer modo, nos últimos anos tem-se verificado uma grande preocupação no intuito de ampliar as redes de tecnologia, principalmente através da implantação de novos pólos de formação em regiões afastadas dos grandes centros industriais e econômicos. Além disso, verifica-se também o aumento na liberação de subsídios para incentivo a ações de inovação tecnológica nas empresas. Ainda assim, estas ações são tidas como incipientes e tímidas, necessitando além do governo, de uma maior participação do setor empresarial como incentivador e membro ativo do processo. Fundamental é a presença de elementos efetivamente preparados e empreendedores e que realmente entendam a importância da inovação dentro dos cenários produtivos do país. Palavras-Chave: inovação, educação profissional, desafios.

Clóvis Antônio Petry1 1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC)

[email protected]

RESUMO

Os Institutos Federais foram criados pela Lei 11.892 em 30 de dezembro de 2008 e assim a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão foi inserida na nova instituição, seja para consecução de sua missão institucional, como em suas finalidades e objetivos maiores. A partir daí inicia um movimento no sentido da extensão fazer parte da práxis institucional em todos os seus níveis de atuação: cursos de formação inicial e continuada, ensino técnico de nível médio, graduação e pós-graduação. Entendendo que a extensão universitária não é assunto consolidado, mas sim, um processo de contínua construção e reconstrução, mais a partir da própria práxis do que de concepções teóricas, também os Institutos Federais carecem discutir mais, experimentar mais, errar e acertar mais, para a construção social por meio da extensão como elemento articulador do ensino e da pesquisa com a sociedade. Do ponto de vista da abrangência e duração no tempo, a extensão pode ser desenvolvida na forma de ações, projetos ou

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programas. Assim, considerando este pressuposto norteador, a realização da extensão em todos os níveis de atuação da instituição é possível, e mais, é fundamental para uma formação ampla e cidadã do estudante, que por intermédio da realização de atividades de extensão compreenderá melhor o mundo exterior à instituição de ensino, além de confrontar seu saber acadêmico com a realidade visível ou velada da sociedade na qual está inserido. Tem se aí o primeiro desafio para que a extensão seja institucionalizada e praticada contínua e amplamente por todos os discentes da Educação Profissional e Tecnológica, qual seja, que a extensão seja contemplada nos projetos pedagógicos dos cursos como elemento curricular, e não como atividades apenas complementares. Contudo, torna-se um desafio para os Institutos Federais conceber e praticar a extensão levando em conta que a formação pretendida nos cursos de formação inicial e continuada é distinta daquela pretendida para o educando dos cursos de nível médio ou de graduação. Portanto, há de se considerar a relação ser-sociedade do egresso da instituição, no sentido que sua postura profissional poderá ser de fato alterada se o mesmo participar de atividades de extensão enquanto educando da instituição. Ora como último desafio, e mais difícil de ser superado, é a realização da extensão como comunicação, conforme a mais pura concepção Freiriana, quando a instituição deixa de ser repositório de saber e passa a integrar o tecido social como vetor de mudança social fora e dentro de si. Palavras-Chave: extensão institucional, institutos federais, ensino técnico, formação inicial e continuada.

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CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO

DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO: DA PESQUISA BÁSICA À INOVAÇÃO

Márcio Antônio Fiori1 1Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais (PPGCEM), Universidade do Extremo Sul

Catarinense (UNESC) [email protected]

RESUMO

Palavras-Chave:

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MINICURSOS

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MINICURSOS

ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO: PASSADO, PRESENTE E PERSPECTIVAS PARA FUTURO

Milena de Mesquita Brandão1 1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma, Área da Construção Civil

RESUMO

O objetivo do minicurso é apresentar conceitos referentes ao tema, relacionando-os a questões históricas referentes à acessibilidade, ao Desenho Universal e à inclusão das pessoas com deficiência no ambiente construído; bem como discutir novos caminhos e perspectivas para o futuro. O público alvo são estudantes e profissionais da área da Construção Civil e Educação. Palavras-Chave: acessibilidade espacial, desenho universal, pessoas com deficiência. Carga horária: 4 horas

COMPREENSÃO DE TEXTOS E LEGIBILIDADE TEXTUAL

Nair Resende1

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma

RESUMO

Embora a leitura seja uma atividade simples e realizada de forma automática por leitores proficientes, ela exige conhecimentos específicos e habilidades complexas por parte do leitor. O ato da leitura implica habilidades desde o reconhecimento de traços distintivo de letras e conhecimento do sistema de notação da língua até compreensão de conceitos extralinguísticos e culturais socializados pelos indivíduos envolvidos na comunicação. Sabendo disso, o minicurso proposto tem como objetivo auxiliar estudantes na compreensão de textos em língua materna fazendo uso dos elementos que o próprio documento escrito traz como pistas para nortear e viabilizar a construção do sentido textual. Palavras-Chave: Leitur, legibilidade, leitor. Carga horária: 4 horas

DESMITIFICANDO O AMIANTO – FABRICAÇÃO DE TELHAS DE FIBROCIMENTO

Andrea Murillo Betioli1

1Instituto Federal de Santa Catarina/Departamento de Construção Civil

RESUMO

Dentre os diferentes tipos de amianto, o amianto crisotila, utilizado no Brasil, é permitido por lei e traz grandes benefícios em relação ao uso de fibras alternativas como polipropileno (PP) e poli-vinil álcool (PVA). Além disso, pesquisas nacionais e internacionais comprovam que o uso controlado deste produto não causa problemas à saúde. A fabricação de telhas e placas planas de fibrocimento no Brasil é comumente realizada pelo processo Hatschek. O objetivo deste curso é desmitificar o uso do amianto e, para entender como o processo acontece e as diferenças durante a produção com ou sem amianto, será realizada uma visita a uma fábrica. Palavras-Chave: amianto, fibrocimento, produção. Carga horária: 8 horas

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EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE INDICADORES NATURAIS

Jéssica Alves Marques1, Kamila Biazoto2, Lucas Dominguini3

1,2,3Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma

RESUMO

Os indicadores de ácido-base, são fracas substâncias ácidas ou básicas, que conformam cores diferentes, por causa do pH do meio onde foram adicionadas. Normalmente, os indicadores são pigmentos extraídos de plantas em geral e que, dissolvidos em água, apresentam determinada cor. Algumas plantas, flores e frutos são capazes de apresentar substâncias naturais com tais características. Há mais de 200 anos se utilizam esses indicadores naturais, como a jabuticaba, o repolho roxo, o extrato de violeta, rosas, pau-brasil, casca de feijão preto, amora, uva, jambolão, entre outros; mas aos poucos estão oferecendo lugar aos sintéticos. Apesar disso, os indicadores naturais (extratos naturais) são importantes para oferecer maior facilidade de compreensão dos conceitos químicos, por envolver o uso de poucos reagentes, materiais e também por possuírem baixo custo. Neste contexto, estudos sobre o comportamento dessas substâncias é alvo de grandes discussões na literatura. Este minicurso tem por objetivo caracterizar o comportamento das antocianinas extraídas de alguns frutos em pH ácido e básico. Palavras-Chave: indicador natural, antocianina, pH. Carga horária: 4 horas

“SE MOVIMENTAR” NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DA TEORIA À PRÁTICA

Luciana Mara Espíndola Santos1 1Prefeitura Municipal de Florianópolis

RESUMO

Este minucurso foi planejado com o propósito de difundir a teoria do “Se movimentar” na Educação Infantil e propor atividades que possam promover o pleno desenvolvimento das crianças no que tange a autonomia, criticidade e capacidade de transformação social. As crianças tem passado cada vez mais tempo nas Creches, o que tem fomentado novas pesquisas e novos olhares para essa etapa da Educação. Através da concepção dialógica do movimento humano, cujo aporte teórico embasa-se na Fenomenologia e na Psicanálise da Gestald e do estudo realizado em Creche públicas do município de Florianópolis, aliando conhecimentos teóricos e empíricos foram propostas linhas de trabalho e atuação com as crianças pequenas, entendendo que estas possuem uma cultura própria, uma bagagem histórica que deve e precisa ser considerada na proposição das atividades. Tais atividades precisam estar conectadas com o cotidiano das Creches e o professor deve estar preparado para promover, analisar e também avaliar essa interação proposta pela teoria do “Se movimentar”, que envolve um diálogo entre crianças para consigo mesma; para com os outros; e para com o mundo. Esse diálogo se constitui como base forte e sólida para que essa criança, desde a mais tenra idade possa sentir se pertencente a sociedade em que vive, buscando uma atuação solidaria, respeitosa, criativa, autônoma e transformadora, repudiando a submissão, a dominação e várias formas de violência. Palavras-Chave: Crianças, Creches, “Se movimentar” Carga horária: 4 horas

SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA RESIDENCIAL E O ASBC (AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO CUSTO)

Felipe Marques Santos1, Rogério Gomes de Oliveira2

1Universidade Federal de Santa Catarina, Aluno do Curso de Engenharia de Energia

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2Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenador do Curso de Engenharia de Energia

RESUMO

O estudo do aproveitamento da energia solar, tanto para fins de aquecimento, quanto para geração de energia elétrica se faz necessário no presente momento, pois, a sociedade busca formas mais sustentáveis para a utilização e conversão de energia. A energia obtida através do sol se encaixa neste contexto, pois, é ilimitada e limpa. Um grande atrativo seu é a facilidade de aproveitá-la em algumas aplicações, como no caso do aquecimento de água residencial. Esta facilidade pode servir para impulsionar o desenvolvimento e aplicação de alternativas que substituam o chuveiro elétrico como principal equipamento domiciliar para aquecimento de água. A redução do uso do chuveiro elétrico pode ajudar a amenizar problemas na rede de distribuição de energia elétrica causados pela sobrecarga do sistema nos horários de pico. Neste mini-curso iremos descrever os diversos tipos de sistema para aquecimento de água residencial, e também o aquecedor de água residencial de baixo custo, apresentando uma comparação entre os mesmos. Além disso, será apresentada uma análise do potencial brasileiro e catarinense para aproveitamento da energia solar para fins de aquecimento de água e uma descrição detalhada do processo construtivo do aquecedor solar de baixo custo (ASBC). Palavras-Chave: Aquecedor Solar, Baixo Custo, Residencial. Carga horária: 4 horas

USO DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL NO PROJETO DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS

Rafael Bravo1

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma

RESUMO

O objetivo do minicurso consiste em introduzir noções iniciais de interpretação, construção e simulação de diagramas pneumáticos de circuitos básicos usando o software FESTO FluidSIM-P, versão 4.0. Durante o curso serão ministrados princípios físicos de estática de fluidos compressíveis que auxiliarão no entendimento do funcionamento do sistema e seleção de atuadores e componentes do circuito.

Palavras-Chave: simulação computacional, sistemas pneumáticos, circuitos pneumáticos Carga horária: 4 horas

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TRABALHOS DE PESQUISA

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LIGAS DA BONDADE NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DO SUL DE SANTA CATARINA (1953 a 1970): PRESCREVENDO REGRAS DE CIVILIDADE

Mariane Rocha Niehues,1 Giani Rabelo2 1UNESC/Curso de Pedagogia

2UNESC/ Programa de Pós-Graduação em Educação

[email protected]

Palavras-Chave: Cultura Escolar, Associações Auxiliares da Escola, Ligas da Bondade.

INTRODUÇÃO

Atualmente participamos da implantação do Centro da Memória do Sul de Santa Catarina (Cemessc), que se dará em meio virtual. Os principais objetivos com a implantação do Cemessc são: inventariar as primeiras escolas estaduais do sul de Santa Catarina; contribuir para o fortalecimento de uma cultura científica voltada à história da educação nas comunidades escolares; proporcionar experiências educativas para que as comunidades escolares se sensibilizem sobre a importância da preservação do patrimônio histórico escolar, apoiadas em atividades interativas e lúdicas; oportunizar aos usuários do Cemessc contato com os novos conhecimentos científicos e tecnológicos, que interagem com a história e a memória; ampliar o número de pesquisas acadêmicas no campo da História da Educação. Estão sendo envolvidas no Cemessc as escolas públicas estaduais mais antigas, localizadas nas microrregiões da Amrec, Amesc e Amurel. O problema de pesquisa delineado foi o seguinte: Que regras de civilidade as Ligas da Bondade, implantadas nas escolas públicas estaduais do sul de Santa Catarina, prescreviam aos/as alunos/as participantes entre os anos de 1953 e 1970?

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa de cunho documental. As atas encontradas foram lidas e seus conteúdos, analisados. Além dos textos, as imagens e os suportes também foram problematizados a partir do referencial teórico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontradas atas e caderninhos da Liga da Bondade mais especificamente nas escolas de Maracajá, Meleiro e Criciúma, onde os referidos documentos são datados de 1953 a 1970. Na E.E.B. de Meleiro, encontramos uma ata da Liga da Bondade, no período de 1953 a 1970; na E.E.B. Professor Lapagesse, encontramos também uma ata da referida liga no período de 1962 a 1966; a E.E.B. Manoel Gomes Baltazar foi a escola em que mais foram encontrados materiais da Liga da Bondade, ou seja, cinco caderninhos datados de 1959 a 1969. O problema de pesquisa proposto neste projeto associado às fontes encontradas suscitou a discussão dos seguintes conceitos: Regras de Civilidade, Cultura Escolar, Arquivo Escolar e Associações Escolares.

CONCLUSÃO

De modo geral, a Liga da Bondade tinha por objetivo tornar o trabalho do professor original e eficiente, isto implicava, entre outras coisas, na imposição de normas,

gostos, maneiras e gestos aos alunos e alunas. Nessa perspectiva, a escola era responsável por capacitar e formar bons cidadãos, que com seriedade pudessem colaborar na construção de uma sociedade melhor, ou seja, teriam a incumbência de semear “bons frutos”, para que estes pudessem compreender a importância da referida liga e propagar a bondade. O acesso e a participação de alunos/as não sofriam restrições, mas estes/as deveriam dar bom exemplo, ou seja, deveriam ser alunos bons. Para isso, eram observadas a vida escolar do aluno e sua vida fora da instituição. Para fazer parte da liga, era necessário ser bom aluno, bom filho, obediente, e ter boa conduta em qualquer lugar que estivesse. Os alunos que não se enquadravam nesse modelo não poderiam ingressar na Liga da Bondade.

AGRADECIMENTOS

À UNESC - PIBIC/CNPq (fonte financiadora) A todas as escolas participantes do Cemessc (Centro de Memória do Sul de Santa Catarina), em especial as escolas que contribuíram com nossa pesquisa.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria da Conceição Lima de. et al. A Liga da Bondade: Um estudo sobre o conformismo coletivo na escola. Caxambu: MG, 2004, 10p.

RABELO, Giani. et al. Cultura material escolar:

Preservação do direito à memória histórica como parte da cidadania cultural. In: Patrimônio e Memória. UNESP – FCLAs, CEDAP, v. 6, nº 1, p. 221 – 244, jun. 2010. ZEN, Mariane Werner; Universidade do Estado de Santa Catarina. Brasileiros pelas letras: a ação educativa

presente nos clubes de leitura e bibliotecas escolares de Santa Catarina. O caso do Grupo Escolar Alberto Torres, Brusque, SC (1938-1950). 2007. 144p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis.

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GASTRÓPODES TERRÍCOLAS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA COSTÃO DA SERRA, SIDERÓPOLIS, SANTA CATARINA, BRASIL

Pedro Rosso,1 Silvestre Macarini Darolt 2 1Docente, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Criciúma.

2Graduado em Ciências Biológicas, Universidade do Extremo Sul Catarinense.

[email protected]

Palavras-Chave: Mollusca, Gastropoda, Estação Ecológica Costão da Serra.

INTRODUÇÃO

Animais popularmente conhecidos como caracóis, caramujos, ostras, lulas, polvos e lesmas compõem o Filo Molusca, um dos maiores do Reino Metazoa, com aproximadamente 93 mil espécies viventes conhecidas e cerca de 70 mil espécies fósseis (BRUSCA; BRUSCA 2007). São encontrados numa grande variedade de habitats, sendo a maioria das espécies de ambiente marinho (HICKMAN Jr., ROBERTS; LARSON 2004), embora estudos indiquem que o número de espécies em ambientes de água doce (Classes Gastropoda e Bivalvia) e terrícolas (apenas Classe Gastropoda) também é significativo. Os estudos sobre populações e comunidades de moluscos, especialmente de espécies de gastrópodes terrícolas e em determinadas regiões são muito escassos. Muitas espécies nativas do Brasil ainda são desconhecidas, e estimativas dão conta de que apenas um terço das espécies de moluscos terrícolas e metade dos limínicos em nosso território foram identificados (MORAES, 2006). “É um ciclo vicioso. Como é uma área muito abrangente e com pouco material de referência bibliográfica, os pesquisadores acabam preferindo outros animais e os moluscos continuam mal estudados”, afirmou Luiz Ricardo Lopes Simone em entrevista a Moraes (2006). Os estudos e pesquisas realizados até o momento sobre gastrópodes terrestres, prosobrânqios (estreptoneuros) e pulmonados (eutineuros) com concha, evidenciam o pequeno conhecimento que se tem da diversidade da malacofauna brasileira, embora esta tenha despertado o interesse de pesquisadores desde o século XVIII, quando foram coletados e incluídos em coleções institucionais ou particulares (SALGADO; COELHO, 2003). O desenvolvimento dos estudos sobre moluscos terrestres relacionados aos aspectos taxonômicos e abordando a conquiliologia, anatomia, histologia e demais aspectos tiveram início com H. von Ihering (1850-1930), F. Langede Morretes (1892-1954) e H. de Souza (SALGADO; COELHO, 2003). Salgado e Coelho (2003) citam, ainda, que Lopes (entomologista, 1909-1991), orientou a especialização em malacologia de H. B. de Rezende, P. D. Lanzieri, J. L. Barros-Araújo, P. Jurberg. Atualmente, se encontram em atividade: A. C. dos Santos Coelho e N. C. Salgado no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, RJ; J. L. M. Leme e L. R. L. Simone, no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, SP; e J. W. Thomé e A. L. M. da Fonseca, no Instituto de Biociências, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, RS (SALGADO; COELHO, 2003). Em Santa Catarina, no mês de março de 2008, foi concluída a primeira etapa de um projeto biogeográfico com o objetivo de inventariar a malacofauna marinha, limínica e terrícola ocorrente no Estado, cujos dados foram publicados por Agudo e Bleicker (2006), Agudo (2007) e por Agudo-Padrón (2008a). Os resultados desses estudos apresentaram um razoável balanço da

malacofauna catarinense, contabilizando 766 espécies confirmadas, sendo 608 marinhas, 55 de água doce (32 de gastrópodes e 23 de bivalves) e 103 terrícolas, sistematicamente incluídas em cinco classes, 173 famílias e 390 gêneros. Esses dados foram obtidos em pesquisa de campo na região da Serra do Tabuleiro, em Palhoça (SC), e na análise da produção histórica ao longo das últimas seis décadas, especialmente os trabalhos de Morretes (1949), Gofferjé citado por Bigarella (1949) e Morretes (1953) (AGUDO-PADRÓN, 2008b). Vizuete (2008) organizou uma lista confeccionada com base em Simone (2006) contendo os gastrópodes terrícolas e limínicos para o Estado de Santa Catarina. Constam da lista 61 espécies de Gastropoda, pertencentes a quatro ordens e 17 famílias, sendo 50 espécies pertencentes à ordem Pulmonata e distribuídas em 12 famílias. As outras ordens são: Neritimorpha, Caenogastropoda e Gymnomorpha. Ainda, segundo Vizuete (2008), o Estado de Santa Catarina era o único da região sudeste/sul a não ter uma lista com as espécies ameaçadas até a data. Na região do extremo sul do Estado, segundo levantamentos e informações colhidas durante o presente estudo, as pesquisas sobre gastrópodes terrícolas e limínicos são inexistentes, o que evidencia a importância do levantamento realizado com o objetivo de investigar a comunidade de gastrópodes terrícolas na Estação Ecológica Costão da Serra, em Siderópolis (SC), estimando a riqueza, a abundância, a frequência e a diversidade das espécies encontradas e relacionando os dados obtidos com outros estudos em Santa Catarina. Os dados produzidos podem subsidiar futuros estudos com vistas a aumentar o conhecimento da malacofauna catarinense e brasileira, além de fundamentar propostas de manejo dos remanescentes da mata atlântica com vistas a sua preservação.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado na Estação Biológica Costão da Serra, localizada no município de Siderópolis, sul de Santa Catarina. A estação possui uma área total de 300 hectares situados entre as coordenadas geográficas 28˚34´08´´S e 49˚35´40´´W. As amostragens foram realizadas em duas subáreas na Estação Biológica, no período janeiro a maio de 2009. A área 1 foi caracterizada como nativa e apresenta poucos vestígios de ação antrópica. A área 2 apresenta vegetação em adiantado estádio de regeneração, mas com muitos vestígios da intervenção antrópica, como a presença de essências florestais exóticas Em cada área, foi seguido um transecto a partir de um ponto (P1), determinado como característico do ambiente e estabelecido de acordo com o aspecto geral da vegetação. Ao longo dos transectos foram amostradas nove parcelas de 1 m², distantes, aproximadamente, 10 m umas das outras. A busca pelos espécimes foi realizada mediante o revolvimento da serrapilheira com auxílio de

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garfo de jardinagem ou um graveto fino. Os espécimes encontrados eram recolhidos manualmente e armazenados em tubos Eppendorf contendo solução de água e álcool devidamente etiquetado. Os espécimes foram analisados com auxílio de estereoscópio Leica MZ6 com câmara clara acoplada, e obtidos dados da altura da espira, além da identificação e classificação seguindo o proposto por Simone (2006). A identificação foi baseada na análise das conchas e foram observadas as seguintes características: altura da espira, formato da abertura da concha, constituição e organização dos lábios interno e externo, número e organização das voltas, posição de inserção da última volta sobre a volta anterior, linhas de crescimento e ornamentação, adereços na parte externa da concha, entre outros atributos. Para a análise estatística, utilizou-se o software Microsoft

®

Excel® 2007 e foram calculadas a abundância absoluta e

relativa de famílias e espécies e a frequência das espécies. Utilizou-se o software Past, versão 1.93 (HAMMER; HARPER, 2009) para o cálculo do índice de diversidade de Shannon (H´) e Dominância de Simpson (D).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De um total de 104 espécimes coletados, 47 (45,2%) foram identificados até o nível de espécie, totalizando 14 espécies e 12 gêneros distintos; 24 (23,1%) espécimes foram identificados e alocados em duas espécies, mas que necessitam de conferência; 27 (26%) espécimes foram identificados até o nível de gênero e alocados em seis diferentes gêneros. Para os espécimes de lesmas, num total de seis (5,7%), a identificação foi feita até o nível de família (Família Veronicellidae). Houve problemas para a classificação dos espécimes que se apresentavam muito danificados. Os 104 espécimes de gastrópodes coletados foram distribuídos em nove famílias, sendo oito de caracóis e uma de lesmas. As oito famílias de caracóis foram Systrophidae, Charopidae, Planorbidae, Subulinidae, Helicinidae, Euconulidae, Bulimulidae e Amphibulimidae, que no total correspondem a 94,2% dos espécimes coletados. A Família Veronicellidae foi amostrada apenas na área 2 e corresponde à sexta família em abundância (N=6; 5,8%). Nas oito famílias de caracóis, foram identificados 16 gêneros e 23 espécies. Da família Systrophidae e Charopidae foram amostrados quatro gêneros cada, dois gêneros da família Bulimulidae, dois para Euconulidae e um gênero para cada uma das demais famílias. A Família Charopidae apresentou maior riqueza (S=8; 34,78%), seguida das famílias Systrophidae (S=6; 26,09%), Bulimulidade (S=3; 13,045), Euconulidae (S=2; 8,70%) e uma espécie apenas para as famílias Planorbidae, Amphibulimidae Subulinidae e Helicinidae (4,35%). O estudo de Agudo-Padrón (2006) apontou para os Estados de Santa Catarina e Paraná 102 espécies de Gastropoda, sendo 11 espécies da ordem Prosobranchia e 91 da ordem Pulmonata, das quais apenas uma espécie da ordem Prosobranchia e 71 espécies da ordem Pulmonata são terrícolas, apresentando 25 famílias e 53 gêneros. Numa outra publicação, Agudo-Padrón (2008) relata 103 espécies de gastrópodes terrícolas, sistematicamente incluídos em cinco classes, 173 famílias e 390 gêneros. Em ambos os trabalhos, não há informações particularizadas sobre a família Veronicellidae.

Em números totais, a família de caracóis mais abundante foi Systrophidae (N=26; 26,5%), seguida da Família Euconulidae (N=22; 22,4%), Bulimulidae e Charopidae, ambas com 19 espécimes (19,4%); Subulinidae (N=8; 8,2%) e das famílias Helicinidae, Planorbidae e Amphibulimidae (N=2; 2,0%; N=1; 1,0% e N=1; 1,0%, respectivamente). Dos 98 espécimes de caracóis coletados no levantamento realizado nas duas áreas, 65 (66,32%) pertencem a cinco espécies, sendo Scolodonta sp. 1, com 19 espécimes (19,39%) a mais abundante, seguida de Rhinus cf. cilliatus, com 16 espécimes (16,33%), Euconulus martinezi e Pseudogyppia semenlini, com 11 espécimes cada (11,22%) e Leptinaria cf. anomala, com oito

espécimes (8,16%). Para as demais espécimes, foram amostrados no máximo quatro espécimes e sete delas foram singletons. Oito espécies (34,78%) foram amostradas nas duas áreas: Rhinus cf. cilliatus, Scolodonta sp.1, Euconulus martinezi, Pseudogyppya semenlini, Leptinaria cf. anomala, Radiodiscus sp.1, Scolodonta inhering e Helicina brasiliensis. Destas, a espécie mais frequente no estudo foi Scolodonta sp.1 (F=55,6%) seguida de Rhinus cf. cilliatus (F=55,6%) Sete espécies foram exclusivas da área 1, sendo duas (Happia insularis e Zilchogyra zulmae) amostradas em

duas parcelas (F=22,2%) e as demais amostradas em apenas uma (F=11,1%) das nove parcelas da área 1. Oito espécies foram amostradas exclusivamente na área 2, sendo duas (Radioconus amoenus e Radiodiscus vazi)

amostradas em três parcelas (F=33,3%), quatro espécies (Radiodiscus sp. 1, Rhinus sp. 1, Lilloiconcha gordurasensis e Lilloiconcha superba) amostradas em duas parcelas (F=22,2%) e as demais amostradas em apenas uma das nove parcelas da área 2. Cinco espécies amostradas ainda não possuíam registro para Santa Catarina, segundo Simone (2006). São elas Rhinus cf.cilliatus e Lilloiconcha superba, descritas para o Rio de Janeiro; Radiodiscus vazi e Scolodonta iheringi, descritas para São Paulo; e Zilchogyra zulmae, descrita para o Rio Grande do Sul. Assim, o presente trabalho amplia a área de ocorrência destas espécies e aumenta a lista de espécies de gastrópodes terrícolas para o Santa Catarina. No entanto, em face da pequena área amostrada neste estudo (18 m²), novos trabalhos precisam ser realizados e podem ampliar ainda mais a riqueza malacológica do Estado e as áreas de ocorrência das espécies identificadas para o Brasil e para a América do Sul. Em relação ao tamanho dos espécimes coletados para cada uma das espécies, verificou-se, especialmente para aquelas em que a abundância foi maior, uma grande variação na altura da espira. Contudo, não foi possível comparar com o descrito por Simone (2006) os espécimes apenas identificados pelo gênero. A medida da altura da espira apresentou variação entre os espécimes coletados, desde menores de 1 mm, verificados em cinco diferentes espécies, até espécimes com 9,6 mm (exemplar de Leptinaria cf. anomala). Para 11 espécies (47,82%), as

medidas encontradas foram similares ou pouco menores que as apresentadas por Simone (2006). Em quatro casos (21,74%), a medida da espira foi um pouco maior. A espécie Rhinus cf. cilliatus é descrita por Simone (2006)

com tamanho de 20 mm e neste estudo os 16 espécimes coletados variaram entre 1,6 e 6 mm, o que remete à necessidade de reanálise destes espécimes utilizando-se outras metodologias de identificação para confirmar ou não a espécie apontada. Outra diferença encontrada em relação ao tamanho das espécies apresentadas por

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Simone (2006) e das coletadas na Estação Biológica diz respeito à espécie Euconulus martinezi, que é indicado como tendo em média 2 mm e, entre os 11 espécimes, um deles mediu 5,2 mm. Considerando apenas os 98 caracóis coletados, a densidade média foi de 5,4 espécimes por metro quadrado (m²), sendo que a densidade na área 1 (5,1 espécime/m²) foi um pouco menor que não área 2 ( 5,8 espécime/m²). Os índices de diversidade e dominância calculados no presente estudo não puderam ser comparados em razão da inexistência de trabalhos na área e, principalmente, de trabalhos que utilizem estas medidas estatísticas. Tomou-se o cuidado de apresentá-las aqui para que outros trabalhos possam utilizá-las para comparações. Os valores para o índice de diversidade de Shannon (H´) foram um pouco menores na área 1 (2,26) que na área 2 (2,53), ficando com um índice H´ geral de 2,61. Esses dados demonstram a pequena diferença observada no número de espécies encontradas nas duas áreas amostradas. O índice de dominância de Simpson (D) obtido para área 1 (0,14) é um pouco maior que o obtido na área 2 (0,09).

CONCLUSÃO

Em razão dos resultados obtidos neste estudo, estima-se que a riqueza e a diversidade deste táxon para a Estação Biológica Costão da Serra pode ser maior que a amostrada, hipótese reforçada pelo número de singletons e pela comparação com os outros estudos para o território catarinense. Oito espécies se mostraram frequentes em ambas as áreas, cinco delas também foram as mais abundantes. No entanto, oito espécies ocorreram apenas na área 2 e sete espécies ocorreram apenas na área 1, sendo que para a maioria delas, a abundância foi menor. Entre as espécies amostradas, cinco ainda não possuíam, segundo a literatura consultada, registro para Santa Catarina. Portanto, o presente estudo amplia a área de ocorrência dessas espécies e a riqueza malacológica para o Estado. Em razão da escassez de informações publicadas relativas a este táxon, novos estudos e análises do material coletado são necessários para a confirmação das informações aqui levantadas. Os levantamentos e inventários biológicos são importantes instrumentos para a produção de planos de manejo e conservação de recursos naturais, especialmente neste caso por se tratar de um estudo realizado em uma unidade de conservação privada inserida no Bioma Mata Atlântica.

REFERÊNCIAS

AGUDO, A.I. Continental land and freshwater molluscs in Santa Catarina State, Southern Brasil: a general review of current knowledge. IUCN/SSC Internet Newsletter TENTACLE, n. 15, p. 11-14, 2007. Disponível em:

<http://www.hawaii.edu/cowielab/Tentacle.htm>. Acesso em: 23 jul. 2009.

AGUDO, A.I., BLEICKER, M.S. First general inventory of the malacological fauna of Santa Catarina State, Southern Brasil. IUCN/SSC Internet Newsletter TENTACLE, n. 14,

p. 8-10, 2006. Disponível em: <http://www.hawaii.edu/cowielab/Tentacle.htm> Acesso em: 23 jul. 2009. AGUDO-PADRÓN, Aisur Ignacio. Levantamento biogeográfico de moluscos no estado de Santa Catarina, SC, região sul do Brasil, vertente atlântica do cone Meridional da América do Sul. Caminhos de Geografia (on line). Uberlândia, MG, v. 9, n. 28, p. 126–133, Dez.

2008a. Disponível em: <www.caminhosdegeografia.ig.ufu.br/include/getdoc.php?i

d=1804&article=664&mode=pdf>. Acesso em 23 set. 2009. ______. Listagem sistemática dos moluscos continentais terrestres e de água doce ocorrentes no Estado de Santa Catarina, SC, região Sul do Brasil. Florianópolis, SC. Avulsos Malacológicos (AM), Reporte técnico interno,

2008b. 61 p., 4 figs., 1 tabl. BRUSCA, Richard C.; BRUSCA, Gary J. Invertebrados.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. HAMMER, O.; HARPER, D. A. T. PAST: Peleontological

Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Version 1.93. Paleontologia Eletrônica, 2009. Disponível em: <http://folk.uio.no/ohammer/past>. Acesso em: 20 set. 2009. HICKMAN JÚNIOR, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios Integrados de Zoologia. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2004. MORAES, Márcia Soman. O manual dos moluscos do Brasil. Jornal da USP. 19 nov. 2006. Disponível em:

<http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2006/jusp783/pag07.htm>. Acesso em 18 jun. 2008. SALGADO, Norma Campos; COELHO, Arnaldo C. dos Santos. Moluscos terrestres do Brasil (Gastrópodes operculados ou não, exclusive Veronicellidae, Milacidae e Limacidae) Rev. Biol. Trop. n. 51 (Supl. 3), p. 149-189,

2003. Disponível em: <http://www.ots.ac.cr/tropiweb/attachments/suppls/sup51-3%20malacol/10-CAMPOS_42.pdf>. Acesso em 15 maio 2009. SIMONE, L. R. L. Land and freshwater molluscs of Brazil. São Paulo: EGB, 2006. 390p.

VIZUETE, Eloisa Pinto. Informação: lista_sc_águadoce_terrestre.xls. [mensagem pessoal].

Mensagem recebida por <[email protected]> em 17 abr. 2008.

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PRINCÍPIOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Julian da Silva Euzebio,1 Josélia Euzébio da Rosa,2 Ademir Damazio3 1,3

Universidade do Extremo Sul Catarinense 2Universidade Federal do Paraná

[email protected]

Palavras-Chave: Princípios, Matemática, Educação infantil.

INTRODUÇÃO

O Gpemahc, desde a sua constituição, tem focado basicamente estudos e pesquisas voltados ao Ensino Fundamental em duas temáticas: atividade de ensino do professor, em especial as suas produções pedagógicas, e apropriação de conceitos, por parte dos alunos. Assim, tem-se deixado à margem outros espaços de investigação do sistema educacional brasileiro, como: educação infantil, educação superior e educação de jovens e adultos. Diante dessas lacunas e por oportunidades que se apresentam no momento, definimos como objeto para o presente estudo o processo de ensino e aprendizagem da matemática na Educação Infantil. O projeto conta com a participação de integrantes do Gpemahc (Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: uma Abordagem Histórico-Cultural) e também do Gepape (Grupo de Estudos e Pesquisa sobre a Atividade Pedagógica – USP). Trata-se, pois, de uma pesquisa intergrupos desenvolvida por pesquisadores de diversas universidades brasileiras, tais como Manoel Oriosvaldo de Moura (USP), Elaine Sampaio Araújo (USP), Flavia Asbahr (USP), Ademir Damazio (Unesc), Josélia Euzébio Rosa (UFPR) e Maria Isabel Batista Serrão (Ufsc) e, do bolsista do Gpemahc, Julian da Silva Euzébio (Unesc). O objetivo específico dessa pesquisa, organicamente vinculado à pesquisa interinstitucional é investigar os princípios teórico-metodológicos da Abordagem Histórico-Cultural que orientam as pesquisas do Gepape e Gpemahc sobre o processo de ensino e aprendizagem de matemática na Educação Infantil.

METODOLOGIA

No atual estágio da pesquisa, as ações em andamento são: 1) Participação dos encontros semanais do Gpemahc para estudos do referencial teórico; 2) Participação dos encontros semanais do grupo interinstitucional de pesquisadores via skype; 3) Levantamento teórico-metodológico dos princípios da Abordagem Histórico-Cultural que orientam o processo de ensino e aprendizagem de matemática na Educação Infantil; 4) Elaboração de sínteses dos levantamentos teórico-bibliográficos realizados; 5) Produção de um arquivo digital com textos relacionados à pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As pesquisas desenvolvidas pelo Gepape e pelo Gpemahc têm avançado na compreensão das respostas de algumas indagações levantadas em relação à

psicologia histórico-cultural e à teoria da atividade. De modo que professores, pesquisadores, estudantes e pessoas interessadas pela temática possam dialogar e refletir sobre as possibilidades de uma prática pedagógica apoiada na teoria Histórico-Cultural e na teoria da atividade. Na especificidade da educação infantil, os referidos grupos têm apontado alguns princípios teórico-metodológicos, tais como: o interesse das crianças pelos conteúdos a serem ensinados; a utilização de recursos e materiais didáticos para o entendimento e elaboração dos conceitos; o desenvolvimento de atividades lúdicas para despertar o empenho dos alunos pela temática; a importância de o educador compreender como aconteceu, historicamente, o movimento do conceitual e o desenvolvimento dos conteúdos nas crianças; o foco da intencionalidade do educador em atividade de ensino; e o desenvolvimento do pensamento teórico em situações de ensino.

CONCLUSÃO

Na presente pesquisa, em andamento, sobre os princípios teórico-metodológicos que orientam a atividade de ensino algumas considerações já podem ser apontadas. Ao analisarmos as contribuições dos citados grupos de pesquisa, observamos grande preocupação com a Educação Infantil e o desenvolvimento social da criança no que diz respeito à atividade da criança e à elaboração de conceitos matemáticos produzidos historicamente. Sendo assim possibilita reavaliar o processo de ensino e aprendizagem infantil.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). UNAHCE. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc. Criciúma (SC), Brasil. Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

REFERÊNCIAS

MOURA, M. O. (org) A atividade pedagógica na teoria histórico-cultural. Brasília. Liber, 2010. 178p.

ROSA, J. E.; DAMAZIO, A. Introdução ao conceito de número em Davidov. In ENCONTRO NACIONAL DE

DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, 15, 2010, Belo Horizonte. Anais... Universidade federal de minas Gerais, 2010. p. 24-36.

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A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA ADOTADA PELO PROFESSOR DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Daniela Fernandes Pacheco,1 Ledina Lentz Pereira2 1,2

Universidade do Extremo Sul Catarinense [email protected]

Palavras-Chave: Tendência, Matemática, Professor

INTRODUÇÃO

O processo ensino–aprendizagem da matemática tem sido estudado segundo diferentes enfoques. Para Fiorentini (1995), o modo de ensinar do professor infere em uma tendência de aprendizagem, de ensino, de matemática e de educação. Um trabalho considerado atual é o entendimento de Mizukami, 1986, que afirma: há várias formas de se conceber o fenômeno educativo. Por sua própria natureza, não é uma realidade acabada que se dá a conhecer de forma única e precisa em seus múltiplos aspectos, dentre eles: humano, histórico e multidimensional. Subjacente à prática escolar, há condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções de homem, de sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola, aprendizagem e relações professor-aluno (LIBÂNEO, 2006). O objetivo da presente pesquisa foi identificar e analisar as Tendências Pedagógicas do Ensino de Matemática adotadas pelos professores do 6º ano. O foco foram três categorias de análise: professor, aluno e o ensino.

METODOLOGIA

Fundamentado no referencial teórico, desenvolveu-se uma pesquisa, de abordagem qualitativa, relacionada ao processo de ensino. Participaram do estudo sete professores de matemática do Ensino Fundamental, todos graduados em matemática, alguns pós-graduados, com idades entre 24 e 44 anos, com tempo médio de serviço de seis anos, que atuaram em sete escolas da rede municipal de Criciúma no ano de 2010. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada. Com a permissão dos professores, as entrevistas foram gravadas e transcritas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os professores apresentaram dificuldades em expressar seus conhecimentos, mesmo que empíricos. Ao se expressarem com frases decoradas da literatura, concluíam suas falas com contradição em relação a seus discursos já prontos. Como demonstrado na fala de um dos professores: “O papel do professor é mediador. Mas o que eu acho mesmo, o papel do professor é de psicólogo, nutricionista, mãe... O aluno seria não o receptor do conteúdo, mas aí, não sei realmente qual o papel do aluno... Normalmente parto do conceito e do conceito passo às atividades, pois são 30 alunos na sala de aula e, querendo ou não, eles têm que ter conteúdo...” Dessa forma, o professor passa a ter em mãos aquilo que Sforni (2004, p. 51) chama de “múltiplas determinações na organização do ensino”, dentre elas, as políticas, lógicas,

psicológicas, didáticas, se entrecruzam com as razões práticas.

CONCLUSÃO

Embora os professores apresentem um discurso que contemple alguns termos oriundos da tendência histórico-cultural, sua prática pedagógica é expressão da tendência tradicional, no qual o professor é transmissor e expositor do conteúdo com predominância da palavra e regras. O aluno copia e decora, mas muitas vezes não compreende o processo, ou seja, aprende pelo próprio esforço. Tal conclusão possibilita a afirmação sobre a necessidade de se reavaliar as formações iniciais e, principalmente, a continuada. Uma vez que a tendência que fundamenta a proposta curricular da rede de educação a qual os professores sujeitos da pesquisa atuam é a histórico-cultural.

AGRADECIMENTOS

Programa de Iniciação Científica PIC 170/Unesc. Unidade

Acadêmica de Humanidade, Ciência e Educação.

Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc (SC) –

Brasil.

Fapesc – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do

Estado de Santa Catarina.

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico.

REFERÊNCIAS

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Ensino de Matemática no Brasil. Zetetiké. Campinas:

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS DAS PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV

Lucas Sid Moneretto Burigo,1 Ademir Damazio,2 Josélia Euzébio da Rosa3 1,2

Universidade do Extremo Sul Catarinense 3Universidade Federal do Paraná

[email protected]

Palavras-Chave: Davydov, matemática, número.

INTRODUÇÃO

No presente estudo, adota-se a teoria histórico-cultural, referencial do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma Abordagem Histórico-Cultural (Gpemahc) da Unesc. A pesquisa está em andamento e o seu objeto de estudo é o Sistema de Ensino de Matemática elaborado por Davydov e seus colaboradores. Delimita-se para o conceito de número, que o referido autor considera fundamental à Matemática. Assim, o objetivo é analisar as proposições didáticas de Davydov, para o ensino de matemática, à luz dos fundamentos matemáticos.

METODOLOGIA

A presente pesquisa é definida na modalidade qualitativa em uma de suas especificidades: a teórica. Para efeito de organização da investigação, foram estabelecidos dois momentos inter-relacionados. No primeiro, duas ações desenvolvidas: leitura de um texto para obter as ideias preliminares sobre o sistema de Davydov; a segunda, de forma mais intensa, tratou-se da leitura de Caraça (2002), Aleksandrov (1976), Ríbnikov (1987), para analisar a epistemologia do conceito que caracteriza o seu estado atual. O segundo momento, em que a ação principal foi o estudo de como o conceito de número é apresentado no Sistema de Ensino de Davydov.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O sistema de ensino de Davydov tem como objetivo desenvolver o conceito de número a partir de grandezas contínuas tais como: comprimento, área, volume e massa. Estas possuem a mesma característica do número real, a continuidade. O autor afirma que o conceito teórico a ser introduzido desde que a criança inicia os estudos em matemática é o conceito de número real. No início do sistema de ensino, desenvolve-se a ação investigativa das crianças, a qual é direcionada para identificar as diferentes características (cor e forma) dos objetos em um conjunto de tarefas que está presente em todo o sistema. Depois, são introduzidas as grandezas citadas acima e, a partir delas, é estudada a desigualdade e a igualdade por meio da comparação de duas grandezas da mesma espécie. Após isso, estuda-se como tornar a desigualdade em igualdade por dois modos: acrescentando a quantidade que falta para tornar a grandeza menor equivalente à grandeza maior ou retirando da grandeza maior a quantidade a mais que a torna equivalente à grandeza menor. De acordo com estudos realizados com crianças, Petrovski concluiu que para o ensino do conceito de número por meio da comparação entre grandezas contínuas, as mesmas presentes neste sistema, a aprendizagem da diferença (desigualdade) entre as grandezas serve de base para o número natural (apud BROLEZZI, 1996). A utilização de uma unidade de medida ocorre devido à necessidade de comparar duas grandezas que estão distantes uma da outra. As tarefas posteriores consistem

na realização de medidas e, para saber a medida das grandezas são apresentadas as parlendas, com o objetivo de fazer a contagem, ou seja, quantas vezes a unidade de medida cabe na grandeza (quantidade contínua), assim, cada medida corresponde a uma palavra da parlenda (correspondência unívoca). Conclui-se que não pode haver palavras repetidas, elas têm que seguir uma ordem, todas as crianças precisam saber a parlenda inteira e as parlendas têm um número limitado de palavras, o que dificulta a contagem de um número maior que o número de palavras da parlenda. Implicitamente, no trabalho com as parlendas, contemplam-se os axiomas de Peano referentes ao número natural. A contagem de objetos (quantidades discretas), segundo Caraça (2002), se realiza fazendo corresponder, sucessivamente, cada objeto da coleção a um número da sucessão natural e o último número indica a quantidade de objetos. O número natural, no sistema de Davydov, também é compreendido na relação entre duas grandezas da mesma espécie pela medida (ideia da divisão), sendo assim, ele expressa a quantidade de vezes exata que uma grandeza (unidade de medida) cabe em outra grandeza. Aleksandrov (1976) define que um número (dois, cinco, etc.) é aquela propriedade das coleções de objetos que é comum a todas elas cujos objetos podem ser colocados em correspondência biunívoca uns com os outros.

CONCLUSÃO

O ensino do conceito de número pela relação entre grandezas (medida) se apoia na ideia de correspondência para a contagem. Conforme Caraça (2002), a ideia de correspondência é uma das operações mentais mais importantes, além de ser uma das ideias basilares da matemática. No aspecto quantitativo, Davydov parte da divisibilidade, ou seja, quantas vezes uma grandeza cabe na outra grandeza.

AGRADECIMENTOS

Programa de Iniciação Científica – PIC 170. Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (FUMDES). Unidade Acadêmica de Ciência e Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc (SC), Brasil. Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

REFERÊNCIAS

ALEKSANDROV, A. D. et al. Visión General de la Matemática. In: __ . La Matemática: su contenido, métodos y significado. 1ª ed. Madrid: Alianza

Universidade, 1976. p.17-91. BROLEZZI, A. C. A Tensão entre o Discreto e o Contínuo na História da Matemática e no Ensino de Matemática. 1996. Tese de Doutorado - Faculdade de

Educação da USP, São Paulo.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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CARAÇA, B. J. Conceitos Fundamentais da Matemática. 4.ed. Lisboa: Gradiva, 2002. 295p.

ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:

Пособие для учителей начальной школы (Система Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. - М.:ВИТА-ПРЕСС, 2008. 128p.

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PENTATOMOIDEA (HEMIPTERA: HETEROPERA) EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE TERRAS BAIXAS, ARARANGUÁ (SC)

Catiana Perin,1 Pedro Rosso,2 Luiz Alexandre Campos3 1Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)/ Especialização em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais

2Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC)/Campus Criciúma

3Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs)/Departamento de Zoologia

[email protected]

Palavras-Chave: Pentatomóideos, Fragmentação de habitats, Floresta Ombrófila Densa.

INTRODUÇÃO

O Estado de Santa Catarina está inserido no bioma mata atlântica, do qual restam apenas 23,29% da cobertura original (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2010). O processo de desflorestamento ocorreu no início da colonização devido à ocupação das áreas litorâneas e à extração de madeira, e, atualmente, ocorre em razão da ocupação desordenada do ambiente, da especulação imobiliária e da construção de estradas, rodovias, hidrelétricas e indústrias, o que vem provocando sua fragmentação (REIS; REIS; FANTINI, 1994). A fragmentação de hábitats consiste na transformação de uma paisagem natural contínua em manchas ou fragmentos isolados uns dos outros e imersos em paisagens alteradas pelo homem (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). Os insetos são considerados importantes em estudos de fragmentação, pois são fundamentais para manutenção, equilíbrio, funcionamento e ciclagem de matéria nos fragmentos florestais, realizando assim a regulação de populações de plantas e outros animais (BROWN Jr., 1997). O grupo dos insetos é o mais numeroso e mais diverso do globo terrestre (DIDHAM et al., 1996) e Hemiptera é a quinta maior ordem com 85.000 espécies (BRUSCA; BRUSCA, 2007). Dentro da ordem Hemiptera, destaca-se a Superfamília Pentatomoidea que é composta por insetos exclusivamente terrestres e, em geral, fitófagos, com a exceção dos predadores da subfamília Asopinae (SCHUH; SLATER, 1995). São conhecidas no mundo mais de 5.720 espécies nominais da superfamília, sendo que mais de 600 destas ocorrem no Brasil (GRAZIA; FORTES; CAMPOS, 1999). Entre os trabalhos realizados com a Superfamília Pentatomoidea, a maioria é limitada a famílias que incluem espécies oportunistas. Em Santa Catarina, são poucos os estudos realizados e destaca-se o estudo de Campos et al. (2009) em três fragmentos no sul do Estado. A documentação sobre a perda de espécies animais em remanescentes florestais cresce a cada ano, de forma que o entendimento de como cada espécie vai ser afetada por esse processo torna-se essencial para que não ocorram novas perdas, evitando assim um desequilíbrio ambiental em razão das alterações nas diversas interações.

METODOLOGIA

A área do presente estudo possui 40 ha e se localiza no município de Araranguá, sul do Estado de Santa Catarina, nas coordenadas geográficas centrais 29º02‟21”S e 49º31‟34”W. É um remanescente de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas que se encontra em estágio sucessional tardio, com árvores esparsas que atingem até 10 metros de altura. A vegetação arbórea do fragmento é pouco heterogênea, formada de poucas espécies com

muitos indivíduos. O clima, segundo Köeppen, classifica-se como mesotérmico úmido (SANTA CATARINA, 1990). As amostragens foram realizadas nas margens de duas trilhas, no período de março a maio de 2009, totalizando 63 horas de amostragem, caracterizando o método de campanha proposto por Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009). Foram realizadas com a utilização de duas técnicas de coleta: o guarda-chuva entomológico de 1m² e a coleta manual. Os espécimes adultos e juvenis coletados foram acondicionados em frascos e levados ao Laboratório de Interação Animal-Planta (Liap) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). No laboratório, os insetos juvenis foram criados, e somente os que atingiram o estágio adulto foram submetidos à eutanásia, alfinetados, secados em estufa, etiquetados e identificados, mesmo procedimento que foi utilizado para os insetos adultos coletados. A classificação adotada para a superfamília Pentatomoidea seguiu Grazia, Schuh e Wheeler (2008). Os exemplares foram depositados na Coleção Entomológica de Referência da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Cersc). Para a análise dos resultados, foram construídos gráficos de abundância (N) e riqueza (S) com o programa Excel 2007. Foram calculados os índices de diversidade de Shannon (H‟) e dominância de Simpson (D), com auxílio do programa PAST 1.18 (HAMMER et al., 2001).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram coletados 131 pentatomoideos pertencentes a três famílias, 14 gêneros e 17 espécies. A família mais rica em espécies e gêneros e mais abundante foram Pentatomidae, Scutelleridae e Phloeidae (Tabela 1). Tabela 1 – Número de espécimes (N), espécies (S) e

gêneros (G) e respectivos percentuais por família pelo total amostrado da superfamília Pentatomoidea em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas no município de Araranguá, sul de Santa Catarina.

Famílias N N(%) S S(%) G G(%)

Pentatomidae 127 96,94 14 82,35 11 78,57

Scutelleridae Phloeidae

2 2

1,53 1,53

2 1

11,77 5,88

2 1

14,29 7,14

Total 131 100,00 17 100,00 14 100,00

Nos estudos com Pentatomoidea no Sul do Brasil, Pentatomidae é sempre a família mais representativa em abundância e riqueza (CAMPOS et al., 2009). A espécie mais abundante foi Banasa chaca (Tabela 2),

representando quase um terço do total dos pentatomoideos coletados (n=43; 32,82%), sendo este o primeiro registro para o Brasil, pois antes era registrada apenas para a Argentina (THOMAS; YONKE, 1990). O gênero Banasa Stål, 1860 (S=3; 17,47%) foi o que apresentou maior riqueza de espécies, seguido de Edessa Fabricius, 1803 (S=2; 11,76%). Os outros gêneros

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apresentaram somente uma espécie cada (S=1; 5,88%), sendo responsáveis por 70,59% do total coletado. Em relação ao gênero Banasa, não foram localizados estudos que tenham obtido uma maior riqueza. O gênero Edessa é comum em estudos no Sul do Brasil e isso pode estar relacionado ao fato de este ser um dos gêneros mais ricos e o maior de Pentatomidae, com cerca de 260 espécies descritas até o momento (SILVA; FERNANDES; GRAZIA, 2006). Tabela 2 – Espécies de Pentatomoidea registradas no

fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, no município de Araranguá (SC), e suas respectivas abundâncias absoluta (AA) e relativa (AR).

Família Espécie AA AR

Pentatomidae

Banasa chaca Thomas,

1990 Podisus sp.1 Piezodorus guildinii Westwood,1837 Banasa sulcata Thomas, 1990 Galedanta truncata Distant, 1899 Chinavia geniculata Dallas, 1851 Edessa cf. Scabiventris Stål, 1859 Chloropepla vigens (Stål, 1860) Edessa sp.1 Mormidea notulifera

Stal, 1860 Banasa sp.1 Chlorocoris tau Spinola, 1837 Loxa deducta Walker, 1867 Thyanta humilis Bergroth, 1891

43

20 17

14

10

7

4

3

3 2

1 1

1

1

32,82

15,27 12,98

10,69

7,63

5,34

3,05

2,29

2,29 1,53

0,76 0,76

0,76

0,76

Phloeidae Phloea subquadrata Spinola, 1837

2 1,53

Scutelleridae

Scutelleridae sp.1 Symphylus sp.1

1 1

0,76 0,76

Total 17 131 100,00

Em relação às espécies coletadas, duas são consideradas espécies oportunistas, P. guildini e M. notulifera, respectivamente da soja e do arroz. No entanto, podem estar utilizando o fragmento como abrigo ou fonte de recursos alimentares (PANIZZI et al., 2000). P. guildinii apresentou abundância relativamente elevada (n=17; 12,98%) e, em observações de campo, se notou grande afinidade da espécie com áreas mais abertas. T. humilis foi coletada apenas na trilha paralela à borda do

fragmento, indicando sua preferência por habitats abertos, como clareiras e bordas de mata, corroborando com o verificado por Mendonça Jr., Schwertner e Grazia (2009). A captura de espécimes da família Phloeidae, que são insetos que vivem sobre cascas de árvores e têm a forma do corpo modificada para mimetizar o substrato (GRAZIA; FORTES; CAMPOS, 1999), demonstra a importância da utilização de mais de uma técnica nos levantamentos de pentatomoideos, pois possibilita a captura de espécies com diferentes hábitos de vida. Não se tinha registro até o presente estudo de espécimes da família Phloeidae para o Estado de Santa Catarina.

Com a técnica de coleta manual, foram coletadas quatro espécies e, com o guarda-chuva entomológico, 14 espécies, sendo que apenas uma espécie foi coletada com as duas técnicas. Schmidt e Barcellos (2007), utilizando as mesmas técnicas, obtiveram valores aproximados, tendo coletado seis espécies com coleta manual e 14 com guarda-chuva entomológico, sendo que uma única espécie coletada com as duas técnicas. Os imaturos são de difícil identificação, e a proposta de Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009) em relação à coleta e à criação de imaturos até a fase adulta para posterior identificação mostrou-se importante para a ampliação dos dados e a caracterização da comunidade da área de estudo, pois foram coletados 29 indivíduos imaturos, sendo que 20, correspondente a 15,28% do total amostrado neste estudo e pertencentes a três espécies (B. chaca, G. truncata e Podisus sp.1), chegaram à fase adulta. Mendonça Jr. et al. (2009), realizando um levantamento de Pentatomoidea no município de Bagé coletou 154 espécimes, sendo que destes 45 eram ninfas (29,22%). Tendo por base a Coleção Entomológica de Referência da Unesc (Cersc), são novos registros para o município de Araranguá e para a formação Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas as seguintes espécies: G. truncata; L. deducta; P. subquadrata e C. geniculata. Para

essas duas últimas espécies, é o primeiro registro para o Estado de Santa Catarina e, como já citado, B. chaca é um novo registro para o Brasil. A curva de acumulação de espécies não apresentou estabilidade razoável, indicando que um maior esforço amostral abrangendo, principalmente, outros meses do ano, poderia aumentar o número de espécies. Os estimadores de riqueza calculados indicam que a amostragem representou entre 65,18% (Michaelis-Menten) e 87,76% (Bootstrap) do número de espécies esperadas para o local. A curva de distribuição de abundância mostrou um pequeno número de espécies abundantes e um grande número de espécies com abundância baixa. Este mesmo resultado foi obtido por Campos et al. (2009) realizando um levantamento de Pentatomoideos em três áreas no sul de Santa Catarina. O número elevado de singletons (S=6; 35,29%) evidencia ser possível uma ampliação do número de espécies com o aumento da amostragem (SCHMIDT; BARCELLOS, 2007). Os mesmos autores, em um levantamento de Pentatomoidea realizado no Parque Estadual de Turvo, com um esforço amostral de 153 horas, encontraram 16 singletons (28,57 % do total). Contudo, é possível que algumas dessas espécies possam ser realmente raras no fragmento ou serem habitantes preferenciais dos estratos superiores, como os edessíneos. Sua captura pode ter sido acidental em outros substratos por estarem desalojados do seu micro-habitat. Os índices de diversidade de Shannon (H‟) e dominância de Simpson (D) foram 2,14 e 6,08, respectivamente. O índice de diversidade de Shannon (H‟) foi próximo do estudo realizado no sul de Santa Catarina por Campos et al. (2009), porém o de Dominância de Simpson (D) foi bem mais baixo, demonstrando que foram amostradas menos espécies dominantes.

CONCLUSÃO

O presente estudo contribui para a ampliação do conhecimento das comunidades de Pentatomoidea em Santa Catarina por meio da consolidação de padrões ecológicos para o táxon estudado e do registro de duas

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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espécies novas para o município de Araranguá e para a FODTB, duas para Santa Catarina e uma para o Brasil. Isso demonstra a importância de se realizarem levantamentos em fragmentos ainda não amostrados e de diferentes fitofisionomias. A utilização de mais de uma técnica para amostragem permitiu a coleta de espécies em diferentes substratos que dificilmente seriam amostrados com a utilização de apenas uma das técnicas. A criação de imaturos para posterior identificação e contabilização mostrou-se importante para uma melhor caracterização da área estudada, possibilitando assim, uma descrição mais fiel da comunidade.

AGRADECIMENTOS

Ao programa CNPq/Pibic pelo financiamento do projeto.

REFERÊNCIAS

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EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE A VIA mTOR/p70S6k EM MIOCÁRDIO DE ANIMAIS OBESOS

Schérolin de Oliveira Marques,1 Marcelo Fontana Vitto,2 Patrícia Acordi Cesconetto,3 Thaís Fernandes Luciano,4 Daniela Roxo de Souza,5 Cláudio Teodoro de Souza6

Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício – Lafibe (PPGCS/Unesc). Criciúma (SC) [email protected]

Palavras-Chave: Treinamento Físico, Síntese Proteica, Obesidade, Hipertrofia.

INTRODUÇÃO

A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Um dos principais problemas do indivíduo obeso é a associação desse distúrbio com vários outros, tais como doenças cardíacas. Parece que a redução na sensibilidade à insulina no miocárdio pode ser o elo entre tais distúrbios. A insulina é um hormônio anabólico que promove síntese proteica e crescimento celular, capaz de induzir aumento na síntese de proteínas, decréscimo na degradação ou ambos concomitantemente. A insulina está envolvida na regulação da via mTOR/P70s6K em células do músculo cardíaco. Quando ativada, mTOR controla principalmente duas moléculas regulatórias na tradução de proteínas: P70

S6K e a 4E-BP1.

O exercício físico tem demonstrado ser uma excelente ferramenta não farmacológica por melhorar a ação da insulina em diferentes tecidos. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a via molecular (mtor) de síntese proteica em músculo cardíaco de ratos obesos após treinamento físico.

METODOLOGIA

Foram utilizados ratos Wistar machos, divididos aleatoriamente em dois grupos (n=7): grupo controle, alimentado por oito semanas com dieta convencional para roedores e grupo hiperlipídico (HL) alimentado por oito semanas com dieta hiperlipídica. Após indução da obesidade, os animais foram divididos em subgrupos: obeso não treinado e obeso treinado (natação 1h/dia, cinco dias por semana, durante oito semanas, sobrecarga de 5% p.c., presa à cauda). Vinte e quatro horas após a ultima sessão do treinamento físico, os animais foram sacrificados e western blots foram realizados. Os resultados foram expressos como percentual do grupo não treinado (p<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nossos resultados demostram que o estímulo com insulina aumenta a atividade de moléculas envolvidas na síntese proteica, quando comparada a níveis basais, bem como o exercício físico aumenta a fosforilação de Raptor, S6, p70S6K e 4E-BP1 (1,7, 1,6, 1,9, 1,4 vezes, respectivamente) em relação ao grupo DIO, aumento em 2,0 vezes na associação de mTOR com Raptor e redução da expressão atrogin-1 (2,1 vezes), que esta relacionada à degradação proteica. Dessa forma, o estudo sugere que o treinamento estimula a síntese e reduz a degradação proteica, simultaneamente.

Esse é um resultado que pode estar relacionado à menor incidência de eventos agudos do miocárdio, ou mesmo maiores chances de sobrevida em caso de infarto agudo. No entanto, essa hipótese carece de estudos futuros. Estudos neste sentido estão sendo realizados pelo nosso grupo. O processo de síntese proteica envolve a ativação de genes específicos, sua transcrição e tradução. O treinamento físico, por sua vez, modula esses processos de forma específica ao tipo de estímulo empregado. Uma única sessão de exercício pode aumentar a síntese de proteína por 48 horas após a sessão; entretanto, a degradação proteica também está aumentada, mas em menor grau, levando ao aumento no balanço de proteínas. Dados semelhantes foram publicados por Gwag e col. (2009), mostrando que o treinamento aeróbio em ratos aumenta a ativação da molécula S6K em músculo esquelético, associando a uma diminuição na ativação da via proteolítica, fator que contribui para o aumento da massa muscular. A maior sinalização da insulina resultou em maior ativação da via de síntese proteica envolvida com a hipertrofia mTOR/P70s6K.

CONCLUSÃO

Nossos resultados demonstram que o treinamento físico aumenta a atividade de moléculas envolvidas com o controle da síntese proteica (mtor, p70, s6 e eif2-α) e, paralelamente, reduz a expressão da molécula envolvida com a degradação (atrogin).

AGRADECIMENTOS

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e Unesc.

REFERÊNCIAS

FUGITA, S. et al.. Aerobic Exercise Overcomes the Age-Related Insulin Resistance of Muscle Protein Metabolism by Improving Endothelial Function and Akt/Mammalian Target of Rapamycin Signaling. Diabetes, v. 56, n.6, p.

15-22, 2007. ZOPPI, C. Mecanismos moleculares sinalizadores da adaptação ao treinamento físico. Rev.Saúde, v.1, n.1.

p.60-70, 2005.

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36

O MOVIMENTO CONCEITUAL NAS PROPOSIÇÕES DO SISTEMA DE ENSINO DE DAVYDOV

Daiane de Freitas,1 Ademir Damazio,2 Josélia Euzébio da Rosa,3 Marlene Beckhauser de Souza Böger4

1,2,4

Universidade do Extremo Sul Catarinense. 3

Universidade Federal do Paraná [email protected]

Palavras-Chave: Movimento, Abstrato, Concreto.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa, em andamento, está vinculada a um projeto mais amplo do Gpemahc em que o objeto de investigação é o movimento de pensamento proposto no Sistema de Ensino de Davydov com base nos fundamentos do materialismo histórico-dialético. Davydov (1982) diz que é papel da escola desenvolver o pensamento teórico das crianças por meio da apropriação dos conhecimentos científicos, em detrimento do pensamento empírico, que opera mediante os conhecimentos cotidianos. O processo direcionador, que expressa a natureza do pensamento teórico, é o da ascensão do abstrato ao concreto (DAVYDOV, 1982). Na especificidade deste, adotamos as categorias do abstrato e do concreto. O objetivo consiste em investigar o movimento entre abstrato e concreto, nas proposições do Sistema de Ensino de Davydov para o ensino do conceito de número no primeiro ano do Ensino Fundamental.

METODOLOGIA

Foi necessária uma imersão na literatura, com delimitação para as relações entre abstrato e concreto. Nesse sentido, realizamos três ações de estudos inter-relacionadas a: 1) conotação habitual subjacente aos procedimentos de ensino comumente utilizados no Brasil; 2) relação entre ambos na lógica dialética; 3) e manifestação destes nas proposições do Sistema de Ensino de Davydov para o ensino de matemática no primeiro ano do Ensino Fundamental (ГОРБОВ, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No ensino habitual, o material abstrato, em particular os símbolos expressos por letras, aparece somente no final do estudo de um determinado conceito. Eles servem como meio para fixar as propriedades conceituais que são reveladas pelas crianças no processo de solução de muitos problemas concretos. Assim, o conceito é apresentado aos estudantes como algo pronto e acabado, em detrimento da realização das ações que revelam sua gênese. Isso faz com que os procedimentos de ensino se limitem à operacionalização estéril dos conceitos na sua forma já elaborada, partindo das particularidades e traços externos de objetos e fenômenos sem relação com a natureza interna do conceito. No sistema de ensino proposto por Davydov, o material abstrato é introduzido relativamente cedo, serve como meio para que os alunos se apropriem dos fundamentos da ação objetal. Desse modo, o abstrato é considerado como categoria mediadora do concreto, ou seja, “do concreto sincrético ao concreto síntese, o pensamento opera analiticamente”. (GIARDINETTO, 1991, p. 12). De acordo com Giardinetto, é das determinações abstratas que o pensamento

promove, num movimento de síntese, uma articulação de suas partes, fazendo com que a imagem do objeto deixe de ser um todo caótico, transformando-se em todo coeso, compreendido em sua essência, na unidade de suas múltiplas determinações. Nas relações matemáticas, as abstrações podem ser produzidas com fórmulas expressas por meio de letras. Nessas fórmulas se apresentam os resultados das ações realizadas real ou mentalmente com os objetos, isto é, suas significações são abstrações da realidade objetal. Essas representações espaciais (segmentos, retângulos...) permitem que as crianças realizem transformações reais, cujos resultados podem ser supostos e/ou observados, pois os mesmos proporcionam reflexões sobre as grandezas, como comprimento, área, volume e massa. Nesse movimento, contemplam-se as relações entre álgebra, geometria e aritmética.

CONCLUSÃO

Os resultados preliminares nos permitem acreditar que o movimento entre abstrato e concreto subjacente as proposições do Sistema de Ensino de Davydov para a matemática, no primeiro ano do Ensino Fundamental, ascende do abstrato ao concreto. Ou seja, o abstrato é o meio de captação dos fundamentos da ação objetal.

AGRADECIMENTOS

Gpemahc. Curso de Matemática. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIC 170/Unesc/UNAHCE. Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). Criciúma (SC), Brasil. Fapesc – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina. CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Fumdes – Fundo de Apoio à Manutenção e Desenvolvimento da Educação Superior (Bolsa Mestrado).

REFERÊNCIAS

DAVYDOV, Vasili Vasilievich. Tipos de generalización en la enseñanza. 3ª ed. Habana: Editorial Pueblo y

Educación, 1982. 485p. ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:

Пособие для учит0елей начальной школы (Система Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. - М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p. GIARDINETTO, José Roberto Boettger. A relação entre o abstrato e o concreto no ensino da geometria analítica em nível de 1° e 2° graus. Dissertação de

Mestrado – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1991.

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O PROCESSO DE PRODUÇÕES DOS PROFESSORES NA ATIVIDADE DE ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS

Fernanda Gava Hoepers,¹ Lucas Vieira Lemos,² Ademir Damazio,³ Ledina Lentz Pereira4

1,2,3,4 Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc/ Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma

abordagem Histórico-Cultural – Gpemahc; Laboratório de Estudos em Educação Matemática. [email protected]

Palavras-Chave: Produção, Docente, Matemática.

INTRODUÇÃO

Na busca pela melhoria do ensino–aprendizagem de matemática em situação escolar, especificamente nas séries iniciais do Ensino Fundamental, inúmeras pesquisas têm sido feitas nas últimas décadas com esse enfoque. Em uma delas, Nacarato, Mengali e Passos (2009) fazem a denúncia do modelo generalista de formação (que forma o professor polivalente), o qual não atinge os objetivos das disciplinas específicas. Isso, para as autoras assim como para nós, faz com que os professores utilizem recursos peculiares diferentes dos modos que aprenderam e rompam com certos procedimentos cristalizados da prática de ensino de matemática. Esse rompimento produz outras práticas que decorrem da atividade docente. Nesse contexto, o presente estudo se volta para as produções docentes com o pressuposto de que o professor, ao buscar a consolidação da sua atividade de ensinar matemática, articula diversos componentes de concepções e procedimentos de ensino que caracterizam a atividade pedagógica. A hipótese, de acordo com a Abordagem Histórico-Cultural (AHC), é que tais produções, características do ensino escolar, promovem o desenvolvimento do pensamento humano, que pode ocorrer em duas esferas: uma do pensamento empírico e outra do pensamento teórico dos estudantes (DAVÝDOV, 1982). Na primeira, reflete o desenvolvimento decorrente das produções fundamentadas em mediações externas dos conceitos, com base no imediato da realidade educacional, nas suas particularidades. Na segunda possibilidade, a referência é a essência dos conceitos científicos – o geral – com base na análise interna de suas relações. Assim, o foco da pesquisa é o movimento que norteia as produções docentes referentes ao ensino de matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental. O objetivo se voltou à análise das bases que fundamentam as produções peculiares dos professores em sua prática de ensinar.

METODOLOGIA

A análise teve por base as produções de oito professores que ensinam matemática do 1º ao 5º ano de escolas básicas da rede estadual de Criciúma e Araranguá. Os dados, produções, foram expressos por meio de entrevistas semiestruturadas que, com a permissão dos depoentes, foram gravadas e transcritas. Da leitura das falas, se estabeleceram como categorias de análise as ações e operações dos professores referentes ao ensino de matemática. “Ação e operação” são dois componentes da estrutura da atividade (Leontiev). Na ação, o motivo e o objeto da atividade não coincidem. Ela esta orientada para um fim consciente e é composta por operações. Uma ação tem diversas operações e uma operação pode estar presente em diversas ações. A operação é a forma de

executar a ação e tem ligação com as condições, meios e procedimentos. De acordo com Leontiev (2004, p. 88), as operações de trabalho “são realizadas com a ajuda de instrumentos, de meios de trabalho”. Assim sendo, os objetos da análise, as produções dos professores em ações e operações, foram analisados sob a ótica da Teoria da Atividade, que, além da ação e da operação, é composta por fim, motivo, objeto, sentido e significado (LEONTIEV, 2004).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise parte das diversas circunstâncias enfrentadas pelos professores e dos fatores agregados à sua atividade pedagógica, que justificam as formas de ensino vigentes. Diante das condições objetivas em que se formam e lecionam, os professores buscam a superação das lacunas na formação matemática e na infraestrutura das escolas. Por isso, revelam que é na prática em sala de aula que se aprende a ensinar. Como mostra o professor PB em uma de suas falas: “Eu tinha a prática e tive a teoria, então, eu pude ver que não te adianta só a teoria, tem que ter a prática. E a prática tu vai trabalhando, vai errando, um dia tu faz de um jeito outro dia tu faz de outro, tu viu que não deu certo”. Essa manifestação de que é na prática em sala de aula que se aprende a ensinar, recorrente na maioria das entrevistas, vem acompanhada de uma crítica às instituições formadoras. E para suprir essa deficiência científica, o professor recorre a suas experiências em sala de aula como base para o planejamento de suas ações de ensino. “Às vezes tu te questionas: meu Deus, o que eu fiz aqui hoje que ninguém aprendeu nada? E no dia seguinte, tu retorna, tu faz novamente e foi assim, matemática... eu aprendi a matemática pela minha necessidade e pelo meu dia a dia” (PB). Então, é nos erros e acertos do dia a dia que o professor vai acumulando práticas de ensino que possibilitam que ele lecione. Na ausência do domínio das bases teóricas, as produções dos professores emergem das ações e operações de ensino que priorizam a realidade externa do aluno. Assim, como na fala do professor PG: “Eu trabalho, no caso, eu dou atividade xerocada, primeiro eu parto bem do lúdico mesmo. Os numerais, eu trabalho bastante o bingo (...) porque eu tenho todo o material, principalmente de matemática, eu tenho muito material didático assim porque pelo fato de ter pouco suporte, então eu fazia mesmo com eles pra formar os numerais. (...) Eu trabalho bastante material concreto, tampinha de garrafa, palito de picolé, essa questão mesmo”. Trata-se, pois, de apego a objetos físicos, situações do dia a dia do aluno e de ludicidade, com bases que priorizam os aspectos externos em detrimento dos processos internos no âmbito da formação do pensamento teórico. São operações “soltas” que não articulam um sistema conceitual científico. No entanto, surgem de um sentido pessoal do professor referente à

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aprendizagem ou da crença de que é vivenciando a realidade aparente que o aluno aprende – no concreto, com objetos. Dessa forma, as ações que envolvem os conteúdos matemáticos se traduzem apenas em operações em que se mesclam com aquelas que foram anunciadas no decorrer da sua formação e se efetivam na experiência em sala de aula.

CONCLUSÃO

Existe a preocupação da ação de planejar o ensino e traduzir em operações de ensino, porém, não atentam para as bases de um sistema lógico de conceitos científicos. Consequentemente, de acordo com a AHC, não promovem o desenvolvimento do pensamento teórico dos alunos. Os sujeitos da pesquisa desprendem esforços decorrentes de multifatores que fundamentam ou se apresentam na prática de ensino de matemática. As produções trazem um sentido pessoal como esforço de superar dificuldades próprias ou de seus alunos em relação à aprendizagem da matemática. Contudo, ao articular os diversos conhecimentos adquiridos na sua trajetória docente, as ações e operações da atividade de ensino e, por extensão, da atividade de aprendizagem, são de cunho empírico, o que possibilita o desenvolvimento do pensamento dos estudantes nessa mesma base. O movimento que caracteriza as produções dos docentes entrevistados parte das particularidades que

surgem no contexto escolar, paralelamente aos conhecimentos específicos, embora defasados, adquiridos pelos professores no seu processo de formação.

AGRADECIMENTOS

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica – Pibic/Unesc. Unidade Acadêmica de Humanidade, Ciência e Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc (SC), Brasil; Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – Fapesc; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ.

REFERÊNCIAS

DAVÝDOV, V. V. Tipos de generalización en la enseñanza. Habana: Editorial Pueblo y Educación, 1982.

LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo.

Tradução de Rubens Eduardo Frias. 2. ed. São Paulo: Centauro, 2004, 356 p. NACARATO, A.M; MENGALI, B. L. DA. S; PASSOS, C.L.B. A matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental: Tecendo fios do ensinar e do aprender.

Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 158 p.

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OS TRÊS LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA MAIS UTILIZADOS NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE

CRICIÚMA

Ester de Souza Bitencourt Alves,1 Josélia Euzébio da Rosa,2 Ademir Damazio3 1,3

Universidade do Extremo Sul Catarinense 2

Universidade Federal do Paraná 1

[email protected]

Palavras-Chave: Ensino Fundamental, Livros Didáticos, Matemática.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho se insere na teoria histórico-cultural, fundamento teórico do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma Abordagem Histórico-Cultural (Gpemahc) da Unesc. A pesquisa está em andamento e o seu objeto de estudo são os livros didáticos de matemática. Foram encaminhados questionários às 57 escolas municipais de Criciúma, no qual se perguntava: Quais são os livros didáticos de matemática utilizados pelos professores do primeiro ano do Ensino Fundamental? O objetivo era identificar os três livros mais utilizados e analisá-los à luz dos pressupostos da teoria histórico-cultural.

METODOLOGIA

Dos questionários encaminhados para identificar os três livros mais utilizados, apenas 16 foram respondidos. Com o baixo índice de retorno, foram contatadas, via telefone, todas as escolas que não responderam. Exceto quatro escolas, que, por possuírem apenas telefones públicos, não foi possível contatá-las. Das 37 escolas contatadas, apenas dez responderam. No atual estágio da pesquisa, têm-se os três livros didáticos de matemática mais utilizados nas escolas que participaram da pesquisa. Para a análise preliminar dos três livros, recorreu-se à internet a fim de conhecer um pouco mais sobre seus autores. A metodologia adotada é a análise de conteúdo.

1

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base nos 26 questionários respondidos, verificou-se que há uma diversidade de livros utilizados, mesmo em uma rede de ensino que adota uma perspectiva teórica bem definida, a histórico-cultural. Contudo, alguns são menos utilizados que outros. Os três livros didáticos de matemática mais utilizados pelos professores das escolas municipais de Criciúma são: Aprendendo Sempre: Alfabetização Matemática; Porta Aberta: Alfabetização Matemática e Fazendo e Compreendendo Matemática. O livro Aprendendo Sempre, do autor Luiz Roberto Dante (Livre-docente em Educação Matemática), utiliza uma linguagem adequada à faixa etária e uma diversidade de textos (parlendas, tirinhas de quadrinhos e letras de canções conhecidas). Os conteúdos estão divididos em oito capítulos, e são abordados a partir de situações do cotidiano. Suas atividades são diversificadas, algumas são complexas e exigem conhecimentos extra-escolares. É dada atenção especial aos números e às operações. São apresentados os vários usos do número para, então, construir o sistema de numeração decimal. Na geometria, trabalha-se o lúdico. Nas grandezas e medidas, a ênfase é para a grandeza comprimento. No livro Porta Aberta, dos autores Arnaldo Bento Rodrigues, Mário Batista dos Santos Neto e Marília Ramos Centurión, os conteúdos são contemplados com algumas noções que podem ser

consideradas difíceis para crianças de 6 a 8 anos. Há enunciados longos, o que pode dificultar a leitura e compreensão. Contudo, o uso dos jogos em experimentos auxilia a criança a relacionar a matemática com as práticas do cotidiano. Os conteúdos estão divididos em dez unidades. Os números são explorados por meio de contagens. O uso do sinal de diferente e o conceito de pares e ímpares são introduzidos paralelamente aos primeiros registros de números, que são trabalhados até 100. A geometria plana é abordada a partir das faces que são identificadas nos sólidos. Nas grandezas e medidas, a ênfase é para tempo e comprimento. De modo geral, as atividades são propostas para serem trabalhadas individualmente, pouco se incentiva o trabalho em grupos. No livro Fazendo e Compreendendo Matemática, das autoras Lucília Bechara Sanchez (doutora em Educação) e Manhúcia Perelberg Liberman (licenciada e bacharel em

Matemática), são contempladas atividades lúdicas, linguagem e articulações entre a matemática e a língua materna. Há diversidade de textos (histórias infantis, poesias, entre outros). Os conteúdos estão divididos em oito unidades, e suas atividades estão relacionadas com o cotidiano das crianças. Os números são abordados até 50. Na geometria é indispensável o uso da régua. As grandezas e medidas são abordadas por meio de comparações, em especial, tempo e comprimento. O uso de recursos didáticos é muito incentivado. Valoriza-se a criação de estratégias e incentiva-se a troca de ideias entre as crianças. São propostas, também, atividades que articulam a matemática com as Ciências Naturais, a Geografia e a Arte.

CONCLUSÃO

No atual estágio da pesquisa, já foi concluído o levantamento dos três livros didáticos mais utilizados e realizada uma breve análise dos mesmos. A conclusão preliminar é de que, nos três livros, a ênfase é para atividades que relacionam os conceitos ensinados com situações do cotidiano das crianças.

AGRADECIMENTOS

Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes).

REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70,

1995. DANTE, L. R. Col. Aprendendo Sempre: Alfabetização

Matemática, 1º ano. Ed. Ática, SP: 2008. RODRIGUES, A. B.; NETO, M. B. dos S; CENTURIÓN, M. R. Col. Porta Aberta: Alfabetização Matemática, 1º

ano. Ed. FTD, SP: 2008.

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40

SANCHEZ, L. B; LIBERMAN, M. P. Col. Fazendo e Compreendendo Matemática, 1º ano. Ed. Saraiva, SP:

2008.

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SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE POLI-{ESTIRENO-CO-4-VINILPIRIDINA} SULFONADO PARA APLICAÇÃO COMO ELETRÓLITO

Danila Ferreira Niero,1 Mosart Ferrari dos Santos,2 Luis Philipe Spricigo,2 Bárbara Lumertz Santana,2 Marcos Marques da Silva Paula,2 Luciano da Silva3

1,2 Unesc/Laboratório de Síntese de Complexos Multifuncionais – Lasicom

3Univali/Laboratório de Pesquisa em Energia – Lapen

[email protected]

Palavras-Chave: Polímeros Sulfonados, Células a Combustível, Vinilpiridina.

INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento tecnológico, a busca por novas técnicas de geração de energia impulsionam a criação de novos materiais para tais fins. Um dos materiais mais promissores para o uso em membranas para células a combustível são os polímeros. Contudo, seu uso é limitado em função do alto custo em relação à sua vida útil. Os polímeros mais utilizados como eletrólito sólido possuem estrutura de hidrocarboneto polifluorado, com unidades sulfonadas, como o Nafion®. O heteroátomo presente na cadeira da 4-vinilpiridina, o nitrogênio, pode alterar o dipolo molecular, onde o mesmo atuará modificando as propriedades do polímero comparado ao poliestireno. Ao apresentar maiores temperaturas de transição, a estabilidade térmica do material será maior, o que é ponto essencial para polímeros que serão usados em membranas poliméricas para células a combustível. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é possibilitar novas opções para o uso de polímeros nas células a combustível, sendo a 4 vinilpiridina uma opção bastante promissora.

METODOLOGIA

O poli-{estireno-co-4-vinilpiridina} foi sintetizado em atmosfera inerte de argônio. Neste estudo foi utilizada a relação estequiométrica 90:10 (estireno-4-vinilpiridina). A reação de sulfonação foi realizada em um reator de 500mL a temperatura de 40ºC, utilizando o ácido sulfúrico como agente sulfonante. A rota sintética utilizada é descrita no esquema abaixo:

Esquema 1: Rota Sintética Usada no Processo.

a=Peróxido de Benzoíla b=H2SO4,CHCl3 e Δ

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A caracterização dos produtos se deu por viscosimetria, FTIR e TGA. A viscosimetria apontou como massa molar viscosimétrica média de 71625 g/mol para a razão estequiométrica de 90:10. No espectro de FTIR bandas

típicas do sistema aromático em HC = 3059 cm-1 C=C =

3024 cm-1

e sinais do sistema piridínico C=N = 1597 cm-1

.

No material sulfonado, há sinais entre 3446,79 cm-1

ao qual são atribuídas a vibrações da unidade OSO2. A preparação das membranas para análise das propriedades mecânicas ocorreu por meio do método “casting”, que consiste na evaporação lenta do solvente até que somente reste o polímero na forma de filme. Figura 1 – Espectros de FTIR de (a) poli-{estireno-co-4-

vinilpiridina} e (b) poli-{estireno-co-4-vinilpiridina} sulfonado

3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

( a )

( b )

Número de onda (1/cm)

As propriedades mecânicas das membranas não foram satisfatórias. Os resultados de TGA demonstram que o copolímero é mais estável termicamente em comparação ao homopolímero de estireno.

CONCLUSÃO

O poli-{estireno-co-4-vinilpiridina} sulfonado se mostra promissor para uso em células a combustível. O copolímero também se mostra promissor, uma vez que o mesmo é insolúvel em metanol e etanol. Propriedades mecânicas podem ser otimizadas via otimização da rota sintética.

AGRADECIMENTOS

PIC/Unesc e CNPq.

REFERÊNCIAS

DA SILVA, L.; SILVA, F. E. ; MIRANDA, R. ; PAULA, MMS . Humidity and pH sensor based on sulfonated poly-{styrene-acrylic acid} polymer. Synthesis and Characterization. 2008.

DA SILVA, L ; DA SILVA, F ; FRANCO, C ; NUERNBERG, R ; GOMES, T ; MIRANDA, R ; PAULA, M. M. S., Materials Science & Engineering. C, v. 29, p. 599-601,

2009 P GUO, W GUAN, L LIANG, P YAO. Jounal Colloid and

Interface Science, 323 (2008), p. 4517.

N

+

N nm

N nmHO3S

a b

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ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE ANTOCIANINAS COMO INDICADORES NATURAIS

Jéssica Alves Marques,1 Kamila Biazoto,2 Luís Henrique de Biasi,3 Lucas Dominguini4

1,2,3,4 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma

[email protected]

Palavras-Chave: Antocianinas, Indicadores Naturais, pH.

INTRODUÇÃO

Os indicadores de ácido-base são fracas substâncias ácidas ou básicas que conformam cores diferentes, por causa do pH do meio onde foram adicionadas. Normalmente, os indicadores são pigmentos extraídos de plantas em geral e que, dissolvidos em água, apresentam determinada cor. Tal modificação em suas cores deve-se a fatores diversos, como pH, potencial elétrico, complexação com íons metálicos e adsorção em sólidos. São comumente classificados em função dos mecanismos de modificação de suas cores ou então pelo tipo de titulação que podem ser aplicados como indicadores. Os indicadores ácido-base ou indicadores de pH são substâncias orgânicas fracamente ácidas (indicadores ácidos) ou fracamente básicas (indicadores básicos) que apresentam cores diferentes para suas formas protonadas e desprotonadas, isto é, que mudam de cor em função do pH. Algumas plantas, flores e frutos são capazes de apresentar substâncias naturais com tais características. Há mais de 200 anos, se utilizam esses indicadores naturais, como a jabuticaba, o repolho roxo, o extrato de violeta, rosas, pau-brasil, casca de feijão preto, amora, uva, jambolão, entre outros; mas aos poucos estão oferecendo lugar aos sintéticos. Apesar disso, os indicadores naturais (extratos naturais) são importantes para oferecer maior facilidade de compreensão dos conceitos químicos, por envolver o uso de poucos reagentes, materiais e também por possuírem baixo custo. Segundo Terci e Rossi (2009), os primeiros indicadores foram obtidos por Robert Boyle, no século XVII, quando, ao fazer um licor de violeta, percebeu que, em solução ácida, a cor mudou para vermelho e, em solução básica, a cor modificou para verde; após colocar licor sobre um papel e ao acrescentar algumas gotas de vinagre, a cor mudava para vermelho. Esse grupo de substâncias naturais, com essas características, são as antocianinas. Elas são substâncias presentes nas seivas das plantas. A variação da cor acontece quando o íon hidrogênio (ácido) é adicionado ou removido da molécula. Elas produzem as cores azul, violeta, vermelho e rosa, de flores e frutas. Se essas antocianinas forem extraídas do meio natural, aparecerão na forma de sais flavílicos, e que é comum estarem ligados a moléculas de açúcares, e se não estiverem ligados a estas moléculas, e estiverem “soltas”, são conhecidas como antocianina (SOARES et. al., 2001).

Figura 1 – Estrutura do cátion Flavílio

Observando a estrutura do cátion flavílio na Figura 1, percebe-se que o mesmo tem as características necessárias a um indicador, ou seja, é uma substância orgânica, fracamente básica e que possui uma versão protonada. A Figura 2 ilustra o comportamento de uma antocianina a presença de íons H+ e OH-. Figura 2 – Comportamento de uma antocianina em pH

ácido.

Figura 3 – Comportamento de uma antocianina em pH

básico.

Pode-se dizer que repolho roxo, rabanete, uva, amora,

cereja, ameixa, framboesa, morango, maçã, pêssego, tamarindo e todos os outros frutos dos quais se pode extrair seu corante são fontes de antocianina. Nesse contexto, estudos sobre o comportamento dessas substâncias são alvo de grandes discussões na literatura. Este trabalho tem por objetivo caracterizar o comportamento das antocianinas extraídas de alguns frutos em pH ácido e básico.

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METODOLOGIA

O comportamento de antocianinas como indicador natural foi observado em extratos de ameixa roxa (Prunus domestica), amora (Morus nigra), beterraba (Beta vulgaris L), cebola roxa (Allium cepa), jabuticaba (Nyciaria cauliflora) e repolho roxo (Brassica deracea). A extração dos indicadores naturais foi feita por três métodos diferentes a fim de se obter o melhor extrato. Para ameixa, beterraba, cebola roxa e repolho roxo, a extração foi feita por aquecimento a 90ºC em água. Para a jabuticaba, a extração foi feita por imersão em etanol, por 24 horas. A antocianina da amora foi extraída simplesmente pelo esmagamento da fruta e obtenção da polpa. As soluções ácidas foram preparadas com ácido clorídrico (HCl) e as soluções básicas com hidróxido de sódio (NaOH), com margem de erro de pH de ± 0,2. Em um béquer, foram colocados 20 mL de solução padrão e 2 mL do extrato obtido.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante essa análise em laboratório, calibrou-se o pH de cada solução e, na sequência, dissolveram-se as antocianinas (indicadores naturais) em meio ácido e básico. Tal dissolução apresentou escala de cores variadas, de acordo com cada extrato de antocianinas, conforme representado nas figuras 1 a 12.

Figura 1 – Extrato de ameixa roxa em pH ácido (1 a 7)

Figura 2 – Extrato de ameixa roxa em pH base (7 a 13)

Figura 3 – Extrato de amora em pH ácido (1 a 7)

Figura 4 – Extrato de amora em pH base (7 a 13)

Figura 5 – Extrato de beterraba em pH ácido (1 a 7)

Figura 6 – Extrato de beterraba em pH base (7 a 13)

Figura 7 – Extrato de cebola roxa em pH ácido (1 a 7)

Figura 8 – Extrato de cebola roxa em pH base (7 a 13)

Figura 9 – Extrato de jabuticaba em pH ácido (1 a 7)

Figura 10 – Extrato de jabuticaba em pH base (7 a 13)

Figura 11 – Extrato de repolho roxo em pH ácido (1 a 7)

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Figura 12 – Extrato de repolho roxo em pH base (7 a 13)

Observando as imagens, percebe-se que o pigmento do repolho roxo é o que apresenta maior variedade de coloração quando exposto a diferentes pHs. Apesar de serem materiais naturais de cores similares (tons de roxo), a atuação dos indicadores naturais utilizados teve grande variação perceptível no que se refere a sua função (cor) em cada pH. Os extratos mostraram-se como bons indicadores de pH, sendo alguns com faixa de viragem bem definida.

CONCLUSÃO

Após as análises, percebeu-se que o extrato natural de diversas plantas pode ser utilizado como indicador. Mesmo sendo de coloração similar, cada amostra de extrato apresenta um comportamento diferente na escala de pH. Assim, tais extratos podem ser utilizados para

auxiliar na identificação visível do pH de uma solução. Mesmo havendo, hoje em dia, outras formas de indicadores, os sintéticos, por exemplo, o uso de indicadores naturais pode ser destinado a ensaios com objetivos educacionais, pois se trata de materiais de baixo custo e fácil obtenção.

AGRADECIMENTOS

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma.

REFERÊNCIAS

ATKINS, P.; Jones, L.. Princípios de química. Porto

Alegre: Bookman, 2001. SOARES, M. H. F. B.; CAVALHEIRO, E. T. G.; ANTUNES, P. A. Aplicação de Extratos Brutos de Quaresmeira e Azaleia e da Casca do Feijão Preto em Volumetria Ácido-base. Um Experimento de Análise Quantitativa. Quím. Nova, v. 24, n. 3, 2001.

TERCI, D. B. L.; ROSSI, A. V. Indicador natural de pH: usando papel ou solução? Quím. Nova, v. 25, n. 4, 2002.

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45

ESTRUTURAÇÃO DO CONTEÚDO FÍSICA MODERNA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO PNLD 2012.

Joelma Rzatki Maximiano,1 Leonel Cardoso,2 Lucas Dominguini3 1,2,3

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma [email protected]

Palavras-Chave: Física Moderna, Livro Didático, Conteúdos de Ensino.

INTRODUÇÃO

Atualmente, os jovens têm demonstrado muito interesse por temas relacionados aos avanços científicos e tecnológicos. Isso está relacionado à melhora na qualidade de vida sentida pelos mesmos, após a miniaturização e nas expectativas geradas por essa tecnologia em diversos ramos como, por exemplo, meio ambiente e saúde (MARTINS, 2004). Nesse contexto, a física tem contribuído diretamente para a materialização desses avanços, principalmente com os resultados de pesquisas relacionados à física moderna e contemporânea. Entretanto, a inserção dos conteúdos de física moderna no Ensino Médio não tem acompanhado esse desenvolvimento de forma satisfatória. Cada vez mais, o ensino de física se distancia dos avanços científicos e, por consequência, do interesse dos alunos. Isso dificulta que os mesmos alcancem uma alfabetização científica e tecnológica, o que é preocupante (LEONEL; SOUZA, 2009). Acredita-se que, se os conceitos da física moderna forem abordados nas escolas, haverá uma melhor conexão entre o ensino de física e o cotidiano do aluno, dando mais sentido ao estudo da física e, quiçá, à curiosidade dos alunos. Com relação a isso, Terrazzan (1992; 1994) justifica a atualização nos currículos devido à necessidade de se formar um cidadão participativo, consistente e que entenda o mundo criado pelo homem atual. Consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) o seguinte registro: “é preciso rediscutir qual física ensinar para possibilitar uma melhor compreensão do mundo e uma formação para a cidadania mais adequada” (BRASIL, 2000, p. 23). A partir do início do século atual, esses esforços deram alguns resultados, e o conteúdo de física moderna vem sendo inserido com maior intensidade, a cada edição, nas coleções disponibilizadas ao Ensino Médio. Embora a intensidade e a abordagem sejam distintas em cada uma das coleções (DOMINGUINI, 2010a). Isso tem levado a um crescente número de estudos e pesquisas a respeito da inserção da física moderna no Ensino Médio. Alguns trabalhos como, por exemplo, o realizado por Dominguini (2010b) têm focado a estruturação dos conteúdos relacionados à física moderna nos livros didáticos. O autor analisou os livros didáticos distribuídos em 2009 às escolas públicas do País, por meio do Programa Nacional do Livro Didático do Ensino Médio (PNLEM). Os livros analisados na pesquisa citada estão sendo utilizados no período 2009-2011. Neste ano, o ministério da educação lançou o programa PNLD 2012 (Plano Nacional do Livro Didático), com o intuito de substituir os livros do PNLEM 2009.

Nesse contexto, o presente artigo faz uma análise comparativa, no que tange a estruturação dos conteúdos de física moderna, entre os livros disponibilizados pelos programas PNLEM 2009 e PNLD 2012. O estudo segue a mesma metodologia adotada por Dominguini (2010). Ao final do trabalho, identifica-se a forma de apresentação da física moderna em cada uma das coleções disponibilizadas.

METODOLOGIA

A presente pesquisa é caracterizada como uma pesquisa bibliográfica e, para tal, utiliza-se o procedimento metodológico de análise de conteúdo, proposto por Bardin (1995). Tal metodologia tem por objetivo a descrição dos conteúdos presentes em mensagens através de procedimentos sistemáticos capazes de fornecer indicadores que permitam a inferência dos conhecimentos relativos às condições de produção e recepção dessas mensagens. Como objeto de pesquisa deste trabalho, temos os livros didáticos de física oferecidos pelo PNLD 2012 (BRASIL, 2011). São eles: Gaspar (2010), Máximo e Alvarenga (2010), Sant‟Anna et al (2010), Torres, Ferraro e Soares (2010), Biscuola, Villas Bôas e Doca (2010), Barreto Filho e Silva (2010), Gonçalves Filho e Toscano (2010), Pietrocola et al (2010), Fuke e Yamamoto (2010) e Kantor et al (2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, percebe-se que dos seis livros analisados por Dominguini (2010b) quatro se repetem no PNLD de 2012, que são os livros de Gaspar (2010), Gonçalves Filho e Toscano (2010), Máximo e Alvarenga (2010) e o livro de Torres (2010), sendo este com mudança de coautores. Como já citado, o PNLD 2012 aprovou dez livros de física, quatro a mais que o PNLEM 2009, onde se percebeu um maior empenho dos autores em inserir a física moderna como conteúdo de Ensino Médio. A Tabela 1 demonstra a estruturação dos conteúdos de física moderna nas dez obras aprovadas pelo PNLD 2012.

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Tabela 1: Estruturação dos conteúdos de física moderna nos Livros Didáticos do PNLD 2012

Livro Nº de Volumes

Forma de Apresentação

Descrição do Tópico

Localização Ano Escolar

Proposto Como

Tópicos Abordados

Pietrocola et al (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e unidade específica

Radiação e Matéria

Última Unidade

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Máximo e Alvarenga

(2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e unidade específica

Física Contemporânea

Última Unidade

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Gonçalves Filho e

Toscano (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e Capítulo específico

Tópicos de Física Moderna

Último Capítulo

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo O autor relaciona tópicos de Física

Moderna por meio de tecnologias atuais

Fuke e Yamamoto

(2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e Unidade Específica

Física Moderna Última Unidade

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Torres, Ferraro e Soares (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e Unidade Específica

Física Moderna e

contemporânea

Última Unidade

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Biscuola, Villas Bôas

e Doca (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e Unidade Específica

Física Moderna Última Unidade

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica

Sant‟Anna et al (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e Unidade Específica

Questões da Física do

Século XXI

Última Unidade

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Gaspar (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro e Capítulos específicos

-

Últimos Capítulos

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Kantor et al (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro

e Unidade Específica

Radiações, Materiais, Átomos e Núcleos

Ao longo de todo o livro

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Barreto Filho e Silva (2010)

03 Textos dispersos ao longo do livro e Capítulos específicos

Física Moderna Última Unidade

3° Ano do Ensino Médio

Conteúdo Teoria da Relatividade

Mecânica Quântica Física Nuclear

Comparando as informações da tabela acima com os dados obtidos por Dominguini (2010b) percebem-se modificações na estruturação dos conteúdos de física moderna nos livros didáticos presentes nos dois programas (PNLEM 2009 e PNLD 2012). Foi possível observar que Gaspar (2010) passou a estruturar melhor tais conteúdos. Enquanto na versão

anterior do programa, o autor apresentava a física moderna como um único capítulo, com caráter informativo, na nova obra o autor passa a abordar tais conteúdos da mesma forma como aborda os conteúdos da física clássica. Além disso, o autor passa a oferecer sua obra em três volumes, o que lhe dá mais espaço para explorar tais conteúdos.

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O livro de Máximo e Alvarenga (2010) também ampliam abordagem dada ao conteúdo citado. Enquanto no programa PNLEM 2009, a física moderna é abordada em um único capítulo, na versão ofertada pelo PNLD 2012, os autores apresentam uma unidade completa sobre tal conteúdo. Também se observou que, no programa anterior, os autores apresentavam a física moderna como um assunto complementar à formação, enquanto no livro atual tratam o assunto como conteúdo “obrigatório”. O livro de Gonçalves Filho e Toscano (2010) também apresentou evolução, porém, de forma mais discreta. Enquanto no programa anterior apresentava apenas textos sobre tal conteúdo dispersos ao longo do livro, agora os autores apresentam um capítulo específico sobre física moderna. Por fim, o livro de Torres (2010), que alterou os coautores, mantém a mesma estruturação de três anos atrás, abordando a física moderna em uma unidade específica. Sobre os livros inseridos no PNLD 2012 que não constavam no PNLEM 2009, percebeu-se que todos apresentaram uma unidade específica de física moderna e propuseram tal assunto como conteúdo de ensino. Uma observação sobre a localização dos conteúdos nos livros também deve ser feita: em todas as obras tal conteúdo localiza-se na última unidade ou capítulo do terceiro volume, exceto no livro de Kantor et. al (2010),

que apresenta esse conteúdo ao longo de todo o terceiro volume de sua coleção.

CONCLUSÃO

Em uma visão geral, conclui-se que quase todos os autores continuam utilizando a distribuição tradicional dos conteúdos ao longo do Ensino Médio, ou seja, mecânica clássica no primeiro volume, termologia, óptica e acústica no segundo e fechando suas coleções com eletromagnetismo e física moderna. Tal observação só não é feita no livro de Kantor et al (2010), que apresenta toda uma estruturação diferente, buscando primeiro contextualizar a física e, somente na terceira unidade, inserir a modelagem matemática. Quando comparados os resultados acima com os obtidos por Dominguini (2010b), pontua-se que Gonçalves Filho e Toscano (2010) e Máximo e Alvarenga (2010) apresentam evolução no que tange à abordagem dos conteúdos de física moderna. Tais autores deixaram de tratar tal conhecimento como conteúdo suplementar, passando a tratá-los com a mesma intensidade que tratam os demais. Na análise feita por Dominguini (2010b), os autores tinham ideias divergentes em relação à inserção desse conteúdo no Ensino Médio. Percebe-se que no PNLD 2012, todos acreditam que física moderna não é apenas um suplemento à física clássica e sim algo a ser tratado como assunto imprescindível aos alunos. Assim, todos os autores passaram a dar um enfoque maior a este conteúdo nos livros didáticos.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq e à PRPPGI do IFSC pelo financiamento da pesquisa.

REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: edições 70,

1995. BARRETO FILHO, B.; SILVA, C. X. Física aula por aula.

São Paulo: FTD, 2010.

BISCUOLA, G. J.; VILAS BÔAS, N.; DOCA, R. H. Física.

1. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília:

MEC/SEB, 2000. ______. Guia de livros didáticos: PNLD 2012 – Física.

Brasília: MEC/SEB, 2011. DOMINGUINI, L. Análise das propostas de ensino de física moderna por meio dos livros didáticos do programa nacional do livro do ensino médio. IN: Anais do II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia.

Ponta Grossa, 2010a. ______. O Conteúdo Física Moderna nos livros didáticos do PNLEM. Dissertação de Mestrado.

Programa de Pós-Graduação em educação ad universidade do Extremo Sul Catarinense (PPGE-UNESC). Criciúma, 2010b. FUKE, L. F.; YAMAMOTO, K. Física para o ensino médio. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

GASPAR, A. Compreendendo a física. São Paulo: Ática,

2010. GONÇALVES FILHO, A.; TOSCANO, C. Física e realidade. São Paulo: Scipione, 2010.

KANTOR, C. A.; et al. Quanta física. São Paulo: Editora

PD, 2010. LEONEL, A. A.; SOUZA, C. A. Nanociência e Nanotecnologia para o Ensino de Física Moderna e Contemporânea na perspectiva da Alfabetização Científica e Técnica. IN: VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação e Ciências. Florianópolis, 2009.

MARTINS, Paulo Roberto. Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente no Brasil: Perspectivas e Desafios. IN:

Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. 2004 MÁXIMO, A.; ALVARENGA, B. Curso de física. São

Paulo: Scipione, 2010. PIETROCOLA, M. et al. Física em contextos: pessoal,

social e histórico. São Paulo: FTD, 2010. SANT‟ANNA, B.; et al. Conexões com a física 1. ed. São

Paulo: Moderna, 2010. TERRAZAN, E. A. A inserção da física moderna e contemporânea no ensino de física na escola de 2º grau. Caderno Catarinense de Ensino de Física.

Florianópolis, v. 9, n. 3, p. 209-214, dez. 1992. ______. Perspectivas para inserção da Física Moderna na escola média. Tese de doutorado. Faculdade de

Educação. Universidade de São Paulo. São Paulo, 1994. TORRES, C. M.; FERRARO, N. G. SOARES, P. A. T. Física: ciência e tecnologia. 2. ed. São Paulo: Moderna,

2010.

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EFEITO DA RETRAÇÃO DO ENGOBE SOBRE A CURVATURA EM MASSAS DE PORCELANATO ESMALTADO

Eduardo Bergmann Nunes,1 Gustavo Morona Machado Ferreira,1 Helena De Zan Baggio,1 Tainara Pereira Jung,1 Maykon Cargnin2

1Colégio Maximiliano Gaidzinski

2Instituto Maximiliano Gaidzinski

[email protected]

Palavras-Chave: Porcelanato Esmaltado, Engobes, Curvatura.

INTRODUÇÃO

A indústria brasileira de revestimentos cerâmicos ocupa um grande destaque no mercado mundial. O porcelanato esmaltado é seguramente o produto de revestimento cerâmico mais avançado e requisitado no mercado de pisos de alta qualidade, no Brasil e no exterior, isto se deve à alta qualidade de matérias-primas utilizadas, excelentes características técnicas e um processamento cerâmico rigoroso. Contudo, no processo de produção, ocorrem alguns problemas, como os de planaridade das peças cerâmicas, geradas pelo acoplamento suporte-engobe-esmalte. Estes problemas podem ocorrer principalmente por variação de temperatura, pelo acoplamento e por causa dos distintos componentes (massa, engobe e vidrado) que compõem o produto e sofrem alterações em suas dimensões, à medida que ocorre aumento ou redução de temperatura, gerando assim uma curvatura côncava (Figura 1a

1) ou convexa

(Figura 1b1).

Figura 1 – (a) A retração do suporte (Cs) é maior que a

do vidrado (Cv). (b) A retração do suporte (Cs) é menor que a do vidrado (Cv).

(a) (b)

Fonte: AMORÓS et al (1996). O acordo (compatibilidade) entre o engobe e o suporte, em princípio, pode ser estimado pela comparação dos coeficientes de dilatação térmica linear do suporte e do engobe. Na região de pré-aquecimento, podem surgir problemas geométricos, principalmente de planaridade, como o “efeito rolos”, quando a velocidade de aquecimento ou a diferença da temperatura abaixo e acima do plano de rolos não é adequada para o material sendo queimado. Para a solução desse problema, aumenta-se a temperatura na parte de baixo ou de cima do forno. Na Figura 2

2 pode-se observar que, durante o

resfriamento de uma peça engobada no forno a uma temperatura Ta, denominada temperatura de acoplamento efetivo, o vidrado deixa de se comportar como um material viscoso para converter-se em sólido, tão rápido que não é capaz de absorver qualquer esforço a que seja submetido. A partir dessa temperatura, se o vidrado e o

suporte sofrerem contrações diferentes, serão originadas tensões entre os dois materiais e poderá ocorrer o empenamento da peça queimada. Caso estes componentes não apresentarem dilatações e contrações compatíveis, as peças tendem a ter uma variação dimensional diferente entre o engobe e o suporte, decorrente da tensão gerada entre eles, originando, assim, descartes e desclassificação das peças cerâmicas. Dessa forma, o trabalho tem como foco avaliar a influência da retração do engobe na curvatura de peças de porcelanato esmaltado. Figura 2 - Curva de dilatação de um suporte e vidrado

sobrepostas.

Fonte: AMORÓS et al (1997).

METODOLOGIA

O procedimento experimental foi dividido em duas etapas. A primeira consistiu em determinar a retração do engobe e a curvatura das placas cerâmicas, para isso, foram confeccionados 25 corpos de prova de engobe pelo processo de colagem em molde de gesso (98x49mm), que foram secos em temperatura ambiente durante cinco dias e, em seguida, foram secos em estufa laboratorial (110ºC ±10°C). Após a secagem, foi medido o comprimento dos corpos de prova com paquímetro digital com resolução de 0,01mm. A queima foi realizada em forno laboratorial a rolo nas seguintes temperaturas: 450, 600, 700, 800, 900 e 1000°C em ciclo de 30 minutos, podendo, dessa forma, determinar a retração do engobe através da obtenção do comprimento final de cada corpo de prova, utilizando um paquímetro digital com resolução de 0,01 mm. Em paralelo, foi determinada a dilatação térmica da massa de porcelanato e engobe a verde e a queimado, utilizando um dilatômetro diferencial da marca Netzsch e modelo Netgeratebau Programer 410. Para determinar a curvatura das placas cerâmicas de

Suporte

Vidrado

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porcelanato esmaltado em função da retração do engobe, foram confeccionados 50 corpos de prova com dimensões 80x20x2,3 mm

3 com 7,5 g por prensagem uniaxial a seco

(7,5% umidade) a 350 kgf/cm² de pressão específica. Os corpos de prova foram secos em estufa laboratorial (110ºC ±10°C) e determinada suas dimensões utilizando um paquímetro digital de resolução 0,01 mm. Nesses corpos de prova foi aplicada uma camada de engobe de aproximadamente 0,8 g com a utilização de um aerógrafo e secos novamente em estufa laboratorial (110ºC ±10°C). A queima destes corpos de prova foi realizada em forno laboratorial a rolo nas temperaturas de 450, 600, 700, 800, 900 e 1000°C em ciclo de 30 minutos. A curvatura dos corpos de prova foi medida conforme demonstrado na Figura 3, utilizando um micrômetro analógico com resolução de 0,01 mm. A segunda etapa constitui-se de verificar a influência da dilatação térmica do engobe na intensidade da curvatura das placas cerâmicas. Foram elaboradas duas formulações para obter um engobe com alta dilatação e outro com baixa dilatação em relação ao engobe padrão. As matérias-primas que foram alteradas em relação à formulação padrão estão apresentadas na Tabela 1. A curvatura provocada por estes novos engobes foi determinada seguindo o mesmo procedimento experimental adotado na primeira etapa. Figura 3 – Procedimento adotado para determinar a

curvatura da placa cerâmica.

Fonte: Elaborado pelo autor. Tabela 1 – Matéria-prima alterada em relação à padrão.

Matéria-prima Padrão(%) F1(%) F2(%)

Alumina #200 - = -1

Argila 1 - 2 1

Argila 2 - 1 =

Quartzo #200 - -7 7

Caulim - 3 -

Frita - 1 -1,5

Fonte: Elaborado pelo autor.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 4 apresenta os resultados da retração do engobe em função da temperatura de queima. Nota-se que, em temperaturas mais baixas (450, 600, 700°C), a retração apresentou valores negativos, devido às reações ocorridas nas temperaturas menores que 450°C, onde houve a liberação de gases e, consequentemente, pela abertura dos capilares. Nas temperaturas acima de 800°C, ocorre a temperatura de transição vítrea, onde o sólido se torna líquido. Nessa etapa, já ocorreram todas as desgaseificações e os capilares tendem a fechar, gerando um aumento na retração do engobe. As curvas das dilatações térmicas da massa e engobe (a verde e queimado) estão apresentadas na Figura 5. As dilatações térmicas do aquecimento (a verde) e do resfriamento (queimado) apresentaram comportamentos muito

diferentes, devido às reações que acontecem durante o aquecimento. Destacam-se as transformações dos argilominerais (engobe) e a elevada inclinação da massa devido à presença de quartzo. Figura 4 – Retração linear do engobe padrão.

Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 5 – Curvas de dilatação térmica da massa e

engobe durante o aquecimento e resfriamento do processo de queima.

Fonte: Elaborado pelo autor. Este comportamento promove o surgimento de tensões durante o acoplamento entre o suporte e o engobe, conforme demonstrado na Figura 6, onde no aquecimento as placas tenderão a uma curvatura côncava e no resfriamento a curvatura é convexa

6. Sabe-se também

que existe uma temperatura de acoplamento efetivo (Ta), onde as dilatações da massa e do engobe são semelhantes. Antes dessa temperatura, sabe-se também que o engobe pouco interfere nas variações de dimensões do suporte, pois acompanha estas, somente a partir da (Ta), o engobe começa a adquirir resistências a estas variações. Caso o engobe e o suporte sofram diferentes contrações, a partir dessa temperatura, serão originadas tensões entre os dois, podendo ocorrer curvatura. Uma relação entre a retração do engobe e a curvatura da placa cerâmica pode ser obtida, conforme a Figura 7. Esta mostra que, com o aumento da retração do engobe, ocorre a diminuição da curvatura da placa cerâmica, pois o engobe possui uma retração próxima da massa em temperaturas mais elevadas.

Placa de vidro

Peça engobada e queimada

Curvatura

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

0 200 400 600 800 1000 1200

Retr

ação

Lin

ear

(%)

Temperatura ( C)

0,0E+00

2,0E-03

4,0E-03

6,0E-03

8,0E-03

1,0E-02

0 200 400 600 800 1000 1200

∆L/L

Temperatura C

Massa (Aquecimento)

Engobe (Aquecimento)

Engobe (Resfriamento)

Massa (Resfriamento)

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Figura 6 – Diferença da variação de tamanho do engobe

e massa no resfriamento e no aquecimento.

Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 7 – Relação entre a retração linear do engobe com

a curvatura da placa cerâmica.

Fonte: Elaborado pelo autor. Comparando a curvatura do engobe padrão com as duas formulações (F1 e F2), pode-se perceber, pela Figura 8, que o engobe padrão apresentou maiores valores de curvatura em todas as temperaturas em relação às formulações F1 (baixa dilatação) e F2 (alta dilatação). As curvaturas provocadas pelos engobes de alta e baixa dilatação possuem valores próximos nas temperaturas de 700°C e 900°C, devido às quantidades de algumas matérias-primas muito parecidas. Os valores das dilatações térmicas das formulações F1 e F2 não foram determinados experimentalmente. A formulação F1 possui

menores curvaturas em temperaturas próximas a 1000C, os valores chegam aproximadamente a zero, isso por apresentar menor quantidade de quartzo e também por ter bastante caulim, que tende a diminuir a dilatação. Figura 8 – Influência da dilatação térmica do engobe na

curvatura da placa cerâmica.

Fonte: Elaborado pelo autor.

CONCLUSÃO

Dessa forma, pode-se perceber que o engobe tem um papel significativo no surgimento das curvaturas das placas cerâmicas de porcelanato esmaltado, além de que alterações em sua composição podem contribuir para minimizar a intensidade da curvatura, conforme demonstrado pela Figura 8. Deixa-se como sugestão ampliar o range de queima para determinar as curvaturas em temperaturas mais elevadas.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos professores do Colégio Maximiliano Gaidizinski, em especial ao professor e orientador Maykon Cargnin pelo auxílio prestado e aos profissionais do Departamento de Tecnologia da empresa Eliane S/A Revestimentos Cerâmicos, em especial a Diego Guollo pelas informações e pelo auxílio prestado à equipe.

REFERÊNCIAS

AMORÓS, J.L.; et alli. Acordo Esmalte-Suporte (I) Expansão Térmica de Suportes e Esmaltes Cerâmicos. Cerâmica Industrial. v.1, n.04/05, p.6-13. Ago/Dez, 1996;

AMORÓS, J.L.; et alli. Acordo Esmalte-Suporte (II) Expansão Térmica de Suportes e Esmaltes Cerâmicos. Cerâmica Industrial. v.2, n. 01/02, p.8-16, Jan/Abr, 1997;

MELCHIADES, Fábio G; DEL ROVERI, Carolina. Estabilidade das Dimensões e do Formato de Revestimentos Cerâmicos. Parte II: Formato. Cerâmica Industrial. v.6, n.6, p.11-17. Nov/Dez, 2001.

MELCHIADES, Fábio G; BARBOSA, Andréa. Relação entre a curvatura de revestimentos cerâmicos e as características da camada de engobe. Cerâmica Industrial. v.5, n.2, p.29-33, Mar/Abr, 2000;

GIMÉNEZ, S.; et ali . Estudo em Escala Piloto da Influência das Variáveis de Queima sobre a Curvatura de Placas Cerâmicas por Monoqueima. Cerâmica Industrial.

v.5, n.3, p.10-18, Mai/Jun, 2000. SACMI-IMOLA, Técnicos. Defeito do revestimento com uma consequencia de uma regulagem errada do forno. Cerâmica Industrial. v.2, n.01/02, p.17-22. Jan/Abr,

1997.

-1,00E-03

0,00E+00

1,00E-03

2,00E-03

3,00E-03

4,00E-03

5,00E-03

6,00E-03

7,00E-03

0 200 400 600 800 1000 1200

(

L/L

0)

Temperatura (C)

Aquecimento

Resfriamento

R² = 0,8975

1

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

-1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0

Cu

rvatu

ra(m

m)

Retração Linear (%)

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

500 600 700 800 900 1000 1100

Cu

rvatu

ra(m

m)

Temperatura C

baixa dilatação alta dilatação padrão

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RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO SISTEMA DE ENSINO D.B. ELKONIN – V. V. DAVYDOV

Taís da Silva Huggentobler,1 Ana Lúcia da Silva Guimara,2 Ademir Damazio,3 Eloir Fátima Mondardo Cardoso,4 Josélia Euzébio da Rosa5

1,2,3,4 Unesc – Universidade do Extremo Sul Catarinense

5 UFPR – Universidade Federal do Paraná

[email protected]

Palavras-Chave: Resolução de Problemas.

INTRODUÇÃO

O Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma Abordagem Histórico-Cultural (Gpemahc) tem como preocupação básica o processo de ensino e aprendizagem dos conceitos matemáticos em contextos intra e extraescolar. A base teórica é a perspectiva histórico-cultural elaborada por Vigotski e seus continuadores. Esse resumo tem como objeto de estudo a análise da proposta de matemática do Sistema de Ensino D. B. Elkonin – V. V. Davydov. Dessa forma, nosso objetivo é investigar o movimento sugerido pelo referido sistema para o ensino de resolução de problemas que envolvem as operações de adição e subtração no 1º e 2° ano do Ensino Fundamental.

METODOLOGIA

Inicialmente, o Gpemahc solicitou a tradução dos textos originalmente em língua russa para a língua portuguesa. Posteriormente à leitura do livro, foi analisado o movimento conceitual, das partes editadas, referente à resolução de problemas que envolvem as operações de adição e subtração. Os dados são constituídos pelas tarefas específicas do referido sistema de ensino, extraídas dos livros de orientações ao professor, correspondente ao primeiro e segundo ano do Ensino Fundamental.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os problemas relacionam-se aos princípios desenvolvidos no referido sistema de ensino por meio da comparação das grandezas (comprimento, área, volume, massa, entre outras). A composição e a decomposição do número, por meio da reta numérica, têm o propósito de subsidiar a relação partes–inteiro. Na Figura 1, por exemplo, o número seis está decomposto por quatro e dois.

Figura 1 – Composição e decomposição do número a

partir da reta numérica e relação partes–inteiro

Vale ressaltar que o inteiro não se refere ao conjunto dos números inteiros, mas sim a um número qualquer que representa o todo. No esquema da Figura 2, está a representação algébrica da resolução de problemas que envolvam as operações de adição e subtração. A generalização sintetiza a representação algébrica: x = z + y; x – z = y; e x – y = z, sendo x o inteiro e y e z as partes que o compõem.

Figura 2 – Esquema de relação as partes e o inteiro.

A criança se acostuma a escolher a operação de resolução do problema a partir da análise do mesmo (KALMYKOVA, 1991). Inicialmente, as crianças aprendem a diferenciar o que é o inteiro e o que são as partes. Depois, identificam a operação que deverá ser realizada: adição, quando se conhece as partes e se quer o todo; e subtração, quando se conhece uma das partes e o todo e se quer encontrar a outra parte desconhecida. O método de resolução é de natureza geométrica, algébrica e aritmética.

CONCLUSÃO

O movimento sugerido pelo sistema de ensino D. B. Elkonin – V. V. Davydov para a resolução de problemas que envolvem as operações de adição e subtração segue do geral para o particular. Ou seja, há um esquema geral que possibilita a interpretação e a identificação da operação específica a ser realizada e subsidia a resolução de qualquer problema particular referente a adição e subtração. Quando o aluno analisa e resolve certo número de problemas da mesma natureza, consegue definir relações entre os elementos, isolando-as das particularidades concretas dos textos. Conforme Kalmykova (1991, p. 10-11), “estas relações, isoladas no processo de análise, estão repetidamente ligadas a determinado sistema de operações aritméticas e esta conexão ajuda a encontrar os valores procurados.”

AGRADECIMENTOS

Grupo de Pesquisa em Educação matemática: uma Abordagem Histórico-Cultural. (Gpemahc), Curso de Matemática. Programa de Iniciação Científica (PIC 170) Unidade Acadêmica de Humanidade, Ciência e Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc, Criciúma (SC), Brasil; Fapesc; CNPQ; e Fumdes.

REFERÊNCIAS

KALMYKOVA, Z. I. Pressupostos Psicológicos para uma melhor Aprendizagem da Resolução de Problemas Aritméticos. In: LÚRIA; LEONTIEV, VYGOTSKI, et al. Pedagogia e Psicologia II. Lisboa: Estampa, 1991.

ДАВЫДОВ, В. В. et al. Математика, 1-Kjiacc. Mockba:

Mnpoc - Аргус, 1997. 224p.

z y Partes

x Inteiro

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ГОРБОВ et al, Обучение математике. 2 класс:

Пособие для учителей начальной школы (Система Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 3-е издание. ида., перераб. - М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p.

ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:

Пособие для учителей начальной школы (Система Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ГОРБОВ et al москва:ВИТА-ПРЕСС 2009. 112p.

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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E DE MONTAGEM PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CARRO-CADEIRA DE RODAS PARA CORRIDA POR GRAVIDADE

Rafael Camilo Rodrigues,1 Jonas Duarte,2 Magno Oliveira Homem,3 Fábio Evangelista Santana4

1,2,3,4 Instituto Federal de Santa Catarina/ Campus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica

[email protected]

Palavras-Chave: Inclusão, Corrida por Gravidade, Cadeira de Rodas.

INTRODUÇÃO

O projeto integrador atualmente desenvolvido no curso técnico em eletromecânica do IF-SC, no campus Araranguá, consiste na construção de um carro movido por gravidade. Os alunos projetam e constroem seus carros e participam de uma competição, conhecida como Gravity Racing (corrida por gravidade). Contudo, após a competição, na maioria dos casos, os carros tornam-se sucata, o que ocupa espaço útil no campus e, ainda, prejudica o meio ambiente. O objetivo deste projeto é substituir o carro por um modelo composto em sua parte posterior por uma frente padrão e, em sua parte anterior, por uma cadeira de rodas. A frente intercambiável será única e deverá ser compartilhada por todos os carros e as cadeiras de rodas serão doadas, eliminando-se totalmente a sucata e, ainda, contribuindo para a realização do sonho de milhares de pessoas que, por algum problema de saúde, precisam do equipamento. Sonhos que são concretizados a partir de projetos, como o da Rádio Jornal, no Recife, com a ajuda de doações de ouvintes e amigos para a compra de cadeiras. Um gesto de solidariedade que contribui para atender centenas de cartas com histórias de pessoas que lutam diariamente para se locomover (TAKAHASHI, 2011). Assim, além de contribuir com a doação de cadeira de rodas, a competição de corrida por gravidade, que, após sua quinta edição, já se tornou tradição na cidade de Araranguá, continuará fazendo parte do calendário de eventos da Amesc (Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense). Neste artigo, serão apresentados os resultados parciais do desenvolvimento do carro-cadeira.

METODOLOGIA

O projeto foi desenvolvido no âmbito da disciplina “Projeto Integrador II” do curso de Eletromecânica. O modelo de projeto utilizado foi chamado consensual por Ferreira (1997), pois reúne semelhanças entre os modelos de projetos preconizados, entre outros, por French, Pahl e Beitz, Hubka e VDI 2221. Proposto por Maribondo (2000) e utilizado, entre outros, por Santana (2005), neste modelo o projeto é subdividido em quatro fases: (a) projeto informacional; (b) projeto conceitual; (c) projeto preliminar e (d) projeto detalhado. Ele foi a base metodológica para a solução do problema de projeto abordado neste trabalho. Foram acrescentadas ainda particularidades do processo de projeto de produto norteado pelos princípios do Desenho Universal (ALVARENGA, 2006), fundamentais para o desenvolvimento de produtos inclusivos. A aplicação da metodologia de projeto apresenta como resultado a solução para o problema proposto. O ponto de partida para o desenvolvimento do produto foi a identificação das necessidades dos clientes. Esta é uma etapa de fundamental importância para o projeto do

produto, pois são para os clientes que os produtos serão projetados e isso deve ser feito de acordo com suas necessidades, também conhecidas como “voz do cliente” (SANTANA, 2005). É necessário que o projetista adquira conhecimento sobre as diferentes habilidades e limitações dos usuários com necessidades específicas. Para isso foram contatadas e convidadas a participar do projeto a Associação de Pessoas Deficientes de Araranguá (Adear). A Figura 1 ilustra a simulação de uso do produto, executada por uma cadeirante, durante sua entrevista pela equipe de projeto.

Figura 1 – Entrevista para determinação das

necessidades dos clientes

Na fase de Projeto Conceitual foi utilizada a abstração para identificação dos problemas essenciais, evitando-se assim que um dos maiores erros dos projetistas ocorresse, que seria ter em mente uma solução que ele gostaria de adotar para resolver precocemente um problema. Isso muitas vezes pode acabar prejudicando o projeto do produto, limitando a criatividade. A aplicação da metodologia, desde a captação da “voz do cliente”, até a concepção da solução, revelou a solução ideal para o problema (Fig. 2).

Figura 2 – Concepção do produto em desenvolvimento

A concepção procurou atender à norma brasileira NBR 9050 (2004), que visa proporcionar a acessibilidade e a utilização de maneira autônoma e segura de ambientes, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos à maior quantidade de pessoas possível, considerando as condições de mobilidade e de percepção do ambiente do

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indivíduo. Recentemente revisada, esta norma teve profundas mudanças em todo seu contexto, na redefinição e inclusão de termos, na riqueza de conteúdo e até abrangendo o atual conceito de Desenho Universal (ALVARENGA, 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Atualmente o produto encontra-se na fase preliminar, na qual serão detalhados dimensões, materiais e processos de fabricação e de montagem. Essas informações, chamadas por Pahl e Beitz (2006) de requisitos determinantes do produto, devem ser inicialmente levantadas nessa fase. Na sequência, na fase de projeto detalhado, serão confeccionados os desenhos finais e será definida uma lista de materiais, preparando assim o projeto para a construção do protótipo, que ocorrerá na disciplina “Projeto Integrador III”. Após a construção serão realizados os testes e, por fim, a corrida por gravidade. Com a conclusão do projeto, pretende-se adotar o modelo de carro acoplado à cadeira de rodas como uma atividade regular do curso de eletromecânica.

CONCLUSÃO

Espera-se, com o projeto que, semestralmente cerca de dez cadeiras sejam construídas, beneficiando, assim, 20 pessoas físicas ou instituições anualmente. A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão esteve presente desde a ideia do projeto até sua conclusão. No ensino, o projeto exigiu a interação entre diversas unidades curriculares do curso técnico em eletromecânica, como desenho técnico, metrologia, usinagem e soldagem, entre outras. O incentivo à inovação tecnológica e ao empreendedorismo, atividades inerentes à pesquisa, estimulou o pensamento científico e a criatividade dos pesquisadores, essenciais em diversas etapas do desenvolvimento, como, por exemplo, durante a busca por princípios de solução para a concepção do produto. O resultado do projeto será aplicado em um evento com a sociedade, permitindo a disputa também por cadeirantes, sendo esta uma ação que pretende colaborar no sentido de tornar a escola inclusiva para pessoas com mobilidade reduzida. O convívio com a pessoa com deficiência remete a valores, atitudes e julgamentos, tornando as pessoas mais solidárias.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos ao CNPq que, por meio do edital PIBIC-EM, apoiou com bolsa de estudos os alunos envolvidos no projeto.

REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ALVARENGA, F. B. Uma Abordagem Metodológica para o Projeto de Produtos Inclusivos. 2006. 237 f.

Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

FERREIRA, M. G. G. Utilização de modelos para a representação de produtos no projeto conceitual.

1997. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

MARIBONDO, J. F. Desenvolvimento de uma metodologia de projeto de sistemas modulares aplicada a unidades de processamento de resíduos sólidos domiciliares. 2000. 277 f.. Tese (Doutorado em

Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

PAHL, G, BEITZ, W. Konstruktionslehre: Grundlagen erfolgreicher Produktentwicklung. Methoden und Anwendung. 6. Auflage. Springer, 2006. 799 p.

SANTANA, F. E. Desenvolvimento do protótipo de uma máquina para lavação de lanternas no cultivo de ostras. 2005. 131 f.. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

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ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO GERENCIAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA VIA WEB

Camilla Goulart,1,2 Gustavo Marcos de March,1,2 Matheus da Rosa Torres,1,2 Moisés Teixeira,1,2 Murilo Vanderlind,1,2 Renata de Bittencourt,1,2 Ramon Casagrande

Oening,1,2 Reginaldo Tassi1,2

1 Instituto Maximiliano Gaidzinski

2 Colégio Maximiliano Gaidzinski

[email protected]

Palavras-Chave: Gerenciamento, WEB, Viabilidade Econômica, Monitoramento.

INTRODUÇÃO

O Controle de Monitoramento e Gerenciamento de energia elétrica via WEB é de suma importância para se obter dados sobre o custo de energia elétrica em tempo real, fazendo com que a empresa não contrate uma demanda maior ou menor do que a utilizada. Facilitando também o monitoramento do consumo da potência aparente, podendo assim reduzir a potência reativa dos processos industriais. Através do monitoramento, é possível calcular os gastos com consumo elétrico no processo, gerando menores custos à produção devido à redução de energia elétrica consumida. Dessa forma, observa-se atualmente nas empresas um consumo de energia elétrica desnecessário devido à falta de controle preciso, o que também ocasiona problemas como multas pela utilização de potência maior que a demanda contratada e também uma maior despesa nos processos industriais. Para o gerenciamento de energia elétrica, é necessário o monitoramento das cargas onde haverá potência ativa, que é a responsável por realizar trabalho, potência reativa, que não realiza trabalho e serve apenas para circular entre a carga e a fonte, criando um campo eletromagnético, e a potência aparente, que é o resultado da multiplicação da corrente pela tensão ou a soma vetorial das potências ativa e reativa. Nos projetos de eficiência energética, é necessária a realização do monitoramento. Essa parte do gerenciamento informa a atual situação do setor elétrico do processo industrial, dessa forma, podem-se estabelecer metas para o final do trabalho. A principal meta desta etapa é a medição de diversas grandezas elétricas para que no final possam ser analisados os resultados obtidos de forma quantitativa. Ocorre no monitoramento a medição de todos os custos de energia elétrica, a partir de uma análise detalhada das contas de energias e também através dos dados obtidos com a utilização de equipamentos especializados para essa função. Para o início de um trabalho com eficiência energética, é necessário medir, monitorar e gerenciar para saber quanto, como e onde se consome energia, adotando, assim, as devidas soluções. Desse modo, o monitoramento e o gerenciamento de energia são as ferramentas mais adequadas para a introdução de políticas de eficiência energética. O trabalho tem como objetivo estudar o monitoramento e o gerenciamento on-line via WEB da potência elétrica consumida em um setor de produção em uma indústria.

METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido com o sistema de gerenciamento Web Energy com um usuário e senha de demonstração, e consistiu de três etapas, as quais podem ser vistas no fluxograma da Figura 1. Foram analisados valores de demanda, fator de potência e consumo,

podendo-se optar entre períodos diários, mensais ou até anuais. No sistema, também foi possível prever a fatura de energia, com os possíveis valores gastos no final do mês corrente. A primeira etapa do trabalho foi acompanhar em campo a instalação do gerenciador de energia elétrica, onde o primeiro passo consistiu em requisitar a liberação da concessionária de energia para que o gerenciador fosse conectado diretamente ao medidor de energia. Dessa maneira, obteve-se a precisão nas medidas realizadas. Na sequência, o gerenciador foi conectado à rede, ao medidor e, logo após, foi programado para o envio das informações medidas ao servidor, que disponibilizaria esses dados na rede WEB. A segunda etapa consistiu no monitoramento, em que se obtiveram dados de variáveis como demanda, fator de potência e consumo, através de medidores e controladores, tais como: amperímetro, frequencímetro, medidor de energia ativa, reativa e aparente, medidor com indicação de demanda. Obtidos os dados, eles são enviados à rede através do servidor. No sistema Web Energy, são gerados gráficos e tabelas que podem ser visualizados de qualquer lugar com acesso à internet. Na terceira etapa, foram analisados os dados demonstrados através do gerenciador e simuladas as faturas, com intuito de observar a viabilidade econômica do gerenciamento de energia elétrica via Web. Figura 1 – Fluxograma procedimento experimental

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio dos dados obtidos, demonstrados e analisados nas Figuras 2 e 3, percebeu-se que, na simulação realizada, houve uma demanda acima da contratada, um baixo fator de potência, gerando, dessa forma, multas, além de um alto consumo de energia elétrica. São esses fatores que geram um alto custo na fabricação de um determinado produto, uma vez que a energia é um dos

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principais custos do processo de fabricação. Os valores variam de acordo com cada localidade, e conforme cada concessionária. Percebe-se também que o monitoramento e o gerenciamento são de fundamental importância para que as variáveis que se encontram acima dos padrões pré-estabelecidos pelo usuário ou por normas possam ser mantidas dentro de valores adequados. Sendo assim, este é um sistema de alto custo de instalação, porém grandes vantagens econômicas são geradas com a sua utilização, além de permitir seu controle de qualquer ponto do mundo. Pode-se observar que o gerenciamento através do monitoramento permitirá visualizar os reais gastos com energia elétrica e através do controle automático das variáveis, ou através da análise dos dados obtidos e consequentes correção dos defeitos. Segundo a simulação apresentada na Tabela 1, haverá economia de R$ 51.617,78 através do controle das variáveis. A Tabela 2 apresenta estimativa de viabilidade econômica por meio dos dados obtidos da economia de potenciais. Tais custos influenciarão diretamente no preço do produto final, deixando a empresa mais competitiva, além de auxiliar na proteção ao meio ambiente devido à menor produção de energia elétrica necessária. Os custos com energia elétrica variam conforme o período do dia e as épocas do ano.

Tabela 1 – Simulação faturas / totais

Fonte: Sistema WEB Energy

Tabela 2 – Potenciais de economia obtidos

Fonte: Sistema WEB Energy

Figura 2 – Gráfico de consumo mensal de energia

elétrica.

Fonte: Sistema WEB Energy Figura 3 – Gráfico de demanda mensal de energia

elétrica

Fonte: Sistema WEB Energy Por meio dos gráficos apresentados durante a etapa do monitoramento e dos controles aplicados em uma empresa, foi possível verificar a economia obtida. Sendo os principais responsáveis por isso a redução de multas através da correção do fator de potência e recontratação de demanda, além do reenquadramento tarifário, o que permite escolher a melhor forma de cobrança conforme o porte da empresa. Com os resultados demonstrados ao fim dessa etapa, fica comprovada a viabilidade econômica do gerenciamento via Web. Vale salientar que os dados demonstrados neste relatório são baseados em uma simulação realizada, e podem ter grandes variações conforme o processo da indústria a ser analisada.

CONCLUSÃO

Com o término do trabalho, pode-se observar que o gerenciamento pelo monitoramento permitirá visualizar os reais gastos com energia elétrica e, com o controle automático das variáveis ou com a análise dos dados obtidos e consequente correção dos defeitos, reduzir os custos fabris. Tais custos influenciarão diretamente no preço do produto final, deixando a empresa mais competitiva além de auxiliar na proteção ao meio ambiente devido à menor produção de energia elétrica necessária. Conclui-se também que a principal vantagem da utilização de gerenciamento via Web é a facilidade na obtenção de dados industriais referentes à energia elétrica de qualquer ponto do mundo, podendo-se assim controlar diversas

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fábricas de um único ponto através do acesso à internet, além da velocidade de atuação e resultados através de gráficos e relatórios.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Colégio Maximiliano Gaidzinski e ao Instituto Maximiliano Gaidzinski pela oportunidade de realização deste trabalho, em especial aos professores e orientadores Ramon Casagrande Oening e Reginaldo Tassi, aos demais professores do Instituto e a todos que deram sua contribuição.

REFERÊNCIAS

CONTROLE GERENCIAMENTO ENERGETICO. Franco, Edgard. O Setor Elétrico, ano 2, julho de 2007. atitude

editorial Ltda, ed. 18 EDMINISTER,Joseph. Circuitos elétricos. São Paulo,

Makron Books, 1991. 585p. GUSSOW, Milton; SCHAUM. Eletricidade Básica. 2ª

edição, São Paulo. Makron Book, 1997. 639p.

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OPACIFICADORES DE ENGOBES CERÂMICOS

Beatriz Feltrin Canever,1 Felipe Feltrin Zanellatto,2 Jaquelline Pereira Sartor,3 Priscila Caroline de Oliveira,4 Jucilene Feltrin5

1,2,3,4,5 Instituto Maximiliano Gaindzinski – IMG

5 [email protected]

Palavras-Chave: Silicato de Zircônio, Engobes Cerâmicos, Opacidade, Impermeabilidade.

INTRODUÇÃO

Todo produto comercializado tem seu custo de produção relacionado ao gasto necessário para a sua fabricação, como aqueles relacionados ao consumo de insumos, gastos energéticos, entre outros. Nas indústrias de revestimentos cerâmicos, são utilizados diversos tipos de matérias-primas com custos específicos, sendo estas a base da produção cerâmica, pois constituem os suportes cerâmicos, os vidrados e também os engobes, o que pode tornar o custo de produção de determinados revestimentos muito elevado. Por outro lado, nas indústrias cerâmicas, há constante preocupação com a qualidade do produto, uma vez que, para diminuir o custo de produção de um revestimento, deve-se ter um planejamento de modo a não prejudicar a qualidade e as características técnicas do produto acabado. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo principal buscar alternativas para substituir o Silicato de Zircônio das formulações de engobes cerâmicos sem modificar suas propriedades técnicas, e, principalmente, manter suas opacidades com significativas reduções de custos.

METODOLOGIA

O desenvolvimento de engobes opacos para monoporosa com a redução de silicato de zircônio deu-se pela seleção prévia das matérias-primas que poderiam auxiliar na opacificação e posterior elaboração das formulações, comparado-as a um engobe padrão industrial. As formulações dos testes foram moídas a úmido em moinho gira-rápido, com 35% de umidade, sendo que o resíduo de moagem estabelecido foi de 0,5% a 1% em malha 325 mesh (43µm). Após a moagem, foi realizada a correção de densidade e tempo de escoamento, com valores padrões de 1,82 a 1,86 g/cm³ e 48 a 52 s

respectivamente. Os testes foram aplicados juntamente com o engobe padrão em peças cerâmicas de monoporosa (33x25mm), utilizando binil com abertura de 0,4 mm. Após a aplicação, as peças foram secas em infravermelho (100ºC ±10°C). O tratamento térmico foi realizado em forno industrial a rolo com temperatura de 1146°C e ciclo de 31 minutos, para a primeira etapa do trabalho, 1140ºC e 28 minutos para a segunda etapa, e 1139°C e ciclo de 38 minutos para a terceira etapa. Após o tratamento térmico, foi realizado o ensaio de colorimetria, utilizando sistemas colorimétrico CieLab para a primeira etapa e HunterLab para as posteriores, onde foi avaliado o valor da coordenada Lh, pois esta indica a brancura dos materiais. Posteriormente, foi realizado o teste visual de impermeabilidade, utilizando uma solução de azul de metileno a fim de avaliar a refratariedade dos engobes. O procedimento foi dividido em três etapas. Na primeira etapa, a meta era diminuir o percentual de Silicato de Zircônio das formulações, utilizando Alumina #325 e também Óxido de Zinco. Os parâmetros a serem avaliados foram a opacidade (∆e), a impermeabilidade e principalmente o custo. A segunda etapa foi direcionada de acordo com os resultados obtidos na etapa anterior, e o objetivo foi aumentar a fundência do engobe a fim de diminuir a refratariedade conferida pela utilização de Alumina #325 e/ou #200. A principal matéria-prima utilizada para aumentar a fundência do engobe foi a frita branca, porém foram utilizados outros materiais como talco e feldspato. Devido aos resultados insatisfatórios obtidos, elaboraram-se novas formulações (terceira etapa) com a mesma finalidade, reduzir a refratariedade dos engobes, modificando a quantidade de elementos fundentes e o percentual de Alumina #325. A Tabela 1 a seguir, demonstra os testes formulados relacionados a cada etapa do trabalho.

Tabela 1 – Formulações

Matéria-prima Formulações (%)

1 2 3 4 2R 5 6 7 8 8R 9 10 11 12 13

Outras 80 80 80 80 - - - - - - - - - - -

Zircônio 20 - 4 - 4 - 4 - 6 - - - - 2 - 8 - - - - 2 - 2

Alumina #325 - + 4 + 4 + 2 + 6 - - + 1 - + 6 - 2 - 1 - - - 1

Óxido de Zinco - - - + 2 - - - - - - - - - - -

Argila B - - - - - - - 1 - - - - - 1 - 1 - 1 -

Caulim - - - - - - - - + 1 + 1 - - + 1 + 2 -

Argila M - - - - - - - 1 - - - - - 1 - 1 - 1 - 1

Frita Branca - - - - - + 2 + 2 + 1 + 2 + 2 + 2 + 3 + 2 + 3 + 4

Talco - - - - - - - + 1 + 1 + 1 - - - - 1 - 1

Feldspato - - - - - - - - + 1 + 1 - - - - -

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Alumina #200 - - - - - -2 - - 3 - 3 - - - - - + 1

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a análise dos resultados da primeira etapa apresentados na Tabela 2, pode-se perceber que a utilização de óxido de zinco nas formulações dos testes prejudicou a opacidade destes. Para os testes 1 e 2, onde utilizou-se somente alumina #325 como opacificante, obtiveram-se valores de ∆e que não indicam variação com valores de 0,93 e 0,99, respectivamente. De modo geral, todos os testes da primeira etapa não se apresentaram impermeáveis, pois a alumina, além de trazer opacidade, trouxe refratariedade ao material, fazendo com que fossem descartados, pois os engobes, além de opacos, devem ser impermeáveis. Contudo, o teste 2 pôde ser utilizado como base para o direcionamento das novas formulações, já que este se apresentou bastante opaco e com uma considerável economia no custo de produção, 11,2%. De acordo com os resultados da segunda etapa, pode-se perceber que o percentual de economia obtido foi superior em relação aos testes da etapa anterior, porém o objetivo de proporcionar maior impermeabilidade aos engobes não foi alcançado, sendo que todos se apresentaram permeáveis. Com relação à variação de tonalidade, todos os testes apresentaram valores de ∆e abaixo de 0,5, exceto o teste 6, que apresentou maior brancura, pois esse continha um maior percentual de Alumina (#325 e #200). O teste 7, mesmo com menor valor de ∆e, se apresentou bastante permeável, pois o conteúdo adicionado em frita branca foi insuficiente para garantir maior fundência. O teste 8 foi o que apresentou os melhores resultados da segunda etapa, onde se obteve

maior economia (17,7%) e maior impermeabilidade em relação aos testes anteriores, porém esse parâmetro ainda apresentou-se inferior ao padrão, sendo então utilizado para o direcionamento das formulações dos testes da terceira etapa do trabalho. O teste 9 apresentou valor de Δe bastante alto de 3,61. Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de que o teste 9 teve seu percentual de alumina #325 reduzido em 2%, resultando em um engobe deficiente de agente opacificante. Por outro lado, a adição de mais 4% em frita branca proporcionou ao engobe maior impermeabilidade, uma vez que esta é extremamente fundente. Os testes 10 e 11, que tiveram seus percentuais de alumina #325 reduzidos em 1%, apresentaram boa impermeabilidade, porém, apresentaram maiores valores de ∆e, acima de 0,5, o que indica uma variação perceptível a olho nu. Os testes 12 e 13, que mantiveram o percentual de alumina em 6% ou acima desse valor, apresentaram bons resultados de ∆e como também de impermeabilidade, mostrando um comportamento de absorção bastante próximo ao engobe padrão. Os resultados demonstraram que alumina #325, quando adicionada em percentuais iguais ou acima de 6%, com uma redução de 10% no silicato de zircônio, juntamente com uma maior quantidade de elementos fundentes, pode manter o engobe opaco e, ao mesmo tempo, impermeável. Relacionando os custos de produção dos testes com relação ao engobe padrão, pode-se perceber que os testes que apresentaram maior economia foram o teste 12, com 21,7%, e o teste 13, com 20,4%, e estes foram juntamente os testes que apresentaram melhores resultados técnicos.

Tabela 2 – Resultados da primeira etapa.

Análises Formulações

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Lh 92,35 92,69 84,68 89,95 92,20 92,67 90,7 90,86 88,95 91,33 91,40 91,47 91,68

Lh (Padrão) 91,44 91,70 89,97 91,45 92,01 92,05 90,76 91,29 92,50 91,89 91,85 91,47 91,66

Δe 0,93 0,99 5,30 1,57 0,34 0,63 0,18 0,49 3,61 0,59 0,84 0,23 0,06

Impermeabilidade Rep. Rep. Rep. Rep. Rep. Rep. Rep. Rep. Apr. Apr. Apr. Apr. Apr.

Economia (%) 7,9 11,2 - 3,9 11,8 9,8 11,8 17,7 18,4 15,8 17,1 21,7 20,4

CONCLUSÃO

Com o procedimento realizado, pôde-se concluir que a utilização de uma alumina de granulometria menor (#325) auxiliou na opacificação dos engobes, bem como sua utilização com o óxido de zinco, porém, trouxe alta refratariedade aos engobes, o que foi comprovado com o teste de impermeabilidade utilizando uma solução de azul de metileno. Como o objetivo é diminuir custos sem alterar qualidade, pode-se dizer que os resultados dos testes 1, 2, 3 e 4 não foram satisfatórios. Com os testes 5, 6, 7 e 8, onde se buscou garantir maior fundência aos engobes, pode-se concluir que estes apresentaram bons resultados quanto à opacificação, com valores de Δe dentro do esperado. Contudo, estes ainda não apresentaram boa impermeabilidade, fazendo com

que fossem excluídos, pois os engobes, além de opacos, devem ser impermeáveis. Com esses resultados, foi possível direcionar novas formulações, também utilizando alumina #325, diminuindo ainda mais o percentual de zircônio e aumentando a quantidade de elementos fundentes, para melhorar a fundência e diminuir a refratariedade do engobe. Os testes 9 a 13 apresentaram bons resultados de opacificação, com exceção do teste 9, que se mostrou menos opaco com um Δe de 3,61. Os testes 10 e 11 apresentaram Δe acima de 0,5, porém a coordenada Lh de ambos se apresentou bastante próxima do valor padrão. Por fim, os testes 12 e 13 apresentaram os melhores resultados tanto com relação à opacidade quanto à impermeabilidade do engobe, resultando em uma economia de até 20%, o que pode ser uma excelente

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alternativa para as indústrias cerâmicas, pois se manteve qualidade com redução considerável de custos. Como parte do objetivo principal do trabalho, que é diminuir o percentual de zircônio das formulações de engobes cerâmicos ou até eliminá-lo, já foi previamente alcançado, com uma redução considerável de 10%, as próximas etapas serão direcionadas para tentativas de maior redução, pois os resultados mostram que a alumina #325 pode garantir a opacidade e que, utilizando a quantidade ideal de elementos fundentes, o engobe pode continuar impermeável. Outro ponto importante a se considerar nos engobes que apresentaram bons resultados é a dilatação térmica, que influenciará diretamente no acordo massa-suporte, se esse parâmetro não for ideal possibilitará defeitos de empenamento no material após a aplicação industrial. A dilatação dos engobes aprovados foi aceitável, o padrão apresentou uma dilatação de 62,23x10-7oC-1, e os testes 12 e 13 apresentaram valores de 60x10-7oC-1 e 61,17 x 10-7oC-1.

AGRADECIMENTOS

A equipe abre espaço para agradecer aos professores e amigos do Colégio Maximiliano Gaidzinski, em especial à orientadora Jucilene Feltrin pelo auxílio prestado na realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS

BORASCHI, Eliseu; CUNHA, Leonardo J. V.. VIVONA, Daniel. Engobes: Características e Aplicações.

Cerâmica Industrial, Março/Abril, 1996. PRACIDELLI, Sebastião. Estudo dos Esmaltes Cerâmicos e Engobes. Cerâmica Industrial,

Janeiro/Abril, 2008. OLIVEIRA, Helder; LABRINCHA, João. Esmaltes e Engobes para Monoporosa. Cerâmica Industrial,

Março/Abril, 2002. SÁNCHES. E. Matérias-primas para a Fabricação de Fritas e Esmaltes Cerâmicos. Cerâmica Industrial,

Maio/Agosto, 1997. SOPRAN, José Roberto; MELCHIADES, Fábio Gomes; BOSCHI, Anselmo Ortega. Otimização das Características do Silicato de Zircônio para Utilização como Opacificante em Esmaltes Cerâmicos. Cerâmica Industrial, Julho/Agosto, 2007

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ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO DE UM ACESSÓRIO PARA CADEIRA DE RODAS PARA FACILITAR A AUTONOMIA E A SEGURANÇA DE SEUS USUÁRIOS

André Ferreira de Souza,1 Carlos Rogério Silva da Rosa Júnior, Fábio Evangelista Santana, João Paulo Bernardo da Conceição

Instituto Federal de Santa Catarina/ Campus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica [email protected]

Palavras-Chave: Tecnologia Assistiva, Projeto de Produto, Cadeira de Rodas.

INTRODUÇÃO

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU em 1948, relaciona os direitos humanos que valem para todos. Entretanto, em virtude das diferenças que apresentam em relação às demais, as pessoas com deficiências possuem necessidades específicas a serem satisfeitas. Assim, a ONU estabeleceu, em 1975, a Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiências, o que se tornou o ponto de partida para a defesa da cidadania e do bem-estar dessas pessoas. Trata-se de 14,5% de pessoas com algum tipo de deficiência ou incapacidade, segundo o último censo do IBGE, realizado em 2000. Projetando-se este percentual para o ano de 2010, estima-se que esse universo alcance 37 milhões de pessoas. Sabe-se que, na prática, a falta de acessibilidade é uma realidade na maioria das escolas, o que impede a plena integração das pessoas com deficiência ao ensino (DISCHINGER et al, 2007). Falta de acessibilidade é uma realidade também no mundo do trabalho, pois condições inadequadas do ambiente físico são fatores que dificultam as contratações, impedindo, assim, que a pessoa com deficiência tenha acesso às empresas (TANAKA e MANZINI, 2003). Além disso, a maioria das cidades não tem estrutura suficientemente adequada para atender às pessoas com deficiências, pois não apresentam adaptações com rampas, não oferecem suporte para deficientes físicos, visuais ou auditivos, suas calçadas são esburacadas e, em certos pontos, malfeitas, apresentando elevações e declives que podem provocar queda de cadeirantes. Ainda falta muito para se respeitar o que a Constituição e a Declaração Universal dos Direitos Humanos dizem. Apenas pequenas adaptações têm sido feitas até o momento, pois são modificações que apresentam elevados custos. Nesse sentido, uma alternativa é adaptar as pessoas com deficiências às condições arquitetônicas atuais. Assim, o presente projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um protótipo adaptado à cadeira de rodas, que permita aos cadeirantes vencer pequenas barreiras arquitetônicas como calçadas irregulares e desníveis.

METODOLOGIA

A aplicação do modelo consensual no projeto de produtos inclusivos marcou o início da linha de pesquisa iniciada em 2009 em Araranguá, voltada ao desenvolvimento de dispositivos e produtos didáticos pedagógicos para a inclusão. Ele foi chamado consensual por Ferreira (1997), pois reúne semelhanças entre os modelos de projetos preconizados, entre outros, por French, Pahl e Beitz, Hubka e VDI 2221. Proposto por Maribondo (2000) e utilizado, entre outros, por Santana (2005), neste modelo o projeto é subdividido em quatro fases: (a) projeto informacional; (b) projeto conceitual; (c) projeto preliminar e (d) projeto detalhado. Ele será a base metodológica para a solução do problema de projeto abordado nesta pesquisa. Serão acrescentadas ainda particularidades do processo de projeto de produto norteado pelos princípios

do Desenho Universal (ALVARENGA, 2006), fundamentais para o desenvolvimento de produtos inclusivos. O ponto de partida para o desenvolvimento do produto foi a identificação das necessidades dos clientes. Essa é uma etapa de fundamental importância para o projeto do produto, pois é para os clientes que os produtos serão projetados e isso deve ser feito de acordo com suas necessidades, também conhecidas como “voz do cliente” (SANTANA, 2005). É necessário que o projetista adquira conhecimento sobre as diferentes habilidades e limitações dos usuários com necessidades específicas. Para isso foi contatada e convidada a participar do projeto a Associação de Pessoas Deficientes de Araranguá (Adear). Na fase de Projeto Conceitual, será utilizada a abstração para identificação dos problemas essenciais, evitando-se assim que um dos maiores erros dos projetistas ocorra, que é ter em mente uma solução que ele gostaria de adotar para resolver precocemente um problema. Isso muitas vezes pode acabar prejudicando o projeto do produto, limitando a criatividade. A aplicação da metodologia, desde a captação da “voz do cliente”, até a concepção da solução, revelará a solução ideal para o problema. A concepção deverá atender à norma brasileira NBR 9050 (2004), que visa proporcionar a acessibilidade e a utilização de maneira autônoma e segura de ambientes, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos à maior quantidade de pessoas possível, considerando as condições de mobilidade e de percepção do ambiente do indivíduo. Recentemente revisada, essa norma teve profundas mudanças em todo seu contexto, na redefinição e inclusão de termos, na riqueza de conteúdo e até abrangendo o atual conceito de Desenho Universal (ALVARENGA, 2006). A solução proposta deverá atender ainda às normas ABNT NBR ISO 7176 (2009). Traduzidas para o idioma português em 2006, por solicitação do Inmetro, essas normas foram gradativamente criadas para que os fabricantes de cadeiras de rodas pudessem se adaptar às novas necessidades de fabricação (COOPER apud MORAES JÚNIOR, 2008). No Projeto Preliminar serão detalhados materiais, dimensões e processos de fabricação e montagem das concepções escolhidas. Essas informações, chamadas por Pahl e Beitz (2006) de requisitos determinantes do produto, devem ser inicialmente levantadas nessa fase. Para tanto, serão analisadas detalhadamente todas as informações das fases anteriores do projeto, como especificações do projeto e estrutura funcional. Uma análise dos possíveis modos de falha e de seus efeitos (FMEA) será de fundamental importância nessa fase, para que o projeto esteja alinhado aos requisitos das normas relacionadas, uma vez que a segurança dos cadeirantes é primordial. A partir dessas informações, serão confeccionados esquemas e desenhos para a determinação do leiaute preliminar. Na sequência, na fase do Projeto Detalhado, serão elaborados os desenhos finais e será definida a lista de materiais, preparando, assim, o projeto para a construção do protótipo (AREND, 2003).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este artigo apresenta o resultado final da fase de Projeto Informacional, a lista de especificações de projeto (Tab. 1). Ela foi obtida por meio da aplicação do Diagrama de Mudge para ponderação dos requisitos dos clientes; em seguida, estes requisitos foram confrontados com os requisitos do produto por meio da Casa da Qualidade (QFD), a fim de hierarquizar os requisitos dos clientes, visando a priorizações nas concepções a serem desenvolvidas na próxima etapa do projeto, o Projeto Conceitual. Assim, os requisitos hierarquizados, com valor meta, forma de avaliação e aspectos indesejados encerram a fase de Projeto informacional.

Tabela 1 – Lista de especificações do projeto

Requisitos Valor Meta Forma de Avaliação

Aspectos Indesejados

1. Peças de encaixe

50,00% Contagem Comprometer a estrutura do

protótipo

2. Peças padronizadas

70,00% Contagem A busca por componentes padronizados

não deve limitar o uso de soluções inovadoras

3. Ter estofamento adequado para o cadeirante

Estofamento reto

Teste Prejudicar o cadeirante

4. Reduzido números de cantos vivos

Quanto maior, melhor

Números de lesões

Lesionar o cadeirante

5. Dimensão menor que 600 mm

Quanto menor, melhor

Medição linear

Prejudicar a acessibilidade do cadeirante

6. Peças feitas com usinagem convencional

80,00% Contagem Aumentar o custo do protótipo

7. Utilização de material leve

40,00% Balança Ter peso excessivo

8. Materiais de baixo custo

Sim ou Não Custo dos materiais utilizados

Comprometer a qualidade do sistema e

o seu desempenho

9. Peças de baixo custo

Sim ou não Custo das peças

utilizadas

Comprometer a qualidade do sistema e

o seu desempenho

10. Boa aparência

Sim ou Não Harmonia dos

elementos

Prejudicar o protótipo

11. Preço acessível

Quanto menor, melhor

Soma dos custos de fabricação

e montagem

Comprometer a qualidade do sistema e

o seu desempenho

12. Peças de produção em alta escala

Quanto maior,

melhor.

Contagem Aumento no custo do produto

13. Materiais reciclados

30,00% Contagem Limitar o desempenho

funcional

CONCLUSÃO

Como conclusão deste projeto espera-se contribuir para que os cadeirantes tenham livre locomoção, permitindo seus deslocamentos de suas casas até as escolas, dando-lhes assim acesso às aulas práticas dos cursos técnicos profissionalizantes do campus Araranguá do Instituto Federal de Santa Catarina e colaborando com suas inclusões no mundo do trabalho e tornando a escola inclusiva para pessoas com mobilidade reduzida. O convívio com a pessoa com deficiência remete a valores, atitudes e julgamentos, tornando as pessoas mais solidárias.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos ao IF-SC que, por meio do edital PIPCIT, apoia o desenvolvimento deste projeto com bolsa de estudos aos alunos envolvidos e recursos financeiros para construção do protótipo.

REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed.

Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ABNT NBR ISO 7176. Cadeira de Rodas. Rio de Janeiro:

ABNT, 2009. ALVARENGA, F. B. Uma Abordagem Metodológica para o Projeto de Produtos Inclusivos. 2006. 237 f.

Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas. AREND, L. Sistematização das fases de projeto preliminar e detalhado do desenvolvimento de produtos e sua aplicação no projeto de um multicultor modular. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia

Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. DISCHINGER, M., BINS ELY, V. H. M., BRANDÃO, M.M., LUZ, G.K. A acessibilidade segundo alunos cadeirantes em uma escola de ensino regular. Ouro

Preto: Anais do ENCAC – IX Encontro Nacional e V Latino Americano de Conforto no Ambiente Construído, 2007. FERREIRA, M. G. G. Utilização de modelos para a representação de produtos no projeto conceitual.

1997. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. MARIBONDO, J. F. Desenvolvimento de uma metodologia de projeto de sistemas modulares

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aplicada a unidades de processamento de resíduos sólidos domiciliares. 2000. 277 f.. Tese (Doutorado em

Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. MORAES JÚNIOR, R.S. Verificação do projeto estrutural de uma máquina de ensaio de fadiga de cadeira de rodas. 2008. 85 f. Dissertação (Mestrado em

Engenharia) - Escola Politécnica de São Paulo, São Paulo. PAHL, G, BEITZ, W. Konstruktionslehre: Grundlagen erfolgreicher Produktentwicklung. Methoden und Anwendung. 6. Auflage. Springer, 2006. 799 p.

SANTANA, F. E. Desenvolvimento do protótipo de uma máquina para lavação de lanternas no cultivo de ostras. 2005. 131 f.. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. TANAKA, E. D. O., MANZINI, E. J. O que os empregadores pensam sobre o trabalho da pessoa com deficiência? Revista Brasileira de educação Especial,

Marília, Mai.-Ago. 2005, v.11, n.2, p.273-294.

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EQUIPAMENTO PARA PRODUÇÃO DE PLACAS DE FIBROCIMENTO EM LABORATÓRIO

Andrea Murillo Betioli,1,2 Vanderley M. John,2 Rafael G. Pileggi2 1 Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Criciúma

2Universidade de São Paulo, São Paulo (realização da pesquisa)

[email protected]

Palavras-Chave: Fibrocimento, Processo de Mistura.

INTRODUÇÃO

As telhas de fibrocimento sem amianto são produzidas com fibras sintéticas, como polipropileno (PP) e álcool polivinílico (PVA), e fibras naturais como fibras de celulose. Para ensaios de laboratório, as placas de fibrocimento (200 x 200 mm

2) são produzidas por mistura rotacional e

moldagem por método de drenagem a vácuo, empregado por diversos autores (Savastano Júnior, 2001-2004; Coutts; Warden, 1990; Calda e Silva, 2002; Negro et al., 2005; Dias, 2005). No entanto, durante a moldagem das placas observa-se a presença de grumos de PVA decorrentes da agitação rotacional promovida pelo misturador sem nenhum obstáculo, o que reduz a eficiência da energia de mistura. Esse problema de dispersão não é comum no processo Hatschek em fábrica, pois, dentro da caixa de massa, o movimento dos tamises alinha as fibras na direção da rotação dos mesmos. O problema de dispersão do PVA é a maior fonte de variabilidade dos ensaios reológicos e mecânicos nas placas de fibrocimento. Dessa forma, esta pesquisa propõe o desenvolvimento de uma nova metodologia com intuito de garantir a dispersão das fibras de PVA e a homogeneidade dos diferentes constituintes durante a mistura e moldagem das placas, denominada nesta pesquisa como mistura por recirculação.

METODOLOGIA

Foram utilizados nesta pesquisa o cimento CPIS, calcário, fibras de PVA e celulose conforme proporção (em massa) mostrada na Tabela 1. Tabela 1 – Proporção em massa dos materiais para

suspensão de fibrocimento.

Material Referência (%)

Cimento 64 Calcário 31,2 Celulose 3 Fibra de PVA 1,8

Total 100

Mistura convencional: inicialmente as fibras de celulose são dispersas em água durante um minuto em repouso e mais dois minutos sob rotação de 2000 rpm. Posteriormente, são adicionadas as fibras de PVA, e misturadas na mesma rotação por mais dois minutos. Finalmente, com a velocidade em 1.000 rpm, o cimento e o calcário são acrescentados e misturados por mais quatro minutos. Com intuito de simular a mistura do PVA em fábrica para garantir sua dispersão, desenvolveu-se um equipamento para que a mistura da suspensão fosse realizada ao mesmo tempo sob rotação (misturador rotacional de bancada) e recirculação (bomba centrífuga), como mostra

a Figura 1. Dessa forma, esse método foi denominado de método de recirculação. A mistura foi realizada da seguinte forma: a celulose foi adicionada na água e permaneceu por um minuto em repouso e um minuto a 2000 rpm, apenas com o misturador rotacional ligado. No terceiro minuto, a recirculação foi ligada a 3.700 rpm. Aos quatro minutos, o PVA foi adicionado e, aos seis minutos, o cimento e o calcário. A mistura prosseguiu por mais três minutos. Figura 1 – Equipamento proposto para moldagem das

placas de fibrocimento sob recirculação (a). Detalhe da parte interna do recipiente de mistura mostrando o misturador rotacional e a mangueira para recirculação da suspensão (b) e (c).

(a)

(b)

(c)

Logo após a mistura, a suspensão é vertida sob a câmara de moldagem (Figura 2), e drenada sob vácuo (400 mmHg) até atingir a umidade de aproximadamente 30%. Imediatamente após a drenagem, as mesmas foram prensadas sob tensão constante de 3,2 MPa (mantida por 1 minuto) em prensa EMIC DL 10000. Após a prensagem das placas, as mesmas foram armazenadas em estufa a temperatura de 50°C por 24 horas e, posteriormente, seladas em plástico filme até a data de ensaio. O ensaio de resistência à flexão foi realizado aos sete dias de idade com ensaio de flexão a quatro pontos em uma prensa EMIC (modelo DL 10000) com célula de carga com capacidade de 100 kgf. A velocidade de deslocamento foi igual a 5 mm/min. Foram avaliados oito corpos de prova.

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Figura 2 – Câmara de moldagem de placas de

fibrocimento pelo processo de drenagem a vácuo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O fibrocimento misturado pelo método de recirculação proposto nesta pesquisa resultou em módulo de ruptura maior comparado ao método de mistura rotacional, comumente utilizado, conforme mostra a Figura 3. Figura 3 – Módulo de ruptura das placas de fibrocimento

moldadas pelo método de mistura por recirculação (equipamento) e rotacional (misturador).

Este aumento no desempenho mecânico pode ter ocorrido por dois motivos: um deles é a dispersão do cimento ter sido mais eficiente nesse novo método, o que resultaria em maior área de contato do cimento com a água e/ou pela maior aderência da pasta com a fibra. Esta última hipótese foi confirmada pela observação de ranhuras na superfície por meio de microscopia eletrônica da fibra de PVA que passou por este equipamento comparada à fibra natural, conforme mostra a Figura 4. Esta hipótese é reforçada pela redução da tenacidade das placas produzidas no equipamento de recirculação.

Figura 4 – Microscopia eletrônica de varredura da fibra in

natura. Aumento de 5000 X.

Figura 5 – Microscopia eletrônica de varredura da fibra

que passou pelo processo de recirculação no equipamento proposto. Aumento de 5000 X.

CONCLUSÃO

Para garantir a dispersão das fibras de PVA, optou-se nesta pesquisa por desenvolver uma metodologia de mistura da suspensão de fibrocimento que garantisse uma melhora na dispersão dessas fibras, além disso, a suspensão passa por um processo de recirculação antes de entrar na caixa de massa. Após vários testes preliminares, desenvolveu-se um equipamento onde a recirculação da suspensão ocorresse durante toda a mistura. As placas produzidas por este método de mistura resultaram em significativo avanço na reformulação do processo de mistura da suspensão de fibrocimento, tornando-o mais compatível com o que ocorre em fábrica e os resultados provaram que este método é mais eficaz, e, ainda, resultaram no aumento no módulo de ruptura.

AGRADECIMENTOS

Os pesquisadores agradecem à Universidade de São Paulo, assim como à Fundação de apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro e, também, às empresas Infibra/Permatex e Imbralit Ltda.

REFERÊNCIAS

0

2

4

6

8

10

Equipamento Misturador

Tipo de moldagem

MO

R (

MP

a)

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CALDAS e SILVA, A. Estudo da durabilidade de compósitos reforçados com fibras de celulose.

Dissertação de Mestrado. São Paulo, 2002.

COUTTS, R.S.P.; WARDEN, P.G. Effect of Compaction on the Properties of Air-Cured Wood Fibre Reinforced Cement. Cement and Concrete Composites, v. 12, p.151-

156. 1990.

DIAS, C.M.R. Efeitos do Envelhecimento na Microestrutura e no Comportamento Mecânico dos Fibrocimentos. Mestrado (Dissertação em Engenharia

Civil) – Escola de Engenharia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

NEGRO, C.; BLANCO, A.; FUENTE, E.; SANCHEZ, L.M.; TIJERO, J. Influence of flocculant molecular weight and anionic charge on flocculation behavior and on the manufacture of fibre cement composites by the Hatschek process. Cement and Concrete Research, v.35, p.2095-

2103. 2005.

SAVASTANO JÚNIOR, H. Desenvolvimento de Tecnologia para Fabricação de Telhas de Fibrocimento sem Amianto. Projeto FAPESP PITE

01/03833-6. São Paulo. 2001-2004.

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PERSPECTIVAS PARA UMA ATUAÇÃO EMANCIPATÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM CRECHES

Luciana Mara Espíndola Santos Prefeitura Municipal de Florianópolis/Secretaria de Educação/Creche Joaquina Maria Peres

[email protected]

Palavras-Chave: Educação Física, Crianças, Creches.

INTRODUÇÃO

Ter aulas de educação física na Educação Infantil ainda hoje é privilégio de poucas crianças. É limitado o número de instituições que possuem em seu currículo aulas de educação física. No entanto, pesquisas têm ressaltado a importância de incluir essa disciplina no currículo da Educação Infantil, é claro, desde que seja respeitada sua especificidade relativa à idade das crianças de 0 a 6 anos, bem como estar atrelada as Diretrizes Curriculares e ao PPP (Projeto Político-Pedagógico) de cada unidade educativa. Contudo, em muitas creches que possuem a educação física, observa-se com frequência que as aulas pouco respeitam o brincar e “se movimentar” da criança como forma principal de dialogar consigo, com o outro e com o mundo. O que se evidencia são aulas muito semelhantes às ministradas no Ensino Fundamental, que tem no esporte a base de seu trabalho. Certamente, um dos motivos que contribuem para esse fato está relacionado à formação dos professores de Educação Física, que carece de maiores estudos e até mesmo de disciplinas que abordem a especificidade da Educação Física na Educação Infantil buscando não só elementos que mostrem a descontextualização dessas aulas, mas, sobretudo, novas formas de pensar a prática nesse cotidiano tão específico, uma profunda pesquisa teórica foi realizada sobre o assunto, com o intuito de contribuir para o fazer pedagógico dos professores de educação física que atuam nas creches.

METODOLOGIA

A orientação metodológica deste estudo o caracteriza como uma pesquisa teórica, porém, é uma pesquisa teórica que não esquece e não desconsidera em momento algum o contexto do mundo da vida, do mundo real onde crianças, em especial, se situam histórica e culturalmente sempre envolvidas numa teia complexa de relações e desenvolvimentos. Contudo, pelo próprio contexto de trabalho no qual o pesquisador se encontrava no momento da pesquisa, não dialogar com a prática seria quase impossível, e isso fez com que a pesquisa não fosse “puramente” teórica, uma vez que dialoga constantemente com a prática, fazendo jus ao que tanto defende nesse trabalho, o movimento como ponto central do estudo e de uma educação física consciente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pioneira no estudo envolvendo a educação física na Educação Infantil, Deborah Sayão preocupou-se com o ensino da educação física na Educação Infantil de forma integrada à proposta da instituição e visando a um trabalho conjunto não só com o professor de turma, mas com as crianças, consideradas os sujeitos mais interessados na construção desse processo educativo. A autora realizou uma pesquisa de mestrado com o objetivo de compreender melhor a inserção da educação física na Educação Infantil, mas especificamente nas

turmas de Pré-Escola. Sua tese é uma das mais importantes obras da Educação Física na área da Educação Infantil e motivou muitas pesquisas, inclusive despertando interesse de professores que acreditavam ter “vocação/capacidade” para atuar no Ensino Fundamental. Apesar de isso não ser o maior foco de pesquisa de Sayão, é exposta em seu trabalho claramente a falta de preparo dos professores de educação física para atuar na Educação Infantil. O que ainda acontece muito nas creches são as aulas pautadas no modelo escolar, com horários predeterminados e objetivos bem traçados que mascaram uma esportivização precoce ou um diagnóstico precoce, ou ainda mais, um preparo para as próximas etapas do ensino, igualmente precoce. As ações curriculares na Educação Infantil seguiam os moldes da escola. Fica claro o despreparo do professor de educação física que atua na Educação Infantil, porque, além de não ter na sua formação acadêmica uma preparação/estudo para trabalhar com as crianças de 0 a 6 anos, também não recebe capacitação suficiente que lhe dê possibilidades de usar o que aprende na academia para o trabalho com Educação Física nas escolas em todos os níveis, uma vez que os currículos universitários ainda estão fortemente amarrados à esportivização e à psicomotricidade, um tanto descontextualizadas das condições educacionais. Atualmente, as aulas de educação física nas creches ainda são permeadas por dúvidas e anseios dos próprios profissionais, reflexo tanto de questões históricas quanto da própria falta de pesquisa a esse respeito, porém, Kunz tem contribuído com importantes estudos, importados de teóricos alemães e holandeses. A teoria do “se movimentar” tem sido a grande esperança para muitos profissionais e estudiosos da educação física, principalmente por entender o movimento como uma forma de diálogo que o ser humano estabelece consigo, com o outro e com o mundo e, assim, o “se movimentar” se manifesta nas condutas das pessoas através dos jogos, das atividades sociais, nas discussões e até mesmo no próprio pensar. Nas crianças, o “se movimentar” se manifesta de forma mais expressiva quando ela brinca, e esse vem sendo o objeto de estudos de pesquisas que tem contribuído muito com um novo entender a educação física para crianças pequenas. Nesse sentido, de acordo com Kunz, fica clara a ênfase dada ao movimento, ao gesto, à habilidade quando no sentido comparativo. As aulas devem, sobretudo, destacar o ser humano que se movimenta, este sim é o próprio movimento, é a razão do ato. Os esforços devem ser canalizados para a compreensão do homem, a criança que “se movimenta”, é ele(a) que se comunica com o mundo, que pode transformá-lo e transcendê-lo. A educação física, seja nas creches ou nas escolas, deve, por meio do movimento, permitir, a partir dessa ótica do “Se movimentar”, que as aulas se configurem em espaços

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para novas vivências e experiências,1 permitindo que o

autoconhecimento seja objetivo principal e real, que as crianças possam se descobrir e descobrir o outro, numa relação dialógica. O autor destaca alguns pontos importantes e que devem estar presentes numa aula de educação física que tenha como propósito o conhecimento de si. “a) a qualidade dos movimentos a serem executados, ou seja, precisão, elasticidade, harmonia, fluência e ritmo, deve ser priorizada; b) promover um efeito emocional por meio dos movimentos é mais importante que a produção objetiva de destrezas técnicas; c) promover o sentimento do “Consegui!” é melhor do que constantes correções no fazer das atividades de movimento, esporte e jogos; d) desenvolver atividades que sirvam de estímulo a um autoconhecimento sobre o funcionamento corporal, ou da vida, como prestar atenção aos batimentos cardíacos ou na respiração durante as corridas; e) desenvolver atividades e vivências com elementos da natureza, como árvores, floresta, água, morro, terra, etc.: f) promover atividades que envolvam velocidade, ritmo, elasticidades, domínio de instrumentos ou arranjos materiais, etc., sem que haja constantes comparações de desempenho; g) desenvolver com os alunos(as) a capacidade de linguagem e desenho como modo de expressão de sua participação, envolvimento e sentimento nas atividades; h) por último, promover, sempre que possível, a problematização das atividades. Contudo, uma problematização que permita: liberdade de agir e descobrir formas de movimento individualmente significativas; conhecer e interpretar o contexto objetivo em que se realizam as atividades, bem como a si próprio e os outros envolvidos nas atividades; participar das decisões e soluções das atividades sugeridas e apresentadas; por fim, desenvolver a capacidade de autonomia ou emancipação pelas atividades, aceitando sempre diferentes soluções para cada atividade sugerida” (KUNZ, 2002, p. 34). Embora esses elementos destacados por Kunz possam parecer adequados somente ao ensino para crianças maiores, especialmente as que se encontram a partir da 5ª série do Ensino Fundamental (e realmente a princípio esta é a intenção do autor), o entendimento do “Se movimentar” proposto pelos teóricos do movimento humano, os holandeses Buytendijk, Gordjin e Tamboer e do alemão Trebels, permite que enxerguemos nesses direcionamentos propostos pelo autor referenciais para nossas aulas com crianças também na Educação Infantil.

CONCLUSÃO

Pensar uma prática sem fazer do esporte a base do trabalho é entender a especificidade da criança e respeitá-la. A criança precisa de liberdade de movimentos, de ideias, de algo que a instigue, e não de imitação de gestos e movimentos, como acontece na

1 Sobre vivências e experiência Kunz explica que: [...] a

vida se refere mais as funções biológicas do ser humano, a vivência corresponde às elaborações e expressões emocionais, e as experiências seriam os processamentos que ocorrem na consciência humana, nas diferentes formas e níveis de manifestação dessa consciência. Portanto, na história de vida de cada ser humano acontece inter-relacionamento em todas as situações e em diferentes planos e níveis de ocorrência ou, como confirma Zur Lippe, da vida para as vivências e das vivências para as experiências.

maioria das aulas de educação física no Ensino Fundamental. Partindo dos estudos propostos por Kunz, que se opõe veementemente ao esporte precoce, fica evidente a importância de se repensar as práticas relacionadas à educação física na Educação Infantil. Entretanto, essa área carece de mais pesquisas e estudos que pensem o fazer da educação física na Educação Infantil de modo comprometido e tendo como base o sujeito que se movimenta, ou seja, a própria criança. Esse seria o ponto-chave para que pudesse haver uma mudança no currículo dos cursos de licenciatura, passo fundamental para a formação de professores com maior comprometimento, buscando um desenvolvimento mais humano e voltado para a emancipação das crianças. Acatar o brincar da criança, e entendê-lo como a forma mais verdadeira que a criança tem de se manifestar, se expressar e assim estabelecer relações consigo, com os outros e com o mundo é essencial para a formação de cidadãos mais críticos, autônomos e transformadores [5].

REFERÊNCIAS

KUNZ, E. Práticas Didáticas para um “Conhecimento de Si” de crianças e jovens na Educação Física. In: KUNZ, E. (org.). Didática da Educação Física 2. Ijuí, Unijuí, 2002.

SANTOS, L.M.E. Educação Física: perspectivas teórico-metodológicas para a educação emancipatória na primeira infância. 2008. 106f. (Dissertação) –

Mestrado em Educação Física, Centro de Desportos, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.

SAYÃO, D. T. Educação Física na pré-escola: da especialização disciplinar a possibilidade de trabalho pedagógico integrado. Dissertação de Mestrado.

Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1996.

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RECEPÇÃO, LANÇAMENTO E TRAJETÓRIA DO INSTRUMENTO: O TRIPÉ QUE COMPÕE O FUNDAMENTO PASSE NOS ESPORTES COLETIVOS

Milaine Euzébio da Rosa,1 Vidalcir Ortigara,2 Ademir Damazio3 1,2,3

Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc [email protected]

Palavras-Chave: Educação Física, Esportes Coletivos, Passe.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa de iniciação científica surgiu da necessidade de aprofundar o debate em relação aos conceitos básicos presentes no processo ensino–aprendizagem em educação física escolar. Tal necessidade é confirmada por Euzébio (2009), ao analisar o conteúdo esporte nos cursos de formação inicial de professores. Este aponta para a carência de literaturas “(...) que respondam à estética e interesses técnico-metodológicos, (...) mais vinculadas à sociologia crítica, à filosofia e à história dos esportes” (EUZÉBIO, 2009, p. 112). Na área de educação física, a proposta teórico-metodológica crítico-superadora é a que busca o desenvolvimento de uma ação pedagógica vinculada à sociologia crítica, à filosofia e à historia dos esportes. Assim, objetivamos na presente pesquisa, elaborar uma compreensão conceitual de passe na perspectiva histórico-cultural. E, também realizamos uma investigação empírica com alunos concluintes do Ensino Fundamental com o objetivo de verificar como tal conceito é compreendido pelos mesmos. Posteriormente, analisamos comparativamente os resultados do diagnóstico com os alunos sob a compreensão conceitual na perspectiva histórico-cultural. Nossa hipótese é de que, na prática cotidiana da educação física escolar, na abordagem do conteúdo esporte, não ocorre o processo de compreensão teórica de passe. Assim, os alunos não conseguem realizar reflexões teóricas, limitando-se à análise do que a prática imediata lhes permite.

METODOLOGIA

Selecionamos seis escolas da rede municipal de ensino de Criciúma (SC) para a realização de entrevistas com os alunos do nono ano do Ensino Fundamental. A escolha das escolas deu-se pelo fácil acesso dos pesquisadores devido a sua localização geográfica. Optamos por alunos do último ano do Ensino Fundamental por considerarmos que os mesmos já tinham iniciado e ampliado a sistematização do conhecimento de passe, pois conforme Coletivo de Autores (1992, p.35) “(...) O aluno amplia as referências conceituais do seu pensamento; ele toma consciência da atividade teórica (...)”, ou seja, o aluno é capaz de realizar operações mentais para interpretar a realidade teórica. Desse modo, supõe-se que os alunos do nono ano já haviam compreendido a ação do passe, ou seja, que antes da objetivação da ação do passe, todas as operações pertencentes a ela sejam reproduzidas no plano ideal. Após a efetivação do termo de consentimento, mediante assinatura pelos responsáveis, as entrevistas semiestruturadas, da qual participaram 31 alunos, foram realizadas individualmente. Optamos por realizar tanto o registro de voz como de imagem, pois em momentos da entrevista solicitamos aos alunos que realizassem demonstrações do que procuravam explicar verbalmente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Comumente, entende-se passe como o fundamento técnico mais importante dos esportes coletivos, que incide na ação de entregar o instrumento ao colega ou companheiro de equipe. A recepção, por sua vez, é o ato de receber e controlar ou dominar o instrumento. Tal conclusão apresenta uma visão dicotômica da interpretação do passe. Enquanto que nós consideramos, com base na perspectiva histórico-cultural, como uma unidade, isto é, a recepção é uma operação presente na ação do passe, bem como o lançamento e a trajetória do instrumento. E, para sua objetivação, considera-se indispensável a presença de dois alunos. Para a objetivação do passe, se faz necessário que todas as suas operações sejam realizadas no plano ideal e no plano material em um processo único, bem como a sua finalidade seja concretizada. Para alguns alunos do nono ano das escolas do município de Criciúma, basta a intenção de realizar o passe, ou seja, lançar o instrumento com a intenção de realizar a ação de passe, independentemente se o colega recebeu ou não o instrumento, para se caracterizar como passe. Para outros alunos, lançar o instrumento, mesmo que ele não chegue ao colega previamente idealizado, é um passe, porém, o concebem como um passe errado. Nessa situação, quando o instrumento é interceptado durante a realização de sua trajetória por um colega da equipe adversária é denominado por eles de recepção. Desse modo, desconsideram a idealização prévia do colega de onde o instrumento partiu.

CONCLUSÃO

Com base nas diferentes perspectivas da educação, muitos autores, ao conceituar o fundamento passe, desconsideram a recepção como operação desse fundamento. Compreendem o passe e a recepção como dois fundamentos distintos. Para Tenroller (2004 e 2005), por exemplo, passe é o fundamento técnico mais importante, é a ação de entregar o instrumento ao colega ou companheiro de equipe. A recepção, por sua vez, é o ato de receber e controlar ou dominar o instrumento. Para nós, o passe representa uma ação da atividade do esporte e, para sua concretização, é necessária a realização da operação de recepção por um colega de equipe. Contudo, os alunos, ao descreverem sua compreensão de passe, limitam-se à análise do que a prática imediata lhes permite. E, assim, tudo pode ser passe, há passe errado e também há recepção do passe da equipe adversária. As respostas dos alunos trazem evidências de que eles se apropriaram de ações e operações empíricas. Isso porque não sentem necessidade de apropriar-se do conceito teórico de tal fundamento. Desse modo, o estágio atual do presente trabalho nos aponta possibilidades de validação da nossa hipótese de pesquisa, ou seja, os alunos não conseguem realizar reflexões teóricas sobre suas ações, limitam-se à análise do que a prática imediata lhes permite.

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AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). UNAHCE. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc. Criciúma (SC), Brasil. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

REFERÊNCIAS

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992

EUZÉBIO, C. A. O Conhecimento Esporte nos Cursos de Formação Inicial em Educação Física. 2009. p 121.

Dissertação (Educação) - Universidade do Extremo Sul Catarinense. SCALCON, S. À procura da unidade psicopedagógica:

articulando a psicologia histórico-cultural com a pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. 151 p.

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ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA DE HANS BROOS

Bernardo Brasil Bielschowsky 1Instituto Federal de Santa Catarina/Departamento de Edificações/Campus Criciúma

1 [email protected]

Palavras-Chave: Arquitetura Bioclimática, Hans Broos, Rede Latino-Americana de Documentação de Arquitetura

INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende demonstrar a possibilidade de elaboração de projetos de arquitetura levando em conta os recursos naturais disponíveis, buscando diminuir o consumo energético e, por consequência, os impactos ambientais. Esta concepção é antes de tudo uma interação de elementos climáticos, locais e culturais. A utilização do sol, da chuva, dos ventos e da vegetação ajuda a economizar, conservar ou transformar a energia e reduzir o consumo energético, proporcionando, assim, conforto térmico no ambiente construído e no meio ambiente urbano para satisfazerem as nossas práticas sociais. Na arquitetura bioclimática, é o próprio ambiente construído que atua como mecanismo de controle das variáveis do meio através de sua envoltura (paredes, pisos, coberturas), seu entorno (água, vegetação, sombras, terra) e, ainda, através do aproveitamento dos elementos e fatores do clima para melhor controle do vento e do sol (ROMERO, 2001). Este trabalho procura contribuir com o debate, analisando alguns projetos do renomado arquiteto Hans Broos, analisando plantas, fotografias, diapositivos, croquis e demais materiais gráficos cedidos pelo arquiteto para a Relarq – Rede Latino Americana de Documentação de Arquitetura.

METODOLOGIA

A inserção do Grupo de Pesquisa em História, Cultura e Desenho da Cidade (Cidadhis) na Rede Latino-Americana de Documentação de Arquitetura (Relarq) motivou um esforço de recolhimento e convergência de documentos que se encontravam espalhados em vários arquivos públicos e particulares. Dentro desse contexto, surge a organização do arquivo particular e de estudiosos sobre o trabalho do arquiteto Hans Broos. É da atividade de organização desse arquivo que saem os diapositivos, croquis e fotografias, compilados por Broos na sua incessante atividade de pensar a arquitetura, que alimentam o presente trabalho. Foram analisados três projetos de arquitetura, em diferentes locais e para diferentes finalidades, que levam em consideração as condições bioclimáticas dos meios onde estas obras vão se inserir. Foram analisados projetos de arquitetura residencial, arquitetura religiosa e arquitetura industrial. Além da análise do material gráfico, como plantas, fotografias, diapositivos e croquis desses projetos, foram realizadas visitas in loco com o objetivo de “sentir” e vivenciar esses ambientes. Foram avaliados os mecanismos de controle das variáveis do meio através de suas aberturas (janelas, entrada e saída de ar, iluminação natural), sua envoltura (paredes, pisos, coberturas), seu entorno (água, vegetação, sombras, terra) e, principalmente, através do aproveitamento dos elementos e fatores do clima para melhor conforto ambiental e controle do vento e do sol.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a concepção de uma proposta arquitetônica ou urbanística que satisfaça os critérios de uma arquitetura bioclimática eficiente, é necessário compreender o clima do local. Podemos dizer, então, que os projetos que foram analisados consideraram tanto os fatores climáticos globais e locais geomorfológicos e espaciais, que são o sol, a latitude, a altitude, os ventos, as massas de terra e água, a topografia do local, a vegetação, o solo e o ambiente de implantação desses edifícios, como consideraram também os seus elementos climáticos, como temperatura, umidade do ar, precipitações e movimentações do ar. Com relação ao projeto de arquitetura residencial analisado, este se encontrava numa região tropical de clima quente e úmido. Nessas regiões, ocorrem grandes variações de temperatura diárias e estacionais, a radiação difusa é muito intensa e a umidade do ar, elevada. O projeto buscou, então, o controle da entrada de sol direto para diminuir a temperatura interna da edificação, foi pensado em grandes aberturas cruzadas horizontalmente e verticalmente, com a utilização de aberturas opostas e pé direito duplo na área social, a fachada principal ficou voltada para o Norte, objetivando também a diminuição de absorção de umidade, foi utilizado uma grande cobertura para gerar área de sombreamento e proteger das chuvas, e grande parte do terreno ficou permeável para promover o escoamento rápido das águas da chuva e com grande área de vegetação para se criar um microclima mais favorável. Os critérios para a escolha do terreno foram localização, ventilação, insolação e a topografia do local. A edificação fica na parte mais alta do terreno, com a orientação solar voltada para o Norte, aberta para os ventos e aproveitando a direção do vento predominante para ventilação cruzada quando necessário. A declividade do terreno foi preservada em parte, com a utilização de muros de contenção em diversos níveis diferentes, o que facilita também a permeabilidade e o escoamento das águas. Essa drenagem facilita também a diminuição do índice de vapor de água contido no ar. A edificação, especificamente, é aberta, sombreada e evita a excessiva radiação. A ventilação foi favorecida em todos os ambientes devido à forma do lote, deixando a edificação mais larga do que comprida, aproveitando ao máximo a ventilação. A vista também foi muito privilegiada devido às grandes áreas de sombreamento, que permitiu a utilização de grandes aberturas e espaços de integração. Com relação ao projeto de arquitetura religiosa, havia um grande problema para elaborar um projeto bioclimático desejável devido à necessidade funcional de isolamento em projetos religiosos. O partido arquitetônico privilegiou a iluminação e a ventilação natural, com a entrada de luz através de iluminação zenital indireta por toda a edificação e o favorecimento da movimentação de ar no interior da edificação. Essa ventilação natural foi obtida com aberturas da parte inferior das paredes laterais e com a exaustão na parte superior, favorecendo a entrada de ar fresco na parte inferior e facilitando a saída do ar quente pela parte superior da edificação. Existe ainda uma relação muito interessante do edifício com o espaço urbano. Embora pareça que o edifício negue o espaço

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urbano, por ser uma caixa de concreto flutuante, ele faz justamente o contrário. A igreja é erguida sobre pilotis, liberando o térreo para a ventilação do espaço urbano e cria ali um local de sombreamento para encontro da comunidade local, favorece a ventilação do espaço urbano e permite o aproveitamento do visual da cidade. O aproveitamento do vento para a ventilação urbana nas regiões de clima tropical é de suma importância para o meio urbano e para os pedestres também. Essa “ventilação urbana” cria uma escala microclimática e oferece maior conforto térmico aos pedestres e às edificações, aumentando as perdas de calor por convecção. Com relação ao projeto de arquitetura industrial, o grande diferencial está no controle da radiação direta e difundida pela atmosfera e os raios solares refletidos pelas superfícies do entrono das edificações, como o próprio solo e as paredes das construções vizinhas, o que ocasiona modificações do microclima do entorno delas. O projeto evita a reflexão da radiação com a utilização de fachada com volume irregular, além de utilização de cores pouco reflexivas e de cobertura vegetal que absorve a radiação solar e a utiliza na evaporação que se processa nas folhas, sem elevar a temperatura de suas superfícies e aumentando a umidade do meio. Essa fachada irregular cria pequenos microclimas nas áreas externas e evita a radiação direta nas paredes do edifício. Foram utilizados também brises, quebra-sóis e elementos vazados para evitar a radiação direta e facilitar a ventilação natural. Em vez de construir junto ao edifício antigo, o arquiteto criou uma espécie de jardim interno, entre as edificações, criando assim mais um microclima diferenciado. Os espaços de circulação são abertos e sombreados, permitindo aos trabalhadores diversos visuais distintos, o que num ambiente industrial é muito necessário. O entorno é privilegiado, seja na contemplação da natureza, seja na contemplação e preservação de elementos históricos, além do microclima obtido no local.

CONCLUSÃO

Os três projetos atenderam de maneira satisfatória os critérios analisados, como a utilização de iluminação e ventilação naturais, a utilização de vegetação e elementos arquitetônicos que reduzem a absorção de calor e a entrada direta de raios solares. As três edificações possuem boa iluminação e conforto térmico, sem a necessidade de utilização excessiva de luz artificial nem condicionamento artificial de ar. Além de atenderem de maneira satisfatória os critérios de uma boa arquitetura bioclimática, existe toda uma relação desses edifícios com seu entorno. A partir do Arquivo Hans Broos, é possível entender melhor as propostas do arquiteto para a uma boa arquitetura, funcional e expressiva, que leva em conta os diversos fatores funcionais, estéticos e de conforto ambiental. Broos é de uma geração que vê a arquitetura como uma totalidade e não pequenos problemas isolados. Pensa na valorização do espaço como um todo ao resolver os problemas funcionais e não somente na edificação em si.

AGRADECIMENTOS

Ao Grupo de Pesquisa em História, Cultura e Desenho da Cidade (Cidadhis), da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), onde atualmente participo do projeto de pesquisa “Rede Latino-Americana de Arquivos de Arquitetura e Urbanismo” (Relarq), que visa à inserção na Rede Latino-Americana de documentação em Arquitetura e Urbanismo. Os arquivos são, como se sabe, uma das

principais fontes da pesquisa histórica. Este projeto tem como objetivo geral a criação da Rede Latino-Americana de Arquivos de Arquitetura e Urbanismo (Relarq) com o desenvolvimento e a implantação de sistemática uniformizada para tratamento, informatização, catalogação, compartilhamento e gerenciamento eletrônico da informação, visando dar acesso público e difundir acervos de arquitetura e do urbanismo das instituições educacionais de nosso continente. Fazem parte deste projeto a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal de Ouro Preto e a Universidade Federal de Alagoas, além da Universidade Federal de Santa Catarina.

REFERÊNCIAS

ACSELRAD, Henri. A Duração das Cidades: Sustentabilidade e Risco nas Políticas Urbanas. Rio de

Janeiro: Ed. DP&A, 2001. BIELSCHOWSKY, Bernardo Brasil. Patrimônio Industrial e Memória Urbana em Blumenau/SC, 2009.

Dissertação (Mestrado em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. CASTELLS, Manuel. A questão urbana. Rio de Janeiro:

Paz e Terra, 1983. CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis:

Editora da UFSC, 1999. DAUFENBACH, Karine. Hans Broos: A Expressividade da Forma, 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura).

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. KOHLSDORF, Maria Elaine. A apreensão da forma da cidade. Brasilia, D.F : Ed. da UnB, 1996.

MASCARÓ, Lucia. Ambiência Urbana. Porto Alegre.:

Sagra D. C. Luzzatto, 1996. ROMERO, Marta. Arquitetura Bioclimática dos Espaços Públicos. Brasília: Editora UnB, 2001.

ROMERO, Marta A. B. Princípios Bioclimáticos para o desenho urbano. São Paulo: Pró-Editores, 2000.

SANTOS, Milton. Pensando o Espaço do homem. São

Paulo: Hucitec, 1982. SILVA, Geovany Jessé A. da. Parque Linear da Prainha, Cuiabá-MT: Uma ruptura de paradigmas na intervenção urbana. Dissertação de Mestrado. Cuiabá:

UFMT, 2007. TURKIENICZ, Benarny. Desenho urbano I. Sao Paulo :

Projeto, 1984. TURKIENICZ, Benarny. Desenho urbano II. Sao paulo :

Projeto, 1984. TURKIENICZ, Benarny. Desenho urbano III. Sao Paulo :

Projeto, 1984. VILLAÇA, Flavio. Espaço Intra-urbano no Brasil. São

Paulo: Ed. FAPESP, 2001.

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SÍNTESE DE DERIVADOS DE METFORMINA VIA MICRO-ONDAS DOMÉSTICO

Henrique Teza Bernardo,1 Adinan Moraes Hendler,1 Marcos Marques da Silva de Paula,1,2 Patrícia de Aguiar Amaral1,3

1 Universidade do Extremo Sul Catarinense

2 Laboratório de Síntese de Complexo Multifuncionais – Lasicom

3 Laboratório de Plantas Medicinais – Laplam

[email protected]

Palavras-Chave: Microondas, Síntese, Diabetes, Metformina.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da indústria farmacêutica ocorre paralelamente ao progresso da medicina. Nas últimas décadas, a pesquisa médica, química, biológica e farmacológica tem sido de tal maneira realçada que este período, mais do que qualquer outra época da história, é conhecido pelo advento de medicamentos novos e mais eficientes. Dos laboratórios às mãos dos médicos, estes frutos da investigação científica têm a finalidade de melhorar a saúde da população. Contudo, a fabricação dessas drogas só se tornou possível graças a uma atividade industrial em que os químicos, farmacêuticos e engenheiros químicos especializados são constantemente desafiados a descobrir mais e melhores medicamentos para o benefício da humanidade. Sínteses empregando métodos tradicionais de aquecimento, como banhos de óleo, areia e mantas de aquecimento, além de lentos, levam à formação de aquecimento localizado em pontos distintos do meio reacional, podendo causar a degradação ou até mesmo a formação de produtos indesejáveis. O uso de forno micro-ondas (MO) revolucionou a síntese orgânica. Reações podem ser realizadas em tempos inferiores aos empregados nos métodos térmicos clássicos. Com isso, a técnica rapidamente ganhou aceitação como uma ferramenta valiosa para acelerar a descoberta de drogas em processos de desenvolvimento. A energia das micro-ondas, em contraste aos métodos tradicionais, é introduzida remotamente e passa através das paredes do reator, levando diretamente ao aquecimento do meio reacional. As unidades de aquecimento por micro-ondas dielétrico direcionam as reações químicas, aproveitando a capacidade de alguns líquidos e sólidos de transformar a radiação eletromagnética em calor. Temperaturas uniformes em toda extensão da reação reduzem a formação de produtos laterais e eventuais degradações. Dentre as doenças que mais estimulam a busca de novos medicamentos encontra-se o diabetes. Ela é uma das dez principais causas de morte nos países ocidentais e, apesar da intensa busca por novas formas terapêuticas, ainda não foi possível controlar de fato suas consequências letais. O DM tipo II (DM2) representa cerca de 90% da população diabética. Nesse tipo de diabetes, o pâncreas ainda mantém alguma capacidade de produção e secreção de insulina. A hiperglicemia de jejum nos pacientes com DM2 pode ser controlada em alguns casos pela dieta alimentar. Contudo, outros pacientes necessitam do uso de insulina suplementar ou de agentes hipoglicemiantes orais. Dentro da classe dos agentes hipoglicemiantes orais, encontra-se o cloridrato de metformina, medicamento mais usado no Brasil e nos Estados Unidos (onde foram prescritos quase 35 milhões de vezes em 2006 como genérico).

Único medicamento pertencente à classe das

biguanidas, é um agente anti-hiperglicêmico oral utilizado

no tratamento do DM2. Este, por sua vez, diminui a produção de glicose hepática e absorção intestinal de glicose, aumentando a sensibilidade periférica à insulina e utilização celular de glicose. A ação periférica do cloridrato de metformina sobre a resistência à insulina está associada com possível ação pós-receptora, independentemente da melhora na ligação da insulina com receptores insulínicos. Pode ser utilizada como monoterapia ou como adjuvante da dieta ou de uma sulfonilureia para reduzir os níveis de glicemia. Melhora a tolerância à glicose ao reduzir tanto a glicose basal quanto a glicose pós-prandial. A biodisponibilidade oral em jejum é de 50% a 60%, e a presença de alimento diminui a extensão de sua absorção. O cloridrato de metformina não produz hipoglicemia em pacientes não diabéticos, uma vez que não estimula a secreção de insulina (exceto em situações especiais) e não provoca hiperinsulinemia. Os efeitos adversos mais frequentes do cloridrato de metformina são os gastrintestinais (cerca de 10% a 30% dos pacientes), como náuseas, diarreia, desconforto abdominal, gosto metálico e anorexia, o último sendo desejável em regimes de emagrecimento. Raramente, há diminuição da absorção da vitamina B12 e ácido fólico, levando a alterações hematológicas. A acidose lática é a complicação mais grave, letal em mais de 50% dos casos. Sua ocorrência é extremamente rara, podendo ser prevenida com o uso de doses adequadas de metformina, sendo a observação criteriosa das contraindicações citadas anteriormente. A busca por novos medicamentos para tratamento do diabetes aliada ao aprimoramento de rotas sintéticas com maior rendimento e em menor tempo tem estimulado diversos grupos de pesquisa. Neste estudo foram empregados dois métodos distintos para a síntese de cloridrato de N,N - Dietilbiguanida (etformina), substância análoga ao cloridrato de metformina, via aquecimento convencional e por radiação micro-ondas. Os produtos foram cromatografados e caracterizados por métodos espectroscópicos.

METODOLOGIA

O cloridrato de dietilamina foi preparado pela passagem de um fluxo de gás clorídrico seco em dietilamina, dissolvida em éter de petróleo seco previamente. O gás clorídrico foi gerado pela reação entre ácido sulfúrico e cloreto de sódio e posteriormente passado em coluna de ácido sulfúrico. Toda a síntese foi efetuada em sistema fechado para evitar umidade e o sistema purgado com argônio durante 20 minutos antes do início da reação. O produto coletado foi filtrado e lavado cinco vezes com cerca de 20 ml de éter de petróleo a pressão reduzida e em atmosfera protetora de ar e seco a 60ºC em estufa a vácuo. Cloridrato de N,N-dietilbiguanida por aquecimento convencional: em tubos capilares fundiram-se misturas equimolares

1 de cloridrato de dietilamina e diciandiamida

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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em diferentes tempos e temperaturas. Os produtos foram solubilizados em etanol e caracterizados por cromatografia de camada delgada (CCD), espectros de infravermelho (FT-IR) e ultravioleta na região do visível (UV-vis). Cloridrato de N,N-dietilbiguanida em forno micro-ondas convencional: em tubos capilares e/ou balão fundiram-se misturas equimolares de cloridrato de dietilamina e diciandiamida. Analogamente às sínteses por aquecimento convencional, empregaram-se diferentes tempos e potências.

A caracterização espectroscópica dos

produtos e intermediário foi efetuada por espectroscopia eletrônica e vibracional, por CCD que também foi empregada para monitorar as reações. As placas de CCD foram reveladas na presença de luz UV (λ = 254 nm e 365 nm) e em câmara de iodo.

2

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A rota sintética empregada permitiu a obtenção do cloridrato de dietilamina com rendimento de 76%. O intervalo do ponto de fusão, situado entre 226ºC e 228ºC foi muito próximo ao descrito na literatura, cujo valor está entre 227ºC e 230ºC. Seu aspecto branco ficou bem definido, assim como sua grande capacidade higroscópica, o que dificultou muito sua obtenção. Foram necessários diversos cuidados na etapa de síntese, e especialmente em relação aos procedimentos empregados na secagem dos solventes e vidrarias. Na forma de hidrocloreto, a dietilamina é altamente higroscópica e, por isso, mínimas quantidades de água no meio reacional podem resultar na protonação do grupamento amina presente na dietilamina. O espectro vibracional do cloridrato de dietilamina sintetizado em nosso laboratório é compatível ao da literatura, não apresentando variações significativas. As principais bandas ativas no FT-IR, características do cloridrato de dietilamina encontradas no espectro foram: IR (KBr, cm,

-

1): 2970 e 2854 (estiramento de CH3), 1458 e 1388

(dobramento de CH2), 794 (dobramento de amina fora do plano). Verificou-se ainda a presença de uma banda larga na faixa de 3400 cm

-1 atribuída ao estiramento ν –OH

ligado a H. Certamente, houve absorção de água durante transporte, manuseio e registro do espectro à amostra (Figura 1).

3

Figura 1 – Espectro de infravermelho do cloridrato de

dietilamina, feita em KBr cm-1

.

Cloridrato de N,N-dietilbiguanida por aquecimento convencional: Misturas equimolares de cloridrato de dietilamina e cianoguanidina foram postas em tubos capilares e, em seguida, mantidas por diferentes tempos em duas temperaturas médias distintas, ou seja, 110ºC e 130ºC. Essas temperaturas foram estabelecidas a partir da temperatura de fusão inicial, que ocorreu entre 90°C e

93°C. Os tempos pré-determinados foram de 5, 15, 30, 60, 90 e 120 minutos após iniciada a fusão. Num teste preliminar, submeteu-se uma amostra à temperatura de 150ºC durante 5 min, sem qualquer indício de degradação das substâncias. As análises de CCD foram efetuadas simultaneamente às sínteses. Os produtos foram solubilizados em etanol absoluto para a aplicação dos spots na placa cromatográfica. A fase móvel utilizada foi o próprio solvente, ou seja, etanol. Juntamente às análises cromatográficas dos produtos, foram analisados os respectivos reagentes de partida. Em comparação a N,N-dietilbiguanida, utilizou-se uma amostra padrão de cloridrato de metformina. Tempos de reação de 90 e 120 minutos à temperatura média de 130°C apresentaram melhores resoluções nos respectivos cromatogramas. A revelação em UV permitiu identificar a presença de diferentes componentes no meio reacional. A N,N-dietilbiguanida, provável produto de reação, apresenta fator de retenção (Rf 0,75) maior que o do cloridrato de metformina (Rf 0,49) quando etanol é usado como eluente. Usando metanol como eluente, verifica-se que o cloridrato de metformina com (Rf 0,91) teve uma migração maior em relação a N,N-dietilbiguanida (Rf 0,59). Isso pode ser explicado em função da maior polaridade do metanol comparado ao etanol. A detecção da formação de produto(s) torna-se cada vez mais difícil à medida que o tempo de reação diminui. O espectro de UV-vis apresenta absorções intensas na região entre 200 e 250 nm, características de transições π → π*. Estudos envolvendo o efeito do pH nas bandas de UV-vis estão em curso. Cloridrato de N,N-dietilbiguanida em forno micro-ondas convencional: foram pesados de modo equimolar o cloridrato de dietilamina e cianoguanidina e solubilizado em etanol para realização da síntese via MO modificado para sistema de refluxo. A mesma massa foi pesada para a síntese em microescala (via capilar) utilizando um MO não modificado, sendo que a mistura não foi solubilizada em etanol. A determinação das potências dos MO objetivou a padronização e monitoramento das sínteses. Testes feitos nos diversos níveis buscaram sempre um melhor aquecimento. Determinou-se assim as potências de 500 W (Nível 10) no MO modificado, e de 500 W (Nível 8) no MO não modificado. Para tempo de 5 minutos após fusão, verificou-se a melhor resolução das placas de CCD. Na Figura 2, observa-se o espectro de infravermelho da síntese proposta (N,N-dietilbiguanida). Com ele é possível avaliar a formação do produto proposto, além de restos de reagentes que não reagiram. Figura 2 – Espectro de infravermelho da N,N-

dietilbiguanida, feita em KBr cm-1

.

5007501000125015001750200022502500275030003250350037504000

1/cm

15

20

25

30

35

40

45

50

55

%T

Cloridrato de dietilamina

5007501000125015001750200022502500275030003250350037504000

1/cm

30

37,5

45

52,5

60

67,5

75

82,5

90

%T

Sintese Final

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CONCLUSÃO

Neste estudo demonstramos que irradiação micro-ondas pode ser uma alternativa para rotas sintéticas de novos fármacos que envolvam compostos orgânicos e/ou solventes polares. Também propomos o uso de capilares para reação por aquecimento convencional e especialmente em forno micro-ondas doméstico sem necessidade de qualquer adaptação. Não encontramos nenhum relato na literatura que descreva síntese em pequena escala usando esta metodologia. Foi possível detectar a formação de N,N-dietilbiguanida em todos os métodos sintéticos empregados.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem aos colaboradores Unesc e CNPq pelo apoio financeiro, e a todas as pessoas que apoiaram e colaboraram para a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS

SHAPIRO, S. L.; PARRINO, V. A.; FREEDMAN, L. J. AM. Chem. Soc., 1959, 81, 3728.

ARMAREGO, W. L. F.; CHAI, C. L. L. Purification of Laboratory Chemicals - 5th ed. 2003, 18-20.

PAVIA, D. L.; LAMPMAN, G. M.; KRIZ, G. S.; VYVYAN J. R. Intrudução à espectroscopia. Gengage learning. 4 ed.

2010, cap. 2.

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O PROCESSO ENSINO–APRENDIZAGEM A PARTIR DA PROPOSTA DIDÁTICA ELKONIN-DAVIDOV NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA

MUNICIPAL DE CRICIÚMA

Elaine Vieira Banhara,1 Ademir Damázio,2 Viviane Raupp Nunes de Araújo,3 Josélia Euzébio da Rosa,4 Ana Lucia Guimara,5 Josiani Barboza Brunelli6

1,2,3,5,6 Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc/ Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma

abordagem histórico-cultural – Gpemahc; Laboratório de Estudos em Educação Matemática. 4 Universidade Federal do Paraná 1

[email protected]

Palavras-Chave: Elkonin-Davidov, Aprendizagem, Pensamento Matemático.

INTRODUÇÃO

O projeto de extensão, que está em andamento, é o resultado de pesquisas desenvolvidas por integrantes do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: uma abordagem histórico-cultural (Gpemahc), relacionadas à proposta didática de Elkonin-Davidov. O objetivo é propor uma sequência didática diferenciada do que se apresenta, atualmente, nos meios escolares referenciada por Davidov (1988) de ensino tradicional. Tal proposta valoriza a inter-relação geometria, álgebra e aritmética associada ao estudo de grandezas contínuas visando à apropriação do conceito de números reais e suas particularidades desde o início da vida escolar. Em continuidade ao que foi e está sendo pesquisado pelo grupo, desenvolvemos o projeto de extensão com uma professora e os alunos de uma turma do 1º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de Criciúma.

METODOLOGIA

É realizado um encontro semanal com a professora que aplica em sala de aula a proposta, juntamente com a bolsista e a orientadora do projeto. Nas reuniões se estuda o livro metodológico e são elaboradas as tarefas que serão desenvolvidas com as crianças. São duas aulas de matemática por semana. As aulas são fotografadas e gravadas para, posteriormente, serem transcritas, e as tarefas que as crianças realizam são escaneadas para futuras análises.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto de extensão parte de pesquisas desenvolvidas pelo Gpemahc levando para a sala de aula, por meio da extensão, uma proposta que sirva de subsídio para a construção do pensamento teórico-matemático. A aplicação da proposta didática do sistema de ensino Elkonin-Davidov teve início no ano letivo de 2011 em uma escola municipal de Criciúma na turma do 1º ano do EF. Partimos do estudo de grandezas contínuas, nas quais as crianças aos poucos foram identificando as manifestações particulares do conceito de número por meio de sequências de figuras geométricas em que se analisam cor, forma, tamanho e posição, em seguida a sequência algébrica com o uso das letras na elaboração de esquemas que representam implicitamente as operações de adição, subtração por meio de grandezas de área, comprimento, volume e massa. Por fim, a sequência aritmética surge como consequência da comparação

entre grandezas, ou seja, conforme a unidade de volume ou de área altera a quantidade de vezes que a altera proporcionalmente o número de vezes que a unidade de medida cabe dentro deles.

CONCLUSÃO

Com a realização do presente projeto, iniciou-se uma nova forma de ver e conceber o ensino da matemática, com base nos pressupostos Davidovianos. Nesse sentido, antes de ter contado direto com o número, a criança analisa as grandezas matemáticas que possibilitam a comparação entre objetos e fenômenos. A contagem surge como resultado desse processo quando uma grandeza é tomada como unidade de medida da outra. Elkonin-Davidov propõem o movimento conceitual de forma discreta, introduzem os conceitos fundamentais das operações de adição e subtração apoiando-se no princípio do caráter objetal (Davidov,1988). Da mesma forma, as crianças reproduzem essa conexão em modelos objetais, gráficos ou símbolos especiais que permitem estudar suas propriedades das grandezas na “forma pura” (por exemplo, as crianças podem representar por letras, símbolos, esquemas...). O número aparece por meio dessa manifestação.

AGRADECIMENTOS

Programa Extensão Unesc. Unidade Acadêmica de Humanidades Ciência e Educação – UNAHCE. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc (SC), Brasil; Fapesc, CNPq e Fumdes/Unesc.

REFERÊNCIAS

DAVIDOV,V. V. Análisis de los princípios didácticos de la

escuela tradicional y posibles princípios de enseñanza em

el futuro próximo. In: SHUARE, Marta. La psicologia

Evolutiva y pedagógia em la URSS. Moscú: Progresso,

1987.p. 143-155.

ГОРБОВET al, Обучениематематике. 1 класс:

Пособиедляучителейначальнойшколы

(СистемаД.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-еида.,

перераб. - М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p.

ДАВЫДОВ, В. В. О. et al. Математика, 1-

Kjiacc.Mockba: Mnpoc - Аргус, 1997. 224p.

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GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CRICIÚMA: PERSPECTIVAS

Mileidi Formaeski Tereza Ferreira,1 Antonio Serafim Pereira2

1,2Universidade do Extremo Sul Catarinense

[email protected]

Palavras-Chave: Gestão, Democracia, Perspectivas.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa foi constituída com base nas perspectivas de gestão democrática presentes nos documentos referentes às políticas e práticas de organização do ensino público municipal da Amrec. Buscamos, por esse trabalho, compreender os princípios que fundamentam a gestão democrática da rede municipal de ensino da região e oferecer subsídios, a partir do conhecimento produzido, para a reflexão crítica do campo da gestão educacional.

METODOLOGIA

Para a realização do estudo, definiram-se como procedimentos metodológicos: constituição de amostra dos municípios conforme população; reunião com os municípios selecionados para apresentação e discussão do projeto de pesquisa; coleta dos documentos disponíveis nas secretarias de educação dos municípios participantes sobre as políticas, diretrizes e orientações de gestão educacional vigentes; análise do material coletado, tendo como referência Bardin (1988), e aprofundamento dos resultados obtidos na análise dos documentos com a equipe gestora das secretarias de Educação (entrevistas).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o momento, realizamos a reunião com os representantes das secretarias de Educação dos municípios constituídos pela amostra: Criciúma, Forquilhinha, Cocal do Sul e Lauro Müller. Destes, se fizeram presentes Criciúma e Forquilhinha, tendo-se obtido apenas a adesão do primeiro. A visita à Secretaria de Educação criciumense já foi realizada. Os documentos coletados foram agrupados conforme as dimensões seguintes: pedagógica, relações, financeira e resultados.

O processo de análise documental terá como referência, entre outros, Da Hora (2010), Marques (2008) e Santos (2002).

CONCLUSÃO

Por meio destes procedimentos, foi possível detectar que a eleição direta para diretores pela comunidade escolar é uma das marcas da gestão democrática do sistema de ensino do município de Criciúma. Se esta conquista estiver sendo executada efetivamente e comprometida com a construção coletiva do projeto pedagógico, pode contribuir para a qualificação do ensino e, consequentemente, para a democratização da educação escolar que aponta para uma possível gestão democrática participativa.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Propex/ Cpae-Unesc/ PIC 170

REFERÊNCIAS

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa:

Edições 70, 1988. DA HORA, Dinair L. Gestão dos sistemas educacionais: modelos e práticas exercidas na Baixada Fluminense. RBPAE, v.26, n. 3, p.365- 581, set./dez., 2010.

MARQUES, Luciana R. Democracia radical e democracia participativa: contribuições teóricas à analise da democracia na educação. Educação & Sociedade.

Campinas, vol. 29, n. 102, p. 55-78, jan./abr. 2008. SANTOS, Boaventura S. Democratizar a democracia: os

caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002

.

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ASPECTOS RELEVANTES AO ZONEAMENTO URBANO EM CRICIÚMA – COM BASE NOS PLANOS DIRETORES ANTERIORES E ATUAL

Lucas Cechinel da Rosa1 1UNESC/Curso de Geografia

[email protected]

Palavras-Chave: Plano Diretor, Criciúma, Zoneamento Urbano.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa visa identificar os primórdios do zoneamento urbano em Criciúma, analisando de forma clara e objetiva como a ferramenta do zoneamento urbano era utilizada, já que a mesma pode ser transformadora e segregadora do espaço urbano, sendo esta segregação um processo em que determinados lugares sofrem transformações mais dinâmicas e funcionais que outros, desenvolvendo atividades de interesse da sociedade, esses lugares tornam-se espaços mais valorizados e segregam-se de outros espaços que se tornam menos privilegiados e muito menos dinâmicos, com isso tendem à desvalorização. Criciúma viveu períodos de transformação urbana excessiva devido a sua forte ligação com atividades econômicas diferenciadas, com isso o zoneamento municipal foi se moldando a cada época vivenciada, sendo que o município de Criciúma já teve três Planos Diretores sancionados, o primeiro na década de 1950, o segundo nos anos de 1970 e o terceiro no fim da década de 1990. A presente pesquisa então tem como objeto principal de estudo o zoneamento urbano de Criciúma em seu contexto histórico.

METODOLOGIA

Esta pesquisa possui em sua realização ações que a classificam como quantitativa, descritiva, exploratória e bibliográfica, tendo como universo de pesquisa o município de Criciúma, localizado no extremo sul de Santa Catarina, a 192 km da capital do Estado, Florianópolis. Para GIL (1996, p.46), “Estas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais se aprofunda no conhecimento da realidade”. A presente pesquisa está focalizada principalmente em estudos bibliográficos das ferramentas de planejamento urbano de Criciúma. O Plano Diretor é norteador do crescimento urbano de um município, sendo o mesmo composto por diversas ferramentas para a tentativa de planejamento urbano, e a ferramenta estudada nesta pesquisa é o zoneamento urbano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro Plano Diretor do município de Criciúma foi sancionado durante a década de 1950, no mandato do prefeito Paulo Preis. Não foi possível obter a descrição física e de composição de leis deste documento, pois o mesmo não foi disponibilizado. O Plano Diretor Urbano de Criciúma de 1973 é um documento de 143 páginas, composto pelas leis nº 947, 948, 949 e 950 de 11 de Abril de 1973, além da lei 1.193 de 19 de Outubro de 1975, leis presentes na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Leis existentes no documento do Plano Diretor

de Criciúma de 1973

Lei nº Data Conteúdo

947 11 de Abril de 1973

Urbanismo

948 949 950 1.193

11 de Abril de 1973

11 de Abril de 1973

11 de Abril de 1973

19 de Outubro de 1975

Loteamentos

Código de obras

Conj. Residenciais para Coop.

Habitacionais Código de Posturas

Fonte: Plano Diretor Urbano de Criciúma, 1973.

O Plano Diretor de Criciúma foi aprovado na gestão do prefeito Algemiro Manique Barreto e do vice, Fidélis Back. O plano é visto como a junção de leis urbanas do município, com isso inclui todas as leis anteriormente citadas. O Plano Diretor de 1973 é definido como: “Um Plano Diretor é, por definição, um instrumento de orientação técnica geral destinado a disciplinar o processo de crescimento de uma cidade. Não pode ser confundido com um projeto. Pelo contrário, pressupõe e orienta a execução de futuros projetos de vias, praças e, em geral, das diversas obras exigidas pelo progresso urbano” (Criciúma, 1973, p. 139). Quanto aos instrumentos do plano como o zoneamento adotam-se critérios como atividades urbanas e densidade populacional. Foram definidas, portanto, cinco tipos de zonas de uso e três níveis de densidade populacional. Segundo (Criciúma, 1973, p. 139), “O controle das densidades se fará através do relacionamento entre área construída admitida e área do terreno”. O documento salienta que as atividades permitidas sofrerão poucas privações, assim valorizando a flexibilidade do uso e reduzindo futuros conflitos. O artigo 15.º estabelece três zonas de densidade, de acordo com as plantas do Plano Diretor.

Tabela 2 – Zonas de densidade do Plano Diretor de

Criciúma de 1973

Tipo de zona Sigla

Zona da alta densidade (ZDA) Zona de média densidade Zona de baixa densidade

(ZDM) (ZDB)

Fonte: Plano Diretor urbano de Criciúma, 1973. O artigo 16.º descreve e classifica as zonas de densidade de acordo com o índice de aproveitamento (relação entre o total das áreas de construção de uma edificação, incluindo pavimentos altos quando existentes, e a área total do terreno) (Criciúma, 1973, p. 5). O zoneamento de uso é definido através dos artigos, 17.º, 18.º e 19.º, sendo

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o artigo 17.º delimitador das zonas de uso do município, o 18.º a classificação de cada uso e o 19.º a permissibilidade de uso de acordo com cada zona estabelecida. O artigo 17.º fragmenta o urbano do município em cinco zonas, sendo elas: Tabela 3 – Zonas de uso e ocupação do solo do Plano

Diretor de Criciúma de 1973

Zonas de uso Usos permissíveis

Centro (ZU1) Avenidas comerciais

Centros locais Zonas residenciais Zonas industriais

(ZU2) (ZU3) (ZU4) (ZU5)

Fonte: Plano Diretor urbano de Criciúma, 1973 O artigo 18.º classifica os usos do solo, sendo oito diferentes classificações, listadas na Tabela 5. Tabela 4 – Classificações de uso do solo do Plano Diretor

de Criciúma de 1973

Zonas de uso Usos permissíveis

(H) (S1)

(S2)

(C1) (C1) (A)

(I1)

(I2)

Habitação Prestação de serviços sem desconforto aos

vizinhos Prestação que possa

gerar desconfortos aos vizinhos

Comércio varejista Comércio Atacadista

Administração Pública, bancos

Atividades fabris, sem desconforto aos vizinhos

Atividades fabris que possam gerar

desconfortos aos vizinhos

Fonte: Plano Diretor urbano de Criciúma, 1973. O Plano Diretor Municipal de Criciúma é um documento sancionado pelo prefeito de Criciúma Paulo Meller, o documento é composto pelas seguintes leis: Lei 3.900/1999 (essa tratando do zoneamento e do uso e ocupação do solo), lei 3.901/1999 (Lei do parcelamento do solo), ambas de 28 de outubro de 1999 e pela lei 2.847 de 1993, lei do código de obras está datada de 27 de Maio. O Plano Diretor do município de Criciúma de 1999 é o plano atual e de vigência no município, atualmente um novo Plano Diretor vem sendo discutido, porém, ainda não obteve aprovação, com isso a repercussão de críticas principalmente pela demora vem sendo alvo da imprensa local e também regional. O capítulo I do Plano Diretor de 1999 é composto por duas seções e três artigos, estes instituem o zoneamento de uso e ocupação do município de Criciúma. Na seção I no artigo 2.° é objetivada a função do Plano Diretor, sendo este artigo composto por cinco parágrafos. Art. 2.° Constituem os objetivos do Plano Diretor: I - Buscar a melhoria da qualidade de vida da população, mediante a reestruturação urbana e rural adequada ao crescimento econômico e demográfico do município; II - Ordenar o espaço físico territorial do município, orientando a expansão dos núcleos urbanos e preservando áreas não apropriadas para usos urbanos;

III – garantir condições adequadas de infraestrutura e equipamentos de uso coletivo, para os terrenos destinados a receber atividades urbanas; IV – Preservar e valorizar o patrimônio cultural e natural do município e proteger o meio ambiente através do controle do uso do solo; V – Explicitar os critérios para que se cumpra a função social da propriedade, especialmente através da regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda, bem como o adequado aproveitamento dos vazios terrenos subutilizados. (Criciúma, 1999, p. 1) A seção II, ainda no capítulo I é composta pelo artigo 3.°, composto por sete parágrafos. Este artigo é responsável por listar as diretrizes do Plano Diretor. No capítulo II, na seção I, os artigos 4.° e 5.° estabelecem a divisão do município em zonas urbana e rural, o artigo 7.° tem a função de subdividir a ocupação e o uso do solo urbano. A Tabela abaixo mostra as zonas de uso e ocupação do solo delimitado no município de Criciúma. Tabela 6 – Relação entre as zonas e o uso do solo

estabelecido pelo do Plano Diretor de Criciúma de 1999.

Nome da zona Sigla

Zona Especial de Preservação 1

Zona Especial de Preservação 2

Zona Residencial 1 Zona Residencial 2 Zona Residencial 3

Zona Mista 1 Zona Mista 2

Zona Central 1 Zona Central 2

Zona Industrial 1 Zona Industrial 2

Zona de Recuperação Urbana 1

Zona de Recuperação Urbana 2

ZEP 1

ZEP 2

ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZM-1 ZM-2 ZC-1 ZC-2 ZI-1 ZI-2

ZRU-1

ZRU-2

Fonte: Plano Diretor de 1999. A seção II do mesmo capítulo classifica os usos urbanos através do artigo 9.°, a tabela abaixo mostra em resumo informações sobre a classificação de usos urbanos. Tabela 7 – Relação entre as zonas e o uso do solo

estabelecido pelo Plano Diretor de Criciúma de 1999.

Nome da zona Sigla

Uso Residencial Comércio e Serviços Geradores de ruídos Estabelecimentos de

Recreação e Lazer Comércio e Serviços Geradores de Tráfego

Pesado Comércio e Serviços

Perigosos Comércio e Serviços

Diversificados

R CSR

ERNL

CSTP

CSP

CSD

Recreacional e Turístico Uso Especial

Indústria 1 Indústria 2 Indústria 3

RT UE I1 I2 I3

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Fonte: Plano Diretor de 1999. A seção III do mesmo capítulo fala do regime urbanístico, segundo o artigo 10.º, o regime urbanístico do município é composto pelos seguintes índices. Tabela 8 – Índices do regime urbanístico estabelecido

pelo Plano Diretor de Criciúma de 1999

Nome do índice Sigla Definição

Índice de aproveitamento

Taxa de ocupação Taxa de infiltração

Afastamento

(IA)

(TO)

(TA)

(A)

É o quociente entre a área máxima construída total

do lote; É a relação entre a projeção horizontal

máxima das edificações sobre o lote e a área total

do lote. É a relação entre a área

livre do lote para infiltração d‟água e a área total do lote (não podendo ter

projeção ou área construída sobre esta

faixa de área). É a distância entre a divisa do lote e o limite externo da área a ser ocupada

pela edificação.

Fonte: Plano Diretor de 1999. No capítulo III, o artigo 37.° estabelece a criação da Codepla, Conselho de Desenvolvimento Urbano, com a finalidade de auxiliar o planejamento no município. Art. 37.º Fica criado o Conselho de Desenvolvimento

Urbano como órgão de cooperação governamental, com a finalidade de auxiliar e assessorar o Poder Executivo no Planejamento, interpretação e julgamento da matéria de sua competência (Criciúma, 1999, p. 31).

CONCLUSÃO

É possível concluir nesta pesquisa que, diante das mudanças econômicas, Criciúma foi sofrendo diversas intervenções visando à organização de seu espaço urbano, tornando-se cada vez mais fragmentada durante o seguimento dos anos. Destaca-se nesta pesquisa a função de planejamento do zoneamento urbano desde o Plano Diretor de 1973, apesar da diferenciação dos moldes de hoje, o Plano Diretor urbano de Criciúma já era visto como um segregador urbano buscando a organização de um espaço já densamente ocupado devido à evolução econômica apresentada pelo município após o boom da exploração do carvão no município. Outros fatores podem ser observados como, por exemplo,

a diferenciação das metodologias usadas para divisão do município em zonas, em 1973, observa-se uma divisão mais tímida e com um menor número de zonas determinadas, enquanto no Plano Diretor de 1999 observa-se uma fragmentação espacial maior, aparecendo aí zonas inéditas e a preocupação com a recuperação ambiental, já que a degradação gerada pela exploração do carvão descontrolada era uma herança ainda viva e marcante no território municipal. O Plano Diretor de 1999 é o atual vigente no município e muito se discute um novo plano, pois conta com entraves políticos, que devem ser os mesmos já discutidos desde 1999, a segregação urbana causada pela especulação imobiliária, processo caracterizado pela valorização de determinada

zona ou terreno, beneficiando determinados proprietários em detrimento de outros e causada por

intervenções do Estado ou município, é um processo originado na corrente americana de zonificação, uma linha de pensamento que visa principalmente o lucro de determinados proprietários e não a ferramenta como um bem coletivo, pensamento derivado dos alemães. Através de análises dos Planos Diretores anteriores e o atual, constata-se no decorrer dos anos que o município de Criciúma vem sofrendo um processo de fragmentação espacial, tornando-se mais “dividido”, motivado pelas especulações imobiliárias, pelas intervenções do município e por diversas maneiras de ocupação e de uso do solo que possui fato já constatado no seu processo de ocupação territorial.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Universidade do Extremo Sul Catarinense por me permitir usar a biblioteca e seu acervo rico de informações que me proporcionaram a conclusão da pesquisa, agradeço também a Prefeitura de Criciúma que, por meio eletrônico, me disponibilizou informações que ajudaram no decorrer desta pesquisa.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Algemiro Manique; BACK, Fidelis. Plano diretor urbano; lei nº 947 de 11/04/73. Criciúma, SC:

Doação, 1973. 137 p.

CRICIÚMA (SC). Prefeitura Municipal Companhia de Desenvolvimento Econômico e Planejamento Urbano. Leis do plano diretor do município de Criciúma-SC 1999. Criciúma, SC: Prefeitura Municipal de Criciúma,

1999. 39p. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed São Paulo: Ed. Atlas, 1996. 159 p.

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REVISÃO DO ENSINO DA RADIOATIVIDADE NO ENSINO MÉDIO

Fábio Dominguini,¹ Glenda Clemes,¹ Olivier Allain¹ 1

Instituto de Federal de Santa Catarina / Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão / Campus Araranguá 1

[email protected]

Palavras-Chave: Radioatividade, Videoaulas, Ensino.

INTRODUÇÃO

O trabalho apresenta uma revisão bibliográfica do tema radioatividade (conteúdo recomendado nos Parâmetros Curriculares Nacionais) e de seu ensino, como parte inicial de um projeto de pesquisa que visa à análise do uso de videoaulas como recurso didático alternativo para inserção de tópicos de física moderna e contemporânea (FMC), tais como radioatividade. Procuramos entender as vantagens e desvantagens deste recurso de ensino usado como aquilo que a teoria da aprendizagem significativa designa por organizador prévio. Este consiste em uma contextualização e preparação para os alunos referente a determinado tema a ser aprendido e pouco conhecido deles. Permite, assim, que, num conhecimento prévio, ancorem-se novos conceitos que virão a ser aprofundados após a exibição do vídeo.

METODOLOGIA

Após uma familiarização com o tema da radioatividade em livros científicos e de divulgação científica, foi feita uma revisão bibliográfica dos métodos utilizados para o ensino desta área da física e da química no Ensino Médio. A bibliografia foi procurada na produção acadêmica, nas principais revistas de ensino de ciências e motores de busca consagrados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta busca por formas alternativas do ensino sobre radioatividade, notou-se uma nítida carência de referências para suprir as necessidades desta área na Educação Básica. As poucas bibliografias que abordam o ensino do tema no Ensino Médio (GRASSI, FERRARI, 2009; EICHLER, JUNGES, DEL PINO, 2005; BARRAGÁN, MORTIMER, LEAL, 2007) costumam tratá-lo de forma meramente suplementar aos outros conteúdos de física, por meio de atividades alternativas e jogos. É consenso para os autores que as pessoas possuem poucas informações sobre o assunto, principalmente pelo fato de a educação não abordar este tópico ou de abordá-lo apenas de maneira superficial. Entre as estratégias de ensino mapeadas aqui, estão o uso de jogos ou quadrinhos e visitas a instituições que apoiam parentes ou vítimas de acidentes nucleares, como o do Césio 137, em Goiânia, no Brasil. Alguns autores evocam, em especial, pouco interesse a priori tanto por parte dos alunos, como dos professores e das instituições em conhecer melhor este tema, com o qual, sem percebermos, lidamos todos os dias. O trabalho de inserção de FMC é, contudo, de grande relevância, se considerarmos a extrema atualidade dos assuntos e a grande aplicação no mundo contemporâneo destes conhecimentos (como ilustrado nas figuras 1, 2 e 3).

Figura 1: Celular

Fonte: Ian Hooton/Science Photo Library

Figura 2: Radioterapia

Fonte: Health Protection Agency/Science Photo Library

Figura 3: Usina Nuclear

Fonte: Dr Jeremy Burgess/Science Photo Library

CONCLUSÃO

Notamos, ao longo desta parte inicial da pesquisa, enfáticos relatos sobre a desconfiança das pessoas em relação à radioatividade, devido ao medo que acompanha este conceito, o que faz com que fiquem desconhecidos os benefícios do uso dessa fonte energética. Boa parte do sucesso dos trabalhos pedagógicos narrados na literatura que utilizam a radioatividade como tema suplementar se deu por terem despertado o interesse de alunos e professores em buscar o conhecimento que a princípio não era motivador, mesmo sendo um tópico de pouca abordagem no vestibular. A criação de aulas diferenciadas que mostram os pontos positivos e negativos de temas atuais promove uma aprendizagem notável em que parte do medo dá lugar a conceitos mais novos ou mais amplos e complexos.

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Federal de Santa Catarina pelo financiamento desta pesquisa.

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REFERÊNCIAS

GRASSI, Giovanni; FERRARI, Paulo Celso. A linguagem dos quadrinhos no estudo da radioatividade no ensino médio: O acidente com o Césio-137 em Goiânia, 20 anos depois. Anais do XVIII Simpósio

Nacional de Ensino de Física – SNEF 2009 – Vitória, ES, 2009. Disponível em: <http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xviii/>. Acesso em: 15 de setembro de 2011. EICHLER, Marcelo Leandro; JUNGES, Fernando; DEL PINO, José Claudio. O papel do jogo no ensino de

radioatividade: os softwares Urânio-235 e Cidade do Átomo. Revista Novas Tecnologias na Educação,

CINTED-UFRGS, v. 3, n. 1, maio, 2005. Disponível em: < http://www.iq.ufrgs.br/aeq/producao/delpino/Novas_Tec.pdf >. Acesso em: 11 de setembro de 2011. BARRAGÁN, Patrícia; MORTIMER, Eduardo F.; LEAL, Alexandre. Avaliação preliminar sobre o conceito de radiação e algumas de suas tecnologias. Ano 2007.

Disponível em <http://www.fae.ufmg.br/abrapec/viempec/viempec/CR2/p1090.pdf> Acesso em: 11 de setembro de 2011.

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O CONCEITO DE IMAGINÉTICO DESENVOLVIDO NAS EPISTEMES PEDAGÓGICAS COMO MOVIMENTO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO

Jéferson Luis de Azeredo1 1Unesc.

[email protected]

Palavras-Chave: Imaginético, Ciência, Movimento, Paradigma, Educação.

INTRODUÇÃO

Conceitua-se neste trabalho a produção do conhecimento científico, partindo-se da ideia de imaginético como um conceito necessário ao próprio pensamento científico. Dentre outras questões engendradas, discutem-se os pressupostos epistemológicos a partir dos autores Gaston Bachelard e Frederich Nietzsche, retomando algumas de suas principais ideias, como as questões: O que é Ciência? O que capacita os homens a pensar cientificamente? O que é necessário ao movimento e mudanças científicos? E, por fim, qual a função da imaginação nos processos cognoscentes? Assim, as discussões bachelardianas e nietzschianas aqui, se referem principalmente à questão: o que é, e como se faz ciência? Refletindo essas questões, podemos relacionar as ações teórico-metodológicas das práticas pedagógicas docentes. O objetivo consiste na análise do conceito imaginação/imaginético e sua efetivação na educação. Justifica-se tal reflexão pelo próprio discurso que se estabelece nas escolas e na sociedade enquanto produtoras e/ou preparadoras de sujeitos capazes de pensar/produzir cientificamente.

METODOLOGIA

Este trabalho de pesquisa, parte da leitura e análise das obras de Bachelard e Nietzsche. Analisa-se a estruturação da ciência enquanto pensamento válido e efetivo nos processos educacionais, entretanto, não se parte de uma pesquisa de campo, não se analisam aqui livros didáticos ou práticas em salas, apenas o conceito desenvolvido pelos autores, que poderão, na continuação da pesquisa, ser analisados no cotidiano escolar em diversas práticas. Assim, foi necessário desenvolver uma organização conceitual em que se evidenciaram, para a produção do conhecimento, os conceitos de imaginação (imaginética) e desacomodação, dando destaque neste trabalho respectivamente ao primeiro conceito citado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para Gaston Bachelard, o pensamento tem uma história descontinua e com obstáculos. Nesta descontinuidade, mostra as rupturas que surgem modificando radicalmente a razão vigente a uma nova, capaz de estar aberta a novas verdades através da negação e retificação de seus conceitos, uma razão que só integrada aos processos imaginativos processa a ação de conhecer e avançar. O erro e os obstáculos, entendidos por muitos como negativos ao próprio “progresso”, aparecem como molas propulsoras à desacomodação do pensamento científico. Em Nietzsche, percebem-se igualmente tais concepções, o homem submisso e passivo às mudanças (de saber e agir), só se estabelece enquanto produtor de seu próprio ser quando assume sua consciência e maturidade

intelectuais, a tornar-se assim um “além-do-homem”; detentor dos poderes de mudança, assumindo sua “vontade de potência” (Willer zur Macht). Para ele a

imaginação permite avançar sobre o próprio mundo constituído, possibilitando elementos de mudança e superação que depois devem ser efetivados no real, na vida que se faz.

CONCLUSÃO

O que se estabelece nesta pesquisa, de cunho analítico-conceitual, é o lugar que o conceito imaginética ocupa nos processos do pensamento (cientifico) e, consequentemente, sua relação com o espaço que deve privilegiar este fazer/saber, os espaços escolares. Tanto Bachelard quanto Nietzsche, autores que se diferenciam quanto a seus objetos e conceitos de análise, estão em consonância quanto ao movimento que procura pensar: o desenvolver da ciência. Não há saída ou mudança do comum, do banal, do senso comum, do espírito passivo e submisso, se este não estiver incitado a transgredir com o pronto, e estabelecer uma ruptura não só nas formas de produzir, mas no próprio espaço de produção que é o pensamento. A imaginação requer um novo olhar, para que possa perceber-se como conceito de mudança. Há de se encontrar diversos métodos e discursos que podem denegrir e deixar em segundo plano qualquer processo que possibilite a imaginação de se efetivar, entretanto, a mudança só se faz necessária quando uma nova perspectiva é pensada. Nos espaços escolares, uma prática, quando só histórica e de “apresentação” acabada dos conhecimentos desenvolvidos, diminui a possibilidade de se estabelecer imaginação e ruptura; a história é um modo importante de aprender inúmeros “produtos” do homem, mas não se pode fechar-se nela ou viver só dela (NIETZSCHE, 2001).

REFERÊNCIAS

BACHELARD, Gaston. A Formação do espírito científico. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro:

Contraponto, 1996. BARBOSA, Elyane e BULÇÃO, Marly. Bachelard:

pedagogia da razão e pedagogia da imaginação. Petrópolis, Rio de Janeiro; Ed. Vozes, 2004 NIETZSCHE, Friedrich W. A gaia ciência. Tradução de

Paulo C. de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. ______. Humano, demasiado Humano. Tradução de Paulo César Souza, São Paulo, Companhia das Letras, 2001.

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FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA: (DES)CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA NOS CÓDIGOS DE 1890 E 1940

Jéferson Luiz Azeredo,¹ Jhonata Goulart Serafim² ¹ Professor de Filosofia no Curso de Direito da Unesc.

² Formado em História e graduando em Direito pela Unesc

[email protected]

Palavras-chave: Negro, Criminalização, História, Direito, Cultura.

INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho consiste, primeiramente, em compreender o desenvolvimento da (des)criminalização da cultura negra, isto no primeiro Código Penal da República Brasileira, e, em seguida, as mudanças empreendidas no Código Penal de 1940. Justifica-se pela falta de pesquisas no âmbito da história do direito sobre o Código Penal de 1890 e suas repercussões, quanto à liberdade de expressão cultural da população negra, em fins do século XIX e XX até a vigência do novo Código Penal em 1940. O principal recorte que se faz neste trabalho é quanto à prática da capoeira, compreendida desde a primeira república até os dias atuais.

METODOLOGIA

Esta pesquisa, de revisão bibliográfica, tem como abordagem a história do direito, em que foi pensada, sobretudo, na ênfase do conceito de cultura da prática da capoeira. Procura-se romper com o formalismo elitista e dogmático, passando a uma reflexão desmistificadora e literária, mais crítica; além do destaque ao uso da interdisciplinaridade, que permite uma análise profunda sobre os elementos influenciadores na constituição do direito, como contextos político, econômico e social. Na revisão bibliográfica, destacam-se os autores José Henrique Pierangeli, Boris Fausto, José Murilo de Carvalho, Gizlene Neder e outros constantes na bibliografia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A principal forma de expressão cultural africana, sem dúvida nenhuma, é a Capoeira, que, para alguns, seria uma brincadeira e, para outros, uma forma de defesa pessoal que sobreviveu às investidas do Estado de exterminá-la de vez ainda em fins do século XIX. A história da Capoeira no Brasil remonta aos primeiros séculos de colonização do Brasil, com a transferência forçada de escravos vindos da África para o Brasil ainda no século XVI e os primeiros registros de escravos capoeiras dão conta de que em sua maioria vinham principalmente de Angola. Para a etimologia, tem-se que o nome Capoeira se deu porque os escravos que praticavam este tipo de luta tinham como principal local as vegetações baixas ou matagais que em linguagem indígena Tupi significava Capoeira. Logo, estes negros que jogavam nos matagais ou nas capoeiras de mato, logo foram identificadas como capoeiras. A capoeira era mais que um simples jogo, era a forma desenvolvida pelos negros para se defenderem, cultural e fisicamente, das atrocidades cometidas por seus donos, haja vista que a única arma utilizada por estes era seu corpo, em contraposição aos vários artifícios usados pelos senhores e donos de escravos. A ideia do conceito de capoeira, para as classes dominantes de fins do último quartel do século XIX foi muito bem exemplificada pelo chefe de

política do Rio de Janeiro em 1878, ao considerar esta uma “doença moral” que proliferava em nossa civilizada cidade, ou seja, era vista como uma forma de levar as pessoas ao ócio, à vadiagem, como se pode perceber “entre linhas” no capítulo XIII do Código Penal de 1890, em que apresentava duas infrações juntas, ou seja, “Vadios e capoeiras”. Nos artigos ipsis verbis, Art. 402. “Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal conhecidos pela denominação capoeiragem; andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumultos ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal: Pena – de prisão cellular por dous a seis mezes. Paragrapho unico. E‟ considerado circumstancia aggravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes, ou cabeças, se imporá a pena em dobro.” Percebe-se que além da capoeira ser criminalizada no art. 402, havia agravantes registrados no parágrafo único do mesmo artigo, onde se lia que a pena do capoeira seria agravada se pertencesse a alguma banda ou “malta”. A malta, no entender dos professores Josivaldo Pires de Oliveira e Luiz Augusto Pinheiro Leal, seria “denominação de grupos de capoeiras que se organizavam em limites geográficos constituindo assim territórios políticos e sociais”. A república combateu os capoeiras, mas o uso de capangas para influenciar o processo eleitoral só fez crescer. Outro motivo dos republicanos para dar fim aos capoeiras, utilizando o instrumento da repressão penal, era acabar com os capangas na política. Além de servirem como capangas, também eram recrutados nas colunas militares ou policiais para captura de outros capoeiras. Assim, a capoeira foi exaustivamente perseguida pela força policial da república, devido a todos estes fatos que giravam em todo da cultura e arte trazidas pelos escravos durante a áurea colonial. Letícia Vidor relata um caso curioso envolvendo um capoeira branco: Dentre os brancos praticantes da capoeira, alguns eram provenientes das camadas mais abastadas da população carioca. É importante notar quando a capoeira é praticada pelos brancos, ela não é vista de forma pejorativa, como se fosse “uma doença moral”, como discorreu o chefe de polícia; mas como um “esporte”. Foi justamente com este caráter de esporte que a capoeira deixou de ser crime para virar, décadas mais adiante, esporte e patrimônio cultural brasileiro. Partindo do ponto de vista jurídico, houve algumas mudanças significativas que re-configuraram o cenário político e a própria visão social do Negro. O código de 1890, em seus artigos 402 a 404, tipificava a prática de capoeiragem como crime, como apresentou na obra: Código Penal Comentado, o doutrinador Affonso Dionysio Gama. Letícia Reis apresenta, em um de seus textos, alguns motivos que levaram o criador do projeto do novo Código (em 1940), Alcântara Machado (professor, doutrinador e escritor paulista), a retirar a capoeira do código repressor. O primeiro deles seria de que o mesmo discurso higienista

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de embranquecimento da população fortemente ligada aos laços africanos, em fins da década de 1930, “propugnando na „ginástica‟ como fator de regeneração e purificação da „raça‟”. Aduziu que, no início do século XX, a capoeira passou a ser vista não mais predominantemente como uma doença moral, mas como um esporte (jogo, ginástica, luta, etc.) decorrente de uma herança mestiça que compreendia algo positivo, originário da identidade nacional brasileira, ou seja, a capoeira era resultado da mistura de raças, tão singular a identidade nacional do Brasil, não sendo mais observada como algo negativo da cultura inferior dos africanos (REIS, p. 10). A capoeira, então, começou, aos poucos, em meados da década de 1930, a ser aceita pelo governo de Getúlio Vargas, mediante a expedição de alvarás policiais de funcionamento em recintos fechados, como academias (LOPES, p. 23). A capoeira passa agora também a ser vista como uma forma cultural, positiva e genuinamente brasileira. Assim, após ser excluído da criminalidade com o Código Penal de 1940, a capoeira passou por um processo de oficialização como uma prática desportiva, da modalidade pugilismo. Então, a luta da capoeira passou a ser uma modalidade da Confederação Brasileira de Pugilismo, passando assim a ser oficialmente reconhecida como um esporte nacional. O mesmo autor ainda contribui para o histórico de oficialização esportiva aduzindo que, em 1953, por força da Deliberação n. 71 do Conselho Nacional de Desportos, expedida pelo governo federal, instituindo normas e regras aos praticantes deste tipo de esporte oficial brasileiro. Outra deliberação como esta ocorreu em 1972, para instituir federações estaduais desta modalidade de esporte. A capoeira ficou como modalidade do pugilismo até 1992, quando então se tornou um esporte independente com a fundação da Confederação Brasileira de Capoeira.

CONCLUSÃO

Sobre a (des)criminalização da capoeira, é importante pensar no disposto sobre a discriminação racial na Constituição “cidadã” de 1988, que vigora nos dias contemporâneos. Expresso no art. 5, caput, que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”, ou seja, a Constituição de 1988 continuou a premissa das demais em não estimular o preconceito de raça apregoado pelo Código Penal de 1890, ao tipificar esta importante cultura negra que era a capoeira. O mesmo diploma legal diz ainda que é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, escrito no art. 4, inciso IV, determinando ainda a Constituição que é dever do Estado promover o bem comum sem preconceitos, como o racial. A intenção do legislador de 1988 foi ainda mais além, reprimindo o racismo ainda no art. 5, XLII, registrando que “prática do

racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”, compreendendo ser o racismo uma prática tão negativa, que inclusive merece rigor repressivo, qual seja, a inafiançabilidade sem ter este prazo prescricional. Além da negação ao racismo, o mesmo diploma legal em seu art. 215 e seguintes fala sobre a responsabilidade do estado em resguardar o patrimônio cultural brasileiro. Na atualidade, a capoeira é mais que uma arte-luta, ela é, nos dizeres de Sérgio Vieira, “uma modalidade aglutinadora de um conjunto de aspectos diferenciados, entre os quais se destacava o canto, a música, a arte, a cultura, a ginástica e a filosofia”, cultura brasileira e altamente complexa. E esta complexidade esportiva é representada atualmente pela CBC (Confederação Brasileira da Capoeira), órgão oficial responsável por regramentos, eventos e competições nacionais e internacionais sobre a capoeira, demonstrando, assim, a força que este esporte detém no cenário esportivo nacional, sendo reconhecida inclusive pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) em 1995. Busca-se, assim, em princípio, uma comparação entre os Códigos Penais de 1890 e 1940, com relação à (des)criminalização da cultura negra, todavia, o tema da criminalização da cultura negra no âmbito do direito é vasto e carente de pesquisas no que tange à abordagem histórica do direito. Outros trabalhos podem surgir focando, por exemplo, a questão da mulher na arte da capoeira, ou então os processos judiciais que envolviam os “capoeiras” e a capoeiragem.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho foi concretizado com apoio do Projeto de Iniciação Científica do Artigo 170, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc – Criciúma/SC).

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Josivaldo P; LEAL, Luiz Augusto P. Capoeira, Identidade e Gênero: Ensaios sobre a história social da

Capoeira no Brasil. Bahia: EDUFBA, 2009. 200p. PIERANGELI, José Henrique. Códigos penais do Brasil: evolução histórica. 2. ed São Paulo: Revista dos

Tribunais, 2001. 752 p. REIS, Letícia Vidor S. A Capoeira: de “Doença Moral” à

“Gymnástica Nacional. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S003483091994000100016&script=sci_arttext>. Acessado em 07 set. 2011. VIEIRA. Sérgio Luiz S. Capoeira – Origem e História. Disponível em: <http://www.capoeira-fica.org/PDF/Capoeira_Origem_Historia.pdf> Acessado

em 07 ago. 2011. WOLKMER, Antônio Carlos. História do direito no Brasil. 3.ed. rev. Rio de Janeiro: Forense, 2002. 170 p.

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CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO FORMAL NO COMBATE À DENGUE

Elisabeth da Silva Veronêz,¹ Maristela Gonçalves Giassi,² Paulo Rômulo de Oliveira

Frota² 1Universidade do Extremo Sul Catarinense

[email protected]

Palavras-Chave: Dengue, Ensino de Ciências, Professores.

INTRODUÇÃO

A dengue é uma doença infecciosa, febril, aguda, causada por um vírus transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Tendo em vista a gravidade da dengue na sociedade , optamos por realizar uma pesquisa sobre o tema, pois se sabe que em Criciúma foram encontrados vários focos de larvas do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Como o Brasil possui clima subtropical, esse fator leva o Aedes aegypti a se desenvolver com extrema

facilidade, gerando, assim, a constante preocupação com esse mosquito, que tem causado tantas mortes ao longo dos anos. Enfrentamos com muita frequência os tipos de dengue clássica e hemorrágica. Como o ciclo da dengue é bastante rápido e semelhante a outras patologias, a atenção tem sido redobrada pelas autoridades e principalmente pela população, motivo pelo qual desenvolvemos este projeto cujo objetivo é: Pesquisar se os professores de ciências trabalham com o tema Dengue nas escolas.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva que está em andamento. Será realizada com professores de ciências de 14 escolas da Rede Púbica Municipal de Criciúma (SC). As questões que norteiam esta pesquisa são: Será que os professores trabalham com o tema Dengue nas escolas? Como a escola pode participar no combate à dengue? Como a educação escolar pode contribuir para a saúde da população? O instrumento de coleta de dados será um questionário com questões abertas e fechadas relacionadas ao conteúdo dengue. Será realizada também observação nos pátios do colégio e no seu entorno para verificar a existência de focos de dengue. Até o momento, foram realizados os seguintes passos: Contato com as escolas, contato com os professores, estudos bibliográficos, elaboração do questionário e marcado com os professores horário para as entrevistas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por se tratar de uma pesquisa em andamento, até o momento não possuímos resultados para discussões.

CONCLUSÃO

Pretendemos ao final deste trabalho alcançar os objetivos propostos. A partir dos dados levantados, estão previstas ações educativas para o combate à dengue. Entendemos que são necessárias parcerias com instituições como

escolas, vigilância sanitária, universidade em ações educativas de caráter social e de saúde para atacarmos problemas sociais como estes, a dengue, que diz respeito à saúde pública. Entendemos que a educação pode fazer este papel para melhorar a qualidade de vida e a saúde da população.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a fonte financiadora CNPq/Unesc, as escolas envolvidas na pesquisa e os professores que se disponibilizaram a responder os questionários.

REFERÊNCIAS

PINHEIRO, F.P., TRAVASSOS DA ROSA A.P.A, FREITAS RB et al. Arboviroses: aspectos clínico-epidemiológicos. In: Instituto Evandro Chagas, 50 anos de contribuição às ciências Biológicas e à Medicina Tropical. Fundação Serviços de Saúde Pública, Rio de

Janeiro, 365-408, 1986.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Doenças Infecciosas e Parasitárias - Aspectos Clínicos, Vigilância Epidemiológica e Medidas de Controle. 2 ed. Brasil. Brasília, 2000.

BRASIL, Ministério da Saúde; Fundação Nacional de Saúde; Centro Nacional de Epidemiologia. Guia de Vigilância Epidemiológica. 3 ed. Brasília: Cenepi,1994.

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ANÁLISE DE RISCO DE UM SISTEMA EMERGENCIAL ELETRO-HIDRÁULICO DE REGULAÇÃO DE VELOCIDADE DE TURBINAS DE CENTRAIS HIDROELÉTRICAS

Rafael R. S. Bravo1

Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Criciúma/ Departamento de Eletroeletrônica/ Mecatrônica. [email protected]

Palavras-chave: Análise De Risco, FTA, Regulador de Velocidade.

INTRODUÇÃO

O Brasil é uma potência mundial em geração de energia elétrica com o emprego de usinas hidroelétricas em razão de possuir a maior bacia hidrográfica do mundo. Segundo o balanço energético nacional realizado pelo Ministério de Minas e Energia no ano de 2008, 73,1% da produção nacional de energia elétrica é obtida através de centrais hidroelétricas. Em uma central hidroelétrica, a energia potencial hidráulica é convertida em energia mecânica, que, por sua vez, é convertida em energia elétrica. Atualmente a energia elétrica consumida é de corrente alternada. A qualidade da energia elétrica gerada depende do controle das grandezas tensão e corrente associadas a uma frequência específica. Diferenças entre as frequências nominal e real devem ser mínimas. Para obtenção de uma frequência constante, faz-se necessário que as máquinas envolvidas na produção de energia elétrica mantenham a rotação constante e sejam capazes de corrigir rápida e precisamente variações de frequência. O regulador de velocidade é o servomecanismo responsável pela manutenção da rotação constante na turbina da central hidroelétrica. O regulador de velocidade (RV) tem a função de controlar a potência hidráulica-água que se converte em potência mecânica a fim de compatibilizar a geração de energia elétrica com a sua demanda e evitar a perda de sincronismo. O regulador de velocidade é constituído pela integração entre sistemas mecânico, hidráulico, elétrico e eletrônico. Falhas no regulador de velocidade fatalmente resultam na perda de continuidade de operação da turbina hidráulica, o que traz, por consequência, a interrupção ou redução da capacidade de geração de energia elétrica e as penalidades e multas impostas pela legislação vigente. Em caso de falha, o regulador de velocidade interrompe a vazão de água (ponto de operação sem carga) através do reposicionamento das pás do distribuidor, as quais controlam a abertura da turbina e, consequentemente, a vazão que chega ao rotor e a geração de energia. Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo diagnosticar os elementos críticos do sistema eletro-hidráulico do regulador de velocidade de uma turbina Francis, cuja falha resulte na impossibilidade de reposicionamento das pás do distribuidor. Falhas desta natureza caracterizam condições de risco, o que força o fechamento do canal de adução e parada completa do sistema.

METODOLOGIA

Para a identificação dos componentes críticos, serão empregadas duas técnicas de análise e de síntese de risco e confiabilidade, a saber: 1. Análise funcional: técnica que permite o desdobramento do processo geral em subsistemas. O desdobramento da função global permite acompanhar os fluxos de energia, material e sinal, e assim verificar o

relacionamento entre os componentes e subsistemas que comporão a função global. 2. Análise da árvore de falhas (FTA): esta técnica principia com a análise de um evento inicial, chamado de evento topo, a partir do qual se identificam os eventos intermediários resultantes da associação lógica das causas básicas ou raízes que geram o evento topo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para identificação dos componentes cuja falha resulte na inoperabilidade do sistema técnico, faz-se necessário representá-lo por meio de um modelo que também permita associar as interfaces e inter-relações existentes entre diferentes subsistemas. A Figura 3 mostra o desdobramento da função global: sistema regulador de velocidade em três subsistemas: o sistema de controle, o sistema eletro-hidráulico e o sistema mecânico, ou seja, o distribuidor, localizado adjacente ao rotor da turbina. A representação do sistema eletro-hidráulico, objeto de estudo do presente trabalho, está mostrada na Figura 4, por meio de um diagrama elaborado conforme norma ISO 1219-2. A FTA mostrada na Figura 1 ilustra as funções básicas que podem acarretar no erro de posicionamento do anel distribuidor, o que por sua vez ocasionará variação de vazão através da turbina, na rotação e frequência gerada. Observa-se, no entanto, que em termos de probabilidade, desta lista de funções, alguns itens podem ser excluídos em vista dos sistemas de redundância como, por exemplo, a UPCH e o controlador eletrônico de emergência, e ainda, em função da alta confiabilidade de componentes, como o pressostato 0Z2 e válvulas de comando do acumulador 1Z2. De fato, somente as funções A, B, C, D, E e G exercem influência crítica sobre o posicionamento do anel distribuidor. Em caso de falha de uma destas funções, são previstos componentes de emergência, cujo objetivo é permitir o fechamento do distribuidor, o que é realizado por meio do deslocamento dos atuadores 1A1 e 1A2 (Figura 4). O fechamento do distribuidor possibilita a manutenção do componente danificado sem a necessidade do fechamento do canal de adução. Na condição de falha, a energia hidráulica é provida pela unidade de armazenamento 1Z2. A desenergização da válvula de emergência 1V2 induz à despressurização da linha de pilotagem PA, o que possibilita o deslocamento dos cilindros no sentido de fechamento do distribuidor. A Figura 2 apresenta uma FTA para os elementos eletro-hidráulicos de emergência, os quais são usados na condição de falha dos componentes que afetam diretamente a continuidade de operação do regulador de velocidade.

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Figura 1 – Árvore de falhas para identificação de falhas

do sistema de posicionamento do anel distribuidor.

A B C D E F G H I

OU

Erro de posicionamento

do distribuidor

Figura 2 – Árvore de falhas para identificação de falhas

do sistema emergencial eletro-hidráulico.

Falha no fechamento

do distribuidor

A

OU

Fornecimento de

energia hidráulica

B

H

I J

&

OU

K

Legenda: A. Cilindros hidráulicos B. Válvula de emergência C. Válvula proporcional piloto D. Válvula distribuidora E. Sistema de resfriamento F. Suprimento de energia elétrica G. Sistema de controle eletrônico H. UPCH 1 (unidade de potência e condicionamento

hidráulico) I. UPCH 2 (unidade de emergência)

J. Pressostato de controle de queda de pressão K. Unidade de armazenamento de energia

Em síntese, conforme Figura 2, se houver falha nos atuadores (A), na válvula de emergência (B) ou no suprimento de energia hidráulica haverá parada da turbina com a necessidade emergencial de fechamento do canal de adução e, consequentemente, interrupção de fornecimento de energia elétrica. Estes itens devem ser tratados como prioritários pela organização no sentido de criar condições de evitar ou mitigar as consequências de falha nestes componentes. Como soluções para os problemas diagnosticados, pode-se acrescentar uma segunda válvula de emergência como elemento de redundância e melhorar o monitoramento e o programa de manutenção dos cilindros e do fluido hidráulico. Em relação ao suprimento de energia hidráulica, o sistema já opera com redundância da UPCH e, estatisticamente, as eventuais falhas geradas no acumulador são de baixa probabilidade [1].

CONCLUSÃO

A aplicação das técnicas de análise funcional de árvore de falhas permitiu um rápido direcionamento na identificação das funções que exercem influência direta na continuidade de funcionamento do regulador de velocidade, bem como das funções que são acionadas no caso de falha de um desses elementos. A análise funcional possibilitou uma visualização intuitiva da interação entre subsistemas e, no caso de necessidade de aprofundamento do conhecimento de um sistema técnico em particular, o mesmo pode ser desdobrado e analisado. Com a identificação dos componentes e funções críticas, foram sugeridas ações que resultem na eliminação ou mitigação das consequências geradas por uma falha dos componentes emergenciais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Erick Miguel Portugal Hidalgo. Modelo para diagnose de falhas em regulador de velocidade de turbinas hidráulicas, 2010. Dissertação de mestrado. Escola

Politécnica, Universidade de São Paulo. [2] Acires Dias, Luís Fernando Peres Calil, Emerson Rigoni, André Ogliari, Eduardo Yuji Sakurada, Heitor Azuma Kagueiama. Metodologia para análise de risco. Mitigação de perda de SF6 em disjuntores. Ed. Studios,

Florianópolis, 2011. [3] Kumamoto, Hiromitsu; Henley, Ernest, J. Probabilistic Risk Assessment and Management for Engineers and Scientists. IEEE Press, New York, USA. Second

Edition.1996.

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Figura 3 – Análise funcional do sistema regulador de velocidade.

Regulador de

velocidade de

turbinas

Energia elétrica,

hidráulica

Controle

Energia acústica, vibração,

mecânica, hidráulica

Sinal de monitoramento,

controle

Deslocamento das pás,

água

Sistema de

Controle

Energia elétrica

Monitoramento,

parametrização

e realimentação

Energia elétrica

Controle discreto e

contínuo, ruído

Sistema eletro-

hidráulico

Vibração,

mecânica, térmica

Posição do cilindro, sinais

de monitoramento

Deslocamento das pás

UPCH

Hidráulica

Monitoram.

Elemento de

controle

Térmica, acústica,

vibração, hidráulica

Óleo Atuador

Hidráulico

Armazenamento

de energia

Elétrica, térmica, acústica,

vibração, hidráulica

Óleo

Controle contínuo

Energia térmica,

acústica, vibração,

mecânica, hidráulica

Posição

Deslocamento das pás, óleo

Térmica, acústica,

vibração, hidráulica

Óleo

Controle discreto

Térmica,

hidráulica

Óleo

Transdutor

de posição

LDT

Elétrica

Realimentação

Monitoram.

Água

Distribuidor

Vibração, mecânica

Deslocamento das pás

Resfriamento

do óleo

Elétrica,

hidráulica

Água

água

Figura 4 – Sistema eletro-hidráulico regulador de velocidade.

A

x

B

M M

M

A B

P T

PB PA

A B

P T

A B

P T

1Y1 1Y2

1V1

1V2

1V3

1Y3

1Y4 1Y5

1Y6

0Z20Y1

1A1 1A2

1Z2

1Z1

0V1

0Z3

0P1 0P2

0Z1

1Y81Y7

Armazenamento de energia hidráulica

Resfriamento do óleo

UPCH

Sistema de

filtragem: duplex

Válvulas de

controle

Elementos

de trabalho

Pressão de

trabalho

LDT

P T

A

P

BA

Identificação dos componentes da Figura 4:

1A1, 1A2: servomotor ou atuadores lineares

1V1: Válvula proporcional piloto

1V2: Válvula de emergência

1V3: Válvula distribuidora

1Z1: Unidade de filtragem

1Z2: Unidade de armazenamento de energia hidráulica

0V1: Válvula de alívio

0Z1: Reservatório e sensores de monitoramento da UPCH

0Z2: Pressostato de ativação da UPCH de emergência

0Z3: Sistema de resfriamento do óleo

0P1: UPCH principal

0P2: UPCH de emergência

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A PRÁTICA NA SALA DE AULA: IDENTIFICANDO A PRESENÇA DE PROTEÍNAS NOS ALIMENTOS

Luciane de Oliveira Silva,1 Maristela Gonçalves Giassi,2 Miriam da Conceição Martins,3 Paulo Rômulo de Oliveira Frota4

1,2,3,4Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc

[email protected]

Palavras-Chave: Prática de Ensino, Experimentos, Proteína.

INTRODUÇÃO

A atividade física é reconhecida como fator essencial para se manter uma boa saúde. Nossos músculos são constituídos estruturalmente por proteínas, como a actina e a miosina que auxiliam na contração muscular. As proteínas são os componentes químicos mais importantes do ponto de vista estrutural, pois estão presentes em todas as partes da célula. São encontradas nos alimentos e constituídas por 20 aminoácidos diferentes, porém, sua quantidade e frequência podem variar dependendo do tipo de proteína. Além de proporcionar maior interação e participação dos alunos durante as aulas de biologia, o objetivo desta pesquisa foi destacar a importância vital das proteínas para os seres vivos e sua presença e ausência em certos alimentos como fígado de boi, amido de milho e ovo.

METODOLOGIA

O presente trabalho envolveu 22 alunos, do 1º ano do Ensino Médio da E.E.B. Walter Holthausen – Lauro Müller (SC), com faixa etária entre 14 e 16 anos, durante as aulas de biologia. Por meio de pesquisas bibliográficas, foram realizadas aproximadamente cinco aulas em que foram trabalhadas a definição e as características das proteínas. Na aula prática, os alunos, primeiramente, escreveram as iniciais dos alimentos que seriam analisados nos respectivos tubos de ensaio. Depois, foram acrescentados 3ml de água destilada com uma pequena porção de cada alimento selecionado. Em seguida, foram adicionadas cinco gotas de solução de sulfato de cobre a 0,5% e cinco gotas de hidróxido de sódio para observar os resultados da coloração final dessa mistura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O papel das proteínas e dos aminoácidos está diretamente relacionado ao controle de todo o metabolismo realizado em nossas células. Dessa forma, sua função vai além da constituição estrutural, ou seja, sendo responsável pela reposição de material celular como enzimas, para a ativação de reações químicas corporais; e na produção de anticorpos, fortalecendo o sistema imunológico, defendendo o organismo das invasões de agentes externos. As soluções de sulfato de cobre e hidróxido de sódio serviram como indicadores da

presença de proteínas. Dessa forma, constatou-se que o fígado é um alimento rico em proteínas, pois apresentou coloração mais escura (violeta), seguido pela gelatina em pó e da clara de ovo. Dos alimentos analisados, somente a maisena apresentou resultado negativo, com a coloração azul claro.

CONCLUSÃO

O presente trabalho possibilitou maior compreensão sobre o conteúdo estudado na aula de biologia. Assim, concluiu-se que, ao adotar metodologias que priorizem a prática como forma auxiliadora na construção da aprendizagem, os alunos passam a ter maior interesse e participação durante as aulas. Por meio dessa atividade prática, os alunos envolvidos puderam perceber a presença ou ausência de proteínas em certos alimentos, como fígado, ovo e amido de milho. Verificou-se, assim, que o fígado é um dos alimentos mais ricos em proteínas. Uma das razões é que o fígado é um órgão que atua como uma glândula do corpo humano. Funciona tanto como glândula exócrina, liberando secreções num sistema de canais para a superfície externa, como glândula endócrina, já que libera substâncias no sangue ou nos vasos linfáticos.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a escola que nos proporcionou realizar o presente trabalho no seu espaço escolar, e os alunos, que se envolveram com muito entusiasmo nas atividades realizadas na busca de respostas para a pesquisa.

REFERÊNCIAS

LINHARES, Sérgio. GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia: volume único. São Paulo: Ática, 2005;

MORAES, Roque. Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio: Currículos em processo permanente de superação. In: MORAES, Roque; MANCUSO, Ronaldo. (Orgs). Educação em Ciências: produção de currículos e

formação de professores. Ijuí: Unijuí; 2004. p. 15-41; MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de Aprendizagem.

E.P.U. São Paulo, 1999; TAPIA, Jesus Alonso; FITA, Enrique Caturla. Motivação em sala de aula. Editora: Loyola: SP, 1999.

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A UNIÃO DOS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS DE CRICIÚMA E AS BANDEIRAS DEFENDIDAS PELO MOVIMENTO ESTUDANTIL DE 1959 A 1968 NA CIDADE

Marli Paulina Vitali¹ 1Mestranda em Educação

2PPGE – Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)

[email protected]

Palavras-Chave: Movimento Estudantil, Democracia, Educação, Regime Militar.

INTRODUÇÃO

A educação reflete as características de uma sociedade. Criciúma, nos anos de 1950, despontava como uma das principais cidades de Santa Catarina. Possuía fatores que impulsionavam seu desenvolvimento. Um deles era a extração do carvão. A indústria carbonífera, que emergia das entranhas da terra desde o início do século XX, era o principal setor econômico da cidade. Se no setor industrial a cidade avançava, no campo da educação apresentava lentidão no crescimento. Nos anos de 1950, o município vivenciava a força do movimento sindical. Discussões acaloradas eram comuns nas reuniões entre mineiros e donos de minas, a principal força econômica da época. Novos conflitos, falas ríspidas e discussões que pleiteavam mudanças no relacionamento entre patrões e trabalhadores. A efervescência social também trazia resultados no campo político. Os jovens estudantes criciumenses cresceram em meio às discussões acaloradas e aos debates políticos. Inicialmente estavam organizados em Grêmios Estudantis (GE). Em suas escolas, os estudantes começavam a se reunir para obter conquistas e participar de ações conjuntas. Os grupos estavam organizados em seu contexto, mas de maneira individual. Em 1959, surgiu uma entidade que uniria os estudantes secundaristas, a União dos Estudantes Secundários de Criciúma (Uesc). O pesquisador tem que estar atento ao tema proposta, mas também observar detalhes que poderão ser anexados e dar mais consistência ao estudo. Uma história rica, mas ainda pouco analisada. Assim pode ser analisada a atuação da União dos Estudantes Secundários de Criciúma. Há muito que ser observado nos anos de trabalho da entidade, sua referência dentro do movimento estudantil e também na formação de jovens líderes. Na pesquisa científica, é fundamental ter em mente o objeto de estudo, sabendo que não se chegará a uma questão conclusiva e definitiva. Demo (2005) ressalta que “pesquisa não é um ato isolado, intermitente, especial, mas atitude processual de investigação diante do desconhecido e dos limites que a natureza e a sociedade impõem”.

METODOLOGIA

Dentro das ciências sociais, um método de abordagem utilizado é a pesquisa qualitativa, e serve para que o pesquisador possa compreender o fenômeno segundo a perspectiva dos participantes da situação pesquisada, e

possa, dessa forma, fazer a sua interpretação (NEVES, 1996). Na pesquisa qualitativa, a preocupação do pesquisador não é com a representatividade de um grupo pesquisado, mas com o aprofundamento desse grupo, sua história, organização e trajetória (GOLDENBERG, 1997). O presente estudo, na forma de pesquisa qualitativa, analisará os sujeitos envolvidos diretamente com a Uesc. Os líderes jovens da época que surgiram e que comandaram a instituição. Esses sujeitos estarão presentes na análise trazendo suas contribuições para a pesquisa. Entende-se aí o uso da história oral como forma de reconstruir traços da história. É importante ter consciência de que essas fontes de pesquisa selecionarão trechos daquilo que lhes interessa recordar, devendo o pesquisador encontrar maneiras para que os fatos sejam lembrados de forma mais consistente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa não está concluída. Ainda está em fase de levantamento de dados, entrevistas e consulta a material bibliográfico.

CONCLUSÃO

A produção científica segue na fase inicial de trabalho. Pelo que se pode apurar previamente, a União dos Estudantes Secundários de Criciúma (Uesc) atuou por quase uma década em defesa de interesses dos estudantes da cidade. Os dados conclusivos servirão para compreender um pouco mais sobre o trabalho que foi realizado.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos iniciais à professora doutora Giani Rabelo, que orienta o presente trabalho de pesquisa.

REFERÊNCIAS

DEMO, Pedro. Pesquisa: Princípio científico e educativo. Cortez. 11 ed – São Paulo, 2005.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de

Janeiro: Record, 1997. NEVES, José Liz. Pesquisa Qualitativa – características, usos e possibilidades. Cadernos de Pesquisa em Administração. V. 1. São Paulo, 1996.

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PROCESSO EDUCACIONAL NA ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DE SANTA CATARINA: MULHERES POLICIAIS E RELAÇÕES DE GÊNERO

Maria Aparecida Casagrande1

Universidade do Extremo Sul Catarinense/ Mestrado em Educação [email protected]

Palavras-Chave: Academia de Polícia Civil. Mulheres. Gênero.

INTRODUÇÃO

O presente estudo pretende analisar, numa perspectiva histórica, a inserção das mulheres na Academia de Polícia Civil de Santa Catarina – Acadepol/SC, na primeira década de seu funcionamento (1964–1974). Pretende-se identificar as mulheres que frequentaram os cursos de formação no referido período, a fim de problematizar seu processo de formação, à luz das relações de gênero. Com tal finalidade, o estudo será norteado pelas seguintes questões: Quando ocorreu o ingresso das primeiras mulheres na Acadepol/SC? O que levou essas mulheres a optar pela carreira policial? Houve mudanças nas perspectivas das policiais em relação à profissão durante a carreira? Como as alunas–policiais vivenciaram as relações de gênero dentro do curso de formação com seus colegas e professores? O que era ensinado e se havia conteúdos diferenciados para homens e mulheres? Como se deu a trajetória profissional das alunas num ambiente tradicionalmente masculino?

METODOLOGIA

Este estudo ocorrerá dentro de uma abordagem qualitativa. A História Oral será a principal metodologia para coleta de dados, pois permitirá ouvir as mulheres que participaram dos cursos de formação profissional na primeira década de funcionamento da Acadepol/SC. Os sujeitos, mulheres policiais, serão entrevistados, as entrevistas serão transcritas e devolvidas, a fim de que as participantes autorizem seus depoimentos por meio de um Termo de Consentimento Informado. Após a transcrição, serão realizadas a transcriação e a tematização, com o objetivo de cercar as categorias estabelecidas para o trabalho de análise. Para a coleta de dados, uma pesquisa documental também será realizada, pela qual serão coletados documentos oficiais da Acadepol/SC, fotografias, recortes de jornais, bem como outros documentos que forem cedidos pelas entrevistadas. A seleção das entrevistadas ocorrerá por meio de documentos oficiais da Acadepol/SC.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa em tela está sendo desenvolvida concomitantemente com as disciplinas obrigatórias e optativas no curso de Mestrado em Educação – Unesc (SC). Até o momento, foram efetuados levantamento nos documentos oficiais, buscando dados referentes aos cursos de formação policial realizados na Academia de

Polícia Civil/SC, no período de 1964 a 1974. Por meio do setor de Recursos Humanos da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina foi possível o acesso à lista de mulheres policiais que ingressaram na Polícia Civil na época a ser pesquisada, as quais, após estabelecimento de alguns critérios de seleção, serão entrevistadas e os resultados dessas entrevistas serão, posteriormente, analisados e tematizados dentro das categorias estabelecidas.

CONCLUSÃO

A pesquisa encontra-se na fase inicial. Até o presente momento, o objeto a ser estudado e o lócus onde será realizado o estudo foram delimitados. Quanto à organização e estrutura do estudo, a pesquisa será dividida em capítulos e subcapítulos que ainda estão sendo delineados pela pesquisadora e a sua orientadora. Acredita-se que, revisitando as histórias das mulheres que fizeram parte do cenário proposto na pesquisa, ou seja, as mulheres que frequentaram os cursos de formação no período de 1964 a 1974, serão levantados dados significativos que poderão revelar situações estigmatizadas nas relações de gênero. Assim, torna-se primordial para a realização deste estudo conhecer melhor o espaço institucional onde se dá o processo educacional dos profissionais da Polícia Civil catarinense.

AGRADECIMENTOS

Em especial, gostaria de agradecer à orientadora, professora doutora Giani Rabelo, que tem contribuído para indicar os caminhos necessários para a realização da presente pesquisa. Gostaria também de mencionar a Direção da Academia de Polícia Civil/SC, que autorizou o acesso ao arquivo da instituição, onde documentos relevantes para a pesquisa foram encontrados, bem como fotos que auxiliarão na produção do conhecimento histórico proposto pela pesquisa.

REFERÊNCIAS

BAYLEY, David. Nova Polícia. São Paulo: EDUSP, 2001.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. 5ª Ed.

Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. In: Educação e Realidade. V.1, N.1, Porto

Alegre, 1995, p. 71-99.

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DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE VIDROS BACTERICIDAS E FUNGICIDAS CONTENDO ESPÉCIES DE Zn2+ PARA APLICAÇÃO COMO ADITIVO

ANTIMICROBIANO

Magliani P.Fernandes,1 Elton Mendes,2 Camila M. Oliveira,1 Márcio A. Fiori1

¹ Departamento de Engenharia de Materiais e Engenharia Química, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Unesc. 2 Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Ufsc.

[email protected]

Palavras-Chave: Troca Iônica, Vidro Biocida.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento e a aplicação de materiais com ação antimicrobiana têm se mostrado uma forma eficiente para a redução de riscos oferecidos à vida humana pela ação de fungos, bactérias e outros patógenos. Sabe-se que, através do efeito oligodinâmico – efeito tóxico dos íons metálicos sobre diversos micro-organismos, mesmo em concentrações relativamente baixas – alguns metais promovem a morte de micro-organismos e impedem a proliferação dos mesmos. Em particular, a incorporação de íons de zinco concede aos materiais alta propriedade bactericida e fungicida, com efeitos proporcionais à concentração de íons. Empregando o processo de troca iônica entre íons de sódio, presentes em materiais vítreos, e íons zinco, poderá ser desenvolvido um material vítreo em pó com propriedades bactericidas e fungicidas para uso em inúmeros produtos. No desenvolvimento de um aditivo biocida de base vítrea é de extrema importância a avaliação do efeito da concentração de sal fornecedor de íons zinco no meio iônico e do tempo de reação, durante o processo de troca iônica, nas propriedades bactericida e fungicida adquiridas. Conhecer esses efeitos permitirá agregar com maior eficiência a propriedade biocida no pó de vidro e produzir um aditivo com a melhor ação antimicrobiana possível. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da concentração de sulfato de zinco no meio iônico e do tempo de reação na eficiência bactericida e fungicida de aditivos vítreos biocidas produzidos por processo de troca iônica em solução aquosa.

METODOLOGIA

A base utilizada para o desenvolvimento do aditivo biocida foi um pó de vidro, desenvolvido com uma estrutura aberta e alta concentração de sódio para facilitar a difusão de íons zinco em sua estrutura e aumentar a eficiência da reação de troca iônica. O pó de vidro foi submetido à troca iônica em um meio iônico contendo ZnSO4 como fonte de íons zinco e NaNO3 como auxiliar de reação. Nesse processo, o vidro foi imerso em uma solução contendo o meio iônico e mantido sob constante agitação. Após a troca iônica, cada amostra foi lavada em água deionizada por dois dias, para que o sódio residual incorporado na superfície do vidro durante a troca iônica fosse removido. Diferentes quantidades de ZnSO4 no meio iônico (4,00; 11,00; 18,00 g) e diferentes tempos de reação (2,0; 5,0; 8,0 h) foram utilizados no desenvolvimento das amostras e o efeito das ações bactericida e fungicida foram avaliados empregando o método de planejamento experimental fatorial e técnicas de caracterização microbiológica – método disco-difusão com as espécies

de bactéria Escherichia coli e Staphylococcus aureus e a espécie de fungo Candida albicans. O projeto

experimental utilizado foi do tipo fatorial 2k, com dois

fatores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados microbiológicos foram analisados estatisticamente, de acordo com o planejamento experimental. A análise estatística dos resultados mostra que as variações da massa de ZnSO4 utilizada no meio iônico e do tempo de reação, em processos de troca iônica efetuados em solução aquosa, foram significativas para a área do halo de inibição obtida pelo método disco-difusão para as bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus e para o fungo Candida albicans.

CONCLUSÃO

A formação do halo de inibição durante a análise microbiológica comprova a propriedade biocida de íons Zn

2+ e mostra que o uso de ZnSO4 como sal fornecedor

de íons zinco é adequado. Os resultados ainda mostram que o processo de troca iônica pode ser realizado em solução aquosa, sem necessidade de tratamento térmico. Além disso, as propriedades do pó de vidro desenvolvido – porosidade, estrutura e concentração de sódio – possibilitaram um processo de troca iônica com alta eficiência, tornando apropriado o uso do vidro desenvolvido como base para o material antimicrobiano. A análise estatística dos dados mostra que a massa de ZnSO4 utilizada no meio iônico e o tempo de reação são significativos para o desenvolvimento de vidros com propriedades bactericida e fungicida.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Pibic/Unesc

REFERÊNCIAS

[1] FIORI, M. A.; PAULA, M. M. S.; BERNARDIN, A. M.; RIELLA, H. G. e ANGIOLETTO, E. Materials Science and Engineering C (2009), p. 1-5.

[2] CHAKRAVARTI, A.; GANGODAWILA, S.; LONG, M. J.; MORRIS, N. S.; BLACKLOCK, A. R. e STICKLER, D. J. The Journal of Urology 174 (2005), p. 1129-1132.

[3] SILVER, Simon. Bacterial silver resistance: Fems Microbiology Reviews, University Of Illinois - Chigago

USA, p.1-13, 29 abr. 2003.

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AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES RETARDANTES DE CHAMA DE HIDRÓXIDOS DE MAGNÉSIO E ALUMÍNIO COM FIBRA DE VIDRO EM POLIPROPILENO

Juliani Conti Martins,1 Karina Martinello,2 Mariana Borges Polla,3 Magliani Patel Fernandes,4 Lucas Dominguini,5 Márcio Antônio Fiori6

1,2,3,4 Universidade do Extremo Sul Catarinense, Departamento de Engenharia Química

5 Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química

6 Universidade do Extremo Sul Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia dos Materiais

[email protected]

Palavras-Chave: Aditivos, Polipropileno, Compósitos, Retardante de Chama.

INTRODUÇÃO

O processo de combustão sempre ofereceu riscos à saúde e à vida humana. A procura por materiais com estabilidade química durante esse processo ou que sejam capazes de alongar o início do mesmo são objetos de pesquisa na área de ciência e engenharia. Essas investigações são direcionadas à procura de materiais com propriedades retardantes de chamas quando expostos ao risco de incineramento, tornando o ambiente mais seguro contra incêndios. Trabalhos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de obter aditivos para materiais poliméricos, na forma de nanocompostos, como retardantes de chama (LAOUTID et al, 2009, LU; HAMERTON, 2002, ZANG; HORROCKS, 2003). Atualmente, os principais retardantes de chama para materiais poliméricos são produtos aromáticos, halogenados ou compostos de metais pesados. O uso destes aditivos eleva a toxicidade dos produtos formados durante a combustão (ZANG, HORROCKS, 2003). Contudo, a toxicidade desses compostos restringe o uso dos mesmos. Com o intuito de superar esse problema, híbridos orgânicos–inorgânicos vêm sendo utilizados como alternativa (LAOUTID, et al, 2009).

Os hidróxidos são uma opção de aditivo neste caso. Segundo Canaud, Visconde e Nunes (2001, p. 35-40), “o hidróxido de alumínio Al(OH)3 é o agente retardante de chama mais utilizado, e seu consumo corresponde a 50% do volume total de todos os retardantes de chama consumidos no mundo. As principais vantagens apresentadas são o baixo custo e a baixa toxidez, decorrente da não liberação de gases tóxicos ou substâncias corrosivas durante a queima, agindo simultaneamente como retardante de chama e supressor de fumaça”. Outro hidróxido com propriedades semelhantes é o hidróxido de magnésio Mg(OH)2. Segundo Matos (2002, é um resumo), “o hidróxido de magnésio reúne todas as características necessárias para ser utilizado como retardante de chama e pode ser preparado sinteticamente com elevado grau de pureza, em diversas morfologias úteis, dado responder bem a modificações de superfície”. Esses materiais possuem propriedades retardantes de chama por decomporem-se endotermicamente com a liberação de água, em temperaturas próximas daquelas de degradação do material polimérico, conforme reações (1) e (2).

Mg(OH)2 → MgO + H2O (1) 2Al(OH)3 → Al2O3 +3 H2O (2)

O hidróxido de alumínio tem temperatura de decomposição em 300ºC e a do hidróxido de magnésio em 350ºC (IFA, 2011).

O gráfico abaixo demonstra a combustão de um material polimérico. Durante o aquecimento, o polímero passa por um processo de degradação térmica, que pode se confundir com o processo de pirólise. Por esta razão, a temperatura de início de decomposição é mais baixa do que a temperatura de ignição. Figura 1 – Etapas do processo de combustão polimérica

Fonte: De Paoli (2011) A atuação dos retardantes de chamas consiste em interferir quimicamente no mecanismo de propagação da chama. Isso pode ocorrer por duas formas: gerando gases incombustíveis que reduzem o suprimento de O2 ou formando uma camada protetora que diminui a superfície de contato do combustível com o comburente (Figura 2). Figura 2 – Formação de uma camada inibidora de O2

Fonte: De Paoli (2011) Retardantes de chama podem formar uma camada de “carvão” na superfície do plástico. Isso pode ocorrer pela ação de desidratação, gerando ligações duplas no polímero, levando a reticulações na superfície. Tais retardantes podem ser inseridos em materiais poliméricos diversos, entre eles o polipropileno (PP - ponto de amolecimento ≈ 165ºC). Embora seja um termoplástico de grande importância, tem baixíssima resistência à chama (JONNA; LYONS, 2005). Por ter ponto de amolecimento inferior ao ponto de decomposição dos hidróxidos, tais retardantes só apresentam efeito em compósitos com elevadas

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concentrações de hidróxido (acima de 40% em massa), o que acaba exaurindo muitas das propriedades do PP (ZANG; HORROCKS, 2003). Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar a eficácia desses hidróxidos como aditivos retardantes de chama em PP com a adição de fibras de vidro neste compósito. A fibra de vidro caracteriza-se como um material composto por uma aglomeração de finíssimos filamentos de vidro que são altamente flexíveis e não inflamáveis. Assim, tal adição terá por função dificultar o amolecimento do material polimérico, havendo assim tempo para a formação de uma película inibidora de oxigênio, retardando a propagação da chama.

METODOLOGIA

A preparação dos hidróxidos de magnésio e alumínio foi feita por precipitação. Para tal, adicionou-se uma solução diluída de nitrato de magnésio Mg(NO3)2 ou nitrato de alumínio Al(NO3)3 sobre uma solução diluída de NaOH, de forma lenta e em constante agitação, a fim de formar partículas com o menor diâmetro possível. Completada a adição, a solução foi mantida sobre agitação durante duas horas. Posteriormente, a amostra foi deixada em repouso para decantação do sólido formado. Retirou-se o líquido sobrenadante e adicionou-se novamente água a fim de se remover o excesso de hidróxido. O processo foi repetido até se atingir um pH 10,0. O gel formado foi seco em estufa a 80ºC. O sólido formado foi masserado em um moinho tipo periquito. O produto formado foi caracterizado por DRX, no que se refere à estrutura cristalina formada. O pó foi inserido em matriz polimérica na seguinte proporção em massa: 75% de PP, 20% de hidróxido e 5% de fibra de vidro. Os corpos de prova para ensaio de flamabilidade foram preparados em uma injetora do tipo LHS 150-80 HIMACO®. O teste de flamabilidade foi realizado de acordo com a norma americana UL94, conforme modelo esquemático representado na Figura 3. Figura 3 – Teste esquemático para o ensaio de queima

vertical UL 94.

Fonte: Silva (2006)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As figuras 4 e 5 representam os difratogramas de raio X dos hidróxidos de alumínio e magnésio, respectivamente, o que caracteriza a obtenção desse composto. Figura 4 – Difratograma de raio X da amostra de

hidróxido de alumínio.

Figura 5 – Difratograma de raio X da amostra de

hidróxido de magnésio.

Os materiais foram extrusados, para homogeneização, e injetados para produção dos corpos de prova, sendo, na sequência, submetidos ao teste de flamabilidade. Figura 6 – Ensaio de flamabilidade do compósito

formado.

Os resultados obtidos demonstram que hidróxidos de magnésio e alumínio podem ser utilizados como retardantes de chama juntamente com fibra de vidro. Quando se compara a retardância de chama em corpos de prova somente com hidróxidos e corpos de prova com hidróxidos e fibra de vidro, percebe-se uma maior retardância à chama. Contudo, ainda não se atinge a classificação V0, ou seja, composto polimérico que não goteja e extingue a chama.

CONCLUSÃO

Os resultados indicam a possibilidade de uso dos híbridos orgânicos–inorgânicos na formação de compósitos poliméricos com propriedades retardantes de chama. A inserção da fibra de vidro na matriz polimérica ajudou a

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

10 30 50 70

CP

S

Theta-2Theta

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evitar o gotejamento do retardante, permitindo que o mesmo se decomponha e forme óxidos inibidores de oxigênio. Tal retardância foi obtida com uma concentração menor de hidróxidos do que se utiliza atualmente na indústria, o que indica a possibilidade de obtenção de um compósito com propriedades plásticas melhores que as dos materiais obtidos atualmente.

AGRADECIMENTOS

Programa de Iniciação Científica – PIC Artigo 170. Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes).

Ao CNPq.

REFERÊNCIAS

CANAUD, C.; VISCONDE, L.; NUNES, V. Propriedades Mecânicas e de Inflamabilidade de Composições de Borracha EPDM Carregadas com Negro de Fumo e Hidróxido de Alumínio. Polímeros: Ciência e Tecnologia,

vol. 11, nº 1, p. 35-40, 2001. IFA. Institut für Arbeitsschutz der Deutchen Gesetzlichen Unfallversicherung. Database on hazardous substance.

Disponível em: http://gestis-en.itrust.de. Acessado em: 11 de outubro de 2011.

JONNA, S.; LYONS, J. Processing and properties of cryogenically milled postconsumer mixed plastic waste. Polymer Testing. v. 24, p. 428-434, 2005.

LAOUTID, F. et al. New prospects in flame retardant polymer materials: From fundamentals to nanocomposites. Materials Science and Engineering Review. n. 63, 2009, p. 100-125.

LU, Shui-Y; HAMERTON, I. Recent developments in the chemistry of halogen-free flame retardant polymers. Progress in Polymers Science. n. 27, 2002, p. 1661-

1712. MATOS, C.; BARRETO, L.; GIMENEZ, I. Influência da Brucita (Mg(OH)2) preparada a partir da Carnalita (KCl.MgCl2.6H2O) na decomposição térmica de PMMA. Sociedade Brasileira de Química. 2002.

SILVA, V. L. D. da. Comportamento mecânico e de flamabilidade de compósitos de polipropileno reciclado com fibra de coco e hidróxido de alumínio.

Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. Belém, 2006. ZANG, S.; HORROCKS, A. R. A review of flame retardant polypropylene fibres. Progress in Polymers Science. n.

28, 2003, p. 1517-1538.

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SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE UM COMPLEXO DE COBRE (II) COM ÁCIDO SALICÍLICO

Willian Galdino Lunardi,1 Suzana Cimara Batista2 1,2

Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina [email protected]

Palavras-Chave: Complexo, Síntese, Cobre (II).

INTRODUÇÃO

Os compostos de coordenação apresentam um amplo campo de estudos dentro da química inorgânica, como por exemplo: atividade biológica, comportamento magnético, aplicação em medicamentos e como catalisadores. O cobre é o terceiro metal de transição mais abundante no corpo humano e também é um elemento vital para plantas e animais. Este metal é um componente catalítico para muitas enzimas, como: citocromo oxidase, ceruloptasmina, emocianina, entre outras. As propriedades biológicas do cobre estimulam o desenvolvimento de compostos de coordenação contendo ligantes biologicamente ativos, pois drogas administradas na forma de complexos apresentam uma maior atividade em relação às substâncias orgânicas livres. O estudo medicinal do cobre e do agente antiflamatório salicina, um glicosídeo do ácido salicílico, conduziu á formação de complexos com boa atividade antiflamatória e de toxidade gastrointestinal reduzida. A pesquisa realizada inclui a obtenção, caracterização e aplicação do complexo obtido.

METODOLOGIA

Obteve-se o complexo pela reação de 2mmol de acetato de cobre com 4 mmol de ácido salicílico recristalizado. Em seguida, adicionou-se lentamente o sal do metal sobre a solução do ligante em álcool butílico normal a temperatura ambiente. Após ocorreu a precipitação do complexo na forma de microcristais, tendo o mesmo uma tonalidade verde-escuro. A síntese apresentou um rendimento de 34,23%, e o complexo foi caracterizado por espectroscopia UV-vis e espectroscopia de infravermelho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O complexo apresentou solubilidade em água, onde se mediu a condutividade de uma solução 1mmol a temperatura de 19,2ºC, apresentando o resultado de 16,60 uS. O ponto de fusão não foi determinado devido à sensibilidade do ligante que oxida com facilidade quando submetido à temperatura. De acordo com a análise do espectro ultravioleta visível, realizado em uma solução 1mmol de água, o composto apresentou absorbância nos

seguintes comprimentos de onda: = 395, = 686

e = 826 nm. Figura 1 – Espectro ultravioleta visível em água.

Fonte: os autores, 2011.

O espectro de infravermelho do complexo apresentou bandas em 1500 cm

-1 e 1473 cm

-1, correspondendo aos

ass(COO-) e sim(COO-) com ∆ = 27 o que caracteriza a presença do ânion carboxilato ligando ao íon metálico na forma bidentada. Também houve a formação de uma banda em 1386 cm

-1 corresponde a deformação angular

no plano (O-H) e indica o grupo OH do ácido salicílico. Figura 2 – Espectro do infravermelho

Fonte: os autores, 2011

CONCLUSÃO

Neste trabalho foi sintetizado e caracterizado um complexo de cobre (II) cujas muitas propriedades biológicas e químicas são desconhecidas. Os estudos da atividade biológica e catalítica devem ser realizados.

AGRADECIMENTOS

Unisul, Artigo 170.

REFERÊNCIAS

LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. São

Paulo: Edgard Blucher, 1999. 527 p. ISBN 8521201761 SHRIVER, D. F; ATKINS, P. W. Química inorgânica. 4.

Ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. 847 p. ISBN 9788577801992 COTTON, F. A.; WILKINSON, G. Advanced inorganic chemistry. 5th ed. New York: John Wiley & Sons, 1988

0,4

0,6

0,8

1

300 500 700 900

Ab

sorb

ânci

a (A

)

Comprimento de onda (nm)

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INTERRUPÇÃO ESCOLAR: ESTUDO DE CASO NO IF-SC/ CAMPUS SÃO JOSÉ

Maria Luisa Hilleshein de Souza,1 Tatiele Fontella Pompeu2

1IF-SC/Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão – Núcleo Pedagógico/ Campus São José

2IF-SC/ Graduanda do Curso de Ciências Naturais com Habilitação em Química/ Campus São José

¹[email protected]

Palavras-Chave: Interrupção e Evasão Escolar, Ensino Técnico, Permanência e Êxito.

INTRODUÇÃO

A evasão escolar é um fenômeno social complexo, definido como interrupção no ciclo de estudos (GAIOSO, 2005). Dados apontam que tanto as instituições públicas quanto as particulares são afetadas por esse tipo de fenômeno e poucas são as instituições que têm programas que visam reduzir os índices de evasão, pois esse é um tema que geralmente é tratado como natural e normal. No Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), Campus São José, cursos como o Técnico Subsequente apontam altos índices de evasão, sendo assim, se faz necessário criar política de combate à evasão visando a soluções para redução desses índices. Para compreender toda essa evasão, um aspecto muito importante deve ser considerado: os fatores que estão relacionados a essa interrupção escolar. Dessa forma pensamos em um projeto de pesquisa que vise o combate à evasão escolar, tendo por objetivo a elaboração de um diagnóstico, com base nos dados institucionais, para que sejam construídos indicativos das causas da evasão no IF-SC/ Campus São José, para, dessa forma, propor uma política de acompanhamento sistemático da permanência e do êxito dos educandos na escola. O projeto visa mapear os alunos desistentes dos cursos subsequentes do campus São José, sistematizando os motivos da interrupção escolar de cada um deles, para assim contribuir com a permanência dos alunos nos cursos e na Instituição, evitando que novas saídas aconteçam. O projeto tem como principais contribuições: mapear as causas e motivos que levaram nossos alunos a desistir dos cursos; buscar diminuir o índice de evasão na escola; buscar cumprir o plano de metas assinado pelo MEC, Conif e Institutos Federais; divulgar a assistência estudantil aos alunos desistentes, por questões socioeconômicas, na expectativa de que peçam reingresso e oferecer bolsa de pesquisa para alunos da graduação (Licenciatura), visando à permanência destes alunos no curso, garantindo sua formação integral ligada ao ensino, pesquisa e extensão.

METODOLOGIA

Dado início ao projeto de pesquisa, a primeira etapa se deu pela leitura de documentos e de levantamento de dados referentes à evasão na instituição. Essa etapa aconteceu por meio de pesquisa bibliográfica, para teorização da temática, e por pesquisa documental, a partir dos documentos que foram fornecidos pelo IF-SC. A segunda etapa consistiu na análise e organização dos dados levantados, buscando a criação de perfis dos educando evadidos da escola em questão e organizando grupos (por fatores coincidentes) que facilitassem o contato e a entrevista individual. A terceira etapa visou à realização de entrevista individual com os alunos dos cursos subsequente do campus São José que deixam a instituição de forma formalizada (trancando o curso) ou informal (interrompendo o curso sem comunicação à instituição). Dessa forma, realizamos o estudo de caso,

focando a temática escolhida e os alunos que interromperam seus estudos, de forma descritiva e aprofundada, buscando respostas realistas. Na quarta etapa do projeto, que estamos realizando agora, serão realizadas as análises e sistematizações dos dados colhidos, sendo utilizadas tabelas e gráficos para facilitar a apreciação dos resultados obtidos. Finalizando o projeto, será feita a socialização dos resultados com a equipe pedagógica, professores e outros interessados na discussão dos resultados alcançados, por meio de exposição e participação no seminário de pesquisa realizado pelo IF-SC, assim como em outros seminários e eventos de pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados coletados foram retirados de documentos fornecidos pela própria instituição, referentes aos anos de 2008 a 2010. Ao reunir esses dados, podemos identificar o número de alunos matriculados durante o ano, o perfil do aluno, analisar a questão de gênero e observar o número de alunos desistentes, alguns dados pesquisados estão organizados conforme a Tabela 1: Tabela 1 – Referente ao curso de RAC – Refrigeração e

ar condicionado/ Climatização

Os dados mostram um número reduzido de alunos do sexo feminino e, durante a pesquisa, percebemos que 50% das mulheres interromperam seus estudos. No ano de 2008, foram feitas 265 matrículas, onde 23,4% dos alunos desistiram do curso por diferentes motivos. Os dados apontam uma crescente evasão durante o período de 2008 a 2009 e uma pequena redução no ano de 2010 no referido curso. O trabalho ainda está em fase de construção, e a pesquisa dos motivos dessa evasão segue em curso, assim alguns dados ainda não foram elaborados, porém os alunos que desistiram já foram identificados e já entramos em contato com alguns deles a fim de entrevistá-los e conhecer os reais motivos da desistência do curso. Foram obtidas respostas relacionadas à incompatibilidade de horário com trabalho, pois muitos desses educandos realizam atividades profissionais para garantir o sustento da família. Em outros casos, o abandono não acontece, apenas uma mudança de curso e/ou instituição se dá, o que nos leva a refletir sobre o conceito do termo evasão, pois nesses casos o aluno não abandonou os estudos, apenas o interrompeu em nossa instituição. Após o mapeamento desses alunos e do levantamento de todos os dados, serão realizados

Ano

Nº de

matrículas Nº de

Mulheres Matriculadas

Alunos Evadidos

Evasão %

2008 265 8 62 23,4

2009 388 13 133 34,3

2010 362 15 102 28,2

Total =

1015 36 297 29,3

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seminários no IF-SC com o objetivo de divulgar a pesquisa e conscientizar toda a equipe pedagógica, professores e interessados. Dessa forma, será possível indicar políticas que possibilitem melhor qualidade na permanência do aluno, além de diminuir a evasão.

CONCLUSÃO

A partir dos dados levantados, foi possível diagnosticar alguns problemas que os alunos enfrentam, que podem ser estruturados assim: Social: incompatibilidade com os horários de trabalho; Escola: ausência de motivação; Aluno: problemas familiares, desinteresse pelo curso. Com a finalização das entrevistas e sistematizações dos dados, temos resultamos mais concretos e bem definidos para serem apresentados e para ajudar na construção de políticas que garantam o ingresso, a permanência e o êxito dos alunos que optam por estudar no Instituto Federal de Santa Catarina/ Campus São José.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora do projeto: CNPq – Concessão de Bolsista. Agradecemos o incentivo à pesquisa por parte do Instituto Federal de Santa Catarina, que tem possibilitado a inserção da pesquisa de forma mais ampla na Instituição, formando novos pesquisadores.

REFERÊNCIAS

BUENO, J. L. O. A evasão de alunos. Paidéia, FFCLRP -

USP, Ribeirão Preto: 1993. ESTEBAN, M. T. O que sabe quem erra? Reflexões sobre avaliação e fracasso escolar. 3ª edição. Rio de

Janeiro: DP&A, 2002. GAIOSO, N. P. de L. O Fenômeno da evasão escolar na educação superior no Brasil. Brasília: 2005.

Projeto Permanência e Êxito do educando no CEFET/SC. Florianópolis, dezembro de 2006.

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ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA REAÇÃO ENTRE COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO E OS ÓXIDOS DE NITROGÊNIO (NOX) – MODELAGEM SINTÉTICA BIOINORGÂNICA

COM VISTAS AMBIENTAL

Natália Cândido Homem,1 Suzana Cimara Batista2 1,2

Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina [email protected]

Palavras-chave: Composto de Coordenação, Cobre (II), Óxidos de Nitrogênio.

INTRODUÇÃO

A quantidade de gases contaminantes e de partículas lançadas na atmosfera torna preocupante o futuro do ar no planeta. Normalmente, por meio de ciclos naturais, seus constituintes são consumidos ou reciclados. A atmosfera teria, assim, certa capacidade depuradora que, em condições naturais, garantiria a eliminação dos materiais nela descarregados pelos seres vivos. Contudo, o aumento na concentração de compostos considerados prejudiciais desequilibrou esse ciclo natural e fez com que fosse necessário buscar uma maneira de diminuir a emissão destes compostos na atmosfera, assegurando a manutenção da qualidade do ar. Os NOx, óxidos de nitrogênio, são um exemplo desses gases que encontram-se em excesso, estando na atmosfera na forma de óxido nitroso (N2O), óxido nítrico (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2). Uma maior consciência com relação às questões ambientais, que se traduz sob a forma de regulamentações cada vez mais rigorosas, tem direcionado muitas pesquisas para a redução das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx). A interação de compostos de coordenação com os NOx, é uma das apostas dos pesquisadores atuais para a redução dessas emissões. Estudos recentes sobre a química de coordenação caracterizaram e destacaram alguns compostos, como úteis agentes de interceptação de NO.

METODOLOGIA

O composto de coordenação de cobre (II) foi sintetizado a partir de 3mmol de acetato de cobre, solubilizado em álcool 70% e 3 mmol de trietanolamina, solubilizado em metanol. Colocaram-se então ambos sob agitação e aquecimento e deixou-se por alguns minutos para, logo em seguida, realizar a inserção metal no ligante. A solução final foi deixada sob aquecimento por alguns minutos e apresentava coloração azul. Transferiu-se a solução e realizou-se a inserção do NOx por meio de um sistema microgerador de gás, deixando-se borbulhar o gás na solução por alguns minutos, o que fez a solução mudar de coloração, do azul inicial para verde. A síntese precipitou como um pó verde.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A caracterização do composto por espectroscopia de infravermelho foi realizada, como mostra a Figura 1. A

banda em 1386 e 1134 cm-1

correspondem aos a(NO2) e

sim(NO2) caracterizam a presença do ânion NO2 coordenado ao íon metálico. A banda em 874 cm

-1

corresponde à deformação angular no plano (ONO). Figura 1 – Espectroscopia de infravermelho do composto.

Fonte: O autor (2011)

CONCLUSÃO

O composto de coordenação de cobre (II) obtido apresentou-se eficiente para a incorporação de óxido de nitrogênio podendo, portanto, ser utilizado para fins ambientais. Estudos devem ser realizados com respeito das propriedades de absorção no ultravioleta-visível.

AGRADECIMENTOS

Artigo 170 – Unisul – EQM

REFERÊNCIAS

CACHAPA, A.; MEDEROS, A.; GILI, P.; et al. Studies of the interaction between bis(dithiocarbamato)copper(II) complexes with nitric oxide in aqueous solution and biological applications, 2006.

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101

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO CULTURAL E SOCIEDADE NO PENSAMENTO DE THEODOR W. ADORNO

Rosa M. R. Lourenço,1 Alex S. da Silva,² Giselle de Campos Rocha Kulakauskas³ 1 Acadêmica do curso de Pedagogia 3ª fase (Unesc)

² Professor Doutor do curso de Pedagogia e do PPGE (Unesc) ³ Acadêmica do curso de Pedagogia 3ª fase (Unesc)

[email protected]

Palavras-chave: Formação Cultural, Educação, Theodor W. Adorno, Teoria Crítica.

INTRODUÇÃO

A racionalidade da educação se vê cercada, por um lado, pela lógica da produção capitalista e suas consequências e, por outro lado, sofre uma crise de fundamentos. A dispersão da atividade pedagógica vem demonstrando sua fragilidade, tanto na reformulação dos sistemas de ensino, quanto nos seus fundamentos epistêmicos. Desse modo, coloca-se aqui uma questão: Como relacionar a educação com o conceito de formação cultural na perspectiva crítica do pensamento de Theodor W. Adorno? Nesses termos, nos orientamos em algumas considerações de Theodor W. Adorno, que em suas interpretações, entende por que a humanidade, ao invés de realizar seus potenciais emancipatórios, caminhou em direção contrária. O objetivo central desta pesquisa foi investigar, a partir do pensamento de Theodor W. Adorno, a condição da educação no contexto da sociedade, vinculada a uma necessidade de uma experiência crítico-formativa. Pretendeu-se, assim, investigar até que ponto a educação ainda é um recurso fundamental para uma formação cultural crítica dos indivíduos e até onde estão seus limites.

METODOLOGIA

Este projeto tem como ponto básico problematizar a racionalidade da educação contemporânea, a partir de aspectos fundamentais apontados pela teoria crítica da sociedade de Theodor W. Adorno. Isso significa possibilitar a capacidade de abertura da problemática educacional a outros modos de compreender as alterações e desafios da formação contemporânea. A pesquisa se configurou como um estudo teórico, sendo caracterizada como bibliográfica, cuja metodologia foi, essencialmente, leitura de obras de Adorno e de textos selecionados de comentadores. As obras estudadas e resenhadas buscaram evidenciar alguns conceitos de análise, tais como: educação, razão instrumental e formação cultural.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Identificamos nas leituras feitas até que ponto se pode conferir à educação uma experiência crítico-formativa e quais seus limites, particularmente, a partir do momento que identificamos categorias potencialmente pedagógicas encontradas no pensamento do filósofo Theodor W. Adorno. Para Adorno, quando as promessas da modernidade iluminista alijaram-se de seus compromissos de emancipação, a formação cultural (bildung) ficou

prejudicada. No seu entendimento, os elementos do pensamento que buscavam autonomia, desmitologização e emancipação do indivíduo tornaram-se mecanismos de poder e repressão. Assim, a educação, ao invés de proporcionar o desenvolvimento das potencialidades humanas, reproduzira um sujeito tutelado, assujeitado pelos próprios mecanismos repressivos do conhecimento. Assim, é possível pensar a educação como formação cultural se considerarmos que ela tornaria a memória capaz de sistematizar experiências cumulativas do sujeito, o que permitiria uma compreensão da realidade que ultrapasse o mero uso de esquemas conceituais e práticos.

CONCLUSÃO

O projeto se configura em dois momentos centrais: o primeiro foi a delimitação do estudo, a partir da seleção, análise, leitura e resenha dos textos. Tratou-se, portanto, da revisão de literatura a fim de verificar aproximações e distanciamentos quanto ao tema proposto. No segundo momento, confrontou-se esse levantamento com os problemas pedagógicos atuais e a produção acadêmica atualizada. Desse modo, até configurou-se a primeira etapa, sendo que falta efetivar a segunda. Nisso consiste num aprofundamento do tema da pesquisa, de modo a exprimir melhor os resultados da investigação. Dentre eles, podemos destacar a atualidade e o potencial do pensamento do filósofo Theodor W. Adorno para reflexão dos problemas educacionais e a formação cultural na sociedade contemporânea.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Bolsa PIC/170 – Unesc.

REFERÊNCIAS

ADORNO, Theodor. Educação e Emancipação/trad.

Wolfang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar Ed., 1985. PUCCI, Bruno. Anotações sobre teoria e práxis educativa. In: PUCCI, Bruno et al (Orgs). Dialética Negativa, estética e educação. Campinas: Ed.

Alínea, 2007. ZUIN, Antônio Álvaro S. Indústria cultural e educação: o novo canto da sereia. São Paulo:

FAPESP e Autores Associados, 1999.

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A INFLUÊNCIA DA FILTRAÇÃO ADICIONAL EM EXAMES RADIOLÓGICOS NA QUANTIDADE DE KERMA NO AR

Flávio Augusto Penna Soares, Bianca de Freitas,¹ Maria Eduarda Fernandes da Costa²

Instituto Federal de Santa Catarina [email protected]

Palavras-Chave: Filtração, Radiodiagnóstico, Kerma no Ar, Proteção Radiológica.

INTRODUÇÃO

A utilização médica dos raios X é um método de diagnóstico e tratamento há mais de 100 anos. Essa tecnologia, na maioria dos casos, é indispensável no diagnóstico de diversas doenças. Apesar de todas as vantagens que esse método disponibiliza para a área médica, este deve ser utilizado com muito conhecimento e responsabilidade, devido aos riscos dos efeitos biológicos da radiação ionizante nos pacientes. Os efeitos mais comuns são os estocásticos, aqueles que aparecem no decorrer do tempo, sendo muito incomum uma manifestação imediata. Sendo assim, os cuidados com a proteção radiológica devem ser cada vez mais relevantes para os profissionais. O aparelho radiográfico convencional utiliza-se dos raios X para geração de uma imagem com objetivo de diagnóstico médico. A produção dos raios X no aparelho ocorre dentro de um tubo evacuado e consiste no aquecimento de um filamento de tungstênio que, por efeito termiônico, gera uma nuvem de elétrons livres. Esses são atraídos em direção ao anodo, por causa de uma diferença de potencial positiva (ddp), vindo a colidir com um alvo metálico (o próprio anodo), reduzindo sua energia cinética. Essa redução provoca a emissão da diferença de energia sob a forma de ondas eletromagnéticas, os raios X, gerados por radiação de freamento ou por radiação característica (TAHUATA; et al, 2001). Segundo Massami (2005), por ser um método relativamente simples, torna-se barato e acessível, de grande demanda como método auxiliar de diagnóstico. Dessa forma, a grande quantidade de exames realizados torna ainda mais importante a qualificação apropriada dos profissionais das técnicas radiológicas. Os filtros têm como função barrar uma parte dos fótons de baixa energia que, muitas vezes, não contribuem para a melhora da qualidade da imagem, apenas para o borramento da mesma. Muitos estudos já foram desenvolvidos sobre a influência da filtração por meio de ligas de alumínio, na redução da dose de Kerma no ar de exames de radiografia convencional. Para ser um método eficaz, essa filtração não pode atrapalhar a qualidade diagnóstica da imagem processada, nem seu contraste. Sendo assim, a redução da dose de radiação deve ser alcançada ao passo que a qualidade da imagem não seja prejudicada. (GOLÇALVES et al., 2004). Com todas essas constatações, o estudo comparativo entre duas espessuras de filtros de alumínio – a preconizada por lei e a que ainda é utilizada em aparelhos antigos de raios X, torna-se relevante. Na presente pesquisa, foram simulados valores de Kerma no ar, com duas diferentes espessuras de filtro de alumínio, com a intenção de comparar a diferença do valor de Kerma no ar gerada pelos diferentes filtros.

METODOLOGIA

Por meio do software Report 78 Spectrum Processor do Ipem, foram gerados dados a fim de simular diferentes valores de Kerma no ar. Os fatores técnicos utilizados para geração dos feixes foram: tensão (kV), ondulação da tensão e ângulo do anodo. Para esses fatores, foram especificadas duas espessuras de filtração: 1 mm de alumínio, que é a filtração inerente dos aparelhos; e 2,5 mm de alumínio, que é preconizado por lei e consiste na adição de filtros à filtração inerente.Para cada anatomia escolhida, foram determinadas espessuras específicas, para a maior confiabilidade dos resultados. Essas espessuras são simuladas como um filtro adicional no Report 78, permitindo assim comparar o valor de Kerma no ar após a passagem pela anatomia. As anatomias e espessuras escolhidas estão apresentadas na Tabela 1: Tabela 1 – Espessuras e anatomias escolhidas.

Após a determinação da anatomia com suas espessuras específicas, foram escolhidos os valores dos fatores técnicos a serem utilizados. Esses valores são: tensões de 40 kV, 60 kV, 80 kV, 100 kV e 120 kV, todos com ondulação fixa de 0% e ângulo do anodo = 8º. Com a simulação dos dados, foram comparadas as diferenças de Kerma no ar após a anatomia, para feixes de radiação com filtração de 1 mmAl e de 2,5 mmAl.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Primeiramente foram gerados os dados de Kerma do ar antes da anatomia, para que haja uma posterior comparação entre os resultados. O feixe de radiação foi então filtrado com 1 mmAl, primeiramente, e 2,5 mmAl, posteriormente. Os primeiros dados gerados estão dispostos na Tabela 2. TABELA 2 – Valores de Kerma no ar por mAs, a 75 cm

de distância, em diferentes filtrações e antes de incidir na anatomia. Angulo anódico de 8º e ondulação = 0%

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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A partir desses resultados, é possível notar uma diferença nos dados simulados de Kerma no ar, após as diferentes espessuras de filtro. Ao observar os dados, é possível apontar um menor valor de Kerma no ar ao utilizar o filtro de 2,5 mmAl, quando comparado ao filtro de 1 mmAl. Com isso, constata-se que filtração exerce uma forte influência na redução do Kerma, principalmente devido à redução significativa dos fótons de baixa energia. Essa redução está apresentada no Gráfico 1. No Gráfico 2, está apresentando a diferença na quantidade de Kerma no ar, antes de essa radiação incidir na anatomia, ao comparar as duas espessuras de filtro. Gráfico 1 – Gráfico do Espectro, comparando a diferença

da energia média dos fótons, após filtração com duas espessuras e com tensões de 40, 80 e 120 kV.

Gráfico 2 – Diferença de Kerma [uGy] no ar por mAs, a

75 cm de distância, em diferentes filtrações e antes de incidir na anatomia. Angulo anódico de 8º e ondulação = 0%.

CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos, é possível considerar a grande influência da filtração em exames radiológicos. A partir da primeira tabela, onde demonstra os valores de Kerma no ar que incidirão na anatomia, é possível observar a grande diferença nos valores, chegando a uma

redução de 65% de fótons produzidos. Isso significa que mais radiação chegou ao filme ou detector, e essa quantidade de radiação também é um fator de qualidade da imagem, comprovando que técnicas com maior tensão tendem a produzir melhores imagens. Assim, os resultados obtidos por essa pesquisa também têm relevância quando se trata de qualidade da imagem, podendo utilizar os valores obtidos, para discutir os melhores valores de tensão a ser utilizado em cada exame radiográfico. A fim de minimizar os efeitos deletérios da radiação ionizante, qualquer ação de proteção radiológica torna-se indispensável. Os aparelhos de raios X devem ter o filtro de 2,5 mmAl, preconizado pela legislação. Contudo, ainda é possível encontrar em aparelhos antigos e, principalmente, nos aparelhos móveis filtração próximo a 1 mmAl. Esses aparelhos expõem os pacientes a doses desnecessárias de radiação e, muitas vezes, prejudicam a qualidade diagnóstica da imagem, pois não eliminam fótons primários de baixa energia, que contribuem apenas para o borramento da mesma.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos o Instituto Federal de Santa Catarina e o CNPq, que são financiadores da pesquisa. O professor Flávio Augusto Penna Soares, orientador da pesquisa. Os colegas pesquisadores, que auxiliaram em diversas horas na construção desse artigo.

REFERÊNCIAS

MASSAMI,I.; et al.,The clinical Utility of Tomosynthesis in Lung Cancer Diagnosis, Division of Thoracic

Oncology, Nacional Cancer Center Hospital East [online]. 2009, n.1 TORTORA, Gerard J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9. ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1047p SOARES, F. A. P. Produção de raios X em ampolas radiográficas: estudo do tomógrafo computadorizado do

hospital regional de São José/SC. 2006. 102f. Dissertação do Doutorado em Física Experimental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006. ARCHER, B. R. et al. Attenuation properties of diagnostic x-ray shielding materials. Medical Physics, Set, 1994. OLIVEIRA,L. O., KHOURY,H. Influencia do Procedimento Radiográfico na Dose de Entrada na Pele de pacientes em Raios X Pediátricos. Radiologia Brasileira, 2003. MCADAMS HP, SAMEI E, DOBBINS 3rd J, Tourassi GD, Ravin CE. Recent advances in chest radiography.

Radiology 2006 RICKE J, FISCHBACH F, FREUND T, et al. Clinical results of CsI-detector based dual-exposure dual energy in chest radiography. European Radiology 2003

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DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA ANGULAÇÃO ANÓDICA NA PRODUÇÃO DO FEIXE DE RADIAÇÃO X

Flávio Augusto Penna Soares,1 Maria Eduarda Fernandes da Costa,2 Bianca de Freitas3

1,2,3 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina/Departamento Acadêmico de Saúde e

Serviços [email protected]

Palavras-Chave: Raios X, Proteção Radiológica, Ângulo Anódico.

INTRODUÇÃO

A utilização da radiação ionizante na área médica vem sendo utilizada a mais de cem anos. A radiologia convencional é o método mais antigo de aquisição de imagem para fins diagnósticos. Contudo, apesar do avanço científico e tecnológico com o decorrer dos anos, ainda há uma escolha empírica pelos técnicos e tecnólogos das variáveis elétricas que determinam a produção da radiação. O empirismo nessa área não deve ser descartado, pois a experiência dos profissionais está agregada ao método de escolha em função das características de cada paciente. Entretanto, há variáveis que influenciam diretamente na dose entregue ao paciente e, consequentemente, está ligado aos danos biológicos da radiação. Tratando-se de dados, nossa legislação ampara os pacientes, os profissionais e o público em geral em relação à diminuição desses danos. A Portaria 453/98 apresenta três princípios de radioproteção, e entre eles está o da otimização – o uso da dose mínima possível de radiação para realização de imagens com qualidade (BRASIL, 1998). Em alguns serviços de radiodiagnóstico, encontramos mais de uma sala de exames com equipamentos de marcas diferentes, dessa forma as variáveis utilizadas em cada equipamento podem ser diferentes. Isso leva a um empirismo ainda maior, visto que deverão ser selecionados parâmetros diferenciados em cada equipamento. Uma dessas variáveis é o ângulo anódico, inclinação do alvo metálico que produz a radiação, em relação ao plano da mesa. Essa inclinação é responsável pelo chamado efeito anódico, que consiste em atenuar parcialmente o feixe de radiação produzido no sentido longitudinal da mesa de exames, deformando a intensidade de radiação. Isso faz com que a intensidade do feixe seja máxima do lado catódico e reduza até o ânodo. No entanto, esse efeito também gera radiação espalhada, que por envolver fótons de baixa energia – com maior interação com os tecidos – aumenta a probabilidade do efeito biológico da radiação. O presente estudo busca compreender quantitativamente a influência do ângulo nesta deformação do feixe, uma vez que já se sabe qualitativamente que ângulos maiores produzem menor efeito anódico. Para expressar com exatidão, serão elaboradas equações simples que permitam a correlação entre valores de ângulo com valores de Kerma no ar.

METODOLOGIA

O trabalho de pesquisa apresentado é de caráter quantitativo. Para a delimitação dos dados a serem analisados, primeiramente utilizou-se o método de revisão integrativa de dados. Então os dados a serem estudados foram as variáveis elétricas e técnicas. Os dados foram coletados de um software do Ipem (1997), que armazena diferentes valores de energia

média dos fótons, Kerma no ar e camada semirredutora. Esses valores são fornecidos a partir da escolha de tensão, ângulo, ondulação da tensão (ripple), alvo anódico, espessura de filtração e seu material. Foram gerados espectros para todos os possíveis valores de ângulo, que representa uma faixa entre 6 e 16 graus. Para cada valor de ângulo foram selecionados valores permutáveis de tensão em uma faixa de 40 a 120 kVp; e ripple que variou de 0% a 30%. Em todos os espectros, foi utilizado alvo de tungstênio e espessura de 1 mm Al. Com a obtenção desses valores de Kerma no ar e energia média dos fótons, foram montados gráficos para análise do comportamento das relações. Logo foi feita a compilação dos dados para que, por meio de recursos matemáticos, fossem estabelecidas as equações.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a geração dos espectros, os dados foram compilados e organizados de forma que se viabilizasse a análise. Dividimos os dados adquiridos em diferentes grupos, para propiciar o estudo. A primeira etapa foi verificar a diferença da energia média do fóton para cada valor de ângulo fornecido pelo software. Para isso, selecionamos algumas tensões, e elaboramos um gráfico para cada valor estipulado. Todos com a ondulação da tensão fixa em 0%, com filtração de alumínio de 1 mm, e a 750 mm de distância da fonte. A relação pode ser visualizada no Gráfico 1, logo abaixo. Gráfico 1 – Espectro da energia para 75 kVp

Observando a diferença entre as energias, podemos afirmar que quanto maior for o ângulo, maior será a energia na faixa de baixa tensão. E essa faixa de energia não contribui para a formação da imagem, pois a tensão selecionada é referente a uma maior faixa de energia, logo só servirá para aumentar os borrões na imagem e a dose no paciente. Logo a meta foi estabelecer a relação entre o kerma no ar e a tensão de pico, para cada valor de ângulo anódico possível; para tal foi selecionada a opção sem ondulação de tensão, filtração de alumínio de 1 mm de espessura, com uma distância de 750 mm da fonte de radiação. Os dados foram colocados em gráficos a fim de visualizar a

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tendência de comportamento das relações. Desse modo, foi possível determinar uma linha de tendência e, a partir dela, desenvolver a relação matemática adequada, como podemos observar no Gráfico 2. Gráfico 2 – Kerma versus tensão

Com o gráfico que relaciona o Kerma no ar e a tensão de pico, podemos observar que a dose no paciente vai aumentar conforme o aumento do ângulo anódico; e esse aumento será mais significativo com tensões de pico maiores. E a partir da verificação da linha de tendência das curvas acima (Gráfico 2), encontramos equações que formaram curvas muito similares à formada pelos valores reais. As equações, para 0% de ripple, estão dispostas abaixo, conforme o ângulo.

K6(V) = 164,3 ln (V) – 519,9

K8 (V) = 201,3 ln (V) – 646,9

K10(V) = 235,6 ln (V) – 763,2

K12(V) = 266,5 ln (V) – 869,3

K14(V) = 294,9 ln (V) – 968,0

K16(V) = 321,5 ln (V) – 1060

Onde: Kx(V) = KERMA no ar [μGy/mAs] V = tensão de pico [kVp]

Observando as equações, visualizamos que a relação entre as variáveis Kerma no ar e tensão de pico é logarítmica, o que confere com as curvas de comportamento do Gráfico 2.

CONCLUSÃO

Com a análise das equações encontradas, é possível estabelecer uma relação na qual o ângulo pode ser acrescido como variável, na própria relação matemática. Isso trará como benefício a determinação exata de quanto aumentar ou diminuir a tensão selecionada de acordo com a angulação do equipamento utilizado. As curvas formadas pelas equações são similares, porém praticamente idênticas às curvas formadas pelos valores do software. Pode-se afirmar a credibilidade das equações já que o erro foi abaixo de 1% para todas elas.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a instituição financiadora, que propiciou a bolsa de pesquisa pelo edital interno (PIP-CIT) e, a partir disso, foram possíveis as horas de dedicação à pesquisa e análise dos dados. O agradecimento também vai aos colegas pesquisadores que auxiliaram nas horas dedicadas à pesquisa e elaboração das publicações.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico. Portaria nº 453/98, de 1/6/1998. Diário Oficial da União, Brasília; 2 de

junho de 1998. INSTITUTE OF PHYSICS AND ENGINEERING IN MEDICINE. Catalogue of dia-gnostic X-ray spectra & other data. IPEM Report 78 (Bristol: Institute of Physics),

ISBN 0904 181 89 8 (1997) PIRES, J. S. J. Avaliação da Grandeza Tensão de Pico Prática em Equipa-mentos Clínicos Utilizados em Radiodiagnóstico. Dissertação de Mestrado em Ciências

na Área de Tecnologia Nuclear, Autarquia associada a Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. SOARES, F. A. P. Produção de raios X em ampolas radiográficas: estudo do tomógrafo computadorizado do hospital regional de São José/SC. 2006. 102f. Dis-

sertação do Doutorado em Física Experimental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.

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CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I: INVESTIGANDO AS DIFICULDADES DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ENGENHARIA DA UNESC POR MEIO DA

MONITORIA ON-LINE

Jose Victor Martins,1 Elisa Netto Zanette2

1,2 Universidade do Extremo Sul Catarinense

1 [email protected]

Palavras-chave: Cálculo, Dificuldades, Monitoria On-line.

INTRODUÇÃO

Apesar de sua importância e atualidade como conhecimento, as disciplinas de cálculo estão entre aquelas que apresentam mais dificuldades de aprendizado pelos acadêmicos como afirmam Baldino e Cabral (2004). Na Unesc, as pesquisas neste campo vêm sendo desenvolvidas por professores de matemática e áreas afins que se organizam no Grupo de Pesquisa em Educação a Distância (GPEaD). Esta pesquisa tem como objetivo investigar as dificuldades dos acadêmicos na elaboração dos conceitos de Cálculo Diferencial e Integral I (CDI I) por meio da monitoria on-line com o apoio de material didático digital (MDD) como recurso didático pedagógico.

METODOLOGIA

A pesquisa contempla as abordagens qualitativas e quantitativas de coleta e análise de dados. Serão utilizados como apoio o site de cálculo desenvolvido pelo GPEaD e os recursos do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Unesc. São sujeitos da pesquisa os acadêmicos, matriculados na disciplina de CDI I dos cursos de Engenharia Civil, Química e Ambiental da Unesc. A revisão bibliográfica que fundamenta o trabalho relaciona-se com: educação matemática, processo ensino–aprendizagem de cálculo, tecnologias educacionais no Ensino Superior, educação on-line e Cálculo I. Os instrumentos de pesquisa a serem utilizados são: diário de bordo e ferramentas de comunicação e publicação do AVA. A monitoria será desenvolvida no período de setembro a novembro de 2011. Após, os dados serão tabulados e analisados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os recursos tecnológicos deveriam ser pensados como uma transformação nas práticas educativas. Os acadêmicos dos atuais cursos de graduação situam-se na geração Y – “mais conectada da história da humanidade e sabe usufruir toda tecnologia” (OLIVEIRA, 2010, p. 67) para ampliar relacionamentos e buscar informações. Flemming et. al. (2003) cita três formas diferentes de interação nos processos pedagógicos: interação social

entre indivíduos face a face; interação entre indivíduos, máquina e informação; interação entre indivíduos mediada pela tecnologia. Assim, os ambientes informatizados apresentam-se como ferramentas de grande potencial nas monitorias on-line que podem auxiliar nos processos cognitivos e no ensino–aprendizagem de cálculo. Considerando que a pesquisa está em andamento, não se tem ainda os resultados referentes à atividade de monitoria de CDI I.

CONCLUSÃO

As leituras bibliográficas apontam para uma concepção de aprendizagem que ultrapassa a simples utilização do virtual e indica, como significativo, o trabalho focado a partir das estruturas cognitivas do aluno. A monitoria on-line poderá, a partir das dificuldades detectadas, propiciar dados para o desenvolvimento de propostas de intervenção pedagógica que contribuam para a elaboração do conhecimento e produção dos materiais e objetos de aprendizagem para o site de cálculo.

AGRADECIMENTOS

Programa de Iniciação Cientifica PIC 170/Unesc. Unidade Acadêmica de Humanidade, Ciência e Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, SC.

REFERÊNCIAS

BALDINO, R.R; CABRAL, T.C.B. O ensino de matemática em um curso de engenharia de sistemas digitais. IN: CURY, H.N (org.) Disciplinas matemáticas em cursos superiores: reflexões, relatos, propostas.

Porto Alegre: EDPUCRS. p. 139-186, 2004. FLEMMING, Diva Marília, LUZ, Elisa Flemming, COELHO, Claudio. Desenvolvimento de material didático para educação a distância no contexto da educação matemática. Florianópolis : UNISUL: Abed,

2003. OLIVEIRA, Sidnei. Geração Y: O nascimento de uma

nova versão de líderes. SP: Integrare Editora, 2010.

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O USO DA FERRAMENTA “GOOGLE TRANSLATE” PARA TRADUÇÃO COM FINS DE ESTUDOS

Nair Rodrigues Resende1

1Instituto Federal de Santa Catarina

[email protected]

Palavras-Chave: Tradução, Leitura, Google Translate.

INTRODUÇÃO

No mundo globalizado em que vivemos, o acesso a textos escritos em diferentes línguas se torna cada vez mais uma necessidade entre estudantes e profissionais de todo o mundo. Entretanto, o conhecimento de outras línguas em nível adequado para uma leitura proficiente não é privilégio de todos, por isso, muito optam por ferramentas de tradução automática para traduzir o documento e possibilitar sua leitura e compreensão. Uma das ferramentas mais acessíveis, de fácil uso, e, por isso, mais usada, é o Google Translate, que permite que palavras, textos, e até mesmo sítios inteiros da web sejam traduzidos em segundos. Contudo, por se tratar de tradução automática, os processos de leitura e compreensão não envolvem construção, conforme requerem pressupostos, metáforas e a sobreposição de scripts. Envolvem somente busca no banco de dados da rede Google. O que está lá previsto a partir do uso pode ser acessado e consultado, todavia o que não está previsto não é construído. Este breve estudo analisa a qualidade da tradução da ferramenta do Google a partir

do produto traduzido, observando as possibilidades de manutenção de pressupostos e/ou sobreposição de scripts de textos humorísticos. A pesquisa aqui apresentada foi realizada com base na linguística de corpus, que é a parte da linguística dedicada à exploração de corpora, de conjuntos de dados linguísticos textuais, naturais e autênticos, criteriosamente coletados, destinados ao estudo de uma língua ou de variedades linguísticas (SARDINHA, 2004).

METODOLOGIA

Foram selecionadas, no período de 25/11/2010 a 27/1/2011, 249 piadas em língua portuguesa em que a compreensão ocorria por meio de inferência ou por sobreposição de scripts. Para a seleção dos

textos, foram utilizados alguns sítios humorísticos da web, mensagens eletrônicas recebidas e 38 exemplares da revista Seleções do período de janeiro de 1997 a março de 2009. As piadas foram separadas em arquivos de texto individuais e numeradas para melhor análise. Depois da separação, os textos foram traduzidos um a um utilizando a ferramenta de tradução do Google (Google Translate) e separados da mesma forma que os originais. Com o corpus pronto, iniciou-se a análise manual de todas as 498 piadas. Todas as traduções foram lidas e comparadas aos textos originais, verificando-se a manutenção, ou não, das inferências e/ou sobreposição de scripts

necessários à compreensão total do texto como humorístico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No confronto entre os 249 pares de texto, foi observado que alguns problemas como, por exemplo, influência do inglês ou do português europeu, troca de nomes de pessoas e contradições dificultam a compreensão da tradução tornando-o muitas vezes o oposto do original. Seguem exemplos na tabela abaixo:

Original Tradução

Letras Cartas (Letters – inglês)

Festa Parte (Party – inglês)

Bichas (homossexuais) Colas

Dilma (presidenta) Jefe de personal

Sujeito (pessoa) El tema/Objecto

Mulher casta Ramera

Discordo totalmente Estoy totalmente de acuerdo

Além desses dados, um fator importante que influencia na compreensão dos textos traduzidos é o uso semântico das palavras em cada língua. Embora as palavras possam ser traduzidas para outros idiomas, muitas vezes seu uso não é adequado para a mesma situação da língua de origem. Cita-se como exemplo desse uso inadequado a palavra ensopada, que foi corretamente substituída pela palavra espanhola estofado. A

inadequação aqui está no fato de a palavra em português ter sido usada como sinônimo de molhada (ovelha ensopada), o que não pode ocorrer com estofado (estofado de cordero), que somente pode ser usada como sinônimo de guisado. Outro exemplo de uso inadequado é o verbo português apanhar que, no texto, foi usado no sentido de sofrer castigo físico (surra) e foi traduzido como recorrer, que seria apanhar no sentido de pegar, adquirir. Essas inadequações de uso comprometeram seriamente a manutenção da inferência, influenciando dessa forma na compreensão textual inadequada por parte do leitor da tradução.

CONCLUSÃO

Em uma análise geral, a manutenção das inferências nas piadas traduzidas ocorreu de forma satisfatória. Dos 249 textos utilizados, 117 (46,99%) mantiveram os pressupostos ou sobreposição de scripts e 132 (53,01%)

tiveram as inferências quebradas por diferentes motivos. Contudo, desses 117, apenas 12 textos tiveram uma boa tradução, e dessas 12, somente 4, o que representa 1,6% do total, tiveram tradução correta, sem nenhum problema de inadequação ou incoerência. As outras 105 piadas foram analisadas apenas do ponto de vista da manutenção das inferências, sem levar em conta outros problemas tradutórios, por isso, o número foi relativamente alto. Entende-se que a ferramenta de tradução do Google, assim como qualquer ferramenta de tradução automática, não é perfeita, porém para auxílio de quem precisa ter noção geral de um texto em língua

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desconhecida é válida, desde que o usuário tenha consciência de que o produto não deve ser considerado como texto original.

REFERÊNCIAS

ALFARO, Carolina. DIAS, Maria Carmelita P. Tradução automática: uma ferramenta de auxílio

ao tradutor. In: Cadernos da tradução. V. 1, N.3, Florianópolis:UFSC. P. 369-390 BERBER SARDINHA, Tony. Linguística de corpus. Barueri: Manole, 2004. Ferramenta google tradutor. Disponível em> http://translate.google.com.br/ab out/intl/ pt-BR_ALL/ acesso em 03/02/2011

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REAÇÕES QUÍMICAS EM GASES: COMBUSTÍVEIS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Denner Joelso Antoniacomi,1 Adriano Willian da Silva2 1,2

Instituto Federal do Paraná – Campus Curitiba 1

[email protected]

Palavras-chave: Reações Químicas, Gases, Calor de Reação, Energia de Ativação.

INTRODUÇÃO

Com o advento da industrialização, o uso de combustíveis para a geração de energia tornou-se cada vez maior. Com uma busca mais constante por fontes energéticas, o ser humano provocou, ao longo das últimas décadas, gigantescas intervenções na natureza, e uma das maiores agressões está ocorrendo na atmosfera. O aumento do efeito estufa é uma dessas consequências. Na ânsia de diminuir as causas do aumento do efeito estufa, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas para a obtenção de fontes limpas de energia, com diminuição da liberação de gases poluentes e, por conseguinte, do superaquecimento do planeta. O estudo das variáveis que condicionam uma reação química em gases, como temperatura, pressão, energia de ativação e calor de reação são fundamentais para determinar a eficiência de um combustível. Nesse sentido, analisamos a quantidade de calor liberada por reações de combustão dos gases DME (Éter Dimetílico), Propano e Metano, atualmente utilizados como fontes de energia.

METODOLOGIA

A metodologia deu-se com base no estudo das propriedades físicas e químicas das substâncias mencionadas, considerando os fundamentos da cinética química e da termoquímica, onde aparecem os conceitos de entalpia, calor de reação. As colisões reativas entre as moléculas do gás são classificadas como colisões inelásticas. A análise dos dados levantados na bibliografia estudada foi realizada com base na comparação das quantidades relacionadas para cada material abordado. Outro dado analisado é a quantidade de CO2 liberado na combustão completa, adquirido a partir de cálculos estequiométricos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O DME apresenta algumas propriedades semelhantes ao propano, tais como o valor da pressão de vapor saturado, densidade em fase, vapor entre outras. Uma vez que um dos principais constituintes do GLP é o propano essas propriedades promovem a candidatura do citado éter a substituto do GLP (gás liquefeito de petróleo).

PROPRIEDADES DME PROPANO METANO

Temperatura de ebulição

(°C)

-25,1

-42

-161,5

Densidade

(fase líquida g/cm³ 20°C)

0,67

0,49

**

Densidade

(fase gasosa, relativa ao ar)

1,59

1,52

0,55

Temperatura de ignição

(°C)

235

470

650

PROPRIEDADES DME PROPANO METANO

Capacidade calorífica

(kcal/Nm³)

14200

21800

8600

Capacidade calorífica

(kcal/kg)

6900

11100

12000

Quantidade de CO2 liberado na combustão completa de 1 kg de combustível

(kg)

1,913

3

2,750

Quantidade de CO2 liberado na geração de 10000 kcal

(kg)

2,77

2,7

2,29

O DME apresenta um poder calorífico inferior ao do metano. Entretanto, ele se torna mais interessante quando se avalia essa mesma propriedade em relação ao volume gasoso, o que, em termos práticos, representa mais energia gerada a partir de um mesmo volume de combustível armazenado. Combustão completa: Aquela na qual todo combustível injetado no cilindro encontra a quantidade de ar necessária para a sua queima completa. Na prática, este tipo de combustão é inviável, dado que a relação ar-combustível não é ideal para proporcionar a combustão perfeita. O metano apresenta o maior poder calorífico e emite menos CO2 se compararmos todos gerando a mesma quantidade de energia.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos nos mostram que o DME (Éter Dimetílico) tem o melhor potencial calorífico se relacionado com seu volume. Por sua vez, o metano tem a menor taxa de emissão de CO2 em relação ao seu potencial calorífico por kg, comparando com os outros gases analisados.

REFERÊNCIAS

Malen Cristi dos S. de Souza, Suzana M. H. Carvalho, Telma Oliveira, Vera L. M. Lellis, Lucia G. Appel, DME, O COMBUSTÍVEL DO FUTURO?, Instituto Nacional de

Tecnologia.

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PROJETO FÊNIX: DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA AUXILIAR BUSCA E RESGATE EM ESTRUTURA COLAPSADA

Jeferson Maciel Breganholi, Odair Francisco Bortoluzzi, Luís Carlos Radin 1

Licenciado em Geografia/Graduando em Ciências da Natureza Hab. Física IF-SC 2

Técnico em Mecânica/ Graduando em Ciências da Natureza Hab. Física IF-SC 3 Técnico em Elétrica/ Graduando em Ciências da Natureza Hab. Física IF-SC

[email protected]

Palavras-Chave: Equipamentos, Busca e Resgate, Estrutura Colapsada.

INTRODUÇÃO

O Projeto Fênix surgiu da necessidade do Grupo Voluntário de Busca e Salvamento Gerar, em treinamentos e situações reais, de efetuar busca e resgate em estrutura colapsada. Foi solicitado aos acadêmicos o desenvolvimento de equipamentos para auxiliá-los na realização dessas atividades. Foi definido o desenvolvimento de dois equipamentos, uma sonda para visualização de espaços pequenos e um veículo a controle remoto para distâncias maiores. Atualmente foi finalizada a primeira fase com o a disponibilização de uma sonda para o grupo Gerar.

METODOLOGIA

O Projeto Fênix está constituído de duas etapas. Uma com os estudos preliminares e desenvolvimento da sonda e outra no desenvolvimento do veículo a controle remoto. A equipe é formada por: os autores, o acadêmico Gilson Würz, o professor Msc. Elson Quil Cardozo e os

resgatistas do Grupo Gerar Paulo Almeida e Jefferson Rank. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e atividades em treinamentos para verificar a real necessidade do grupo. Para captar recursos e buscar parceiros, foi desenvolvida uma campanha na mídia escrita, falada e em meios eletrônicos. Foi construído um protótipo da sonda que foi disponibilizada para testes pelo Grupo Gerar. Após treinamento, foi avaliado o equipamento e, com as sugestões de melhorias, retornou-se aos laboratórios para desenvolver a versão final.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a pesquisa bibliográfica e o acompanhamento de treinamentos, foi percebida a necessidade de modernização e adequação dos métodos brasileiros de realização de busca e salvamento em estruturas colapsadas. No exterior, já existem equipamentos para realizar essas atividades, mas com valores elevados para a realidade nacional. Os resultados aqui apresentados retratam a primeira etapa deste projeto. A sonda consiste na facilitação das operações de busca em estruturas colapsadas proporcionando maior rapidez e segurança para as atividades dos resgatistas e aumentando as chances de sobrevivência de possíveis vítimas. De acordo com os levantamentos realizados durante os treinamentos, os resgatistas levam cerca de 30 minutos para romper uma estrutura e efetuar a visualização no ambiente. Com a aplicação do protótipo da sonda, o tempo ficou próximo de cinco minutos, melhorando o tempo resposta do grupo. Estes dados são apenas parâmetros de acompanhamento, pois os processos de busca variarão

conforme as condições específicas de cada local. Essa amostragem foi comparada em uma mesma estrutura para os dois métodos, conforme imagem abaixo. Figura 1 – Esquerda: busca feita pelo modelo antigo;

direita: busca com o protótipo da sonda

Fonte: Dos Autores Com a utilização da sonda, deverá ser feito a abertura do triangulo apenas em caso da presença de vítimas, com isso, facilitando e acelerando o trabalho dos resgatistas.

CONCLUSÃO

A sonda portátil de visualização de estruturas colapsadas em pequenas distâncias é o equipamento construído na primeira etapa do projeto. É constituída de uma câmera com visão infravermelha, monitor LCD, sistema de alimentação (bateria 12v), sistema de visualização cobrindo 90° na horizontal, 360° na vertical e um

carregador para baterias. Os resultados nos testes foram considerados satisfatórios e atenderam às necessidades do grupo e com um custo acessível à realidade nacional.

AGRADECIMENTOS

A empresa Malwee, que financiou a primeira etapa do projeto. Ao IF-SC Jaraguá do Sul, Amvali, Câmara de Vereadores, Defesa Civil e aos amigos já citados anteriormente pela fundamental participação no projeto.

REFERÊNCIAS

FRANZOLINI, Dante Nasi. Manual de Búsqueda y Rescate Urbano Cuerpo Bomberos Viña Del Mar, 8ª

edição. Texas, 2007. CASTRO, Antonio Luiz Coimbra de. Manual de Planejamento em Defesa Civil Vol. III, Imprensa

Nacional, Brasília, 2009 PROJETO GERAR. Estatuto Social da Associação Grupo Voluntário de Busca e Salvamento Gerar – GVBS GERAR. Disponível em:

<http://www.projetogerar.com. br/quem_somos.html> Acesso em: 08 dez. 2010

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GEOPOLÍMEROS OBTIDOS A PARTIR DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL

Eduardo Sitta Blissari,1 Luis Philipe Spricigo, Viviana Conte, Edison Uggioni, Adriano Michael Bernardin

Grupo de Materiais Cerâmicos e Vítreos, PPGCEM, Unesc [email protected]

Palavras-Chave: Resíduos, Geopolimerização, Cinzas, Carvão Mineral, Reciclagem.

INTRODUÇÃO

Mais de 6,6% da eletricidade produzida no Brasil é gerada a partir do carvão. Quando o carvão é queimado em uma termelétrica, sobram cinzas como resíduos e parte se deposita no fundo das caldeiras (cinzas pesadas) e outra parte é transportada pelos gases quentes (cinzas volantes). A combustão do carvão no Brasil gera mais de 820 mil toneladas de produtos de combustão a cada ano. Essa quantidade tende a aumentar com o maior consumo de carvão utilizado para gerar eletricidade (CIOFFI et al., 2003). Como as cinzas contêm elementos tóxicos, os aterros devem ser monitorados com relação a um excessivo acúmulo de metais pesados, sais e alcalinidade. Atualmente, as cinzas volantes são estabilizadas integrando-as em materiais à base de cimento. Nos casos em que as cinzas contêm alta concentração de cloretos alcalinos, é difícil aplicar as técnicas à base de cimento, pois os cloretos alcalinos podem inibir a hidratação do cimento, e a matriz de cimento não pode ser totalmente solidificada ou estabilizada (COMRIE et a., 1988). Similarmente ao processo geológico de transformação de algumas rochas vulcânicas em zeólitas que ocorre a baixas pressões e temperaturas durante a formação de rochas sedimentares, a geopolimerização pode ser modelada e conduzida em sistemas cimentícios. A síntese direta de aluminossilicatos alcalinos na composição de fase de tais sistemas cimentícios pode assegurar excelente durabilidade de rochas artificiais formadas com novas propriedades, pois as estruturas e propriedades das zeólitas variam muito. Esses sistemas cimentícios de aluminossilicatos alcalinos foram denominados primeiramente de “solossilicatos”. Em 1972, Davidovits denominou “geopolímeros” os aluminossilicatos tridimensionais formados rapidamente à baixa temperatura por aluminossilicatos de ocorrência natural. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi reaproveitar cinzas de carvão mineral para obtenção de geopolímeros com intuito de inertização dos resíduos e obtenção de produtos cerâmicos com alto valor agregado (DAVIDOVITS e ORLINSKI, 1988; DAVIDOVITS, 1988a; DAVIDOVITS, 1988b).

METODOLOGIA

Cinzas pesadas da empresa Tractebel Energia (Capivari de Baixo, Brasil) foram caracterizadas por espectroscopia de fluorescência de raios X (FRX, Philips PW2400, amostra fundida). Onze formulações com três fatores em dois níveis foram formadas segundo um planejamento estatístico fatorial. O tipo de hidróxido (sódio e potássio), além de sua concentração (10 e 20 M) e temperatura (50 e 80°C) foram os fatores do experimento. As cinzas foram secas e moídas (#325 ABNT) e o hidróxido foi adicionado segundo seu tipo e concentração, segundo o planejamento experimental. Os geopolímeros obtidos foram vertidos em moldes cilíndricos (Φ=50 mm e h=100 mm) e mantidos em estufa na temperatura do

experimento até cura total em 30 dias. Após cura as amostras de cada experimento foram submetidas a teste de compressão (1 MPa/s).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise química das cinzas de carvão mineral mostra que estas são compostas majoritariamente por sílica e alumina, além de pequena quantidade de óxidos alcalinos e alcalino-terrosos, tendo como principal contaminação os óxidos de ferro e titânio. A perda ao fogo da cinza mostra que a combustão não foi completa. Como a razão estequiométrica entre sílica e alumina é próxima à indicada na literatura (SiO2/Al2O3=2,5), a cinza foi utilizada como única fonte de aluminossilicato. Após moagem a cinza apresenta-se bem fina, adequada para a síntese de geopolímero, com diâmetro médio de 7,6 μm, D50=3,7 μm, e D90=21 μm. Pela análise dos resultados para a resistência à compressão das amostras em função do tipo de base, teor de base e temperatura de síntese (tabela 1), a análise de variância do sistema mostra que os fatores mais importantes para a resistência à compressão são primeiramente a temperatura e em seguida o percentual de hidróxido utilizado, com grande confiabilidade para ambos os resultados (α=0,01 e 0,02, respectivamente, significando uma confiabilidade de 99% e 98%). O tipo de base utilizada teve baixa significância. Tabela 1 – Análise de variância para a resistência à

compressão

Fator SQ gL MQ F p

Base (tipo) 0,245 1 0,245 49 0,090 Base (%) 8,405 1 8,405 1681 0,016 Temp. (°C) 17,405 1 17,405 3481 0,011 Tipo×% 0,320 1 0,320 64 0,079 Tipo×°C 3,380 1 3,380 676 0,024 %×°C 3,920 1 3,920 784 0,023 Erro 0,005 1 0,005 Total 33,680 7

Onde: SQ= soma quadrática; gL= grau de liberdade; MQ= média quadrática; F= teste de Fischer; p= confiabilidade. A análise da curva de contorno para a interação entre o tipo de base e a temperatura de síntese, Figura 1, mostra o forte efeito da temperatura, pois os maiores valores de resistência à compressão são obtidos para os menores valores de temperatura, e para o uso de KOH como base na síntese. Quando analisada a interação entre o percentual de hidróxido e a temperatura, figura 2, novamente percebe-se que os maiores valores para a resistência mecânica à compressão das amostras ocorrem para a combinação entre a menor temperatura de síntese e o menor teor de hidróxido. A análise dos resultados mostra que o tipo de base utilizada, KOH ou NaOH, não interfere na resistência à compressão. Apesar de a literatura indicar temperaturas da ordem de 120°C para a síntese dos geopolímeros, os resultados obtidos neste estudo mostram exatamente o oposto: quanto maior a temperatura de síntese (80°C), menor a resistência à

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compressão dos sistemas obtidos. Outro resultado importante foi quanto ao teor da solução alcalina utilizada: quanto maior a molaridade utilizada, menor a resistência obtida. Esses efeitos estão diretamente relacionados à formação da estrutura geopolimérica nas amostras, pois a síntese alcalina age no sentido de unir os tetraedros de sílica e alumina através de íons dissolvidos no gel geopolimérico, neste caso Na

+ e K

+. Outra possibilidade

da menor necessidade da solução alcalina seria a própria constituição química das cinzas utilizadas, que contêm pequena quantidade de Na2O e K2O em sua composição. Figura 1 – Curva de nível para a interação entre o tipo de

base e a temperatura

Rcomp (MPa)

> 7 < 7 < 6 < 5 < 4 < 3 < 2 NaOH 1,2 1,4 1,6 1,8 KOH

Tipo de Base

45

50

55

60

65

70

75

80

85

Te

mp

era

tura

(°C

)

Figura 2 – Curva de nível para a interação entre o

percentual de base e a temperatura

Rcomp (MPa)

> 8 < 8 < 7 < 6 < 5 < 4 < 3 8 10 12 14 16 18 20 22

Base (%)

45

50

55

60

65

70

75

80

85

Te

mp

era

tura

(°C

)

CONCLUSÃO

É possível obter geopolímeros a partir de cinzas pesadas da queima de carvão mineral. O único tratamento necessário no resíduo é a diminuição do tamanho das partículas. A partir dos resultados obtidos foi possível perceber que o tipo de solução alcalina não altera a resistência à compressão do sistema; porém, a molaridade da solução, e, principalmente, a temperatura de síntese alteram fortemente essa propriedade. Os resultados de resistência à compressão obtidos são superiores aos das natas de argamassa feitas com cimento Portland tipo II, que apresentam resistência à compressão próximos a 2 MPa sem a adição de agregados.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq e à Fucri pela concessão das bolsas de estudo e do auxílio financeiro que tornaram possível a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS

CIOFFI, R., MAFFUCCI, L., SANTORO, L. Resources Conservation and Recycling 40 (1), 27–38, 2003.

COMRIE, D.C., PATERSON, J.H., RITCEY, D.J. In: DAVIDOVITS, J., ORLINSKI, J. (Eds.), Proceedings of the 1st International Conference on Geopolymer ‟88,

vol. 1. Compiegne, France, 1–3 June, pp. 107–123, 1988. DAVIDOVITS, J. In: DAVIDOVITS, J., ORLINSKI, J. (Eds.), Proceedings of the 1st International Conference on Geopolymer ‟88, vol. 1, Compiegne,

France, 1–3 June, pp. 19–23, 1988a. DAVIDOVITS, J. In: DAVIDOVITS, J., ORLINSKI, J. (Eds.), Proceedings of the 1st International Conference on Geopolymer ‟88, vol. 1, Compiegne,

France, 1–3 June, pp. 25–48, 1988b.

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PRINCÍPIOS DIDÁTICOS

Gisele Mezzari Silveira,1 Josiane Cruz Goularte,2 Solange Freitas Gomes,3 Ademir Damazio,4 Josélia Euzébio da Rosa5

1,2,3,4

Universidade do Extremo Sul Catarinense 5

Universidade Federal do Paraná [email protected]

Palavras-Chave: Princípios Didáticos, Escola Tradicional, Davydov.

INTRODUÇÃO

Este trabalho foi produzido a partir de leituras realizadas sobre a obra de Davydov, cuja base teórica é a abordagem histórico-cultural. Segundo Davydov (1987), no surgimento do sistema capitalista, o papel social da escola era apenas oferecer aos trabalhadores e seus filhos uma alfabetização elementar. A partir disso, foram elaborados alguns princípios didáticos, denominados por Davydov de tradicionais. Em oposição a estes, o autor sugeriu novos princípios. Desse modo, nosso objetivo, na presente pesquisa, é investigar quais são os princípios propostos por Davydov para o processo de ensino e aprendizagem.

METODOLOGIA

A pesquisa, de natureza teórica, foi realizada em três momentos distintos: 1) revisão de literatura; 2) discussões no grupo de pesquisa Gpemahc (Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: uma abordagem histórico-cultural) e 3) reuniões no pequeno grupo constituído pelos autores do presente resumo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O propósito deste trabalho foi estudar a obra de Davydov e identificar os princípios didáticos que este propõe para o processo de ensino e aprendizagem. Segundo Davydov, “escola tradicional” é o sistema relativamente único de educação que serviu de base para seleção do conteúdo e métodos de ensino, e que permanecem até hoje a serviço do sistema de produção capitalista. Para o capitalismo, a finalidade principal da educação é conceder aos filhos dos trabalhadores conhecimentos e habilidades básicas como saber ler, escrever e preparar a mão de obra barata. Nesse sentido, o papel da escola é determinar a seleção de conhecimentos e habilidades empírico-utilitárias, isto é, formar o pensamento empírico racionalista discursivo nos alunos. Esse pensamento dá conta apenas dos afazeres cotidianos. Os alunos recebem uma formação, focada apenas em desenvolver o pensamento empírico, são preparados para uma produção capitalista, onde estes servem e são subordinados ao maquinário. Os princípios didáticos que regem esse tipo de ensino, denominado por Davydov de tradicional, são: 1) caráter sucessivo da aprendizagem, 2) acessibilidade, 3) caráter consciente e 4) visual, direto ou intuitivo. Em oposição a estes, Davydov propõe: 1) o princípio do novo conhecimento; 2) a educação que desenvolve; 3) o princípio da atividade; 4) e, o caráter objetal. O princípio de “caráter sucessivo”, mantém a ligação com os conhecimentos cotidianos que a criança recebe antes de entrar na escola. Contudo, para Davydov, é o conceito teórico dessa atividade que deve ser apropriado pelo aluno. Com base no “princípio da acessibilidade”, os conceitos, na escola tradicional, são organizados para se adequar ao nível de idade e de desenvolvimento já atingido pelas crianças. Para

Davydov, este princípio deve ser transformado em princípio da educação que desenvolve. Assim, o ensino deve criar condições para que ocorra o desenvolvimento psíquico das crianças. No “princípio do caráter consciente”, o conhecimento é passado ao aluno por meio de abstrações verbais. Tais abstrações devem ser relacionadas pelas crianças, por meio de ilustrações, “exemplos concretos”. Em oposição ao princípio do “caráter consciente”, Davydov sugere o “princípio da atividade”. Nesse princípio, os alunos não recebem os conhecimentos “prontos”, são eles orientados pelo professor, que revela sua origem. No princípio do “caráter visual”, direto ou intuitivo, os conteúdos são organizados por comparações, em tais comparações as crianças separam o comum, esse comum, por meio de palavras leva à abstração do conteúdo. Tal princípio se resume ao conhecimento discursivo-empírico, cuja base é a reflexão das propriedades externas dos objetos. Tal princípio na proposta de Davydov é substituído pelo “caráter objetal”, cujas ações, com o objeto do conhecimento, leva as crianças a reproduzirem suas representações na forma material, gráfica, verbal e literal. Desse modo, possibilita-se ao aluno revelar o conteúdo geral de um conceito e identificar, posteriormente, suas manifestações particulares. Ou seja, por meio do movimento do geral para o particular.

CONCLUSÃO Aos estudarmos os princípios didáticos da escola tradicional e os propostos por Davydov, algumas questões surgiram. A educação matemática brasileira está organizada em sintonia com os princípios compatíveis com os sugeridos por Davydov ou os oriundos da escola tradicional. Nossa hipótese para a continuidade da pesquisa é de que os princípios que regem a educação escolar brasileira são os advindos da escola tradicional. O próprio autor nos diz que, para mudar essa realidade, faz-se necessário reavaliar o conteúdo e os métodos de ensino. Tal orientação davydoviana também se constitui em objeto de estudo para nossas futuras pesquisas.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes). Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

REFERÊNCIAS

DAVÍDOV, V. V. Análisis de losprincipios didácticos de la escuela tradicional y posibles principios de enseñanza en el futuro próximo. In: La psicología Evolutiva y pedagógica em la URSS. Moscú. Progresso. 1987 p.

143-15

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ANÁLISE DOS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CRICIÚMA (SC) QUE OBTIVERAM CERTIDÃO DE HABITE-SE NO PERÍODO 2004–2011

Daniele Prudêncio Felizardo,1 Pedro Rosso2 1,2

Instituto Federal de Santa Catarina [email protected]

Palavras-Chave: Resíduos Sólidos, Coleta Seletiva, Condomínios.

INTRODUÇÃO

Tem-se observado na última década o crescimento acentuado do ramo da construção civil, fato que pode ser associado ao sonho das pessoas em ter a casa própria e ao aumento da oferta e da variedade de financiamentos. Para quem vai adquirir um imóvel, é importante verificar se o mesmo possui a certidão de habite-se. Este é um documento que atesta que o imóvel foi construído de acordo com as exigências dos órgãos municipais para a aprovação de projetos (PEZENTE, 2011). Para o poder público municipal, essa é uma das formas de acompanhamento da ocupação do espaço urbano e do modo como esta ocupação se dá ao longo do tempo, podendo ser utilizada na produção ou revisão dos planos diretores. Essas informações podem ser úteis ao poder público municipal quando, por força legal ou buscando a qualidade de vida da população, for criar diferentes políticas públicas, entre as quais aquelas relacionadas com o saneamento básico. Nesse contexto, a Lei 12.305, de 2/8/2010, define, no Artigo 10, que é incumbência do Distrito Federal e dos Municípios “a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios” (BRASIL, 2010). Sabe-se que a geração de resíduos é uma característica da sociedade moderna e sua gestão é um dos desafios a ser enfrentado por todos, especialmente, pelo poder público, pois a gestão inadequada dos resíduos sólidos é um problema ambiental que tem impacto direto na qualidade de vida das populações (ZANTA; FERREIRA, 2003). Entretanto, com a urbanização acelerada e a verticalização das áreas urbanas, a produção de resíduos tende a aumentar, aumentando a necessidade de alternativas para solucionar o problema. A coleta seletiva é componente fundamental de um Programa de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) sob a premissa do desenvolvimento sustentável. Para desenvolvê-lo é fundamental que as edificações estejam preparadas para que se execute nelas uma parte importante deste processo, que é a segregação dos resíduos na fonte. Por diferentes razões, nem sempre as edificações estão estruturadas para esta atividade, o que desestimula o envolvimento dos moradores nos programas de coleta seletiva, especialmente naquelas em que não há área e equipamentos de armazenamento temporário para os resíduos recicláveis. A falta de informações sobre a infraestrutura (área e equipamentos) disponível nos edifícios residenciais para armazenamento temporário de resíduos recicláveis e sobre a existência e aplicação de diretrizes e/ou normas para estruturação destes ambientes no município de Criciúma (SC) motivou a realização de um estudo cujo objetivo principal é preencher esta lacuna nas informações e subsidiar os envolvidos com a construção civil (profissionais, construtoras, órgãos legisladores e fiscalizadores, poder público municipal, entre outros) com informações e sugestões para que possam elaborar alternativas para serem utilizadas nas edificações, especialmente nos

edifícios residenciais, que visem facilitar a criação nos municípios de programas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos. Este artigo relata a etapa de levantamento e análise dos dados sobre os edifícios residenciais que obtiveram certidão de habite-se no município de Criciúma, no período 2004–2011.

METODOLOGIA

Inicialmente, foram realizados estudos teóricos e sobre a legislação relacionada à construção civil e gestão de resíduos sólidos. Posteriormente, foi realizado o levantamento no setor responsável pela emissão das certidões de habite-se da Prefeitura de Criciúma. Os dados do período solicitado foram encaminhados impressos e, a partir deles, fez-se uma análise dos edifícios entregues para habitação no período 2004–2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados relativos às certidões de habite-se emitidas no período compreendido entre janeiro de 2004 e setembro de 2011 constam do banco de dados informatizado da Prefeitura de Criciúma. Os dados anteriores a este período não estão em banco de dados informatizado e a documentação específica de cada processo está guardada no Arquivo Morto do município, razão pela qual as certidões de habite-se anteriores a 2004 não fazem parte deste estudo. Foram identificados 96 edifícios que obtiveram certidões de habite-se no período estudado, os quais foram construídos por 25 construtoras em 12 diferentes bairros. Tem-se a informação de que há edifícios para os quais a certidão de habite-se foi emitida em nome de pessoa física. Também é possível que algumas edificações tenham apenas a licença de construção e que o processo para obtenção do habite-se não tenha sido encaminhado. Estas informações não puderam ser obtidas no setor responsável na Prefeitura. Apesar de não se poder contar com esses dados, segundo informações do setor responsável pela emissão de licenças de construção e certidões de habite-se da Prefeitura de Criciúma, os edifícios com habite-se solicitado por construturas correspondem a mais de 90% do total construído no período. Embora 25 diferentes construtoras tenham solicitado habite-se para suas edificações no período, 50% das edificações (48 edifícios) foram executadas por apenas três construtoras. A maioria das construtoras (18; 72%) solicitou habite-se para até dois edifícios no período, 13 das quais (52%) solicitaram apenas uma certidão de habite-se no período. A Figura 1 mostra o número de edificações por construtora.

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115

Figura 1 – Distribuição do número de edifícios por construtora que obtiveram certidão de habite-se no período 2004 a 2011.

Quanto ao número de certidões emitidas em cada um dos anos da série histórica, não foram observadas alterações significativas, com os anos de 2006 (15) e 2008 (16) tendo apresentado números um pouco maiores, como se pode observar na Figura 2. Figura 2 – Certidões de habite-se emitidas no período 2004 a 2011, em Criciúma (SC).

* Contabilizadas apenas as certidões emitidas até o mês de julho.

A maioria dos edifícios que obtiveram certidões de habite-se no período levantado (62; 64,58%) está concentrada na área central da cidade. O bairro Comerciário foi o segundo no número de certidões emitidas, totalizando 14, equivalentes a 14,58% do total (Figura 3). Figura 3 – Distribuição dos edifícios por bairros.

O crescimento populacional e a migração da população rural para os centros urbanos têm ocasionado a verticalização das cidades, provocando, entre outras consequências, o aumento do número de condomínios verticais e a concentração da geração dos resíduos sólidos. Neste estudo observou-se que 32,64% dos edifícios têm entre sete e nove pavimentos e que edifícios maiores, entre dez e 16 pavimentos, representam 36,48% (Figura 4). Figura 4 – Nº de pavimentos nos edifícios com certidão de habite-se no período 2004 a 2011.

A verticalização é mais acentuada no Centro, onde estão 24% dos edifícios deste estudo com cinco a dez pavimentos e 25,92% dos edifícios com mais de 11 pavimentos. No bairro Comerciário, também se observa a verticalização, porém o número de edifícios é menor: seis com seis a dez pavimentos e cinco com 11 ou mais. Nos demais bairros, a verticalização é ainda pequena e os edifícios têm em geral até dez pavimentos (Figura 5). Figura 5 – Distribuição por bairro do número edifícios, segundo o número de pavimentos.

A análise da série histórica 2004–2011 evidencia que o número de certidões de habite-se emitidas para edifícios nos bairros Centro, Comerciário, Michel e Pio Corrêa (88,54% das certidões de habite-se no período) tem se mantido relativamente constante ao longo da série, o que permite inferir que a verticalização, pelo menos nos próximos anos, tende a continuar se concentrando nestes bairros, conforme se pode observar na Figura 6.

E 09 E 12 E 13 E 14 E 15 E 16 E 17 E 19 E 20 E 21 E 22 E 23 E 24 E 02 E 08 E 10 E 11 E 18 E 01 E 03 E 04 E 06 E 05 E 07 E 25

0 5 10 15 20

Co

nst

ruto

ras

Nº de edifícios

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*

0

2

4

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Nº de pavimentos

de

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CENTRO COMERCIÁRIO PIO CORRÊA

MICHEL CRUZEIRO DO SUL JARDIM MARISTELA

SANTA BÁRBARA OPERÁRIA NOVA PRÓSPERA

UNIVERSITÁRIO V.NOVA ESPERANÇA MINA DO MATO

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Figura 6 – Distribuição do número de certidões de habite-se na série histórica 2004–2011, nos bairros Centro, Comerciário, Michel e Pio Corrêa.

Obs.: Os dados de 2011 referem-se às certidões emitidas até o mês de julho.

CONCLUSÃO

Criciúma, seguindo o que ocorre em muitas cidades brasileiras, tem assistido a um incremento da indústria da construção civil, fato que pode ser verificado pelo número de certidões de habite-se. Contudo, em relação à infraestrutura para coleta seletiva nos edifícios entregue para habitação, nada pode ser verificado a partir das informações obtidas na Prefeitura de Criciúma. Observou-se que, apesar de muitas empresas construtoras atuarem no município, a maioria dos edifícios foi obra de apenas três construtoras. O bairro central da cidade destaca-se pelo número de edifícios entregues no período (62) e por concentrar o maior número de edifícios com 11 ou mais pavimentos, evidenciando a verticalização do centro da cidade. Esse fato reforça a necessidade da criação urgente de políticas relacionadas à gestão integrada dos resíduos sólidos, com foco na coleta seletiva, pois quanto mais verticalizado for o espaço urbano, maior a

concentração de moradores e, consequentemente, de resíduos produzidos. Pela evolução no número de certidões de habite-se emitidas no período estudado, infere-se que os bairros Centro e Comerciário tenderão a continuar sendo aqueles mais procurados para a alocação de edifícios residenciais, com consequente continuidade do processo de verticalização destes locais.

AGRADECIMENTOS

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IF-SC (PRPPGI).

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a

Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm>. Acesso em: 19 nov. 2010. PEZENTE, Jorge Henrique . Certidão de habite-se. Escolher & Construir. Disponível em:

<http://www.escolher-e-construir.eng.br/Dicas/DicasI/Habite/pag1.htm>. Acesso em: 05 out. 2011.

ZANTA, V. M.; FERREIRA, C. F. A. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos urbanos. In: BORGES, A.C. et al. (Org.). Resíduos Sólidos Urbanos: Aterro

Sustentável para Municípios de Pequeno Porte. 1 ed. São Carlos SP: Rima Artes e Textos, 2003, v. 1, p. 1-18.

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

0

2

4

6

8

10

12

Ano de emissão do habite-se

de

hab

ite

-se

Centro Comerciário Michel Pio Corrêa

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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE ESPACIAL NA E.M.E.I.E.F. FILHO DO MINEIRO (CRICIÚMA/SC) POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DE CHECK LIST

Diego Figueiredo Viana,1 Tatiane de Souza Silvestre,2 Milena de Mesquita Brandão3 1,2,3

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC) [email protected]

Palavras-Chave: Acessibilidade Espacial, Escola, Avaliação Pós-Ocupação.

INTRODUÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei Federal n. 9.394/1996, coloca que alunos com deficiência devem frequentar o Ensino Regular, mudando o caráter da Educação Especial para uma perspectiva de educação inclusiva. Desde então, as escolas têm recebido uma grande quantidade de alunos com diferentes deficiências. Dessa forma, pode-se dizer que a efetiva inclusão de alunos com deficiência depende da ação de um amplo conjunto de medidas públicas, que vão desde a formação continuada de profissionais especializados em educação especial, até a garantia do acesso, permanência e êxito desses alunos. Entretanto, muitas dessas instituições não estão preparadas para receber essa demanda de alunos, seja no que se refere à capacitação dos professores quanto às necessidades educacionais específicas de cada um desses alunos, seja em relação à adequação de seu ambiente construído. Paralelamente a essa realidade, os profissionais atuantes no setor da construção civil (técnicos em edificações, arquitetos, engenheiros) não tiveram o tema da acessibilidade nas disciplinas de seus cursos, não estando preparados para projetar e executar obras que considerem as habilidades e dificuldades das pessoas com deficiência. Paradoxalmente, os parâmetros de acessibilidade, presentes na Norma Brasileira de Acessibilidade ABNT NBR 9050/2004, têm sua aplicação obrigatória nos espaços de uso público (como escolas), de acordo com o Decreto Federal n. 5.296/2004. Dessa maneira, avaliar os espaços existentes e capacitar profissionais do setor da construção civil é uma necessidade urgente. Na Rede Municipal de Educação de Criciúma, essa realidade não é diferente: são cerca de 70 escolas de Ensino Regular, com aproximadamente 170 alunos com deficiência. A maioria dessas escolas não possui espaço físico adequado para receber esses alunos. A pesquisa intitulada “Estudo Piloto de Avaliação da Acessibilidade Espacial nas Escolas Municipais de Criciúma” tem como objetivo apresentar diagnóstico com relação às condições de Acessibilidade Espacial de quatro escolas e propor soluções em nível de estudo preliminar. Este resumo apresenta as primeiras etapas desenvolvidas na pesquisa e alguns resultados preliminares. Nessas primeiras etapas, foram realizados reconhecimento e levantamento do espaço físico da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (E.M.E.I.E.F.) Filho do Mineiro para aplicação de check list de avaliação das condições de acessibilidade espacial. A E.M.E.I.E.F. Filho do Mineiro (Figura 1), localizada no bairro Metropol, possui uma área de 1.272,90 m². É composta por três blocos: Administrativo (com o portão de entrada principal da escola, direção, setor administrativo, sala de AEE, sala de aula de reforço e pátio coberto); Bloco 1 (nove salas de aula, laboratório de informática, biblioteca, sala dos professores, banheiros, cozinha e pátio coberto); Bloco 2 (duas salas de aula, outro portão de acesso e espaço

para futura ampliação com mais duas salas de aula e banheiros). Na escola, há também uma quadra poliesportiva e uma quadra de areia, ambas descobertas. A escola Filho do Mineiro possui 634 alunos matriculados, 20 desses possuem algum tipo de deficiência.

Figura 1 – Entrada da E.M.E.I.E.F. Filho do Mineiro

Fonte: autores (2011).

Cabe apresentar, ainda, o conceito norteador desta pesquisa. O termo acessibilidade é um conceito amplo e abrangente relacionado ao direito de todos os cidadãos de acesso e participação para o uso efetivo dos espaços, promovendo a inclusão e o exercício da cidadania para todas as pessoas, sem discriminação. De acordo com Dischinger, Bins Ely e Piardi (2011), “acessibilidade espacial significa bem mais do que poder atingir um lugar desejado”. Segundo as autoras, um espaço acessível é aquele de fácil compreensão, que permite ao usuário comunicar-se, ir e vir, assim como tomar parte em todas as atividades que esse espaço proporcione com segurança, conforto e autonomia, considerando suas necessidades específicas. As autoras criaram quatro componentes para a acessibilidade (orientação, desclocamento, comunicação e uso), que, segundo elas, quando atendidas, contribuem diretamente para a plena inclusão das pessoas com deficiência no ambiente construído.

METODOLOGIA

A etapa inicial da pesquisa intercala estudos teóricos sobre o tema acessibilidade em escolas e pessoas com deficiência (por meio da pesquisa bibliográfica e documental) com visitas em campo. Essas visitas têm caráter exploratório e consistem na análise da funcionalidade do ambiente construído, propiciando a indicação dos principais aspectos positivos e negativos do objeto de estudo e sugerindo recomendações. As visitas exploratórias têm como objetivo apreender seu espaço a partir da ótica das pesquisadoras e de registrá-lo por meio de medições técnicas e fotografias. Essa etapa inicial colabora diretamente para o planejamento da etapa seguinte: aplicação de check list para avaliação de acessibilidade elaborada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e publicadas no “Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas: o direito à escola acessível!” (DISCHINGER, BINS ELY & BORGES, 2009). As check lists consistem em um roteiro de levantamento,

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organizado com base nos espaços existentes em uma escola e em itens da NBR 9050/2004. Durante o levantamento, todos os itens da check list devem ser fotografados e mapeados, para facilitar identificação e localização dos problemas encontrados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o reconhecimento do local, foram realizadas as visitas exploratórias. A Prefeitura de Criciúma disponibilizou o projeto arquitetônico da escola, para facilitar a sua leitura espacial. Entretanto, por esse projeto estar desatualizado, foi necessário realizar levantamento físico espacial, onde foram medidos, principalmente, os ambientes internos da escola. Com o projeto arquitetônico atualizado e o espaço já apreendido pelos pesquisadores, foi possível planejar de que forma seriam aplicadas as Check Lists, desenvolvidas pelo MEC (Figura 2). Esse instrumento de levantamento foi elaborado considerando a organização espacial de uma escola e seus principais usos. As perguntas nele presentes consideram não apenas questões normativas, mas também características específicas do ambiente escolar que influenciam na acessibilidade, por exemplo: “Existe faixa de pedestre para ajudar a atravessar a rua em frente à escola?”; ou “Existe parada de ônibus próxima à entrada da escola?”. Todavia, em uma primeira aplicação, percebeu-se que faltavam algumas perguntas-chave para o levantamento, principalmente no que se refere ao dimensionamento de elementos do espaço. Por exemplo, na check list do MEC há perguntas como “Existe um balcão de atendimento que permita a chegada de uma pessoa em cadeira de rodas, ou seja, balcão mais baixo e com espaço de aproximação para as pernas?”, e ao lado há a referência ao item da NBR 9050/2004 que trata dessa questão. Entretanto, não há especificado na check list qual dimensão do espaço de aproximação. Isso dificulta o levantamento, pois um dos principais propósitos da check list é fazer com que o avaliador não precise lembrar todos os detalhes referentes à NBR 9050. Sendo assim, foi necessário readequá-la. Figura 2 – Check list do MEC

Fonte: Dischinger, Bins Ely & Borges (2009)

A check list proveniente deste estudo é uma fusão da elaborada para o MEC com a check list utilizada criada para o Programa de Acessibilidade dos Edifícios Públicos do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MP-SC – Figura 3), presente na publicação “Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos” (DISCHINGER, BINS ELY & PIARDI, 2011). Sua estrutura é um pouco mais completa do que da check list do MEC, pois apresenta graficamente (na forma de ícones) a componente da acessibilidade a que se refere à pergunta, bem como espaço para observações. Além disso, todas as suas perguntas apresentam, de maneira detalhada, os parâmetros dimensionais de cada um dos itens analisados. Depois dessa reestruturação (Figura 4), a

check list foi testada novamente na escola e se mostrou

adequada para o levantamento. Figura 3 – Check list do MP-SC EDIFICIO______________________________________ AVALIADOR______________________

LOCAL____________________________________ DATA______________

N LEGISLAÇÃO C ITENS A CONFERIR RESP. N/A OBSERVAÇÕES

LEI ART. SIM NÃO

NA VIA PUBLICA

SEMAFORO

1,1 - -

Existe semaforo nos dois lados da via publica para facilitar a travessias dos pedestres?

1,2 9050/

04

9 9 2

Na existência de semáforo há

sinalização sonora quando o mesmo estiver aberto?

Fonte: Dischinger, Bins Ely & Piardi (2011).

Figura 4 – Check list da pesquisa

Escola:______________________________ Avaliadores: Diego Figueiredo , Tatiane Silvestre Local:_______________________________________ Data:_________

1- RUA EM FRENTE À ESCOLA

Legislação C Itens a conferir Respostas Observações

Norma/

decreto

Seção/

artigo

Sim Não N/A

X X

Existe faixa de pedestre para ajudar a atravessar a rua em frente à escola?

NBR 9050/04

9.9.1 9.9.2

Em caso de ruas muito movimentadas e que ofereçam perigo para travessia, além dessa faixa de pedestre, existe algum elemento que permita a travessia com segurança, como semáforo para automóveis, semáforo para pedestre com sinal sonoro, redutor de velocidade dos carros?

Fonte: autores (2011).

Após a aplicação das check lists, os dados levantados foram sistematizados em uma Tabela Síntese (Figura 5). Essa tabela tem uma estrutura semelhante à da check list, em que são apresentados, inicialmente, os itens da NBR 9050/2004 referentes ao item avaliado, bem como a(s) componente(s) da acessibilidade, de maneira gráfica. Na sequência, há a avaliação, em que as respostas de várias perguntas da check list são unificadas formando um texto

descritivo detalhado sobre da situação espacial do local analisado, com referência ao subitem da norma. Ao lado da avaliação, é inserido um ícone de positivo (na cor verde) ou negativo (na cor vermelha) para apresentar, resumidamente, a conclusão da descrição da avaliação. Por fim, é colocada uma imagem do local analisado. A escolha pelo ícone positivo ou negativo, para indicar a acessibilidade (ou a falta dela) no local de análise, deve ser feita de maneira qualitativa e não quantitativa. Não se pode dizer que um espaço é 70% acessível, por exemplo. Em acessibilidade, um item em desacordo com a NBR 9050/2004 pode inviabilizar o acesso e o uso de diversos ambientes de uma escola. É o caso de um sanitário acessível (com barras e espaçamentos adequados) localizado em um pavimento que só é acessado por escadas; ou de uma rampa com inclinação de 8,33% (em conformidade com a norma) localizada após um degrau.

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Figura 5 – Tabela Síntese de Avaliação da Acessibilidade

Tabela síntese de avaliação segundo NBR 9050-2004 Rua em frente à escola

N Lei/ Artigo

C Avaliação Foto

A1 9.9 6.10

Atravessando a rua A rua em frente da escola não é muito

movimentada, mas oferece grade perigo para a travessia por não ter nenhum elemento que permita a

travessia com segurança [9.9.1/9.9.2] , assim como a faixa de pedestre que

esta desgastada e mal dar para ve-la,e também a falta de rebaixamento da

calçada ao lado direito da escola [6.10.11.1] e a falta de uma parada de

ônibus próxima à entrada dela.

A2 6.1 6.10 6.2

Calçada em frente à escola

As vias de passeios são pavimentadas, mas há buracos e obstáculos [6.1.1], sem identificação do piso tátil alerta [6.1.2], mas com largura adequada.

Fonte: autores (2011).

CONCLUSÃO

A readequação da check list para esse estudo mostrou-se eficaz para avaliação da acessibilidade no ambiente escolar. Sua aplicação foi rápida e não gerou dúvidas aos bolsistas que ainda não possuem grande experiência com esse tipo de levantamento. Sabe-se, no entanto, que ainda é necessário fazer uma análise do espaço a partir do olhar dos alunos com deficiência. Sendo assim, a etapa seguinte da pesquisa consiste na realização de Passeio Acompanhado (DISCHINGER, 2000) com alunos com deficiência (com intuito de apreender o espaço sob a ótica do usuário). Após o término da avaliação da acessibilidade espacial da E.M.E.I.E.F. Filho do Mineiro, outras três escolas serão avaliadas, com base nos mesmos procedimentos utilizados. Acredita-se que o “Estudo Piloto de Avaliação da Acessibilidade Espacial nas Escolas Municipais de Criciúma” contribuirá diretamente para a melhoria do espaço físico das escolas estudadas. Para pedir verbas para reformas, a Prefeitura necessita de um diagnóstico detalhado da situação de suas escolas e, atualmente, em seu quadro de funcionários, não há profissional habilitado para realizar tal diagnóstico. Espera-se, dessa forma, que o relatório

final desta pesquisa sirva de base para essa busca por recursos para reforma.

AGRADECIMENTOS

Esta pesquisa é financiada pelo Edital Universal n. 11/2011 da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPGI) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC).

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade de pessoas portadoras de

deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbano. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BRASIL. Decreto Federal n. 5.296, de dezembro de

2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, 2000.

______. Lei Federal n. 9.394, dezembro de 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

DISCHINGER, Marta. Designing for all senses:

accessible spaces for visually impaired citizens. Göteborg, Suécia: Department of Space and Process, School of Architecture, Chalmers University of Technology, 2000.

______; BINS ELY, Vera Helena Moro; BORGES, Monna Michelle Faleiros da Cunha. Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas: o direito à escola acessível!

Brasília, Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial, junho de 2009.

______; ______; PIARDI, Sonia Maria Demeda Groisman. Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios públicos: programa de acessibilidade às pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida nas edificações de uso público. Florianópolis, 2011. [em publicação]

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O ESTADO DA ARTE DA OBRA DE DAVYDOV NA LÍNGUA INGLESA

Alexsander Estevam Pereira,1 Ademir Damazio,2 Josélia Euzébio da Rosa³ 1,2

Universidade do Extremo Sul Catarinense 3

Universidade Federal do Paraná [email protected]

Palavras-Chave: Davydov, Estado da Arte, Língua Inglesa.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa insere-se na grande área das ciências humanas com ramificação na educação, mais especificamente na Educação Matemática e está ligada a um projeto maior sobre o estado da arte da obra de Davydov no cenário mundial. O estudo tem como fundamento teórico a abordagem histórico-cultural com enfoque nas obras do psicólogo V. V. Davydov e seus colaboradores, especialmente, os seus escritos para a Educação Matemática. O problema de pesquisa é: Quais as contribuições do sistema de Davydov para o ensino escolar a partir dos estudos feitos por grupos cuja língua materna é a inglesa. Um dos objetivos desta pesquisa, em andamento, é investigar o estado da arte da obra de Davydov na língua inglesa. O foco principal é para as obras sobre o processo de ensino e aprendizagem de matemática.

METODOLOGIA

A pesquisa é de natureza teórica e qualitativa fundamentada na teoria histórico-cultural baseada no método materialista histórico-dialético. Via internet, buscamos evidências do desenvolvimento do sistema de ensino de Davydov nos EUA, em livros e artigos publicados abordando os temas: álgebra nos primeiros anos iniciais e o sistema de ensino de Davydov como possibilidade nas escolas estadunidenses. Levantamos dados sobre os pesquisadores de acordo com a relevância de suas pesquisas em publicações e que estudam, ou tem interesse no referido sistema e estabelecemos contato com os mesmos via e-mail. O estudo é realizado em bibliotecas virtuais, sites especializados e nas próprias obras de Davydov.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No estado atual da pesquisa já há alguns dados que refletem o teor das pesquisas sobre o referido sistema nos Estados Unidos. Keith Devlin (2011) publica em sua coluna, on-line, questões sobre matemática e educação matemática e, questiona a organização do ensino de matemática em seu país. A crítica aborda as representações empíricas do número, ou seja, a contagem discreta presente no currículo estadunidense. Questiona também se o início do ensino de matemática a partir da contagem de números seria a melhor abordagem no ensino. Com vistas a uma mudança em relação à educação estadunidense, Dougherty, Slovin e Venenciano (2008) criaram o programa Measure Up. Nesse programa, as pesquisadoras desenvolveram todo o sistema de Davydov para a matemática durante seis anos, com turmas de 1º ao 6º ano. A partir dos resultados positivos obtidos na pesquisa, as autoras criaram um currículo adaptado do sistema de Davydov. Schmittau (2004) também pesquisou e desenvolveu durante três anos o sistema de Davydov com alunos. A autora destacou a importância de um sistema de educação para a matemática que desenvolva o pensamento teórico em

detrimento dos espontâneos em situação escolar, e defendeu que é a aprendizagem a responsável por alavancar o desenvolvimento humano, contrariando concepções maturacionistas ou inatistas. Simon, em parceria com Dougherty (2011), também pesquisa as possibilidades do sistema de Davydov para a educação nos Estados Unidos. Esses pesquisadores contaram com um apoio financeiro da Fundação Nacional de Ciências (NSF) no valor de 2 milhões de dólares para desenvolver a pesquisa durante cinco anos, começando em 2010. Analúcia Schliemann, da Universidade de Tufts, pesquisa a álgebra como potencial para o desenvolvimento cognitivo das crianças em séries iniciais, usando o sistema de Davydov como exemplo. Ji Eun-Lee, da Universidade de Oakland, também desenvolveu o sistema de Davydov, de forma breve. Ao refletir sobre a sua práxis, concluiu, assim como afirmam os críticos de Davydov, que o ensino de matemática, a partir do sistema de Davydoviano é desafiador, mas que é um sistema que visa ao desenvolvimento do conhecimento científico e quer quebrar com a empiria predominante nas escolas.

CONCLUSÃO

Há, nos Estados Unidos, um número considerável de pesquisadores interessados em estudar o sistema de Davydov. Devido ao bom desempenho dos alunos que estudam nesse sistema, como os próprios autores citam, esse interesse tem aumentado. A proposição de alguns dos pesquisadores mencionados é que o sistema de Davydov integre o currículo oficial da educação escolar estadunidense pelo seu potencial no desenvolvimento do pensamento teórico dos alunos. Em uma análise prévia dos dados, percebemos que a pesquisa de alguns autores é voltada especificamente para a inovação da inclusão da álgebra nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Em outras pesquisas, no entanto, é notável o esforço em resgatar todo o conteúdo científico que o sistema de Davydov proporciona às séries iniciais. Estes dados apontam para a tendência da tentativa de estabelecer a álgebra como parte curricular principal nos primeiros anos das séries iniciais, o que direciona a pesquisa ao campo das bases teóricas que fundamentam o sistema de ensino de Davydov. O próximo objetivo que se estabelece é a análise das produções dos autores citados e estabelecer a relação entre os objetivos da pesquisa de Davydov e os desses autores.

AGRADECIMENTOS

Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes). Unidade Acadêmica de Ciência e Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc (SC), Brasil. Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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REFERÊNCIAS

SCHMITTAU, J.; MORRIS, A. K. The development of algebra in Davydov’s elementary curriculum, The Mathematics Educator.Vol.8, No.1, p. 60-87, 2004.

SLOVIN, H; VENENCIANO, L. Succes in algbra. In: PME

32 and PME-NA XXX, Julho, Morelia, Mexico. 2008. DEVLIN, K. Should Children Learn Math by Starting with Counting? Disponível em:

<http://www.maa.org/devlin/devlin_01_09.html>. Acesso em: 03 ago. 2011.

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APROPRIAÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS: POSSIBILIDADES DE ENSINO PARA OS ALUNOS DO 6º E 7º ANOS DO COLÉGIO UNESC

Jaqueline Ronchi Martinello, Antonio Serafim Pereira, Eloir Fátima Mondardo Cardoso

PPGE/FORGESB/Colégio Unesc [email protected]

Palavras-Chave: Ensino, Conceito, Matemática.

INTRODUÇÃO

Neste trabalho descrevemos a experiência desenvolvida em matemática com o objetivo de contribuir para que os alunos envolvidos superem as defasagens conceituais decorrentes da não apropriação de conteúdos essenciais estudados. Salientamos que este trabalho integra o Projeto de Extensão/Unesc “Construindo novas possibilidades de aprendizagem para os alunos do Ensino Fundamental do Colégio de Aplicação da Unesc, CAP: uma experiência de extensão”. Para tal, buscamos fundamentação teórica na abordagem histórico-cultural, especificamente, no sistema de ensino Elkonin–Davydov, incluindo o Ensino por Problematização e Pesquisa (EPP) que constituem os pressupostos pedagógicos do CAP (CARDOSO e PEREIRA, 2010). Este referencial se justifica por oferecer subsídio teórico para a apropriação do conhecimento científico. Para isso, os conceitos matemáticos são desenvolvidos na inter-relação das significações algébricas, aritméticas e geométricas (DAVYDOV, 1982).

METODOLOGIA

A proposta de ensino de matemática fundamentada no referencial teórico mencionado adota para o desenvolvimento do projeto os seguintes procedimentos metodológicos: a) acompanhamento semanal de todas as aulas regulares de matemática ministradas pela professora titular; b) participação da bolsista em grupos de estudo da proposta de Elkonin–Davydov; c) definição dos conceitos essenciais, conforme as necessidades dos discentes; d) estudo teórico e metodológico dos conceitos definidos; e) seleção dos alunos a serem atendidos; f) apresentação/discussão do projeto para os pais dos alunos envolvidos; g) planejamento com a professora titular, em horário específico, das tarefas de ensino a serem desenvolvidas em relação ao projeto; h) execução semanal do plano de ensino elaborado em horário inverso às aulas regulares dos alunos; i) registro sistemático do processo em desenvolvimento; j) desenvolvimento de novas atividades com os mesmos objetivos, para os alunos que ainda não se apropriaram dos conceitos. Em todos os momentos da execução do projeto vem sendo garantida a inter-relação entre a professora titular e bolsista. Os dados empíricos para análise foram obtidos por meio de filmagens das aulas de matemática e fotografias de tarefas desenvolvidas pela proposta do sistema de ensino de Elkonin–Davydov abordando o conceito de número.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O sistema de ensino elaborado por Elkonin–Davydov centra-se na ideia de medida, enquanto comparação de duas grandezas da mesma espécie, que pode ser representada tanto do ponto de vista algébrico, quanto geométrico e aritmético. Assim o aluno tem uma apropriação mais abrangente do conceito de número. Dos dez alunos que atendemos até o momento, considerados prioritários pela professora titular, em função das suas dificuldades em relação aos números racionais, dedicamos atenção especial ao ensino das operações com números (adição, subtração, multiplicação, divisão e as relações de igualdade e desigualdade). Conforme análise conjunta com a professora titular, os alunos vêm superando gradativamente as defasagens conceituais apresentadas antes da intervenção pedagógica.

CONCLUSÃO

As tarefas presentes na proposta do sistema de ensino D. B. Elkonin – V. V. Davydov relativas ao conceito de número possibilitam a formação e o desenvolvimento do pensamento geométrico, algébrico e aritmético. Estes não são introduzidos separadamente, mas em um sistema de tarefas interligado conceitualmente, no qual cada pensamento auxilia no desenvolvimento do outro. Embora os resultados obtidos até agora sejam parciais (projeto em andamento), tem-se evidenciado que a iniciativa se configura como possibilidade de aprendizagem dos conceitos matemáticos. Isso se deve à base teórica que toma como pressuposto de que o pensamento lógico-matemático se desenvolve melhor quando o aluno tem possibilidade de dar significado aos conceitos científicos (DAVYDOV, 1982, VYGOTSKY, 1996).

AGRADECIMENTOS

AGÊNCIA FINANCIADORA O projeto é financiado pela Propex/UNAHCE/ Unesc.

REFERÊNCIAS

CARDOSO, E. F. M. PEREIRA, A. S. Problematização e pesquisa no ensino fundamental: critérios e interrogações. Roteiro, Joaçaba, v. 35, n. 2, p. 343-362, jul./dez. 2010

DAVYDOV, V. V. Tipos de generalización en la enseñanza. 3ª ed. Habana: Editorial Pueblo y Educación,

1982. 485p VYGOTSKY, L. S. (Obras Escogidas IV: Incluye Paidología del adolescente problemas de La psicología infantil). Madrid: Visor Distribuciones, 1999

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LEVANTAMENTO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES DO ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE CRICIÚMA E ORLEANS (SC)

PAIM, Tatieli Dagostim,1 CRISTIANO, Marta Adriana da Silva2 1

Fisioterapeuta; Especialista em Terapia Intensiva (Inspirar – PR) e Especialista em Ciências dos Saberes da Educação 1(Unibave – SC).

2 Mestre em Ciência da Computação (Ufsc – SC). Especialista em Educação Inclusiva (UCB – RJ). Pesquisadora do

Núcleo de Pesquisa em Tecnologia Produtiva – Nutec (Unibave – SC). [email protected]

Palavras-Chave: Qualidade de Vida, Docentes, Ensino Médio, Rede Pública.

INTRODUÇÃO

O processo de globalização da economia, características do padrão mundial de produção e comércio, vem introduzindo mudanças radicais na vida e nas relações entre os países e pessoas, realizando transformações culturais e socioeconômicas no mundo do trabalho, nas determinantes da saúde e doença, no quadro da morbimortalidade e na organização das práticas de saúde e segurança relacionadas ao trabalho (SILVA, 2003, s/p). Desde 1957, estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho abordam a situação do comprometimento do trabalho dos professores relacionados com situações particulares do exercício profissional, no seu quadro de mudanças sociais amplas e sistêmicas (RODRIGUES; ALVES, 2008, p. 10). Este estudo tem como perspectiva a tentativa de desvendar e compreender como os processos de trabalho dos professores contribuem para favorecer o desgaste e o adoecimento dos docentes, que impedem o exercício da profissão. Os motivos para verificação da Qualidade de Vida (QV) dos docentes foram mobilizados devido às pesquisas nessa área, pelas ocorrências globais e em elevação de licenças médicas em diferentes sistemas educacionais (RODRIGUES; ALVES, 2008, p. 10). Diante disso, houve a necessidade de realizar um levantamento comparativo da qualidade de vida nos docentes do Ensino Médio da rede pública estadual de Criciúma e Orleans (SC). Verificar o bem-estar físico, aferir a qualidade psicológica (auto-estima, sentimentos negativos), diagnosticar o meio ambiente vivido (ruídos) e analisar as relações sociais mantidas (amigos, colegas, familiares) pelos docentes do Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Criciúma e Orleans (SC).

METODOLOGIA

Caracteriza-se por uma pesquisa de campo, de levantamento de dados, exploratória, quantitativa e descritiva. Os professores envolvidos foram convidados para participar da mesma nos locais específicos das suas atividades, ou seja, nas escolas da rede pública estadual das cidades onde atuam. Para iniciar a pesquisa, foi solicitado aos dirigentes das escolas de Criciúma e Orleans (SC), autorização para aplicação do questionário sobre Qualidade de Vida entre os docentes do Ensino Médio, a fim de obter o consentimento livre e esclarecido (TCLE) no qual constava o relato sobre os objetivos e etapas da pesquisa. Após isso, os docentes responderam ao questionário WHOQOL – bref., instrumento central desta pesquisa. O instrumento é formado por 26 questões, considerando informações das duas últimas semanas dos avaliados, sendo composto por duas questões gerais (uma referente à QV e outra relacionada à saúde) e as outras 24

questões relativas aos quatro domínios (FLECK et al, 2003, p. 179). Dos questionários enviados às instituições, 36% dos docentes de Criciúma e 87% dos professores de Orleans responderam. A pesquisa transcorreu em Criciúma, no mês de outubro de 2011, e, em Orleans, durante o mês de novembro de 2009. Foram incluídos na amostra os docentes do Ensino Médio da rede pública estadual de Criciúma e Orleans (SC), independente do sexo, raça e faixa etária. Como critérios de exclusão, os docentes que não ministravam aulas no Ensino Médio; que não fazem parte da rede pública, que se encontrava em licença temporária de suas atividades e os que se negaram a assinar TCLE. Os resultados obtidos foram expressos por percentuais. Os dados foram organizados em planilha Excel e, para a análise estatística, foi usado o programa computacional SPSS. Do total de questionários respondidos, dividiu-se conforme o gênero (QUADRO I). Verificou-se uma prevalência maior do sexo feminino em detrimento do masculino. QUADRO I – Percentual dos Questionários respondidos

conforme gênero

FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos docentes de Criciúma observou-se que 55,56% dos docentes avaliaram sua qualidade de vida como nem ruim, nem boa; 22,22%, como boa; 11,11%, como muito ruim e muito boa e nenhum docente considerou sua qualidade de vida ruim. Em Orleans, 58,83% dos docentes responderam que sua qualidade de vida é boa; 23,52%, muito boa; 11,76%, nem ruim, nem boa; 7,7%, ruim, e nenhum docente assinalou a alternativa muito ruim. Na pesquisa realizada por Pereira (2008, p. 45), verificou-se que 68,3% dos docentes do Ensino Básico de Florianópolis (SC) consideraram sua qualidade de vida boa ou muito boa. O estudo citado mostra prevalência similar à encontrada em Orleans para o mesmo grupo em questão. Em Criciúma, houve oposição onde a maioria dos entrevistados considerou sua QV nem ruim nem boa.

Percentual dos Questionários Respondidos Conforme Gênero

Total Feminino Masculino

Criciúma100% 77,78% 22,22

Orleans100% 91,18% 8,82%

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GRÁFICO I – Como você avaliaria a sua qualidade de

vida?

FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.

Os docentes do Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Criciúma consideraram sua satisfação em relação a sua saúde: 33,34% satisfeitos; 33,33% nem satisfeitos nem insatisfeitos; e 11,11% muito insatisfeitos, insatisfeitos e muito satisfeitos. Em Orleans, 55,89% satisfeitos, muito satisfeitos 26,47%, nem satisfeito nem insatisfeito 14,70%; insatisfeito 2,94% e nenhum docente considerou muito insatisfeito. GRÁFICO II – Quão satisfeito(a) você está com sua

saúde?

FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.

Na pesquisa de Pereira (2008, p. 45), a maior parte dos docentes, 43,6%, considerou-se satisfeita com sua saúde, e 24,4%, insatisfeitos. Nesta pesquisa, a maioria dos entrevistados está satisfeita com sua saúde. Quanto ao domínio físico, observa-se que a maioria dos docentes entrevistados considera como muito pouco o impedimento de sua dor física para realizar as suas atividades diárias, 33,34% (Criciúma) e 35,29% (Orleans); mais ou menos 33,33% (C) e 20,59% (O); nada 22,22% (C) 32,35% (O), extremamente 11,11 % (C) e 2,95% (O) e bastante 0% (C) e 8,82% (O). Em relação a quanto os docentes precisam de algum tratamento médico para levar a sua vida diária 66,67%(C) e 47,06% (O) muito pouco; 11,11% (C) e 26,47% (O) mais ou menos; 0% (C) e 20,59% (O) respondeu nada; 11,11% (C) e 2,94% (O) bastante e 11,11% (C) e 2,94% (1) extremamente. Para a questão sobre energia suficiente para o seu dia a dia, 77,78% (C) e 26,47% (O) Médio; 11,11% (C) e 32,35% (O) assinalaram a alternativa Muito; 11,11% (C) e 20,95% (O) Muito pouco, 0% (C) e 20,95% (O) completamente e nenhum docente assinalou a alternativa Nada. Quanto à satisfação com o sono, 22,22% (C) e 50% (O) dos professores estão satisfeitos, 22,22% (C) e 20,59% (O) muito satisfeitos, 33,34% (C) e 14,70% (O) nem satisfeito

nem insatisfeito, 22,22% (C) e 11,77% (O) insatisfeito e 0% (C) e 2,94% (O) muito insatisfeitos. Em relação à capacidade dos docentes em desempenhar as atividades do seu dia a dia, 33,34% (C) e 47,06% (O) estão satisfeitos, 22,22% (C) e 23,53% (O) nem satisfeitos nem insatisfeitos, 33,33% (C) e 17,64% (O) insatisfeitos, 11,11% (C) e 11,77% (O) muito satisfeitos e nenhum professor assinalou a alternativa Muito insatisfeito. Sobre a satisfação com a capacidade ao trabalho 22,22% (C) e 50% (O) estão satisfeitos, 11,11% (C) e 20,59% (O) muito satisfeitos, 22,22% (C) e 20,59% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 44,45% (C) e 8,82% (O) insatisfeitos e nenhum docente assinalou Muito insatisfeito. Na pesquisa realizada por Vedovato & Monteiro (2008, s/p) com professores de nove escolas estaduais paulistas verificou-se que 30,6% dos docentes consideraram que o trabalho físico é extenuante. Os professores de Orleans apresentam-se satisfeitos em relação ao domínio físico, porém, os docentes de Criciúma se encontram insatisfeitos quanto à capacidade em desempenhar as atividades do dia a dia. Quanto ao domínio psicológico em relação ao quanto os docentes aproveitam a vida, 11,11% (C) e 52,95% (O) aproveitam bastante; 11,11% (C) e 17,64% (O) extremamente; 55,56% (C) e 17,64% (O) mais ou menos; 22,22% (C) e 11,77% (O) muito pouco e nenhum docente responde em nada. Em relação a quanto os professores acham que a vida tem sentido, 11,11% (C) e 50% (O) destes responderam extremamente, 55,55% (C) e 41,18% (O) bastante; 11,11% (C) e 5,88% (O) mais ou menos; 22,22% (C) e 2,94 (O) muito pouco e nenhum respondeu a alternativa Nada.Quanto à concentração, 44,45% (C) e 55,88% (O) afirmaram que conseguem se concentrar bastante; 22,22% (C) e 29,42% (O) mais ou menos; 22,22% (C) e 8,82% (O) extremamente, 11,11% (C) e 2,94% (1) muito pouco e nenhum docente respondeu nada. Quando perguntado sobre a satisfação em relação à aparência física 33,22% (C) e 32,35% (O) responderam estar completamente satisfeitos, 22,22 (C) e 26,47% (O) responderam muito satisfeitos, 33,34% (C) e 26,48% (O) médio, 11,11% (C) e 14,70% (O) em muito pouco e não houve resposta para a alternativa Nada. Em relação à satisfação pessoal, 22,22% (C) e 50% (O) dos professores responderam estar satisfeitos consigo mesmo, 11,11% (C) e 23,53% (O) consideram-se muito satisfeitos, 55,56% (C) e 14,70% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 11,11% (C) e 11,77% (4) insatisfeitos e nenhum docente relatou estar muito insatisfeito consigo mesmo. Na questão sobre avaliação da satisfação com as condições de moradia dos docentes, 55,56% (C) e 39,24% (O) responderam estar satisfeitos, 33,33% (C) e 39,24% (O) muito satisfeitos, 0% (C) e 23,53% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 11,11% (C) e 0% (O) insatisfeito e nenhum professor assinalou a alternativa muito insatisfeito. Sobre com que frequência os professores apresentam sentimentos negativos como mau humor, desespero, ansiedade e depressão; 55,56% (C) e 55,89% (O) responderam algumas vezes, 22,22% (C) e 17,64% (O) frequentemente, 22,22% (C) e 11,77% (O) muito frequentemente, 0% (C) e 8,82% (O) nunca e 0% (C) e 5.88% (O) sempre. Segundo Vedovato e Monteiro (2008, s/p), a maioria dos entrevistados considerou o trabalho na escola como estressante, relacionado com o fato do surgimento de transtornos psicológicos e mentais, 20,9% dos entrevistados apresentava alguma alteração psíquica e 46,1% consideram o trabalho escolar mentalmente extenuante. Os docentes de Orleans apresentam

MR R NBNR B MB

11,11%

0%

55,56%

22,22%

11,11%

0% 5,88%

11,76%

58,83%

23,53%

Criciúma

Orleans

Como você Avaliaria a sua Qualidade de Vida ?

11,11% 11,11%

33,34% 33,33%

11,11%

0% 2,94%

14,70%

55,89%

26,47%

MI I NSNI S MS

Criciúma

Orleans

Quão Satisfeito(a) você está com sua

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satisfação quanto ao domínio psicológico, os professores de Criciúma estão indecisos quanto à satisfação pessoal. GRÁFICO III: Quão saudável é o seu ambiente físico?

FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.

Em relação ao domínio meio ambiente, verifica-se como os docentes avaliam o ambiente físico (GRÁFICO III) do seu trabalho, em relação ao clima, barulho, poluição e atrativos 33,33% (C) 47,06% (O) consideram o ambiente mais ou menos saudável, 22,22% (C) e 32,35% (11) bastante saudável, 44,44% (C) e 11,76% (O) muito pouco saudável, 0% (C) e 8,83% (3) extremamente saudável e nenhum professor considerou seu ambiente de trabalho como nada saudável. Em relação ao dinheiro suficiente para satisfazer as necessidades, 66,67% (C) e 20,59% (O) muito pouco; 33,33% (C) e 47,06% (O) dos professores consideraram média a satisfação financeira, 0% (C) e 17,64% (O) muito, 0% (C) e 11,77% (O) completamente e 0% (C) e 2,94% (1) nada. Quanto à satisfação com o acesso aos serviços de saúde, 55,56% (C) e 11,77% (O) insatisfeitos; 33,33% (C) e 52,94% (O) dos docentes estão satisfeitos, 0 % (C) e 20,59% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 11,11% (C) e 14,70% (O) muito satisfeito, e nenhum professor respondeu muito insatisfeito. Sobre o meio de transporte, 55,56% (C) e 55,89% (O) dos professores demonstram satisfação, 11,11% (C) e 26,44% (O) muito satisfeito; 0% (C) e 14,70% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 0% (C) e 2,94% (O) muito insatisfeito e 22,22% (C) e 0% (O) se consideraram insatisfeitos com o seu transporte. Vedovato e Monteiro (2008, s/p) observaram que 44,6% dos professores consideram inadequado o ambiente de trabalho. Os dados obtidos com os professores de Criciúma vão ao encontro da pesquisa realizada por Vedovato e Monteiro, onde se encontram insatisfeitos quanto ao ambiente, aos acessos aos serviços de saúde e ao dinheiro. Os docentes de Orleans estão satisfeitos em relação ao domínio meio ambiente e em relação ao dinheiro estão indecisos. Quanto ao domínio relações sociais, a satisfação com as relações pessoais com amigos, parentes, conhecidos e colegas, 77,78% (C) e 47,06% (O) dos docentes responderam estar satisfeitos, 11,11% (C) e 38,23% (O) muito satisfeitos, 11,11% (C) e 11,77% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 0% (C) e 2,94% (O) insatisfeitos e nenhum professor considerou-se muito insatisfeito com as relações pessoais. Em relação à satisfação com o apoio que os docentes recebem dos amigos, 44,45% (C) e 55,89% (O) estão satisfeitos, 11,11% (C) e 20,59% (O) muito satisfeito, 44,44% (C) e 17,64% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 0% (C) e 5,88% (O) insatisfeito e nenhum professor respondeu muito insatisfeito. Quanto à satisfação sexual dos professores entrevistados, 55,56% (C) e 58,82% (O) responderam satisfeitos, 11,11% (C) e 23,53% (O) muito satisfeitos; 0% (C) e 8,83% (O)

insatisfeito, 33,33% (C) e 5,88% (O) nem satisfeito nem insatisfeito e 0% (C) e 2,94% (O) muito insatisfeito. Pereira (2008, p. 51), em seu estudo, verificou que 59,6% dos docentes estão satisfeitos com as suas relações sociais, 36,7%, indecisos e 3,7%, insatisfeitos. Observa-se que em nossa pesquisa o percentual encontrado de satisfação quanto às relações sociais pelos docentes apresenta semelhança com a pesquisa realizada por Pereira.

CONCLUSÃO

Podemos concluir neste estudo que os docentes do Ensino Médio da Rede pública Estadual de Orleans estão satisfeitos em relação à qualidade de vida, entretanto em Criciúma a maioria dos entrevistados considerou sua QV nem ruim nem boa. Quanto à satisfação com a saúde e relações sociais, ambas as cidades pesquisadas apresentam satisfação. Quanto ao domínio físico e psicológico os docentes de Criciúma estão insatisfeitos quanto à capacidade em desempenhar as atividades do dia a dia, e indecisos quanto à satisfação pessoal, os professores de Orleans estão satisfeitos no domínio físico e psicológico. No domínio meio ambiente, os docentes de Criciúma estão insatisfeitos com o ambiente de trabalho, acesso aos serviços de saúde e a satisfação financeira. Os docentes de Orleans se encontram indecisos quanto à satisfação financeira. Diante do exposto, sugerem-se programas que incentivem uma melhor qualidade de vida para estes profissionais, como ginásticas laborais; os professores que apresentam maior tempo de serviço façam rodízios ou diminuam suas cargas horárias e a realização de pesquisas sobre estresse, qualidade de ensino e rendimento escolar.

REFERÊNCIAS

FLECK et al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Revista Bras. Psiquiatr. v.21 n.1 São

Paulo jan./mar. 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644461999000100006&lng=pt&nrm=iso Acesso: novembro de 2008. RODRIGUES, Martius Vicente Rodrigues Y; ALVES, Joemar Braga. Qualidade de vida dos professores: um bem pra todos. IV Congresso Nacional de Excelência em

Gestão. Responsabilidade Socioambiental das Organizações Brasileiras. Niterói, 31 de julho, 01 e 02 de agosto de 2008. Disponível em: http://www.latec.uff.br/cneg/documentos/anais_cneg4/T7_0049_0018.pdf Acesso em 13 de novembro de 2009. SILVA, Zilda Pereira da; BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco; SANT'ANA, Maria do Carmo. Saúde do trabalhador no âmbito municipal. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 17, n. 1, Março 2003.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010288392003000100006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 23 de julho de 2009. PAIM, Tatieli Dagostim; CARDOSO, Alcionê Damásio. A avaliação da qualidade de vida dos docentes do ensino médio da rede pública estadual de Orleans – sc. Trabalho de Monografia apresentado como requisito

parcial para obtenção do título de Especialista em Ciências dos Saberes da Educação pelo Centro

0%

44,45%

33,33%

22,22%

0% 0%

11,76%

47,06%

32,35%

8,83%

N MP Mais ou menos B E

Criciúma

Orleans

Quão saudável é o seu ambiente físico?

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Universitário Barriga Verde – UNIBAVE. 2010, Orleans- SC. PEREIRA, Érico Felden. Qualidade de vida e condições de trabalho de professores de educação básica do município de Florianópolis – sc. Dissertação

Apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina, na Sub-área da Atividade Física Relacionada à Saúde, como Requisito Parcial para Obtenção do Título de Mestre. Fevereiro, 2008. Florianópolis. Disponível em:

http://www.tede.ufsc.br/teses/PGEF0176-D.pdf Acesso dia 14 de novembro de 2009. VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; MONTEIRO, Maria Inês. Perfil Sociodemográfico e Condições de Saúde e Trabalho dos Professores de Nove Escolas Estaduais Paulistas. Revista da escola de Enfermagem da USP.

Vol. 42, número 2, junho de 2008. São Paulo-SP. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n2/a11.pdf acesso em novembro de 2009.

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CAMINHOS DA ELETRICIDADE: DA GERAÇÃO AO CONSUMO

Breno Pereira Dela Bruna,¹,² Gabriel Goulart Nandi,¹,² Gabrio Peyrot,¹,² Gillian da Luz,¹,² Mateus Bortolatto,¹,² Pedro Henrique Di Francia Rosso,¹,² Tales Alfredo

Cittadin,¹,² Reginaldo Tassi¹,² ¹ Instituto Maximiliano Gaidzinski ² Colégio Maximiliano Gaidzinski

[email protected] [email protected]

Palavras-Chave: Energia Elétrica, Geração, Transmissão, Consumo.

INTRODUÇÃO

As pessoas que vivem em meios urbanos, em sua grande maioria, necessitam de energia para realizar suas atividades, sejam elas pessoais, sociais ou industriais. Contudo, somente conhecem o seu usufruto, o que reafirma a idealização deste trabalho. Para isso, é necessário um mapeamento das redes de geração, transmissão e distribuição de energia do sul de Santa Catarina, dando ênfase, principalmente, à região carbonífera. Delimitado o espaço, este trabalho teve como objetivos conhecer o processo de geração, transmissão e consumo de energia elétrica e informar a população sobre as formas de geração presentes em nossa região, o porquê de sua presença e quais seriam as mais viáveis, coincidindo ou não com as atualmente encontradas. O caminho da energia se inicia com a geração, onde, no caso das usinas hidroelétrica (Figura 1), termoelétrica (Figura 2) e eólica (Figura 3), a energia mecânica obtida pela força da água, do vapor aquecido pelo carvão, óleo, gás ou urânio, e pela força do vento, transformam-se em energia elétrica ao passar pelo gerador. A transformação também pode se dar devido a reações químicas, no caso da energia solar (Figura 4), onde as células de silício entram em contato com a luz solar e ativam os elétrons que formam a corrente elétrica. Figura 1 – Usina Hidroelétrica

Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/content_ images/1/Quimica/usina/itaipu.JPG Figura 2 – Usina Termoelétrica

Fonte: Tractebel e Energia Figura 3 – Aerogeradores (Energia Eólica)

Fonte: http://www.revistaoempreiteiro.com.br/images/mate riaedicoes/thumbs/448.13.gif

Figura 4 – Energia Solar

Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/e/energia%20s olar.jpg É necessária uma análise dessas formas de geração, já que algumas delas apresentam maior contaminação ambiental que outras, como o caso da usina termoelétrica, que emite um percentual de dióxido de carbono para a atmosfera com a queima dos combustíveis fósseis. A energia hidroelétrica não afeta a atmosfera, porém seus danos atingem as florestas, onde há inundação. As energias eólica e solar são as mais recomendadas, sendo que sua implantação não depende de fatores únicos, somente da frequência do vento intenso e da luz solar, respectivamente. A transmissão de energia elétrica acontece por meio de torres de alta tensão, onde a tensão varia entre 50 kVca e 230kVca. A finalidade do transporte em alta tensão decorre da Lei de Ohms, segundo a qual, quanto maior a tensão numa rede, menores são as perdas no sistema de potência. A fórmula pode ser descrita por: P = R x I², onde P é a perda de potência no sistema; R a resistência do mesmo e I a corrente elétrica. Sabendo que a corrente elétrica é inversamente proporcional a tensão elétrica, afirma-se que, quanto maior a tensão, menor será a perda. Durante o transporte, a eletricidade é conduzida por torres de alta tensão, que têm como função a

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segurança, a viabilidade no transporte e a garantia da proteção pelos isoladores que suportam os cabos. Ao sair das usinas e ao chegar próximo aos centros consumidores, a eletricidade passa por subestações, a primeira chamada elevadora, onde ocorre a transformação das unidades elétricas, anteriormente explicadas. Na segunda, as unidades elétricas são convertidas de acordo com o potencial de demanda necessária para abastecer o local solicitado. Da subestação abaixadora, a energia segue para os postes, onde os transformadores têm a função de estabilizá-las em torno de 220VCa entre fase e neutro e 380VCa entre fases. Assim a eletricidade chega até as casas.

METODOLOGIA

O primeiro procedimento consistiu em realizar uma pesquisa de campo, com o intuito de justificar a realização do projeto. Para isso, foram realizadas no dia 11 de julho de 2011, pesquisa com 146 alunos do Colégio Maximiliano Gaidzinski, sendo que a mesma tinha dois temas como foco: a geração e a transmissão de energia elétrica. A seguir, buscou-se saber como é feita a medição de custo de energia elétrica em uma residência através da análise de uma fatura de energia (Figura 5), e também avaliar os fatores que influenciam diretamente nessa contagem. Figura 5 – Fatura de Energia Elétrica

A etapa seguinte foi a construção de uma maquete que representou o sistema unifilar de geração de energia elétrica (Figura 6) e sua transmissão e consumo. A realização da maquete teve como elementos usados: fios de cobre, gerador manual de corrente alternada, com níveis de tensão até 60V, dois transformadores de 12V + 12V com saída de 110V – 220V, suporte de madeira compensada e materiais para fixação dos elementos do suporte, foi realizada uma disposição dos elementos sobre o suporte a fim de realmente parecer com um sistema de geração e transmissão de energia.

Figura 6 – Esquema elétrico do projeto.

A equipe também adquiriu uma maquete (Figura 7) que demonstra o sistema de distribuição a partir da subestação em Cocal do Sul (SC).

Figura 7 – Maquete da distribuição em Cocal do Sul

As informações obtidas foram transmitidas ao público visitante durante a realização do XIV Seminário de Iniciação Tecnológica e Científica promovido pelo Instituto e Colégio Maximiliano Gaidzinski, no período de 14 a 16 de setembro de 2011, na forma de mostra de maquetes, apresentação de banner e apresentação oral.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados obtidos na pesquisa de campo justificaram a realização deste projeto, pois a maior parte dos pesquisados não sabe como a energia elétrica é gerada e também não sabe como a energia chega a suas casas, como mostrado na figura a seguir: Figura 8 – Gráficos da pesquisa de campo Pela análise de uma conta de energia elétrica, concluiu-se

que a mesma possuía as informações necessárias para se ler uma fatura e saber quanto se gastou de energia num mês. O fator de cálculo muda de acordo com a classe do consumidor, isto é, se rural ou urbana, se residencial, comercial ou industrial, de acordo com o horário, no caso se é horário de pico ou normal, e também de acordo com a época do ano, se é de seca ou não. Com a maquete construída, foi mais fácil explicar o processo de geração, transmissão e consumo de energia elétrica, onde o gerador manual representa os tipos de geração, já que todos se baseiam num mesmo conceito, que é mover uma turbina gerando energia mecânica e, após, convertê-la em elétrica; o primeiro transformador mostra a subestação elevadora, onde a tensão é elevada para poder ser transportada sem perdas (como o efeito Joule: transformação de energia em calor); os fios centrais mostram as redes de transmissão; o segundo transformador mostra a subestação abaixadora, onde a tensão é abaixada para 13,8kV, para poder seguir para a distribuição nos centros urbanos; e o último elemento (lâmpada de LED) mostra o consumidor. Durante o XIV Seminário de Iniciação Tecnológica e Científica, cerca de 500 pessoas puderam ter acesso às informações sobre o tema.

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CONCLUSÃO

A energia elétrica é um recurso fundamental ao ser

humano, já que está diretamente relacionada com o cotidiano, tanto na geração e transmissão quanto no consumo da mesma. Desde o surgimento da energia elétrica, o homem vem melhorando os meios de geração e distribuição. A geração pode ser tanto por meios renováveis (como a energia solar ou eólica) ou não (como as termelétricas), influenciando assim no meio ambiente. Atualmente dispomos de grandes estruturas de geração e distribuição, que regidas por rigorosas normas garantem a segurança e eficiência do produto final em consumo. No Estado de Santa Catarina, as principais fontes de energia são provenientes do carvão, que são as termoelétricas, e da água, que são as hidroelétricas. As normas técnicas também se estendem ao consumo de energia, presente no cálculo de uma fatura de energia, que depende da classe de consumo, dividida para períodos úmidos ou períodos de seca, se é área rural ou urbana, e também se for casa ou empresa. Os grupos de consumo se dividem em A e B. Existem também vários tipos de níveis de tensão, cada um representando uma área de consumo: a baixa tensão, no caso doméstico, e a alta tensão, no caso de empresas, entre outros níveis. Por isso, existem as subestações: elevadora, onde se eleva a

tensão para poder transportá-la, e a abaixadora, para abaixar e tensão e depois fazer a distribuição nas cidades. Considera-se a energia elétrica um requisito básico para o homem. É importante salientar que os objetivos propostos inicialmente foram alcançados na realização deste projeto.

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto e Colégio Maximiliano Gaidzinski, à Coordenação de Ensino e a todos os professores. Especialmente, aos orientadores Tales Alfredo Cittadin e Reginaldo Tassi, pela atenção dispensada na realização deste trabalho. À Tractebel Energia, pelo material informativo fornecido, à Celesc e à Coopercocal pelas informações prestadas.

REFERÊNCIAS

ARRUDA, Carlos Kleber da Costa. Eletricidade Aplicada. 1 ed. [2007]. 73 p.

BRASIL. Fontes alternativas de energia. Brasília, DF:

MME, 1983. 88 p. FUCHS, Rubens Dario. Transmissão de energia elétrica: linhas aéreas: teoria das linhas em regime

permanente. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977. xx, 280

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INTERESSES E/OU NECESSIDADES EDUCACIONAIS DOS ALUNOS DAS ESCOLAS NOTURNAS DE ARARANGUÁ (SC)

Aline Coêlho dos Santos,¹ Soraia Soares da Luz,² Paulo Rômulo de Oliveira Frota³ 1

Graduada em Ciências Biológicas/Unesc – 2011 2

Acadêmica do curso de Ciências Biológicas/Unesc ³ Professor titular da Unesc/ Doutor em Educação/Ensino de Ciências/Ufsc

[email protected]

Palavras-Chave: Educação, Aprendizagem Significativa, Ensino Noturno.

INTRODUÇÃO

É evidente que o estresse, o cansaço, o desânimo, o desinteresse, a falta de tempo, entre outros fatores, influenciam de forma negativa o processo ensino–aprendizagem dos alunos que estudam no período noturno. Nesse contexto, então, cabe a nós investigar quais são os interesses e as necessidades apresentadas por esses alunos no âmbito escolar que possam mudar a realidade atual do ensino noturno como um processo de formação fácil e inútil, que apenas garante ao aluno a obtenção de um certificado. Preocupados com o futuro profissional e pessoal desses alunos, essa pesquisa se desenvolve, procurando encontrar maneiras e métodos educacionais que façam com que esses alunos tenham melhores expectativas para o futuro, permitindo que eles cresçam pessoalmente, como cidadãos responsáveis, cientes de seus direitos e deveres, e que esses encontrem na escola um lugar significativo, que ao saírem sintam vontade de voltar.

METODOLOGIA

Essa investigação ocorreu na cidade de Araranguá (SC), entrevistando 120 alunos e 20 professores de todas as escolas que funcionavam no período noturno da cidade, através de entrevistas reflexivas. Para viabilização dessas entrevistas, foram utilizados dois questionários, um com nove e outro com 13 questões abertas para professores e alunos respectivamente, que contemplavam perguntas relacionadas à realidade socioeconômica dos alunos, suas dificuldades de aprendizagem, relacionamento entre alunos e professores, e temáticas, recursos e metodologias de ensino de maior interesse dos alunos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em nossas visitas e entrevistas feitas nas escolas à noite, evidenciamos que o período noturno é o que enfrenta maiores dificuldades em relação ao processo ensino–aprendizagem dos alunos. Essas dificuldades se dão por conta de diversos fatores, sendo que o mais agravante deles diz respeito às atividades realizadas pelos alunos no período diurno, pois a maioria trabalha durante o dia, obedecendo a uma jornada extensa, muitas vezes em empregos desgastantes, como mecânicos, pedreiros, empacotadores em supermercado, serralheiros, padeiros, (...), apresentando obrigatoriedade em iniciar no mercado de trabalho cedo, por necessidades de sobrevivência da família, acarretando em baixa produção escolar e infrequência nas aulas. Uma das professoras entrevistadas nesta pesquisa ainda reforçou esta constatação, declarando que os alunos não rendem da mesma maneira que os outros do período diurno e não têm tempo nem disposição de realizar as tarefas solicitadas, acarretando assim em uma lenta progressão da matéria e uma baixa assimilação do conteúdo pela

maior parte dos alunos. Com as entrevistas, foi possível evidenciar que o ensino tradicional (método expositivo e dialogado que utiliza o quadro negro e livro didático) ainda predomina nas escolas noturnas devido ao grande número de turmas existentes nesse período, à escassez de recursos e à falta de qualificação por parte de alguns dos entrevistados. As sugestões para melhoria da qualidade de ensino giraram em torno de aulas utilizando os recursos tecnológicos, aulas interativas com debates e dramatizações, sobre os mais diversos temas que, segundo os mesmos, os que estão mais incutidos na cabeça e presentes nas conversas dos alunos, portanto, despertando maiores interesses hoje são: gravidez e métodos contraceptivos, Aids, bebidas alcoólicas, tabagismo e violência sexual.

CONCLUSÃO

Por fim concluímos que uma mudança que traria resultados mais promissores, tratando-se de aprendizagem significativa, e que foi muito solicitada pelos alunos nas entrevistas, está relacionada às metodologias de aula adotadas pelos professores em sala. A maior parte dos docentes, de acordo com nossos resultados, adota uma metodologia única, utilizando poucos recursos metodológicos diferenciados, tornando as aulas monótonas e enfadonhas. Concordamos que existem diversos fatores além do empenho e metodologias utilizadas pelos professores em sala e que não é possível enxergar os problemas da escola apenas observando ela própria. Contudo, todos os dados obtidos sejam eles positivos ou negativos, serão válidos para uma melhor reflexão a respeito do ensino que hoje se faz presente nas salas de aula nas escolas noturnas.

AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos são direcionados ao CNPq, financiadora dessa pesquisa e ao Grupo de Pesquisa Produção do Conhecimento no Paradigma Histórico-Cultural/Unesc.

REFERÊNCIAS

ADRIÃO, T. M. F.; GARCIA, T. O. G. Ensino Médio Noturno no Estado de São Paulo: evidências de qualidade em escolas públicas. São Paulo, [2000

MOREIRA, M.A. (2005). Aprendizagem significativa crítica. Porto Alegre: Instituto de Física da UFRGS.

TOGNI, Ana Cecília; SOARES, Jane Carvalho Soares. A ESCOLA NOTURNA DE ENSINO MÉDIO NO BRASIL.

Revista Iberoamericana para la Educación, la ciência y la cultura. Madrid/ Espana, 2007, p. 61-76

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METODOLOGIAS UTILIZADAS POR PROFESSORES PARA MINISTRAR AULAS DE CIÊNCIAS EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE CRICIUMA (SC)

Soraia Soares da Luz,1 Maristela Gonçalves Giassi,2 Paulo Rômulo de Oliveira Frota,2 Maria de Lourdes Milanez Goularte,3 Miriam da Conceição Martins3

1 Acadêmica do curso de Ciências Biológicas – Licenciatura e bolsista de iniciação científica – Unesc

2 Professora Dra. em Educação e membro do grupo de pesquisa da educação, Professor Dr. do PPGE e membro do

grupo de pesquisa da educação. 3

Professoras do curso de Ciências Biológicas e membros do grupo de pesquisa da educação. [email protected]

Palavras-Chave: Metodologia, Ensino de Ciências, Professores.

INTRODUÇÃO

Os professores são desafiados diariamente no exercício de sua função. Dentre os desafios está aquele de construir, com os alunos, os conhecimentos próprios da disciplina que ministra. Para isso, utilizam uma diversidade de metodologias e recursos que estão disponíveis para esse fim. No entanto, nem sempre é possível chegar aos fins com resultados positivos e, assim, é necessário buscar novas possibilidades para o processo ensino–aprendizagem. Segundo Maldaner (2007), ainda são utilizadas metodologias tradicionais por alguns professores, assim como o uso excessivo do livro didático e dos exercícios nele propostos, o que torna as aulas monótonas e sem significado para os educandos. Desse modo, é importante que os professores se atualizem nas pesquisas sobre sua área de conhecimento, bem como nos avanços científicos e tecnológicos que são lançados diariamente no mercado e

que fazem parte do cotidiano dos alunos. A presente pesquisa tem como objetivo identificar quais são as principais metodologias utilizadas pelos professores de ciências em escolas da rede municipal de Criciúma (SC).

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva realizada com professores de escolas da Rede Pública Municipal, de Criciúma (SC), cujo instrumento para coleta de dados foi uma entrevista estruturada composta de 15 questões. A amostra foi composta por 23 professores de 14 escolas da rede municipal. As questões eram relacionadas às metodologias e aos recursos que os mesmos utilizam para tornar suas aulas mais interessantes e significativas para os seus alunos. Foram também abordadas as dificuldades e facilidades encontradas pelos professores ao ministrar suas aulas, sendo que esse conjunto influencia diretamente na aprendizagem dos alunos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das respostas obtidas dos professores, pode-se perceber que existe o uso de metodologias diferenciadas nas aulas. Dentre as principais metodologias utilizadas, encontram-se: trabalhos em grupo e/ou individuais, trabalhos de pesquisa com a utilização da biblioteca e da internet citados por 52% dos professores. Aula expositiva e dialogada com os alunos, utilizando o quadro negro foi citada por 22% dos docentes. Vídeos, jogos e saídas a campo estavam no mesmo grupo e foram citados por 10,8%. Percebe-se que recursos como vídeos jogos, saídas a campo são pouco utilizados pelos participantes da entrevista. O uso do livro didático como principal recurso foi citado por 15,2% dos professores. Uma vez

que o ensino de ciências trata diretamente de aspectos ambientais e da vida em geral, a saída de estudos torna-se uma ferramenta especial para esse fim, possibilitando ao aluno o contato direto com o objeto de estudo, no entanto, este item foi pouco mencionado pelos professores. Há várias metodologias diferentes para se aplicar nas salas de aula e todas devem fazer parte do plano de ensino dos professores com o objetivo de tornar suas aulas diferenciadas e significativas para os seus alunos.

CONCLUSÃO

O estudo realizado nos permitiu observar que os professores estão adotando metodologias diferenciadas nas aulas de ciência, visando despertar maior interesse dos alunos. Contudo, fica claro que a maioria utiliza metodologias que envolvem somente o espaço da sala de aula, realizando trabalhos em grupo ou individuais e de pesquisa. Saídas a campo, por exemplo, que são bastante motivadoras na disciplina de ciências, são pouco utilizadas nas escolas participantes da entrevista. O uso do livro didático é citado por alguns professores como única metodologia utilizada nas aulas de ciências, o que nos leva a pensar que ainda é necessário instrumentalizar os professores para esse fim. Percebe-se que uma significativa parte dos professores busca melhorar suas aulas e tem como objetivo a aprendizagem e a satisfação dos alunos em relação às mesmas. Salienta-se a importância de uma boa metodologia na aprendizagem, no interesse, e desempenho dos alunos dentro do ambiente escolar.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a fonte financiadora CNPq/Unesc, as escolas envolvidas na pesquisa, aos professores que disponibilizaram de seu tempo para responder aos questionários.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Ana Maria Pessoa de; Gil-Pérez, Daniel. Formação de professores de ciências: tendências e

inovações. São Paulo: Cortez, 1998. LOGUERCIO, R. Q.; PINO, J. C. D.; SOUZA, D. O. G., A educação e o livro didático: implicações sociais.

Educação, Porto Alegre, ano 25, n. 48, p. 183-193, 2002. MALDANER, Otávio Aloísio. Situações de estudo no ensino médio: nova compreensão de educação básica. In A pesquisa em Ensino de Ciências no Brasil: Alguns

recortes. Roberto Nardi (organizador). São Paulo: Escrituras Editora, 2007. p. 239 a 253.

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DESENVOLVIMENTO DE VEÍCULOS INDIVIDUAIS DE DUAS RODAS DE BAIXO CUSTO ECOLOGICAMENTE CORRETOS – ARIBOS

Marcos Aurélio Ribeiro Passos Filho,1 Anderson Soares André2 1

Universidade do Sul de Santa Catarina / Curso de Ciências da Computação – Unisul 2

Universidade do Sul de Santa Catarina / GPEAR – Grupo de Pesquisa em Energia Alternativa Renovável – Unisul [email protected]

Palavras-Chave: Veículo Individual, Eletrônica, Unidade de Medida Inercial, Autoequilíbrio, Robótica.

INTRODUÇÃO

Os meios de transportes atuais sofrem com diversos tipos de problemas, sendo os principais deles a superlotação e a geração de filas quilométricas de trânsito diariamente nas grandes cidades. Segundo o Movimento Nossa São Paulo e o instituto de pesquisas Ibope (2010), os moradores de São Paulo gastam, diariamente, cerca de duas horas com o deslocamento. Com a quantidade crescente de veículos, mesmo cidades que possuem um sistema avançado de transporte público não conseguem vencer o problema da mobilidade. Algumas cidades acabam por adotar algumas medidas preventivas, visando à diminuição deste tráfego, como é o caso dos rodízios. O grande problema dessas soluções é que elas são ineficazes e acabam gerando um resultado negativo. No exemplo citado anteriormente, algumas pessoas acabam adquirindo outro veículo de forma a burlar o sistema. Outra questão importante, segundo Matt Savinar (2005), trata da produção de petróleo, que segue uma curva em formato de sino, onde a ascensão é onde as fontes são abundantes e o preço é barato, seguido do pico, onde as fontes começam a se esgotar e posteriormente o declínio, onde os poços estão escassos e os preços são assustadores. Ainda segundo Matt, as expectativas dos geólogos mais otimistas é que entre 2020 e 2035 ocorrerá o pico da curva de produção de petróleo. No entanto, as estimativas mais realistas indicam que isso ocorreu entre 2004 e 2010. Segundo Duncan (1996), criador da teoria “Idade da Pedra Pós-Industrial”, a humanidade não conseguirá manter um nível de industrialização como mantém hoje em dia, caso o combustível fóssil venha a se extinguir, existindo então, um risco real de regredirmos e voltarmos a viver como homens da idade da pedra. Junto com a questão da escassez de energia, vem a preocupação da mobilidade – sem energia, os veículos utilizados em massa hoje em dia simplesmente não funcionam. Na busca de fontes inesgotáveis de energia, o homem deparou com algumas alternativas plausíveis, como a energia solar, hídrica, eólica, biomassa, nuclear, etc. Todas apresentam pontos negativos e positivos, além de algumas serem inviáveis para determinadas aplicações. Um exemplo são as células fotovoltaicas comerciais, que possibilitam a transformação de energia solar em energia elétrica. Em geral, elas possuem uma baixa eficiência, da ordem de 16% (LANDIN, et al, 2010), além de necessitarem um amplo espaço para uma boa captação, o que torna inviável para veículos de pequeno porte. Atualmente a preocupação não reside apenas em descobrir novas formas de obtenção de energia, mas também de que haja conscientização e racionamento por partes de todos. Neste âmbito, podemos tomar como exemplo o meio de transporte mais popular do mundo: o carro. A grande maioria dos carros normalmente possui de dois a cinco lugares, no entanto, são normalmente

utilizados de forma individual, gerando um enorme desperdício de energia. Além disso, a quantidade de poluente expelido pelos automóveis está em segundo lugar do ranking dos mais prejudiciais à natureza (ENKVIST, et all; 2007). Baseado no problema apresentado anteriormente, este artigo visa esclarecer como um veículo elétrico individual de duas rodas, baseado na teoria do pêndulo invertido, pode ser desenvolvido. Ele também mostrará os resultados já obtidos nos trabalho que está em desenvolvimento.

METODOLOGIA

De forma a estruturar a realização da pesquisa, é necessário enquadrá-la em suas categorias específicas, fornecendo base teórica que justifique a execução das mesmas. Dessa maneira, a metodologia aplicada foi enquadrada da seguinte forma: Área da Ciência: Teórica e Prática. A pesquisa será voltada ao estudo das teorias existentes e na aplicação voltada a intervir na realidade social (DEMO, 2000, p. 22). Quanto à Natureza da Pesquisa: Aplicada. É classificada como tal uma vez que objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Nesse caso, os conhecimentos obtidos são utilizados para a construção do protótipo do veículo. Quanto aos Objetivos da Pesquisa: Exploratória, porque visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito (SILVA; MENEZES, 2001). Quanto à forma de abordagem: Qualitativa, pois o estudo das teorias envolvidas no protótipo não pode ser traduzido em números, ou seja, quantificável. Para o desenvolvimento deste trabalho, as seguintes etapas serão seguidas:

1. Levantamento teórico; 2. Estudo dos projetos existentes; 3. Levantamento dos componentes

eletrônicos; 4. Levantamento dos componentes

mecânicos; 5. Desenvolvimento do software; 6. Testes.

Vale ressaltar que, paralelamente ao desenvolvimento do protótipo e escrita do trabalho, é publicado um relato do andamento do desenvolvimento do protótipo no blog pessoal do autor, de forma a obter sugestões e novas ideias por parte dos visitantes, objetivando-se aprimorar ainda mais o projeto e enriquecer a pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Atualmente, já existe um protótipo em estágio avançado que consegue autoequilibrar-se. Para tal tarefa, foi utilizada uma técnica de controle denominada PID (proporcional–integral–derivativo) cujo objetivo é manter o condutor equilibrado sobre o veículo. Este controle utiliza

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informações de sensores que, mixados, conseguem informar a angulação da plataforma (COLTON, 2007). Através dessas informações, o controle envia um comando ao motor para que produza um torque que seja capaz de compensar a inclinação da plataforma. Fazendo uma analogia, é como se uma pessoa tivesse um bastão verticalmente colocado na palma da mão e tentasse equilibrá-lo (FIGUEIRA, 2008). Quando ele cai para frente, é necessário deslocar a mão para frente e vice-versa. Isso é exatamente o que a técnica de controle juntamente com o conjunto de motores tenta reproduzir. A Figura 1 mostra um fluxograma simplificado do sistema de controle que garante a manutenção da posição do veículo. Ele utiliza dados de um acelerômetro (mede força por unidade de massa) e do giroscópio (velocidade de rotação). Tais sensores podem apresentar ruídos no seu sinal de saída, obrigando a utilização de um filtro para corrigir essas pequenas variações (COLTON, 2007). O filtro escolhido foi o complementar porque é o que menos exige capacidade computacional e o que apresenta melhor resultado quando comparado a filtros mais complexos, como o Kalman Filter (SIMON, 2007). Figura 1 – Fluxograma do Filtro Complementar

Fonte: A Simple Solution for Integrating Accelerometer and Gyroscope Measurements for a Balancing Platform, MIT A fotografia apresentada na Figura 2 demonstra um protótipo do equipamento estudado já funcional. Devido ao seu tamanho relativamente reduzido, o Aribos permite a substituição dos meios de transporte tradicionais para deslocamentos em curta distância. Figura 2 – Veículo equilibrando-se

Fonte: Autor A Figura 3 mostra os primeiros rascunhos da carenagem do Aribos, que está sendo desenvolvida por um grupo de estudantes de Design do IF-SC, responsáveis pela A3 Design (empresa júnior da instituição). O design está

levando em consideração a praticidade do dia a dia, aerodinâmica e questões de segurança (sinalização). Embora seja o primeiro rascunho, este será utilizado como base para o desenvolvimento da ideia. Depois de finalizado, planeja-se fabricar o protótipo utilizando fibra de vidro, devido à viabilidade de mão de obra e o baixo custo deste material. Figura 3 – Protótipo da carenagem

Fonte: Autor

CONCLUSÃO

O protótipo se encontra em estágio de desenvolvimento, mas já possui toda a estrutura mecânica definida e desenvolvida. Ele também já é capaz de se movimentar e de se autoequilibrar, ou seja, é capaz de se manter de pé apenas através dos comandos enviados às duas rodas. Os próximos passos para a conclusão e consolidação do projeto prevêem ajustes evolutivos nos sistemas de estabilidade e de direção, além da criação de sistemas redundantes para garantir a segurança dos usuários. Uma vez finalizado, o Aribos deverá ser capaz de minimizar a necessidade de uso de automóveis, em muitas tarefas do cotidiano, contribuindo para a redução do congestionamento e da poluição.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Sr. Sérgio Abreu, responsável por grande parte do desenvolvimento da parte mecânica do projeto. À minha família e namorada, pelo apoio e compreensão. Ao meu orientador, Prof. Anderson Soares André, por toda a sua dedicação e boa vontade em ajudar a desenvolver o projeto.

REFERÊNCIAS

ALEIXO, Luiz Alexandre Garcia; TACHIBANA, Toshi-Ichi; CASAGRANDE, Douglas. Poluição por óleo - Formas de introdução de petróleo e derivados no ambiente. Integração. São Paulo, ano XIII, n. 49, p. 259-166, 2007.

BLACKWELL, Trevor Website. Building a Balancing Scooter. Disponível em: <http://tlb.org/scooter.html>.

Acesso em 8 mai. 2011. COLTON, Shane. The Balance Filter. A Simple Solution

for Integrating Accelerometer and Gyroscope Measurements for a Balancing Platform. 2007. Massachusetts Institute of Technology, Massachusetts, 2007. DORF, Richard C.; BISHOP, Robert H. Modern control systems. Londes: Prentice Hall, 2008.

DUNCAN, Richard Charles. Sliding Towards a Post-Industrial Stone Age. Disponível em:

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<http://www.dieoff.org/page125.htm>. Acesso em 26 mar. 2011. ENKVIST, Per-Anders; NAUCLÉR, Tomas; ROSANDER, Jerker. A cost curve for greenhouse gas reduction.

Disponível em: <http://www.mckinseyquarterly.com/A_cost_curve_for_greenhouse_gas_reduction_1911>. Acesso em 25 mar. 2011. FIGUEIRA, Jalves S.; DOFF, Adriano. Uma simples análise do equilíbrio do monociclista. Revista Brasileira de ensino de física. São Paulo, vol. 30, n. 1, 2008.

Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Pesquisa Dia Mundial Sem Carro. Disponível em: <

http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/PesquisaDMSC2010.pdf>. Acesso em 03 abr. 2011. LANDIN, Edslei Paes; OLIVEIRA, Maykon Braga De; ALMEIDA , Natalia De Souza; SILVA,WEDER ribeiro da. Energia solar fotovoltaica. 2010. Dissertação (Técnico

Em Eletrotécnica) – Curso Técnico em Eletrotécnica, Unidade Integrada Sesi/Senai De Niquelândia, Niquelândia, 2010.

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção do conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994. SAVINAR, Matthew David. The Oil Age Is Over. United

States of America: Matt Savinar Publishing, 2004. SILVA, Edna; MENEZES, Estera. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3 ed. Disponível em <http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia%20da%20Pesquisa%203a%20edicao.pdf>. Acesso em: 17 mai. 2011. SIMON, Dan. Kalman Filtering. Embedded Systems

Programming. vol. 14, n. 6, p. 72-79, 2001. Sustainable Energy Ireland. Hybrid Electric and Battery Electric Vehicles. Ireland, 2008.

WELCH, Greg; BISHOP, Gary. An Introduction to the Kalman Filter. 2001. University of North Carolina at

Chapel Hill. Department of Computer Science. Chapel Hill, NC, 2001.

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OBTENÇÃO DE COMPOSTOS QUÍMICOS BIOATIVOS A PARTIR DE BIOCATÁLISE

Juliana Tomasi,1 Patricia Amaral,2 Lais Vaz,3 Gabriel Hahn Hendler,4 Eduardo João Agnes5

1Unesc / Bolsista do Laboratório de Plantas Medicinais – LaPlaM

2,3,4,5 Unesc / Laboratório de Plantas Medicinais – LaPlaM

[email protected]

Palavras-Chave: Enzimas Lipases, Ibuprofeno, Esterificação.

INTRODUÇÃO

As enzimas são macromoléculas catalisadoras de sistemas biológicos altamente eficientes e com uma grande diversidade de reações químicas devido a sua capacidade de se ligar especificamente a uma ampla gama de moléculas. Grande parte das enzimas conhecidas é proteína, a qual possui notáveis dispositivos moleculares que determinam o perfil das transformações químicas, uma vez que estas possuem alto poder catalítica e grande especificidade (BERG; TYMOCZKO & STRYER, 2008). A biocatálise está se tornando uma importante ferramenta com grande crescimento em companhias farmacêuticas e de química fina para obtenção de intermediários farmacêuticos e de ingredientes ativos farmacêuticos, com o objetivo de aperfeiçoar reações para o aumento da estereosseletividade e do rendimento e das condições de reação (ARNUM, 2007). Com isso, analisando a característica química de determinados fármacos pertencentes à classe dos anti-inflamatórios não esteróides, pode-se perceber que estes são passíveis de sofrerem o processo de esterificação de sua estrutura, bem como o Ibuprofeno, que possui um ácido carboxílico ligado a sua estrutura principal. Dentro deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a esterificação do fármaco conhecido comercialmente como Ibuprofeno por meio de catálise enzimática proporcionada por lipase, buscando a obtenção da função éster e por consequência aumentar a lipofilia da estrutura química, buscando aumentar o potencial farmacológico. Vale ainda ressaltar que a síntese via enzimática é considerada uma via reacional limpa, ou seja, pouca produção de resíduos químicos além de bons rendimentos.

METODOLOGIA

Obtenção do éster de Ibuprofeno

A metodologia utilizada segue o método já relatado em literatura no qual consiste na adição de 0,1 mg do fármaco em questão em 4 mL de álcool octilico e 4 mL de tampão pH e 0,125 mg lipase com agitação constante em quantidades a serem testadas durante o desenvolvimento da prática, variando as condições reacionais de acordo com os resultados obtidos

Rendimento e Caracterização

Para análise dos resultados serão utilizados os métodos de titulometria volumétrica e cromatografia em camada delgada, uma vez que a análise titulométrica consiste na análise química quantitativa feita pela determinação do volume de uma solução, cuja concentração é conhecida com exatidão, necessário para reagir quantitativamente com um volume determinado da solução que contém a substância a ser analisada, sendo que as soluções obtidas serão tituladas com Hidróxido de potássio (KOH) 1,0 molar, com o objetivo de verificar o rendimento das

reações realizadas. Os demais reagentes são de grau de analítico. Cromatografia em camada delgada (CCD) A molécula obtida será analisada qualitativamente através de cromatografia em camada delgada – CCD, para verificar a conversão em éster. Para isso, a molécula será dissolvida em acetato de etila e aplicada em uma placa cromatográfica contendo sílica como fase estacionária. Os padrões empregados serão o Ibuprofeno e os álcoois alifáticos utilizados, também dissolvidos em acetato de etila. A fase móvel utilizada na cuba cromatográfica será uma mistura de éter de petróleo, éter etílico e ácido acético na proporção de 80:20:1, respectivamente. A placa cromatográfica, após eluição, será revelada com lâmpada UV e vapor de iodo e o Rf das manchas dos padrões e dos componentes das amostras será determinado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste trabalho foi utilizada a enzima lipase na sua forma livre e determinado o seu melhor rendimento. Foram realizados diversos experimentos, variando o pH e a temperatura para a esterificação do fármaco Ibuprofeno com o objetivo de obter o melhor meio de reação. Os tempos de 5 e 10 minutos foram adotados para determinação da atividade enzimática baseado em pesquisas e trabalhos já realizados por outros pesquisadores como Aguiar e colaboradores (2010). Dessa forma, foi necessário determinar a melhor faixa de temperatura onde a lipase livre expressasse sua melhor atividade catalítica para a esterificação do fármaco. Portanto, para a determinação da temperatura e pH ótimos para a lipase, variou-se a temperatura entre 25ºC e 37ºC e o pH entre 6 e 8 nos experimentos que foram utilizados o fármaco, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1 – Determinação da atividade de esterificação da

lípase livre, dado em média de Unidade de Atividade (U) Ensaio realizado na temperatura de 25ºC pH Atividade (U)

5’ minutos Atividade (U) 10’ minutos

6 172,8 110,4 7 8

140,8 57,6

35,2 14,4

Ensaio realizado na temperatura de 37ºC pH Atividade (U)

5’ minutos Atividade (U) 10’ minutos

6 0 0 7 8

0 0

0 0

Através dos resultados colocados na tabela acima, pode-se observar que a atividade máxima ocorreu na

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temperatura de 25ºC no tempo de 5 minutos quando alcançou 172,8 U. Isso pode ter vindo a ocorrer, pois com o aumento da temperatura pode promover aumento da velocidade de desnaturação térmica da lipase reduzindo, portanto, a velocidade de formação de produtos, ou seja, 37ºC não é uma temperatura indicada para a atividade da enzima por desnaturar e então perder sua atividade. Em relação ao pH, a esterificação enzimática está correlacionada com o estado de ionização de resíduos de aminoácidos da enzima que são essenciais à esterificação. Como as enzimas são proteínas e contêm muitos grupos ionizáveis, estes podem estar em diferentes estados de ionização, por isso, a atividade de esterificação é restrita a uma faixa de pH e na maioria dos casos há um pH ótimo definido. Onde analisando os dados, pode-se encontrar um pH ótimo mais ácido, ou seja, pH 6. A CCD é método simples de análise usado na separação dos constituintes de uma mistura. Uma fina camada de adsorvente (sílica) é depositada sobre uma superfície plana, os constituintes da amostra migram de forma diferenciada, envolvendo interações intermoleculares entre os constituintes, o eluente e o adsorvente utilizado e, com isso, ocorre a separação dos constituintes da amostra. A caracterização do comportamento em CCD das amostras foi realizada através da intensidade e valor de Rf (distância percorrida pela amostra/ distância percorrida pelo solvente). Apesar de ser um método simples de análise, houve dificuldade em aplicar a CCD, não tendo um resultado satisfatório.

CONCLUSÃO

Ao término do trabalho e posterior análise dos resultados pode-se afirmar que a lipase livre possui uma ótima atividade, mas baixa resistência térmica. Observa-se que a enzima trabalhou melhor na temperatura de 25ºC que

em condições ideais de temperatura a atividade catalítica da enzima pode aumentar como utilizar um álcool que proporcione melhor atividade para a enzima, bem como aumentar o tempo de atividade da enzima, podendo ter um rendimento maior. Testes preliminares foram realizados para dar início a uma linha de pesquisa na área de síntese de fármacos quirais por catálise enzimática, pois a utilização de enzimas lipases na esterificação como biocatalisador mostrou-se útil, possibilitando a obtenção de compostos opticamente puros e assim, promovendo desenvolvimento na área de síntese de fármacos.

AGRADECIMENTOS

À professora Patrícia de Amaral, que está me orientando neste trabalho. Bem como ao pessoal que trabalha no Laboratório de Plantas Medicinais – LaPlaM, que me auxilia no desenvolvimento deste trabalho.

REFERÊNCIAS

ARNUM, Patricia Van. Avanços da biocatálise no desenvolvimento farmacêutico. Pharmaceutical Technology (ed. Brasileira), São Paulo, v. 12. n. 2. p. 38-

42, abr. 2007. BERG, Jeremy Mark; TYMOCZKO, John L; STRYER, Lubert. Bioquímica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara,

2008. 1114 p. AGUIAR O. R.; MONDARDO R. M.; AGNES, E. J.; CASTRO, H. F.; PEREIRA, E. B. Avaliação e comparação da eficiência de imobilização de lipase pancreática em quitosana para produção de ácidos graxos em frascos agitados. Acta Scientiarum.Technology. Vol. 32, p. 15-

19, 2010.

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UM CONTROLADOR RST ADAPTATIVO DIGITAL COM IDENTIFICAÇÃO POR MÍNIMOS QUADRADOS RECURSIVO E SINTONIA POR ALOCAÇÃO DE POLOS

Werther Alexandre de Oliveira Serralheiro1 Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Araranguá

[email protected]

Palavras-Chave: Controle Digital Adaptativo, Mínimos Quadrados Recursivo, Identificação de Sistemas.

INTRODUÇÃO

A maioria das técnicas clássicas de controle de processos pressupõe o conhecimento prévio do processo a ser controlado. Contudo, em muitos casos práticos, a modelagem matemática do sistema é muito complexa, ou os parâmetros internos do processo são variantes com o tempo. Então, com o objetivo da eficiência e robustez do sistema de controle, faz-se necessária a identificação paramétrica do processo a ser controlado. A moderna técnica de controle adaptativo consiste em aplicar algum método de estimação para obter os parâmetros do modelo do processo a ser controlado através da medição de seus sinais de entrada e de saída e, a partir desse modelo estimado, projetar a lei de controle adequada. A proposta deste artigo é criar, por meio de simulação em MatLab®, um controlador autoajustável explícito numa planta que, apesar de ter conhecimento prévio da sua função transferência, será identificada em tempo real. O projeto do controlador adaptativo dar-se-á pelo método de alocação de polos numa estrutura RST, respeitando algumas especificações pré-estabelecidas.

METODOLOGIA

O Controlador Autoajustável (STR) automatiza não só a tarefa de controle realimentado, mas também a de modelagem matemática utilizada para o projeto da lei de controle. Numa malha fechada em que se faz necessária uma adaptação da lei de controle em tempo real, a técnica de controle STR deve ser realizada por um algoritmo autoajustável direto (ou explícito). No STR explícito, os parâmetros estimados da planta são determinados e atualizados a cada período de amostragem, e utilizados no cálculo dos parâmetros do controlador ajustável. Esta forma é ilustrada pelo diagrama de blocos da Figura 1. Figura 1 – Controlador STR explícito

Fonte: Adaptado de Coelho e Coelho (2004)

A planta controlada proposta para este artigo tem a função transferência dada por:

4)1(

1)(

ssG p

(1)

Esta função transferência em tempo contínuo foi criada digitalmente através de uma equação a diferenças cujo polinômio foi calculado utilizando o processo de discretização com Segurador de Ordem Zero (ZOH), com um período de amostragem de Ts= 0.2 seg. O modelo escolhido para implementação foi o Armax (autorregressivo/média móvel para a variável exógena), representado pela Figura 2.

Figura 2 – Modelo Armax

Fonte: Aström & Wittenmark (1995)

Para este modelo, vale a expressão:

)()()()()()( 111 twzCtuzBztyzA d (2)

onde:

1z : operador atraso;

)( 1zA , )( 1zB e )( 1zC : polinômios da função

de transferência do sistema da forma: na

nazazazazA 2

2

1

1

1 1)(

nb

nbzbzbzbbzB 2

2

1

10

1)( ;

nc

nczczczcczC 2

2

1

10

1)(

)(tw : ruído branco de média nula;

d : atraso de transporte do sistema

O procedimento utilizado para a identificação dos parâmetros da planta a ser utilizada no ajuste adaptativo em tempo real do controlador foi o Estimador dos Mínimos Quadrados Recursivo (MQR). A forma básica deste algoritmo foi apresentada por Coelho e Coelho (2004) que, para cada período de amostragem em (t+1), segue os seguintes passos:

i) Medir a entrada u(t) e a saída y(t) da planta;

ii) Atualizar o vetor de medidas ;

])1()()1()([)1( dtudtutytytT (3)

iii) Calcular o erro de previsão ;

)(ˆ)1()1()1( tttyt T (4)

iv) Calcular o ganho do estimador K;

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)1()()1(1

)1()()1(

ttPt

ttPtK

T

(5)

v) Calcular o vetor de parâmetros estimados ̂

)1()1()(ˆ)1(ˆ ttKtt (6)

vi) Calcular a matriz de covariância P, alternativamente pela equação:

TttPtKtPtP )]1()()[1()()1( (7)

No procedimento prévio de identificação off-line da planta, foi realizada uma simulação com 10 mil amostras, num tempo de 200 segundos. Foi aplicada como entrada u(t) da planta um sinal PRBS (pseudo random binary signal), com banda de 0,1 segundo e amplitude variando aleatoriamente entre -1 e 1. Para se adequar os modelos Armax, um ruído branco de média nula foi aplicado como o sinal endógeno w(t). A estimação foi aplicada ao modelo Armax com diferentes ordens polinomiais, e foi escolhido o modelo Armax [222], cujos parâmetros estimados

convergiram no vetor ̂ , após as 10 mil amostras de

simulação para os valores contidos na Tabela 1.

Tabela 1 – Parâmetros estimados para o Armax [222]

Termos A(z-1

) Termos B(z-1

) Termos C(z-1

)

a1= -1.92 b0= 0.0001 c0= -1.50

a2= 0.92 b1= 0.0046 c1= 1.36

Fonte: do Autor

Projeto do Controlador por Alocação de Polos

O objetivo da técnica de controle por alocação de polos é ajustar a dinâmica em malha fechada do sistema em um comportamento previamente especificado. Para este projeto, utilizou-se a estrutura RST do tipo posicional, que

manipula o sinal de controle )(tu pela equação (Landau,

1998):

)()()()()()( 111 tyzStyzTtuzR r

(8)

onde )(tyré a trajetória desejada para a saída )(ty , e

)( 1zR , )( 1zS e )( 1zT são polinômios com ordem

apropriadas nr, ns e nt, cujos coeficientes serão obtidos pelo algoritmo MQR de abordagem direta, utilizando os sinais de entrada e de saída, e são do tipo:

nr

nr zrzrzR 1

1

1 1)( (9)

ns

ns zszsszS 1

10

1 )( (10)

nt

nt ztzttzT 1

10

1 )( (11)

Para o cálculo dos polinômios do controlador, devemos supor que a equação característica em malha fechada tenha características dinâmicas desejadas. Então, consideremos a relação referência-saída do sistema em malha fechada como sendo:

)(

)(

)(

)(1

1

1

1

zP

zQ

zY

zY

r

(12)

Com alguma manipulação algébrica, a equação característica da malha fechada representada pela equação (12) pode ser dada por:

)()()()()( 11111 zPzSzBzzRzA d (13)

onde d é o atraso do ZOH, e )( 1zP é o polinômio da

equação característica que contém a dinâmica desejada do tipo:

np

np zpzpzP 1

1

1 1)( (14)

Para o sistema controlado proposto neste artigo, considerando o modelo Armax [222], temos na = 2 e nb = 2. Deseja-se um comportamento em malha fechada com características de segunda ordem. Para essa dinâmica, temos o polinômio característico em malha fechada com ordem np = 2. Então, para que a equação polinomial (13)

seja possível, a ordem dos polinômios )( 1zR e )( 1zS

do controlador deve ser nr = 1 e ns = 2. O polinômio do

pré-filtro compensará o erro em regime permanente, e terá ordem nt = 1 com o seu valor igual ao valor em

regime permanente do polinômio )( 1zS . Em uma

adaptação da proposição de Landau e Zito (2006), o valor

dos coeficientes dos polinômios )( 1zR e )( 1zS pode

ser calculado pela equação matricial:

auxpc 1

(15)

onde p é a Matriz de Sylvester dada por:

12

0112

011

0

00

0

01

001

ba

bbaa

bba

b

p

(16)

e ainda

Tc sssr 2101 (17)

Taux aaapap 01( 221211

(18)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Especificou-se para malha fechada um tempo de acomodação igual à metade da resposta do sistema em malha aberta, ou seja, t5%=5s e com máximo sobre sinal de 10%. Com estas especificações, a equação característica em malha fechada é:

211 6188.04897.11)( zzzP (19)

Para cada período de amostragem, o estimador MQR

alimenta os valores estimados dos polinômios )( 1zA e

)( 1zB nas matrizes das equações (16) e (18).

Substituindo os coeficientes de (19) na equação (17), e resolvendo a equação matricial (15), são obtidos os

valores dos coeficientes de )( 1zR e )( 1zS a cada

iteração do estimador. O valor de t0 é calculado como

sendo a soma dos coeficientes de )( 1zS . Estes

coeficientes convergem para os valores apresentados na Tabela 2.

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Tabela 2 – Parâmetros estimados para o controlador

Termos R(z-1

) Termos S(z-1

) Termos T(z-1

)

r1= 0.7038 s0= 3.3402 t0= 0.6471

s1= -4.6141

s2= 1.9209

Fonte: do Autor

A dinâmica desta convergência pode ser observada na Figura 2.

Figura 2 – Convergência dos parâmetros do controlador

Fonte: do Autor

Com os polinômios )( 1zR , )( 1zS e )( 1zT aplicados

na equação (8), tem-se o sinal de controle. A Figura 3 mostra o gráfico de resposta a uma referência com três “steps”, durante o intervalo de 300 amostras. Figura 3 – Sinais de Referência, Saída e Controle

Fonte: do Autor

Pode-se observar que, durante as primeiras 30 amostras, a resposta em malha fechada não converge para sua referência, reflexo de uma fase de acomodação de estimação do algoritmo MQR. A partir dessa etapa, verifica-se o segmento à referência. No “step” dado na

amostra 100, de amplitude 2, percebe-se que as especificações exigidas para o controlador são satisfeitas, assim como no “step” decrescente aplicado a partir da amostra 200. O sinal de controle também é apresentado na figura, onde se pode observar um comportamento não agressivo, mesmo enquanto o estimador ainda não convergiu.

CONCLUSÃO

Este artigo teve como objetivo fazer o estudo de caso da aplicação do controle adaptativo digital para uma planta pré-determinada. A planta proposta foi identificada de forma simulada por um algoritmo de estimação usando o método dos mínimos quadrados recursivo. Quanto ao método de sintonia por alocação de polos, o principal problema é a condição da existência da inversa da Matriz de Sylvester. Em algumas simulações durante a experimentação para este artigo, os coeficientes estimados pelo MQR levaram à obtenção de uma matriz singular, o que resultou em erro de simulação. Este fato, apesar de ser raro, pode inviabilizar a aplicação de um controlador em tempo real, se não forem tomadas algumas precauções de código para evitar este tipo de erro. Por fim, e talvez a mais importante conclusão, é que os algoritmos de identificação, sintonia dos parâmetros do controlador e o próprio cálculo do sinal de controle podem ser realizados no mesmo código, sincronizados no mesmo período de amostragem, conjuntamente com a obtenção dos sinais de entrada e de saída da planta, o que torna o STR explícito uma importante e popular ferramenta de controle de processos industriais.

REFERÊNCIAS

ASTRÖM K. J. & WITTENMARK, B (1995), Adaptative Control, 2

nd edition. New York: Addison-Wesley

Publishing, EUA. COELHO, A. R. & COELHO, L. S (2004), Identificação de Sistemas Dinâmicos Lineares. Florianópolis: Editora

UFSC. LANDAU, I. D. (1998), The R-S-T digital controller design and applications, Control Engineering Practice, 6: 155-165.

LANDAU, I. D. & G. ZITO (2006), Digital Control Systems: Design, identification and Implementation,

Spriger, 1ª Edição, London.

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ELETRÓLITOS NANOCOMPÓSITOS BASEADOS EM CÉRIA DOPADA E CARBONATOS PARA PILHAS A COMBUSTÍVEL

Marcelo T. Souza,¹,² Filipe M. H. L. R. Figueiredo,² Fernando M. B. Marques² ¹ Centro Universitário Barriga Verde – Unibave

² Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro, Universidade de Aveiro – UA [email protected]

Palavras-chave: Eletrólitos Nanocompósitos, Espécies Hidrogenadas, Condutividade.

INTRODUÇÃO

As convencionais células a combustível cerâmicas de zircônia estabilizada com ítria (ZEI) como eletrólito operam em altas temperaturas (800ºC – 1000 ºC), para conseguir condução iônica suficiente no eletrólito, que traz várias desvantagens em termos de estabilidade de longo prazo da célula, o custo de fabricação, etc., sobre a comercialização [1]. Se as células de combustível de cerâmica podem ser operadas abaixo de 650ºC, materiais muito menos caros podem ser usados e também outras técnicas de fabricação, construção e operação podem ser aplicadas à integração do sistema da pilha. Benefícios adicionais da temperatura de funcionamento do sistema incluem uma maior confiabilidade, maior vida útil operacional e maior potencial para aplicação móvel nos veículos e dispositivos portáteis. Para a operação a baixa temperatura, materiais com maior condutividade do que a zircônia são requeridos [2]. Alguns materiais tem sido, nos últimos anos, extensivamente estudados para aplicação em pilhas a combustível de temperatura intermédia, com destaque para os nanocompósitos, que apresentam resultados impressionantes. A céria dopada tem alguma condução eletrônica em atmosferas redutoras, resultando em perda de energia. Ao mesmo tempo, isto também causa ao material problemas mecânicos. Novos materiais compostos de céria e sal em eletrólitos têm sido desenvolvidos para melhorar a capacidade dos eletrólitos de céria dopado. A introdução de vários sais inorgânicos pode suprimir eficazmente a condução eletrônica e aumentar a condutividade iônica e estabilidade do material, levando assim a excelentes performances em baixas temperaturas [9].

METODOLOGIA

Os compósitos de Ce2O e CGO possuem alterações no transporte de carga quando expostos a um ambiente com umidade. A condutividade total destes eletrólitos compósitos pode envolver íons como o H+, OH-, Na+, Li+, CO32- e O2-, que se podem movimentar através da estrutura do cerâmico (lacunas de oxigênio), da interface do cerâmico/carbonatos e da própria fase de carbonatos. A presença de espécies hidrogenadas não nativas, decorrentes da interação com a umidade atmosférica, seguramente alterará a natureza, a concentração e a mobilidade dos principais transportadores de carga [3]. Assim com a introdução do novo componente NaOH se obterá informações a respeito da condutividade em função de uma espécie hidrogenada na estrutura do compósito. Compósitos baseados em misturas de pós-nanométricos com 50:50% em volume de pó CGO (Ce0,9Gd0,1O1,9-δ) com carbonatos (Na2CO3 e Li2CO3) foram obtidos por mistura e moagem de alta energia (modelo RETSCH PM 100). A razão molar utilizada para os carbonatos é Na/Li = 2:1. A novidade é a substituição parcial do Na2CO3 por NaOH em diferentes proporções (substituições em 1, 5 e

10% em volume). A Tabela 1 mostra as composições de modo geral. A conformação e sinterização dos pós foi obtido por prensagem via seco (223 MPa) e temperatura de 690ºC com patamar de 60 minutos (taxa de aquecimento de 5ºC/min.). Nas pastilhas obtidas, foi aplicada uma pasta de ouro, caracterizando os eletrodos, e então queimadas a 600ºC, com patamar de 15 minutos e taxa de aquecimento de 5ºC/min para fixação dos eletrodos. Tabela 1 – Composição das amostras

Composições

Percentual volumétrico da mistura

CGO + carbonatos

Razão molar

(CN:CL)

Substituição do Na2CO3 por NaOH

(%)

CGO+CN+CL 50/50 02:01 -

CGO+CN+CL+HN 50/50 02:01 99% / 1%

CGO+CN+CL+HN 50/50 02:01 95% / 5%

CGO+CN+CL+HN 50/50 02:01 90% / 10%

A identificação dos óxidos foi obtida por difração de raios-x (DRX) modelo Rigaku Geigerflex, radiação CuKα, λ= 1,54059 Å e a caracterização microestrutural das amostras envolveu microscopia eletrônica de varredura (SEM) modelo Hitachi S-4100. A identificação das espécies químicas foi obtida por espectroscopia de infravermelho (FT-IR) modelo BRUKER – Tensor 27, Scanner z – 128, frequência de 4cm-1, e a caracterização elétrica por espectroscopia de impedância com um analisador Hewlett Packard, 4284, as medidas foram realizadas entre 200ºC e 600ºC em condições isotérmicas em ar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Características microestruturais

A moagem de alta energia mostrou promover a formação da fase de carbonato misto NaLiCO3, devido à energia do sistema provocar uma reação entre os carbonatos de sódio e lítio. Esta fase aparece discretamente na difração de raios x na mistura quando misturados com o CGO, no entanto, com o aumento do tempo de moagem a intensidade dos picos da fase do carbonato misto diminui até quase ao desaparecimento, indicando uma possível amorfização desta fase. A Figura 1 mostra as difrações de raios x para as quatro composições. Todos os picos presentes são característicos da estrutura cúbica tipo fluorita da céria, as fases carbonatos não aparecem no ensaio, isto indica que permaneceram amorfas, sendo sua presença posteriormente constatada na análise de radiação por infravermelho (FT-IR).

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Figura 1 – DRX para as amostras de CGO-Na2CO3-

Li2CO3-NaOH (NaOH com 10, 5 e 1% em volume) e para a amostra padrão CGO-Na2CO3-Li2CO3.

A Figura 2 mostra a espectroscopia de infravermelho dos padrões puros dos pós de Na2CO3 e Li2CO3 em simultâneo. As bandas de absorção atribuídas às vibrações do ânion CO32- são localizadas entre a região de 1800 a 400 cm-1. Bandas correspondentes a vibrações assimétricas de alongamento correspondente ao ânion CO32- são observadas com um máximo a 1421 e 1411 no Na2CO3 e Li2CO3, respectivamente. Vibrações de alongamento também dão origem a uma pequena banda a 1088 cm-1 no Li2CO3. Vibrações de flexão originaram bandas pontiagudas a 877 e 856 no Na2CO3 e Li2CO3, respectivamente. Bandas fracas a 741 e 714 no Li2CO3 devido a vibrações de deformação também podem ser observadas. Uma banda correspondente ao Li2CO3 a 480 cm-1 pode ser atribuída a vibrações de rede [4,5]. As análises de FT-IR do NaOH apresentam-se divididas nas figuras 3 e 4. É possível notar a presença de moléculas de água adsorvida no NaOH entre as bandas 3500-2700 cm-1. Grupos hidróxidos livres aparecem a 3574 e 3653 cm-1 referentes a vibrações de alongamento, bandas devido ao grupo hidróxido livre tendem geralmente à forma pontiaguda. A Figura 3 apresenta vibrações de deformação que dão correspondentes ao grupo OH a 1446 [5]. A Figura 5 mostra as análises de FT-IR para todas as amostras após a sinterização e ensaios elétricos. As amostras apresentam claramente picos intensos a 1421, 880 e 861 cm-1 referentes ao íon CO32-. O grupo OH que se apresenta tipicamente na banda de 1446cm-1 para o NaOH puro, pode estar sendo encoberto pelo íon carbonato. Figura 2 – Espectros de FTIR dos pós de Na2CO3 e

Li2CO3.

Figura 3 – Espectros de FTIR dos pós de NaOH na faixa

de 4000-2000 cm-1

Figura 4 – Espectros de FTIR do pó puro de NaOH na

faixa de 2000-400 cm-1.

Figura 5 – Espectros de FTIR de todas as amostras após

sinterização e medições elétricas.

Nota-se ainda que os picos referentes à água presente no material que aparece nas bandas 3356 e 3574 cm-1 no NaOH puro desaparece na análise do material sinterizado, isso porque essas bandas correspondem ao grupo OH ligado por pontes de hidrogênio em razão de o material ser altamente higroscópico, e que posteriormente desaparecem quando sinterizados, assim como as moléculas de água adsorvida no NaOH entre as bandas 3500-2700 cm-1. A Figura 3 mostra imagens de SEM de todas as amostras, a presença de cristais aciculares na superfície indica uma interação com espécies hidrogenadas, sugerindo a hidratação de pequenas quantidades de óxidos alcalinos presentes após a sinterização [3]. No entanto, não é possível notar diferenças microestruturais em função das adições de NaOH.

Desempenho elétrico

Os espectros de impedância a baixas temperaturas mostraram uma redução da resistência com 5% e 10% de NaOH, como mostra a Figura 5, sugerindo que a

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introdução do hidróxido está provocando alterações na natureza dos transportadores de carga. A Figura 6 mostra um espectro em altas temperaturas, nota-se que seguem a mesma tendência, no entanto, as resistências das amostras com NaOH ficaram mais próximas do padrão, principalmente para as as composições com 1% e 5% de NaOH. Isso indica que as contribuições do NaOH foram amenizadas a altas temperaturas devido à perda de hidróxidos livres e água adsorvida, como constatado por FT-IR, e que remanesciam a baixas temperaturas. Figura 6 – Análise de microestrutura eletrônica de

varrimento (SEM) de todas as amostras.

A Figura 7 mostra o gráfico típico arrenhius da condutividade em função da temperatura. Nota-se a contribuição do teor do NaOH na variação da condutividade, onde a introdução da espécie hidrogenada provocou uma redução significativa na condutividade elétrica do material para a composição com 10% de NaOH, para as outras composições não há contribuições significativas. Figura 7 – Espectro de impedância em ar das amostras

com 1%, 5% e 10% de adição de NaOH e padrão CGO-Na2CO3-Li2CO3 (2:1) a 334ºC.

Figura 8 – Espectro de impedância em ar das amostras

com 1%, 5% e 10% de adição de NaOH e padrão CGO-Na2CO3-Li2CO3 (2:1) a 524ºC.

Figura 9 – Gráfico tipo arrenhius da condutividade elétrica

para as amostras com 1%, 5% e 10% de adição de NaOH e padrão CGO-Na2CO3-Li2C

CONCLUSÃO

Confirmando os resultados das variações nas análises elétricas em função da interação com atmosfera úmida em trabalho anterior [3], a introdução de NaOH na composição promoveu alterações no comportamento elétrico do material, embora não monótonas com a composição. As imagens de SEM não permitem identificar efeitos microestruturais específicos decorrentes da adição de NaOH, embora mostrem a presença de cristais aciculares na superfície, sugerindo uma interação com espécies hidrogenadas. Hidratação de pequenas quantidades de óxidos alcalinos presentes após a sinterização é a explicação mais provável. A análise de FT-IR após os ensaios elétricos não confirma a presença do grupo OH devido à sobreposição de picos pela similaridade de bandas com o íon carbonato. No entanto, as análises elétricas demonstram uma variação de comportamento em função da presença de NaOH. Outra técnica deve ser avaliada para confirmar a presença do grupo OH após sinterização. Céria facilmente absorve água mesmo em ambientes secos, o que é perdido em temperaturas da ordem de 400ºC. Nanocristais de cério também são conhecidos por combinar água em temperaturas na faixa de 300ºC a 600ºC [3]. Outra hipótese é que a conservação de grupos OH após tratamento térmico pode ser facilitada pela presença de CGO já que este é capaz de adsorver e manter água a temperaturas elevadas.

REFERÊNCIAS

[1] T. Matsui, T. Kosaka, M. Inaba, A. Mineshige, Z. Ogumi, Solid State Ionics. 176 (2005) 663. [2] Huang, J., Yang, L., Gao, R., Mao, Z., & Wang, C. A high-performance ceramic fuel cell with samarium doped ceria–carbonate composite electrolyte at low temperatures. Electrochemistry Communications, 8(5), (2006) 785-789 [3] Ferreira, A. S. V., Soares, C. M. C., Figueiredo, F. M. H. L. R., Marques, F. M. B. Intrinsic and extrinsic compositional effects in ceria/carbonate composite electrolytes for fuel cells. International Journal of Hydrogen Energy, 36(5), (2011) 3704-3711.

[4] Pasierb, P., Komornicki, S., Rokita, M., & Re, M. Structural properties of Li 2 CO 3 and BaCO 3 system derived from IR and Raman spectroscopy. Journal of Molecular Structure, 596, (2001). 151-156. [5] G. Socrates. Infrared and Raman Characteristic Group Frequencies – 3

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loco inteiro).

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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MODELAGEM BIOMIMÉTICA COM COMPLEXOS DE METAIS DE TRANSIÇÃO: UM ESTUDO DA METALOENZIMA GALACTOSE OXIDASE

Priscila Felippe Modolon,1 Suzana Cimara Batista2 1,2

Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina [email protected]

Palavras-Chave: Galactose Oxidase, Complexo de Cobre (II), Química de Coordenação.

INTRODUÇÃO Metaloenzimas são metalobiomoléculas que contêm no mínimo um íon metálico em seu sítio ativo, portanto um sítio ativo consiste em um ou mais íons metálicos, tendo em toda cadeia lateral da proteína, pontes exógenas e ligantes que definem a primeira esfera de coordenação de cada íon metálico, sendo que o papel do íon metálico nos sistemas biológicos seria descrito como estrutural e funcional.

1 A galactose oxidase é uma metaloenzima de

cobre que catalisa a oxidação de alcoóis primários em aldeídos, juntamente com a redução de O2 para H2O2.

2,3

Extraída de fungos, como o Fusarium graminearum, apresenta forma manométrica, contendo em sua molécula 639 aminoácidos e peso molecular de 68,5 kDA, apresentando um caráter básico, sendo relatada a ser inativa em pH abaixo de 5,0.

4

Este trabalho tem como objetivo obter uma rota de síntese adequada para o isolamento e a caracterização espectroscópica de um composto de coordenação de cobre (II) e que este composto sintético possa apresentar algumas das propriedades da metaloenzima galactose oxidase.

METODOLOGIA O composto de coordenação de cobre (II) foi obtido a partir da reação de 2 mmol de Cu(CH3COO)2.H2O solubilizado em etanol 70%, 2 mmol de aldeído salicílico também solubilizado em etanol 70% e 2 mmol de NaClO4, este último solubilizado em metanol. O composto precipitou na forma de microcristais de coloração verde escuro obtendo-se um rendimento de 15,57%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a caracterização do composto obtido foi realizado o teste de condutividade elétrica, apresentando o valor de 12,54 µs, tendo como temperatura de referência 25°C. Também foi realizada para o estudo das propriedades do íon complexo a análise de espectroscopia de UV-vis. O experimento foi realizado em meio metanólico. No espectro da Figura 1 na concentração de 2,5.10

-4 M

apresentou a seguinte banda: λ = 387 nm. O espectro inserido (Figura 1) na concentração de 1,0.10

-3 M revelou

as seguintes bandas: λ = 668 nm e λ = 721 nm.

Figura 1 – Espectro UV-vis do composto. Inserido o

espectro de absorção na região próxima ao IV.

Fonte: Autor 2011

CONCLUSÃO O estudo realizado mostrou uma rota sintética adequada para a obtenção do composto. A espectroscopia de UV-vis apresenta as transições eletrônicas do composto de cobre (II) confirmando a sua coordenação ao ligante. Fazem-se ainda necessários estudos complementares do composto como a resolução da estrutura cristalina por difratometria de raios X para uma comparação com a molécula da metaloenzima de interesse.

AGRADECIMENTOS

PUIC – Unisul.

REFERÊNCIAS 1 Romanowisk, S. M. M.; Mangrich, A. S. Química Nova.

2001, 24, 592-598. 2 Romanowisk, S. M. M.; Tormena,F.; Mangrichi, A.S. et

al. J. Braz. Chem. Soc. 2004, 15, 897-903.

3 Biazio, G. R. de.; Leite, G. G. S.; Tessmann, D. J.

Brazilian Journal of Microbiology. 2008, 39, 554-560.

4 Gasparotto, E.P.L.; Abrão, S. C. C.; et al. Brazilian

Archives of Biology and Technology. 2006, 49, 557-

564.

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PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV PARA A INTRODUÇÃO DO SISTEMA DOS NÚMEROS NATURAIS

Cristina Felipe de Matos,1 Josélia Euzébio da Rosa,2 Ademir Damazio3 1,2,3

Laboratório de Matemática. Gpemahc – Grupo de Pesquisa Educação Matemática: Uma Abordagem Histórico-Cultural. Unesc – Universidade do Extremo Sul Catarinense. Pós-Graduação Latu Senso: Educação Matemática

[email protected]

Palavras-Chave: Parlendas, Sistema dos Números Naturais, Davydov.

INTRODUÇÃO

A pesquisa, em andamento, está fundamentada na abordagem histórico-cultural, mais especificamente em Vigotsky, Leontiev, Lúria e Davydov. A partir dos fundamentos teóricos e metodológicos da referida abordagem, Davydov elaborou, juntamente com seus colaboradores, uma proposta de ensino de matemática. A pretensão era superar as fragilidades/dificuldades advindas dos conteúdos e dos métodos de ensino vigentes em sua época. Desse modo, o objetivo da presente pesquisa é investigar as proposições de Davydov para a introdução do sistema dos números naturais no primeiro ano do Ensino Fundamental.

METODOLOGIA

A pesquisa, de caráter bibliográfico, teve início ao realizar uma revisão de literatura sobre as proposições teóricas de Davydov. Na sequência, debruçamo-nos nas proposições específicas para o ensino de matemática com foco para o sistema dos números naturais apresentadas no livro didático (ДАВЫДОВ, et al. 1997) e no livro de orientações metodológicas (ГОРБОВ et al, 2008). Paralelamente, realizamos leituras específicas do conhecimento matemático (Caraça, 1998 e Lima, 1999). Tais leituras ainda acontecem, e os resultados e discussão apresentados posteriormente são preliminares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Davydov atribui à reta numérica a representação geométrica do conceito de número. Nela, representa-se o resultado do processo de medida, ou seja, o valor da medida da grandeza. Antes de as crianças terem contato com a sequência dos números naturais, são apresentadas sequências de palavras, como uma parlenda ou uma música infantil, por exemplo. Desse modo, ao verificarem a medida de um barbante, para cada medida a criança fala uma palavra da parlenda ou da música. As crianças, orientadas pelo professor, analisam as fragilidades dessas sequências (as palavras se repetem, podem acabar antes de terminar o processo de medida e não seguem uma ordem). Formulam propriedades de como deve ser uma parlenda para garantir que todas as pessoas possam utilizá-la sem que haja distintas

respostas para uma mesma medição. A conclusão será de que são necessárias as seguintes características básicas: 1) os números seguem um ao outro, numa determinada ordem; 2) os números, numa série, não podem ser repetidos; 3) Após cada número, sempre vem outro; 4) os números devem ser iguais para todas as pessoas. Essas características são próprias do conceito científico de número natural, fundamentados, teoricamente, nos axiomas de Peano.

CONCLUSÃO

Davydov propõe o ensino do número natural a partir da relação entre grandezas contínuas (volume, área e comprimento). Em seguida, introduz o uso da parlenda, de forma que as próprias crianças possam verificar, com a orientação do professor, as características necessárias para uma sequência numérica em seu teor científico. No sistema de tarefas elaborado a partir das parlendas, Davydov propõe a reflexão, pelas crianças, sobre as leis da estrutura do sistema do número natural que se expressam nos axiomas de Peano. Seu movimento de ensino ascende do abstrato ao concreto, o foco é para o conceito científico do sistema dos números naturais. Em detrimento do que comumente se faz no ensino cujo foco incide na contagem de objetos (grandeza discreta) e na correspondência um a um empiricamente.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes). Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

REFERÊNCIAS

ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:

Пособие для учит0елей начальной школы (Система Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. - М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p. ДАВЫДОВ, В. В. О. et al. Математика, 1-Kjiacc. Mockba: Mnpoc - Аргус, 1997. 224p.

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ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE NA DIMINUIÇÃO DA SINALIZAÇÃO DA VIA PRÓ-INFLAMATÓRIA E MELHORA DA

SENSIBILIDADE À INSULINA NO TECIDO HEPÁTICO DE CAMUNDONGOS

1 Patricia Acordi Cesconetto, Marcelo Fontana Vitto, Scherolin Oriques

Marques,Thais Fernandes Luciano, Daiane da Silva Zeferino, Daniella Roxo de Souza, Gabrielle da Luz, Claudio Teodoro de Souza

Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício (PPGCS/Unesc). [email protected]

Palavras-Chave: Óleo de peixe. Ômega 3. Via Molecular da Insulina. Inflamação. Tecido Hepático.

INTRODUÇÃO

O aumento da prevalência de doenças crônicas, como obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM-2) representa um grave problema de saúde pública em diversos países, inclusive no Brasil. O elo entre tais doenças é a resistência à insulina (RI). É proposto que a obesidade leva a um quadro de inflamação subclínica que resulta em RI. O consumo de óleo de peixe (fonte natural de ômega 3) tem sido apontado por muitos autores como um importante fator para o tratamento das doenças associadas a RI. Apesar dos avanços das pesquisas nessa área, o conhecimento permanece limitado. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da suplementação de óleo de peixe sobre a ação da insulina e inflamação no tecido hepático de camundongos.

METODOLOGIA

Os camundongos foram suplementados com diferentes doses de óleo de peixe (1mg, 5mg, 10mg e 50 mg) ao dia, por 21 dias. Foi avaliada a glicemia de jejum nos dias 0, 14º e 21º. Estes resultados mostraram que a dose de 10mg ocasionou redução mais significativos na glicemia, no 14º e 21º dias. Como a dose de 10mg mostrou ter melhores efeitos, essa dose foi utilizada para avaliação dos níveis proteícos das moléculas envolvidas na sinalização pró-inflamatória, bem como das moléculas

envolvidas na transdução do sinal da insulina. Após amostras de tecido hepático foram submetidas as análise de Western Blot.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A suplementação com óleo de peixe reduziu significativamente a atividade da sinalização IKK/NFkB no tecido hepático de camundongos, reduzindo a fosforilação da IKK em 30% e a expressão de NFkB em 35%, quando comparado ao grupo controle. Além disso, nos animais com suplementação de 10 mg, observamos a diminuição

da fosforilação da JNK de 40%, quando comparada ao grupo controle. A atividade da via de sinalização da insulina foi melhorada no tecido hepático dos camundongos, aumentando a fosforilação do IR em 33%, do IRS-1 em 34% e da Akt em 42% comparados com o grupo controle que recebeu salina. Nos animais do grupo controle, observou-se o aumento da fosforilação das proteínas da via da insulina IR, IRS-2, e Akt, demonstrando a preservação da sensibilidade das células hepáticas ao hormônio. Nos animais que receberam o suplemento, foi observado um aumento significativo da atividade dessas mesmas moléculas, em comparação ao grupo controle, demonstrando aumento da ação da insulina. Nesse contexto, é possível que a diminuição da glicemia e aumento da atividade da via da insulina após a suplementação com óleo de peixe descrita neste estudo seja atribuída em parte à diminuição das moléculas da via inflamatória.

CONCLUSÃO

O presente estudo demonstrou que a suplementação de óleo de peixe diminuiu a glicemia de camundongos de forma dependente do tempo e da dose. Os efeitos mais relevantes foram observados com a dose de 10mg e suplementação por 21 dias, além disso, este estudo demonstrou que a suplementação com o óleo de peixe reduz a expressão e atividade de moléculas pró-inflamatórias (JNK, NFkB e IkB) no fígado de camundongos. Assim, estes dados sugerem que o óleo de peixe aumenta a sinalização intracelular da insulina e isso esta relacionado à redução da via inflamatória no tecido hepático.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: Unesc, CNPQ.

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AVALIAÇÃO DE ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES PORTADORES DE DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS

Meriene Viquetti de Souza,1 Gisiane Mathia Bareta,1,2 Lisiane Tuon,1,2 Thaís Moraz,1 Maria Inês da Rosa1

1 Laboratório de Epidemiologia/ Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ Universidade do Extremo Sul

Catarinense, Criciúma (SC), Brasil. 2 Laboratório de Neurociências/ Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ Universidade do

Extremo Sul Catarinense, Criciúma (SC), Brasil. [email protected]

Palavras-Chave: Distrofias Musculares, Estresse Oxidativo, Duchenne.

INTRODUÇÃO

Os radicais livres são conhecidos por serem responsáveis por dano químico e molecular em DNA, nucleotídeos, proteínas, lipídeos, carboidratos e estruturas da membrana celular. Estudos demonstram que a severidade de dano muscular nas distrofinopatias é dependente da ação das espécies reativas de oxigênio (ROS) na formação de resíduos de carbonil provenientes de aminoácidos e proteínas. Considerando tais achados, nosso trabalho objetivou avaliar o dano oxidativo através de marcadores de estresse oxidativo e atividade de enzimas antioxidantes em pacientes portadores de distrofias musculares progressivas membros da Associação Sul Catarinense de Familiares, Amigos e Portadores de Distrofias Musculares Progressivas

(Ascadim) e comparar com grupo controle.

METODOLOGIA

Participaram do estudo 25 indivíduos portadores de distrofias musculares progressivas e 25 indivíduos sem doença neurológica prévia que foram pareados quanto a sexo e idade com os portadores de distrofias. De cada participante, foram coletados 15 ml de sangue periférico e centrifugados. O soro foi separado e armazenado a -80°. Como indício de peroxidação lipídica foi medido a de Tbars plasmático durante uma reação ácida aquecida. Brevemente, as amostras obtidas foram misturadas com 1 ml de ácido tricloroacético 10% e 1ml de ácido tiobarbitúrico, fervidas por 15 minutos e após a quantidade de Tbars foi determinada pela absrobância em 535 nm. Para medir o dano oxidativo em proteínas plasmáticas, as amostras obtidas foram precipitadas e as proteínas dissolvidas com dinitrofenilidrazina. Os grupamentos carbonil foram medidos pela absorbância em 370nm. A atividade da CAT foi determinada medindo a taxa de decaimento da absorbância do peróxido de hidrogênio em 240 nm conforme previamente (Dal-Pizzol et al., 2000) descrito. A atividade da SOD foi determinada pela inibição da autooxidação da adrenalina medida espectrofotometricamente. Foi utilizado o programa SPSS17.0 para análise estatística e o Teste T para análise entre os grupos (p<0,05 foi considerado significante).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verificou-se, no grupo Duchenne, um crescimento apenas nos parâmetros da SOD quando comparada ao grupo controle (Z=-2.945; p=0.001). Houve também um aumento da SOD no grupo com Distrofia Miotônica (Z=-3.176; p=0.001) quando comparado ao grupo controle. A atividade da catalase, Tbars e Carbonil não mostraram diferenças quando comparadas ao grupo controle.

Opostos à literatura, nossos achados não apresentaram estresse oxidativo no sangue dos pacientes com distrofias musculares progressivas, apenas aumento da atividade da SOD. A literatura mostrou estresse oxidativo no cérebro dos ratos mdx.

Figura 1 – Avaliação da peroxidação lipídica pela

formação de Tbars (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico).

Fonte: Os autores.

Figura 2 – Avaliação do dano a proteínas através da

proteína carbonil.

Fonte: Os autores.

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Figura 3 – Avaliação da atividade da enzima antioxidante

catalase.

Fonte: Os autores.

Figura 4 – Avaliação da atividade da enzima antioxidante superóxido dismutase.

Fonte: Os autores.

CONCLUSÃO

O presente estudo mostrou que, apesar de saber-se que o estresse oxidativo está envolvido na fisiopatologia das distrofias musculares progressivas, ainda há muito a ser estudado. Assim como outros estudos, demonstramos que houve um aumento na atividade da enzima antioxidante (SOD); não mostrando aumento dos outros parâmetros de estresse oxidativo.

AGRADECIMENTOS

Fonte financiadora: PIC 170/CNPq/Unesc.

REFERÊNCIAS

YANG, X.Y.; MUQIT, M. M.; LATCHMAN S.D. Induction of parkin expression in the presence of oxidative stress. Eur J Neurosci, v.24, p.1366-1372, 2006.

ITO, Y. et al. Oxidative stress induces phosphoenolpyruvate carboxykinase expression in H4IIE cells. Biosci Biotechnol Biochem, v.70, p. 2191–2198,

2006. BANNISTER, J.V.; CALABRESE, L. Assays for superoxide dismutase. Methods Biochem. Anal, v.32,

p.279–312, 1987.

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AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL EM RATOS WISTAR ADULTOS SUBMETIDOS A MENINGITE BACTERIANA POR STREPTOCOCUS PNEUMONIAE: CANABIDIOL

POSSÍVEL PAPEL TERAPÊUTICO

Ana Paula Moreira,¹ Jaqueline S. Generoso,¹ Graziele Milioli,¹ Allan Collodel,¹ Paulo R. Barbosa,¹ João Quevedo,² Tatiana Barichello¹

¹ Laboratório de Microbiologia Experimental e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina, PPGCS/Unesc (SC), Brasil.

² Laboratório de Neurociências e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina,

PPGCS (SC), Brasil. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Streptococcus pneumoniae; Canabis sativa; Meningite; Comportamento.

INTRODUÇÃO

A meningite bacteriana é a infecção mais comum do Sistema Nervoso Central, apresentando altas taxas de mortalidade e morbidade, caracterizada por uma infecção aguda da pia-máter, aracnóide e do espaço subaracnóide. A meningite causada pelo Streptococcus pneumoniae, uma bactéria Gram (+), é responsável por grande parte das doenças adquiridas na comunidade, representando altas taxas de morbidade e mortalidade em países em desenvolvimento, sendo que o dano é ocasionado pelo microrganismo invasor e pela resposta imune do hospedeiro. O estudo com a planta Canabis sativa, uma

planta originária da Ásia, uma das mais antigas drogas psicóticas descritas, vem relatando que a mesma exerce efeitos protetores em múltiplas doenças, atuando com propriedades anti-inflamatórias. O objetivo deste estudo foi avaliar a memória e a aprendizagem de ratos Wistar adultos submetidos à meningite pneumocócica.

METODOLOGIA

Os animais foram submetidos à indução da meningite via inoculação na cisterna magna, recebendo a quantidade

de 10l de suspensão salina estéril ou o volume equivalente na concentração de 5x10

9UFC/mL de S.

pneumoniae, que foram cultivadas durante a noite anterior ao experimento. A meningite foi confirmada 16 horas após

a indução com a retirada de 5 l do líquido cefalorraquidiano da cisterna magna e semeando em placas de agar sangue, sendo encubados em estufa bacteriológica a 35ºC. Os animais foram divididos em 5 grupos, sendo sham, meningite + canabidiol 2,5mg/kg; meningite+canabidiol 5mg/kg e meningite+canabidiol 10mg/kg e meningite salina.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nossos estudos demonstraram que os animais tratados

com canabidiol na concentração de 10 g/Kg, o prejuízo

da memória foi revertido; as outras concentrações utilizadas não demonstraram efeito neuroprotetor.

Training Test0

50

100

150

200Sham

Meningitis

Meningitis CBD 2.5mg/Kg

Meningitis CBD 5mg/Kg

Meningitis CBD 10mg/Kg

* *

La

ten

cy (

se

c)

CONCLUSÃO

Desta forma, sugerimos que o canabidiol foi eficaz na prevenção ao dano cognitivo ocasionado pela meningite pneumocócica e novas pesquisas devem ser realizadas para elucidar o mecanismo de ação do canabidiol.

AGRADECIMENTOS

Fapesc, Unesc, PPGCS, CNPq e INCT-TM

REFERÊNCIAS

BARICHELLO, T. et al. Brain creatine kinase activity after meningitis induced by Streptococcus pneumoniae. Brain Res Bull, n. 80, p. 85-88, 2009.

MITCHELL, A.M.; MITCHELL, T.J. Streptococcus pneumoniae: Virulence factors and variation. Clin Microbiol Infect, n. 16, p. 411-418, 2010.

SELLNER, J.; TAUBER, M.G.; LEIB, S.L. Pathogenesis and pathophysiology of bacterial CNS infections. Handb Clin Neurol, n. 96, p. 1-16, 2010.

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL E SENSORIAL (AQNS) DE PREPARAÇÕES SERVIDAS NO ALMOÇO EM UM RESTAURANTE COMERCIAL DA

CIDADE DE CRICIÚMA (SC)

Talita Di Francia Rosso,1 Marco Antônio da Silva2 1 Nutricionista; CRN 10 – n° 3413P

2 Docente; Curso de Nutrição; Universidade do Extremo Sul Catarinense

[email protected]

Palavras-Chave: Alimentação Coletiva; Alimentação Saudável; AQNS; Pontos Críticos de Controle (PCC).

INTRODUÇÃO

Um ser saudável busca equilibrar o corpo, a mente e o espírito. Este equilíbrio pode ser alcançado com a ajuda de profissionais, como o nutricionista. A alimentação é um processo voluntário e consciente, mas sofre influência de fatores culturais, econômicos e psicológicos (SANTELLE, 2008). Observa-se no dia a dia que com a falta de tempo, mais pessoas fazem suas refeições fora de casa. A partir dessa constatação, surgiu a pergunta fundamental para o desenvolvimento deste estudo: será que as refeições oferecidas em estabelecimento comercial do município de criciúma, que atende uma clientela diversificada socialmente e culturalmente, estão adequadas nutricionalmente, sensorialmente e higienicamente? Um instrumento que vem sendo utilizado para avaliar conjuntamente os aspectos nutricionais, sensoriais e higiênicos na oferta de refeições é o protocolo de Avaliação da Qualidade Nutricional e Sensorial (AQNS), que foi desenvolvido por Riekes (2004) e adaptado por Proença e colaboradores (2005). O estudo teve como objetivo avaliar a qualidade nutricional e sensorial de preparações servidas no almoço em um restaurante comercial do município de Criciúma.

METODOLOGIA

No estudo, utilizaram-se os procedimentos apresentados por Riekes (2005), com a aplicação do sistema de AQNS. A aplicação desse sistema ocorreu em um estabelecimento comercial de alimentos (Unidade Produtora de Refeições – UPR) localizado no município de Criciúma (SC). A UPR conta com uma clientela fixa e produção de um determinado número de refeições diariamente a partir de um cardápio semanal fixo e sem variações ao longo do mês. As amostras utilizadas eram as preparações servidas no horário de almoço, de segunda a sexta-feira, em sistema de buffet livre. Foi aplicado o sistema AQNS (PROENÇA et al., 2005),

através da avaliação dos dados obtidos por meio de

roteiros especificados, seguindo duas etapas básicas:

1) Avaliação das condições estruturais e de processamento da Unidade Produtora de Refeições (UPR);

Avaliação dos processos operacionais, com as seguintes etapas: a) Aplicação do Roteiro de Avaliação da Qualidade Nutricional e Sensorial, que avalia cada um dos diversos procedimentos operacionais em cada uma das etapas desse processo, desde o recebimento até a sua distribuição; b) Elaboração da Descrição Detalhada da Preparação, na qual se apresentam os ingredientes, as quantidades, o modo de preparo, o material e utensílio utilizado, os dados de tempo e temperatura e as características sensoriais específicas, e também o registro fotográfico das preparações; c) Construção do fluxograma da preparação, que exemplifica as etapas do processo

produtivo, demonstrando os pontos críticos de controle relacionados aos aspectos nutricionais e sensoriais da preparação; d) Elaboração do Quadro Descritivo, que destaca os pontos de controle de cada etapa, os perigos, os critérios, as formas de monitoramento, ações corretivas e os registros da última avaliação. A aplicação do AQNS ocorreu através de um primeiro contato com o responsável pelo restaurante para a qual foram apresentados os objetivos da pesquisa, após os demais dados para execução dos outros roteiros foram coletados, sendo estes roteiros aplicados nas 21 preparações observadas durante o período de coleta de dados, ocorrido entre março e junho de 2010.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A avaliação da estrutura deu-se pela observação da planta do local, na qual se fez a localização de cada equipamento bem como a verificação dos procedimentos relativos à compra e armazenamento da matéria-prima e in loco. O restaurante observado funciona de segunda a sexta, das 7h às 22h30, e no sábado, das 7h às 14h. A UPR oferece aos comensais, além do buffet, bolos, pastéis, sanduíches e outras preparações. Está localizada em piso térreo, com duas portas na parte dos fundos, uma para entrada de mercadorias e a outra para entrada e saída de colaboradores e apresenta uma entrada e/ou saída social para os comensais. Há duas portas de acesso à cozinha: uma pelo corredor, de acesso comum para entrada de mercadorias e também acesso ao banheiro dos comensais; a outra dá acesso ao corredor da outra porta de entrada de mercadorias, pela qual se tem acesso também ao corredor da despensa e do banheiro de colaboradores. Na área social do restaurante, observou-se a existência de 18 mesas, das quais seis mesas fixas de seis lugares e 12 mesas móveis de plástico de quatro lugares. Há o buffet utilizado para servir as preparações. Encontra-se ainda uma geladeira para armazenar as saladas em espera e outra geladeira para armazenamento de bebidas. Há uma área para o caixa, localizada na extremidade oposta ao balcão de atendimento. A área delimitada para o banheiro dos funcionários é de uso comum para homens e mulheres. Há a presença de um sanitário, uma pia para a lavação das mãos, um espelho pequeno e um armário de ferro de duas portas, que armazena os produtos de limpeza e pertences dos funcionários. Observa-se que a UPR não segue as recomendações, o banheiro de funcionários é de uso comum para o sexo masculino e feminino, o armário de armazenamento de objetos dos funcionários é de uso comum e também armazena os produtos de limpeza, além de ter sido observada a ausência de molas ou protetores nas portas e não há janelas para ventilação, o que torna está área um potencial foco de contaminação para as demais áreas do restaurante, já que a partir dele se obtém acesso direto à área de armazenamento de alimentos e à cozinha. Na despensa há um armário de

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seis portas, no qual se armazenam os alimentos não perecíveis. Encontram-se também dois freezers horizontais para armazenamento das carnes e massas preparadas para os lanches produzidos no local. Há uma estante suspensa na parede. Notou-se que o armário de armazenamento de gêneros não perecíveis encontra-se a 25 cm do chão, porém possui portas que dificultam a circulação de ar pelo armário. Sugere-se a troca do armário ou a retirada das portas. A temperatura do local é adequada e não há presença de estrados. Na área da cozinha, há um forno industrial, já repintado mais de uma vez. Em frente do forno, encontra-se uma fritadeira elétrica pequena utilizada para fritar batatas, que se encontra suspensa sobre uma chapa, equipamento utilizado para fazer as preparações de carne sem a utilização de óleo. Na parte inferior deste balcão, encontram-se as formas de alumínio utilizadas no preparo de lasanhas, pizzas e lanches assados. Ao lado da chapa, encontra-se um fogão de seis bocas de inox, não original e construído a partir de peças de inox, aproveitando-se a parte frontal do antigo fogão. Ao lado, encontra-se uma pia pequena de PVC para higienização das mãos. Abaixo da pia localiza-se uma lixeira e ao lado, uma pia de cuba inox, ligada a uma bancada de mármore para pré-preparo e preparo de preparações de carnes. Ao lado encontra-se um balcão de suporte com micro-ondas e uma estante suspensa para o armazenamento das tigelas de servir. Em frente, encontra-se uma geladeira de quatro portas horizontal de inox, para armazenamento das carnes para descongelamento e das saladas para preparo. Na parede comum com a área social, encontra-se um balcão de armazenamento de utensílios (facas e tábuas) e uma pia de cuba de inox e bancada de mármore para higienização de saladas. Quando não mais utilizada para este fim, a pia é utilizada para higienização dos utensílios. Acima do balcão, encontra-se uma estante suspensa para suporte para bandejas e alguns temperos. Ao lado encontra-se uma lixeira e após um balcão para preparações do tipo massa. Na estante abaixo deste balcão, se observam alimentos não perecíveis a serem utilizados no dia e outros que são armazenados ali diariamente como óleo e farinha. Acima se encontra uma estante com os temperos. Nessa área, encontra-se uma janela grande pela qual as preparações são enviadas ao buffet ou à geladeira para armazenamento de espera. No centro da cozinha, localiza-se uma fritadeira elétrica, de inox e com escorredor embutido. Em frente tem-se a mesa de apoio central em mármore. Abaixo da mesa e sobre estrados, há caixas de plástico com verduras e legumes. Contudo, o indicado nesses casos é o armazenamento sob refrigeração por dois ou três dias. Após estas observações, verificou-se que muitas normas não são cumpridas, contudo os funcionários do local e os proprietários têm a preocupação de manter um local higienizado para a realização de refeições seguras. Nos resultados e análises do Roteiro Básico de Avaliação das Características da UPR observou-se que são produzidas em média 250 refeições servidas no horário das 11h30 às 13h30. A UPR conta com dez funcionários, há equipamentos suficientes para execução do processo produtivo e embora nem todos sejam novos, encontram-se em bom estado. Algumas irregularidades foram observadas: o trabalho da equipe operacional ocorre organizadamente, mas o espaço destinado à cozinha é pequeno; a capacitação humana é feita de acordo com o interesse dos funcionários; a transmissão de informações sobre os procedimentos e qualquer dúvida referente ao processo produtivo é feita pela cozinheira chefe/representante do local; e não há MBP/POP. Notou-

se ainda a ausência de balanças e termômetros para medições durante o recebimento, armazenamento, pré-preparo, preparo e distribuição das refeições. As preparações do tipo salada são, na maior parte, do tipo crua, sendo fontes de vitaminas, minerais e fibras. A maioria vem de plantio próprio, sem uso de agroquímicos. Observaram-se os seguintes Pontos Críticos de Controle (PCC) Biológicos, Físicos, Químicos): higienização (PCC B, F, Q); disposição na cuba (PCC B, F); armazenamento sob refrigeração (PCC B, F); distribuição no buffet (PCC B). Observou-se que os vegetais são armazenados em tempo e refrigeração corretos. A preparação das saladas apresenta procedimentos adequados na higienização, mas não na sanitização. O armazenamento das saladas cruas e feito junto às cozidas (recipientes abertos no mesmo refrigerador) na espera para buffet. Nas preparações do tipo arroz, observou-se a oferta de dois tipos de arroz, o parboilizado e o integral, pela variedade de comensais. O arroz é fonte de energia e o arroz integral é fonte de vitaminas, minerais e fibras alimentares, sendo mais recomendável que o parboilizado. Foram identificados como PCC: cocção (PCC B); montagem na cuba (PCC F); distribuição no buffet (PCC B). Verificaram-se os seguintes pontos a serem melhorados: o armazenamento da matéria-prima em armário fechado, quando o ideal são prateleiras abertas para ventilação; não foram identificados PCCs relacionados aos aspectos organolépticos (excesso de sal, óleo, etc.). As preparações do tipo feijão são ofertadas todos os dias, pois é uma fonte importante de fibra alimentar e amido para o organismo, além de certa concentração de proteínas. Foram identificados como PCC a escolha e higienização do grão (PCC B, F), o molho durante a noite (PCC B, F), a cocção (PCC B), a montagem na cuba (PCC F) e a distribuição em buffet (PCC B). Foi observado que os temperos utilizados são de fabricação própria da UPR e foram identificados PCCs relacionados aos aspectos organolépticos. Assim como nas preparações anteriores é observado que a matéria-prima é armazenada em armário fechado. As preparações do tipo farofa de bacon são ofertadas todos os dias, porém como contém colesterol, possui aspectos nutricionais não recomendáveis, além de pouca diversificação no modo de preparo. Sugere-se a utilização de legumes, talos ou até mesmo algum tipo de fruta, como a banana. Foram apontados como PCC o pré-preparo do bacon (PCC F), cocção por fritura (PCC B), a montagem na cuba (PCC F) e a distribuição em buffet (PCC B) e observou-se a não diversificação dos ingredientes utilizados. Não foram identificados PCCs relacionados aos aspectos organolépticos e, assim como nas preparações anteriores, observou-se o armazenamento de matéria-prima em armários. As preparações do tipo maionese apresentam a presença de alguns nutrientes como fósforo, potássio e amido, mas há a presença da maionese industrializada pronta, que contêm conservantes e lipídeos, o que não é interessante para a alimentação e há pouca variação no modo de preparo. Sugere-se a troca ou redução do uso da maionese industrializada pronta por um creme e também a inclusão de outros legumes ou frutas. Foram observados os seguintes PCC: cocção da batata juntamente com o ovo (PCC B); preparação, mistura com o sal e a maionese com a batata, (PCC F, B); montagem na cuba (PCC F); distribuição em Buffet (PCC B). Não foram identificados PCCs relacionados aos aspectos organolépticos. Sugere-se a compra de um descascador

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de legumes para descascar a batata no dia da preparação e a diversificação do tempero utilizado. As preparações do tipo macarrão com molho vermelho são fontes de licopeno, energia e alguns minerais, mas há pouca variação no modo de preparo. Sugere-se a diversificação do tipo de molho utilizado. Observaram-se os seguintes PCC: a cocção do macarrão (PCC B); pré-preparo do molho (PCC F,B,Q); cocção do molho (PCC B); cocção branda e rápida, molho com o macarrão, (PCC B); montagem na cuba (PCC F); distribuição em buffet (PCC B). Observou-se que a matéria-prima não perecível é armazenada em armário fechado. Sugere-se a variação do tipo de molho e/ou macarrão. Não foram identificados PCCs relacionados aos aspectos organolépticos. As preparações do tipo pizza com molho vermelho são fonte de energia, vitaminas, cálcio, ferro, amido, lipídeos e licopeno, mas apresenta pouca variação. Foram identificados os PCC no pré-preparo do molho (PCC F), cocção do molho (PCC B), cocção da pizza (PCC B), montagem na cuba (PCC F), distribuição em buffet (PCC B). A matéria-prima não perecível é armazenada em armário fechado e não foram identificados PCCs relacionados aos aspectos organolépticos. As preparações do tipo batata-frita apresentam menor aspecto nutricional desejável, com poucos nutrientes e grandes quantidades de calorias. A troca do óleo ocorre a cada três ou quatro dias, mas sugere-se o uso de fita para controle da acidez. Foram identificados como PCC: descongelamento da batata (PCC F, B); cocção por fritura (PCC B); montagem na cuba (PCC F); distribuição em buffet (PCC B). Não foram identificados PCCs relacionados aos aspectos organolépticos. Observou-se no buffet a presença de temperos, como o sal, porém, e o que ocorre com frequência é o excesso de sal quando os próprios comensais temperam e não há monitoramento do descongelamento da batata. Sugere-se modificar o modo de preparo de fritura para talvez assada. As preparações do tipo carnes incluem bife de frango à milanesa, bife de frango na chapa, bife bovino na chapa, bife suíno na chapa. Observou-se um planejamento para a diversificação das opções de escolhas das carnes, sendo estes pratos fontes de proteínas, lipídeos e colesterol. Com exceção do frango à milanesa, todos sofrem cocção em chapa com água, ponto positivo pelo menor uso de óleo. Sugere-se a diversificação dos temperos utilizados nos bifes, diferenciando os temperos para cada tipo de carne. Identificou-se como o PCC: cocção por fritura ou em chapa (PCC B); montagem em cuba (PCC F); distribuição em buffet (PCC B). As matérias-primas perecíveis são armazenadas sobre

refrigeração e os procedimentos adotados para as preparações estão adequados.

CONCLUSÃO

A partir da análise das informações, concluiu-se que a UPR estudada apresenta pontos que podem ser melhorados, porém atende os quesitos básicos sanitários. Estes dados reforçam a importância do profissional nutricionista na gestão da qualidade nutricional, promovendo educação nutricional e ofertando refeições plenamente saudáveis e saborosas. As preparações não apresentaram grandes problemas em sua produção, porém, podem ser melhoradas com pequenas modificações, incentivando as diferentes formas de preparo e de utilização de outros temperos. No contexto estudado neste trabalho, concluí-se que o AQNS é algo muito recente na literatura e que é fundamental o trabalho de pesquisadores nutricionistas, preocupados com a segurança alimentar na área de coletividade e na saúde pública, já que é direito de todos terem uma alimentação saudável, sensorialmente atrativa e economicamente viável. O AQNS, como ferramenta de análise e promoção da qualidade, traz benefícios para os produtores das UPRs e auxilia na preparação de um cardápio mais seguro do ponto de vista nutricional, sensorial e higiênico-sanitário para o comensal.

AGRADECIMENTOS

Ao restaurante pela disponibilidade concedida.

REFERÊNCIAS

PROENÇA, Rossana Pacheco da Costa et al. Qualidade nutricional e sensorial na produção de refeições.

Florianópolis: Ed UFSC, 2005. RIEKES, Bethania Hering. Qualidade em unidades de alimentação e nutrição: uma proposta metodológica considerando aspectos nutricionais e sensoriais.

Florianópolis, 2004. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-graduação em Nutrição. 2004. Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/PNTR0008.pdf>. Acesso em 28 fev 2010. SANTELLE, Odete. Antropologia e alimentação. Rev.

Saúde Coletiva. Bolina, jan./fev. 2003, v. 5, n. 26, p. 231. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/pdf/842/84202602.pdf> Acesso em 24 ago 2010.

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DESENVOLVIMENTO DE UM ESMALTE MACRO-CRISTALIZADO

Pedro Augusto Di Francia Rosso,¹ Caetano Pellegrin,2 Rosalino Ezequiel3 1

Colégio Maximiliano Gaidzinski 2,3

Eliane S. A. Revestimentos Cerâmicos 1

[email protected]

Palavras-Chave: Desenvolvimento, Cristalização, Esmalte Macro-Cristalizado.

INTRODUÇÃO

Desenvolvimento de novos produtos é a chave para as empresas de revestimentos cerâmicos continuarem adquirindo prestígio e destacando-se cada vez mais em um mercado onde a estética, a diversidade e a qualidade dos produtos são extremamente importantes. O desenvolvimento de um esmalte que proporcione a visualização de macrocristais (Figura 1) é uma oportunidade inovadora de ganhar o mercado em um ramo ainda pouco explorado pelas indústrias no Brasil. Para isso, faz-se necessário um estudo para que seja possível trazer esses cristais que estão presente na natureza e também o efeito estético conseguido em produções de cerâmica artística – porcelana, vasos, pratos, jarras entre outros – para os revestimentos. Esmaltes caracterizados como macrocristalizados são geralmente queimados em altas temperaturas e ciclos muitos longos, como na fabricação de louça de porcelana. Eles são definidos como esmaltes que apresentam cristais que podem ser observados e admirados a olho nu. Esses cristais têm sua formação inicial a partir de sementes (núcleos) que são constituídas geralmente de minerais. Algumas matérias-primas, quando utilizadas em altas proporções e com baixa presença de inibidores (impurezas) tendem a produzir cristais ao sofrem um resfriamento bastante longo. Os cristais se formam através de um processo de calor e resfriamento, temperatura e pressão, possuem caráter aleatório, ou seja, a organização e o tamanho nunca se repetem.

Figura 10 – Macrocristais superficiais.

Os cristais (Figura 2), por suas formas inusitadas ou até mesmo trabalhadas (esculpidas com máquinas de precisão), são peças de decoração procuradas por sua beleza e simplicidade. Proporcionar essa atração das pessoas pelos cristais para revestimentos cerâmicos não é tão simples, porque os cristais naturais levam milhares de anos para se formarem sendo assim, reproduzi-los industrialmente ainda é um campo pouco explorado e com poucas experiências. No contexto, os cristais comumente formados são os de Willemita, que tem como elemento principal o óxido de zinco. O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um esmalte que possua a característica de macrocristais independente do tempo ou temperatura utilizados no

processo, e também de desenvolver um esmalte que cristalize mesmo que em menores proporções, em ciclos normais de fábricas ou ciclos rápidos – entorno de 35min – e temperaturas com média de 1210ºC. Figura 11 – Exemplo de cristais encontrados na natureza.

Entretanto, ainda não há uma fórmula específica para a confecção de um esmalte com macrocristais, pois há variações nas macrocristalizações e também de temperaturas e de ciclos necessários para se conseguir as mesmas. Mesmo na natureza não há peças (formações) macrocristalizadas idênticas, já que não existe controle das variáveis do processo e das matérias-primas. No entanto, essa falta de reprodutibilidade é o que faz as peças serem exclusivas e terem sua própria beleza.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento de esmaltes macrocristalizados são necessário dois componentes: o primeiro é o que formará os cristais, neste caso o óxido de zinco e os cristais formados são os de Willemita; o segundo é o que permitirá que os cristais cresçam e se desenvolvam. Como o resultado do trabalho é um produto inovador que continua em processo de aperfeiçoamente para futuramente ser lançado, não convem informar detalhadamente os compostos e todos os processos utilizados. A formação de cristais se dá conciliando tempo e temperatura. A curva de queima utilizada é a demonstrada na Figura 3. Contudo, a forma de aplicação desses cristais também influencia, já que precisa de uma camada alta.

Figura 3 – Curva de queima similar.

Na confecção do produto macrocristalizado, representado na Figura 4, foi utilizado um suporte a base de caulim, por

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ser refratário e não ter uma deformação acentuada. Isso é um fator importante porque como a temperatura é muito alta e o tempo de exposição é longo, os suportes usados diariamente nas fábricas sofrem grandes deformações, o que prejudica a formação e a organização dos cristais. Para melhorar o desenvolvimento e o crescimento dos cristais, foi utilizado um engobe, que, para padrão da cerâmica, seriam refratários. Entretanto, na temperatura utilizada, o engobe fundiu e, com isso, facilitou a movimentação e aglomeração dos núcleos, possibilitando a formação de cristais maiores e mais organizados. Na aplicação do esmalte, foi observada a necessidade de uma alta camada e também de uniformidade, o que levou à escolha do método de aplicação por pistola, que também foi utilizada para a aplicação do engobe.

Figura 4 – Primeiro esmalte macrocristal desenvolvido.

Na segunda etapa do trabalho, que visava à confecção de esmaltes com macrocristais em ciclos de aproximadamente 35 min, foram utilizadas curva de queima e temperaturas da tipologia de produto porcelanato produzido pela Eliane Revestimentos Cerâmicos. Na montagem desse produto, foi utilizada como suporte a massa de porcelanato esmaltado produzida na Eliane Revestimento Cerâmicos e foram testados os esmaltes apenas no suporte, no suporte engobado e no suporte engobado e esmaltado. Na aplicação do esmalte, utilizou-se a aplicação por binil, por pistola e por derramamento de esmalte. Este último, por proporcionar uma camada maior do que as proporcionadas por binil ou pistola, apresentou os melhores resultados, como demonstra a Figura 5.

Figura 5 – Cristais por derramamento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

No ciclo descrito na Figura 3, em que a temperatura máxima utilizada foi próxima a 1.300ºC e o tempo de exposição foi superior a 16 horas, foram obtidos resultados satisfatórios quanto à macrocristalização e também quanto à diversidade de macrocristais superficiais, como mostram as figuras 6, 7 e 8. Figura 6 – Macrocristais com aspectos de desorganizado.

Figura 7 – Macrocristais brancos.

Figura 8 – Macrocristais dourados.

O ponto crucial para a formação de macrocristais a partir dessa formulação foi a curva de queima, pois esta permitiu que houvesse temperatura e tempo para a nucleação, ou seja, o desenvolvimento dos núcleos que se tornariam os cristais e também permitiu o crescimento desses cristais e, posteriormente, sua consolidação no resfriamento. Na segunda etapa do trabalho, já estava estabelecida a curva de queima, isto é, a utilizada no processo de fabricação de porcelanato. No entanto, também foi utilizada em alguns testes a curva de queima de monoporosa, pois esta possuía uma temperatura menor do que a do porcelanato (cerca de 1.150ºC) combinada com um ciclo maior, de 85min.

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Os resultados em ciclo de monoporosa foram a obtenção de efeitos que iniciavam uma cristalização só que ainda não muito visíveis, como demonstram as figuras 9 e 10. Figura 9 – Efeito do esmalte 1 sobre a peça esmaltada de

monoporosa.

Figura 10 – Efeito do esmalte 1 sobre um esmalte de

monoporosa extremamente fundente.

Os resultados com as peças de porcelanato foram os mais próximos de um esmalte macrocristalizado em ciclo rápido. As figuras 11 e 12 mostram o efeito obtido na peça, onde se pode observar que os cristais, apesar de terem o aspecto de agulhas, se formaram na borda do esmalte e no centro ainda não foi possível cristalizar.

Figura 12 – Cristalizado em ciclo rápido.

Figura 13 – Cristalizado em ciclo rápido

.

A Figura 13 mostra a ampliação dos cristais agulhas produzidos na Figura 11, onde o cristal é mais facilmente identificado.

Figura 14 – Ampliação (microscópio óptico) dos cristais

do ciclo rápido (aproximadamente 100x)

CONCLUSÃO

Produzir esmaltes cristalizados não é uma tarefa simples porque se trabalha com reações que não são facilmente controladas e também por que cada alteração nas variáveis, como o ciclo de queima, as matérias-primas, o resfriamento, entre outros, influenciam no resultado final. No entanto, com os testes realizados pode-se comprovar que é possível tanto macrocristalizar um esmalte em ciclo longo, onde esses aparecem mais bem definidos e maiores, quanto em ciclo rápido, onde esses aparecem mais em forma de agulhas. Em ambos os casos, foi constatada a necessidade de grandes camadas, de duas a oito vezes uma camada de um revestimento produzido, para a formação desses cristais, principalmente no macrocristalizado de ciclo rápido. Foi constatado também que qualquer elemento que for utilizado antes do esmalte (suporte, engobe, esmalte) ou acima (granilha) prejudica mesmo que de forma pequena a macrocristalização. Ressalta-se que não foi testada a adição de catalizadores na formulação de ciclo lento.

AGRADECIMENTOS

Departamento de Tecnologia (Detec) da Eliane Revestimentos Cerâmicos S. A.

REFERÊNCIAS

Esmalte Macro-Cristalino. Disponível

em:<http://www.ceramicanorio.com/miscelanea/spimentamacrocristalino/spimentamacrocristalino.htm>. Acesso em 19/07/2010. Esmaltes Macros-Cristalinos. Disponível

em:<http://www.ceramika.com.br/?pagina=cristalinos&titulo=Esmalte%20macro%20cristalino,%20micro%20cristalino>. Acesso em 19/07/2010. PÉREZ, Enrique Algora. Apuntes de Esmaltes y Colores Cerámicos. Generalitat Valenciana, 1991. UHLMANN, Kingery Bowen. Introdution to Ceramics.

John Wiley & Sons, New York, 2ed, 1976. WEBER, Ingrid T. Esmaltes Cerâmicos. Janeiro, 2003.

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O ENSINO DA ARTE NA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CULTURA E A CIDADANIA

Giulia Cechinel de Oliveira,1 Édina Regina Baumer2 1Unesc/Pibic/Gedest

2Unesc/Pibic/Gedest

1giuh. [email protected]

Palavras-Chave: Arte, Educação, Cultura, Cidadania.

INTRODUÇÃO

Equívocos sobre a função da disciplina de Arte nas escolas e a preocupação sobre como as práticas pedagógicas em arte se adequam ao que rege a LDB n. 9.394/96, foram alguns dos motivos que nos levaram a propor este projeto de pesquisa, que tem como objetivo investigar o ensino da arte na Rede Municipal de Criciúma e suas contribuições para o desenvolvimento da cultura e da cidadania entre os alunos do Ensino Fundamental. A referida lei determina que “o ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (LDB n. 9.394/96, art. 26, § 2º) e representa um marco na trajetória das conquistas em prol da valorização do ensino da arte na educação básica brasileira. A partir da atuação como estudante de Artes Visuais – Licenciatura, nos estágios obrigatórios e na observação da própria realidade escolar local, surge o problema da pesquisa: em sua prática pedagógica, os professores de arte consideram as orientações dos documentos norteadores da educação brasileira? Como entendem a relação entre ensino da arte, cultura e cidadania?

METODOLOGIA

Em busca de respostas para essa e outras questões, optamos como metodologia, a análise de conteúdo, que segundo Bardin (apud TRIVIÑOS, 1987) serve para o

estudo das motivações, atitudes, valores, crenças e tendências, numa tentativa de compreender os dispositivos legais, princípios e diretrizes que não se apresentam com clareza. Nesse sentido, estudar os documentos norteadores da educação – assim como o referencial teórico sobre arte e cultura – torna-se o fundamento para a abordagem qualitativa sobre os resultados da pesquisa de campo, realizada por meio da observação de quatro aulas de arte em 32 escolas municipais, entre nov./10 e jun./11, registrando os dados coletados por meio de relatório descritivo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após as observações das aulas de Arte nas escolas, foi possível observar que o ensino da Arte na RMC contribui em parte para o desenvolvimento cultural dos alunos, quando os professores levam em conta o conhecimento que os alunos trazem consigo e a reflexão sobre as

produções feitas em sala de aula, orientações feitas pelos documentos norteadores da educação brasileira. Essa ação pedagógica possibilita a aprendizagem significativa e oportuniza a noção de que cada um é participante e formador de cultura. Segundo Richter (2004, p. 51) “[...] precisamos de um ensino da arte por meio do qual, as diferenças culturais sejam vistas como recurso que permitam ao indivíduo desenvolver seu próprio potencial humano e criativo, diminuindo o distanciamento existente entre arte e vida”. Por outro lado, percebemos que em algumas situações são usados desenhos estereotipados, datas comemorativas desconectadas dos conteúdos e a não valorização da cultura local, o que pode indicar que esses professores pouco consideram o que dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da arte.

CONCLUSÃO

Os professores apresentam práticas diferenciadas entre si, a partir de seus próprios conceitos de cultura e ensino da arte, o que mostra que embora o ensino da Arte na RMC contribua para a cultura e a cidadania, alguns professores precisam fundamentar ainda mais suas ações nos documentos norteadores e esse é um longo caminho a percorrer, principalmente no sentido de uma revisão nos conceitos, o que pode ser efetivado na Formação Continuada.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos inicialmente a Fonte Financiadora do projeto, a Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc, e também a Prefeitura de Criciúma por permitir que fôssemos às escolas da rede municipal a fim de efetivar a pesquisa de campo, sem a qual não seria possível responder ao problema de pesquisa.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20/12/1996.

RICHTER, Ivone Mendes. Interculturalidade e estética do cotidiano no ensino das artes visuais. Campinas:

Mercado Das Letras, 2003. TRIVIÑOS, Augusto N. Silva. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em Educação.

São Paulo: Atlas, 1987.

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A FORMAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS NO ÂMBITO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA: UM ESTUDO DE CASO NO CURSO “PROEJA-FIC DE INFORMÁTICA” DO IF-SC,

CAMPUS SÃO JOSÉ

Ricardo Teixeira Canarin1 Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Araranguá

[email protected]

Palavras-chave: Inclusão, História, Cultura, Sociedade.

INTRODUÇÃO

A reflexão desenvolvida neste texto faz parte de um trabalho de conclusão de curso, da especialização em Proeja, do Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá. O referido trabalho mostra algumas discussões e reflexões sobre a história e processos culturais que envolvem o aluno surdo, em uma sociedade que ainda está se preparando para a inclusão. Ao fazer uma análise do processo histórico e cultural do surdo, dentro de suas relações com a sociedade e a escola, podem-se encontrar meios para uma real inclusão. “Nesta perspectiva, os aspectos históricos dos sujeitos surdos podem nos revelar e ajudar a entender o seu modo de interpretar o mundo, consequentemente rever os processos pedagógicos para que se crie uma melhor relação desses indivíduos na sua vida escolar, como também social” (MACHADO, 2008, p. 25). Os sujeitos surdos, pela defasagem auditiva, enfrentam dificuldades para entrar em contato com a língua do grupo social, no qual estão inseridos. Desse modo, no caso de crianças surdas, “o atraso de linguagem pode trazer consequências emocionais, sociais e cognitivas, mesmo que realizem aprendizado tardio de uma língua” (GOLDFELD, 2002, p. 16). Devido às dificuldades acarretadas pelas questões de linguagem, observa-se que as pessoas surdas encontram-se defasadas no que diz respeito à escolarização, sem o adequado desenvolvimento e com um conhecimento aquém do esperado para sua idade. A realidade encontrada no Curso Proeja-FIC de informática chama a atenção pela estrutura organizacional criada para receber o aluno surdo. As salas de aula devidamente adaptadas, intérprete de Libras, para todas as disciplinas que são ministradas por professores ouvintes, haja vista que muitas disciplinas são lecionadas por instrutores surdos, para facilitar, assim, a socialização do aluno surdo. Desse modo, é constatado que no aspecto estrutural, político e humanístico, o curso Proeja-FIC de informática está devidamente preparado para acolher os alunos surdos. A partir dessa análise da estrutura organizacional do referido curso, traçamos os seguintes objetivos: analisar e discutir o processo evolutivo de inclusão do surdo no Proeja-FIC de informática; Conhecer o cotidiano do aluno surdo, para melhor entender suas relações sociais; Identificar as práticas pedagógicas utilizadas no Proeja Campus São José. Ao alcançar esses objetivos, podem-se responder algumas indagações como: Devido às dificuldades acarretadas pela questão da linguagem, o aluno surdo do Proeja-FIC de informática pode se encontrar defasado no que diz respeito à escolarização e socialização dentro do referido curso? O curso Proeja-FIC de informática do Campus São José possibilitou mudanças significativas na vida escolar/social/profissional do aluno surdo? Ao encontrar as devidas respostas é possível analisar como está a situação do aluno surdo do Proeja Campus São José, pois, o documento base do

Proeja (2006) contempla a integração entre o ensino médio e o profissionalizante, deixando a cargo da instituição de ensino a responsabilidade de incluir e dar condições aos alunos e, no caso do aluno surdo, essas condições deverão ser pensadas para indivíduos que talvez encontrem dificuldades maiores do que a simples comunicação.

METODOLOGIA

A metodologia do presente trabalho é de caráter qualitativo, que objetiva coletar dados por meio de entrevistas semiestruturadas para uma amostragem de dois ex-alunos, e dois professores do curso de Proeja-FIC de informática, do Instituto Federal Campus São José. A coleta de informações sobre o curso foi realizada por meio de entrevista com os professores e obtenção de vídeos com depoimentos dos educandos surdos sobre o curso. Os vídeos foram realizados pelo Campus São José, para a obtenção de um relato dos educandos surdos sobre sua passagem pelo curso Proeja. A visita ao Campus São José foi realizada no segundo semestre de 2011, na oportunidade, foram realizadas as entrevistas com perguntas abertas aos professores Paulo Cesar Machado e Mara Lúcia Masutti (ambos professores do Proeja, no IF-SC São José). Na oportunidade, se teve acesso aos depoimentos dos educandos surdos que já haviam concluído o curso. Essa pesquisa buscou mapear os ex-alunos em situação de inclusão, bem como analisar e problematizar as representações e discursos sobre os sujeitos incluídos, seus direitos, suas demandas e sua presença nessa instituição. Trata-se, portanto, de um estudo qualitativo, pois, segundo Goldenberg, “os métodos qualitativos poderão observar como cada indivíduo, ou instituição vivencia a realidade da pesquisa.” Assim, a pesquisa qualifica as técnicas e os procedimentos necessários para as respostas que se quer alcançar. Cada pesquisador deve estabelecer os procedimentos de coleta de dados que sejam mais adequados para o seu objeto particular. “O importante é ser criativo e flexível para explorar todos os possíveis caminhos e não reificar a ideia positivista de que os dados qualitativos comprometem a objetividade, a neutralidade e o rigor científico” (GOLDENBERG, 1997, p. 17). Desse modo, a referida metodologia pode oferecer um panorama qualificável da situação da Instituição de Ensino e alunos pesquisados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através dos resultados obtidos pelas entrevistas e vídeos, conseguimos um panorama da situação de inclusão dos alunos que frequentaram o curso Proeja-FIC de informática do IF-SC/CAMPUS SÃO JOSÉ. Com o cruzamento de opiniões de alunos e professores, podemos constatar que o curso Proeja atingiu seu objetivo de integrar o aluno surdo na instituição escolar. Pois, segundo o professor Paulo Machado, “o instituto federal se tornou um ponto de referência para os surdos,

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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que queriam ingressar na instituição, com a esperança de ter uma escolarização que sempre foi negada em outros espaços. Outros vieram através dos próprios alunos, que entraram e começaram a divulgar a instituição, dentro da própria comunidade.” Como podemos observar, o Instituto

Federal se tornou uma referência para a comunidade surda. Para reforçar as palavras do professor Paulo, a aluna Andréia, que fazia parte dessa turma de Proeja-FIC de informática, diz, “me senti muito feliz em ter a oportunidade de estudar no Instituto e ter contato com outros surdos e conviver com os ouvintes, sendo respeitada.” Segundo o relato, ver o crescimento pessoal, conquistado após muito esforço trazia animação e facilitava a interação. Segundo a professora Mara Lúcia Masutti, “no processo de socialização, que fazem com seus pares – nesse sentido foi perfeito, quem vivenciou aquela turma pode perceber o quanto foi relevante para eles os processos interativos estabelecidos dentro daquele espaço de aula. O processo de adaptação com os próprios professores no mundo de escolarização. Então... foi realmente um processo intenso de aprendizagem. Com relação à interação com o conjunto da escola, isso é outro tipo de questão que está muito longe de ser solucionada. Teremos que ter ações institucionais que dessem conta de outras variáveis do processo, para estabelecer novas relações no âmbito escolar.” Nessa perspectiva, a professora cita o polo bilíngue de Palhoça do Instituto Federal, como um campus que pode trabalhar de forma mais intensa, as relações sociais entre surdos e ouvintes. Pois, segundo a professora, a trilogia ensino/pesquisa/extensão é forte aliada para encontrar meios pedagógicos que possam auxiliar na vida do sujeito surdo e nas suas relações sociais. Então, é possível constatar que os alunos e professores estão convictos de que houve uma melhora significativa na vida dos sujeitos surdos que se formaram no curso Proeja-FIC de informática. Contudo, os professores ressaltam que ainda há muito que ser feito para uma real inclusão, e acreditam que o campus bilíngue possa auxiliar com inovações pedagógicas, alicerçadas no tripé ensino/pesquisa/extensão, que centralizem as relações dos sujeitos surdos na sociedade.

CONCLUSÃO

Podemos concluir neste estudo que os alunos do curso Proeja-FIC de informática do Campus São José consideram o Instituto Federal como uma referência para a comunidade surda. Entretanto, os professores destacam que, no atual momento histórico, o ambiente educacional que pode reunir todos os aspectos da inclusão é uma instituição que esteja preparada para trabalhar com todos os alunos, respeitando suas individualidades e necessidades. Assim, será possível perceber mais claramente em que consiste a diferença e como trabalhá-la, trazendo à tona a necessidade de novas construções

pedagógicas, numa síntese política e linguística, pois só elas darão suporte a uma inclusão social de fato. O Campus bilíngüe, segundo os professores, será essa instituição que poderá encontrar melhores caminhos para uma prática pedagógica voltada à inclusão dos surdos. Fica evidenciado então, que apesar dos avanços obtidos pelos alunos surdos do curso Proeja, ainda há muito que ser feito. Os alunos se dizem satisfeitos com a forma como foram acolhidos e aprovam a metodologia aplicada pelos professores. Mas, segundo os professores, para uma real inclusão ainda há certa necessidade de buscar práticas que evidenciem os aspectos culturais e sociais do aluno surdo, para continuar em busca de ações inovadoras em prol da melhora de vida do aluno surdo e sua socialização. Em suma, foi possível verificar a importância, que o curso assumiu perante os alunos surdos, pois auxiliou para que os mesmos assumissem determinadas posturas relacionadas à forma de lidar com o outro no dia a dia, valorizando uma boa relação social em todos os âmbitos. O curso mostrou caminhos para que os ouvintes pensem suas relações nas formas de interagir com o outro, proporcionou meios para que possam se entender no processo de adaptação no meio social. Nesse contexto, podemos afirmar que o curso Proeja, Campus São José está realizando seu trabalho de inclusão de forma positiva, propiciando assim, uma vida melhor para os alunos surdos, que fazem e fizeram parte das turmas de Proeja do referido Campus.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Instituto Federal de Santa Catarina, em particular à direção, professores (Paulo Cesar Machado, Mara Lúcia Masutti e Claudio Ferreti) e alunos do Campus de São José, que contribuíram prontamente para o desenvolvimento dessa pesquisa. E também ao Campus Araranguá que incentivou e nos proporcionou meios para a realização desse trabalho. Em especial ao professor Werther Alexandre de Oliveira Serralheiro, pela orientação da presente pesquisa.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA: Documento Base. Brasília; MEC, 2006.

GOLDFELD, Márcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista. 2ª Ed.

São Paulo: Plexus, 2002. MACHADO. Paulo Cesar. A política educacional de integração/inclusão: um olhar do egresso surdo.

Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2008. .

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DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROEJA – CAMPUS FLORIANÓPOLIS-CONTINENTE / SC.

Gisele Joaquim Canarin¹ Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Araranguá

[email protected]

Palavras-chave: Tecnologia, Educação, Sociedade.

INTRODUÇÃO

A proposta do presente trabalho é diagnosticar os principais desafios da inclusão digital na vida social e escolar dos jovens e adultos. A fim de que estes cidadãos adquiram o direito da educação, melhorando, sua qualidade de vida. Será um primeiro passo a ser dado para a inclusão social e Digital, aumentando a auto-estima com o intuito de tornar um membro visível pela sociedade. O aumento da informação e informatização exige a necessidade de rever as práticas pedagógicas, pois, em um mundo onde o avanço dos meios de comunicação cresce de forma rápida, é preciso atualização constante para acompanhar as inovações tecnológicas. Esse crescimento da informação dos alunos nos remete a avaliar nossos conhecimentos, e o próprio currículo escolar. Esse é um dos desafios que temos que levar em consideração, devido a forte tendência da informatização mundial. Nesta perspectiva o presente trabalho busca responder algumas questões que são de sua importância para compreender como se estrutura o curso proeja para minimizar a exclusão digital. Como incluir digitalmente jovens e adultos que há muito tempo não fazem parte do sistema escolar? Quais os métodos utilizados pelo campus Florianópolis – Continente/SC para incluir digitalmente os alunos do referido curso? Ao responder essas perguntas pode se chegar aos objetivos pré estabelecidos que são: Analisar as práticas pedagógicas para incluir digitalmente docentes do PROEJA FIC de Operações Básicas de Cozinha Melão; explicitar a importância das tecnologias no referido curso do PROEJA. Deste modo o presente trabalho pode afirmar ou não o que diz o documento base do PROEJA (2006), pois, segundo esse documento “a proposta do proeja é incluir os jovens e adultos que estão fora do sistema escolar, propiciando um ensino técnico e tecnológico”. A inclusão destes alunos será o primeiro passo para aquisição deste conhecimento. Assim, os alunos participarão ativamente nos processos sociais, entendo que estão incluídos num sistema global de tecnologias.

METODOLOGIA

A metodologia do presente trabalho é de caráter qualitativo e quantitativo, buscando coletar dados por meio de questionários para o curso de PROEJA FIC de Operações Básicas de Cozinha Melão do Instituto Federal Campus Florianópolis – Continente/SC. Para o desenvolvimento do trabalho, foi realizada a revisão bibliográfica em torno do assunto, explorando a Educação de Jovens e Adultos e a Inclusão Digital. Através de questionário remetido por e-mail para Ivanir Ribeiro, Psicóloga do Núcleo Pedagógico. Questionário este com 10 questões fechadas que a mesma repassou aos oito alunos de uma turma do curso de Operações Básicas de Cozinha Melão, buscando informações sobre o desenvolvimento do curso e as aulas de informática.

Assim, o questionário objetiva levantar dados sobre o aprendizado digital e sua contribuição para formação profissional. Durante aula, Ivanir explicou que o questionário tratava-se de uma pesquisa de campo e a importância destes alunos o responderem individualmente. O questionário e respostas foram tabelados enviados por e-mail e correio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através dos resultados obtidos pelos questionários, podemos observar que o perfil do aluno do curso PROEJA FIC do IF-SC/Campus Florianópolis - Continente é de alunos que trabalham. Em sua maioria tem o ensino fundamental incompleto. Segundo os pesquisados, o curso PROEJA não proporciona grandes dificuldades para os mesmos, quando perguntados sobre o uso das tecnologias, os alunos confirmam que se adaptam também aos novos recursos tecnológicos, isso talvez decorra pela incidência da maioria já possuir curso de informática. Porém, tendo que enfrentar algumas dificuldades de adequação no processo de aprendizagem, pois trata-se de uma clientela de adultos trabalhadores, que busca aprender o que não foi possível na idade regular, ou seja, quando eram mais jovens. A análise dos questionários aplicados permite afirmar que, independente da faixa etária ou atuação como trabalhadores, indicam que a presença das novas tecnologias é real na vida desses alunos, mesmo considerando que alguns têm mais facilidades para utilizá-la do que outros. Muitos por terem idade avançada têm o preconceito de que não conseguem aprender devido às diversas dificuldades de aprendizagem que apresentam, mas o grande desafio é incluí-los social e digitalmente. As novas tecnologias devem ser instrumentos e ferramentas que melhoram o ambiente de aprendizagem, aprender mais sobre as novas tecnologias o que poderá auxiliá-los na área profissional de sua vida.

CONCLUSÃO

A Inclusão Digital tem sido uma expressão muito utilizada nos últimos tempos. A Inclusão Digital é uma ação positiva e tem, nesse contexto, um papel importante a desempenhar visto que cada vez mais o conhecimento é considerado riqueza e poder. É bom lembrar que a inclusão digital não se restringe apenas ao acesso às tecnologias e seu respectivo uso, mas sim à capacitação para a utilização das Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs), fazendo concomitantemente com que o indivíduo possa decidir como e para que utilizá-la. Sem falar que o domínio da informática hoje vira peça fundamental no mundo do trabalho, mesmo nos cargos mais simples. Para ampliar o universo de pessoas com acesso às novas tecnologias, ou seja, participante ativa e de forma sustentável desse processo de Inclusão Digital, é essencial melhorar as condições de vida, dando uma educação de qualidade, tornando possível o uso efetivo e

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consciente dos benefícios que pode usufruir para melhorar sua realidade. Os projetos de inclusão digital só serão bem sucedidos quando for integrado as ações que contemplem, a Educação de qualidade, Renda e Acesso aos conhecimentos em TICs. Então, é muito importante o envolvimento do Estado para buscar recursos e viabilizar políticas públicas com objetivo de incluir a sociedade digitalmente. Só assim pode haver uma real melhoria da qualidade de vida e uma construção de uma sociedade mais justa. O presente trabalho teve como meta investigar como os alunos do curso PROEJA FIC, do Campus Florianópolis – Continente/SC do ano de 2011, utilizam as tecnologias.Foi realizada revisão da bibliografia, que permitiu a ampliação dos conceitos relativos às tecnologias e sua relação com a sociedade e à educação. Percebemos, no decorrer da escrita, que o espaço que as novas tecnologias ocupam no cotidiano dos indivíduos estão sendo considerados de uso comum pela maior parte dos educandos. Atualmente, vivemos num mundo dominado pela disseminação da informação que acontece de maneira muito rápida. Portanto, em vez de memorizar informação, os alunos são ensinados a buscá-la e utilizá-la. Algumas dessas mudanças são decorrentes da presença da informática, que propicia aos estudantes condições para exercitar a sua capacidade de procurar, “selecionar informações, solucionar problemas e aprender com autonomia” (FREIRE,1996). As principais dificuldades que os alunos jovens e adultos encontram

são quanto à inclusão digital e social. Numa analise geral sobre as tecnologias utilizadas no PROEJA podemos concluir que os alunos consideram os métodos tecnológicos bem adequados e de grande auxilio no processo de aprendizagem.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Instituto Federal, em especial a Psicóloga do Núcleo Pedagógico Ivanir Ribeiro e alunos do Campus Florianópolis – Continente/SC, que contribuíram auxiliando no desenvolvimento dessa pesquisa. Ao Campus Araranguá, que incentivou e nos proporcionou meios para a realização desse trabalho e a Professora Orientadora Cristiane Raquel Woszezenki.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA: Documento Base. Brasília: MEC, 2006.

CAZELOTO, Edison. Inclusão digital: uma visão critica.

São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2008. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia.34. ed. São

Paulo: paz & Terra,148p.,1996.

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METAIS PESADOS EM HORTALIÇAS CULTIVADAS SOBRE DEPÓSITO CONTROLADO DE REJEITOS DE CARVÃO

Karoline, A. F. Ribeiro1, Luiz, F. Danielski1, Jairo, J. Zocche1

1Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (UNESC) – Departamento de Ciências Biológicas - Laboratório de

Ecologia de Paisagem e de Vertebrados [email protected]

Palavras-Chave: Mineração de carvão, hortaliças, toxicologia.

INTRODUÇÃO

A investigação dos riscos deletérios a que a população humana está exposta pode ser desenvolvida de forma indireta, isto é, por meio de estudos de concentração de elementos tóxicos nos alimentos consumidos ou por meio de organismos sentinelas. Várias espécies de plantas são conhecidas como concentradoras ou acumuladoras de metais pesados, além disso, estudos comprovaram que maioria das espécies vegetais que crescem em solos contaminados por metais pesados não consegue evitar a absorção desses elementos. Hortaliças cultivadas em áreas degradadas pela mineração do carvão podem ser utilizadas como boas indicadoras. O objetivo deste estudo foi determinar a concentração de elementos tóxicos presentes em hortaliças cultivadas em horta experimental construída sobre depósitos controlados de rejeitos do beneficiamento do carvão, com o intuito de avaliar os riscos que o consumo destas hortaliças representa à saúde humana.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado na Unidade Mineraria II da Carbonífera Criciúma S.A, Município de Forquilhinha, Santa Catarina. Foram estudadas três hortaliças, das quais se consomem as folhas e ou tubérculos para a alimentação humana: Lactuca sativa – alface (folhas), Brassica oleracea – couve (folhas) e Beta vulgaris – beterraba (folhas e tubérculo). Para fins comparativos utilizaram-se as mesmas hortaliças cultivadas em hortas orgânicas (grupo controle). Para todas as espécies de hortaliças estudadas foi determinado o conteúdo total de elementos tóxicos (metais pesados) presente nos tubérculos e nas folhas por meio da técnica de PIXE. Os resultados são apresentados como média ± o valor de incerteza. A significância das diferenças nos conteúdos de metais pesados entre o grupo controle e o da área minerada foi avaliada através da comparação direta, mais ou menos as incertezas fornecidas pela técnica PIXE.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores obtidos para os teores totais de metais pesados presentes nas hortaliças podem ser observados na Tabela 1. As análises dos conteúdos totais dos elementos estudados evidenciam que os valores de Si, Ti, Cr, Fe e Zn detectados nas hortaliças cultivadas na horta da área de mineração foram superiores aos valores de referência em todas as hortaliças. Para o elemento Al, não houve diferença significativa apenas nas folhas de

couve, enquanto que para Mn e Ni não foi verificado diferença significativa apenas para o alface. As hortaliças cultivadas na área minerada apresentaram um nível significativamente maior de acúmulo de metais pesados em comparação as hortaliças orgânicas, demonstrando um potencial genotóxico dos componentes e subprodutos da mineração de carvão. Tabela 1. Teores de metais pesados (μg g

-1 Peso seco) das hortaliças cultivadas em

área minerada e na área de referência.

Hortaliças Área

Minerada Hortaliças Orgânicas

Metais

Alface Americana

Beterraba Tubérculo

Couve Folha

Alface Americana

Beterraba Tubérculo

Couve Folha

Al

219,2 ± 54,93

161,7 ± 49,65

73,06 ± 39,59

≤ 71,8 ≤ 46,4

52,89 ± 33,01

Si

371,3 ± 49,75

1207 ± 78,33

300,8 ± 45,24

133,8 ± 36,09

141,8 ± 33,93

52,19 ± 31,03

Ti

29,96 ± 5,21

94,62 ± 7,58

8,624 ± 3,40

10,28 ± 3,55

11,6 ± 2,76 ≤ 3,38

Cr

38,89 ± 3,58

34,1 ± 3,44

45,46 ± 3,83

23,59 ± 2,25 ≤ 2

9,774 ± 1,69

Mn

12,65 ± 3,43 14 ± 3,72

17,13 ± 3,67

19,59 ± 3,10

2,562 ± 5,65

4,368 ± 1,61

Fe

155,3 ± 6,14

185,6 ± 6,83

123,1 ± 5,29

56,55 ± 3,01

37,89 ± 2,47

31,46 ± 2,14

Ni

6,939 ± 1,668

5,998 ± 1,60

5,696 ± 1,60

7,517 ± 1,23 1,1 ± 0,61

3,897 ± 0,88

Zn 79,12 ± 7,049

61,86 ± 6,14

18,1 ± 3,91

31,69 ± 4,26

8,888 ± 2,04 ≤ 3,23

≤ valores = Amostras com respectivos conteúdos iguais ou abaixo do limite de

detecção. (LoD).

(±) O erro mostrado reflete a incerteza nas medições de PIXE.

* Não foi possível apresentar os valores referente as folhas de beterraba devido a

necessidade de se repetir a técnica de PIXE.

CONCLUSÃO

Nossos resultados demonstraram que as hortaliças cultivadas sobre depósitos controlados de rejeitos da mineração e do beneficiamento do carvão acumulam quantidades anormais de elementos tóxicos em seus tecidos, e o consumo destas hortaliças pode representar riscos à saúde humana.

AGRADECIMENTOS

As fontes financiadoras do projeto: FAPESC,

PROPEX UNESC.

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GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ARARANGUÁ: EM BUSCA DE PERSPECTIVAS

Andressa dos Santos Inácio; Antonio Serafim Pereira UNESC/PROPEX/PIBIC/CNPq

UNESC/PPGE [email protected]

Palavras-Chave: Pesquisa, Gestão Democrática, Rede de Ensino

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa constitui-se em um dos desdobramentos do projeto de pesquisa: Perspectivas de gestão democrática na rede municipal de ensino do extremo sul catarinense e litoral norte gaúcho, pós LDB n. 9.394/96, em desenvolvimento pelo FORGESB – Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Formação e Gestão na Escola Básica. Nosso intuito básico é analisar e compreender os princípios que fundamentam a gestão democrática da rede de ensino do extremo sul catarinense e oferecer subsídios, a partir do conhecimento produzido, para a reflexão crítica no campo da gestão educacional condizente ao contexto de Araranguá, único município da região que se dispôs a participar desta investigação.

METODOLOGIA

Previmos como procedimentos metodológicos: a) elaboração do referencial teórico com base nos autores: Lück (2006), Marques ( Santos (2002), entre outros, que nos possibilitaram definir as perspectivas de gestão democrática, a saber: centralizada ou democracia ausente, liberal e participativa; b) visita à secretaria de educação municipal para o levantamento dos documentos disponíveis condizentes à gestão, conforme as dimensões seguintes: pedagógica, relações, financeira e resultados. c) análise dos documentos. d) entrevista de aprofundamento com integrantes da equipe gestora da secretaria de educação; e) devolução dos resultados aos pesquisados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o momento houve visita à Secretaria de Educação do município de Araranguá para a coleta dos documentos

disponíveis referentes à gestão. Nossas apreensões preliminares indicam que a rede municipal de ensino não conta com um projeto político pedagógico. Cada escola elabora seu projeto. Entretanto, não se tem ainda dados referentes ao processo de sua elaboração. O contato com as escolas públicas municipais está previsto para uma segunda etapa da pesquisa. A análise preliminar dos documentos também aponta que os diretores das escolas são nomeados pela secretaria de educação, o que para nós é um dos indicativos de gestão centralizada.

CONCLUSÃO

Os primeiros resultados não nos facultam a fazer afirmações definitivas sobre a perspectiva ou as perspectivas de gestão predominantes no sistema de ensino araranguaense. Não obstante, nos indicam que os mesmos precisam ser melhor explorados. È o que faremos na continuidade, por meio de entrevistas de aprofundamento com representantes da equipe gestora da secretaria da educação municipal.

AGRADECIMENTOS

UNESC/PROPEX/PIBIC/CNPq

REFERÊNCIAS

LUCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

MARQUES, Luciana Rosa. Educação & Sociedade: Revista de Ciência da Educação v. 29, n. 102, p. 55-78,

jan./abr., 2008. SANTOS Boaventura S. Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 2002

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ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE A QUALIDADE DOS SERVIÇOS ELETRÔNICOS, PRESTADOS POR UMA PREFEITURA LOCALIZADA NO EXTREMO

SUL DE SANTA CATARINA, ATRAVÉS DO SEU SITE.

Fagner Luiz do Canto Antônio1 1Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC

[email protected]

Palavras-Chave: Qualidade, Serviços, Website.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de conhecer a percepção dos usuários sobre a qualidade dos serviços eletrônicos, prestados por uma prefeitura localizada no extremo sul de Santa Catarina, através do seu site. Desse modo, o mesmo torna-se importante, pois será possível propor ações que ajudarão a organizar efetivamente alguns aspectos da estrutura da prefeitura, e focar a adoção de práticas modernas, que retornem informações precisas e de fácil acesso, para auxiliar na tomada de decisões e controle da qualidade dos seus serviços. Nesse sentido, para que fossem alcançados os resultados, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica, de onde se identificou o modelo webqual, uma ferramenta criada, inicialmente, para a avaliação da qualidade de serviços derivados do comércio eletrônico (e-commerce), a partir de teorias que conceituam as variáveis em torno do uso das tecnologias da informação (LOIACONO; WATSON; GOODHUE, 2002). Mediante alguns estudos, detectou-se que ela é capaz de avaliar a satisfação dos clientes de qualquer site de serviços, quanto a alguns

aspectos perceptíveis por eles, denominados dimensões que derivam de construtos considerados essenciais, para que haja a intenção de reuso da página (LOIACONO; WATSON; GOODHUE, 2007). Seguindo a mesma direção, Curi (2006) salienta que o instrumento, quando aplicado em âmbito gerencial, auxilia as empresas na verificação e comprovação da qualidade de um site, a partir das percepções dos usuários e, conforme os resultados, viabilizar ajustes e melhorias.

METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos se iniciaram com a aplicação de um questionário extraído do próprio modelo webqual. Porém, em certo momento, se fez necessário

realizar algumas adaptações quanto ao número de questões o qual foi reduzido de 35 para 17, pois foi observada elevada rejeição em virtude da extensão da pesquisa. Apesar dessa redução ainda foi possível manter a abrangência de todas as dimensões que a ferramenta propõe. A mesma foi disponibilizada diretamente na página da prefeitura, disposta em um banner, onde os interessados podiam a qualquer momento acessar e participar da pesquisa. Esta alcançou uma população de 102 respondentes, sendo todos utilizadores do website em questão, no período correspondente a Abril e Maio do ano de 2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Primeiramente, a pesquisa visou traçar um perfil dos entrevistados, coletando as informações de gênero que continha as variáveis feminino (49%) e masculino (51%). Escolaridade, com os níveis que vão desde ensino fundamental incompleto até pós-graduação, onde se obteve como maioria os respondentes com nível superior incompleto (33%). Finalidade de utilização do site, que

trouxe como maioria, aqueles que o utilizam para uso próprio (67%). E também, frequência da utilização da página, onde predominaram os visitantes diários (36%). Em uma segunda parte do instrumento de coleta de dados estavam afirmativas referentes à percepção dos pesquisados. Nessa etapa se obteve um resultado com níveis de satisfação elevados na maioria das dimensões, apresentando alguns casos isolados de insatisfação acima do normal que merecem um pouco mais de atenção. Inclui-se nesse quadro, o aspecto que tange a interação com o website, o que demonstra que o mesmo não detém de uma ferramenta que possibilite a solicitação online de informações que os clientes não encontram na

página. Enquadra-se também, a integração social e comunicação entre os usuários, o que explicita a escassez de recursos de comunicação que integrem os mesmos socialmente, tais como: fóruns, murais e microblogs. Além disso, há a necessidade da disponibilização de transações online, sendo que hoje as mesmas não existem nesta realidade. E por fim, chega-se à quantidade de serviços ofertada que ainda é pouca de acordo com a pesquisa.

CONCLUSÃO

Diante dos resultados alcançados são sugeridas algumas ações que visam minimizar os índices de insatisfação ocorridos. É necessário o envolvimento de todas as áreas e setores da prefeitura para que haja um esforço coletivo, com o intuito de disponibilizar eletronicamente o máximo de informações possíveis que venham a ser interessantes para os cidadãos, para que sejam atendidas as suas maiores necessidades de informação. Também nesse sentido, é importante que se disponibilize uma ferramenta no próprio website que funcione como um canal de comunicação entre população e governo. Para a integração social e comunicação entre os usuários, seria interessante criar um fórum de visitantes do site, nos moldes das redes sociais encontradas atualmente na internet, onde os contribuintes possam interagir uns com os outros e trocarem informações. Quanto às transações online, seria importante o incremento de alguns recursos para que a efetivação das mesmas ocorra totalmente online. Por fim, ao observar os resultados da pesquisa,

constata-se que a ação a ser tomada que de fato alcança maior importância, é o aumento dos serviços eletrônicos da prefeitura, pois a mesma presta uma infinidade de serviços que exigem o deslocamento dos cidadãos até o estabelecimento, e quanto mais desses forem adaptados para a rede mundial de computadores, mais pessoas ficarão satisfeitas por receberem um serviço de maneira cômoda e com qualidade.

REFERÊNCIAS

CURI, Walter Romano. A Percepção dos Clientes Quanto à Qualidade dos Sites na Internet: aplicação e validação do modelo webqual. Dissertação de mestrado da UFMG. Belo Horizonte, 2006.

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LOIACONO, Eleanor T.; WATSON, Richard T.; GOODHUE, Dale L. WebQual: An Instrument for Consumer Evaluation of Web Sites. International Journal Of Electronic Commerce. Nova Iorque. p.51-87. 2007.

LOIACONO. E. T.; WATSON, R. T.; GOODHUE, D. L. WebQual: a measure of site quality. American Marketing Association. p. 432-438. 2002.

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PROJETO DE EXTENSÃO COMO AGENTE DE DIVULGAÇÃO INSTITUCIONAL

Maysa Eduarda Freitas1, Sandra Margarete Bastianello Scremin2 1Bolsita do PIPCIT/IFSC-SC, Curso Técnico em Edificações, IF-SC – Campus Criciúma

2Docente, Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Criciúma

[email protected]

Palavras-Chave: Extensão, Matemática Básica, Agente de Divulgação.

INTRODUÇÃO

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a Matemática é colocada como ”uma linguagem que busca dar conta de aspectos do real e que é instrumento formal de comunicação e expressão para diversas ciências.” (PCN vol3, p.20). Ao mesmo tempo, estatísticas oficiais apontam que o aprendizado da Matemática, em qualquer nível do ensino, está muito distante do adequado. Agregado a isso, os professores dos cursos técnicos do IF-SC campus Criciúma têm constatado que um número expressivo dos alunos não possui os conhecimentos mínimos de Matemática para acompanhar as disciplinas técnicas que os exijam. Diante desse contexto foi ofertado um Curso de Extensão de Matemática Básica aos alunos concluintes do ensino fundamental oriundos de escolas públicas com o objetivo de contribuir para o melhor desempenho dos mesmos no ensino médio/técnico. Ao final da primeira edição desse curso buscou-se, por meio de um projeto de pesquisa vinculado ao Grupo de Estudos em Educação Profissional e Tecnológica do IF-SC campus Criciúma, uma avaliação que possibilitasse verificar se o mesmo atingiu ao objetivo a que se propôs para justificar sua continuidade dentro da proposta do campus e fortalecer a indissociabilidade Ensino, Pesquisa e Extensão. Para o desenvolvimento do referido projeto buscou-se o entendimento da Extensão dentro dos Institutos Federais, na Lei nº 11.892/2008, que em seu Art. 7º Inciso V coloca como um dos objetivos dos Institutos “desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos”. E, na Deliberação n. 017/2010 do CEPE/IFSC que define, no Art. 1º do Capítulo I, a Extensão como um processo educativo, cultural e científico que, articulada de forma indissociável ao ensino e à pesquisa, viabiliza a relação entre o IF-SC e a sociedade. Neste artigo, apresentam-se os resultados parciais da avaliação com ênfase na constatação de que além do objetivo a que se propôs o Curso Matemática Básica mostra-se um agente de divulgação institucional.

METODOLOGIA

Com o objetivo de verificar se o Curso de Extensão Matemática Básica pode ser considerado um agente de divulgação institucional, partiu-se do levantamento de dados junto ao registro escolar do IF-SC campus Criciúma, referente aos inscritos nos cursos de Extensão ofertados pela instituição. Para tanto, considerou-se apenas aqueles em que os alunos do Curso de Extensão Matemática Básica poderiam participar, ou seja, as

Oficinas nos Laboratórios de Física, Química e Biologia e os Estudos Preparatórios para o Exame de Classificação para os cursos Técnicos Integrados. De posse dos dados procedeu-se a comparação com a listagem dos alunos concluintes do Curso de Extensão Matemática Básica para verificar quais deles eram comuns às duas listas e a análise será apresentada na sequência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na análise dos dados pode-se identificar que dentre os participantes das Oficinas nos Laboratórios de Física, Química e Biologia 42,1% dos alunos eram oriundos do curso de Matemática Básica, enquanto que no curso de Estudos Preparatórios para o exame de classificação para os Cursos Técnicos Integrados, estes eram 25%. No entanto, ao considerar os 29 alunos concluintes do curso de Extensão Matemática Básica, o índice de alunos que buscaram esses dois cursos foi de 55,2% e 34,5% respectivamente. Importante registrar que os dois cursos pesquisados são ofertados no turno vespertino, dessa forma, nem todos os concluintes do Curso de Extensão Matemática Básica tiveram a oportunidade de participar considerando que 50% deles frequentam o ensino regular no mesmo turno. Dessa forma, entende-se que o acompanhamento do processo de ingresso para os Cursos Técnicos Integrados 2012/1 do IF-SC campus Criciúma, onde todos os alunos concluintes do Curso de Extensão Matemática Básica terão oportunidade de participar, fornecerá mais subsídios para verificar se o curso Matemática Básica pode ser considerado ou não um agente de divulgação institucional.

CONCLUSÃO

A análise parcial dos dados aponta o curso de Extensão Matemática Básica como agente de divulgação da Instituição, mas acredita-se que o acompanhamento do processo seletivo para os cursos Técnicos Integrados 2012/1 do IF-SC campus Criciúma confirmará o curso de extensão Matemática Básica como um agente de divulgação institucional.

AGRADECIMENTOS

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IF-SC.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio.Brasília: MEC, SEMTEC, 2000.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

165

ESTUDO DA INTERAÇÃO ENTRE O COMPOSTO DE COORDENAÇÃO DE Fe-AAS COM O ÓXIDO DE NITROGÊNIO (NO): APLICAÇÕES BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS.

Roberto Rodrigues Zeferino¹, Suzana Cimara Batista² 1,2

Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina [email protected]

Palavras-Chave: composto de coordenação, síntese, Ferro, ácido acetilsalicílico

INTRODUÇÃO

O Os óxidos de nitrogênio (NOx,) são os maiores poluentes emitidos na atmosfera, sendo sub-produto da queima de combustíveis fósseis como óleo, carvão e gás natural. É formado a partir da combinação de nitrato com oxigênio. O NOx reage em alta atmosfera com outras substâncias e componentes e destroem a camada de ozônio. Contribui também para a formação de chuva ácida, causando danos a vegetação e as estruturas. As pessoas expostas a estes óxidos por longos períodos podem apresntar problemas respiratórios. Além disso, quando ingerem água contendo NOx pode ocasionar o aumento de câncer no estômago e no esôfago.

2 Assim,

existe uma grande necessidade do desenvolvimento de métodos para reduzir as emissões de NOx no meio ambiente.

1 As funções biológicas dos óxidos de nitrogênio

são conhecidas quando associadas à química dos centros metálicos, principalmente o ferro.

Assim, este tem como

objetivo sintetizar um composto de coordenação de Fe (III) com ácido acetilsalicílico (AAS) e posterior incorporação de NOx.

METODOLOGIA

Um composto de coordenação com cloreto de ferro (III) (FeCl3.6H2O) e o ligante ácido acetilsalicílico - AAS (C9H8O4) foi obtido através da reação química entre 2mmol do ligante AAS solubilizado em metanol a temperatura de 60°C juntamente com 1 mmol do sal cloreto de ferro (IIII) hexahidratado solubilizado em etanol (60°C). Em seguida, ao meio reacional, foi adicionado 1mmol de perclorato de sódio sólido. O tempo de reação foi de aproximadamente 15 minutos, sendo que foi mantida uma temperatura média de 60ºC com agitação constante. Ocorreu a formação de um precipitado na forma de agulhas de cor marrom-avermelhado. O composto foi isolado pela lavagem com éter etílico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O espectro eletrônico (UV-vis) do composto foi realizado em metanol e apresenta as bandas: λ = 500 e λ = 300nm, conforme a figura 1. A caracterização do composto por espectroscopia de Infravermelho foi realizada, como mostra a figura 2. As bandas em 1589 cm

-1 e 1461 cm

-1

as quais correspondem aos estiramentos ass(COO-) e

sim(COO-) com ∆ = 128 caracterizam a presença do ânion carboxilato coordenado como ponte. A banda em 1394 cm

-1 corresponde a deformação angular no plano

(O-H) e indica o grupo OH do ácido acetilsalicílico.

Figura 1: Espectro UV – vis do composto.

Fonte: O Autor (2011). Figura 2: Espectroscopia de infravermelho do composto.

Fonte: O Autor (2011).

CONCLUSÃO

O estudo realizado mostrou uma rota sintética adequada para a obtenção do composto. A espectroscopia de UV-vis apresenta as transições eletrônicas do composto de Fe (III) confirmando a sua coordenação ao ligante. Fazem-se ainda necessários estudos complementares do composto como a resolução da estrutura cristalina por difratometria de raios X e a inserção de gás NOx ao composto.

AGRADECIMENTOS

PUIC – UNISUL - EQM

REFERÊNCIAS

OWENS, J. W.; MILDRED, P.; SEYBERT D. W..Inorganic. Chimica Acta, 277, 1-7, 1998.

HARROP, T. C.; SONG, D.; LIPPARD, S. J.. Reactivity pathways for nitric oxide and nitrosonium with iron complexes in biologically relevant sulfur coordination spheres. Journal of Inorganic Biochemistry. 101, 1730 -

1738, 2007.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

300 500 700 900

Ab

sorb

anci

a (A

)

Comprimento de onda (nm)

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166

ANÁLISE DO SENTIDO E SIGNIFICADO DA ATIVIDADE EDUCATIVA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA

Daniela Darolt1, Viviane Raupp Nunes de Araújo2, William Casagrande Candioto3 1,2,3

Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC [email protected]

Palavras-Chave: Leontiev, Atividade, Professor.

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa é o resultado das inquietações e reflexões do grupo de pesquisadores do GPEMAHC (Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: uma Abordagem Histórico-Cultural – UNESC) que se preocupam com os resultados do atual ensino de matemática. Com base nos estudos de Leontiev e nos pressupostos da psicologia Histórico-Cultural, foi analisado o sentido e o significado da atividade educativa do professor de matemática. Segundo Leontiev (2004), a atividade humana apresenta uma relação entre o motivo e o fim da mesma, isto é, o sentido pessoal e sua correlação com o significado social da atividade. Entretanto, o autor destaca que a sociedade capitalista produziu na consciência humana a dissociação entre o sentido pessoal e o significado social da atividade. Na atividade educativa, transforma a atividade do professor em um meio para assegurar sua existência física, ou seja, um meio de subsistência, comprometendo a ação pedagógica. A partir deste contexto, o objetivo foi analisar o sentido e o significado que se estabelecem diante dos condicionantes sociais subjacentes à atividade educativa do professor de Matemática. Para isso estudou-se as condições objetivas e subjetivas que se apresentam na referida atividade, identificando os sentidos implícitos/explícitos e o significado social e pedagógico da mesma.

METODOLOGIA

A presente pesquisa é caracterizada, metodologicamente, como qualitativa. Para tal, iniciou-se com a leitura do referencial teórico para que o mesmo fundamentasse também a análise dos dados. A partir disto, o projeto foi apresentado à direção da escola e às professoras que posteriormente fizeram parte da coleta dos dados empíricos que se deu por meio de entrevistas, gravadas em áudio e transcritas, com cinco professoras atuantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede estadual da região de Criciúma/SC, com o intuito de verificar, por exemplo, o que levou a executar a atividade docente. Para a análise dos dados dessa pesquisa nos respaldamos teoricamente na Abordagem Histórico-Cultural (AHC), especificamente na Teoria da Atividade desenvolvida por Leontiev.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio da análise das condições objetivas e subjetivas que revelaram os sentidos (implícitos e explícitos) e o

significado social da atividade educativa foi possível verificar o sentido e o significado que se estabelecem na atividade pedagógica das professoras de matemática. A partir disso, identificamos que “motivos” e “fins” são fatores que influenciam diretamente na atividade do professor. Refletindo sobre o conteúdo das entrevistas podemos dizer que as professoras, no inicio da carreira do magistério, sentiam-se motivadas a trabalhar. Contudo, o que as motivou na atuação profissional foi o salário e não a aprendizagem do conteúdo por parte dos alunos. Sendo assim, o sentido da atividade profissional está voltado para a valorização salarial.

CONCLUSÃO

O sentido pessoal atribuído a atividade docente das professoras se aproxima do que Asbahr (2005) chama de cisão entre o significado e o sentido pessoal da atividade profissional. Esta cisão na atividade docente compromete o resultado do trabalho do educador e interfere na qualidade do ensino ministrado. Portanto, a atividade educativa deixa de possuir o sentido de promover a mediação entre o conhecimento e os alunos e passa a possuir um sentido pessoal de sobrevivência, pela valorização salarial, alienando sua atividade, o que de acordo com a AHC interfere negativamente na prática escolar.

AGRADECIMENTOS

Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: uma Abordagem Histórico-Cultural (GPEMAHC). Curso de Matemática. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). UNAHCE. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Criciúma, SC, Brasil. Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

REFERÊNCIAS

ASBAHR, Flávia S. F. A pesquisa sobre a atividade pedagógica: contribuições da teoria da atividade. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n.29, p.108-119,

maio/ago. 2004. LEONTIEV, Alexis. O Desenvolvimento do psiquismo. 2

ed. São Paulo: Moraes, 2004.

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LEVANTAMENTO DE ATRIBUTOS BASICOS DO PRODUTO: EM ANALISE UMA MÁQUINA DE LIMPEZA E PRE LIMPEZA DE GRAOS

Jeferson Luis dos Santos1, Jennie Elias Vieira2, Thayse Pacheco3 1Instituto Federal de Santa Catarina / Departamento de ensino e pesquisa

[email protected]

Palavras-Chave: Necessidades do produto, ciclo de vida, atributos básicos.

INTRODUÇÃO

Foi realizado um levantamento de necessidades de um produto, baseado no seu ciclo de vida. Durante este processo se fez um levantamento do que necessita um cliente em relação a tal produto em cada etapa. O produto em questão é uma máquina de limpeza e pré limpeza de grãos, que está em pesquisa para melhoramentos. Este trabalho tem como objetivo desenvolver os atributos do produto de modo que atenda o cliente com qualidade.

METODOLOGIA

Primeiramente foi analisado os itens do ciclo de vida, tais como produção, montagem, transporte, armazenagem, função, uso, manutenção e características. Estes itens estão selecionados de função dos atributos básicos do produto, tais como: funcionamento, ergonomia, estética, economia, modular e segurança. Esse método faz parte da primeira parte do processo de pesquisa, onde se utilizou uma Metodologia de projeto divida em quatro categorias: projeto informacional, conceitual, preliminar e detalhado, onde essa fase do processo se enquadra no projeto informacional.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi realizada uma tabela para levantamento de necessidades em função do ciclo de vida relacionados aos atributos básicos do produto, vide figura 1. A etapa função e o atributo básico ergonomia foram muito importantes e receberam uma grande consideração pelo cliente. Como resultado das necessidades dos clientes os mesmos elencaram como necessidades que as programações de manutenções pudessem contar com rápidas e fáceis desmontagens e montagens, que a estrutura fosse modular e resistente, de bom custo-benefício, que usasse aço de maior resistência, entre outros.

Figura 1 – Parte da matriz levantamento necessidades

que correlaciona os atributos básicos em cada etapa do ciclo de vida.

CONCLUSÃO

Os resultados foram bastante relevantes e no próximo passo vão auxiliar na procura de soluções para melhoramento de uma máquina de limpeza e pré limpeza de grãos, visando redução de desgaste. Com a procura de requisitos, obteve-se um grande aprendizado que com certeza será necessário no futuro para o mercado de trabalho entre outros fatores.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos a colaboração da Professora e Coordenadora Suzy Pascoali no auxílio da pesquisa e desenvolvimento do projeto, juntamente com o apoio do IFSC Campus Araranguá

REFERÊNCIAS

Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará. Metodologia e Organização do projeto de pesquisa.

Disponível em: <http://www.ufop.br/demet/metodologia.pdf >Acesso em: 12 de set. 2011.

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168

O EXERCÍCIO FÍSICO MELHORA A RESISTÊNCIA À INSULINA EM MIOCÁRDIO DE RATOS OBESOS.

Daniela R. de Souza1, Thaís F. Luciano 1, Schérolin O. Marques 1, Marcelo F. Vitto 1, Patrícia A. Cesconetto 1, Daiane S. Zeferino 1, Cláudio T. de Souza 1

1Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício (PPGCS/UNESC).

[email protected]

Palavras-Chave: Exercício físico, resistência a insulina e obesidade

INTRODUÇÃO

A obesidade constitui-se num fator com relação direta a resistência à insulina, que é uma condição fisiopatológica chave para o desenvolvimento do diabete tipo 2. Tem sido reportado ocorrer resistência à insulina em coração de ratos obesos. Alguns autores sugerem que o mecanismo relacionado à suscetibilidade a distúrbios isquêmicos em diabéticos do tipo 2 pode ser causado em parte pela resistência a insulina (Ohlson et al, 1998; Sloan et al, 2008). Por outro lado, o exercício físico tem demonstrado ser uma excelente ferramenta não farmacológica por melhorar a ação da insulina em diferentes tecidos. No entanto, os efeitos do exercício físico sobre a sensibilidade a insulina em miocárdio de ratos não tem sido investigada. O objetivo deste trabalho foi avaliar a transdução do sinal da insulina em ratos obesos após a realização de um protocolo de treinamento físico.

METODOLOGIA

Foram utilizados ratos Wistar machos, divididos aleatoriamente em dois grupos: grupo controle, alimentado por 8 semanas com dieta convencional para roedores e grupo hiperlipídico (HL) alimentado por 8 semanas com dieta hiperlipídica. Após a indução da obesidade, os animais foram divididos em subgrupos: obeso não treinado e obeso treinado (natação 1 hora por dia, 5 dias por semana, durante 8 semanas, sobrecarga de 5% p.c., presa à cauda); 24 horas após a ultima sessão do treinamento físico os animais foram sacrificados e western blot foram realizados. Os resultados foram expressos como percentual do grupo não treinado (p<0,05) e o espaço amostral foi de 7

animais por grupo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O treinamento físico dos animais levou a um aumento na fosforilação do IR (71%), do substrato 1 do receptor de insulina (73%), da AKT (81%) e da fosforilação do fator de transcrição Foxo1 (77%). Isso acontece devido ao treinamento físico aumentar a fosforilação dos receptores de insulina em ratos obesos. A sinalização intracelular da insulina começa com sua ligação a um receptor específico de membrana, denominado receptor de insulina (IR). A ativação do IR resulta na fosforilação em tirosina de diversos substratos, incluindo substrato do receptor de insulina 1 (IRS-1) e 2 (IRS-2). Os resultados

demonstraram que treinamento físico foi suficiente para melhorar a sensibilidade à insulina, aumentando a fosforilação do IRS-1/2, bem como a associação dessas proteínas com a PI3K em animais estimulados com insulina quando comparados aos animais controles. A associação do IRS1-2 com a PI3K leva a ativação da AKT, uma serina quinase com ação pleiotrópica em vários tecidos e esta envolvida tanto no crescimento quanto no metabolismo cardíaco, além de estar envolvida na hipertrofia fisiológica e patológica. A fosforilação da Akt foi analisada e demonstrou estar aumentada nos grupos de animais controle e obesos submetidos ao treinamento físico, quando comparados aos animais sedentários. Os mecanismos moleculares envolvidos na melhora da captação de glicose com o treinamento têm sido atribuídos à expressão aumentada e/ou atividade das principais proteínas de sinalização envolvidas na regulação da absorção e metabolismo da glicose.

CONCLUSÃO

Nossos resultados demonstram que o treinamento físico reverte à resistência à insulina no miocárdio de ratos obesos, possivelmente por reduzir a expressão e atividade de fosfatases e serinas quinases, e sugerem a utilidade do treinamento de exercícios terapêuticos para obesos com resistência à insulina.

AGRADECIMENTOS

Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC e

CNPq.

REFERÊNCIAS OHLSON LO, LARSSON B, BJÖRNTORP P, ERIKSSON H, SVÄRDSUDD K, WELIN L, TIBBLIN G, WILHELMSEN L. Risk factors for type 2 (non-insulin-dependent) diabetes mellitus. Thirteen and one-half years of follow-up of the participants in a study of Swedish men born in 1913. Diabetologia. 1988;31(11):798-805

RULL JA, ZORRILLA E, JADZINSKY MN, SANTIAGO JV. Diabetes mellitus: complicações crônicas. México :

McGraw-Hill, 1992. SLOAN FA, BETHEL MA, RUIZ D JR, SHEA AH, FEINGLOS MN. The growing burden of diabetes mellitus in the US elderly population. Arch Intern Méd. 2008;

168:192–199.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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O ENSINO DE FÍSICA E O CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES

Vinicius Jacques1, Max Richard Coelho Verginio2, Marcos Pereira Minsky3 1Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – Campus Criciúma / Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão

2Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – Campus Araranguá / Licenciando em Física

3Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – Campus Criciúma / Discente Técnico em Edificações

[email protected]

Palavras-Chave: Ensino de Física, Edificações, Curso Técnico.

INTRODUÇÃO

A Física é parte fundamental no processo de formação dos futuros técnicos em edificações. É desta ciência que nasce grande parte dos conceitos da construção civil. Compreender as noções científicas, trazê-las para a realidade e saber aplicá-las são alguns dos objetivos propostos aos nossos estudantes. No entanto, existe um longo caminho entre a Física dos cientistas e a do Ensino Médio. A Física enquanto um corpo de conhecimento estruturado permanece sendo a mesma, com suas leis e princípios reconhecidos e estabelecidos, ainda que continuamente, incorporando novos conhecimentos e estabelecendo novas descobertas. Assim, podemos mudar as seleções de conteúdos, as escolhas de temas, as ênfases, as formas de trabalhar ou os objetivos formativos propostos para o ensino de Física, levando-se em consideração a realidade de cada escola. (KAWAMURA & HOSOUME, 2003). Pensando em nossa realidade, IF-SC campus Criciúma, em que será ofertado o Curso Técnico em Edificações, modalidade integrado, a Física deverá ser pensada a partir do perfil de seus alunos e de suas necessidades mais significativas. Para isso devemos concentrar nossa atenção nas competências em Física que queremos promover no futuro profissional de Técnico em Edificações. Além da formação profissional, a modalidade integrada permite concluir que o conhecimento de Física tem também um novo sentido a partir das diretrizes apresentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: “Trata-se de construir uma visão da Física voltada para a formação de um cidadão contemporâneo, atuante e solidário, com instrumentos para compreender, intervir e participar na realidade.” (BRASIL, 2002, p. 60). Vale lembrar que as competências para lidar com o mundo físico não têm qualquer significado quando trabalhadas de forma isolada. “Competências em Física para a vida se constroem em um presente contextualizado, em articulação com competências de outras áreas, impregnadas de outros conhecimentos. Elas passam a ganhar sentido somente quando colocadas lado a lado, e de forma integrada, com as demais competências desejadas para a realidade desses jovens.” (BRASIL, 2002, p. 60). Neste cenário, surge nosso problema de pesquisa: Quais conceitos no Ensino de Física são centrais para o Técnico em Edificações? Dentro de um universo relativamente conhecido de conceitos físicos, o objetivo será identificar quais deles são fundamentais para balizar, potencializar o desenvolvimento das habilidades e competências do Técnico em Edificações. Essa motivação ocorre por entender que o Ensino de Física precisa atender as necessidades reais do seu tempo, e tal como seu objeto de estudo, é dinâmico! O atual currículo de Física, hegemonicamente estruturado nas mais diversas instituições de ensino, com uma função mais informativa que formativa, é comumente descontextualizado, sem função além dos muros da escola. Um dos principais argumentos para o atual

panorama, que vem mudando lentamente nos últimos anos, é o número insuficiente de aulas de Física em nível médio, incluindo também os cursos técnicos. Insuficiência esta que não permite que se trabalhe toda a Física prevista nos currículos do Ensino Médio. No entanto, alguns conceitos físicos são centrais, ainda mais quando se leva em consideração as habilidades e competências que se deseja promover. Nesta perspectiva, faz-se necessário identificar quais os temas são centrais para o desenvolvimento de habilidades e competências do futuro profissional de Técnico em Edificações.

METODOLOGIA

Para identificar entre os conceitos físicos aqueles que são centrais na área da construção civil, realizamos pesquisa qualitativa com os docentes do curso Técnico em Edificações, campus Criciúma. Para isso, utilizamos como instrumento de pesquisa uma tabela criada a partir de pesquisa bibliográfica em livros de Física recomendados pelo último Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) dos conceitos físicos, temas, noções e assuntos tratados em nível médio. Esta lista de conceitos físicos comumente estudados no Ensino Médio, nas diferentes áreas da Física, foi submetida aos docentes do Curso Técnico em Edificações, campus Criciúma, para que identificassem as noções físicas fundamentais da área da construção civil, ou seja, com aplicação direta a esta atividade e que estejam relacionados às atribuições do Técnico em Edificações. Os professores do curso de Edificações tinham quatro opções para assinalar a frequência de uso dos conceitos físicos: Nunca (N), Raramente (R), Ocasionalmente (O) e Frequentemente (F). Veja na tabela 1 exemplos de conceitos/noções físicas que fizeram parte da lista submetida aos docentes do curso. Tabela 01 – Exemplos de conceitos/noções físicas

N R O F

Medidas, Unidades e Transformação de Unidades

Notação Científica

Velocidade Média

Fonte: lista submetida aos professores do Curso Técnico em Edificações.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os docentes do Curso Técnico em Edificações – três engenheiros civis e dois arquitetos – foram orientados a assinalar a frequência com que cada conceito/noção física se faz presente na construção civil. Foi ressaltado que esta frequência não deveria ser restrita à disciplina que cada docente leciona, mas pensada a partir de um universo mais amplo – o das Edificações. Do pequeno universo de docentes da área da construção civil atuantes no curso de Edificações conseguiu-se traçar uma linha comum de conceitos entre o grupo. No entanto, nenhum

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

170

conceito foi assinalado na categoria (F) de forma unânime. Os conceitos/noções físicas com maior frequência de uso, apontados pelos docentes do curso Técnico em Edificações foram: Medidas, Unidades e Transformação de Unidades; Notação Científica; Vetores; Força; Massa e Peso; Trabalho de uma Força; Potência; Energia Mecânica: Cinética, Potencial Gravitacional e Potencial Elástico; Momento de uma Força; Pressão; Massa Específica e Densidade; Vasos Comunicantes; Empuxo; Escoamento de um Fluido; Viscosidade; Temperatura; Calor; Equilíbrio Térmico e Dilatação Térmica. Estas noções físicas foram assinaladas como Ocasionalmente (O) ou Frequentemente (F) com índice maior ou igual a 40% dos professores do Curso Técnico em Edificações. Pode-se perceber também que algumas áreas da Física, como Óptica, Eletricidade e Física Moderna não foram consideradas fundamentais à área da Construção Civil.

CONCLUSÃO

Numa proposta de currículo integrado é fundamental que as disciplinas estejam articuladas, tendo como metas o desenvolvimento de habilidades e competências comuns. Pensando na Física como ferramenta para compreensão do mundo e que tenha aplicação no dia a dia do futuro profissional em Edificações, a identificação dos conceitos físicos centrais à área da construção civil permitirá articular ferramentas didáticas que potencializem a construção das habilidades e competências do Técnico em Edificações, ou seja, atividades didáticas que levem à estruturação dos conceitos relacionados à área da construção civil. Nenhum conceito físico relacionado à eletricidade foi apontado como fundamental à área da construção civil, fato que nos surpreendeu. Estamos convencidos que isto aconteceu porque no campus Criciúma, disciplinas que abordam estas noções – Projetos e Instalação Elétrica I e II (atual Curso Técnico

em Edificações, modalidade Concomitante e Subsequente) – ainda não foram lecionadas. Vale lembrar que o curso é novo e a turma mais avançada está no segundo semestre. No entanto, isto permite inferir que os professores, ao apontarem a frequência de uso dos conceitos físicos, levaram em consideração, principalmente, as disciplinas que lecionam, e não o universo da construção civil como um todo. Porém, este é apenas um resultado parcial de um processo que caminha para atualizações da lista de conceitos fundamentais às Edificações e ampliação no campo de pesquisa, buscando profissionais da área de outros campi que possuem o curso de Edificações, como os de Canoinhas e Florianópolis.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Instituto Federal de Santa Catarina pelo apoio financeiro, de suma importância para realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de

dezembro de 1996. BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ ensino médio: orientações educacionais complementares aos parâmetros curriculares nacionais: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, MEC, SEMTEC, 144 p. 2002.

KAWAMURA, M. R. D., & HOSOUME, Y. A contribuição da Física para um novo Ensino Médio. A Física na Escola, v. 4, n. 2, p. 22-27, novembro. 2003.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O BAIRRO RIO

FIORITA, MUNICÍPIO DE SIDERÓPOLIS, SC

Amanda Bellettini Munari1, Geraldo Milioli2, Glaucia C. de Souza3 1Unesc/UNACET/Engenharia Ambiental

2,3UNESC/PPGCA/Mestrado em Ciências Ambientais

[email protected]

Palavras-Chave: Siderópolis, Mineração de Carvão, Problemas Socioambientais, Educação Ambiental, Desenvolvimento Sustetável.

INTRODUÇÃO

A mineração de carvão no Sul de Santa Catarina apresenta-se como uma forte referência ao desenvolvimento regional. Na dinâmica histórica dessa atividade, encontra-se entre outros municípios, Siderópolis e o Bairro Rio Fiorita. Não obstante, este que teve nessa atividade um impulso econômico, registra também, um quadro de problemas socioambientais que confere demandas de estudos acadêmicos que contribuam para seu entendimento e busca de alternativas e soluções baseadas na educação ambiental e no desenvolvimento sustentável. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo, identificar e analisar os principais problemas socioambientais do município de Siderópolis, SC, com ênfase no Bairro Rio Fiorita e apresentar a importância e contribuição da Educação Ambiental (EA) e do Desenvolvimento Sustentável (DS) como instrumentos para a minimização e redirecionamento da realidade local.

METODOLOGIA

Inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental. Para responder ao objetivo da pesquisa, que se caracteriza como qualitativa, fez-se uso da entrevista semi-estruturada como instrumento de coleta de dados, com questões abertas e fechadas. O trabalho de campo foi feito de acordo com os recursos disponíveis, de forma aleatória junto aos moradores da comunidade do Rio Fiorita, totalizando 45 entrevistados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os esforços de síntese dos resultados da pesquisa realizada no Bairro Rio Fiorita indicam que 73,33% da população reconhece que o meio ambiente afeta o seu bem estar, cujos problemas são perceptíveis tanto no aspecto físico, quanto socioeconômico. Em sua origem, este provia de rios limpos e áreas verdes e tinha sua economia baseada na agricultura. Suas modificações remetem à atividade de mineração de carvão e tomam como causa a relação economia-natureza-sociedade. Referente à percepção dos

moradores sobre EA e DS, mais de 65% e cerca de 31% dos entrevistados já ouviu falar sobre o assunto e cerca de 66,67% acredita que a ED é um instrumento que poderia contribuir para a melhoria de qualidade do bairro.

CONCLUSÃO

Como perspectiva para trabalhar com tal realidade, a pesquisa destaca a importância da educação ambiental e do desenvolvimento sustentável como referências para contribuir ao redirecionamento da realidade local, tendo como foco principal o resgate do ambiente natural e a qualidade de vida dos moradores da região. Nessa direção, a pesquisa lança ainda algumas recomendações: introduzir um programa de educação ambiental no bairro; recuperar as áreas degradadas com a participação da população; planejar um desenvolvimento local baseado na sustentabilidade; mapear a área impactada numa escala temporal de curto, médio e longo prazo objetivando sua revitalização; realizar trabalhos coletivos juntamente com os moradores no intuito de revitalizar o rio e o patrimônio cultural local; criar um programa de lazer envolvendo a comunidade e o poder público local; realizar outras pesquisas na área para aprofundar o conhecimento da realidade socioambiental e sugerir alternativas mais sustentáveis.

AGRADECIMENTOS

FAPESC Edital – 014/2009

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Izabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. – 2. ed. –

São Paulo: Cortez, 2006. LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder – Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

MILIOLI, Geraldo(coord.). Mineração de carvão, meio ambiente e desenvolvimento sustentável no sul de Santa Catarina: uma abordagem interdisciplinar./

Geraldo Milioli, Robson dos Santos, Vanilde Citadini-Zanette (coords.)./ Curitiba: Juruá, 2009. 316 p

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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OS CAMINHOS DA ARTE NA ESCOLA: UM ESTUDO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE PRAIA GRANDE

Gislene dos Santos Sala Germann1, Antônio Serafim Pereira² 1,2

Programa de Pós Graduação (Mestrado) da Universidade do Extremo Sul Catarinense [email protected]

Palavras-Chave: Arte, Educação, Obrigatoriedade.

INTRODUÇÃO

O estudo pretendido para a dissertação tem viajado por vários caminhos da pesquisa científica, sendo construído sob os pilares que norteiam e defendem a Arte na Educação Básica. Em meio a esse processo deparei-me com a problemática abordada pelo Boletim Arte na Escola nº 57 (REDE ARTE NA ESCOLA, 2010) que debate sobre a Lei nº 11.769/2008 que torna obrigatório o ensino da música na Escola Básica (BRASIL, 2008). Esse Boletim enfatiza somente a questão da Música na Escola, porém fez-me refletir acerca de outras obrigatoriedades no que tange o ensino de Arte. Deste modo, a proposta de estudo é motivada pela articulação entre o significado da Arte na escola e as alterações legais que se fazem presente desde as suas primeiras manifestações na escola básica com a disciplina de Educação Artística a partir da Lei nº 5.692/71, destacando que anterior a Lei, a Arte era considerada uma atividade educativa. Essas alterações possuem como objetivo “legitimar” o conhecimento em Arte na escola. Partindo disso, o professor dessa disciplina deve trabalhá-la incluindo as seguintes determinações: “especialmente em suas expressões regionais”, “promover o desenvolvimento cultural” dos alunos, trabalhar a “Música como conteúdo obrigatório, mas não exclusivo” e garantir o estudo da “Cultura afro-brasileira e Indígena” (BRASIL, 1996). Sabendo que além dessas exigências, a Arte é envolvida por diferentes linguagens (a Dança, a Música, o Teatro e as Artes Visuais), que também devem estar presentes na formação dos alunos. Diante dessa situação, algumas dúvidas colocam-se frente a essas obrigatoriedades, a saber: Em que ponto fará diferença o termo obrigatoriedade para a formação dos alunos? Qual a compreensão que a escola tem sobre a Arte? A obrigatoriedade no ensino da Arte garante seu reconhecimento na escola? Como trabalhar essas exigências legais em duas horas/aulas semanais? Como objetivo central, pretende-se investigar se essas obrigatoriedades que se fazem presentes na história da Arte na educação escolar desde a Lei 5.692/71, garantiram ou garantem seu reconhecimento na escola, refletindo se as questões legais têm favorecido para tornar seu ensino significativo, procurando compreender até que ponto o movimento pela obrigatoriedade e o movimento pela compreensão do ensino da arte estão articulados.

METODOLOGIA

O presente estudo ainda está em andamento e no decorrer do caminho de investigação, pode-se mudar a estrutura metodológica, entretanto pode-se identificá-lo inicialmente como bibliográfico e documental. A base documental e bibliográfica desta pesquisa é formada partir da Lei nº 5.692/71 (BRASIL, 1971) e da Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 1996) e suas alterações, dos PPP das escolas municipais de Praia Grande, das contribuições de autores como Barbosa (2003) e Pillotto (2001) acerca da história da inclusão da Arte nos currículos da Educação Básica e

dos documentos norteadores da educação como os Parâmetros Curriculares de Arte- PCN (2000) e a Proposta Curricular de Santa Catarina- PCSC (1998). O estudo será realizado em três escolas públicas de Praia Grande- SC. Como instrumento para a coleta de dados será utilizado a entrevista semiestruturada com os professores, Coordenadores pedagógicos e Gestores dessas escolas totalizando 35 pessoas envolvidas, que serão selecionados por sorteio nas unidades de ensino, como também visitas orientadas nas escolas com a finalidade de perceber como a Arte é apresentada em seu cotidiano. As entrevistas estarão focadas principalmente em quatro questões: Como é a comunicação entre os professores de Arte da rede municipal? Quais as condições para desenvolver um trabalho significativo? Qual é o contexto que se insere a Arte nas escolas Municipais? Como as escolas acolhem a diversidade cultural de seus alunos? Depois de realizada a entrevista, as falas serão transcritas e analisadas. A partir de suas vozes será organizado um curso de formação complementar de educação estética visando ampliar a formação cultural a partir das diferentes linguagens da Arte com esses professores. Nesse sentido, o presente estudo objetiva compreender as implicações da obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica e contribuir para o repensar do papel formativo do ensino da Arte na Educação Básica por parte dos seus principais agentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A referida pesquisa ainda está em fase inicial, sendo efetivada em analogia com as disciplinas do curso de Mestrado em Educação (UNESC). Até o momento realizou-se uma busca no banco de teses da CAPES com a finalidade de definir o problema de estudo e situar o trabalho no contexto das recentes investigações científicas na área da Arte na Educação. Percebe-se pelo número de pesquisas que o ensino da Arte ainda vem sendo pouco discutido nas academias, visto que encontramos apenas 74 dissertações e 14 teses para os anos de 2009 e 2010 em todo o Brasil. Nesse sentido o estudo em questão garante seu fortalecimento no campo científico.

CONCLUSÃO

Como a pesquisa está em fase inicial, ainda não é possível apresentar dados precisos. Todavia os capítulos e subcapítulos já estão definidos, na qual o referencial teórico está sendo escrito a partir de uma perspectiva histórica a fim de entender a atual situação do ensino da Arte nas escolas básicas a partir das reflexões políticas e sociais de outras épocas. As entrevistas e visitas nas escolas que servirão de amostra já foram agendadas e previamente autorizadas. Com as entrevistas e visitas orientadas esperamos perceber como a Arte é apresentada no cotidiano escolar das escolas municipais de Praia Grande/SC como também sua valorização nesses espaços. A partir desta pesquisa, fundamentada a

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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partir de seus resultados organizar-se-á um curso de formação continuada (se necessário) visando aprimorar a percepção estética desses professores, para que possam reconhecer a Arte como uma disciplina imprescindível para a formação de nossos alunos. Finalmente, a pesquisa pretenderá perceber se a formação continuada poderá ser uma alternativa para o reconhecimento da Arte na escola nas instituições pesquisadas.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao PPGE da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) por acreditar em meus anseios de pesquisa. Agradeço também a todos os professores do Mestrado em Educação pelo apoio nas disciplinas obrigatórias e optativas e em especial ao professor Doutor Antônio Pereira Serafim, orientador, por sua valiosa contribuição na organização desse trabalho e na solução dos problemas que surgiram e que surgirão do decorrer do caminho dessa pesquisa.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mae (org). Inquietações e mudanças no ensino da arte. 2ª ed, São Paulo: Cortez, 2003.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. _______. Secretaria de Ed. Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte/secretaria de educação

fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1996. FERNANDES, Iveta Maria Borges Ávil. Projetar e tecer, tecer e projetar. Boletim Arte na Escola, São Paulo,

Boletim 57, p. 4-5, jan. março 2010. PILLOTTO, Sílvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de Lima Körting. Reflexões sobre o ensino das artes.

Joinville: Univille, 2001. SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia. Proposta Curricular de Santa Catarina: Disciplinas Curriculares.Florianópolis, 1998.

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A NÃO EFETIVAÇÃO DAS INSCRIÇÕES NO PROCESSO DE INGRESSO DOS CURSOS TÉCNICOS: ALGUMAS OBSERVAÇÕES.

Jaqueline Fortuna1, Lucas Dominguini2 1,2

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma [email protected]

Palavras-Chave: Cursos Técnicos, Ingresso, Dados Socioeconômicos.

INTRODUÇÃO

A universalização do acesso a educação pública e gratuita é uma das metas do Governo Federal para diminuir as diferenças sociais e alavancar a economia. Neste contexto, nos últimos anos percebe-se uma grande expansão das instituições de ensino públicas. Como exemplo dessa expansão, cita-se aqui o Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), campus Criciúma, que iniciou suas atividades no segundo semestre de 2010. A partir do primeiro semestre de 2011, o campus passou a ofertar o curso técnico em edificações, nas modalidades concomitante e subsequente. Os atuais alunos foram selecionados por meio de exame de classificação. Durante o processo seletivo para o ingresso no primeiro semestre de 2011, para o referido curso, houve um número expressivo de inscrições realizadas. No total, 227 candidatos se inscreveram para concorrer a uma das 80 vagas existentes para o curso Técnico em Edificações, do campus Criciúma. Para a efetivação da inscrição se fazia necessária a solicitação de isenção da taxa de inscrição ou o pagamento da mesma, conforme Edital 02/DEING/2011 e 03/DEING/2011, do departamento de ingresso (IF-SC, 2011a; 2011b). Do total de inscritos apenas 38% efetivaram a inscrição por uma das duas formas citadas. Quando comparado com outros campi que oferecem o mesmo curso, este índice de efetivação mostrou-se inferior. Cita-se como exemplos os campi de Florianópolis e Canoinhas, que tiveram número de inscrições similares (290 e 226, respectivamente), porém com taxas de efetivação das inscrições acima de 60 %. No segundo semestre de 2011 o problema se repetiu, dos 295 inscritos apenas 120 efetivaram a inscrição para uma das 80 vagas disponibilizadas, o que representa aproximadamente 40%. A partir disto fica um questionamento: quais os motivos que levaram um número tão elevado de possíveis candidatos a não efetivar sua inscrição por meio da solicitação de isenção ou do pagamento de taxa? Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo analisar o perfil socioeconômico dos candidatos que não efetivaram a inscrição no processo de ingresso 2011/1 e 2011/2. Para tal, utiliza-se das informações fornecidas pelos mesmos no ato da inscrição, verificando desta forma se há alguma relação entre os dados do referido questionário, e a problemática acima mencionada.Ao final, propõem-se melhorias no processo de ingresso, considerando as dimensões econômicas e operacionais, no sentido de ampliar as oportunidades de acesso do aluno a Instituição.

METODOLOGIA

Com o objetivo de melhorar o processo de ingresso, a presente pesquisa analisou informações socioeconômicas dos alunos que não efetivaram o pagamento de inscrição. Essa ação focou encontrar perfis diferentes entre os que confirmaram e os que não confirmaram a inscrição. Para tal, fez-se a análise de aproximadamente 550 questionários respondidos pelos que se inscreveram no

processo seletivo do referido curso. Destes, 170 foram da modalidade concomitante e 380 foram da modalidade subsequente. Também se realizou entrevistas junto aos candidatos que participaram do processo seletivo, por sorteio público, das vagas remanescentes, com o intuito de verificar os motivos pelas quais os mesmos não participaram do processo seletivo de ingresso via exame de classificação. Dessa forma, o levantamento envolveu, portanto, duas etapas: o estudo estatístico das respostas fornecidas no questionário socioeconômico, sendo os dados expostos em gráficos, e por entrevista com alunos que ingressaram via sorteio público.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, foram solicitadas ao DEING as informações socioeconômicas dos candidatos inscritos e aptos a fazer a prova, sendo que a análise iniciou por um estudo destas informações. No momento inicial da pesquisa, localizaram-se algumas discrepâncias entre as respostas fornecidas pelo grupo total de inscritos e o grupo que se tornou apto a realizar o exame de classificação. Para a modalidade concomitante, foram analisados os fatores idade e lugar que ocupa na família. Na modalidade subsequente, foram analisados os fatores renda familiar e tipo de moradia. Esses fatores foram observados, pois

apresentaram maiores discrepâncias estatisticamente significativas entre as respostas fornecidas pelo grupo de inscritos e pelo grupo de aptos a realizar o exame de classificação. No que tange a modalidade concomitante, observa-se as maiores diferenças no perfil de idade. O gráfico 1a , abaixo, mostra o perfil de idade dos inscritos, enquanto o gráfico 1b demonstra a mesma informação para os aptos a realizar a prova.

Gráfico 1a: Idade do total de candidatos

Gráfico 1b: Idade dos candidatos aptos

Os gráficos permitem observar um acréscimo dos candidatos com faixa etária entre 14 e 17 anos. A modalidade concomitante é direcionada, principalmente, para alunos que desejarem cursar, de forma paralela, ensino médio e técnico, que apresentam esse perfil de

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idade escolar. De acordo com as respostas, aproximadamente 46% dos inscritos apresentam idade que diverge da faixa de idade dos alunos que deveriam estar no curso técnico. Destes, somente 29,1% efetivaram a sua inscrição. Isso explica o aumento de aproximadamente 40% dos inscritos para 63% dos aptos a realizar o exame de classificação, na faixa etária de 15 a 17 anos. Tal informação é confirmada quando se observa a resposta fornecida para o questionamento “qual o lugar que você ocupa na família”. Os candidatos que residem com a família e não possuem renda própria representam aproximadamente 70% dos candidatos aptos a realizar o exame classificatório, conforme gráfico 2b. Esse fator está diretamente ligado a idade, o que indica que os candidatos aptos moram com os pais, sendo estes os responsáveis pelo pagamento da taxa de inscrição.

Gráfico 2a: Lugar ocupado na família pelo total de

candidatos

Gráfico 2b: Lugar ocupado na família pelos candidatos

aptos

Esses dados reforçam que muitos dos inscritos não se encaixam com o perfil do curso e por isso acabam não efetivando sua inscrição. Isso pode ocorrer por causa de alguns motivos, entre eles, incorreta seleção da modalidade a se cursar no momento da inscrição, divulgação dos cursos de forma inapropriada ou até mesmo a percepção por parte do candidato de que o mesmo não possui o perfil do curso. Mesmo assim, ressalta-se que não há nenhum impedimento da proposta pedagógica do curso no que tange a idade para o ingresso desses candidatos. Por outro lado, o curso ocorre no período vespertino, o que dificulta a participação de pessoas com idade acima da faixa escolar do ensino médio, devido principalmente ao fato de que a maioria das pessoas acessa o mercado de trabalho no período diurno. Na modalidade subsequente, ao se observar os gráficos referentes ao questionário socioeconômico, constataram-se algumas diferenças estatisticamente relevantes nas respostas referentes à renda mensal familiar e tipo de residência. Os gráficos 3a e 3b, abaixo, demonstram a renda mensal familiar dos alunos inscritos e os alunos aptos a realizar o exame de classificação.

CONCLUSÃO

Na modalidade concomitante, percebe-se que os inscritos entre 14 e 17 anos de idade, faixa escolar para essa modalidade, são predominantes. Acima dessa faixa, há um percentual grande, acima de 50 %, de inscritos. Porém, por estarem em idade de ascensão ao mercado de trabalho e o curso ser no período vespertino, não tem possibilidade de cursá-lo. Na modalidade subsequente, a

aptidão a realizar o exame de classificação tem como principal fator influenciável a renda mensal familiar dos candidatos. Do total de alunos inscritos, aproximadamente 60% dos candidatos apresentam renda mensal familiar de até 2,5 salários mínimos. Esse percentual se reduz aproximadamente 50% quando observamos os candidatos que efetivaram a inscrição. Sendo assim, sugere-se aqui, para a modalidade concomitante, que a mesma seja mais divulgada e explicada para o público externo, evidenciando que a mesma é direcionada aqueles que estão com faixa escolar entre 14 e 17 anos. Para a modalidade subsequente, sugere-se que o processo de isenção da taxa de inscrição seja amplamente divulgado e, talvez, com ampliação do tempo para solicitação da mesma. Como continuidade do trabalho, sugere-se que o DEING realize uma pesquisa, em âmbito estadual para verificar se as informações obtidas para este curso, do campus Criciúma, são similares as encontradas em outra região.

Gráfico 3a: Renda familiar do total de candidatos

Gráfico 3b: Renda familiar dos candidatos aptos

Constata-se que a renda familiar é um fator influenciável na efetivação da inscrição. Do total de alunos inscritos, aproximadamente 60% dos candidatos apresentam renda mensal familiar de até 2,5 salários mínimos. Esse percentual se reduz aproximadamente 50% quando observamos os candidatos que efetivaram a inscrição. Isso evidencia que os candidatos inscritos apresentam dificuldades financeiras para efetuar o pagamento da inscrição. Tal observação também pode ser realizada ao se observar o tipo de moradia dos candidatos. Os gráficos 4a e 4b demonstram que há uma queda de aproximadamente 38% dos inscritos sem moradia própria (possuem moradia alugada, cedida ou financiada) para aproximadamente 30% dos que efetivaram a inscrição.

Gráfico 4a: Tipo de moradia total de candidatos

Gráfico 4b: Tipo de moradia dos candidatos

aptos

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Ao observar esses números, os valores de diferença podem parecer insignificativos, pois se trata de uma redução de 8 %. Porém, o universo pesquisado é de aproximadamente 550 questionários, sendo que destes, aproximadamente 380 são inscrições na modalidade concomitante. Neste montante, 8 % representam cerca de 30 candidatos. Assim, percebe-se que problemas financeiros interferem no processo de efetivação das inscrições. Isso reforça a necessidade de uma maior divulgação do processo de solicitação da isenção da taxa de inscrição. Na continuidade da pesquisa, tentou-se localizar os candidatos para se realizar entrevistas. Porém, não foi possível realizar entrevistas para se averiguar melhor os fatores da não efetivação das inscrições. Segundo o DEING, as informações pessoais dos candidatos (contato telefônico ou eletrônico) não podem ser fornecidas para este fim. Desta forma, não foi possível realizar entrevistas com os mesmos. No entanto, devido à existência de vagas ociosas, foi realizado no segundo semestre de 2011 um processo seletivo suplementar, por meio de sorteio público para a modalidade concomitante. Nesse processo, da qual não é realizada cobrança de taxa de inscrição, foram selecionados e realizaram suas matrículas 8 candidatos. Em contato com os mesmos, nenhum havia participado do processo seletivo anterior. Porém, como essa modalidade é no período vespertino, onde não foram encontrados fatores econômicos como motivo para a não efetivação no processo de seleção, não é possível descartar problemas da ordem financeira como fator para efetivação das inscrições na modalidade subsequente.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq, pelo financiamento da pesquisa.

REFERÊNCIAS

BORGES, José Leopoldino das Graças; CARNIELLI, Beatrice Laura. Educação e estratificação social no acesso á universidade pública, 2005. Disponível

em:<http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n124/a0735124.pdf> BRASIL. CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Documento Final. Brasília, 2010. Disponível em: <

http://www.saocarlos.sp.gov.br/images/stories/pme/Documento%20final%20CONAE.pdf> Acessado em julho de 2011. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA (IF-SC). Departamento de Ingresso. Edital de abertura do processo de ingresso nº 02/DEING/2011. Florianópolis:

DEING, 2011a. ______. Edital de abertura do processo de ingresso nº 03/DEING/2011. Florianópolis: DEING, 2011b.

PERRONI, Jennifer; BRANDÃO, André. Seleção ou exclusão: difícil acesso a instituições públicas de ensino.

p. 65 – 81, 2009.

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A EVOLUÇÃO DO CRACK NA REGIÃO DE ARARANGUÁ NA ÚLTIMA DÉCADA

Alexsandro Ferreira Caitano1, Sandra Regina de Barros de Souza2 1Faculdades Esucri/Departamento de Psicologia

2Faculdades Esucri/Departamento de Psicologia

[email protected]

Palavras-Chave: crack, internação, dependência química.

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta dados coletados através de um levantamento do número de internações por crack nas comunidades terapêuticas de Araranguá. Apresenta ainda os dados de atendimentos e encaminhamentos para internação do CAPS local, afim de delinear a trajetória do crack em um levantamento ainda não realizado antes. Na região de Araranguá observam-se recorrentes casos de denúncias policiais, internações hospitalares, além da própria polução que evidencia contatos com indivíduos usuários da substância. Neste contexto a pesquisa foi realizada buscando conhecer a realidade do uso abusivo em números reais que nos permitem a visualização de um quadro que se agrava a cada dia, permitindo a elaboração futura de estratégias de intervenção necessárias à redução dos inúmeros danos causados pelo uso. Sendo o uso de crack um problema presente, mais especificamente na região de Araranguá, percebeu-se a necessidade de um estudo quantificativo a respeito do mesmo e optou-se por desenvolver a pesquisa junto às Comunidades Terapêuticas Fazenda São Jorge, Casa da Esperança, Resgatando Vidas e CAPS local uma vez que nesses pode-se encontrar registros oficiais de entrada de internos e atendimentos por uso da substância em questão. Em âmbito geral objetivou-se a realização de um levantamento do número de internações por uso abusivo de crack na região de Araranguá nos últimos dez anos e mais especificamente pretende-se: delinear a trajetória crescente do uso abusivo da substância na região de Araranguá; subsidiar um diagnóstico do uso crack que abrange a região da cidade de Araranguá; colaborar a partir dos dados com a estruturação de uma estratégia de intervenção com foco nos usuários locais; possibilitar as futuras intervenções aos acadêmicos do curso de Psicologia da Esucri, uma vez que seu currículo está estruturado nas necessidades da região.

METODOLOGIA

Este trabalho constituiu-se de uma pesquisa aplicada de campo investigatória de caráter quantitativo. Os dados de internação foram levantados em três residências terapêuticas e ainda os dados de atendimento foram consultados no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) local. Os dados foram pesquisados a partir da leitura e análise de prontuários e registros afins, permitindo a quantificação e apresentação dos resultados em gráficos e tabelas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela 01 representa os dados anuais das internações na Fazenda Resgatando Vidas nos últimos três anos.

Tabela 01 – Dados anuais Fazenda Resgatando Vidas

2008 2009 2010

Internações por crack

44 101 93

Internações por outros psicoativos

13 22 18

Total de internações

57 123 111

Fonte: pesquisa de campo, 2010. Podemos notar pela tabela anterior, uma crescente ascensão do uso de crack onde houve um aumento do número de acolhimentos de 2008 para 2009 de 229% (duzentos e vinte e nove) e pode ser visualizada uma estimativa de crescimento em relação ao ano de 2010 uma vez que 93 (noventa e três) usuários foram acolhidos até o mês de outubro de 2010 em relação a 101 (cento e um) acolhidos nos 12 (doze) meses do ano anterior. Um significativo indício de problema social é o uso frequente da substância com idade cada vez menor, 32% (trinta e dois) dos internos, declararam no momento de registro da entrada terem começado seu processo de dependência antes dos 15 anos.

Tabela 02 – Dados anuais Projeto Casa da Esperança

2009 2010

Internações por crack

47 26

Internações por outros psicoativos

9 6

Total de internações

56 32

Fonte: pesquisa de campo, 2010. Interessante ressaltar que dos 88 (oitenta e oito) acolhidos no Projeto, 17 (dezessete) declaram ser casados e 42 (quarenta e dois) declaram ter dependentes, um forte indício de problema social onde, por exemplo, os dependentes de usuários muitas vezes ficam desassistidos nos períodos de internação ou de uso constante. Ou quando em função da droga causam diversos prejuízos psicológicos, por exemplo, as pessoas próximas (incluído seus dependentes com filhos, esposas, pais, etc.).

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Figura 01 – Gráfico por número de internações por crack

na Fazenda São Jorge de Araranguá

Fonte: pesquisa de campo, 2010. Neste gráfico se pode notar o uso crescente da substância através do número de internações registradas. O percentual de aumento do ano de 2010 em relação ao ano de 2004 foi de 249% (duzentos e quarenta e nove), um crescimento significativo para um período de 6 (seis) anos. A média de procedimentos de alta registrados pela fazenda foi de 37 (trinta e sete) pacientes por ano, tendo o restante se desligado da instituição por causas como vontade própria, pedido dos familiares, fugas e outros.

Figura 02 – Gráfico do número de atendimentos e

encaminhamentos para internações por uso de crack do

CAPS de Araranguá Fonte: pesquisa de campo, 2010.

O gráfico anterior revela um salto quantitativo nos números referentes ao ano de 2009 e 2010 em relação aos anos anteriores. Todos os dados apresentados nesta pesquisa resultam de um levantamento que teve seu término no mês de outubro do ano da realização da pesquisa revelando números menores ao último ano e possibilitando inferir estimativas para os meses faltantes ao encerramento deste. Atingiu-se assim o intuito da primeira etapa do trabalho, sabendo quantos são em que locais se encontram quando buscam ajuda, pode-se então partir para uma estratégia que venha a intervir nesta realidade que necessita de muitas modificações. Pois a pesquisa, como foi apresentada na analise dos resultados, constatou que tanto o pesquisador que voz apresenta os dados como todos os envolvidos nessa pesquisa (ESUCRI: Curso de Psicologia, Comunidades Terapêuticas e internos dependentes de Crack) estão contribuindo a seu modo para uma sociedade melhor, abrindo caminho para futuras pesquisas na área que

propiciam mudanças benéficas quando atingem positivamente os interesses da sociedade como um todo, abordando com integridade um fenômeno tão presente e potencialmente gerador de riscos na vida de muitos envolvidos. Em face das constatações acima sugere-se em relação a intervenção no fenômeno da dependência de crack na região de Araranguá, um estudo mais aprofundado das causas e dos efeitos da relação do homem com a droga,assim como com o processo de intervenção existente. E, fundamentalmente sugere-se a realização de pesquisas futuras que apresentem resultados fidedignos neste campo de problemática existente. Somente assim poderemos ter fundamentos científicos para futuras intervenções não só na área da psicologia como outras áreas como psiquiatria, medicina, enfermagem ou serviço social. Postula-se a realização de pesquisas futuras nas seguintes temáticas sugeridas: verificar qual a função que a droga na vida humana? Ou seja, verificar a gênese e constituição do impasse Psicológico na dependência química; verificar os processos de intervenções; levantar os processos de prevenções na dependência química: na infância e na adolescência.

CONCLUSÃO

A pesquisa permitiu constatar o panorama crescente do uso de crack na região de Araranguá nos últimos anos. Conforme os dados coletado na Fazenda São Jorge o aumento foi de 249% em 2010 em relação ao ano de 2004. Os dados coletados na Fazenda Resgatando Vidas vêm de encontro a estes, na confirmação de uma estatística crescente de 229% do ano de 2008 para 2009, e de 211% de 2010 em relação ao ano de 2008. Os índices de internações alarmantes comprovam a gravidade da situação em termos de quantidade. Diante da observância do um diagnóstico crescente do consumo de crack e do potencial de destruição humana que a droga apresenta, percebe-se a grande necessidade de uma intervenção mais efetiva e imediata na prevenção ao uso de drogas. Constatou-se ainda a importância e ao mesmo tempo a ausência de um procedimento padrão de registro destas informações que fornecem dados epidemiológicos que podem subsidiar a construção de políticas públicas inclusive, o que impossibilitou a realização da pesquisa no seu intuito principal que visava atingir os dados registrados nos últimos 10 (dez) anos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Governo do Estadode Santa Catarina que pelo Art. 170 financiou e permitiu a realização desta pesquisa; a Faculdades Esucri que apoiou e confiou neste trabalho e aos professores amigos Sandra R. de Barros de Souza e Elder José Gonçalves por serem meus maiores auxiliadores e incentivadores na busca de saberes maiores que, seguindo seus exemplos, pretendo utilizar com muito profissionalismo.

REFERÊNCIAS

CARLINI, E. A. et al. II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: um estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país. 1. ed.

2005. São Paulo: CEBRID – Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas: UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, 2006. 468 p. UCHÔA, Marco Antonio. Crack: o caminho das pedras.

1. ed. São Paulo: Ática, 1998. 245 p.

0 100 200 300

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Nº de internações por

crack 83 113 144 157 179 181 207

Fazenda São Jorge

0 20 40 60 80

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Atendimentos 1 1 1 1 1 73 49

Internações 0 1 0 2 6 14 7

CAPS - Araranguá

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AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS EXISTENTES NOS LABORATÓRIOS DE AULA PRÁTICA DE UM CURSO DE FORMAÇÃO SUPERIOR

Tatiane F. S. Medeiros1; Silvana Cristina Trauthman2 1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética. Universidade do Sul de Santa Catarina

(UNISUL). Tubarão, SC, Brasil. 2 Professora especialista em Farmácia, atuante nos cursos de Tecnologia em Cosmetologia e Estética e

Farmácia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Atenção Farmacêutica e Estudos de Utilização de Medicamentos (NAFEUM). Universidade do Sul de Santa

Catarina (UNISUL). Tubarão, SC, Brasil. [email protected]

Palavras-chaves: Biossegurança. Riscos ambientais. Procedimento operacional padrão.

INTRODUÇÃO

A palavra “biossegurança” significa em sentido amplo, vida livre de perigos e as medidas de biossegurança são ações que contribuem para a segurança da vida (CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003). Estas medidas visam evitar riscos ambientais classificados como físicos, ergonômicos, químicos, biológicos e mecânicos (BRASIL, 1978). Para identificar e avaliar estes se utiliza o Mapa de Risco. (PONZETTO, 2002; BRASIL, 1978), Ele contém informações para promover segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 1994; BRASIL, 2005), através de medidas que englobam o uso de Equipamento de Proteção Individual – EPI e Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC (CAMPOS, 1996; MICHEL, 2008; PONZETTO, 2002). Estes visam prevenir o acidente de trabalho (MICHEL, 2008; CAMPOS; CAMPOS,1996; BRASIL, 2005). A pesquisa se justifica ao se considerar os laboratórios de aulas práticas espaços que simulam ambientes de trabalho e necessitam adotar medidas preventivas. Segundo Campos e Campos (1996), “[...] a necessidade de uma ação preventiva, direta ou indiretamente, contra os acidentes do trabalho [...]” é importante. Este estudo tem o objetivo de avaliar os riscos ambientais existentes nos laboratórios de prática de um curso e propor medidas de biossegurança para sua adequação.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa tipo observação participante, onde o proponente no processo de investigação observará a rotina dos laboratórios sem interferir no funcionamento. Ocorreu entre os meses de junho a julho de 2010 executados por etapas: a) foram realizadas quatro visitas aos laboratórios, duas visitas em horário distinto das aulas para proceder ao registro das áreas, equipamentos e instrumentos existentes, seguido de duas visitações em horário de aula para verificar o fluxo de atividades, EPI em uso, rotinas de limpeza e organização, disposição final de resíduos e possibilitou classificar o tipo e a intensidade dos riscos; b) os riscos ambientais (BRASIL, 1994) foram caracterizados de modo qualitativo, por meio da sensibilidade do pesquisador (BRASIL, 2005) e classificados de acordo com a natureza: físico; químico; biológico; ergonômico e acidente (BRASIL, 1994) e por uma graduação de intensidade de I a IV, onde grau I a é pequena e grau VI é de grande intensidade (BRASIL, 2005); c) foram desenvolvidos documentos chamados de Procedimentos Operacionais Padrão – POP para a redução dos riscos. Os laboratórios dois foram identificados por letras A e B.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em A, foram identificados 23 riscos, destacando os riscos biológicos 61% e de acidente 22% os quais foram mais freqüentes, com classificação de gravidade em grau I, ou seja, pequeno ou já protegido (BRASIL, 2005). No B 36 riscos, deste os biológicos 40% foram mais freqüentes, seguido de acidente 32% e físico 14%; neste houve um único biológico de grau II, considerado médio, por relativo incômodo e poder ser controlado (BRASIL, 2005). Para o B o risco de acidente ganha mais importância tanto em freqüência quanto em porcentagem se comparado ao A pelo uso de aparelhos. Ao todo 60 riscos ambientais foram encontrados. Foram construídos nove POP com finalidade de reduzir principalmente os riscos biológicos e de acidente, conforme demonstrado na Tabela 1 abaixo, e entregues à coordenação do curso e docentes, com vistas a contribuir com a biossegurança. Tabela 1 – Documentos produzidos para controlar ou

reduzir os riscos ambientais nos laboratórios dois laboratórios de aula prática, 2010.

Assunto N Risco

biológico Risco de acidente

Higienização das mãos 1 x

Conduta 1 x Limpeza/manutenção ar

condicionado 1 x X Limpeza de

equipamentos/materiais 1 x X

Paramentação 1 x

Equipamento facial 2 X

Equipamento corporal 2 X

CONCLUSÃO

A freqüência do aparecimento de riscos ambientais neste estudo certamente tem relação com o fato de se tratar de uma avaliação subjetiva e decorrente do elevado rigor adotado, por ter sido pretendido em decorrência de sua determinação propor medidas de contenção ou atenuação através dos POP construídos. Estas avaliações de risco ambiental sendo feitas periodicamente podem ser de grande auxílio. Como esta foi uma primeira verificação destes riscos e se deu enquanto os laboratórios estavam sendo implantados se espera que a partir do estabelecimento destas medidas o risco de graduação maior possa ser atenuado podendo reduzir de intensidade ou ser neutralizados numa futura avaliação, bem como os de menor graduação.

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Todos os ambientes que utilizamos têm potencial de serem geradores de riscos ambientais, portanto as instituições que promovem a formação dos profissionais devem estar preocupadas em prover capacitação técnica específica e geral e entendendo nesta última os conhecimentos relacionados à biossegurança, não restrito apenas ao campo teórico, mas na sua aplicação prática, a fim de proporcionar um saber amplo e próximo das exigências do mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS

BRASIL. NR 5 Comissão Interna de prevenção de Acidentes. Aprovada pela Portaria n. 3214, de 8 de junho

de 1978. Aprova as Normas Reguladoras NR do Cap. V, Título II, da CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho n. 9 Riscos Ambientais. BRASIL. Portaria n. 25 de 29 de dezembro de 1994.

Aprova o texto da Norma Regulamentadora n. 9 (Riscos Ambientais) e altera as NR 5 e 16. BRASIL, Damasceno,

L.A. (ORG). Dicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho: SESI-SEBRAE. SESI-DN, 2005.

CAMPOS, J.L.D.; CAMPOS, A.B.D. O papel do ministério público e dos sindicatos.In:_.Acidentes do trabalho:

prevenção e reparação. 3.ed. São Paulo:Ltr, 1996. p. 33-39. CAVALCANTE, N.J.F.; MONTEIRO, A.L.C.M.; BARBIERI, D. D. Programa Estadual DST/AIDS. 2. ed. São Paulo:

SES de São Paulo, 2003. MICHEL, O. Introdução à segurança do trabalho. In:_. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. 3. ed.

São Paulo:LTR, 2008. p. 40-51. PONZETTO, G. Mapa de riscos ambientais: manual

prático. São Paulo:LTR, 2002. FOMENTO: Governo de Estado de Santa Catarina

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181

O ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA LUMINOTÉCNICA NOS DIVERSOS AMBIENTES

Antoni Pilon12, Logan Pillon12, Matheus Dagostim da Silva12, Talita Bongiolo12, Thaís Marques12, William Rampinelli12, Odenir João Pirola12

2Instituto Maximiliano Gaidzinski

12Colégio Maximiliano Gaidzinski

1 [email protected]

Palavras-Chave: Lâmpada, Luz, Viabilidade Econômica.

INTRODUÇÃO

Tendo em vista que a necessidade humana para a obtenção de luz vem desde os tempos mais remotos, aproximadamente há 40 mil anos, onde através da queima do óleo vegetal e animal o homem descobriu a luminosidade de uma forma artificial. Desde a descoberta da luminosidade o homem vem buscando um constante avanço para itens que hoje são essenciais em nossa vida. A preocupação humana sempre foi adaptar suas moradias com meios adequados para suprir a falta da luz natural, onde o primeiro recurso foi, naturalmente, o fogo, que produz calor e luz, obtidos pela queima de óleo vegetal em conchas e pedras esculpidas. Depois as antigas lâmpadas eram fabricadas em cerâmica ou metal, possuíam uma alça para se segurar e um pavio na outra extremidade e utilizavam algum óleo como combustível. Com o advento do petróleo, o gás passou a ser utilizado na iluminação. No fim do século XIX, através de Thomas Edson, surgiram as primeiras lâmpadas elétricas incandescentes, que se revelaram mais práticas para produzir luz. Sabendo que para compreender as aplicações da luminotécnica é necessário ter um conhecimento abrangente sobre cronologia histórica da evolução da lâmpada, seus diversos tipos, aplicabilidade, dimensionamento da iluminação (lúmens), suas vantagens e desvantagens a fim de se obter um melhor aproveitamento do fluxo luminoso.

METODOLOGIA

TIPOS DE LÂMPADAS

Existem diversos tipos de lâmpadas no mercado, porem cada uma adéqua-se em um determinado ambiente. Conforme tabela abaixo: Tabela 1: Tipos de Lâmpadas

FLUXOS LUMINOSOS

O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte de luz medida em lúmens (Im), na tensão nominal de funcionamento. É chamado fluxo luminoso a radiação total emitida em todas as direções por uma fonte luminosa ou fonte de luz que pode produzir estímulo visual. Para aferir quantos lumens são emitidos por uma fonte luminosa, é preciso medir nas direções onde se deseja esta informação, já que a fonte luminosa quase nunca irradia luz uniformemente em todas as direções. COEFICIENTE DE REFLEXÃO

É a relação entre o fluxo luminoso refletido e o fluxo luminoso incidente em uma superfície. Eles variam de acordo com as características de refletância dos materiais. Refere-se à correspondência entre a cor real de um objeto ou superfície e sua aparência diante de uma fonte de luz. A luz artificial, como regra, deve permitir ao olho humano perceber as cores corretamente ou o mais próximo possível da luz natural. Lâmpadas com IRC igual a 100 apresentam as cores com total fidelidade e precisão. Quanto mais baixo o índice, mais deficiente é a reprodução das cores. Os índices variam conforme a natureza da luz e são indicados de acordo com o uso de cada ambiente.

Tabela 2: Coeficiente de Reflexão.

TEMPERATURA DE COR

Temperatura de Cor é a grandeza que expressa a aparência de cor da luz, sendo sua unidade o Kelvin (K). Quanto mais alta a temperatura de cor, mais branca é a cor da luz. Podemos visualizar melhor na figura abaixo:

Figura 1: Temperatura de cor.

Após uma pesquisa bibliográfica, utilizou-se os materiais necessários para o desenvolvimento de uma maquete experimental (figura 3), com o objetivo de demonstrar os diversificados tipos de fluxos luminosos e os variados

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tipos de lâmpadas e suas respectivas cores. Através da aquisição dos materiais foi possível obter os dados de cada lâmpada. Através da montagem com os ensaios realizados utilizando um luxímetro foi possível fazer uma comparação entre os fluxos luminosos. Devido a montagem do diagrama multifilar da maquete (Figura 3) construiu-se um experimento (Figura 4) onde pode-se comparar na prática a eficiência luminosa, a economia das lâmpadas e o seu funcionamento. Figura 2: Diagrama Multifilar das lâmpadas utilizadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados com a fase inicial de montagem da maquete experimental foram obtidos através do cálculo de luminosidade de forma individual das lâmpadas. A primeira diferença notada pela equipe é que lâmpadas diferentes mais de mesma potência possuem um brilho e cor diferenciados. Uma tendo o brilho mais forte que a outra, consequentemente iluminando um pouco mais o ambiente. A segunda diferença que se pode notar é que a lâmpada de vapor de sódio de 70W sendo comparada com a de vapor de mercúrio de 125W, produz um brilho amarelado e mais intenso do que a de vapor de mercúrio que produz um brilho branco com menos intensidade. Cada lâmpada por produzir reprodução de cor e brilhos de intensidades diferentes é direcionada a ser utilizada em locais definidos, mas a equipe buscou soluções para que algumas lâmpadas que são mais econômicas possam substituir as mesmas com a mesma ou até melhor qualidade que elas proporcionam. Um dos fatores que foram levados em consideração pela equipe é que lâmpadas de diferentes potências podem produzir o mesmo número de lúmens, sendo assim gerando um menos custo no consumo de energia elétrica. Conforme a tabela de resultados na tabela 2.Pode-se perceber através do gráfico representado na figura 1 que mesmo com os avanços tecnológicos e a criação de novos tipos de lâmpadas grande parte da população continua utilizando a lâmpada incandescente, o principal fator que leva aderir esse tipo de lâmpada é por ter um custo extremamente pequeno comparado às outras. Mas o que as pessoas não sabem ou não acham uma informação verdadeira é que alguns tipos de lâmpadas podem ter seu custo de adesão elevado mais uma vantagem em longo prazo, por ser mais econômica diminui o consumo de energia elétrica. As fluorescentes compactas e as tubulares são utilizadas também em larga escala, tudo leva a crer que por terem diferentes formatos elas são utilizadas para a decoração. Na figura abaixo, podemos ver o experimento concluído com êxito:

Figura 3: Experimento concluído.

CONCLUSÃO

Com o término do trabalho a equipe pode comentar um pouco sobre o contexto histórico de evolução das lâmpadas, citar os variados tipos existentes hoje em dia e falar um pouco sobre os tipos de lâmpadas mais utilizados em cada local no cotidiano das pessoas. A partir da pesquisa de campo, pode-se observar que uma lâmpada fluorescente compacta uma das mais utilizadas nas residências pelo fato de possuir um melhor fluxo luminoso e garantir uma economia no consumo de energia elétrica, porém ainda a lâmpada incandescente é bastante utilizada por possuir um custo menos para sua adesão. Com a montagem da maquete, pode-se visualizar melhor o funcionamento de cada uma das lâmpadas existentes hoje, a diferença na reprodução de cores de cada uma e principalmente a intensidade do brilho que cada uma produz. Pode-se perceber que cada ambiente que necessita de iluminação contém vários fatores que devem ser considerados para que haja um melhor aproveitamento do fluxo luminoso produzido pela iluminação como: cor do teto, das paredes, do piso e tamanho do ambiente. As corretas instalações das lâmpadas proporcionam um melhor conforto para quem as utiliza e também gera economia no consumo de energia elétrica.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao nosso orientador Odenir João Pirola, que nos proporcionou seu tempo para retirar dúvidas e aprimorar nosso trabalho. Agradecemos também ao apoio das lojas Guollo Materiais de Construções, Car Center, Mariot Damian & Cia Ltda. Miotello‟s Livraria e Papelaria e a Pilar Materiais de Construção Ltda. pelo material fornecido para o desenvolvimento de uma maquete experimental. Também aos nossos companheiros de equipe que se dedicaram para podermos obter bons resultados.

REFERÊNCIAS

COTRIM, Ademaro. Instalações Elétricas. 4ª ed. São

Paulo, SP: Prentice Hall, 2003. v. único. 678 p. GUERRINI, Délio Pereira. Iluminação: Teoria e Projetos. São paulo: Érica, 2007. 134 p.

MOREIRA, Vinícius de Araújo. Iluminação e Fotometria – teoria e aplicação, Edgard Blucher ltda, 1987.

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LIÇÕES APRENDIDAS NO PROJETO DE UM ALIMENTADOR AUTOMÁTICO CANINO PARA APLICAÇÃO EM NOVOS PRODUTOS

Artur Schmidt Ferreira1, Igor Bardini Figueredo1, Fábio Evangelista Santana1 1Instituto Federal de Santa Catarina/ Câmpus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica

[email protected]

Palavras-Chave: Metodologia de projeto, Projeto de produto, Alimentador automático canino.

INTRODUÇÃO

Para realizar as atividades de projeto de produto torna-se necessário sistematizar suas diversas fases e etapas. Em particular no nível médio de ensino profissionalizante, potencial fase de exploração de inovação tecnológica, por lidar diretamente com aulas práticas, não existe uma metodologia específica. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é propor uma metodologia para as fases de projeto informacional e conceitual.

METODOLOGIA

Para auxiliar na elaboração da metodologia proposta, a pesquisa foi estruturada em seis momentos: i) desenvolvimento de um produto utilizando o modelo de projeto de produto proposto por Pahl & Beitz (2006), por ser um dos mais difundidos; ii) tabulação das dificuldades encontradas; iii) entrevistas com pesquisadores para identificação de dificuldades na utilização da metodologia; iv) proposição de uma metodologia específica para o ensino médio profissionalizante; v) desenvolvimento de um produto utilizando a metodologia proposta; vi) comparação das dificuldades encontradas entre as metodologias utilizadas em i e v. No primeiro momento foi aplicado o modelo consensual no projeto de produtos. Ele foi assim chamado pois, segundo Ferreira (1997), reúne semelhanças entre os modelos de projetos preconizados, entre outros, por French, Pahl e Beitz, Hubka e VDI 2221. Proposto por Maribondo (2000) e utilizado, entre outros, por Santana (2005), neste modelo o projeto é subdividido em quatro fases: (a) projeto informacional; (b) projeto conceitual; (c) projeto preliminar e (d) projeto detalhado. Ele será a base metodológica para a solução do problema de projeto abordado nesta pesquisa. O ponto de partida para o desenvolvimento do produto foi a identificação das necessidades dos clientes. Esta é uma etapa de fundamental importância para o projeto do produto, pois são para os clientes que os produtos serão projetados e isso deve ser feito de acordo com suas necessidades, também conhecidas como “voz do cliente” (SANTANA, 2005). Na fase de Projeto Conceitual foi utilizada a abstração para identificação dos problemas essenciais, evitando-se assim que um dos maiores erros dos projetistas ocorra, que é ter em mente uma solução que ele gostaria de adotar para resolver precocemente um problema. Isso muitas vezes pode acabar prejudicando o projeto do produto, limitando a criatividade. A aplicação da metodologia, desde a captação da “voz do cliente”, até a concepção da solução, revelou a solução ideal para o problema (Fig. 01).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este artigo apresenta os resultados parciais das dificuldades encontradas na utilização da metodologia atual para as etapas do projeto informacional e conceitual.

Figura 01 – Modelo de princípio de solução

As etapas mais dificultosas para os estudantes do ensino médio profissionalizante foram estabelecer os requisitos do cliente e estabelecer os requisitos do produto, devido às diversas interações entre requisitos de clientes e do produto. Os próximos passos serão a finalização do projeto conceitual, avaliando-se os resultados e anotando-se as lições aprendidas para que, no projeto de um novo produto, a metodologia possa ser aplicada com maior eficiência e melhor aproveitamento de todas sua potencialidade. Ao persistirem as dificuldades encontradas, será então sugerida uma metodologia adaptada para o desenvolvimento de produtos por alunos do ensino médio profissionalizante.

CONCLUSÃO

Ao final do projeto pretende-se disponibilizar uma ferramenta para fomentar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico nos Institutos Federais brasileiros, visando ampliar a participação de alunos dos cursos técnicos profissionalizantes nestas atividades.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos ao CNPq que, por meio do edital PIBI-EM, apoia o desenvolvimento deste projeto com bolsa de estudos aos alunos envolvidos.

REFERÊNCIAS

FERREIRA, M. G. G. Utilização de modelos para a representação de produtos no projeto conceitual.

1997. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. MARIBONDO, J. F. Desenvolvimento de uma metodologia de projeto de sistemas modulares aplicada a unidades de processamento de resíduos sólidos domiciliares. 2000. 277 f.. Tese (Doutorado em

Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

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PAHL, G, BEITZ, W. Konstruktionslehre: Grundlagen erfolgreicher Produktentwicklung. Methoden und Anwendung. 6. Auflage. Springer, 2006. 799 p.

SANTANA, F. E. Desenvolvimento do protótipo de uma máquina para lavação de lanternas no cultivo de

ostras. 2005. 131 f.. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

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ANÁLISE DE UM SISTEMA DE CONTROLE ELETRO-HIDRÁULICO COM COMPENSAÇÃO DE CARGA

Rafael R. S. Bravo Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Criciúma/ Departamento de Eletroeletrônica/ Mecatrônica.

[email protected] Palavras chave: controle de pressão, hidráulica proporcional, controle de carga.

INTRODUÇÃO

A influência de cargas negativas no controle de movimento de cargas está presente em uma ampla gama de aplicações de engenharia. Máquinas de uso industrial e móbil, como guindastes, guinchos, escavadeiras e a maioria das máquinas destinadas à elevação e transporte de cargas precisam ser projetadas objetivando proporcionar baixa sensibilidade ao sistema, no sentido de diminuir o esforço do operador para compensar a influência de cargas variáveis durante a operação da máquina. No segmento de elevação e transporte de cargas, a tecnologia hidráulica tem sido amplamente empregada em decorrência de suas características diferenciadas e favoráveis, tais como: baixa relação peso/potência, respostas rápidas e precisas, inércia reduzida, adaptação automática de forças e/ou torques, segurança eficaz contra sobre-cargas, capacidade de operação com grandes potências, dentre outras. As válvulas de contrabalanço, balanças de pressão e válvulas de frenagem têm sido usadas em circuitos hidráulicos com o objetivo de reduzir, neutralizar ou compensar a ação de cargas de tração, denominadas cargas negativas. Na maioria das aplicações estas válvulas são atuadas mecânica e/ou hidraulicamente. Para tanto, existe no mercado uma diversidade de configurações de válvulas que realizam o controle de pressão. As configurações mais comuns variam de acordo com o tipo de pilotagem, interna e/ou externa, o tipo de dreno, interno ou externo, com a localização das tomadas de pilotagem, na entrada ou saída da válvula, e ainda com a atuação da pressão-piloto, a qual pode agir no sentido de abrir ou fechar a válvula. A escolha pelo tipo de linha de pilotagem da válvula de contrabalanço determina parte da perda de carga gerada no circuito e, consequentemente, o nível de aquecimento transferido para o óleo hidráulico. Em se tratando de circuitos fechados, esta escolha normalmente tende para pilotagem externa, pois esta permite menor aquecimento do óleo durante o movimento de descida de cargas. Da mesma forma, o ajuste de abertura da válvula independe do peso da carga, o que garante uma única regulagem de pressão de abertura da válvula, normalmente da ordem de 100 a 200 psi (TRINKEL, 2000). Em contrapartida, o controle da carga tende a ser menos estável se comparado ao controle realizado por válvulas com pilotagem interna. Adicionalmente, a válvula perde sua função de “segurança” nos casos de parada brusca da carga, o que pode acarretar em pressão induzida pela carga na linha encarregada de gerar a contra-pressão de frenagem. Neste caso, deve-se acrescentar um circuito de segurança contra sobrecargas. Para sanar estas limitações, pode-se optar pela pilotagem interna e externa simultânea da válvula de contrabalanço. Neste caso, a relação de áreas de linha

de pilotagem deve ser da ordem de 7:1 a 10:1, ou superior, o que resulta em menor perda de energia. Além disso, a regulagem da pressão de abertura da válvula está sempre vinculada à condição mais crítica (ou condição de maior carga), o que resulta em um circuito menos eficiente se comparado ao circuito com válvula de contrabalanço com piloto externo. Atualmente existem no mercado válvulas de contrabalanço com funcionamento mais amortecido. O objetivo é o de proporcionar movimentos de abertura e fechamento mais suaves, requisito este necessário especialmente quando a pilotagem é realizada externamente, o que resulta em um maior controle sobre a carga operada. Há ainda as chamadas válvulas proporcionais, as quais podem ter comando manual-mecânico ou eletro-mecânico. Neste último caso, pode-se empregar a válvula limitadora de pressão proporcional para realizar o controle da pressão encarregado pela sustentação da carga. O uso de válvula proporcional no controle de carga permite que a pressão de controle seja monitorada pelo transdutor 0Z1, o que equivale a um controle de pressão por pilotagem externa (Figura 1). Além disso, pode-se fazer uso da função rampa para controlar o tempo de comutação do solenóide UR1 a fim de evitar transições bruscas da válvula direcional 1V1, o que poderia produzir oscilações de pressão e irregularidades durante a movimentação da carga em conseqüência de mudanças na velocidade do motor. O circuito mostrado na Figura 1 é atuado por um motor hidráulico 1A, cujo eixo de transmissão está indiretamente acoplado à carga negativa. A não inclusão dos elementos mecânicos na modelagem, como caixas redutoras, sistemas de polias e o freio, decorre do requisito de simplificação do modelo. Elementos mecânicos introduzem não-linearidades, as quais não podem ser tratadas diretamente pela teoria linear de controle. O componente usado como elemento de controle é a válvula limitadora de pressão proporcional 1V2 controlada por um controlador PI. Selecionou-se uma válvula com eletrônica integrada com compensação de zona morta operando na região linear, cuja dinâmica foi representada por um modelo de 2ª. ordem. O solenóide proporcional UR1 da válvula 1V1 determina a vazão qv1 e a velocidade de trabalho do motor 1A, que, neste caso, é usado para descer a carga. O comportamento dinâmico da válvula foi desprezado. Os parâmetros do modelo estão listados na referência da Figura 1. Os valores dos parâmetros foram baseados em cálculos estáticos de dimensionamento mecânico e hidráulico e informações fornecidas no catálogo dos fabricantes dos componentes mostrados no circuito.

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186

Parâmetros do Modelo:

m=2000 kg (massa da carga)

e=1.5.108 Pa (módulo de compressibilidade efetivo)

Ur1=2 V (Sinal de entrada da válvula direcional)

Ur2=1 V (Sinal de entrada da válvula de contrabalanço)

Kpc2=0,2 (Ganho proporcional do controlador)

KI = 15 (ganho integral)

Im=46.10-3

kg.m2 (momento de inércia do motor)

IL = 1.8 kg.m2 (momento de inércia da carga)

Bm=1.13675 N.m.s (coeficiente de amortecimento viscoso)

-1

=v=50 ms (constante de tempo da válvula de contrabalanço)

Kq1 = 6.6867.10-4

m3/V.s (ganho de vazão, válvula 1V1)

Kc1 = 8.9156.10-10

m3/Pa.s (ganho de vazão-pressão,

válvula 1V1)

Kq2 = 8.3333.10-4

m3/V.s (ganho de vazão, válvula 1V2)

Kc2 = 2.3810.10-10

m3/Pa.s (ganho de vazão-pressão,

válvula 1V2)

Km2 = 1.10-6

V/Pa (ganho do transdutor de pressão)

V1 = V2 = 3.2618.10-3

m3 (volume de óleo nas linhas de

E/S do motor)

r = 0.3 m (raio do tambor de carga)

VD = 242 cm³ (volume do motor)

T = 1 seg. (atraso da resposta).

T = 1 seg. (atraso da resposta).

METODOLOGIA

O modelo desenvolvido no simulink do software Matlab 6.5 está mostrado por meio de um diagrama de blocos na Figura . A Figura mostra as variáveis usadas na

simulação para obtenção das respostas dinâmicas e análise do comportamento do sistema eletro-hidráulico. O objetivo do circuito eletro-hidráulico é o transporte de cargas no plano vertical por meio do motor hidráulico 1A. O vazamento interno do motor foi ignorado no modelo. O comando do operador está representado pelo sinal UR1 vindo da válvula proporcional 1V1 que produz a rotação do motor e a descida da carga. A condição mais crítica de comando é representada por uma entrada em degrau. A contrapressão que garante o controle sobre o movimento da carga é obtida através da perda de carga gerada pela válvula limitadora de pressão 1V2. Portanto, o objetivo do projeto do controlador é o de controlar a abertura da válvula de forma que a pressão P1 seja mantida sob determinado valor de acordo com o sinal de referência pré-definido para o solenóide UR2. O projeto do controlador está baseado no método do lugar das raízes. Com base nos valores usuais de pressão pré-ajustados nas válvulas de contrabalanço com pilotagem externa e regulagem manual, estipula-se um valor equivalente a 10 bar na linha de pressão P1, o qual deve ser mantido durante a descida de cargas (UR2 = 1 volt) (TRINKEL, 2000). Desvios devem ser automaticamente corrigidos pelo controlador PI.

Figura 1. Circuito eletro-hidráulico de testes.

M

Redutor

mecânico

i = 1:10

Elevação

de cargas

M

A B

P T UR1

(0 -10V)

P1

P2

UR2

(0 -10V)

UM2

(0 -10V)

PS

320 bar

242 cm3

350 bar

qvN= 500 lpm

pN = 350 bar

qvN= 150 lpm

DpN = 10 bar

0Z1

1V1

1A

1V2

1V4

0V1

1V3

325 bar

cT,

Freio

Como pré-requisitos para o projeto do controlador definiu-se que a compensação de pressão efetuada pela válvula limitadora seja rápida e pouco oscilatória, com picos de pressão limitados a 50% acima do valor estacionário da pressão P2 e erro máximo de regime permanente de 10% do valor de referência. Estes critérios são estabelecidos qualitativamente com base na estabilidade, e segurança de controle da carga.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O critério usado para localização do zero do controlador objetivou aumentar a estabilidade relativa e diminuir o tempo de compensação do erro da válvula limitadora 1V2. A escolha pelo controlador PI decorreu de sua fácil aceitação e sintonia na indústria e da necessidade de compensar o erro estacionário. O termo derivativo não trouxe benefícios na redução do tempo de resposta e tornou o sistema mais oscilatório. Conforme mencionado, em função da simplificação do modelo, não foram incluídos outros elementos mecânicos. Um cilindro hidráulico de simples ação com avanço por força de mola geralmente é usado como freio mecânico, conforme está representado na Figura 1. Em uma situação de despressurização do circuito da máquina (início da simulação), o freio estaria ativado, o que impediria a queda acentuada de pressão que se verifica no gráfico mostrado na Figura. Observa-se

ainda que, mesmo na ausência do freio, o tempo decorrido para de compensação é inferior a um segundo, o que torna a operação da máquina bastante segura em condições normais de funcionamento.

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187

Destaca-se que as curvas que produzem mudanças abruptas foram obtidas em resposta a uma entrada em degrau. Condições mais seguras de operação podem ser obtidas aplicando uma entrada em rampa no solenóide UR1(s) da válvula 1V1. No gráfico mostrado na Figura 2 foram aplicados sinais de entradas nos instantes 0, 5 e 10 segundos. No instante zero, foi aplicada uma entrada em degrau de amplitude 2. Nos instantes 5 e 10 segundos, foram aplicadas funções degrau e rampa de amplitude + e – 1 volt respectivamente no solenóide UR1(s), conforme indica a legenda na Figura. No caso da função rampa, o tempo ajustado foi de 2 segundos. Tal como esperado, a função rampa reduz os picos de pressão, e acelerações e desacelerações bruscas da velocidade do motor, o que é desejável na operação de máquinas de elevação e transporte de cargas. O ajuste da função rampa no amplificador eletrônico da válvula proporcional possibilita que a operação com cargas negativas se torne mais segura e controlável sendo, portanto, menos dependente da habilidade e experiência do operador da máquina. Figura 2. Resposta do sistema eletro-hidráulico para

entrada em degrau e rampa.

0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0

-30

-20

-10

0

10

20

Pressão de Controle

Degrau

RampaPre

ssã

o (

ba

r)

Tempo (s)

0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0

0

100

200

300

400

Rotação do Motor

Degrau

Rampa

Ro

taçã

o (

rpm

)

CONCLUSÃO

O artigo apresentou algumas características fundamentais das válvulas usadas em circuitos eletro-hidráulicos que operam com carga negativa. O emprego de válvulas de controle de pressão e vazão tem sido extensivo para compensar o esforço desestabilizante gerado pela carga. Os recursos disponíveis na tecnologia das válvulas proporcionais permitem controlar de forma contínua, segura e versátil a movimentação de cargas. Para tanto, neste trabalho foi elaborado um modelo matemático linear de 5ª. ordem, o qual representou um circuito atuado por um motor hidráulico cuja função foi a de realizar o controle de pressão do atuador sujeito a cargas negativas. Empregou-se uma válvula limitadora de pressão proporcional para gerar a contrapressão de sustentação da carga, e uma segunda válvula direcional proporcional para controlar as mudanças na velocidade do motor. Os gráficos gerados na simulação computacional demonstraram a coerência do modelo e do comportamento das variáveis mediante alterações dos sinais de entrada. O uso de um controlador PI mostrou-se suficientemente eficiente no tocante ao atendimento dos pré-requisitos do projeto de controle.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TONYAN, M. J. Electronically controlled proportional valves: selection and application. By

Marcel Dekker, Inc., 1985. TRINKEL, BUD. Industrial Fluid Power Basics. By

Hydra-Pneu Consulting, INC., 1st. Edition, 2000.

Figura 3. Diagrama de blocos: sistema eletro-hidráulico com controle de pressão.

BmsI

1

T 1Ce

1

2

KsV

D

+

+

+U

R1 (s)

Tc (s)

)(s

T2 (s)

T1 (s)

T1 = torque produzido pela pressão

na linha P1

T2 = torque produzido pela

contrapressão na linha P2

D = deslocamento do motor,

sendo:

2

DVD

Gc(s)+

E (s)

UM2

(s)

UR2

(s)

PI

D

K2M

q1K Ts 2

D Ts 2

D

+ +

2v2

e 2n2n2

3 2v2 222 e c22

n2n2

2sD s 1

2 VVs s V s K

q2

3 2v2 222 e c22

n2n2

D K

2 VVs s V s K

ATRASO

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TRABALHOS DE EXTENSÃO

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AÇÕES DE EXTENSÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO FORMA DE EMANCIPAÇÃO E AUTONOMIA DE JOVENS DO CAMPO E FAMILIARES II

Dimas de Oliveira Estevam1, Joelcy José Sá Lanzarini2,, Rossandra Oliveira Maciel3,

Liara Darabas Ronçani4 1

Universidade do Extremo Catarinense / Professor Doutor do Curso de Economia 2

Universidade do Extremo Catarinense / Professor Especialista do curso de Economia 3

Universidade do Extremo Catarinense / Acadêmica do curso de Economia 4

Universidade do Extremo Catarinense / Acadêmica do curso de Economia [email protected]

Palavras-Chave: Economia Solidária, Cooperativismo, Agricultura Familiar, Formação

INTRODUÇÃO

No Brasil, o preconceito em relação aos moradores do campo, ainda é imenso. Por isso, as lutas destas populações por melhores condições de vida têm uma longa trajetória. Dentre as lutas se destaca o movimento por uma Educação do Campo, em que as Casas Familiares Rurais (CFRs) representam uma forma de resistência e uma busca por reconhecimento. No Sul Catarinense, precisamente no município de Armazém, foi criada a CFR de Armazém que trabalha com a formação dos jovens do campo, seus objetivos estão pautados nos princípios da economia solidária, do cooperativismo e do associativismo. Embora a formação apresente bons resultados, os jovens depois de formados encontram dificuldades para permanecerem no campo. Entre os problemas enfrentados, os relacionados à comercialização da produção e infra-estrutura são os mais destacados. No sentido de colaborar com estes jovens e agricultores, desenvolveu-se o projeto de extensão vinculado ao Paes (Programa de Ações em Economia Solidária) da UNESC, no ano de 2010. O trabalho realizado resultou na criação da COOPERRICA (Cooperativa dos Agricultores Familiares do Vale do Rio Capivari). Em 2011 as atividades continuam e o objetivo é integrar ações educativas, administrativas e técnicas para operacionalização da Cooperrica.

METODOLOGIA

As atividades estão sendo desenvolvidas no município de Armazém (sede da Cooperrica). Os procedimentos pautam-se na realização de reuniões entre a diretoria da Cooperrica e da CFR, professores e bolsistas da Unesc, agricultores, jovens e monitores da CFR, Extensionistas da Epagri e representantes das prefeituras. Além das reuniões, são promovidos encontros e palestras, que são contemplados com assessoria técnica. As atividades serão concluídas em Dezembro em 2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em 2010 foi criada a Cooperrica, mas os procedimentos para o seu funcionamento não foram encaminhados em virtude do término do projeto de extensão. Desta forma, em 2011, com a renovação do projeto, foram realizadas as primeiras reuniões visando a planejar as atividades a serem desenvolvidas para operacionalização da cooperativa. Após concluída esta etapa, a ação seguinte foi incentivar a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária. Esta então aconteceu no dia 14 de Abril, foi uma reunião de êxito tendo em vista que houve novas

filiações, nas quais os associados puderam pagar suas cotas e ainda providenciar os documentos necessários ao registro. A partir deste encontro o número de cooperados registrados em 2010, que era de 23 passou para 39. O

próximo passo foi então auxiliar nos procedimentos necessários para a implementação do registro junto aos órgãos competentes. Esta etapa encontra-se em fase final, com previsão de conclusão para o mês de novembro. Após a obtenção da legalização, pretende-se organizar a parte administrativa, e auxiliar na obtenção de registro da marca junto ao INPI. A Cooperrica necessitará então adquirir um sistema de gestão, um sistema de código de barras e um sistema de emissão de nota fiscal eletrônica, que irão facilitar na gestão do empreendimento.

CONCLUSÃO

Em 2010 o projeto alcançou os objetivos traçados com a criação da Cooperrica, e em 2011, a legalização do empreendimento foi providenciada. Desta forma, a proposta atual é capacitar os cooperados para comercializarem seus produtos junto às prefeituras (Programas do Governo Federal) e no comércio em geral. Constata-se no desenvolvimento das atividades previstas no projeto que os resultados alcançados são positivos. Os Cooperados, além de realizarem Feiras semanais, já participaram de diversos eventos, como a Feira Agroponte e I Feira de Economia Solidária da Unesc. No presente momento há vários agricultores interessados em associar-se à Cooperrica, no entanto estão aguardando a realização de uma próxima assembléia para associar-se ao empreendimento. Com relação aos jovens da CFR, não foi possível verificar uma adesão considerável dos mesmos na Cooperativa, isto é explicado pelo fato de ainda estarem vivenciando o período escolar, no entanto estes já possuem uma alternativa ao se formar: associarem-se à Cooperrica e adentrar ao mercado de trabalho sem tantas dificuldades, podendo desta forma permanecer no campo com dignidade.

AGRADECIMENTOS

O projeto é vinculado ao PAES e foi inteiramente financiado pelo Edital 18/2010 da Unacsa/Unesc.

REFERÊNCIAS

ESTEVAM, Dimas de O. Casa Familiar Rural: a formação com base na pedagogia da alternância. Florianópolis: Insular, 2003. SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São

Paulo: 2002

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190

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S ACADEMIA NADOLU

Sigrid Luciane Luchtemberg Mota1, Bruna Dagostim2, Karine Mendes Souza3, Priscila Sator Savi Mondo4

1,2,3,4Satc/Edutec/CursoTécnico de Administração

[email protected]

Palavras-Chave: Programa 5S, qualidade, academia.

INTRODUÇÃO

Diante do mercado cada vez mais competitivo, exige-se uma formação profissional de excelência. Para apoiar o ambiente empresarial, e a melhoria na formação profissional dos alunos dos Cursos Técnicos de Administração e Secretariado da Satc, é desenvolvido o Prodos (Programa de Desenvolvimento Organizacional Satc). Tendo como objetivo fazer uma análise em empresas, diagnosticar necessidades de mudanças e propor soluções. Os trabalhos são desenvolvidos pelos alunos com orientação dos professores. Foi realizado um trabalho de cliente oculto pelo curso de secretariado no segundo semestre de 2010, na academia Nadolu para verificar os pontos que influenciam na qualidade do atendimento. A partir desse trabalho várias mudanças foram realizadas pela empresa, como mudança na estrutura física, e sugestão de implantação do programa 5S, o qual é tema desse trabalho. Segundo Marshall (2006, p. 51) “5S é uma filosofia voltada para a mobilização dos colaboradores, através da implementação de mudanças no ambiente de trabalho, incluindo eliminação de desperdícios, arrumação de salas e limpeza.” O programa 5S procurou difundir para toda a empresa, a idéia de que pequenas mudanças podem tornar o ambiente muito mais agradável tanto aos funcionários quanto aos clientes, favorecendo bem-estar dos mesmos. O objetivo do trabalho foi realizar a implantação do programa 5S na academia Nadolu de Criciúma/SC no primeiro semestre de 2011.

METODOLOGIA

A implantação do programa 5S foi realizada na Academia Nadolu de Criciúma/SC. Todos os setores da academia foram envolvidos: administração/recepção, piscina, musculação, ginástica/dança, vestiários e banheiros. Para obter as informações foram realizadas visitas técnicas na academia para que fosse possível realizar o diagnóstico das necessidades de mudança. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram: observação; registro por meio de fotos dos ambientes antes e após a implantação do programa; aplicação de questionário para obter informações sobre interesse dos colaboradores no 5S e entrevista com proprietários para saber do objetivo no programa. A implantação do programa consistiu no treinamento sobre os conceitos e fases da implantação do programa 5S com toda a equipe da academia. Bem como a realização do dia do Descarte, que teve como foco a separação dos materiais que não eram necessários no local de trabalho, identificação e arrumação dos objetos, para que qualquer pessoa possa localizar facilmente e limpeza do ambiente. Após a implantação foi realizada uma auditória para verificar os itens não conformes. A

empresa recebeu um manual de 5S com orientações para que possa dar continuidade ao programa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados os cinco sensos: utilização, ordenação, limpeza, autodisciplina, saúde e higiene em cada setor. De modo geral os pontos a serem melhorados se referem: produtos de limpeza sem local específico; objetos freqüentemente utilizados agrupados com os de menor utilização; excesso de documentos desnecessários; não utilização de sistema informatizado para registro de informações; falta de local adequado para guardar objetos perdidos; objetos pessoais misturados com material de aula; maior limpeza dos ambientes; barras de ferro na beira da piscina, podendo causar acidentes. Foram apresentados no treinamento os pontos a serem melhorados, conscientizando a equipe para as mudanças. No dia do Descarte os colaboradores participaram com empenho realizando modificações sugeridas.

CONCLUSÃO

Devido a programa 5S a equipe da academia realizou diversas mudanças no ambiente como: materiais que não eram mais utilizados foram descartados, outros para colocados para conserto. Organização de documentos e materiais, cada material foi posto em seu devido local; murais nos ambientes; melhorias dos chuveiros; identificação de produtos a venda; definição e identificação de um local para “achados e perdidos” nos vestiários; novo suporte para copos plásticos sem que haja desperdício; campainha na recepção; organização dos fios; suporte para equipamentos, utilização de sistema informatizado. A academia Nadolu reconheceu a importância do programa 5S, para que os serviços oferecidos aos seus clientes pudessem agregar maior qualidade.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Academia Nadolu pela oportunidade de aprendizagem. A todos os educadores dos cursos técnicos em administração e secretariado da Satc pelas orientações e pela sua dedicação em transmitir seus conhecimentos. A família e colegas pelo apoio e força em todos os momentos.

REFERÊNCIAS

MARSHALL, Isnard Junior. Gestão da qualidade. Rio de

Janeiro: Editora FGV; 2006. CASAS, Alexandre Luzzi Las. Qualidade total em serviços. 5ª edição, 2006.

GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade - a visão estratégica e competitiva. Ed. Qualitymork, 1992.

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191

A ELABORAÇÃO DE UM ECO-JORNAL COMO SUBSÍDIO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

Karoline A. F. Ribeiro1, Jairo José Zocche1

1 Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (UNESC) – Departamento de Ciências Biológicas - Laboratório de

Ecologia de Paisagem e de Vertebrados [email protected]

Palavras-Chave: Escola Estadual Básica Otilia da Silva Berti, Rio Araranguá. Jornal Ecológico.

INTRODUÇÃO

Os problemas ambientais com que nos defrontamos atualmente não são novos, no entanto, sua complexidade começou a ser entendida apenas recentemente. O crescimento da população mundial, a constante evolução tecnológica e conseqüente alteração dos hábitos de nossa sociedade vêm gradativamente ampliando a capacidade humana de alterar o ambiente. Surge, então, a necessidade de se intensificar estudos, pesquisas e debates sobre esses temas, procurando uma maior abrangência, atingindo a comunidade em geral. Neste sentido, a Educação Ambiental é fundamental para que se possa compreender melhor a relação homem-ambiente, de modo a nos tornarmos capazes de identificar problemas e a propor soluções ambientalmente sustentáveis. O objetivo desde trabalho foi promover a Educação Ambiental envolvendo alunos do Ensino Fundamental, tendo como eixo norteador à restauração ecológica de uma mata ciliar.

METODOLOGIA

Este trabalho está inserido no projeto: “A restauração ecológica de matas ciliares como espaço pedagógico para o desenvolvimento da Educação Ambiental” que foi desenvolvido na Escola Estadual Básica Otilia da Silva Berti, bairro Barranca, Araranguá, SC. O Projeto teve duração de 10 meses (março a dezembro de 2010) e envolveu toda a comunidade escolar: direção, funcionários, professores e alunos do Pré-Escolar a oitava série do Ensino Fundamental. O planejamento das atividades foi realizado antes do início do ano letivo em fevereiro de 2010, com a participação da direção e dos professores da Escola, de seis acadêmicos e três professores do Curso de Ciências Biológicas da UNESC. No Laboratório de Ecologia de Paisagem e de Vertebrados e no Laboratório de Ensino de Ciências da UNESC, sob a orientação dos professores coordenadores do projeto foram planejadas as ações que foram desenvolvidas na Escola. As atividades foram realizadas em encontros quinzenais com duração de quatro horas cada envolvendo palestras sobre mata ciliar, agrotóxicos, relações ecológicas, desenvolvimento de brincadeiras,

dinâmicas, plantio de árvores em garrafa pet e nas margens do rio, construção de horta escolar, construção de um herbário ecológico, visitas orientadas à área em processo de restauração, ao horto florestal, à Unidade de Zoologia e ao Laboratório de Ensino de Ciências da UNESC. Após a realização de oito encontros, foi proposto aos alunos da 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental a elaboração de um eco-jornal, quando os mesmos foram reunidos em equipes e orientados para a realização desta atividade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram produzidos oito eco-jornais, os quais refletem os resultados das observações efetuadas pelos alunos durante a realização das atividades em campo. Foram relatadas interações entre animais e plantas, a ocupação dos poleiros artificiais por aves na área que está sendo restaurada, além do registro da presença de outros animais como formigas, gafanhotos e anfíbios interagindo com as plantas que foram introduzidas e já estão se desenvolvendo no local. Os alunos utilizaram ainda a estrutura do eco-jornal para divulgar entrevistas com professores e com populares do bairro, anúncios, tirinhas de humor, fotos tiradas nas saídas a campo a mata ciliar em processo de restauração, e textos sobre insetos, lixo e reciclagem retirados da internet.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos evidenciam uma mudança de postura dos alunos em relação ao meio ambiente, principalmente em se tratando das interações animal planta e da dependência destas relações para a melhoria da qualidade de vida em todos os níveis.

AGRADECIMENTOS

A Fonte financiadora do projeto: PROPEX/UNESC, e a direção da Escola Estadual Básica Otilia da Silva Berti, pelas contribuições e apoio a realização do projeto.

REFERÊNCIAS

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192

RELATOS DE INFÂNCIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MUNICIPIO DE MARACAJÁ/SC.

Josiane Eugênio Pereira1 Universidade do Extremo Sul Catarinense/Mestrado em Educação

[email protected]

Palavras-Chave: Infância. Deficiência. Memórias.

INTRODUÇÃO

A escolha da temática para o projeto de pesquisa aqui proposta está sendo construída sob os pilares de uma prática educacional inclusiva e que defende a condição da criança enquanto ser social, histórico, ativo, que ocupa um lugar na história por meio de relações sociais. A visão atual sobre a infância, como um momento especifico pelo qual todas as pessoas passam, é uma construção definida na contemporaneidade, tal premissa nem sempre foi compreendida da mesma maneira e por diversos períodos se discutiu qual era o tempo da infância e quem era a criança. A discussão sobre o surgimento e a importância da infância está presente em pesquisas no campo da Psicologia, História, Sociologia, Antropologia, entre outras, tornando possível o entrelaçamento de diferentes olhares. A partir das leituras e estudos sobre a temática, pode-se perceber que há poucos debates que trazem à tona as memórias dos sujeitos com deficiência sobre suas infâncias. De maneira sucinta, percebe-se que a história das infâncias dessas pessoas geralmente são construída a partir dos olhares dos professores ou da análise de documentos que norteiam a Educação Especial. O estudo visa contar a história da infância desses sujeitos a partir de seus próprios olhares e seus próprios relatos e memórias. Além disso, diante de toda uma história de descrença em relação ás pessoas com deficiência ouvir as memórias dessa população em relação à sua infância transforma-se em um caminho instigante. O principal objetivo do estudo é compreender as memórias de pessoas com deficiência intelectual e de que forma a infância se apresenta para essas pessoas. Assim, investigar-se-á quais as histórias sobre as infâncias a serem relatadas por pessoas com deficiência no Município de Maracajá/SC. Delinearam-se, alguns objetivos específicos que se procurará alcançar: Perceber por meio de relatos das pessoas com deficiência no município de Maracajá/SC, como foram suas infâncias entre os anos de 1970 a 1985; Verificar quais as ocupações era vividas e quais os espaços eram ocupados por esses sujeitos em suas infâncias; Investigar como se relacionavam com os familiares e a sociedade na infância. Diante dessa conjuntura, algumas questões tornam-se pertinentes: Como era a Infância das pessoas com deficiência nos anos de 1970 a 1980? Quais as ocupações eram vividas e quais os espaços eram ocupados por esses sujeitos em suas infâncias? Como se relacionavam com os familiares e a sociedade? Será possível perceber por eles até que idades se consideravam crianças? Acredita-se que revisitando as histórias de infâncias das pessoas com deficiência, encontraremos muitas nuances que revelarão situações de preconceitos, estigmas, no entanto, poderemos deparar com relatos de infâncias „encobertas‟ vividas intensamente dentro ou muitas vezes longe dos espaços educativos formais.

METODOLOGIA

O presente estudo encontra-se em fase inicial e no decorrer do percurso investigativo ainda poderá passar por alterações. A partir das discussões sobre infâncias, memória e deficiência, será possível conhecer as histórias de infâncias das pessoas com deficiência intelectual no município de Maracajá/SC, compreendido no período de 1970 a 1985. No entanto, para que se possam atingir os objetivos na investigação do problema da pesquisa serão necessários escolher a metodologia. Este estudo sucederá dentro de uma abordagem qualitativa. A História Oral apresenta-se como a metodologia a ser utilizada para coleta de dados, pois permitirá ouvir as pessoas com deficiências no Município de Maracajá/SC, sobre suas infâncias. Terá uma amostra intencional composta por seis pessoas. Utilizar-se-á como instrumentos para coleta de dados a entrevista semiestruturada. Será realizada 06(seis) entrevistas. Sendo 03 (três) entrevistados do sexo masculino e 03 (três) do sexo feminino. O encontro com o objeto de investigação se dará com os sujeitos da pesquisa, que serão selecionados de acordo com suas possibilidades de interação com o objeto a ser pesquisado. A seleção dessa amostragem foi definida pelo nível de compreensão dos entrevistados e o grau de deficiência e comprometimento intelectual. Ressalta-se que os sujeitos que participarão da pesquisa, apresentam diagnóstico de Deficiência Intelectual, são capazes de se comunicarem verbalmente e possuem bom nível de entendimento, demonstrando lembrar-se de suas experiências referentes à suas infâncias. Escolheu-se como campo de pesquisa o município de Maracajá/SC, onde todos os futuros pesquisados desse estudo residem. Atualmente, todos esses, estão sendo atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), localizada na zona Urbana na cidade de Maracajá. Após, o contato prévio com a Instituição de Ensino APAE, será dialogado com as pessoas com deficiência e em seguida existirá uma conversa com as famílias dos entrevistados explicando, entre outros, o que será feito, qual o tema a ser tratado e a finalidade desse estudo, a fim de que autorizarem as entrevistas e também disponibilizem alguns evocadores de memórias de seu familiar que será entrevistado: cadernos escolares, fotografias, boletim escolar, objetos, artefatos que tenham sido usados em suas infâncias ou que remetem ás memórias desse período, entre outros. Os sujeitos serão entrevistados, as entrevistas serão transcritas e devolvidas, a fim dos entrevistados e dos seus responsáveis autorizarem seus depoimentos por meio de um Termo de Consentimento Informado. Posteriormente a transcrição será realizada a transcriação e a tematização, com o objetivo de circundar as categorias estabelecidas para o trabalho de análise. Para a coleta de dados, uma pesquisa bibliográfica e documental também será realizada, pela qual serão recorridas às leis que amparam a educação inclusiva, bem como o conceito de Deficiência e Infância na história.

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193

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presente pesquisa está sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) localizada na cidade de Criciúma/SC. Situada na linha de pesquisa: Educação, Linguagem e Memória, vêm sendo realizada concomitantemente com as disciplinas obrigatórias e optativas. Até o momento foram realizados levantamento nos documentos oficiais, bancos de teses e dissertações e periódicos científicos da CAPES, SCIELO, buscando dados referentes á Memória e História Oral, Infâncias e Deficiência Intelectual no decorrer da história. Através do contato feito com a Instituição APAE do município de Maracajá/SC, foi possível ter acesso a alguns documentos referentes á leis e Educação Especial da pessoa com deficiência. Além disso, foi delimitada a época a ser pesquisada, que será de acordo com o período das infâncias vividas pelas pessoas com deficiências que serão pesquisadas, aos quais foram selecionadas seguindo alguns critérios de seleção. Os resultados dessas entrevistas serão posteriormente, analisados e tematizadas dentro das categorias constituídas.

CONCLUSÃO

A pesquisa encontra-se na fase inicial. Até o presente momento, o objeto a ser estudado e o lócus onde será realizado o estudo foram delimitados. Quanto à organização e estrutura do estudo, a pesquisa será divida em capítulos e sub-capítulos que ainda estão sendo delineadas pela pesquisadora e a sua orientadora. Para a realização desse estudo, torna-se primordial, conhecer melhor as infâncias desse grupo de pessoas marcadas pelos estigmas, rótulos e preconceitos vivenciados, muitas vezes, desde suas infâncias. Acredita-se que o alcance dos resultados esperados com a pesquisa é que ofereça subsídios para a compreensão da infância da pessoa com deficiência, ao mesmo tempo forneça elementos para mudanças no atendimento e nos olhares para com essas infâncias, que carece ser: mais inclusivo social e integral. A relação com as diferenças é que

devem estar sendo discutidas e colocadas em práticas pela sociedade. Nesse sentido, também é necessário dar voz as pessoas, e principalmente aos que sofrem discriminação e são excluídos por ser considerado “deficiente” pelo grupo o qual pertencem. Mesmo com todas as mudanças já ocorridas no decorrer da história, percebe-se que há muito ainda para ser percorrido.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores do Mestrado em Educação (UNESC) pelos ensinamentos, de forma especial, à minha Orientadora, professora Doutora Marli de Oliveira Costa, que me acolheu com um carinho extraordinário e que vem contribuindo significativamente para a realização da referida pesquisa. Meus agradecimentos ao PPGE da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) por acreditar em minhas aspirações de pesquisa. Ao Grupo de Pesquisa História e Memória da Educação (GRUPHEME), pelos momentos valiosos de estudos. Gostaria também de mencionar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Maracajá/SC, onde encontrei a minha vocação como Educadora e onde conheci pessoas genuinamente Especiais.

REFERÊNCIAS

BENJAMIM, Walter. A infância em Berlim por volta de 1900. In: Obras escolhidas II: Rua de Mao única. São

Paulo: Brasiliense, 1995; DE DECCA, Edgar Salvadori. Memória e Cidadania. In: São Paulo (cidade) Secretaria Municipal de Cultura. Departamento do patrimônio Histórico. O direito à memória: Patrimônio histórico e cidadania/DPH, São

Paulo, DPH, 1992, p. 129 – 136. SKLIAR, Carlos. A inclusão que é “nossa” e a diferença que é do “outro”. In: RODRIGUES, David (org.). Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva.

São Paulo: Summus, 2006, p.15-34.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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A UTILIZAÇÃO DE CARCAÇAS DE PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Mariane Trichês Pezente1, Silvia Damiani Simões2, Kelly Cristina Minotto Bom3, Morgana Cirimbelli Gaidzinski4

1,2 Museu de Zoologia Profª Morgana Cirimbelli Gaidzinski - Unesc

3 Laboratório do Museu de Zoologia Profª Morgana Cirimbelli Gaidzinski – Unesc

4 Coordenadora do Museu de Zoologia Profª Morgana Cirimbelli Gaidzinski – Unesc

[email protected]

Palavras-Chave: Pinguim-de-Magalhães, Animais Taxidermizados, Educação Ambiental.

INTRODUÇÃO

O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus Forster, 1781), encontra-se amplamente distribuído na costa meridional da América do Sul, realizando anualmente movimentos migratórios sazonais de suas colônias reprodutivas distribuídas pela Argentina, Ilhas Falkland (Malvinas), e Chile para o Brasil. Esta espécie é atualmente classificada como Quase Ameaçada pela lista da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2010). Este fato pode ser explicado devido sua vulnerabilidade, uma vez que os indivíduos encontrados mortos na costa brasileira são, em sua maioria, “náufragos” enfraquecidos e com problemas de saúde. É comum, no litoral de Santa Catarina a avistagem de pinguins-de-Magalhães encalhados, principalmente entre os meses de julho a dezembro. Com o objetivo de conhecer e desenvolver ações conservacionistas em prol desta espécie, o Museu de Zoologia Profª Morgana Cirimbelli Gaidzinski - Muesc/Unesc tem utilizado as carcaças destas aves no seu acervo em exposição, como um importante instrumento de Educação Ambiental.

METODOLOGIA

O Museu de Zoologia, desde 2002 tem realizado monitoramentos ao longo do litoral sul do estado e recolhido carcaças destes animais a fim de submetê-las a um processo de taxidermização. Este processo envolve basicamente: a retirada da pele da ave através da separação dos músculos e ossos; a higienização e secagem da mesma e a adição de produtos químicos para sua conservação. A forma da ave é dada por meio da confecção de uma estrutura de arame, a qual sustentará o corpo da mesma e pelo preenchimento interno com algodão ou estopa. Após um período de cerca de 30 dias de secagem a ave é introduzida em dioramas os quais reproduzem importantes informações sobre a história natural da mesma. Estes dioramas compõem o acervo “Ecossistema Marinho”, o qual é também formado por outras espécies animais como tartarugas, lobos marinho, golfinhos e outros. O acervo localizado no campus universitário é aberto à visitação

pública e gratuita. As escolas entram em contato com o Museu e agendam a visita. Na data agendada, a escola é recepcionada por um educador ambiental que acompanha os estudantes ao acervo. Durante a visita monitorada, os estudantes escutam sons característicos do ambiente marinho e o monitor informa sobre o papel da fauna nos ecossistemas e a necessidade de sua preservação. Ao concluir a visita monitorada os estudantes participam de atividades lúdicas e educativas, tais como pinturas, desenhos, jogos e oficinas relacionados à espécie pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), onde os alunos expressam individualmente sua percepção a cerca da mesma.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Por meio do processo de taxidermia foram produzidos um total de 41 pinguins e 24 outros animais, totalizando 65 espécimes taxidermizados, desde o ano de 2006. A partir deste mesmo ano este acervo foi visitado por 68.040 alunos e professores das redes de ensino público e privada, de 37 municípios do sul de Santa Catarina. Através da observação desta espécie os estudantes podem conhecer, preservar e fazer comparações, ampliando os conhecimentos na área zoológica.

CONCLUSÃO

As carcaças taxidermizadas da espécie pinguim-de-Magalhães do Museu de Zoologia tornaram-se um importante instrumento de Educação Ambiental destacando ao público a importância do respeito a vida em suas múltiplas formas e ampliando os conhecimentos construídos em sala de aula, estimulando assim o aprendizado dos educandos, aproximando e fortalecendo os laços da natureza com o homem.

AGRADECIMENTOS

Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

REFERÊNCIAS

ICMBIO. Projeto Nacional de Monitoramento do Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus).

Brasília, 2010.

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OFICINAS PEDAGÓGICAS REALIZADAS POR GRUPOS DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Mariane Trichês Pezente¹, Maísa Karla Meneguzzo¹, Zenaide Pais Topanotti², Maria de Lourdes Milanez Goularte3

1 Bolsista do Projeto: Ceciesc/Sala Verde da UNESC

2 Colaboradora do Projeto: Ceciesc/Sala Verde da UNESC

3 Coordenadora do Projeto Ceciesc/Sala

Verde da UNESC

1 [email protected]

Palavras-Chave: Oficinas pedagógicas, Educação Ambiental, Grupo de Estudos.

INTRODUÇÃO

O Projeto Sala Verde da UNESC, Universidade do Extremo Sul Catarinense foi aprovado em 2005 pelo MMA - Ministério do Meio Ambiente e se constitui num espaço no qual, professores de educação básica da região sul de Santa Catarina e acadêmicos da UNESC, de diferentes áreas de conhecimento, trocam informações e experiências sobre questões ambientais. Tem como objetivo promover a Educação Ambiental (EA) despertando habilidades e atitudes para ações efetivas em prol da mesma.

METODOLOGIA

Para atingir seus objetivos, o Centro de Educação Ambiental Sala Verde, constitui semestralmente grupos de estudos com professores de educação básica e acadêmicos da UNESC, onde são desenvolvidas diversas atividades, dentre estas as oficinas pedagógicas. Estas oficinas são desenvolvidas pelos participantes da Sala Verde e visam despertar e sensibilizar, os mesmos perante as questões ambientais. As oficinas desenvolvidas são ministradas pela equipe da Sala Verde, por convite externo e também de participantes do grupo de estudos, que vêem nas oficinas pedagógicas uma forma de difundir conhecimento e experiência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De 2006 até a presente data, foram formados 29 grupos de estudos envolvendo 679 participantes, Durante esse período dentre tantas atividades desenvolvidas pela Sala Verde, podemos elencar 13 oficinas realizadas com os grupos, como: terrário, borboletário, bonequinhos

ecológicos, papel reciclado, herbário, bonecos de pano, carteira ecológica, papel machê, papa-pilhas, estudo do meio, cinema na escola, máscaras e confecção de zini. Dentre estes quatro oficinas foram desenvolvidas pela equipe da Sala Verde, duas através de convidados externos e sete por participantes do grupo de estudos. A participação efetiva dos professores e acadêmicos demonstra o quanto às oficinas cativam os participantes a trabalharem com a prática pedagógica facilitando assim o aprendizado.

CONCLUSÃO

Através do desenvolvimento de oficinas pedagógicas, estimula-se a criatividade e percepção dos participantes e o desenvolvimento de habilidades para a construção de conhecimentos relacionados ao ensino de ciências e educação ambiental. A disponibilização de informações e conhecimentos sobre questões ambientais oportuniza aos participantes propostas de trabalhos que são desenvolvidas nas escolas e comunidades, promovendo assim uma integração escola/comunidade/universidade. A realização das atividades utilizando como metodologia as oficinas pedagógicas estimulam a participação e o espírito de colaboração, tornando mais eficiente a aprendizagem que ocorre de maneira natural e espontânea, resultando numa melhor compreensão das questões ambientais.

AGRADECIMENTOS

Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc

REFERÊNCIAS

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL SALA VERDE DA UNESC. Relatórios anuais: ao MMA. 2006 a 2011.

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AÇÕES DIRECIONADAS A CAPACITAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO, PLANO DE NEGÓCIOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Abel Corrêa de Souza1, Gisele Silveira Coelho Lopes2, Ricardo Pieri3, Miguel Ângelo Mastella4, Ana Paula Silva dos Santos5, Júlia Pavei De Luca6

1Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Professor Doutor do Curso de Administração

2Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Professora Mestre do Curso de Administração

3,4Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Professor Especialista do Curso de Administração

5,6Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Acadêmica do Curso de Administração Linha de Formação

Específica em Comércio Exterior [email protected]

Palavras-Chave: empreendedorismo, responsabilidade social, plano de negócios.

INTRODUÇÃO

Historicamente os empreendedores eram conhecidos como aqueles que acessavam capital avantajado somente em mercados desenvolvidos. Na presente década a realidade está muito diferente, pois um empreendedor independente do lugar em que está cria valor com pouco capital. Essa realidade é muito presente em mercados emergentes em que já é possível visualizar a evidência de economias empreendedoras. Aquela ideia de que não há empreendedores em mercados em desenvolvimento, ou quando há, são considerados microempreendedores, é equivocada. O que se vê é o surgimento de projetos de alto potencial entre pessoas que no decorrer da história, estiveram as margens da exclusão econômica e social (HABIBY; COYLE JR, 2010). Nesta perspectiva encontram-se os jovens e adolescentes do Bairro da Juventude, em que desprovidos de trabalho e renda buscam por intermédio desta instituição, alguma qualificação que os possa inserir no mercado de trabalho. Sendo assim, este projeto objetiva desenvolver atividades de extensão universitária estimulando jovens e adolescentes do Bairro da Juventude na geração de trabalho e renda, com inclusão social, por meio de capacitação empreendedora.

METODOLOGIA

Como forma de implementar as ações propostas neste projeto, são desenvolvidas oficinas para a qualificação dos jovens e adolescentes na prática dos processos de gestão de um empreendimento, a saber: Oficina 1: Nivelamento dos conceitos de empreendedorismo; Oficina 2: Nivelamento da interdisciplinaridade que envolve o processo de gestão de um empreendimento; Oficina 3: Elaboração do projeto de produto ou serviço; Oficina 4: Estruturação e elaboração do plano de negócios; Oficina 5: Pesquisa das fontes de fomento para financiamento de novos empreendimentos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o presente momento já foram realizadas a Oficina 1, 2 e 3. Ao longo das Oficinas 1 e 2, verificou-se que houve um grande avanço no comportamento e modo de pensar dos alunos, se comparado com o inicio do projeto, em que muitos não participavam inicialmente e não davam as suas opiniões e que hoje, questionam para interagir e aprender sobre o assunto exposto em sala de aula. Esse resultado é fruto da didática utilizada pelos extencionistas em cada encontro. Foi utilizado como técnicas de ensino-aprendizagem os jogos empresariais, dinâmicas de grupo,

vídeos educativos, entre outros. Pode-se dizer que a divisão do trabalho em oficinas proporcionou o nivelamento dos alunos, sempre enfatizando o aspecto prático, no sentido de estimular o empreendedorismo, tanto na criação de novos negócios, quanto na participação do quadro funcional de empreendimentos já existentes, o que se identifica como intraempreendedorismo. Na oficina 3, os jovens e adolescentes tinham que desenvolver um produto que unisse o empreendedorismo com o conhecimento técnico de eletroeletrônica, além de utilizarem como matéria-prima produtos reciclados, isto é, materiais que foram descartados ao meio ambiente. Esta provocação foi justamente permitir a todos a valorização do curso técnico que estavam cursando, bem como oportunizá-los a enxergar as possibilidades profissionais com a capacitação técnica que estavam realizando. A exposição pública dos trabalhos ocorreu no dia 05/10/2011. Foram 21 produtos, todos foram desenvolvidos para atender certa necessidade do dia a dia. O evento foi divulgado na imprensa e houve a participação de outros professores da UNESC para prestigiar o evento, além de outras autoridades pertencentes ao Bairro da Juventude.

CONCLUSÃO

Observou-se o crescimento da capacidade dos acadêmicos do curso de Educação Profissional em eletroeletrônica em avaliar a viabilidade de um empreendimento, bem como sua postura como profissional inserido nas organizações, além de melhor entender o desenvolvimento do mesmo por meio do estudo do empreendedorismo e seus desdobramentos.

AGRADECIMENTOS

Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).

REFERÊNCIAS

DOLABELA, Fernando. O segredo de luísa. 30. ed. São

Paulo: Editora Cultura, 2006. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Ed.

Campus, 2001. HABIBY, Anne S.; COYLE JR, Deirdre M. O empreendedor de alta intensidade. Harvard Business

Review. São Paulo, vol.88, n.03, set/2010. HISRICH, Robert D.; PETERS, Michael P. Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2002.

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PROGRAMA PET- SAÚDE IÇARA – MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA DENTRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO BAIRRO AURORA EM IÇARA -

SC

Joni Márcio¹, Valdemira Santina Dagostin¹, Gustavo de Jesus2, Aline Gabriel Lima3, Milca Fagundes3

¹ Coordenadores do PET Saúde 2 Enfermeiro Preceptor

3 Acadêmicas de Enfermagem

[email protected]

Palavras-Chave: Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Educação em saúde.

INTRODUÇÃO

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença cardiovascular crônica, e representa o principal fator de risco para complicações como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal. Já o diabetes representa um grupo de doenças metabólicas caracterizada por hiperglicemia, e está associada a várias complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente os olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. No Brasil, estas duas patologias são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores, e de pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise. Desse modo observa-se a necessidade de trabalhar educação em saúde com estes pacientes a fim de proporcionar melhor qualidade de vida a eles. O objetivo do trabalho é, a partir do programa Pet Saúde, estimular os hipertensos e diabéticos da ESF Aurora a realizarem frequentemente o controle de pressão arterial e glicemia capilar, além de orientá-los quanto a hábitos saudáveis de vida, a fim de contribuir para a redução dos riscos causados pelas determinadas doenças.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a execução do projeto iniciou com a elaboração de um questionário para avaliação dos pacientes que participassem do projeto. Em seguida os mesmos foram convidados a participar do mesmo durante a realização do grupo de Hiperdia da ESF Aurora. Sendo assim os que se interessaram em participar compareceram à unidade de saúde para dar inicio a ação proposta, que se submetia a estimulá-los a realizar vinte verificações de glicemia capilar e pressão arterial duas vezes na semana. O controle foi realizado pelas bolsistas de enfermagem participantes do projeto na unidade de saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No inicio da execução do projeto 16 pacientes iniciaram o controle de pressão arterial e glicemia capilar na unidade de saúde, porém apenas 9 destes continuaram a realizá-lo. Destes 9 pacientes 5 são hipertensos, 3 hipertensos e diabéticos, e 1 diabético. Analisando os resultados encontrados pode-se perceber que os mesmos repercutiram positivamente ao longo do projeto. Referente aos valores de pressão arterial 5 participantes tiveram seus valores controlados, já voltado a glicemia capilar 7 tiveram os valores reduzidos. Em cima disso pode-se

perceber que toda a ação e educação promovida aos pacientes foram eficazes a ponto de proporcionar uma melhora na qualidade de vida e saúde dos mesmos, através de mudanças no estilo de vida de cada um que acabou tornando-se mais saudável. Figura 01 – Bolsista verificando glicemia capilar.

Fonte: Dados da pesquisa.

CONCLUSÃO

Durante a realização da ação proposta foi possível perceber o entusiasmo dos pacientes em participar, e a alegria em perceber os resultados encontrados a cada verificação, que em sua maioria repercutiram de forma positiva. Implantar esta proposta a partir do programa PET Saúde foi positivo não apenas aos pacientes, mas também a unidade de saúde e as bolsistas que promoveram a ação, pois proporcionou vivenciar diferentes experiências e muito aprendizado, que contribuirão futuramente durante a atuação profissional das acadêmicas.

AGRADECIMENTOS

Agradecimento a Universidade do Extremo Sul Catarinense que vinculada ao programa PET Saúde possibilitou inserir o acadêmico no campo de trabalho antes de sua formação, proporcionado a obtenção de experiências e habilidades que contribuirão para uma boa atuação profissional.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Hipertensão Arterial Sistêmica. Cadernos de Atenção Básica n° 15. Brasília –

D.F. 2006. BRASIL, Ministério da Saúde. Diabetes Mellitus. Cadernos de Atenção Básica n° 16. Brasília – D.F.

2006.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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RELAÇÕES HUMANAS NA ADOLESCÊNCIA: AMIZADE E NAMORO

Maiara Nascimento Rodrigues1, Maristela Giassi2, Ivanir Prá da Silva Thomé2, Pedro Rosso3, Michele Felix do Nascimento4, Cristiane Pazetto1, Camila Dagostin Lemos1

1 Acadêmica do curso de Enfermagem da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC;

2 Professora Titular da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

3 Professor colaborador do Instituto Federal de Santa Catarina – IF-SC Campus Criciúma

4 Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC

[email protected]

Palavras-Chave: Ações Educativas, Sexualidade, Adolescentes.

INTRODUÇÃO

A educação sexual envolve aspectos antropológicos, sociológicos e biopsicossociais, devendo-se na adolescência considerar as características próprias dessa fase (onipotência, invulnerabilidade, desejo de experimentação e aventura, crise de identidade), as características do meio social (escola, família, grupo) e o comportamento deste grupo etário (mudança de parceiro e desinformação). Outros aspectos relevantes são os fatores culturais, os mitos, as questões de gênero e a relação entre sexualidade e o afeto. (COSTA; GOMES; SOUZA, 2002). Com base nisso, o projeto de extensão tem como intuito promover ações educativas, com base em pesquisa realizada junto à estudantes do Ensino Médio de escolas da Rede Estadual de Educação no município de Criciúma, SC, com o objetivo de promover a saúde sexual dos sujeitos envolvidos.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a ação educativa junto aos alunos dos primeiros e segundos anos do ensino médio de duas escolas da rede supracitada ocorreu através da realização de oficinas e palestras. A segunda oficina é intitulada: Relações humanas na adolescência: amizade e namoro. Após apresentado o tema, por meio de uma exposição oral, a turma foi dividida em pequenos grupos. Cada grupo ficou responsável por apresentar uma dramatização de casos corriqueiros na vivência dos jovens como: relações informatizadas, convivência com dependentes químicos, valorização das relações afetivas, etc. Desta forma os alunos expressaram seus pensamentos críticos a cerca do assunto. Para avaliar a oficina, realizou-se ao final das apresentações uma discussão onde se socializaram as ideias decorrentes de todo o processo realizado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através das avaliações feitas ao final de cada oficina, observa-se a satisfação em 100% dos alunos envolvidos, os mesmo relatam a importância do trabalho realizado, pois conseguem obter uma visão mais ampla a respeito do assunto discutido. Há uma interação importante entre os alunos e os extensionistas, possibilitando a expressão de ideias de cada um e a oportunidade de um

aprendizado em conjunto. “A adolescência é uma etapa da vida na qual a personalidade está em fase final de estruturação e a sexualidade se insere nesse processo sobretudo como um elemento estruturador da identidade do adolescente (OSÓRIO, 1992 apud CANO; FERRIANI; GOMES, 2000, p. 18). Faz-se necessário essa abordagem para esclarecer os mitos, tabus e preconceitos de forma que os adolescentes compreendam a sexualidade como parte importante nesta fase da vida.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o projeto de extensão tem sido de grande valia para os estudantes participantes, pois, segundo suas avaliações, passaram a compreender melhor a sexualidade em seu contexto real. Houve o aumento da compreensão dos mesmos a respeito da valorização das relações humanas na adolescência, o que contribui efetivamente para uma sexualidade responsável. Através das informações socializadas e debatidas os alunos envolvidos puderam refletir sobre suas relações, posicionando-se de forma crítica e reflexiva.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos a seleção e financiamento do projeto de Extensão com divulgação no edital 06/2011 da Coordenação de Extensão da Unidade Acadêmica de Humanidades, Ciências e Educação (UNAHCE) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).

REFERÊNCIAS

COSTA, M.C.O.; GOMES, W.A; SOUZA, R. P. Educação para a sexualidade. In: COSTA, Maria Conceição O.; SOUZA, Ronald Pagnoncelli de. (Org.). Adolescência: Aspectos Clínicos e Psicossociais. 1. ed. Porto Alegre,

RS: Artmed, 2002. p. 283-288. CANO, M.A.T.; FERRIANI, M.G.C; GOMES, R. Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico. Rev.latinoam.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p.

18-24, abril 2000.

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PET – SAÚDE: ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA NA COMUNIDADE DE VILA NOVA EM IÇARA – SC

Glicia Pagnan,1 Renan Fernandes Rodrigues,2 Joao Anibal Milano Peixoto Queiroz,3 Valdemira S. Dagostin,4 Joni Marcio Farias²,Luciane Ceretta5

1SMS/Enfermagem/Içara

2,3,4,5UNESC/Ed. Física e Enfermagem

[email protected]

Palavras-Chave: Idoso, PET, Integração, Interação

INTRODUÇÃO

O Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde do Ministério da Saúde) tem como objetivo desenvolver ações para melhoria das condições de saúde e vida da população, sendo estas ações organizadas conforme a Estratégia de Saúde da Família. O PET-Saúde está sendo desenvolvido em parceria com a UNESC e a Prefeitura Municipal Içara - SC com ações multiprofissionais e interdisciplinares em conjunto com os profissionais componentes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), para integração entre a academia e os trabalhadores em saúde. Pretende contribuir para a transformação e qualificação das práticas de saúde, a organização das ações e dos serviços de saúde, os processos formativos e as práticas pedagógicas. Além de sensibilizar acadêmicos dos cursos de graduação envolvidos, para o trabalho na Saúde Pública e a prática da pesquisa no SUS, especificamente na Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família, por meio de práticas interligadas com os trabalhadores de saúde das referidas Unidades de Saúde; e, instrumentalizar os trabalhadores de saúde que atuam na ESF e acadêmicos dos cursos de graduação em saúde envolvidos para o desenvolvimento de propostas de cuidado ao idoso na perspectiva da Integralidade a partir dos eixos propostos pela Política Nacional de Atenção à Saúde do Idoso.

METODOLOGIA

A proposta do Pet – Saúde primeiramente é a educação para o trabalho, desta forma, os bolsistas e voluntários passaram por educação permanente discutindo: a) Proposta do Ministério da Saúde em relação ao PET SAÚDE; b) Resgate Histórico da Política de Saúde no Brasil; c) Rede de Assistência do Município de Içara e Diagnóstico em Saúde. No segundo momento, a apresentação da estrutura/funcionamento do Sistema de Saúde tanto a nível Municipal, Regional e Nacional. Após o entendimento de todos do sistema de saúde, foi realizado reunião com a equipe da ESF para apresentação do Projeto Pet- saúde e equipe, pois considerávamos fundamental a participação da equipe, especialmente dos ACS, pois são estes que conhecem e tem credibilidade junto à população. Na seqüência foi construído o Questionário de Pesquisa sobre Estilo e Qualidade de Vida e a aplicação da pesquisa na comunidade de Vila Nova, com a população acima de 60 anos - 3ª Idade; no ultimo momento foi realizado intervenção juntos aos idosos, que consistia de atividade física como caminhada, dança etc e orientações dentro das áreas de: psicologia, educação física e nutrição.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Buscou-se nas entrevistas, traçar o perfil da população idosa da comunidade, que de certa forma, deu subsídio

para a próxima etapa da intervenção. Nesta etapa a participação dos idosos e do Clube da 3ª Idade da Vila Nova foi expressiva e efetiva, nas intervenções realizadas, como atividade física- caminhadas, dança, orientação nutricional, dinâmica de grupo e relato de experiências. A interação academia e serviço foram visivelmente contextualizados. A inserção dos bolsistas com a ESF e os idosos, foi sem dúvida o ponto forte do projeto,onde puderam estabelecer relação de integralidade e interdisciplinaridade, e obter conhecimento dos serviços prestados na unidade de saúde e visualizar as possibilidades da atuação de sua profissão neste local, bem como, estimular a atividade física entre os idosos. O desenvolvimento de novas práticas de atenção e experiências pedagógicas contribuiu para a reorientação da formação e implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação da área da saúde, e a satisfação do usuário do SUS.

Figura 01 – Atenção nutricional

Figura 02 – Atividade Física

CONCLUSÃO

O PET-Saúde oportuniza aos bolsistas o aprofundamento do conhecimento e a interação/inserção na prática diária como profissional. Ainda proporciona a possibilidade de executar políticas de saúde pública para proporcionar um melhor estado de saúde e conseqüente de bem-estar, cultura e educação a todos. Ficou evidenciada a melhoria da qualidade de vida, principalmente esboçado nas falas, nos relatos, na mudança de comportamento dos idosos participantes do programa. O fomento à integração do ensino-serviço-comunidade, qualificação e fortalecimento da Atenção Básica, o estímulo para a formação de profissionais de saúde com perfil adequado às necessidades e às políticas públicas de saúde do país, vem de encontro as necessidades das ESF, que muitas

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vezes, não conseguem, devidos as demandas diárias, executar atividades que visem a prevenção e promoção da saúde, foco este alcançado no presente trabalho.

AGRADECIMENTOS

Ministério da Saúde, UNESC e a ESF – Vila Nova, em

especial às ACS e ao Clube de Idosos.

REFERÊNCIAS

CATELLINO, Giovanni Gerson; BOTTER, Rui Carlos; ITELVINO, Lucimar da Silva. Os Fatores Críticos de Sucesso para a implantação de sistemas integrados de gestão no setor público. Disponível em: http://www.aedb.br/seget/artigos09/228_ArtigoSEGeT.pdf;Acesso em: junho 2011.

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O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS MATEMÁTICOS NO 1o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: EXTENSÃO DAS PESQUISAS

DESENVOLVIDAS PELO GPEMAHC

Anderson de Oliveira Romeu,1 Ademir Damazio,2 Ana Lucia da Silva Guimara,3 Josélia Euzébio da Rosa,4 Josiani Barbosa Brunelli,5 Viviane Raupp Nunes de

Araújo6 1,2,3,5,6

Universidade do Extremo Sul Catarinense 4

Universidade Federal do Paraná 1

[email protected]

Palavras-Chave: Ensino Elkonin-Davidov

INTRODUÇÃO

Este trabalho, ainda em desenvolvimento, faz parte de um projeto maior do Grupo de pesquisa em educação matemática na abordagem histórico cultural (GPEMAHC) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). De acordo com pesquisas já realizadas por integrantes do grupo (CARDOSO, 2007, ROSA; DAMAZIO, 2011 AMORIN, 2007, EUZEBIO, 2011) atualmente, no ensino de matemática, adota-se a seguinte sequência didática: primeiro as significações aritméticas, depois as geométricas e por último, as algébricas. Esta fragmentação trás como consequência a ênfase, no ensino do conceito de número, com foco para contagem de objetos, ou seja, nas grandezas discretas em detrimento das grandezas contínuas. Nesse projeto de extensão adotamos o Sistema de Ensino Elkonin-Davidov. Tal sistema tem como ponto de partida as grandezas contínuas a partir da inter-relação entre as significações aritméticas, algébricas e geométricas. O objetivo é relatar o desenvolvimento da proposta do referido sistema em uma turma de primeiro ano do Ensino Fundamental. Vale lembrar que tal proposta de ensino constitui um dos objetos de estudo do GPEMAHC devido a seu potencial no que se refere ao desenvolvimento do pensamento teórico dos estudantes.

METODOLOGIA

As aulas desenvolvidas com os alunos são previamente elaboradas conforme o livro metodológico do referido sistema de ensino Elkonin-Davidov (ГОРБОВ et al, 2008), em reuniões semanais com a participação da professora titular, de dois bolsistas de extensão e pesquisadores do GPEMAHC. Os bolsistas confeccionam os materiais didáticos, auxiliam a professora em aula duas vezes por semana, relatam o desenvolvimento das aulas e realizam leituras referentes ao processo de ensino e aprendizagem da matemática no referido sistema, busca-se alternativas na literatura para superação das dificuldades encontradas durante tal processo, bem como o desenvolvimento do pensamento teórico dos alunos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao iniciarmos a extensão, verificamos que a metodologia de ensino de matemática desenvolvida na escola, não contemplava o teor conceitual científico de número, ou seja, a ênfase incidia na contagem empírica. No decorrer da realização do projeto, alunos e professora deram início a uma nova forma de ver e conceber o ensino da matemática tendo como fundamentos teóricos pressupostos Davidovianos. Isto significa dizer que, antes

de terem contato direto com o número, as crianças analisam as grandezas matemáticas que possibilitam a comparação entre objetos e fenômenos. Só depois que a contagem surge como resultado desse processo quando uma grandeza é tomada como unidade de medida da outra.

CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento das proposições de matemática do sistema de ensino de Elkonin- Davidov, em uma turma do Ensino Fundamental, sustentamo-nos no tripé: pesquisa, ensino e extensão, na medida em que levamos para o ensino, as pesquisas realizadas pelo GPEMAHC, por meio da extensão. No desenvolvimento das aulas percebemos a dificuldade de entendimento da proposta de ensino de Elkonin-Davidov associada às limitações conceituais dos conteúdos científicos matemáticos. No que se refere aos alunos, podemos dizer que os mesmos participam das tarefas propostas respondendo a questões postas tanto pela professora, quanto pelo grupo de alunos, além de resolverem atividades impressas que posteriormente são coladas no caderno.

AGRADECIMENTOS

Programa Extensão UNESC. Unidade Acadêmica de Humanidades Ciência e Educação- UNAHCE. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC – SC, Brasil; FAPESC, CNPq e FUMDES/UNESC.

REFERÊNCIAS

ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс: Пособие для учителей начальной школы (Система Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. - М.:ВИТА-ПРЕССб, 2008. 128p. ДАВЫДОВ, В. В. О. et al. Математика, 1-Kjiacc.

Mockba: Mnpoc - Аргус, 1997. 224p. CARDOSO, Eloir Fátima Mondardo. A prática pedagógica: percepções de professores de Matemática e dirigentes da educação – 2007. AMORIN, Marlene Pires. Apropriação de signifacções do conceito de números racionais: um enfoque histórico- cultural, 2007. Dissertação (Mestrado em

Educação e Ciências Humanas)-Programa de Pós-Graduação em Educação-PPGE-UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - Criciúma EUZÉBIO, Juliana da Silva. Ensino do conceito de número: a proposta ensino de Davydov e as

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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propostas tradicionais – 2011. Trabalho de conclusão

de curso (Unidade Acadêmica de Humanidades Ciência e Educação)-UNAHCE-Universidade do Extremo Sul Catarinense- Criciúma

ROSA, J. E.; SOARES, M.T.C.; DAMAZIO, A. Conceito de número no sistema de ensino de Davydov, IN: XIII Conferência interamericana de Educação Matemática;

Recife, 2011.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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PROJETO DE EXTENSÃO SOLIDARIEDADE

Karla Batista de Souza,1 Cássia Klein Torres,2 Janete Trichês3

1,2,3Curso de Direito da Unesc.NUPED (Núcleo de Estudos em Estado, Política e Direito). Unidade Acadêmica de

Ciências Sociais Aplicadas (UNACSA/UNESC) [email protected]

Palavras-Chave: Cidadania, Solidariedade,Conscientização, Instituições Públicas e ONGs.

INTRODUÇÃO

O projeto Solidariedade existe desde o segundo semestre de 2009. Até o final de 2010, já havia beneficiado 72 instituições. O trabalho une extensão e ensino, uma vez que é desenvolvido na disciplina de Ciência Política pelos acadêmicos da 1ª fase do curso de Direito da Unesc, são estes os atores da ação extensionista. Os estudantes visitam instituições sociais comunitárias ou públicas, investigam seus problemas e viabilizam ações práticas, que consiste desde a pintura de um muro até a implantação de uma biblioteca, por exemplo. Estudam e ministram palestras de acordo com o público atendido pelas mesmas. Assim, o objetivo vai além da ajuda material às instituições, mas visando também sensibilizar estes estudantes sobre a realidade do público atendido pelas organizações, promovendo a cidadania dos envolvidos.

METODOLOGIA

A metodologia adotada é crítica e reflexiva, acreditando na construção do conhecimento a partir da problematizarão da realidade, onde os sujeitos envolvidos participam ativamente do processo de ensino e aprendizagem. O projeto é realizado em Ongs, asilos, orfanatos, escolas públicas, centros de recuperação e outros. Acontece em sete etapas: aproximação, observação, investigação, intervenção, afastamento, elaboração dos relatórios e por fim socialização das experiências e avaliação. Os estudantes se organizam em grupos de seis. Cada integrante visita uma instituição. O grupo se reúne e escolhe a mais carente para solucionar algum problema e ministrar palestras, cujos temas variam de Cidadania e Direitos Humanos, Estatuto da Criança e do Adolescente e Estatuto do Idoso, entre outros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto Solidariedade foi desenvolvido por 151 acadêmicos participantes organizados em 28 equipes, coordenados pela professora, auxiliada por duas bolsistas . Foi aplicado de março a julho de 2011 em 19 instituições, totalizando carga horária de 1672 horas de

atividades (visitas, intervenções, estudo e palestras). Foram atendidas cerca de 656 pessoas, que se beneficiaram com o trabalho solidário dos universitários. Os números não mostram todas as mudanças provocadas pelo trabalho, pois além de melhorar a vida dos atendidos pelas instituições, possibilitou uma mudança significativa na maneira desses jovens perceberem a realidade.

CONCLUSÃO

Os futuros operadores do Direito, com o projeto Solidariedade tiveram a oportunidade de despertar sua sensibilidade e empatia para as dificuldades enfrentadas por expressivos setores sociais. Conheceram uma realidade de exclusão, desigualdade e injustiça ao identificar e levantar as conquistas e dificuldades das instituições sociais públicas e/ou filantrópicas mais carentes da região. Com a intervenção prática melhoraram o ambiente dos beneficiados. E com as palestras, ensinaram e aprenderam a ser cidadãos.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todas as instituições que receberam os acadêmicos, a professora Mônica Camargo que está sempre colaborando com o aperfeiçoamento deste trabalho e a própria universidade que financia este projeto através da Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão(Propex), de acordo com o edital Nº 04/2011 UNACSA, aprovado em 2011.

REFERÊNCIAS

CANDAU, Vera Maria. Tecendo a cidadania: oficinas pedagógicas de direitos humanos. 3. ed Petropolis, RJ: Vozes, 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do idoso. 1. ed. São Paulo: LED, 2004. RUZZON, Terezinha Ribeiro. Coletânea de leis da área da criança e do adolescente. Curitíba, PR: Juruá, 2000.

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ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA PET SAÚDE DO MUNICÍPIO DE IÇARA/SC

Gladys Moraes de Carvalho,1 Vanise Ferreira Vieiro,1 Talita Bitencourt Gomes,1 Valdemira S. Dagostin,1 Joni Marcio Farias1

1UNESC/Ed. Física / Enfermagem/psicologia

1 [email protected]

Palavras-Chave: Idoso, PET, Integração, Interação

INTRODUÇÃO

O presente estudo faz parte do Projeto Programa de Educação para o Trabalho - PET Saúde do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC e Prefeitura Municipal de Içara – Secretaria do Municipal de Saúde e contou com a participação de acadêmicos do Curso de Educação Física, Enfermagem e Psicologia. O Ministério da Saúde vem buscando intensificar ações visando a redução de agravos, tendo em vista o aumento significativo de doenças crônicas, principalmente na população da melhor idade. O SUS convive hoje com as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que são de origem multifatorial e compartilham diversos fatores de risco modificáveis, como a alimentação inadequada, inatividade física, obesidade e o tabagismo, e representam atualmente a principal causa de morte no mundo. Diante disso, o Ministério da Saúde incentiva programas preferencialmente interdisciplinares, com foco em ações integradas de saúde que devem ser considerados para conter o avanço dessas doenças, uma das formas é o Programa de Educação para o Trabalho (PET- Saúde), o qual fomenta o processo de integração ensino, serviço e comunidade na perspectiva da interdisciplinaridade. O objetivo principal da presente pesquisa foi correlacionar às variáveis de idade, peso corporal, IMC, percentual de gordura e circunferência abdominal, com os fatores de risco para saúde, como as doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes e hipertensão em participantes do PET Saúde no ESF do município de Içara - SC.

METODOLOGIA

O estudo foi de cunho quantitativo, participaram do estudo 21 indivíduos, com idade média de 60 anos, todos da área de abrangência da ESF Presidente Vargas - Içara/SC. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e posteriormente encaminhado para a avaliação através da consulta. Na anamnese foi verificada a composição corporal, pelas variáveis: peso corporal (PC), estatura, circunferência abdominal (CA) e percentual de gordura (%G). Após esta etapa, os voluntários foram orientados a participar do programa de exercício físico, sendo avaliados após cada etapa do processo. Para análise dos dados foi utilizada a correlação de pearson “r” com nível de significância

p>0,05 pelo pacote estatístico SPSS 18.0

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se a participação efetiva e expressiva dos idosos da comunidade, bem como dos participantes do Clube da 3ª Idade, existente no bairro. Nas consultas, evidenciou-se também a necessidade dos participantes em expor suas dúvidas, o cotidiano e principalmente se COMUNICAR. Na analise dos dados obtidos nas

avaliações, os resultados apresentaram correlação positiva entre o PCxCA (0,927), PCxIMC (0,918). O mesmo foi observado entre as variáveis do IMCxCA (0,915), IMCx%G (0,788) e a CAx%G (0,604). Quando correlacionado as doenças crônicas com outros fatores somente a idade teve correlação de (0,656), e os demais fatores não apresentaram correlação positiva. Figura 01 – Atividades com o grupo

CONCLUSÃO

No contexto geral da interação, comunidade da terceira idade – serviço e academia, através dos bolsistas do PERT Saúde, podem concluir que os fatores de risco podem acontecer de maneira isolada e não tem correlação nesta população. Quando pensamos em saúde nos deparamos com um contexto complexo onde a gestão do cuidado extrapola as atividades, hoje, desenvolvidas pela ESF, seja por esta estar inserida em um sistema curativo centrado no assistencialismo por falta de uma equipe multiprofissional. Compreendemos que a atividade desenvolvida pelo Pet SAÚDE Içara, propiciou uma intervenção integral do cuidado em saúde no olhar das áreas da Educação Física, Enfermagem, Nutrição e Psicologia. Podemos observar a carência por parte da comunidade e da Equipe da ESF de atividades de promoção a saúde. Cabe lembrar que MS, através de portarias ministeriais vem dispondo de recursos financeiros para a construção de academias ao ar livre. ,

AGRADECIMENTOS

Ministério da Saúde, UNESC e a ESF – Vila Nova, em especial às ACS e ao Clube de Idosos.

REFERÊNCIAS

LAGROTTA, M. T. F. Redes de atenção a saúde, territorialização e implementação de linhas de cuidado. Disponível em:

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http://teiasmesquita.ning.com/profiles/blogs/redes-de-atencao-a-saude; Acesso em: 12 fev 2011. CATELLINO, Giovanni Gerson; BOTTER, Rui Carlos; ITELVINO, Lucimar da Silva. Os Fatores Críticos de

Sucesso para a implantação de sistemas integrados de gestão no setor público. Disponível em:

http://www.aedb.br/seget/artigos09/228_ArtigoSEGeT.pdf;Acesso em: junho 2011.

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A ROTATIVIDADE DOS MEMBROS DE UMA COOPERATIVA DE CUSTOMIZAÇÃO DE TECIDOS E VESTUÁRIO: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC

Rossandra Oliveira Maciel,1 Gisele Silveira Coelho Lopes2 1

Universidade do Extremo Catarinense / Acadêmica do Curso de Economia 2

Universidade do Extremo Catarinense / Professora Mestre do curso de Administração [email protected]

Palavras-Chave: Economia Solidária, Cooperativa, Rotatividade, Mulheres

INTRODUÇÃO

Por intermédio do PAES - Programa de Ações em Economia Solidária - a associação beneficente ABADEUS solicitou o apoio da UNESC no processo de incubação da Cooperativa de Produção de Desenvolvimento Sustentável – COOPERDUS, situada em um dos bairros mais carentes de Criciúma – SC. Desta forma, um projeto de extensão foi desenvolvido para suprir tal demanda. Em meio às atividades realizadas no campo, observou-se uma alta rotatividade de cooperadas no empreendimento, diante disto desenvolveu-se uma pesquisa para identificar os principais fatores responsáveis pela rotatividade.

METODOLOGIA

A pesquisa foi descritiva uma vez que a técnica de coleta de dados foi a observação participante e entrevistas com roteiro semi-estruturado, cujo público alvo foram oito mulheres (seis delas cooperadas, e duas ex-cooperadas). A abordagem de análise foi predominantemente qualitativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com Schmidt e Perius (2003), as cooperativas são associações autônomas cujo surgimento dá-se por meio da união voluntária de pessoas que buscam uma propriedade comum visando a suprir suas necessidades. A COOPERDUS é uma cooperativa de costura de customização que não nasceu de uma demanda vinda dos associados, mas através do estímulo de uma instituição: a ABADEUS. Esta visava a criação da cooperativa para atender à demanda por trabalho das mulheres residentes no bairro Cristo Redentor – Município de Criciúma, SC. Além de possuir fragilidades com relação à hierarquia, ao âmbito técnico e gerencial, a COOPERDUS apresentou dificuldades em seguir algumas normas determinadas pelo seu Estatuto, a principal delas é manter o número mínimo de 20 cooperadas. Desse modo, os fatores responsáveis pela rotatividade das cooperadas foram: a) falta de autonomia:

As mulheres, em função da baixa escolaridade, tinham dificuldades em exercer a autogestão. As fragilidades estavam presentes nos momentos das tomadas de decisões, na divisão das sobras, na construção de um fluxo de caixa, na busca por clientes, entre outras situações; b) Desigualdade na divisão das sobras: como não eram as cooperadas mas uma funcionária quem era responsável por dividir as sobras, muitas trabalhadoras ficavam descontentes com o que recebiam. A divisão era feita de acordo com a função desempenhada (corte, costura, bordado, entre outros), as mulheres que

trabalhavam na máquina de costura eram mais valorizadas do que aquelas que cortavam o tecido, ou que bordavam; c) Assimetria de informações: diante da

ausência de Assembleias, as cooperadas decidiam assuntos importantes em pequenos grupos, e muitas vezes não repassavam as decisões às demais associadas, desta forma a cooperativa passou a enfrentar problemas com relação à ausência ou a disparidade de informação; d) Baixa demanda por serviço/produto: havia períodos em que cooperativa encontrava-se com bastante demanda por serviços terceirizados, porém durante outras semanas ou meses não havia serviço, então nestas épocas as cooperadas seguiam com a produção de bolsas ou de objetos decorativos, feitos com tecidos doados; e) Ausência de uma liderança ativa: a COOPERDUS quando foi formalizada teve o seu primeiro presidente, porém a cooperativa não era a sua única ocupação. Com o passar do tempo os seus afazeres aumentaram e sua participação como responsável pela cooperativa diminuiu, o que acarretou em problemas para as cooperadas, pois elas sentiam-se perdidas quando queriam dirigir-se a alguém para tratar de algo importante, não tinham a quem se reportar; f) Resistência a entrada de novas cooperadas: o principal fator responsável pela

rotatividade de cooperadas é a resistência que as trabalhadoras mais antigas tinham com relação às recém integrantes.

CONCLUSÃO

A pesquisa permitiu identificar que as principais causas responsáveis pela rotatividade das cooperadas no empreendimento consistem na falta de autonomia, na desigualdade em dividir as sobras, na assimetria de informação, na baixa demanda por serviço/produto, na ausência de uma liderança ativa e na resistência a entrada de novas cooperadas. A COOPERDUS nasceu impulsionada por uma instituição filantrópica e não se originou pela necessidade, o que se pode concluir, portanto, que este seja o principal fator responsável pela rotatividade das sócias no empreendimento solidário.

AGRADECIMENTOS

O projeto, vinculado ao PAES, foi inteiramente financiado pela UNESC – UNA CSA.

REFERÊNCIAS

SINGER, Paul. Introdução à economia solidária. São

Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002. CATTANI, Antonio D. A outra economia. Porto Alegre:

Veraz, 2003.

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INTERPRETANDO, COMPREENDENDO E PRODUZINDO TEXTOS: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO

Jéssica Vieira Mendes,1 Antonio Serafim Pereira,2 Eloir Fátima Mondardo Cardoso3 1,2,3

PPGE/FORGESB/Colégio UNESC [email protected]

Palavras-Chave: Interpretação, Ensino, Leitura

INTRODUÇÃO

Este trabalho originou-se do Projeto de Extensão/UNESC, “Construindo novas possibilidades de aprendizagem para os alunos do ensino fundamental do Colégio de Aplicação da Unesc: uma experiência de extensão”. Ressalta-se que as defasagens conceituais de alguns alunos do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de Língua Portuguesa justificam a importância do desenvolvimento desta extensão. Tais dificuldades são decorrentes da não apropriação de conceitos essenciais anteriormente estudados. Para tal, a fundamentação teórica foi buscada nas obras de GERALDI (2006); PENNAC (1993); PERINI (2010), incluindo o Ensino por Problematização e Pesquisa (EPP) que constituem os pressupostos pedagógicos do Colégio de Aplicação (CARDOSO e PEREIRA, 2010). O objetivo deste projeto, então, é contribuir para que os alunos envolvidos superem as defasagens conceituais na interpretação e produção de textos.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do projeto foi adotada a seguinte metodologia: a) seleção dos alunos a serem atendidos; b) definição dos conceitos essenciais, conforme as necessidades dos discentes; c) estudo teórico e metodológico dos conceitos definidos; d) apresentação/discussão do projeto para os pais dos alunos envolvidos; e) acompanhamento semanal das aulas regulares de Língua Portuguesa ministradas pela professora titular; f) planejamento com a professora titular, em horário específico, das tarefas de ensino a serem desenvolvidas em relação ao projeto; g) execução do plano de ensino em horário inverso às aulas regulares dos alunos; h) registro sistemático do processo em desenvolvimento. Importa ressaltar que o atendimento aos alunos é semanal. Em todos os momentos da execução do projeto vem sendo garantida a interrelação entre a professora titular e bolsista.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o momento, são atendidos três alunos do 7º ano e quatro do 6º, que integram o projeto desde o início,

considerados prioritários pela professora titular em função das dificuldades evidenciadas na leitura, interpretação e produção textuais. Conforme análise conjunta com a professora titular, os alunos vêm superando gradativamente as dificuldades, com reflexo positivo em seus desenvolvimentos conceituais em relação à interpretação e produção escrita, tanto que um aluno do 6º ano foi dispensado do atendimento. No atual semestre, quatro alunos do 6º ano e um do 7º foram incorporados ao projeto, tendo em vista os resultados das suas avaliações no que se refere à interpretação e produção textual. Os novos alunos, por seu desenvolvimento e dificuldades específicas, passaram a compor uma nova turma.

CONCLUSÃO

Embora os resultados obtidos até agora sejam parciais (projeto em andamento), tem se evidenciado que a iniciativa se configura como possibilidade de aprendizagem dos conceitos de Língua Portuguesa. De modo que os alunos possam pensar de forma mais crítica. Articulando a leitura com as interpretações que vão além do conteúdo da sala de aula. E a reprodução escrita de experiências e conhecimentos adquiridos. Do mesmo modo, reforça nossa posição a articulação do projeto ao EPP e à modalidade personalizada e sistemática de atendimento dos alunos.

AGRADECIMENTOS

O projeto é financiado pela PROPEX/UNAHCE/UNESC.

REFERÊNCIAS

CARDOSO e PEREIRA, Eloir Fatima M e Antonio S. Roteiro, Joaçaba, v.35, n.2, p.343-362, Jul./dez., 2010

GERALDI, João W. (org.). O texto na sala de aula. 4.ed.

São Paulo: Ática, 2006. PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro:

Rocco, 1993. PERINI, Mário A. Gramática do Português Brasileiro.

São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

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O ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA COMO TEMA GERADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Cristiane Machado de Souza,1 Érika Gomes Betetti Ferreira,2 Laura Freitas Figueredo,3 Cíntia Pereira,4 Yuri Zanerippe Miguel5

1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Araranguá (IF-SC)

2,3,4,5 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Araranguá (IF-SC)

[email protected]

Palavras-Chave: Ano Internacional da Química, Química Moderna, Teoria de Ausubel.

INTRODUÇÃO

O projeto aqui relatado está sendo desenvolvido nas aulas de ciências para 8ª série do Ensino Fundamental, da Escola de Ensino Básico Municipal Nova Divinéia. O tema gerador foi o “O ano Internacional da Química” declarado pela UNESCO e IUPAC. Sendo de grande valia aos bolsistas no que se refere a prática da iniciação à docência e as experiências do cotidiano de um professor. Constatou-se na disciplina de química que os experimentos foi um facilitador da aprendizagem no ensino fundamental. Buscando uma maior disposição dos discentes em aprender, consequentemente os levando a uma aprendizagem significativa.

METODOLOGIA

O referencial teórico para o trabalho foi a Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, procurar despertar a predisposição de aprender (uma das condições necessárias para ocorrer aprendizagem significativa, segundo Ausubel) procurando mostrar aos discentes a importância da química na vida do ser humano e o quão presente ela está em nosso dia-a-dia.

As aulas iniciaram com o filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, sendo este utilizado como organizador prévio que, segundo Ausubel é a ponte entre o que aprendiz que já sabe e o que ele deveria saber a fim de que o novo material pudesse ser aprendido de forma significativa. Ou seja, organizadores prévios são úteis para facilitar a aprendizagem na medida em que funcionam como “pontes cognitivas”.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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Após isso a abordagem foi histórica, ou seja, com a história da química, iniciando com a Alquimia até o nascimento da Química Moderna. A seguir selecionamos onze químicos e os classificamos como “Os Heróis da Química”. Cada químico era discutido com uma contextualização histórica, experimentos e a sua química. Em um exemplo, quando discutimos Dimitri Mendeleev foi construído uma tabela periódica interativa para sua melhor compreensão, além da história de seu sonho com a tabela periódica e as suas propriedades químicas. Para a verificação dos resultados obtidos em relação a aprendizagem dos discentes foram realizados seminários, avaliações, jogos interativos, com isso, obtivemos dos alunos um resultado satisfatório na aprendizagem em relação ao ensino que tinham pelo método tradicional.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os primeiros resultados mostram que os alunos do Ensino Fundamental estão mais motivados para aprender Química, bem como o professor titular da escola que se sente mais a vontade em lecionar tais temas.

CONCLUSÃO

A prática docente proporcionada por este projeto possibilitou a nós bolsistas, acadêmicos da licenciatura maior confiança para atuação na docência.

AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos vão à Capes, ao IF-SC (Campus Araranguá), ao professor orientador e coordenador e à todos os colegas bolsistas.

Apoio: Capes

REFERÊNCIAS

STRATHERN, Paul. Sonho de Mendeleiev, o - a verdadeira história da química: Tradução, Maria Luiza

X. de A. Borges - Editora: Jorge Zahar Editores; Rio de Janeiro, 2002, Ed. 1ª; MOREIRA, Marco Antônio. MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem significativa - a teoria de David Ausubel: Editora Centauro, Ed. Centauro – 2006;

Moreira, Marco Antônio. Teorias de aprendizagem:

Editora EPU, Ed. 2ª, 2005.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL: EXERCENDO A CIDADANIA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Cristiane Woszezenki,1 Luciana Bolan Frigo,2 Geison João Euzébio,3 Joildo Schueroff,4 Vanessa Martins,5 Gabriela Fernandes Ferreira,6 Elis Regina Macedo,7

Scharlene Alano8 1,3,5,6,7,8

Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) – Campus Araranguá – Araranguá – SC – Brasil 2,4

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Campus Araranguá – Araranguá – SC – Brasil [email protected]

Palavras-Chave: Inclusão Digital e Social, Redes Sociais, Cidadania.

INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta uma proposta de inclusão digital e social trabalhada no projeto intitulado “Inclusão Digital e Social: Exercendo a Cidadania na Sociedade da Informação”. Tal projeto está sendo executado pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Campus Araranguá em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Campus Araranguá e é fomentado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq). Ele abrange a comunidade do município de Araranguá, onde se configura um cenário com um número considerável de excluídos digitais. Segundo Castells (1999), existem três formas de um indivíduo ser um “excluído digital". Primeiro, ele não tem acesso à rede de computadores. Segundo, tem acesso ao sistema de comunicação, mas com uma capacidade técnica muito baixa. Terceiro, ele está conectado à rede e não sabe qual o acesso que deve usar, qual a informação que deve pesquisar, como combinar uma informação com outra e como a utilizar para a vida. De acordo com ele, esta é a forma mais grave de exclusão porque amplia e aprofunda a exclusão mais séria de toda a História; é a exclusão da educação e da cultura porque o mundo digital se incrementa extraordinariamente. Cria-se então, um desafio que vem a ser chamado de inclusão digital. De acordo com Lemos (2005), estar inserido digitalmente é considerado um direito dos cidadãos e uma condição fundamental para a sua existência no mundo da informação e da comunicação. Incluir os cidadãos à era da informação passa a ser uma obrigação para os poderes públicos já que comumente associa-se inclusão digital como uma forma de inclusão social. Nesse contexto, a inclusão digital é um tema de grande debate entre governos e organizações mundiais. O governo federal brasileiro executa e apoia ações de inclusão digital por meio de diversos programas. Dentre esses programas encontram-se o Casa Brasil (telecentros comunitários), UCA (Um Computador por Aluno), Quiosque do Cidadão, CVTs (Centros Vocacionais Tecnológicos) e o Programa Estação Digital. (PORTAL, 2011). Contudo, parece que a grande maioria dos programas está concentrada na ênfase ao aprendizado técnico. A inclusão digital não deve ser apenas um modelo de ensino técnico, onde alunos aprendem determinados softwares e como navegar na Internet. Para Lemos (2005), incluir deve ser um trabalho de desenvolvimento das habilidades cognitivas, transformando informação em conhecimento, transformando utilização em apropriação. Dessa forma, a proposta do projeto “Inclusão Digital e Social: Exercendo a Cidadania na Sociedade da Informação”, mais do que proporcionar a aquisição de habilidades básicas para operar um computador e interagir com seus sistemas, é tornar um excluído digital em um cidadão capaz de interagir com autonomia nas redes digitais e sociais como

produtor de informações e com competência para utilizar os dispositivos de participação social e política através da rede. Esse projeto também considera a capacitação das pessoas para a utilização dos recursos de informática em favor dos interesses e necessidades próprios e comunitários, atentando sempre para suas responsabilidades como cidadão. Com isso, objetiva-se desenvolver a cultura digital no público-alvo para que eles se tornem sujeitos ativos socialmente. A proposta de ensino-aprendizagem adotada neste projeto é baseada no conceito de educação dialógica e problematizadora apresentada por Freire (1996). Esta abordagem é oposta à educação tradicional, intitulada por Freire como educação “bancária”, a qual é baseada no princípio de depósito de informação unilateral considerando o aluno como receptáculos de informações prontas. Do contrário, a educação problematizadora proporciona a tomada de consciência dos indivíduos a cerca de sua realidade. Freire (2003) insiste na necessidade de uma educação corajosa, que coloque diante do homem comum os problemas de seu tempo. Assim, na concepção Freireana, a educação possui uma dimensão política que pretende, ao prover o indivíduo de condições intelectuais autônomas, despertar nele a perspectiva de reconhecer-se como sujeito ativo do todo, que é a sociedade civil. Somente a consciência política pode libertar o indivíduo de sua ignorância social, possibilitando que os homens e mulheres lutem pelos seus direitos básicos de cidadãos. É importante ressaltar que o conhecimento não é transmitido de um sujeito (educador) para um objeto (educando). Ele é resultado de uma busca em conjunto de todos os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, de forma crítica em relação à realidade. Na abordagem da educação bancária, o educando não é desafiado a construir conhecimento, somente recebe informações prontas e acabadas. Uma vez que o ser humano somente age sobre algo após conhecê-lo em sua complexidade, todo conhecimento produzido traz consigo uma mudança na realidade, possibilitando que ele ponha a si e seus conhecimentos como problema. Problematizando a si e ao mundo, o homem pode partir para a mudança e planejar sua intervenção.

METODOLOGIA

O desenvolvimento deste projeto visa possibilitar que excluídos digitais da cidade de Araranguá/SC exerçam sua cidadania através da capacitação no uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC‟s) e da transformação da realidade onde vivem. Foram sorteados 40 alunos dentre os mais de 200 inscritos para realizarem um curso de 240 horas. Estes alunos estão divididos em duas turmas de 20 alunos, uma no período vespertino e outra no período noturno. Os laboratórios e bolsistas estão a disposição dos alunos para que eles possam exercitar os conteúdos vistos em aula. O projeto foi

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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dividido em duas etapas, a primeira possuiu 92h e consistiu na alfabetização tecnológica, capacitando os alunos a usarem o computador que vai desde a apresentação dos recursos físicos como teclado, mouse até o uso de aplicativos e recursos virtuais como editor de texto, acesso a Internet, e-mail, etc. O uso de software livre é um fator essencial para mostrar que existe acesso público e gratuito aos principais recursos computacionais, assim como desestimular o uso de sistemas operacionais e aplicativos piratas muito difundidos no Brasil. Outro fator que reforça ainda mais esta necessidade é que 67% dos alunos possuem renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos. Segue abaixo a tabela 01, que explicita o cronograma elaborado para a primeira etapa do curso: Tabela 01 – Cronograma da primeira etapa do curso

Item Carga Horária (h)

Introdução ao computador 4 Sistemas operacionais (S.O) 2 Utilizando um S.O 12 OpenOffice Editor de Texto 20 OpenOffice Editor de Slides 20 OpenOffice Planilhas 20 Internet 16

Na segunda etapa do projeto, que contém 148h, o aluno está sendo capacitado e estimulado a utilizar as tecnologias de informação e comunicação em favor dos interesses e necessidades próprios e comunitários, atentando sempre para suas responsabilidades como cidadão. Nessa fase, os alunos recebem câmeras digitais emprestadas para que eles registrem, por meio de fotografias e vídeos, problemas enfrentados em alguns contextos do seu dia a dia, como transporte, saúde, saneamento básico, pavimentação, educação, moradia, entre outros. O aluno será capacitado a editar as imagens e os vídeos capturados e disseminá-los na Internet por meio das redes sociais, blogs e websites com comentários, críticas e sugestões de sua autoria. O cronograma apresentado na tabela 02, abaixo, é relativo a segunda etapa do curso: Tabela 02 – Cronograma da segunda etapa do curso

Item Carga Horária (h)

E-mail 12 Introdução as redes sociais 4 Orkut 16 Twitter 12 Facebook 20 Editor de imagens 28 Editor de vídeo 28 Blogs 28

Atualmente o projeto se encontra na metade da segunda etapa, sendo assim, os beneficiados com o curso estão começando a aprender edição de imagens.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O objetivo principal do projeto é o de desenvolver a cultura digital no público-alvo para que eles se tornem sujeitos ativos socialmente, exercendo a cidadania. Para uma aprendizagem significativa, segundo Ausubel, dois fatores são indispensáveis: (i) pré-disposição dos educandos para aprender e (ii) material potencialmente significativo (MOREIRA, 1982). A pré-disposição dos educandos para aprender é construída em conjunto com

os alunos e os professores por meio da educação dialógica e problematizadora, discutida anteriormente. O material potencialmente significativo utilizado neste projeto compreende o planejamento das aulas, a construção das aulas, as apostilas desenvolvidas, as câmeras digitais e as TICs (Internet, navegadores, editores de imagem, editores de vídeo entre outros). Por meio dessa aprendizagem, espera-se que a hierarquização social excludente na sociedade da informação seja desmistificada, mostrando aos educandos que todos possuímos igual valor perante a sociedade. Espera-se também que o educando se sinta motivado a se manifestar quando deparar-se com algum problema, seja onde vive, onde trabalha ou onde estuda, buscando soluções e melhorias, de forma crítica, para o espaço que o cerca, assim aumentando sua qualidade de vida e trazendo benefícios para toda a sociedade. Os produtos de tais manifestações de cidadania serão: (i) blogs com matérias que apresentam e discutem os problemas sociais percebidos pelos cidadãos, fazendo críticas à situação atual e propondo melhorias; (ii) imagens e vídeos editados para enriquecer o conteúdo informacional dos blogs criados; (iii) novos usuários de redes sociais, como o Twitter e o Facebook, participando ativamente da produção de informações.

CONCLUSÃO

A oportunidade de conhecer e entender os meios digitais proporciona ao educando novos caminhos para o crescimento pessoal, profissional e formação de opinião. Abre-se uma porta que antes era tão distante de seu cotidiano, proporcionando o contato com assuntos que pareciam inalcançáveis. Com isso, após a conclusão do curso, espera-se que os alunos tornem-se cidadãos críticos, que possuam a capacidade de analisar e questionar o ambiente em que vivem; que sejam produtores de informações e não apenas simples conhecedores de ferramentas digitais.

AGRADECIMENTOS

Este projeto está sendo financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq).

REFERÊNCIAS CASTELLS, M. (1999) “A sociedade em rede”. São

Paulo: Paz e Terra. LEMOS, A., Costa, L. (2005) “Um modelo de inclusão digital: o caso da cidade de Salvador”. Revista de Economía Política de lãs Tecnologias de La Información y Comunicación. Vol III, n.6.

FREIRE, P. (1996) “Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa”. São Paulo: Paz e

terra. FREIRE, P. (2003) “Educação como prática da liberdade”. Rio de Janeiro: Paz e terra.

MOREIRA, M., MASINI, E. (1982) “A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel”. São Paulo:

Moraes. PORTAL Inclusão Digital (2011). Disponível em:

http://www.inclusaodigital.gov.br. Acesso em: 24 de junho de 2011.

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WEB RÁDIO: ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA E COMUNITÁRIA

Celso Luiz Ogliari,1 Thiago Steckert,2 Marcio Vieira de Souza3 1Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Campus Araranguá, Laboratório de Mídia e Conhecimento

2,3 Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Campus Araranguá, Laboratório de Mídia e Conhecimento

[email protected]

Palavras-Chave: web rádio, novas tecnologias, cibernético

INTRODUÇÃO

O Conceito de Rádio Web surge a partir da possibilidade de fusão das tecnologias do rádio (AM/FM) com a internet, transmitindo notícias, músicas e entretenimento além de outras funções: publicação de notícias no site, já anunciadas pelo locutor, fotos, vídeos e anúncios além de interação com mídias e redes sociais. Segundo o escritor Manuel Castells estamos em processo de transformação estrutural desde há duas décadas, um processo associado ao advento das novas tecnologias de comunicação e informação. Segundo Castells sabemos que a tecnologia não determina a sociedade e sim a sociedade dá forma à tecnologia de acordo com suas necessidades, valores e interesses (CASTELLS, 2005). Nesse contexto importa mensurar a capacidade de integração das novas tecnologias, pois com o crescimento do ciberespaço, a chamada "rede", criando a cibercultura, a escrita e a mídia de massas expandiram a cultura, universalizando a informação e difundindo-a para os locais mais distantes, mesmo que na maior parte das vezes se tenha utilizado o padrão mais influente dos detentores dos canais de comunicação. O que torna a cibercultura especial é o fato de ser construída a partir da vontade de pessoas comuns, desde que conectadas à rede. Para Lévy "a interconexão e o dinamismo em tempo real das memórias on-line tornam novamente possível, para os parceiros da comunicação, compartilhar o mesmo contexto, o mesmo imenso hipertexto vivo" (LÉVY, 1999, p. 118). Questionar se a internet será o meio principal para transmitir e guardar a grande quantidade de conteúdo, além de produzir e transmitir a produção das mídias que para lá estão migrando, é uma questão para a qual uma resposta definitiva ainda necessita de algum tempo para avaliação. Segundo o IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, a partir de dados da Anatel e Grupos de Mídia (seção Rádio), o número de Rádios Comunitárias sofreu um crescimento exponencial se comparado aos demais tipos de emissão, passando de 980 emissoras em 2001 para 3.897 em 2009. Esses números comprovam o espaço que essa mídia ainda tem a ocupar (IPEA, 2010). Importa observar o fato de que a web rádio atua com um sistema de comunicação particular, incluindo o aspecto verbal (escrito) além do visual, códigos que permitem novas formas de expressão e novas regras para compor a teia da informação na rádio multimídia, construindo uma linguagem específica para a mesma, já que as características linguísticas do rádio tradicional não lhe cabem totalmente (PLAZZA, 1998). Há uma consciência em torno da realidade de que o número de pessoas conectadas à rede aumenta numa escala assustadora, delegando importância ao estudo do processo de migração da rádio tradicional para o universo do ciberespaço. Um fator a ser levado em conta nessa transição diz respeito à necessária análise do design do site onde será inserida a rádio web, já que as páginas da Web adquiriram popularidade justamente por serem gráficas, e a orientação e referência para sua estruturação é buscada em outras mídias, principalmente no meio

impresso. Importa avaliar o fato de que o desenvolvimento e o uso de softwares, sua aquisição, adaptação e uso permeiam as atividades de inovação empresarial. Um produto comercial usado em um processo interno não deixa de ser uma inovação por envolver pesquisa e desenvolvimento experimental. Ademais, todos os tipos de inovação podem envolver a aquisição e a adaptação de softwares; o software não é uma inovação em si, mas é necessário para seu desenvolvimento e implementação (OECD, 2005). Assim, agregando a importância da inovação aos atributos do novo formato em desenvolvimento que, com o auxilio de seu suporte, a internet e todo seu potencial, proverá a empresa de elementos importantes num mundo global onde cada vez mais é necessário buscar diferenciais. A partir dessas premissas sua vocação, objetivo principal, tenderá pela produção de conteúdo de extensão educacional e informativo sobre a região do Vale do Araranguá e o Campus da UFSC, fortalecendo a utilização da rádio web como ferramenta de Tecnologia da Informação e Comunicação para o aprendizado dos alunos, divulgando e fortalecendo a identidade da comunidade local através da integração proporcionada por uma rádio.

METODOLOGIA

O Conceito de Rádio Web surge a partir da possibilidade de fusão das tecnologias do rádio (AM/FM) com a internet, transmitindo notícias, músicas e entretenimento, além da possibilidade de reunir outras funções. Agregando todo o ferramental que a internet disponibiliza e suas múltiplas possibilidades surgiu a web rádio ARAPONTOUFSC. Trata-se de um projeto do Laboratório de Mídia e Conhecimento do Campus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina, que conta com uma equipe formada por um professor orientador e estudantes bolsistas pertencentes ao curso de Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC. Sua principal meta é proporcionar um novo canal de divulgação das atividades sociais, culturais, de extensão e científico-acadêmicas desenvolvidas pela Instituição e pela comunidade do Vale do Araranguá. O projeto da web rádio ARAPONTOUFSC, cujo nome foi inspirado em projeto semelhante desenvolvido no Curso de Jornalismo do Campus Central da mesma Instituição, desde 1999, http://webradioarapontoufsc.blogspot.com/ A web rádio ARAPONTOUFSC começou a ser estruturada em setembro de 2010, com a finalidade de socialização do Campus Araranguá da UFSC com a comunidade da região do Vale do Araranguá. Ela torna possível um espaço para a exposição de idéias e projetos disponibilizando uma programação diversificada para um público heterogêneo, prezando pelo padrão de qualidade. Os bolsistas do Curso de Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC, do Campus, têm um papel fundamental dado o suporte na montagem, manutenção e funcionamento da rádio web, pesquisando softwares livres que possibilitem a criação e montagem de rádios livres utilizando software não proprietário. Pensar a arquitetura

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do site, sistema de navegação que permite ao usuário ir para qualquer área estando em qualquer página, é um fator imprescindível ao projeto. Quem acessa a Internet quer as informações de forma rápida, além do fato de que uma estação de rádio via internet tem a necessidade de apresentar seus sites com visual atraente. Assim, avaliou-se uma forma de apresentação que seguisse regras claras, conscientes de que, segundo Roger Black, da mesma forma que 75 por cento das pessoas lêem somente a metade superior de um jornal dobrado, a maioria dos navegadores provavelmente nunca irá fazer a rolagem da tela (BLACK, 1997). Seguindo esses norteadores optou-se pela inclusão de elementos básicos considerados de interesse do público a ser atingido, partindo do interno, o aluno. Assim, premiou-se uma maior carga de elementos visuais atrelados ao Campus Araranguá da UFSC. Paulatinamente serão agregados elementos da comunidade, tanto quanto será disponibilizado espaço para programas que reverenciem a cultura local. No ar em fase experimental a ARAPONTOUFSC aguarda os equipamentos necessários para sua ampliação, através de um projeto já aprovado pelo Laboratório de Mídia e Conhecimento em edital da UFSC, quando contará com a possibilidade de transmissão, via FM, interna ao Campus, gerando um circuito interno de rádio que será utilizado durante os intervalos e em áreas de convívio, além de equipamentos para produção de áudio e vídeo pela equipe do Laboratório. Além disso, como parte do projeto, pretende implementar oficinas junto às escolas locais promovendo o interesse dos alunos pela mídia além de reservar espaço para veiculação de programação produzida pelos

estudantes da região.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A rádio web ARAPONTOUFSC iniciou a partir da criação, elaboração da programação e testes iniciais que avaliaram sua eficácia corrigindo os pontos considerados problemas. Sua operacionalização e entrada no ar aconteceram a partir da existência de uma programação previamente estruturada com o necessário diferencial de contar com um conteúdo exclusivamente produzido para a internet. Além disso, era necessário pensar a arquitetura do site, sistema de navegação que permitiria ao usuário ir para qualquer área estando em qualquer página. Quem acessa a internet quer as informações de forma rápida, além do fato de que uma estação de rádio via internet tem a necessidade de apresentar seus sites com visual atraente. As múltiplas ações e preocupações da web rádio ARAPONTOUFSC têm como meta o sucesso dos objetivos do Campus Araranguá da UFSC, em particular a produção de elementos em consonância com a cultura local como forma de alavancar a região por meio de ações da Instituição. No nível interno terá importante papel na veiculação, produção e criação de produtos para o público discente e docente, via áudio e vídeoaulas, informação, música, programas de cultura geral, dentre outros. Essas ações reduzirão a distância entre a Administração do Campus da Instituição, alunos e professores, além de aproximá-los das comunidades que formam o Vale do Araranguá.

CONCLUSÃO

O rádio é o veículo de comunicação de maior alcance, importante para a disseminação do conhecimento. O rádio via internet amplia essa vantagem aliando baixo custo,

amplo acesso e descentralização da produção. Além disso, o rádio manterá suas principais características inalteradas durante parte do presente século, por se tratar de um meio que consegue estar presente em todos os lugares, de preço acessível a todos, de caráter democrático, de fácil usabilidade e, o mais importante para o público, a rapidez na reprodução do fato jornalístico (MOREIRA, 2002). Castells preconiza que um novo mundo tomou forma no fim de milênio anterior, resultante de três processos independentes: revolução da tecnologia da informação; crise econômica do capitalismo e do estatismo e a conseqüente reestruturação de ambos e o apogeu de movimentos sociais e culturais, tais como libertalismo, direitos humanos, feminismo e ambientalismo. A interação entre esses processos e as reações por eles desencadeadas fizeram surgir uma nova estrutura social dominante, a sociedade em rede; uma nova economia, a economia informacional/global; e uma nova cultura, a cultura da virtualidade real. A lógica inserida nessa economia, nessa sociedade e nessa cultura está subjacente à ação e às instituições sociais em um mundo interdependente (CASTELLS, 2005). Assim, esse aprimoramento tecnológico que conquistamos hoje nos permite enviar e receber idéias, pensamentos e reflexões por meios anteriormente limitados a ondas eletromagnéticas controlados por concessões governamentais, hoje disponíveis gratuitamente. A era do rádio digital está próxima, sabedores que somos das faculdades dessa nova tecnologia, seja pelo aumento da qualidade das transmissões, deixando a AM com qualidade de FM e a FM com qualidade de CD, ou pelo envio de textos que poderão ser lidos pelo display do rádio. A variedade de serviços disponíveis propicia uma gama maior de chances de a emissora ser conhecida pelo público, pautados pela máxima de que quanto mais facilitado o acesso maior será a possibilidade de atração de novos ouvintes. Além disso, a integração e a convergência multimídia é cada vez mais uma realidade do mundo real e virtual. A partir dessas premissas pode-se antever que a vocação da rádio web ARAPONTOUFSC tenderá pela produção de conteúdo de extensão educacional e informativo sobre a região do Vale do Araranguá e o Campus da UFSC, fortalecendo a utilização da rádio web como ferramenta de Tecnologia da Informação e Comunicação para o aprendizado dos alunos, divulgando e fortalecendo a identidade da comunidade local através da integração proporcionada por uma rádio.

REFERÊNCIAS

BLACK, Roger. Web sites que funcionam. São Paulo:

Ed. Quark, 1997. CASTELLS, Manuel. Era da informação: economia,

sociedade e cultura. Vol. I, II e III. São Paulo: Paz e Terra, 2005. ITU - INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION. World Telecommunication/ICT Development Report 2010. Geneva Switzerland: ITU, 2010.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

MOREIRA, Sônia Virgínia. Tecnologia e Legislação para o rádio no século XXI. In: MOREIRA, Sônia Virgínia;

DEL BIANCO, Nélia (Org.) Desafios do rádio no século XXI. Rio de Janeiro: UERJ, 2002.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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OBERCOM. Observação e saber em comunicação.

Anuário da Comunicação 2008-2009. Lisboa: OberCom, 2010.

OECD. Manual de Oslo: Diretrizes para coleta e

interpretação de dados sobre inovação. 3ª ed. Paris: OECD, 2005. PLAZZA, Júlio. Processos Criativos com os meios Eletrônicos: poéticas digitais. São Paulo: Hucitec, 1998.

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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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GUIA CONSTRUTIVO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL EM UMA BICICLETA NOTURNA ECOLÓGICA

Arthur Warmling,1 Andrei Leandro Morsch Franco,2 Bernardo Simon Provedan,3 Fábio Evangelista Santana,4 Magno Oliveira Homem,5 Paulo Eduardo Rossi,6 Piero

Generoso dos Santos7

1,2,3,4,5,6,7Instituto Federal de Santa Catarina/ Campus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica

[email protected]

Palavras-Chave: Sustentabilidade, Energias alternativas, Passeio ciclístico.

INTRODUÇÃO

A constituição brasileira, em seu artigo 225 (BRASIL, 1988), diz que todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida, cabendo a todos e ao Poder Público o dever de preservá-lo e defendê-lo para as presentes e futuras gerações. Contrariamente à constituição, o meio de transporte mais utilizado pelos brasileiros para

locomoção dentro da cidade, com pouco mais de 44%, é o transporte público, sendo este, em geral, o ônibus,

seguido pelo transporte por carro, 23,8%, e por moto e a pé com valores similares, 12,6% e 12,3%, respectivamente. Só 7% dos brasileiros usam a bicicleta como principal meio de transporte. A Região Sul

é onde menos se usa a bicicleta (2%) e as regiões Norte e Nordeste, onde mais se usa (17,9%, tanto no Norte como no Nordeste). (IPEA, 2011). Diante da importância da missão que uma escola representa, enquanto representante de uma grande parte da população do município ao qual está inserida, envolvidos direta e indiretamente com a escola, cabe a ela a parcela de estar direcionando a comunidade no desenvolvimento de conceitos, valores e atitudes que a conscientize do papel do ser humano na sociedade. Assim sendo, este projeto pretende promover o uso da bicicleta como meio de transporte, por entender que essa forma de deslocamento é ecologicamente correta, pois proporciona saúde, é limpa, é rápida e economicamente viável.

METODOLOGIA

Será realizado um passeio ciclístico noturno partindo do câmpus Araranguá do Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), passando pelo centro da cidade e retornando ao câmpus. Durante o passeio, 50 ciclistas utilizarão coletes reflexivos modelados e confeccionados por alunos dos cursos técnicos de Moda e Têxtil e em 50 bicicletas serão montados kits para geração de energia elétrica, que será utilizada para acender luzes, a fim de servir de sinalização para as bicicletas no trânsito, com o propósito de garantir a segurança dos ciclistas. Além dos participantes que receberão estes produtos, o passeio será aberto para a comunidade interna e externa do câmpus, sem limite para o número de participantes. As principais atividades envolvidas neste projeto são: - Modelagem dos coletes reflexivos, utilizando os conhecimentos das disciplinas de modelagem do curso de Moda. Para o desenvolvimento do colete reflexivo, foi considerado como principal requisito a segurança para os ciclistas durante um passeio noturno, buscando-se, por meio de pesquisas na área de moda (MAGAZINE BUREAU SANTISTA, 2011), o melhor desenho e o material adequado para refletir em ambientes com baixa luminosidade. Partiu-se do processo de criação, passando-se pelo desenvolvimento do croquis e

culminando com a modelagem do colete, em cor fluorescente, com adesivos reflexivos (Fig. 01);

Figura 01 – Modelagem do colete reflexivo - Costura e acabamentos para obtenção do produto final, culminando na confecção dos coletes reflexivos, a partir dos conhecimentos da disciplina de Costura do curso Têxtil; - Desenho do esquema elétrico do kit (Fig. 02) e montagem da bobina, de acordo com o aprendizado das disciplinas de Eletricidade Básica e Eletrônica. De maneira a facilitar a escolha entre as mais variadas técnicas para regular a energia produzida (MOHAN & ROBBINS & UNDERLAND, 2002; MALVINO, 2008), foram considerados critérios como: auxílio na consolidação dos conhecimentos adquiridos em curso técnico em eletromecânica, capacidade de produção em série, facilidade de instalação e custo. O método de regulação que mais se adequa a estas características é a limitação de tensão por diodo Zener, no qual resistores em série limitam a corrente disponível para diodos emissores de luz (LED), responsáveis pela sinalização da bicicleta. A sinalização é efetuada por grupos de LED

localizados na parte traseira e dianteira da bicicleta, com três LED vermelhos localizados sob o selim, e quatro LED de cor branca no garfo da roda dianteira (Fig. 03); Figura 02 – Diagrama do arranjo proposto

- Usinagem de uma peça que servirá como matriz para modelagem dos suportes do ímãs, a fim de fixá-los na roda da bicicleta; esta tarefa será executada no Laboratório de Usinagem; - Construção dos suportes para fixação do ímãs;

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- Teste do kit elétrico em uma bicicleta; - Preparação dos kits elétricos para distribuição no dia do passeio; - Elaboração de um guia de construção e instalação do kit elétrico; - Divulgação do passeio ciclístico; - Discurso de abertura do passeio; - Realização do passeio; - Lanche de fechamento do passeio; - Visitação ao câmpus Araranguá pelos participantes da comunidade. Figura 03 – Representação da bicicleta noturna ecológica

Na recepção dos participantes ao local de concentração, os alunos extensionistas da Eletromecânica irão instalar os kits elétricos nas bicicletas, entregando-lhes também o manual, com o qual os participantes poderão acompanhar a instalação e, posteriormente, possa replicar a construção e instalação do kit na comunidade. Enquanto isso, alunos da Moda e do Têxtil irão distribuir os coletes, explicando brevemente aos participantes seu o processo de modelagem e confecção. Antes do passeio, no local de concentração dos participantes, haverá um discurso de abertura, destacando-se a importância do uso da bicicleta como meio de transporte ecologicamente correto, das medidas de segurança que devem ser adotadas pelos ciclistas, destacando-se as pedaladas noturnas e do uso da tecnologia como meio econômico e ecológico para geração de energia. Pouco antes do início do passeio, o Grupo Papaléguas de Ciclismo de Araranguá, parceiro externo no projeto, irá orientar os participantes sobre normas e condutas para ciclistas no trânsito. Durante a realização do passeio haverá momentos de interação entre os servidores e alunos do câmpus e a comunidade, momento oportuno para executar a prática esportiva como instrumento de aproximação e convivência entre pessoas. Após a realização do passeio será oferecido um lanche para os participantes e, na sequência, haverá uma visitação ao câmpus, de tal maneira que os participantes possam conhecer melhor os cursos oferecidos e compreender a origem dos conhecimentos aplicados para a produção dos produtos distribuídos no passeio, despertando nos participantes a vontade de aprender uma profissão e se tornar um aluno do IF-SC. Após a visitação haverá um estande para inscrição de candidatos interessados em participar do processo seletivo para ingresso. A reflexão sobre esta ação extensionista se dará pela comparação do número de inscritos antes e depois do passeio.

CONCLUSÃO

Como conclusões parciais do projeto, destacam-se seu caráter interdepartamental e interdisciplinar. A equipe

interdepartamental do projeto foi composta por representantes docentes e discentes dos três cursos técnicos oferecidos no câmpus Araranguá (Eletromecânica, Moda e Têxtil), um docente do curso superior (Licenciatura em Ciências da Natureza, com habilitação em Física), uma servidora técnica administrativa, além de membros da comunidade, representados pelo Grupo Papaléguas de Ciclismo de Araranguá, como parceiros externos para auxiliar execução do projeto. A característica interdisciplinar do projeto se dará por meio dos diversos conhecimentos envolvidos para a criação dos produtos a serem desenvolvidos no projeto. Por exemplo, docentes das áreas de Engenharia Mecânica e Engenharia Elétrica e discentes do curso de Eletromecânica atuando em conjunto para a produção do kit elétrico; docentes das áreas de Moda e Têxtil trabalhando em equipe para modelagem e confecção dos coletes, etc. Como impactos sociais esperados após a realização do passeio pode-se mencionar: - oportunidade para os alunos desenvolverem estratégias para resolver problemas e enfrentar situações da vida em sociedade, pois o esporte envolve valores como a solidariedade, respeito ao próximo e às regras, tolerância, sentido coletivo e cooperação; - execução da prática esportiva como instrumento de aproximação e convivência entre pessoas; - promoção do uso da bicicleta como meio de transporte da classe trabalhadora; - integração com a pesquisa e a extensão sempre em beneficio da sociedade. Ambientalmente, o projeto pretende conscientizar e educar os participantes, proporcionando-lhes momentos de alegria sem poluir, incentivando a comunidade a cumprir seu papel e sensibilizando a comunidade para a necessidade de preservação do meio ambiente. Espera-se ainda que se incentive a utilização de lixo eletrônico como matéria-prima para a construção de futuros kits elétrico confeccionados pelos próprios participantes, a partir dos conhecimentos explícitos no manual que será entregue à comunidade. E, por fim, incentivar a geração de energia elétrica gratuita para faróis, carregador de celular e outros aparelhos eletrônicos.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos ao CNPq que, por meio do edital PIBIC-EM, apoiou com bolsa de estudos os alunos envolvidos no projeto.

REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,

1988. 292 p. IPEA. O Sistema de Indicadores de Percepção Social

(SIPS). Rio de Janeiro, 2011. MAGAZINE BUREAU SANTISTA, São Paulo, n°.10, ago. 2011. MALVINO, A. Eletrônica. v1, McGraw-Hill, 2008. MOHAN, N., ROBBINS, W., UNDERLAND, T., Power Electronics Converters, Applications And Design, 3ed,

2002.

Page 217: 1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC ... · de nível médio, pós-médio e ... A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA ADOTADA PELO PROFESSOR DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

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