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A SITUAÇÃO DO NEGRO APÓS ABOLIÇÃO JOÃO NUNES DA SILVA FILHO RESUMO Esse trabalho tem como objetivo analisar a vida do liberto ou ex-escravos, após 1888, como foi absorvido na sociedade e como foi utilizada a sua mão de obra. Também estudaremos o que foi reservado para esses homens e mulheres no seu cotidiano, lugar de moradia e visibilidade social. Palavras-chave: Escravo. Liberdade. Sociedade. ABSTRACT This work aims to analyze the life of former slaves or freed after 1888, as it was absorbed into the society and how it was used to its workforce. We will also study what was reserved for those men and women in their daily life, place of residence and social visibility. Keywords: Freedom. Slavery. Society. INTRODUÇÃO Este trabalho tem o tema “A situação do negro após a abolição”. Mesmo sendo trabalhado nas escolas e em todos os livros que se refere ao período de Colonização do Brasil, se faz necessário analisar novas abordagens sobre o tema a partir do momento que o Movimento Negro vem exigindo cada vez mais o espaço negado historicamente a esse setor da sociedade no Brasil. Para elaborar esse trabalho foi utilizada uma vasta bibliografia sobre a colonização, sobre o processo de escravidão, e século o XIX no Brasil. Compreender o processo de escravidão, é percebê-la como fruto de um sistema político e econômico, caracterizado pelo surgimento dos Estados Nacionais Europeus, e a acumulação primitiva de capital ocorrido no período histórico que

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A SITUAÇÃO DO NEGRO APÓS ABOLIÇÃO

JOÃO NUNES DA SILVA FILHO

RESUMO

Esse trabalho tem como objetivo analisar a vida do liberto ou ex-escravos, após 1888, como foi absorvido na sociedade e como foi utilizada a sua mão de obra. Também estudaremos o que foi reservado para esses homens e mulheres no seu cotidiano, lugar de moradia e visibilidade social. Palavras-chave: Escravo. Liberdade. Sociedade.

ABSTRACT

This work aims to analyze the life of former slaves or freed after 1888, as it was absorbed into the society and how it was used to its workforce. We will also study what was reserved for those men and women in their daily life, place of residence and social visibility. Keywords: Freedom. Slavery. Society.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem o tema “A situação do negro após a abolição”. Mesmo

sendo trabalhado nas escolas e em todos os livros que se refere ao período de

Colonização do Brasil, se faz necessário analisar novas abordagens sobre o tema a

partir do momento que o Movimento Negro vem exigindo cada vez mais o espaço

negado historicamente a esse setor da sociedade no Brasil. Para elaborar esse

trabalho foi utilizada uma vasta bibliografia sobre a colonização, sobre o processo de

escravidão, e século o XIX no Brasil.

Compreender o processo de escravidão, é percebê-la como fruto de um

sistema político e econômico, caracterizado pelo surgimento dos Estados Nacionais

Europeus, e a acumulação primitiva de capital ocorrido no período histórico que

inicia-se no século XIV, na Inglaterra, e vai culminar com a política mercantil, onde a

necessidade do Estado é trazer riqueza para a nação.

E a escravidão é uma veia que vai alimentar as metrópoles, entre elas a

própria Inglaterra, que se colocando no século XIX, como a baluarte da causa

escravagista, tinha como pano de fundo o liberalismo econômico, onde permeia o

individualismo típico burguês, que visava o fim dos monopólios, liberdade econômica

e individual e mercados consumidores e fornecedores de matéria prima.

É lógico que não se pode compreender a escravidão, o processo de

resistência e a luta pela sua extinção, sem compreender os aspectos sociais e

ideológicos que vão permeando a sociedade nesses três séculos de escravismo.

A abolição da escravidão esta intimamente ligada a incompatibilidade do

sistema o mercantil, que já tinha sido abolido em alguns países da Europa através

das Revoluções burguesas. Essas ideias e práticas econômicas não poderiam

passar despercebidas pela sociedade brasileira.

O Brasil ao deixar de ser colônia portuguesa, continuou com o herdeiro da

família Bragança como Imperador do Brasil, e com ele, tudo o que representava a

Europa, posição hierárquica da sociedade, darwinismo social, o desejo de

embranquecimento do Brasil. Com a abolição da escravidão e a queda do Império,

ficou como legado das instituições europeias o preconceito racial. A história do

negro no Brasil da colônia a República, tem sido a negação da cidadania aos afro-

brasileiros.

1 O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO E A IMPLANTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO

BRASIL

O descobrimento das terras brasileiras, não levou o Estado português a

se preocupar de imediato com sua colonização a partir do momento que Portugal

tinha como foco o comércio com as Índias e limitou-se apenas a expedições de

reconhecimento visando proteger as costas brasileiras do contrabando do pau

Brasil. Só que essas novas terras eram desejadas pelas nações que ficaram fora do

tratado de Tordesilhas estipulado e acordado pelo Papa a favor das duas nações

Ibéricas; Portugal e Espanha. Dessa forma, com medo da presença principalmente

da França em terras brasileiras o governo português resolveu ocupar parte do

território brasileiro. Dessa forma, o Rei D. João III, decidiu dividir essa terra em

capitanias e doá-las a donatários, nobres senhores que por serviços prestados a

Coroa tivesse condições de colonizá-la e fazê-las produzir (ANDRADE. 2001).

Dividido o território em capitanias, iniciou-se o processo de colonização, e

para que essa terra desse resultado satisfatório precisava-se de mão de obra

suficiente para empreender a plantação da cana de açúcar, produto disputado na

Europa. A princípio adotou-se a mão de obra escrava dos nativos, que foram

subjugados e incorporados ao processo de produção, só que por vários motivos e

entre eles o conhecimento da região, a escravização dos nativos tornou-se inviável,

além de fomentar mais tensão na região. Os nativos eram arredios, além de não

estarem acostumadas às atividades de produção sistemática, voltada a produção de

produtos para atender o comércio externo.

Dessa forma a solução encontrada para implementar a produção

açucareira, seria a mão de obra escrava africana, onde esses homens já possuía um

trabalho voltado para a agricultura, e poderia ser trazido em grande quantidade e a

preços baratos para serem vendidos aos grandes proprietários. (ANDRADE. 2001).

Nesse contexto o comercio triangular: Metrópoles, África, Colônia, vai transformar o

Brasil em um dos maiores produtores de cana de açúcar e vai sustentar por vários

séculos o tesouro português.

1.2 O Tráfico Negreiro e a Escravidão

Com a necessidade de um bom número de homens para fazer essa terra

produzir, abriu-se o caminho ao trafico negreiro que trouxe ao Brasil milhões de

africanos que aqui foram escravizados para fornecer a força de trabalho necessária

para o desenvolvimento da colônia. (MUNNANGA. 2006).

Implantado no Brasil o Sistema de Produção Escravista Colonial, foi

trazido para a Colônia, mão de obras da Nova Guiné, de Angola, de Moçambique

entre outras regiões africanas.

Os escravos estiveram presentes em todas as atividades desenvolvidas

na Colônia: plantações, serviços domésticos, construções de estradas, açougues,

comercio ambulantes, lojas, criações de gado, oficinas de sapateiros, ferreiros e

outras atividades. Trazidos para o Brasil em navios negreiros amontoados uns sobre

os outros, comendo farinha e carne seca, muitos, devido a escassez de alimentos, e

maus tratos, se rebelavam contra os traficantes sendo castigados ou mortos, isso

sem contar que, pela falta de higiene e alimentação e água, muitos morriam no

caminho. (ANDRADE. 2001)

Emília Viotti da Costa em seu livro da Senzala à Colônia descreve que:

Desde os primeiros tempos da Colônia existiam tensões entre senhores e escravos. Negros fugidos, quilombos, levantes de escravos eram episódio constante nos anais da sociedade desde o século XVI. A despeito de todos os mecanismos de controle social cuidadosamente concebidos pelas classes dominantes, elas nunca conseguiram eliminar aquelas formas de protesto. (COSTA. 1982).

Para os escravos a fuga para os quilombos era a porta da liberta, os

quilombos eram aldeias, que ficavam nas florestas, lugares geralmente de difícil

acesso para dificultar a chegada dos capitães do mato, que os procuravam para

restituí-los a seu dono.

A sociedade colonial tinha como ponto relevante manter a paz e a

segurança como descreve Costa:

Rebeliões de escravos esbarravam na reprovação coletiva dos brancos. A ética das classes dominantes a condenava e as instituições as reprimiam. As cortes de justiça puniam com severidade o escravo fugido e a força policial reprimia com violência as rebeliões dos Escravos. (COSTA. 1982).

Durante todo o Período Colonial a situação da escravidão não sofreu

alteração. Em fins do século XVIII, o Brasil era composto de 1,5 milhões de

habitantes, praticamente um quinto dessas pessoas viviam na Bahia, quase todas

concentradas em Salvador, nos engenhos e em pequenas cidades do Recôncavo

baiano. Apenas Salvador tinha de 60,000 habitantes, era a segunda maior cidade

do império português, perdendo apenas para Lisboa, a capital do Império Português.

A estimativa gira em torno de 100.000 habitantes na região, dos quais pelo menos

dois terço seriam considerados nessa época, negros e mulatos, fossem escravos ou

livres, (GRINBERG 2002).

Pode-se perceber como era grande o número de escravos na Colônia,

que se por um lado atendia as necessidades produtivas, por outro, levava a classe

dominante a viver com a eterna preocupação de uma revolta escrava, como ocorreu

na colônia francesa de São Domingos em 1791.

2 A CHEGADA DA CORTE AO BRASIL

A situação no Brasil começou a passar por grandes transformações a

partir da chegada da Corte Portuguesa no Brasil, em 1808, com a passagem da

Colônia, para a sede do Governo Português, mesmo assim, “mas foram

cuidadosamente preservada as relações de trabalho e mantido o sistema

escravocrata, considerado indispensável, a viga-mestra da produção agrícola”

(ANDRADE. 2001). Porém bem antes da chegada da família real ao Brasil a posição

da Inglaterra sobre o tráfico negreiro já havia sido mudado desde 1807, reprimindo o

tráfico, pressionando Portugal, e posteriormente o Brasil.

Pelo tratado de 1810, D. João VI havia permitido à Inglaterra o direito de

proibir o tráfico de escravos que se fizesse da África para o Brasil a partir de

territórios não português. A Inglaterra continuou em sua luta contra o tráfico, a ponto

de proibir todo o comercio negreiro ao Norte do Equador e de se achar com o direito

de entrar nos navios portugueses e brasileiros, em alto mar, a fim de impedir o

tráfico. Mesmo constando no tratado, essa ação Inglesa feria a soberania dos

países, inclusive agora o Brasil.

Mediante a impossibilidade de impedir a ação inglesa, muitos traficantes

com medo de ser pego com o navio abarrotado de escravos, se livravam de ser

punidos pelos ingleses jogando sua carga ao mar. Tanto a prática inglesa quanto a

atrocidade dos comerciantes geraram um mal estar social abalando a opinião

pública, que exigia uma atitude, dando ensejo a uma conscientização da

necessidade da abolição imediata da do tráfico negreiro e de uma gradativa

campanha pela libertação dos escravos, “a abolição”.

Com a organização do comércio internacional após 1815, período em que

Napoleão Bonaparte foi derrotado e a Europa pode retomar sua política econômica,

o Brasil teve que se adequar a sua nova posição de Nação independente, deveria

negociar com as grandes potencias. Nesse contexto o centro dinâmico da economia

nacional deixa de ser a estagnada economia do Nordeste açucareiro e passa para o

Centro-Sul com a introdução do café. (KOWARICK. 1987).

Porém o café precisava de mão de obra abundante, e teve como

consequencia imediata o aumento do tráfico, nas regiões cafeeiras. Porém no

processo de reconhecimento da Independência, uma das exigências da Inglaterra

era a extinção do tráfico negreiro, que deveria ser de imediato. Para manter um

equilíbrio interno e externo em 1831 foi aprovada a lei que proibia o tráfico de

escravos, porém na prática não era cumprida. (ANDRADE. 2001).

Para pressionar o Brasil, a Inglaterra em 1845 aprovou a lei Bill Aberdeen,

onde autorizavam os navios ingleses a apreender qualquer navio brasileiro que

estivesse transportando escravos. Como a pressão inglesa tornara-se uma

constante, para evitar problema diplomático e desrespeito a nossa soberania foi

aprovada pelo parlamento brasileiro a lei Eusébio de Queiroz, em 1850. O próprio

parlamento brasileiro extinguia o trafico de escravos, tornando o contrabandista fora

da lei e sujeito a prisão (ANDRADE.2001).

Emilia Viotti, analisa a lei de 1850, argumenta que:

A interrupção do tráfico em 1850 acelerou o processo de latinização e desafricanização da população escrava, favorecendo a sua assimilação, desenvolvendo novas formas de sociabilidade que permitiram maior solidariedade entre os escravos e reduziram, embora sem eliminá-las de todo, as rivalidades que tinham existido entre escravos de diferentes “nações”.( COSTA. 1982).

Para Costa a lei de 1850, foi importante na medida em que “elevou o

preço dos escravos, chegado em certos casos a valer seis vezes o seu valor inicial”;

levando a declinar a venda de escravos, fazendo com que os fazendeiros

buscassem novas possibilidades. A primeira medida foi à compra dos escravos das

áreas do Nordeste, já que essa região contava com um grande contingente de mão

de obra pobre, para o cultivo da terra. O segundo foi o deslocamento da população

de escravos da área urbana para a rural e dos rurais menos produtivos para os

cafezais, e a terceira, foi programar uma política de imigração de colonos europeus,

para substituir a mão de obra escrava.(COSTA.1982).

No entanto, a escravidão se fazia presente no Brasil e a luta pela

liberdade dos escravos era o ideal conclamado pelos abolicionistas, pelos

intelectuais e pela própria resistência escrava, levando a promulgação da Lei do Rio

Branco em 1871, chamada lei do ventre livre no qual o escravo nascido nesse dia

em diante ficaria com o seu senhor até os oito anos de idade e depois seria livre, e o

senhor receberia uma indenização de seiscentos contos de réis do governo.

(ANDRADE. 2001).

2.1 A Situação Dos Libertos Após 13 de Maio de 1888.

Foi um engano acreditar que com a extinção do tráfico dos escravos,

estava resolvida a situação da escravidão. A participação dos abolicionistas surge

como um instrumento de luta entre classe e segmento de classe. Os abolicionistas

pertenciam à classe média urbana, eram médicos, engenheiros, industriais,

professores, advogados, jornalistas, escritores, artistas e políticos profissionais.

Porem não havia unanimidade de pensamento, geralmente os representantes da

média e alta burguesia mantinham-se dentro dos limites da legalidade, buscando

soluções por vias parlamentares. (COSTA. 1982).

Costa chama a atenção que:

Se houve pretos e mulatos que se distinguiram nas fileiras do abolicionismo, foram também numerosos os que defenderam a escravidão ou permaneceram indiferente à causa da abolição O abolicionismo não se definiu em termos puramente raciais. Houve muito preto que não foi abolicionista, e paradoxalmente, fervoroso líderes abolicionistas brancos, como Nabuco, não eram isentos de preconceito racial. (COSTA. 1982).

Na década de 60, as ideias abolicionistas era um ponto central de grande

divulgação por pessoas conscientes, oriundas das classes dominantes, que

passaram a defender de público a causa abolicionista, levando velhos políticos a

compreenderem que mesmo a escravidão tendo apoio no direito civil, mas não tinha

apoio no direito natural, ela era legal mas não legítima. Essa discussão serviu para

despertar em alguns segmentos da sociedade, o sentimento de que a escravidão “...

era uma mancha que enodoava a sociedade e o Estado brasileiro” (ANDRADE.

2001).

Porém, se o abolicionismo ganhou adeptos, foi na área urbana, pois na

rural ou contou com a indiferença dos proprietários de terra ou contou com a sua

oposição organizada. Mesmo assim, em 1885, foi promulgada mais uma lei a favor

dos escravos, a lei do sexagenário, determinando o fim das chibatadas e a

libertação dos escravos a partir de sessenta e cinco anos. (COSTA. 1982)

Na medida em que novos setores da sociedade abraçavam a causa

abolicionista, os políticos e os partidos descobriram na abolição uma forma de usá-la

na luta pelo poder.

Costa justifica a adesão de alguns políticos da seguinte forma:

Também os intelectuais do período encontraram na campanha abolicionistas novas fontes de inspiração que lhe garantiam uma atitude certa entre as populações urbanas. Uma vez convertida em bandeira política, a emancipação passou a depender do jogo dos partidos, como bem assinalou Paula Beiguelman. É preciso lembrar, no entanto, que a questão só se tornou política porque setores da população já se interessavam por ela, antes mesmo que os políticos a inscrevessem em sua plataforma (COSTA. 1982).

A popularidade crescente da campanha abolicionista fez com que os

políticos procurassem fazer da emancipação a sua bandeira. Uma vez no âmbito

parlamentar a ideia da abolição tomou forma, passando a ser vista como uma

instituição condenada a desaparecer. No processo da abolição a propaganda

ideológica e a ação parlamentar reforçaram-se mutuamente, mas o que contou

como um peso a ser considerado foi às rebeliões das senzalas, uma vez que a

desorganização da economia prejudicava os fazendeiros. Mesmo não sendo as

rebeliões nas senzalas o fator determinante, pois sempre houve sublevações nas

fazendas, mas agora ecoava na sociedade de forma diferente. Como a melhor saída

para evitar rupturas sociais, a 13 de maio de 1888, foi promulgada a lei Áurea

representando toda uma luta que permeou três séculos.

A apropriação da força de trabalho dos homens e mulheres foi um longo

do processo na formação do sistema capitalista. Essa apropriação se deu de forma

cruel, subjugando o trabalhador, de maneira que esse se torne um ser livre e

expropriado, e que como única alternativa, será submeter-se ao capital. Em outras

palavras, é necessário que haja a reprodução e ampliação de uma relação social

baseada na exploração da força de trabalho (KOWARICK, 1987).

Contudo, submeter às pessoas a vender sua força de trabalho não foi

um processo histórico de curta duração, mas de longa duração. Na Europa a

formação de um mercado de mão de obra livre foi resultado da desarticulação dos

camponeses, que remontou ao século XIV na Inglaterra através dos cercamentos,

que levou a expulsão do camponeses a cidade, desapropriado dos seus meios de

produção. Dessa forma foram destruídas as formas autônomas de subsistência,

impedindo de todas as formas que o homem que trabalhava na terra, mas não era

possuidor da mesma, fossem impossibilitados de possuí-las e também dos

instrumentos produtivos, retirando do trabalhador o controle sobre o processo

produtivo, quebrando as relações sociais de produção vigente e incorporando esses

homens e mulheres ao novo sistema vigente o capitalismo (KOWARICK. 1987).

Mas só a violência não seria suficiente para incorporar o homem ao novo

sistema, precisavam utilizar outros mecanismos para que o indivíduo despossuído

dos meios materiais de vida não só precisassem, mas também estivessem disposto

a trabalhar para outro, para tanto seria necessário um mecanismo de cunho cultural.

(KOWARICK. 1987). Sabe-se que na Europa o processo de mão de obra proletária

da massa camponesa foi através de leis rigorosas e severas, onde o sistema torna

as vítimas os “camponeses” em vagabundos, e o trabalhador tem que se submeter

às novas exigências do sistema. (KOWARICK. 1987).

Mas no Brasil não tínhamos uma sociedade aldeã, enraizada, com

seus usos e costumes, detentora de seu instrumento de trabalho e da posse do

usufruto da terra, mas escravos, homens que até o final do século XIX, não

passavam de bens. Nesse contexto, a universalização do trabalho livre no Brasil,

encontrou um imenso contingente.

“quem não tivesse sido escravo nem senhor”, não havia passado pela “escola do trabalho”. Dessa forma na sociedade brasileira, onde o trabalho era atividade para os escravos, para os livres e pobres trabalhar para alguém significava a forma mais aviltada de existência. Essa visibilidade decorreu das marcas deixadas pelo sistema colonial escravista, onde no mundo colonial a superposição da escravidão ao regime estamental acarretou uma degradação extrema do trabalho mecânico, a noção de trabalho se aplicava às tarefas mecânicas, ao labor, ao mando, significando de uma forma ou de outra, a perda da dignidade social e da liberdade (KOWARICK. 1987).

Esse tipo de mentalidade levou ao longo dos séculos, a crescer uma

massa de indivíduos de várias origens e matrizes sociais que não se transformaram

em força de trabalho, já que a produção disciplinar e reguladora foi levada adiante

pelos escravos como disse Kowarick.

Com o fim da escravidão a mão de obra não foi substituída pela

utilização dos homens livres nacionais, pois essa mão de obra não havia

historicamente ingressado nas fileiras do trabalho disciplinado e regular. É claro que

essa situação variou de uma região para outra no Brasil, onde cada província

encontrou caminhos diversos para solucionar o problema do trabalho.

Quando a abolição tornou-se um processo irreversível, como é o caso

de São Paulo, onde a expansão cafeeira foi desenvolvida pela a mão de obra

escrava até a abolição, posteriormente, a elite vai ver a mão de obra livre como

acessória e intermitente no processo produtivo, pois eles eram vistos pelos

produtores de café como vadios, carga inútil, desclassificados para o trabalho,

deixando de utilizar a mão de obra nacional, para utilizar a mão de obra dos

imigrantes italianos, espanhóis, português e japonês. Essa mão de obra,

previamente expropriadas, estava disposta a submeter-se à disciplina do trabalho.

Esses imigrantes foram canalizados para as regiões mais dinâmicas do

café e constituíram-se na maior parte do proletariado que operaram as máquinas da

nascente e próspera indústria de São Paulo (KOWARICK. 1987).

Mesmo com o rápido processo de expansão econômica do café, os

produtores sempre contaram com uma larga oferta de braços, que veio

particularmente da mão de obra que historicamente havia se acumulado a margem

da economia, sendo adicionada, após 1888. Os libertos formaram uma massa

desraigada, que não foi integrada no processo produtivo até 1930, quando a

economia viria a apresentar maior grau de desenvolvimento e diversificação.

(KOWARICK. 1987).

Quanto à categoria dos livres e libertos que não participaram do trabalho

disciplinado e regular nas fazendas de café até 1888, depois dessa época, só foram

incorporados nas áreas de cultivo para onde o imigrante não se dirigia. Durante a

escravidão esteve presentes onde o cativo, pelo risco de fuga ou perigos inerentes a

certas atividades eram pouco utilizado, tais como: transporte, aberturas e

conservação de estradas, obras públicas.

Quantos aos escravos que permaneceram nas plantações de cana de

açúcar tornaram-se trabalhadores rurais ou foram transformados em moradores. Os

salários sempre foram baixos na indústria do açúcar, mas os moradores somavam a

seus poucos salários, a cultura de subsistência, mesmo correndo o risco de quando

os proprietários de terra se aborrecessem os expulsassem de suas terras.

Não havendo nenhuma assistência do governo ou da Igreja ou de

qualquer instituição, nem mesmo dos abolicionistas que não tiveram a preocupação

em prepará-los para uma organização da vida ou do trabalho, os libertos tornaram-

se mão de obra barata, excluídos da sociedade. Dessa forma, percebe-se que o

debate em torno da abolição, estava mais próximo ao campo humanístico cristão,

devido as torturas impetradas aos escravos, inclusive por sermos uma nação que

tardou na abolição da escravidão, trazendo aos olhos dos europeus, um sentido de

barbárie.

O governo brasileiro mais uma vez excluiu os libertos da cidadania não

teve força política, nem tão pouco interesse em distribuir terras para prender esses

homens a um trabalho que lhes dessem condições de sobrevivência, tornando-os

cidadãos ativos. Por outro lado, largado sem rumo, muitos deles se negava a

permanecerem nas fazendas dos seus antigos senhores em troca de um prato de

comida. Mas mesmo como livres, os negros tiveram grandes dificuldades em saírem

das fazendas, devido aos senhores se utilizarem da função de tutores das crianças

libertas.

Houve uma grande resistência dos recém-libertos, mas alguns optaram

em viver nas antigas fazendas com os seus antigos senhores, para não se

afastarem de sua prole. Na prática muitos senhores burlaram o sistema, mantendo

em suas fazendas as crianças argumentando a impossibilidade de ser criadas pelos

pais. Esse foi um dos expedientes utilizados pelos latifundiários para manter em

suas fazendas os escravos que agora eram homens livre.

Nesse meio tempo a metas para ganhar tempo para a transição da mão

de obra escrava para assalariada seria sujeitar os libertos aos caprichos dos mais

abastados em troca do mínimo para sua sobrevivência. Os libertos iniciaram sua

transferência para áreas afastadas das cidades e dos engenhos e usinas, surgindo

os bairros pobres onde ninguém queria morar, os chamados bairros africanos, que

deram lugar posteriormente as favelas e dali saiam à mão de obra barata para

trabalhar em atividades que outros trabalhadores não aceitavam. As negras

passaram a exercer as atividades domésticas, cozinheiras, lavadeiras, serviam as

casas e aos maridos e filhos das mulheres ricas, e os negros serviam nos trabalhos

pesados do cotidiano.

Estudos recentes dão conta da existência de uma enorme gama de

arranjos de trabalho, experimentados por homens pobres, livres forros. Arranjos os

mais diversos como: carpinteiros, marceneiros, vendedores, pequenos

comerciantes, indicando um modo de vida autônomo, fruto do desejo de ser um

homem livre.

O negro mesmo sendo colocado no ostracismo social, ele formou junto

com o branco e o índio o caudilho étnico do povo brasileiro. Com sua contribuição na

gastronomia, na religiosidade, no seu ritmo musical, em sua tradição trazida no

fundo de sua alma, repassaram em suas conversas do dia a dia, e suas favelas,

tendem a apreender os modos de vida da cidade, onde não podem plantar. O Afro-

brasileiro interiorizou sua cultura mesmo em retalhos, anos longos séculos de

escravidão (RIBEIRO. 2000) Mas da escravidão restou a discriminação racial, e

dificuldade do negro ter o mínimo de condições de tornar-se um cidadão ativo. A

integração do ex- escravos na sociedade brasileira não aconteceram eles formaram

um bando de homens e mulheres pobres e sem assistência do Estado. Não foi

criado nenhum projeto para tornar o liberto cidadão, com possibilidade de acesso a

propriedade da terra.

Após a abolição não houve nenhuma assistência do governo ou da

Igreja ou de qualquer instituição, nem mesmo os abolicionista tiveram preocupação

em prepará-los para uma organização da vida ou do trabalho. A preocupação pelo

escravo se dava no campo humanístico cristão, devido às torturas impetradas aos

escravos, como também em relação da falta de mão de obra que iria dificultar o

processo de produção em meio à transição da mão de obra escrava a assalariada.

Apesar de ter sido cogitado vários projetos para ser aplicados aos trabalhadores

após a abolição, mas nenhum efetivamente foi colocado em prática.

Sendo grande parte da população brasileira de negros ou mestiços,

tentar embranquecer a população era fundamental, pois o número da população

negra era bem maior que a população branca, a migração também teve esse

propósito, já que esse embranquecimento, os negros ficavam ainda mais

marginalizados e discriminados pela sociedade. Para Evaristo de Morais “o escravo

em regras não ia para longe, retirava-se às vezes somente da fazenda em que

sofrera coações e rigores do cativeiro; fugiam penas da senzala, que tão dolorosas

recordações lhe traziam, dirigia-se a outra fazenda a procura de quem contratasse

seus serviços”.

Todo processo orientava-se não no sentido de tornar o liberto em

trabalhador livre, mas sim de mudar a organização do trabalho para substituir o

negro por trabalhador branco, nesse processo o negro continuou a ser usado como

peça de exploração, não como propriedade, mais como classe dominada, obrigado a

se sujeitar aos caprichos dos mais abastados. Com o passar dos anos o negro se

transfere aos das casas dos seus antigos senhores para formar novos bairros, onde

ninguém mais queria morar, os chamados bairros africanos, que deram lugar

posteriormente as favelas e dali saiam à mão de obra barata para trabalhar nas

mesmas atividades. As negras eram cozinheiras, lavadeiras, serviam as casas e aos

maridos e filhos das mulheres ricas, os negros serviam nos trabalhos pesados do

cotidiano.

Estudos recentes dão conta da existência de uma enorme gama de

arranjos de trabalhos, cotidianamente experimentados por homens pobres livres e

forros. Arranjos dos mais diversos como: carpinteiros, marceneiros, vendedores,

pequenos comerciantes, indicando um modo de vida autônomo, imbuído num desejo

de liberdade (MOURA 1998).

Com todas as restrições, o afro-brasileiro, já fazia parte dessa nação,

trazendo em sua memória sua tradição, seus mitos, sua religiosidade, sua culinária,

seu jeito de vestir, suas danças, e batuques, onde através da oralidade era

transmitida tanto aos seus irmãos de cor, quanto ao senhorzinho e sinhazinhas das

grandes fazendas, criando esse caudilho cultural brasileiro.

Reservado a eles lugares longe das cidades, foram formando bairros

pobres conhecidos hoje como favelas. E coube também a eles a marginalização e o

preconceito

3 O RACISMO INSTITUCIONAL

Com a abolição a cidadania seria como vimos, para poucos, e logo essa

larga faixa da sociedade estariam isoladas, herdeira da escravidão. largas faixas da

população herdeiras da escravidão. Alei Áurea, não priorizou uma política social de

amparo a esses grupos sociais que, sem aprendizado necessário ou a experiência

nas cidades, não dispunham das ferramentas para competir com igualdade de

condições com os trabalhadores nacionais livres, ou mesmo com as populações

imigrantes que traziam consigo suas especializações e seus

hábitos.(SCHWARCZ.2012).

Agora estavam em alta às teorias racistas, que persistirá até os anos

1930, essas teorias caiam como um fardo pesado, condicionado pelos modelos

deterministas de interpretação social, que não só estabeleciam hierarquias entre as

raças como condenavam a mestiçagem existente no país. Segundo esse modelo o

insucesso profissional ou social de negros e ex-escravos estaria na ciência, ou

melhor, na raça, e não nas condições de vida ou no passado imediato. Essas teorias

trouxe como conseqüência o afastamento dos debates pós-abolição no tocante a

questão da cidadania e da igualdade em nome das razões e argumentos da biologia.

“A ciência naturalizava a história e transformava hierarquias sociais em dados

imutáveis”. (SCHWARCZ. 2012).

Esquecendo-se do passado escravagista, destacava-se a inferioridade

presente no componente negro e mestiço de nossa população e ao mesmo tempo

tentava-se escamotear o passado escravocrata e sua influencia na conjuntura do

país. Nesse processo impunha-se uma espécie de cidadão de segunda classe, que

poderiam ser identificados e localizados na realidade sertaneja, também nos

“cortiços”, onde se aglomeravam todo tipo de população tão distinta, em sua cultura,

etnia, religião e pobreza (SCHWARC. 2012).

Nas áreas rurais os libertos misturavam-se à população mais pobre,

construindo a imagem de País mestiçado, tão comentado quanto criticado pelas

teorias raciais do início do século XX.

Trabalhadores negros de alguma forma se misturavam à população

camponesa e aderiam ao modo de vida caipira e cabocla do interior de São Paulo.

Também participaram na produção agrícola das fazendas de Minas Gerais, assim

como, na economia açucareira do Nordeste, e na cultura do algodão de uma

maneira geral.

Assim, na série de representações acerca do elemento nacional convivia

muitas vezes de forma conflituosa. Mesmo algumas teorias destacando a apatia e a

degeneração dos mestiços, no entanto vários viajantes observou nessa forma de

vida um modo puro e caipira, imagem que vai se contrapor aos sanitaristas, que

viam neles a imagem de um Brasil doente e decaído. É desse período a

contraposição entre a ideia mestiça corrompida – exemplo dos modelos de

darwinismo racial – representado na obra de Monteiro Lobato, com a representação

do Jeca Tatu, onde Lobato o descreve como um caboclo que “continuava de

cócoras” e alheio a qualquer mudança. (SCHWARCS. 2012).

Nessa mesma época, Rui Barbosa proferiu uma palestra sobre “A

questão social no Brasil”, e partindo da caricatura do Jeca, para analisar a sociedade

brasileira de uma maneira mais ampla.

Em sua fala, questionou o seguinte :

Quem afinal seria o povo brasileiro? Aquele caboclo sempre agachado e cujo voto podia ser comprado por um trago no bar, ou um rolo de fumo, ou o senhor da elite, que lia em francês, fuma cigarro e ia aos teatros e ópera italiana? (LIMA. 2011).

Esses foram os grandes debates políticos após a abolição até a

Revolução de 1930. O grande problema é que o País convivia com duas situações:

edifícios altos, largas avenidas, cafés, automóveis e do outro lado, casa de pau a

pique, mocambos nordestinos ou palhoças ribeirinhas. A República não se

preocupou em mudar em nada o status dos libertos, ao contrário, a 19 de novembro

de 1889 é decretado a qualificação eleitoral, concedendo o título de eleitores “a

todos cidadãos brasileiros no gozo de seus direitos civis e políticos, que soubessem

ler e escrever.” Com a promulgação da Constituição de 1891, manteve a exigência

da alfabetização para a cidadania política, representando nesse período a proporção

para mais ou menos 2% nesse período e essa proporção não ultrapassou para 5%

na vigência da Constituição de 1891.(SCHWARCZ.2012)

A Constituição Republicana quanto a Monárquica, optou por uma

definição “desenraizada” da cidadania. A crescente influência de teorias científicas

racistas no pensamento social brasileiro e no uso cotidiano da linguagem racial,

ratificou a hierarquização e definiu o lugar no negro na sociedade.

Por outro lado a imagem do ócio e da preguiça associou-se rapidamente

aos ex-escravos e libertos. Vale apenas descrever que algumas famílias de negros

durante o Império, conheceram certa ascensão cultural e econômica, após a

abolição viram-se todos nivelados aos libertos, ex-escravos, africanos.

Mas também esses segmentos sociais e étnicos logo após a abolição da

escravatura, os negros se apegaram a certos objetos, cuja proibição de uso

simbolizava a ausência de liberdade. Com suas economias esses homens e

mulheres logo se apressaram a comprar sapatos, como ícones de liberdade. Mas o

resultado mostrou-se desapontadores, desacostumados ao uso dos sapatos, os

novos fregueses rapidamente retiraram os sapatos dos pés, passando a carregar

seus pares como troféus, não nos pés mãos nos ombros. (SCHWARCZ. 2012)

CONCLUSÃO

Sempre que se fala na libertação dos escravos como consequência da Lei

Áurea, e logo se minimiza a importância da promulgação da Lei. Como foi descrito

nas páginas anteriores, a lei foi a culminância de uma situação que não poderia

perdurar. Primeiro pelas pressões externas, não só pela política inglesa, que atingiu

de forma irrefutável por diversas vezes a soberania do Brasil, mas pela própria

inadequação do sistema que era visto pelos europeus, própria de uma nação

incivilizada. Apesar de uma elite rural, em nenhum momento desejar abrir mão de

seu patrimônio, o “escravo”, as novas forças ideológicas, forçou uma boa parte do

segmento na nação brasileira a aderir a causa escravagista. A lei se tardou, mas

veio legitimar a, perda da propriedade dos senhores sobre esses homens e

mulheres, e agora mesmo que imbuído de uma série de artimanhas para manter o

liberto em suas terras, não tinha mais o poder de retê-los.

Quanto a posição alcançada pelo liberto após a lei, foi de um breve

esquecimento das elites, dos séculos de labutas desses homens e mulheres para

fazer surgir essa nação. A cidadania de fato e de direito não foi alcançada, de

imediato a República obtida em 1889, antes mesmo de ser promulgada a

Constituição Republicana de 1891, o direito ao voto, de ser um cidadão ativo, já

havia sido negado, quando o parâmetro para ser eleitor, seria saber ler e escrever.

Dessa forma, o que restou aos libertos, foi à mobilidade como forma de liberdade,

buscando de um lado a outros trabalhos, concorrendo com os imigrantes e homens

livres. Dessa forma surgem bairros ricos e subúrbios miseráveis, e a classificação

dos cidadãos, além do estigma da cor.

REFERÊNCIAS

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CARVALHO, Marcus. J.M de. Liberdade rotinas e rupturas do escravismo no Recife.1822-1850.2Ed.Recife.ED.Universitária da UFPE.2010.

CORREIA, Lepê. Canoeiros e curandeiros: resistência negro-urbana em Pernambuco Século XIX. Recife.2006.

COSTA. Emilia Viotti da. Da senzala à Colônia . São Paulo. 2. ed. Livraria e editora Ciências Humanas LTDA. 1982.

D’AMORIM, Eduardo. África Essa Mãe Quase Desconhecida. 2ed.Recife-PE.ED.Liber.1996

DEL PRIORI, Mary e Venancio, Renato. Uma breve história do Brasil. São Paulo. Editora Planeta do Brasil.2010.

FERNANDES, Florestan.1920 A Integração do Negro na Sociedade de Classes (o Legado da “Raça Branca”) São Paulo. Ática.1978.

FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: Formação da Família Brasileira sob o Regime de Economia Patriarcal. Recife. Impressão Oficial. 1966.

GRINBERG. Keila. O fiador do Brasil: cidadania, escravidão e direito civil no tempo de Antonio Rebouças. Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira. 2002.

KOWARICK. Lúcio. Trabalho e vadiagem: a origem do trabalho livre no Brasil. São Paulo Ed. Brasiliense. 1987.

SCHWARCZ. Lilia Moritz. História do Brasil Nação. 1808-2010: a abertura para o mundo -1889-1930. V.3, Rio de Janeiro. Editora Objetiva. 2012.

MUNANGA, kabengele e Lino Gomes, Nilma. O negro no Brasil Hoje. São Paulo. Globo Editora. 2006.

PAPALI. Maria Aparecida C.R. Escravos, libertos e órfãos: a construção da liberdade em Taubaté(1871-1895). São Paulo. Annablume: Fapesp.2003.

QUEROZ, Suely R. Reis de .A abolição da escravidão. São Paulo. Ed brasiliense, 2010.

QUINTAS, Fátima(Org.). A Civilização do açúcar. Recife. Sebrae. Fundação Gilberto Freyre. 2007.

RIBEIRO, Darcy. O povo Brasileiro: A Formação e o Sentido do Brasil. São Paulo .Companhia das Letras.1995.

SILVA, Leonardo Dantas. O Recife: Imagens da cidade sereia. Recife. Prefeitura da cidade do Recife, Comunigraf Editora.1998.

ANEXOS

ANEXO A – NEGRA COM CRIANÇA PRESA AS COSTAS. FOTÓGRAFO NÃO

IDENTIFICADO. BAHIA, 1870.

Fonte: www.historiadabahia.com.br/salvador. acesso em 25/05/2013.

ANEXO B – IMAGEM DE NEGROS SERVINDO AOS ARREDORES DO PALÁCIO.

Fonte: http://www.gogle.com.br/imgres acesso em 25/05/2013.

ANEXO C - IMAGENS DE NEGROS NUM MOMENTO DE CONVERSA.

Fonte: Historiadopovonegro.wordpress.com acesso em 25/05/2013.

ANEXO D – IMAGENS VARIADAS DE NEGROS

Fonte: http://www.google.com.br/url acesso em 25/05/2013.

ANEXO E – NEGRAS COMERCIALIZANDO PORTA A PORTA FIGURA DE

DEBRET.

Fonte: Http://blogilustratus.blogspot.com acesso em 25/05/2013.

ANEXO F – FIGURA DO NEGRO SENDO TORTURADO.

Fonte: Historiamaneco.blogpot.com acesso em 25/05/2013.

ANEXO G – FIGURA DE NEGROS TRABALHANDO NO COMÉRCIO.

Fonte: Http://Panelalabrasil.blogspot.com acesso em 25/05/2013.